PROTEGER #30

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N.º 30

ABRIL  – JUNHO DE 2017

Uma publicação ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURANÇA

6,00 € SADI Como funcionam os detetores de fumo e como calcular as suas áreas de cobertura de acordo com as normas europeias em vigor.

LOCKOUT / TAGOUT Isolamento e inoperação de fontes de energia como método de proteção dos trabalhadores.

NP 4413 – MANUTENÇÃO DE EXTINTORES Uma história oral da norma que mudou o setor da manutenção de extintores em Portugal. Passado, presente e futuro da NP 4413. PUB

CIBERSEGURANÇA O acesso não autorizado a equipamentos

Sistemas de extinção de incêndios para a indústria. EXTINÇÃO POR ÁGUA, EXTINÇÃO POR GASES E A PERSPETIVA DA INDÚSTRIA SOBRE A SEGURANÇA



Maria João Conde

editorial A norma europeia pretende aportar visibilidade à atividade de segurança eletrónica e segurança contra incêndio e conseguir captar os jovens talentos para o setor.

No final do ano passado, foi publicada uma norma europeia sobre serviços de segurança contra incêndio e segurança eletrónica, a EN 16763. Mais uma norma (pensam os leitores)? Como é que esta norma se reflete no dia a dia das empresas de segurança portuguesas? Depois de vários anos em que a prioridade da normalização europeia foram as normas de produto, a Comissão Europeia e, consequentemente, o CEN e o CENELEC estão a orientar a sua atuação para os consumidores e utilizadores e a incentivar a criação de normas de serviço. O objetivo das normas de serviço é sobretudo fornecer aos consumidores critérios para poderem selecionar os seus fornecedores com base em critérios de qualidade e competência técnica. A EN 16763 surge neste contexto. A EN 16763 resultou de um trabalho árduo da Euralarm, associação europeia dedicada aos sistemas de Segurança, que a APSEI integra desde 2011, e que esteve na origem deste projeto normativo há 6 anos atrás. A norma europeia

tem como objetivo harmonizar requisitos de qualidade na prestação de serviços de projeto, instalação, comissionamento e manutenção de sistemas de segurança eletrónica e sistemas de segurança contra incêndio e permitirá que as empresas de segurança portuguesas possam prestar estes serviços em qualquer Estadomembro da União Europeia. A norma não é de cumprimento obrigatório e a sua aplicação implicará sempre que sejam levadas em conta a legislação nacional aplicável, as normas de produtos e de sistema aplicáveis. A norma visa facilitar a livre circulação de serviços e implicou uma difícil negociação com países que têm uma grande tradição protecionista relativamente a empresas não nacionais (aprovação final da norma com 97% dos votos… apenas um país rejeitou). A norma está muito orientada para garantir que o cliente recebe o serviço que contratou. No entanto, do ponto de vista técnico fica aquém daquilo que qualquer utilizador, que necessite de adquirir serviços de sistemas de segurança eletrónica ou de incêndio, procura numa norma com este âmbito. O consumidor não vai encontrar procedimentos de instalação ou manutenção recomendáveis, nem sequer uma descrição das competências que os prestadores devem possuir. A EN 16763 define um sistema de gestão de qualidade específico para as empresas de segurança, as responsabilidades dos prestadores de serviços e as qualificações de base (não as qualificações técnicas), segundo o quadro europeu de qualificações, dos colaboradores das empresas emprestadoras. A norma europeia pretende aportar visibilidade à atividade de segurança eletrónica e segurança contra incêndio no âmbito na Economia Europeia e, com isto, conseguir captar os jovens talentos para o setor,

já que se conclui que este setor está a ter alguma dificuldade em atrair e fixar jovens qualificados. A APSEI, enquanto Comissão Técnica 46, está a desenvolver um trabalho de adaptação da norma portuguesa NP 4513:2012 (Requisitos dos serviços de segurança contra incêndio) a esta norma europeia uma vez que partilham um âmbito parcialmente comum. Em breve, será possível que uma empresa portuguesa se certifique com base quer na norma europeia quer com base na NP 4513. Esta, sim, é uma norma que especifica as boas práticas, os melhores procedimentos de instalação e manutenção e a competência dos técnicos. A conjugação das duas normas será mais uma ferramenta que as empresas terão ao dispor para se diferenciarem da concorrência no mercado nacional e/ou europeu. Enquanto se fazem normas europeias, continuamos a aguardar a republicação do Regime Jurídico de Segurança contra Incêndio em edifícios e respetiva regulamentação técnica. Na sequência da descentralização para os municípios da competência para apreciar projetos e medidas de autoproteção, realizar vistorias e inspeções a edifícios classificados na primeira categoria de risco no âmbito da segurança contra incêndios em edifícios, o anterior Decreto-Lei será convertido em Lei e será aprovada pela Assembleia da República. Ficamos a aguardar ansiosamente a conclusão deste processo legislativo que dura há mais de três anos. Para terminar uma boa notícia. Após uma larga espera, finalmente a APSEI está no Norte do País. A nossa nova Delegação no Norte situa-se em Matosinhos e esperamos poder apresentá-la com mais detalhes aos leitores da Proteger na próxima edição. V

Direção Maria João Conde Coordenação Gonçalo Sítima Colaboradores Residentes Ana Dias, Ana Ferreira, Bruno Pinto, João Carvalho, Mélanie Cuendet, Rui Bragança, Sofia Quintas Colaboradores neste número Carlos Nobre, Gilmar Almeida, Inês Alexandre, Inês Silva, João Costa, José Dias Barata, João Janeiro, Manuela Batista, Rui Feigueiredo, Rui Ferreira Edição e Propriedade APSEI – Associação Portuguesa de Segurança Publicidade João Carvalho Redação, Edição e Publicidade Rua Cooperativa A Sacavenense n.º 25, C/F, 2685-005 – Sacavém, Tel +351 219 527 849 | Fax +351 219 527 851, e-mail proteger@apsei. org.pt, www.apsei.org.pt/proteger Fotografia Gonçalo Sítima, Shutterstock Projeto Gráfico e Paginação José Mendes Edição de Imagem Eduardo Pulido Impressão Gráfica Central Almeirim Periodicidade Trimestral Tiragem 4500 exemplares Registo ERC 126 538 Depósito Legal 284 212/08 ISSN 1647-1288 /// Os artigos assinalados e as opiniões expressas são da exclusiva responsabilidade dos seus autores e não refletem, necessariamente, as posições e opiniões da Associação Portuguesa de Segurança. Consulte o nosso Estatuto Editorial disponível em www.apsei.org.pt/proteger/estatuto-editorial/

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01.


JUNTOS CHEGAMOS MAIS LONGE.

ESTAMOS MAIS ABRANGENTES, CRIAMOS MAIS SEGURANÇA. Para melhor representar e promover a segurança de pessoas e bens, a APSEI reúne empresas de segurança de diferentes áreas (proteção contra incêndio, segurança eletrónica e segurança no trabalho), técnicos individuais e entidades/empresas que reconhecem o caráter estratégico da segurança. Faça parte desta comunidade de segurança e associe-se à APSEI.

ASSOCIE-SE EM www.apsei.org.pt


n.º

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34

19

A EXTINÇÃO POR ÁGUA José Dias Barata

ABRIL JUNHO 2017

índice

04

EM DESTAQUE APSEI | ASSOCIADOS | SETOR

10

NOTÍCIAS

12

APSEI P&R | FORMAÇÃO | AGENDA

14

CURSO DE TÉCNICO EUROPEU DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO Ana Ferreira

18

CAPA SOLUÇÕES DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS PARA A INDÚSTRIA

Características extintoras dos sistemas de extinção que utilizam água. Saiba quais as disposições legais e normativas aplicadas a este tipo de sistemas de extinção de incêndios. Constituição de uma rede de incêndios num complexo industrial.

INFORMAÇÃO TÉCNICA GESTÃO E SENSIBILIZAÇÃO PARA UMA CULTURA DE SEGURANÇA NO TRABALHO: A CONTRIBUIÇÃO DA SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA João Janeiro

22

Conheça a hierarquia da gestão de segurança e os diferentes tipos de sinalização de segurança e as suas funções.

Tipos de gases utilizados nos sistemas de extinção de incêndios e diferenças de atuação entre gases inertes e químicos. Conceção, instalação e manutenção de sistemas de extinção por gases.

ÁREAS DE COBERTURA DOS DETETORES DE FUMO Carlos Nobre

SISTEMAS DE EXTINÇÃO POR GASES João Costa

26

AS VANTAGENS DA PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO NA PERSPETIVA DA INDÚSTRIA Inês Silva

38

Como funcionam os sistemas de deteção automática de incêndios através dos detetores de fumo. Como calcular as áreas de cobertura na instalação destes equipamentos.

Gilmar Almeida Como funcionam os sistemas de deteção automática de incêndios através dos detetores de fumo. Como calcular as áreas de cobertura na instalação destes equipamentos.

REPORTAGEM AO SERVIÇO DA INOVAÇÃO

Gonçalo Sítima

Uma publicação da

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURANÇA

Reportagem à empresa Bombas Wilo-Salmson Portugal, uma das principais referências no setor das bombas para fornecimento e tratamento de águas a nível mundial.

55

O TRANSPORTE DE MERCADORIAS PERIGOSAS NO CONTEXTO GLOBAL Maria Manuela Batista O surgimento da regulamentação do transporte de mercadorias perigosas e a necessidade da sua harmonização.

Guias eletrónicas de acompanhamento de resíduos (e-GAR) e o transporte de resíduos de construção e demolição que contenham amianto.

44

ENERGÉTICA

A evolução dos requisitos legais e normativos nos sistemas de bombagem para proteção contra incêndios. Fontes de alimentação, construção das bombas, condições de aspiração, dimensionamento, certificação, ensaios e documentação.

58

SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO: ACESSO NÃO AUTORIZADO A EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA

E DA EFICIÊNCIA

LEGISLAÇÃO LEGISLAÇÃO PORTUGUESA NA BOMBAGEM CONTRA INCÊNDIOS Rui Figueiredo & Rui Ferreira

NOVAS REGRAS APLICÁVEIS AO TRANSPORTE DE RESÍDUOS Ana Ferreira

A visão da Ansell Portugal, uma indústria dedicada ao fabrico de luvas de proteção mecânica, sobre as vantagens da proteção contra incêndio na sua unidade fabril. Caso prático dos sistemas instalados e boas práticas de segurança.

30

50

48

LOCKOUT/TAGOUT: ISOLAMENTO E INOPERAÇÃO DE FONTES DE ENERGIA Inês Alexandre Como o isolamento e a inoperação de fontes de energia protege os trabalhadores que lidam com estes equipamentos e instalações.

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60 NORMALIZAÇÃO NP 4413: PASSADO, PRESENTE E FUTURO DA MANUTENÇÃO DE EXTINTORES APSEI

66 APSEI RESPONDE

64 PRODUTO

67 FICHA TÉCNICA APSEI Nº55 — PORTAS DE SEGURANÇA 03.


— EM DESTAQUE

// agenda

// notícias apsei

EVENTOS APSEI 10

OUT

Open Day APSEI Segurança e Saúde no Trabalho Sede da APSEI – Sacavém OUT

3.ª Conferência de Segurança Privada A confirmar

EVENTOS DO SETOR

20 JUN

21

JUN

22

JUN

IFSEC / Firex Safety & Health / Facilities 2017 Londres, Inglaterra

28

VII Jornadas Novos Paradigmas da Proteção Civil Biblioteca Municipal de Santo Tirso

28

JUN

Seminário “Projecto, Certificação e Instalação de Equipamentos de Protecção Contra Incêndios” Sede da Ordem dos Engenheiros – Lisboa

13

A APSEI aderiu recentemente à ANQIP – Associação Nacional para a Qualidade nas Instalações Prediais, enquanto membro coletivo, garantindo assim o acompanhamento de questões relacionadas com o abastecimento de água dos edifícios, temática intrinsecamente ligada à segurança contra incêndio dos edifícios. V APSEI DISPONIBILIZA GUIDELINES DA CFPA-E EM PORTUGUÊS

JUN

JUL

APSEI JUNTA-SE À ANQIP

Já é possível encontrar na página eletrónica da APSEI, em www.apsei.org.pt, guidelines da confederação europeia CFPA-E em português. Estes documentos abordam as mais variadas temáticas do âmbito da segurança contra incêndio e da segurança eletrónica, constituindo regras de boas práticas comuns aos vários países europeus que integram a confederação. V

14

JUL

Labour 2030 Alfândega do Porto – Porto

17

OUT

18

OUT

19

OUT

20

OUT

A+A Düsseldorf, Alemanha

15

NOV

16

NOV

Sicurezza Milão, Itália

04.

17

NOV

APSEI ASSOCIA-SE À ENSHPO E À ENETOSH Com o objetivo de acompanhar os desenvolvimentos europeus e internacionais da área da segurança e saúde no trabalho,

a APSEI decidiu juntar-se à ENSHPO e à ENETOSH, duas associações focadas na elevação e no reconhecimento das competências técnicas dos profissionais de segurança e saúde no trabalho. Com estas adesões, a APSEI passa assim a acompanhar a nível internacional todas as vertentes da segurança que representa. V SEMINÁRIO SOBRE EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL A AGENTES QUÍMICOS A ACT, A APSEI e o IPQ organizaram, no passado dia 8 de maio, nas instalações do IPQ, um seminário dedicado à exposição ocupacional, com o objetivo de incrementar as competências dos quadros técnicos das organizações em termos de seleção, utilização, manutenção e conservação de equipamentos de proteção individual contra a exposição a agentes químicos. V

APSEI SUCEDE A ANETTA NA REPRESENTAÇÃO DOS TRABALHOS EM ALTURA A ANETTA – Associação Nacional de Empresas e Técnicos de Trabalhos e em Altura, após quatro anos de atividades desenvolvidas no mercado nacional, decidiu transmitir à APSEI o seu legado associativo. Para salvaguardar a prossecução dos objetivos da ANETTA e desenvolvimento de trabalhos no seu âmbito específico de atividade, a APSEI criou o Grupo de Trabalho de Segurança em Trabalhos Verticais e em Altura. Após a aposta no setor do transporte


de mercadorias perigosas, este é mais um subsetor no âmbito da Segurança no Trabalho em que a APSEI vê a sua intervenção e representatividade fortalecidas. V NOVA DELEGAÇÃO NORTE DA APSEI A APSEI anunciou a abertura da sua delegação no norte de Portugal, em Matosinhos, com

o objetivo de prestar um maior apoio aos seus associados da Região Norte. A APSEI pretende assim, incrementar o número de associados nessa região e proporcionar um melhor apoio aos cursos de formação que são realizados no Porto. A delegação norte da APSEI fica situada no espaço Java Cowork, na Rua Brito e Cunha, no centro de Matosinhos. V

ASSEMBLEIA DA EAPFP DECORREU NA SEDE DA APSEI A APSEI acolheu na sua sede a Assembleia Geral da EAPFP –

Associação Europeia de Proteção Passiva Contra Incêndio nos dias 7 e 8 de junho. Na ordem de trabalhos da EAPFP esteve a discussão de projetos de marketing e relações públicas, futuros eventos, assim como de vários assuntos estratégicos para o desenvolvimento do setor europeu da proteção passiva contra incêndio. A APSEI integrou este ano a EAPFP. V

// associados

EFAFLU CELEBRA 70º ANIVERSÁRIO COM A CONSTRUÇÃO DE NOVA NAVE INDUSTRIAL

MRA NA VANGUARDA DA SEGURANÇA

EXPRESSOFOGO INAUGUROU FILIAL EM SANTIAGO DO CACÉM

No passado dia 9 de junho, a EXPRESSOFOGO inaugurou a sua mais recente filial em Santiago do Cacém. Na inauguração foram dadas a conhecer as novas instalações, os novos produtos

Com a celebração do seu 70º aniversário, a EFAFLU prepara-se para uma vez mais investir na sua modernização tecnológica e industrial, através da construção de uma nova nave industrial num lote de cerca 44.000 m2, local onde ficará instalada a partir de 2018. Um investimento avultado e importante para a indústria portuguesa, sinónimo da perenidade da EFAFLU. www.efaflu.pt V

da EXPRESSFOGO e das suas representadas, bem como diversas apresentações técnicas sobre medidas de autoproteção, sistemas de deteção de incêndios, sinalização de segurança, sistemas de extinção de incêndios e centrais de bombagem. No final, a inauguração contou com um Moscatel de honra para convívio entre todos os presentes. www.expressofogo.pt V

A MRA renovou a sua imagem corporativa e também mudou de instalações com o objetivo de transmitir a sua aposta no crescimento, na inovação, na flexibilidade e na alta tecnologia como peças fundamentais para

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o seu futuro desenvolvimento, disponibilizando uma melhor experiência ao cliente. A MRA, empresa do Grupo Alava, fornece em Portugal todos os componentes, soluções e subsistemas à medida necessários para formar uma plataforma unificada de segurança, adaptando-se às necessidades específicas de cada projeto e cliente. www.mra.pt. V 05.


— EM DESTAQUE

KSB FAZ PARCERIA COM O CENERTEC

NAUTA CELEBRA 25 ANOS EM PORTUGAL

No início deste ano a KSB fez uma parceria com o CENERTEC – Centro de Energia e Tecnologia, um centro de formação localizado no Porto e especializado em engenharia industrial, cujo objetivo é apoiar a indústria nacional, através de uma formação técnica de elevada qualidade. A contribuição da KSB para esta parceria é concretizada através da disponibilização de formadores, dentro dos seus quadros técnicos superiores, em matérias

relacionadas com a hidráulica e os sistemas de bombagem. Com esta parceria a KSB está a alargar a sua já forte contribuição para melhoria das competências na hidráulica e bombagem dos técnicos industriais portugueses, com vista ao aumento da fiabilidade e otimização energética das suas instalações, e à competitividade e melhoria ambiental das nossas indústrias e do nosso país. Saiba mais sobre a parceria KSB – CENERTEC em www.ksb.pt. V

No dia 1 de junho a NAUTA comemorou o 25º aniversário em Portugal, com a presença de cerca de 200 convidados de vários quadrantes da sociedade, como Ribau Esteves, Presidente da Câmara de Aveiro, Elisabete Rita da AIDA e Maria João Conde da APSEI. O evento foi realizado no novo edifício do Cais Criativo da Costa Nova – Aveiro, com fabricantes como a Bosch, Samsung, Sony, Texecom, Siemens, Audio-Technica , Kentec/Hochiki, Dahua, entre outros. Carlos Dias, CEO da NAUTA, apresentou alguns dados estatísticos sobre a atividade

MICROSEGUR CELEBRA 20 ANOS

UTC F&S ORGANIZOU EVENTO DEDICADO AO SETOR BANCÁRIO

A MicroSegur comemorou no passado dia 31 de maio 20 anos de atividade na Segurança Eletrónica, posicionando-se no estudo, conceção, desenvolvimento e fornecimento de soluções e sistemas à medida das necessidades dos seus clientes. Em 2003, iniciou um processo de internacionalização com a criação de uma delegação em Angola e em 2011 em Moçambique. Para além de assinalar o 20.º aniversário, a Microsegur inaugurou também uma nova sede no centro de Lisboa, onde está também a apostar na vertente formação através da Training4NewSkills. A inauguração contou com a presença de vários clientes, fornecedores e parceiros de negócio da Microsegur, assim como outras figuras de destaque no sector de Segurança e no panorama empresarial português. www.microsegur.pt V 06.

No passado dia 9 de maio, a UTC F&S organizou, num contexto Ibérico e em parceria com a SEGURITECNIA, no Teatro El Principito, em Madrid, o evento “Atraco a las 12” destinado ao setor bancário.

O espaço onde decorreu o evento promovido pela UTC F&S.

O evento dividiu-se em 3 vertentes, nomeadamente um sketch teatral que simulou um assalto e as vicissitudes do mesmo, a apresentação de Ramsés Gallego (Symantec), sobre a segurança como um pilar fundamental nos

negócios de hoje e por fim, um almoço com todos os convidados presentes. Do setor bancário marcaram presença representantes do Bankinter, Barclays, RSI, Banco de España, Liberbank, BBVA, Banco Edmond Rothchild, Deutsche Bank, Banco de Santander, Caixabank, Credit Suisse, Caja Rural de Salamanca, Banco Credito Cooperativo e a Caja Rural Castilla la Mancha. www.utcfssecurityproducts.es. V

O galardão atribuído à Wilo representa um forte fator motivador para a marca.

WILO GANHA O OURO NOS “GERMAN BRAND AWARDS”

O Conselho Alemão de Design e o Instituto Nacional da Marca da Alemanha premiaram a WILO com o ouro nos “German Brand Awards”. A Wilo competiu na classe "Excelência Industrial em Desenvolvimento de Marca"

da empresa, referindo que a quantidade de cabos vendidos todos os anos completam mais de 23 voltas ao mundo a cada ano. Foram vendidas 55.000 câmaras de videovigilância nos últimos 2 anos, meio milhão de artigos processados todos os anos e foram feitas diversas obras em vários países. O evento foi marcado pelo Jantar de Gala com a entrega de lembranças aos colaboradores que completaram 20, 15 e 10 anos de empresa em 2017, assim como os 4 parceiros que há mais tempo interagem com a NAUTA. A noite encerrou com um espetáculo de Rita Guerra. www.nauta.pt V

na categoria "Máquinas e Engenharia". Durante a cerimónia de entrega dos galardões, Oliver Hermes, presidente do Conselho de Administração da WILO defendeu que uma marca só pode ser

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desenvolvida no contexto de uma boa cultura corporativa, uma imagem de marca consistente a nível internacional, e em particular um entusiasmo de todos os empregados na hora de desenvolver os valores da empresa, afirmando que "neste contexto, não se pode considerar apenas este prémio como uma distinção, mas como um fator motivador para seguir o potenciamento da marca WILO." www.wilo.pt. V



— EM DESTAQUE

// setor

nacional e internacional, foram também palco para encontros B2B, conferências, workshops, ações de formação, demonstrações e atribuição de prémios. V ORDEM DOS ARQUITECTOS PROMOVEU CONFERÊNCIA SOBRE PROJETO BASEADO NO DESEMPENHO

DECRETO-LEI Nº 31/2017 — COMPATIBILIDADE ELETROMAGNÉTICA No passado dia 22 de março foi publicado o Decreto-Lei n.º 31/2017, que veio transpor para a ordem jurídica interna, a Diretiva n.º 2014/30/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro de 2014, relativa à harmonização da legislação dos Estados-Membros respeitante à compatibilidade eletromagnética e revogando o Decreto-Lei n.º 325/2007, de 28 de setembro. Este Decreto-Lei veio estabelecer disposições distintas para os aparelhos e para as instalações fixas, no que diz respeito às regras aplicáveis à compati-

bilidade eletromagnética dos equipamentos. V

de segurança e saúde no trabalho na implementação do REACH. V

ACT DISPONIBILIZA FOLHETOS SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DO REACH

TEKTÓNICA E SEGUREX 2017 REFLETIU CLIMA DE EVOLUÇÃO DOS SETORES DA SEGURANÇA E CONSTRUÇÃO

A Autoridade para as Condições do Trabalho disponibilizou recentemente na sua página eletrónica folhetos para apoio aos Técnicos de Segurança e Saúde no Trabalho no âmbito da implementação do Regulamento REACH. Os folhetos, que podem ser descarregados da página eletrónica da ACT, versam sobre a avaliação do risco químico, o enquadramento legal do fabrico e da utilização de produtos químicos, a comunicação dos riscos químicos na cadeia de abastecimento e o papel do técnico

A 19ª edição da Tektónica decorreu em simultâneo com a 17ª edição do Segurex tendo recebido 41.920 visitantes (aumento de 9% em relação à edição anterior) que durante os 4 dias proporcionaram contactos e oportunidades de negócio, juntamente com os 600 expositores que participaram nos dois certames. Duas feiras em simultâneo, que para além de terem proporcionado um ambiente profissional estimulando os negócios a nível

Decorreu no passado dia 2 de junho a 2ª edição da Conferência Internacional SCIE Projeto Baseado no Desempenho (PBD), um evento promovido pela Ordem dos Arquitectos, na sua Sede em Lisboa. A conferência permitiu a discussão do enquadramento regulamentar da segurança contra incêndio em edifícios, do controlo de fumo em grandes volumes, da simulação de incêndio e foram ainda apresentados exemplos de aplicação do projeto baseado no desempenho. A APSEI marcou presença no evento com uma apresentação sobre os requisitos para a prática profissional do projeto baseado no desempenho, por Maria João Conde, e na moderação do debate do painel sobre as aplicações do PBD por Ana Ferreira. V PUB 17.- 20. Oktober 2017 Düsseldorf, Germany

PEOPLE

INTERNATIONAL TR ADE FAIR  WITH CONGRESS SAFETY

MATTER.

