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Ano VI
Mercadão da Lapa Nossa reportagem foi visitar o Mercado da Lapa. Inaugurado em 1954, o mercado possui grande importância econômica para a região. A grande diversidade de grãos e as cores chamativas enchem os olhos dos visitantes e dão água na boca de quem passa por lá
todos os dias. Visitantes, inclusive, de todos os estados, que buscam variedade e bom preço no mercado que oferece grande diversidade de produtos e qualidade.
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Matéria de Capa - Rua Augusta Hebert Nogueira. vacabebada.com/2011/07/15/tapas-club/
Jornal-laboratório do curso de Jornalismo das Faculdades Integradas Rio Branco.
Roteiro de visitas
A rua Augusta, na região central da cidade, representa a diversidade característica de São Paulo. Diferentes opções de lazer e cultura, diferentes paisagens e diferentes tribos se encontram nesse espaço. PÁGINA 6 Convênio com a OAB-SP
70 Anos do Radiojornalismo no Brasil
Artes
Dalmácio Jordão foi homenageado em evento que reuniu professores, alunos de Comunicação Social e convidados especiais.
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São Paulo oferece muitos espetáculos. E uma das principais qualidades da cidade é poder contar com um circuito variado de peças de teatro em muitos lugares da capital.
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Saúde e Qualidade de vida A prática de exercícios em ruas e avenidas pode se tornar uma opção para quem não possui tempo para ficar horas em uma academia.
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Luís Flávio D’Urso e o Presidente Eduardo de Barros Pimentel assinaram parceria que traz novas perspectivas ao Curso de Direito.
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Esportes Sociedade Esportiva Palmeiras promete um novo estádio para a cidade de São Paulo: a Nova Arena.
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Novembro de 2011
Rio Branco EM FOCO
Opinião
www.riobrancofac.edu.br
A crise na economia internacional e o Brasil Por Alexandre Uehara - Diretor Acadêmico das Faculdades Integradas Rio Branco
O
s problemas da economia internacional, que tem atualmente a União Europeia (UE) como foco das atenções, foram manchetes recorrentes ao longo de 2011 e repercutiram também sobre a economia brasileira. Em janeiro, as expectativas de crescimento do produto interno bruto (PIB) do Brasil eram 4,5%; em novembro, o relatório Focus do Banco Central reajustou as estimativas para 3,16%. Em meados de novembro, a agência de estatísticas da EU (Eurostat) divulgou a queda de 2% na produção industrial do bloco de setembro em relação a agosto. Países importantes como Alemanha, França e Itália tiveram recuos de 2,9%, 1,9% e 4,8%. Esses dados preocupam, assim como a falta de otimismo em relação aos próximos anos, pois não se visualizam soluções no curto prazo aos países europeus, que são importantes parceiros econômicos do Brasil, representando cerca de 21% do total das exportações. Em 2011, no período janeiro-setem-
bro, o comércio exterior brasileiro ainda apresentou resultados bastante positivos. As exportações totais cresceram 31,1%, atingindo US$ 189,9 bilhões, e as importações subiram 26,3%, gerando um saldo positivo de US$ 23,0 bilhões, que é 81,4% maior que o mesmo período de 2010. Esses resultados refletem o crescimento de 44,8%, nos valores das exportações para a China, principal mercado externo do Brasil, mas também se referem aos mercados europeus, dentre os quais, considerando-se os três maiores mercados às exportações brasileiras, Holanda, Alemanha e Itália, a ampliação foi, respectivamente, de 41,5%, 14,4% e 38,1%. Fator importante para esses números positivos foram os preços dos produtos básicos e semimanufaturados que, representando mais de 60% do total das exportações, ainda mantiveram preços elevados neste ano. Por exemplo, o minério metalúrgico, que apesar de ter ampliado apenas 6% no volume exportado, teve uma elevação de 56,9% nos valores comparados a 2010. Os fluxos de investimentos diretos estrangeiros (IDE) constituem outro dado positivo neste ano. Apesar
da instabilidade econômica nos países desenvolvidos ou por causa dela, o saldo acumulado no Brasil entre janeirosetembro/2011 já superaram US$ 52,1 bilhões, praticamente igualando-se ao valor total em 2010 (US$ 52,6 bilhões). Uma possível explicação a esse aumento dos fluxos de capitais ao Brasil é a busca pelas empresas e investidores de
[...] os cenários para 2012 são mais preocupantes. Há previsões de uma maior desaceleração na economia mundial [...] alternativas às economias dos países desenvolvidos para melhora de ganhos. Considerando os seis maiores investidores no período janeiro-setembro de 2011, com exceção do IDE da França, que teve uma redução de 7%, todos os demais apresentaram aumento: Países Baixos (373%), EUA (90%), Espanha
(649%), Japão (715%), Reino Unido (173%). Nota-se, assim, que apesar de não estar imune às grandes incertezas na economia internacional, o Brasil manteve alguns resultados positivos em 2011. No entanto, os cenários para 2012 são mais preocupantes. Há previsões de uma maior desaceleração na economia mundial, incluindo um menor crescimento da economia chinesa. Isso por si só pode conduzir a uma redução dos preços das commodities, que compõem parte importante das exportações brasileiras, o que poderá aprofundar os impactos negativos sobre o PIB de 2012. Havendo redução das expectativas de crescimento no Brasil, também os fluxos de IDE no próximo ano podem diminuir. No Brasil e no Exterior, os resultados positivos e negativos não foram aleatórios e nem coincidências, mas resultantes de decisões e ações anteriores. Um exemplo é a ligação entre as dívidas dos governos europeus e os gastos públicos pós-crise econômica de 2008. Portanto, os dados deste ano não devem nos iludir; é importante continuar avaliando quais resultados futuros produzirão as políticas do presente.
Depois de 70 anos, Repórter Esso ainda serve de inspiração! Por Patrícia Rangel - Coordenadora do curso de Jornalismo das Faculdades Integradas Rio Branco 1941. O programa de estilo noticioso já certo que o bom e velho rádio já era produzido em Nova York, Buenos não é mais o mesmo. Deixando de Aires, Santiago, Lima e Havana e, apelado os saudosismos de uma época sar de ter nascido com a política da boa glamourosa, podemos afirmar que o rá- vizinhança dos Estados Unidos com dio é o veículo que mais se transformou a América Latina, durante a Segunda ao longo das décadas. Com o avanço Guerra Mundial, acabou também imdas novas tecnologias, fez um casamen- primindo nova linguagem e dinâmica to perfeito com a internet e, principal- ao radiojornalismo passando, desta mente, com as mídias sociais. forma, a ser considerado um marco na Alguns gêneros sumiram ou quase comunicação nacional. Com notícias não aparecem mais, como é o caso da United Press e supervisão da agênda dramaturgia ou dos programas de cia de publicidade McCann-Erickson, o auditório. Mas, o gênero informativo radiojornal acompanhou os principais avançou, está completando 70 anos de fatos ocorridos no planeta no século existência e hoje ocupa cada vez mais XX, como o ataque dos japoneses a espaço no dial brasileiro. Pearl Harbor, a rendição da Alemanha, Desde as primeiras experiências de da Itália e do Japão, o lançamento da radiodifusão, o jornalismo esteve pre- bomba atômica sobre Hiroshima e Nasente e é impossível contar o trajeto gasaki, a Guerra da Coréia, o suicídio deste segmento sem lembrar um pouco de Getúlio Vargas, entre outros. de história. Os 70 anos do radiojorSua credibilidade era tanta que as nalismo marcam também a primeira pessoas só acreditavam nos fatos detransmissão do programa Repórter pois que eram transmitidos pelo ReEsso, que ocorreu na Rádio Nacional pórter Esso. Com o crescimento da do Rio de Janeiro, em 28 de agosto de audiência e da popularidade junto aos
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Expediente
Faculdades Integradas Rio Branco Endereço: Av. José Maria de Faria, 111 – Lapa São Paulo - SP - Cep 05038-190 www.riobrancofac.edu.br Agência de Jornalismo - Fone: (11) 3879 3100
ouvintes, o programa foi recebendo investimentos como a montagem de redações nas próprias emissoras que o retransmitiam, para enfim abrir espaço
“Sua credibilidade era tanta que as pessoas só acreditavam nos fatos depois que eram transmitidos pelo Repórter Esso.” e produzir notícias locais. Com isso, o noticiário tornou-se mais abrangente com informações que iam de resultados das partidas de futebol e turfe, passando pela cotação do café, até as condições do tempo. Mas um dos pontos mais marcantes do Repórter Esso foi o formato denominado de síntese noticiosa. Esta du-
Diretor Geral: Profº Dr. Edman Altheman Coordenadora do Curso de Jornalismo: Profª Patrícia Moreira Rangel Orientação: Profª Patrícia Ceolin e Profº Dario Luis Borelli
Estagiário: Égon Ferreira Rodrigues
rava cinco 5 minutos, nunca atrasava, constituía-se de frases diretas e curtas e continha em média 13 notícias. Até hoje, a Rádio CBN mantém sua síntese noticiosa chamada “Repórter CBN”, que vai ao ar a cada meia hora, durante a programação de 24 horas da emissora. A duração média é de 2 a 3 minutos, com uma média de três a quatro notícias. O repórter Esso parece também ter influenciado até na entonação vocal do apresentador da síntese que mantém, de alguma forma, traços do que foi a locução peculiar do principal apresentador do Repórter Esso: Heron Domingues. Além do Repórter Esso ser considerado um marco na história do radiojornalismo brasileiro, ele continua influenciando as principais emissoras de rádio, de TV e até mesmo a internet da atualidade. Mesmo sem perceber, estes veículos continuam, muitas vezes, utilizando formatos, linguagens e narrativas daquele que por 28 anos comoveu ouvintes espalhados pelo mundo inteiro.
