PROTEGER #28

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Uma publicação ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURANÇA

N.º 28

OUTUBRO  – DEZEMBRO DE 2016

6,00 € SISTEMAS DE CONTAGEM DE PESSOAS Saiba quais as tecnologias existentes para efetuar a contagem de pessoas no seu edifício ou estabelecimento.

MARCAÇÃO CE DE PORTAS RESISTENTES AO FOGO Este artigo irá indicar-lhe tudo o que precisa saber a nível normativo e legal para fazer a marcação CE de portas resistentes ao fogo.

10 ANOS APSEI Acompanhe o percurso da APSEI durante uma década de desafios, projetos e crescimento.

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reportagem PROTEGER 2016

Agentes extintores de incêndio TIPOS DE AGENTES EXTINTORES, EFICÁCIA E UTILIZAÇÕES



Maria João Conde

editorial Depois de um percurso de 10 anos que consideramos ter sido de êxito e de evidente crescimento, não podemos deixar de olhar para o futuro e procurar responder a algumas questões fundamentais. No início de cada ano habitualmente fazemos uma reflexão sobre os objetivos que atingimos e que ficaram por concluir no ano anterior e projetamos as nossas resoluções para o ano em curso. Desde o ano passado, ano em que a APSEI cumpriu 10 anos, estamos envolvidos numa profunda reflexão, em conjunto com os nossos associados, sobre como nos queremos projetar no futuro. Depois de um percurso de 10 anos que consideramos ter sido de êxito e de evidente crescimento (não perca o testemunho dos três presidentes da APSEI nas páginas 13 a 16), não podemos deixar de olhar para o futuro e procurar responder a algumas questões fundamentais: em que domínios da Segurança queremos ser ativos? Com que entidades associativas queremos estabelecer parcerias? Que serviços de suporte aos associados queremos desenvolver? Que tipo de associados/clientes queremos servir e representar? Estamos

certos que desta reflexão resultará uma APSEI com uma capacidade de mobilização acrescida para provocar as mudanças que se entendam necessárias e prioritárias no panorama da Segurança em Portugal. Um dos objetivos que seguramente se manterá como prioritário da APSEI será pugnar permanentemente por um quadro normativo e legal adequado ao bom desenvolvimento das atividades da Segurança. Como sabemos, estão em fase de avaliação legislativa e auscultação às várias entidades envolvidas, o regime jurídico da atividade da segurança privada e o regulamento técnico de Segurança contra Incêndio. A APSEI tem vindo a acompanhar sistematicamente o desenvolvimento da legislação e fornecido várias contribuições técnicas. Aguardemos pelos próximos meses, que prometem um novo regulamento técnico de SCI e, porventura, uma regulamentação de Segurança Privada mais adaptada à realidade e evolução recente do setor. Uma das áreas de atuação da APSEI que mais contributos tem apresentado para a adequação da legislação é a Proteção Ativa contra Incêndio, que destacamos nesta edição da Proteger. O Núcleo Autónomo da Proteção Ativa (NAPA) é o órgão responsável pelo acompanhamento técnico dos vários temas ligados à extinção de incêndio. O NAPA agrega 274 membros das diversas áreas da Proteção Ativa contra Incêndio, designadamente empresas fabricantes, de instalação e manutenção de meios de primeira intervenção, sistemas de extinção e viaturas de combate a incêndio, projetistas de segurança contra incêndio e utilizadores de segurança. O NAPA esteve também na génese

dum importante instrumento normativo para a regulação da atividade de manutenção de extintores, a Norma Portuguesa 4413, que é hoje referido na regulamentação de Segurança contra Incêndio e que, por isso, é de cumprimento obrigatório. Do ponto de vista da normalização, a Proteção Ativa é responsável pela dinamização de vários grupos de trabalho da Comissão Técnica 46 “Segurança contra incêndio e símbolos gráficos”, que desenvolve o importante trabalho de elaboração de normas portuguesas e de tradução e adoção das normas europeias e que se encontram distribuídos pelas seguintes áreas temáticas: Segurança em edifícios, Equipamentos e sistemas de combate a incêndios, Sistemas automáticos de deteção e alarme, Pictogramas e símbolos de segurança e Terminologia de Segurança contra Incêndio em edifícios. Por último, queremos manifestar o nosso reconhecimento aos 1500 participantes, aos patrocinadores e expositores e às várias entidades que colaboraram na organização da 5.ª edição da Conferência Proteger, realizada nos passados dias 18 a 20 de outubro, no Estoril. O elevado número de participantes, o envolvimento de várias entidades institucionais e associativas, a dinâmica da exposição e o elevado interesse e atualidade dos temas tratados são alguns dos argumentos que confirmam a Conferência Proteger como o único evento em Portugal com capacidade para abordar a Segurança de uma forma integrada. Em 2018, espera-nos a 6.ª edição Conferência Proteger, num formato renovado e que anunciaremos em breve. V

Direção Maria João Conde Coordenação Gonçalo Sítima Colaboradores Residentes Ana Dias, Ana Ferreira, Bruno Pinto, João Carvalho, Mélanie Cuendet Colaboradores neste número António Viana Basto, Bárbara Marinho e Pinto, Duarte Duque, João Cezília, Juan Carlos Fernández e Per Adolfsson Edição e Propriedade APSEI – Associação Portuguesa de Segurança Publicidade João Carvalho Redação, Edição e Publicidade Rua Cooperativa A Sacavenense n.º 26, C/F, 2685-005 – Sacavém, Tel +351 219 527 849 | Fax +351 219 527 851, e-mail proteger@apsei.org.pt, www.apsei.org.pt/proteger Fotografia Gonçalo Sítima, Shutterstock Projeto Gráfico e Paginação José Mendes Edição de Imagem Eduardo Pulido Impressão Gráfica Central Almeirim Periodicidade Trimestral Tiragem 6500 exemplares Registo ERC 126 538 Depósito Legal 284 212/08 ISSN 1647-1288 /// Os artigos assinalados e as opiniões expressas são da exclusiva responsabilidade dos seus autores e não refletem, necessariamente, as posições e opiniões da Associação Portuguesa de Segurança.

proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

01.


JUNTOS CHEGAMOS MAIS LONGE.

ESTAMOS MAIS ABRANGENTES, CRIAMOS MAIS SEGURANÇA. Para melhor representar e promover a segurança de pessoas e bens, a APSEI reúne empresas de segurança de diferentes áreas (proteção contra incêndio, segurança eletrónica e segurança no trabalho), técnicos individuais e entidades/empresas que reconhecem o caráter estratégico da segurança. Faça parte desta comunidade de segurança e associe-se à APSEI.

ASSOCIE-SE EM www.apsei.org.pt


n.º

28

OUTUBRO DEZEMBRO 2016

índice

46 INFORMAÇÃO TÉCNICA

04

32

EM DESTAQUE

CAPA

APSEI | ASSOCIADOS | SETOR

AGENTES EXTINTORES DE INCÊNDIO

12 ESPECIAL APSEI: 10 ANOS DE ASSOCIATIVISMO NO SETOR DA SEGURANÇA Maria João Conde O percurso da APSEI durante uma década pela voz dos seus responsáveis ao longo dos anos.

33

AGENTES EXTINTORES PARA COMBATE A INCÊNDIO Ana Ferreira Saiba quais são os mecanismos de extinção de incêndio e que tipos de agentes extintores existem.

37

BREVES NOTAS SOBRE AGENTES EXTINTORES, SUAS EFICÁCIAS E UTILIZAÇÕES António Viana Basto Para ficar a conhecer melhor os vários tipos de agentes extintores como a água, pó químico, dióxido de carbono, entre outros.

41

18 REPORTAGEM CONFERÊNCIA PROTEGER 2016 REUNIU OS PRINCIPAIS PROFISSIONAIS DA SEGURANÇA Gonçalo Sítima Reportagem da 5ª edição da Conferência PROTEGER 2016 no Centro de Congressos do Estoril que reuniu cerca de 1500 profissionais.

EXTINTORES CLASSE F Juan Carlos Fernández Utilização de extintores para incêndios com óleos e gorduras vegetais ou animais combustíveis.

42 REPORTAGEM A SEGURANÇA COMO ELEMENTO DIFERENCIADOR João Carvalho Reportagem à empresa UTC Fire & Security sobre as suas atividades e soluções de segurança eletrónica.

22 Uma publicação da

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURANÇA

REPORTAGEM 10 ANOS DE EXISTÊNCIA DA APSEI CELEBRADOS NO CASINO DO ESTORIL proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

MARCAÇÃO CE DE PORTAS RESISTENTES AO FOGO. COMO FAZER? Per Adolfsson & Ana Ferreira

52

SISTEMAS DE CONTAGEM DE PESSOAS Duarte Duque

Conheça os sistemas por feixe de infravermelhos, contagem por vídeo, por sensores térmicos, por Wi-Fi e por sensores 3D.

58

SEGURANÇA PRIVADA — QUE FUTURO? Bárbara Marinho e Pinho

60 LEGISLAÇÃO TODAS AS MERCADORIAS SÃO PERIGOSAS! João Cezília

Novidades normativas e legais sobre o transporte de mercadorias perigosas.

62 NORMALIZAÇÃO NOTÍCIAS

64 PRODUTO

66 APSEI RESPONDE

67 FICHA TÉCNICA APSEI SISTEMAS DE CORTINA 03.


— EM DESTAQUE

// agenda

// notícias apsei

EVENTOS APSEI 21

FEV

Assembleia Núcleo de Proteção Passiva e Visita ao FireLab Universidade de Coimbra – Coimbra

APSEI E UBI ORGANIZARAM WORKSHOP SOBRE SISTEMAS DE SEGURANÇA

18

ABR

30.º Fórum APSEI Sistemas de Extinção de Incêndios para a Indústria CICCOPN – Maia

EVENTOS DO SETOR 23

FEV

Workshop A importância das Medições no Ar Ambiente Laboral CTCV – Coimbra

04

ABR

05

ABR

Ciclo de Conferências Sprinkler Days 2017 Sacavém e Porto

10

ABR

11

ABR

SHO 2017 Universidade do Minho Guimarães

18

ABR

19

ABR

Apresentação do ADR 2017 Lisboa e Porto

3

MAI

4

MAI

5

MAI

6

MAI

SEGUREX 2017 FIL – Lisboa

08 MAI

Simpósio Euralarm 2017 Londres – Inglaterra

23 MAI

IV Congresso Internacional de Riscos Universidade de Coimbra

04.

No passado dia 10 de novembro a APSEI e a UBI realizaram um Workshop subordinado ao tema Sistemas de Segurança, na Faculdade de Engenharia da Universidade da Beira Interior, na Covilhã. Este evento teve como objetivo dar a conhecer a evolução da regulamentação do setor da segurança eletrónica e a relação entre o projeto de segurança contra incêndio e o projeto de arquitetura. Do programa fizeram parte duas intervenções, a primeira identificou as alterações impostas pelo atual Regime Jurídico de Segurança Privada que mais impacto tiveram no setor da segurança eletrónica, nomeadamente para as empresas de segurança. A segunda intervenção feita por Marco Miguel, focou as principais questões a considerar para uma eficiente coordenação e compatibilização entre o projeto de segurança contra incêndio e o projeto de arquitetura. O workshop APSEI – Sistemas de Segurança, constituiu assim uma oportunidade para os estudantes e profissionais das áreas da arquitetura e da segurança adquirirem novos conhecimentos nesta área. V

atividades desenvolvidas juntos dos seus associados e membros, entre várias outras iniciativas. V

A APSEI celebrou os seus 10 anos de existência no Casino do Estoril.

10 ANOS DE EXISTÊNCIA DA APSEI CELEBRADOS NO CASINO DO ESTORIL A APSEI celebrou os seus 10 anos de existência no Jantar do Casino do Estoril que aconteceu no 19 de outubro no âmbito da conferência PROTEGER 2016. Veja a reportagem fotográfica da cerimónia na página 22. V

APSEI E LIGA DE BOMBEIROS PORTUGUESES ASSINAM PROTOCOLO DE COOPERAÇÃO

APSEI PARTICIPOU NO III SEMINÁRIO DE GESTÃO E DIREÇÃO DE SEGURANÇA

A APSEI – Associação Portuguesa de Segurança celebrou com a Liga de Bombeiros Portugueses um protocolo que tem como objetivo desenvolver laços de cooperação que permitam realizar iniciativas futuras de interesse relevante para ambas as entidades e os seus membros. Entre as ações de parceria constam a organização e participação em eventos organizados pelas duas entidades, a promoção de atividades em parceria, a divulgação mútua das

A ADSP – Associação de Diretores de Segurança de Portugal, em colaboração com a Universidade Autónoma de Lisboa, promoveu no dia 13 de outubro o III Seminário de Gestão e Direção de Segurança. O seminário reuniu cerca de 100 participantes e a APSEI integrou o painel de oradores que abordaram a temática das empresas de segurança. Do debate neste painel, a organização concluiu que a lei de Segurança Privada deve ser clara, simplificada e proporcional e que a PSP, como regulador e


fiscalizador, poderá estar em colisão de interesses com a Segurança Privada. Por outro lado, as empresas de segurança esperam que o Estado não distorça a concorrência, elimine a sobrecarga de custos das empresas sem qualquer contrapartida para o Estado, proíba as vendas com prejuízo extensível aos serviços e possa criar uma padronização dos preços de custo e dos cadernos encargos (todas as entidades). V OPEN DAY APSEI DEDICADO À SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO Decorreu no passado dia 6 de dezembro mais um evento Open Day, desta vez dedicado inteiramente à Segurança e saúde no Trabalho, privilegiando-se a

temática “Serviços Externos de SST”. Foram convidadas diversas entidades oradoras, nomeadamente a SIPRP, a Johnson Controls, a AEST – Associação de Empresas de Saúde e Segurança no Trabalho e a ACT. O evento contou ainda com diversos workshops práticos e com uma Assembleia do Núcleo Autónomo de Segurança e Saúde no Trabalho da APSEI, que foi aberta a todos os participantes do evento (associados e não associados) e durante a qual foram apresentados alguns dos projetos desenvolvidos pelo Núcleo, os resultados da Conferência Proteger e o plano de atividades do Núcleo para o ano de 2017.

No evento, que contou com a presença de 102 participantes, foram abordados temas como a “Organização dos serviços de SST nas empresas: Aspetos Críticos na Seleção”; “Bons Níveis de SST contribuem para um bom negócio”; Dificuldades na Organização dos Serviços de SST – Perspetiva da prestadora de serviços” e “Recomendações da ACT para melhoria da prestação de serviços externos de SST”. Da Assembleia do NAST fez ainda parte integrante um mini-curso, cujo tema recaiu sobre os “Fundamentos de Gestão Comercial Aplicados à Segurança”, e um Debate 360º sobre “Formação em Segurança e Saúde no Trabalho: que vantagens?”. O balanço final revelou-se bastante positivo, o que vem uma vez mais reforçar o papel e o envolvimento da APSEI na área da segurança e saúde no trabalho. Com o objetivo de informar os profissionais do setor e sensibilizar os consumidores dos serviços de segurança a APSEI continuará a organizar este tipo de eventos dedicados às diversas áreas e temáticas da Segurança abrangidas por esta Associação. V

Reabilitação de edifícios e SCIE

R+S Sede Nacional OA 30.11.2016 Para mais informações: www.arquitectos.pt/inscricao

2º CONFERÊNCIA “REABILITAÇÃO DE EDIFÍCIOS E SCIE” COM PRESENÇA DA APSEI Teve lugar no dia 30 de novembro a 2º Conferência “Reabilitação de edifícios e SCIE” promovida pela Ordem dos Arquitetos. A conferência decorreu na Sede da Ordem dos Arquitetos, em Lisboa, e as inscrições esgotaram. A APSEI marcou presença na moderação do primeiro painel da Conferência dedicado à legislação de Segurança Contra Incêndio em Edifícios e a reabilitação do edificado. V

// associados GRUPO BERNARDO DA COSTA NOMEADO DISTRIBUIDOR OFICIAL DA HIKVISION NA PENÍNSULA IBÉRICA E BRASIL

EXTSTORE LOJA ONLINE DA EXTINCÊNDIOS

A Hikvision, um dos maiores fabricantes mundiais de CCTV, nomeou o Grupo Bernardo da

A Extincêndios acaba de lançar a sua primeira loja online – a EXTstore. Com uma vasta gama de produtos, esta loja está direcionada aos profissionais das diversas áreas de forma a garantirem a sua segurança. Fácil e intuitiva, esta loja conta também com um chat de apoio ao cliente, onde podem ser tiradas dúvidas em tempo real, de segunda a sexta, das 09:00 às 18:00. Saiba mais em www.extstore.eu. V

Costa como seu distribuidor oficial em Portugal, Espanha e no Brasil. Esta nomeação é fruto do grande crescimento que o Grupo Bernardo da Costa demonstrou ao longo destes anos e principalmente da estreita relação de parceria e colaboração da Hikvision com a BC Segurança, transformando o Grupo Bernardo da Costa como um dos maiores distribuidores mundiais das marcas Hikvision e Pyronix.

Ricardo Costa, CEO da BC Segurança e administrador do Grupo Bernardo da Costa declarou que desta forma, "(…) os clientes passam a ter acesso a todo o portfólio Hikvision e também à Pyronix, que será, muito brevemente, uma das maiores marcas de intrusão a nível mundial. A distribuição no Brasil ficará a cargo da Global América, uma das empresas do Grupo". www.bernardodacosta.pt V

EVENTO DE DISTRIBUIDORES IBÉRICOS KILSEN

proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

No passado dia 24 de novembro a equipa Portuguesa da UTC Fire & Security organizou e realizou o evento Ibérico dos Distribuidores Kilsen, marca de deteção de incêndios. O evento foi composto por uma reunião de trabalho onde foram efetuadas demonstrações das soluções de vídeo e extinção de incêndios, análises de mercado, performance e entrega de prémios. V 05.


— EM DESTAQUE

HR GROUP NA EXPOPROTECTION

O HR Group marcou presença na prestigiada feira para a Prevenção e Gestão de Riscos – Expoprotection 2017, que decorreu nos passados dias 7, 8 e 9 de novembro. A Expoprotection é o único evento em França – Paris, a cada dois anos, que reúne especialistas internacionais de topo e os mais inovadores equipamentos e soluções, combinando conferências e áreas de encontro/reunião. A participação do HR Group teve como principal objetivo afirmar

a sua presença em França, através de um representante, um especialista em Vestuário Profissional e Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s), que permitiu conhecer melhor o mercado francês e ir ao encontro das necessidades inerentes de cada setor de atividade. Ao mesmo tempo que o HR Group se apresentou em França, inaugurou o 360º VR que consiste num vídeo/aplicação que permite visitar as instalações das empresas do grupo – HR Protecção, S.A.

VICAIMA EQUIPA HOTEL PESTANA CR7 EM LISBOA

A Vicaima foi a empresa selecionada para equipar o Hotel Pestana CR7 Lisboa, primeiro hotel da parceria do grupo Pestana com Cristiano Ronaldo em Lisboa. Para o boutique hotel, inspirado

KSB AUMENTA REDE DE PARCEIROS AUTORIZADOS

06.

no internacional português, foi selecionada a cor cinza carbon da gama Dekordor HD Colours Vicaima. Para a entrada dos quartos, o Pestana CR7 Lisboa conta com a solução Portaro®, que integra porta e aro numa peça única, com performance técnica ao nível da resistência ao fogo, até 30

minutos, e de isolamento acústico, até 40 decibéis. Integra ainda portas comunicantes e portas de correr, valorizando, desta forma, a otimização máxima dos espaços. As saídas de emergência e zonas comuns, foram também equipadas com a solução Portaro® corta-fogo, e vai-vem corta-fogo 30 minutos. www.vicaima.pt. V

No início de 2015, a KSB investiu numa nova área de negócio, a distribuição, que envolve o fornecimento de bombas e válvulas, através de empresas locais especializadas (parceiros autorizados KSB), a utilizadores domésticos, canalizadores, pequenos instaladores, pequenas indústrias ou câmaras municipais. Nos últimos 2 anos a rede de parceiros da KSB tem vindo a crescer, contando neste momento com 16 empresas, presentes

em Portugal Continental. Na região norte conta com a Hidma, Hidraulicart, Hidroval, Jarro e Sloap, na região centro com a AL Estevão, H2Pro, Hidrocampo, PH Líquido, STB Global, Tozeron e WaterCruz e na região sul com a Francisco Casavelha, Sultubos, Syst-MP e Tecnitema. Saiba mais sobre a rede de parceiros autorizados da KSB através do 210 112 300, manuel. vareiro@ksb.com ou consulte www.ksb.pt.

proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

(15 Anos) e HR Indústria, S.A. (30 Anos) – em 360º. Esta viagem virtual, permite que o espetador sinta a envolvente através de visão periférica total do showroom do HR Group, do Departamento Comercial, do Armazém, da Linha de Produção, do Departamento de Acabamentos e Inspeção, do Departamento Técnico, do Departamento de Corte, do Departamento de Impressão e do Departamento de Bordados. Mais informação em: www.hrgroup.pt. V

VIANAS PROMOVEU 2ª EDIÇÃO DO WORKSHOP “UMA NOVA ABORDAGEM EM CASO DE ACIDENTE RODOVIÁRIO” No passado dia 5 de novembro, na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Sul e Sueste, no Barreiro, a Vianas promoveu a 2ª Edição do workshop “Uma Nova Abordagem em Caso de Acidente Rodoviário”. O workshop contou com a presença como formadores de Ricardo Couto, Diogo Lourenço, Rui Oliveira, Miguel Duarte, Fernando Mafra e Vítor Gomes (auxiliar), vice-campeões mundiais do World Rescue Challenge 2016, uma prova que elege a melhor equipa do mundo em processos de Salvamento e Desencarceramento, que decorreu no Brasil. Com a realização desta 2.ª Edição, a Vianas teve como objetivo proporcionar às entidades que prestam socorro em Portugal uma formação avançada e especializada, que lhes permita estarem preparadas para qualquer eventualidade, através da aplicação de procedimentos e técnicas inovadoras. www.vianas.pt. V


// setor

SEMANA EUROPEIA DOS LOCAIS DE TRABALHO SAUDÁVEIS PARA TODAS AS IDADES A Semana Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho de 2016, que decorreu de 24 a 28 de outubro, é parte fundamental da Campanha «Locais de trabalho saudáveis para todas as idades». Através de centenas de eventos realizados em toda a Europa ao longo da semana, a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (EU-OSHA) e a sua rede de parceiros, onde se inclui a APSEI, chamaram a atenção para a importância de garantir condições seguras e saudáveis ao longo de toda a vida profissional. A União Europeia estabeleceu uma meta em matéria de emprego: 75% da população da UE de idade entre os 20-64 anos deve estar empregada até 2020. As práticas de SST sensíveis à idade e a garantia do bem-estar no trabalho

ao longo da vida profissional são dois elementos indispensáveis para alcançar este objetivo. Todas as atividades e eventos da Semana Europeia permitiram que a rede de parceiros da campanha e outros trabalhadores e empregadores trocassem boas práticas entre si e lançassem ideias para trabalhar em conjunto na concretização deste objetivo. V NOMEADO NOVO COMANDANTE OPERACIONAL DA ANPC Joaquim Leitão, novo presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) nomeou Rui Esteves, atual comandante distrital de Operações de Socorro de Castelo Branco, como comandante do Comando Nacional de Operações de Socorro (CNOS), que irá substituir no cargo José Manuel Moura. V

NORMALIZAÇÃO DE SERVIÇOS REMOTOS PARA SISTEMAS DE ALARME Devido à crescente procura do mercado, a Euralarm (associação europeia de fabricantes, instaladores e prestadores de serviços de segurança contra incêndio e security), disponibilizou o “Guia de Serviços Remotos para Sistemas de Alarme”, que especifica os requisitos mínimos de segurança para o acesso remoto via IP a sistemas de segurança contra incêndios, sistemas de deteção de intrusão, sistemas de videovigilância, controlo de acessos, entre outros. Este guia é um documento técnico de aplicação voluntária essencialmente dirigido para as empresas prestadoras de serviços, tendo um impacto menor para os fabricantes, apesar da necessidade de estes cumprirem com os requisitos técnicos de segurança das ligações dos componentes e

sistemas de alarme, por forma a fornecerem ao mercado produtos compatíveis. No entanto, a Euralarm identificou a necessidade de existir uma norma que abranja os serviços remotos para os sistemas de segurança contra incêndios e a maioria dos sistemas de segurança eletrónica, que estabeleça o estado de arte das práticas a implementar, bem como os requisitos técnicos para a implementação destes serviços. Neste sentido, a Euralarm propôs o envolvimento de vários Comités Técnicos que produzem normas relativas a sistemas e componentes de segurança contra incêndio e de segurança eletrónica para a realização de um projeto de norma europeia relativa a serviços remotos de sistemas de alarme. Esta proposta pode ser consultada na Horizontal Compliance Newsletter da Euralarm, de outubro de 2016. V

ACT PUBLICA RELATÓRIO DA ATIVIDADE DE INSPEÇÃO DO TRABALHO EM 2015 Foi publicado em novembro de 2016, o Relatório da Atividade de Inspeção do Trabalho referente ao ano 2015. A elaboração deste relatório resulta de uma obrigação internacional assumida por Portugal, em que a autoridade central de inspeção do trabalho publica um relatório anual de carácter geral sobre os trabalhos dos serviços de inspeção colocados na sua dependência, devendo conter: a) Leis e regulamentos cujo controlo de aplicação depende da competência da inspeção de trabalho, publicados no ano em causa; b) Quadro de efetivos da inspeção do trabalho; c) Estatísticas dos estabelecimentos sujeitos ao

controlo inspetivo e número de trabalhadores empregados nesses estabelecimentos; d) Estatísticas das visitas de inspeção; e) E statísticas das infrações cometidas e das sanções impostas; f ) Estatísticas dos acidentes de trabalho; g) Estatísticas das doenças profissionais; h) Quaisquer outros assuntos relacionados com estas matérias, desde que estejam sob a fiscalização e sejam da competência dessa autoridade central. Para além dos dados constantes no sistema informático (SINAI) da ACT, na elaboração deste

proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

Relatório foram recolhidos outros dados considerados pertinentes junto do Instituto de Segurança Social (ISS), Sistema de Estatísticas da Segurança Social (SESS/GRP), do Instituto Nacional de Estatística (INE), do Gabinete de Estratégia e Estudos (GEE), da DireçãoGeral das Relações de Trabalho (DGERT), do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, da Direção-Geral de Política de Justiça, bem como o recurso ao Sistema de Informação do Mercado Interno (IMI), ferramenta eletrónica acessível através da internet, que foi concebida para assistir as entidades competentes do Espaço Económico Europeu na troca de informações com as 07.