SECURITY HEALTH AT WORK

17  -  20  OCTOBER  2017  DÜSSELDORF, GERMANY

OS DESAFIOS NÃO DESAPARECEM.  TORNAM-SE DIFERENTES. O mundo do trabalho encontra-se em mudança. E ninguém sabe isso melhor do que as pessoas no seu local de trabalho onde enfrentam a digitalização, as novas tecnologias, um aumento da flexibilidade e uma enorme intensificação do trabalho. Prepare-se para enfrentar os novos desafios: com a feira profissional número 1 e com cerca de 1.900 expositores do mundo inteiro. www.AplusA-online.com

08.

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Walter & Cia, Lda Largo de Andaluz, 3º Esq. 2 1050-004 _ Lisboa PORTUGAL Tel: 213 556 254 _ Fax: 213 539 311 geral@walter.pt _ www.walter.pt


CRIMINALIDADE DIMINUIU MAS A ÁREA FLORESTAL ARDIDA AUMENTOU SIGNIFICATIVAMENTE EM 2016 Os dados relatório Anual de Segurança Interna relativo ao ano de 2016 traçam um quadro geral da criminalidade e de ocorrências no nosso país. Comparativamente a 2015 registaram-se menos 13.558 participações de ocorrências o que equivale a uma diminuição de 7,1%. Entre as principais variações face a 2016, destaque para a diminuição de diferentes tipos de furtos, nomeadamente furtos em veículos motorizados (21.424 participações – menos 15,5%), furtos em residências com arrombamento, escalamento ou chaves falsas (14.369 participações – menos 11,2%) e de outros furtos (7.160 participações – diminuição de 26,9%). Os incêndios com fogo posto em floresta, mata, arvoredo ou seara também diminuíram 12,1% (8.779 participações). O único aumento significativo no número de participações registou-se nos furtos em edifícios comerciais/industriais sem arrombamento, escalamento ou chaves falsas, com 6.777 participações, ou seja, um aumento de 11,7% face a 2015. Na criminalidade violenta e grave acentuou-se a tendência de decréscimo observada nas participações nos últimos anos, com menos -11,6% que em 2015. Importa ainda destacar as diminuições de -63% de participações de roubos a farmácias, -39% de roubos a bancos e outros estabelecimentos de crédito, -33% de roubo a tesourarias e estações de correios. Refira-se, por outro lado, que foi registado o aumento de 11% de roubos a postos de abastecimento de combustíveis e de 67% de roubos a transporte de valores. No âmbito da segurança privada foram controlados 26.370 indivíduos, um aumento de 17,8% face a 2015. Foram levadas a cabo 12.159 ações de fiscalização (mais 45,7% face a 2015) e detetadas 1.925 infrações contraordenacionais que correspondem a menos 10,8% de infrações face ao ano anterior. Nestas intervenções foram detidos 39 indivíduos e detetados 123 crimes, uma diminuição de 49% e 61% respetivamente. No âmbito dos incêndios florestais assinala-se o registo de 13.333 incêndios florestais e uma área ardida de 154.944 hectares. Estes

valores representam uma diminuição do número de ocorrências face aos valores verificados em 2015, mas um aumento significativo da área ardida, mais 142,3%. O valor da área ardida foi bastante superior à média dos últimos 10 anos que se situa nos 105.994 ha. Para este resultado contribuiu o elevado número de ocorrências verificado

num período de 10 dias, entre 6 e 15 de agosto, com o registo médio de 320 incêndios/dia, que originaram 68% do total de área ardida (mais de 105.000 ha). No âmbito da Proteção Civil, o Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro registou um total de 189.430 ocorrências, das quais 6.718 foram relativas a incên-

dios em habitação, 679 incêndios industriais e 9.733 outros incêndios (excluindo os incêndios rurais). As ocorrências sofreram um ligeiro aumento, mais 6%, devido a ocorrências relacionadas com as intervenções em infraestruturas e vias de comunicação, decorrente da maior atividade relacionada com inundações. V

— Criminalidade participada 2006–2016.

7,5% 421.037

2,0% 391.085

-0,6% 413.600 -2,3% 395.827

416.058 -1,2%

405.288 -2,0%

391.611 0,1%

368.452 -6,9%

351.311

1,3% 356.032 -7,1% 330.872

343.768 -6,7% 2007

2008

2009

2010

CRIMES VIOLENTOS E GRAVES

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2015

2016

Na Via Pública (exceto esticão)

7037

6492

-7,74%

Por esticão

5704

4311

-24,42%

Transportes Públicos

626

629

0,48%

Residências

676

591

-12,57%

Edifícios Comerciais e Industriais

VAR. %

521

507

-2,69%

Outros roubos

359

323

-10,03%

Viaturas

158

139

-12,03%

Posto de Abastecimento de Combustível

123

137

11,38%

Estabelecimento de Ensino

39

41

5,13%

Bancos ou outro estabelecimento de crédito

64

39

-39,06%

Farmácias

94

35

-62,77%

Transporte de Valores

18

30

66,67%

Ourivesarias

29

23

-20,69%

Tesouraria ou Estação dos Correios

24

16

-33,33%

15472

13313

-13,95%

TOTAL

proteger  ABRIL | JUNHO 2017

09.


— NOTÍCIAS

c

COMUNICADO APSEI INCÊNDIOS DE PEDRÓGÃO GRANDE E DE LONDRES

A APSEI – Associação Portuguesa de Segurança vem apresentar as condolências às famílias das vítimas do incêndio de Pedrógão Grande e prestar homenagem aos bombeiros, agentes de segurança e entidades que estão a participar de forma heroica nas operações de emergência.

Os últimos dias confrontaram a comunidade da Segurança contra Incêndio com duas situações extremas: o incêndio que ainda ocorre na zona de Pedrógão Grande/Castanheira de Pêra/Figueiró dos Vinhos e o incêndio da Grenfell Tower

c

COMISSÃO EUROPEIA CESSA OS TRABALHOS RELATIVOS À HARMONIZAÇÃO DA CERTIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE ALARME

A Comissão Europeia anunciou a descontinuidade de todas as iniciativas referentes à elaboração do esquema de certificação harmonizada para componentes de sistemas de alarme no âmbito do security. O objetivo desta iniciativa era o de elaborar legislação europeia para regular a colocação destes sistemas no mercado, através da aposição da marcação CE nos referidos sistemas, tendo por base as atuais normas europeias existentes que seriam adaptadas de forma a constituir normas harmonizadas. Os Estados-Membros deixariam assim de poder exigir que os sistemas de alarme, para poderem ser colocados nos seus mercados nacionais, tivessem de possuir as certificações/ marcas de qualidade atualmente exigidas. Isto contribuiria para 10.

em Londres. Em ambos um terrível denominador comum: a muito relevante perda de vidas humanas. A APSEI desenvolveu um estudo preliminar que permite perceber as várias dimensões da segurança em causa no caso do incêndio da

o aumento da competitividade e sustentabilidade dos operadores económicos, nomeadamente dos fabricantes destes equipamentos e sistemas. Apesar de já colaborar com a EURALARM há mais de 5 anos nesta iniciativa, a Comissão Europeia decidiu que a harmonização da certificação destes equipamentos e sistemas já não é prioritária, uma vez que as atuais prioridades da Comissão estão centradas na resolução de questões em que a ação da Comissão Europeia é mais necessária. Apesar desta decisão, a EURALARM anunciou que continuará a explorar iniciativas de forma a agilizar a certificação na área do security, com o objetivo de remover as barreiras ao comércio e avançar para um mercado único. V

Grenfell Tower e revela lições a aprender, conclusões a retirar e oferece orientações a atender no futuro. Na próxima edição da PROTEGER poderá consultar um artigo sobre esta ocorrência e as reações internacionais. A APSEI iniciará também um estudo sobre o incêndio que ainda ocorre na zona de Pedrógão Grande/Castanheira de Pêra/ Figueiró dos Vinhos, onde uma ocorrência de origem natural se converteu numa imensa catástrofe para tecidos industriais e residenciais locais. Também

s

SEGURANÇA NO TRANSPORTE DE MERCADORIAS PERIGOSAS: ESTATÍSTICAS E REGULAMENTOS PORTUÁRIOS

A Segurança no transporte de mercadorias perigosas é uma das áreas de mais recente intervenção da APSEI. Ultimamente foram constituídos e já estão em funcionamento dois grupos de trabalho que visam dedicar uma especial atenção aos seguintes temas: Estatísticas de transporte e Regulamentos Portuários. Sobre o primeiro grupo de trabalho importa dizer que tem como finalidade procurar direcionar as estatísticas disponíveis sobre transporte de mercadorias perigosas (designadamente do relatório do Conselheiro de Segurança) para as necessidades técnicas de segurança e formação específica dos intervenientes no manuseamento, controlo e transporte das mercadorias perigosas, bem como disponibilizar informações de importância para o planeamento e eficiência

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neste caso, há desde já um vislumbre das várias dimensões da segurança em causa e de lições a aprender, conclusões a retirar e relevantes orientações a atender no futuro. À hora de fecho desta edição da PROTEGER ainda existiam incêndios ativos nestas regiões, não sendo ainda conhecida a dimensão final desta catástrofe. As ações desenvolvidas pela APSEI e seus associados visam contribuir para o incremento de uma cultura de prevenção e segurança em Portugal. V

na resposta às ocorrências com matérias perigosas. O segundo grupo de trabalho foi constituído porque se entendeu premente e necessário a contribuição para a revisão e atualização dos regulamentos portuários na perspetiva de promover a segurança e uma melhor harmonização e operacionalização das disposições legalmente exigidas ao transporte multimodal de mercadorias perigosas. Este grupo integra as várias partes interessadas (IMT, DGRM, ACT e vários portos nacionais) e tem como objetivo último apresentar o resultado deste trabalho às entidades responsáveis pela regulamentação portuária. Os interessados nestas matérias e em integrar qualquer um dos grupos de trabalho poderão consultar a APSEI. V


t

30º FÓRUM APSEI ABORDOU A EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS NA INDÚSTRIA

No passado dia 18 de abril, a APSEI levou a cabo o seu 30º Fórum com o tema “Soluções de Extinção de Incêndio para a Indústria”. Esta iniciativa teve lugar no auditório do CICCOPN, na Maia, onde estiveram presentes mais de 150 profissionais de diversas áreas da segurança. O fórum teve início com o enquadramento legal dos sistemas de extinção por água feito por Ana Ferreira, da APSEI.

a

Os participantes puderam compreender as diferenças entre os meios de primeira e de segunda intervenção e quais as exigências presentes no Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios (Portaria nº 1532/2008). Seguidamente, Francisco Pina da Prosegur apresentou as soluções de extinção por água, com especial enfoque nos sistemas de extinção por sprinklers.

ANPC ESCLARECE MERCADO SOBRE REGISTO DE ENTIDADES

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) realizou, no passado dia 5 de maio, no âmbito do salão SEGUREX 2017, uma palestra para esclarecimento do processo de registo das entidades de comércio, instalação e/ou manutenção de equipamentos e sistemas de segurança contra incêndio em edifícios.

Neste evento a ANPC clarificou o mercado relativamente ao processo inicial de registo das entidades e de acreditação dos respetivos Técnicos Responsáveis, tendo ainda prestado esclarecimentos relativamente ao procedimento de renovação da acreditação destes responsáveis.

Carlos Dias Ferreira, especialista em SCIE, abordou as atmosferas explosivas (ATEX), um tema particularmente relevante para várias indústrias. Após serem apresentadas medidas de prevenção, medidas de proteção e o risco grave para a segurança na ausência da sua implementação, Carlos Dias Ferreira deixou uma pergunta para reflexão para quem tem responsabilidades de segurança numa indústria: será hoje um dia de sorte ou um dia de segurança? Por parte da empresa P2i, Paula Carvalho esclareceu os participantes do 30º Fórum APSEI sobre as diferenças entre a alta pressão e baixa pressão dos Sistemas de Água Nebulizada. Após o intervalo, coube a Ricardo Moreira, da fabricante nacional Sinalux, apresentar qual a sinalização de segurança que é aplicada aos Sistemas de Extinção de Incêndio para a Indústria. Por sua vez, Jorge Garrido da SIEX, apresentou as soluções de extinção através de agentes de extinção por inertes e CO2 e quais as suas vantagens de utilização.

O ponto de vista do cliente final foi exposto por Inês Silva, representante da Ansell, uma empresa multinacional e que tem uma unidade fabril em Vila Nova de Poiares, em Coimbra, onde são fabricadas luvas de proteção mecânica. Inês Silva apresentou o estudo de caso da sua empresa, indicando quais as soluções de segurança instaladas e quais as vantagens da proteção contra Incêndio na perspetiva da indústria. A encerrar a manhã de trabalhos, António Rosa Gomes, da Tecniquitel, dedicou a sua apresentação aos sistemas de extinção por espuma em parques logísticos de combustíveis. A tarde ficou marcada pela realização de mais uma Assembleia do Núcleo Autónomo de Proteção Ativa, da APSEI, onde decorreu um minicurso sobre a credibilidade dos simulacros, ministrado por José Goulão Marques, e um debate sobre os critérios de escolha dos sistemas de extinção por gases conduzido por Pedro Pequito da P2i. V

Para além dos processos de registo e de acreditação, durante a palestra foram ainda prestados alguns esclarecimentos sobre as alterações que são expectáveis de ser introduzidas na Portaria nº 773/2009 e no Despacho nº 10738/2011. Neste sentido foi referido o facto de ser expectável que a nova Portaria de registo de entidades passe a incluir novos equipamentos e sistemas, entre os quais a iluminação de emergência, e que a atividade de comércio seja retirada do âmbito do registo. No que diz respeito ao Regulamento de Acreditação dos Técnicos Responsáveis, a ANPC relevou a necessidade das entidades formadoras que ministram os cursos para acreditação dos técnicos

responsáveis terem de ser certificadas pela DGERT na área de formação 861 “Proteção de pessoas e bens”, assim como o facto de ser expectável que haja uma maior clarificação dos conteúdos dos cursos de formação. O registo das entidades na Autoridade Nacional de Proteção Civil é obrigatória desde 2009, data da entrada em vigor da Portaria nº 773/2009, de 21 de julho. A lista das entidades registadas e, portanto, autorizadas a exercer atividades de comércio, instalação e/ou manutenção de equipamentos e sistemas de segurança contra incêndio no mercado nacional pode ser consultada na página eletrónica da ANPC, em www.prociv.pt. V

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11.


— ESPAÇO ASSOCIADO TRÊS CONVIDADOS. PERGUNTA & RESPOSTA.

P &R a associados da apsei

Manuel Viana CEO VIANAS

A Vianas abrange praticamente todas as áreas do Safety & Security e principalmente na representação e distribuição de equipamentos, manutenção e assistência técnica, engenharia de segurança, consultoria, formação, saúde e higiene no trabalho.

Qual o tema da atualidade do setor que mais vos preocupa? A falta de rigor e qualidade apresentada por alguns players que se misturaram neste setor e que desvirtuam o propósito que deve reger as empresas que atuam na área de segurança, com pouca ou mesmo nenhuma preocupação com valores como a ética, o equilíbrio e o rigor para com a sociedade. Quais os principais projetos no horizonte? A Vianas está apostada em reforçar a sua presença no mercado e paralelamente dar maior enfâse à área de Projetos Especiais na integração produto e serviço bem como em Engenharia de Segurança para a qual criou uma forma inovadora de se apresentar ao cliente final através de um Gabinete de Investigação e Desenvolvimento (I&D). O Departamento de Engenharia de Segurança da VIANAS apresenta soluções e equipamentos únicos adaptados a cada objetivo solicitado pelo cliente, sempre utilizando soluções tecnologicamente inovadoras. Quais as atividades desenvolvidas pela APSEI que mais valoriza? As atividades da APSEI que mais se valorizam são o foco na promoção de um enquadramento jurídico e normativo mais adequado à atividade, as ações de formação destinadas à evolução dos profissionais do setor e que os habilita a um mais rápido desenvolvimento dos seus conhecimentos e capacidades técnicas e a oportunidade de proporcionar aos seus associados meios de divulgação de serviços, produtos e equipamentos inovadores e de importância indesmentível para o setor. V

12.

António Gomes Sócio-gerente A. GOMES & GOMES

A A. GOMES & GOMES efetua a comercialização e instalações de Equipamentos de Proteção Ativa contra incêndios.

Qual o tema da atualidade do setor que mais vos preocupa? Preocupa-nos a falta de fiscalização no sector. Isto cria uma grande desigualdade entre empresas que cumprem as normas e as restantes que não as cumprem e esta situação desmotiva quem trabalha de forma legal. Quais os principais projetos no horizonte? Estamos a proceder à conclusão da base de dados informatizada nos serviços de instalação/manutenção, de forma a agilizar a burocracia na documentação e poder dar ao cliente acesso imediato online aos nossos serviços. Quais as atividades desenvolvidas pela APSEI que mais valoriza? Valorizamos o essencialmente o apoio que é prestado na formação ao nível da legislação e da informação técnica. V

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Manuel Proença Técnico Responsável de SCIE EXTINFOGO MADEIRENSE

A segurança integral é o conceito basilar na Extinfogo Madeirense. Os seus serviços vão desde o fornecimento de extintores de incêndio, à conceção das medidas de autoproteção, bem como à formação de todos os envolvidos na implantação dessas medidas. Porém, é na manutenção dos equipamentos e nos serviços pós venda que mais esforços envida, sempre em prol da qualidade e da excelência do nosso produto.

Qual o tema da atualidade do setor que mais vos preocupa? O carácter prescritivo da legislação de segurança contra incêndios, em detrimento de um caráter baseado no desempenho e na adequação dos sistemas ao nível de segurança pretendido, é aquilo que mais nos preocupa. Pois impede-nos de fornecer soluções consentâneas com a capacidade financeira dos clientes, sem obstar a níveis de segurança perfeitamente aceitáveis do ponto de vista técnico e da sociedade. Quais os principais projetos no horizonte? A Extinfogo pretende fechar o círculo da segurança, ou seja, ter capacidades próprias ou subcontratadas para fornecimento de todo o tipo de equipamento, formação e treino nas diversas vertentes da prevenção, socorro e mitigação. A curto prazo daremos o passo da certificação de qualidade e pedagógica da formação que ministramos. Quais as atividades desenvolvidas pela APSEI que mais valoriza? A APSEI é importantíssima ao nível do fornecimento de informação técnica e da regulação do setor (mesmo que pudessem ir mais além neste último campo). Permite limitar a concorrência desleal dos diversos players do mercado e possui um portfolio de formação adequado às solicitações legais e aos requisitos de qualidade dos seus associados. V


secuRity management sOFtWaRe

ac r e s c e nte i nte l i g ê n c i a ao s s e u s s i s te m a s

WORKFLOW inteLigente

Business inteLLigence

forneça procedimentos e oriente o seu operador para minimizar o risco de decisões erradas

obtenha relatórios e use as ferramentas de auditoria para monitorizar as suas operações

iOt Ready

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integre vários sistemas de diferentes fabricantes numa plataforma unificada

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W W W . a g O R a s y s t e m s . c O m


— FORMAÇÃO

// formação apsei

NOTÍCIAS APSEI VISITA AEROPORTO DE LISBOA

EM FOCO CURSO DE TÉCNICO EUROPEU DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO TEXTO Ana Ferreira APSEI

A APSEI visitou, no fim de maio, as infraestruturas do Aeroporto de Lisboa, no âmbito do seu Curso de Técnico Europeu de Segurança contra Incêndio. Durante a visita, que foi acompanhada pelo responsável de segurança da ANA – Aeroportos de Portugal, a APSEI e os formandos do curso de Técnico Europeu de Segurança contra Incêndio, tiveram a oportunidade de conhecer a zona de handling de bagagem, o Centro de Monitorização Técnica, a partir do qual é efetuado o controlo e a gestão da zona ar do aeroporto, e ainda o Centro de Operações de Emergência, a partir de onde são geridas todas as situações de emergência que possam ocorrer. A visita aconteceu no âmbito do trabalho final do curso de Técnico Europeu de Segurança contra Incêndio da APSEI, que consiste na realização de uma simulação de auditoria de segurança contra incêndio a um edifício enquadrado na UT VIII ou na UT XII. Este curso, que tem a chancela da confederação europeia CFPA-E, destina-se a todos os que pretendam adquirir conhecimentos abrangentes e aprofundados sobre a segurança contra incêndio em Edifícios, realizando-se em Lisboa mas também no Porto. V 14.

