& ARQUITETURA AÇO
ARQUITETURA AÇO
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Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 36 dezembro de 2013
Pontes e Passarelas
EDITORIAL
Por que em aço? Com as mais variadas formas, pontes e passarelas encurtam distâncias e vencem obstáculos. Estas são, basicamente, suas funções. E isso é o que mostraremos em mais uma edição da revista Arquitetura & Aço. Rapidez na execução, segurança e durabilidade são mais do que necessárias em obras com esta tipologia. Nesse sentido, o sistema construtivo em aço tem se tornado imbatível. Com estruturas simples ou arrojadas, o importante é que pontes e passarelas sejam bem elaboradas e tenham um acabamento impecável, conforme cita na seção Entrevista o engenheiro Fernando Ottoboni Pinho, especialista na execução de pontes e passarelas. A passarela do Hospital Monte Sinai é um exemplo. Além de plasticamente elegante, transpõe duas avenidas, facilitando o acesso entre um prédio ao outro do complexo. Na mesma linha, as passarelas do Hospital HCor, em São Paulo, do Sesc Sorocaba e também a que liga o Shopping Tamboré aos demais empreendimentos da região. Em todas, uma das principais vantagens foram leveza e facilidade de montagem. Ao chegarem praticamente prontas ao local de implantação, não interferiram no tráfego diário de veículos, além da segurança proporcionada aos transeuntes. Em uma escala maior, na cidade de Belo Horizonte, o viaduto Boulevard Arrudas também cumpre tais funções, o que motivou a Prefeitura encomendar um projeto com essas características. O mesmo aconteceu na Via Expressa de Salvador, composta por viadutos treliçados em aço. Além das facilidades comentadas, há que se considerar a durabilidade do aço nesses projetos. Uma prova de que o tempo não interfere no desempenho do material é o viaduto sobre a Via Dutra, no acesso ao município de Volta Redonda (RJ). Erguida no início da década de 1970, a obra permanece intacta e com beleza única. Veja na seção Memória. Também no Rio de Janeiro, em Niterói, a icônica Estação Hidroviária Charitas, do arquiteto Oscar Niemayer, é mais um exemplo de plasticidade e eficiência do sistema construtivo em aço. Outra prova de que não existem limites para o uso do material, está na cidade de Eindhoven, Holanda. Para ciclistas e pedestres, a ponte pode ser considerada uma verdadeira obra de arte em sua expressão.
Foto Manuela Cavadas
Boa leitura.
ARQUITETURA&AÇO
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Manuela Cavadas
Arquitetura & Aรงo nยบ 36 dezembro 2013
Foto da capa: Complexo da Rรณtula do Abacaxi, em Salvador.
sumรกrio 04.
08.
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22.
24.
26.
28.
32.
ENDEREÇOS
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04. De autoria do arquiteto Oscar Niemayer, Estação Hidroviária Charitas, em Niterói, integra cartão-postal da cidade. 08. Passarela Tamboré, em São Paulo: leve e funcional. 12. Hospital Monte Sinai, em Juiz de Fora, MG, é reformado e ganha passarela aérea. 14. Aço também compõe viadutos treliçados da Via Expressa de Salvador. 18. Travessia metálica é destaque no Sesc Sorocaba, interior de São Paulo. 22. Em entrevista, o engenheiro Fernando Ottoboni Pinho fala sobre o desafio de projetar pontes e passarelas. 24. Passarela metálica interliga novo prédio do HCor à construção preexistente. 26. Estrutura metálica facilita implantação do Boulevard Arrudas, na capital mineira. 28. Ponte estaiada circular, na Holanda, remete a um anel de luz. 32. Obra da década de 1970 continua atual. 34. Sobre o rio Itajaí-Açu, ponte e passarela se tornarão referência na cidade.
Embarque
preferencial
Mario Tama/Getty Images
Aço é destaque na Estação Hidroviária de Charitas, em Niterói
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ARQUITETURA&AÇO
Vistas noturna e diurna da Estação. Fechamento em policarbonato favoreceu os efeitos de iluminação
Os avanços tecnológicos no mercado de construção civil permitem cada vez mais que a arquitetura se apresente como uma obra de arte, enriquecendo a paisagem. Neste quesito, o arquiteto Oscar Niemeyer foi um grande mestre, pois soube utilizar com excelência os mais variados sistemas construtivos. Além do concreto, em conjunto com outras soluções, fez uso também do aço, sistema que não apenas viabilizou como também embelezou ainda mais suas criações. Uma dessas obras é a Estação Hidroviária de Charitas, localizada em Niterói, no Rio de Janeiro. Integrando o Caminho Niemeyer, que percorre vários bairros do município, margeia a sua orla. O projeto recebe a linha de Catamarã que faz a ligação entre o bairro de Charitas, em Niterói, com a Estação Praça XV, na cidade carioca, cruzando a Baía de Guanabara. Por sua beleza, integra o roteiro de atrações turísticas da região. Um dos destaques é a passarela, que liga um salão panorâmico de embarque de passageiros (que abriga também lojas de conveniência e restaurantes) ao local onde atracam os catamarãs. Com 400 m2 de extensão, a construção do túnel contou com perfis de aço resistentes à corrosão com jateamento de granalha e ARQUITETURA&AÇO
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rojeto arquitetônico: Oscar P Niemeyer
>
rojeto estrutural: P Metalfenas
>
Área construída: 400 m²
>
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ço empregado: perfis A resistentes à corrosão com jateamento de granalha norma SA 3 e pintura de base epóxi
ornecimento da estrutura F metálica: Metalfenas
>
xecução da obra: Cael E Arquitetura e Construções
>
Local: Niterói, RJ
>
Data do projeto: 2004
>
Conclusão da obra: 2004
>
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Volume de aço: 20 t
ARQUITETURA&AÇO
Acima no corte, vista da passarela que liga um salão panorâmico de embarque de passageiros ao local onde atracam os catamarãs
Fotos Ricardo Werneck
Nas imagens, túnel da Estação Hidroviária de Charitas em vários ângulos, margeando a orla. O elemento em aço recebeu tratamento especial a fim de resistir aos efeitos da maresia
pintura de base epóxi, que garantiram resistência à ação da maresia. Segundo o engenheiro Alcemar Rodrigues, da Metalfenas, empresa responsável pelo cálculo estrutural, fabricação e montagem da estrutura, o aço foi escolhido a pedido do próprio Niemeyer, pois o material possibilitou a aplicação de um revestimento externo em policarbonato, contribuindo para a luminosidade em toda a extensão do túnel. “O material foi essencial também, pois colaborou com a logística. Enquanto a estrutura estava sendo erguida, os perfis de aço eram produzidos na fábrica. Para finalizar a construção, um guindaste instalado na praia possibilitou a montagem da passarela sobre as bases", finaliza. (C.A.) M
ARQUITETURA&AÇO
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Funcional
e leve Construída
conforme planejado ,
travessia pública metálica cumpre seu papel e imprime beleza à região
Acima, detalhes da passarela pré-fabricada em aço: 50 m de comprimento e 3 m de largura. Ainda em fábrica recebeu revestimento nas cores azul e branco
Fotos divulgação
Fruto de uma licitação pública
da, da Outec Engenharia, empresa responsável pelo projeto estru-
promovida pela Prefeitura de Barueri
tural, explica que para suportar a passarela foi necessário construir
(SP), por meio da Secretaria de Projetos
fundações com estacas raízes com diâmetro de 31 cm e blocos de
e Construções, a passarela metálica
concreto. “Para as fundações, a estrutura foi executada em concreto
erguida sobre a Avenida Piracema foi
armado moldado in loco, enquanto para a superestrutura, optou-se
idealizada para eliminar o semáforo
por estrutura metálica pré-fabricada”, afirma.
