Revista Arquitetura & Aço - Nº 06

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& ARQUITETURA AÇO Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 6 julho de 2006

Residências


editorial

O AÇO JÁ NÃO PODE SER VISTO como uma opção construtiva somente para indústrias, galpões e edifícios comerciais. A evolução tecnológica do material revelou sua versatilidade em atender também às mais diversas necessidades de projetos residenciais. Seja aparente, como personagem principal do projeto, ou de forma discreta, oculto pelos acabamentos, o aço é uma realidade para a casa brasileira. Nesta edição de Arquitetura & Aço, queremos mostrar essa diversidade. Aqui estão dez diferentes projetos, atendendo a variados programas, estilos e necessidades. A seleção reúne projetos despojados para casas de veraneio, urbanas ou cercadas de verde e soluções para o melhor aproveitamento de terrenos íngremes, além de residências esculturais, nas quais o aço se revela soberano. Seja qual for o estilo, todas têm em comum a construção rápida, limpa e racional. Algumas das obras, inclusive, são as próprias residências dos arquitetos entrevistados, como as casas de Consuelo Jorge e Jaques Suchodolski, ambas em São Paulo. O aço revelou-se como a melhor opção para esses profissionais, que souberam aproveitar o potencial técnico, plástico e criativo desse material. Conheça as obras e saiba por que o aço está ganhando espaço também em projetos residenciais.

Flexibilidade para todo tipo de projeto 2

ARQUITETURA&AÇO

ARQUITETURA&AÇO

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>

Projeto: Consuelo Jorge

>

Colaboradores: Elisio Filho e Euza Santos

>

Área construída: 452,13 m2

>

Aço empregado: aço de maior resistência à corrosão

>

Cálculo estrutural: Systemac Sistemas Estruturais

>

Fornecedor da estrutura metálica: Systemac Sistemas Estruturais

>

Execução da obra: Consuelo Jorge Arquitetos Associados

>

Local: São Paulo, SP

>

Data do projeto: 2001

>

Conclusão da obra: 2002

1. Panos de vidro conferem amplitude e iluminação natural aos espaços 2. No projeto minimalista, o aconchego é conferido pelas texturas e revestimentos 3. Passarela de vidro e metal faz a comunicação entre os blocos 4. A estrutura metálica cria amplos vãos livres e confere modernidade ao ambiente

Desenho industrial Fotos Lula

EM UM PROJETO RACIONAL E INTELIGENTE, O AÇO DÁ VIDA A UMA CASA COM ARES DE INDÚSTRIA

1.

2.

3.

4.

QUANDO COMEÇOU a desenhar a

pequeno, Consuelo optou pela estrutura metálica. Acabou

própria residência, a arquiteta Con-

ganhando também com a rapidez na execução (toda a obra foi

suelo Jorge sabia que estava diante

realizada em apenas nove meses) e com o efeito estético que pode

de um projeto especial. Em parceria

ser criado no interior da residência, onde perfis “I” de 300 mm e

com o marido, o engenheiro Sergio

pilares de 150 x 150 mm permitem amplos vãos livres e conferem

Cordeiro, ela tinha a missão de criar

modernidade aos espaços.

uma casa “com cara de fábrica”: há

Para reforçar a idéia de amplitude, a casa possui uma quanti-

muito tempo, o sonho do casal era

dade mínima de paredes e explora grandes panos de vidro, que

morar em um local amplo, funcional,

proporcionam a integração com o jardim e favorecem a entrada

com ambientes integrados e design

de luz natural. Elementos essenciais do projeto, como o forro da

sofisticado, que lembrasse um velho

cobertura metálica curva e uma suntuosa passarela de vidro e

galpão industrial.

metal, podem ser observados de todos os pavimentos.

Buscando facilidade de execução,

O foco na ecologia também norteou pontos importantes da obra.

já que o canteiro de obras era bastante

Com tecnologias simples, foram criados engenhosos sistemas de economia de água e energia elétrica. O “ar-condicionado ecológico”, por exemplo, desenvolvido pelo próprio Sergio, traz para o interior da residência o ar resfriado por duas cascatas que correm sobre chapas

Lembrando um galpão industrial, a residência da arquiteta Consuelo Jorge abriga ambientes integrados, funcionais e bem iluminados

4

ARQUITETURA&AÇO

de aço. A ventilação acontece por meio de grelhas inseridas no piso e no teto, reduzindo a temperatura ambiente em até 5º C. (C.P.) M ARQUITETURA&AÇO

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1.

Observatório da paisagem PARA

2.

AMENIZAR O IMPACTO E APROVEITAR MELHOR O TERRENO BASTANTE INCLINADO, A CASA FOI

TOTALMENTE SUSPENSA ACIMA DA COPA DAS ÁRVORES

3.

4.