Para todos os que pretendam possuir um conhecimento abrangente da segurança contra incêndio, a APSEI tem disponível o curso de Técnico Europeu de Segurança contra Incêndio, um curso com a chancela da confederação europeia CFPA-Europe que é reconhecido nos vários países que integram a referida confederação.

o comportamento humano em situações de emergência, e ainda os vários produtos, equipamentos e sistemas que podem ser utilizados na proteção contra incêndio dos edifícios, assim como uma metodologia para avaliação e gestão de riscos de incêndio. Com a realização do curso são ainda adquiridas competências em termos de gestão da

Nas 112h de formação que constituem o curso são abordadas, para além da legislação nacional de segurança contra incêndio em edifícios, matérias fundamentais à compreensão da segurança contra incêndio dos edifícios. Assim, no curso são tratados a fenomenologia da combustão, pedra basilar da segurança contra incêndio,

A Confederação Europeia de Associações de Proteção contra Incêndio é uma associação de organizações europeias nacionais que tem como principais preocupações a prevenção e a proteção contra incêndio, mas também a segurança eletrónica (security) e a segurança contra riscos naturais. As suas principais mais-valias são a partilha de experiências e conhecimentos técnicos entre os vários países, o desenvolvimento de oferta formativa, a disponibilização de regras de boas práticas sobre as várias vertentes da segurança em que atuam e a realização de eventos para disseminação do conhecimento técnico.

Proteção Contra Incêndio

Security

Cursos de Formação

Investigação

Guias

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Riscos Naturais


Inscreva-se no Curso Técnico Europeu de Segurança Contra Incêndio Conteúdos — Fenomenologia da combustão: 7 horas — Legislação de SCIE: 4 horas — Regulamento Técnico de SCIE: 12 horas —E quipamentos de Primeira Intervenção: 3,5 horas —C omportamento Humano em Situações de Emergência: 3,5 horas —O rganização e Gestão de Segurança contra Incêndios em Edifícios: 8 horas —S istemas Automáticos de Deteção de Incêndios e Gases: 8 horas — Sistemas Fixos de Extinção por Gases: 8 horas

manutenção de sistemas de segurança contra incêndio, da realização de auditorias de segurança contra incêndio e de utilização de equipamentos de combate a incêndio. Neste último aspeto destacamos o facto do curso integrar 8h de formação prática, realizadas na Escola Nacional de Bombeiros, e durante as quais os formandos têm a oportunidade de aprender a utilizar equipamentos de primeira intervenção, designadamente extintores, mantas ignífugas e bocas de incêndio do tipo carretel. O curso de Técnico Europeu de Segurança contra Incêndio da APSEI dá acesso ao diploma europeu de “Fire Safety – Technical Cycle” da CFPA – Europe. A APSEI é, inclusivamente, a única entidade em Portugal autorizada a ministrar os cursos de formação desta confederação. Para acederem a este diploma, os formandos necessitam de ter aprovação no exame final do curso, onde são abordadas todas as matérias lecionadas ao longo das 112h de formação, e de ter aprovação no trabalho final que integra o curso. Este trabalho final, que tem por base a realização de uma simulação de uma auditoria de segurança contra incêndio numa instalação real enquadrada numa UT VIII (edifícios comerciais) ou XII

(edifícios industriais), implica a aplicação do Regime Jurídico de Segurança contra Incêndio em Edifícios e o Método de Gretener, abordado no módulo de Avaliação e Gestão de Riscos de Incêndio. Assim, do trabalho final fazem parte a realização de um relatório escrito, onde devem ser identificadas as medidas de proteção que devem ser implementadas no espaço em análise, tendo por base a legislação nacional de segurança contra incêndio, e demonstrada a aplicação do Método de Gretener, e a defesa oral do trabalho, que é individual e avaliado por um júri constituído por três dos formadores do curso. Os formandos que obtiverem aprovação em todas as componentes do curso terão assim acesso a três documentos no final da formação, designadamente ao certificado de formação da APSEI, enquanto entidade formadora certificada pela DGERT, ao certificado de formação referente à formação prática de utilização de meios de combate a incêndio, emitido pela Escola Nacional de Bombeiros, e ainda ao Diploma de Técnico Europeu de Segurança contra Incêndio, emitido pela confederação europeia CFPA – Europe. Pela sua abrangência e profundidade, o curso poderá ser frequentado por todos os que pretendam aprofundar

—S istemas de Proteção Passiva contra Incêndios: 8 horas — Sistemas de Controlo de Fumo: 8 horas — Sistemas de Extinção por Água: 7 horas —U tilização de equipamentos de combate a incêndio: 8 horas —G estão da Manutenção de Sistemas de Segurança contra Incêndios: 7 horas —A valiação e Gestão de riscos de incêndio: Método de cálculo: 8 horas —A uditorias de Segurança contra Incêndios em Edifícios: 8 horas —R egulamentação: UT VIII – edifícios comerciais e UT XII – Industriais, oficinais e armazéns – Visita Técnica: 4 horas — Exame e trabalho final

Conheça as datas em: www.apsei.org.pt/formacao

os seus conhecimentos na área da segurança contra incêndio, designadamente por responsáveis, delegados e diretores de segurança, peritos de seguros e analistas de risco, fabricantes e instaladores de sistemas de segurança contra incêndio, quadros da Proteção Civil, corpos de bombeiros e outros técnicos de licenciamento e fiscalização, projetistas e consultores de segurança e técnicos de segurança no trabalho, entre outros. Para além dos conteúdos formativos e da chancela

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da CFPA-E, destaca-se em particular a qualidade dos formadores do curso, que em muito contribui para o elevadíssimo nível de qualidade que caracteriza a oferta formativa da APSEI. A APSEI realiza este curso na zona da Grande Lisboa e do Porto, pelo menos uma vez em cada semestre do ano. Para informações mais detalhadas sobre o curso, aconselha-se a consulta do catálogo de formação da APSEI na sua página eletrónica, em www.apsei.org.pt. V 15.


— FORMAÇÃO APSEI

// agenda de formação INSCREVA-SE NOS CURSOS DA APSEI E INVISTA EM FORMAÇÃO DE QUALIDADE. CONSULTE O CALENDÁRIO COMPLETO EM WWW.APSEI.ORG.PT

LOCAL

16.

CURSO DE FORMAÇÃO

DATA

LISBOA

TÉCNICO RESPONSÁVEL DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO – RENOVAÇÃO

21 set

PORTO

TÉCNICO RESPONSÁVEL DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO – RENOVAÇÃO

21 set

PORTO

TÉCNICO DE SECURITY

PORTO

REGIME JURÍDICO DE SEGURANÇA PRIVADA

23 set

PORTO

MANUTENÇÃO DE EXTINTORES – RENOVAÇÃO

25 set

PORTO

SISTEMAS DE DETEÇÃO DE INTRUSÃO

29 set

LISBOA

MANUTENÇÃO DE EXTINTORES – RENOVAÇÃO

2 out

PORTO

MANUTENÇÃO DE EXTINTORES – INICIAL

9 out – 12 out

LISBOA

TÉCNICO RESPONSÁVEL DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO – INICIAL

12 out – 14 out

LISBOA

TÉCNICO EUROPEU DE SCI

12 out – 7 dez

LISBOA

REGULAMENTO TÉCNICO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

13 out – 14 out

LISBOA

REGIME JURÍDICO DE SEGURANÇA PRIVADA

LISBOA

ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

LISBOA

SISTEMAS DE DETEÇÃO DE INTRUSÃO

20 out

LISBOA

FENOMENOLOGIA DA COMBUSTÃO

21 out

LISBOA

SISTEMAS DE VIDEOVIGILÂNCIA – INICIAL

21 out

LISBOA

SISTEMAS DE EXTINÇÃO POR ÁGUA

23 out – 25 out

PORTO

TÉCNICO RESPONSÁVEL DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO – INICIAL

26 out – 28 out

PORTO

TÉCNICO EUROPEU DE SCI

26 out – 29 nov

PORTO

REGULAMENTO TÉCNICO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

27 out – 28 out

PORTO

ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

LISBOA

REDES INFORMÁTICAS APLICADAS AOS SISTEMAS ELETRÓNICOS DE SEGURANÇA

LISBOA

MANUTENÇÃO DE EXTINTORES – INICIAL

PORTO

FENOMENOLOGIA DA COMBUSTÃO

LISBOA

SISTEMAS DE DETEÇÃO DE INCÊNDIO E GASES

10 nov – 11 nov

LISBOA

SISTEMAS DE PROTEÇÃO PASSIVA

13 nov – 15 nov

LISBOA

SISTEMAS DE VIDEOVIGILÂNCIA – AVANÇADO

16 nov – 18 nov

LISBOA

SEGURANÇA EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS (ATEX)

17 nov – 18 nov

LISBOA

SISTEMAS DE CONTROLO DE FUMO

17 nov – 18 nov

PORTO

SISTEMAS DE VIDEOVIGILÂNCIA – AVANÇADO

14 dez – 16 dez

23 set – 21 out

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14 out 19 out – 20 out

2 nov – 3 nov 4 nov 6 nov – 9 nov 8 nov



Soluções de extinção de incêndios para a indústria. Os edifícios industriais estão particularmente sujeitos a riscos de incêndios devido a vários fatores, desde os processos de transformação até aos produtos acabados armazenados. Nesta edição abordamos os benefícios dos diferentes sistemas de extinção de incêndios (por água e por agentes gasosos) e apresentamos a visão concreta de uma indústria sobre a segurança. 18.

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1

— A EXTINÇÃO POR ÁGUA TEXTO José Dias Barata Especialista em Segurança contra Incêndio ????

Tomando como referência o Regime Jurídico da Segurança Contra Incêndios, Decreto-Lei 220/2008, de 12 de novembro, e, posteriormente a sua republicação através do Decreto-Lei 224/2015, de 09 de outubro, o qual constitui a sua primeira alteração, vamos abordar neste artigo as soluções de extinção de incêndios para a indústria. No que se refere à caracterização do uso e respetivas categorias de risco, a utilização-tipo XII (Industriais, Oficinas e Armazéns) é uma das utilizações-tipo que apresenta maiores perigos e riscos de eclosão de incêndios, não só pelos processos de transformação envolvidos, equipamentos de produção, matérias primas e produtos acabados armazenados, mas também pela carga de incêndio presente e as áreas dos compartimentos considerados. Nestes termos vamos abordar os sistemas de extinção que utilizam a água como agente extintor, por ser este o agente mais abundante na natureza, o mais económico, o que apresenta melhores

características extintoras e ser o de mais fácil obtenção e aplicação, tendo, como é óbvio, o cuidado da sua adequabilidade às diversas situações. No que se refere às suas características extintoras, salientemos o facto de possuir elevada

A utilização-tipo XII é uma das que apresenta maiores perigos e riscos de eclosão de incêndios.

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capacidade de limitação de temperatura (calor específico = 1,00 caloria/g.ºK), arrefecendo os materiais em combustão, e por outro lado, o facto de por cada litro de água totalmente evaporada se obter cerca de 1700 litros de vapor, que ao expandir-se, também cria tendências de limitação de comburente na envolvente do incêndio. Conclui-se assim, que o agente extintor água promove a extinção dos incêndios por arrefecimento (limitação de temperatura), e asfixia (limitação de comburente) das chamas. Recorda-se, também, no decorrer de uma ação de extinção com água, o efeito de reflexão, com dispersão no ambiente, de energia calorífica radiada e o molhamento de superfícies combustíveis com limitação de condições de ignição e acendimento, bem como a diluição de combustível no caso dos combustíveis líquidos. Regra geral, a solução de extinção para a indústria assenta na criação de uma rede de distribuição de água, dedicada ao serviço de incêndios, responsável por disponibilizar em 19.


— TEMA DE CAPA

permanência e nas condições hidráulicas requeridas de caudal e pressão, o agente extintor aos diversos subsistemas de extinção a instalar no complexo industrial. Para além da legislação vigente, que estabelece os requisitos mínimos de segurança contra incêndios em edifícios e recintos, existem outros normativos aplicáveis de reconhecida idoneidade e credibilidade a nível mundial, nomeadamente os seguintes: — EN 12845: Norma Europeia “Sistemas Fixos de Combate a Incêndio Sistemas Automáticos de Extinção por Sprinklers, Conceção, instalação e manutenção”. — N FPA: “National Fire Protection Association” — Standard 11 “Standard for Low, Medium, and High-Expansion Foam” — Standard 13 “Standard for the Installation of Sprinkler Systems” — Standard 14 “Standard for the Installation of Standpipe and Hose Systems” — Standard 15 “Standard for Water Spray Fixed Systems for Fire Protection” — Standard 16 “Standard for the Installation of Deluge Foam-Water Sprinkler Systems” — Standard 20 “Standard for the Installation of Stationary Pumps for Fire Protection” — Standard 22 “Standard for Water Tanks for Private Fire Protection” — Standard 24 “Installation of Private Fire Service Mains and Their Appurtenances” — Standard 750 “Standard on Water Mist Fire Protection Systems” —F M Global “Factory Mutual”

seguradoras, autoridades com jurisdição e terceiros com poderes de decisão em determinados casos semelhantes para poderem requerer a aplicação de quaisquer outros referenciais de Segurança Contra Incêndio, em função das diversas realidades em que cada projeto se desenvolve e que, por outro lado, não podemos perder de vista que a segurança do objeto da proteção deve ser feita na sua circunstância e sempre caso a caso. Caso o projetista de Segurança Contra Incêndios esteja condicionado a requisitos normativos externos, nomeadamente de entidades seguradoras, deverá verificar se esses requisitos normativos asseguram o cumprimento dos requisitos nacionais. Regista-se uma exceção no que se refere a centrais de bombagem para o serviço de incêndio especificadas e em conformidade com a “Factory Mutual”, uma vez que se permite que a central de bombagem possua apenas uma bomba principal. Não havendo condicionalismos sobre o referencial normativo a seguir, deve o projetista optar por qual referencial normativo vai aplicar na execução do projeto de segurança contra incêndios. Não é admissível que num mesmo projeto sejam tidos por base critérios de engenharia normativos diferentes, isto é, especificar a fonte abastecedora em conformidade com a EN 12845, a central de bombagem em confor-

sendo os equipamentos que estas redes alimentam o critério de classificação em meios de 1ª intervenção ou de 2ª intervenção. As redes de incêndios armadas de 1ª intervenção são aquelas que estão guarnecidas com carretéis, possuindo lanços de mangueira semirrígida com 20 ou 30 metros de comprimento e com DN 25 e DN32, respetivamente, tendo como equipamento terminal uma agulheta multi-posições. As redes de incêndio armadas de 2ª intervenção são aquelas que se encontram equipadas com bocas de incêndio destinadas a constituir-se como saídas de carga. Estas bocas de incêndio podem ser ou não guarnecidas, ou seja, equipadas, ou não, com lanço de mangueira flexível com 20 metros de comprimento e DN 45 ou DN 70, equipadas respetivamente com uniões Storz C=52 ou B=75. Estes meios manuais de combate a incêndio estão especificados para servirem apenas para o combate de incêndios em fase de eclosão, nos momentos iniciais da propagação e, posteriormente, no rescaldo do incêndio. De referir que também fazem parte dos meios de 1ª intervenção os extintores portáteis e móveis assim como as mantas antifogo, os quais não fazem parte do âmbito deste artigo. Assume particular destaque o facto de nas categorias de risco mais elevado este tipo de redes de incêndios, de 1ª e 2ª intervenção, deverem coexistir na utilização-tipo, dado que

ÁG

FONTE ABASTECEDORA

UA DA RE DE PÚ

CENTRAL DE BOMBAGEM SI

BL IC A

Fig. 1 Esquema de uma rede de incêndios num complexo industrial.

Em benefício da verdade e do leitor, importa referir que o critério de conceção/projeto adotado ao longo deste documento não é o único possível, enquanto referencial de “Fire Engineering”. Todavia, considera-se que é o referencial adequado ao nível de abordagem e profundidade de desenvolvimento do tema no âmbito deste artigo. O leitor terá presente que, por um lado assiste total liberdade a donos de obra/promotores/investidores, a entidades 20.

UNIÃO SIAMESA RAMAL DE ABASTECIMENTO DA FONTE ABASTECEDORA

midade com a NFPA e os sistemas de sprinklers em conformidade com o Regulamento Técnico de Segurança contra Incêndio em Edifícios (Portaria 1532/2008). A definição dos sistemas de extinção de incêndio para a indústria regra geral passa pela implementação de sistemas de extinção manuais e automáticos. Os sistemas manuais de combate a incêndio consistem nas redes de incêndio armadas, proteger  ABRIL | JUNHO 2017

uma não substituí a outra. Ambas possuem o seu tempo de intervenção. A fim de contextualizar a posição relativa dos equipamentos de um dispositivo de proteção e combate a incêndios na indústria, apresenta-se na figura 1 um esquema de uma rede de incêndios a implementar num complexo industrial. Da análise da figura 1, podemos identificar os seguintes componentes e respetivas posições relativas:


— Alimentação de água para manter a fonte abastecedora do serviço de incêndio no seu nível máximo. No caso vertente a alimentação é feita partir da rede de pública de abastecimento de água; — R eservatório de Água do Serviço de incêndio (RASI); — Central de Bombagem do Serviço de Incêndio (CBSI); — Rede de encanamentos de distribuição de água do serviço de incêndio; — H idrantes de coluna do serviço de incêndio; — Sistemas automáticos de deteção e extinção de incêndio (Sistemas sprinkler); — R ede de incêndio armada da 1ª e 2ª intervenção localizadas no interior das edificações (não visíveis na figura). — União siamesa do tipo tomada de carga seca, dispositivo de redundância de falha dos meios internos instalados. Após determinada a classificação de risco, procede-se ao estudo dos cenários de incêndio possíveis e credíveis de acontecimento, devendo ser equacionada a questão da simultaneidade, ou não, de acontecimentos. Deverá ser alvo de especial atenção o cenário mais gravoso para a instalação, o

mesmo é dizer aquele que requererá mais meios em funcionamento e, consequentemente, o que necessitará de maior quantidade de água disponível a fornecer aos sistemas envolvidos no referido cenário. Deverá ser preocupação do projetista a definição da localização da fonte abastecedora e da central de bombagem do serviço de incêndio. Deverá garantir que estes meios são implantados o mais longe possível das edificações e estruturas a proteger no sentido de minimizar a probabilidade da sua neutralização perante um incêndio. Sempre que possível deverão ser implantados num local isolado e o mais protegido possível de fenómenos da natureza, nomeadamente de taludes com possibilidades de deslizamento de terras, ou a eventualidade de possível derrocada de estruturas confinantes. Na maioria dos casos o abastecimento de água ao reservatório de água do serviço de incêndio é efetuado a partir da rede pública de abastecimento, podendo, contudo, ter outras proveniências, nomeadamente de furo hertziano, rios, barragem e até do mar. Como referido, regra geral o abastecimento do reservatório é efetuado a partir do Serviço Municipal de Água e Saneamento local, através de conduta própria munida de contador e de

válvulas de seccionamento e ainda de uma válvula de nível constante, instalada no topo do reservatório por forma a manter no nível máximo o reservatório de água do serviço de incêndio. A jusante do coletor de entrega das bombas da central de bombagem do serviço de incêndios desenvolve-se a rede de encanamentos que conduzirão a água aos consumidores finais, (equipamentos e sistemas de extinção por água). Entende-se por equipamentos e sistemas de extinção com recurso ao agente extintor água os seguintes: — H idrantes de coluna, instalados no exterior dos edifícios; — Rede de incêndio armadas de 1ª e 2ª intervenção, instaladas a céu aberto ou dentro das edificações; — Sistemas de deteção e extinção automática de incêndios (sistemas sprinkler); — Sistemas de extinção de incêndios com espuma; — Sistemas de cortinas de água; — Sistemas sprinkler do tipo dilúvio; — Sistemas de extinção deluge; — Monitores de água ou espuma instalados no exterior. V PUB


— TEMA DE CAPA

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— SISTEMAS DE EXTINÇÃO POR GASES TEXTO João Costa Diretor Técnico da Previnave

Um sistema de extinção por gases pode ser composto por várias garrafas de agente extintor.

DEFINIÇÃO Um sistema de combate a incêndio pode definir-se como sendo um equipamento que visa a proteção de pessoas e património em caso da ocorrência de um foco de incêndio, atuando na fase inicial da sua deflagração, extinguindo-o ou controlando a sua propagação. Assim, um sistema de combate a incêndio deve ser concebido/projetado de modo a que, ao ocorrer uma ignição, se verifique uma imediata resposta/atuação garantindo que o foco de incêndio seja extinto ou controlado na sua origem, limitando os riscos causados pela evolução de um incêndio ou, especialmente, evitando os danos que a sua ocorrência provoca. 22.