— EM DESTAQUE entidades homólogas de outros estados-membros. A ACT tem por missão a promoção da melhoria das condições de trabalho através da fiscalização do cumprimento das normas em matéria laboral e o controlo do cumprimento da legislação relativa à segurança e saúde no trabalho, bem como a promoção de políticas de prevenção dos riscos profissionais. Compete-lhe o controlo do cumprimento da legislação relativa à segurança e saúde no trabalho em todos os setores de atividade (privado ou cooperativo e social). A Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2015-2020 consubstancia a política nacional de prevenção de riscos profissionais e de promoção do bem-estar no trabalho, para o horizonte temporal de 2015-2020. E a ACT tem como um dos objetivos, para além do reforço do acompanhamento das situações de crise empresarial, a promoção da redução do número de acidentes de trabalho. Do trabalho inspetivo desenvolvido na investigação e análise de acidentes de trabalho, em 2015, apurou-se que foram objeto de inquérito 142 acidentes de trabalho mortais, em toda a atividade económica, salientando-se os ocorridos na construção (30,2%), na agricultura (21,1%) – onde se inclui a produção animal, caça, floresta e pesca - e na indústria transformadora (14,7%). Foram, também, objeto de inquérito pela ACT 395 acidentes de trabalho graves. Para a caracterização dos acidentes de trabalho mortais ocorridos em 2015 verificou-se, na base de registo da ACT, que o agente material causador de um maior número de acidentes situou-se, nomeadamente: Edifícios, construções, superfícies acima do solo (interior ou exterior), não especificado – 9,8 % do total de acidentes de trabalho mortais; Máquinas e equipamentos portáteis ou móveis – 14,7 % do total de acidentes de trabalho mortais; Veículos terrestres não especificado – 15,4 % do total de acidentes de trabalho mortais. 73,2% dos acidentes de trabalho mortais ocorreram nas instalações das entidades empregadoras, nos distritos de Aveiro, Braga, Beja, Lisboa e 08.

Quadro 1 — Acidentes de trabalho mortais objeto de inquérito tratados pela ACT em 2015 — por atividade económica. N.º DE ACIDENTES MORTAIS SECÇÃO CAE

DESIGNAÇÃO

TOTAL

% 21

A

Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca

30

B

Indústrias extrativas

4

3

C

Indústrias transformadoras

21

14

D

Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio

0

0

E

Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição

2

1

F

Construção

43

30

G

Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos

11

8

H

Transporte e armazenagem

11

8

I

Alojamento, restauração e similares

0

0

J

Atividades de informação e de comunicação

1

1

K

Atividades financeiras e de seguros

0

0

1

1

L

Atividades imobiliárias

M

Atividades de consultoria, cientificas, técnicas e similares

1

1

N

Atividades administrativas e dos serviços de apoio

11

8

O

Administração pública e defesa; Segurança Social obrigatória

0

0

P

Educação

0

0

Q

Atividades de saúde humana e apoio social

0

0

R

Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas

0

0

S

Outras atividades de serviços

3

2

T

Atividades das famílias empregadoras de trabalho doméstico e atividades de produção das famílias para uso próprio

0

0

U

Atividades dos organismos internacionais e de outras instituições extraterritoriais

0

0

CAE IGNORADA TOTAL

Porto, tendo-se registado 33,8% em microempresas, 29,5 % em pequenas empresas e 17,6% em médias empresas. Como desvios assinalados destacaram-se a perda total ou parcial de controlo de máquinas, escorregamento ou hesitação com queda, e a rotura, arrombamento e desmoronamento de agente material. Quanto à modalidade da lesão (contato) concluiu-se que as principais foram: o entalamento e o esmagamento, em movimento vertical ou horizontal, que conduziram a lesões múltiplas, concussões e lesões internas, choque e amputações nos trabalhadores, essencialmente no corpo inteiro, no tórax e órgãos torácicos e na cabeça. Para fazer face a esta realidade a ACT, apesar

da redução de 23,6% do número de inspetores entre 2009 e 2015, apostou no esclarecimento das pessoas – trabalhadores e empregadores – visando promover o cumprimento através da informação. São dados deste enfoque: — Serviço informativo telefónico da ACT, ao qual acederam mais de 200 mil pessoas; — Reformulação do Portal da ACT, com disponibilização permanente de guias técnicos, informação, formulários eletrónicos e minutas, o qual passou a ter 7,4 milhões em 2015, tendo tido 960 mil em 2012; — Presença ativa da ACT nas redes sociais, tendo dado resposta a 540 questões e

proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

3

2

142

100

disponibilizado 350 novos conteúdos; — Participação em 2.392 ações de sensibilização; — Simulador, com 2 milhões de utilizadores. A ACT procurou também um grande envolvimento dos parceiros sociais nas campanhas, no planeamento e nas ações de sensibilização para a 2015/2020. E aumentou o número de procedimentos inspetivos adotados na sequência das ações inspetivas realizadas - relativamente ao ano anterior – destacando-se a existência de mais 95% de advertências, mais 20% de suspensões de trabalhos e mais 18% de notificações para tomadas de medidas. Este procedimento


Com mais de 3 décadas de existência, a Extincêndios é uma referência no sector da segurança e material de combate a incêndios.


— EM DESTAQUE

Quadro 2 —Número de doenças profissionais certificadas por natureza de incapacidade, por seção CAE e certificação no ano de 2015. NATUREZA DA INCAPACIDADE DP SEM INCAPACIDADE

ATIVIDADES ECONÓMICAS

DP COM INCAPACIDADE (IPP / IPATH / IPATHIPP / IP)

TOTAL

Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca

8

27

35

Indústrias extrativas

16

34

50

Indústrias transformadoras

594

1.438

2.032

*

*

9

Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição

7

8

15

Construção

29

99

128

Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos

85

299

384

Transporte e armazenagem

17

39

56

Alojamento, restauração e similares

33

133

166

Atividades de informação e de comunicação

8

8

Atividades financeiras e de seguros

14

19

33

Atividades imobiliárias

*

*

17

Atividades de consultoria, cientificas, técnicas e similares

11

16

27

Atividades administrativas e dos serviços de apoio

17

77

94

Administração pública e defesa; Segurança Social obrigatória

16

33

49

31

31

Educação Atividades de saúde humana e apoio social

61

222

283

Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas

6

14

20

Outras atividades de serviços

13

81

94

Atividades das famílias empregadoras de trabalho doméstico e atividades de produção das famílias para uso próprio

0

0

0

Atividades dos organismos internacionais e de outras instituições extraterritoriais

0

0

0

Outras atividades

47

115

162

TOTAL

979

2.714

3.693

A desagregação dos dados sinalizados com (*) viola o segredo estatístico.

Quadro 3 — Doenças profissionais certificadas por tipo de incapacidade e manifestações clínicas — 2015. NATUREZA DA INCAPACIDADE ATIVIDADES ECONÓMICAS Afeções músculo-esqueléticas

DP SEM INCAPACIDADE

DP COM INCAPACIDADE (IPP / IPATH / IPATHIPP / IP)

TOTAL 3.222

798

2.424

Cancro

0

3

3

Efeitos alérgicos

0

12

12

Perturbações de audição

145

89

234

Perturbações neurológicas

4

11

15

Perturbações pulmonares

7

130

137

21

15

36

975

2.684

3.659

Doenças infetocontagiosas Efeitos irritantes na pele ou nas membranas mucosas Perturbações oculares Outro diagnóstico TOTAL

10.

proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

representou, aliás, 48% do total de procedimentos adotados, privilegiando deste modo a ACT a adoção, imediatamente ou com prazo, o cumprimento das normas legais, principalmente no setor da construção, onde incidiu 46% deste procedimento e na indústria transformadora com 15%. Neste âmbito, merece também destaque a instauração de 13,8% de processos de contraordenação no setor da indústria transformadora e 13% no setor da construção. No domínio contraordenacional e para aumento da eficácia dos processos de contraordenação instaurados, a ACT apostou na promoção da diminuição significativa do tempo médio despendido na sua instrução, o qual passou de 100 no ano anterior para 77 dias em 2015 – muito próximo do prazo indicativo legal de instrução. Deste modo, o número de processos pendentes no final de 2015 reduziu 34% comparativamente com o ano anterior, tendo sido instruídos mais 56% de processos. Na procura permanente de novas metodologias e estratégias de ação, a ACT pretende continuar a apostar na construção de locais de trabalho dignos e seguros para que possa contribuir para a redução significativa do número pessoas que morrem a trabalhar. Ainda no seguimento desta notícia, damos conta que no mês de outubro foram disponibilizados na página eletrónica da ACT, os dados estatísticos relativos aos acidentes de trabalho mortais e graves ocorridos em 2016. Os números referem-se aos acidentes comunicados e objeto de inquérito pela ACT ocorridos de 1 de janeiro a 29 de setembro de 2016. Assim, registaram-se neste período 102 acidentes de trabalho mortais, 2 dos quais de trabalhadores não declarados e 185 acidentes graves, sendo que 3 destes foram sofridos por trabalhadores em situação de trabalho não declarado. Os setores de atividade em que estes acidentes e mortes se deram incluem a construção, agricultura, indústria transformadora, comércio por grosso e a retalho e transportes e armazenagem. A comparação com o período homólogo revela o aumento dos acidentes de trabalho mortais na construção e indústria transformadora e a diminuição no setor agrícola. V



APSEI: 10 anos de associativismo no setor da segurança 10 anos passaram após a fusão de duas associações – ANEPI (Segurança contra incêndio) e ANESEL (Segurança Eletrónica) – numa única APSEI – Associação Portuguesa de Segurança. Este projeto associativo, que continua a ser o único com caráter profissional (com colaboradores afetos exclusivamente) no panorama da Segurança em Portugal, conta hoje com 400 associados e contribuiu, de forma indelével, para o reconhecimento da Segurança em Portugal. Neste artigo, reunimos os depoimentos dos três Presidentes da Direção da APSEI ao longo desta década, que nos ajudaram a perceber o caminho percorrido pela APSEI e os desafios que se perspetivam no futuro do associativismo da Segurança em Portugal. 12.

proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016


As atuais instalações da sede da APSEI.

TEXTO Maria João Conde Secretária geral da APSEI

2006 — 2012 1.º e 2.º mandatos Rui Soreto – Presidente da Direção

BALANÇO DO MANDATO Não é muito justo ser eu a fazer um balanço dos primeiros 6 anos de atividade da APSEI. Seguramente os Associados o poderão fazer de forma mais imparcial.

Todavia, e como em tudo na vida e em especial nas organizações, o mais importante e decisivo é o fator humano. E o projeto da APSEI, desde a sua fundação, teve a sorte de estar recheado de pessoas de elevada competência e urbanidade, que souberam sempre colocar o interesse comum acima do individual, de terem a visão do todo em detrimento de pormenores ou singularidades. Permito-me destacar a enorme cordialidade com que decorreram as conversações com o Sr. Alberto Filipe (então Presidente da ANESEL e posteriormente Presidente da Assembleia Geral da APSEI) proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

para a fusão da ANEPI e da ANESEL, o que realmente está na génese e no sucesso da APSEI. A partir daí tive a sorte de fazer parte de um grupo fantástico, em que a ambição e a visão foram determinantes na qualidade e rapidez com que os objetivos foram sendo delineados, as estratégias definidas e os trabalhos superiormente executados pela fantástica equipa da APSEI. Uma equipa que foi constituída pelo Cândido Teles, Francisco Melita, Pedro Pequito, Rui Gramunha, Carlos Pinto, Augusto Costa, José Guimarães, Paulo Silva e Daniel Fernandes. Junte-se o enorme profissionalismo e dedicação da equipa da APSEI superiormente liderada pela Maria João, e as ambições e sonhos tornaram-se realidade com uma enorme rapidez. Toda a equipa, Direção, Secretária Geral e Funcionários, sabíamos que estávamos a fazer algo inédito em Portugal: uma associação verdadeiramente profissional no setor da Segurança. E isso era uma enorme motivação mas também uma responsabilidade que assumimos diariamente. As expectativas dos Associados eram elevadíssimas, a reação do mercado em toda a sua cadeia de valor era muito exigente, o olhar “fiscalizador (e por vezes desconfiado!)” das entidades oficiais sentia-se em todas as nossas ações, intervenções e realizações que a ASPEI insistiu em apresentar, dia após dia. Mas o profissionalismo, rigor, independência e a qualidade dos projetos da APSEI, bem como a elevadíssima competência e o profissionalismo de toda a equipa e dos muitos colaboradores envolvidos, respondeu sempre a todas as exigências e desafios. 13.


— REPORTAGEM

PROJETOS Em seis anos de mandato, é impossível destacar um projeto. Obviamente que o projeto principal sempre foi a própria APSEI, a própria associação: fazê-la crescer, engrandecer e conseguir o seu reconhecimento no mercado, em toda a cadeia de valor da segurança. Desde os primeiros tempos que a ambição foi que a APSEI viesse a ser a Associação do mercado da Segurança. Sempre se idealizou a APSEI como a entidade, o fórum onde, desde projetistas, fabricantes, distribuidores e comerciantes, instaladores, entidades oficiais normativas e legisladoras, e obviamente o consumidor final, pudessem obter e partilhar conhecimento de todos os produtos e serviços na área da Segurança. Num mercado tão pequeno como a região de Portugal, mas ao mesmo tempo numa economia e sociedade globalizada como a atual, não faz sentido discutir o canteiro ou o jardim, mas sim discutir a floresta e o ambiente. Sendo mais objetivo, não faz sentido discutir a norma nacional mas a norma europeia e ISO; não faz sentido discutir esta ou aquela região, mas a Europa e o Mundo; não faz sentido discutir o projetista ou o fabricante, o instalador ou o comerciante, mas discutir a forma integrada

— A participação na elaboração de normas e regulamentos, que culminou com a APSEI ter sido reconhecida pelo IPQ como Organismo Normalização Setorial e de assegurar ainda a representação em diversos fóruns internacionais (ISO, NFPA, Euralarm, CFPA-Europe, etc.); — A importância do conhecimento exemplifica-se pelo enorme projeto que foi o programa de formação da APSEI – desde a formação para as empresas e seus técnicos, mas desde o primeiro momento, a ambição de produzir formação para todos os intervenientes na Segurança, desde o instalador, ao empresário, ao projetista e ao consumidor final; — O conhecimento da realidade do mercado demonstra-se pela realização do primeiro Estudo do Setor da Segurança em Portugal, realizado pela APSEI em conjunto com a Universidade Católica; — A partilha do conhecimento entre toda a cadeia de valor é um fato, em especial através da realização de inúmeras conferências, com destaque especial para a NFPA-APSEI Portugal Conference que recentemente passou a designar-se Proteger-Conferência de Segurança. — Permito-me destacar um evento que me marcou pessoalmente e que foi a 3ª Conferência APSEI, onde tivemos o privilégio de reunir como oradores o

conseguirmos situar no tempo, em 2006, sem nenhuma experiência relevante de associativismo no setor da Segurança, criar quase do zero, uma associação que pretendeu assumir a área da Normalização em Portugal, quis ser uma voz relevante na elaboração da legislação nacional, ambicionou revolucionar o setor através do conhecimento, da formação e da definição de boas práticas, elaborar um código de ética, sentou à mesma mesa arquitetos e engenheiros, fabricantes e instaladores, consumidores finais e entidades fiscalizadoras…enfim, é grande desafio. E é um desafio que se alcançou, mas que tem que renovar-se a cada dia que passa, hoje e no futuro. Mas mais importante do que o passado, é o presente e o futuro. E seguramente a APSEI saberá avaliar os desafios que deverão perseguir de modo a continuar a ser um ativo essencial, um parceiro competente e imprescindível em toda a cadeia de valor da Segurança em Portugal, na Europa e no Mundo. Numa sociedade cada vez mais transnacional e numa economia globalizada só faz sentido pensarmos no todo e não em partes, investirmos no global e não no regional. Em 2008 é publicado o Decreto-Lei n.º 220/2008 que regula o regime jurídico de

— Principais marcos na vida da APSEI PUBLICAÇÃO DO RJ–SCIE (DL220/2008 E PORTARIA 1532/2008)

PRIMEIRO ESTUDO APSEI DO SETOR DA SEGURANÇA EM PORTUGAL

INÍCIO DA ATIVIDADE DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL 2006

100

ASSOCIADOS

2007

2008

FUSÃO DA ANEPI E ANESEL E CONSTITUIÇÃO DA APSEI

2009

14.

INÍCIO DO REGISTO DE ENTIDADES DA ANPC (PORTARIA 773/2009)

ADESÃO À

2010

2011

EDIÇÃO DO N.º1 DA REVISTA PROTEGER PRIMEIRA EDIÇÃO DA CONFERÊNCIA NFPA–APSEI EM PORTUGAL 500 PARTICIPANTES

de uma solução conjunta que satisfaça o consumidor final. Os diversos intervenientes da cadeia de valor tem que trabalhar em conjunto de modo a conseguir a satisfação da necessidade do cliente, responder ao mercado. Dito isto, enumero algumas etapas da APSEI que exemplificam o caminho percorrido em direção ao objetivo de uma associação integradora de toda a cadeia de valor da Segurança:

APSEI DESIGNADA PELO IPQ COMO ONS DA CT46 (SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E SÍMBOLOS GRÁFICOS)

Professor Roberto Carneiro, o Professor João Porto, o Engenheiro Ferreira de Castro e o saudoso Engenheiro Cartaxo Vicente. Talvez o exemplo maior de competência e qualidade na partilha de conhecimento. DESAFIO Brincando um pouco, talvez o maior desafio tenha sido saber conter-nos na nossa ambição e nos novos projetos de modo a que os mesmos fossem exequíveis. Se nos proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

SEGUNDA EDIÇÃO DA CONFERÊNCIA NFPA–APSEI EM PORTUGAL 1255 PARTICIPANTES

DESIGNAÇÃO DA APSEI COMO PERITA DA COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO DO RJ–SCIE

Segurança contra Incêndio em edifícios. Pela primeira vez, o setor empresarial da Segurança teve oportunidade de dar um contributo significativo e articulado para a regulamentação através da APSEI. Também em 2008 foi publicada a 1.ª edição da revista Proteger que continua a ser, até aos nossos dias, o único meio de comunicação que aborda a Segurança de uma forma integrada. Também nesse ano, inauguramos a nossa atividade formativa


com o curso de Manutenção de Extintores. No ano seguinte, em 2009, asseguramos a nossa primeira participação associativa internacional através da adesão à CFPAEurope (confederação europeia de entidades ligadas à Segurança contra Incêndio). Em 2010, fomos designados pelo IPQ para assumir a coordenação da comissão técnica 46 “Segurança contra incêndio e símbolos gráficos”. Em 2011, a APSEI integrou a Comissão de Acompanhamento do Regime Jurídico de Segurança contra Incêndio a convite da Autoridade Nacional da Proteção Civil e inicia-se o Registo das Entidades instaladoras e de manutenção de equipamentos e sistemas na ANPC. Nesse ano, dá-se também a adesão a uma segunda confederação europeia, desta vez na área da Segurança Eletrónica, a EURALARM. Em 2012, a APSEI contava com cerca de duas centenas de empresas associadas e a equipa da APSEI cresceu de 2 para 4 colaboradores. No final dos dois primeiros mandatos, conseguimos atingir o objetivo primordial de assegurar a viabilidade da Associação e afirmar a nossa credibilidade e contributo técnico junto das instituições. V

ADESÃO À

2012

APSEI DESIGNADA PELA APA COMO ORGANISMO DE AVALIAÇÃO E CERTIFICAÇÃO NO ÂMBITO DOS GASES FLUORADOS

200

ASSOCIADOS

2013

2012 — 2015 3.º mandato José Garçoa – Presidente da Direção

BALANÇO DO MANDATO 2012-2015 foi um mandato de consolidação da APSEI a vários níveis: — Institucional: a APSEI foi designada pela Agência Portuguesa do Ambiente como organismo de certificação e avaliação de empresas e técnicos que intervencionem sistemas fixos de proteção contra incêndios e extintores que contenham determinados gases fluorados com efeito de estufa, conforme estabelecido no Decreto-Lei nº 56/2011.

PUBLICAÇÃO DO REGIME DE ATIVIDADE DE SEGURANÇA PRIVADA (LEI 34/2013 E PORTARIA 272/2013)

2014 CONSTITUIÇÃO DO NÚCLEO AUTÓNOMO DE SEGURANÇA NO TRABALHO

TERCEIRA EDIÇÃO DA CONFERÊNCIA NFPA–APSEI EM PORTUGAL 1355 PARTICIPANTES

APSEI DESIGNADA PELO IPQ COMO ONS DA CTE 79 (SISTEMAS DE ALARME)

2015

Eletrotécnica 79 “Sistemas de alarme” e Comissão Técnica 42 “Segurança e saúde no trabalho”, duas comissões que se encontravam total ou parcialmente inativas e que a APSEI conseguiu reabilitar; — Associativo: foi criada uma nova categoria de associado observador, que permitiu enquadrar na APSEI empresas e profissionais que não têm como atividade principal a Segurança mas que têm interesse em acompanhar a evolução do setor já que consideram a Segurança um fator crítico para a sua atividade. A criação da categoria do associado individual B veio a permitir que profissionais da segurança, designadamente técnicos de segurança do trabalho, diretores de segurança e projetistas, entre outros, pudessem mais facilmente participar nos trabalhos da APSEI. Hoje os associados observadores, quer individuais, quer coletivos, são mais do que duas centenas.

