Revista Arquitetura e Aço - Edição 37

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& ARQUITETURA AÇO

ARQUITETURA AÇO Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 37 março de 2014

Estádios da Copa 2014 O aço está presente em todos os projetos, contribuindo para a beleza e qualidade dos estádios


Guia Brasil da Construção em Aço

2014

FABRICANTES

SERVIÇOS

ŸDefensas de aço

ŸProteção térmica

ŸPainéis e divisórias

ŸTintas

ŸPortas e janelas em aço

ŸEstruturas em aço

ŸTelhas de aço

ŸPerfis de aço

ŸEngradamento de aço

ŸSteel deck

ŸParafusos e elementos de

ŸTubos de aço

fixação

ŸDistribuição e Centros de Serviço em

Aço

ŸProjetos e detalhamentos de

construções em aço

ŸGalvanização ŸSoftware para projetos em aço ŸMontagem de estruturas de aço

Faça download gratuitamente através do site

www.cbca-acobrasil.org.br Se sua empresa atua na cadeia produtiva da construção em aço e ainda não faz parte do Guia, participe e divulgue sua marca, produtos e serviços.

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ARQUITETURA&AÇO


editorial

o aço e sua contribuição para a copa Com trajetória ascendente no Brasil nos últimos anos, a construção em aço parece ter conseguido dar um salto tecnológico e de qualidade a partir das obras das arenas que receberão os jogos da Copa 2014. Presentes em todas as 12 arenas esportivas que abrigarão as partidas da competição, seja na estrutura principal ou no suporte de coberturas e fachadas, o aço ganhou uma ampla visibilidade aos olhos de todos, especialistas e leigos. Tudo isso deverá contribuir para propagar ainda mais as vantagens técnicas e estéticas das estruturas de aço, tornando-se um marco, um exemplo de aplicação do material, levando a uma quebra de paradigma na construção civil brasileira. Ao mesmo tempo, esta oportunidade que se abriu para o aço trouxe para o país diversas tecnologias e inovações nunca antes empregadas no Brasil, entre elas, o Big Lift (grande içamento), utilizado no Maracanã, no Estádio Nacional de Brasília e na Arena Fonte Nova. Outra questão a destacar é que a convivência mais estreita com as estruturas de aço, suas especificidades e características trouxeram um amplo aprendizado ao meio técnico nacional, incluindo arquitetos, projetistas estruturais, engenheiros e construtores. Os profissionais da área puderam conhecer, portanto, desde as soluções mais simples até as mais ousadas estruturas, com peças de grande porte, que chegam a pesar centenas de toneladas. O aço se sobressaiu também na questão da sustentabilidade construtiva das arenas da Copa 2014. Todas foram construídas com o objetivo de conquistar uma certificação ambiental e, neste aspecto, o aço também deu sua contribuição, proporcionando canteiros limpos, obras mais rápidas, com redução na geração de resíduos e entulho e, principalmente, durabilidade e possibilidade de reciclagem. Por fim, a beleza das novas arenas tem impressionado a todos, mostrando que os arquitetos souberam tirar partido da plasticidade do aço e de sua notável vocação de interação com outros materiais. Os profissionais buscaram, assim, formas inovadoras, leves, fluidas e impactantes, trabalhando em conjunto com membranas de alta tecnolo-

Ricardo Werneck

gia moldadas em ondas, folhas, mastros e até trama de cestos indígenas.


04.

08.

12.

26.

28.

30.

Divulgação Vigliecca

sumário Arquitetura & Aço nº 37 março 2014

entrevista

16

O arquiteto Sergio Coelho tira partido da leveza e simplicidade do aço acontece

Foto da capa: Fachada Arena Castelão, Fortaleza (CE)

34

As arenas do Grêmio e a Allianz Arena, do Palmeiras, adotam modernas coberturas de aço ENDEREÇOS

36


18.

22.

24.

32.

33.

34.

04. Arena Corinthians: treliças de aço contribuem para um vão livre de 120 m. 08. Maracanã: modernização do estádio tem aço como protagonista. 12 . Beira-Rio: estrutura se compõe de 65 pórticos de aço em formato de folha. 18. Arena Pantanal: flexibilidade com arquibancadas desmontáveis de aço. 22. Arena das Dunas: aço permite geometria curva. 24. Arena Castelão: mastros de aço destacam fachada. 26 . Arena Amazônia: aço sustenta fachada inusitada. 28. Arena Pernambuco: estrutura espacial dá suporte à cobertura de 22 mil m . 30. Arena Fonte Nova: estrutura de aço leve baseada no sistema de roda raiada. 32. Mineirão: cobertura tem 55 m em balanço. 33. Estádio Nacional de Brasília: 6,5 km de cabos de aço tensionados. 34. Arena da Baixada: estrutura de aço com vão livre central de 196 m. 2


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ARQUITETURA&AÇO


Fotos divulgação

gigante moderno Um dos destaques do uso do aço na Arena Corinthians é o enorme vão livre de 120 m de extensão entre as alas leste e oeste, e a cobertura, apoiada por treliças de aço de grandes dimensões, com até 75 m de comprimento, que pesam 120 toneladas

O escritório Coutinho Diegues Cordeiro

da oeste, de 6.900 m2 (170 m x 20 m), compos-

arquitetônica da Arena Corinthians, um dos

A arena está sendo construída pela Ode-

estádios mais complexos e onde será reali-

brecht Infraestrutura e, durante a Copa, terá

zado o jogo de abertura da Copa 2014, entre

capacidade para até 68 mil pessoas graças

o Brasil e a Croácia, além de outras quatro

ao conjunto de arquibancadas de aço remo-

partidas. De acordo com o arquiteto Aníbal

víveis, que acrescenta 20 mil assentos extras,

Coutinho, sócio do estúdio autor do projeto,

as quais serão utilizadas, posteriormente, em

trata-se do estádio mais moderno do mundo,

outros eventos, deixando o estádio com um

tanto pela concepção geral como pelo sistema

total de 48 mil lugares permanentes.

Arquitetos é responsável pela concepção

to por 1.080 peças de vidro e pontos de LED.

de iluminação (de 5 mil lux), apropriado às

Com previsão de entrega para abril de

transmissões em 3D para a televisão. O gra-

2014, a Arena Corinthians tem contribui-

mado será irrigado, ventilado e refrigerado

ção significativa do aço em sua concepção

periodicamente. Sem falar no telão da facha-

arquitetônica, sobretudo na cobertura, que

A arena terá capacidade para até 68 mil pessoas graças ao conjunto de arquibancadas de aço removíveis, que serão utilizadas depois em outros eventos ARQUITETURA&AÇO

5


Divulgação

Dez treliças de aço, de 120 toneladas cada, apoiam a cobertura

funciona como uma quinta fachada. Concebi-

>

da pelo escritório alemão Werner Sobek (seu

Arquitetos

titular é professor do Instituto de Estruturas

>

Área construída: 189 mil m²

da Universidade de Stuttgart), a cobertura é

>

Aço empregado: tubos

apoiada por dez treliças de aço de grandes

estruturais sem costura

dimensões, de até 75 m de comprimento, que

A572 GR50

pesam 120 toneladas cada, içadas por guin-

>

daste de alta capacidade.

>

Um dos destaques é o enorme vão de

Werner Sobek (concepção);

das do setor Leste e Oeste, em balanço. Depois

Andrade Resende/Emasa

corintiano será coberto por membrana termoplástica de poliolefino flexível instalada sobre telhas de aço.

(detalhamento da estrutura de aço) >

Fornecimento da estrutura de aço: Brafer/Alufer

>

Fornecimento da estrutura de aço das arquibancadas de aço:

Os componentes metálicos da cobertura

ARQUITETURA&AÇO

Projeto estrutural:

120 m de extensão, apoiado nas arquibanca-

as arquibancadas Leste e Oeste, o estádio

6

Volume de aço: 10 mil t cobertura de aço,

que as peças de aço estiveram dispostas sobre

As arquibancadas provisórias da Arena Corinthians em nada diferem das do restante do estádio. São 17.600 assentos nos setores Norte e Sul, 1.200 no setor Leste e 1.000 no setor Oeste. As arquibancadas dos setores Norte e Sul medem 100 m de comprimento, 30 m de altura e 43 m de profundidade, totalizando 19.800 assentos

Projeto arquitetônico: CDC

Fast Engenharia

foram fabricados pela Brafer, em conjunto

(1.400 t de perfis laminados;

com a Alufer, tendo as peças sido fabrica-

50 t de estacas de aço;

das nas unidades industriais das empresas e

250 t estruturas tubulares com

montadas no canteiro. A complexidade das

abraçadeiras; 200 t de estruturas

estruturas exigiu, ainda, ensaios em túnel de

tubulares de encaixe)

vento, que ajudaram a definir desde os ajus-

>

Infraestrutura

tes necessários para evitar vibrações até o tipo de parafuso a ser empregado.