Fotos Marcílio Gazzinelli e João Diniz

1. A forma geométrica triangular surge em vários traços do projeto, como nesta grande abertura junto à varanda 2. A vista lateral destaca a sala que se projeta em balanço, os pavimentos e a cobertura de aço sobre o amplo mirante 3. Sala com pé-direito duplo mostra a estrutura metálica, o fechamento de concreto e o piso de pedra natural 3. Os perfis de aço permitiram a construção rápida, precisa e de baixo impacto para o terreno

ARQUITETURA&AÇO

Projeto: João Diniz

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Colaboradores: Adriana Aleixo, Clarissa Bastos, Cristiano Cezarino, Marcelo Maia 2

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Cálculo estrutural: Sebastião Mendes

>

Execução da obra: Eng. Gabriel Lustosa e Bi Lustosa

>

Local: Nova Lima, MG

>

Área construída: 360,28 m

>

Data do projeto: 2000

>

Aço empregado: ASTM A36

>

Conclusão da obra: 2001

A CIDADE DE NOVA LIMA, próxima a

Pilares de aço aparente sustentam a residência, que tem um

Belo Horizonte, tem muitos acidentes

programa complexo, distribuído em três pavimentos. A sala em

geográficos. E a casa projetada pelo

balanço e os pórticos delgados por baixo dos dormitórios evi-

arquiteto João Diniz foi implantada

denciam a resistência do aço como elemento estrutural. “Com

em um terreno bastante íngreme,

outros materiais seria bem mais difícil conseguir o resultado

com inclinação acima de 45º, num

desejado. Toda a casa foi montada e parafusada rapidamente

condomínio fechado que tem legis-

por um serralheiro e somente a fundação foi feita de concreto”,

lação severa para o controle do meio

conta o arquiteto, lembrando que as peças tiveram de ser içadas

ambiente. Diniz afirma que não have-

por cordas presas a uma grua na parte mais alta do terreno, pela

ria outra opção senão o aço para

dificuldade de acesso.

garantir a integridade do terreno.

6

>

Telhas metálicas em curva formam a cobertura, que recebeu

Dessa forma, as árvores puderam

forro termoacústico. As lajes foram fundidas in loco e o fechamen-

ser preservadas, pois a casa foi ergui-

to das paredes foi feito de alvenaria de cerâmica convencional na

da com mínima interferência no ter-

parte externa e de bloco de concreto celular na interna.

reno. Em função da altitude, é deslum-

O resultado é uma casa totalmente integrada à paisagem. Além

brante a paisagem que se vê de todos

dos proprietários e do arquiteto, a própria natureza parece estar

os ângulos, pois a implantação voltou

satisfeita, tanto que alguns macacos e muitos pássaros, vizinhos da

a casa para o vale verde.

família, visitam constantemente o terraço da residência. (V.S.) M ARQUITETURA&AÇO

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EM UM CENÁRIO QUE TEM como pano de fundo Tiago Moraes

o Corcovado, a Lagoa Rodrigo de Freitas, o Morro Dois Irmãos e a Baía de Guanabara, a premiada residência do Jardim Botânico, projetada pelos arquitetos Luiz Eduardo Indio da Costa e Claudia Amorim, insere-se generosamente na paisagem, valorizando ainda mais a beleza do seu entorno. Concebido em dois volumes sobrepostos perpendicularmente, o projeto tira partido de transparências, grandes vãos e amplos espaços fluidos para privilegiar a admirável vista panorâmica do terreno. O resultado é um harmonioso diálogo com a natureza, que embaralha os limites entre o interior e o exterior da residência. Em contraste com essas características, que, segundo Claudia Amorim, induzem a um premeditado impacto emocional, o partido arquitetônico segue uma tendência racional. Definido a partir da opção pelo uso da estrutura metálica, seus traços são marcados por uma pureza conceitual que se expressa por meio de ordem, simetria e precisão geométrica. Modulado em perfis de aço, o sistema estrutural está explícito em toda a edificação, sendo determinante para a plasticidade da casa. Além disso, como destaca a dupla de arquitetos, a opção pelo aço possibilita a leveza desta residência de grandes proporções e fortalece o contraste entre emoção e racionalidade.

Com vista privilegiada, a varanda ganha ares de mirante nesta residência de projeto profundamente influenciado pelas belezas naturais do entorno

Em frente ao cartão-postal 8

ARQUITETURA&AÇO

P UREZA

CONCEITUAL TRADUZIDA EM PRECISÃO GEOMÉTRICA E SENSIBILIDADE DETERMINAM

PROJETO QUE PRIVILEGIA E PROCURA RESPEITAR A DESLUMBRANTE PAISAGEM DO

RIO DE JANEIRO

ARQUITETURA&AÇO

9


Seguindo uma lógica funcional, as áreas sociais e de serviço foram dispostas no pavimento térreo, que se eleva aproximadamente 1 metro acima do terreno natural, sobre um porão ventilado

1.

