QUOTIDIANUS [Editora Nepan, 2019]

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Ana ThaĂ­s Cordeiro Clara Lis Martins Lucas Loredo

Quotidianus.


Nepan Editora Todas as fotos e poesias reunidas nesta edição são de responsabilidade de seus autores editoranepan@gmail.com

Diretor administrativo: Marcelo Alves Ishii

Conselho Editorial Agenor Sarraf Pacheco (UFPA) - Ana Pizarro (Universidade Santiago/ Chile) - Carlos André Alexandre de Melo (UFAC) - Elder Andrade de Paula (UFAC) - Francemilda Lopes do Nascimento (UFAC) - Francielle Maria Modesto Mendes (UFAC) - Francisco Bento da Silva (UFAC) - Francisco de Moura Pinheiro (UFAC) - Gerson Rodrigues de Albuquerque (UFAC) - Hélio Rodrigues da Rocha (UNIR) - Hideraldo Lima da Costa (UFAM) - João Carlos de Souza Ribeiro (UFAC) - Jones Dari Goettert (UFGD) - Leopoldo Bernucci (Universidade da Califórnia) - Livia Reis (UFF) - Luís Balkar Sá Peixoto Pinheiro (UFAM) - Marcela Orellana (Universidade Santiago/Chile) - Marcello Messina (UFAC) - Marcia Paraquett (UFBA) - Maria Antonieta Antonacci (PUC/SP) - Maria Chavarria (Universidad San Marcos) - Maria Cristina Lobregat (IFAC) - Maria Nazaré Cavalcante de Souza (UFAC) - Miguel Nenevé (UNIR) - Raquel Alves Ishii (UFAC) - Sérgio Roberto Gomes Souza (UFAC) - Sidney da Silva Lobato (UNIFAP) -Tânia Mara Rezende Machado (UFAC)

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Ana Thaís da Silva Cordeiro Clara Lis Martins Corrêa Lucas Loredo da Costa Fotografias, Textos, Projeto Gráfico e Capa Clara Lis Martins Corrêa Diagramação Jhillian Albuquerque e Talita Oliveira Revisão

Agradecimentos Talita Oliveira Marcelo Ishii Mariana Bylaardt

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central da UFAC

T364q

Thais, Ana, 2000 Quotidianos / Ana Thaís; Clara Lis e Lucas Loredo; orientação de: Talita da Silva Oliveira. Rio Branco: Nepan, 2019. 58 f.: il.; 21 cm. ISBN 978-85-68914-59-5 E-book. 1. Poesias. 2. Fotografia. 3. Cotidiano. I. Lis, Clara. II. Loredo, Lucas. III. Oliveira, Talita da Silva. (Orienta dora). II. Título. CDD: 070.4 Bibliotecária: Irene de Lima Jorge CRB-11º/465.

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guidom 5


Alta intensidade é um perigo, Não há ninguém tão responsável pelos nossos anseios quanto nós mesmos A gente que cria mundos inexistentes [é tempo de reparar a balança] RESPONSABILIDADE AFETIVA Quando nos frustrarmos [iremos nos frustrar], sairemos a procura de um ser externo para culpar A CULPA É TODA MINHA A CULPA NÃO É SUA ‘cada um que lide com as suas paranóias’ 6


A rotina cansa e bate forte. Fugir do cotidiano ou criar um complementar-cotidiado-pessoal ĂŠ fuga pro lado de dentro

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Umidificado. Listrado. Pessoal. Completo.

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O coração te vê pintado e exposto, cheio de vida e desatento. O cheiro que me lembra é baunilha. O calor é de cor encarnado.

