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DESTAK! 2016 | EDIÇÃO 1 - ANO 1

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Música Cultura Artes Plasticas

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DESTAK Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse cillum dolore eu fugiat nulla pariatur. Excepteur sint occaecat cupidatat non proident, sunt in culpa qui officia deserunt mollit anim id est laborum.” Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse cillum dolore eu fugiat nulla pariatur. Excepteur sint occaecat cupidatat non proident, sunt in culpa qui officia deserunt mollit anim id est laborum.” Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis aute irure dolor in reprehenderit in voluptate velit esse cillum dolore eu fugiat nulla pariatur. Excepteur sint occaecat cupidatat non proident, sunt in culpa qui officia deserunt mollit anim id est laborum.”

SUMÁRIO OUTUBRO 2016

#música 4. Letieres Leite: A Saga e a Franqueza de Uma Entidade 7. Com banda brasileira, Obama divulga playlist que usa para malhar 8. Irmãos caveira de volta as raízes

#cinema 10. Novidades em A Bela e a Fera 11. Novos planos da Disney 12. HQs brasileiras também viram filmes

#aeres plásticas 14. Artes visuais para quem não vê

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16. O quarteirão das artes 18. Qual é a arte conteporanea?

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Letieres Leite: A Saga e a Franqueza de Uma Entidade

Foto / Divulgação

Comemorando 10 anos de Orkestra Rumpilezz com “A Saga da Travessia”, o maestro fala sobre o disco novo, racismo e internet, com a franqueza de sempre


O

maestro Letieres Leite não atinge 1,70m de altura, mas em compensação sua presença transborda. Não há como não notá-lo, onde quer que seja. Lembra de Romário fazendo aquele gol de cabeça contra a gigante defesa sueca em 94? Letieres é assim. Versátil, interessado em música de todo tipo (“ouço de Ramones a Beethoven”) e em todo tipo de arte (aos 13 anos iniciou na pintura e gravura), é ainda mais interessado na vida em toda a sua amplitude. Foi músico e arranjador de Ivete Sangalo por 14 anos, mas não chegou a debutar. Em 2006, apresentou ao mundo seu trabalho autoral: Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz – homens pretos vestidos de branco, como o Santos de Pelé.

que o músico saia daquele lugar só do artista. Que ele se veja também como um trabalhador da arte.

Na Rumpilezz, que completa 10 anos em 2016, Letieres dá vazão às suas especulações e certezas (?) musicais, formando um front em defesa da matriz africana em nossa cultura. O primeiro disco, homônimo, saiu em 2009 e arrancou elogios de gente como Ed Motta, além de abocanhar uma porção de prêmios, inclusive “Melhor CD do Ano (Popular)”, da revista Bravo. Agora, celebrando uma década de estrada, é lançada “A Saga da Travessia”, pelo Selo Sesc, obra que trata de forma jubilosa a diáspora negra e contém uma música em homenagem a Gilberto Gil. “Acho que muita gente vai deixar de curtir a Rumpilezz por causa desse disco”, diz.

Vai sentir-se traída esteticamente?

Nesta entrevista concedida especialmente ao bahia.ba, o artista fala com a franqueza costumeira sobre diversos assuntos, sem medo de causar desconfortos. “Se Margareth Menezes fosse branca, não existiria Daniela Mercury”, é apenas uma de suas afirmações. “Os grupos que comandaram a música de massa, comandam hoje a chamada música alternativa. Eles vieram pra cá, com o mesmo interesse: concentrar na mão deles o grande capital”, é outra. Mas Letieres não procura a polêmica, como alguns podem pensar, apenas diz o que pensa e parece intentar não acirrar os ânimos, mas tornar as coisas melhores. Praticante de Jiu-Jitsu, o compositor já colaborou com nomes como Lenine, Gilberto Gil, Steven Berstein, Joshua Redman, entre outros, e sem comer carne há mais de 20 anos, tornou-se um peso pesado da música brasileira. É ele quem começa a entrevista. Só pra variar. Letieres Leite – …É uma das obrigações do Estado, assim como é cumprir os ditames relacionados à educação, relacionados à saúde, mas também relacionados à cultura. A cultura é um bem público, necessário. As pessoas ligam muito a cultura só ao entretenimento, no fim de semana, e não é. Você manter as tradições culturais de um lugar é você manter a própria identidade do lugar. Ela vai ser vista em qualquer outra situação no futuro…, ou quando você vai pensar naquele lugar, será através de suas ações culturais também. Quando você lembra de algum país, você lembra da música, de aspectos culturais que são fundamentos e são estruturantes da identidade do lugar. É sim uma das funções primordiais do Estado, fomentar e proteger a cultura. O que tá acontecendo é que quando isso passa a estar dentro desse pensamento dos grandes negócios, nós temos que achar soluções criativas, para não cair numa postura uniforme. Sobrepujar isso com atitudes criativas, entendeu? Mas eu não vejo um futuro muito interessante nesse sentido [dos grandes negócios], mas vejo outro futuro muito mais promissor que é o da independência artística mesmo, que é assim: existem hoje meios de produção que fazem com que o artista se mova mais, de forma independente, não dependendo de um empresário, de uma gravadora, de um estúdio, de uma agência de venda do trabalho… não é mais assim. Você sozinho monta seu trabalho hoje e vai trabalhar ele na plataforma da internet e pode fazer com que esse trabalho se comunique com o mundo. Isso é muito interessante! Esse é o assunto que eu quero conversar. Existem vários trabalhos vitoriosos, no mundo inteiro, de êxito artístico e comercial, que foram iniciados e continuados só dentro da plataforma da internet. Desde o Youtube até a venda digital de músicas. Você lançar um CD hoje é quase um contrassenso. Primeiro que quase ninguém tem aparelho de CD. Eu mesmo não tenho, há muito tempo. O computador que eu tenho não tem entrada pra CD. E os modernos, nenhum vai ter. É só pendrive e HD externo… Então, pelo amor de deus, onde é que eu vou lançar minha música? Conte-me aí? E por que a Rumpilezz lançou um CD novo, me explique aí você? LL – Isso é o que eu não sei! (risos) A gente vive uma contradição. Eu mesmo vou pegar o CD e não vou ter onde ouvir. Mas aí, eu já estou dando o próximo passo, negociando com plataformas digitais, pra gente vender no iTunes, vender em sites de venda de música no exterior, se conectar com esse universo. E ainda vou dar 50 passos atrás, que eu tenho como um dos objetivos de comemoração dos 10 anos da Rumpilezz lançar um vinil. O vinil do primeiro disco e do segundo. Não vai ser um vinil duplo, que seria chique demais. Eu queria muito lançar um álbum duplo, mas vou lançar primeiro o novo “A Saga da Travessia” e depois o primeiro disco, “Orkestra Rumpilezz” [Biscoito Fino – 2009]. Então, voltando, eu acho muito salutar essa nova realidade em que o músico tem que saber de tudo em relação ao seu trabalho, diferentemente daquela época em que se tinham empresários e o músico não sabia nem o que estava acontecendo. Agora tem que saber tudo, tudo, todos os trâmites, todos os caminhos. E isso não é mais interessante? É. Dá mais poder a quem faz o trabalho e também faz com