de travessia de pedestres e melhorar
Segundo ele, as escadas e as caixas dos elevadores nas laterais
o fluxo de veículos. O projeto também
também são em aço. “Esta solução de estrutura para a travessia
facilita a movimentação de transeun-
evitou a interdição do tráfego. Além disso, não houve necessidade
tes que vão do Shopping Tamboré a
de apoio intermediário no canteiro central”, diz. A estrutura tem
outros empreendimentos locais.
50 m de comprimento e 3 m de largura, respeitando o gabarito rodo-
O engenheiro Rui Nobhiro Oyama-
viário de 5,50 m de altura. ARQUITETURA&AÇO
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Divulgação
Entre outros benefícios, o aço proporcionou rapidez na fabricação, facilidade de montagem e beleza ao projeto. “O conceito
Passarela metálica faz a conexão dos empreeendimentos locais com o Shopping Tamboré
arquitetônico partiu da ideia de uma estrutura bonita e moderna, e, além disso, que atendesse às normas de acessibilidade com a instalação de elevadores.” O engenheiro Kleber Romeiro, da Basfer Construtura Eireli, que executou a obra, conta que foram realizados projetos e estudos de logística e instalação da estrutura. “Devido ao tipo de obra, tivemos de levar em conta todas as precauções para garantir o máximo
>
rojeto arquitetônico: Outec P Engenharia Ltda.
>
imensões da passarela: 50 m de D comprimento e 3 m de largura
>
Aço empregado: ASTM A572 G50
de segurança.” De acordo com o engenheiro, a equipe optou por instalar a estrutura em um domingo, com a parceria da Secretaria de Transportes, que fez divulgações um mês antes e bloqueou o trânsito
>
Peso do aço: 5,5 t
>
rojeto estrutural: Outec P Engenharia Ltda.
>
ornecimento da estrutura F metálica: Basfer Construtora Ltda.
>
desempenado e, para as escadas, chapa xadrez. Já os elevadores
xecução da obra: Basfer E Construtora Ltda.
>
têm fechamento vertical em vidro laminado de 10 mm de espessu-
Local: Barueri, SP
>
ra. Para a Prefeitura, as principais vantagens do sistema construtivo
Data do projeto: 2008
>
Conclusão da obra: 2009
local. “Primeiro montamos os pilares metálicos. Feito isso, a passarela chegou inteira, isto é, completamente montada. Na sequência, foi içada e aparafusada nos pilares.” A fim de garantir a plasticidade determinada em projeto, ainda em fábrica, a estrutura metálica recebeu pintura nas cores azul e branco. Para o piso da passarela, foi adotado o concreto liso e
em aço foram precisão, rapidez e facilidade de montagem. (M.C.S.) M 10 ARQUITETURA&AÇO
ARQUITETURA&AÇO
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Sky way Passarela
em aço facilita a locomoção
Hospital e Sinai, em Juiz de Fora
de um prédio a outro no
Maternidade Monte
O Complexo Hospitalar Monte Sinai, localizado no bairro Dom Bosco, em Juiz de Fora (MG), conta com dois blocos de prédios com cinco andares cada (em 42 mil m2 de área total), 315 consultórios, clínicas de diagnóstico e terapia, um estacionamento com 565 vagas, entre outros ambientes – tudo com portarias independentes para cada torre –, além de um centro de convivência com 24 lojas, agências bancá-
12 ARQUITETURA&AÇO
A estrutura da passarela é sustentada por um arco metálico e suspensa por tirantes, apoiada sobre grandes blocos de concreto armado
>
rojeto arquitetônico: EFE P – Arquitetura e Urbanismo Ltda.
>
ornecimento da estrutura F metálica: Inusa – Indústrias Unidas Ltda.
>
Aço empregado: ASTM A36
>
>
Volume de aço: 36 t
xecução da obra: Inusa – E Indústrias Unidas Ltda.
>
rojeto estrutural: Limonge P de Almeida – Consultoria e Projetos Ltda.
>
Local: Juiz de Fora, MG
>
Data do projeto: 2011
>
Conclusão da obra: 2012
A passarela tem 46,3 m de comprimento e 4,80 de altura; são 3,30 m de largura na parte superior e 4,50 m, na inferior. O principal componente utilizado no projeto foi o arco metálico formado por tubo em aço carbono. O revestimento externo da passarela foi feito em alumínio composite e vidro, e internamente o teto foi executado em gesso acartonado. O fechamento em vidro garantiu a entrada de iluminação no espaço. “A estrutura em aço foi um pedido do cliente e proporcionou, principalmente, rapidez e versatilidade na fabricação e na montagem e, consequentemente, menor tempo na execução da obra”, diz Antônio Francisquini, da área de Projetos da Inusa Indústrias Unidas, responsável pelo trabalho. Segundo ele, a passarela foi fabricada em módulos. “Isto foi decisivo para a facilidade do transporte e montagem, e reduziu ao mínimo as soldas no local e também o Divulgação
tempo de montagem”, avalia. No total, foram 36 toneladas de aço para construir a estrutura estaiada da passarela, que é sustentada por um arco metálico e suspensa por tirantes, apoiada sobre grandes blocos de concreto armado (gigantes) – e sem apoio no canteiro central. Conforme detalha Francisquini, trata-se de um projeto “com perfil trapezoidal, em estrutura tubular (nas vigas principais e contraventos), piso em rias, restaurantes, academia e farmá-
viga W, apoiada nas extremidades e sustentada no seu terço médio
cia. Apesar de toda esta estrutura, um
por um tubo de diâmetro externo (de 965 mm), que a transpassa
dos aspectos da obra que mais chama
por cima e a suspende por meio de tirantes”.
a atenção é uma passarela, que liga
Para a montagem dos módulos e implantação da estrutura da
uma torre a outra passando por cima
passarela, segundo informações do próprio Monte Sinai, o uso do
da Avenida Presidente Itamar Franco
aço minimizou a duração da paralisação do trânsito de veículos
(antiga Avenida Independência). Com
nas pistas da avenida. A operação contou com o suporte da Secre-
estrutura inteiramente em aço, trata-se
taria de Transporte e Trânsito do município. Estima-se que de
de uma transposição aérea (conhecida
quatro a cinco mil pessoas circulam entre os dois prédios do com-
como sky way) que acaba por dar novas
plexo diariamente, sendo que pelo menos 10% deste fluxo utiliza
impressões à paisagem urbana local.