Execução da obra: Odebrecht

>

Local: São Paulo, SP

O conjunto possui uma planta retan-

>

Data do projeto: 2011

gular, composta por quatro alas, que, nas

>

Conclusão da obra: 2014


partes inferiores, conectam-se pelas arquibancadas. No formato definitivo – depois de retirado o conjunto de arquibancadas temporárias, os setores Norte e Sul terão apenas arquibancadas inferiores, mas também se comunicarão pelo alto por uma cobertura ligeiramente arqueada, que protegerá parte dos assentos. A cobertura do estádio, por sinal, apresenta um desnível de 6 m entre os setores Leste e Oeste, o que, de acordo com Aníbal Coutinho, favorece a ventilação e a

Atração especial é o telão da fachada oeste, de 6.900 m2 (170 m x 20 m), composto por 1.080 peças de vidro e pontos de LED

Fotos divulgação

acústica do estádio. (A.M.) M


Rejuvenescimento estrutural Com o uso do aço, o projeto modernizou as estruturas do estádio, mas preservou as características de um dos maiores ícones mundiais da história do futebol


A estrutura de aço é constituída por mastros e treliças produzidas com peças tubulares que se unem a anéis de compressão e tensão

A tarefa de renovação do histórico

estádio do Maracanã (Estádio Jornalista

Mário Filho), no Rio de Janeiro, construído para a Copa de 1950 e parcialmente tombado pelo patrimônio histórico, não foi simples. O escritório responsável pelo projeto de adequação foi o paulistano Fernandes Arquitetos. Em várias ocasiões, seu titular, arquiteto Daniel Fernandes, explicou que o conceito do projeto procurou modernizar as estruturas do estádio, preservando, porém, as mais marcantes características do conjunto, um dos maiores ícones mundiais da Getty images/Buda Mendes

história do futebol. Terminada a obra, como o estádio foi inaugurado na metade do ano passado para a Copa das Confederações, da parte externa nota-se muito pouco as alterações realizadas. Mesmo a nova cobertura é praticamente imperceptível. Fernandes conta que o novo Maracanã “nasceu dentro do antigo, de forma a não substituir o existente, mas, sim, renová-lo”.

A maior mudança foi a alteração da geometria das arquibancadas, com remoção de parte dos anéis, sem a qual não se conseguiria ajustar a visibilidade aos padrões da Fifa

Neste processo, algumas estruturas deixaram de existir e novos elementos foram incorporados às partes remanescentes. “Foi uma renovação dos seus órgãos vitais”, compara o autor. A mudança mais impactante foi a remoção de parte dos anéis das arquibancadas, sem a qual não se conseguiria ajustar a visibilidade aos padrões da Fifa. A alteração da geometria das ARQUITETURA&AÇO

9


Divulgação >

Projeto arquitetônico: Fernandes Arquitetos

>

Área construída: 240 mil m²

>

Aço empregado: ASTM-A36 e ASTM-A572 GR50

>

Volume de aço: 2.460 t (cobertura); 4.900 t (arquibancada)

>

Projeto estrutural: Schlaich, Bergermann & Partner; Knut Göppert e Knut Stockhusen (cobertura)

>

Fornecimento da estrutura de aço da cobertura: Usiminas Mecânica (detalhamento, fabricação, pré-montagem na fábrica, pintura e transporte)

>

rojeto estrutural das estruturas em aço P das arquibancadas: Casa Grande Engenharia

>

ornecimento da estrutura de aço das F arquibancadas: Usiminas Mecânica e Brafer

>

Execução da obra: Consórcio Maracanã Rio 2014

>

Local: Rio de Janeiro, RJ

>

Data do projeto: 2010

>

Conclusão da obra: 2013

(detalhamento, fabricação, pintura e transporte) (Odebrecht Infraestrutura e Andrade Gutierrez)

10 ARQUITETURA&AÇO

Ricardo Werneck

Parte das arquibancadas do Maracanã tem estrtutura de aço


arquibancadas, explica Fernandes, foi impor-

por meio de aparelhos de medição a laser,

tante também para conquistar espaços antes

para haver a garantia de uma montagem

vazios no estádio.

perfeita no campo”, diz o engenheiro Fabio

Em relação à cobertura, o aço tomou o lugar do concreto. O autor lembra que, no iní-

Bonfim Medeiros, gerente comercial da Usiminas Mecânica.

cio, pretendia preservar a marquise de concre-

Já a Brafer forneceu 2.450 toneladas de

to existente, cujo balanço alcançava cerca de

estruturas de aço entre colunas, vigas de

30 m – sua intenção era estendê-la por meio

sustentação e estruturas da arquibancada,

de uma estrutura leve, de forma a alcançar 69

compostas por perfis laminados e soldados.

m e cobrir a totalidade dos assentos. Porém, a

“O maior desafio foi acompanhar o formato

análise da situação da estrutura da cobertura

elíptico do estádio, pois essa é uma configu-

– efetuada pela empresa Schlaich Bergerman

ração extremamente desafiadora”, informa

und Partner, que tem sua sede em Stuttgart,

Maurício Giacomel, gerente de contratos da

na Alemanha – concluiu que o concreto e as

Brafer. Por se tratar de uma reforma, parte

armaduras estavam em condições ruins, não

da estrutura em concreto foi mantida, sendo

podendo ser aproveitados, o que forçou uma

necessário um trabalho meticuloso para a

revisão da ideia inicial.

integração com a de aço. (A.M.) M

Havia a intenção de preservar a marquise de concreto, com balanço de 30 m, mas a estrutura estava comprometida, o que levou à solução com estruturas de aço

A nova solução, em estrutura de aço, consiste no princípio da roda raiada, constituída por mastros e treliças produzidas com peças tubulares que se unem a anéis de compressão e tensão. Sobre o topo dos pilares do estádio, foi montado um anel de compressão externo e sobre ele, aparelhos móveis de apoio. A estrutura total alcança 295 m na direção longitudinal e 258 m na transversal – a altura máxima de sua borda interna sobre o campo é de 35 m. Além do anel da borda externa (sobre os pilares), a cobertura possui outros três anéis (de tensão) na parte interna. Dois deles estão localizados um acima do outro, porém separados por mastros suspensos – o terceiro é o que arremata a roda na parte interna. Os anéis (de compressão e tensão) são conectados por cabos de aço dispostos em formação radial. A nova estrutura da cobertura obedece à malha original do estádio com 60 vigas, cada uma pesando aproximadamente 40 t, com 2,5m de largura e 15m Getty images/Buda Mendes

de comprimento. Cerca de 4.910 t das estruturas das arquibancadas e do anel de compressão foram fabricadas e pré-montadas na unidade industrial da Usiminas Mecânica, para depois serem transportadas para o local da obra. “Ainda na fábrica, as dimensões dos conjuntos pré-montados foram todos verificados

A estrutura alcança 295 m na direção longitudinal e 258 m na transversal; a altura máxima de sua borda interna sobre o campo é de 35 m ARQUITETURA&AÇO

11


envelope de luxo A nova “roupa de gala” que veste o Beira-Rio, esteticamente um dos mais impactantes estádios da Copa 2014, foi possível graças à utilização de estrutura de aço composta por 65 pórticos de aço em formato de folha

Por pouco mais de um ano, o Grêmio de

esportivo, remodelação orientada pelo projeto

– seu eterno rival –, pelo menos no que refere

Esteticamente um dos mais impactan-

à realização de jogos em um estádio mais

tes estádios da Copa 2014, o Beira-Rio poderá

moderno. Porém, até o início de março, o

receber público de 51.300 pessoas. Ao contrá-

Colorado, como também é conhecido o Inter,

rio, porém, de parte dos estádios que serão uti-

deve estar com o Estádio Beira-Rio (ou José

lizados no torneio, depois da competição, sua

Pinheiro Borda) completamente liberado

capacidade aumentará para até 56 mil luga-

para a realização de jogos, e seus torcedores

res. Além da beleza, o clube investiu também

(e adversários) poderão conhecer as virtudes

na comodidade dos torcedores (em alguns

que sua modernização agregou ao conjunto

lugares, a altura dos degraus da arquibancada

Porto Alegre esteve à frente do Internacional

12 ARQUITETURA&AÇO

de arquitetura do escritório Hype Studio.