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Corpo-alma: a transa de gélidas paredes sólidas impermeáveis Transitando não-lucidamente entre o tragicômico. Vivendo em conflitos maternais, a causa acusam ser paterna. Deliberadamente com medo de encarar o dia a dia sendo vítima da sobriedade. LOUCO. Sem saber o que quer, quer todos os quereres. AFLITO. Ousou um dia sentenciar o seu único eu que era decente [acreditava que algo dentro de si, uma de suas personas, era o culpado]. COITADO. Sentiu o corpo fatigado e a mente igualmente cansada cada vez mais distantes entre si. CORPO E ALMA NUNCA PODEM SE CASAR! Pensou em desligar. Não quis saber do conseguinte. O agir vem de um impulso, impulsos são amigos íntimos da emoção. A dança dos corpos e almas desconectados é um triste, impetuoso, meloso & dramático espetáculo Seguiu: encerrando ciclos e cada vez menos emocionado volta a racionalidade.

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O peixe me causa danos irreversĂ­veis.

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A dança dos corpos e almas conectados é um feliz, habilidoso, meloso & apaixonante espetáculo.

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Viaja comigo nesse detalhe pitoresco

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A certeza que eu tenho é que todo ciclo tem fim. O fim é o que antecede o início e o mesmo que o finaliza. Os momentos furtivos caracterizam os teus hábitos.

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Ela já é amiga íntima. Vem todas as segundas-feiras. Entra sem bater. Me conta piadas até eu ruborescer. Ela é uma querida-visita-não convidada, mas não gosto do efeito que me causa. Me despeço com um beijo de terça ou quarta, até a próxima segunda, ressaca moral 16


Intimamente desnudei-me, envolto em um corpo significante e tendo vibrações no meu tropical coração

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A balanรงa se equilibra no toque

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- tu sumiu o dia todo! [no final do dia, eu voltei Te achei e me perdi, รณ]

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Abrir mรฃo do passado. BACK TO BLACK. Voltar ao passado, reiventar, recomeรงar. FAZER DE NOVO. Perder. Aproveitar a derrota, sentir o gosto amargo. VIVER. MORRER. RE-NASCER.

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olho 23


Bem-vindo ao meu delĂ­rio

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O apego a pessoas e amizades é intenso Às vezes é só uma ilusão, idealização daquilo que um dia foi bom Se distanciar de alguém que você considera é muito doloroso O pensamento de que você é errado da história te consome, as vezes até tóxico O pensamento, o desespero, a dor consome Principalmente se você sente tudo mais intenso que a maioria das outras pessoas Quando você se distancia finalmente percebe como a pessoa te fazia mal e como era tóxico Como queria te afastar das pessoas que ele não gostava e como o ciúme era algo doentio Como depois de tudo acabar ele te detona como alguém péssimo e que apunhalou-o pelas costas só porque não é um fantoche e não aguenta mais a grosseria e os abusos Como ele julga todos até mesmo sem motivos e ele nunca está errado, você que é má Dói muito perceber que uma pessoa que você ama tanto não te faz bem e como você se doava tanto por alguém que não merecia e não faria nem a metade por você Todos já tinham se afastado dele, mas você continuava porque afinal todo mundo tem um lado bom, mas o lado ruim começou me sufocar de uma maneira imensurável Obrigada por esses anos de amizade, eu te perdoo, mas é melhor cada um seguir o seu caminho agora.

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Na maioria dos dias eu preferiria não sentir nada Mas as vezes eu só queria fugir Correr por aí Ver o pôr do sol pela última vez Sentir o vento bagunçando os meus cabelos Nunca mais voltar

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Não dormi direito Minha cabeça não para de pensar Meus olhos estão vermelhos de tanto chorar Minha cabeça dói Eu só quero paz Que esse sentimento passe de uma vez Os demônios morram Mas eles sempre voltam cada vez mais forte e aterrorizantes

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Ninguém fez nada Nada aconteceu Só é mais um dia Me matando aos poucos As lágrimas acumuladas nos olhos Embaçam minha visão Pessoas falando ao mesmo tempo Não entendo nenhuma palavra Ninguém realmente se importa “É frescura” “É coisa da sua cabeça” “Você é doente” As vozes gritam cada vez mais alto Me questiono da veracidade dos meus próprios sentimentos mesmo não conseguindo parar de chorar nem sequer por um único segundo Eu sinto que morro por dentro