Jornal Rio Branco Em Foco é uma publicação elaborada pelos alunos do curso de Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, das Faculdades Integradas Rio Branco.
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Em Tempo
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Faculdades Rio Branco firmam parceria com OAB Parceria irá beneficiar alunos
Luís Flávio D’Urso e Eduardo de Barros Pimentel se cumprimentam após assinarem convênio
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o dia 16 de Agosto, foi firmada uma parceria entre as Faculdades Integradas Rio Branco (FRB), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo e a Fundação de Rotarianos de São Paulo (mantenedora das Faculdades), com o objetivo de aprimorar o conhecimento técnico e científico dos alunos e professores em importantes temas relacionados à defesa da dignidade da pessoa humana, a fim de combater crimes nos meios eletrônicos como o cyberbullying. Segundo o coordenador do curso de direito das FRB, Paulo Sérgio Feuz, a ideia da parceria partiu da coordenadora do Núcleo de Práticas Jurídicas das Faculdades, Renata Marques Ferreira, que enviou o projeto para a OAB, tornando-se a primeira entidade a firmar acordo com a Ordem dos Advogados. “Lançamos um projeto piloto junto à Ordem dos Advogados, que nos recebeu muito bem e gostou da nossa ideia”. Paulo Feuz enfatizou a capacidade crítica do curso de direito da Rio Branco, ao explicar os motivos da parceria. “Pelo fato de a Rio Branco ser uma entidade critica, ela acaba atestando à
OAB a qualidade e o bom desempenho do curso de direito, com a intenção de viabilizar a participação dos alunos nos temas estudados, fazendo com que eles entendam que não se trata meramente do aspecto comercial e sim de preocupações com os problemas sociais.” O desenvolvimento da parceria se dará também através de congressos e palestras com pessoas ligadas a organizações que defendem os direitos humanos. Além disso, Feuz destacou a importância de ter uma mantenedora que financia esse projeto. “O fato de termos uma mantenedora que se preocupa com a qualidade, que traga tranquilidade para a realização de acordos com a Ordem e que tenha também compromissos conosco, tais como cessão de prédios e de estrutura, é muito importante.” De acordo com o coordenador do curso de direito das FRB, o estudante é o alvo do projeto e cita as responsabilidades morais e éticas que esses profissionais têm que ter. “Todo profissional de direito precisa ter consciência moral da realidade, saber que existe uma classe oprimida, que precisa lutar
Fotos: Égon F. Rodrigues
Por: Lucas Barbosa Peixoto e Thatiana Oleinik
pela inclusão social”. Para o combate de crimes como o cyberbullying, Feuz acredita na necessidade de criação de um projeto de lei específico. “Trata-se de uma questão bastante delicada, já que vivemos uma grande revolução do acesso à informação ampla, que não possui limites. O que é crime, o que o caracteriza?”. “As redes sociais são uma realidade para coisas boas e ruins”, concluiu. Feuz também acredita que ainda seja cedo para concluir que a parceria já alcançou os resultados esperados. “Já é uma grande vitória o fato de essa
Comemoração dos 70 anos de radiojornalismo Evento relembrou a primeira transmissão do Repórter Esso Por: Roberta Pereira Edição: Valéria Manfre
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o dia 29 de agosto, as Faculdades Integradas Rio Branco (FRB) realizaram um evento em comemoração aos 70 anos de radiojornalismo no Brasil. O evento relembrou a primeira transmissão do Repórter Esso, veiculada pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, no dia 28 de agosto de 1941. O evento reuniu professores das FRB e de outras instituições de ensino, alunos de Comunicação Social e convidados especiais, como o jornalista e radialista Reinaldo Tavares e o homenageado da noite, Dalmácio Jordão, ex-radialista do Repórter Esso. No evento, também ocorreu o lançamento do livro “70 anos de radiojornalismo no Brasil”. A obra é composta por 22 artigos de diversos pesquisadores, entre eles, a coordenadora do curso de Jornalismo das Faculdades Integradas Rio Branco, Patrícia Rangel, o professor da Faculdade Cásper Líbero, Pedro Vaz, o professor da Unisa, Marcelo Cardoso, e a coordenadora de Comunicação Social da Unisa, Júlia
Patrícia Rangel, Dalmácio Jordão, Pedro Vaz, Marcelo Cardoso e Júlia Lúcia Oliveira
Lúcia Oliveira que estavam presentes no evento. Falaram sobre o radiojornalismo nos dias atuais, quando o avanço tecnológico traz novas possibilidades para o rádio. A professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Sônia Virginia Moreira, é a organizadora do livro, que foi lançado simultaneamente em diversas capitais do país. O Repórter Esso se despediu dos seus fiéis ouvintes no dia 31 de dezembro de 1968. Durante os 28 anos que ficou no ar, conquistou a audiên-
Foto: Égon F. Rodrigues
cia brasileira, dando origem ao jargão: “Se não deu no Esso, não aconteceu”, além de transmitir fatos que marcaram a história da sociedade brasileira e a do rádio.
Homenagem prestada a Dalmácio Jordão emocionou plateia O evento foi encerrado com uma homenagem a Dalmácio Jordão, ex-radialista do Repórter Esso. Em parceria com o “Mural do Antena”, o blog de
parceria existir. Agora é necessária a realização de propostas e ações que precisamos cobrar que aconteçam.” Em parceria, as duas entidades atuarão no desenvolvimento de atividades, tanto no âmbito de estudos teóricos, como na realização de atividades práticas. Ainda de acordo com o coordenador, palestras, congressos e eventos já vêm sendo realizados para expansão desse projeto. “Já estão sendo realizadas atividades no âmbito de estudos teóricos, e a partir de 2012 se iniciarão as atividades práticas”.
videorreportagens do jornalista Antenor Thomé, as Faculdades Integradas Rio Branco produziram um documentário, por meio de um vídeo colaborativo com Dalmácio Jordão. Após ser presenteado com uma placa de homenagem das FRB, Dalmácio Jordão confessou que desde criança almejava ser uma das vozes do Repórter Esso. Foi através dos fatos narrados por Dalmácio Jordão que o noticiário ganhou referência de credibilidade entre as pessoas. O radialista ressaltou que a prioridade do repórter Esso era dizer somente a verdade e por isso o programa nunca precisou corrigir informações. Sobre o futuro do rádio, Dalmácio Jordão destacou: “É um veículo ágil e, por isso, continua cativando as pessoas. Futuramente, a internet e o rádio digital impulsionarão esse veículo. A magia que o rádio tem é essa rapidez, agilidade, essa coisa magnífica que só ele tem. Ouvindo o rádio, você imagina quem é a pessoa falando, você cria uma imagem”. Quando agradeceu a todos que participaram do evento e pela homenagem prestada, o último apresentador do Repórter Esso em São Paulo afirmou: “Eu procuro transmitir com toda a honestidade, seriedade e ética as informações”.