Agora, falando nos discos em si, o que é que mudou de “Orkestra Rumpilezz” para “A Saga da Travessia”? LL – Quando eu ouvi o disco novo, eu pensei assim: muita gente vai deixar de curtir a Rumpilezz com esse novo disco. Outro público novo talvez abra, mas acho que muita gente não vai, não vai…

LL – É. E é justamente como eu penso em arte. A arte pra mim não está estática, ela, a qualquer momento pode mudar. Agora, a gente mantém os princípios estéticos da Rumpilezz. A diferença do primeiro para o segundo, eu vou falar: no primeiro disco os toques foram tocados de maneira matricial, mais puros, vamos dizer assim. A minha viagem própria, psicodélica, não estava tão explícita. Eu não me considero assim um re-pre-sen-tan-te da música de matriz africana, eu já sou da consequência, Rumpilezz é consequência, apesar de que nós fomos um pouco mais na matriz, que é dentro do candomblé, onde são preservadas as matrizes que geraram toda a música brasileira. Então, o primeiro disco é didático em relação a isso. Esse não. Nesse eu não uso os toques puros, só em uma música que é dedicada a Gilberto Gil. Esse disco tem uma música composta em um momento em que eu senti que devia homenagear o professor logo, porque estava devendo isso. E o nome da música é “Professor Luminoso”. Não podia deixar de ser um ritmo que, para mim, ele ensinou a muita gente. Inclusive eu me considero aluno dele nessa matéria, que é o ijexá. Gil criou uma estética de tocar o ijexá contemporaneamente que é só dele. Assim como Gerônimo tem outra estética de tocar o ijexá. O nome da música é “Professor Luminoso”, porque nas internas, a gente o chama de professor; e luminoso porque é luminoso mesmo né? Ainda não mostrei a ele não, mas queria muito que ele escutasse. Essa é a única música que tem referência direta na questão rítmica. As outras todas são assim, eu me baseio, mas desconstruo tudo e reconstruo tudo de novo através de superposição de tempos… Então não é mais o toque em seu estado natural. Assim, se eles já não estão em seu estado natural, todo instrumento de sopro também vai pra outro lugar. Então eu acho que agora estou produzindo mais próximo de como era meu desejo inicial. Nesse novo disco, então, a sua personalidade aparece mais? LL – Eu acho. Personalidade como compositor. Mas por que, especificamente, você acha que o fã da Rumpilezz pode ser sentir lesado? LL – Primeiro que muita gente que gosta da Rumpilezz já tinha conhecimento prévio daqueles toques. E, quando ouviam em uma faixa, ouviam em outra, se identificavam logo. A música do seu orixá, por exemplo. Já nesse novo trabalho,isso não vai ser tão possível. Mas o orixá está lá. Só que ele está numa outra camada. Outra manifestação do orixá. LL – É, eu acho que esse disco já é o santo manifestado. E por falar em ritmo, de vez em quando aparecem supostos novos ritmos do verão nas rádios. O que você acha dessas criações? LL – Ninguém inventou nada. Estruturalmente, os toques já estavam aí. Esse negócio de novo ritmo de verão, que eu declarei um dia que me dava urticária e as pessoas ficaram assim ‘pô, você é contra os instrumentos de percussão?’. Não, eu sou contra é alguém dizer que é o novo ritmo do verão. Porque, quando eu cavo, cavo, cavo… eu vejo que aquele ritmo tem 300 anos, é ancestral. O cara deslocou uma nota e diz que inventou uma coisa, entendeu? Por exemplo, o “Deboche”, de Luiz Caldas, não era uma invenção? LL – Tá, vamos fazer assim [cantando e batendo palmas] “Nega do cabelo duro / que não gosta de pentear…”, peraí, para a música. O que é isso aqui? [continua só com as palmas, marcando a célula rítmica: tatá-tá-tá-tá…]. É a clave do [esporte clube] Bahia, né? Tudo bem, vamos deixar “Deboche”, Luiz Caldas aqui paradinho, congela. Vamos agora pegar a menor porção da música dele, que é essa aqui: tatá-tá-tá-tá…, essa clave que é tocada na música toda e que o arranjo segue esse princípio, que o Alfredo Moura sabe disso, ele que tocou na Banda Acordes Verdes e sabe o que eu estou falando aqui. A gente como arranjador segue o princípio rítmico, mesmo intuitivamente. Os mais estudiosos, como o próprio Alfredo, seguem conscientemente. Bom, isso aqui é a clave do Bahia e é a clave que o Ilê Aiyê usa. É a mesma clave, só que mais lento. O cara acelerou e disse que inventou? Não, ele não pode ter falado isso, que Luiz Caldas é um


