Africa magazine 02 2013

Page 1

R ev ista

África magazine

Ano I - número 2 - 2013

Se quer realmente saber o que uma Mulher diz, observe-a, não a escute Oscar Wilde

Educação / Política / Cultura / Saúde / gastronomia / Turismo


Tudo é possível... Nesta segunda edição da Revista África Magazine, contamos com uma variedade de assuntos que aconteceram nos meses anteriores. Começamos com o grande sonho de todos poderem financiar seus estudos, tornando possível a tão sonhada formação, até uma homenagem muito apropriada para o mês de março – o mês dedicado às mulheres. Destacamos nesta oportunidade a importância da defesa igualitária dos direitos humanos a seres humanos, na tentativa de colaborar com o resgate da dignidade da população negra, mostrando que ‘juntos’ conseguiremos tirar a questão da negritude dos porões da sociedade e encarar esse monstro de frente e combatê-lo com todas as nossas forças. E como prova disso, uma grande mulher, de fibra, coragem e muito caráter, à frente do país nos dá como exemplo, a humanidade, fazendo alianças com um país co-irmão em prol de melhorias não só econômica, mas a de subsistência, de desenvolvimento, de saúde, enfim de vida... Como não poderíamos deixar passar em branco, o conhecimento, o resgate da história, da cultura, da contribuição efetiva que os negros tiveram e têm em nosso dia-a-dia, com os passos de nossos ancestrais por essas terras e suas peculiaridades e com cartas na ‘manga’ para vencer todas as mazelas do século XXI, como a depressão.

África

Re v ista

Editorial

magazine

Expediente Esta é uma publicação da Ifá Editora Diretor: Adekunle Aderonmu Editora Responsável Simony Canato - MTB 22.783 Conselho Editorial Salau Adisa Arogundade Gilberto Angelotti Elisabeth Fonseca Aka Dr. André Cremonec Douglas Garcia Neto Diagramação Simony Canato Fotos: Divulgação Colaboradores Douglas Garcia Neto, Rosângela Ludovico, Cleide Espinha Pizani, Gilberto Angelotti, Elizabeth Fonseca Aka, Dra. Elcira da Silva

Enfim, tudo é possível... Até mesmo imaginar neste século tudo diferente, com os valores em seus devidos lugares, com uma sociedade mais justa, porque sonhar e lutar para ter não custa nada, basta fé, coragem e força de vontade. Centro Cultural Africano Feliz Mês das Mulheres! Boa leitura a todos!

Simony Canato Editora-chefe

Rua Gaspar Ricardo Júnior, 112 - Barra Funda São Paulo/SP CEP: 01136-030 Tels. (11) 3392-7228/ 3392-5971 e-mail: culturalafricano@centroculturalafricano.com. br As opiniões emitidas neste periódico são de responsabilidade de seus autores, não expressando a opinião dos integrantes da Ifá Editora.


Sumário Editorial/Expediente Educação Nova regra do Fies permite estudantes financiar seus estudos

Saúde Como curar a depressão com a ajuda de Ifá

Política Você foi discriminado, ofendido? Saiba como se defender

Cultura Jogo de Búzios - em busca do desconhecido

Relações Internacionais Brasil e Nigéria firmam acordo para duplicar relações comerciais

Esporte Nigéria jogará no Grupo B da Copa das Confederações de 2013

Beleza e Estética Cuidado com as mãos

Gastronomia Bobotie - prato típico sul-africano

Turismo Étnico Rota da Liberdade - uma viagem ao ciclo do café

Eventos - 20 de Cone - Dia da Intolerância Religiosa

Palavras do Presidente Feliz Mês das Mulheres

Personalidade Dandara de Palmares - um exemplo de mulher


Educação

Faculdade – um sonho possível

Idoneidade cadastral é eliminada para financiar faculdade e também vale para quem precisa renovar o benefício Atualmente, cerca de 1.150 instituições de ensino superior participam do Fies (Fundo de Financiamento do Estudante do Ensino Superior). As inscrições podem ser feitas em qualquer época do ano. Podem aderir tanto os alunos que acabaram de entrar em uma faculdade quanto quem tem bolsa de estudos – inclusive pelo ProUni (Programa Universidade para todos). O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, que são os agentes financeiros do Fies, estariam exigindo indevidamente eu candidatos devem ter ‘ficha limpa’ para participar do programa. A denúncia foi feita pela DPU – SP (Defensoria Pública da União de São Paulo) que já recebeu cerca de 200 reclamações sobre o assunto. Pelas regras do Fies, o estudante não precisa provar que seu nome está registrado em cadastros de inadimplência, como o SPC, Serviço de Proteção ao Crédito). Os interessados devem se inscrever pela internet, para aderir ao programa, e depois procurar uma agência bancária da Caixa ou do BB para contratar o financiamento.

da Educação (MEC) se adiantou com a mudança. A nova norma foi oficializada em portaria do dia 28 de dezembro. “Eles foram sensíveis e promoveram um avanço para a inclusão, acabando com uma medida que impedia os mais pobres de chegar à universidade”, diz o diretor da Educafro, Frei David Santos. Segundo o MEC, não há como informar quantos pedidos foram recusados e contratos interrompidos por conta das restrições cadastrais. Em 2011, levantamento do sindicato das instituições particulares (Semesp) estimou que cerca de 75 mil estudantes não conseguiam o atendimento por conta de problemas no cadastro. Ainda há casos em que, ao saber da imposição, interessados simplesmente não procuraram o financiamento.