a passarela. (C.E.) M ARQUITETURA&AÇO
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Ponte para o Aço
14 ARQUITETURA&AÇO
compõe os viadutos treliçados da
Via Expressa
de
Salvador
Manuela Cavadas
desenvolvimento
ARQUITETURA&AÇO
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Considerada pelo Ministério dos Transportes como a maior obra viária dos últimos 30 anos, em Salvador (BA) a Via Expressa Baía de Todos os Santos atende a uma importante demanda pela ligação da BR-324 ao porto da cidade, um dos principais do país em movimentação de contêineres e exportação de frutas. Com 4,3 km de extensão, o projeto conta com 14 viadutos, quatro passarelas, três túneis e ciclovia, e visa facilitar o acesso dos transportes de carga, diminuindo os congestionamentos na cidade. O aço teve presença garantida na execução de dois importantes viadutos treliçados no trecho conhecido como Complexo da Rótula do Abacaxi. Segundo Augusto Cézar Dias Fontes, da Consep, responsável pelo projeto e cálculo da estrutura metálica, o material
O aço também possibilitou que o
se mostrou como a solução técnica mais recomendada, já que os
projeto vencesse grandes vãos. Enquan-
viadutos passam sobre a linha de metrô e, portanto, a altura para
to um dos viadutos conta com 88 m
as vigas de sustentação era muito pequena.
de vão, o outro registra 86 m. A pré-
“A solução mais indicada era trabalhar com uma laje de concre-
-fabricação das peças e montagem no
to e estrutura com vigas invertidas, e por isso optamos por treliças
canteiro de obras facilitou a conclusão
invertidas, que agregam maior valor estético à construção”, afirma. Ao
dos trabalhos, possibilitando a entrega
todo, os viadutos consumiram mais de 912 toneladas de aço, pintados
em cinco meses, um verdadeiro bene-
com fundo epoxídico e acabamento em esmalte poliuretano acrílico
fício aos motoristas que passam pelo
alifático - tais revestimentos garantem alta resistência às intempéries.
local. (C.A.) M
16 ARQUITETURA&AÇO
rojeto arquitetônico: CONSEP P Consultoria Engenharia e Projetos Ltda.
>
Área construída: 2.115 m²
>
ço empregado: perfis soldados A e chapas ASTM A572 GR50; stud bolt ASTM A108 e parafusos ASTM A325
>
Volume de aço: 912 t
>
rojeto estrutural: CONSEP P Consultoria Engenharia e Projetos Ltda.
>
ornecimento da estrutura F metálica: Rótula Metalúrgica
>
Execução da obra: Construtora OAS
>
Local: Salvador, BA
>
Data do projeto: 2009
>
Conclusão da obra: 2010
Fotos Manuela Cavadas
>
À esquerda, vista aérea dos viadutos treliçados no trecho conhecido como Complexo da Rótula do Abacaxi. O projeto foi executado com laje de concreto e estrutura com vigas e treliças invertidas, que agregam valor estético à obra
Ligação metálica Passarela é destaque no projeto do Sesc Sorocaba, interior de São Paulo
18 ARQUITETURA&AÇO
Fotos divulgação
As dezenas de unidades do Sesc espalhadas pelo Estado de São Paulo não são marcadas apenas pela variedade de opções de lazer, cultura e diversão que oferecem aos seus frequentadores, mas também pelo valor arquitetônico. Não raro, elas apresentam soluções que levam beleza, praticidade e dão um aspecto único à construção. Mas no caso do Sesc Sorocaba, o grande destaque do projeto não está, necessariamente, nos seus edifícios, e sim entre eles: uma passarela estaia-
À esquerda, vista geral da passarela estaiada que interliga os dois blocos. Para base, adotou-se o sistema steel deck, revestido com o mesmo piso cerâmico das áreas dos prédios
da feita com estrutura metálica, que liga o prédio principal, onde estão
passarela em cada um dos seus lados; então, a primeira solução
equipamentos como auditório, biblio-
acabou sendo escolhida. “O vão era pequeno, e devido o seu compri-
teca, centro odontológico, lanchonete
mento, fazer de forma estaiada era mais lógico porque é uma solução
e áreas administrativas, ao ginásio
autoequilibrada e não exige ancoragem fora da estrutura”, explica
de esportes, passando sobre o setor
Cesar Pereira Lopes, diretor do escritório técnico que leva seu nome,
das piscinas.
responsável pelo cálculo estrutural da obra.
Como elas ficam entre os dois blo-
A passarela conta com um mastro de concreto branco de 31 m no
cos, os usuários não poderiam ficar
centro, feito com dois pilares que se conectam por meio de três vigas.
passando por ali a todo o momento
Todo o restante foi desenvolvido em estrutura metálica. “Resultado
para ir de um prédio a outro. Não seria
das condições locais citadas, esta é uma estrutura típica para aço
prático para quem quisesse aprovei-
devido à facilidade de montagem”, acrescenta.
tar os outros recursos do local, e nem
Segundo Sergio Teperman, titular do escritório homônimo e
agradável para quem estivesse ali para
autor do projeto do Sesc Sorocaba, esta foi uma das razões para a
nadar ou tomar sol. Por isso, a cons-
escolha do material, que esteticamente tornou o conjunto também
trução de uma passarela tornou-se
mais leve. Ainda de acordo com o arquiteto, para esses vãos, as
imprescindível.
vigas teriam de ser robustas, caso a alternativa fosse outro mate-
Porém, a dúvida era: como construir? Obviamente, encher os arredores
rial, o que tornaria o projeto praticamente inviável, sem contar os custos maiores.
das piscinas de pilares não seria a saída
A montagem ocorreu com o auxílio de andaimes tubulares e um
mais indicada. Era necessário criar uma
guindaste, que possibilitaram o encaixe das peças de metal. Já para
estrutura que não ocupasse muito
a base da passarela, adotou-se o sistema steel deck, revestido com
espaço no solo, ao mesmo tempo em
o mesmo piso cerâmico utilizado para as áreas dos prédios que se
que vencesse o vão criado entre os dois
conectam à estrutura, dando um aspecto de unicidade ao conjunto.
edifícios do projeto.