Foto / Divulgação

gênio da música e não ia falar. Quem falou foi outra pessoa. Alguém botou na conta dele, mas ele tá me ouvindo e ele sabe que não foi ele. Essa clave inclusive é muito mais antiga que o Ilê, porque o Ilê é de [19]74. 74! Foi em 74 que começou? Se a torcida do Bahia tá tocando isso… Desde quando tem o Bahia? O Bahia é de 1931. LL – A primeira Bamor já tocava essa clave. Os blocos de índio já tocavam isso quando a gente era menino, lá na Rua Ferreira Santos, na Federação. Vários grupos já tocavam isso, que a gente chama de “samba afro”. E essa clave surge de um desenho de candomblé, provavelmente do kabila. A primeira semicolcheia já declara logo. Aliás, você defende que toda a música brasileira foi estruturada a partir dos ritmos africanos. Em sua opinião, é dado o devido crédito à fonte? LL – Quando eu digo que toda música brasileira tem sua origem na música de matriz africana é porque eu não vi nenhum compositor brasileiro sério que tenha uma composição que não fosse referenciada. Você pega Chico Buarque, vai estar, Djavan, Caetano, Clementina de Jesus, Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga… Então, se toda a composição musical brasileira, na sua estrutura rítmica é baseada no princípio da diáspora negra, por que quando a gente vai estudar e falar dessa música já não se fala dessa referência direta? A sensação que dá é que essas músicas caíram do céu. [cantando] “Essa moça tá diferente…”, de Chico Buarque, isso é uma clave que se você for pesquisando vai chegar lá no candomblé de Angola. Aí você vê Tom Jobim dar uma declaração de que acha que a música brasileira não foi tão organizada, o sistema de claves, como a cubana, a norte americana. Eu penso o contrário. Acho que toda música consequente após a diáspora negra ter acontecido nas Américas, de cima a baixo, sofreu influência muito determinante, porque esse ritmo é muito determinante e faz com que toda a composição sofra influência. O pensamento europeu, a inteligência harmônica europeia, na hora de compor, está subjugada ao ritmo. Quando Tom Jobim troca de acorde, ele troca referenciado pela questão rítmica. Ele não vai dizer, mas é. Eu peguei um disco de Tom Jobim com João Gilberto e caí pra trás quando vi que estava tudo em clave. Eu dei o ISO 9000! Porque tá tudo bonitinho. Toda vez que João atrasa e adianta, não é ao bel prazer. Quem foi que falou isso? Eu vi 500 livros falarem isso. João não atrasa nada nem adianta nada. João segue o rigor das estruturas das músicas de matriz africana. Quando ele atrasa, é na clave. Ele não atrasa em qualquer lugar. Eu sei que isso acontece a nível intuitivo, mas o violão do João é uma prova clara, ele toca a clave muito nitidamente. O que eu sinto falta é as pessoas referenciarem essa origem, que vai dar no candomblé, na música sacra, que foi preservada nessas universidades que são os terreiros. E, ainda falando nessas matrizes, em geral se chama violonista de músico, trompetista de músico, músico de músico, e percussionista de percussionista, de uma maneira quase pejorativa, como se não fosse músico, mas uma

categoria inferior. Inclusive os cachês costumam ser menores, por quê? LL – A percussão tá diretamente ligada com o elemento negro. E a gente tem uma dificuldade absurda, quando queremos exemplificar o ser humano brasileiro, de colocar a colaboração do negro nas questões de pensamento elaborado, principalmente na arte. Então, essa dificuldade é geral, vem lá de trás. A música do negro é sempre colocada como diletante, irresponsável… Resumindo, a gente não pode falar nesse assunto sem falar em racismo. As bandas de Salvador, de música negra, no início do Axé Music eram todas formadas por pessoas brancas. Os negros estavam confinados a tocar percussão. E os cachês sempre foram diferentes mesmo, no carnaval etc. Percussionista é como um sub-músico, porque é uma coisa ligada aos negros. Não é a questão dos instrumentos, mas da cultura, de onde vem. E na Rumpilezz os cachês são iguais? LL – Claro. A única diferença é o spalla, que é o cara que vai ensaiar na minha ausência, aí tem um diferencial. Os percussionistas da Rumpilezz têm mais moral do que os outros músicos, inclusive, porque eles andam de terno e o resto de sandálias havaianas e bermuda. Eu já fiz isso mesmo pra provocar esse raciocínio. Por que a percussão tem que ficar na cozinha? A gente trouxe para a sala-de-estar. Ainda sobre racismo e indústria cultural, como foi a história de que numa reunião de bloco falaram que determinado cantor não podia ser contratado por que parecia um macaco? LL – Sim, falaram mesmo. Numa reunião de um bloco, indicaram um cantor pra ser uma das atrações e, quando falaram o nome… que eu não tenho porque falar aqui o nome, até porque o cara é bonito “comaporra”, é um negão lindão, se eu disser o nome dele você vai cair pra trás, e as pessoas falaram na reunião, de maneira oficial, que não iam contratar porque ele parecia um macaco. E todo mundo deu risada. Eu tive que sair da reunião. Mas isso foi um caso isolado ou era um modus operandi? LL – Houve um embranquecimento no Axé Music, todo mundo sabe disso. Bandas de pagode, eu me lembro que eu ficava perguntando por que trocou o cantor e era pra botar um cantor mais branco. Aí você tem que ter pessoas com resistência, cantores como o próprio Márcio Victor, que na ousadia deles conseguem se impor. Mas, na hora do negócio as concessões acabam acontecendo e todo o grupo do poder econômico, branco, acaba faturando mais do que os negros. Poucos são donos dos seus próprios meios de produção a ponto de dizer que são autossuficientes, financeiramente, nos seus negócios. Geralmente estão subjugados a esses grupos, que são os mesmos que comandaram a música de massa e comandam hoje a chamada música alternativa também.


MUSICA

Susan Walsh / AP

Com banda brasileira, Obama divulga playlist que us para malhar 'Perro loco', do trio Forró in the Dark, divide espaço com sucessos de Beyoncé e Sting

B

arack Obama, o presidente dos Estados Unidos adora uma playlist. Ao longo de seus oito anos de mandato, o político dividiu com seus admiradores e seguidores nas redes sociais uma série de compilações musicais que usa em diferentes ocasiões. No meio do ano, por exemplo, ele compartilhou duas playlists de verão, que incluíram músicas de Chance the Rapper, Janelle Monáe, Fiona Apple, D’Angelo e Janet Jackson — além de uma versão de Caetano Veloso para "Cucurrucucú Paloma", do mexicano Tomás Méndez. Agora, na última edição da revista "Wired", Obama revelou as canções que gosta de ouvir ao se exercitar.

