Localizado na Avenida Dantas Barreto, o Calçadão dos Mascates conhecido popularmente como Camelódromo, foi concebido e inaugurado no ano de 1994 durante a gestão do ex-prefeito Jarbas Vasconcelos. O intuito principal era solucionar a desordem do comércio informal das ruas, permitindo melhorar as condições de trabalho dos ambulantes que se organizariam em boxes estendidos pela estrutura. O camelódromo é composto por seis módulos dispostos de maneira longitudinal com a capacidade de compor 1.400 ambulantes, fundamentando-se em quatro pontos básicos: disciplinamento do comercio ambulante, segurança pública, acesso das pessoas ao centro e higiene urbana. Além disso, a proposta do equipamento em módulos permitiria flexibilidade na utilização do espaço com outras atividades, como a realização de festas populares, folclóricas e religiosas. A princípio, nossa escolha para este trabalho foi feita por que o Camelódromo é bastante frequentado por pessoas da cidade quando procuram variedade de mercadoria e preços acessíveis. Chamou nossa atenção por ser uma obra de grande porte, portadora de beleza plástica e qualidades arquitetônicas.
Entretanto, notamos que o seu potencial não estava sendo exercido ao máximo, principalmente pelo desuso dos dois últimos módulos, que estão totalmente abandonados e inutilizados.
Com nossas visitas ao local, percebemos não meramente o comércio abrangente, mas também vimos que o entorno da estrutura apresenta patrimônio artístico, histórico e cultural, como por exemplo, é possível observar nos casarios antigos que rodeiam o Calçadão dos Mascates e na Basílica da Nossa senhora do Carmo. Infelizmente isto nem sempre é perceptível por quem passa, pois o fluxo de pessoas ocorre de maneira transversal, na esquina com a Rua Tobias Barreto, contrariando a proposta da estrutura longitudinal já que poucos fregueses adentram o Calçadão pelo corredor central e vão até o final dos módulos. Devido a isso, os comerciantes se agruparam apenas nos primeiros módulos, de acordo com seus interesses e posses causando má distribuição dos boxes e mobilidade deficiente.
Grupo: Manuella Nínive Maria Eduarda Soares Maria Esther Maia Priscyla Durão Samilla Gabriela
Local: Calçadão dos Mascates (Camelódromo) Bairro São José
área de baixo, mas segundo os comerciantes, a partir das 17h permanecer no local não é seguro e utilizar o depósito torna o trabalho mais cansativo, por isso, hoje eles são fechados com cadeados e corretes. Outra informação coletada foi o fato de os comerciantes, na maioria das vezes, não estão mais ocupando o local estabelecido pela Prefeitura desde a inauguração do Camelódromo. Com base nisso, percebemos que o Camelódromo não atingiu de maneira prevista suas intenções urbanas de atender o os ambulantes e nossa problemática está Conversamos com alguns voltada a essa falta do fluxo comerciantes e dois deles, que longitudinal que acarretou em trabalham no local desde a desorganização e abandono. fundação, nos relataram a dificuldade de chamar atenção do consumidor pela superlotação. Além disso, no projeto original, os boxes que ficam na parte de cima do camelódromo deveriam ser utilizados como depósitos, permitindo a realização de eventos noturnos na
Durante o desenvolvimento do trabalho criamos materiais gráfcos com a finalidade de exaltar o potencial do camelódromo tendo como enfoque chamar atenção para seu uso. No título “ Vendo o abandono, compre nos Mascates ” utilizamos a dualidade da palavra “vendo” remetendo ao ato de vender e ao ato de olhar, formando um trocadilho. “Compre nos Mascates” teve como proposta homenagiar aos antigos mascates do Recife, que deixaram traços marcantes no comércio popular, por ser um símbolo de força e coletividade. Escolhemos o septo como forma de identificar o Calçadão dos Mascates por ser o principal elemento arquitetônico que remete a obra. A imagem espelhada mostra o contraste entre a parte em atividade e a parte abandonada e enfatizamos isso através das cores. Além disso, propomos que o colorido avance para os dois ultimos módulos (por meio dos triângulos) levando consigo a diversidade inexistente ali.