Ela começa no hall de convivência do edifício principal e chega até
Sobraram duas opções, o uso de um
o ginásio do outro lado, que tem cobertura em treliça metálica. Para
sistema estaiado ou um pênsil, mas
manter a harmonia com o pilar de concreto branco, a passarela rece-
este último exige dois apoios, além de
beu uma pintura na mesma cor, do tipo C3, que oferece proteção para
uma ancoragem para os cabos fora da
áreas de média agressividade. ARQUITETURA&AÇO
19
Fotos divulgação
Acima, em outro ângulo, observa-se a leveza do elemento. Abaixo, os 16 estais ancorados na plataforma inferior, presa ao patamar por meio de pilares metálicos
>
rojeto arquitetônico: Sergio P Teperman e Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap)
>
Área construída: 288 m²
>
ço empregado: A572 GR50 e A RB190 CP (cordoalhas e tirantes), com perfis tipo I
>
Volume de aço: 89,6 t
>
rojeto estrutural: Escritório P Técnico César Pereira Lopes, Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) e Tecsteel Engenharia e Consultoria Técnica
>
ornecimento da estrutura F metálica: Novatec Engenharia Comércio
>
Execução da obra: Omar Maksoud
>
Local: Sorocaba, SP
>
Data do projeto: 2011
>
Conclusão da obra: 2013
Outro ponto interessante é que o arquiteto propôs uma ligação de dois andares entre os prédios, a primeira com 55 m de comprimento e a segunda com 65 m. Os 16 estais ficam ancorados na plataforma inferior, presa ao patamar de cima por meio de pilares rígidos, também metálicos, por onde passam os cabos que saem do mastro central. “Ela foi feita com dois níveis porque os prédios não têm somente um andar. Então, as pessoas não precisam ficar subindo a escada a toda hora”, finaliza Sergio Teperman. (R.N.) M 20 ARQUITETURA&AÇO
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Vencendo obstáculos
Fernando Ottoboni Pinho é engenheiro civil, formado pela
a ponte ou passarela seja bem elaborada
Escola de Engenharia de Volta Redonda da UniFOA, em 1974, e pós-gra-
do ponto de vista estrutural. Os cuidados
duado em docência superior. Iniciou a carreira na Fábrica de Estruturas
com os arremates e detalhes são igual-
Metálicas da CSN (FEM), em 1975, como engenheiro-projetista, ocu-
mente importantes.
pando posteriormente diversas funções. Experiente, carrega em seu portifólio mais de 30 mil toneladas de projetos diretos, além daqueles
AA – O sistema metálico misto é compe-
sob supervisão, sendo quase a metade em pontes e passarelas. Rapidez
titivo? Em quais situações?
na montagem, ousadia construtiva, segurança e durabilidade, sem
FP – Sim e muito, devido à industriali-
dúvida, são as maiores vantagens do sistema construtivo em aço,
zação, à produção das vigas em série.
sobretudo quando o assunto é travessia. Segundo o engenheiro, nesta
Porém, se constrói muito menos do que
tipologia de obra, seja com estruturas simples ou arrojadas, o impor-
se deveria construir, talvez por falta
tante é um projeto bem elaborado.
de informações. O sistema é indicado tanto para obras simples, por exemplo, com vãos de 10 a 60 m, quanto para estruturas mais arrojadas. Se compa-
AA – Em sua opinião, quais são os exemplos de pontes e passarelas
rado a outros sistemas, tem inúmeras
mais emblemáticos?
vantagens. Em primeiro lugar, é mais
Fernando Ottoboni Pinho – O Viaduto Santa Efigênia, no Centro
leve, sem contar a logística de implan-
de São Paulo, construído em aço, há mais de 100 anos. Foi muito
tação, uma vez que causa muito menos
bem projetado, com corrimãos bordados que permanecem intactos
transtorno local, considerando o aden-
e muito bonitos. É simples, mas integra o cartão-postal da cidade e,
samento das grandes cidades. Atende
principalmente, atende bem ao que se propõe. A população aprecia
também às questões estéticas, aliás,
esta funcionalidade. Outro exemplo, mas na forma estaiada, é a Ponte
muito interessante. Cerca de 70 a 80%
de Passagem, em Vitória (ES), executada pela Usiminas Mecânica.
das obras poderia ser executada com
Excelente projeto. Existe, ainda, a ponte sobre a Rodovia Presidente
essa solução. No passado, pontes e pas-
Dutra, que marca a entrada de Volta Redonda. Apesar de ter sido cons-
sarelas metálicas não eram tão comuns
truída no início da década de 1970, se mantém atual do ponto de vista
devido à falta de informações em rela-
arquitetônico, e tecnicamente também. Neste caso, o aço patinável foi
ção ao desempenho do material e até
muito bem empregado. Por suas características plásticas, quem passa
manutenção. Mas isso ocorria também
pelo local pela primeira vez não imagina que seja tão antiga.
com as edificações prediais.
O aço pode ser utilizado também em obras mais criativas, pois permite soluções estruturais ousadas. A exemplo a terceira ponte sobre o Lago
AA – Você citou a manutenção como
Sul, em Brasília, projeto do arquiteto Alexandre Chan. Enfim, pode
obstáculo no passado. Atualmente
atender a todos os casos.
como é isso? FP – O que faltava era informação sobre
AA – Do ponto de vista tecnológico, o que é necessário levar em con-
o desempenho do material até por causa
sideração em um projeto de ponte ou passarela metálica?
da tradição do país em relação ao con-
FP – Tabuleiro e drenagem devem ser bem feitos, isso, aliás, é primor-
creto. Mas ao longo dos anos, isso vem
dial para se evitar problemas futuros. Somado a isso, a estética deve
sendo modificado. O aço patinável sem
ser agradável, a obra funcional e bem acabada. Para mim, quando não
pintura, por exemplo, funciona bem na
for possível rebuscamentos, por questões de custo, o importante é que
maioria das situações. Exceto se a obra
22 ARQUITETURA&AÇO
Divulgação
AA – É possível dizer que a durabilidade de uma ponte executada em aço pode ser superior à de outros sistemas construtivos, desde que tenha a devida manutenção? FP – Sem dúvida. Um exemplo que ilustra bem isso é o Elevado da Perimetral, no Rio de Janeiro. Como parte do processo de reurbanização da zona portuária da cidade, o elevado terá a maior parte da sua de extensão demolida e será substituído por dois túneis de via expressa até 2016. Mesmo depois de 40 anos de sua montagem, acompanhando o processo de retirada, vemos que as vigas removidas podem ser empregadas em situações semelhantes por mais 100 anos. estiver localizada em locais sujeitos à agressividade. Neste caso, pode ser usada
AA – Isso quer dizer que essas vigas podem ser reaproveitadas?
uma proteção mais robusta, galvaniza-
FP – Sim. Estão sendo retiradas mais de 100 vigas, que seguramente
ção ou pintura. Esta última, aliás, ainda
podem ser empregadas em novas obras de travessias com largura de
tem sua função plástica. A treliça metáli-
10 m. Isso dá a dimensão da durabilidade do material. Sem contar que
ca da Linha Vermelha, no Rio de Janeiro,
se forem reutilizadas, poderemos ter obras de pontes e passarelas a um
é um exemplo. Ainda serve de identida-
custo muito baixo, sem contar a sustentabilidade garantida. Acho que
de. Em projetos de pontes e passarelas
esta demolição é um grande exemplo de como o sistema construtivo
metálicas, não existe segredo, basta de
em aço pode ser eficiente em todos os sentidos.
tempos em tempos, realizar uma inspeção para saber se o aço está se compor-
AA – Neste caso específico, foi realizada uma análise para saber se
tando dentro do esperado.
houve desgaste do material? FP – Como o elevado está localizado próximo de região marítima
AA – Quais tipos de patologias podem
e em zona com alta concentração de emissão de carbono devido
surgir? Elas são decorrentes da manu-
ao intenso tráfego de veículos, segundo análises, verificou-se que
tenção ou advém do dimensionamento?
mesmo não havendo pintura, o aço mostrou uma perda de espessura
FP – O primeiro problema pode acontecer
média de 2 micrômetros/ano. Sendo que na parte mais crítica (perto
se a especificação do aço for incompatível
da Rodoviária), esta perda ficou em torno de 5 micrômetros/ano. A
ao projeto ou tiver proteção inadequada,
corrosão neste nível indica uma perda de 1 mm a cada 188 anos. Veja
e isso infelizmente pode comprometer
a segurança do aço para a execução dessa tipologia de obra.
o projeto. Ocorrem, ainda, desgastes nas
juntas de dilatação. Por outro lado, ainda
AA – Os investimentos em infraestrutura nos anos que se seguem
que isso aconteça, a patologia é visível
podem ser uma oportunidade de se construir travessias com estrutu-
e acessível e pode ser imediatamente
ras metálicas cada vez mais arrojadas?
solucionada e recuperada com facilidade.