2.

por onde correm as instalações elétricas e hidráulicas, facilitando a manutenção. No segundo nível encontram-se as áreas íntimas, totalmente preservadas. Na cobertura do volume inferior, um espelho d’água funciona como elemento de proteção das variações de temperatura, além de A engenhosa escolha do sistema estrutural, o equilíbrio da forma adotada e sua precisa inserção na paisagem garantiram ao projeto o título de melhor residência de 2003, concedido pelo júri da 41a premiação anual do IAB/RJ. (C.P.) M

3. 1. Disposto em dois volumes que se sobrepõem perpendicularmente, o programa arquitetônico criado a partir da estrutura metálica segue uma tendência racional e geométrica 2. Transparências, grandes vãos e amplos espaços fluidos favorecem o diálogo entre a residência e a paisagem do entorno 3. Da varanda principal é possível vislumbrar a cidade de um ângulo privilegiado. Na cobertura do primeiro pavimento, um espelho d'água funciona para equilibrar as temperaturas internas

>

Projeto: Luiz Eduardo Indio da Costa e Claudia Amorim

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Colaboradores: Carlota Sampaio, Ligia Cury e Christian Smith

>

Área construída: 880 m2

>

Aço empregado: aço de maior resistência à corrosão

>

Cálculo estrutural: Welt Engenharia

>

Fornecedor da estrutura metálica: Metalfenas

>

Execução da obra: Pedroza Joppert Engenharia

>

Local: Rio de Janeiro, RJ

>

Data do projeto: 2000

>

Conclusão da obra: dezembro de 2001

>

SITUAÇÃO

01

10 ARQUITETURA&AÇO

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10

CORTE LONGITUDINAL

Fotos Tiago Moraes

valorizar a estética do conjunto refletindo o morro do Corcovado.

ARQUITETURA&AÇO

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Fotos Arnaldo Pappalardo

Na pág. ao lado, para aproveitar ao máximo o potencial do terreno, o programa foi dividido em quatro pavimentos, adotando a verticalização típica de uma townhouse. Por todo o volume, a estrutura de aço pintado de vermelho também funciona como elemento plástico. Acima, destaque para a carpintaria interna, que provém de eucalipto, madeira de reflorestamento: juntamente com o aço, a opção reflete os conceitos de racionalização de materiais e sustentabilidade ecológica

QUEM OBSERVA A RESIDÊNCIA do arquiteto Jaques Suchodolski percebe, ao primeiro olhar, que ali o aço exibe sua marca. Pintada na cor vermelha, a estrutura metálica é exposta (ou melhor, “superexposta”, como define seu criador), para explorar ao máximo as possibilidades plásticas que o material oferece. Por dentro ou por fora, a leitura do esqueleto estrutural está sempre presente na compreensão do volume, que se expressa em um arranjo simples, ortogonal nas três dimensões e de apenas 12 pilares. “Fundamentalmente, o aço é o elemento estrutural desta obra. Todo o partido arquitetônico advém de ele cumprir essa função”, afirma Suchodolski. Com a utilização de perfis metálicos eletrossoldados, a obra se

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Projeto: Jaques Suchodolski

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Área construída: 461 m2

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Aço empregado: aço de maior resistência à corrosão

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Cálculo estrutural: Eng. Paulo Roberto Gianesi

tornou extremamente parametrizada e veloz, consumindo apenas 12 meses. Para a fundação, a escolha também recaiu sobre o aço. “Optamos pelas estacas metálicas para ter intervenções rápidas, que não envolvessem o risco de gerar trincas nas construções antigas do entorno”, explica o projetista.

>

Montagem da estrutura metálica: Construtora Becker Ltda.

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Execução da obra: Alexandre Buchman

amplos jardins e cinco suítes dispostas em ambientes fluidos e

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Local: São Paulo, SP

espaçosos. Para acomodar todos esses elementos em um lote

A PARTIR DE UM DESENHO SIMPLES E ORGANIZADO , MALHA

>

Data do projeto: 2002

retangular de 10 x 35 metros, o potencial construtivo do terreno

ESTRUTURAL DEFINE O VOLUME DE UMA RESIDÊNCIA NADA CONVENCIONAL

>

Conclusão da obra: 2004

foi aproveitado integralmente: adotando a verticalização típica

Estrutura viva C RIADA

Desenvolvido sob medida para sua própria família, o programa de Suchodolski previa uma residência confortável, com piscina,

de uma townhouse americana, a casa foi disposta em quatro 12 ARQUITETURA&AÇO

ARQUITETURA&AÇO

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nível da calçada

jardim

>

jardim

LIVING STEEL

PROJETO VENCEDOR

Living Steel é um programa internacional que tem o objetivo de desenvolver o uso do aço na construção habitacional de forma sustentável. São promotoras deste programa as seguintes siderúrgicas: Arcelor, Baosteel, Bluescope Steel, Grupo Celsa, Corus, Erdemir, Imidro, Mittal, Posco, Ruuki e Tata Steel.