PERSPETIVA HISTÓRICA Apesar dos sistemas de extinção de incêndios serem geralmente reconhecidos como equipamentos de segurança de conceção algo complexa, a verdade é que há várias décadas que existem e vêm sendo desenvolvidas e aperfeiçoadas soluções de extinção, utilizando tecnologias muito diversificadas e vários tipos de agentes extintores. Foi no decurso da segunda guerra mundial que surgiu a necessidade de proteger embarcações e outros equipamentos militares com agente extintor distinto da água, já que esta, a água, apesar da sua inegável eficácia, não é o mais adequado agente extintor em todas as utilizações, proteger  ABRIL | JUNHO 2017

devido aos danos que a sua utilização pode provocar em certos equipamentos. Tal facto acelerou o estudo de agentes extintores alternativos à água, tendo-se assistido ao rápido desenvolvimento de agentes extintores com recurso a gases halogenados de alta eficácia na extinção de incêndios, isto a par de um considerável incremento na utilização do CO2 como agente extintor, gás este de fácil obtenção e utilização. TIPOS DE GASES E MODO DE FUNCIONAMENTO Desde essa data até à atualidade foram desenvolvidos e utilizados vários tipos de agentes extintores, dividindo-se, os gasosos, em 2 grandes famílias:


— Gases inertes CO2 (Dióxido de Carbono); Argon; N2 (Azoto); IG55 (50% Argon + 50% N2); IG541 (50% N2 + 42% Argon + 8%CO2)… — Gases sintéticos HFC-227ea (FM-200); HFC125 (FE-25); HFC23 (FE-13); HCF236fa (FE-36); FK-51-12 (NOVEC 1230), entre outros, com pouca expressão ou já retirados/banidos do mercado. DIFERENÇAS DE ATUAÇÃO ENTRE GASES INERTES E SINTÉTICOS Os agentes gasosos inertes atuam sobre o incêndio reduzindo a percentagem de oxigénio na atmosfera do espaço protegido para valores abaixo da necessária para a

manutenção da combustão (cerca de 12%), atuando sob o chamado efeito de abafamento, enquanto que os agentes gasosos sintéticos atuam sobre a referida chama, travando a reação em cadeia da mesma e controlando assim a propagação do incêndio. O modo de atuação dos gases inertes, por supressão do oxigénio, provocando o efeito de abafamento, obriga à utilização de maiores quantidades de agente extintor para a proteção do mesmo espaço face às quantidades de gases sintéticos necessários para o mesmo efeito. Sendo este, até aos dias de hoje, um dos argumentos para a maior competitividade dos gases sintéticos face aos inertes. Outro dos fatores diferenciadores na utilização de gases inertes face aos sintéticos, é o espaço necessário para acomodar o agente extintor. Devido às limitações do mercado em oferecer cilindros de grandes capacidades, os gases inertes (pressurizados – N2, Argon, IG55 e IG541) eram acondicionados, até aos anos 80/90, habitualmente em cilindros até 50lt a pressões próximas dos 150bar, obrigando à disponibilização de um espaço bastante mais alargado para acomodar a bateria de cilindros deste agente extintor. Entretanto, tem-se verificado uma evolução tecnológica considerável neste aspeto, pois, hoje em dia, é habitual a utilização de cilindros com volumes até 140lts a pressões de serviço até aos 300bar. Pelas suas características muito particulares, o CO2 deve ser visto de forma diferenciada face aos restantes gases inertes. É um gás liquefeito, pelo que a sua pressão, depois de atingida a fase líquida, é constante (cerca de 60 bar à temperatura ambiente) dentro do cilindro, sendo que, quando descarregado na atmosfera, 1 kg de CO2 ocupa cerca de 560lts de volume. proteger  ABRIL | JUNHO 2017

A maior capacidade/volume dos cilindros, associada ao facto de os agentes gasosos inertes não terem impacto negativo no meio ambiente, faz com que sejam, cada vez mais, uma alternativa válida à utilização de agentes gasosos sintéticos. IMPORTÂNCIA/APLICAÇÃO Um dos aspetos a ter em consideração quando se projeta um sistema de extinção para a proteção de um determinado bem ou espaço, prende-se com o facto de os agentes extintores gasosos se dissiparem na atmosfera após a sua utilização, não provocando danos ou afetando esses mesmos bens, o que os torna mais convenientes face a outro tipo de agentes, em especial a água. Por outro lado, com a interligação a sistemas automáticos de deteção de incêndios, a possibilidade dos mesmos atuarem numa fase inicial de incêndio é quase de cem por cento, permitindo, habitualmente, a continuidade da atividade, fator fundamental, nos nossos dias, para a vida das organizações, sendo essencialmente utilizados na proteção de: data centers; máquinas e equipamentos elétricos e eletrónicos; arquivos e outros acervos documentais; locais que contenham risco de incêndio agravado; depósitos de materiais inflamáveis; automóveis, aeronaves, barcos e navios; locais sem vigilância regular, etc. EVOLUÇÃO REGULAMENTAR A assinatura do Protocolo de Montreal, o qual visa limitar a utilização de gases que contribuem para a redução da camada de Ozono, veio revolucionar o mercado dos sistemas de extinção de incêndios por agentes gasosos, já que, desde os anos 40, eram utilizados essencialmente agentes 23.


— TEMA DE CAPA

halogenados, os quais, pela sua fórmula contribuíam para o empobrecimento da referida camada de ozono, tendo a sua utilização sido proibida ou fortemente restringida. Esta situação contribuiu para o desenvolvimento de uma nova gama de agentes extintores fluorados que, embora com algum impacto no efeito de estufa do planeta, não afetam a camada de ozono. Tendo em conta a proibição da utilização de gases halogenados, mesmo em sistemas já existentes, houve a necessidade de reconversão de todos os sistemas de extinção por gases para utilização de novos agentes “limpos”. No entanto, hoje em dia, a emissão de gases que contribuem para o agravamento do efeito estufa de têm condicionado, cada vez mais, os critérios de escolha dos

Exemplo de uma agulheta de um sistema de extinção.

24.

utilizadores no momento de decidir qual o agente extintor a utilizar. Assim, no início do novo milénio, a assinatura do Protocolo de Quioto obrigou à limitação de utilização de alguns agentes extintores com maior potencial de aquecimento global (global warming potential, em inglês), já que, por exemplo, 1 kg de HFC-23 equivale a uma emissão para a atmosfera de 11700kg de CO2. Num sistema de extinção com 150kg de HFC-23, temos uma emissão equivalente de 1 755 000kg (mil setecentos e cinquenta e cinco toneladas de CO2). Em resposta ao facto de os agentes extintores desenvolvidos após a entrada em vigor do Protocolo de Montreal terem um elevado potencial de aquecimento global, a indústria respondeu, levando

ao desenvolvimento de um novo agente extintor com PAG igual a 1 - FK-5-1-12 – NOVEC 1230. Hoje em dia, os utilizadores que pretendem operar cumprindo as mais exigentes regras ambientais têm uma alargada lista de agentes extintores que certamente satisfarão as suas necessidades, proteger  ABRIL | JUNHO 2017

entre gases inertes (todos os agentes extintores) e sintéticos (NOVEC 1230). CONCEÇÃO, INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO Por definição de norma, os sistemas de extinção de incêndios têm de ser projetados especificamente para os espaços/instalações a proteger, sendo que a conceção de um sistema de extinção de incêndios por gases deverá ter em conta todas as características do espaço e/ou equipamento a proteger, nomeadamente: tipo de bem a proteger; volume; arquitetura; características construtivas; permeabilidade do volume; ventilação; etc. A instalação de um sistema de extinção de incêndios deverá também ser efetuada de acordo com os requisitos da norma aplicável e/ou requisitos do fabricante. A instalação da rede de tubagem, para a distribuição do gás, reveste-se de primordial sensibilidade e elevado rigor no cumprimento dos requisitos técnicos. A pressão e a tensão a que a rede de tubagem está sujeita no momento da descarga obriga a garantir que a rede seja solidamente fixada, de modo a evitar a sua destruição com potenciais repercussões na eficácia da extinção ou eventual ocorrência de danos no espaço protegido. Dando cumprimento ao Decreto-Lei n.º 56/2011, todos os detentores de sistemas de extinção que contenham gases fluorados são obrigados a informar a APA (Agência Portuguesa do Ambiente) da quantidade de gás com efeito de estufa que detêm, bem como devem proceder ao controlo de fugas, por técnicos e empresas certificadas, permitindo assim que as autoridades competentes possam rastrear emissões para a atmosfera de gases fluorados com elevado potencial de aquecimento global. Independentemente da obrigação legal de controlo de fugas, os detentores de sistemas de extinção de incêndios não deverão descurar a manutenção efetiva dos sistemas de extinção de incêndios. Todos os cilindros, tubagem, válvulas e outros componentes deverão ser inspecionados periodicamente de modo a garantir a efetiva operacionalidade do sistema quando for necessária a sua operação. V



— TEMA DE CAPA

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— AS VANTAGENS DA PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO NA PERSPETIVA DA INDÚSTRIA TEXTO Inês Silva Especialista em Segurança e Saúde no Trabalho da Ansell Portugal

Prevenir incêndios é muito mais importante do que combater incêndios. Sabemos hoje que qualquer indústria pode adotar comportamentos simples que levem os trabalhadores a evitar pequenos incidentes que se podem tornar numa enorme catástrofe. A fábrica da Ansell Portugal conta já com 26 anos de existência, cerca de 380 trabalhadores e está localizada na zona industrial de Vila Nova de Poiares. Em 2012 a fábrica foi adquirida pelo Ansell Limited (grupo fundado em 1920) que tem escritórios, armazéns e fábricas localizadas em 55 países e uma equipa de cerca de 15000 funcionários. Na Ansell Portugal são produzidas luvas de proteção mecânica. Desde muito cedo que a Ansell Portugal tem consciência da importância da prevenção e do combate a incêndios uma vez que a empresa tem em conta a proteção da vida de cada trabalhador, a proteção do património fabril, o cumprimento da legislação em vigor e a promoção de condições para a utilização dos meios de combate a incêndio, quer por parte dos trabalhadores, quer por parte das entidades externas (por exemplo os bombeiros). O conhecimento das principais causas de incêndio nas instalações bem como os fenómenos que podem estar associados à sua propagação são de extrema importância para que a prevenção e o controlo sejam eficazes. A deteção precoce de um incêndio é fundamental para limitar o fogo e os possíveis danos por este causado. A Ansell Portugal possui um sistema de deteção de incêndio endereçável com 192 detores (térmicos, óticos e de chama). Este sistema de deteção indica a localização exata do foco de incêndio permitindo que se chegue mais rápido ao local e que a intervenção seja mais eficaz. 26.

Fig. 1 Carretel da rede de incêndios armada e extintor no interior da fábrica.

A central existente, assim que recebe um sinal de alerta faz a comunicação para o Coordenador de serviço, para o TSSHT, para os Bombeiros Voluntários da zona, para o Diretor de Manutenção e Diretor de Produção. Esta chamada serve de alerta para o incidente e permite que de imediato as pessoas responsáveis pelas ordens de evacuação e de corte de energias possam estar atentas para agir de imediato. Este sistema de deteção existe desde 2014 mas proteger  ABRIL | JUNHO 2017

anteriormente a deteção era feita através de um sistema analógico. Nos meios de intervenção a Ansell Portugal conta com a ajuda de diversos equipamentos que dão suporte a uma equipa formada para atuar em caso de incêndio. Existem espalhados por toda a área da fábrica, incluindo os escritórios, 69 extintores (pó químico, AFFF e CO2). A maior vantagem deste equipamento é que pode ser usado por qualquer pessoa na fase inicial do incêndio. A escolha do agente extintor foi feita tendo em conta a área onde os mesmos estão instalados e os equipamentos/materiais existentes. Os extintores estão presentes na Ansell Portugal desde o seu nascimento. A Ansell Portugal tem uma rede de incêndios armada. Esta rede é uma rede húmida que conta com 30 carretéis de 20/25 metros, 11 hidrantes espalhados pelo exterior da fábrica, uma bomba jockey, duas bombas a diesel e uma reserva de 700m3 de água disponível. Este sistema mantém-se permanentemente pressurizado e permanentemente em carga uma vez que a alimentação de água é proveniente de dois tanques privados. As mangueiras utilizadas são semirrígidas e enroladas. Existem bocas de incêndios tamponadas


Fig. 2 Sistema de extinção por sprinklers.

nos carretéis e nos hidrantes para serem usadas pelos bombeiros. Em caso de avaria de algum sistema de bombagem ou de falta de água no depósito os bombeiros podem fazer a alimentação do sistema. Este sistema está implementado desde 2007. No início de 2017 a Ansell Portugal terminou a instalação do sistema de extinção por sprinklers. A rede de sprinklers está instalada em todas as áreas fabris e conta com sprinklers de termofusível (com ação aos 74⁰ C) no armazém principal onde está o nível de risco mais elevado de incêndio da fábrica, sprinklers de ampolas (com ação aos 68⁰ C nos escritórios e restante área fabril e com ação aos 141⁰ C na parte superior de uma linha de produção uma vez que os sprinklers estão junto a uma zona de fornos com radiação de temperatura). Este sistema conta ainda com seis postos de controlo e com todo o sistema de bombas e água disponível referido anteriormente para a rede de incêndios armada. O dimensionamento e instalação deste sistema teve em conta as Normas NFPA13 – Standard for the Installation of Sprinkler Systems, NFPA20 – Standard for the Installation of Stationary Pumps for Fire Protection. Tal como a RIA, é um sistema que se mantém permanentemente pressurizado e em carga. O combate do foco de incêndio na origem, a simplicidade e fiabilidade do sistema, a limitação e o retardamento da propagação do incêndio são as principais vantagens deste sistema. Outra vantagem é que este sistema funciona automaticamente, o que evita as possíveis falhas humanas. Existe ainda na Ansell Portugal um sistema de extinção por CO2 e um sistema de extinção por espuma.

O sistema de extinção por CO2 está instalado numa linha de produção que tem na sua constituição uma diluição de um produto químico com um ponto de inflamabilidade baixo e que, em caso de incêndio, não pode ser combatido com água. Este sistema possui três garrafas (de 45Kg cada) de CO2, quatro difusores de descarga, dois detetores de chama e uma central. Em caso de incêndio no tanque da diluição, o combate é rápido e localizado (o incêndio proteger  ABRIL | JUNHO 2017

fica confinado ao interior da máquina), a descarga de CO2 é feita diretamente sobre a superfície de combustão. A central emite, assim que deteta um incêndio, sinais sonoros para que a evacuação do interior da máquina seja feita de imediato. O sistema de extinção por espuma está instalado no armazém de químicos onde existem diversos produtos químicos que em caso de incêndio não podem ser extintos recorrendo à água. 27.



Este sistema utiliza espuma de alta expansão e tem na sua constituição dois sistemas proporcionadores, um posto de controlo, quatro detetores de chama e uma central. Este sistema foi dimensionado e instalado segundo a NFPA11 – Standard for Low-, Medium-, and High-Expansion Foam. Este é um bom sistema para utilizar em espaços confinados e com líquidos inflamáveis nos quais a água não é recomendada para a extinção de um incêndio. Este sistema, assim que deteta um foco de incêndio fecha de imediato e automaticamente os portões de serviço e enche o armazém de espuma em cerca de 5 minutos. A espuma utilizada não é prejudicial nem para o homem nem para o meio ambiente. Outro meio de combate a incêndio importante para a Ansell Portugal são os Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Poiares. A corporação tem as suas instalações na zona industrial a cerca de 750 metros da fábrica. Em caso de incêndio o tempo de resposta é bastante rápido. Os Bombeiros e a Ansell Portugal têm relações muito próximas. A corporação conhece as instalações e sempre que é instalado um novo sistema ou existem obras de modificação eles são convidados a conhecer o que se novo foi criado. São também convidados e participam ativamente nos simulacros realizados. Em jeito de conclusão é importante que nenhum sistema de proteção contra incêndio esteja bloqueado. Para que isso aconteça a Ansell Portugal sinalizou a área dos sistemas de proteção contra incêndio com raias amarelas. Todos os trabalhadores têm conhecimento, através da formação que é dada neste tema, que essa raia serve para indicar que na área onde está o sistema de proteção contra incêndio não se pode colocar nada de modo a que os equipamentos estejam sempre operacionais. É também importante que sejam realizados simulacros frequentes e que todos os trabalhadores tenham conhecimento de como funcionam os sistemas de extinção de incêndio para que rapidamente atuem. V

Fig. 3 Sistema de extinção por CO2.

Fig. 4 Sistema de extinção por espuma.

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— REPORTAGEM

FUNDAÇÃO 2002 LINHA DE NEGÓCIO Fabrico de diferentes sistemas de bombas e bombagem para aquecimento, ar condicionado e refrigeração; abastecimento de água; tratamento de águas sujas e residuais; e processos industriais N.º DE FUNCIONÁRIOS 10 PRINCIPAIS PRODUTOS COMERCIALIZADOS Bombas hidropressoras, bombas centrífugas, bombas hidráulicas, centrais pressurizadoras e centrais de incêndio.

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Bombas Wilo–Salmson Portugal

Ao serviço da inovação e da eficiência energética. TEXTO & FOTOGAFIA Gonçalo Sítima

A Wilo é uma das principais referências na setor das bombas para fornecimento e tratamento de águas a nível mundial. Em Portugal, a sua presença é feita através da empresa Bombas Wilo-Salmson Portugal há várias décadas. Buno Oliveira, Diretor Comercial em Portugal da Wilo, deu-nos a conhecer a história centenária da marca alemã e quais os principais produtos desta inovadora empresa.

O NASCIMENTO DOS PIONEIROS A Wilo é atualmente um dos maiores fabricantes de sistema de bombagem, marcando presença em todo o mundo. A sua história começa em Dortmund, na Alemanha, em 1872, ano em que Caspar Ludwig Opländer funda a sua fábrica de cobre e latão. Movido por uma vontade de melhorar o fornecimento de aquecimento e água às populações, a empresa foi pioneira em 1928 ao inventar o primeiro acelerador de circulação (bomba hidráulica) no mundo. Nas décadas seguintes, a Wilo foi responsável por outros importantes desenvolvimentos tecnológicos, nomeadamente proteger  ABRIL | JUNHO 2017

a primeira bomba de alta eficiência para aquecimento, ventilação e ar condicionado (AVAC), em 2001, e o primeiro sistema de bombagem descentralizado em 2009. Paralelamente ao pioneirismo tecnológico, a história de Wilo é também marcada pela aquisição de várias empresas, que permitiu alargar os seus mercados e investir em diferentes setores. Em Portugal, a presença da Wilo começa através da empresa Bonneville Oliveira – Sistemas Hidráulicos, Lda., fundada em junho de 1990. Posteriormente é adquirida pela Salmson França que, por sua vez, em 2002 vende as suas quotas à Wilo Alemanha. 31.


— REPORTAGEM

Bruno Oliveira, Diretor Comercial da Wilo Portugal.

Quadro elétrico de um sistema de bombagem reparado na delegação de Lisboa da Wilo.

Surge então em 2002 a atual Bombas WiloSalmson Portugal Sistemas Hidráulicos, Lda. Atualmente a Wilo Portugal distribui os seus produtos a nível nacional, cobrindo todo o território através de uma rede de distribuidores autorizados. A sede da empresa está situada na Maia e possui uma delegação em Lisboa, na Pontinha. O ano de 2013 marcou igualmente a história da Wilo, com a entrada em vigor da Diretiva ErP 2009/125/CE (Energy related Products), um quadro legal da União Europeia que veio regular os consumos energéticos dos produtos a nível europeu e que ditou o fim das bombas que não sejam de alta eficiência energética. Ao abrigo da norma ErP, os consumos energéticos das bombas de circulação e de aquecimento ficaram consideravelmente limitados, uma vez que as bombas não reguladas são responsáveis por 20% do consumo mundial de energia. Como consequências destas alterações, os produtos da Wilo (e de todo o setor energético) evoluíram significativamente, motivando avanços tecnológicos e uma 32.

A Salmson é uma das marcas que pertence ao grupo da Wilo.

maior complexidade eletrónica nos sistemas de bombagem. UMA PRESENÇA TRANSVERSAL Os produtos da Wilo estão enquadrados em quatro grandes campos de atividade: Aquecimento, Ar Condicionado e Refrigeração; Abastecimento de Água; Águas Sujas e Residuais; e Processos Industriais. Para estes diferentes segmentos, a Wilo disponibiliza toda a gama de produtos necessários para a implementação de um sistema que cumpra com os objetivos propostos, incluindo o abastecimento de redes de incêndio. Assim, é possível encontrar na Wilo bombas simples, duplas, estações com bombas, sistemas de bombas descentralizados, centrais hidropressoras, bombas e sistemas com aspiração normal, bombas e sistemas auto-ferrantes, entre muitos outros, assim como todos os componentes que compõem os sistemas como quadros elétricos, variadores de velocidade, válvulas, etc. Todos estes componentes são fabricados pela Wilo nas diversas unidades fabris proteger  ABRIL | JUNHO 2017

As novas instalações em Lisboa permitem à Wilo prestar assistência técnica aos seus parceiros e clientes.

implementadas por todo o mundo. Atualmente, a Wilo tem fábricas na Alemanha, França, Reino Unido, Irlanda, Itália, Índia, China, Coreia do Sul e Estados Unidos da América. Cada unidade fabril tem algum nível de especialização, fornecendo os produtos para determinados segmentos de mercado. As centrais de incêndio, por exemplo, são fabricadas na cidade de Bari, em Itália. Na área da proteção contra incêndios, a Wilo disponibiliza a central SiFire EN, que consiste num grupo de pressão para o abastecimento de água para extinção de incêndios de acordo com a norma EN 12845 (poderá ser adaptada para cumprir com outras normas exististes, por exemplo a CEPREVEN). Esta central possibilita o abastecimento de água totalmente automático de sistemas extintores com sistema de sprinklers em edifícios de habitação, edifícios públicos, escritórios e industriais, bem como hotéis, hospitais e centros comerciais. Esta central foi desenvolvida para ser flexível, modular e robusta, por forma a facilitar o seu


Apresentação da Wilo-Statos MAXO na feira ISH 2017 em Frankfurt.

A Wilo-Stratos MAXO é a uma bomba inteligente.

transporte e instalação. A central tem também um controlador inteligente preparado para ser integrado em sistemas de gestão (Building Management Systems) BACnet e Modbus. A integração com outros sistemas e produtos é, aliás, uma das tendências de inovação na Wilo. O surgimento dos BMS e, mais recentemente, do BIM (Building Information Model) tem conduzido ao desenvolvimento da inteligência dos produtos fabricados pela Wilo. Exemplo desta tendência é a nova bomba Stratos, uma bomba inteligente que contém tecnologia de ponta de sensores e de controlo, conectividade bidirecional (bluetooth, entradas analógicas integradas, e outras), possibilidade de updates de software e uma elevada otimização da usabilidade que permite ao utilizador controlar e monitorizar facilmente todas as informações relacionadas com a bomba. A Stratos é igualmente uma bomba de alta eficiência energética. Outra das características inovadoras da bomba é o facto de permitir medições reais de pressão

A SiFire EN é uma central de incêndio da Wilo.

e caudal, através de sensores, ao invés de serem usados cálculos através de software sujeitos a uma margem de erro maior. GRANDES OBRAS E PROXIMIDADE AOS INSTALADORES Os equipamentos da Wilo podem ser encontrados em grandes obras, cumprindo as várias funções para as quais foram desenhados. Algumas das principais referências em Portugal incluem o Aeroporto de Faro, os portos de Sines e de Leixões, a fábrica da Autoeuropa e a fábrica da Eurocast em Aveiro. Nestes projetos mais exigentes, é possível encontrar os produtos da Wilo nos diferentes sistemas, nomeadamente centrais de incêndio, bombas dos sistemas de ar condicionado (AVAC), centrais pressurizadoras, entre outras. Para garantir uma correta instalação dos seus sistemas em projetos de grande envergadura, a Wilo efetua um acompanhamento próximo dos seus instaladores, prestando apoio ao longo de todo o processo, procurando contactar proteger  ABRIL | JUNHO 2017

também com os gabinetes de projeto envolvidos. A formação e assistência técnica são também apostas da Wilo, razão pela qual investiu na abertura da nova delegação em Lisboa, cujas instalações irão permitir a realização de ações de formação para projetistas e instaladores sobre os produtos da Wilo e prestar assistência técnica a equipamentos, atividades que apenas eram realizadas na sede da empresa na Maia. Hoje, a Wilo Portugal é uma empresa em crescimento. Os objetivos a curto prazo passam por aproximar-se dos intervenientes do mercado como distribuidores, instaladores e projetistas. A empresa está a apostar na promoção da marca, do seu portfolio de produtos e demonstrar ao mercado que não pretende somente comercializar produtos, que estão presentes em Portugal para prestar um serviço completo, desde o aconselhamento a nível do projeto até à assistência pósvenda, de forma a refletir uma presença durante todo o ciclo de vida dos seus produtos. V 33.