Reprodução/Vladimir Radojicic

Com dez faixas, a "Workout playlist" do presidente americano conta com Beyoncé ("Get me bodied"), The Isley Brothers ("Love it up, pts. 1 & 2"), Sting ("If you love someone set them free"), Nina Simone ("Sinnerman"), Black Eyed Peas ("Let's get it started") e a dobradinha de Jay Z e Drak em "Off that". Mas a surpresa mesmo ficou na inclusão de “Perro loco”, música do trio Forró in the Dark, criado em Nova York pelos brasileiros Guilherme Monteiro, Mauro Refosco e Jorge Continentino. A faixa do disco “Light a candle”, lançado em 2009, tem apenas 20 mil reproduções na plataforma de streaming, até o momento. Mostrando mais ainda que faz jus ao apelido de “presidente hipster”, Obama incluiu na playlist da malhação “Elevator operator”, de Courtney Barnett. Parece que o político é um grande fã da cantora e compositora australiana, uma vez que a música também esteve na compilação de verão. Barack Obama, o presidente dos Estados Unidos adora uma playlist. Ao longo de seus oito anos de mandato, o político dividiu com seus admiradores e seguidores nas redes sociais uma série de compilações musicais que usa em diferentes ocasiões. No meio do ano, por exemplo, ele compartilhou duas playlists de verão, que incluíram músicas de Chance the Rapper, Janelle Monáe, Fiona Apple, D’Angelo e Janet Jackson — além de uma versão de Caetano Veloso para “Cucurrucucú Paloma”, do mexicano Tomás

Méndez. Agora, na última edição da revista “Wired”, Obama revelou as canções que gosta de ouvir ao se exercitar. Com dez faixas, a “Workout playlist” do presidente americano conta com Beyoncé (“Get me bodied”), Nina Simone (“Sinnerman”), The Isley Brothers (“Love it up, pts. 1 & 2”), Sting (“If you love someone set them free”), Nina Simone (“Sinnerman”), Black Eyed Peas (“Let’s get it started”) e a dobradinha de Jay Z e Drak em “Off that”. Mas a surpresa mesmo ficou na inclusão de “Perro loco”, música do trio Forró in the Dark, criado em Nova York pelos brasileiros Guilherme Monteiro, Mauro Refosco e Jorge Continentino. Mostrando mais ainda que faz jus ao apelido de “presidente hipster”.


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O espírito do Sepultura: Max eOIggor tocam "Roots" na íntegra ao vivo espírito do Sepultura: Max e Iggor tocam "Roots" na íntegra ao vivo

IRMÃOS CAVALERA CAVALERA IRMÃOS E

m 1996 a banda brasileira Sepultura lançou seu sexto disco de estúdio na forma de Roots, álbum que misturava o peso característico do grupo com m 1996 a banda brasileira Sepultura lançou seuvozes sexto disco deBrown. estúdio na elementos tipicamente nossos como as de Carlinhos

E

forma de Roots, álbum que misturava o peso característico do grupo com também do icônico Davidde Silveria (ex baterista do KoRn), elementosParticiparam tipicamente nossos comoálbum as vozes Carlinhos Brown. Jonathan Davis (vocalista do KoRn) e Mike Patton (Faith No More).

Participaram também do icônico álbum David Silveria (ex baterista do KoRn), Em entrevista para um veículo irlandês, Max lembrou que em 2016 o disco celJonathan Davis ebra (vocalista KoRn) Mike Patton Nopara More). 20 anos do e disse que iráe excursionar com(Faith seu irmão celebrar a ocasião:

Em entrevista para irlandês, Maxdelembrou que em 2016 o disco celEsseum ano veículo o roots completa 20 anos idade, então estamos planejando tocar o álbumque na íntegra. acho que o faremos nosirmão Estadospara Unidos. E espero que a gente ebra 20 anos e disse irá excursionar com seu celebrar a ocasião: também faça shows na europa tocando o disco inteiro. e aí eu vou trabalhar ele para tentar criar alguns novos sons para um novo disco do cavalera Esse ano o rootscom completa 20 anos de idade, então estamos planejando tocar o conspiracy.

álbum na íntegra. acho que o faremos nos Estados Unidos. E espero que a gente também faça shows na europa o banda disco com inteiro. e aí eu vou trabalhar O último disco detocando estúdio da a família Cavalera é Pandemonium,criar de 2014. Dosnovos três álbuns grupo, esse o de pior decom ele para tentar alguns sons lançados para umpelo novo disco dofoicavalera sempenho comercial. Max Cavalera produziu o álbum e na mesma entrevconspiracy. ista disse que para o próximo trabalho a banda pode “chamar um produtor de verdade”.

O último disco de estúdio da banda com a família Cavalera é Pandemonium, de 2014. Dos três álbuns lançados pelo grupo, esse foi o de pior desempenho comercial. Max Cavalera produziu o álbum e na mesma entrevista disse que para o próximo trabalho a banda pode “chamar um produtor de verdade”.

ROOTS

ROOTS Lançado em 1996, Roots foi o último disco de estúdio do Sepultura gravado com Max Cavalera na formação e peça chave na sonoridade que ele iria explorar mais pra frente com nova Roots banda, Soulfly. Lançado emsua 1996, foi o último disco de estúdio do Sepultura gravado com

Max Cavalera na formação e peça chave na sonoridade que ele iria explorar mais

O disco também influenciou nomes do new metal como Deftones, Limp Bizkit e pra frente com sua nova banda, Soulfly. KoRn, e vendeu 2 milhões de cópias no mundo todo. Em 1996 a banda brasileira Sepultura lançou seu sexto disco de estúdio na forma de Roots, álbum que misO disco também influenciou do newtipicamente metal como Deftones, turava o peso característico do gruponomes com elementos nossos como as Limp Bizkit e KoRn, e vendeuBrown. 2 milhões de cópias no mundo todo. Em 1996 a banda brasileira vozes de Carlinhos

Sepultura lançou seu sexto disco de estúdio na forma de Roots, álbum que mis-

Participaram também do icônico álbum David com Silveria (ex bateristatipicamente do KoRn), nossos como as turava o peso característico do grupo elementos Jonathan Davis (vocalista do KoRn) e Mike Patton (Faith No More).

vozes de Carlinhos Brown.