Polônia: Cepezed b.v, Kick Start - Holanda

Além das siderúrgicas, o CBCA esta presente, juntamente com vários Institutos internacionais: Center of Steel Construction, European Convention for Constructional Steelwork, Fondazione Promozione Acciaio, Institute for Steel Development and Growth, International Zinc Association, Korea Iron & Steel Association e The Steel Construction Institute. Living Steel (www.livingsteel.org) é um programa administrado pelo IISI - International Iron and Steel Institute.

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1

5

CORTE AA

Fotos Arnaldo Pappalardo

pavimentos, incluindo um semi-subsolo para abrigar veículos. Imponente, a edificação se destaca das construções tradicionais do entorno, chamando ainda mais atenção por não se esconder atrás de muros e grades. “Eu fujo da tendência da arquitetura de se fechar, de as pessoas precisarem ser convidadas para poderem usufruir os benefícios plásticos que ela pode proporcionar”, afirma o arquiteto, que explorou a semipermea-

OBJETIVOS DO CONCURSO Living Steel promove este concurso para arquitetos, e lança o desafio de desenvolverem soluções inovadoras para necessidades habitacionais locais. O objetivo do concurso Living Steel é de se construir um edifício demonstração em conjunto com a cadeia produtiva local. Já foi realizado o concurso para a India e Polônia e o resultado foi anunciado em 20 de junho de 2006 em Vancouver - Canadá, por ocasião do Fórum Mundial da ONU- Habitat sobre a sustentabilidade das cidades.

JURI INTERNACIONAL - UIA Os vencedores foram selecionados por um juri independente da União Internacional dos Arquitetos (UIA) presidido pelo arquiteto australiano Glen Murcutt e com a participação de Charles Correa (Índia), James Berry (Reino-Unido), Andrew Ogorzalek (Polônia), Jaime Lerner (Brasil) e Nicholas de Monchaux (Estados-Unidos).

bilidade visual da casa fazendo o fechamento frontal do lote com gradis de madeira que deixam entrever luzes e movimentos internos. Dentro de um conceito de sustentabilidade e consciência ecológica, além da utilização do aço, toda a madeira utilizada é de reflorestamento, como o eucalipto, empregado no interior da residência, e a teca brasileira, Fachada frontal: de todos os ângulo, a leitura do esqueleto estrutural está presente na compreensão do volume da residência

14 ARQUITETURA&AÇO

utilizada na área externa, incluindo fachadas, gradis e deques. (C.P.) M

PREMIOS Cada uma das vinte equipes selecionadas para o concurso recebeu um prêmio de 10 000 euros. E cada um dos autores dos dois projetos vencedores recebeu um prêmio de 50 000 euros. Os dois projetos vencedores, um na Índia e o outro na Polônia serão realizados com a ajuda de Living Steel e dos parceiros locais. O Brasil faz parte dos países candidatos para o segundo concurso que será lançado em 2007. Para maiores informações sobre o concurso internacional Living Steel, “press-book” e entrevista com os vencedores, acesse o site www.livingsteel.org

Índia: Piercy Conner, Symhouse Mk1 – Reino Unido



Uma casa de família PROJETO COM ESTRUTURA METÁLICA BUSCA VALORIZAR CONVIVÊNCIA E INTERAÇÃO FAMILIAR

LOCALIZADO EM UM BAIRRO DA ZONA OESTE da capital paulista,

A partir da estrutura metálica aparente,

o sobrado com formato de caixa retangular parece flutuar sobre

muito precisa, optou-se por tijolos de

um terreno de 432 metros quadrados (12 m x 36 m). A casa eleva-

barro artesanais para o fechamento. Outro aspecto fundamental da obra

de seu filho, traduz em aço e alvenaria características dos

é a transparência. A casa não é encos-

próprios moradores, como leveza, simplicidade e informalidade.

tada em nenhuma das divisas do ter-

A obra foi dividida longitudinalmente, de forma que do lado

reno e se revela como um cristal, com

direito concentraram-se as áreas de serviço e quartos e do lado

seus caixilhos brancos e esquadrias

esquerdo, os espaços comuns. O arquiteto explica que a estrutura de

com vidros temperados, pelos quais

aço possibilitou a articulação desses espaços com mais liberdade.

se pode ver a paisagem do entorno.

Fotos Nelson Kon

da, concebida pelo arquiteto Eduardo de Almeida para a família

“A casa não deve ser um obstáculo, mas um meio através do qual sua vida passe”, comenta o arquiteto. Para solucionar a questão da privacidade e do controle luminoso, Almeida optou por chapas de aço perfuradas que funcionam como venezianas, filtrando a luz. A estrutura elevada e também estas venezianas possibilitam uma ventilação cruzada muito eficiente para o conforto térmico.