APSEI DESIGNADA PELO IPQ COMO ONS DA CT 42 (SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO)

300

ASSOCIADOS

PARTICIPAÇÃO DA APSEI NO CONSELHO DE SEGURANÇA PRIVADA A CONVITE DO MAI

2016

QUINTA EDIÇÃO DA PROTEGER — CONFERÊNCIA DE SEGURANÇA 1500 PARTICIPANTES

400

ASSOCIADOS

2017

NOVA SEDE APSEI

QUARTA EDIÇÃO DA CONFERÊNCIA NFPA–APSEI EM PORTUGAL 1660 PARTICIPANTES

Desde então, centenas de empresas e técnicos foram certificados pela APSEI; — Formação: lançámos a primeira edição do curso de Técnico Europeu de Segurança contra Incêndio da CFPA-Europe, um curso emblemático que permite aos técnicos formados pela APSEI ver as suas qualificações reconhecidas em vários países europeus; — Normalização: a APSEI assumiu a coordenação e gestão de duas novas comissões técnicas Comissão Técnica proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

PROJETO Penso que o projeto mais fundamental que implementámos entre 2011-2014 para a sustentabilidade da Associação foi a criação e arranque do Núcleo Autónomo de Segurança no Trabalho. Tínhamos a consciência que seria um desafio porque muitas outras entidades associativas estavam já posicionadas já há vários anos. Todavia, pelo nível de desempenho e dinamismo que a APSEI vinha a 15.


— REPORTAGEM

evidenciar, achámos que poderíamos oferecer um serviço e projeto associativos diferenciadores para as empresas e técnicos de Segurança e Saúde no Trabalho. Hoje o Núcleo tem 137 membros e conta com o reconhecimento importante por parte das entidades. DESAFIO O maior desafio do novo mandato foi desmitificar que a APSEI representa apenas a Segurança contra Incêndio. Para além do NAST (Segurança no Trabalho) que já tive a oportunidade de referir, as empresas e profissionais de Segurança Eletrónica tiveram uma resposta muito positiva ao projeto associativo apresentado pela APSEI e representam hoje a maior fatia de associados da APSEI. Para isso, muito contribuiu o trabalho da APSEI nesse domínio: uma participação ativa na elaboração da

legislação de Segurança Privada através da presença no Conselho de Segurança Privada, a adesão à confederação europeia das empresas de Segurança Eletrónica Euralarm, a coordenação da Comissão Técnica dos Sistemas de Alarme e a oferta de um conjunto de cursos técnicos dirigidos aos profissionais de Segurança Eletrónica. Maior do que esse desafio, só mesmo a decisão sobre a mudança de sede. O espaço da Gare do Oriente começava a ser exíguo para a dinâmica da Associação e tardou em encontrarmos um espaço que pudesse acolher a ambição da APSEI para os próximos anos. As condições excecionais que a APSEI hoje tem para fazer formação, conferências e reuniões no novo espaço em Sacavém justificaram a decisão polémica de termos optado pelo aluguer de instalações a uma empresa associada. Hoje, estou certo, ninguém põe em causa esta decisão.

No final do terceiro mandato, a APSEI tinha cerca de 250 associados, uma equipa de 9 colaboradores e uma nova “casa” em Sacavém. Mas a Associação adquiriu também uma nova natureza, a de uma associação mais aberta ao exterior e integradora das várias sensibilidades da cadeia de valor, que se aprofunda nos anos seguintes. V

Desde 2015 4.º mandato Ricardo Costa – Presidente da Direção

BALANÇO DO MANDATO Esta direção cumpre em maio de 2017 dois anos de trabalho. A nossa avaliação destes 18 meses de mandato é muito positiva. Conseguimos cumprir o plano de atividades e orçamento tanto em 2015 como em 2016, o que só por si é já relevante. No entanto, este período fica sem dúvida marcado pela mudança para a nova sede. Apesar de ter sido um processo iniciado pela anterior direção, a quem quero felicitar pela iniciativa, foi já esta direção (excecionalmente coadjuvada por uma comissão) a ser responsável pelas obras de adaptação a este novo espaço. É o concretizar de um sonho das várias direções que nos antecederam e que muito contribuíram para a sua realização. 16.

Não queria deixar também de destacar cinco lançamentos/eventos que também marcaram este mandato: — Nova imagem corporativa; — Lançamento do novo website da APSEI, mais intuitivo, dinâmico e contemporâneo; — Lançamento da nova revista Proteger com novo grafismo e uma aposta em novos conteúdos com o objetivo de tornar a Proteger na principal referência de imprensa especializada do setor; — Organização da 5ª Conferência Proteger no Centro de Congresso do Estoril; — Organização da 2.ª edição da Conferência de Segurança Privada em Portugal, que conseguiu juntar mais de 200 profissionais. proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

PROJETO Entre tantas iniciativas, eventos e publicações não é fácil destacar um projeto. No entanto, a inauguração e a mudança para a nova sede foi, na minha opinião, o momento mais marcante deste mandato. Este passo rumo ao crescimento da associação permitiu, entre outros, melhorar um dos serviços que mais nos distingue – a Formação! Conseguimos dar continuidade ao projeto de diferenciar a oferta formativa da APSEI através de uma forte aposta na vertente prática, permitindo aos formandos um contato direto com sistemas e soluções de segurança, sobretudo na vertente da instalação e manutenção. Por outro lado estas novas instalações tornaram


A equipa da APSEI no final de 2016.

possível realizar múltiplos eventos (open days, reuniões e assembleias dos núcleos, comissões técnicas, etc) com a presença tanto de empresas, como de profissionais individuais de toda a cadeia de valor da segurança, desde o projeto de segurança até à exploração e gestão da segurança. DESAFIO A visão estratégica da APSEI para os próximos anos deve procurar acautelar as seguintes orientações estratégicas: — Pugnar por um ambiente concorrencial salutar permanentemente por um quadro normativo e legal adequado ao bom desenvolvimento das atividades da Segurança, impondo-se para tal manter o cordial relacionamento com as entidades

reguladoras e de fiscalização, associações e outras entidades relevantes; — Afirmar que a Segurança hoje e sempre deve ser realizada por especialistas, empresas especializadas nos diversos segmentos de Segurança, por técnicos qualificados e competentes, que prosseguem as melhores práticas aplicáveis à atividade; — Valorizar a atividade da Segurança em geral, afirmando-a como um fator de competitividade empresarial e como condição primeira para o bem-estar as populações e a continuidade da atividade social e económica; — Fomentar a investigação e desenvolvimento na área da Segurança, que se traduz na melhoria de equipamentos, proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

técnicas, sistemas e serviços, sendo para tal necessário articular uma colaboração permanente com as universidades e laboratórios; — Conseguindo ultrapassar estes desafios a APSEI afirmar-se-á definitivamente como a maior Comunidade de Segurança em Portugal! PRESENTE E FUTURO No final de 2016, a APSEI representava 411 associados. A estratégia dos primeiros mandatos passou por influenciar um quadro normativo e legal adequado à atividade, criar condições para incrementar a competências técnica e a qualidade no setor, garantir a disponibilidade de informação sobre Segurança a todos os intervenientes e criar um Forum para que estes intervenientes pudessem dialogar entre si. O futuro da APSEI passará por conseguir manter o desenvolvimento destas funções com elevados níveis de desempenho, encontrar estratégias que dinamizem o nível de associativismo e participação dentro da APSEI e por abrir canais de comunicação com os setores económicos para os quais a Segurança é estratégica. Esta história de 10 anos não teria sido escrita se não fossem os ASSOCIADOS: os fundadores que acreditaram na Associação num momento em que esta pouco lhes podia dar, os associados que participam regular e ativamente nas assembleias e comissões técnicas, os associados que apostam no serviço de qualidade formativa que a APSEI proporciona, os associados que de forma voluntária participam nos Órgãos Sociais, as empresas associadas e os associados individuais, os associados antigos e recentes, TODOS OS ASSOCIADOS. A todos os associados quereremos agradecer por nos terem permitido percorrer este caminho desafiador, que nos conduziu a um patamar de reconhecimento e competência que dignifica a Segurança em Portugal. Impõe-se também uma palavra de reconhecimento à equipa da APSEI. Responsabilidade, competência e uma capacidade de entrega singulares são os principais argumentos desta equipa que ajudaram a catapultar a APSEI para mais longe. Munidos de recursos internos competentes e confiantes no apoio dos Associados, encaramos os próximos 10 anos com esperança e entusiamo, com a convicção que a APSEI conseguirá converter os vários desafios e oportunidades em benefício dos profissionais e empresas de Segurança e em prol de uma sociedade mais segura. V 17.


— REPORTAGEM

Conferência Proteger 2016 reuniu os principais profissionais da segurança TEXTO Gonçalo Sítima FOTOGRAFIA Hugo Macedo

Sessão de abertura presidida por Ricardo Costa, presidente da Direção da APSEI.

A PROTEGER 2016 – 5ª Conferência de Segurança, organizada pela APSEI – Associação Portuguesa de Segurança, juntou durante três dias cerca de 1500 participantes, 100 oradores e 30 expositores. Entre 18 e 20 de outubro, o Centro de Congressos do Estoril recebeu o único fórum para profissionais que aborda a Segurança de uma forma integrada e com uma dimensão internacional. Empresas e profissionais encontraram-se num evento construído para permitir a permuta de ideias, experiências, boas-práticas e soluções tecnológicas para os principais desafios na proteção de vidas, bens e património. No âmbito institucional, estiveram presentes várias representantes das principais entidades governamentais e do setor privado ligadas à proteção de pessoas, 18.

bens e património, assim como nas sessões solenes, presididas pelo Subinspetor Geral da ACT, Manuel Roxo no primeiro dia, pelo Secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes no segundo dia e pela intervenção da Secretária de Estado Adjunta e da Administração, Isabel Oneto no terceiro dia. Destaque ainda para a realização da 2.ª Conferência de Segurança Privada que contou com a colaboração das principais entidades públicas e privadas do setor da segurança privada. Os participantes puderam ainda frequentar duas ações de formação exclusivas na PROTEGER 2016. Conduzido por Mónica Landeiro Rodrigues, que desempenhou funções no Departamento de Segurança Privada da PSP, o Workshop “Regulamentação de Segurança Privada: proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

O Centro de Congressos do Estoril acolheu uma vez mais a Conferência PROTEGER.

Principais Dúvidas e Esclarecimentos” permitiu esclarecer os profissionais de Segurança Privada sobre a implementação da legislação. A outra oportunidade de formação disponível consistiu no curso de Investigação de Incêndios ministrado pelo especialista António Carvalho. Este curso habilitou os formandos com os conhecimentos básicos necessários para a realização de uma investigação das causas de incêndio.


Para além do programa de conferências e formação, a Conferência PROTEGER 2016 contou ainda com uma zona de exposição de soluções de segurança e onde estiveram as empresas: Agora, BC Segurança, Bosc Security Systems, Bureau Veritas Certification, Casmar, Centralseg, Contra Fogo, Diid Portugal, Dräger, ET, Exuvent, Implaser, Longo Plano, Matsecurity, MRA Instrumentação, Mundilarme, Nauta, Nibble, P2i, PSG, Pyronix, Salto Systems,

Jorge Gomes (ao centro), Secretário de Estado e da Administração Interna, visita a exposição da PROTEGER 2016.

A PROTEGER 2016 contou com mais de 100 apresentações técnicas durante 3 dias.

Sanco, Securitas, Senilife, Siemens, Sinalux, Tecnilab Portugal, Tecnisis e UTC Fire & Security. Durante os três dias, a área de exposição foi uma das zonas com mais animação e atividade deste evento, propiciando novos negócios e um contacto direto entre empresas, técnicos e clientes de soluções de segurança de diversos setores económicos.

no público em geral, levaram a que a Fire Industry Association, juntamente com outras empresas e associações, criasse um grupo de pesquisa e investigação dedicado a analisar as verdadeiras causas dos falsos alarmes de incêndio. As investigações resultaram em 35 recomendações específicas para o setor, sendo das mais importantes a realização do teste semanal dos equipamentos em modo offline, a criação de uma caixa de proteção dos botões de alarme que são muitas vezes ativados em escolas, hospitais, centros comerciais e outros locais públicos, e ainda a utilização de sensores de alarme multisensor. Já no segundo dia foram os desafios de segurança na proteção dos soft targets contra atentados terroristas (potenciais alvos com medidas de segurança

DESTAQUES DOS TRÊS DE CONFERÊNCIA O primeiro dia de Conferência ficou marcado pela presença de Martin Harvey, Presidente da Fire Industry Association, que revelou que só em Inglaterra foram registados em 2009/2010 cerca de 285 mil falsos alarmes e em 2015/2016 perto de 214 mil. Estes números, aliados à falta de confiança que os falsos alarmes criam proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

19.


— REPORTAGEM

Isabel Oneto, Secretária de Estado Adjunta e da Administração, marcou presença no auditório dedicado ao setor de Security e Segurança Privada.

O networking entre profissionais da segurança é uma das principais atividades da Conferência PROTEGER.

Auditório das conferências dedicadas ao setor de security e segurança privada.

20.

proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

normalmente reduzidas) que marcaram a agenda. De acordo com Dário Prates, intendente da Polícia de Segurança Pública, estes soft targets são os alvos preferenciais dos terroristas em 75% dos casos, contra os 25% de ataques em hard targets (alvos com fortes medidas de segurança). Um dos exemplos apresentados foi o do aeroporto que, apesar de ter zonas consideradas hard targets, grande parte do espaço é composto por soft targets. Para o intendente da PSP é cada vez mais importante dar atenção aos detalhes para identificar possíveis ataques. De acordo com o ciclo do ataque apresentado por Dário Prates, uma das fases é o teste e é aqui que qualquer cidadão ou membro das forças de segurança pública podem fazer a diferença: alertar para um comportamento diferente, um ato que possa indicar um teste a um ataque futuro: see somethig, say something.


Esta é uma recomendação que surge dias depois de terem sido apresentadas à ministra da Administração Interna (MAI), Constança Sousa, propostas técnicas de um grupo de trabalho composto por elementos da PSP, PJ, SEF e SIS para reforçar a segurança no aeroporto de Lisboa. Mais videovigilância no exterior do aeroporto, melhorar o recrutamento e seleção dos funcionários do aeroporto e a criação de uma área para filtrar passageiros de risco foram algumas das propostas apresentadas. Também Mónica Silva, dos Serviços de Informações de Segurança – SIS, considera que é fundamental criar planos de contingência para a prevenção de ataques terroristas a soft targets e, embora não exista uma solução única para todos os casos, há algumas formas de mitigar os riscos, nomeadamente através da redução da exposição excessiva de detalhes sobre determinado espaço ou de informações

Apresentação de Carlos Jorge Pereira, Diretor de Serviços para a Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho da ACT.

Curso de Investigação de Incêndios ministrado pelo especialista António Carvalho.

sobre os recursos humanos e a presença ou não em determinado local/horário. O terceiro e último dia da PROTEGER 2016 contou com a intervenção da Secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna, Isabel Oneto, que garantiu que relativamente à Lei 34/2013, que estabelece o regime do exercício da atividade de segurança privada, “até ao final do ano está a ser preparada a reformulação do processo legislativo e durante o 1º trimestre de 2017 já queremos ter as primeiras alterações à Lei definidas”. Além de congratular a organização e todos os oradores presentes na Conferência pela escolha dos temas em debate, Isabel Oneto referiu ainda que “todos estes temas convergem nos trabalhos realizados pela Administração Interna e numa das nossas missões fundamentais: a proteção criminal”. E esta missão pode ser dividida em três linhas de atuação: “o reforço da

segurança criminal, a redefinição de algumas funções e a proteção dos cidadãos e dos seus bens”, acrescentou. Para Ricardo Costa, presidente da APSEI, “a PROTEGER 2016 – 5ª Conferência de Segurança – permitiu à APSEI afirmar-se como uma associação capaz promover a interação entre os principais agentes com responsabilidades na Segurança em Portugal. Ao envolver as principais entidades públicas, empresas e técnicos das áreas da segurança eletrónica e privada, proteção contra incêndio e segurança e saúde no trabalho, a PROTEGER 2016 é, assumidamente, o evento onde todos os profissionais destes setores querem estar presentes. Este é ainda um evento marcado pela dinâmica de partilha de conhecimento entre profissionais e a montra da excelência dos serviços e produtos de segurança disponíveis no mercado”. V

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21.


— REPORTAGEM

10 anos de existência da APSEI celebrados no Casino do Estoril. TEXTO APSEI

Foram homenageadas 47 empresas associadas da APSEI.

Rui Soreto e José Garçoa foram os antigos presidentes da APSEI que, juntamente com o atual prsidente Ricardo Costa, entregaram os certificados de 10 anos de associados.

A APSEI celebrou os seus 10 anos de existência numa cerimónia que decorreu no Jantar do Casino do Estoril e que aconteceu no 19 de outubro no âmbito da conferência PROTEGER 2016. Para assinalar esta ocasião, as empresas-fundadoras da APSEI, que celebram também 10 anos de associadas, foram galardoadas com um certificado comemorativo. A cerimónia de entrega dos certificados contou com a presença de Rui Soreto, José Garçoa e Ricardo Costa, os presidentes de direção que já desempenharam (e desempenham) funções na APSEI desde a sua criação em 2006. Após o jantar, os participantes puderam assistir ao concerto do músico Carlos Palma. 22.

Estas foram as empresas-fundadoras da APSEI que cumpriram 10 anos de associados em 2016: A. Gomes & Gomes, A.P. – Alarmes Portugal, Augusto Silva, Beiraextintores, Bombas Grundfos, Consenso, Contrafogo, Dorma Portugal, Extincêndios, Extinfogo Madeirense, Ertecna, Expresso Fogo, Extinloures, Extinrisco, Extintel, Extinvale, Global 2, Guardamor, Gunnebo Portugal, Honeywell Life Safety Iberia, Infrasecur, Instalfogo, Mafep, Orpor, P2i, Pefipresa, Porseg, Previnave, Prosegur, Previgarb, Redifogo, Sanco, Secufogo, Seguraja, Sadintegra, Seguraxira, Segur-Fogo, Stanley Security Portugal, UTC Fire & Security, Termolan, Tesel, Tria, Trialarmes, Viking Sprinkler, Vianas, Vicaima e Wilhelmsen Ships Services. proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

Jorge Palma deleitou o público com um concerto a solo, ao piano e na guitarra, onde interpretou alguns dos seus maiores êxitos.


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— NOTÍCIAS

e

EU-OSHA: BONS NÍVEIS DE SST SÃO UM BOM NEGÓCIO

Um dos temas mais polémicos a nível mundial está atualmente a ser abordado pela Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (EU-OSHA). Quem trabalha na área da Segurança e Saúde no Trabalho sabe que não são precisos muitos estudos, cálculos ou horas de reuniões infindáveis para demonstrar que os bons níveis de SST são um bom negócio para qualquer empresa. Em tempos difíceis do ponto de vista económico, importa ter presente que uma segurança e saúde no trabalho deficiente é que custa dinheiro. Mais ainda, diversos estudos de caso mostram que existe uma relação direta entre uma boa gestão da SST na empresa e a melhoria do desempenho e da rentabilidade. Todos ficam a perder quando a SST é negligenciada, desde os trabalhadores até aos sistemas nacionais de saúde. Contudo, isto significa que todos podem beneficiar de melhores políticas e práticas.

a

VANTAGENS PARA O NEGÓCIO Uma segurança e saúde no trabalho deficiente custa dinheiro às empresas, mas um bom nível de SST traz vantagens. As empresas com padrões mais elevados em matéria de

APSEI CONSEGUE QUE ANPC RECONHEÇA CURSOS NP 4413

De acordo com a atual legislação de segurança contra incêndio em edifícios, os profissionais que acumulem as funções de técnico ou operador de manutenção de extintores e de técnico responsável de segurança contra incêndio na área dos extintores, para efeitos do registo das entidades na Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), e que não consigam demonstrar a posse de cinco anos de experiência na 24.

Os países que possuem sistemas deficientes de segurança e saúde no trabalho acabam por despender recursos consideráveis com lesões e doenças evitáveis. Uma estratégia nacional forte gera inúmeros benefícios, tais como: — Mais produtividade, graças a menos tempo de ausência por motivo de doença; — Menos despesas de saúde; — Manter no ativo os trabalhadores mais velhos; — Promover tecnologias e métodos de trabalho mais eficientes; — Reduzir o número de pessoas obrigadas a reduzir as suas horas de trabalho para tomar conta de um familiar.

atividade, carecem de efetuar dois cursos de formação, um para resposta aos requisitos do Despacho nº 10738/2011 e outro para resposta aos requisitos de qualificação da norma NP 4413:2012. Sendo o curso de manutenção de extintores da NP 4413 de maior profundidade do que a formação específica de extintores exigida pelo Despacho n.º 10738/2011, pelo facto de possuir uma maior

segurança e saúde no trabalho são mais bem-sucedidas e mais sustentáveis. Diversos estudos mostram que, por cada euro investido em SST, existe um retorno de 2,2 euros, e que a relação custo-benefício do reforço da segurança e da saúde no trabalho é favorável. Os benefícios económicos para as empresas, tanto grandes como pequenas, de uma boa SST são significativos. Para dar apenas alguns exemplos, uma boa segurança e saúde no trabalho: — Aumenta a produtividade dos trabalhadores; — Reduz o absentismo; — Reduz as indemnizações; — Cumpre os requisitos dos contratantes dos setores público e privado. Tomar medidas nesta matéria pode trazer benefícios significativos para a sua empresa. Incentivos económicos Foram criados sistemas em toda a Europa destinados a premiar financeiramente as organizações

carga horária e uma componente prática, a APSEI propôs à ANPC, enquanto membro da Comissão de Acompanhamento do Regime Jurídico de Segurança contra Incêndio em Edifícios e no âmbito do processo de revisão legislativo do referido Regime Jurídico, que os cursos NP 4413 fossem aceites pela ANPC para efeitos da acreditação dos técnicos responsáveis da área dos extintores. A proposta da APSEI foi aceite pela ANPC, tendo sido divulgada na página eletrónica da ANPC, mas também na apresentação que esta entidade efetuou no âmbito da Conferência PROTEGER 2016, que foi organizada pela APSEI entre 18 e 20 de outubro, no Centro de Congressos do Estoril.