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Rio Branco EM FOCO
Ação Social
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Pelezão oferece lazer e esporte à comunidade Moradores com mais de 65 anos são maioria entre os frequentadores
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clube Edson Arantes do Nascimento (Pelezão) foi fundado em 25 de janeiro de 1971, pelo então prefeito de São Paulo, Paulo Salim Maluf. O terreno, que tem cerca de 98.000m2, era ocupado por uma passagem de gado, onde os animais tomavam água em uma mina que ainda existe no local. Existia também um córrego, mas hoje é canalizado. Segundo a coordenadora de equipamentos Daniele Costa, o Pelezão começou a crescer com investimentos da Companhia City Lapa e logo depois passou a ser administrado pela Prefeitura, que até hoje toma conta do local. “O objetivo do Pelezão é atender a todos os públicos de todas as idades, preocupando-se com a saúde e atividades físicas de seus frequentadores, desde a criança até o da melhor idade”, explicou Daniele. O número de frequentadores aumentou nos últimos cinco meses, de acordo com a coordenadora. “E a tendência é aumentar, pois o parque está
passando por reformas, recuperando totalmente o local, e esforços estão sendo feitos para aproximar mais linhas de ônibus ao Pelezão”, completou. O campo de futebol foi inaugurado no último mês de outubro. Iraci Lucia, 40, moradora do Butantã, visitou o clube pela primeira vez e gostou bastante. “O clube traz segurança para a família, e as atividades disponíveis são adequadas a todas as idades”, diz. Já Sandra Regina, 48, moradora da Freguesia do Ó, frequenta o local todos os finais de semana, acompanhando a filha de 14 anos que utiliza a piscina do clube. O jovem Lucas Ferraro, 13, morador do bairro da Pompéia, vai ao Pelezão todos os finais de semana para jogar bola nas diversas quadras que o clube oferece. As atividades disponíveis no clube são: ginástica, artes marciais, como judô, capoeira e tai chi chuan, ioga, beach soccer, vôlei e futsal. De acordo com Daniele Costa, os maiores frequentadores são pessoas com mais de
O clube possui diversas áreas de lazer, para todas as idades
Fotos: Aurélio Guerra
Por Kelvin dos Santos Edição: Aurélio Guerra
O campo de futebol é uma das áreas de lazer mais utilizadas no clube
65 anos devido ao perfil do bairro e à disponibilidade do lugar. O clube promove, ainda, caminhadas no parque para os idosos, que conta com placas de orientação para a prática de exercícios, voltadas especialmente a esse público. Hoje, a equipe é formada por funcionários da Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação, oficineiros para aula de dança e circo (terceirizados), pessoal da limpeza, segurança e portaria. O Pelezão não conta com ajuda de patrocinadores e nem de apoiadores, depende somente de verba municipal. O clube conta com diversas áreas para diversão e lazer como: duas piscinas, uma grande e uma pequena, três quadras de tênis, uma quadra poliesportiva coberta, oito quadras na parte externa, um campo de futebol e duas
quadras de futebol e vôlei de areia. Além desses, o Pelezão conta com uma pista de cooper e o parque especial do idoso. Daniele Costa conta, ainda, que existem projetos a serem implantados nos próximos meses no clube, como o “Saúde no esporte”, que prevê a permanência de uma equipe médica no parque. “Inclusive já está em andamento no local um projeto piloto, com atendimento das 8 às 16h, com realização de exames e acompanhamento médico. Esta iniciativa está disponível em apenas duas unidades, Lapa e Carmo e é uma parceria entre a Secretaria Municipal dos Esportes e a Secretaria Municipal da Saúde”, informou. Outro projeto é o “Parada pro esporte”, que disponibilizará veículos para crianças e adultos sem condições de chegar ao clube.
ONG Fraternidade Irmã Clara auxilia crianças com paralisia cerebral Instituição é auxiliada por pessoas e empresas da região Por Aurélio Guerra Edição: Kelvin dos Santos
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egundo dados recentes, hoje, em São Paulo, existem mais de 1.400 ONGs registradas na Associação Brasileira de Organizações não Governamentais (Abong). Boa parte delas tem como foco atender às necessidades da sua comunidade e isso não é diferente com a ONG Fraternidade Irmã Clara. A instituição, localizada no bairro da Barra Funda (zona oeste), tem como foco o atendimento de pessoas portadoras de paralisia cerebral, promovendo a qualidade de vida através da reabilitação motora e cognitiva. Segundo Emília Tanaka, coordenadora de captação de recursos, a ONG está em atividade desde
1982; atualmente, abriga 37 pessoas, em regime de internato, que sofrem com a paralisia cerebral. Além disso, segundo a coordenadora, a Fraternidade Irmã Clara auxilia 32 famílias que possuem portadores de paralisia cerebral e mais 51 famílias da comunidade, que necessitam de ajuda. A entidade vive da ajuda da comunidade e das empresas. “Temos ajuda de pessoas jurídicas e físicas, através dos projetos FIC padrinho e FIC empresa cidadã”, diz Emília. Essa ajuda vem em grande parte de pessoas da região, como empresários da Barra Funda. Emília lembra, ainda, que essa contribuição auxilia a comunidade e é uma forma de divulgar o nome da
empresa. Outro ponto muito importante da Fraternidade é a questão do centro de reabilitação para as crianças que sofrem com a paralisia cerebral. Neste centro, há áreas de enfermagem, fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, espaço pedagógico e nutrição. Tudo isso é feito para que essas crianças levem uma vida normal. No site da ONG, há uma lista de todos os materiais que necessitam. Qualquer pessoa pode realizar essa ajuda. Outras maneiras de ajudar à ONG são as doações de créditos da nota fiscal paulista e a FIC eventos, que realiza bingos e bazares especiais, contribuindo com a manutenção da entidade.
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Entorno
Movimento Ação Lapa promove ações de cidadania
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Inauguração de novo campo no Clube Pelezão, durante o evento Ação Lapa e o “Dia Diferente” da Rio Branco
Foto: Francisco Felinto
Projeto visa envolvimento da comunidade em melhorias na região Por: Roberta Pereira e Valéria Manfre
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esde 2008, o bairro da Lapa (zona oeste de São Paulo) realiza o Movimento Ação Lapa, que visa despertar o espírito de solidariedade e o envolvimento das comunidades próximas da região em ações de cidadania. O movimento foi fomentado inicialmente pelas Faculdades Integradas Rio Branco (FRB), e depois, em conjunto com outras empresas e instituições da região que perceberam que unindo forças, seus esforços seriam potencializados. Fazem parte do comitê gestor do Movimento: Faculdades Integradas Rio Branco, OAB, SESI, ACM Lapa, Colégio Santo Ivo, Rotary Lapa, Alto da Lapa e Jaguaré, ACSP, CISEP e Página Editora. Em 2011, o bairro da Lapa completou 421 anos, no dia 12 de outubro. Para comemorar, o Ação Lapa planejou um calendário com diversos eventos que foram realizados durante o mês de outubro, tendo como objetivo incentivar seus visitantes a terem mudanças positivas para a prática de cidadania e voluntariado. O movimento também desenvolveu um subprojeto, que é a “Feira da Cidadania”, realizado no 1º dia do mês, na praça Miguel Dell Erba, próximo ao Terminal
da Lapa. A feira teve como principal objetivo propiciar aos visitantes o acesso a serviços que normalmente não são tão acessíveis. Entre os serviços disponíveis, a Subprefeitura da Lapa indicou a Central de Atendimento ao Trabalhador (CAT), onde foi possível aos visitantes cadastrarem seus currículos e tirarem carteiras profissionais. Já o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) orientou sobre aposentadoria. Outra associação presente no evento foi a APAS (Associação Paulista de Supermercados), distribuindo sacolas retornáveis e realizando palestras para conscientização do público sobre a importância do cuidado com o meio ambiente. Um dos frutos do “Ação Lapa 2011” foi a parceria entre as Faculdades Integradas Rio Branco e a Subprefeitura da Lapa, com a finalidade do desenvolvimento de um projeto para apoiar idosos. Basicamente, o projeto consiste na dedicação de um pouco do tempo dos alunos para ajudarem os idosos em ativi-
dades cotidianas. O movimento, sem fins lucrativos, realizou ainda outras ações, como no dia 8, quando houve o evento Pipoca Cultural, no SESI Leopoldina, a Feira de Artes e Cultura da Lapa, o Dia das Crianças na ACM, a exposição ao ar livre de curtas metragens de animação e temas mais infantis no teatro Cacilda Becker, o Passeio ciclístico desenvolvido pela ACM e pelo Colégio Santo Ivo, a Feira da Saúde (passeio ciclístico e atividades voltadas para a área da saúde), entre outras. Para ser um voluntário do movimento, basta acessar o site www.acaolapa.com.br e encaminhar um e-mail indicando disponibilidade e interesse em participar dos projetos.