FP – Sim. Pontes e passarelas em aço são duráveis, competitivas,
Diferente do concreto, onde esse tipo de
de fácil montagem, além de permitirem as mais variadas soluções
problema, em geral, permanece oculto.
estruturais e estéticas. Lembro que os detalhes são igualmente
Quando vem à tona, a construção inteira
importantes e podem fazer a diferença em relação à manutenção e
está praticamente comprometida.
durabilidade. Os projetistas devem ficar atentos a isso. (N. F.) M ARQUITETURA&AÇO
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Fotos Divulgação
Passarela metálica do HCor Aço
viabiliza obra no complexo hospitalar, localizado em região movimentada de
São Paulo
O processo de expansão do Hospital do Coração (HCor) inclui a inauguração, até o final de 2013, de um edifício com 45 unidades de internação, estrutura para um Centro Médico de Convenções e duas salas cirúrgicas especiais. O projeto, no entanto, exigiu um grande desafio por parte da instituição: a interligação desta estrutura com os prédios existentes. Isso porque a área nova não comportará todos os serviços de apoio necessários para a operação de suas atividades, dependendo em parte das instalações antigas. Para solucionar o problema, foi projetada uma passarela aérea em aço. Segundo o engenheiro Jorge Bacha, superintendente de operações do HCor, seria impensável construir uma passarela com essas características neste local com qualquer outro material que não o aço. “Ele é leve e versátil o suficiente para possibilitar a pré-fabricação e a montagem por segmentos, uma condição fundamental devido à movimentada região onde a passarela foi implantada. Além disso, é resistente o suficiente para possibilitar um grande vão, devido à travessia sobre rua pública”, avalia. 24 ARQUITETURA&AÇO
Acima, parte externa revestida por vidros transparentes e translúcidos, painéis de alumínio e painéis verticais de vegetação. Na sequência, vista do elemento que intercepta os dois blocos
>
rojeto arquitetônico: MinerboP -Fuchs Engenharia S.A.
>
Área construída da passarela: 330 m² (três níveis de 110 m² cada)
>
ço empregado: aço laminado A ASTM A572 GR50 e ASTM 36 para perfis compostos
prédio novo com o quarto do prédio existente, dedicado à circulação de pacientes, médicos e funcionários, entre áreas de recuperação.
Elemento metálico A passarela tem uma de suas extremidades apoiada diretamente na fachada do prédio novo, que teve estrutura preparada para essa
>
Volume de aço: 280 t
finalidade. A partir disso, há um vão de 23 m que atravessa a Rua
>
rojeto estrutural: MinerboP -Fuchs Engenharia S.A.
posicionados no alinhamento do terreno da edificação mais anti-
>
>
Desembargador Eliseu Guilherme e busca apoio em dois pilares
ornecimento da estrutura F metálica: Novatec Engenharia e Empreendimentos Imobiliários Ltda.
ga. “Para atingir a cota da fundação, esses pilares atravessam dois
xecução da obra: Novatec E Engenharia e Empreendimentos Imobiliários Ltda.
De acordo com ele, a estrutura em aço possibilitou trabalhar
>
Local: São Paulo, SP
>
Data do projeto: 2011
>
Conclusão da obra: 2013
subsolos do prédio existente, em áreas densamente ocupadas pelas utilidades do hospital.”, destaca Jorge Bacha. com segmentos, que já vinham preparados da fábrica de estruturas metálicas para permitir as montagens parciais do vão, sem paralisar o tráfego. “Esses segmentos foram colocados sobre os apoios definitivos (fachada do prédio e pilares no alinhamento) e sobre apoios provisórios, colocados dentro dos terrenos das edificações.” O engenheiro lembra que quando os segmentos foram ligados,
A passarela possui três níveis de
formaram um conjunto único, com duas vigas do tipo Vierendeel de
3,25 m de largura por 33 m de exten-
23 m de vão e 10 m de balanço, em cada lado da passarela, compondo
são, com vão central de 23 m e balan-
a estrutura principal. A operação de montagem respeitou grandes
ço lateral de 10 m. É constituída por
restrições de dias e horários, devido ao trânsito intenso da região.
perfis laminados e perfis compostos de chapas soldadas e conta com laje do
Arquitetura
tipo steel deck. O revestimento externo
A passarela será um elemento visualmente importante no con-
é composto por vidros transparentes
texto e no entorno do HCOR, pois interligará edificações com con-
e translúcidos, painéis de alumínio e
cepções arquitetônicas diferentes. “Portanto, será um elemento de
painéis verticais de vegetação. Interna-
transição entre prédios distintos, ao mesmo tempo em que preser-
mente, a estrutura metálica é aparente
va a unidade de cada um, mas, por outro lado, cria um conjunto
e pintada, piso em placas de granito,
harmônico. Dessa forma, foi pensada a utilização de estrutura
e forro suspenso em placas de gesso
metálica e vidro, materiais que se prestam muito bem a essa finali-
acartonado pintado.
dade, pela leveza visual e transparência”, explica Bacha.
Os níveis foram divididos da seguinte
No lado do prédio existente, as duas colunas de apoio dividirão
forma: um inferior, que interliga o segun-
a passarela em dois trechos assimétricos. Um trecho com vão de
do pavimento do prédio novo ao já exis-
23 m entre esses apoios, e outro com 10 m em balanço, entre essas
tente, dedicado à circulação de pessoas
colunas e os prédios existentes. A arquitetura aproveita o melhor
entre áreas sociais administrativas e o
dessa circunstância assimétrica, já que valoriza os pilares de apoio e
novo auditório; um intermediário para
tira partido da relação do foyer do auditório com a própria passarela.