De 2010 a 2012, o programa teve 603,5 mil contratos. Até ontem, 60,9 mil estudantes haviam conseguido financiamento. Os contratos representam R$ 29,1 bilhões desde 2010. O MEC espera que neste ano haja mais de 374,4 mil noAté 2012, estudantes que não conseguissem vas adesões, superando o registrado em 2012. comprovar ‘idoneidade cadastral’ eram excluídos do programa. A nova regra, agora vale também para quem precisa renovar o benefício. Em novembro, a ONG Educafro encaminhou representação ao Ministério Público Federal exigindo a mudança. Segundo o documento, “tais exigências têm frustrado na prática a perspectiva de matrícula dos candidatos mais pobres”. A Procuradoria dos Direitos do Cidadão analisaria o documento neste mês, mas o Ministério


Saúde

Depressão – o mal do século XXI

Pensamentos negativos acumulados no subconsciente geram problemas emocionais e elementos da natureza, no culto Yorubá, curam um dos males que afetam a maioria da população, a depressão Infelizmente, a depressão é a doença deste século. Muitas pessoas se desesperam e se entregam deliberadamente em tristeza, insegurança, angústia. Geralmente, esses sintomas são originados pelo cultivo de pensamentos negativos que, ao longo da vida, são vividos com muita intensidade e independem, na maioria das vezes, da vontade do indivíduo. Essas experiências também podem advir de fatos desagradáveis ocorridos na infância, lembranças traumáticas que dilaceram ou fragmentam o ego e que ficam registrados no subconsciente, sendo desencadeados em momentos inesperados, ocasionados por sintomas psicossomáticos. A depressão é uma doença tratada com ajuda de psiquiatras, seguida de medicamentos alopáticos para tentar amenizar ou sanar os sintomas de percepções redobradas em casos de ansiedade excessiva (estado paranóico), mas há os que preferem algo mais profundo como a ajuda espiritual. No culto Yorubá, a maior parte dos males tem origem na cabeça, no cultivo de pensamentos. Segundo os yorubanos, a Ori (cabeça) é responsável por tudo na vida do ser humano. Aliás, uma boa Ori traz boa saúde, bom

relacionamento, prosperidade e proteção divina. Esses elementos mencionados são a coluna vertebral de uma Ori no mundo espiritual e qualquer desequilíbrio em uma dessas partes, resulta na depressão. A Ori é dividida em duas partes: Ori Ode (figura que o mundo conhece) – cabeça física; Ori Inu (parte interna) – responsável pelos pensamentos, envolvendo a alma do indivíduo. A parte física, como o olho, ouvido tem uma conexão direta ao cérebro, que também tem uma ligação direta ao coração, por isso há um ditado dos Yorubá que se assemelham ao dito popular brasileiro ‘O que o olho não vê, o coração não sente’: Bi eti o ba gbo yinkin inu kii Bajé, que significa: “O que o ouvido não escuta, o coração não sente”. Esses dois elementos da cabeça são de grande importância na vida. Sabedores da grande importância da Ori, na cultura Yorubá, ela é tratada de uma forma especial, com os devidos cuidados. Para se evitar doenças de cunho emocional, vários elementos da natureza são fundamentais para manter-se em equilíbrio e um grande exemplo é Oron agogô (patuá, com fundamentos da religião) com o objetivo de curar a depressão.


Política

Foi humilhado? Denuncie

O crime de ódio é mais que um crime individual; é um delito que atenta a dignidade humana. Ele produz efeitos a todo um grupo a qual o agredido pertence. Pode-se classificá-lo como crime coletivo de extrema gravidade Uma das formas mais violentas de crimes, além da agressão física, é o de ódio. Ele, geralmente, é destinado a determinados grupos sociais com características específicas. Os agressores de escolhem suas vítimas de acordo com seus preconceitos, colocando-se de maneira hostil seja contra o jeito de ser seja de agir desses grupos. As minorias sociais são as que mais são vilipendiadas. Como exemplo, citamos as vítimas de racismo, homofobia, xenofobia, etnocentrismo, intolefoto: Divulgação rância religiosa e preconceito Como identificar um crime de ódio com deficientes. Na Declaração Universal dos direitos Humanos consta a igualdade entre todos os indivíduos, independente do grupo social ou do modo de ser ou de agir, tem de ter o tratamento digno e imparcial. A Constituição Federal do Brasil afirma como objetivo fundamental do país a promoção do bem-estar de todas as pessoas, sem discriminações. Já o Código Penal brasileiro assegura a punição em casos em que essa igualdade de tratamento não é aplicada e, sendo assim, ocorre discriminação. A Lei no 7.716 de 5 de janeiro de 1989 decreta que são punidos “os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. Há muitos tipos de crimes de ódio que não são englobados pela lei no 7.716, porém todo e qualquer tipo de delito de intolerância vai contra as leis e encontrará amparo na Constituição.

Desde 2006 o Estado de São Paulo já conta com uma delegacia especializada em delitos de intolerância, o DECRADI, que apura, investiga todos os tipos de delitos de gênero. De acordo com a delegada titular, Dra. Margarette Barreto, os grupos notoriamente discriminados podem ser atingidos em razão de situação política e econômica atual, além, é claro, da minoria social já atingida. “Após a explosão das torres gêmeas houve várias manifestações de intolerância à comunidade muçulmana, alegando que todos eram terroristas. Nessa hora, há que se fazer uma análise do momento atual. Infelizmente, isso não ocorre com a comunidade negra, por exemplo, e as expressões mais comuns dirigidas a elas são ‘negro safado’, ‘macaco’, ‘quer banana’, entre outras”. Como denunciar