Paróquia Nossa Senhora comemora Centenário Aniversário foi marcado por eventos
Fotos: Bruna Fazion Rodrigues
Por: Bruna Fazion Rodrigues
Fachada da Igreja Nossa Senhora da Lapa
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m 8 de dezembro, a Paróquia de Nossa Senhora da Lapa completou seu centenário. “A Igreja foi restaurada durante seis anos e ficou pronta há pouco mais de um. Já a parte externa foi restaurada há 10 anos e, para não perder a originalidade, não são permitidas outras restaurações”, conta o padre Adalton Pereira de Castro. Um grupo de 30 voluntários liderados pelo morador do bairro e lapeano Paulo Ramicelli
História preparou desde agosto do ano passado uma série de eventos para que a festa estivesse à altura da comemoração, além de um novo hino para a padroeira da Lapa, que está sendo executado na missa das 10 horas aos domingo. Uma exposição de fotos dos anos 1920 a 1980, cedidas pelos paroquianos, foi montada na entrada da igreja. As imagens são de batizados, casamentos e missas realizadas na paróquia durante esse período. “Sou moradora do bairro há 40 anos e meu casamento foi realizado aqui. É uma emoção muito grande poder ver a Paróquia toda linda como está, me lembra um dia especial da minha vida!”, relata Ermelinda Souza. Durante o ano de comemorações, quatro imagens peregrinas de Nossa Senhora da Lapa percorreram as casas dos moradores, onde permaneceram por um dia. Já foram mais de 100 residências visitadas e as comemorações não param por aí. Os alunos do curso de Relações Públicas das Faculdades Integradas Rio Branco exibiram um vídeo no últim semestre sobre a paróquia.
Por volta de 1740, o padre Ângelo de Siqueira R. do Prado construiu uma capela em honra de Nossa Senhora da Lapa, cuja devoção trazia de Portugal. Esta pequena capela localizava-se no caminho das tropas que seguiam de Santana do Parnaíba para as cidades de Itu, Jundiaí e para o litoral. De acordo com o padre Adalto, a capela foi dada à Mitra Arquidiocesana no ano de 1884, ficando sob os cuidados da Paróquia de Santa Cecília. Com o crescimento do bairro da Lapa, intensificaram-se os trabalhos de evangelização e a necessidade de uma igreja maior era cada vez mais notável. Em 1910, o engenheiro Serafim Corso doou um terreno e fez o projeto do novo templo, que embora aprovado não foi executado. Em 8 de dezembro de 1911, Dom Duarte de Leopoldo e Silva, arcebispo de São Paulo, elevou a capela à categoria de Paróquia, desmembrando-a de Santa Cecília e da Bela Vista (Divino Espírito Santo), e dando posse ao primeiro pároco, padre Nicolau Constantino. A 28 de setembro de 1914, a antiga capela, juntamente com parte das obras da nova matriz, desapareceram em um incêndio de razões desconhecidas. A reconstrução foi retomada à medida que a Lapa foi crescendo. Em 15 de maio de 1916, foi inaugurada a atual igreja, porém, a conclusão deu-se em 1943; os quatro sinos foram colocados nas duas torres em 1948. A Paróquia é frequentada durante a semana por pessoas que estão de passagem e aos finais de semana por moradores do bairro. Fica aberta ao público e promove reuniões todas as sextas-feiras, a partir das 20 horas.
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Rio Branco EM FOCO
Reportagem de Capa
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As duas faces de uma mo Hebert Nogueira. vacabebada.com/2011/07/15/tapas-club/
Rua Augusta, na região central, conf
A Rua Augusta é um dos pontos mais conhecidos de São Paulo, principalmente por seus bares e casas noturnas
Por Caio Colagrande
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á em São Paulo uma rua marcante, na região central da
cidade, que é a cara da metrópole: Augusta. A avenida Paulista a divide em dois trechos opostos, mas ainda assim com mesmo nome. Hoje, ela apresenta uma vida noturna agitada, do lado que vai ao Centro antigo, e lojas de grife e roteiros culturais, de outro. O repórter do Em Foco, Caio Colagrande, fez um verdadeiro tour pela rua – e descobriu que ela representa muito mais.
O lado “cara”
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altavam quinze minutos para as seis horas da tarde quando cheguei à avenida Paulista. Naquela sexta-feira, 5 de novembro, o movimento era intenso, e o céu parecia querer nos mostrar que, em breve, veríamos chuva. Entrei na Augusta e comecei a descer até o seu início, na Praça Roosevelt. A maioria dos bares e das padarias já estava ocupada, mas havia mesas para quem quisesse descansar e beber alguma coisa. Conforme avancei, fui tentando traçar o perfil de quem caminhava: predominantemente pessoas jovens, embora houvesse também vários adultos. Duas garotas, ora na minha frente, ora atrás de mim, berravam entre si o caminho que percorreriam. As lojas, reparei, iam ficando “mais fechadas” à medida que me aproximava do Centro. Explico: quanto mais eu descia, menos lojas abertas eu via. Alguns poucos bares noturnos começavam a abrir, mas a clientela ainda estava bem escassa. A rua ia se tornando cada vez menos bonita – os muros de casas e prédios estavam competindo para ver qual estava mais pichado. A quantidade de pessoas era bem menor do que no cruzamento com a Paulista, e a impressão era de que elas estavam lá de passagem, sem muita vontade de permanecerem. Não havia motivo para tanto. Ainda. Já eram 20h. Uma chuva repentina caía no cruzamento da Paulista com a Augusta, em frente ao Conjunto Nacional. Da mesma maneira que veio, foi embora. Dessa vez, de carro, desci até a Praça Roosevelt, para voltar a pé. Na esquina com a famosa lanchonete Planet’s, a Augusta estava deserta. Nas redondezas, um inferninho começava a mostrar a cara, e os néons
vermelhos e azuis já estavam ligados. Ao subir um pouco, em frente a uma casa de shows, constatei uma cena degradante na noite: entre várias sacolas de lixo, a mulher procurava alguma coisa para “jantar”. Finalmente, a primeira grata surpresa. Na rua Caio Prado, um pequeno circo estava montado. Como não havia movimento, a não ser dos carros no estacionamento, fui verificar a programação. “Não, de sexta-feira não tem nada”, informou o moço da cancela. “Não sei direito, mas acho que só pode vir escola. Faz o seguinte, dá uma olhada nesse panfleto e liga para eles”. Paciência. Sempre em direção à Paulista, mais pessoas começavam a aparecer. Entre elas, avistei duas garotas de programa na rua, paradas. Nenhuma das duas me abordou e segui meu caminho. E é exatamente esse o segundo triunfo da Augusta. Gente de todos os tipos, gostos e costumes convivendo normalmente, sem questionar diferenças. As lojas fechadas na minha visita prévia estavam abertas. A rua não parecia mais um lugar de passagem, mas de permanência. Tudo começava a se misturar. Primeiro, uma academia. Logo em seguida, um bar. Adiante, um cabeleireiro. E, sem mais nem menos, as calçadas estavam cheias. Jovens, muitos deles adolescentes, estacionados em frente a barzinhos ou em filas, aguardando a balada. As casas noturnas também já estavam abertas – algumas garotas, do lado de fora, com seus minúsculos vestidos, esperando a chegada de um cliente. Os bares, antes vazios, serviam bebidas a grupos que precisavam ficar em pé. Eram 21h30. A noite apenas começava para quem subia e descia a Augusta.
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Reportagem de Capa
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oeda chamada Augusta
firma perfil da cidade que não para
O que esperar da Augusta?
Hebert Nogueira. vacabebada.com/2011/07/15/tapas-club/
Por Rodrigo de Oliveira
O bar Tapas Club possui um público bem variado e é bem popular pelo seu cardápio e por seu espaço agradável
O lado “coroa” Às 18h30, o lado “Jardins” da Augusta respirava a plenos pulmões. Vários e vários estabelecimentos abertos sob um sol que voltara a dar as caras. Lojas de calçados, roupas e lanchonetes eram maioria entre os lugares nos quais o público aproveitava a sextafeira para ir às compras. Aliás, a quantidade de sacolas transportadas por mulheres não deixava tanto a desejar em comparação com outros famosos pontos de compra a céu aberto de São Paulo. Diferentemente do outro lado da rua, no mesmo horário, quanto mais eu descia, menos parecia que as pessoas iam embora. Talvez porque, ao redor dessa região, haja vias transversais que possuem tantas lojas quanto a própria Augusta – vide o exemplo da Oscar Freire.Talvez porque as opções culturais, como o Cine Sesc e o Teatro Procópio Ferreira, estejam próximas entre si. Fato era, porém, que a essa altura, após um dia corrido no trabalho, já estava cansado demais para continuar a brincadeira, e parei para comer umas esfihas no Habbib’s, próximo à Paulista. Eu e meu bloco de notas começamos a conversar, enquanto a comida era servida e os garçons passavam de mesa em mesa digitando seus pedidos (sim, papel virou coisa de jornalista, só). A clientela nada tinha de especial ou diferente do que eu já vi em outras filiais – amigos descansando e bebendo um suco, depois do expediente. Quando pedi a conta, emendei ao funcionário que veio me atender: “até que horas vocês ficam abertos?”.