Hype Studio

A parte mais visível da notável reformulação do Beira-Rio é a cobertura. Mas o aço também tem participação até nas fundações, executadas em estacas de aço

aumentou de 60 cm para 90 cm) e também

translúcidas e opacas, foi executada uma

num moderno sistema de iluminação, dez

estrutura de aço composta por 65 pórticos de

vezes mais potente do que o anterior.

aço em formato de folha.

A intenção dos arqui-

A “roupa de gala” que

tetos e da direção do

veste o Beira-Rio estava

clube era que o estádio se transformasse num ícone arquitetônico da capital gaúcha. E foi o que aconteceu. A parte mais visível da notável reformulação é a cobertura das arquibancadas. E é neste item que o aço tem sua participação ainda mais efetiva, apesar

A estrutura de aço que sustenta cada uma das 65 folhas tem peso de 40 toneladas, com 38 m de altura por 53 m de largura

presente no projeto do Hype Studio, mas os ajustes para torná-la mais adequada (e financeiramente exequível) couberam à Simon Engenharia, que elaborou o projeto estrutural, modificando parcialmente a ideia inicial de ter a envoltória independente da estrutu-

de ter sido utilizado até

ra de concreto existente,

nas fundações, executa-

em razão dos custos que

das com estacas de aço. Para receber a cober-

a solução acarretaria. A nova solução repre-

tura, uma membrana autolimpante de PTFE

sentou, ao final, uma economia de cerca de

(politetrafluoretileno), que alterna películas

R$ 30 milhões. A montagem da cobertura foi ARQUITETURA&AÇO

13


Hype Studio

14 ARQUITETURA&AÇO

Fotos divulgação

A estrutura de aço, composta por 2.150 toneladas de tubos estruturais, está apoiada em dois pontos na linha externa e nos pórticos de concreto existentes


>

>

>

Projeto arquitetônico:

realizada pelo lado externo do estádio, uma

guindastes, com capacidade para 100 e 250

Projeto arquitetônico: Hype Studio Arquitetura e Santini e Rocha Arquitetos (executivo)

vez que a construtora não poderia entrar

toneladas. Num segundo momento, foram

com guindastes no campo. O aço usado na

içadas as duas últimas partes, que cobriram

cobertura do Beira-Rio também terá maior

as arquibancadas. A estrutura de aço de cada

área da cobertura, 25 mil m²

durabilidade, pois passou por processo de gal-

uma das 65 folhas tem peso de 40 tonela-

Aço empregado: tubos

vanização, que confere proteção extra contra

das, e 38 m de altura por 53 m de largura, e

a corrosão.

também sustentará os telões que exibirão

Área construída: 108 mil m²;

estruturais sem costura >

Volume de aço: estrutura da cobertura, 2.150 t; fundações (estacas de aço), 17.100 m; e estrutura de aço interna, 752 t

Na solução adotada, a estrutura de concreto existente (que foi reforçada) absorve

detalhes dos jogos e os equipamentos de iluminação do campo de jogo.

os esforços verticais e horizontais e os pila-

Montados na estrutura de aço da cober-

res externos (com fundação em estacas-raiz)

tura, por meio de tirantes metálicos, estão

Engenharia

ancoram os pórticos em forma de folha. A

também 55 skyboxes (camarotes), locali-

>

ornecimento da estrutura F de aço: Sulmeta

estrutura de aço é composta por 2.150 tone-

zados acima da arquibancada superior do

ladas de tubos estruturais circulares sem cos-

estádio. Para acomodá-los, foi necessário

>

Execução da obra:

tura, e está apoiada em dois pontos na linha

remover a antiga marquise de concreto, que

externa e nos pórticos de concreto já existen-

cobria um terço da arquibancada superior.

tes. De cada ponto sai uma mão-francesa com

A estrutura foi serrada e retirada com guin-

>

Projeto estrutural: Simon

Holding Beira Rio S.A. (Brio) - Construtora Andrade Gutierrez >

Local: Porto Alegre, RS

balanço de 42 m (até onde vai a cobertura).

dastes, preservando-se 4 m que serviram

>

Data do projeto: 2010

Na primeira etapa, as estruturas foram mon-

de base para a ancoragem da nova estrutura

>

Conclusão da obra: 2014

tadas no chão e erguidas por meio de dois

de aço. (A.M.) M


Aço, protagonista da Copa 2014

Sergio Coelho, um dos titulares da GCP Arquitetos, de São Paulo (SP), tem projetado, ao longo dos últimos anos, diversas obras em aço. Para a Copa 2014, o escritório foi responsável pelo projeto da Arena Pantanal, em Cuiabá (MT), que, segundo Coelho, é o resultado de anos de experiência da GCP no uso de estruturas de aço. “A expressão de leveza e simplicidade da estrutura de aço pode ser fundamental na concepção de um bom e criativo projeto de arquitetura. Acredito que a Copa vai ajudar a difundir o aço como solução arquitetônica no Brasil”, declara o arquiteto.

AA – Qual a importância do aço na constru-

caso da Arena Pantanal, a experiência foi

e o potencial do aço foram bem aproveitados

ros da Sinclair Knight Merz (SKM), de Londres,

Sergio Coelho – O aço é um elemento básico

estrutural. Eles haviam feito o projeto de

ção dos estádios da Copa 2014? A linguagem

enriquecedora, pois trouxemos os engenhei-

nos projetos arquitetônicos?

que trabalharam conosco na conceituação

em projetos de estádios e ginásios fora do

estrutura de aço desmontável do ginásio de

Brasil e, na Copa 2014, acredito que a impor-

basquete das Olimpíadas de Londres, em 2012.

tância das soluções arquitetônicas em estru-

Isso possibilitou à GCP desenvolver a solução

tura de aço, assim como de tensoestruturas,

inédita no Brasil: um estádio com capacidade

será finalmente destacada. Como

flexível. Após a Copa 2014, o Governo do Mato

neto e bisneto de engenheiros fer-

Grosso poderá desmontar as arquibancadas

roviários, talvez haja um pouco de

superiores, norte e sul, da Arena Pantanal,

craftsandart britânico circulando

remontando-as em estádios menores no inte-

no meu sangue. A expressão de

rior do estado.

As obras da Copa 2014 vão ajudar a difundir o aço como solução arquitetônica”

leveza e simplicidade da estrutura de aço pode ser fundamental na concepção de um bom e criativo projeto de arquitetura. Sou otimista, e por isso acredito que a Copa vai ajudar a difundir o aço como

AA – Como foi concebida a cobertura e quais

as características e desafios tecnológicos da execução?

SC – Na Arena Pantanal, optamos por utilizar tecnologia simples, evitando altos custos e

solução arquitetônica. O público irá

gargalos de tempo e logística. A estrutura foi

apreciar as belas soluções de cober-

concebida para ser fabricada e montada no

turas das 12 arenas.

Brasil. Apesar da simplicidade, a solução de quatro panos independentes de cobertura,

16 ARQUITETURA&AÇO

AA – Como foi a experiência com a Arena

pendurados em pórticos com vão livre de até

bilitaram a flexibilização da capacidade

do projeto e na montagem. O içamento e a

SC – O projeto da Arena Pantanal é o resul-

pórticos, a 40 m do chão, exigiu know-how e

Pantanal, cujas soluções em aço possi-

140 m, houve desafios no desenvolvimento

do estádio?

instalação das treliças da trave superior dos

tado de anos de experiências da GCP no uso

equipamentos sofisticados. Sem dúvida, esta

de estruturas de aço, que teve início em 1998

foi a operação mais delicada e interessante

com a planta industrial da Unilever (GO). No

de toda a obra.


sustentabilidade-legado-requalificação urba-

na Arena Pantanal? O aço conferiu maior

na foi a chave do nosso projeto.

dos prazos?