Esse tipo de violência, muitas vezes, é muito difícil de identificar, pois ela pode se manifestar por meio de agressões explícitas ou de discrimina���������������������������������������������� ção discreta ������������������������������������������ abuso, e é válido lembrar que todas as formas de desrespeito e sejam elas sutis ou evidentes, devem ser denunciados. Denunciar um crime de ódio é um direito dos cidadãos, uma vez que não ajuda apenas a vítima, mas toda a sociedade e aqueles que poderiam ser agredidos caso tais crimes continuassem impunes. Quem se sentir agredido, em quaisquer circunstâncias, deve-se dirigir nas delegacias ou então fazer um boletim de ocorrência eletrônico no site da Secretaria da Segurança Pública: www.ssp.sp.gov.br/bo. “As provas são aquelas admitidas em Direito. As vítimas devem prestar atenção se há testemunhas que possam comprovar suas alegações e se há a possibilidade de se usar imagens e sons. Já para os crimes via internet há que se ter cuidado de fazer a impressão de todas as páginas para uma investigação eficaz”, enfatiza a delegada. Em casos de agressão física Ao denunciar um crime resultante de preconceito e discriminação a vítima (ou qualquer outro denunciante) deve assegurar que o caso seja tratado com a devida atenção e que haja a realização de um Boletim de Ocorrência. Em casos de agressão física a vítima não deve trocar de roupa, lavar-se ou limpar os possíveis ferimentos, já que tais atos deslegitimariam as provas da agressão. Nesses casos (agressão física) a realização de um Exame de Corpo de Delito é indispensável. É muito importante procurar ajuda das testemunhas e se assegurar de que estas possam testemunhar o acontecido em futuras lutas judiciais. Em casos de racismo

a prática racista camuflar-se em experiências cotidianas ou formas ofensivas de brincadeira. O agressor costuma: - dar apelidos de acordo com as características físicas da vítima; -���� ��� inferiorizar as características estéticas da etnia em questão; -����������������������������������� ���������������������������������� considerar a vítima inferior intelectualmente, podendo até negar-lhe determinados cargos no emprego; - ofender verbal ou fisicamente a vítima; - desprezar os costumes, hábitos e tradições da etnia; - duvidar, sem provas, da honestidade e competência da vítima; - recusar-se a prestar serviços a pessoas de diferentes etnias. É importante salientar que há uma pequena diferença na forma de julgamento das diferentes expressões de racismo. O Código Penal, em seu artigo 140, § 3º determina uma pena de 1 a 3 anos de prisão, além de multa, para as injúrias motivadas por “elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem, ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”, já a lei 7716/89, lei anti-racismo, engloba os “crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”, também com pena de reclusão de 1 a 3 anos, mais multa. Basicamente, a diferença entre as duas é classificar ou não como injúria a atitude racista. Bons lugares para se buscar justiça e ajuda em casos de racismo são as Comissões de Direitos Humanos e os departamentos policiais. Denuncie: Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI) - Rua Brigadeiro Tobias, 527 – 3º andar Luz – SP Tel: (11) 3311-3556/3315-0151 – Ramal 248; Defensoria Pública do Estado de São Paulo Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos - Rua Boa Vista nº 103, 11º andar. Centro - São Paulo (SP) Telefone: (11) 31010155 – Ramal 135 - Correio eletrônico: nucleo. dhc@defensoria.sp.gov.br

A discriminação racista é considerada crime pela Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania do Constituição Federal que apresenta diversas Estado - Pátio do Colégio, 148 – Térreo – Cenformas de punição para estes casos. É comum tro – São Paulo - Tel: (11) 3291-2621


Cultura/Religião

Foto: Divulgação

Jogo de búzios – uma busca pelo desconhecido

A verdade, em si, pode ser visualizada em partes, pois ninguém é o dono dela. Para estudiosos da tradição africana há um respeito por todos os pontos de vista e manifestações religiosas que podem conduzir a Deus “O futuro a Deus pertence”, esse é um dito popular que para alguns não fazem muito sentido. A curiosidade em saber o que se tem pela frente; em ter controle sobre determinados acontecimentos já fazem parte do mundo ocidental. Uns apelam para a ‘sorte’ do acaso, enquanto outros apelam para as artes divinatórias. Esse é o caso do jogo de búzios utilizados nas religiões tradicionais e nas de diáspora africanas, instaladas em países das Américas. No Brasil, os búzios (conchas pequenas de praia), cauris – na África – eram usados como dinheiro, moeda corrente, hoje, são instrumentos de grande importância por babalorixás e Iyalorixás como uma forma de comunicação com orixás em suas consultas. Ele também serve de adorno em roupas de orixás e para confecção de alguns fios de conta (elekes), de acordo com a religião Batuque, Candomblé, Omoloko, Tambor de Mina, Umbanda, Xambá, Xangô do Nordeste.

Sua origem é médio-oriental, mais precisamente a região da Turquia e adentrou na África junto com as invasões daqueles povos aos africanos. Eles são adotados pelas mulheres, sacerdotisas, pois o Opele-Ifá e Opon-Ifá – jogos divinatórios originalmente africanos – são destinados somente aos homens. Segundo algumas correntes e crenças nem todas as pessoas podem manejá-los ou lê-los. Essa prática está destinada apenas a pessoas com uma forte espiritualidade e pré-destinadas a cargos de hierarquia, após autorização e ensinamentos de seus zeladores (pais e mães de santo). Métodos de jogo Existem muitos métodos de jogo de búzios. O mais comum consiste no arremesso de um conjunto de 16 búzios sobre uma mesa previamente preparada, e na análise da configuração que eles