Ele, olhando para o meu bloquinho, foi ligeiro: “ah, não fecha, fica aberto 24h”; tentei mais uma vez: “ah, é 24h? E costuma encher de madrugada? Como é o pessoal que vem aqui nesse horário?”. Ele olhou novamente para minhas anotações e, saindo, disse: “é a mesma coisa de dia, não tem diferença, não”. Tive que me contentar com isso. Incrível como a rua parecia um espelho, invertendo as imagens. Se, do outro lado, grande parte das lojas estava fechada de dia e aberta à noite, no lado coroa, a situação era oposta. 21h45, e quase não havia seres humanos transitando – os carros, em compensação, eram muitos. Fora alguns bares, e o meu Habbib’s salvador, uma ou duas casas de comércio ainda mantinham as luzes acesas. A partir daí, serei franco, nada de emocionante para narrar. Talvez a presença de alguns trabalhadores em construções, em plena presença da lua, tivesse chamado a atenção, mas a viagem não parecia muito promissora. Mesmo assim, fui até a rua Estados Unidos e, resignado, comecei a voltar. A loja de roupas com estampas estilo pop art, Megusta, até então aberta, preparava-se para dormir. Chegando à Paulista, prestes a pegar o ônibus para casa, dei uma olhada na Augusta, do lado do Centro: as pessoas falavam, as figuras surgiam e as cores se misturavam. A noite prometia. E a rua ainda pulsaria através da madrugada toda, sem sequer ensaiar um momento de sono.
São mais de três quilômetros de extensão, cortando três bairros (Consolação, Cerqueira César e Jardins), e um espaço que cabe o mundo e mais um pouco. Essa é a sensação de quem passa pela Augusta e encontra nos lados da via (cara e coroa) uma porção de opções para lazer, cultura e gastronomia. Os dados mais recentes da Subprefeitura indicam, só no trecho central, mais de 50 bares, 18 baladas e 16 restaurantes. O mesmo fôlego que o pedestre precisa ter para transitar por toda a via (com subidas e descidas), muito se assemelha com a história da rua. O seu auge remete às décadas de 1950 e 1960, quando atraía a elite paulistana e jovens ávidos pelo rock. A década seguinte (1970) representou um período de degradação, dando espaço à prostituição e ao fechamento de estabelecimentos comerciais de porte. “O fôlego mesmo só foi retomado na década de 1990, quando foi inaugurado o Espaço Unibanco. Ali, foi-se revitalizando o comércio e atraindo público”, recorda-se Humberto Neiva, gerente de programação do tradicional cinema de rua paulistano. O fato de fazer tudo, do bom e do melhor, sem sair de uma mesma rua encanta quem passa por ali. Aliás, impossível cortar a via sem se deparar com traços, sotaques e idiomas diferentes. Tribos, então, nem se fala. De playboys a hippies, passando por roqueiros a emos. Isso é o que fascina Natalie Braga, 30, colombiana que mora em Nova York, mas que vem sempre a São Paulo. Para a profissional de relações públicas, passar pela Augusta é rota obrigatória. Ela e o marido, Alziro, 28, brasileiro de Florianópolis, que se mudou para os EUA há quatro anos, apreciam a gastronomia do lugar, especialmente a culinária turca, representada pelo restaurante Kebab Solunu, bem movimentado. “Meu pai é turco, então, além de passear por essa rua fantástica, me sinto em casa aqui”, confidencia Natalie. Além dos sabores, quem passa pela movimentada via tem opções de sobra para cair na noite. Caso da paranaense Aline Sczczepaniak, 23, descendente de poloneses. A produtora de rádio viveu por quase oito anos em São Paulo, mas agora trabalha em Assunção, no Paraguai. Vem a cada três meses para visitar a capital paulista e sempre reserva na agenda uma passada pela Augusta. “Não tem balada melhor do que as que estão aqui”, fala, ao lado da amiga Fabiana, ao sair do Lab Club, na região da Baixa Augusta, às 6 horas da manhã. Embora a diversão seja uma característica marcante da via, muita gente faz da Augusta seu modo de ganhar o pão. E engana-se quem pensa que apenas a prostituição (fama que acompanha a Augusta) é uma maneira de ganhar dinheiro por ali. Prova disso é a mineira Regina Silva, 26. Promotora de eventos em uma casa da região, tem se consolidado na área. “A diversidade deste lugar me ensinou muita coisa, e me ajudou a ter um olhar especial para minha atividade profissional. Isso com certeza me gratifica muito”.
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Rio Branco EM FOCO
Saúde e Qualidade de Vida
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Prática de exercícios ao ar livre atrai paulistanos Avenidas transformam-se em academias “abertas” e ciclovias aos finais de semana Por Bruna Pakai e Leonardo Maurício Vinharski González
Crianças As crianças são amantes de aparelhos de atividades ao ar livre, mas a recomendação, válida também aos adultos, é que são necessários cuidados quanto à adequação e finalidade de cada equipamento, pois um movimento errado pode resultar numa lesão. Então, a atenção deve ser redobrada com as crianças. “Primeiro devemos observar que esses equipamentos possuem dimensão inadequada para crianças o que poderia, além de causar lesões, não trazer o benefício para o qual foram criados, pois geralmente são destinados
O morador Wendley Gaspareti se exercita na avenida Sumaré
Foto: Leonardo Maurício Vinharski González
começar de forma controlada, de intensidade leve a moderada com desenvolvimento gradativo. Sempre sob orientação de um profissional e acompanhamento periódico do médico. Uma avaliação física antes da prática de exercícios é necessária mesmo para as atividades realizadas em ambientes abertos, para que futuros problemas possam ser evitados. A avaliação física deve avaliar a composição corporal, a postura do aluno e a limitação para uma posterior estruturação do treino. Não existe um horário ideal do dia para a prática de exercícios, pois varia de pessoa para pessoa. “Isso depende de como cada organismo reage. Porém, estudos dizem que praticar atividades físicas poucas horas antes de dormir pode atrapalhar o sono. Por outro lado, há indicações de que treinar pela manhã torna o seu dia mais prazeroso e rentável”, afirma o personal trainer Celso Lopes.
a adultos e, mesmo assim, observando as suas condições físicas”, alerta Nascimento. Se falarmos em playgrounds, a atenção deve estar voltada às condições dos brinquedos e é preciso analisar se os aparelhos de ginástica possuem função adequada para as crianças. Atualmente, pesquisas mostram que menos de 10% da população praticam esportes ao ar livre e mais de 80% buscam academias, pelo conforto e por estarem menos expostas ao ar poluído da cidade. Questionado sobre sua visão a respeito da prática de exercícios em vias públicas e sobre sua indicação em praticar esportes ao ar livre ou em academias, o personal trainer Celso Lopes respondeu: “Indico os dois! O importante é fazer exercício físico independente do lugar. Pessoalmente gosto de variar, até mesmo pra deixar o treino mais prazeroso. Indico sempre uma corrida ou caminhada em parques para respirar ar puro e tomar o sol necessário para o combate de futura osteoporose”.