AA – É perceptível o uso mais intensivo do

estrutura de aço, já que seu emprego deu uma

tetos brasileiros?

velocidade à obra e ajudou no cumprimento SC – Fiquei muito feliz com o resultado final da personalidade única ao empreendimento. Além da questão da flexibilização de capacida-

aço nos projetos das novas gerações de arquiSC – Sim. Por exemplo, em São Paulo, meus colegas de geração, ou mais novos, têm feito uso

de, havia naturalmente uma intenção estética

constante do aço, em diálogo com outras solu-

com o uso do aço. O contraponto resultou do

ções como concreto, tensoestruturas, madeira

fato de termos uma base sólida, composta pela

etc. O apelo visual do aço é indiscutível. Por

arquibancadas inferiores, de concreto, muros

isso, é muito importante a divulgação massiva

de arrimo e gabiões, e um fechamento com-

de projetos internacionais, mostrando custos

posto pelos pórticos em aço e manta de PVC,

mais competitivos do que no passado, susten-

que suportam as delgadas e aerodinâmicas

tabilidade e boa aceitação pelo cliente final.

coberturas metálicas. Ficou realmente espeta-

Além disso, vem ocorrendo um aumento do

cular. Das diversas fases da construção, desde a

número de projetistas de engenharia metálica

terraplanagem até as instalações elétricas e de

com “cabeça aberta”, o avanço nos softwares

TI, acredito que a que teve o melhor andamen-

de cálculo, construtoras e a melhoria dos fabri-

to e maior qualidade foi justamente a monta-

cantes e montadoras de estruturas de aço.

gem das estruturas de aço.

Apesar disso, sendo bem realista, muito há que

“O público irá apreciar as belas soluções de coberturas em aço dos 12 estádios

AA – Quais as premissas de projeto da GCP

se avançar ainda. (H.M.) M AA – Até que ponto os estádios da Copa

ajudam na valorização urbanística das cidades-sede?

SC – As concepções das 12 arenas são bas-

tante distintas e as estratégias urbanísticas também. Há casos em que o estádio foi concebido isoladamente, funcionando como “âncora” para o desenvolvimento urbano, como a Arena Pernambuco. Outros são reformas de estádios já consolidados como marco urbano, como o Maracanã, o Beira-Rio, o Fonte Nova e o Castelão. Em outras arenas, houve alterações importantes e inteligentes nas relações com o entorno, como no Mineirão. Em Manaus e Brasília, as arenas se relacionam mais com os equipamentos do entorno e menos com a cidade. Enquanto a Arena da Baixada traz um belo conceito de estádio absolutamente urbano, “na calçada”. Já na Arena Pantanal acredito que a valorização urbanística e o legado foram mais considerados, resultando em um projeto em que o estádio é o tema, ao lado do parque com esplanadas, com área de 300 mil m2 , espelhos d’água, jardins etc. O tripé ARQUITETURA&AÇO

17


capacidade flexível Com 44 mil assentos, a Arena Pantanal conta com a alternativa de reduzir sua capacidade para 30 mil lugares depois da Copa. A opção, que só pode ser oferecida pelo aço, se dá por causa do sistema de pilares e vigas aparafusados de parte das arquibancadas e da cobertura metálica

Com coordenação do escritório de

multiuso para apresentações esportivas, cul-

Stadia, em parceria com o escritório alemão

Inserido em um amplo conjunto arquite-

GMP Architekten, especializado em arquitetu-

tônico adequado à realidade local de Cuiabá,

ra esportiva, o projeto da Arena Pantanal, em

a área onde se insere a Arena Pantanal ocupa cerca de 300 mil m2, no terreno que abrigou

arquitetura GCP, juntamente com o Grupo

Cuiabá (MT), foi concebido como complexo

18 ARQUITETURA&AÇO

turais e de entretenimento.

O estádio é formado por quatro módulos independentes, com extremidades abertas para propiciar ventilação cruzada. Arquibancadas provisórias em aço podem ser desmontadas


Fotos Assessoria Secitec

o Estádio Governador José Fragelli (Verdão),

>

Projeto arquitetônico: GCP Arquitetos e Grupo Stadia

>

Área construída: 77 mil m²; cobertura, 26,8 mil m²

>

Aço empregado: perfis

próximo do centro da capital matogrossense, que teve de ser demolido. No entanto, houve a reciclagem do aço e resíduos de demolição do estádio antigo.

estruturais em aço ASTM A572 GR50

O principal diferencial da concepção arquitetônica da Arena Pantanal é que o con-

>

Volume de aço: 9 mil t

junto de arquibancadas, que tradicionalmen-

>

Projeto estrutural: Ponto de Apoio e Sinclair Knight Merz (conceitual)

>

ornecimento da F estrutura de aço da arquibancada, cobertura e fechamento: MV

te envolve todo o gramado, está dividido em quatro módulos independentes, com as extremidades abertas para propiciar a ventilação cruzada. Outra solução que se destaca foi a flexibilização da capacidade, de 44 mil luga-

Construções Metálicas Estruturas da arquibancada, cobertura e fechamento (7.600 t); estruturas espaciais Entap Engenharia e Construções

res, que pode ser reduzida para 30 mil lugares, opção que só pode ser oferecida pelo aço graças à desmontagem das arquibancadas e coberturas metálicas, com pilares e vigas de aço aparafusadas.

>

Os setores Norte e Sul têm seus níveis inferiores executados em concreto pré-moldado. Mas, a partir do nível 30, entram os elementos de aço aparafusados, fixados no topo da estrutura de concreto, que permitem

Execução da obra: Consórcio Santa Bárbara/ Mendes Junior

>

Local: Cuiabá, MT

>

Data do projeto: 2009-2010

>

Conclusão da obra: 2014

a desmontagem destas porções da arena. A remontagem da estrutura de aço poderá servir a estádios menores, de outras cidades do Mato Grosso. Além disso, pelo fato de as ARQUITETURA&AÇO

19


Divulgação

Inserido em um amplo conjunto arquitetônico, adequado à realidade local de Cuiabá, a área onde se insere a Arena Pantanal ocupa cerca de 300 mil m2

estruturas de aço serem galvanizadas, sua

de arrimo e gabiões”. Para Coelho, de todas as

durabilidade será maior.

várias etapas da obra da Arena Pantanal, a

Para dar unidade aos quatro módulos

que teve maior velocidade e qualidade foi a

independentes, a estrutura de aço é toda

montagem das estruturas de aço.

revestida com membrana perfurada compos-

A arena conta, ainda, com espelhos d'água

ta de PVC (50%) e fibra têxtil (50%), na cor

sombreados, que funcionarão como umidifi-

verde, que envolve todo o estádio. Além da membrana, a cobertura da arena é composta por telhas metálicas trapezoidais (com isolamento térmico) e policarbonato alveolar, em um total de 26,8 mil m2.

Estética do aço

Segundo o arquiteto Sergio Coelho, da GCP Arquitetos, a estrutura de aço propor-

cadores do ambiente, além

A estrutura de aço do estádio é revestida com membrana perfurada composta de PVC (50%) e fibra têxtil (50%), na cor verde

cionou uma originalidade à

20 ARQUITETURA&AÇO

do uso intenso de vegetação, inclusive na parte interna da arena, que permitirá sombreamento e aumento da umidade. Ao redor da arena, fontes e espelhos d'água, além do paisagismo com espécies nativas, contribuirão para a diminuição da temperatura, e evitarão a formação de ilhas de calor. Entre várias soluções sustentáveis,

o

projeto

Arena Pantanal. O arquiteto afirma que utili-

conta também com estação de tratamento

zou o aço em razão de suas amplas possibili-

de parte do esgoto gerado no local. Haverá

dades estéticas, e também porque permitiu

um sistema de captação de água da chuva

o melhor equacionamento da flexibilização

para reuso, com expectativa de atingir uma

da capacidade do estádio. “O aço presente na

redução de 35% no consumo de água. Além

cobertura metálica proporcionou leveza ao

da iluminação com LEDs, estão presentes o

projeto, combinando-se com a base sólida de

aquecimento solar, madeira certificada e edu-

concreto das arquibancadas inferiores, muros

cação ambiental. (H.M.) M



Movimento em ondas A aplicação do aço na cobertura da Arena das Dunas, em Natal, possibilitou a leveza e a beleza da geometria, cujo projeto arquitetônico reinterpretou as formas sinuosas das dunas presentes na paisagem local

Inaugurada na segunda quinzena de

As junções das peças são o diferencial, pois

janeiro de 2014, a Arena das Dunas, em Natal

em lugar de soldadas são rosqueadas numa

(RN), se inspira na paisagem predominante da

peça cilíndrica que garante segurança. Cada

região, incorporando em sua concepção arquitetônica uma reinterpretação das formas

um dos módulos tem diferentes dimensões e somam 28 mil m2 de estrutura espacial. O

ondulantes da paisagem local. O projeto bási-

sistema baseia-se na construção de malhas

co, do escritório norte-americano Populous,

espaciais, com nós esféricos e barras tubulares

concebeu este formato para proteger os

aparafusadas, favoráveis à execução de cober-

espectadores da luz solar direta e, ao mesmo

turas de grandes vãos.