adotam ao cair sobre ela. Antes, o babalorixá ou Iyalorixá faz suas orações e saúdam todos os orixás e durante os arremessos, conversam com as divindades e faz-lhes perguntas. Há várias lendas em torno das conchas, mas certamente as respostas para todas as dúvidas cotidianas estão contidas em suas caídas, considerando que as divindades afetam o modo como os búzios se espalham pela mesa, proporcionando ao consulente um direcionamento as suas dúvidas. O jogo de búzios instituído no Brasil contribuiu para a organização de algumas religiões, como o candomblé, por exemplo, passando a ser utilizados pelas mulheres e, no futuro, por todos os dirigentes que vieram a ser formados. Essa nova modalidade foi feita por Ìya Nàsò e Bàbá Asikan que depois de libertos da escravidão, viajaram para a África e voltaram depois de sete anos. Esta simplificação tornou-se menos complexa, promovendo uma mudança radical de status religiosos. Jogo de búzios e o Culto de Ifá Em torno do jogo de búzios há várias histórias, mas não se pode esquecer que esta arte divinatória está interligada aos oráculos de Ifá. “Orúnmilá (ifá) é a divindade do oráculo e veio ao mundo por determinação de Olodumare (Olorum) – ‘Deus’, para aconselhar Òrísà’Nlá (Oxalá) na organização da Terra. Para Oxalá, foi delegada a função da criação da Terra. A Orùnmilá (ÒRÚ –I-O-MOA-TI-LA – ‘Somente ele que está em todas as dimensões e planos pode nos orientar’) foram delegados assuntos pertinentes ao destino, consciência e sabedoria. O Culto a Ifá está totalmente ligado a forma da “Manifestação divina em forma de palavra”, pois conta

um Itan(história) que “Ifá, quando olha com bons olhos para um homem ele se torna uma pessoa prospera em todas as direções”. Os ensinamentos são passados oralmente e os oráculos do culto de Ifá dispõem de diversos instrumentos ritualísticos usados na adivinhação, onde destacamos principalmente OPON-ÌFÁ (Campo Sagrado), ÌROKE-IFÁ (Bastão de madeira ou marfim), IKÍN IFÁ( coquinho de dendê) e Opele-IFÁ (corrente mística que une o Òrún (Céu) ao Ayè (Terra). Merindilogun ou Merindelogun – vem da palavra Erindinlogun e a tradução é dezesseis a interpretação das caídas dos búzios por Odù e (cada Odù indica diversas passagens) de acordo com a mitologia yorubá, os Odù são determinados conforme a quantidade de búzios abertos e fechados resultantes de cada jogada e deve ser interpretado, transmitindo-se ao consulente tanto o significado da caída, quanto o que deve ser feito para solucionar o problema. Em 1830, em Salvador, eram raros os que tinham a função do jogo de búzios por Odù. Diferente do tempo atual, ele é procurado para resolução de vários tipos de problemas inerentes aos conflitos existenciais.


Relações Internacionais

Foto: divulgação

Brasil e Nigéria - parceiros na área de energia e agropecuária

Brasil e Nigéria afirmam acordos para duplicar relações comerciais até 2015 em igualdade de condições, sem dependência financeira, e o objetivo principal é a erradicação da pobreza O comércio bilateral da Nigéria na zona de comércio Sul em breve poderá ser reforçado com uma nova determinação do país para aumentar as relações comerciais com o Brasil. Dos atuais US$ 9 bilhões para US$ 18 bilhões até 2015. Combate à pobreza O Brasil estabeleceu parcerias com a Nigéria nas áreas de produção de energia e agropecuária. Os dois países também trocarão experiências sobre iniciativas de combate à pobreza e segurança alimentar. Esses acordos de cooperação foram firmados no sábado, dia 23 de fevereiro, entre a presidente Dilma Rousseff e o presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, em Abuja, capital da Nigéria. Em discurso após reunião com Jonathan, a presidente lembrou que a Petrobras está presente no país há 14 anos, produzindo petróleo. Ela disse que a empresa pretende ampliar a produção e estabelecer presença cada vez mais marcante na Nigéria. “Nós queremos ir além. Queremos estabelecer parceria também na área de energia elétrica, dada a capacidade do Brasil na área de geração hídrica e na construção de grande sistema de transmissão”

disse. Dilma disse que tem como objetivo intensificar o apoio ao governo nigeriano no desenvolvimento agropecuário, com a participação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O Brasil deve ajudar também na formação de profissionais da área. A presidente acrescentou que estão em análise novos instrumentos de financiamento e investimento em infraestrutura. “Vamos ampliar a presença do Brasil em todas as áreas que o governo nigeriano julgar importante, como produção de vacinas antirretrovirais, medicamentos genéricos de alto custo”, destacou. Para Dilma, o governo nigeriano mostrou claro interesse pela presença do Brasil no país, em igualdade de condições, sem dependência financeira. Na África, a Nigéria é o país mais populoso com mais de 148 milhões habitantes. O principal desafio das autoridades nigerianas é o combate à pobreza. Com a economia baseada na exploração de petróleo, o país ainda sofre com a falta de diversificação e a dependência do setor, pois a agricultura é basicamente de subsistência e boa parte do que consomem são importados.