Foto: Bruna Pakai
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m meio à correria do dia a dia nas grandes cidades, muitas pessoas não possuem tempo suficiente para ficar uma ou duas horas praticando exercícios em uma academia, ou sentem-se desmotivadas para exercitarem-se em um ambiente fechado. A prática de exercícios em ruas e avenidas pode se tornar uma opção para essas pessoas. Em São Paulo, a avenida Sumaré (zona oeste), a ciclovia que liga a Cidade Universitária ao Ibirapuera (que pode ser percorrida correndo, pedalando ou caminhando) e a avenida Raimundo Pereira de Magalhães, entre os bairros de Taipas e Jaraguá (zona norte) são exemplos de vias utilizadas para a prática de exercícios. O personal trainer Celso Lopes explica que os exercícios ao ar livre podem trazer benefícios: “melhoram a capacidade cardiopulmonar, o tônus muscular e previnem doenças, tais como, diabetes, colesterol e até mesmo patologias músculo-esqueléticas como artrite, bursite e tendinite. Melhoram também a autoestima e a disposição no dia a dia”. As amigas Valdecir e Sulamita todos os dias tiram proveito dos equipamentos ao ar livre localizados na altura do número 11.300 da avenida Raimundo Pereira de Magalhães, sentido parada de Taipas, conhecida popularmente como “Retão” (zona norte). A prefeitura de São Paulo vem investindo em lazer e bem-estar nessa região, e tem trazido bons resultados para os frequentadores do local. “Eu venho para cá todos os dias de manhã, ou no finalzinho da tarde. Já emagreci 20 kg, só fazendo caminhada por aqui e me exercitando nos aparelhos. Me sinto muito mais disposta para fazer as coisas e o local aberto me dá mais ânimo para continuar os exercícios”, conta Valdecir. Já na avenida Sumaré, Hugo Panes e Wendley Gaspareti se exercitam depois do trabalho. “Gosto de vir fazer exercícios aqui, porque vejo a movimentação das pessoas, dos carros, enfim, eu me distraio mais. Já na academia tudo é muito monótono para mim, afirma Hugo Panes. No entanto, especialistas alertam que é preciso ter cuidado ao praticar exercícios em ambientes abertos, principalmente em cidades movimentadas e com alto índice de poluição como São Paulo. O fisioterapeuta e educador físico Reginaldo Ceolin do Nascimento explica o que acontece no organismo ao praticar exercícios em vias com trânsito intenso de veículos: “Com certeza não é uma condição ideal, os glóbulos vermelhos presentes no sangue são os responsáveis por carregar o oxigênio (O2) do pulmão até as células, contudo, eles possuem uma predileção por gás carbônico (CO2). Logo, quando corremos em meio à poluição dos carros que produzem muito CO2, nossos glóbulos vermelhos serão, na maior parte, preenchidos por CO2, deixando pouco espaço para o O2, o que pode gerar uma sensação de falta de ar, cansaço precoce e queda de rendimento”. E complementa: “Com isso, o indivíduo que conseguiria manter uma atividade por uma hora, acaba se cansando muito mais em menos tempo e com qualidade inferior em relação aos benefícios que poderia conseguir dessa atividade.” Os iniciantes de atividades ao ar livre devem, ainda, ficar atentos para que a prática de exercícios não se torne prejudicial à saúde. O que se deve fazer é
Instruções para o uso dos aparelhos do parque
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NÚMERO 22
Roteiro de visitas / Ecoturismo / Sustentabilidade
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Um mundo de cheiros, cores e sabores Mercadão da Lapa é opção de lazer e compras Por Bruna Fazion Rodrigues Fotos: Bruna Fazion Rodrigues
quantidades de potes visivelmente dispostos de maneira atrativa. “Costumo vir ao mercado da Lapa para almoçar aos finais de semana, passear com os filhos e ver as novidades semanais. Acredito que é importante mantermos viva a parte histórica da cidade. Gosto de levar meus filhos e mostrar a eles a importância destes monumentos para a cidade de São Paulo”, afirma Paulo Alves, cliente do Mercadão. Hoje, a adminisInaugurado em 1954, o Mercado da Lapa possui grande importância econômica para a região tração do Mercado da Lapa é feita por três funmésticas, empório, laticínios, doces, tabacarias, arti- cionários que são responsáveis pela organização, por gos para festas, pet shop e produtos naturais, entre notificações, punições, controle de avanço de área, inspeção de alimentos, horário de funcionamento, outros. reuniões, informações aos clientes, entre outras funções. Além disso, contam também com a Associação Cheiros e sabores. O Mercadão da Lapa pode ser considerado um dos Comerciantes do Mercado da Lapa (ACOMEL), mundo de cheiros, cores e sabores. Andando entre responsável pela faxina, segurança, controle de praos largos corredores que compõem o Mercadão, é gas e rateio de contas. Segundo Serra, “O mercado recebe aproximadapossível sentir um mix de aromas dos mais variados produtos que lá são vendidos. O forte cheiro dos mente 12.000 clientes por dia e nos dias que antetemperos, mesclado com a diversidade das cores dos cedem feriados e datas festivas esse número chega a amendoins e sementes enchem os olhos das pessoas 20.000 sem contar com os restaurantes que fazem que passam por lá todos os dias, passeando ou pedidos e são atendidos via delivery”. Alcino Souza, comerciante do mercado da Lapa trabalhando. Não é preciso muito para se convencer e sair de no setor de laticínios há 42 anos diz: “Trabalhar no lá com comprinhas feitas sem ter programado. Os mercadão da lapa é muito gratificante, pois além de vendedores se encarregam de abordar os clientes clientes fiéis, fiz muitos amigos e conheci pessoas ao passar nos corredores para oferecer degustação incríveis como a Dercy Gonçalves, que foi minha de seus produtos que estão expostos nas grandes cliente por 25 anos”.
O Mercadão da Lapa oferece uma grande diversidade de produtos e muita qualidade
O Mercadão recebe visitantes de todos os estados, que buscam variedade e bom preço
Fotos: Bruna Fazion Rodrigues
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e cima da ponte que leva ao bairro da Lapa, é possível avistar um grande e imponente prédio histórico o qual abriga o Mercado da Lapa. Não é preciso andar muito para observar a variedade de produtos vendidos e a simpatia dos atendentes para cativar aos mais diversos e exigentes clientes. A grande diversidade de grãos e as cores chamativas enchem os olhos dos visitantes e dão água na boca de quem passa por lá todos os dias. “Trabalho no bairro há 2 anos e nas minhas horas de almoço sempre dou uma passadinha no Mercadão, é um lugar agradável, os vendedores são simpáticos e não tem como sair sem levar ao menos um pouquinho de amendoim”, conta Priscila Bastos, funcionária do Shopping Center Lapa. Idealizado pelo vereador Iapeano Ermano Marchetti, projetado e construído pela Prefeitura do Município de São Paulo, o prédio de forma triangular que abriga o Mercadão da Lapa foi considerado na época um dos mais modernos e recebeu elogios de engenheiros de outros países da América Latina. Com uma área construída de 4.840m², foi inaugurado no dia 24 de agosto de 1954, ano em que se comemorava o 4º centenário de São Paulo, justamente no dia do falecimento do então presidente Getúlio Vargas. Nesse dia, o mercado só permaneceu com suas portas abertas ao público até as 10h da manhã e, devido ao luto oficial, não houve os fogos de artifícios planejados. Frequentadora assídua do mercado, a aposentada Antonia Oliveira diz: “Aqui encontro tudo que preciso com ótimos preços e uma qualidade sem igual. Todos os produtos são fresquinhos e repostos de hora em hora”. “O Mercado possui grande importância econômica para a região”, afirma Ayrton Serra, um dos administradores do mercado da Lapa. Atualmente, são 94 boxes nos mais diversos ramos, onde o cliente poderá encontrar produtos regionais, importados, todos os tipos de ervas, carnes, temperos, frutas, legumes, açougues, avícolas, peixarias, miúdos, utilidades do-
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Artes e Tecnologia
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Teatros no centro atraem jovens e frequentadores Praça Roosevelt se destaca no circuito independente Por Lucas Barbosa Peixoto e Thatiana Rocha Oinik tivo ao desenvolvimento do teatro no Brasil, para que o interesse por ele não acabe. “Acredito que é preciso um incentivo majoritário por parte do governo, das escolas e principalmente por parte dos pais. Sem iniciativa, o teatro no Brasil não conseguirá evoluir.” Diego Pires, frequentador da casa de espetáculos “Os Satyros”, localizada na Praça Roosevelt, centro de São Paulo, também acredita na menor presença de jovens nos teatros. “Percebo que tem muitas pessoas mais velhas, ou pessoas de teatro frequentando as casas. Não é um público heterogêneo e sim mais específico”, conclui. Diego vê boa qualidade nas peças que acompanha: “Todas as peças que eu vejo, tanto no centro como na Paulista, são muito boas”. Ele destaca a peça alemã “O Despertar da Primavera”, que acompanhou no teatro Frei Caneca, como uma das melhores que viu. “Ela era uma peça antiga, não tinha grandes nomes no elenco, mas era bastante conhecida”. Para a produtora de espetáculos Aline Lima, os frequentadores de casas de teatro como Os Satyros e Espaço Parlapatões, na região central da cidade, são os públicos mais alternativos. “Esse é um teatro mais independente, com menos patrocínio e menos pessoas famosas participando”. Aline acredita que, apesar das dificuldades encontradas pela realização desse tipo de espetáculo, a qualidade das peças não é afetada: “Apesar das dificuldades financeiras na produção, o nível das atuações e dos roteiros é muito satisfatório”. A estudante Maria Fernanda, frequentadora do Espaço Parlapatões, vê maior presença de pessoas da
classe artística nas redondezas, além de uma importante questão econômica. “Normalmente são atores vendo peças de outros atores, ou pessoas que conhecem esse circuito. Pelo fato de o aluguel ser melhor para quem não tem patrocínio e está começando, não se tem muita divulgação e, com isso, o público mais amplo não tem muitas informações”, diz ela. Maria Fernanda atenta para a desvalorização de atores de teatro em detrimento de atores com maior reconhecimento: “Às vezes os produtores preferem atores ‘globais’, para conseguir patrocínio e chamar público. Há alguns anos eu vi o musical ‘Chicago’, com a Danielle Winits no elenco. Mas ela era ofuscada pelos outros no palco”, opina.