— INFORMAÇÃO TÉCNICA

Gestão e sensibilização para uma cultura de segurança no trabalho: a contribuição da sinalização de segurança. TEXTO João Janeiro Gestor de Cliente da Sinalux

O paradigma da importância da sinalização na gestão da segurança está a mudar. A sinalização era contextualizada na hierarquia das medidas de controlo, como pertencendo ao grupo das medidas administrativas, o penúltimo lugar da hierarquia. A abordagem de futuro atribui à sinalização um papel transversal a toda a hierarquia da gestão da segurança:

A sinalização ganha assim outro protagonismo, enquanto ferramenta útil a todas as vertentes na gestão da segurança dos edifícios. A sinalização é o meio de comunicação de informação relevante aos ocupantes dos edifícios, quer seja em situação de funcionamento normal dos espaços, quer em situações de emergência, quando é vital a transmissão de informações de evacuação, localização de meios de

— Hierarquia da gestão de segurança e a sinalização. Sinais de perigo / instruções de segurança.

PREVENÇÃO DE ACIDENTES

SECURITY (segurança no acesso a áreas específicas) LLL Sinalização de localização de equipamentos.

Proibição — Não autorizado, etc.

EVACUAÇÃO DO EDIFÍCIO EQUIPAMENTOS DE INTERVENÇÃO IDENTIFICAÇÃO Tubagens, áreas, etc.

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primeira intervenção ou de meios de combate a incêndios. O desafio passa agora por sensibilizar para a importância e contributo da sinalização na cultura de segurança, para que se entenda a sua importância, não porque é obrigatória, mas porque é essencial. Mas o que é exatamente cultura de segurança? É opinião geral que a expressão “cultura de segurança” surgiu pela primeira vez, com importância, no resultado das conclusões do acidente nuclear de Chernobyl, em 1986, cuja dimensão - e talvez as causas - foram atribuídas à escassa cultura de segurança da organização. Mas como pode a falta de cultura de segurança causar uma tragédia de tão grande dimensão? E o que devemos fazer para criar essa cultura de segurança nas nossas organizações e assim eliminar os acidentes, ou minimizar as consequências desses acidentes? A criação de uma cultura de segurança forte implica a identificação dos perigos, a minimização dos riscos, definição dos controlos operacionais necessários, incluindo procedimentos de segurança, a sensibilização e formação das equipas, promovendo comportamentos seguros. Para tal a sinalização de perigos e riscos, bem como de comportamentos obrigatórios



— INFORMAÇÃO TÉCNICA

como o uso de EPI e de procedimentos de segurança é fundamental. A LINGUAGEM MAIS CONHECIDA DO MUNDO A sinalização é a linguagem mais conhecida em todo mundo. Dentro da sinalização, a sinalização de trânsito ocupa o primeiro lugar, seguindo-se a sinalização de segurança. Ao falarmos de comunicação eficaz, a mensagem que se pretende transmitir deve ser a mensagem que o recetor perceciona. Deste modo, a comunicação torna-se universal e de total entendimento. Como qualquer linguagem, também a linguagem da sinalização, seja a de segurança seja a de trânsito, tem regras gramaticais que ao serem cumpridas potenciam a sua eficácia. E esta é bem simples: cores, forma e tamanho. — Cores e forma Cores, formas e significados da sinalização de segurança (quadro 1).

Igualmente a localização da sinalização tem importância em função da distância e forma de comunicarmos: usamos a sinalização de nível superior quando pretendemos uma visibilidade à distância; a de nível intermédio quando pretendemos comunicar procedimentos de utilização de equipamentos/comportamentos a adotar, ou seja, sinalização de leitura, de texto, logo ao nível dos olhos; a de nível inferior é essencial para a sinalização de evacuação, estando sempre visível mesmo em caso de propagação de fumos ou poeiras (fig. 1). SINALIZAÇÃO DE NÍVEL SUPERIOR A sinalização no nível superior (acima de 1,8 m) garante-nos que, mesmo que obstáculos ou mobiliário estejam a obstruir a visualização dos equipamentos, os sinais manter-se-ão visíveis e permitirão que os localizemos. Inclui-se aqui a sinalização de evacuação e localização dos meios de intervenção. É óbvio que a sinalização de uma porta se fará sempre por cima da porta e nunca na

identificar os sinais de qualquer ponto onde estejamos localizados. Assim sendo, devem ser usados sinais de grande dimensão, colocados a um nível elevado ou suspensos no teto. Se pretendemos sinalizar um comportamento em toda uma área, então devemos colocar o sinal no nível superior e à entrada dessa mesma área, sinalizando por antecipação a mensagem pretendida. Isto é, não colocamos o sinal de “Perigo de circulação de empilhadores” no empilhador, mas sim à entrada da área onde os mesmos circulam. SINALIZAÇÃO DE NÍVEL INTERMÉDIO No nível intermédio (entre 1.2m e 1.6m – ao nível da vista) incluem-se todos os sinais de operação de equipamentos: agente extintor, instruções de manuseamento de carretel, modo de abertura da porta, e planta de emergência. O utilizador da sinalização de nível intermédio é quem manuseia o equipamento. Estes sinais fornecemlhe informação adicional acerca dos procedimentos dos equipamentos, ou do

— Cores, formas e significados da sinalização de segurança. CORES

FORMAS

SIGNIFICADO

COR DO SÍMBOLO

Equipamentos de alarme e combate a incêndio

Branco

Proibição

Preto

Perigo

Preto

Informação

Branco

Obrigação

Branco

Vias de evacuação e equipamentos de emergência

Branco

— Tamanho Quanto ao tamanho, depende se queremos “gritar” ou “falar baixo”: se queremos ser ouvidos ao longe, “gritamos”, isto é, escolhemos sinais de grandes dimensões; se queremos ser ouvidos por quem está junto de nós, “falamos baixo”, isto é, escolhemos sinais mais pequenos. 36.

EXEMPLO

porta. Assim, os sinais que ficam salientes relativamente aos elementos de construção que os suportam, devem ser fixados a uma altura igual ou superior a 2,1m e não superior a 3m, exceto em espaços amplos, mediante justificação fundamentada. Em grandes superfícies, armazéns e pavilhões industriais, deve ser possível proteger  ABRIL | JUNHO 2017

correto comportamento a adotar em caso de emergência. Além disto, a sinalização de perigos, comportamentos e operações proibidas e a obrigatoriedade de utilização de EPI numa determinada máquina ou área, devem estar num nível intermédio, pois destinam-se apenas àquela máquina, àquele local de trabalho, ou àquele operador.


Igualmente é ao nível intermédio que se devem sinalizar a maioria dos obstáculos, pois é uma sinalização que deverá ser vista quando se está próximo do equipamento ou obstáculo. Como já foi referido, a cultura de segurança também inclui mudar as atitudes das pessoas, implementar procedimentos e mudar comportamentos. E a sinalização também responde a esta necessidade. É sabido que a presença de procedimentos de segurança em determinados espaços promove e contribui para a cultura de segurança. Além de úteis, são também um cumprimento da legislação, que obriga que se dê conhecimento aos trabalhadores dos riscos do seu trabalho e de quais os comportamentos que deve ter para trabalhar em segurança e contribuir assim para a tão desejada cultura de segurança. Finalmente, não nos devemos nunca esquecer de uma parte da sinalização de segurança que é essencial: as Plantas de Emergência, porque resumem o Plano de Evacuação e muitas das medidas de

SINALIZAÇÃO AO NÍVEL DO SOLO A fechar os 3 níveis, surge a sinalização ao nível do solo (topo a 40 cm), onde se incluem perfis, lâminas e sinalização de evacuação e localização dos meios de intervenção. A sinalização ao nível do solo é essencial para garantir a visibilidade de determinada mensagem, mesmo em situações de desenvolvimento de fumo ou poeiras. O Sistema LLL – Low Location Lighting consiste num conjunto de perfis e sinais em PVC fotoluminescente que indica o sentido correto do caminho de evacuação. Os perfis na parede devem definir uma linha o mais contínua possível, devendo ser instalados diretamente na parede e a 40cm do solo. Já a sinalização no pavimento pode ser feita em lâminas de policarbonato, instaladas diretamente no solo. As lâminas e sinais para o solo deverão ter a sua superfície em policarbonato, o que garante uma elevada resistência à abrasão, e ser antiderrapantes. Nas escadas de sentido ascendente deve-se sinalizar o espelho do degrau com

contínuas, indissociáveis do pavimento. Para assegurar o contraste bem visível com a cor do pavimento, podem ser brancas ou amarelas. ACIDENTES COM GRAVIDADE COMO INPUT PARA A EVOLUÇÃO Sabe-se que a evolução da legislação sobre segurança contra incêndios tem evoluções após acidentes de alguma gravidade: em Portugal, o incêndio do Chiado originou a criação da primeira regulamentação SCIE – Segurança Contra Incêndio em Edifícios; os atentados do 11 de Setembro originaram o desenvolvimento de normas e legislação da sinalização ao nível do solo; o acidente de Chernobyl criou o aparecimento do conceito “Cultura de Segurança”. Assim, conclui-se que a sinalização tem um papel fundamental na gestão e sensibilização para uma cultura de segurança no trabalho. Cabe aos gestores de segurança trabalhar na melhoria das condições de segurança dos edifícios, quer em situação normal quer em situação

Fig. 1 Exemplo de aplicação da sinalização de segurança.

Fig. 3 Exemplo de sinalização fotoluminescente a nível do solo.

autoproteção, e ainda contêm instruções de segurança. As Plantas de Emergência devem ser aplicadas junto das entradas/saídas do edifício, dos acessos ao piso (elevadores, escadas) e locais de elevada concentração de pessoas (refeitórios, pontos de informação, etc.).

os perfis em PVC. No sentido descendente, deve-se sinalizar o cobertor do degrau com as lâminas de policarbonato, antiderrapantes. Ainda nas escadas, devem ser aplicados “Ls” nos degraus e fita no corrimão. Finalmente, as vias de circulação de veículos devem ser identificadas com faixas proteger  ABRIL | JUNHO 2017

Fig. 2 Sinais e posters de sensibilização para a segurança.

de emergência. A correta utilização da sinalização é uma poderosa ferramenta para alcançar este objetivo. V 37.


— INFORMAÇÃO TÉCNICA

Áreas de cobertura dos detetores de fumo. TEXTO Carlos Nobre Project Account Manager da UTC Fire & Security

DETEÇÃO AUTOMÁTICA DE INCÊNDIOS A deteção de incêndios, através de Sistemas Automáticos de Deteção de Incêndio (SADI), é uma das ferramentas mais eficazes na deteção precoce de um incêndio. Não obstante o facto de ser de instalação obrigatória no âmbito da regulamentação de Segurança Contra Incêndios em Edifícios (SCIE), esta não garante, por si só, uma proteção eficaz. Não são poucas as vezes em que o desconhecimento do modo de funcionamento, nomeadamente dos dispositivos de deteção e em particular dos detetores de fumo, conduz à aplicação sem sentido crítico das prescrições normativas, facto que tem levado, muitas vezes, à incorreta aplicação, contribuindo para uma falsa sensação de segurança. O REGULAMENTO, AS NORMAS E O MÉTODO PRESCRITIVO O RT-SCIE, não define nenhuma regra especifica a utilizar na colocação de detetores automáticos (art.º 120). Atualmente existe a tendência de seguir as orientações da EN-54 parte 14, ou a Nota Técnica 12 da ANPC (NT12). Apesar destas fontes salientarem quais as premissas a considerar para a instalação de detetores de fumo, o conceito de área de cobertura foi ao longo dos tempos assumido pela comunidade técnica sem grande discussão crítica e assumida como característica intrínseca aos detetores pontuais de fumos. Estas características são usadas como regra prescritiva. É comum assumir que um detetor pontual de fumo possui uma determinada área de cobertura se instalado até uma determinada altura. Através da tabela 1, que exemplifica algumas das regras existentes, pode 38.

verificar-se que as áreas de cobertura variam conforme o referencial adotado. Esta é uma das razões, pelas quais perante a questão de “qual a área de cobertura de um detetor pontual de fumo?”, as respostas variam de técnico para técnico. As respostas mais comuns são: “Sempre trabalhei com estes valores”, “É o que está descrito na lei/norma”, ou “Utilizei os valores referenciados pelo fabricante”.

manifestar de diversas formas tais como: o obscurecimento de um feixe de luz; o desvio de feixes luminosos por difração ou dispersão ótica. As partículas invisíveis podem criar reações a nível químico, nomeadamente a ionização. Um dispositivo capaz de detetar fumo será um equipamento capaz de medir um ou mais destes efeitos. Por exemplo, quanto mais fumo existir, maior o efeito de obscurecimento ou de ionização.

— Teto plano. FONTE

ALTURA MÁX.

ÁREA

RT 4 – ISP

12 m

80 m2

CEA 4040

12 m

24-48-80 m2

RT 12 (ANPC) [1] / EN 54

11 m

Raio de 7,5 m

11 m

Raio de 7,5 m

6-12m

60-80m2

BS 5839-1 UNE 23007-4

Em função de um coeficiente de risco.

Em função da altura de colocação.

Tabela 1 Áreas de cobertura para um teto plano em função do referencial adotado.

FUMO COMO CARACTERÍSTICA DE UM FOGO A emissão de fumos e aerossóis é certamente a expressão mais comum em todos os fogos. O fumo é uma emissão de partículas sólidas e gases quentes, visíveis ou invisíveis, que ficam suspensas na atmosfera e são libertadas através do processo de uma combustão. As partículas visíveis podem causar efeitos de interferência, que se podem proteger  ABRIL | JUNHO 2017

Sendo capaz de medir esta relação e traduzi-la em grandezas elétricas, é possível medir, com alguma precisão, a quantidade de fumo num local e relacioná-lo com um foco de incêndio. Assim sendo, é necessário que o fumo chegue ao elemento de medição do detetor. Esta é a razão pela qual a área de cobertura de um detetor não é uma característica intrínseca. A deteção depende de como o fumo flui do foco de incêndio em direção ao detetor.



— INFORMAÇÃO TÉCNICA

40.

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— TF5 – Fogo com um combustível líquido de n-heptano (fig. 6).

A deteção é tanto mais rápida quanto mais rápido for o transporte das partículas constituintes do fumo.

CONVENÇÕES ADOTADAS PELA NORMA A partir do conhecimento do funcionamento dos detetores e do comportamento do fumo em fogos tipo, foram definidas regras que facilitam o projeto de SCIE, na parte da norma relativa aos detetores de fumo. A premissa principal considera a existência de um teto que conduza o fumo ao detetor (seja

Um detetor só é considerado aprovado se responder cumulativamente às condições MODO DE FUNCIONAMENTO DOS definidas pelo ensaios (níveis inferiores DETETORES a 2dB/m para os fogos TF2 e TF4 e 1,73 A maioria dos detetores óticos deteta o dB/m e 1,24 dB/m para os fogos TF4 e TF5, fumo pelo princípio da dispersão luminosa, respetivamente). também conhecido por efeito de Tyndall¹. O detetor é constituído por uma câmara de fumo confinada por um invólucro que impede a entrada de luz externa, mas que FOTODETETOR permite a entrada de fumo. Nessa câmara existe um par emissor/recetor de feixes infravermelhos, posicionado de modo a que o feixe enviado pelo emissor, em condições normais, não chegue ao recetor. Quando o fumo entra na câmara de deteção, o feixe é desviado do seu trajeto normal por ação de dispersão luminosa, fazendo com que parte do feixe emitido atinja o recetor (figura 1). Quanto mais fumo estiver presente na câmara, maior a quantidade de infravermelhos que é medida LED INFRAVERMELHO pelo elemento recetor. Já os detetores lineares (assim chamados por criarem uma linha de deteção, ao invés Fig. 1 Modo de funcionamento de efetuarem a deteção num determinado de um detetor ótico. ponto) são constituídos por um par emissor/ recetor de infravermelhos, afastados um do outro, mas em linha de vista. O seu funcionamento baseia-se no efeito de interferência e obscurecimento do feixe. Em situações normais, sem qualquer tipo de obstáculo no meio, o recetor está calibrado para receber uma determinada quantidade de infravermelhos, enviada pelo emissor. Quando existir fumo a interferir no feixe, o obscurecimento causado implica uma redução de intensidade dos infravermelhos recebidos. A diminuição dessa intensidade é proporcional à quantidade de fumo presente no caminho do Fig. 2 Detetor linear de fumos. feixe (figura 2). As normas EN54 descrevem um conjunto de ensaios aos quais os detetores (dB m ) (dB m ) (dB m ) (dB m ) devem responder por forma a garantir, independentemente do fabricante, que 1,73 2,0 2,0 respondem de forma semelhante perante 1,24 condições similares. Devido à própria 1 1 1 característica do fumo e das condições onde os detetores serão instalados, é impossível 0,20 0,20 0,05 0,05 criar um conjunto de ensaios que garanta a 0,05 (s) (s) (s) 400 570 840 750 150 120 280 80 140 180 40 120 240 10 mesma resposta em todas as situações. Assim, a norma adotou um conjunto de ensaios para fogos padrão, nomeadamente: Fig. 3 Fig. 4 Fig. 5 Fig. 6 — TF2 – Fogo lento com pirólise (fig. 3); TF2 – fogo lento com TF3 – fogo lento com TF4 – Fogo aberto de TF5 - fogo com um pirólise. brasas. espuma de poliuretano. combustível líquido de — TF3 – Fogo lento com brasas (fig. 4); n-heptano. — TF4 – Fogo aberto de espuma de poliuretano (fig. 5); -1

-1

-1

-1

¹ Jonh Tyndall foi um proeminente físico irlandês, que viveu no seculo XIX e que descobriu o fenómeno da dispersão da luz quando esta atravessa um ambiente com partículas sólidas em suspensão.

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41.

(s)


— INFORMAÇÃO TÉCNICA

este pontual ou de feixe) e que o detetor não deve ficar a uma distância do teto superior a 5% do pé direito do local onde se encontra instalado (fig. 7). Não esquecer: o detetor pontual apenas deteta fumo quando este chega à sua câmara de análise; já o detetor linear apenas deteta fumo quando o feixe central (linha reta entre o centro do emissor e o centro do recetor ou espelho) é interferido pelo fumo. Neste último caso é importante referir que o fumo não é detetado caso passe ao lado do feixe central. Esta chamada de atenção tem o propósito de relembrar que as ideias comuns, como a de deteção 7,5 m para cada lado do feixe, que o feixe faz uma elipse ou que a deteção é efetuada num cone invertido, são falsas. A EN5­–14 e a NT12 indicam que a aplicação dos detetores de fumo deve ser feita dentro de uma circunferência com um raio máximo de 7,5m. Os detetores pontuais de fumo não devem ser instalados a mais de 11 metros de altura (tabela 2). A aplicação desta regra serve para garantir que não é ultrapassado um tempo máximo na deteção do fumo, garantido um deteção tão precoce quanto possível. No entanto, fora destes limites, os detetores continuam a detetar, mas provavelmente com tempos maiores do que aqueles que a norma estabeleceu. Admitindo como regra que o detetor tem um raio de ação de 7,5m, a forma de cobrir eficazmente uma área é limitar essa área ao quadrado inscrito na circunferência cujo centro é o detetor. Aplicando geometria básica, obtemos um quadrado com cerca de 10,6m de lado. Para efeitos de simplificação ficamos com um quadrado de 10m de lado obtendo uma “área de cobertura” de 100m2 para os detetores pontuais de fumo, quando aplicados até 5% do pé direito até uma altura de 11m (fig. 8). Esta regra tem como premissa a existência de condições que não impeçam o fumo de chegar ao detetor, como por exemplo efeitos térmicos de temperatura que possam existir junto ao teto. Como se pode verificar trata-se de uma simplificação, que apesar de na maioria dos casos ser eficaz, pode ser grosseira ou mesmo totalmente ineficiente, em determinados casos. Um exemplo é a aplicação em locais onde o pé direito é superior a 11 metros. Aqui a norma faz uma ressalva na sua tabela indicando que só deverão ser usados detetores de feixe (desde que seja colocada deteção a meia altura). Essa regra (CEN/TS 54–14 – 20142 e NT123) é definida da seguinte forma: Na ausência de um teto ou de um plano estratificado, os produtos da combustão confinam-se à coluna ascendente acima do 42.

5% h

Em qualquer ponto desta altura

Fig. 7 Premissa de existência de um teto e regra dos 5%.

ALTURA DO TETO ( ) < _ 4,5

> 4,5 < _ 6

>8< _ 11

_ 25 > 11 <

> 25

RAIO DE AÇÃO (m)

TIPO DE DETETOR Térmico pontual: EN54–5

> 6 <_8

5

5

5

NN

NU

NU

Fumo pontual: EN 54–7

7,5

7,5

7,5

7,5

NN

NU

Feixe: EN 54–12

7,5

7,5

7,5

7,5

7,5a)

NU

Tabela 2 Raios de cobertura definidos na EN 54–14.

DETETORES DE FUMO 7,5 m

Quadrado inscrito numa circunferência com raio de 7,5 m ~10 metros de lado = 100 m

5m

10m

Fig. 8 “Áreas de cobertura” de detetores pontuais de fumo.

fogo. Caso se utilizem detetores de fumo ou calor para detetar os produtos da combustão na coluna ascendente (tal como quando são utilizados nos átrios detetores de feixe em níveis baixos, ou quando são utilizados detetores sem teto), os limites em altura

2 Anexo A, ponto A.6 Conceção e projeto e subpontos, A.6.4 Localização e espaçamento de detetores e botões de alarme manual; A.6.4.1 Generalidades; i) detetores que não estejam debaixo de teto. 3 ponto 5.7. Localização e distribuição de detetores e botões de alarme, subpontos a) detetores térmicos e de fumo; a9) detetores que não estejam debaixo de teto.