Esporte Nigéria disputará Copa das Confederações de 2013, no Brasil Nigerianos poderão prestigiar seu time disputar a Copa das Confederações com times de peso A Copa das Confederações de 2013 que se realizará de 15 a 30 de junho no Brasil, organizado pela FIFA, contará com a participação do vencedor do Campeonato Africano das Nações de 2013, a Nigéria, que disputará sua classificação com os times do Grupo B – Espanha, Uruguai e Taiti. A Nigéria, do treinador Stephen Keshi, no jogo classificatório não teve nenhum desfalque, seja por lesão ou suspensão. O treinador contou com o retorno de Fegor Ogude, que cumpriu suspensão contra a Costa do Marfim e pode voltar no lugar de Ogeny Onazi, bastante elogiado pelo treinador. Esta foi a décima quarta semifinal da Nigéria, que já venceu a CAN em duas oportunidades (1980 e 1994) e recuperou o seu prestígio, por ora perdido na memória do torcedor. Nigerianos e malineses enfrentaram-se na história da CAN em quatro oportunidades com duas vitórias da Nigéria e dois empates. GRUPO A Jogo

Data - Horário

Local

Resultados

1

15/06 16:00 Brasília

Brasil

Prévia

Japão

2

16/06 16:00 Rio de Janeiro

México

Prévia

Itália

5

19/06 16:00 Fortaleza

Brasil

Prévia

México

6

19/06 19:00 Recife

Itália

Prévia

Japão

9

22/06 16:00 Salvador

Itália

Prévia

Brasil

22/06 16:00 Belo Horizonte

Japão

Prévia

México

10

GRUPO B Jogo

Data -Horário

Local

Resultados

3

16/06 19:00 Recife

Espanha

Prévia

Uruguai

4

17/06 16:00 Belo Horizonte

Taiti

Prévia

Nigéria

7

20/06 16:00 Rio de Janeiro

Espanha

Prévia

Taiti

8

20/06 19:00 Salvador

Nigéria

Prévia

Uruguai

11

23/06 16:00 Fortaleza

Nigéria

Prévia

Espanha

12

23/06 16:00 Recife

Uruguai

Prévia

Taiti


Beleza e Estética

As mãos denunciam a nossa idade As mãos não podem ficar de fora dos cuidados diários e precisam de hidratação para evitar o ressecamento

Foto: divulgação As mãos, assim como o pescoço, são áreas do nosso corpo que raramente escondem a idade. Muitas pessoas se esquecem do cuidado com as mãos, elas falam tanto quanto a nossa boca. Elas participam do nosso dia-a-dia. Gesticulamos, levamos o nosso alimento para a nossa boca, seguramos objetos, portanto merecem cuidados e atenções especiais. Elas também sofrem com o processo de envelhecimento, sua pele fica mais flácida, manchada, o dorso apresenta com o passar do tempo uma diminuição de gordura, revelando tendões e veias, dando um aspecto senil. Mas existem tratamentos que podem ser associados ou não, mas depende da necessidade de cada caso. - Peelings – ácidos com propriedades de renovação da pele e para a retirada de manchas. Um dos mais usados é a pasta de ATA (ácido tricloroacético – que pode ser líquido ou em pasta) garante uma distribuição homogênea na região a ser tratada. O resultado é uma descamação da área, promovendo uma renovação celular e o clareamento da mão. - Lipoenxertia – enxerto de gordura para as mãos, sendo indicada para a flacidez, ossos aparentes, veias e tendões visíveis. É feito com anestesia local ou troncular (bloqueio dos nervos que vão para as mãos). A gordura implantada pode ser reabsorvida em parte (até 40% a 60%), mas sempre bom lembrar que parte da gordura vai persistir, conferindo aparência melhor do que estava antes do procedimento.

- Bioplastia – esse procedimento é feito no consultório, com anestesia local. Através de uma pequena cânula e introduzido uma substância que devolvera o volume perdido nas mãos. A substância a ser utilizada poderá ser o ácido hialurônico ou o PMMA (polimetilmetacrilato). O efeito é imediato, tirando o aspecto de mão envelhecida, com veias e ossos aparentes. -Sculptra – é utilizado como estimulante de colágeno local que consiste de uma substância que induz a formação de colágeno local, melhorando a qualidade da pele, diminuindo a flacidez, dando um aspecto mais jovem. São feitas três sessões uma a cada mês, o efeito não é imediato como o do preenchimento, mas apresenta um resultado satisfatório. - O laser de infravermelho como Laser Titan, Nir, Tight-Skin atua estimulando a formação de colágeno local, melhorando a flacidez, o aspecto craquelado e deixando as mãos mais sedosas com aspecto mais jovem. O Laser de CO2 fracionado, a Luz pulsada, são procedimentos indicados para o tratamento das manchas da mão causadas pelo envelhecimento e exposição solar. As manchas podem ser retiradas ou amenizadas melhorando o aspecto das mesmas. Após as sessões de laser e indicado o uso de luvas de proteção para evitar a exposição solar e assim ter um resultado mais satisfatório. São realizadas pelo menos três sessões com intervalo mensal entre as sessões. Dicas para mantê-las sempre saudáveis 1- Uso constante de protetor solar, o que muitos esquecem, passam no rosto e esquecem pescoço colo braços e mãos; 2- Se manipular produtos químicos, use sempre luvas; 3- Usar hidratantes nas mãos, de preferência sempre após lavá-las; 4- Tudo que usar no rosto, menos a maquiagem, poderá ser usado nas mãos.