1.

2.

1. Escada metálica ganha destaque, centralizando as atenções e o programa da casa 2. Vista do segundo andar, de onde se pode observar a valorização dos espaços livres e da divisão funcional da casa

Segundo o arquiteto, a casa é um convite à integração. Um elemento que ilustra bem esta idéia é a escada de aço posicionada junto à entrada social, que, além da utilidade prática de união entre os andares, funciona

>

Projeto: Eduardo de Almeida

como uma escultura, de onde se pode

>

Colaborador: Leonardo Sette

vislumbrar toda a composição. E a co-

>

zinha centralizada no piso térreo rei-

>

tera a convivência dos moradores e mesmo o partido arquitetônico tomado por Eduardo de Almeida – o de um Fachada posterior, onde fica evidente a geometria retilínea do projeto estruturado em aço e com vedação com tijolos aparentes

18 ARQUITETURA&AÇO

>

>

Fornecedor da estrutura metálica: Juresa

Área construída: 250 m2

>

Aço empregado: ASTM A36, com pintura epóxi

Montagem da estrutura metálica: Projecta

>

Execução da obra: EPS

>

Local: São Paulo, SP

>

Data do projeto: 2002

>

Conclusão da obra: 2004

Cálculo estrutural: Éder Pascoal Besson

espaço desfrutado por todos. (I.G.) M ARQUITETURA&AÇO

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CONSTRUTORA

TRADICIONAL APOSTA EM SISTEMA

STEEL FRAME PARA PROJETOS RESIDENCIAIS

20 ARQUITETURA&AÇO

Projeto: Arq. Luciano Setim Freitas

>

Área do terreno: 362,64 m2

>

Área construída: 271,57 m2

>

Aço empregado: ZAR 230

>

Cálculo estrutural: Eng. Civil Adriano Etcheverry

>

Fornecedor da estrutura metálica: Ananda

>

Construção: J. A. Baggio

>

Local: Curitiba, PR

>

Data do projeto: setembro de 2005

>

Conclusão da obra: junho de 2006

Fotos Rodrigo Brittes

Steel frame conquista clientes no Sul do país

>

A estrutura de steel frame é montada sobre um radier, laje que dispensa fundações. Os fechamentos em OSB e as paredes internas em gesso acartonado são de rápida instalação

e fácil manutenção. A casa em steel frame pode ter acabamento com materiais tradicionais, como a tinta acrílica ou com lâminas vinílicas que dispensam a pintura. Na cobertura, podem ser usadas tanto as telhas cerâmicas, como as metálicas ou em shingle

AINDA RECENTE, a construção de

O arquiteto Luciano Setim Freitas, responsável pelo projeto,

casas em steel frame está se difun-

afirma que, ao contrário do que alguns profissionais possam pen-

dindo no Brasil, e uma evidência

sar, “o sistema steel frame dá total liberdade para a escolha dos

disso é a adoção da técnica por em-

materiais de acabamento, garantindo um projeto personalizado”.

presas que trabalhavam até então só

A casa, situada num condomínio de Curitiba, está distribuída

com o sistema construtivo tradicio-

em dois pavimentos, que somam 272 metros quadrados. O sis-

nal. A construtora Seqüência, de São

tema permitiu a construção da casa em apenas 120 dias, signifi-

Paulo, foi uma das primeiras a adotar

cando economia de tempo e de mão-de-obra. A construtora criou,

o sistema e virou referência no mer-

especialmente para atender ao público interessado nesta tec-

cado. Outras empresas seguem cami-

nologia, a divisão Steel House Baggio.

nho semelhante, passando a oferecer

Segundo o arquiteto, por se tratar de um projeto industrializa-

o steel frame como opção para seus

do, “todas as soluções precisam ser bem planejadas durante o

clientes. É o caso da construtora

projeto, sem deixar nada para resolver durante a obra. Desse

curitibana J. A. Baggio, com 25 anos

modo, quando chegar a etapa do canteiro de obras, será realizada

de atuação na região Sul, que entre-

apenas a montagem da casa, de forma rápida e precisa”. Outra

gou recentemente sua primeira

vantagem da utilização do sistema é a facilidade de realizar

residência com estrutura do tipo

manutenção ou reformas, pois os materiais são de fácil manipu-

light steel frame. A aposta no seg-

lação e substituição, de forma limpa e seca.