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Um olhar Um sorriso Uma volta na rua Uma risada conjunta Um abraço Um obrigado Sentados na calçada fumando um cigarro Sob as marcas no chão de outras noitadas O céu nublado A rua deserta As luzes da cidade refletem nos seus óculos A minha tristeza te preocupa As nossas mentes conjuntas As risadas acabam O silêncio é o nosso maior aconchego Minha mente não para Enquanto a sua só descansa O copo de vidro escorrega das suas mãos Os mil pedaços que se formaram no chão São os nossos pequenos universos Que nunca se juntarão

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Voa passarinho,voa Mas na volta me busque Pra gente dar uma volta No final, me leve para o sofrimento outra vez Mas não fique comigo Você merece voar Se eu tivesse asas iria com você Mas como não tenho Vai lá! Aproveita por mim Mas na volta me busque Para gente dar uma volta Para eu aguentar mais tempo Sem você, meu mundo iria acabar Mas não fique comigo Você merece voar Vai lá 31


Com essa euforia toda eu poderia ganhar uma maratona Com essa ansiedade toda eu posso destruir tudo Com essa tristeza toda eu vou morrer

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Vulnerabilidade Solidão Ansiedade Medo SOCORRO! GRITO por dentro Não aguento VOU EXPODIR! CALMAAA! Ignora teus sentimentos Sorri Diz que está tudo bem por fora Mas não resta esperança por dentro

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Às vezes eu só quero chorar sem motivo mesmo sabendo o por quê Ás vezes eu só quero me distanciar de mim mesma Ás vezes eu só queria ter paz na minha cabeça turbulenta Ás vezes eu só queria um abraço Ás vezes eu não me importo de não ser compreendida Ás vezes eu queria que as coisas fossem diferentes Ás vezes eu sinto que aqui não é meu lugar Às vezes... E se as vezes não acontecerem as vezes e sim todos os dias? Às vezes é uma forma de me enganar

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Dentre as coisas que me fazem manter viva VocĂŞ ĂŠ uma delas

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folha 37


Sempre continua...

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Abrir e fechar No modo automรกtico

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Te ver e poder

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Olhar coisas assim Todos os dias

Sem a mínima importância Mas quando não estão lá...

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hรกlito bom lukoviske que disse

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Minha cultura

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Mouvement 46


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A relidade muda Quando a mente quer ela pode

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Poesia, Versos e Estrofes Marcas e histórias Assim é você

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ReligiĂŁo,

Se imposta na maneira errada... Nada tem a ver com o que prega Mas sim quem prega

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Agora ELE era herói Agora ELA era heroína Agora EU era Simplesmente era e sou

Agora ELE era herói Agora ELA era heroína Agora EU era Simplesmente era e sou

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Sempre continua...

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Notas sobre as autoras e o autor: Este é o primeiro livro escrito, ilustrado e fotografado pelas autoras e autor. A parceria dá-se a partir da afinidade que cada uma tem com a escrita e fotografia enfatizada com a sua liberdade poética. “Expresso através dos meus textos e fotos a forma como funciona a minha mente. Tento coLucas Loredo nectar cada texto a uma vivência experimental de momentos bons e talvez nem tanto. ” Ana Thaís, 19 anos. “A ideia de fotografar o meu momento atual surgiu a partir do ponto em que definimos sobre o que seria o livro. Isso é tudo muito sobre o que estou vivendo. Inicialmente, tivemos uma ideia e no decorrer todos concordaram que esse trabalho precisaria ter um peso mais emocional e o resultado foi totalmente inesperado”. Clara Lis, 20 anos.

Ana Thaís

“Retrato e escrevo a partir de barulhos que eu vivi”. Lucas Loredo, 21 anos. As autoras e o autor são estudantes do 5º período do curso de bacharelado em Jornalismo da Universidade Federal do Acre – UFAC. ig: @lukoviskie @anathaiscordeiro @claralismartins

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Clara Lis


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