Gastronomia

Bobotie

Um prato típico sul-africano Foto ilustrativa A gastronomia sul-africana possui algumas peculiaridades. Apelidada de “cozinha arco-íris, ela sofreu influência dos ex-colonizadores holandeses e ingleses, de imigrantes da Índia, Malásia, Java, Moçambique – ex-colônia portuguesa. Uma das receitas típicas sul-africanas é o bobotie (espécie de torta), cuja receita original era similar à torta inglesa e os colonizadores holandeses a levaram para a África do Sul em 1650. Ingredientes 1,5kg de Patinho ou coxão Mole ou Carne de Cordeiro; 150ml de leite integral; 1 pão Francês pequeno sem casca; 3 cebolas médias picadas grosseiramente; 1,5 colher (sopa) de curry em pó; ¾ de xícara (chá) de vinagre de vinho tinto; 1 pimenta Dedo de Moça pequena, sem sementes e bem picada (opcional); 1,5 colher (sopa) de suco de limão; 1,5 colher (chá) de açúcar mascavo; 1,5 colher (sopa) de Mango Chutney; 4 ovos; 2 dentes de alho pequenos bem picados; 8 folhas de louro; 12 amêndoas sem casca fatiadas (na horizontal); 1 laranja Pera ou Bahia com casca; 1 limão Siciliano (com casca) cortados em rodelas finas; 4 colheres (sopa) de óleo; Sal a gosto Modo de preparo

molho em um pouco de leite. Aqueça o óleo numa panela grande, adicione a cebola, o alho e o curry. Refogue em fogo médio por cerca de 4 minutos, mexendo sempre. Junte a carne, tempere com sal a gosto e refogue até que esteja quase cozida. Espreme o pão com as mãos, desmanche-o grosseiramente, descarte o leite e adicione à panela o pão desmanchado, o vinagre, o suco de limão, açúcar, chutney e pimenta Dedo de Moça. Se preferir um prato menos picante, coloque apenas um pouquinho de pimenta picada. Misture bem e refogue por 2 ou 3 minutos, mexendo sempre. Retire do fogo.

Disponha 4 folhas de louro, 3 rodelas de laranja e 3 de limão no fundo de um refratário médio. Espalhe o preparado de carne no refratário, decore os lados com fatias de laranja e limão, afundando as rodelas de modo que só apareça 1/3 delas. reservando 2 rodelas bonitas de cada fruta para a decoração. Se for usar amêndoas, espalhe por cima. Bata os ovos com o leite, tempere com sal a gosto e derrame sobre o preparado de carne. Decore a superfície com 4 folhas de louro e as rodelas de frutas reservadas. Leve ao forno, sem cobrir, por cerca de 30 minutos ou até que os ovos estejam cozidos, mas não ressecados. Retire do forno e sirva com Arroz Aqueça o forno a 150 graus. Coloque o pão de Amarelo (Geelrys) Mango Chutney à parte.


Turismo Étnico

Rota da Liberdade - uma viagem pelo Ciclo do Café

Fazendas instaladas em cenários exuberantes e a vivência da cultura popular são alguns ingredientes do circuito Algumas passagens dos livros didáticos sobre o ciclo do café podem ser vivenciadas por alguns aventureiros de plantão, por meio da Rota da Liberdade. Esse roteiro étnico leva o visitante a experenciar a saga do negro africano, sua gastronomia, religiosidade, história e cultura da época. Composta por 18 cidades, entre municípios do Vale do Paraíba, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira, esse projeto de turismo mapeia os passos dos negros africanos em terras brasileiras e no Estado de São Paulo e marca a influência de sua cultura nesta fase. Esse projeto, desenvolvido no Estado do São Paulo, em parceria com a Coordenadoria de Turismo do Estado, Lúcia Helena Tavares de Oliveira – Delegada Regional de Turismo – que fomenta as ações para a concretização de todo esse trabalho étnico �������������������������������� e, ainda, ��������������� segue as orientações da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), que coordena as ações do projeto Rota da Liberdade em nível mundial, desde 1994, quando da realização da Conferência onde discutiu a Diáspora Africana e suas implicações do tráfico Negreiro no mundo. A rota paulista é apoiada pelos Conselhos Regionais do Turismo Paulista, Secretaria de Esporte, Lazer e Turismo do Estado de São Paulo e por alguns órgãos locais.

Como Chegar: O acesso a Tremembé pode ser feito através das rodovias SP-070 Ayrton Senna, BR-116 Presidente Dutra e da SP-123 Floriano Rodrigues Pinheiro. Quem tomar a Dutra após São José dos Campos, pagará um pedágio na ida e dois na volta. Quem preferir seguir pela Dutra deve sair no km 113, para seguir pela Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro. A viagem até Tremembé também pode ser feita por esta rodovia, pois é paralela a Ayrton Senna. A Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro possui pista simples, sendo que a rotatória que dá acesso à cidade está localizada no Km 17 e o trajeto até a entrada de Tremembé é de apenas 7 km.


Para os visitantes são seis os roteiros que podem ser conferidos: Roteiro 1 Tremembé - Taubaté - Pindamonhangaba Neste roteiro os turistas conhecerão a saga dos Barões do Café em terras valeparaibanas, amparadas pela mão do negro africano escravizado. - Fazenda Maristela – antiga fazenda cafeeira do Visconde da Palmeira (o escravo movendo a economia); - Fazenda Cabral – do pé ao pó de café (o dia-a-dia da fazenda); - Solar do Visconde de Itapeva – arquitetura dos Barões do Café (artífices negros construindo mansões): - Sítio do Picapau Amarelo – uma das grandes propriedades do Visconde de Tremembé

Sitio do Picapau Amarelo Roteiro 2 Tremembé - São Luís do Paraitinga - Redenção da Serra Neste roteiro podemos conhecer a movimentação pela Abolição da Escravatura e seus desdobramentos: - Redenção da Serra – primeira cidade do Vale do Paraíba a libertar seus escravos; - São Luís do Paraitinga – a riqueza do café transformando-a em cidade Imperial; - Tremembé – terras do Visconde de Tremembé – político influente. Inclui: Guia local; Transporte; Hospedagem com café da manhã; Almoço; Jantar temático (dança e cultura negra).