Em entrevista para um veículo irlandês, Max lembrou que em 2016 o disco celParticiparam também icônicocom álbum David Silveria baterista do KoRn), ebra 20 anos e disse que irá do excursionar seu irmão para celebrar(ex a ocasião:

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Divulgação

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O ÁLBUM

Lançado em 1996, Roots foi o último disco de estúdio do Sepultura gravado com Max Cavalera na formação e peça chave na sonoridade que ele iria explorar mais pra frente com sua nova banda, Soulfly.

Em entrevista para um veículo irlandês, Max lembrou que em 2016 o disco celebra 20 anos e disse que irá excursionar com seu irmão para celebrar a ocasião:

Em entrevista para um veículo irlandês, Max lembrou que em 2016 o disco cel-

Esse ano o roots completa 20 anos de idade, então estamos planejando tocar o ebra 20 anos e disse que irá excursionar com seu irmão para celebrar a ocasião: álbum na íntegra. acho que o faremos nos Estados Unidos. E espero que a gente também faça shows na europa tocando o disco inteiro. e aí eu vou trabalhar com Esse o criar rootsalguns completa 20 anos denovo idade, então estamos planejando tocar o ele paraano tentar novos sons para um disco do cavalera conspiracy.

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Lançado em 1996, Roots foi oinfluenciou último disco Sepultura come O último disco de estúdio da banda com a família Cavalera é Pandemonium, de O disco também nomesde doestúdio new metaldocomo Deftones,gravado Limp Bizkit últimoDos discotrês de estúdio banda compelo a família Cavalera Pandemonium, KoRn, e vendeue 2peça milhões de cópias no mundo todo. banda brasileira Max Cavalera na formação chave na sonoridade queEm ele1996 iria aexplorar mais O2014. álbunsdalançados grupo, esse éfoi o de pior desempenho comSepultura seuSoulfly. sexto disco de estúdio na forma de Roots, álbum que misde 2014. Max Dos três álbuns lançados peloogrupo, essee foi de pior desempenho ercial. Cavalera produziu álbum na omesma entrevista disse que para o pra frente com sua novalançou banda, turava o peso característico do grupo com elementos tipicamente nossos como as comercial. Dos três álbuns lançados pelo grupo, esse foi o de pior desempenho próximo Dos trabalho a banda pode umfoiprodutor de verdade”. comercial. três álbuns lançados pelo“chamar grupo, esse o de pior desempenho vozes de Carlinhos Brown. O disco também influenciou nomes do new metal como Deftones, Limp Bizkit e comercial. Max Cavalera produziu o álbum e na mesma entrevista disse que para do icônico álbum todo. David Silveria (ex abaterista KoRn), oOpróximo a banda podeda “chamar produtor de verdade”. últimotrabalho disco de estúdio bandaumcom a família Cavalera é Pandemonium, KoRn, e vendeuParticiparam 2 milhõestambém de cópias no mundo Em 1996 bandadobrasileira Davisdisco (vocalista do KoRn)nae Mike Patton (Faith No More).que misSepultura lançouJonathan seu sexto de estúdio forma de Roots, álbum de 2014. Dos três álbuns lançados pelo grupo, esse foi o de pior desempenho turava o peso característico do grupo com elementos tipicamente nossos como as comercial. Dos três álbuns lançados pelo grupo, esse foi o de pior desempenho comercial. Dos três álbuns lançados pelo grupo, esse foi o de pior desempenho vozes de Carlinhos Brown. comercial. Max Cavalera produziu o álbum e na mesma entrevista disse que para o próximo trabalho a banda pode “chamar um produtor de verdade”. Participaram também do icônico álbum David Silveria (ex baterista do KoRn), Jonathan Davis (vocalista do KoRn) e Mike Patton (Faith No More).


imagem: divulgação

CINEMA | GEEK

A Bela a Fera:

imagem: divulgação

Josh Gad compara nova versão com a animação original nar os fãs apaixonados. Quem garante isso é Josh Gad - que interpreta Le Fou, o fiel e atrapalhado ajudante de Gaston (Luke Evans). Em entrevista para ET Online, o ator contou que a versão live-action aprofunda mais a clássica história: “Ele evolui [do original], assim como Mogli - O Menino Lobo e Cinderela evoluíram a partir do material de origem. Porém, avança ainda mais em termos de mitologia e personagens. Tem um alcance e uma qualidade que, posso lhe dizer, é inesperadamente muito emocional.”

L

ançada 25 anos atrás, A Bela e a Fera ainda é considerada uma das melhores animações da Disney. Então, a refilmagem com atores dirigida por Bill Condon terá uma grande responsabilidade pela frente...

Mas o resultado final promete não decepcio-

Dono da voz de Olaf em Frozen, Gad também aproveitou para elogiar a performance de Dan Stevens - responsável por viver a Fera que se apaixona pela Bela de Emma Watson. Com Ewan McGregor, Ian McKellen, Emma Thompson, Audra McDonald, Stanley Tucci e Gugu Mbatha-Raw no elenco, A Bela a Fera chega aos cinemas no dia 16 de março de 2017.


HUGH JACKMAN PRESENTEIA RYAN REYNOLDS Não é novidade que os elencos dos filmes super-heroicos da Marvel e da DC se divertem muito – ou passam por situações bem bizarras – nos bastidores das gravações. Até a Fox tem direito a sua sessão de brincadeiras nos sets. Nesse caso, Hugh Jackman e Ryan Reynolds estão há algum tempo no clima da camaradagem. Reynolds está comemorando seu aniversário de 40 anos e, como presente, Jackman enviou uma estátua do Velho Logan para o ator. Hugh postou uma foto do pre-

O novo O Rei Leão será dirigido por Jon Favreau (Homem de Ferro, Homem de Ferro 2) e usará tecnologias de ponta para criar animais em CGI que sejam tão realistas quanto os de Mogli - O Menino Lobo (também dirigido por Favreau) ou o tigre de As Aventuras de Pi.w Lançado em 1994, a animação O Rei Leão venceu duas estatuetas no Oscar e até hoje é lembrado como uma das maiores produções da Disney em todos os tempos. sente em seu twitter, marcando o colega. Os dois vem trocando piadas do tipo já faz um tempo, principalmente depois de Deadpool, com a fixação do personagem no Wolverine – incluindo uma piada ótima envolvendo o Logan no filme. Atualmente os dois atores estão trabalhando em seus filmes solo para o Universo X-Men da Fox. Jackman está divulgando Logan, que teve seu primeiro trailer liberado recentemente, e Reynolds está em produção para Deadpool 2, com problemas criativos no percurso. imagem: divulgação