mento pretende atender à demanda

O engenheiro José Luiz Campanholo, diretor técnico e de obras

cada vez maior por esse tipo de cons-

da construtora, afirma que a mão-de-obra foi escolhida entre os

trução, que utiliza elementos pré-

funcionários que já trabalhavam com a aplicação do gesso acar-

fabricados, como o perfil de aço gal-

tonado na construção tradicional, os quais puderam ser treinados

vanizado, as chapas de madeira tipo

para atender ao sistema steel frame. Agora, a construtora pode

OSB e o painel de gesso acartonado.

oferecer um sistema seguro e inovador para seus clientes. (V.S.) ARQUITETURA&AÇO

21


Fotos Lúcia Loeb

Para as horas de folga PAVILHÃO ESTRUTURADO EM AÇO COMBINA ESTÉTICA E FUNCIONALIDADE VALORIZANDO ÁREA DE LAZER

DOIS PAVIMENTOS SOB UMA COBERTURA curva formam o

tracionados e ligados à viga superior,

Pavilhão Freiberg, área de lazer anexa a uma residência paulis-

ajuda a enfatizar o aspecto de liber-

tana. O local abriga espaço de convivência no térreo, integrado à

dade, que, afinal, é tudo o que se busca

área da piscina, além de mezanino com sala de jogos e de música,

nos momentos de lazer.

2.

1.

1. A área de convivência no piso térreo está totalmente integrada ao bar e à piscina, com a marquise sustentada por tirantes tracionados 2. Todos os elementos de aço chegaram ao terreno com pintura eletrostática e prontos para montagem, inclusive a escada em caracol. A obra ficou pronta em 20 dias

>

Projeto: Roberto Loeb

>

Colaboradores: Luis Capote, Francisco Cassimiro, Nicola Pugliese, Damiano Leite, Fernanda Pinha, Maria Fernanda Nogueira

que tiveram acústica favorecida pelo formato em concha da cober-

As peças metálicas já chegaram

>

Área construída: 192 m2

tura. E ainda, para melhor aproveitamento da área, no subsolo

ao terreno prontas para montagem,

>

foram instalados a sauna e o vestiário. A rapidez na montagem –

assim como a escada em caracol que

Execução da obra: Cempla Construções e Engenharia

cerca de 20 dias – e as possibilidades estéticas do aço foram dife-

liga o mezanino ao térreo. O fecha-

>

Cálculo estrutural: Osmar Souza e Silva e Eduardo Kouznetz Souza e Silva

renciais na escolha do material pelo arquiteto Roberto Loeb, que já

mento é feito de alvenaria, desta-

>

Estrutura Metálica: Contrato Engenharia

o utilizou em obras como o Espaço Natura, em São Paulo.

cando-se o forro da cobertura abau-

>

Aço empregado: aço de maior resistência à corrosão

O aço permitiu uma construção leve, com pé-direito de 6 metros

lada, todo de ripas de madeiras

de altura e beirais de 1,3 metro. A leveza do projeto se completa

diversas. Além do efeito visual inte-

>

Local: São Paulo, SP

com o fechamento com portas de vidro, que permitem a inte-

ressante junto à mesa de bilhar, a

>

Data do projeto: 2002

gração visual com a casa, a piscina e a quadra de esportes.

madeira permite melhor absorção

>

Conclusão da obra: 2003

O espaço livre de pilares, substituídos por tirantes de aço 22 ARQUITETURA&AÇO

do som no recinto. (V.S.) M

0

1

5

CORTE TRANSVERSAL ARQUITETURA&AÇO

23


memória

RESIDÊNCIA JANDER KÖU (BARUERI, SP)

CASA-REFERÊNCIA

Orlando Azevedo/reprodução do livro Brennand

Fotos Marcos Acayaba

OBRA PROJETADA EM 1981 É DIVISOR DE ÁGUAS NA TRAJETÓRIA PROFISSIONAL DO ARQUITETO MARCOS ACAYABA

Em 1981, quando o arquiteto Marcos Acayaba foi procurado para projetar uma residência em Alphaville (Barueri, SP), os clientes queriam que a inspiração fosse uma obra de Marcel Breuer, a Koefer House, em Ascona, Suíça. Aceita a sugestão, esta casa, segundo Acayaba, ao contrário de todos os seus projetos anteriores, rompeu a regularidade volumétrica e utilizou diversas técnicas e materiais até então inéditos em sua arquitetura, como pilares e vigas de aço.

CASA-GRANDE DO ENGENHO SÃO JOÃO (VÁRZEA, PE)

Para solucionar a junta articulada entre a alvenaria e a estrutura

O PALACETE DO ENGENHO

de aço, Acayaba baseou-se na residência Berlink, em São Paulo, dos

PRIMEIRA CASA COM ESTRUTURA PRÉ-FABRICADA DE FERRO FUNDIDO FOI MONTADA EM PERNAMBUCO, NO FINAL DO SÉCULO 19

arquitetos Arnaldo Martino e Eduardo de Almeida, que estava em andamento na época. (I.G.)