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pela qualidade da SST. Neles se incluem: — Prémios de seguros mais baixos; — Benefícios fiscais; — Subsídios e auxílios estatais. Um bom exemplo é o do setor do abate na Alemanha. As empresas participantes viam os seus prémios de seguros reduzidos se promovessem a segurança, por exemplo, com a compra de facas seguras ou disponibilizando formação aos motoristas em matéria de segurança. O sistema resultou em: — Menos 1000 acidentes por ano a declarar no setor na Alemanha; — Redução dos custos avaliada em 40 milhões de euros em 6 anos; — Poupança de 4,81 euros por cada euro investido. Para as seguradoras, a oferta destes sistemas pode ajudar a reduzir o número, a gravidade e o custo de regulação dos sinistros. V

Assim, no seguimento desta aceitação, a ANPC irá passar a aceitar, no âmbito do processo de acreditação dos técnicos responsáveis pelas atividades de comércio, instalação e manutenção de extintores de incêndio, os certificados correspondentes aos cursos realizados em conformidade com a norma Portuguesa NP 4413:2012. Neste sentido, os profissionais habilitados para a realização da atividade de manutenção de extintores deixam de ter de realizar a formação específica de extintores exigida pelo despacho nº 10738/2011, caso as suas empresas decidam designá-los como técnicos responsáveis de segurança contra incêndio para a atividade de extintores. V


l

LISTA DE SUBSTÂNCIAS CANDIDATAS REACH EM REVISÃO

A Lista de Substâncias Candidatas REACH, que atualmente conta com 169 substâncias1, foi alvo de consulta pública pela ECHA até 21 de outubro de 2016, devido ao facto de ter sido proposto por 5 Estados-Membros a inclusão de novas substâncias, estando a próxima atualização da referida lista prevista para o final de 2016 ou início de 2017. As substâncias que podem ter efeitos graves e muitas vezes irreversíveis na saúde humana ou no ambiente e, por conseguinte, os riscos resultantes da sua utilização devem ser devidamente controlados e as substâncias progressivamente substituídas sempre que possível, podem ser

identificadas como substâncias altamente preocupantes (Substances of Very High Concern – SVHC). Se uma substância for identificada como SVHC, será adicionada à Lista de Substâncias Candidatas REACH para eventual inclusão na Lista de Autorização. A inclusão de uma substância na Lista de Substâncias Candidatas REACH cria obrigações jurídicas para as empresas que fabricam, importam ou utilizam tais substâncias, isoladamente, em preparações ou em artigos. A intenção de propor uma substância a ser identificada como SVHC é tornada pública no registo de intenções antes da proposta ser apresentada, de modo a fornecer

informações avançadas à indústria e outras partes interessadas. A proposta é preparada de acordo com o Anexo XV do REACH e inclui duas partes principais. O primeiro fornece os dados e justificação para identificar a substância como um SVHC. A segunda parte, examinada durante as fases de acompanhamento da identificação, inclui informações sobre os volumes no mercado da UE e sobre as utilizações da substância, a libertação e exposição resultantes e as possíveis alternativas à substância. Após a publicação da proposta, qualquer pessoa pode comentá-la ou adicionar mais informações, por exemplo, relacionadas

com as propriedades, usos e riscos da substância proposta ou suas alternativas. Se não forem recebidos comentários, a substância está incluída na Lista de Substâncias Candidatas REACH. V

1 https://echa.europa.eu/ addressing-chemicals-of-concern/ authorisation/substances-of-veryhigh-concern-identification PUB

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25.



— ESPAÇO ASSOCIADO TRÊS CONVIDADOS. PERGUNTA & RESPOSTA.

P &R a associados da apsei

Luís Coelho Co-Fundador e CEO CEDROS

A Cedros é uma empresa que presta formação e consultoria apoiada em métodos diferenciadores. A formação é desenvolvida considerando sempre a componente prática, para o efeito dispõem de um parque de formação de 2 hectares com diversos elementos/ exercícios. Ao nível da consultoria, a metodologia de trabalho assenta na experiência que decorre da formação e focam a sua abordagem numa visão abrangente do negócio.

Qual o tema da atualidade do setor que mais vos preocupa? As abordagens de gestão de risco e continuidade de negócio. Apesar de já termos trabalho realizado neste âmbito, agora ganhou visibilidade considerando as novas abordagens de alguns referenciais normativos que foram revistos, como por exemplo da qualidade. Passou a ser um negócio mais visível e que a oferta é feita muitas vezes sem conhecer profundamente o tema. Quais os principais projetos no horizonte? Passa por concretizar o projeto de internacionalização e por colocar em prática a estratégia de captar investimento estrangeiro para Portugal, trazendo os formandos até nós. Acreditamos que o nosso parque de formação tem potencial para realizar formações com cariz de risco elevado e de grande complexidade técnica. Uma espécie de turismo de trabalho, como há para a saúde. Quais as atividades desenvolvidas pela APSEI que mais valoriza? Valorizamos as iniciativas que permitem realizar eventos e encontros proporcionando aos seus associados e à comunidade em geral conhecimento e intercâmbio. Valorizamos as parcerias que são promovidas com todas as partes interessadas potenciando e influenciando positivamente a promoção da segurança e saúde e ainda de pessoas e bens. V

Tiago Nunes CEO MAFEP

Carlos Pinto Sócio Gerente Expressofogo

A MAFEP fornece, instala e mantém equipamentos de Segurança Contra Incêndios, diferenciando-se pelo constante acompanhamento pósvenda que dá ao cliente.

A ExpressoFogo exerce atividade nas diversas áreas da segurança contra incêndios e está inscrita na ANPC para todas as atividades de comercialização, instalação e manutenção.

Qual o tema da atualidade do setor que mais vos preocupa? Em Portugal o tema da crise financeira tem sido uma constante, sendo que muitos consumidores finais utilizam esse argumento para a redução dos valores a pagar pelos serviços e equipamentos de segurança, e consequentemente algumas empresas do nosso setor seguem este mote, reduzindo os valores cobrados pelos equipamentos e serviços prestados. Este facto origina uma redução da qualidade do serviço, bem como da qualidade do produto. Este problema poderia ser facilmente ultrapassado com o aumento da fiscalização nas empresas do setor, de modo a uniformizar os padrões de qualidade de todos os intervenientes no mercado, exigindo que todos cumprissem com os requisitos legais. Quais os principais projetos no horizonte? A nossa ambição é continuar a crescer de forma constante, mantendo sempre em paralelo o crescimento da empresa com o aumento das competências dos nossos colaboradores. Quais as atividades desenvolvidas pela APSEI que mais valoriza? A formação tem sido a atividade que mais valorizo, pelo contributo que dá na qualidade do serviço prestado pelos técnicos que a frequentam. Acredito que também todos os eventos são uma ótima oportunidade de networking, onde se troca conhecimentos com os vários intervenientes no mercado, desde as entidades de fiscalização aos consumidores finais. E por último a unificação do setor de atividade e a sua representação junto das entidades oficiais. V

Qual o tema da atualidade do setor que mais vos preocupa? A competitividade desonesta nesta área de negócio. Quais os principais projetos no horizonte? Estamos a dar mais um passo muito importante, com a contratação de uma pessoa para a área da gestão com uma larga experiencia no ramo, mais funcionários para a área de manutenção. Temos vindo ao longo dos anos a crescer com alguma consistência e é nessa base que pretendemos continuar. Os horizontes da ExpressoFogo não têm limites e não pretendemos colocalos, estaremos sempre na vanguarda da segurança e para isso também contamos com a vivacidade da APSEI. Quais as atividades desenvolvidas pela APSEI que mais valoriza? Como é do conhecimento de todos eu e a APSEI temos um caminho muito semelhante, temos vindo sempres a crescer e a valorizar o que de bom se faz nesta área. Tenho tentado sempre valorizar a nossa associação interna e externamente. Eu não sou um associado que utilize muito as mais-valias da APSEI, mas reconheço que a associação é muito importante para todos os associados desde os mais pequenos aos de maior dimensão. Por isso eu tenho uma máxima comigo a APSEI faz parte da vida das empresas de segurança contra incêndios em todas as atividades em que se movimenta e dificilmente será criada uma associação com a vitalidade e competência da APSEI. Para isso e como temos vindo sempre a realçar esta a dedicação dos funcionários o órgãos sociais da APSEI. V

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27.


— FORMAÇÃO

// formação apsei

PROJETO, INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE SISTEMAS DE VIDEOVIGILÂNCIA TEXTO Carlos Nobre Formador da APSEI

É certamente um lugar-comum dizer que “uma imagem vale mais que mil palavras”. A visão é um dos nossos sentidos mais apurados. Sem este, a nossa noção de orientação fica drasticamente comprometida. A noção que temos do mundo é feita através de imagens. Qualquer descrição seja oral ou escrita, sugere-nos sempre uma imagem. O nosso conhecimento de pessoas, lugares e objetos é feita através das imagens captadas através da nossa visão. No contexto das soluções aplicadas à segurança, nomeadamente a videovigilância, interessa abordar os conceitos fundamentais e necessários para poder desenvolver sistemas de videovigilância eficazes, tanto na sua conceção, como na sua operação e manutenção. No passado, as abordagens a este tipo de sistemas eram, de um modo geral, empíricas e baseadas na experiência de quem propunha os sistemas, não tendo em consideração as necessidades do operador do sistema nem os fundamentos técnicos de criação de imagens. Por outro lado, era também usual elaborar projetos e instalações sem ter por base conceitos tão fundamentais como o comportamento da luz, a ótica, a captação de imagens, a profundidade de foco, a resolução, a largura de banda ou a capacidade de armazenamento, entre muitos outros. 28.

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Atualmente, com a publicação do novo Regime Jurídico de Segurança Privada, estabelecido através da Lei nº 34/2013 e respetivas portarias complementares, os sistemas de videovigilância para aplicação nas instalações operacionais das entidades detentoras de Alvará C e nos edifícios considerados de maior risco, como por exemplo entidades financeiras e comerciais, postos de combustível, farmácias e galerias de arte e ourivesarias, carecem de cumprir com os requisitos definidos na referida legislação e nas normas europeias que lhe são aplicáveis. Não obstante a relativa complexidade dos sistemas de videovigilância, é possível suportar o projeto e/ou a instalação deste tipo de sistemas em cálculos simples que otimizam e tornam mais eficientes os referidos sistemas. No catálogo de formação da APSEI é possível encontrar oferta formativa que fornece as ferramentas necessárias ao projeto, instalação e manutenção de sistemas de videovigilância: o curso de sistemas de videovigilância. O curso está disponível em dois níveis, consoante a profundidade de conhecimentos pretendida. Enquanto que o curso inicial de videovigilância da APSEI, de 7h de duração, pretende dotar os formandos dos conceitos fundamentais, regras de aplicação e enquadramento regulamentar


e normativo dos sistemas de videovigilância, o curso avançado, de 21h de duração, destina-se a todos os que desejem ficar com os conhecimentos necessários à conceção deste tipo de sistemas. O curso avançado dá ainda acesso ao correspondente certificado da confederação europeia CFPAEurope e abordada temas mais complexos, como a por exemplo a compressão, a transmissão de sinais vídeo, os suportes de transmissão, as larguras de banda, as redes IP, o vídeo analítico e as tendências atuais. Faz parte do curso avançado a elaboração de um estudo de caso através do qual os formandos aplicam os conhecimentos

adquiridos. O formato adotado tem por objetivo a análise de um cenário muito próximo de um caso real. A turma é dividida em grupos, estando cada um incumbido de apresentar a solução de videovigilância mais adequada ao caso apresentado. Este trabalho prático serve para realçar os diversos caminhos e soluções possíveis e incentivar à discussão, bem como reforçar as capacidades dos formandos na defesa das suas soluções, quando confrontados com opiniões diversas das suas. Para mais informações sobre os cursos de videovigilância da APSEI, consultar a nossa página eletrónica, em www.apsei.org.pt/ formacao/cursos-de-formacao/. V

Inscreva-se no Curso de Sistemas de Videovigilância — avançado Curso com acesso a declaração de formação da CFPA Europe, reconhecida em 16 países europeus. PRÓXIMAS EDIÇÕES: Lisboa — 6, 7 e 8 de abril Porto — 23, 24 e 25 de março Conheça as datas das formações específicas mais em: www.apsei.org.pt/formacao PUB

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29.


— FORMAÇÃO APSEI

// agenda de formação

INSCREVA-SE NOS CURSOS DA APSEI E INVISTA EM FORMAÇÃO DE QUALIDADE. CONSULTE O CALENDÁRIO COMPLETO EM WWW.APSEI.ORG.PT

LOCAL

30.

CURSO DE FORMAÇÃO

DATA

LISBOA

REGIME JURÍDICO DE SEGURANÇA PRIVADA

18 fev

PORTO

REGIME JURÍDICO DE SEGURANÇA PRIVADA

24 fev

LISBOA

SISTEMAS DE DETEÇÃO DE INTRUSÃO

24 fev

LISBOA

SISTEMAS DE VIDEOVIGILÂNCIA

25 fev

LISBOA

PRINCÍPIOS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

9 mar

LISBOA

TÉCNICO RESPONSÁVEL DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO – INICIAL

9 mar – 11 mar

LISBOA

REGULAMENTO TÉCNICO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

10 mar – 11 mar

LISBOA

ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

17 mar – 18 mar

LISBOA

PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO BASEADO NO DESEMPENHO

17 mar – 29 abr

LISBOA

FENOMENOLOGIA DA COMBUSTÃO

18 mar

LISBOA

REDES INFORMÁTICAS APLICADAS AOS SISTEMAS ELETRÓNICOS DE SEGURANÇA

18 mar

PORTO

SISTEMAS DE VIDEOVIGILÂNCIA - AVANÇADO

LISBOA

SEGURANÇA EM TRABALHOS A QUENTE (HOT WORKS)

LISBOA

MANUTENÇÃO DE EXTINTORES - INICIAL

27 mar – 30 mar

PORTO

ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

30 mar – 31 mar

LISBOA

SISTEMAS DE DETEÇÃO DE INCÊNDIO E GASES

PORTO

FENOMENOLOGIA DA COMBUSTÃO

PORTO

MANUTENÇÃO DE EXTINTORES - INICIAL

3 abr – 6 abr

LISBOA

SISTEMAS DE VIDEOVIGILÂNCIA - AVANÇADO

6 abr – 8 abr

LISBOA

SEGURANÇA EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS (ATEX)

7 abr – 8 abr

LISBOA

SISTEMAS DE CONTROLO DE FUMO

7 abr – 8 abr

PORTO

SISTEMAS DE DETEÇÃO DE INCÊNDIO E GASES

7 abr – 8 abr

LISBOA

SISTEMAS DE EXTINÇÃO POR ÁGUA

10 abr – 12 abr

LISBOA

SISTEMAS DE PROTEÇÃO PASSIVA

17 abr – 19 abr

LISBOA

REGULAMENTO TÉCNICO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

10 mar – 11 mar

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23 mar – 25 mar 24 mar

31 mar – 1 abr 1 abr


TODOS DEVEMOS CAMINHAR NA DIREÇÃO DA SEGURANÇA

ASSOCIADOS OBSERVADORES VANTAGENS PARA TODAS EMPRESAS NOVA CATEGORIA DE AS ASSOCIADO

Podem associar-se à APSEI e usufruir de serviços exclusivos as empresas que não têm como atividade principal a segurança mas que assumem esta área como um fator estratégico para a sua atividade. Esta categoria de associado pretende incluir na APSEI empresas dos setores bancário, energético, industrial, hoteleiro, construção e imobiliário, de comércio e retalho, entre muitos outros.

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ASSOCIE-SE EM www.apsei.org.pt

31.


Agentes extintores de incêndios. O conhecimento científico tem contribuído para o desenvolvimento de diferentes agentes extintores utilizados para o combate e extinção de incêndios. Nesta edição detalhamos quais os agentes disponíveis atualmente, onde e como devem ser utilizados e que características os diferenciam entre si.

32.

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1

— AGENTES EXTINTORES PARA COMBATE A INCÊNDIO TEXTO Ana Ferreira APSEI

Uma combustão é uma reação química exotérmica, que ocorre entre um material combustível e um material comburente, da qual resultam diversos produtos de combustão, entre os quais calor, radiação luminosa, gases de combustão, fumos e aerossóis e produtos não voláteis. Os produtos resultantes de uma combustão dependem do tipo de combustão. Assim, no caso de combustões lentas, não existe libertação de radiação luminosa e as temperaturas em causa nunca atingirão mais de 500ºC. Já nas combustões vivas, haverá necessariamente libertação de radiação luminosa e as temperaturas ultrapassarão facilmente os 500ºC. Para que exista uma combustão têm de estar presentes obrigatoriamente em simultâneo o combustível, o comburente e a energia de ativação (a energia de ativação mais não é do que a energia que faz desencadear a reação de combustão). No

OXIGÉNIO

CALOR

REAÇÃO QUÍMICA

COMBUSTÍVEL

Tetraedro do fogo.

entanto, desencadeada a combustão, para que esta se mantenha no tempo terá de se autossustentar. Isto acontece através da utilização do calor libertado pela reação de combustão como nova energia de ativação, para alimentação da combustão. proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

MECANISMOS DE EXTINÇÃO Um incêndio pode ser extinto através da eliminação ou redução de um ou vários dos componentes do tetraedro do fogo: combustível, comburente, energia de ativação e reação em cadeia. Assim, é possível extinguir um incêndio através de um ou vários dos seguintes mecanismos: — ARREFECIMENTO: a extinção é efetuada através da diminuição da temperatura, quer do combustível já envolvido na combustão quer dos combustíveis que possam vir a ser consumidos, para níveis para os quais a combustão não seja possível. — CARÊNCIA OU DILUIÇÃO: consiste na redução ou eliminação do combustível (já envolvido na combustão ou que possa vir a ser consumido por esta). No entanto, uma vez que este mecanismo não permite uma rápida extinção do incêndio, é habitual ser utilizado em conjunto com 33.




— TEMA DE CAPA

COMBUSTÍVEIS

COMBURENTES

ENERGIA DE ATIVAÇÃO

Os combustíveis podem ser de vários tipos. Como exemplos de combustíveis referem-se a madeira, o carvão e o papel, como combustíveis sólidos, a gasolina e a acetona, como combustíveis líquidos, o butano e o propano, como gases combustíveis, e o sódio e o potássio, como metais combustíveis.

O mais comum é o oxigénio (O2) existente no ar (em condições normais, o ar que respiramos contém um teor de 21% de oxigénio). A percentagem de oxigénio necessária à ocorrência de uma combustão depende do tipo de combustível. Para os combustíveis mais comuns esta percentagem é de 15%.

Pode ser fornecida de várias formas, sendo o calor a mais comum. Outros exemplos são a eletricidade estática e chispas provocadas por ferramentas ou equipamentos em movimento.

sobre o incêndio através de equipamentos ou sistemas de extinção, que podem ser manuais ou automáticos. De um modo geral, a extinção dos incêndios pode ser efetuada pela aplicação dos agentes extintores apresentados no quadro 2.

outros mecanismos de extinção. Regra geral, o mecanismo de carência pode ser conseguido pela retirada do combustível do alcance do incêndio ou pela dispersão do combustível. — ABAFAMENTO: a extinção do incêndio consegue-se pela redução do comburente, através de uma ação exterior, que pode ser ou não mecânica. — INIBIÇÃO: através deste mecanismo, a extinção é efetuada por corte da reação em cadeia, o que evita que a combustão se possa autossustentar. Tal como o mecanismo de carência, o mecanismo de inibição também não é, regra geral, utilizado por si só. CLASSES DE FOGOS De acordo com a normalização aplicável, designadamente da norma europeia EN 2, os fogos são classificados em função das matérias combustíveis envolvidas na combustão, conforme apresentado no quadro 1. TIPOS DE AGENTES EXTINTORES A extinção dos incêndios pode ser efetuada com recurso a vários tipos de produtos extintores, os quais podem ser aplicados 36.

Classes de fogos. CLASSE A CLASSE B CLASSE C CLASSE D CLASSE F

Fogos de materiais sólidos, geralmente de natureza orgânica, em que a combustão se faz normalmente com a formação de brasas. Fogos de líquidos ou de sólidos liquidificáveis. Fogos de gases. Fogos de metais. Fogos envolvendo produtos para cozinhar (óleos e gorduras vegetais ou animais) em aparelhagem de cozinha.

Quadro 1

SELEÇÃO DE AGENTES EXTINTORES A seleção dos agentes extintores depende do risco que se pretende proteger. A norma portuguesa NP 1800 fornece orientações relativamente ao tipo de agente extintor que deve ser utilizado em função da classe de fogo. Não obstante as orientações constantes da referida norma, há que ter em consideração as disposições do Regulamento Técnico de Segurança contra Incêndio em Edifícios, estabelecido pela Portaria proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

nº 1532/2008, de 29 de dezembro, já que é este documento que define as soluções de segurança contra incêndio que devem ser implementadas em cada tipo de edifício. O ideal é a definição do tipo de solução de segurança contra incêndio a aplicar e do tipo de agente extintor a utilizar ser efetuada com base numa avaliação de riscos que tenha em consideração todas as particularidades e fragilidades do espaço a proteger. V


Tipos de agentes extintores. AGENTE EXTINTOR

INFORMAÇÕES

MECANISMO(S) DE EXTINÇÃO

Água

Agente de aplicação generalizada. A sua utilização não é recomendável em fogos em equipamentos elétricos sob tensão, em fogos que envolvam metais combustíveis e em fogos em líquidos combustíveis a altas temperaturas. Pode ser utilizada no estado líquido, na forma de jato, pulverizada ou nebulizada, ou no estado gasoso, na forma de vapor de água.

Arrefecimento Abafamento Carência

Água + aditivo (espumas)

Não são indicadas para fogos em equipamentos elétricos sob tensão, para fogos em metais combustíveis nem para equipamentos que possam ser danificados de forma irreversível pela aplicação deste tipo de agente extintor. Dependendo do seu índice de expansão, são classificadas em espumas de baixa, média e alta expansão. As espumas de baixa expansão são indicadas para fogos no exterior, as de média expansão para fogos interiores e exteriores e as de alta expansão para fogos interiores.

Abafamento

Pó químico seco

São geralmente utilizados em extintores de incêndio portáteis, podendo ser também utilizados em sistemas fixos de extinção. Podem ser do tipo ABC, BC ou D, dependendo das classes de fogos para as quais são adequados. Uma vez que os pós são maus condutores elétricos, podem ser utilizados na extinção de fogos que envolvam equipamentos elétricos sob tensão. No entanto, há que ter em consideração que os pós químicos secos podem danificar de forma irreversível os equipamentos elétricos.

Inibição Abafamento

Agente químico húmido

Consiste numa solução de água e acetato de potássio que é particularmente indicada para a extinção de fogos da classe F, já que transforma os óleos e gorduras para confeção de alimentos numa substância saponácea. Pode ser utilizado em extintores de incêndio ou em sistemas fixos, para instalação em hottes de cozinha.

Abafamento

Gases inertes

HFC’s (hidrofluorcarbonetos)

Dos vários agentes extintores inertes gasosos existentes, destacam-se o dióxido de carbono (CO2) e o azoto (N2). O dióxido de carbono e o azoto podem ser utilizados em praticamente todas as classes de fogos, com exceção dos fogos da classe D. O dióxido de carbono pode ser utilizado em extintores de incêndio ou em sistemas fixos de extinção. Deve haver cuidado especial na sua utilização na modalidade de inundação total, em compartimentos fechados, já que implica riscos para a vida humana. Incluem-se também nos gases inertes os agentes extintores gasosos constituídos por misturas de azoto, dióxido de carbono e árgon. São constituídos por um composto orgânico de carbono, hidrogénio e flúor, cujas moléculas não contêm mais de seis átomos de carbono cada uma. Podem ser utilizados em extintores de incêndio ou em sistemas fixos.

2

Dióxido de carbono: Abafamento Arrefecimento Azoto: Abafamento Depende do tipo de agente extintor

Quadro 2

— BREVES NOTAS SOBRE AGENTES EXTINTORES, SUAS EFICÁCIAS E UTILIZAÇÕES TEXTO António Viana Basto Especialista em Proteção Contra Incêndio

Os extintores são equipamentos de 1.ª intervenção, destinados a serem utilizados por qualquer pessoa no combate a fogos de dimensões reduzidas e das seguintes classes: FOGOS CLASSE A: São fogos que têm como combustível materiais sólidos de natureza orgânica, deixando resíduos, em forma de brasas (madeira, cartão, tecidos, alcatifas, etc.).