Jeff Nathanson está em negociações com a Disney para roteirizar a versão live-action de O Rei Leão, de acordo com informações do site The Hollywood Reporter. O estúdio do Mickey anunciou que investiria em uma nova versão da história de Simba, Mufasa e Scar no final do último mês de setembro e, de acordo com o THR, está desenvolvendo o longa-metragem a todo vapor. O trabalho mais recente de Nathanson foi o texto da sequência ainda inédita Piratas do Caribe - A Vingança de Salazar. O roteirista foi parceiro de Steven Spielberg em três ocasiões: Prenda-me Se For Capaz, O Terminal e Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal. Outros trabalhos do roteirista são Velocidade Máxima 2 e A Hora do Rush 3.

imagem: divulgação

Disney negocia com roteirista de Piratas do Caribe 5 para versão live-action de O Rei Leão


imagem: divulgação

Imagem do HQ ‘Tungstênio’, de Marcello Quintanilha

Mania das adaptações de HQs chega ao cinema brasileiro.

Histórias vão de thriller realista a saga de anti-herói que combate corrupção. Para diretor, filmes da Marvel e DC tiraram quadrinhos do 'gueto' do cinema.

E

nquanto produções derivadas dos universos criados pela Marvel e DC Comics se consolidam como verdadeiras minas de ouro para Hollywood, cineastas brasileiros tentam traçar a mesma história de sucesso com

os quadrinhos. Ao menos três diretores preparam longas baseados em HQs nacionais, inaugurando uma nova linhagem no cinema brasileiro, que até hoje explorou pouco esse ambiente. Conheça os projetos abaixo.


Thriller com pitada de Cinema Novo Quatro personagens bem diferentes e em crise movem a trama de “Tungstênio”, um thriller inspirado no livro homônimo de Marcello Quintanilha, um dos principais quadrinistas brasileiros. O projeto é encabeçado por Heitor Dhalia, de “O cheiro do ralo“ (2006) e “Serra pelada” (2013). Um policial inescrupuloso, sua mulher, decidida a se separar, um pequeno traficante, cujo principal objetivo é continuar sobrevivendo, e um exsargento do exército saudoso da vida no quartel são os protagonistas “à beira da explosão” da história, explica o diretor. “É um universo duro, violento, onde sempre está na iminência de algum acontecimento”, antecipa Dhalia. “Me lembra o Cinema Novo, o recorte social realista da história.” A trama é ambientada em Salvador, onde um crime ambiental une os destinos dos personagens. Eles lidam com conflitos pessoais para escolher os caminhos que acreditam ser os mais corretos. Flashbacks e flashforwards são usados para manobrar a narrativa. Dhalia, que se diz um fã antigo de HQs e já trabalhou a estética em “Nina” (2004), rejeita a comparação com produções dos grandes estúdios americanos. “Existe, sim, a tendência, principalmente no mercado internacional, onde os filmes de super-heróis ganharam muita força nas bilheterias”, avalia. “Mas ‘Tungstênio’ tem baixo orçamento, é realista, uma crônica social. É outra viagem”, afirma. O longa começará a ser rodado em novembro e ainda não tem previsão de estreia. O diretor já estuda adaptar outras obras dos quadrinhos – ele conversa com Quintanilha sobre “Talco de vidro”. ‘Mad Max’ mineiro Já Vicente Amorim, de “Irmã Dulce” (2014), não nega que está de olho em Hollywood. Tanto que chamou um desenhista da Marvel, o brasileiro Danilo Beyruth, para criar os personagens de “Motorrad”. “Ele consegue trazer não só uma linguagem e personagens que se identificam com o público desse tipo de filme, mas também aspectos dos roteiros que a gente está acostumado a ver no Brasil”, diz o diretor. “O filme vai

conseguir se comunicar bem com os nerds, mas também com quem gosta de filmes de ação, com um peso dramático e sutilezas que normalmente não estão nesse universo.” Na trama ao estilo “Mad Max”, um grupo de motoqueiros entra em território proibido e é seduzido a fazer uma trilha onde a beleza da paisagem vem acompanhada do medo da morte. As cenas foram rodadas durante cinco semanas na Serra da Canastra, em Minas Gerais. O filme tem previsão de estreia para setembro de 2017. O projeto se diferencia dos outros porque os protagonistas, embora criados como personagens dos quadrinhos, serão apresentados pelo filme. “Eles ainda não têm vida na mídia impressa, mas acho que podem vir a ter”, sugere o diretor. Para ele, o sucesso das franquias de super-heróis pode ajudar a mobilizar o público, porque “tirou do gueto” a relação do cinema com as HQs. “Por muito tempo, as adaptações ficaram estigmatizadas como algo para um público específico.” Anti-herói dos protestos A maior entre as produções - e também a que mais se aproxima do universo dos super-heróis -, “O doutrinador” é baseada na obra de Luciano Cunha, uma espécie de novo clássico dos quadrinhos nacionais. O protagonista é um justiceiro de coturnos, camisas de banda de rock e máscara de gás, que luta para combater a corrupção. O anti-herói, um ex-militar adepto de táticas para fazer justiça com as próprias mãos, se popularizou na internet em 2013, com o empurrãozinho dos protestos que se espalharam pelo país. Como nas manifestações da época, os políticos são retratados como vilões na história. A distribuidora Paris Filmes afirma que a trama tem referências de “Batman” e “O Justiceiro”. Cunha traça um objetivo ambicioso: fazer frente às franquias de super-heróis já consagradas. A expectativa é que o personagem também ganhe uma série de TV. Afonso Poyart, de “Mais forte que o mundo” (2016) e “Presságios de um crime” (2015), assina a direção. O roteiro, de Gabriel Wainer, está em fase de finalização. As gravações começam em 2017.