Fotos: Lucas Barbosa Peixoto
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ão Paulo oferece muitos espetáculos. E uma de suas principais qualidades é poder contar com um circuito variado de peças de teatro em muitos lugares da capital. Muitas delas ficam em cartaz durante anos e contam com estrondosos sucessos de público e crítica. Para Beto Silveira, diretor e preparador de atores, o teatro tem públicos de diversos segmentos, devido à grande variedade de gêneros teatrais que atendem a todos os gostos. “Existem muitos espetáculos alternativos na cidade. Vivemos em uma sociedade em que o isolamento do indivíduo está cada vez mais predominante. O teatro rompe essa solidão, aproxima e relaciona as pessoas”, diz. Para Juliana Trombini, frequentadora do Teatro Municipal de São Paulo, este é um entretenimento que cada vez mais perde espaço, no que diz respeito ao interesse dos jovens em frequentá-lo. “O público que costuma frequentar os teatros continua a ser o pessoal de vanguarda. É difícil mudar a percepção do jovem com relação ao teatro”. Ela ainda destaca o fato de que é pequena a participação de jovens atores e atrizes em peças. “Os atores são, em sua grande maioria, os profissionais mais experientes. Não existem muitos jovens e com isso, o interesse tende a diminuir”, conclui. A estudante acredita que exista vantagem em acompanhar peças de teatro, em detrimento a filmes no cinema. “É mais interessante ver os atores de perto em um palco, é mais real e não tão artificial como ver um filme no cinema.” Juliana crê que se faz necessário um maior incen-
São Paulo oferece espetáculos em vários lugares da capital, como no Teatro Municipal
Crianças vivem tecnologias Exposição excessiva preocupa pais e educadores
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tecnologia, hoje, nos permite absorver inúmeras informações, transmitidas via áudio, vídeo, texto e fotografia, tudo na velocidade de um clique. A comunicação interpessoal tornou-se facilitada, todos estão 24h conectados ao mundo, a países, familiares, amigos e vizinhos numa espécie de rede invisível. No entanto, pesquisadores alertam para o fato de que crianças que passam a maior parte do seu tempo em frente à televisão, ao computador e ao videogame podem apresentar problemas de saúde e de aprendizagem. Para Germano Henning, psicólogo do Núcleo Percepção, é preciso cuidado no intenso uso da tecnologia por parte das crianças, para evitar assim consequências negativas nos estudos, na sociabilidade e na saúde (ex.: obesidade). Sobre as principais mudanças na vida desse público hoje em relação ao de 15 anos atrás, o psicólogo explica: “não foram as crianças que mudaram, mas sim o ambiente em que vivem, isto é, os modelos de educação, o desenvolvimento da tecnologia e principalmente, a estrutura familiar”. Para minimizar ou mesmo evitar essas e outras desvantagens causadas pelo uso excessivo desses recursos, a educadora do Colégio Rio Branco, Vania Maria Concimo Santos, aconselha: “os pais devem acompanhar, principalmente junto aos filhos mais no-
vos, o uso que fazem da tecnologia. Orientá-los quanto à segurança e a condutas adequadas com ênfase em redes sociais, exposição pessoal, informações sigilosas ou íntimas e trocas interativas. Devem ainda esclarecer que as normas e os deveres da vida real são os mesmos para os ambientes virtuais. Devem colocar limites para o uso assim como colocam limites para tantas outras atividades, ou seja, educar seus filhos para a vida online”. Já a estudante Maiara Gonçalves, 11 anos, revela que não vive “sem celular (com internet), computador (com internet) e televisão”. Para ela, passar o dia navegando e ao mesmo tempo assistir a seus programas favoritos da televisão é uma de suas atividades preferidas e diárias. Quando o uso desses recursos tecnológicos não é excessivo, há vantagens para o dia a dia das crianças, em especial na educação. Para o professor das Faculdades Integradas Rio Branco Marciel Consani,
Foto: Patrícia Ceolin
Por Valéria Manfre Edição: Roberta Pereira
Para especialistas, acompanhamento dos pais é essencial
orientador no programa Formação Continuada em Mídias na Educação, da Eca/Usp, a tecnologia pode ser vista como “um meio que disponibiliza interfaces de comunicação além da escrita, como a interface audiovisual, possibilitando um estímulo maior na educação”. No entanto, alerta para o fato de que o educador, muitas vezes, não foi formado para isso, ou seja, não vivenciou esse recurso, o qual hoje é o meio de ensino mais utilizado. Segundo Consani, ao viver uma experiência baseada em livros, alguns desses profissionais encontram hoje dificuldade em utilizar um método que não lhes fora ensinado.
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Esportes
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Palmeiras constrói Nova Arena A Sociedade Esportiva Palmeiras, localizada entre os bairros de Perdizes e Água Branca, promete um novo estádio para a cidade São Paulo, a Nova Arena Por Bruna Pakai e Leonardo Maurício Vinharski Gonzalez ma parceria entre a Sociedade seleção italiana”, complementa o torceEsportiva Palmeiras e a constru- dor. tora WTorre é responsável pela Para Ciryllo, o estádio será palco construção do novo estádio do clube, de partidas importantes e de diversos o Nova Arena. Para a construção do shows e eventos. “Para aqueles que não estádio, considerado de última geração, gostam de futebol ou dos eventos, não o desembolso será de R$ 330 milhões. precisam se preocupar com o barulho, O estádio será erguido nos padrões pois, pensando no bem-estar dos morade Encargos da FIFA 2014, com espaço dores, o estádio terá uma acústica tode estacionamento para 1.500 carros, talmente projetada para que os ruídos quase sete vezes mais do que o antigo sejam menores. Além disso, o público estádio, com os camarotes e a área de visitante terá área coberta, sendo apeimprensa ampliada para 2.000 pessoas. nas o campo descoberto”, informa. Segundo José Cyrillo Junior, que foi Em relação às inundações entre os diretor do Palmeiras por 36 anos e é cruzamentos da avenida Pompéia e rua conselheiro há 38 anos, para o projeto Turiassu, o conselheiro acredita que em ser aceito foi necessário passar por uma dois anos o problema seja totalmente série de processos para as aprovações. resolvido, já que a situação melhorou As primeiras foram as dos prédios de depois da construção de calhas para o quadras e do prédio administrativo Rio Tietê e de outras obras que estão que tem previsão de término até o final sendo estudadas por parte da Prefeideste ano. tura. Já o ambiente de quadras tem data Quanto à questão ambiental, foram prevista de entrega entre janeiro e fe- retiradas 140 árvores para continuivereiro de 2012. Os vestiários que fi- dade das obras, mas o clube afirma que cavam embaixo da arquibancada do recompensará com o plantio de 1.200 antigo estádio passam a fazer parte do árvores. A Subprefeitura da Lapa intérreo onde será o ginásio; nos andares dicará os locais para plantio, além de acima, ficarão as quadras de esportes outras que serão replantadas na área e na cobertura, uma quadra society. interna do clube e ao redor do estádio. Cyrillo afirma: “O projeto é bom e A construção da Nova Arena também moderno“. A entrega do estádio com- trará mudanças para a região próxima pleto está prevista para abril de 2013. ao estádio. Os torcedores estão bastante Nas áreas de segurança e sinalizaotimistas com o novo estádio. “Estou ção, serão instaladas novas câmeras, confiante na Arena, as obras estão em iluminação de travessias, além de dia, o espaço parece ser bastante bem adaptações para deficientes físicos em aproveitado, não se esquecendo das certos pontos na Avenida Sumaré. outras atividades do clube, respeitanDe acordo com Ciryllo Júnior, o do os sócios“, diz Marcelo de Freitas projeto foi aprovado pela CET, pela Adinolfi, torcedor do Palmeiras. “É um Polícia Militar e pela área de segurança. grande negócio para o clube. Espe- “O esquema de trânsito e segurança inramos também receber algum jogo da terna da Arena é o mais avançado”.