— Agentes Extintores: Pó Químico ABC; Água; Espuma. Quando se pretende proteger quadros elétricos, bastidores informáticos ou computadores, embora o que arde nestes casos são materiais da classe A, podemos utilizar o CO2 porque não é condutor, não deixa resíduos e não ataca o cobre dos diversos componentes, nomeadamente nos circuitos impressos. proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

FOGOS CLASSE B: São fogos em matérias líquidas e/ou sólidas facilmente inflamáveis mas que não deixam resíduos (ex: gasolina, álcool, tinta, etc.). — Agentes extintores: Pó Químico ABC ou BC; Água com aditivos; Espuma; CO₂. FOGOS CLASSE C: São fogos que envolvem gases inflamáveis, como o gás natural, butano ou propano.

37.


— TEMA DE CAPA

— Agentes Extintores: Pó Químico ABC ou BC; CO2. FOGOS CLASSE D: São fogos que envolvem metais combustíveis como o magnésio ou o titânio. A particularidade destes combustíveis exige produtos extintores especiais para os apagar. — Agentes Extintores: Pó químico com base no cloreto de sódio e para o metal em questão.

São fogos que envolvem óleos ou gorduras alimentares, vegetais ou animais. —A gentes Extintores: Solução de água com acetato de potássio. FOGOS CLASSE F:

Os tipos de extintores são definidos por: A – Tipo e quantidade do agente

extintor que comportam.

B – A eficácia mínima certificada para

apagar os fogos-tipo indicados no rótulo do extintor. C – Tipo de movimentação em função do seu peso bruto ou do peso do seu agente extintor. A — AGENTES EXTINTORES PÓ QUÍMICO — Trata-se de um pó com composição e cor variáveis em função do fabricante. tendo na sua composição um elemento maioritário que define o tipo e capacidade extintora em função da quantidade.

PÓ QUÍMICO ABC — o elemento definidor da composição é o fosfato de monoamónia. A percentagem deste elemento no produto final indica a sua qualidade e capacidade de apagar fogos. Quando falamos de pó químico ABC devemos indicar também a quantidade do elemento preponderante (ex.: Pó Químico ABC30 – Tem na sua composição 30% de fosfato de monoamónia; Pó Químico ABC40 – Tem na sua composição 40% de fosfato de monoamónia). PÓ QUÍMICO BC — Em tudo idêntico ao anterior mas agora o elemento definidor da composição é o Bicarbonato de Sódio.

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Todos os elementos de controlo de qualidade são idênticos ao anterior (ex.: Pó Químico BC40 – Tem na sua composição 40% de Bicarbonato de Sódio; Pó Químico BC80 – Tem na sua composição 80% de Bicarbonato de sódio). Este agente extintor, de base alcalina, tem grande aplicabilidade nos meios aeronáuticos por ser pouco agressivo ao alumínio das estruturas dos aviões. PÓ QUÍMICO D — Com base no Cloreto de Sódio é o único agente extintor para fogos em metais. DIÓXIDO DE CARBONO (CO2) — Também conhecido por anidrido carbónico ou gás carbónico. A sua composição química é de 1 átomo de carbono e 2 de oxigénio. Aplica-se maioritariamente na extinção de fogos das classes B e C sendo, no entanto, aplicado também em equipamentos elétricos pelo facto de não deixar resíduos nem danificar os componentes. É necessário ter alguns cuidados no manuseamento do extintor pela temperatura negativa do CO2 que pode causar queimaduras. Também pode causar danos nos equipamentos elétricos se for projetado a partir de curtas distâncias, provocando o choque térmico. ÁGUA COM ADITIVO — Trata-se de agente extintor formado por uma mistura de água com um aditivo. Há diversos aditivos a colocar na água, sendo o mais comum o espumífero AFFF a 3 ou 6%. É um bom agente extintor para as classes de fogo A e B. A norma Europeia em vigor, sobre espumíferos, diz que são uns ótimos agentes extintores para a classe B e, em alguns casos, também para a classe A. Não indica qualquer outra classe de fogo. ÁGUA COM ACETATO DE POTÁSSIO —

Agente extintor húmido para a classe F Quando um agente extintor de base alcalina (bicarbonato de sódio ou bicarbonato de potássio (pós BC) e o Acetato de potássio) são aplicados a gorduras saturadas e altas temperaturas, ocorre uma reação chamada de “saponificação”. proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

Ambos os agentes (sendo de base alcalina) causam a mesma reação, mas o agente Acetato de Potássio ao ser aplicado como uma névoa fina tem a vantagem de arrefecer o meio de cozimento e baixar a temperatura, tornando-se mais eficaz. Como características mecânicas, a limpeza e remoção mais fácil que os agentes tipo Pós Extintores. Agente de baixo PH, não ataca o aço inoxidável. B — EFICÁCIA DOS EXTINTORES Trata-se da máxima capacidade do extintor em apagar fogos de dimensões definidas. Pela Legislação Europeia e Portaria 1532/2008 qualquer modelo de extintor portátil deverá ser fabricado em conformidade com EN3-8 e de extintor móvel de acordo com a EN1866, testados em conformidade com a EN3-7 por uma entidade idónea e independente que elaborará o respetivo certificado de conformidade. Deverão ser revistos periodicamente em conformidade com a NP4413. Os fogos-tipo de máxima eficácia estão descritos na norma EN 3-7 quanto ao tamanho dos mesmos. Para que um extintor seja aprovado num dos fogos-tipo terá que apagar no mínimo 2 fogos em 3. São esses valores de máxima eficácia, certificados pela referida entidade idónea e independente, que o fabricante deve colocar no rótulo do extintor. Para uma melhor compreensão das eficácias e das dimensões dos fogos tipo, resumidamente temos: FOGOS-TIPO PARA A CLASSE A

Formado por um conjunto de toros de madeira com uma secção de 40x40 mm, colocados em camadas longitudinais e transversais alternadamente, formando uma secção total, também quadrangular de aproximadamente 600 mm de lado. A variação do tamanho do fogo está no aumento do seu comprimento e da quantidade de toros transversais. Quando se diz que a eficácia de um extintor é 27A, significa que foi possível apagar 2 fogos em três de um fogo com a secção aproximada de 600x600 mm e um


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— TEMA DE CAPA

Fogos-tipo para a Classe B. FOGO TIPO

TABULEIRO EM mt Q.de x DIÂMETRO

PROFUNDIDADE

TOTAL DE LÍQUIDO

SENDO (Lt) 1/3 ÁGUA

2/3 INFLAM

21B

1 x 0,92

0,15

21

7,0

14,0

34B

1 x 1 ,17

0,15

34

11 , 3

22 ,7

55B

1 x 1 ,48

0,15

55

18, 3

36,7

70B

1 X 1 ,67

0,15

70

23, 3

46,7 59, 3

89B

1 x 1 ,89

0, 2

89

29,7

113B

1 x 2 ,13

0, 2

113

37,7

75, 3

144B

1 x 2 ,40

0, 2

144

48,0

96,0 122 ,0

183B

1 x 2 ,71

0, 2

183

61 ,0

233B

1 x 3,00

0, 2

233

77,7

155, 3

IB

1 x 0,92 + 1 x 3,0

254

84,7

169, 3

IIB

2 x 0,92 + 1 x 3,0

275

91 ,7

183, 3

IIIB

3 x 0,92 + 1 x 3,0

296

98,7

197, 3

Tabela 1

comprimento de 2,7 metros. Diz ainda que a quantidade de toros em cada uma das 7 camadas transversais é de 27 unidades. FOGOS–TIPO PARA A CLASSE B

Formado por um ou mais tabuleiros circulares com as características da tabela 1, especificadas na EN3-7, estes fogos-tipo são os referentes às eficácias dos extintores portáteis e também móveis. Os extintores móveis deverão ser fabricados em conformidade com a EN1866. Esta norma também define a dimensão dos fogos-tipo a serem executados nos extintores de 25; 50 e 100 kg ou Lt de agente extintor. Já a execução desses mesmos fogos deverá ser em conformidade com a EN3-7. São respetivamente os fogos tipo IB; IIB e IIIB. FOGOS–TIPO PARA A CLASSE F

Há semelhança dos fogos-tipo anteriores, também neste caso serão executados em tabuleiro mas agora com as dimensões de aproximadamente 300 mm de diâmetro, comportando 5 lt de óleo vegetal puro 40.

combustível com temperaturas de autoignição compreendidas entre os 320 e os 380 graus cent., para testar o extintor no fogo 5F. Já os fogos 25F; 40F e 75F comportarão, respetivamente, 25; 40 e 75lt de óleo com as características acima indicadas, colocado em recipientes com as características indicadas na EN3-7 e com as medidas respetivamente de 578x279 mm; 600x450mm; e 1000x500mm. As características de efetivação do ensaio estão descritas na EN3-7. C — PESO BRUTO E TIPO DE MOVIMENTAÇÃO Os extintores, pelo seu peso bruto e tipo de movimentação dividem-se em 3 grupos: PORTÁTEIS — De peso bruto inferior a 20 kg. Serão extintores que comportarão até 12 kg de pó químico, 12 lt de água com aditivo ou 5 kg de CO2. Estão preparados para serem apoiados no solo quando em uso. MÓVEIS — São extintores para fogos de dimensões um pouco superiores aos anteriores. Comportam 25; 50 ou 100 kg proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

de pó, ou peso equivalente em água com aditivo. O seu peso bruto é inferior a 250 kg, nomeadamente o extintor de CO2. Possuem duas rodas principais, podendo ter uma terceira de diâmetro inferior e giratória para ajudar a movimentação. São movimentados por um único operador. Conforme EN1866, possuem uma mangueira com 5m de comprimento, diâmetro interior que permita o caudal definido (aproximadamente 1 min. para descarga de 50 kg de pó) e uma agulheta na extremidade, permitindo que o operador possa controlar a extinção. REBOCÁVEIS — Extintores com quantidade de agente extintor igual ou superior a 250kg de pó. Pelo seu peso bruto não pode ser movimentado por um único operador. Será rebocável ou transportado em viaturas próprias. Normalmente possuem duas ou mais mangueiras permitindo a sua utilização em simultâneo. Pela especificidade destes extintores, não foram abordados no presente documento. V


3

— EXTINTORES CLASSE F TEXTO Juan Carlos Fernández Gloria Extintores

É do conhecimento geral que os fogos que envolvem produtos para cozinhar, como óleos e gorduras animais e vegetais, não devem ser extintos com água. Assim, importa saber que tipos de fogos existem e quais os agentes extintores mais adequados para a extinção de cada um deles.

Neste sentido, faz-se uma breve referência às diferentes classes de fogos existentes: Classe A: Combustíveis sólidos Classe B: Combustíveis líquidos Classe C: Gases inflamáveis Classe D: Metais especiais Classe F: Ó leos e gorduras vegetais ou animais combustíveis Sendo os fogos das classes A, B, C e D sobejamente conhecidos pela generalidade do mercado, o presente artigo focará os fogos das classes F e os agentes extintores mais adequados à sua extinção. Conforme já mencionado, sabe-se que a única coisa que se consegue através da aplicação de água sobre um incêndio em óleo alimentar é a projeção do óleo e a propagação do incêndio, sem que exista redução das chamas. Os principais locais que carecem de proteção contra este tipo de fogos são as cozinhas, o que até ao momento era efetuado através de extintores de incêndio de pó químico seco e de dióxido de carbono (CO2), sendo os resíduos dos primeiros muito difíceis de limpar e os segundos mais eficazes na extinção de outros tipos de fogos, como por exemplo em equipamentos elétricos.

Porém, tem ganho cada vez mais importância o desenvolvimento de agentes extintores específicos e de grande eficácia na extinção deste tipo de fogos. Neste sentido sugiram, na indústria dos extintores, extintores de água aditivada de alta eficácia na extinção de fogos de classe F. O agente extintor utilizado neste tipo de equipamentos tem por base o acetato de potássio, produto este de baixo PH e excelente capacidade na extinção de fogos a altas temperaturas, devido ao mecanismo de arrefecimento. Este tipo de extintores pode ser utilizado em fritadeiras, grelhadores, placas elétricas, assadores, pedras vulcânicas, equipamentos elétricos a gás, etc. Os extintores de água aditivada para o combate de incêndios da classe F são um avanço dos extintores de água aditivada AFFF que combatem fogos das classes A e B, e são produzidos a partir de um aditivo à base de tensoativos fluorados e hidrocarbonados, dissolventes e sais ignífugos que formam uma película aquosa que evita o contacto entre o combustível e o oxigénio e, consequentemente, a evaporação do combustível. A vantagem de um extintor de acetato de potássio para fogos da classe F face a um extintor de água aditivada AFFF proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

consiste no facto da quantidade de sais ignífugos impedir a reignição de fogos da classe A, através do isolamento das brasas. Consideramos que a inovação é uma ferramenta imprescindível e apostamos no desenvolvimento de produtos eficazes no ámbito da Segurança contra incêndio em edifícios. Atualmente existem extintores GLORIA da gama FB, com uma elevada eficácia na extinção de fogos originados por óleos e gorduras, até 75, com as seguintes vantagens: — Novos: incorporam elementos e dispositivos homologados de nova geração; — Ecológicos: os seus compostos ativos são a água e aditivos 100% biodegradáveis, sem toxicidade e amigos do ambiente; — Eficazes: a sua eficácia é idêntica à do pó, sendo adequado para utilização em equipamentos sob tensão; — Discretos: não deixam resíduos, são inodoros e evitam o pânico dos ocupantes dos edifícios. São adequados para locais que recebam público; — Rentáveis: respeitam as pessoas e os seus bens, sem deteriorar os materiais com que entram em contacto. V 41.


— REPORTAGEM

FUNDAÇÃO 1982 LINHA DE NEGÓCIO Fabricante e distribuidor de equipamentos eletrónicos de segurança CAPITAL SOCIAL 26.000.000 ¤ N.º DE FUNCIONÁRIOS 8 (Portugal) PRINCIPAIS PRODUTOS COMERCIALIZADOS Equipamentos e sistemas de deteção de intrusão, deteção de incêndios, controlo de acessos e videovigilância.

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proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016


UTC Fire & Security Portugal A segurança como elemento diferenciador. TEXTO João Carvalho FOTOGAFIA Gonçalo Sítima

A UTC Fire & Security tem um longo historial na área da segurança eletrónica em Portugal. Nuno Figueiredo, Country Manager da empresa, descreveu-nos o percurso da UTC Fire & Security e quais os pilares estratégicos que suportam o seu sucesso.

ORIGEM E EVOLUÇÃO Alvo de várias metamorfoses e transformações ao longo dos últimos 30 anos em Portugal, a presença da UTC Fire & Security tem origem no início dos anos 80 com a fundação da BZN — Segurança Eletrónica e Alarlinha — Equipamentos Eletrónicos, empresas dedicadas à representação de soluções de anti-shoplifting da ID Systems, bem como do portefólio do grupo holandês ARITECH, fabricante de sistemas de deteção de intrusão. Em 1996, o grupo ARITECH avança com a aquisição de diversas empresas um pouco por todo o mundo, entre as quais a proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

BZN — Segurança Eletrónica e a Alarlinha — Equipamentos Eletrónicos. Após este crescimento, o Grupo ARITECH passa a denominar-se Interlogix B.V. com sede em Bruxelas e produção e rede de distribuição própria de diversos equipamentos eletrónicos de segurança. Na viragem do século XX, e após a queda das Torres Gémeas do World Trade Center, a General Electric, empresa centenária e marcada por um histórico de inovação desde a sua fundação em 1878 por Thomas Alva Edison, antevendo uma mudança de paradigma e um crescimento exponencial do setor da segurança em termos mundiais, 43.


— REPORTAGEM

A truVision é uma das marcas pertencentes ao grupo UTC Fire &

Security com soluções para o mercado da videovigilância.

Nuno Figueiredo é o atual country manager da UTC Fire & Security Portugal.

A UTC Fire & Security representa dezenas de marcas mundialmente conhecidas de soluções de segurança.

aposta no setor e em 2002 adquire o grupo Interlogix B.V. A partir desse momento, o grupo Interlogix B.V deu lugar à GE Security. Em clara expansão, o mercado da segurança eletrónica assiste a mais movimentações e concentrações de empresas. A United Technologies (UTC) que em 2003 tinha já adquirido a CHUBB, empresa com passado vincado no setor da segurança, adquire em 2010 a GE Security, dando assim nascimento à UTC – Fire & Security. Mais de 55.000 colaboradores, uma margem de lucro líquida de 17%, instalações presentes um pouco por todo o mundo, onde se destacam o armazém de distribuição central na Holanda, os Centros de Investigação e Desenvolvimento na Alemanha e em Espanha, e as fábricas na Polónia e na China, atualmente, o negócio da segurança em conjunto com o da refrigeração e climatização dentro do grupo UTC representa cerca de 30% do volume de negócios total do grupo, correspondentes a 15,3 mil milhões de euros, de um total de mais 53 mil milhões (2015). 44.

Gravador de vídeo da truVision utilizado em sistemas de videovigilância sobre IP.

MARCAS, PARCEIROS E FORMAÇÃO Presente no mercado nacional sob a forma de várias designações há mais de 30 anos, assente presentemente numa estrutura com 8 pessoas e um conhecimento profundo das nuances do setor da segurança em Portugal, a UTC Fire & Security Portugal dedica-se à distribuição de equipamentos de deteção de incêndio, de intrusão, controlo de acessos, videovigilância e de integração de sistemas, com um vasto portefólio de produtos, onde marcam presença algumas marcas como a Chubb, a Kidde, a Automated Logic, a Autrónica, a Delta Security Solutions, a Det-Tronics, a Edwards, a Fireye, a GST, a Interlogix, a Lenel, a Marioff, a NORESCO, a Onity, a Sensitech, a Sicli, a Supra e recentemente com a área IoT (internet of things) a marca ultraSync. Em contacto com toda a cadeia de valor do setor da segurança, em especial os projetistas e os instaladores de sistemas de segurança, a UTC Fire & Security Portugal procura junto dos mesmos relações de confiança, de notoriedade e crescimento mútuo, oferecendo soluções para os proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

Exemplo de um módulo de demonstração para formação e sensibilização do mercado.

mais diferentes projetos, quer estejam já edificados ou pensados para futura edificação. Com o objetivo de formar devidamente os seus parceiros acerca do portefólio dos seus produtos, das diferentes marcas existentes e da melhor utilização dos respetivos equipamentos, a UTC Fire & Security Portugal aposta em serviços de formação à medida e de acordo com as necessidades de cada parceiro. Além da partilha acerca das mais recentes novidades em termos de produtos e equipamentos, as formações procuram igualmente atualizar os conhecimentos dos seus parceiros no que respeita às certificações de produtos. Adicionalmente, e reconhecendo a importância de partilhar conhecimento e experiência acerca das novas características e funcionalidades dos seus produtos, a UTC criou a sua Universidade de Formação. Sediado em Bruxelas, este polo de formação recebe anualmente parceiros da UTC presentes nos quatro cantos do globo, que têm a oportunidade de contactar com formadores especialistas em todos os


A UTC Fire & Security é uma das empresas fundadoras da APSEI que em 2016 assinalou os 10 anos de empresa associada.

setores em que o grupo UTC se encontra presente. OS PROJETOS DE REFERÊNCIA EM PORTUGAL Vocacionada para diferentes setores de atividade como o retalho, a banca, o grande edificado ou as barragens, a UTC Fire & Security tem procurado responder positivamente a um mercado mais conhecedor e consciente dos riscos envolvidos nos diferentes tipos de edifícios existentes, bem como a planeamentos e gestões do risco mais assertivas e concretas por parte dos responsáveis de segurança em Portugal. A resposta dada pela UTC Fire & Security Portugal tem sido reconhecida pelo mercado, sendo sinal disso os vários projetos que contam com equipamentos do seu portefólio, nomeadamente as mais de 350 lojas Pingo Doce do Grupo Jerónimo Martins, as 300 lojas Intermarché e os respetivos postos de combustível, as 27 lojas AKI, as 80 lojas Lidl, todas as lojas FNAC em Portugal, as sedes da consultora Deloitte e

da L'oreal em Portugal, o Parque Fotovoltaico de Moura e a sede da Caixa Geral de Depósitos em Angola, contando todas elas com sistemas de deteção de intrusão da UTC. Os sistemas de deteção de incêndio são outra das áreas em que a presença da UTC Fire & Security Portugal se faz notar, com principal destaque para o Hospital de Cascais, a sede da Vodafone, a Fundação Saramago, a Capela dos Ossos em Évora, o edifício da Autoridade Tributária e Aduaneira, igualmente as lojas Pingo Doce do Grupo Jerónimo Martins, as Barragens da EDP, as sedes do Banco Espírito Santo de Angola do Banco Privado Atlântico, tanto em Portugal como em Angola, o Forte de Elvas, a sede da Loreal em Portugal, a Central de Ciclo Combinado da Figueira da Foz e do Centro Comercial Alegro de Setúbal. Além dos projetos já concluídos e que contam com o apoio e presença da UTC Fire & Security Portugal, encontram-se neste momento em fase de conclusão mais dois projetos onde as soluções de segurança da UTC serão colocadas, nomeadamente o proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

projeto de remodelação do Pavilhão Carlos Lopes em Lisboa e a Barragem do Foz Tua. FUTURO & CONFIANÇA Num mundo globalizado e um mercado concorrencial, ativo e dinâmico como o da segurança, a necessidade de responder rapidamente a mudanças constantes e muitas vezes extremas, a melhor resposta poderá ser encontrada no conforto da estabilidade, confiança e qualidade do trabalho executado. Encontrando-se a desenvolver o seu trabalho em Portugal de forma equilibrada e sustentável, tentando transmitir confiança aos seus parceiros, através do seu conhecimento e apoio técnico, a UTC Fire & Security pretende continuar a oferecer soluções que consigam responder às necessidades dos seus clientes. Para tal, o caracter inovador e o avanço tecnológico serão o guia da equipa de investigação e desenvolvimento da UTC, na busca da relação perfeita entre o fabrico de novos produtos de qualidade, a um valor de mercado competitivo. V 45.


— INFORMAÇÃO TÉCNICA

Marcação CE de portas resistentes ao fogo. Como fazer? TEXTO Per Adolfsson RISE - Research Institutes of Sweden Ana Ferreira APSEI

A norma de produto EN 16034 que abrange, por exemplo, janelas (não fixas) e blocos porta pedonais, portas e portões de estabelecimentos comerciais, de edifícios industriais e de garagem, foi publicada como norma europeia em outubro em 2014 e disponibilizada em língua portuguesa em junho de 2016. No entanto, a marcação CE apenas é aplicável a um dado produto quando a Comissão Europeia cita a norma harmonizada aplicável a esse produto no Jornal Oficial da União Europeia (JOUE). A Comissão Europeia efetuou a citação da EN 16034:2014 em 2015 sob determinadas condições, tendo a data de aplicação da norma sido estabelecida para 1 de dezembro de 2015 e definido um período de coexistência com as normas nacionais de produto de três anos. Uma vez que as condições definidas não foram possíveis, a data de aplicação da norma foi adiada para 1 de setembro de 2016 e, mais tarde, novamente alterada, para 1 de novembro de 2016. As condições definidas foram finalmente atingidas, pelo que desde 1 de novembro do ano passado já é possível apor a marcação CE em portas resistentes ao fogo. Da mesma forma, a partir de 1 de novembro de 2019 apenas as portas resistentes ao fogo dotadas de marcação CE poderão circular livremente no mercado da União Europeia e ser colocadas em serviço. 46.