ARTES PLÁSTICAS

Artes visuais para quem não vê Pinacoteca expõe acervo com obras que podem ser tocadas e atende o público com deficiência visual. A Pinacoteca do Estado apresenta exposição com 12 esculturas táteis, em bronze, que fazem parte do acervo do museu. A seleção das obras foi realizada considerando a indicação do público com deficiências visuais que participou de visitas orientadas ao acervo do museu nos últimos cinco anos. Além disso, dimensão, forma, textura e diversidade estética, que facilitam a compreensão e apreciação artística dessas obras ao serem tocadas, foram outros critérios adotados para a escolha das esculturas. Com esta iniciativa, o público com deficiências visuais poderá explorar e reconhecer, por meio do toque, todas as obras da Galeria Tátil, apresentadas segundo um criterioso padrão de acessibilidade e complementadas por outros recursos de apoio, como folder e catálogo em dupla leitura (tinta e Braille), além de áudio-guia elaborado especialmente para o público alvo participante desta exposição. Entre os artistas selecionados para a mostra estão Rodolfo Bernardelli, Victor Brecheret, Bruno Giorgi, Amilcar de Castro, entre outros. A disponibilidade destes materiais pode ser consultada na recepção do museu. O percurso de visitação é orientado por um piso tátil, que permite e indica um caminho para a exploração das obras que se encontram nesta galeria. Esta é mais uma ação do Programa Edu-

cativo para Públicos Especiais (PEPE), voltado para garantir a possibilidade de fruição da arte para pessoas com necessidades especiais – sensoriais, físicas ou mentais. Esta ação do Programa Educativo para Públicos Especiais (PEPE) está inserida dentro do Museu para Todos, um projeto pioneiro realizado pelo Núcleo de Ação Educativa da Pinacoteca do Estado em parceria com o Grupo Santander Brasil, que reúne os bancos Santander e Real, com o objetivo de formar uma sociedade mais inclusiva e garantir o direito ao acesso às artes e ao patrimônio do Estado. O PEPE oferece ainda visitas educativas ao acervo da Pinacoteca, previamente agendadas, complementadas por recursos de apoio multissensoriais e publicações adaptadas. Galeria Tátil Agendamento de visitas orientadas De segunda a sexta das 10h00 às 17h00 Fones: (011) 3324-0945 2020



ARTES PLÁSTICAS | #galeria

O quarteirão das artes Trecho de 200 metros na Rua Fradique Coutinho concentra quatro galerias, entre elas as tradicionais Fortes Vilaça e Millan O quarteirão da Fradique Coutinho entre as ruas Purpurina e Wisard é candidato a ser o lugar com maior concentração de arte à venda por metro quadrado da cidade. Isso porque em uma distância de apenas 200 metros estão localizadas três galerias de arte, sendo duas das mais tradicionais de São Paulo, Fortes Vilaça e Millan. Um quarto estabelecimento tem inauguração programada para os próximos meses. O primeiro a chegar por ali foi Marcantônio Vilaça, que abriu, em 1992, a Camargo Vilaça. Após sua morte, em 2000, o espaço foi fechado. No ano seguinte, no mesmo local, foi aberta a Fortes Vilaça, liderada pela ex-cunhada de Marcantônio, Alessandra Vilaça, e por Marcia Fortes. A galeria não só herdou o sobrenome dos donos como a força do time que representa, formado por artistas como Beatriz Milhazes, Adriana Varejão e a dupla OSGEMEOS. Na década de 90, em busca de imóveis mais acessíveis, a Galeria Millan deixou os Jardins com destino a Pinheiros e, em 2002, instalouse no endereço atual (Rua Fradique Coutinho,

1360), onde são exibidos trabalhos de artistas do calibre de Henrique Oliveira. Recentemente, o proprietário André Millan alugou um galpão no mesmo quarteirão, cuja abertura oficial deve ocorrer até junho. Por enquanto, o espaço ainda em obras estará aberto entre os dias 3 e 12 de fevereiro, período em que Sofia Borges promove a exposição NO SOUND. A novata Blau Projects, que ocupa o número 1464, juntou-se aos ilustres vizinhos há um ano e meio. Estar entre galerias consagradas fez toda a diferença, segundo afirma a proprietária Juliana Blau: “Como estou no meio do caminho entre a Fortes e a Millan, tem muita gente que vai ver exposição lá e acaba passando aqui”. Para quem quiser curtir o quarteirão das artes, a partir de 10 de fevereiro, a Fortes Vilaça apresenta um filme da britânica Sarah Morris. Já a Galeria Millan exibe trabalhos do mineiro Afonso Tostes. Na Blau Projects, o público pode conferir uma coletiva de jovens artistas com curadoria de Galciani Neves.


Dupla de grafiteiros OSGEMEOS, um dos nomes da Fortes Vilaรงa


ARTES PLÁSTICAS | #bienal

Qual é a arte contemporânea? Difícil hoje ser curador de uma Bienal. Imagine-se um espaço amplo, monumental. Pensa-se: como povoar este território desafiador com obras nutrientes do que seja a arte contemporânea? E afinal, o que é arte contemporânea? Bárbara Wagner, autora desta foto, é uma das artistas que vão participar da Bienal de Artes de São Paulo em 2016


Difícil hoje ser curador de uma Bienal. Imaginese um espaço amplo, monumental. Pensa-se: como povoar este território desafiador com obras nutrientes do que seja a arte contemporânea? E afinal, o que é arte contemporânea? Como registrou um grande crítico: não há arte, há artistas. Mas, hoje, quais artistas? Partindo de um tema discutido e proposto pela curadoria, como se dá a escolha? Um tanto de África, um tanto da América Latina, um tanto do Brasil, afinal o hospedeiro, um tanto dos países do universo chamado “primeiro mundo” – os brancos, os desenvolvidos, entre eles os asiáticos de ponta do universo político-econômico global. E, se nesta Bienal se trouxe um número mais reduzido de participantes frente a outras edições, é menos difícil dialogar com os selecionados: há muito espaço, pode-se trazer obras maiores, ou vários trabalhos, a metragem quadrada por artista é generosa... Embora se possa aqui incidir em enganos. Há artistas que não alcançam em grandes dimensões a excelência de suas provocações quando com obras de menor porte, como no caso de Erika Verzutti. Há algumas Bienais assistimos à presença numerosa de “inventários”, anotações, arquivos apresentados monotonamente em folhas de cadernos ou pequenos retângulos emoldurados cui-