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para a operação são os indicados na tabela A1, e o raio de operação efetivo (tanto para detetores de fumo como de calor) deve ser calculado como sendo 12.5% da altura medida do previsível foco de incêndio que esteja mais alto até ao detetor acima. Podemos calcular as áreas virtuais de cobertura dos detetores e os afastamentos entre feixes. (Atenção: as distâncias dos feixes às paredes são metade do valor indicado na tabela). Do ponto de vista prático, tomando como exemplo um espaço com 20 metros de altura, 15 de largura, e 100 de comprimento, será necessário: um detetor de feixe no teto, colocado até 1m de distância do teto (5% do pé direito) e 6 feixes colocados a 10m de altura afastados entre si de 2,5m e afastados das paredes laterais de 1,25m (12,5% da altura a que são colocados). CONCLUSÕES A deteção de fumo é um dos meios mais comuns usados na SCIE. O seu papel é fundamental na deteção precoce de um incêndio, evitando numa fase inicial, a sua propagação. Mas este meio de proteção “não extingue, nem evita” incêndios, é um dispositivo incluído no SADI que tem por função “dar o primeiro alarme”. No entanto os SADI e os seus meios de deteção, nomeadamente os detetores de

ALTURA (m)

RAIO (m)

"ÁREA DE COBERTURA" DE DETETORES PONTUAIS (m2)

AFASTAMENTO DE FEIXES (m)

6

0,75

1,1

1,50

7

0,875

1,5

1,75

8

1

2,0

2,00

9

1,125

2,5

2,25

10

1,25

3,1

2,50

11

1,375

3,8

2,75

12

1,5

4,5

3,00

Tabela 3 Valores para quando não existe teto sobre o detetor, ou quando é

fumos, são vistos como um meio de proteção em si mesmos, cuja colocação “evita” a ocorrência de incêndios. Esta simplificação, devida a uma incorreta interpretação das normas e das regras prescritivas, leva a que não se tenham em conta fatores cruciais do seu funcionamento. Não basta a presença do detetor para que o fumo seja detetado, é necessário que o fumo vá ao encontro do detetor.

necessária a colocação de uma camada intermédia a meia altura.

Ou seja, mais importante que a colocação de um detetor de fumo é a necessidade de saber se o fumo consegue chegar ao detetor. A existência de um teto, o seu formato, a sua inclinação e altura são os primeiros fatores a considerar. O uso de prescrições nos projetos de SCIE pode e deve ser utilizado, sempre que seja adequado e quando as premissas estejam garantidas. Noutras situações devem-se adotar práticas como o projeto por desempenho. V

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— INFORMAÇÃO TÉCNICA

Segurança da informação: acesso não autorizado a equipamentos de segurança. TEXTO Gilmar Almeida Diretor Técnico da Nauta

Hoje em dia as soluções de segurança física estão presentes em todo o lado, nos nossos lares, nos centros comerciais, restaurantes, gasolineiras, lojas, espaços públicos e nos nossos locais de trabalho. Estas soluções de segurança são essenciais na prevenção e dissuasão de ações criminosas e na sua deteção, desempenhando também um papel muito importante ao coadjuvar as forças de segurança na investigação criminal. Um dos componentes importantes das soluções de segurança física nesta última ação é o CCTV, que para além de possibilitar o visionamento de imagens em direto, tem nos sistemas de gravação um dos principais aliados na investigação, sendo possível procurar e classificar imagens que no visionamento em direto não foram objeto de atenção, ou porque muitas vezes não existe sequer visionamento em direto. Por esse motivo é fundamental que as imagens sejam gravadas com qualidade e resolução suficientes para que possam ser efetivamente úteis nos casos em que são necessárias. Infelizmente este é um dos aspetos muitas vezes subvalorizado nos sistemas de CCTV, onde se privilegia a qualidade do fluxo de vídeo em direto, em detrimento da qualidade do vídeo gravado. Existe inclusivamente legislação produzida pela Assembleia da República neste sentido onde é referida a qualidade necessária para o armazenamento das gravações de imagens de CCTV. Estes sistemas de CCTV (acrónimo inglês para denominar circuito fechado de televisão) muitas vezes não são efetivamente circuitos fechados, pelo simples facto de estarem ligados a redes ethernet através de TCP/IP, o que possibilita o visionamento das imagens por dispositivos que não fazem parte do circuito. Muitos destes sistemas, para além de estarem ligados a redes ethernet, estão ainda ligados ao exterior através da internet, 44.

tendo portas abertas para a rede global disponibilizando para o mundo exterior os fluxos de vídeo em direto e os dados nos dispositivos de gravação e armazenamento. Este facto constitui por si só um primeiro problema para a segurança do equipamento e da rede ao qual está ligado. Na maior parte das vezes, nenhum de nós tem o mesmo sentido de alerta face a este perigo comparando com o sentido que temos em relação aos nossos outros dispositivos que estão ligados à mesma rede, como é o caso dos nossos computadores pessoais, estações de trabalho ou servidores. VULNERABILIDADES NA IoT E DISPOSITIVOS MÓVEIS A maioria dos utilizadores das tecnologias de informação tem alguma noção dos problemas de segurança dos seus computadores pessoais, hoje em dia existem sistemas operativos com ferramentas incorporadas como por exemplo o Windows Defender e quase todos usamos antivírus. Os departamentos de informática das empresas têm na segurança uma das suas preocupações e estão atentos ao utilizarem sistemas dotados de firewall juntamente com outros mecanismos, definindo assim políticas de segurança nas suas organizações. Mas quantos de nós estamos atentos à segurança dos nossos telemóveis? Quantos de nós temos antivírus instalados nos nossos smartphones? Os nossos smartphones sabem mais de nós e dos nossos hábitos do que nós próprios. Sabem onde estivemos, com quem trocámos mensagens, têm acesso à galeria de fotografias, emails e a todos os dados que temos nas aplicações instaladas. Mas não se ficam por aí… ainda têm uma câmara de vídeo e um microfone que podem ser ativados pelas mais diversas aplicações. proteger  ABRIL | JUNHO 2017

1. DISPOSITIVOS MÓVEIS Se nos focarmos apenas no sistema operativo para dispositivos móveis com mais utilização a nível mundial (Android) e segundo os últimos dados da Google (dados de 2 maio de 2017) apenas cerca de 7% dos dispositivos android estão a correr a última versão (versão 7, Nougat). Cerca de 28% ainda correm a versão 4 (Jelly Bean), lançada em outubro de 2012 e que está “cheia” de vulnerabilidades. Cerca de 31% corre a versão 6 (Marshmallow) e cerca de 32% ainda corre a versão 5 (Lolipop), lançada em 2014 e também esta já com vulnerabilidades conhecidas dos hackers. Não deixa de ser estranho o facto de haver novos dispositivos colocados à venda ainda com as versões antigas. Estas versões mais antigas têm muitas vulnerabilidades conhecidas dos hackers e é muito simples correr software malicioso num destes dispositivos através da visita a uma página web e clicando num link aparentemente insuspeito. Este malware pode-se ligar ao PC do hacker sendo possível obter o controlo do equipamento, ter acesso aos ficheiros, ao cartão SD, à câmara e microfone e até à localização através da informação GPS, sem que o utilizador saiba o que está a acontecer. Quantos de nós ao instalar uma aplicação verifica todas as permissões que as aplicações solicitam aquando da instalação? Muitas aplicações, mesmo as de origem credível, pedem o acesso ao GPS, aos contactos, à galeria de fotos, ao microfone e à câmara… umas para usarem os dados para efeitos de marketing… outras não se percebe a razão! Para além deste tipo de ameaça, existe outra ainda mais perniciosa — existem aplicações (apps) com código malicioso que estão disponíveis na loja oficial da Google. Em 2016, foram contabilizadas cerca de 1.3 milhões de aplicações maliciosas na Play


Store. Neste caso, as informações e dados coletados para estas aplicações com certeza não irão ser usados para marketing! 2. INTERNET DAS COISAS — IoT E a segurança nos dispositivos IoT (Internet of Things)? Começando por uma definição deste termo, a internet das coisas (IoT) pode ser definida, de uma forma simples, por uma miríade de dispositivos que podem comunicar com um servidor ou entre si, enviando e recebendo informação, com mais ou menos inteligência e que possuem ligação a uma rede. Atualmente podemos ter ligados a uma rede dispositivos como máquinas de lavar, frigoríficos, televisores, lâmpadas ou até mesmo partes ou componentes de sistemas mais complexos tão inusitados

Definições de segurança do sistema operativo Android para telemóveis.

como por exemplo o motor de um avião ou a broca de perfuração de uma plataforma petrolífera. A consultora norte americana Gartner, especializada em tecnologias de informação, previa em novembro de 2015 que teríamos em 2020 mais de 20 mil milhões de dispositivos IoT. No final de 2016 veio rever este número em alta para 50 mil milhões. No que à segurança diz respeito, estes dispositivos estão ainda muito atrasados no seu desenvolvimento, sendo o problema muito maior quando comparado com o estado da segurança dos dispositivos móveis.

Seja por limitações tecnológicas, por falta de investimento ou simplesmente pela consciência dos consumidores que para estes dispositivos não serão exigentes no que à segurança diz respeito, os fabricantes tardam em implementar mecanismos de proteção básicos. Falando de mecanismos básicos de proteção, dou um exemplo: o bloqueio de acesso ao equipamento após algumas tentativas erradas de acesso. Hoje em dia, nas plataformas tecnológicas de uso corrente e nos dispositivos móveis atuais, esta é uma característica muito comum. Tivemos há relativamente pouco tempo um caso mediático que ocorreu nos Estados Unidos e que envolveu o FBI e a Apple, onde a polícia para efeitos de prova de um crime necessitava de aceder

Exemplo de um ataque informático com um método de “brute force” (busca exaustiva de chave).

a um equipamento deste fabricante que teria ativada uma proteção que apagava a informação do dispositivo após x tentativas erradas de acesso. Esta é uma função básica de segurança que protege eficazmente o acesso não autorizado ao dispositivo. Existe um número surpreendente de dispositivos IoT que não têm este nem outro mecanismo básico de proteção. Se alguém pretender aceder de forma não autorizada a um equipamento destes, pode utilizar uma técnica “primitiva” utilizada há mais de 10 anos atrás, utilizando ferramentas que hoje em dia se encontram facilmente na internet. proteger  ABRIL | JUNHO 2017

Esta técnica, denominada de “brute force”, utiliza um processo de tentativa-erro para forçar a introdução de palavras, letras e números nos campos de autenticação dos dispositivos, milhares de vezes por segundo até encontrar a combinação certa. Com os recursos computacionais de hoje em dia, em menos de 1 minuto consegue-se encontrar o username e a password de qualquer equipamento ligado à rede que não disponha do mecanismo de proteção de bloqueio. Esta técnica resultava em PCs e dispositivos móveis há mais de uma década, mas nos dias de hoje, em 2017, qualquer fabricante que se queira afirmar no mercado, ser reconhecido pelos seus produtos e equipamentos não deveria permitir que isto acontecesse com os seus dispositivos.

CONSCIÊNCIA E COMPORTAMENTO DOS UTILIZADORES Apesar destas vulnerabilidades existe um outro fator que permite o acesso não autorizado a equipamentos IoT e que não implica grandes conhecimentos de hacking para quem queira aceder a estes dispositivos. Este fator tem a ver com o facto dos utilizadores dos sistemas não alterarem as credenciais de acesso aos seus equipamentos e deixarem-nos com os seus códigos de fábrica. É possível encontrar diretórios de credenciais de fábrica na internet e utilizar algumas ferramentas de pesquisa do google para identificar potenciais alvos. Após identificado o alvo, basta tentar entrar no dispositivo com essas credenciais. Este comportamento tem de ser combatido por todos os intervenientes que 45.


— INFORMAÇÃO TÉCNICA

lidam com os sistemas, desde o fabricante ao utilizador final. Os fabricantes deverão implementar uma obrigatoriedade de alteração das credenciais para se poder utilizar os equipamentos, os instaladores/ integradores deverão também fazê-lo ou explicar aos utilizadores a importância de o fazer. Esta omissão pode ter consequências nefastas como veremos adiante. Vejamos o exemplo das câmaras de videovigilância e dos dispositivos de gravação e armazenamento. A consequência mais óbvia é o facto de alguém poder aceder ao vídeo em direto ou às gravações com todas as implicações que podem advir na obtenção de informação privada explícita como é o caso das imagens de vídeo, muitas vezes complementadas com áudio. Outra consequência é o facto do intruso poder “sequestrar” o equipamento (utilizando um termo tão em voga nos dias de hoje) alterando as suas credenciais e podendo ficar com o domínio completo do equipamento. Muitas vezes os proprietários dos equipamentos só se apercebem deste facto muito tempo após este ter ocorrido, uma vez que não acedem ao equipamento com frequência. Outra consequência ainda mais grave é o facto dos proprietários de tais sistemas de CCTV poderem implicar terceiros que não têm nenhuma relação com os sistemas, mas que podem ter os seus dados comprometidos apenas por terem estado expostos à captação das imagens pelas câmaras, em locais de acesso público. Ilustrando com um exemplo real: As zonas de caixa de muitos locais de comércio estão vigiadas por câmaras de CCTV. É bastante possível que o ato da marcação de um código no terminal de pagamento por multibanco seja perfeitamente visível na imagem que está a ser captada. Este dado é transmitido e gravado no sistema de CCTV. Não é necessário entrar em mais detalhes para percebermos a gravidade desta situação. O EXEMPLO INGLÊS Neste momento, em Inglaterra, um dos países mais desenvolvidos do mundo no que diz respeito à utilização e regulamentação dos sistemas de videovigilância, para além das multas pesadas aplicadas a quem infrinja a lei de proteção de dados, existem alguns movimentos na sociedade civil, nomeadamente do “Comité da Cultura, Media e Desporto” que sugere mesmo a pena de prisão para os executivos das empresas que violarem esta lei. Caso uma empresa tenha os seus dados vulneráveis e ocorra extração de informação sensível esta empresa encontra-se num quadro de violação da lei da proteção de dados (Data Protection Act). Em maio de 2018 irá entrar em vigor uma nova regulamentação que irá incluir, 46.

no caso das empresas, multas de até 20 milhões de euros ou 4% da faturação, sendo considerado o maior destes valores. Ainda não se sabe se esta sugestão do “Comité da Cultura, Media e Desporto” irá ser atendida. De qualquer modo temos aqui um exemplo de como a sociedade civil inglesa está consciente desta problemática e tenta participar no quadro legislativo do país. Esta nova regulamentação obrigará as empresas a implementarem medidas internas muito restritas para a proteção de dados, formação aos trabalhadores, auditorias internas aos seus processos e a revisão das políticas de segurança por parte dos recursos humanos para garantir uma maior transparência na utilização e acesso aos dados. A nova lei só entrará em vigor daqui a um ano, mas os atores do mercado, como as associações sectoriais, sindicatos e demais organismos do meio empresarial e governamental já se encontram a trabalhar e a informar as empresas para a alteração legislativa. Quando esta lei entrar em vigor, será certamente muito mais exigente! No que diz respeito ao CCTV, uma empresa que tenha um equipamento com as credenciais de fábrica pode colocá-la num quadro de violação desta lei. Este facto é tão grave que levou o MI6 a classificar a utilização de sistemas de CCTV IP nestas condições, como uma possível ameaça à segurança nacional. Esta lei (Regulamento Geral de Proteção de Dados) também será aplicada em Portugal, derivando de uma diretiva comunitária que será aplicada a todos os estados-membros da União Europeia a partir do dia 25 de maio de 2018. Apesar do Reino Unido deixar de pertencer à União Europeia, irá implementar a legislação, que pode até se tornar mais restritiva que noutros estados-membros, uma vez que participou e deu um contributo muito importante em todo este processo legislativo. Devíamos seguir o exemplo britânico e começar a prepararmo-nos para não haver surpresas após a data da aplicação da lei. CIBERATAQUES No passado dia 21 de outubro de 2016 ocorreu um ataque massivo nos Estados Unidos que deixou muitas empresas com os seus sistemas inoperantes. Entre elas a Dyn, Twitter, Amazon, Tumblr, Reddit, Spotify e Netflix. Note-se a quantidade de grandes empresas de internet que foram afetadas — as que teoricamente estão mais preparadas para lidar com este tipo de situações e que fazem da internet o motor do seu negócio. Este ataque foi um dos maiores ataques de DDoS (acrónimo para Distributed Denial of Service) da história. Explicado de uma forma simplificada, é um tipo de ataque que impede que um servidor ou serviço não consiga proteger  ABRIL | JUNHO 2017

responder a pedidos legítimos por parte dos seus clientes ou utilizadores. Neste caso este ataque foi distribuído, o que significa que não partiu de um único local, mas de vários locais em simultâneo. Inicialmente não se percebeu de onde surgiu ou quem estaria por trás deste ataque, mas passadas algumas horas alguém terá descoberto que a origem teria sido um malware de nome Mirai, responsável por um ataque semelhante no mês anterior mas com muito menor dimensão. A execução deste código permitiu varrer a internet a pente fino à procura de dispositivos IoT que estivessem protegidos apenas pelas credenciais de fábrica e fez com que estes dispositivos a determinada altura e de uma maneira concertada enviassem tráfego de lixo para um alvo definido, de modo a que este não conseguisse responder a pedidos legítimos por parte dos seus utilizadores. O que é inédito neste ataque, para além da sua dimensão, é a sua origem. Estima-se que foram envolvidas cerca de 1,5 milhões de câmaras de CCTV (entre outros equipamentos como DVRs e NVRs) que atuaram como as fontes responsáveis pela disrupção dos serviços destas empresas. Não deixa de ser notável que equipamentos utilizados na indústria da segurança e que deveriam ser utilizados para a nossa proteção estejam na origem deste tipo de ilícito. EM RESUMO Cabe-nos a nós como atores do mercado da segurança, contribuir para evitar este tipo de situações que terão tendência a crescer se nada for feito para as contrariar. É uma responsabilidade distribuída pelos fabricantes, que deverão implementar mecanismos de segurança nos seus produtos, pelos seus representantes e distribuidores, que por um lado, deverão dar a conhecer ao mercado esses mecanismos e ajudar na seleção de produto e por outro lado, mostrar aos fabricantes a importância desta necessidade no mercado. Cabe aos instaladores, integradores e gabinetes de projeto terem este aspeto muito presente aquando da seleção e prescrição das soluções de segurança. Deve-se apostar na formação dos técnicos, dos utilizadores dos sistemas e na informação aos clientes finais. Finalmente devemos todos como consumidores exigir que os equipamentos de segurança provenham de origem bem conhecida, de fabricantes e instaladores com boa reputação no mercado, devemos questionar se os equipamentos e sistemas estão dotados de mecanismos de proteção e se foram implementadas todas as medidas e políticas de segurança na instalação. A segurança eletrónica depende essencialmente da nossa exigência e do nosso comportamento como utilizadores dos sistemas. V


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47.


— INFORMAÇÃO TÉCNICA

Lockout/Tagout: isolamento e inoperação de fontes de energia. TEXTO Inês Alexandre Coordenadora de Sistemas Integrados de Engenharia de Segurança da ET

A utilização de máquinas e equipamentos de trabalho implica a existência de diversos perigos que podem originar acidentes graves, com especial incidência nos trabalhos de manutenção. A maior parte desses perigos provém das formas de energia que alimentam as máquinas e equipamentos de trabalho, e que poderão ser potencialmente perigosas. Nos casos mais comuns, trata-se de energia elétrica, mecânica, pneumática ou hidráulica, não descurando, claro, a existência de outras. A realização de trabalhos de manutenção como a reparação, a verificação, a inspeção, a limpeza, a afinação em condições seguras exige que todos os dispositivos de corte e controlo sejam previamente desligados e bloqueados. Muitos acidentes ocorrem devido ao acionamento inesperado destes dispositivos, provocando a libertação acidental de energias, dos quais resultam, com frequência, lesões graves ou a morte dos acidentados. Comecemos então por aclarar os termos frequentemente utilizados neste tipo de trabalho. Consignação – É entendida, segundo Pinto A., 2011, como “a transferência de responsabilidade de uma máquina, equipamento ou instalação, durante um intervalo de tempo determinado e nas condições acordadas, para a realização de trabalhos de manutenção, com o objetivo de colocar uma máquina, equipamento de trabalho ou instalação fora de serviço para efetuar trabalhos de manutenção sem pôr em risco pessoas ou recursos materiais” Lockout – Bloqueio. É um método de bloqueio do equipamento, para que este não entre em movimento colocando os trabalhadores (que operam este equipamento) em risco. Consiste na colocação de um dispositivo de bloqueio 48.

(Lock) num dispositivo de isolamento de energia do próprio equipamento, com o objetivo de garantir que este não possa ser operado ou entre em operação até que o dispositivo de bloqueio seja removido. É muito importante não esquecer que existem equipamentos que retêm energia e que por isso é necessário dissipar a mesma após o bloqueio do equipamento. Tagout – Etiquetagem ou Sinalização. Consiste na colocação de uma etiqueta de aviso (Tag) no dispositivo de isolamento de energia do equipamento, para indicar ou alertar que o dispositivo de isolamento de energia e o equipamento sob controlo não podem ser operados ou abertos sem antes haver uma atuação intencional por parte do trabalhador que os colocou. Desconsignação – Refere-se a todas as disposições necessárias, para voltar às condições de funcionamento dos equipamentos de trabalho previamente consignados, garantindo as condições de segurança dos trabalhadores e dos equipamentos de trabalho. LOTO – Abreviatura frequentemente utilizada para designar LockOut/TagOut. Fonte de Energia – toda e qualquer “força” utilizada para acionar máquinas e equipamentos, como por exemplo, eletricidade, gás, ar comprimido, óleo sob pressão, vapor, etc. Isolamento das fontes de energia – A máquina deve ser equipada com dispositivos que permitam isolá-la de todas as fontes de energia. Estes dispositivos devem estar claramente identificados. Se a sua reconexão apresentar perigo para as pessoas, devem ser bloqueáveis. Estes dispositivos devem igualmente ser bloqueáveis se o operador não puder, de todos os locais a que tem de aceder, verificar que se mantém o isolamento em relação às fontes de energia. proteger  ABRIL | JUNHO 2017

Exemplo de um bloqueio (“lockout”) de um equipamento.

Impõe-se nesta fase questionarmo-nos se bastará aos colaboradores conhecer (ou ter noção) estes conceitos, ter equipamentos de Lockout/Tagout ou se será necessário mais algum elemento… 1. Estarão os equipamentos preparados para receber sistemas de Lockout/Tagout? Esta questão, além de se tratar do cumprimento de um requisito legal, é de muita importância pois sem a existência de equipamentos preparados para a receção de sistemas de Lockout/Tagout, de nada nos valerá o estudo e o desenvolvimento de qualquer prática. Importa, pois, garantir a conformidade do equipamento nesta questão.


— A garantia de controlo dos dispositivos de bloqueio e sinalização em máquinas e equipamentos a recolocar ao serviço, para evitar acidentes após a intervenção. Exemplo da presença dos sistemas de bloqueio disponíveis num local de trabalho.

Bloqueio de um quadro elétrico.