Não obstante, a marcação CE não é possível com o recurso exclusivo da norma EN 16034. É necessário que seja utilizada em conjunto com outras normas de produto, como a EN 14351-1, no caso de portas pedonais exteriores, a EN 14351-2, no caso de portas interiores, a EN 132411, no caso de portas e portões industriais e de garagem, e a EN 16361, no caso de portas automáticas pedonais. Uma vez que a norma EN 14351-2 ainda não foi aprovada e a EN 16361 já foi aprovada, mas não foi citada no JOUE, isto significa que a marcação CE, de acordo com EN 16034, ainda não pode ser aposta em portas interiores e portas automáticas pedonais. Não existem previsões relativamente à data de citação das normas EN 14351-2 e EN 16361, pelo que se espera que brevemente surjam novidades relativamente a esta matéria. Durante o período de coexistência, a marcação CE e os sistemas de certificação nacionais podem ser utilizados em paralelo, mas um produto não pode estar em simultâneo certificado de acordo com um referencial nacional e ter aposta a marcação CE. O CAMINHO PARA A MARCAÇÃO CE De acordo com o Anexo ZA da norma europeia EN 16034, que identifica os proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

requisitos da norma que necessitam de ser cumpridos para efeitos da aposição da marcação CE, o fabricante das portas resistentes ao fogo pode optar por declarar o desempenho destes produtos em termos das seguintes características essenciais: — Resistência ao fogo; — Controlo de fumo; — Capacidade de desbloqueio; —F echo automático (apenas para portas de fecho automático resistentes ao fogo e/ou com características de controlo de fumo); —D urabilidade (da capacidade de desbloqueio, do fecho automático e do fecho automático ao desgaste). Todas as características essenciais estão sujeitas ao sistema de avaliação e verificação da regularidade do desempenho AVCP 1, o que implica, para além de outras questões, o envolvimento de um organismo notificado de certificação de produto, que é responsável pela amostragem e pelos ensaios. É recomendável que o organismo notificado seja contactado antes da realização da amostragem, de modo a garantir que são cumpridos os requisitos aplicáveis do Regulamento dos Produtos de Construção (RPC). Previamente à amostragem, o Organismo Notificado deve avaliar a necessidade dos ensaios, o que


tem por base o agrupamento das portas em famílias de produto e deve ser efetuado de acordo com as normas de avaliação de risco aplicáveis (EXAP – Extensão da aplicação de resultados de ensaio). A categorização em produtos de família é normalmente efetuada para cada característica essencial, o que significa que todas as portas semelhantes, numa gama de portas, são consideradas da mesma família de produtos. Assim, uma porta de uma família de produtos é ensaiada, e os resultados são considerados aplicáveis a todas as outras portas da família. A categorização em famílias de produto e a utilização de normas de avaliação são instrumentos fundamentais para minimizar a quantidade de ensaios que necessitam de ser realizados. A norma EN 14600, referente a todas as características essenciais e que é referida, por exemplo, na EN 13501-2 e na EN 1634-1, foi recentemente anulada, tendo algumas partes da norma sido integradas na EN 16034. RESISTÊNCIA AO FOGO A resistência ao fogo é declarada em classes (por exemplo EI230), as quais são definidas na norma de classificação EN 13501-2. Um Organismo Notificado emite um relatório de classificação com base nos ensaios de

fogo realizados em conformidade com a EN 1634-1 e, quando aplicável, emite também um relatório de extensão (EXAP) de acordo com as partes aplicáveis da norma EN 15269. A sigla EXAP significa uma extensão ao resultado do ensaio (avaliação) de acordo com regulamentos que são comuns a todos os membros da União Europeia. Compete aos fabricantes das portas garantir que estas funcionam corretamente com os acessórios e as ferragens que as integram. Isto é possível de ser confirmado através dos relatórios dos ensaios que são efetuados pelos próprios fabricantes das portas ou dos relatórios emitidos pelos fabricantes dos acessórios e das ferragens que são identificados no relatório de extensão. Assim, o facto de um elemento ter aposta a marcação CE que evidencie o seu desempenho em termos de resistência ao fogo e ao fumo não garante, só por si, que este elemento seja adequado para aplicação em qualquer porta resistente ao fogo. As portas destinadas a ensaios resistentes ao fogo devem ser submetidas a ensaios de operacionalidade, consistindo em 25 ciclos de abertura e fecho. Para portas dotadas de fecho automático, a porta deve ser aberta manualmente e fechada de forma automática. No caso de portas que incorporem materiais friáveis, as portas devem ser submetidas a ensaios especiais, proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

de agitação, consistindo em 5000 ciclos de abertura e fecho. As portas dotadas de fecho automático são normalmente submetidas aos ensaios de resistência ao fogo com a função de fecho automático desligada, de modo a permitir a classificação da porta com e sem fecho automático. CONTROLO DE FUMO Existem duas classificações em termos de controlo de fumo, Sa e S200, que são obtidas por aplicação da norma de classificação EN 13501-2. A classificação Sa é referente a controlo de fumo à temperatura ambiente e a classificação S200 ao controlo de fumo à temperatura de 200ºC. A classificação da porta em termos de controlo de fumo é definida num relatório de classificação, que é emitido pelo Organismo Notificado, com base nos resultados dos ensaios efetuados com base na EN 1634-3. Este organismo pode emitir ainda, quando pertinente, um relatório de extensão. As portas destinadas a ensaios de resistência ao fogo devem ser submetidas a ensaios de operacionalidade, os quais consistem na realização de 25 ciclos de abertura e fecho. Caso a porta seja dotada de fecho automático, a abertura da porta deve ser efetuada de forma manual e o seu fecho de forma automática. 47.


— INFORMAÇÃO TÉCNICA

FECHO AUTOMÁTICO O fecho automático é a capacidade que uma porta que esteja na posição aberta tem para fechar completamente no seu aro e engatar qualquer trinco que possa estar instalado, sem intervenção humana, por exemplo por fonte autónoma de energia ou pela rede de distribuição elétrica apoiada por fonte autónoma em caso de falha de energia.

CAPACIDADE DE DESBLOQUEIO Esta característica deve ser avaliada sempre que a porta for dotada de dispositivos de retenção, como por exemplo retentores eletromagnéticos. É aconselhável que estes ensaios sejam efetuados em conjunto com os ensaios de resistência ao fogo ou de controlo de fumo. De um modo geral, este é um ensaio simples de realizar, que consiste no bloqueio da porta por meio do dispositivo de

aplicáveis em portas com mecanismos de fecho com velocidade de fecho controlada (fechaduras normais) e os 30º para portas com fechos sem velocidade controlada (como portas dotadas de molas). Para portas de duas folhas dotadas de seletor de fecho, o ensaio é efetuado às duas folhas da porta em conjunto e a cada uma das folhas de forma independente. O cumprimento deste ensaio é expresso pela letra “C”.

Marcação CE, que consiste no símbolo “CE” N.º de identificação do organismo de certificação de produto

XXX AnyCo Ltd, PO Box 21, B-1050 Bruxelas, Bélgica

Nome e endereço oficial do fabricante, ou marca de identificação

14

Os dois últimos dígitos do ano da primeira aposição da marcação

a ser indicado pelo fabricante EN 16034: 2014 a ser indicado pelo fabricante Compartimentação corta fogo e/ou fumo e/ou vias de evacuação Resistência ao fogo (para compartimentação ao fogo): E: 90 EI1: 60 EI2: 90 EW: 60

Número de referência da DoP N.º da Norma Europeia aplicada, como referida no JOUE (ver nota 14) Código único de identificação do produto-tipo Uso pretendido do produto, tal como previsto na Norma Europeia aplicada Nível ou classe de desempenho declarado

Controlo de fumo (apenas para instalações onde é necessário o controle de dispersão do fumo): S200 Capacidade de desbloqueio: desbloqueado Fecho automático (apenas para blocos porta e/ou janelas resistentes ao fogo e/ou com características de controlo de fumo com fecho automático): C Durabilidade da capacidade de desbloqueio: desbloqueio mantido Durabilidade de fecho automático (apenas para blocos porta e/ou janelas resistentes ao fogo e/ou com características de controlo de fumo com fecho automático): — Contra o desgaste (ensaios de ciclos de abertura e fecho): 2 — Contra o envelhecimento (corrosão): alcançado

Exemplo de marcação CE.

retenção e na simulação de um incêndio, por exemplo, através do corte da alimentação elétrica do retentor, após o qual a porta deve fechar. Este ensaio é realizado três vezes, devendo a porta fechar em cada uma dessas vezes. O sucesso neste ensaio é referido como “desbloqueado”. 48.

Esta característica apenas é ensaiada para portas dotadas de fecho automático. Este ensaio é efetuado antes do ensaio de resistência ao fogo e de controlo de fumo e implica a abertura da porta para ângulos de 10º e 30º, após a qual a porta é libertada para que feche. Os 10º de abertura são proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

DURABILIDADE DA CAPACIDADE DE DESBLOQUEIO O desempenho da porta em termos desta característica essencial é cumprido se o dispositivo de retenção cumprir os requisitos da norma europeia EN 1155 ou da norma EN 14637. O cumprimento destas


normas é expresso como “desbloqueio mantido”.

e procedimentos para o tratamento de produtos não-conformes e para o controlo, ensaio e alterações aos produtos. Caso o fabricante possua a certificação de gestão de sistemas de qualidade de acordo com a EN ISO 9001:2015, pode considerar-se que parte dos requisitos gerais do sistema de controlo de produção em fábrica já são cumpridos, como por exemplo os requisitos referentes ao

© Torben Ronstad, RISE Fire Research.

DURABILIDADE DO FECHO AUTOMÁTICO AO DESGASTE A verificação da durabilidade de fecho automático ao desgaste é assegurada por ensaios de ciclo de abertura e fecho, em conformidade com a norma EN 1191, para portas pedonais, e com a EN 12605, para

normas que lhe são aplicáveis e da aposição da marcação CE nos referidos elementos. As normas europeias aplicáveis aos elementos de fecho são identificadas na norma EN 16034. No entanto, caso o elemento utilizado não seja abrangido por nenhuma destas normas, então deverá ser ensaiado e avaliado em conformidade com a EN 1670. Os acessórios que forem produzidos pelos fabricantes das portas (como

Ensaio de resistência ao fogo a porta envidraçada.

portas industriais e de garagem. O número de ciclos depende da categoria de utilização pretendida. Existem seis categorias (0 a 5), conforme definido na norma EN 16034. A categoria 0 corresponde a um número de ciclos de abertura e fecho entre 0 e 499, a categoria 1 a pelo menos 500 ciclos, a categoria 2 a pelo menos 10 000 ciclos, a categoria 3 a pelo menos 50 000 ciclos, a categoria 4 a pelo menos 100 000 ciclos e a categoria 5 a um mínimo de 200 000 ciclos. O sucesso no ensaio é expresso através da aposição do dígito correspondente à categoria para a qual o fecho automático é adequado. DURABILIDADE DO FECHO AUTOMÁTICO AO ENVELHECIMENTO (CORROSÃO) O desempenho da porta relativamente a esta característica é avaliado através da conformidade dos elementos de fecho com as

acontece, por vezes, com as dobradiças) e apenas forem utilizados nessas portas, estão isentos do cumprimento dos requisitos relativos à aposição da marcação CE. Não obstante este facto, os referidos acessórios não estão isentos de dar cumprimento aos requisitos decorrentes das normas que lhes forem aplicáveis. A durabilidade do fecho automático ao envelhecimento da porta é expressa como “alcançada”. CONTROLO DE PRODUÇÃO EM FÁBRICA (CPF) O fabricante deve ter implementado um sistema para o controlo da produção em fábrica que garanta que os produtos dotados de marcação CE cumprem continuamente as características referidas na declaração de desempenho (DoP). O sistema deve incluir, entre outros, um plano de ensaios proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

controlo de documentos e à gestão dos equipamentos de medição. O organismo notificado deve efetuar uma inspeção inicial de fábrica e do controlo da produção em fábrica, devendo todas as não-conformidades detetadas ser corrigidas previamente à emissão do certificado do produto. Complementarmente, devem ainda ser efetuadas inspeções anuais. Nestas inspeções deve ser assegurado que os planos de ensaio definidos continuam corretamente implementados e que o equipamento de produção continua corretamente mantido e é calibrado em intervalos de tempo apropriados. Se ocorrerem alterações ao nível do processo de produção, do sistema de controlo de produção em fábrica ou do produto, serão ainda necessárias inspeções adicionais às anuais. Se o fabricante introduzir 49.


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modificações que, de alguma forma, alterem o desempenho declarado pelo fabricante na DoP, então, deverá consultar o organismo notificado antes da efetivação das referidas alterações. CERTIFICADO DE CONFORMIDADE CE Quando todos as características essenciais anteriormente referidas são asseguradas, o organismo notificado emite um certificado de regularidade do desempenho do produto. A partir deste certificado, o fabricante emite a declaração de desempenho correspondente ao produto. Apesar do certificado de regularidade do desempenho não ser um documento público, o fabricante poderá, sempre que lhe for solicitado, apresentar este documento aos seus clientes. No entanto, durante a vigilância ao mercado, o fabricante está obrigado a submeter os certificados e a documentação que constitui a base para a emissão da Declaração de Desempenho às autoridades nacionais competentes. O certificado é válido enquanto o sistema de controlo de produção em fábrica se mantiver e até que o produto sofra alterações. Se o produto ou as normas que lhe forem aplicáveis forem alterados, então será necessária a emissão de um novo certificado ou a revisão do certificado existente. PORTAS FABRICADAS PARCIALMENTE NO LOCAL DE CONSTRUÇÃO A marcação CE é válida para portas que sejam totalmente produzidas em fábrica. Se a porta for fornecida sem acessórios, como por exemplo, ferragens ou envidraçados, a declaração de desempenho não pode ser emitida e a marcação CE não poderá ser aposta no produto final. Se o fabricante fornecer a porta completa, mas as ferragens e/ou envidraçados forem instalados na obra de construção, a marcação CE só poderá ser aposta no conjunto final se o fabricante da porta assumir a responsabilidade pela sua montagem no âmbito do seu sistema de controlo de produção em fábrica. Existem, no entanto, dúvidas relativamente à aposição da marcação CE quando o fabricante fornece a porta e 50.

todos os seus elementos integrantes, mas a montagem destes elementos é efetuada no local pelo dono de obra. A instalação da porta completa na construção de suporte não faz parte da marcação CE. No entanto, o fabricante do produto deverá fornecer instruções relativas à instalação da porta.

A marcação CE, seguida do número do organismo notificado de certificação de produto, deve ser aposta na porta de modo visível, legível e indelével. Se isto não for possível, a marcação CE e o número de certificação de produto do organismo notificado devem ser indicados no documento comercial de acompanhamento.

DECLARAÇÃO DE DESEMPENHO A elaboração da declaração de desempenho e a aposição da marcação CE no produto são uma responsabilidade do fabricante. O modelo de declaração de desempenho é o constante do Anexo III o Regulamento dos Produtos de Construção (Regulamento nº 305/2011/UE), sendo que nas informações que a integram devem constar obrigatoriamente a referência do produto-tipo para a qual a declaração foi elaborada, o sistema de avaliação e verificação da regularidade do desempenho aplicável, a referência e a data de emissão da norma utilizada para a avaliação de cada característica essencial e, quando aplicável, o número de referência da documentação técnica específica utilizada e os requisitos em que produto é considerado em conformidade de acordo com o fabricante. O fabricante pode optar por declarar “NPD” (Desempenho não Determinado), para as características essenciais para as quais o desempenho não tenha sido determinado. Contrariamente ao certificado que é emitido pelo organismo notificado, a declaração de desempenho que é emitida pelo fabricante é um documento público que deve, inclusivamente, acompanhar o produto, em formato papel ou em formato digital. Alternativamente, a declaração de desempenho poderá ser disponibilizada na página eletrónica do fabricante, se forem cumpridos os requisitos definidos para o efeito. Não obstante esta forma de disponibilização, mediante solicitação a declaração deve ser sempre disponibilizada em papel.

SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS Em determinadas situações os fabricantes são obrigados a fornecer informações relativas a substâncias perigosas, de acordo com o Regulamento REACH, em conjunto com a Declaração de Desempenho. Estas informações não são verificadas pelo Organismo Notificado.

MARCAÇÃO DO PRODUTO A aposição da marcação CE, de acordo com os requisitos do RPC e do Anexo ZA da EN 16034, é uma responsabilidade dos fabricantes. proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

INSTRUÇÕES E INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA De acordo com o Regulamento dos Produtos de Construção, o fabricante deve fornecer, em conjunto com a porta, instruções para os utilizadores das portas e informações de segurança. Estes documentos não são inspecionados pelo Organismo notificado. LÍNGUA DE REDAÇÃO DA DECLARAÇÃO DE DESEMPENHO De acordo com o Decreto-Lei nº 130/2013, a declaração de desempenho que acompanha o produto necessita de ser redigida em português. A APLICAÇÃO DO RPC A estrutura da Declaração de Desempenho e a marcação CE, assim como o período de manutenção da documentação técnica, bem como outras matérias, deverão cumprir os requisitos aplicáveis do Regulamento dos Produtos de Construção. O RPC pode conter informação contraditória com as informações constantes das normas de marcação CE. Isto pode acontecer no caso concreto de normas mais antigas, relacionadas com a Diretiva dos Produtos de Construção (DPC). No entanto, é o RPC que é mandatória, uma vez que é um Regulamento Europeu e tem a mesma validade que a legislação nacional. Para mais informações sobre a marcação CE, deve ser consultada a página eletrónica da Comissão Europeia. V



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Sistemas de contagem de pessoas. TEXTO Duarte Duque Chief Technology Officer da Exva

Desde a utilização de feixes de infravermelhos, passando pelos sensores de vídeo, sensores térmicos e 3D, bem como ao recurso a sistemas baseados em Wi-Fi e Bluetooth, as tecnologias de contagem de pessoas têm vindo a sofrer uma profunda evolução ao longo dos últimos anos, gerando dados cada vez mais precisos e, por esse facto, tornaram-se numa ferramenta cada vez mais empregue no apoio ao marketing, à gestão de edifícios, e à segurança. Com o aumento da competitividade no retalho, os responsáveis das empresas do setor têm vindo a reconhecer a importância desta tecnologia como uma ferramenta indispensável para o aumento da rentabilidade do negócio. Os sistemas de contagem são, assim, um investimento necessário e útil, a que o retalho tem vindo a recorrer, por forma a efetuar a recolha de dados, que se transformam posteriormente em informações valiosas, tais como: taxas de conversão; rácio visitantes/funcionários; tempos mortos; gestão de filas; entre outros. Também o setor da construção tira partido deste tipo de tecnologia. Os “edifícios verdes” podem recorrer a sistemas de contagens de pessoas, de modo a possibilitar a otimização energética do edifício, reduzindo a iluminação em áreas desocupadas, e efetuando uma regulação proativa dos fatores que afetam o conforto 52.

FIG. 1 Feixe de infravermelhos

térmico, de acordo com o número de visitantes. A contagem de pessoas oferece também um importante contributo para a área da segurança, permitindo: gerir a lotação dos edifícios (produzindo alertas quando a capacidade máxima é atingida); otimizar os planos de segurança e de evacuação, de acordo com os níveis de ocupação; e, detetar situações de tailgating, no acesso a espaços seguros. Atualmente, existe uma grande variedade de tecnologias aplicadas à contagem de pessoas. Cada uma das diferentes abordagens apresenta vantagens e desvantagens. É necessário conhecer as características de cada tecnologia, de modo selecionar a melhor solução para cada espaço/aplicação. proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

FEIXE DE INFRAVERMELHOS Os sistemas de contagem baseados em feixe de infravermelhos (fig. 1) constituem a forma mais simples de contagem. Estes sistemas, dedicados, ou integrados em antenas anti-shoplifting, são constituídos por um emissor e um recetor de infravermelhos. O seu princípio de funcionamento baseia-se na emissão de um feixe, que deve ser detetado pelo recetor. A contagem é efetuada sempre que exista interrupção do feixe pela passagem de um objeto. Embora tenham um custo reduzido, e sejam de fácil instalação/parametrização, esta tecnologia apresenta também consideráveis limitações: — Em sistemas de feixe único é impossível detetar o sentido de passagem (o


análise frame a frame, com o propósito de detetar e seguir objetos em movimento. A cotagem é efetuada sempre que a trajetória do objeto atravessa uma barreira virtual, que sinaliza a região de fronteira entre o interior e o exterior, definindo assim o sentido de contagem. Os dispositivos de contagem de pessoas (fig. 2), que recorrem a câmaras de vídeo, enquadram-se, na sua maioria, em: — Sistemas baseados na subtração do plano de fundo, ou em; — Sistemas baseados na deteção de faces/tronco. Nos sistemas baseados na subtração do plano de fundo, o algoritmo mantém em memória uma imagem de referência, que vai sendo adaptada ao longo do tempo, por

FIG. 2A Imagem capturada pelo sensor 3D.

FIG. 2 Contagem por vídeo

valor de contagem não faz distinção entre as entradas e saídas); — A exposição do detetor à luz solar provoca falhas de contagem; — Não permite detetar a passagem de grupos de pessoas (o bloqueio do feixe é contabilizado como um único evento de contagem); — Requer uma zona de deteção completamente desobstruída; — Não distingue pessoas de outros objetos. CONTAGEM POR VÍDEO Existe atualmente um elevado número de soluções de contagem que tiram partido da informação contida numa sequência de imagens (i.e., frame de vídeo na fig. 2a ). Neste tipo de tecnologia, é realizada uma

forma a incorporar pequenas variações de intensidade luminosa. Note-se que existe uma grande variedade de técnicas que permitem calcular esta imagem de referência. A precisão do sistema de contagem depende, em boa parte, da qualidade da técnica adotada para este fim. Através da comparação da imagem atual com a imagem de referência, é possível realizar a deteção dos objetos em movimento. As regiões segmentadas (conjunto de pixéis em que se verifica uma diferença significativa na tonalidade/ brilho), também conhecidas como blobs, são filtradas quanto à sua área. Este processo de filtragem remove pequenas regiões que, pela sua dimensão, não poderão formar uma pessoa. As regiões que resultam deste processo são, posteriormente, submetidas proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

a um algoritmo de seguimento, que regista cada percurso. Em soluções que implementem tal abordagem, as câmaras deverão ser posicionadas sobre a entrada, direcionadas para o chão, no sentido vertical, de modo a obter uma imagem que minimize a oclusão que habitualmente ocorre quando se monitorizam grupos de pessoas. Apesar de se tratarem de câmaras de vídeo, que poderão integrar um sistema de CCTV, nesta configuração a sua utilidade para a segurança é reduzida. A contagem de pessoas pode também ser realizada pela deteção da face/tronco. Nesta abordagem, em cada uma das imagens o algoritmo procura por características-chave, previamente definidas pelo fabricante, e que resultaram de um processo de aprendizagem. A fiabilidade do sistema de contagem depende da qualidade e do número de imagens de treino utilizadas durante o processo de aprendizagem. Neste tipo de sistema, as câmaras devem ser instaladas de modo a observar adequadamente a face/tronco das pessoas que cruzam o local monitorizado, podendo também ser úteis no apoio ao sistema de CCTV. Embora este tipo de tecnologia, quando comparada com a subtração de plano de fundo, seja menos sensível à ocorrência de sombras e pequenas alterações de luminosidade, em situações de grande fluxo de pessoas poderão ocorrer oclusões, que afetarão qualidade da contagem. Os sistemas de contagem baseados em vídeo apresentam, contudo, algumas condicionantes que é necessário conhecer: — A qualidade da imagem afeta significativamente os resultados da contagem (sombras, alterações bruscas na intensidade luminosa, e backlight, são fatores que contribuem para a degradação da qualidade da contagem); — Necessita de cuidados ao nível da proteção de dados; — Não possibilita aferir a altura dos objetos. SENSORES TÉRMICOS A utilização de sensores térmicos (fig. 3) em sistemas de contagem é, também, bastante comum. Este tipo de sensor encontra-se “sintonizado” para medir a radiação emitida por objetos quentes. Quanto maior for a temperatura de um corpo, maior será a radiação libertada. Deste modo, e utilizando um sensor constituído por uma matriz de recetores sensíveis à radiação térmica, é possível formar uma imagem que representa as temperaturas dos objetos observados. A deteção e seguimento de pessoas é, então, realizada com recurso a um processo 53.