Café - o ouro de todos os tempos


Turismo Étnico

Roteiro 3 Piquete – Lorena – Cruzeiro Roteiro com aspectos da religiosidade e do “sincretismo” afrobrasileiro, além de novos olhares sobre a presença do negro na economia cafeeira e nos caminhos do ouro: - Piquete – Fazenda Santa Lidia – Museu do Escravo; - Lorena – Igreja do Rosário, Basílica de São Benedito, IEV (Instituto de Estudos Valeparaibanos) - Cruzeiro – Caminhos do Ouro, Complexo Cultural da Rotunda Inclui: Guia local; Transporte; Hospedagem com café da manhã; Almoço. Roteiro 4 Piquete – Guaratinguetá – Cunha Roteiro com aspectos da religiosidade e do “sincretismo afrobrasileiro”, o negro e sua expressão cultural, além de novos olhares sobre a presença do negro nos caminhos do ouro: Piquete – Fazenda Santa Lidia – Museu do Escravo;

- Guaratinguetá – Jongo do Tamandaré, Museu Frei Galvão (Bomfiglio de Oliveira) e Igreja de São Benedito; - Cunha - Caminhos da Estrada Real Inclui: Guia local; Transporte; Hospedagem com café da manhã; Almoço; Apresentação do Jongo da Comunidade do Tamandaré Roteiro 5

Piquete – São José do Barreiro – Bananal Neste roteiro podemos (re)conhecer a presença do negro na sociedade escravista, dentro da economia cafeeira: - Piquete – Fazenda Santa Lidia – Museu do Escravo; - São José do Barreiro – Fazenda Pau d’Alho, Cemitério dos Escravos; - Bananal – Fazenda Boa Vista Inclui: Guia local; Transporte; Hospedagem com café da manhã; Almoço; Palestra sobre a presença do Negro no Vale do Paraíba. Roteiro 6 São Sebastião – Ubatuba – Ilhabela Encontro do elo entre passado e presente escravista no Brasil: remanescentes de comunidades quilombolas, sítios arqueológicos, caminhos do ouro:

Apresentação do Jongo


- São Sebastião – Sítio Arqueológico São Francisco* - Quilombo da Caçandoca ou do Cambury* - Ilhabela – Praia de Castelhanos Inclui: Guia local; Transporte; Hospedagem com café da manhã; Almoço; Palestra com quilombola. Esportes radicais Para quem adora ação, o Rio Paraibuna oferece opções de esportes radicais como o rafting (canoagem em corredeiras). Na Pousada Fazenda Maristela, antiga propriedade cafeeira pertencente ao visconde da Palmeira, os visitantes podem praticar rafting em corredeiras nível 1, 2 e 3, acompanhados de profissionais experientes.

Princesinha do Norte Os palacetes 10 de Julho, Visconde da Palmeira e Tiradentes, a Igreja São José e a Igreja Matriz Nossa Senhora do Bom Sucesso, localizados no centro histórico de Pindamonhangaba, retratam a época áurea da cafeicultura da região. São verdadeiros patrimônios históricos que vale visitar. Hoje, a Princesinha do Norte mescla ares modernos com a tranqüilidade do interior. Pioneira

Com apenas quatro mil habitantes, Redenção da Serra impressiona os visitantes pela sua história, aparência e pelos festejos. Fundada no início do século 19 pelo capitão-mor Francisco Ferraz de Araújo, a cidade foi a primeira a Trilhas libertar seus escravos, bem Uma extensa antes da Abotrilha de terra e lição, em maio a travessia por de 1888. A um pequeno rio construção da levam o visitangrande represa te à Fazenda do Rio ParaitinNeuchâtel, em ga, na década GuaratingueTrilha do Rio Paraibuna de 70, determitá. Encravada nou o fim do município. Da velha Redenção da num cenário belíssimo, pertenceu inicialmente a Ulisses Aléxis Pezzenoud, que ali construiu Serra sobraram a Igreja Matriz, o sobrado com uma réplica do castelo Neuchâtel, da Suíça, sacadas de ferrão (antiga sede da prefeitura) e seu país natal. Depois dele, teve vários proprie- outros poucos sobrados e residências da Rua tários. Ficou em ruínas até ser restaurada, com Capitão Alvim, que sobreviveram como ‘memóprojeto da arquiteta Regina Maia, sobrinha-ne- ria urbana’. ta do frei Galvão. Hoje, a Neuchâtel mantém Serviço: Rota da Liberdade o seu charme e vigor de outrora e é uma das Operadoras: atrações da rota. Reality Tour Viagens e Turismo – Tremembé – Do Pé ao Pó de Café (12) 3672-3427 O dia-a-dia numa plantação de café é a atração Cunha-Paraty – ecoambiente@uol.com.br principal da Fazenda Cabral. De acordo com Eduardo Antonio de Castro Santos, técnico res- Fazenda Neuchâtel – fazendaneuchatel@faponsável pelo projeto do Pé ao Pó de Café, as zendaneuchatel.com visitas agendadas são realizadas de maio a se- Pousada Fazenda Maristela – www.pousadatembro, durante o período de colheita do café. maristela.com.br Além de conhecer a colheita do fruto, o visitan- Pousada Mogaperama – (12) 3674-1838 te verá uma pequena capela dedicada a Santo Arte com papel – artista Maria Dalila – (12) Isidoro, patrono dos lavradores. 3674-3742.