>

Projeto arquitetônico: Populous (projeto básico); Grupo Stadia (projeto pré-executivo, executivo e coordenação multidisciplinar das engenharias); Coutinho Diegues Cordeiro e Felipe Bezerra Arquitetos

>

Área construída: 78 mil m²

>

Aço empregado: aços estruturais

>

Volume de aço: 1.366 t

tempo, permitir a captação e circulação do ar

Em razão da configuração ondulada da

>

Projeto estrutural: Enpro

pelas arquibancadas, reduzindo a carga térmi-

envoltória, a cobertura harmoniza três siste-

>

ca incidente.

mas de fechamento da estrutura de aço, entre

Fornecedor da estrutura de aço: Lanik do Brasil

Elemento mais visível do estádio, a aplica-

eles o de telhas zipadas de perfil paralelo e

ção do aço na cobertura da Arena das Dunas

telhas calandradas. Estas últimas, utilizadas

é exatamente o que possibilitou a leveza e

pela primeira vez no país, constituíram as áreas

beleza de sua geometria curva, destacando

de duplas curvaturas. A produção das telhas

a arena como um marco urbano na cidade.

foi executada na obra, em unidades móveis de

Executados em estrutura espacial, os módulos

perfilação. Cerca de 20% do sistema da cobertu-

independentes, em formato de pétalas, foram

ra-fachada incorpora o policarbonato alveolar

içados em três partes e estão acoplados à

aplicado sobre caixilho metálico, a fim de pro-

estrutura de concreto que os suporta. Os espa-

porcionar sombreamento e reduzir a insolação

ços que separam as 20 pétalas asseguram,

no gramado. Um sistema de calhas recolherá a

ainda, iluminação e ventilação naturais no

água das chuvas que escoa da cobertura, possi-

interior da arena. As estruturas foram monta-

bilitando a utilização da água em vasos sanitá-

das no chão.

rios e para regar o gramado. (A.M.) M

22 ARQUITETURA&AÇO

(detalhamento, fabricação e montagem); e Bemo (projeto executivo, fabricação e montagem das telhas) >

Execução da obra: Consórcio OAS Coesa

>

Local: Natal, RN

>

Projeto: 2008-2010

>

Conclusão da obra: 2014

Cada um dos módulos metálicos, cujas junções são rosqueadas, tem diferentes dimensões, somando 28 mil m2 de estrutura espacial


ARQUITETURA&AÇO

23

Divulgação

Getty images/Friedemann Vogel


mastros metálicos

Na Arena Castelão (Estádio Governador

zação das instalações do Castelão foi desen-

Plácido Castelo), em Fortaleza (CE), remodela-

volvido pelo escritório Vigliecca & Associados,

da para receber os jogos da Copa 2014, a pri-

de São Paulo.

meira a ficar pronta, o que mais se destaca é a

A estrutura de aço da cobertura e da facha-

sua bela fachada, na qual foram utilizadas 80

da é outra atração à parte. Composta por 60

toneladas de chapas expandidas de aço inoxidável (12 mil m2) e, próximo à entrada prin-

pórticos treliçados feitos de tubos metálicos,

cipal, foram instalados 2,9 mil m2 de vidro.

A estrutura de aço que une cobertura e fachada é composta por pórticos treliçados formados por tubos metálicos

em formato semelhante ao mastro de um barco à vela, com 50 m de altura e 25 toneladas

A opção pelo inox foi levada em conta por

cada, eles se posicionam a cada 14 m. Além

causa da durabilidade proporcionada, prin-

de fornecerem um ar contemporâneo à arena,

cipalmente em áreas de atmosfera marinha,

interagindo com os pórticos de concreto exis-

como a de Fortaleza, que necessitam de mate-

tentes, recebem parte dos esforços e absorvem

rial resistente à corrosão. O aspecto estético

as vibrações causadas pela torcida durante as

também pesou na decisão, pois o material

partidas. Além disso, os pórticos servem de

conferiu uma aparência moderna ao estádio.

apoio aos tirantes que sustentam a cobertura,

O projeto de reforma, ampliação e moderni-

de telhas de aço galvanizado com isolamento

24 ARQUITETURA&AÇO

Divulgação Vigliecca

Com uma fachada impactante, onde foram utilizados 12 mil m² de chapas de aço inox, além da estrutura de pórticos treliçados, semelhante ao mastro de um barco à vela, a Arena Castelão foi a primeira obra da Copa a ser entregue

Os 60 pórticos têm 50 m de altura e pesam 25 toneladas cada, interagindo com a estrutura de concreto existente


Divulgação Vigliecca

Outro ponto importante da adaptação do

>

estádio consistiu na aproximação da área em que ficam os torcedores nas cadeiras inferiores do gramado. Com a reforma, esta distância caiu de 40 m para apenas 10 m. Também

>

Área construída: 162.600 m²; área da cobertura, 33 mil m²

>

Aço empregado: aços com tensão limite de escoamento iguais ou superiores a 350 MPa

foram realizadas mudanças nas cabines de imprensa, camarotes, vestiários, túneis de

>

Fachada em inox: Permetal Metais Perfurados (chapas expandidas em aço inox - 80t)

>

Volume de aço: 3.300 t

>

Projeto estrutural: Pengec Engenharia e Consultoria e Projeto Alpha; Flávio d’Alambert (cobertura)

>

ornecedor da estrutura de F aço: Martifer

>

Execução da obra: Galvão e

acesso ao campo e nas cadeiras do estádio, todas retráteis, entre outros pontos. Além disso, o estádio contará com um novo estaciotermoacústico. Na extremidade interna da

namento para 1.900 veículos.

Projeto arquitetônico: Vigliecca & Associados

cobertura, telhas de policarbonato transpa-

Houve ainda um cuidado, por parte dos

rente vão contribuir com a iluminação natural.

arquitetos, em preservar algo do jeitão do

Por sua complexidade, a estrutura passou

antigo Castelão para deixar o torcedor cea-

por ensaio em túnel de vento no Instituto de

rense mais à vontade com a mudança. Esta

Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT), com

premissa valeu para a parte interna do está-

o objetivo de otimizar seu dimensionamen-

dio. O anel superior foi praticamente man-

>

Local: Fortaleza, CE

to. E, como fica a uma determinada distância

tido, mas houve a eliminação da pista de

>

Data do projeto: 2008-2010

dos painéis da fachada, ela funciona também

atletismo, que abriu espaço para um novo

>

Conclusão da obra: 2012

como um colchão de ar, permitindo que a brisa

anel inferior. Esta operação aumentou a

marítima se infiltre por este caminho, propi-

capacidade do estádio de 60 mil para 64 mil

ciando maior conforto térmico ao estádio.

lugares. (H.M.) M

Divulgação Secopa

Andrade Mendonça

ARQUITETURA&AÇO

25


Impacto estrutural A Arena Amazônia, em Manaus, utilizou o aço em uma robusta estrutura, que pesa cerca de 6,8 mil toneladas, no formato de um grande cesto indígena, contando com 72 módulos em forma de X

Concluída em fevereiro de 2014, a

para 44,5 mil torcedores, 400 vagas de esta-

Arena Amazônia, em Manaus (AM), cons-

cionamento subterrâneo, acessibilidade para

truída pela Andrade Gutierrez, já exibe sua

portadores de necessidades especiais, restau-

robusta estrutura de aço no formato de um

rante, sistema de aproveitamento de água

grande cesto indígena, além de poltronas

da chuva, estação de tratamento de esgoto e

nas cores de frutas regionais, como bana-

ventilação natural para redução do consumo

na, melão, laranja, abacaxi, goiaba e mamão.

de energia.