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de análise das imagens térmicas obtidas pelo sensor, rastreando a imagem à procura de assinaturas de calor características do ser humano (habitualmente mais quente que o meio em que se encontra). Embora este tipo de sistema recorra imagens, estas não são afetadas por sombras ou brilhos, nem sofrem qualquer influência provocada por alterações de significativas de luminosidade. Como não se baseia na luz visível, este tipo de sistema pode ser utilizado em ambientes que apresentem variações extremas das condições de iluminação, garantindo o correto funcionamento em condições de total escuridão, ou onde se observe uma acentuada alteração da intensidade luminosa e/ou tonalidade (e.g., bares e discotecas). Apesar da sua robustez no que toca às variações das condições de iluminação, deve-se ter em consideração que esta tecnologia acarreta também alguns cuidados. Os sistemas de contagem por sensor térmico vêm o seu desempenho degradado quando: — A temperatura do espaço envolvente for semelhante à temperatura das pessoas (não é possível distinguir entre humanos e restantes objetos); — Expostos ao sol, ou em áreas onde o sol tem uma incidência direta; — Existem variações bruscas de temperatura; — Pessoas param no local de contagem por um período longo (sensor ajusta-se à temperatura da(s) pessoa(s), assumindo-a(s) como sendo a temperatura do espaço). WI-FI A tecnologia Wi-Fi ( fig. 4) está presente na grande maioria dos dispositivos móveis que utilizamos nos dias de hoje. Cada dispositivo Wi-Fi, quando ativo, apresenta um identificador único, designado de endereço MAC (Media Access Control address). Embora nem toda a população faça uso de smartphones, ou fazendo, não utilizem continuadamente o Wi-Fi, existe, no entanto, alguma relevância estatística, sobretudo se se considerar que esta tecnologia se aplica a grandes espaços. Recorrendo a recetores Wi-Fi, instalados criteriosamente no espaço a monitorizar, é possível detetar e contabilizar o número de smartphones existentes naquela área. Partindo destes dados, e conhecendo as características da população, é possível estimar (com algum grau de erro) qual o número de pessoas presente no espaço. Este tipo de tecnologia possibilita, assim, não só contabilizar o número de visitantes, como também registar a próximas visitas efetuadas pelo mesmo dispositivo. A viabilidade futura deste tipo de tecnologia está, no entanto, dependente das 54.

FIG. 3 Sensores térmicos

FIG. 4 Wi-fi

FIG. 5 Sensores 3D

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tendências da indústria dos smartphones. Dois dos principais players no mercado (Apple e Android) têm vindo a implementar medidas de segurança nos seus dispositivos, que poderão ter um impacto direto na utilização desta tecnologia para contagem. SENSORES 3D Atualmente alguns sistemas de contagem têm vindo a adotar uma tecnologia emergente, os sensores 3D (fig. 5), podendo estes serem suportados por visão stereo ou por luz estruturada. Uma das grandes vantagens desta tecnologia é a de permitir obter um mapeamento tridimensional das formas dos objetos. Tirando partido do facto dos seres humanos assumirem formas distintas, quando comparados com outros objetos, torna-se assim possível desenvolver algoritmos que efetuem uma deteção precisa, em locais onde se verifique um grande fluxo de pessoas. Os dados contidos na imagem do sensor encerram informação relativa à altura dos

objetos detetados. Tal informação é utilizada para aplicação de filtros. Definindo uma altura mínima e uma altura máxima de deteção, o sistema torna-se imune a erros provocados por objetos habitualmente transportados por pessoas, tais como, carrinhos de compras ou de bebés, trolleys de viagem/compras, entre outros. A garantia de privacidade está assegurada pelo facto dos sensores 3D mapearem as características da superfície, gerando uma imagem onde cada pixel representa apenas a distância de um ponto ao sensor. Variações de intensidade luminosa, a ocorrência de sombras ou variações de temperatura não apresentam qualquer influência sobre os resultados e qualidade de deteção. Contudo, deve-se ter em consideração que a radiação solar afeta a perceção da projeção da luz estruturada. Assim, quando se ponderar a utilização desta tecnologia, é vital garantir que os raios solares nunca irradiarão diretamente sobre a área a observar.

Como podemos constatar, o mercado oferece atualmente um vasto leque de soluções dedicadas à contagem de pessoas. O custo da solução, a precisão do sistema, e a sua robustez a interferências ambientais, dependem da tecnologia que o suporta. Para se proceder a uma escolha adequada, deve-se ter em consideração as seguintes questões: — Existe variação da intensidade luminosa ao longo do dia? — Existe variação da temperatura ao longo do dia? — Há incidência da luz solar na zona a monitorizar? — Pretende-se distinguir pessoas, de outros objetos (e.g., carrinhos de compras ou de bebé)? — A circulação de pessoas verifica-se apenas num único sentido, em ambos os sentidos? — Existem obstáculos na zona a monitorizar? V

Quadro resumo. NÃO EXPOSIÇÃO AO SOL (1)

IMUNE A ERROS COM OBJETOS (2)

OBJETOS NA ZONA DE DETEÇÃO (3)

CONTAGEM NOS DOIS SENTIDOS (4)

ALTERAÇÕES DE CONTAGEM DE LUMINOSIDADE GRUPOS (6) (5)

VARIAÇÕES DE TEMPERATURA (7)

FEIXE IV

VÍDEO

SENSORES TÉRMICOS

WI-FI

SENSORES 3D

1) NÃO DEVE SER EXPOSTO AO SOL, OU EM ÁREAS ONDE O SOL TEM UMA INCIDÊNCIA DIRETA; 2) IMUNE A ERROS PROVOCADOS POR OBJETOS HABITUALMENTE TRANSPORTADOS POR PESSOAS; 3) SUPORTA A PRESENÇA DE OBJETOS NA ZONA DE DETEÇÃO; 4) SUPORTA CONTAGEM NOS DOIS SENTIDOS; 5) SUPORTA ALTERAÇÕES DE LUMINOSIDADE; 6) SUPORTA CONTAGEM DE GRUPOS DE PESSOAS; 7) SUPORTA VARIAÇÕES DE TEMPERATURA.

56.

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PRECISÃO



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Segurança privada – que futuro? TEXTO Bárbara Marinho e Pinto Secretária-Geral da AES – Associação de Empresas de Segurança

Desde, sensivelmente, o ano de 2010 que as condições de trabalho e de concorrência no setor da segurança se têm vindo a degradar, numa espiral recessiva cada vez mais preocupante. Desde então que a AES tem vindo – incansavelmente – a tentar alertar a sociedade para o problema, suscitando mais e melhor fiscalização, uma reforma legislativa que inverta a atual tendência de benefício do infrator e, sobretudo, a alteração de comportamentos, quer sejam os de quem presta, quer sejam os de quem adquire serviços de segurança. Ainda em outubro deste ano a AES e a CoESS – Confederation of European Security Services pediam, em coro, um ”impulso político corajoso” para acabar com o trabalho não declarado no setor da segurança. Aquilo que a AES tem advogado não tem sido – as mais das vezes – encarado com grande simpatia. Implicou fazer contas ao que custa um serviço típico de vigilância 24h por dia, todos os dias do ano para quem o preste e apresentar esses mesmos cálculos às entidades – públicas e privadas – que adquirem esses serviços para que estas, por sua vez, possam saber, o que se habilitam a contratar, quando adjudicam serviços a quem apresenta preços que não abarcam 58.

os custos com (por exemplo) o salário do vigilante, tal como ele é estatuído no contrato coletivo de trabalho (que, por extensão de portaria regulamentar, se aplica a todo o setor). As entidades contratantes, clientes da segurança deviam pedir contas às empresas de segurança que contratam, quando estas apresentam preços que, por serem inferiores àqueles custos, pressagiam o incumprimento. Mas a realidade tem sido outra: os próprios preços base dos concursos não permitem abarcar os tais custos relacionados com o trabalho. Por isso, a tendência é a de não procurar obter grandes justificações e atalhar caminho (ouvimos muitas vezes as entidades públicas dizerem, neste contexto, que não lhe cabe a elas “fiscalizar” os concorrentes…). É uma win-win situation para o contratante em apuros de tesouraria e para quem presta o serviço, incumprindo as respetivas obrigações legais. Quem nada ganha são os trabalhadores precários (o elo mais fraco em toda esta situação) e as empresas que ainda ousam cumprir as suas vinculações legais com salários, pagamento do trabalho suplementar e do fardamento e formação dos seus vigilantes, contribuições ao fisco proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

e à segurança social, entre outros fatores de custo que, repete-se, se relacionam diretamente com o trabalho. A longo prazo, esta associação do trabalho não declarado ao dumping na contratação de serviços de segurança será letal para o setor e os seus cerca de 35.000 postos de trabalho. Porque onde reina a precaridade e o incumprimento, não podem sobreviver as empresas que cumprem e, por isso, das duas uma, ou estas se juntam às incumpridoras ou saem, pura e simplesmente, do mercado. Falemos claro: é disto que se trata. Hoje antevê-se (ainda só estamos a falar de uma previsão) a luz ao fundo do túnel, com as notícias de que a inspeção do trabalho terá acesso aos dados do fisco e da segurança social e de que o Ministério da Administração Interna quer passar a ter equipas multidisciplinares, compostas por polícias, inspetores das Finanças, da Segurança Social e da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), em operações montadas para fiscalizar a atividade dos vigilantes e dos seguranças privados. Trata-se de um objetivo que – como se disse - foi traçado pela Associação há muito, como provam as sucessivas intervenções públicas que esta tem vindo a fazer, seja junto dos meios de comunicação social, nas reuniões do Conselho de Segurança Privada


ou no seio do Grupo de Trabalho que foi criado pelo Despacho n.º 11308/2015, 30 de Setembro de 2015 (da Ministra da Justiça, do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, do Secretário de Estado da Administração Interna e do Secretário de Estado do Emprego). O próprio nascimento deste Grupo de Trabalho tem origem no trabalho desenvolvido pela Associação, sobretudo nas reuniões do Conselho de Segurança que tiveram lugar em junho e julho de 2015. O diagnóstico está feito e não é animador. Como terá relatado uma fonte do MAI ao jornal Público este setor é, por vezes, conotado com fenómenos criminais associados à animação noturna ou outros meios. Assim o têm dito os relatórios anuais de segurança interna (RASI) e o próprio Relatório anual de segurança privada (RASP). As instituições europeias já reagiram a este fenómeno. A Decisão (UE) 2016/344 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 9 de março de 2016, estatuiu a criação de uma Plataforma europeia visando o reforço da cooperação no combate ao trabalho não declarado (UDW Plaform). Reconhecendo que é necessário incentivar a cooperação entre os EstadosMembros ao nível da União para os ajudar a combater o trabalho não declarado com maior eficiência e eficácia, estabelece-se (entre outros) o objetivo de facilitar e apoiar o intercâmbio de melhores práticas e informações e fornecer um quadro ao nível da União que vise desenvolver um entendimento comum, competências e análises especializadas em matéria de trabalho não declarado. Prevê-se, designadamente, a criação de um banco de conhecimentos interativo, tendo em conta os estudos de viabilidade existentes, nomeadamente o trabalho realizado pela Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho (Eurofound) e, ainda, a implementação de soluções para

a partilha de informações, sem prejuízo de se reconhecer a importância da proteção de dados. A Plataforma deverá incluir todas as autoridades nacionais competentes, sobretudo as autoridades responsáveis pela aplicação da lei, que têm papel principal e/ ou intervêm no combate ao trabalho não declarado. Segundo o artigo 7, n.º 1, cada EstadoMembro nomeia um representante de alto nível como membro da Plataforma com direito de voto. Tendo Portugal nomeado, para o efeito, o seu Inspetor-Geral do Trabalho, Pedro Pimenta Braz, é, pois, da ACT – mas não apenas na ACT – que esperamos que seja dado o primeiro impulso na implementação daquelas medidas. Há que, desde logo, chamar à colação a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e o Instituto de Segurança Social, IP (SS), mas também a DSP-PSP, para que se possa operar a desejável criação – ao nível nacional – das tais soluções para a partilha de informações. Algumas dessas informações são até de cariz público pelo que a sua partilha não levanta questões de proteção de dados. Mas, mesmo relativamente aos dados que não sejam de cariz público, a respetiva proteção não pode prevalecer sempre e em qualquer circunstância. Havendo, ainda, que agilizar os procedimentos com vista ao apuramento e/ou levantamento da proteção de que determinados dados gozam, no plano legal, sobretudo quando esteja em causa a inspeção da atividade de empresas e pessoas relativamente às quais se indicie haver fuga às respetivas obrigações fiscais. Deve ser acessível à ACT, SS e AT (como é acessível à PSP) o registo de atividades (referenciado nos artigos 37, n.º 1, al c) e 38 da Lei da Segurança Privada), contendo informação relativa à prestação dos serviços de segurança, nomeadamente o tipo de serviços, pessoal afeto e o local e horário da prestação. Haverá que reformar a lei, por forma a consagrar esta importantíssima e proteger  OUTUBRO | DEZEMBRO 2016

simples ferramenta inspetiva: o cruzamento de dados, com a sua análise de forma integrada e não atomística. O programa da “UDW Plaform“ para o biénio 2017-2018 inclui - por ora e sujeito a aditamentos e modificações –, o lançamento de campanhas a nível europeu e transfronteiriço (joint awareness raising campaign e campanhas direcionadas a setores específicos), a preparação e o desenvolvimento de modelos de inspeção mista, a formação de inspetores e especialistas na área e a implementação de mecanismos de assistência mútua entre os membros da Plataforma, designadamente no desenvolvimento de boas metodologias de planeamento e execução de trabalho e partilha de conhecimentos. De facto, há, no espaço europeu, bons modelos de regulação e fiscalização que podem servir de exemplo para o caso português e devem ser analisados de perto. Referiremos, para terminar e de forma breve, o caso belga, com a celebração, em 27 de setembro deste ano, de um acordo de cooperação visando combater a fraude social e o trabalho ilegal no setor da segurança. O acordo foi subscrito pelos Ministério do Emprego, Trabalho e Concertação Social, da Segurança social, da Administração Interna, o Instituto Nacional da Segurança Social, o Instituto Nacional do Emprego, o Serviço de informação e de Investigação Social e, finalmente, pelas estruturas representativas das empresas, dos trabalhadores e do fundo de garantia de subsistência da segurança privada. Informação, prevenção, deteção e sancionamento de irregularidades são as palavras-chave deste protocolo que poderá ser, mesmo, uma expressão da mencionada Plataforma europeia, já que a mesma constitui um instrumento para impulsionar reformas políticas e legislativas nos EstadosMembros da U.E.. Feito o diagnóstico do problema e lançadas que foram as bases para a sua solução, é, pois, tempo, de deitar mãos ao trabalho, pelo trabalho e pelo setor. V 59.


— LEGISLAÇÃO & NORMALIZAÇÃO

Legislação TODAS AS MERCADORIAS SÃO PERIGOSAS TEXTO João Cezília Especialista em Matérias Perigosas

Esta é a forma como deveríamos abordar sempre um transporte de mercadorias. De facto, muitos são os perigos relacionados com as operações de transporte, e a falta de conhecimento adequado e das competências necessárias para o exercício das diferentes funções necessárias no âmbito da cadeia logística, contribuem para o aumento do risco envolvido. Por exemplo, ainda recentemente, a Organização Marítima Internacional veio impor regras sobre a pesagem dos contentores1 para combater uma importante causa de acidentes que já esteve na origem da perda total de navios e da sua carga. Uma mercadoria mal acondicionada numa unidade de transporte ou numa embalagem inadequada aumenta a probabilidade de acidente, o que, associado às consequências daí resultantes, faz com

que algumas mercadorias sejam distinguidas de forma diferenciada, classificando-as como perigosas para o transporte. A natureza do transporte, nomeadamente: o modo de transporte utilizado ou a geografia da operação, contribuem para essa equação, podendo por isso existir variações no entendimento nos diferentes modos de transporte, sobre o que é considerado perigoso ou o que poderá estar isento (ou não) de regulamentação específica. As mercadorias classificadas como perigosas para transporte têm por base o Regulamento Tipo das Nações Unidas2, cujas diferentes organizações com responsabilidades modais adaptam às suas especificidades. O transporte aéreo e o transporte marítimo têm uma abrangência global e a Organização da Aviação Civil Internacional

e a Organização Marítima Internacional, são responsáveis pelos regulamentos aplicáveis: as Instruções Técnicas da OACI e o Código IMDG3, respetivamente. Nos transportes terrestres, o factor geográfico é determinante, sendo no caso Português regulado pelas disposições que decorrem do ADR4 e do RID (Regulamento Relativo ao Transporte Ferroviário Internacional de Mercadorias Perigosas) e pela expressão diminuta que representa o transporte fluvial (ou vias navegáveis interiores) não é aplicado entre nós o ADN (Regulamento para o Transporte de Mercadorias Perigosas nas Vias Navegáveis Interiores). Contudo, por exemplo nos Estados Unidos da América, na Austrália ou no Brasil, temos para os transportes terrestres regulamentos diferentes, em estágios de maturação distintos, relativamente às edições do Livro

FIG. 1 Novas marcas e etiquetas aplicadas a pilhas e baterias de lítio (iónico e metálico).

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Laranja das Nações Unidas, que de forma automática acontecem a cada dois anos. A sua 19ª edição, publicada em 2015, virá influenciar os regulamentos dos diferentes modos de transporte a partir do próximo ano. Assim, aguardam publicação as edições de 2017 do ADR e do RID e encontra-se em preparação a publicação das novas emendas para o transporte marítimo de mercadorias perigosas (emendas 38-16) e novas Instruções Técnicas para o transporte aéreo, a par da anual atualização no manual da IATA, na sua 58ª Edição. Como exemplo, realçamos as alterações relativas às novas marca e etiqueta aplicadas a pilhas e baterias de lítio (iónico e metálico) - ver figura 1. Apesar de serem aplicadas a partir de 1 de janeiro de 2017, foi estabelecida uma medida transitória que permite utilizar a anterior sinalização até 31 de dezembro de 2018.

Com um impacto reduzido nos transportes terrestres, mas muito relevante no transporte marítimo ou aéreo, procede-se a um desdobramento do nº ONU 3166, classe 9, que se aplica (até à data) a veículos e motores, independentemente do combustível utilizado, ficando esse número adstrito exclusivamente aos veículos. Os equipamentos (a motor) passam a ter distintos nºs ONU, em função do combustível, o que implica desde logo também a possibilidade de afetação à classe 2.1 e 3. A classe/divisão 4.1 passa a considerar agora (também) as matérias susceptíveis de polimerização e na classe 1 (matérias e objetos explosivos) as autoridades competentes são chamadas à validação da classificação. Na anterior edição tinha havido um conjunto de alterações/correções

FIG. 2 Etiqueta para transporte aéreo de pilhas e baterias de lítio em vigor desde 2016.

terminológicas por causa do hexafluoreto de urânio (que pode em determinadas situações não ser classificado como classe 7, apesar da radiação) e provando que nada é definitivo, agora considerou-se que nessas situações o perigo preponderante é a toxicidade, passando o perigo de corrosão para segundo plano, a par da radiação. Nesta edição houve um esforço hercúleo na designação das “marcas”, sendo o termo “marcação” reservado para a ação de colocação das marcas… Com a introdução de mais 9 rúbricas, a lista de mercadorias perigosas chega agora ao UN 3534. É claro que as alterações, correções e supressões para 2017 não se resumem às que aqui elencamos, e por isso à que aguardar a publicação dos diferentes regulamentos, no final deste ano, ou a versão portuguesa do ADR 2017, no 1º trimestre do ano. Mas parece que agora teremos também que nos preocupar com as alterações fora do ciclo! Em 1 de Abril de 2016 (de forma atípica, pois ocorreu fora das atualizações bienais), o transporte aéreo de pilhas e baterias de lítio viu serem aplicadas medidas mais restritivas em relação a este tipo de artigos, ficando em muitos casos o seu transporte limitado a aviões cargueiros, o que condiciona bastante as operações logísticas associadas. Entretanto prepara-se já uma nova atualização do Livro Laranja, a 20ª edição. Para tudo recomeçar de novo… V

1 VGM – Verified Gross Mass. 2 Recomendações relativas ao transporte de mercadorias perigosas da Organização das Nações Unidas. Também conhecido como Orange Book ou Livro Laranja. 3A crónimo inglês de International Maritime Dangerous Goods Code, aplicado ao transporte de mercadorias em embalagens ou em unidades de transporte de carga a bordo de navios. 4 Acrónimo de origem francesa para Accord européen relatif au transport international des marchandises Dangereuses par Route.