2. Saberão os colaboradores utilizar de forma correta as ferramentas (Lockout/ Tagout) que são postas à sua disposição? Mais uma vez, poderemos cumprir com todas as etapas anteriores, mas se não formarmos os colaboradores acerca dos Perigos e Riscos associados à sua atividade e como deverão fazer a aplicação de medidas preventivas, não teremos sucesso na implementação de qualquer prática. 3. Qualquer colaborador pode consignar uma máquina ou equipamento? Esta é uma questão tão importante como a identificação das fontes de energia. Quem pode consignar? E não menos importante, quem deve desconsignar? Não descurando

a hierarquia existente numa organização, deve-se ter em atenção que para podermos cultivar segurança temos que envolver e responsabilizar cada um. Esta e outras questões serão esclarecidas, na organização, ao implementar o chamado Procedimento de Consignação. Em termos latos, este procedimento deve contemplar: — As etapas a cumprir durante a fase de consignação de máquinas e equipamentos de trabalho; — A garantia de aplicação de dispositivos de bloqueio e sinalização, em máquinas e equipamentos fora de serviço, para evitar o seu funcionamento não controlado; — As responsabilidades associadas a cada fase do processo; — As etapas a cumprir durante a fase de desconsignação de máquinas e equipamentos de trabalho; proteger  ABRIL | JUNHO 2017

Paralelamente e associados diretamente a este procedimento deverão existir: — Registos que permitam assegurar a consignação e desconsignação (ver conceitos); — Identificação clara das fontes de energia de cada equipamento; — Identificação clara dos sistemas de comando de cada fonte de energia; — Seleção correta de sistemas de bloqueio a utilizar em cada sistema comando de cada equipamento; — Identificação clara dos bloqueios e sinalizações a utilizar; — Definição da hierarquia (1 cadeado, 1 chave? Vários cadeados, 1 chave mestra? etc.) de bloqueios a utilizar; As máquinas e equipamentos de trabalho representam perigos devido às energias que as acionam. Controlar essas energias é um passo fundamental para assegurar a segurança de todos os trabalhadores que executam trabalhos de manutenção. Qualquer trabalhador que necessite de intervir num equipamento, para o reparar, afinar ou conservar, corre um grave risco se a máquina ou equipamento na qual está a intervir, entrar em movimento ou se for ativado antes que a sua intervenção tenha terminado. A garantia mais eficaz, de que os danos durante a realização de trabalhos de manutenção são minimizados, consiste na utilização de procedimentos de consignação (Lockout, Tagout). V 49.


— LEGISLAÇÃO

LEGISLAÇÃO PORTUGUESA NA BOMBAGEM CONTRA INCÊNDIOS TEXTO Rui Figueiredo & Rui Ferreira KSB – Bombas e Válvulas, SA

Ao longo de muitos anos a inexistência em Portugal de legislação que obrigasse ao cumprimento de requisitos mínimos para sistemas de bombagem de protecção contra incêndios em edifícios, levou a que em muitos casos se instalasse equipamento de bombagem pouco relevante na melhoria da segurança ou, por parte de entidades mais conscientes, à adopção de normas provenientes de outros países, visando aproveitar o seu know-how e reconhecimento. Desde a década de 90 que a maioria das centrais de bombagem instaladas em Portugal segue as especificações das normas espanholas Cepreven RT2–ABA e UNE 23500–90 (fig. 1). A Norma Europeia EN12845 surgiu apenas no início dos anos 2000, sendo maioritariamente dedicada à concepção, instalação e manutenção de sistemas de sprinklers e pouco detalhada quanto à concepção dos sistemas bombagem, o que levou muitas vezes a combinar as suas exigências com outras normas ou regras técnicas, para garantir requisitos mínimos de qualidade. Como exemplo, em Espanha, para complementar a fraca especificidade da norma europeia no que concerne aos sistemas de bombagem, optou-se pela revisão em 2012 da norma UNE23500, incorporando integralmente a norma europeia em conjunto com a regra técnica Cepreven RT2–ABA e toda a experiência adquirida ao longo dos anos pelas entidades envolventes, resultando na publicação do decreto real em 2013. Para casos mais exigentes, tais como fábricas, armazéns ou grandes superfícies comerciais, onde o risco de incêndio é mais elevado, sempre prevaleceu a opção pelas normas americanas, nomeadamente o pamphlet 20 da NFPA, dedicado à 50.

Fig. 1 Sistema de bombagem contra incêndios.

bombagem, com ou sem homologação FM ou UL. Nestes casos as empresas seguradoras valorizam a segurança contra incêndios e compensam esse investimento reduzindo o prémio de seguro. Estas normas reflectem o interesse pioneiro dos Estados Unidos, com mais de 100 anos, neste tema e continuarão, por via desse reconhecimento, a ser usadas em muitos outros países, paralelamente às legislações nacionais. Como resultado do vazio nacional em termos de legislação para sistemas de bombagem contra incêndios, a ANPC (Autoridade Nacional de Protecção Civil), em colaboração com os principais instaladores, fabricantes e consultores especializados na área, publicou a revisão da Nota Técnica n.º 15, baseando-se maioritariamente na Norma Europeia EN12845, na Portaria n.º 1532/2008, e em outros textos técnicos de maior proteger  ABRIL | JUNHO 2017

especificidade, o que resultou num documento bastante completo, idóneo e coerente. O culminar deste processo foi a sua aprovação pelo Despacho n.º 14903/2013, editado em Diário da República em 18 de Novembro de 2013, adquirindo desde essa data força de lei em Portugal, inclusive tornando a Norma Europeia EN12845 de cumprimento obrigatório. É neste contexto que nos propomos a auxiliar na habitualmente difícil tarefa de interpretação dos textos legislativos, resumindo e salientando os pontos mais críticos para a garantia de cumprimento dos seus requisitos: 1 – FONTES DE ALIMENTAÇÃO DA CENTRAL A central deverá possuir pelo menos uma bomba principal e uma de reserva, mais uma bomba auxiliar (jockey) para manutenção de pressão/reposição de


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— LEGISLAÇÃO

pequenas fugas no sistema, podendo as duas bombas principais ser: a) Duas bombas elétricas, (uma delas alimentada pela rede elétrica pública e a outra alternativamente por uma fonte central de emergência, como um gerador dedicado). b) Uma bomba principal elétrica (alimentada pela rede elétrica pública) e uma bomba diesel de reserva (esta arranca sempre depois da elétrica). c) Duas bombas diesel principais, com carregadores de baterias alimentados pela rede elétrica pública e depósitos de combustível independentes. 2 – CONSTRUÇÃO DAS BOMBAS As bombas devem possuir as seguintes características (fig. 2): — O corpo das bombas principais deve ser construído em ferro fundido e o impulsor em bronze ou aço inoxidável de fundição. — O acoplamento tem de possuir espaçador para permitir a rápida desmontagem do conjunto hidráulico sem desmontar o corpo da bomba nem o motor da tubagem.

EMPANQUE DE CORDÃO

Por forma a garantir a fiabilidade da vedação do veio, bem como a fácil manutenção, recomenda-se que o empanque seja de cordão, já que a falha de um empanque mecânico poderia provocar longos períodos de paragem, inviabilizando o funcionamento das bombas (conforme exigência da Norma Espanhola UNE23500 ed. 2012 e recomendação da Norma Americana NFPA20). 3 – CONDIÇÕES DE ASPIRAÇÃO Sempre que possível deve instalar-se a central de bombagem com as bombas centrífugas com aspiração positiva. Considera-se aspiração positiva sempre que, no mínimo, o nível correspondente a dois terços da capacidade efectiva do depósito se localize acima do eixo da bomba e que o mesmo eixo se localize, no máximo, dois metros acima do nível inferior do depósito. Assim, o desenvolvimento da tubagem de aspiração deve ser feito na seguinte ordem, a partir da flange de cada bomba principal: a) Aspiração positiva — Cone de redução excêntrica, com a parte superior em plano horizontal e a parte inferior com um ângulo não superior a 20°, com um comprimento não inferior a duas vezes o diâmetro maior.

IMPULSOR

VEIO

b) Aspiração negativa Não se conseguindo evitar a aspiração negativa, recomenda-se a utilização de bombas verticais de coluna, com bomba submersível (em carga) e motor à superfície. Em alternativa poder-se-ão utilizar bombas centrífugas horizontais, desde que a altura entre o nível mínimo da água no reservatório e o eixo da bomba não exceda 3,20 m e que se execute a tubagem de aspiração nas seguintes condições: — Redução excêntrica em condições idênticas às de aspiração positiva; — Tubagem de aspiração horizontal ou com uma pequena inclinação, subindo no sentido da bomba, por forma a evitar a criação de bolhas de ar no seu interior, com pelo menos 65 mm de diâmetro e velocidade de escoamento não superior a 1,5 m/s nas condições de caudal máximo. — Se existir mais do que uma bomba em aspiração negativa, não é permitido o recurso a coletores de aspiração, devendo as tubagens de aspiração ser independentes. — Curva a 90º para baixo no depósito de abastecimento e válvula de retenção de pé. — Instalação de sistema de ferragem das bombas, independente para cada uma das bombas principais, e com depósito de pelo menos 500 l. 4 – DIMENSIONAMENTO DAS BOMBAS PRINCIPAIS Para garantir a total fiabilidade dos grupos de bombagem e o seu cumprimento da legislação, exige-se que: — Para além do ponto de funcionamento nominal, a curva característica da bomba tem de mostrar que esta cumpre a condição de sobrecarga, definida como 140 % do caudal nominal, a uma pressão não inferior a 70 % da pressão nominal.

Fig. 2 Bomba normalizada para incêndios, em corte.

52.

— Válvula de fuso ascendente ou de borboleta, com redutor e indicador de posição, selada na posição de aberto. — Tubagem com pelo menos 65 mm de diâmetro e onde a velocidade de escoamento não seja superior a 1,8 m/s nas condições de caudal máximo. — A interligação de tubagens de aspiração das bombas principais só é permitida se forem colocadas válvulas de seccionamento que permitam que cada uma delas possa funcionar isoladamente. As interligações devem calcular-se tendo em consideração os caudais requeridos, ou seja, um coletor que una as aspirações das bombas principais terá de ser dimensionado para a soma dos caudais das duas bombas. — Passa-muros e curva a 90º para baixo dentro do depósito de abastecimento e placa anti-vórtice devidamente dimensionada.

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CURVA TIPO A

H

H

Hn

Hn

Altura H (para caudal 1,4 x Qnb) ≥ 0,7 x Hn

≥ 0,7xHn

0

0Q

P abs

nb

1,4xQnbQ

0

máxQ

NPSHr

0Q

P abs

Q

Q

(para caudal 1,4 x Qnb) NPSHd ≥ NPSHr + 1 m NPSHr para Qnb ≤ 5 m

≤5

0

Qnb

máxQ

NPSHr

(para caudal 1,4 x Qnb) NPSHd ≥ NPSHr + 1 m

0

1,4xQnbQ

16

NPSHr para Qnb ≥ 5 m

≤5

nb

b) Se curva de potência é sempre crescente (fig. 3, curva tipo B), a potência máxima é a potência correspondente a um NPSH requerido da bomba igual a 16 m.

Máxima Potência absorvida (para Qmáx com NPSHr = 16 m)

P máx

Até que a potência absorvida decresça com o caudal

a) Se a curva de potência é crescente até um valor máximo e decrescente a partir desse ponto (fig. 3, curva tipo A), potência máxima é a absorvida no ponto máximo.

Altura H (para caudal 1,4 x Qnb) ≥ 0,7 x Hn

≥ 0,7xHn

Máxima Potência absorvida em toda a curva

P máx

— A potência do motor das bombas principais tem de ser igual ou superior à potência absorvida da bomba em qualquer ponto da sua curva. Esta potência máxima é determinada em função dos tipos de curva de potência, específicos de cada bomba:

CURVA TIPO B

1,4xQnb

Qmáx

Q

0

0

Qnb

1,4xQnb

Qmáx

Q

Na fig. 4 analisamos um exemplo de como devem ser interpretados os pontos mencionados: Constata-se que, caso não fosse apresentada a curva característica Q/H da bomba até ao valor de NPSH de 16 m (zona a castanho), o motor estaria subdimensionado (45 kW em vez de 55 kW) ! Como prova de conformidade do fabricante, é imperativo apresentar a curva característica Q/H da bomba até ao valor de NPSH de 16 m.

Fig. 3 Tipos de curvas de potência.

[m]

70 Altura manométrica 62% 65 60

70% 74% 77%

50%

55

PONTO NOMINAL Qn = 170m3/h; Hn = 62m 79% Qn Qss

50 45

6 % 62%

40

Ø 214 4 Ø Ø2204 04 Ø Ø1194 94 Ø 184 4

35 30 25 [kW]

[m]

60 50 Potência no veio P2 40 30 20 10

Ø 184 4

16

Ø 184 4

Valores de NPSH

12

70% 7 %

Ø 214

4 20

40

60

POTÊNCIA MÁXIMA ABSORVIDA = 45 KW!? FALSO: Se não é apresentada a zona a sombreado, com a curva completa da bomba desenhada até os 16m positivos de aspiração.

Ø2214 14

8

0

PONTO DE SOBRECARGA Qs = 1,4 x Qn = 238 m3/h; Hs = 52m (>62 x 0,7)

80 1001 20 1401 60 1802 00 220 240 260 280 300[m /h]

Na realidade a potência máxima absorvida é de 55 kW. Por isso necessitará de motor, quadro elétrico, cabos,… dimensionados para 55 kW.

Fig. 4 Exemplo de verificação do dimensionamento das bombas.

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53.


— LEGISLAÇÃO

5 – CERTIFICAÇÃO, ENSAIOS E DOCUMENTAÇÃO Para garantir a qualidade do equipamento fornecido é obrigatório que sejam emitidos certificados de ensaios do fabricante, devendo cada grupo de bombagem ser ensaiado em fábrica durante um período mínimo de 1,5 h a caudal nominal, registando valores de pressão, velocidade de rotação, aumentos de temperatura, caudal de refrigeração, etc. Deve ainda ser fornecida à pessoa responsável pela exploração das instalações, a seguinte documentação: a) Pelo fabricante — Manual de utilização (procedimentos de utilização e exploração); — Manual de testes (incluindo instruções sobre acções a tomar no caso de avarias e funcionamento do sistema, com particular atenção ao arranque de emergência do grupo de bombagem, assim como os procedimentos de teste semanal). b) Pelo instalador — Auto de entrega de obra ou relatório da instalação ou documento similar, que atesta o cumprimento com as normas em vigor e com o projecto; — Termo de responsabilidade do Técnico Responsável com identificação do número de Registo da Entidade na ANPC. c) Pela empresa de manutenção — Relatório de manutenção efectuada; — Termo de responsabilidade do Técnico Responsável com identificação do número de Registo da Entidade na ANPC. 6 ­– ENSAIOS DE FUNCIONAMENTO EM OBRA Para além das manutenções semanais e anuais necessárias, aquando da recepção em obra a central de bombagem deve também ser testada nos seguintes pontos: — Verificar a curva característica de cada bomba através do circuito de teste. Para o devido efeito a central deverá estar construída com tês de derivação entre as válvulas de retenção e seccionamento na compressão de cada bomba principal (fig. 5), e estes estarem ligados a um coletor de teste que faça a descarga para um dreno ou o retorno para depósito de abastecimento. 54.

Fig. 5 Tês de derivação para ligação ao circuito de teste.

Desta forma poderá realizar-se o teste de uma bomba principal, garantindo que as restantes bombas principais estejam dispostas em automático para poder arrancar e intervir em caso de queda de pressão no coletor geral de compressão devido a uma situação de emergência real. O circuito de retorno deve conter um caudalímetro que permita, no mínimo, uma leitura de 150% do caudal nominal e ainda uma válvula de seccionamento de fecho progressivo, para controlo do caudal, que permita a diminuição gradual do mesmo. — Comprovar que o arranque da bomba principal é automático através do pressostato quando a pressão no coletor descer a um valor não inferior a 80% da pressão a caudal zero, e que a bomba de reserva arranque a uma pressão não inferior proteger  ABRIL | JUNHO 2017

a 60%. Uma vez accionada a bomba, esta deverá trabalhar continuamente, até ser parada manualmente. — Deve ser possível comprovar o funcionamento de cada pressostato, devendo para isso estes possuir botão de teste. — Ensaiar o sistema de arranque automático dos motores diesel. Esta legislação revela-se assim fundamental no panorama nacional de combate a incêndios, e deve ser vista como uma excelente ferramenta para ajudar projectistas, fornecedores, instaladores e fiscalização a cumprir e fazer cumprir as boas práticas nas instalações dos sistemas de bombagem contra incêndio, essenciais para a prioritária segurança de pessoas e bens. V


O TRANSPORTE DE MERCADORIAS PERIGOSAS NO CONTEXTO GLOBAL TEXTO Maria Manuela Batista Docente da Escola Superior Náutica Infante D. Henrique

GHS Rev. 6

CLP

UN Model Regulations Rev. 19

A proliferação das denominadas matérias perigosas iniciada nos finais do século XIX, e a globalização da economia conduziram, não só, a um incremento das operações logísticas com estas matérias/mercadorias perigosas, mas também, ao aumento dos riscos, pois, se estas forem indevidamente utilizadas, manuseadas ou transportadas podem lesar humanos e ecossistemas, e/ou danificar bens materiais e infraestruturas. Hoje os “cidadãos globais”, tal como a rede de transportes, encontram-se interligados por sistemas complexos de comunicação, que os informa e assiste na compreensão, por exemplo, das regras de segurança no manuseamento doméstico de produtos perigosos e auxilia, de igual modo, nas reivindicações para criação de regulamentação e de medidas que preservem o bem-estar dos indivíduos e do ambiente que os rodeia. Esta realidade, a par dos acidentes ocorridos e dos interesses económicos, tornou imperativa a criação de regras uniformes de atuação que visassem o aumento da segurança e a mitigação de custos ambientais e sociais, ao longo da cadeia logística do transporte de mercadorias perigosas. Nos finais do século XX, face à coexistência de diversos sistemas regulamentares, emergiu a necessidade de harmonização e desenvolveram-se mecanismos para a concertação dos critérios de classificação de perigo, dos instrumentos de comunicação de riscos e das recomendações relativas ao transporte de mercadorias perigosas. É neste contexto que em 1999, se divide o Comité de Peritos das Nações Unidas para o Transporte de Mercadorias Perigosas (criado em 1953) em dois subcomités; um relativo ao Sistema Globalmente

IMDG Code Amdt 38–16

Fig. 1 Relação entre GHS, “Livro laranja” e IMDG, ICAO IT e RID/ADR/ ADN.

ICAO IT 2017–2018

RID/ADR/ADN 2017

Fonte: Adaptado de https://www.unece.org/ trans/danger/publi/ghs/ implementation_e.html

Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS) – Globally Harmonized System of Classification and Labelling of Chemicals e outro respeitante ao transporte de mercadorias perigosas (United Nations Sub-Committee of Experts on the Transport of Dangerous Goods – UNSCETDG). As recomendações do GHS — que procura harmonização e disponibilização de informações técnicas respeitantes à classificação, perigos específicos e rotulagem — são refletidas no CLP, Regulamento de Classificação Rotulagem e Embalagem, Regulamento (CE) n.º 1272/2008, de 16 de dezembro, cujo foco é a proteção do utilizador, face às 16 classes de perigos físicos, às 10 de perigos para a saúde e às 2 classes de perigos para o meio ambiente, identificadas no documento. O GHS e o CLP não regulamentam o transporte, mas sim a manipulação e a utilização da substância ou mistura. As disposições e as advertências do GHS são contempladas nas "Recomendações proteger  ABRIL | JUNHO 2017

das Nações Unidas sobre o Transporte de Mercadorias Perigosas" (Livro Laranja), elaboradas pelo UNSCETDG. Estas recomendações basilares são posteriormente examinadas e adaptadas nos instrumentos internacionais legais de transporte que regulam o transporte de mercadorias perigosas nas diferentes vias de circulação: —m arítima: IMDG (Internacional Maritime Dangerous Goods code); — t errestre: ADR (European Agreement Concerning the International Carriage of Dangerous Goods by Road), RID (International Carriage of Dangerous Goods by Rail), ADN (European Agreement concerning the International Carriage of Dangerous Goods by Inland Waterways); —a érea: Instruções Técnicas da ICAO para o Transporte Seguro de Mercadorias, ICAO IT (Technical Instructions for the Safe Transport of Dangerous Goods by Air) e IATA- DGR (Dangerous Goods Regulations). A figura 1 resume a relação entre a 6ª edição revista do GHS (2015) e a 19ª revisão do “Livro Laranja”, (2015) e os reflexos nos instrumentos legais da ONU para o transporte de mercadorias perigosas. 55.


— LEGISLAÇÃO

— Embalagens.

Fig. 2 Exemplos de recetáculos utilizados no transporte de mercadorias perigosas.

Embalagens simples

— Recipientes intermediários para granel.

Instruções de embalagem começam com as letras “IBC”

Estes instrumentos regulamentares estabelecem regras para que o transporte internacional de mercadorias perigosas se efetue com níveis de segurança padronizados, e explicitam que o mesmo não é apenas a deslocação efetuada pelo veículo rodoviário, embarcação, comboio ou aeronave. Esta explanação reflete-se nos procedimentos e responsabilidades inerentes aos intervenientes e às tarefas desenvolvidas (fornecimento, expedição, embalamento, enchimento, carga, transporte, descarga, receção das mercadorias, limpeza/descarte de embalagens e resíduos) no processo de transporte destas mercadorias. Assim, encontram-se nestes regulamentos modais disposições para a formação dos intervenientes, classificação em classes de perigo para transporte, instruções para embalagens, procedimentos para expedição, requisitos para a construção e teste de embalagens, disposições relativas às operações de transporte e uma lista de mercadorias perigosas. Uma mobilidade sustentável destas mercadorias, demanda, entre outros, uma diminuição do risco, pelo que, cada uma das partes intervenientes, deve estar sensibilizada, devidamente formada e motivada de modo a cumprir ou fazer 56.

Embalagens combinadas

Embalagens grandes

Instruções de embalagem começam com a letra “P”, disposições especiais com “PP” e grandes embalagens com a letra “L”

— Tanques.

— Contentores para granel.