O antigo estádio Vivaldo Lima teve de ser

A estrutura de aço é responsável pela

demolido. A arena conta com capacidade

sustentação da fachada e da cobertura, e é

26 ARQUITETURA&AÇO

Constituída por 756 peças que compõem 72 módulos em formato de X, a estrutura de aço pesa 6,8 mil toneladas


Fotos divulgação >

revestida por membrana branca de PTFE

Durante a montagem da estrutura foi neces-

(politetrafluoretileno), translúcida e semi-

sário executar um criterioso cimbramento

translúcida, o que proporciona não apenas

(estruturas provisórias) para sustentar os 41 m

conforto acústico, mas também redução na

de vão livre, em balanço, da cobertura. No

carga térmica do estádio. O projeto arquite-

total, foram utilizadas 36 peças para o travamen-

tônico foi desenvolvido pelo escritório ale-

to (horizontal), e 32 torres de apoio com 20 m

mão Von Gerkan, Marg und Partners (GMP),

de altura para o travamento vertical. Após a

que elaborou também os principais estádios

conclusão da montagem, ocorreu a operação

da Alemanha, China e África do Sul.

de descimbramento, com a liberação dos tra-

Composta por 756 peças que compõem

vamentos horizontais, o rebaixamento dos

72 módulos em formato de X, e peso de cerca

macacos hidráulicos e a transferência de carga

de 6,8 mil toneladas de aço, a estrutura con-

das torres de apoio provisórias para os anéis de

tou com 3.600 m lineares de solda para unir

tração e compressão da estrutura de aço.

as 504 vigas metálicas. Quatro unidades

O procedimento envolveu cerca de 100

de produção foram instaladas no canteiro

pessoas, incluindo equipes de coordenação

para a montagem dos módulos, cujo peso

e de execução, engenheiros, projetistas e

é de 90 toneladas cada um. Na medida em

arquitetos das empresas que participaram

que ficavam prontos, dois guindastes, com

da obra, tais como a construtora, o fabricante

capacidade para 750 toneladas, foram uti-

da estrutura, o projetista estrutural, os arqui-

lizados para erguê-los. Para a composição

tetos e o Governo do Amazonas. Depois desta

dos módulos, utilizaram-se peças fabricadas

etapa, foi possível a instalação do restante

com aço estrutural com nós e caixões retan-

dos assentos das arquibancadas e a finaliza-

gulares curvos.

ção dos acabamentos. (H.M.) M

Projeto arquitetônico: GMP Architekten; Grupo Stadia (desenvolvimento)

>

Área construída: 170 mil m²

>

Aço empregado: aços

>

Volume de aço: 6,8 mil t

estruturais + 1,5 mil t de cimbramento que foi posteriormente removido >

Projeto estrutural: Schlaich Bergermann und Partners

>

>

ornecedor da estrutura F de aço: Martifer Execução da obra: Andrade Gutierrez

> >

Local: Manaus, AM Data do projeto: 2008-2010

>

Conclusão da obra: 2014 ARQUITETURA&AÇO

27


estrutura de malhas espAciais A Arena Pernambuco combina dois sistemas de fechamento. Na cobertura, uma surpreendente estrutura de aço espacial atirantada. Na fachada, um manto composto por um sistema de almofadas pneumáticas, fabricado com filme de ETFE

Com capacidade para 46 mil torcedores, a

Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, Região Metropolitana do Recife (PE), se tor-

nou uma âncora para a implantação da futura Cidade da Copa, legado para a região que também deverá contar com um campus universitário, parques e empreendimentos, tais como shoppings, hotéis, escritórios e residências. Mas, por enquanto, é o estádio o protagonista, principalmente pelo surpreendente sistema de cobertura e fachada. Um sistema de estrutura espacial de aço dá suporte tanto à cobertura como ao revestimento da fachada, feito com camadas de filme de etileno tetrafluoretileno (ETFE) compostas por almofadas infladas com ar a baixa pressão. A cobertura e a fachada, portanto, são sistemas diferentes e independentes, ancorados na estrutura de concreto do estádio. O filme utilizado na fabricação das almofadas pneumáticas é composto por fluorpolímero de alto desempenho, desenvolvido e fabricado pela AGC Chemicals, no Japão. Trata-se de um material resistente à luz ultravioleta para uso ao ar livre, que proporciona durabilidade. Por ser leve, permite a fabricação de almofadas de grandes dimensões, que podem vencer vãos superiores aos sistemas 28 ARQUITETURA&AÇO


Fotos Rafael Bandeira >

Projeto arquitetônico:

convencionais de revestimento. A Arena Per-

vãos, constituindo uma grade. Estas estruturas

Fernandes Arquitetos Associados

nambuco poderá mudar de cor dependendo

espaciais são leves, com desenho que possibili-

da necessidade, com tons neutros durante o

ta várias geometrias e flexibilidade nos pontos

dia e outros mais fortes, em jogos noturnos.

de apoio, com instalação simples e rápida.

>

Área construída: 136 mil m²

>

Aço empregado: aços estruturais

Permite a personalização conforme as cores

A estrutura foi pré-montada, em 22 mó-

dulos de 1.000 m 2 cada, no solo, e içada

>

Volume de aço: 1.450 t

dos clubes ou temas de eventos, em uma

>

ornecedor da estrutura F de aço: Lanik do Brasil

conversa constante entre as áreas internas

pronta junto com os fechamentos, vidros e o

e externas.

forro interno, de modo a antecipar a coloca-

(detalhamento, fabricação e montagem) >

Execução da obra: Consórcio Arena Pernambuco (Odebrecht Participações e Investimentos e Odebrecht Infraestrutura)

>

Local: Recife, PE

>

Data do projeto: 2008-2010

>

Conclusão da obra: 2013

A cobertura da arena tem 22 mil m2 em que a estrutura de aço espacial fica envolvida por uma manta termoplástica de poliolefina (TPO)

Cobertura espacial

ção das telhas. Ao mesmo tempo, os pilares metálicos eram içados e ligados por tirantes

A cobertura da Arena Pernambuco, por sua vez, com 22 mil m2, tem estrutura envolvida

a cada módulo. As peças contavam com bar-

por uma manta termoplástica de poliolefina

em altura, compostas até configurar a estru-

(TPO), que, junto com chapas corrugadas e ele-

tura final.

ras de acoplamento que foram encaixadas

mentos isolantes, proporciona estanqueidade

O processo de fabricação dos produtos

às intempéries, ventos e, ainda, tem caracte-

fornecidos para o estádio foi automatizado a

rísticas termoisolantes.

partir de equipamentos de Controle Numérico

A estrutura espacial de aço, em balan-

Computadorizado (CNC), utilizados em centros

ço, é atirantada em 68 pilares de cerca de

de usinagem. Assim, a estrutura fabricada ficou

15 toneladas cada um, apoiados em estrutura

o mais próxima possível do projeto teórico.

de concreto. O fechamento superior é formado

Capitaneado pelo Consórcio Arena Per-

por um anel externo com telhas metálicas ter-

nambuco (Odebrecht Participações e Inves-

moacústicas e anel interno com fechamento

timentos e Odebrecht Infraestrutura), o está-

em vidro.

dio foi projetado pelo escritório Fernandes

Desenvolvidas com estrutura caracte-

Arquitetos Associados, e sua estrutura adap-

rizada pela montagem de malhas espaciais

tada também para receber eventos como

com base em nós esféricos e barras tubula-

shows, convenções e outras competições

res aparafusadas, a cobertura vence grandes

esportivas. (H.M.) M ARQUITETURA&AÇO

29


Em harmonia com o entorno A cobertura da Arena Fonte Nova, em Salvador, com 36 mil m², foi erguida pelo processo conhecido como Big Lift, inédito no Brasil, executado com estrutura de aço leve, baseada no sistema da roda raiada Em meio aos Orixás da lagoa do Dique do Tororó, em Salvador (BA), destaca-se, colo-

30 ARQUITETURA&AÇO

traços da velha Fonte Nova, em particular o seu formato de ferradura.

rida e iluminada, a Arena Fonte Nova (Estádio

Mas a cobertura é completamente inova-

Octávio Mangabeira) em sua versão para

dora. Tanto que foi contratada uma equipe

abrigar os jogos da Copa 2014. Não havia

de engenheiros especializados da Alemanha,

como aproveitar o antigo estádio soteropo-

Suíça, França e Estados Unidos para a mon-

litano e, portanto, a solução foi implodi-lo. O

tagem do Big Lift, ou grande içamento, pro-

novo projeto, a cargo da Setepla Tecnometale

cesso até então inédito no Brasil, e também

do escritório alemão SchulitzArchitektur +

utilizado no Maracanã. O sistema deman-

Technologie, procurou, no entanto, manter os

dou uso intensivo de equipamentos, como


>

Projeto arquitetônico: Tetraarq, Marc Duwe (autor); SchulitzArchitek + Technologie, ClassSchulitz (autor)