Pode-se dizer que a construção pré-fabricada de residências chegou

A conclusão da parte térrea demo-

ao Brasil em 1895, ano em que se iniciaram as obras da casa-grande

rou cerca de três anos, em razão de

do Engenho São João, propriedade da família Brennand nos

dificuldades financeiras e de traba-

arredores de Recife, Pernambuco. A casa demorou alguns anos para

lho. “Poucas reformas foram feitas e a

ser montada, pela falta de mão-de-obra qualificada, mas até hoje

estrutura de ferro fundido se mantém

resiste às investidas dos ventos que sopram do rio Capibaribe.

intacta”, garante o artista plástico

Tudo começou quando Francisco Lacerda, proprietário da Usina

Francisco Brennand sobre o patrimô-

Central São João da Várzea, encontrou em Nova York uma empresa que

nio da família. Ainda hoje, a residên-

representava fundições belgas fabricantes de estruturas de ferro fun-

cia e seus jardins, planejados por

dido para casas. As casas eram vendidas a toda a zona algodoeira ame-

Burle Marx em 1938, são perfeita-

ricana, com grandes varandas, pórticos e dois pavimentos. Lacerda

mente conservados por seu irmão

encomendou logo uma casa de grande porte à matriz, na Bélgica.

Cornélio, atual proprietário.

24 ARQUITETURA&AÇO

A casa do engenho segue o estilo art nouveau das residências que eram vendidas para a zona algodoeira dos Estados Unidos, com grandes varandas. Algumas delas ainda existem no Quarteirão Francês de Nova Orleans

Estrutura de pilares e vigas de aço rompem a regularidade volumétrica, com melhor aproveitamento do terreno

ARQUITETURA&AÇO

25


Fotos Carlos Alberto Maciel

Combinando contrastes A LEVEZA DO AÇO INDUSTRIALIZADO E A RUSTICIDADE DA PEDRA SE INTEGRAM NUMA CASA DE CAMPO

A IDÉIA INICIAL era bem simples:

aço mostrou-se a melhor opção construtiva. A agilidade permitida

uma casa para as férias, uma espécie

pelo material também foi decisiva na escolha: a montagem da estru-

de galpão com mezanino para avistar

tura foi realizada em apenas 30 dias.

a bela paisagem que se abria a partir

A estrutura de aço é formada por pórticos paralelos que

da cota mais alta do terreno. O arqui-

definem a cobertura em uma água. O formato privilegia a abertu-

teto Carlos Alberto Maciel cumpriu o

ra da varanda no térreo e do mezanino para a área externa. O con-

pedido do cliente, porém criando um

traste acontece com o fechamento das paredes, feito com pedras

projeto que alia a pedra e o aço, combi-

do próprio terreno. “A estrutura principal de aço favorece a inte-

nando solidez e leveza, tradição local e

gração visual, com muita leveza, formando um grande abrigo que

inovação. A residência situa-se num

caracteriza o volume principal da casa. E a alvenaria e a pedra,

terreno de 5 mil metros quadrados, no

mais pesadas, concentram os espaços privados, que demandam

condomínio Cachoeiras do Tangará, na

maior compartimentação”, explica Maciel.

zona rural de Rio Acima, próximo a

Com as áreas de serviço e dormitório fechadas em um único

Belo Horizonte. O local, que até há

bloco, definiu-se o mezanino sobre os quartos, que é um mirante

pouco tempo não contava com energia

para as montanhas mineiras, com saída para um deque sobre a

elétrica, convida ao descanso e à con-

varanda do piso inferior. “A conformação do mezanino permite a

templação. Como a construção deveria

visualização de toda a estrutura de aço e a cobertura, aparentes

causar o menor impacto ao terreno, o

internamente”, explica o arquiteto. M

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Projeto: Carlos Alberto Maciel – Arquitetos Associados

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Colaboradores: Manoela Beneti, Igor Macedo e Fernanda Faria

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Fornecedor da estrutura metálica: Pórtico

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Local: Rio Acima, MG

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Data do Projeto: 2002

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Conclusão da obra: 2005

Aço empregado: ASTM A572

1.

2.

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3.