a distribuição das utilidades e comuni-
“Além da funcionalidade, o elemento metálico estabeleceu, ainda,
cações entre os prédios; e um superior,
uma interessante continuidade espacial entre os ambientes interno
que interliga o terceiro pavimento do
e externo”, finaliza. (M.C.S.) M ARQUITETURA&AÇO
25
Boulevard Arrudas Sistema
construtivo em aço facilitou a logística de
implantação de viaduto , em
Belo Horizonte
Linhas de metrô e trem, além de um ribeirão canalizado. Estes
E quando Medeiros fala em “um
três elementos dividiam a paisagem urbana do bairro Carlos Prates,
projeto deste porte”, podemos traduzi-
em Belo Horizonte (MG), dificultando os deslocamentos na região. Para aliviar o trânsito de quem vai ou volta do centro da capi-
-lo em números. São 334 m de comprimento, área total de 7.482 m2 e um
tal mineira, era preciso transpor essas barreiras, quando surgiu o
tabuleiro com 22,4 m de largura. Mas o
Boulevard Arrudas. Executado em aço de alta resistência mecânica
ponto de maior destaque do viaduto é
e à corrosão atmosférica, o viaduto rodoviário também auxiliou a
seu vão central de 71 m de comprimen-
superar os obstáculos do Rio Arrudas e das linhas ferroviárias que
to, sustentado por dois arcos laterais
cortam essa área da cidade. Tráfego intenso de carros e nos trilhos,
inclinados, que nos seus pontos mais
o traçado sinuoso do projeto e a necessidade de transposição de
altos chegam a medir 17,7 m. O siste-
dois níveis de vias condicionaram a opção pelo metal.
ma estrutural principal deste vão, que
“Realizar um projeto deste porte usando estrutura em aço per-
fica exatamente sobre as ferrovias, é
mite a execução sem interrupção do trânsito rodoviário durante
inteiramente em aço, incluindo os 18
o dia e sem interferência no tráfego ferroviário”, explica Fábio
pendurais circulares que sustentam
Bomfim Medeiros, gerente geral de comercialização de estruturas,
a pista de rolamento. Apenas as suas
pontes e blanks da Usiminas Mecânica. A empresa subcontratada
transversais têm sistema misto.
pelo consórcio Boulevard Arrudas V, formado pelas empreiteiras
Os arcos foram montados no local,
Andrade Gutierrez e Mendes Júnior, foi responsável pelo forneci-
apoiados sobre os pilares P4 e P5 a par-
mento e montagem das estruturas metálicas da construção.
tir de estruturas metálicas auxiliares.
26 ARQUITETURA&AÇO
Fotos Rafael Motta
Acima, na sequência de fotos, viaduto Boulevard Arrudas. Executado em aço de alta resistência mecânica e à corrosão atmosférica, o viaduto rodoviário auxiliou a superar os obstáculos do Rio Arrudas e das linhas ferroviárias que cortam essa área da cidade
>
Projeto arquitetônico: 7.482 m²
>
ço empregado: aço de A maior resistência mecânica e à corrosão
>
Volume de aço: 2.460 t
>
>
metálica: Usiminas Mecânica >
xecução da obra: Consórcio E Boulevard Arrudas V, composto pelas empresas Andrade Gutierrez e Mendes Júnior
rojeto estrutural: Escritório P Técnico César Pereira Lopes
>
Local: Belo Horizonte, MG
>
Data do projeto: 2011
Fornecimento da estrutura
>
Conclusão da obra: maio 2013
Em função da altura das linhas eletri-
da Avenida dos Andradas, as vigas de aço foram pré-montadas aos
ficadas do metrô, ocorreu ainda a pré-
pares em um canteiro próximo à obra. Cada dupla conta com 33 m de
-montagem do vão central metálico
comprimento, 4,5 m de largura e 2,4 m de altura. O transporte para
2 m acima do que seria a sua posição
o local da obra e a montagem das peças foram realizados durante os
final no projeto. “O levantamento e o
fins de semana, evitando interrupções no trânsito nos dias de mais
posicionamento das peças metálicas
movimento. “A utilização de estruturas metálicas facilitou muito
aconteceu no período noturno, quando
a logística da obra”, garante Medeiros. Além disso, o aço recebeu
o metrô normalmente fica desativado”,
pintura apenas para efeito estético, com jateamento, uma demão de
conta o gerente da Usiminas Mecâni-
tinta epóxi de base e outra de tinta de acabamento acrílico alifático.
ca. Após essa etapa, desmontaram-se
Segundo o gerente da Usiminas, a instalação das estruturas
os apoios temporários e, em seguida,
foi bastante complexa, devido à localização do Boulevard Arrudas,
realizou-se o rebaixamento dos arcos
que faz a transposição de outro viaduto, por onde passam os tri-
até o seu posto definitivo na constru-
lhos de trem e de metrô. Além disso, ele também está localizado
ção. Na sequência, a laje do tabuleiro
acima do trecho descoberto do rio e sobre linhas de alta tensão.
foi construída em concreto moldado.
“As vias próximas ao viaduto apresentam tráfego intenso, restrin-
Já o sistema estrutural dos vãos de
gindo a área disponível para o trabalho e tornando a montagem
acesso é misto, composto por uma gre-
ainda mais complexa. O grande desafio deste projeto foi conviver
lha metálica e laje de concreto. Para evi-
com todas estas interferências, causando o menor impacto possí-
tar interferência no tráfego rodoviário
vel”, conclui. (R.N.) M ARQUITETURA&AÇO
27
Referencial
urbano Como
um anel de luz , ponte estaiada
circular para ciclistas e pedestres , na
Holanda,
é erguida inteiramente em aço
A cidade de Eindhoven, na Holanda, desde 2012 ganhou uma nova identidade: a Hovenring Bridge, uma ponte estaiada circular exclusiva para ciclistas e pedestres, com 72 m de diâmetro. Projetada pelo escritório ipv Delft, o elemento é inteiramentamente em aço, sendo composto por pilar único de 70 m, 24 cabos de aço e um tabuleiro circular do mesmo material. Os cabos são engastados pelo lado interior da superfície, exatamente onde foram colocados alguns contrapesos em concreto. “Essa ligação foi necessária para impedir a torção do tabuleiro”, explica Christa van den Berg, do ipv Delft. Os vãos em forma de “M” instalados próximos também asseguram a estabilidade da estrutura. A ponte está localizada acima do cruzamento entre as avenidas Heerbaan e Meerenakkerweg, marcando a entrada para as cidades de Eindhoven e Veldhoven. Segundo o arquiteto Van den Berg, antes da obra havia uma espécie de corredor no mesmo nível da rodovia, mas o desenvolvimento de um conjunto habitacional nas proximidades exigiu mudanças na área a fim de organizar o tráfego de veículo e a passagem de pedestres e ciclistas. “Como o Conselho Municipal de Eindhoven não admite a construção de passagens subterrâneas para ciclistas e pedestres, e havia ainda descartado a ideia de uma rotatória no mesmo nível das rodovias, a ponte estaiada circular se mostrou como a melhor opção”, afirma. Para toda a obra foram empregadas cerca de 1.000 toneladas de aço. Além disso, boa parte dos componentes teve de ser feita sob encomenda. Neste caso, o uso do aço foi essencial para a construção de um tabuleiro mais fino, que acabou por garantir liberdade no design das formas e elementos estruturais. 28 ARQUITETURA&AÇO
Divulgação
ARQUITETURA&AÇO
29
Fotos divulgação
Acima, à esquerda, a ponte composta por pilar único de 70 m e 24 cabos de aço. Na sequência, tabuleiro circular iluminado, também em aço. Os cabos são engastados pelo lado interior da superfície, exatamente onde foram colocados alguns contrapesos em concreto, como pode ser observado na foto abaixo
30 ARQUITETURA&AÇO
Ainda de acordo com Christa van
então, diminuir em 1,5 m o nível do solo justamente embaixo da
den Berg, a obra foi cercada por desa-
intersecção da rotatória, permitindo uma inclinação e uma rampa
fios tanto no processo de concepção e
confortável para pedestres e ciclistas.