dadosamente, objetos colocados em sucessão no espaço reservado ao artista. A impressão que nos passam é de que não possuindo obras com vigor impositivo, seus autores apresentam anotações diárias – como na modesta contribuição de uma Ruth Ewan; ou na oca de Bené Fonteles, esta povoada com “seu” inventário. Sempre “guardados”, ou material de mapotecas, como raridades, tipo estudos de Leonardo, ou desenhos prévios para obras maiores, como as recém-descobertas de um Frans Post. Porém formam antes gabinetes com curiosidades dificilmente elevadas ao protagonismo de “obras”. Daí porque torna-se difícil aceitar como comparece Antonio Malta, quem deveria se apresentar somente com suas grandes pinturas. E, no entanto, a curadoria expõe no verso de seu espaço intimidades de ateliê, que a meu ver empequenecem a pintura maior. Outro dado que creio que ainda não se reconheceu é que um “vídeo” a ser apresentado em uma Bienal deve, obrigatoriamente, ser de “timing” dinâmico, 2-3 minutos no máximo. Pois trata-se de espaço que se percorre em ritmo de panorama. Quem visita a Bienal? Estudantes de ensino médio, trazidos às dúzias, guiados, por quem? Qual o preparo desses heroicos monitores para definir aos incautos e curiosos visitantes o que é “arte de


hoje” sem ideia do que se fez “ontem”? Ver a Bienal 2016 é por certo menos excitante que correr atrás de Pokémons – como fazem alguns grupos de várias idades correndo em manadas pelo Ibirapuera – afinal, vivemos em época desconcertante, para não dizer outra coisa. Gente do meio artístico e cultural habituou-se a comparecer bienalmente para ver o que ocorre em arte contemporânea. Mas talvez seja bem desacorçoante o que se vê na Bienal. Logo à entrada, Xabier Salaberria dá o “clima” do evento para quem aprecia certos trabalhos de Thomas Hirschhorn e seguidores, que contagiam por poder trazer fragmentos e objetos descartados para dentro de instituições. Mesmo quando mesclados seus trastes com um bronze da respeitosa e culta Liuba Wolf (teria ela concordado em participar desse conjunto?)

Grandes painéis esvoaçantes pendentes dos tetos criam um clima de “leveza” tipo anos 1960 em meio às salas de “anotações de ateliês” – para não repetir “inventários”. E a beleza do piso da espacialidade vazia do apaixonado por madeiras como o é José Bento, sem que se justificasse sua segunda ocupação no térreo, sugere uma ausência de presenças possíveis. Houve homenagens a já falecidos – como Öyvind Fahlström, Gilvan Samico, Leon Hirszman e Víctor Grippo – e a artistas de percurso reconhecido como Frans Krajcberg, Wilma Martins e Lourdes Castro, embora distintos em seus discursos no tempo e na arte. Na verdade, apesar do título atraente, Incerteza Viva, a incerteza aflora nesta Bienal, sim, mas não tão viva... Às vezes recorda a quem já viveu a monotonia dos eventos dos anos 1970, em-

Obra de Bené Fonteles em exposiaçõ no primeitro pavimento da Bienal


Elisa matie, fotografia digital A intimidade instiga a curi0osiade e a criatividade da artista

bora agora embebida em rumos anódinos pelas aberturas em que se esgarçou o fazer artístico. Com visão bem pobre daquilo que se poderia aguardar como “a última palavra em arte hoje”. Como comentou um historiador visitando a Bienal, arte é o que se vê em museus, coleções, galerias e feiras de arte, e não apenas o exposto nas manifestações expostas na Bienal 2016. A diferença é flagrante. Na ausência do “saber fazer” ou de quem sabe se expressar com acuidade se faz presente a dificuldade do diálogo, a conversação com a balbúrdia do clima das ruas, pichações, a desordem, a desconstrução do meio urbano. E a dificuldade de um pensamento claro, o debate passando para o nível das opções transexuais, dos limites indefinidos entre o virtual e o real, no excesso de informações em que vivemos. E pouco vejo que faça alusão aos fatos que mobilizam multidões no País desde 2013, da crise econômica, da tragédia de Mariana, da situação de porção considerável do País, dos indígenas – salvo pelo trabalho de Vincent Carelli! – do negro, da educação. Raros podem ter a clareza e a criatividade de um Alfredo Jaar para colocar sua obra a serviço do contemporâneo, é certo. Mas,

se o artista é a antena do mundo, como dizia Pound com outras palavras, deveríamos poder ver mais, através da arte. O artista inserido no contexto do cotidiano (Menna Barreto, encarregado da lanchonete) ou como designer (Park McArthur, projetista das lixeiras cúbicas em aço inox) nos transporta com simplicidade ao clima industrialista anos 1950. Porém não há qualquer estímulo a uma ida à Bienal, tipo “Vamos ver o que apresenta tal artista”, ou “Veio a retrospectiva de...”. Não há expectativas que impulsionem uma visita. Como podem arquitetos, formados para a organização do espaço a partir de uma ideia e de um programa, projetar uma Bienal como esta? Tarefa tão ingrata quanto desafiadora para a seriedade do curador Jochen Volz. No caso da museografia, a equipe de Alvaro Razuk optou pelas aberturas amplas para o parque propiciadas pelo risco de Niemeyer. Para o olhar fatigado frente às contribuições “vintage”, o exterior é a opção de luz. O entorno do parque assinala a possibilidade de resgate de algo perdido. Bem além dos grandes pneus recheados de plantas que não desejamos


para nossos jardins. Se esta edição objetivou uma forma de diálogo com o meio ambiente, podemos perceber a dificuldade de uma poética ou do contato com a realidade atual através da

arte. Terá faltado a agressividade de algum(ns) artista(s) ausente(s)? A verdade é que tampouco vimos na Bienal sinal de que melhores momentos venham a surgir.

Performance do artista Ianes Rodrigues

32ª Bienal de São Paulo – Incerteza viva 7 de setembro a 11 de dezembro de 2016 Curador: Jochen Volz Cocuradores: Gabi Ngcobo, Júlia Rebouças, Lars Bang Larsen e Sofía Olascoaga



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