Eventos

20 anos de CONE

Aos 20 anos de existência, o órgão pioneiro que formula e fomenta as ações de políticas públicas em prol da luta dos afro-descendentes ganha uma publicação histórica

Foto:Divulgação No dia 18 de janeiro, na Casa das Rosas, região central de São Paulo, em comemoração aos 20 anos da Coordenadoria dos Assuntos da População Negra, CONE – órgão pioneiro no segmento que formula, supervisiona, acompanha, elabora e implementa política públicas que atendam às necessidades da população negra do município – foi lançado o livro População Negra 20 anos, editado pela entidade. A publicação marca duas décadas de atuação da coordenadoria e retrata o trabalho, as conquistas e os desafios da entidade. Participaram do lançamento, o secretário Bruno Covas, o presidente do Centro Cultural Africano, Otunba Adekunle Aderonmu, a coordenadora do CONE, Maria Aparecida de Laia, a presidente do Tucanato Estadual, Elisa Lucas, a jornalista, Rosângela de Paula, a presidente do CARE, Prof. Rosa de Andrade, o presidente do tucanafro Municipal, Ivan Lima, o secretário do Tucanafro Estadual, Paulo Leite, o presidente do Conselho estadual de Participação e desenvolvimento, Marco Antonio Zito Alvarenga e a conselheira do Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra, Vania Soares

De extrema importância por ter aplicado durante todos os anos de atividade sua proposta em fomentar a luta do negro contra a discriminação que existe na sociedade, a CONE luta para promover a igualdade e a valorização da diversidade cultural, fortalecendo a Cultura Afro-Brasileira, além de colocar a comunidade negra paulistana no contexto sócio-político da cidade,


Eventos

Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa Um ato de paz pelo direito à liberdade de crença religiosa

A Fundação Cultural Palmares, FCP, vinculada ao Ministério da Cultura, comemorou no dia 21 de janeiro, o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, com um ato de paz e pelo direito à liberdade de crença religiosa. O evento contou com um talk show com especialistas em religiosidade e cultura afro-brasileira. Além disso, houve uma cerimônia ecumênica com lideranças de filosofias cristãs e de matriz africana, organizada pela Prefeitura de São Paulo. Na ocasião, foi inaugurada oficialmente pelo Prefeito Fernando Haddad a Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, com o compromisso de promover os Direitos Humanos na cidade de São Paulo, no combate a discriminação e enfrentamento às desigualdades raciais, e o anúncio da portaria que prevê a constituição de um Grupo de Trabalho para a criação do Fórum Inter-religioso do Estado.


Palavras do Presidente

Feliz mês das Mulheres! Mulher, mãe, esposa, educadora, confidente, amiga, ser humano. Essa é a condição da mulher desde os primórdios. Hoje, em busca de uma nova condição, a passos lentos, a situação ainda se manifesta como um prolongamento da sua realidade vivida no período de escravidão. Infelizmente, elas, mesmo se destacando em algumas áreas, antes só permitidas a homens, como empresárias, profissionais liberais e até presidente, as mulheres ainda continua numa escala social bem abaixo, carregando as desvantagens do sistema racista e machista que o país ainda teme em mudar. A mulher negra sempre foi a ‘espinha dorsal’ de sua família e quando teve um companheiro pós-abolição, significou alguém a mais para ser sustentado. Esse quadro, aos poucos, está em desenvolvimento. Hoje, vista com outros ‘olhos’, elas se destacam, mesmo com pouca escolaridade, trabalhando mais, se empenhando constantemente para ter seu lugar ao sol. O mês de março dedicado a todas as mulheres, esperamos que sua dignidade seja resgatada, que haja valor e reconhecimento e que se faça valer o dito popular, com alguns ajustes: ‘Por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher’ para ‘Ao lado de um grande homem há sempre

uma grande mulher’.


Personalidade

Dandara de Palmares – uma guerreira e tanto!

Foto: divulgação

Falar dessa grande guerreira é uma homenagem a todas as mulheres que vivem suas batalhas pessoais, sem deixar de ser mulher, esposa, mãe, educadora, enfim... uma batalhadora

Todas as mulheres têm uma Dandara dentro de si. Muitas tarefas lhe são atribuídas ao longo de sua jornada. Umas com mais afazeres, outras com menos, mas, em geral, com suas preocupações peculiares. Mães, avós, esposas, filhas, educadoras, médicas, empresárias, enfim, as quais com seus atributos, suas batalhas. De uma maneira ou outra, todas defendem seus ideais de vida e, com Dandara não foi diferente... Mulher de Zumbi dos Palmares, ficou na memória como um exemplo de guerreira para todas as lutas do dia a dia. Segundo historiadores, não era apta a serviços domésticos, mas plantava com todos, trabalhava na linha de produção de farinha de mandioca, aprendeu a caçar e ainda a lutar capoeira, empunhar armas e a liderar falanges femininas do exército palmarino. Mãe de seus três filhos, Dandara participou de todos os ataques e defesas da resistência de palmares e não tinha limites para defender a liberdade e a segurança do Quilombo. Ela com-

partilhava a posição de Zumbi contra o tratado de paz assinado por Ganga-Zumba. Entre outras negociações, o acordo requeria a mudança dos habitantes de Palmares para as terras no Vale do Cacau. Para ela, o tratado traria a destruição da República de Palmares e a volta à escravidão. Embora não haja registros de seu local de nascimento nem de sua ascendência africana, acredita-se que nasceu no Brasil e foi viver no Quilombo de Palmares ainda menina. Mulher de muita sabedoria foi escrava e não se descuidava de nada. Sua imagem era de Mãezona Leoa que com, muita doçura, lutava com ferocidade para a necessidade de defender. Admirada por ter esse estilo que era citada por Che guevara e ter toda firmeza nas lutas duras da vida e não perdeu a ternura jamais. Após a destruição da Cerca Real dos Macacos, uma batalha sangrenta que deixou centenas de mortos, Dandara morreu em 6 de fevereiro de 1694, atirando-se da pedreira mais alta de Palmares para nunca mais ser escrava.



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.