>

Área construída: 90 mil m²; e área da cobertura, 36 mil m²

>

Projeto estrutural: SeteplaTecnometal Engenharia; RFR Ingenieure (cobertura)

>

Volume de aço: estrutura de aço do anel de compressão, 1.198 t; estrutura de aço do anel de tração, 586 t; 9,2 km de cabos de aço, com peso de 290 t

>

ornecimento da estrutura F de aço: Martifer

>

Execução da obra: PPP Fonte Nova Negócios e Participações (Consórcio OAS/Odebrecht)

prover mais conforto aos visitantes, a cobertu-

montagem das treliças radiais e dos arcos que suportam os 28 mil m2 da membrana de PTFE.

ra foi executada com estrutura de aço leve,

A cobertura abrange todos os 50 mil assentos

baseada no sistema de roda raiada.

da arena. (H.M.) M

A primeira providência foi a instalação do anel de compressão e do deque metálico ao redor do estádio. Em seguida, foram montadas as plataformas radiais e distribuídos os cabos responsáveis pelo içamento da estrutura de aço. Depois o anel de tração superior foi tensionado por 36 macacos hidráulicos

Local: Salvador, BA

>

Data do projeto: 2008

>

Conclusão da obra: 2013

Com 36 mil m2 de área, a cobertura executada com estrutura de aço leve propicia mais conforto aos torcedores e ao público de shows e eventos Fotos Ulisses Dumas / Bapress

guindastes e gruas. Com 36 mil m2 de área, para

>

(com capacidade de 220 toneladas) no anel de compressão, operação monitorada por uma central computadorizada. Passou-se, então, à montagem de 144 mastros suspensos para fazer a ligação com os anéis de tração superior e inferior. A etapa seguinte consistiu no içamento da estrutura da cobertura, com a ARQUITETURA&AÇO

31


tradição e modernidade A solução integrada aço-concreto equacionou a obra da cobertura do Mineirão, tombado pelo Patrimônio Histórico, em 2003, já que era necessário aliar preservação e, ao mesmo tempo, modernizar o estádio

Divulgação

A cobertura com balanço de 29 m foi ampliada em 26 m, totalizando 55 m de extensão em balanço, com a instalação de 500 peças de treliças planas

estudo da ação do vento sobre a nova cobertura, realizado em modelo reduzido em túnel de vento na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a primeira providência foi aumentar a capacidade de carga das vigas, submetendo-as à protensão, a fim de suportar as novas estruturas de aço da cobertura. Além disso, os pilares de concreto também foram reforçados com sistemas de contraventamento, integrados por chapas metálicas e tirantes de aço. Desta maneira, a estrutura da cobertura com de 29 m, em balanço, foi ampliada em

>

Projeto arquitetônico: Gustavo Penna (conceitual e básico); BCMF Arquitetos (executivo)

>

Área construída: 174.500 m² (parte coberta do estádio); área da cobertura, 13.100 m²

>

Aço empregado: aço de maior resistência à corrosão atmosférica

Em função da necessidade de preser-

26 m, totalizando 55 m (em balanço), com a instalação de 500 peças de treliças planas,

vação e modernização, o estádio Governador

contraventadas em pontos intermediários.

Magalhães Pinto, em Belo Horizonte (MG),

Para isso, foram utilizados perfis tubulares

inaugurado em 1965, passou por uma refor-

circulares, engastadas nas peças de concre-

ma criteriosa para prepará-lo para os jogos

to junto a cada pórtico. No total, foram 1.500

da Copa 2014. O desafio foi entregue a uma

toneladas de treliças. Uma membrana de PTFE

Parceria Público-Privada (PPP), cujo vencedor

(fibra de vidro e politetrafluoretileno), com

da concorrência foi o Consórcio Minas Arena.

tratamento à base de titânio e teflon (autolim-

Este, por sua vez, elegeu o escritório de arqui-

pante), parcialmente translúcida, foi instalada por um grupo de alpinistas industriais.

>

Volume de aço: 1.508 t

>

Projeto estrutural: Engeserj

tetura BCMF (Bruno Campos, Marcelo Fontes

abricação e montagem F da estrutura de aço: Forte

e Silvio Todeschi) para detalhar o projeto

Assim, com esta solução integrada aço-

executivo. As transformações reabilitaram o

-concreto, ao mesmo tempo em que a cober-

“Gigante da Pampulha” e deram lugar a um

tura protege a arquibancada das chuvas, tam-

complexo esportivo moderno, multifuncional,

bém não prejudica a insolação necessária à

uma tendência nos estádios contemporâneos,

saúde do gramado. Cada parte da membrana

com serviços para a vizinhança e à cidade. O maior destaque da obra do Mineirão foi

mede 2,20 m de largura por 6 m de comprimento. Ao todo, são 13 mil m2 de material,

a sua cobertura, pois era necessário preservar

com peso de 17 mil quilos. Sobre a laje do

sua estrutura original em concreto, composta

estádio, foi instalada ainda uma estrutura de

por 88 pórticos, e, ao mesmo tempo, adaptar o

aço galvanizado que recebe painéis solares,

estádio às rigorosas exigências da Federação

fazendo do Mineirão a maior usina fotovol-

Internacional de Futebol (Fifa). Depois de um

taica sobre cobertura do Brasil. (H.M.) M

>

Metal >

Execução da obra: Consórcio Minas Arena

>

Local: Belo Horizonte, MG

>

Data do projeto: 2010

>

Conclusão da obra: 2012

32 ARQUITETURA&AÇO


Fotos Divulgação

Cobertura tem 48 cabos metálicos de sustentação e foi içada por meio do sistema Big Lift, erguida por 48 macacos hidráulicos

traço do arquiteto Na terra de Niemeyer, o escritório Castro Mello Arquitetos, que fez o projeto do novo Mané Garrincha, procurou alinhamento com os traços arquitetônicos predominantes em Brasília

Inspirado na arquitetura marcante

de sustentação, com 10 cm de diâmetro, são

de Niemeyer, o projeto do Estádio Nacional de

erguidos ao mesmo tempo, com o auxílio de

Brasília, antigo Mané Garrincha, é de autoria

48 macacos hidráulicos. As treliças metálicas

do escritório Castro Mello Arquitetos. Com

tubulares (de 48 m x 12 m) foram erguidas

capacidade para 71 mil pessoas, foi concebi-

por guindastes.

do para se harmonizar com a cidade. O aço tem grande participação na impressionante

A estrutura, recebeu acabamento de 90 mil m2 de uma membrana especial de

cobertura deste belo estádio.

PTFE (politetrafluoretileno), além de placas

>

Projeto arquitetônico: Castro Mello Arquitetos

> >

Área construída: 214 mil m² Projeto estrutural: Etalp; Schlaich, Bergermann & Partner; Knut Göppert e Knut Stockhusen (cobertura)

>

ornecedor da estrutura F de aço: Entap

>

Execução da obra:

Suportada por três linhas concêntricas

de concreto, aço e vidro, na porção mais cen-

com 288 pilares cilíndricos de concreto, de

tral da cobertura. O aço inoxidável também

36 m de altura, e 6,5 km de cabos de aço ten-

marca presença nos peitoris da arquiban-

sionados, surge a cobertura baseada na tipo-

cada, gradis, perfis de fixação dos vidros de

>

Local: Brasília, DF

logia da roda raiada. Sua estrutura foi içada

segurança e peças especiais da cobertura

>

Data do projeto: 2007

por meio do sistema Big Lift, em que 48 cabos

tensionada. (H.M.) M

>

Conclusão da obra: 2013

Consórcio Brasília 2014 (Via Engenharia e Andrade Gutierrez)

ARQUITETURA&AÇO

33


cobertura de Gala Na Arena da Baixada, em Curitiba, o aço dá sua contribuição com a estrutura que cobre o vão livre central de 196 m, composta por duas vigas treliçadas, com altura de 10 m

A Arena da Baixada, em Curitiba (PR), ou Joaquim Américo, seu nome oficial, está sendo reformulado a partir de projeto da Carlos Arcos Arquitectura, escritório com bases em Montevidéu (Uruguai) e Curitiba. Em 1997, o estádio fora praticamente refeito, mas ficou faltando o setor sudeste. Foi aí que o projeto se concentrou e onde estão incluídas a área de imprensa, alimentação e camarotes. Com a reforma, a arena terá capacidade para 43 mil espectadores.