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— LEGISLAÇÃO & NORMALIZAÇÃO

Normalização NORMAS HARMONIZADAS DO ÂMBITO DA SEGURANÇA ATUALIZADAS

Durante os últimos meses a Comissão Europeia procedeu à atualização de várias listas de normas harmonizadas do âmbito da segurança. Neste sentido, foram atualizadas as listas de normas harmonizadas ao abrigo da Diretiva ATEX, através da Comunicação 255/9, de 14 de julho, as normas ao abrigo da Diretiva Baixa Tensão, através da Comunicação 293/52, de 12 de agosto, as normas ao abrigo da Diretiva da Compatibilidade Eletromagnética, através da Comunicação 249/62, de 8 de julho, e as normas ao abrigo da Diretiva dos Equipamentos de Rádio, através da Comunicação 381/1, de 14 de outubro. As listas de normas harmonizadas ao abrigo das Diretivas e Regulamentos europeus são publicadas no Jornal Oficial da União Europeia e identificam não só

as normas que permitem a aposição da marcação CE nos produtos e equipamentos, mas também as datas a partir das quais as referidas normas podem ser utilizadas pelos fabricantes e passam a ser de cumprimento obrigatório para o referido efeito. V

JÁ É POSSÍVEL A MARCAÇÃO MARCAÇÃO CE DE PORTAS RESISTENTES AO FOGO

A última lista de normas harmonizadas ao abrigo do Regulamento Europeu dos Produtos de Construção foi publicada no passado dia 28 de outubro. Com a publicação desta última listagem os fabricantes de portas resistentes ao fogo passam finalmente a poder apor a marcação CE nestes produtos. A aposição da marcação CE nas portas resistentes ao fogo esteve, durante bastante tempo, condicionada, pelo facto da norma europeia EN 16034 apenas poder ser aplicada em conjunto com uma série de outras normas harmonizadas, entre as quais as normas EN 13241-1, relativa a portas e portões industriais e de garagem, e EN 14351-1, aplicável a portas pedonais exteriores. Assim, com a publicação, no Jornal Oficial da União Europeia, das adendas às normas EN 13241-1 e EN 14351-1, a marcação CE das portas resistentes ao fogo passa a ser uma realidade. A lista de normas harmonizadas publicada em outubro passado estabelece, inclusivamente, que a aplicação da norma europeia EN 16034 apenas é possível quando aplicada em conjunto com as normas EN 132411:2003+A2:2016 e EN 14351-1:2006+A2:2016. Desta forma, as declarações de desempenho das portas exteriores, industriais, comerciais e de garagem poderão também mencionar o

seu comportamento em termos de resistência ao fogo, conforme previsto na norma europeia EN 16034. Simultaneamente, a referência do Jornal Oficial da União Europeia pretende igualmente alertar para o facto da norma EN 16034 não poder ser utilizada isoladamente. Isto significa que não poderá ser aposta a marcação CE nas portas internas e portas automáticas pedonais enquanto as normas europeias EN 14351-2 e EN 16361 não forem publicadas, enquanto normas harmonizadas, no Jornal Oficial da União Europeia. A marcação CE de portas resistentes ao fogo é possível desde 1 de novembro de 2016 e passa a ser obrigatória a partir de 1 de novembro de 2019, altura em que apenas as portas resistentes ao fogo dotadas desta marcação poderão ser comercializadas e colocadas em serviço no mercado de Espaço Económico Europeu. V

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SEGURAN‚ A CONTRA INCæNDIO E SêMBOLOS GRçFI COS

COMISSÃO TÉCNICA 42 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

COMISSÃO TÉCNICA 46 ACOMPANHA SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

A Comissão Técnica 42, responsável pela atividade normativa da área da segurança e saúde no trabalho em Portugal, e sob coordenação do ONS/ APSEI desde 2015, continua o seu trabalho de participação ativa designadamente no campo dos equipamentos de proteção individual, exposição ocupacional, ergonomia e sistemas de gestão da SST. Assim, decorrido mais um ano de normalização, enaltecemos o esforço daqueles que participaram de forma ativa nos trabalhos da CT42 ao longo destes 365 dias. Deste envolvimento resultou a conclusão de mais uma tradução pela Subcomissão 2, já noticiada na última edição da Proteger, designadamente da norma europeia EN 482:2012+A1:2015, a qual, neste momento aguarda a sua publicação formal na versão portuguesa, por parte do IPQ. A CT42 Continua a reunir esforços de forma a observar a conclusão dos trabalhos já iniciados pelas diversas Subcomissões e Grupos de Trabalho, nomeadamente o acompanhamento em permanência de toda a informação relativa à ISO 45001, pela Subcomissão 4, e os trabalhos de tradução da EN 149:2001 + A1:2009, pelo Grupo de Trabalho 1 da Subcomissão 1 (a qual se prevê estar terminada ainda no primeiro trimestre de 2017), da EN 166:2001, pelo Grupo de Trabalho 2 da Subcomissão 1, da EN 458:2015, pelo Grupo de Trabalho 4 da Subcomissão 1, e da ISO 7730:2005, pela Subcomissão 3. Face ao exposto, fica a expectativa de que 2017 seja um ano de muitos sucessos normativos no âmbito da Comissão Técnica 42. V

A Comissão Técnica 46 acompanha, desde 2010, através da Subcomissão 4, a atividade normativa da área da sinalização de segurança. Durante estes seis anos, a SC4 não só traduziu para português as várias normas que regulamentam a área da sinalização de segurança, como participou de forma presencial nas reuniões do Comité Técnico 145 do Organismo Internacional de Normalização (ISO – International Organization for Standardization), que elabora as referidas normas. Através desta participação, a CT46/ SC4 conseguiu assegurar que o entendimento do setor da segurança nacional, relativamente aos projetos normativos em análise, fosse tido em consideração. Do acervo normativo da CT46/ SC4 fazem parte a norma NP 4386, relativa às plantas de emergência, de cumprimento obrigatório, decorrente da sua referência na Portaria nº 1532/2008, de 29 de dezembro, a norma ISO 7010 e respetivos Amendments, sobre símbolos gráficos para sinalização de segurança, a ISO 17398, que estabelece o esquema de classificação, desempenho e durabilidade dos sinais de segurança, a ISO 3864 (partes 1 a 4), relativa a cores de segurança, e a ISO 16069, que estabelece o sistema de orientação para caminhos de evacuação de segurança. Com exceção da norma Portuguesa NP 4386, que é de cumprimento obrigatório, as normas sob responsabilidade da CT46/SC4 são voluntárias. A importância destas normas para a sinalização de segurança

COMISSÃO TÉCNICA 79 PUBLICAÇÃO DA NORMA PORTUGUESA NP EN 50136-1:2016

é, no entanto, reforçada pela sua referência nas Notas Técnicas n.os 11 e 22 da Autoridade Nacional de Proteção Civil que, fornecem diretrizes, respetivamente, sobre sinalização de segurança e plantas de emergência. É ainda expectável que na revisão legislativa do Regulamento Técnico de Segurança contra Incêndio em Edifícios seja admitido que, nos casos não regulamentados, a sinalização de segurança possa obedecer às disposições das normas ISO 7010, ISO 3864 e ISO 16069. No início de Dezembro foram publicados, pela ISO, o Amendment 6 da norma ISO 7010 e a revisão da ISO 3864-2. A tradução destas normas para português será um dos objetivos da Subcomissão 4 para o ano de 2017. A CT46/SC4 é constituída por 16 vogais, dos quais fazem parte não só fabricantes de sinalização de segurança, mas também consumidores de segurança, organismos públicos, entre os quais a própria Autoridade Nacional de Proteção Civil, e empresas instaladoras. Atualmente é coordenada pela Eng.ª Renata Jacinto, da vogal SINALUX. V

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Foi recentemente publicada a norma NP EN 501361:2016 “Sistemas de alarme – Equipamentos e sistemas de transmissão de alarme – Parte 1: Requisitos gerais para sistemas de transmissão de alarme”. Esta norma resultou da tradução da norma europeia EN 50136-1:2012, elaborada pela Subcomissão 1 – “Sistemas de Alarme” da CTE 79, comissão coordenada pelo Organismo de Normalização Setorial APSEI. A norma determina os requisitos gerais de desempenho, fiabilidade e resiliência bem como as características de segurança para os sistemas que transmitam sinais de alarme entre um sistema de alarme de um espaço protegido e o equipamento de aviso da central recetora de alarmes. É aplicável à transmissão de todos os tipos de mensagens de alarme, como por exemplo as relativas a mensagens de incêndio, intrusão ou controlo de acessos, englobando também outros tipos de mensagens como as de estado ou avaria. Neste momento, a subcomissão 1 continua a dar seguimento ao trabalho de tradução das normas europeias de cumprimento obrigatório em Portugal, com a tradução da norma EN 501363:2013 “Alarm systems – Alarm transmission systems and equipment – Part 3: Requirements for Receiving Centre Transceiver (RCT), que especifica os requisitos mínimos de desempenho, fiabilidade, resiliência e segurança dos Emissores-Recetores instalados nas centrais de receção de alarmes e utilizados nos sistemas de transmissão de alarme. V

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// produto

GAMA EXTINTORES INCÊNDIOS

SOFTWARE DHIIVS-T7000-R-PRO

O DHI-IVS-T7000-R-PRO é um software avançado de processamento de imagens digitais. Ao ser instalado no servidor, consegue reconhecer automaticamente o número da placa de matrícula de um veículo e outras informações relacionadas pela tecnologia de análise, segmentação e reconhecimento de caracteres.

O software ANPR pode ser combinado com o sistema Dahua ITC, aquando da sua instalação no servidor. Ao receber imagens, efetua o reconhecimento e exibe o respetivo resultado. Mais em: www.dahuasecurity.com/pt/.

CÂMARAS DARKFIGHTER LITE

O H.265 – HEVC – High Efficiency Video Coding é a próxima evolução na codificação e compressão de vídeo. Reduz o tamanho dos arquivos até 50% em relação ao H.264, permitindo a transmissão de imagens com maior resolução,

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até 4K, não aumentando a largura de banda de transmissão e capacidade de armazenamento. A UTC Fire & Security está a lançar uma gama completa de câmaras e gravadores H.265, retro compatíveis com as gamas existentes possibilitando assim uma grande flexibilidade, tanto em novos projetos, como em expansão ou melhoramentos. Veja mais em: www.utcfssecurityproducts.com.pt. V

Um dos principais desafios que a indústria de vigilância tem enfrentado é a adição de cores às câmaras noturnas. O departamento de I&D da Hikvision respondeu com soluções inovadoras, com o objetivo de trazer de volta a cor, mesmo em ambientes com pouca luz. Incorporadas com a patenteada tecnologia EXIR da Hikvision, as câmaras Darkfighter Lite fornecem imagens retangulares revolucionárias com uma iluminação IV consistente,

H.265 – HEVC – HIGH EFFICIENCY VIDEO CODING

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A Extincêndios comercializa três tipologias de extintores: Pó Químico, CO2 e Água. Os Extintores de Pó Químico têm maior eficácia para apagar incêndios, mas a escolha deve recair nos extintores de CO2 se o espaço tiver dispositivos eletrónicos ou quadros elétricos. Já os de Água são aconselhados para utilizações em cozinhas ou em armazéns devido à capacidade de ação junto do cartão. Veja estes e outros produtos em www.extincendios.pt. V

eliminando os problemas das lentes LED tradicionais, como a superexposição no centro da imagem e áreas mais escuras nos cantos. Devido à intensidade de luz LED reforçada, as câmaras Darkfighter Lite reduzem o consumo de energia, calor e têm uma vida útil mais longa. Mais informações em: www.hikvision.com / info@bc.pt . V


A KSB disponibiliza kits de peças que podem ser adquiridos em conjunto com a aquisição de bombas KSB, pois a produção simultânea permite reduções significativas nos custos de fabrico. Outras vantagens relevantes dos kit’s de peças originais KSB são o evitar de danos e custos noutras peças mais importantes e onerosas, a garantia do fabricante, o aproveitamento dos desenvolvimentos técnicos, e o aconselhamento técnico, fundamental quando ocorrem desgastes prematuros ou avarias repetidas.

Os kit’s de Peças Originais KSB podem ser constituídos por anéis de desgaste, rolamentos, empanques, camisas de proteção do veio, o’rings e juntas de vedação do corpo e em média duram 6 vezes mais que as peças não originais fabricadas pelos operadores. Para mais informações contacte através do 210 112 300, por email para alexandre.silva@ksb.com ou vá até www.ksb.pt.. V

LUVAS DE MALHA DE AÇO NIROFLEX 2000

A série de produtos Smartliving da INIM, projetada sob tecnologia de ponta, proporciona aos seus utilizadores uma gama de produtos verdadeiramente inovadora, conjugada com uma superioridade tecnológica, de design e de desempenho. A gama Smartliving oferece funcionalidades raramente encontradas em sistemas semelhantes no mercado de

KIT’S DE PEÇAS ORIGINAIS KSB

intrusão, incorporando display gráfico, texto por voz, notificações por voz, hardware flexível, transmissão de voz de qualquer evento da central, conexão IP e funcionalidades de domótica. Disponível nas versões, 515, 1050 e 10100L, a filosofia de programação de cada central é semelhante, estando a diferença no número de zonas e partições. Todos os modelos Smartliving são certificados e estão disponíveis com certificação de Grau 3. Saiba mais em www.contera.pt. V

O HR Group disponibiliza Luvas de Malha de Aço de acordo com as normas DIN EN 1082-1 e ISO 13999-1, sendo indicadas para o setor alimentar. A Niroflex 2000 significa grande conforto e livre de fadiga, com fecho de metal patenteado. O seu ajuste incomparável, permite um manuseamento fácil e sem necessidade de peças de reposição tais como botões de pressão, fivelas ou cintas. A cinta de fecho é fabricada no mesmo material da luva, e possibilita um ajuste

exclusivo com base num design ergonómico sem excesso de malha na ponta dos dedos, reforços flexíveis para um excepcional conforto e para fixar a luva à mão. Vídeo Promocional em https://goo.gl/dGf9JB e em www.hrgroup.pt . V

SMARTLIVING INIM

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apsei responde* *UM ESPAÇO ONDE A APSEI RESPONDE ÀS QUESTÕES QUE LHE CHEGAM DIARIAMENTE

1.

O que devo saber para gerir legalmente as 35 horas anuais de formação obrigatórias, dentro de uma empresa?

No âmbito da formação contínua, o empregador deve: Promover o desenvolvimento e a adequação da qualificação do trabalhador, tendo em vista melhorar a sua empregabilidade e aumentar a produtividade e a competitividade da empresa; Assegurar a cada trabalhador o direito individual à formação, através de um número mínimo anual de horas de formação, mediante ações desenvolvidas na empresa ou a concessão de tempo para frequência de formação por iniciativa do trabalhador; Organizar a formação na empresa, estruturando planos de formação anuais ou plurianuais e, relativamente a estes, assegurar o direito a informação e consulta dos trabalhadores e seus representantes; Reconhecer e valorizar a qualificação adquirida pelo trabalhador. Em cada ano, pelo menos 10% dos trabalhadores da empresa, tem direito a um número mínimo de 35h de formação contínua. A área da formação é determinada por acordo ou, na falta deste, pelo empregador, ou ainda escolhida pelo trabalhador, em qualquer dos casos deve coincidir com a atividade prestada (posto de trabalho e atividades de risco elevado) ou respeitar as tecnologias de informação e comunicação, SST ou língua estrangeira. Esta formação pode ser desenvolvida pelo empregador, por entidade formadora certificada para o efeito ou por estabelecimento de ensino reconhecido pelo ministério competente e dá lugar à emissão de certificado e registo na Caderneta Individual de Competências nos termos do regime jurídico do SNQ. O empregador pode, desde que o plano de formação o preveja, antecipar ou diferir até 2 anos a efetivação da formação anual, imputando-se a formação realizada ao cumprimento da obrigação mais antiga. O período de antecipação é de 5 anos no caso de frequência de processo de RVCC, ou de formação que confira dupla certificação. V 66.

2.

Que documentação devem as empresas entregar ao cliente, após a instalação de um sistema de deteção contra intrusão?

É necessário considerar três documentos distintos, cuja obrigatoriedade de emissão decorre das Portarias n.os 272/2013 e 273/2013, alteradas pelas portarias n.º 105/2015 e n.º 106/2015 respetivamente. Com a conclusão da instalação de um sistema de deteção contra intrusão, é obrigatória a emissão de um certificado de instalação, que ateste a conformidade com a Norma Europeia CLC/ TS 50131-7. Este certificado é exigido no n.º 2 dos artigos 107.º e 113.º da Portaria n.º 273/2013 e deve ser entregue ao proprietário ou utilizador do sistema. Por outro lado, a instalação, manutenção ou assistência técnica destes sistemas pressupõe a emissão de um termo de responsabilidade por parte do Técnico Responsável da entidade instaladora que é exigida no artigo 6.º da Portaria n.º 272/2013. Finalmente, por cada sistema instalado a empresa pode optar por entregar ao proprietário ou utilizador do sistema, um livro de registo de ocorrências onde devem ser registadas todas as informações necessárias para assegurar que o sistema opera devidamente. A exigência deste livro decorre do n.º 3 do artigo 113.º da Portaria n.º 273/2013. O livro de registo de ocorrências deve estar sempre atualizado e o proprietário ou utilizador do sistema deve disponibilizá-lo aos técnicos responsáveis pela manutenção do sistema. V

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3.

Que documentação devem as empresas entregar ao cliente, aquando da execução de trabalhos de SCIE?

Legalmente, aquando de qualquer trabalho de instalação e manutenção de produtos, equipamentos e sistemas de segurança contra incêndio, a empresa responsável pela execução do serviço está obrigada a entregar ao responsável de segurança do edifício ou ao dono de obra, um termo de responsabilidade, assinado pelo técnico responsável acreditado pela ANPC para o produto/equipamento/ sistema em questão (Art.º 6º, Portaria n.º 773/2009). Embora a legislação nacional apenas obrigue à entrega do Termo de Responsabilidade, a Norma NP 4513 - Requisitos do serviço de comercialização, instalação e manutenção de equipamentos e sistemas de segurança contra incêndio, de carácter voluntário, identifica ainda a necessidade de num trabalho de instalação ser também entregue ao cliente o auto de entrega de obra ou relatório de instalação ou documento similar, que ateste o cumprimento do serviço executado com as normas em vigor aplicáveis. Esta documentação deve integrar o registo de segurança do edifício, onde o equipamento ou sistema foi instalado. Para além da documentação aqui referida, a NP 4513 identifica, nas secções relativas a cada um dos equipamentos/sistemas, documentação adicional que necessita de ser entregue ao responsável de segurança/proprietário do sistema. Assim, para uma melhor identificação da documentação que é exigida por esta norma, para cada um dos equipamentos /sistemas, aconselha-se a consulta da norma. V


FICHA TÉCNICA n.º 53

SISTEMAS DE CORTINA DE ÁGUA

As Fichas Técnicas APSEI estão sujeitas a um processo de atualização contínua, dependente das alterações legais, normativas e técnicas que estejam relacionadas com o seu conteúdo. Certifique-se sempre, antes de aplicar a informação contida nesta Ficha Técnica, de que está na posse da sua última versão.

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DEFINIÇÃO

ELEMENTOS CONSTITUINTES

Sistema de actuação automática, complementar dos sistemas de protecção contra incêndio, constituído por circuito de alimentação de água, válvula(s) de comando do tipo “dilúvio”, circuito de distribuição de água e aspersores que, após a ordem de actuação, assegura a descarga e projecção de uma lâmina contínua de água, visando isolar da acção do fogo espaços e objectos adjacentes. Esta cortina irriga normalmente elementos de construção, melhorando desta forma o seu comportamento quando expostos ao fogo.

Um sistema de cortina de água é constituído por uma reserva adequada de agente extintor

GARANTIAS

(água ou água com aditivos) ligada permanentemente a uma ou mais redes de difusores abertos, dispostos em linha e que são atuados por uma válvula de comando do tipo dilúvio. Os difusores destes sistemas possuem uma configuração especial que permite a descarga da água em qualquer plano e volumetria, o que faz com que sejam apropriados à proteção de uma grande variedade de elementos de construção.

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO Os sistemas de cortina de água têm o mesmo princípio de funcionamento que os sistemas automáticos de extinção por água (sprinklers) do tipo dilúvio. Nestes sistemas os difusores são do tipo aberto e a rede encontra-se seca a jusante da válvula de comando.

Declaração de conformidade assinada pelas partes envolvidas na instalação do sistema, nomeadamente Operador, Instalador, Projetista e outros envolvidos.

A atuação destes sistemas pode ser manual ou automática. Neste último caso o comando é, regra geral, efetuado a partir de um Sistema Automático de Deteção de Incêndio (SADI) que, em caso de incêndio, ordena a abertura da válvula de comando e, consequentemente, a alimentação da tubagem a jusante da válvula com água sob pressão. Uma vez que neste tipo de sistemas os difusores são do tipo aberto, aquando da atuação do sistema, a água sai por todos os difusores.

NORMAS APLICÁVEIS

No caso de utilização em ambiente industrial, para proteção de riscos químicos, estes sistemas são regra geral atuados por Sistema Automático de Deteção de Gases (SADG).

EN 12259 Fixed firefighting systems – Components for sprinkler and water spray systems EN 12845 Fixed firefighting systems. Automatic sprinkler systems. Design, installation and maintenance

Estes sistemas podem constituir-se como:

• Sistemas independentes

•S ubsistemas localizados, associados a uma rede de água de serviço de incêndio (utilizados, por exemplo, em ambientes industriais e logísticos).

• Subsistemas localizados, associados a uma rede de incêndio armada.

NFPA 13 Standard for the Installation of Sprinkler Systems NFPA 15 Standard for Water Spray Fixed Systems for Fire Protection

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS GENÉRICAS Aquando da implantação de um sistema de cortina de água, os seguintes aspetos devem ser tidos em consideração:

NFPA 25

• Caudal mínimo: 10L/min/m2

Standard for the Inspection, Testing, and Maintenance of Water-Based Fire Protection Systems

•C omando: em caso de comando automático, este deve ser complementado por um comando manual a partir do Posto de Segurança

•A limentação de água: sempre que exista depósito privativo de serviço de incêndios, a alimentação do sistema de cortina de água deve ser efetuada a partir deste.

Nota Técnica ANPC nº 18 Sistemas de cortina de água SEM DOCUMENTOS TÉCNICOS CO-RELACIONADOS

1 APSEI Rua Cooperativa A Sacavenense n.º 27, C/F, 2785-005 – Sacavém // Tel.:+351 222 527 849 | Fax:+351 222 527 851 www.apsei.org.pt | apsei@apsei.org.pt


FICHA TÉCNICA n.º 53

SISTEMAS DE CORTINA DE ÁGUA DEZEMBRO 2016

APLICAÇÃO Regra geral, os sistemas de cortina de água são utilizados: •e m paredes não tradicionais, se forem fachadas cortina envidraçadas ou duplas fachadas de vidro ventiladas, se não existirem troços de parede tradicional de 1,10m ou se este elementos forem apenas E30; •n os elementos destinados ao fecho de vãos, na ligação entre pisos cobertos ou compartimentos corta-fogo e escadas protegidas, quando não forem E30, no caso de estacionamentos, silos e parques automáticos;

As Fichas Técnicas APSEI estão sujeitas a um processo de atualização contínua, dependente das alterações legais, normativas e técnicas que estejam relacionadas com o seu conteúdo. Certifique-se sempre, antes de aplicar a informação contida nesta Ficha Técnica, de que está na posse da sua última versão.

•n as bocas de cena das caixas de palco com área superior a 50m2 de espaços cénicos isoláveis e nos subpalcos, independentemente da sua área; •n os vãos abertos, dotados de telas, nos espaços destinados à triagem e depósito de bagagem, para atravessamento dos meios móveis de transporte das bagagens (tapetes rolantes); •e m edifícios industriais, oficinas e armazéns, em zonas destinadas a pintura ou aplicação de vernizes, quando em espaço interior não isolável, delimitadas por uma envolvente constituída por telas ou resguardos EI60 ou superior; •n a proteção de elementos de construção de edifícios, calotes e paredes de vasos, vãos de passagem, vãos de ventilação, volumetrias limitadas em espaços abertos ou confinados e infraestruturas críticas, tais como caminhos de cabos, bombas de processos, instrumentação, pipe racks, etc.; Estes sistemas podem ser ainda utilizados, como medida compensatória: •e m locais de elevado risco de eclosão de incêndio ou explosão, quando expostos a fogos externos ou calor intenso; • na proteção de vãos abertos em edifícios ou estabelecimentos existentes, com elevado risco de incêndio; Nota: Os sistemas de cortina de água, para além da sua aplicação mais divulgada e recorrente (proteção contra a ação das chamas e redução das consequências produzidas pela exposição a níveis elevados e contínuos de energia térmica), desempenham ainda um papel crítico no controlo de ameaças químicas. Trata-se de uma área particular de aplicação da água, que visa a criação de “paredes” de contenção para limitação da dispersão de atmosferas perigosas, a redução da progressão de nuvens gasosas e a diluição de descargas líquidas. Nota 2: Para este tipo de proteção, as taxas de aplicação e densidade de descarga requeridas são objeto de estudo caso a caso. Estas taxas são consideravelmente elevadas, situando-se em média nos 32l/min/m².

MARCAÇÃO Na embalagem do sistema e/ou na sua documentação comercial de acompanhamento deve ser aposta a marcação CE conjuntamente com as seguintes informações: — Número de referência do Organismo Notificado — Identificação ou marca comercial do fabricante/fornecedor — Dois últimos dígitos do ano de aposição da marcação CE — Número de certificado de conformidade CE — Referência à norma EN 12845 — Tipo de Produto —D ocumentação referidas nas secções 4.3 e 4.4 da Norma 12845

Fig. 1 — Exemplo de Marcação CE a ser aposta na documentação comercial de acompanhamento do sistema.

INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO Deve ser implementada uma rotina de inspeção e assistência técnica com periodicidade mínima trimestral conforme as disposições da Norma Europeia 12845, destinada a assegurar o funcionamento correto e continuado do sistema. Todos os trabalhos executados no sistema devem ser registados no livro de registo de ocorrências. No final das inspeções trimestrais, semestrais e anuais, é recomendável que a entidade responsável pelos testes forneça à pessoa responsável uma confirmação assinada de que os testes recomendados pela EN 12845 foram efetuados e que quaisquer deficiências identificadas no sistema foram notificadas à pessoa responsável.

2 APSEI Rua Cooperativa A Sacavenense n.º 27, C/F, 2785-005 – Sacavém // Tel.:+351 222 527 849 | Fax:+351 222 527 851 www.apsei.org.pt | apsei@apsei.org.pt




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