1. A residência foi implantada na cota mais alta do terreno de 5 mil m2. O volume sólido remete à idéia de projetar um abrigo com vista para o verde do condomínio 2. Os pórticos metálicos paralelos estão aparentes no interior da casa, formando a cobertura em uma água. O mezanino é formado em cima do bloco dos dormitórios 3. A disposição da cobertura e dos perfis de aço favoreceram a formação da varanda no térreo

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Fotos Sidnei Palatnik

Casa flutuante PARA ACOMODAR UMA RESIDÊNCIA AO ACENTUADO DECLIVE DO TERRENO , ARQUITETA EXPLORA AS POSSIBILIDADES DO AÇO E CRIA UMA CASA QUE PARECE SUSPENSA NO AR

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Projeto: Arq. Renata Prado

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Colaboradores: Arq. Rafael Lucena, Eng. Carolina Vestri

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Área construída: 444 m2

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Aço empregado: ASTM A572

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Cálculo estrutural: Engo Antonio Gattai

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Fornecedor da estrutura metálica: Gattai Estruturas de Aço

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Execução da obra: Lucena & Vestri Construções

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Local: Arujá, SP

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Data do projeto: 2004

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Conclusão da obra: 2005

O PRINCIPAL DESAFIO DO PROJETO desta residência em um condomínio fechado em Arujá, na região metropolitana de São Paulo, era criar um programa de planta térrea que se assentasse em um terreno com 12 metros de declive. A engenhosa solução adotada pela arquiteta Renata Prado, que não queria realizar uma terraplenagem, foi desenhar uma edificação estruturalmente elevada, que parece flutuar sobre o solo. A opção pelo aço foi feita em conjunto com a definição do partido. Segundo o engenheiro Antonio Gattai, responsável pelo cálculo, fabricação e montagem da estrutura, nenhum outro material responderia tão bem às necessidades do projeto, que previa manter toda a extensão da casa, ao longo de seus mais de 25 metros, no mesmo nível da fachada frontal.

1.

2.

“Os primeiros 16,5 metros de profundidade estão apoiados em apenas dois pontos, pois a sensação de vão livre era o objetivo do cliente”, explica o engenheiro. Sob o vão, destaca-se um jardim que qualifica o espaço e respeita o declive natural do lote. No nível inferior, foram implantadas a garagem e a área de lazer, restando 28 ARQUITETURA&AÇO

1. Na fachada frontal, a ausência de aberturas deixa em destaque a escultura geométrica sobre o espelho d’água 2. Em contraposição, a transparência é explorada nos fundos da residência, estruturalmente elevada sobre o terreno de 12 metros de declive

Para acomodar a casa de planta térrea ao acentuado declive do terreno, a solução foi criar uma estrutura elevada, o que permitiu manter toda a extensão da casa (ao longo de seus mais de 25 metros) no mesmo nível da fachada frontal

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ainda outro nível, pronto para a implantação de uma quadra de squash, desejo do proprietário. O programa da residência parte de uma divisão bem definida, marcada por uma parede de pedra que surge no exterior da casa, perpendicular à fachada frontal, e invade seu interior, acompanhando o eixo do corredor central. Do seu lado esquerdo, estão dispostos

ELEVAÇÃO OESTE

os quartos e as áreas íntimas. Do direito, a área de serviço. No fundo ficam as salas, valorizadas por um desnível que aumenta o pé-direito e um amplo painel de vidro que garante vista permanente para a Serra do Mar. Para complementar a linguagem única que se desenvolve em todos os detalhes do projeto, o mobiliário foi criado sob medida pela própria arquiteta, proprietária de uma fábrica

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de móveis. (C.P.) M


expediente

Apoio:

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PRÓXIMAS EDIÇÕES: Hospitais e ambulatórios – outubro de 2006 Indústrias – dezembro de 2006

MATERIAL PARA PUBLICAÇÃO: Contribuições para as próximas edições podem ser enviadas para o CBCA e serão ava-

Publicidade Sidnei Palatnik – tel.: (11) 8199-5527 arquiteturaeaco@ajato.com.br cbca@ibs.org.br Quadrifoglio Editora Rua Lisboa, 493 – 05413-000 – São Paulo/SP Tel.: (11) 6808-6000 cbca@arcdesign.com.br Coordenação Cristiano S. Barata e Winnie Bastian

liadas pelo Conselho Editorial de Arquitetura & Aço. Entretanto, não nos comprometemos com a sua publicação. O material enviado deverá ser acompanhado de uma autorização para a sua publicação nesta revista ou no site do CBCA, em versão eletrônica. Todo o material recebido será arquivado e não será devolvido. Caso seja possível publicá-lo, o autor será comunicado.

Redação Carine Portela, Isis Gabriel e Vânia Silva Revisão Andrea Caitano Projeto Gráfico e Editoração Cibele Cipola Pré-impressão e Impressão Gráfica Eskenazi

É necessário o envio das seguintes informações em mídia digital: desenhos técnicos do projeto, fotos da obra, dados do projeto (local, cliente, data do projeto e da construção, autor do projeto, engenheiro calculista e construtor) e dados do arquiteto (endereço, telefone de contato e e-mail).

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Endereço para envio de material: Revista Arquitetura & Aço – CBCA Av. Rio Branco, 181 – 28o andar 20040-007 – Rio de Janeiro/RJ É permitida a reprodução total dos textos, desde que mencionada a fonte. É proibida a reprodução das fotos e desenhos, exceto mediante autorização expressa do autor.

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