Cobertura empregou 4.880 toneladas de aço, com vão livre central de 196 m, para abrigar as arquibancadas e o gramado

O aço dá sua contribuição na cobertura da arena, projetada pela empresa alemã Schlaich Bergermann und Partner, e produzida e montada pela Brafer, que empregou 4.880 toneladas de aço, sendo aço para chapas, para as cantoneiras e para perfis W. A estrutura cobre um vão livre central de 196 m, e inclui as arquibancadas e gramado. É composta por duas vigas treliçadas de perfis soldados, com altura de 10 m e largura de 4,5 m.

>

A gerente de contratos da Brafer,

Projeto arquitetônico: Carlos Arcos Arquitetura

Ângela Mariani dos Santos, responsá-

>

Área construída: 124 mil m²

vel pela obra da arena, informa que as

>

Aço empregado: A572 GR42 e A36 A572 GR50

tema de treliças secundárias, espaçadas a 9,80 m, com vãos laterais de 42 m e central de 68 m. “Sobre as treliças secundárias, são apoiados arcos de aço com vãos de 9,80 m, sobre os quais será colocada a cobertura em chapas de policarbonato”, detalha. (A.M.) M

34 ARQUITETURA&AÇO

Fotos divulgação

duas vigas principais suportam um sis-

>

Volume de aço: 4.880 t

>

Projeto estrutural: Schlaich, Bergermann & Partner; Knut Göppert e Knut Stockhusen (cobertura)

>

ornecedor da estrutura de F aço: Brafer

>

Execução da obra: Doria

>

Local: Curitiba, PR

>

Data do projeto: 2009

>

Conclusão da obra: 2014

Construções Civis


acontece Outras duas arenas, dos clubes Palmeiras e Grêmio, que não sediarão a Copa 2014, mas podem ser usadas como campos oficiais de treinamento, também são destaques no uso de estruturas de aço. A Allianz Arena, pertencente ao Palmeiras, tem capacidade para 45 mil pessoas e está na fase final da reforma, no bairro da Água Branca, em São Paulo. Sua cobertura, de 23,5 mil m2, conta com cinco conjuntos de treliças que recebem vigas-mestras em suas extremidades, em que se apoiam tesouras para a sustentação de telhas metálicas zipadas termoacústicas de 20 cm de espessura (executadas pela Bemo do Brasil). São 2.200 toneladas de aço nas estruturas, fabricadas e fornecidas pela Usiminas Mecânica. O projeto arquitetônico, do escritório Edo Rocha, com construção da WTorre, tem fechamento externo com placas de aço inox ondulada (210 t), e tubos em aço inox. A fachada será executada pela Hunter Douglas.

Fotos divulgação

As Arenas do Grêmio e a Allianz Arena, do Palmeiras, também modernizaram seus estádios, com grandes coberturas em estruturas de aço, com 23,5 mil m2 e 33,5 m2 respectivamente

Já a arena Grêmio foi inaugurada em dezembro de 2012, e está localizada na Zona Norte de Porto Alegre. No total, foram 5 mil toneladas de estrutura de aço, com 96 módulos de sustentação, sendo 3 mil destinadas apenas para a cobertura do estádio. As estruturas foram testadas, com modelo reduzido, no Laboratório de Aerodinâmica das Construções da UFRGS. A cobertura, que mede 33.525 m2 de área, foi executada com o sistema de telhas metálicas zipadas cônicas, de características termoisolantes. Ela abrange todo o espaço das arquibancadas e contou com uma unidade de perfilação móvel para que as telhas fossem produzidas no canteiro de obras, a partir de bobinas de aço.

ARQUITETURA&AÇO

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endereços > Escritórios de Arquitetura

SchulitzArchitektur + Technologie www.schulitz.de

Schlaich Bergermann und Partners www.sbp.de

Sulmeta Estruturas Metálicas

BCMF Arquitetos www.bcmfarquitetos.com

Tetra Arquitetura e Projetos tetraarq.com.br

Setepla Tecnometal Engenharia www.setepla.com.br

Usiminas Mecânica www.usiminasmecanica.com.br

Carlos Arcos Arquitectura www.carlosarcos.com

Vigliecca & Associados www.vigliecca.com.br

Simon Engenharia www.simonengenharia.com.br

> Construtoras

Castro Mello Arquitetos www.castromello.com.br

Von Gerkan, Marg und Partners (GMP) www.gmp-architekten.de

Sinclair Knight Merz www.globalskm.com

Coutinho Diegues Cordeiro Arquitetos www.cdca.com.br Edo Rocha Arquiteturas www.edorocha.com.br Felipe Bezerra Arquitetos www.mulapretadesign.com Fernandes Arquitetos Associados www.fernandes.arq.br GCP Arquitetos www.gcp.arq.br Grupo Stadia www.grupostadia.com.br Gustavo Penna www.gustavopenna.com.br Hype Studio hypestudio.com.br Populous www.populous.com Santini e Rocha Arquitetos www.santinierocha.com.br

> Projeto estrutural Andrade Resende Engenharia www.andraderezende.com.br Emasa www.emasa.com.br Engeserj Projetos e Engenharia www.engserj.com.br Enpro www.enpro.com.br Etalp www.etalp.com.br Pengec Engenharia e Consultoria www.pengec.com.br Ponto de Apoio www.pontodeapoio.eng.br Projeto Alpha www.projetoalpha.com.br RFR Ingenieure www.rfr-group.com

www.sulmeta.com.br

Andrade Gutierrez www.andradegutierrez.com.br Andrade Mendonça www.andrademendonca.com

Werner Sobek www.wernersobek.de > Estrutura metálica

Coesa www.grupocoesa.com.br

Alufer Estruturas Metálicas www.alufer.com.br

Doria Construções Civis www.doriaconstrucoes.com.br

Bemo do Brasil www.bemo.com.br

Galvão Engenharia www.galvao.com

Brafer Construções Metálicas www.brafer.com

Mendes Junior www2.mendesjunior.com.br

Entap Engenharia e Construções www.entap.com.br

OAS www.oas.com

Forte Metal www.fortemetal.com.br

Odebrecht Infraestrutura www.odebrecht.com.br

Hunter Douglas www.hunterdouglas.com.br

Santa Bárbara Engenharia www.santabarbarasa.com.br

Lanik do Brasil www.lanikdobrasil.com.br

Serveng Civilsan www.gruposerveng.com.br

Martifer www.martifer.com.br

Via Engenharia www.viaengenharia.com.br

Permetal Metais Perfurados www.permetal.com.br

WTorre www.wtorre.com.br

expediente Revista Arquitetura & Aço é uma publicação trimestral do CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço) produzida pela Roma Editora. CBCA: Av. Rio Branco, 181 – 28º andar 20040-007 – Rio de Janeiro/RJ Tel.: (21) 3445-6332 cbca@acobrasil.org.br www.cbca-acobrasil.org.br Conselho Editorial Fernando José Estrela de Matos – CBCA Roberto Inaba – Usiminas Ronaldo do Carmo Soares – Gerdau Silvia Scalzo – ArcelorMittal Tubarão Supervisão Técnica Arq. Silvia Scalzo Publicidade Ricardo Werneck tel: (21) 3445-6332 cbca@acobrasil.org.br

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Direção Cristiano S. Barata

Tiragem: 5.000 exemplares Distribuídos para os principais escritórios de engenharia e arquitetura do país, construtoras, bibliotecas de universidades, professores de engenharia e arquitetura, prefeituras, associações ligadas ao segmento da construção e associados do CBCA.

Coordenação Editorial Heloisa Medeiros Redação Heloisa Medeiros e Adilson Melendez Revisão Deborah Peleias

É permitida a reprodução total dos textos, desde que mencionada a fonte. É proibida a reprodução das fotos e desenhos, exceto mediante autorização expressa do autor.

Editoração Cibele Cipola (edição de arte) Impressão Silvamarts

Os números anteriores da revista Arquitetura & Aço estão disponíveis para download no site: www.cbca-acobrasil.org.br 36 ARQUITETURA&AÇO


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