construção, quanto nos aspectos téc-
A construção da Hovenring Bridge demandou 18 meses, incluin-
nicos. “Tínhamos muito claro que a
do a preparação do solo. Para se ter ideia da rapidez, a estrutura em
ponte deveria ter um imponente pilar
aço foi erguida e construída em apenas quatro meses.
no centro. Isso significava que a forma padrão de conexão entre os cabos não
Iluminação
seria suficiente, uma vez que resul-
Eindhoven é também conhecida como “Cidade da Luz” – justa-
taria em um volume de aço no topo
mente por abrigar a empresa Philips –, e por isso a iluminação
deste pilar”, explica. A solução encon-
projetada para a ponte precisou ser “especial”. Logo, o espaço entre
trada pelo escritório foi executar tudo
o contrapeso e a plataforma da ponte formam linhas de ilumina-
sob medida.
ção. Preenchidos com um sistema automatizado de lâmpadas LED,
Outra dificuldade foi em relação à
esses tubos iluminam toda a plataforma, o que resulta no efeito de
integração espacial. A infraestrutura
um anel de luz durante a noite. Outras lâmpadas também foram
existente estabelecia limites muito
fixadas em uma estrutura de cabo entre o pilar, a plataforma e a
rígidos para o declive das pistas que
superfície interior do contrapeso circular, e servem como ilumina-
dariam acesso à ponte. A opção foi,
ção ao cruzamento abaixo. (C.E.) M ARQUITETURA&AÇO
31
Fotos divulgação
À prova do tempo Esbelto, viaduto construído em 1979 se tornou um símbolo expressivo a R odovia P residente D utra , marcando a chegada à V olta R edonda
sobre
A estética exerce forte influência em quase todos os projetos
funcionário da CSN e integrante da
de pontes e viadutos, entretanto, por razões econômicas, tal quesito
equipe envolvida na obra.
muitas vezes acaba desprezado. Por isso, tantas obras no país ainda deixam a desejar em relação aos aspectos plásticos. Contudo, exis-
Superestrutura
tem casos em que estética domina a concepção e os resultados são
Com 90 m de comprimento, o via-
surpreendentes. Um exemplo é o viaduto de acesso à Volta Redonda,
duto atravessa a Rodovia Presidente
localizado no km 95 da Rodovia Presidente Dutra, que liga o Rio
Dutra com duas faixas de tráfe-
de Janeiro a São Paulo. Construído em 1979, ainda se mantém não
go para trem-tipo com 36 tonela-
apenas elegante, como também em perfeitas condições estruturais.
das. O tabuleiro é formado por uma
Na ocasião, o projeto foi executado pela Fábrica de Estruturas
laje de concreto sobre a qual existe
Metálicas (FEM), empresa do grupo da Companhia Siderúrgica
um corrimão metálico. Já a laje, foi
Nacional (CSN). Como a implantação ocorreu em uma das vias com
construída a partir de um conjunto
maior tráfego no país, a Prefeitura de Volta Redonda fez duas exi-
de placas pré-moldadas, que, dis-
gências: que a obra tivesse grande representatividade estética e que
postas transversalmente, compuse-
durante o processo de montagem o tráfego não sofresse grandes pre-
ram o tabuleiro sem a necessidade
juízos. Para atender a tais requisitos, e como não poderia deixar de
de escoramento.
ser, na Cidade do Aço uma construção tão emblemática só poderia ser concebida “em aço”.
Esta laje se apoia em quatro quadros rígidos, idênticos e simétricos em
Assim, após diversos ensaios, escolheu-se um modelo de qua-
relação à linha de centro do viaduto,
dro rígido, com pernas inclinadas, feito em aço Niocor, sem pintura.
distantes um do outro em cerca de
“Já a esbeltez de seus elementos elegantemente curvos, combina-
2,60 m, executados em aço. A geome-
dos com a cor ferrugem, proporcionou ao entorno uma discre-
tria e as dimensões dos quadros foram
ta harmonia”, recorda o engenheiro Fernando Pinho, na época
determinadas em função do gabarito
32 ARQUITETURA&AÇO
MEMÓRIA
mínimo exigido pela DNER para o vão
para entrada, realizou-se uma análise por computador, em um
central e em uma relação vão central/
programa desenvolvido no MIT – Massachusets Institute of Tech-
vãos laterais, necessárias para prever o
nology. Com base nesta análise, foram concebidas as seções em
momento máximo positivo no centro,
perfis soldados, tendo como guia as recomendações da American
aproximadamente igual ao dos extre-
Association of State Highway and Trasportation Officials.
mos, bem como para satisfazer as condições de concordância e estética.
A pré-fabricação dos componentes da estrutura levou cerca de 45 dias e apenas dois aspectos exigiram mais cuidados: os nós das
As peças da perna variam unifor-
pernas, devido à calandragem e ajustes, e precisão na dimensão dos
memente até uma largura mínima de
conjuntos, contornada pela pré-montagem e furação em conjunto. Os
57,5 cm na base e seu eixo se inclina
demais componentes eram de perfis soldados de fabricação automati-
60º com o eixo da viga. “Por se tratar
zada e contínua. De acordo com Fernando Pinho, a montagem obede-
de estrutura estaticamente indeter-
ceu a seguinte sequência: conjunto de nós e pernas e posicionamento
minada, a escolha das seções de aço
sobre as torres provisórias; vãos laterais posicionados nas cabeceiras
ocorreu em duas etapas”, destaca o
do viaduto; vigas do cão central; torqueamento total de cada quadro e
engenheiro Pinho. Para o primeiro pré-
liberação das torres provisórias; placas pré-moldadas das lajes; concre-
-dimensionamento, utilizou-se uma
tagem das juntas das placas e guarda-roda com corrimãos.
série de suposições e critérios simpli-
Por suas características estruturais e beleza arquitetônica, a
ficadores. Em seguida, a partir desses
obra recebeu o Prêmio ABCEM e se mantém como marco para o
dados preliminares junto aos dados
município. (N.F.) M
Acima, obra em fase de execução, na década de 1970. Abaixo, imagem recente do viaduto que se mantém elegante, com pernas inclinadas, executadas em aço Niocor, sem pintura
ARQUITETURA&AÇO
33
Imagens divulgação
ACONTECE
As novas ponte e passarela de Blumenau foram projetadas pelo escritório Estúdio América de Arquitetura. Os elementos estabelecem um diálogo com a paisagem da cidade, ao mesmo tempo em que criam novas referências. Em conexão com a contemporaneidade e as práticas da sustentabilidade, o projeto deve atender aos ciclistas e pedestres. De acordo com os arquitetos, tanto a ponte quanto a passarela receberão aço como sistema estrutural, com um grande número de peças tracionadas, cada uma à sua maneira. Os esforços caminham dos tabuleiros pelos estais e peças arqueadas no ar até encontrarem as fundações. De um modo geral, as estruturas são formadas por peças pré-fabricadas, que através das suas junções se configuram como uma presença única, construída com eficiência, rapidez e baixo impacto ambiental. A passarela corresponde a um novo caminho, uma nova forma de ir e vir entre as margens do Rio Itajaí-Açu. Conecta os caminhos ciliares, o novo porto e a reurbanizada Prainha com o antigo porto e o Morro do Aipim, criando um circuito de atrativos paisagísticos que reforçam a vocação turística da cidade. O projeto é fruto de um Concurso Nacional de Arquitetura, vencido pelo escritório, porém ainda não há previsão de execução.