Fotos: Leonardo Maurício Vinharski Gonzalez
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Obras deverão consumir R$ 330 milhões
Copa Ainda de acordo com Ciryllo Júnior, o Palmeiras optou em não se candidatar para ser sede da Copa de 2014. Um dos motivos foi a falta de espaço que seria insuficiente para a ampliação. A decisão, então, foi fazer uma Arena onde fossem criados, em vez de 30 mil lugares, 45 mil lugares, para capacidade de público. Em relação às expectativas para o evento, Ciryllo comenta: “Vai proporcionar alegria para o povo”. Já o
torcedor Thiago Augusto demonstra preocupação quanto aos preparos para a Copa: “Só espero que toda a estrutura para o mundial, desde estádios, segurança, transporte, infraestrutura etc., esteja andando bem, para que a Copa não seja marcada como um fiasco no Brasil”. O torcedor Marcelo também torce para que o evento seja um sucesso: “A expectativa é grande, por ser o maior evento esportivo do mundo, temos a oportunidade e talvez a última para modificar e melhorar a cidade inteira”, diz.
Fotos: Leonardo Maurício Vinharski Gonzalez
Novo estádio deve ser entregue em 2013
José Cyrillo Junior foi diretor do Palmeiras por 36 anos e é conselheiro há 38
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Cultura
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Zona oeste é fonte de diversão para a terceira idade O tradicional bairro da Lapa, em São Paulo, está recheado de bailes e aulas de dança para a terceira idade Por: Aurélio Guerra e Kelvin dos Santos Almeida, a prática da dança aumenta a oxigenação cerebral, que contribui para as ações cognitivas e retarda o ritmo dos distúrbios que podem acontecer nesse período da vida. Segundo especialistas, a dança de salão não é só um ótimo exercício para jovens, mas também é uma atividade muito recomendada para idosos. “Geralmente, pessoas mais idosas procuram a dança de salão porque o médico pediu, para uma melhora física”, diz Raissa Forte, dançarina e arte-educadora. Além de movimentar o corpo, a dança de salão proporciona a sociabilidade com um grupo e melhora a autoestima. Raissa ainda explica que o exercício da dança de salão para idosos deve ter cuidados especiais, como a realização de aulas de menor duração, maior tempo de alongamento antes e depois da aula e buscar trabalhar a corporeidade. Outra situação comum nessa faixa etária é a de senhores e senhoras que sofrem a dor da perda de algum companheiro ou ente querido e os bailes vêm para ajudar também neste quesito. Celina, 73, conta que os bailes que frequenta têm sido muito importantes para ela, pois seu companheiro faleceu há dois anos e dançar é uma das maneiras que ela encontrou para se distrair e esquecer a dor da perda. Gerson, morador do bairro há mais de cinquenta anos, participa de outras atividades relacionadas à terceira idade e participou das aulas de dança no Tendal. Ele diz que estas atividades fazem muito bem para ele, e também para outros idosos, mas que infelizmente não há pessoas para organizar estes eventos. No Tendal da Lapa, acontecem dois bailes por mês, sendo um no último domingo de cada mês, tendo duração de cinco horas, das 14h às 19h, com banda ao vivo, e outro na última quartafeira de cada mês, das 19h às 22h30. Todas estas atividades são gratuitas. Já a Sociedade Beneficente União Fraterna organiza o “Baile da Saudade”, que acontece num casarão antigo, com uma decoração que lembra as grandes salas de castelos. Além deste, o “Baile Vespertino” também acontece no mesmo local, todas as terças-feiras, das 14h às 18h, mas é organizado por empresas filiadas à União Fraterna. Segundo a administração da Sociedade Beneficente União Fraterna, se houvesse mais bailes organizados por terceiros, com certeza haveria público e seria um grande sucesso. A mesma
Baile da Terceira Idade, no Espaço Cultural Tendal da Lapa
Fotos: tendaldalapa.blogspot.com
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om o aumento da estimativa de vida no Brasil, o número de idosos vem crescendo cada vez mais. No último censo realizado em São Paulo, a quantidade de idosos já ultrapassava 1 milhão. O bairro da Lapa (zona oeste) é uma das regiões da cidade que concentram essa população com mais de 60 anos. Entre as opções de lazer voltadas a esse público estão espaços como o Tendal da Lapa e a Sociedade Beneficente União Fraterna, que realizam bailes e ministram aulas de dança. O Espaço Cultural Tendal da Lapa, localizado na Rua Guaicurus, além de oferecer atividades para públicos de variadas idades, realiza oficinas de dança focadas especificamente na terceira idade. “Frequento os bailes há mais de dez anos e não consigo me imaginar sem. Passo a maior parte do tempo sozinha em casa. E dançar faz com que eu esqueça minha solidão”, comenta animada Sebastiana, que está sempre presente nos bailes e nas aulas de dança do Tendal da Lapa. E quem pensa que eles vão apenas para dançar, está enganado. Os frequentadores relatam que os bailes servem como atividade física, para fazer novos amigos e, principalmente, para se divertir. Mas, como não poderia faltar, eles assumem que também rola muita paquera. É o caso de Vitorino Lemos, 75, e Margarida Gasparini, 70, que são moradores do bairro de Perdizes, mas frequentam sempre os bailes da Lapa. Os dois são divorciados há 30 anos e, depois de muitos bailes e encontros à parte, firmaram um namoro e estão juntos há quase quatro anos. “Eventos assim são ótimos para nos dar a oportunidade de ter uma segunda chance, como nós tivemos. Não existe idade certa para o namoro”, comenta Margarida. Para aqueles que acham que estão enferrujados, quem dá as dicas é a professora Cléo, que ministra as aulas de dança para a terceira idade no Tendal da Lapa. “Fazer as aulas, além de apenas frequentar o baile, ajuda muito na desenvoltura. Inclusive, vejo uma melhora muito grande na saúde dos meus alunos. Mas o que mais impressiona e faz do meu trabalho algo extremamente recompensador é ver a alegria e o prazer que eles têm em dançar”, conta a professora. Além dos benefícios psicológicos, a dança proporciona maior vigor físico. Segundo a educadora física Vânia
reclamação é feita pela frequentadora Elza: “há outros espaços no bairro, além da União Fraterna, que poderiam ser usados para bailes e, infelizmente, não são”. Os organizadores dos bailes gratuitos dizem, ainda, que mesmo que se fosse cobrada uma taxa (entrada) para se frequentar o baile, muito provavelmente eles estariam cheios como estão hoje em dia. Em outras regiões de São Paulo, existem bailes voltados para a terceira idade, como é o caso do Clube Piratininga, localizado na região central. O baile do Clube Piratininga talvez seja o mais tradicional para a terceira idade pois é realizado há quase 30 anos, sempre cheio e com um público muito alegre e divertido. Na região da Paulista, existiam os bailes do Clube Homs, mas o local deixou de realizar os bailes para a terceira idade. Nesse espaço, também tradicional, grandes bailes foram realizados durante a década de 1970. Outro baile muito famoso na região oeste/centro é o da Casa do Sargento de São Paulo, que fica localizado no bairro do Cambuci. Com um estilo mais clássico, esta casa abriga bailes há mais de 40 anos, além de promover campanhas assistenciais. As regiões norte, sul e leste também possuem seus bailes da terceira idade. Na zona leste, os bailes concentram-se no bairro do Tatuapé; na zona norte, os bailes estão localizados em Santana e Casa Verde. Os bailes da União Fraterna e do Tendal da Lapa já são considerados tradicionais e atraem frequentadores de todas as regiões da cidade, por realizarem atividades durante o ano todo e pelo fácil acesso. Tanto o Tendal da
Lapa como a União Fraterna estão próximos à Estação de trem da Lapa, além da Rua Guaicurus ser uma das principais vias para quem vai da região central para a parte oeste de São Paulo. De acordo com organizadores e frequentadores, a cidade comporta ainda um maior número de bailes: há público e há locais disponíveis. O que falta, na opinião desses antigos moradores, são pessoas responsáveis para organizar outros bailes e o apoio das subprefeituras, principalmente por meio da atuação dos centros culturais, promovendo diversão para este público que ajudou a construir São Paulo.
Sociedade União Fraterna R. Guaicurus, 27, Água Branca - Baile Vespertino: realizado sempre na segunda terça-feira do mês, das 14h às 18h - Baile da Saudade: realizado no primeiro sábado do mês, das 21h à 1h (vestimenta conforme o tema do baile; para mais informações, consultar o site: www.uniaofraterna.org.br/salaode-festas-eventos/)
Espaço Cultural Tendal da Lapa. Rua Guaicurus, 1100, Lapa (acesso também pela rua Constança, 72) - Oficina de dança de salão para 3ª idade: das 10h às 12h - Baile da Terceira Idade: último domingo do mês (com banda ao vivo), das 14h às 19h e última quarta-feira do mês, das 19h30 às 22h30