34 ARQUITETURA&AÇO
ENDEREÇOS
> Escritórios de Arquitetura EFE – Arquitetura e Urbanismo Ltda End.: Rua Dr. Dirceu de Andrade, nº 80, Juiz de Fora (MG) Tel.: (32) 3241-5582
Metalfenas End.: Rua Eng. Manoel Segurado, nº 312, Rio de Janeiro (RJ) Tel.: (21) 2561-0387 www.metalfenas.com.br
Rótula Metalúrgica End.: Rodovia BA 526 – Estada CIA- Aeroporto, Km 9, Salvador (BA) Tel.: (71) 3377-5523 www.rotulametalurgica.com.br
Estúdio América Arquitetura End.: Rua General Jardim nº 645, cj. 81, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3237-1749 www.estudioamerica.com
Minerbo-Fuchs Engenharia S.A End.: Alameda Mamoré, nº 503, Barueri (SP) Tel.: (11) 4191-3385 www.minerbo-fuchs.com.br
Usiminas Mecânica www.usiminas.com
ipv Delft Oude Delft 39 2611 BB Delft Tel.: 015 750 25 75 E-mail: info@ipvdelft.nl www.ipvdelft.nl
Outec Engenharia Ltda End.: Av. Brigadeiro Faria Lima, nº 1.656, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3032-4244 www.outec.com.br
Oscar Niemeyer www.niemeyer.org.br
Fernando Ottoboni Pinho – Metalfopi Engenharia End.: Rua 93- D, nº 86, Volta Redonda (RJ) Tel.: (24) 3342-8316 E-mail: fopinho@terra.com.br
Sergio Teperman End.: Rua Tabapuã, nº 649, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3079-9193 www.sergioteperman.com.br Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) End.: Av. do Contorno, nº 5.454, Belo Horizonte (MG) Tel.: (31) 3287-3319 > PROJETO ESTRUTURAL CONSEP Consultoria Engenharia e Projetos End.: Rua Pedro Paulo Conceição, nº 367, Salvador (BA) Tel.: (71) 3379-8511 www.consep.eng.br Escritório Técnico César Pereira Lopes End.: Al. Joaquim Eugênio de Lima, nº 696, cj. 82/84, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3289-6288 E-mail: etcpl@terra.com.br Limonge de Almeida – Consultoria e Projetos Ltda Tel.: (32) 3236-2527 E-mail: limonge@limonge.eng.br
Tecsteel Engenharia e Consultoria End.: Alameda Iraé, nº 620, cj.37 São Paulo (SP) Tel.: (11) 5051-1160 > ESTRUTURA METÁLICA Basfer Construtora Ltda End.: Al. Itapecuru, nº 645 , cj. 1121 Barueri, SP Tel.: (11) 4195-9007 Inusa – Indústrias Unidas Ltda End.: Rua Osório de Almeida, nº 1.004, Juiz de Fora (MG) Tel.: (32) 3215-7328 www.inusa.com.br Metalfenas End.: Rua Engenheiro Manoel Segurado, nº 312 Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 3104-7070 E-mail: metalfenas@metalfenas.com.br www.metalfenas.com.br
> CONSTRUTORAS Andrade Gutierrez S.A. End.: Av. do Contorno, nº 8.123, Belo Horizonte (MG) Tel.: (31) 3290-6699 www.andradegutierrez.com.br Basfer Construtora Ltda End.: Rua Paulo de Frontin, nº 178, Barueri (SP) Tel.: (11) 4198-1786 www.basfer.com.br Cael Arquitetura e Construções End.: Rua Teófilo Otoni, nº 82, Rio de Janeiro (RJ) Tel.: (21) 3282-7250 www.caelnet.com.br Mendes Júnior End. Rua Pedroso Alvarenga, nº 1.046, São Paulo (SP) Tel.: (11) 3708-3799 www2.mendesjunior.com.br Novatec Engenharia e Empreendimentos Imobiliários Ltda. End.: Alameda Oceania, nº 181, Santana do Parnaíba (SP) Tel.: (11) 4152-4949 OAS S.A. www.oas.com Omar Maksoud Engenharia Civil End.: Rua Professor Oscar Ramos Arantes, nº 41, São Paulo (SP) Tel.: (11) 5523-8387
ARQUITETURA&AÇO
35
expediente
Material para publicação:
Contribuições para as próximas edições podem ser enviadas para o CBCA e serão avaliadas pelo Conselho Editorial de Arquitetura & Aço. É desejável o envio das seguintes informações, em mídia digital: desenhos técnicos do projeto, fotos da obra, dados do projeto (local, cliente, data do projeto e da construção, autor do projeto, projetista estrutural e construtor) e referências do arquiteto (telefone, endereço e e-mail).
Revista Arquitetura & Aço é uma publicação trimestral do CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço) produzida pela Roma Editora. CBCA: Av. Rio Branco, 181 – 28º andar 20040-007 – Rio de Janeiro/RJ Tel.: (21) 3445-6332 cbca@acobrasil.org.br www.cbca-acobrasil.org.br Conselho Editorial Fernando José Estrela de Matos – CBCA Roberto Inaba – Usiminas Ronaldo do Carmo Soares – Gerdau Silvia Scalzo – ArcelorMittal Tubarão Publicidade Ricardo Werneck tel: (21) 3445-6332 cbca@acobrasil.org.br
Números anteriores:
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36 ARQUITETURA&AÇO
Roma Editora Rua Simão Álvares, 356, Cj. 12 – 05417-020 – São Paulo/SP Tel.: (11) 3061-5778 cbca@arcdesign.com.br Direção Cristiano S. Barata Coordenação Editorial Nádia Fischer Redação Camila Escudero, Cely Andrade, Maria Clara Souza, Nádia Fischer e Rafael Nunes Revisão Deborah Peleias Editoração Cibele Cipola (edição de arte), Luiz Marques e Emílio Fim Neto (designers) Impressão Silvamarts
Endereço para envio de material: Revista Arquitetura & Aço – CBCA Av. Rio Branco, 181 – 28º andar 20040-007 – Rio de Janeiro/RJ cbca@quadried.com.br É permitida a reprodução total dos textos, desde que mencionada a fonte. É proibida a reprodução das fotos e desenhos, exceto mediante autoriza ção expressa do autor.
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É com aço do Brasil que construímos nossos sonhos. Os perfis estruturais Gerdau têm a versatilidade que você precisa para sonhar mais alto na hora de criar seus projetos. Combinados com racionalidade, fazem sua obra ganhar uma estética especial com a garantia de qualidade Gerdau.
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