Provisões especiais para tanques portáteis são identificadas com as letras “TP” (provisão de tanque).

cumprir as disposições, advertências e cuidados que visem a salvaguarda da vida humana, prevenção da poluição e a integridade das cargas transportadas. Na avaliação do risco, para efeitos de transporte, deverão ser considerados, por um lado, o perigo intrínseco das 9 classes de mercadorias perigosas (explosivos, gases, líquidos inflamáveis, sólidos inflamáveis, substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos, substâncias tóxicas e substâncias infeciosas, material radioativo, substâncias corrosivas e substâncias e artigos perigosos diversos, incluindo os poluentes marinhos), por outro lado, o grau e intensidade de exposição das pessoas. Os perigos associados a cada uma das 9 classes advém, basicamente das propriedades, biológicas, físicas e químicas das substâncias, misturas e dispositivos que constam da lista de mercadorias perigosas. O conhecimento e entendimento da constituição das matérias perigosas, bem como das suas propriedades físicas e químicas - estados de agregação, pressão, pressão de vapor, densidade absoluta/ relativa, pontos de fusão/ebulição, tensão superficial, difusão, solubilidade, temperaturas de inflamação/combustão/ autoignição, incompatibilidade química, polimerização, entre outros - permite prever e acautelar o seu comportamento durante proteger  ABRIL | JUNHO 2017

as operações do processo de transporte, e desencadear medidas adequadas, como a segregação ou a inserção de inibidores, para evitar ou mitigar os seus efeitos na saúde humana e no ambiente. Quanto ao grau e intensidade de exposição das pessoas, é importante reter que, mesmo as exposições por curto intervalo de tempo, se não forem tomadas as devidas precauções, poderão afetar tecidos, órgãos ou interferir nos processos biológicos e, eventualmente, causar a morte dos indivíduos expostos. É essencial o entendimento de limites de exposição, como o VLE-MP (valor limite de exposição – média ponderada), de parâmetros aferidores de toxicidade, como DL50 (dose mínima letal para 50 % dos indivíduos expostos por via oral ou cutânea) em que a dose está associada com a resposta biológica, quanto mais baixo for o valor deste parâmetro mais tóxica será a substância. A redução ou eliminação da intensidade de exposição deve ser acautelada pela entidade patronal que priorizará as medidas de proteção coletiva face aos equipamentos de proteção individual, que devem ser encarados como um complemento à proteção dos utilizadores contra os riscos a que estão expostos. Similarmente, as substâncias e misturas perigosas, de acordo com as propriedades


Fig. 3 Etiquetas, marcas e sinais para o transporte de mercadorias perigosas (fonte IMO).

podem influenciar o meio marinho ao longo de dias, meses e anos. Na maioria dos casos, uma substância/ mistura não tem um único comportamento, mas sim vários comportamentos resultantes da conjugação da sua natureza com as condições e processos ambientais. Assim, não é possível estabelecer uma regra geral que garanta a segurança no manuseio de todas as substâncias e misturas perigosas, cujos registos já contabilizam um número elevado de diferentes produtos. Os regulamentos modais de transporte de mercadorias perigosas ponderam as questões de segurança pessoal, ambiental e das cargas alicerçados em duas linhas de orientação, a prevenção dos riscos de acidente e a minimização das consequências económicas, sociais e ambientais de acidentes que não tenham sido possíveis evitar. Para além do reconhecimento da classe de risco, as matérias perigosas são identificadas por um código numérico de quatro algarismos precedidos das letras UN, pelo nome oficial de transporte, PSN, e pelo grupo de embalagem, PG (I: Elevada perigosidade; II: Perigosidade média; III: Baixa perigosidade) tal como: UN 1783, HEXAMETHYLENEDIAMINE SOLUTION, Class 8, PG III. Esta informação deve ser complementada com a ficha de segurança do produto,

um instrumento essencial à circulação de informação, que nas suas 16 secções comunica perigos, possíveis riscos e procedimentos, a toda a cadeia de abastecimento. Estas mercadorias requerem, de acordo com os regulamentos modais, sistemas de contenção, ilustrados na figura 2 – embalagens simples ou combinadas, IBC, embalagens grandes, tanques, contentores para granel – ensaiados e marcados em conformidade, garantindo que têm, não só, a capacidade para suportar as condições normais de transporte, transbordo e manuseamento, mas também, as mudanças de temperatura, pressão e humidade. Os procedimentos de expedição demandam que as mercadorias sejam marcadas, rotuladas e etiquetadas. As etiquetas para efeitos de transporte, exemplificadas na figura 3, estão associadas às 9 classes de perigo. Os documentos que acompanham o trânsito das mercadorias perigosas (Fichas de segurança. Documento de transporte intermodal. Certificado de carregamento do contentor/veículo. Outros.) não deverão apenas cumprir requisitos tributários e aduaneiros, mas, paralelamente, em conformidade com as disposições referenciadas ao longo deste documento, descrever corretamente as matérias que escoltam. proteger  ABRIL | JUNHO 2017

É, inegável que a produção, transporte e uso de matérias perigosas são essenciais para a economia mundial, a par de uma sociedade tecnológica que reclama soluções para que o trânsito destas mercadorias se efetue de forma segura e sustentável. O esforço de harmonização, realizado pela Organização das Nações Unidas, que visa a uniformização de disposições e procedimentos, não obstativo, o alcançado está, ainda, distante do propósito. Os regulamentos modais encerram em si informações contraditórias que podem levar à ocorrência de incidentes. Um caso difícil de perceber é o das quantidades limitadas (LQ), que permite, por exemplo, que seja possível a estiva das 9 classes num mesmo contentor, a par do cumprimento de um número reduzido de disposições. O transporte de mercadorias, é um processo que tem ultrapassado muitos desafios, desde o tempo em que as disposições eram compartimentadas por modos, até à atual etapa, que procura uma maior concordância e racionalização, através da partilha de informação/dados, do uso das novas tecnologias e dos esforços cooperativos. Não obstante, a incoerência que ainda persiste nas complexas regulamentações que contemplam as mercadorias perigosas – manuseamento de produtos químicos, segurança no trabalho, proteção ambiental, recomendações ONU – os regulamentos modais devem ser entendidos como instrumentos de segurança relevantes na prevenção de acidentes, e na eventualidade de estes ocorrerem, possibilitam a mitigação das consequências para as pessoas expostas, ambiente, equipamentos, embalagens e instalações que comportam este tipo de mercadorias. V 57.


— NORMALIZAÇÃO

NOVAS REGRAS APLICÁVEIS AO TRANSPORTE DE RESÍDUOS TEXTO Ana Ferreira APSEI

No âmbito do Programa Simplex +2016, foi publicada, no passado dia 26 de abril, a Portaria nº 145/2017, diploma que veio definir novas regras para o transporte rodoviário, ferroviário, fluvial, marítimo e aéreo de resíduos a nível nacional, criando as guias eletrónicas de acompanhamento de resíduos (e-GAR), e alterar as regras a ter em consideração no transporte de resíduos de materiais que contenham amianto. 58.

GUIAS ELETRÓNICAS DE ACOMPANHAMENTO DE RESÍDUOS (E-GAR) Decorrente da Portaria n.º 335/97, de 16 de maio, o transporte de resíduos em território nacional passou a carecer da emissão de uma guia de acompanhamento de resíduos, conforme modelos constantes da referida Portaria. Mais tarde, em 2006, o regime geral da prevenção, produção e gestão de resíduos, estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de setembro, veio exigir à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) a disponibilização de um sistema eletrónico para registo e armazenamento dos dados relativos à produção e gestão dos resíduos, questão esta que foi consubstanciada através do Sistema Integrado de Registo Eletrónico de Resíduos (SIRER). Não obstante esta plataforma permitir o registo de dados de forma desmaterializada, a verdade é que até ao momento o acompanhamento do transporte de resíduos tem sido efetuado através de guias em formato papel, designadamente da guia de acompanhamento de resíduos geral, modelo n.º 1428, e da guia de acompanhamento de resíduos hospitalares dos Grupo III e IV, proteger  ABRIL | JUNHO 2017

modelo nº 1429, da Imprensa Nacional Casa da Moeda. Com a publicação da Portaria n.º 145/2017, é agora efetuada a desmaterialização das referidas guias, através da criação da Guia Eletrónica de Acompanhamento de Resíduos (e-GAR). A criação deste documento eletrónico vem permitir a integração automática dos dados anuais de resíduos no Mapa Integrado de Registo de Resíduos (MIRR) e efetivar a simplificação do processo de comunicação das organizações junto da Administração, obviando a redundância de comunicação, assim como contribuir para a redução dos custos das organizações e facilitar a articulação e a harmonização entre as várias entidades nacionais com responsabilidades de controlo e fiscalização no âmbito do transporte de resíduos. De um modo geral, o transporte de resíduos deve ser acompanhado por uma e-GAR. No entanto, existem exceções a esta regra, que se apresentam de seguida e devem ser consideradas nas condições estabelecidas pela Portaria 145/2017: — Transporte de resíduos urbanos cuja gestão seja da responsabilidade do município;


As e-GAR devem ser conservadas, em formato físico ou eletrónico, pelo detentor dos resíduos, pelo transportador e pelo destinatário dos resíduos, durante um período de cinco anos.

— Transporte de resíduos provenientes de obras isentas de controlo prévio nos termos do disposto no Regime Jurídico da Urbanização e Edificação; — Transporte de resíduos resultantes da prestação de serviços de assistência em estrada a veículos; — Transporte de resíduos resultantes da prestação de serviços de cuidados de saúde ao domicílio e de emergência médica; — Transporte de resíduos pelos distribuidores, aquando da entrega ao domicílio de equipamentos abrangidos por legislação específica que implique a receção de resíduos equivalentes; — Transporte de resíduos de embalagens fitofarmacêuticas e de embalagens de medicamentos para uso veterinário; — Transporte de resíduos entre pontos de retoma, pontos de recolha ou outros locais de armazenagem preliminar incluídos no processo de recolha, que integrem fluxos específicos de resíduos; — Transporte de resíduos efetuado pelo produtor inicial dos resíduos para armazenagem em instalações sob a responsabilidade do mesmo produtor, para efeitos do acondicionamento necessário ao seu posterior tratamento. As e-GAR estão disponíveis na plataforma eletrónica da Agência Portuguesa do Ambiente, como parte integrante do

SIRER, estando o correspondente manual de instruções disponível para consulta na página eletrónica da referida entidade. No que diz respeito às informações que devem ser incluídas nas guias, referem-se a identificação, quantidade e classificação discriminada dos resíduos, a origem e o destino dos resíduos, incluindo a operação a efetuar, a identificação dos transportadores e a identificação da data para o transporte de resíduos. Sempre que os resíduos transportados sejam classificados como perigosos, no âmbito da legislação aplicável, nas e-GAR devem ainda ser incluídos os elementos necessários à emissão do documento de transporte exigido nessa regulamentação. A emissão das e-GAR deve acontecer previamente ao transporte dos resíduos e pode ser efetuada pelo produtor ou detentor do resíduo ou então pelo transportador ou pelo destinatário dos resíduos. Se a emissão da guia for efetuada pelo transportador ou pelo destinatário dos resíduos, neste caso o produtor/detentor do resíduo está obrigado a confirmar, previamente ao transporte, o correto preenchimento da guia e a correspondente autorização de transporte do resíduo. Até 31 de dezembro de 2017 pode optar-se pela utilização das guias em formato papel ou então pela utilização das e-GAR. No entanto, a partir desta data, a utilização das guias eletrónicas de acompanhamento de resíduos passa a ser de cumprimento obrigatório. proteger  ABRIL | JUNHO 2017

TRANSPORTE DE RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO QUE CONTENHAM AMIANTO A Portaria n.º 145/2017 veio também incluir neste procedimento de registo o transporte, do produtor para o destinatário final autorizado, de resíduos de construção e demolição (RCD), em particular de RCD que contenham amianto, reforçando assim o nível de rastreabilidade deste tipo de resíduos, desde a sua produção em obra até à sua deposição em aterro. Assim, no caso do transporte de resíduos de construção e demolição que contenham amianto, deixam de ser aplicáveis as guias de acompanhamento constantes dos Anexos I e II da Portaria n.º 417/2008, de 11 de junho, passando a aplicar-se também as e-GAR agora estabelecidas pela Portaria n.º 145/2017. As e-GAR devem ser completamente preenchidas e validadas pelo produtor dos resíduos, pelo transportador e pelo operador de gestão de resíduos e incluir informações das quantidades recolhidas e recebidas pelos vários intervenientes no processo, incluindo não só o operador final mas também eventuais operadores intermédios. Existindo operador intermédio, este deve facultar ao operador final informações que permitam identificar a origem dos resíduos e as quantidades recebidas e ao produtor dos resíduos a confirmação destes terem sido rececionados pelo operador final. No caso concreto de RCD que contenham amianto, nas e-GAR deve ser identificado o código LER 17 06 01 ou 17 06 05. V 59.


— NORMALIZAÇÃO

NP 4413 PASSADO, PRESENTE E FUTURO DA MANUTENÇÃO DE EXTINTORES Reunião do Grupo de Trabalho responsável pelos meios manuais e equipamentos de combate a incêndio da Comissão Técnica 46.

TEXTO APSEI

Uma história oral da evolução da norma que mudou o setor da manutenção de extintores em Portugal. A Norma Portuguesa 4413 veio regular a atividade de manutenção de extintores em Portugal e, simultaneamente, reforçar as exigências legais para todos os que estão no mercado. Ao ser referida no Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios (Portaria nº 1532/2008) as exigências da NP 4413 ganharam um carácter legal obrigatório, exigindo que qualquer empresa que pretenda fazer manutenção de extintores tenha de estar certificada para o efeito. Volvidos 11 anos desde a sua publicação inicial, em 2006, esta é uma norma em constante evolução e que tem procurado acompanhar a evolução técnica desta atividade e corrigir as dificuldades identificadas por todos os que a implementam, técnicos de manutenção e clientes. A APSEI, enquanto organismo de normalização setorial responsável pela coordenação da Comissão Técnica 46 – Segurança Contra Incêndios e Símbolos Gráficos, está diretamente envolvida neste processo de revisão e adaptação desta norma. Com o objetivo de dar a conhecer o impacto que esta norma teve no mercado e quais as novidades que se avizinham num futuro próximo, demos voz a vários vogais da CT 46 que pertencem ao grupo de trabalho responsável pelas normas de meios manuais e equipamentos de combate a incêndio. Leia aqui a história oral da NP 4413.

PROTEGER — Como caracterizariam o setor da manutenção de extintores antes da publicação da NP 4413? AUGUSTO COSTA — Aquando da publicação desta norma, em 2006, o setor de atividade do fornecimento, instalação e manutenção de extintores caracterizava-se essencialmente por uma total falta de regulação e consequente inexistência de qualquer controlo por parte das autoridades competentes. Era 60.

um setor empresarial que, pese embora a existência de um número considerável de empresas que pugnavam pela qualidade, era constituído, maioritariamente, por empresas com muito fracas condições para o exercício da atividade, tecnicamente pouco qualificadas, que aproveitavam o desconhecimento e falta de informação dos clientes para lucrarem com serviços de muito baixa qualidade, ou que, na realidade, nem sequer prestavam. proteger  ABRIL | JUNHO 2017

Estas empresas faziam uma concorrência totalmente desleal e promoviam o descrédito e desvalorização do mercado, criando sérias dificuldades àquelas empresas que pretendiam pontuar a sua ação pelo respeito pela qualidade e ética empresarial. O nosso país era também caracterizado por um parque de extintores em grande medida envelhecido e obsoleto, em que, uma quantidade considerável dificilmente funcionaria caso fosse necessária a sua utilização. Que mais-valias trouxe ao mercado nacional a Norma Portuguesa 4413? CARLOS DIAS FERREIRA — Um dos aspetos foi o de disciplinar o mercado relativamente à prestação dos serviços de manutenção. ANA BAPTISTA — A norma veio definir regras e métodos a utilizar pelos técnicos na manutenção de extintores, uniformizando as operações técnicas a efetuar, a informação a disponibilizar ao cliente acerca dos seus equipamentos, o cumprimento dos requisitos técnicos e de segurança associados à manutenção de extintores, as manutenções/calibrações associadas aos equipamentos utilizados e o tipo de formação ao técnico de manutenção e restante equipa técnica. Também auxilia as empresas a justificar aos clientes os motivos de rejeição de extintores e a necessidade da aquisição de novos. ANTÓNIO VIANA BASTO — A NP 4413 reuniu num só documento todos os procedimentos de manutenção de extintores


e veio divulgar os procedimentos e limites de utilização dos extintores e seus componentes. O seu conteúdo serve de guia na formação de técnicos de manutenção de extintores e serve também como guia para a certificação dos serviços de manutenção de extintores. AUGUSTO COSTA — Com esta norma as autoridades reguladoras passaram a dispor de um referencial para poderem passar a exercer a sua ação, embora esta tivesse continuado a ser manifestamente escassa. Passaram a existir requisitos mínimos que as empresas teriam que cumprir para poderem estar na atividade. Houve também a clarificação tanto para as empresas como, especialmente, para o cliente do conjunto de procedimentos técnicos e administrativos a observar na realização do serviço e foi definida a periodicidade das intervenções e o período de vida dos equipamentos. Pelo exposto, a publicação desta norma constituiu o momento de viragem que o setor precisava, tendo contribuído decisivamente para a sua moralização, elevação do nível técnico e maior grau de transparência.

Quais os principais pontos fortes da norma que destacariam? ANA BATISTA — Destacaria a organização e controlo documental associados; a uniformização dos critérios de rejeição dos extintores; e a definição dos meios /recursos mínimos exigidos para equipamentos e instalações – garantindo que independentemente da dimensão da estrutura, a componente técnica terá os mesmos fundamentos. AUGUSTO COSTA — A definição de requisitos mínimos a cumprir pelas empresas para poderem estar na atividade; A clarificação, tanto para as empresas como, especialmente, para o cliente do conjunto de procedimentos técnicos de manutenção a observar na execução do serviço; a definição da periodicidade das intervenções e o período de vida de alguns equipamentos foi também um aspeto positivo; e a indução de um grau maior de moralização e transparência no setor. CARLOS DIAS FERREIRA — A clarificação dos pontos relativos à inspeção e à proteger  ABRIL | JUNHO 2017

manutenção dos extintores e a definição das atividades de manutenção (anual, quinquenal, quando são feitas provas e a quais os extintores, etc.). A CT 46 decidiu elaborar a NP 4413 com o objetivo de regular a atividade de manutenção de extintores no mercado nacional. Depois de mais de 10 anos em aplicação, consideram que a norma cumpriu o objetivo inicialmente pretendido? ANTÓNIO VIANA BASTO — O objetivo era o de disciplinar a comercialização e manutenção de extintores em conformidade com as normas europeias em vigor. Estamos ainda longe de o alcançar mas, comparando com a situação que se vivia nos fins da década de 90, quando a elaboração desta norma foi iniciada, o resultado é bastante satisfatório. TELO DA FONSECA — Se o ultrapassar dos 50% de empresas do setor com cumprem que os requisitos for considerado o objetivo inicial pretendido, então aceitamos que foi atingido o objetivo… 61.


— NORMALIZAÇÃO

ANA BAPTISTA — Apesar de algumas “irregularidades” ainda presenciadas, nestes 10 anos notou-se uma clara evolução positiva na regularização desta atividade, sendo já de conhecimento geral a obrigatoriedade de cumprir com os requisitos da NP 4413 quando se pretende prestar serviços na área de manutenção de extintores, sendo este um fator condicionante do sucesso/insucesso da organização. AUGUSTO COSTA — Tendo em conta o que atrás ficou dito, poder-se-ia concluir que a norma terá cumprido os objetivos pretendidos afirmando-se como um instrumento de apoio ao regulador, moralizador e capaz de elevar os padrões de qualidade e a valorização do mercado. No entanto, apesar de ter sido uma considerável mais-valia para o setor, consideramos que esses objetivos não terão sido completamente atingidos. Ao introduzir um conjunto de regras e requisitos standard, a norma acabou por dar um sinal ao mercado no sentido de todos, quer prestadores do serviço quer clientes, alinharem por baixo, valorizando-se apenas o cumprimento dos requisitos mínimos nela previstos. Assim, a norma limita a margem para aquelas empresas que pretendam afirmar-se no mercado pela elevação do nível de qualidade dos seus produtos, serviços e relação com o cliente acima dos padrões standard. Consideram que a NP 4413 contribuiu para a evolução técnica e organizacional das empresas prestadoras de serviços de manutenção de extintores? TELO DA FONSECA — Não temos qualquer dúvida, essa é a realidade e o ponto forte do efeito desta norma. AUGUSTO COSTA — Apesar de tudo, esta norma veio trazer ao mercado uma evolução qualitativa que até aí não existia. Isto foi feito ao definir requisitos mínimos a cumprir por parte das empresas no que respeita a instalações, equipamentos, organização e competências técnicas, bem como em relação aos procedimentos técnicos a observar na realização do serviço, e na definição de critérios para que os 62.

Augusto Costa e António Viana Basto são dois dos vogais da CT 46.

equipamentos possam ser considerados operacionais, e por consequência, em condições regulares de utilização. MIGUEL MONTEIRO — Sim, apesar de ainda estarem enraizados alguns conhecimentos técnicos e práticas “do antigamente” que necessitam de ser erradicadas. ANA BAPTISTA — Claramente! Conforme referido nas questões anteriores, tendo implementados os requisitos da NP 4413 e sendo sujeitos a auditorias regulares, as empresas prestadoras destes serviços garantem o apoio e acompanhamento de auditores que identificam as situações a melhorar e apoiam as empresas a evoluir tanto tecnicamente como a nível organizacional (pelo menos assim deveria ser). Este Grupo de Trabalho (CT46/SC2/GT1) está atualmente a efetuar aquela que será a terceira revisão à norma portuguesa NP 4413. O que pode esta nova versão trazer de novo face às anteriores versões da norma? JOSÉ GOULÃO MARQUES — A revisão atual da Norma vai trazer melhorias e vai procurar esclarecimentos e clarificações. proteger  ABRIL | JUNHO 2017

Tem havido uma discussão abundante e meritória. ANA BAPTISTA — Esta revisão pode esclarecer algumas situações que têm sido motivo de discórdia entre organismos de certificação, consultores e empresas prestadoras de serviços de manutenção de extintores. Pode também ajustar a norma às alterações legais entretanto ocorridas e incluir aspetos relacionados com extintores móveis. AUGUSTO COSTA — Pensamos que, no essencial, relativamente à sua estrutura e conteúdo não existirá muito espaço para profundas alterações. Todavia, esta será certamente uma excelente oportunidade para operar algumas correções de pormenor, ou corrigir certos requisitos que não acrescentam qualquer valor e são, por vezes, fatores de complexidade na realização do serviço e na relação entre as empresa e os clientes. Para além de que poderá ser um excelente momento de reflexão e debate no que respeita a alguns aspetos menos consensuais, como sejam: — Extintores de CO2, prova hidráulica ou substituição por novos quando este procedimento, a prova hidráulica, tenha que ser realizada;


referida na Portaria nº 1532/2008, passou a ser de cumprimento obrigatório. Que impacto considera que teve esta situação no mercado nacional? AUGUSTO COSTA — Consideramos ter sido muito positivo e clarificador o facto de ter passado a existir um documento contendo um conjunto de regras e procedimentos a serem cumpridos por todas as partes envolvidas no processo.

— Ou ainda, período de vida útil dos extintores, tanto dos de pó como os de CO2; — Periodicidade para a substituição do agente extintor pó químico; — Outros agentes extintores e equipamentos não considerados na norma, etc. ANTÓNIO VIANA BASTO — Embora estejamos na 3ª revisão, a área técnica da NP4413:2012 é muito semelhante à versão inicial de 2003. As técnicas evoluíram e as normas europeias de fabrico e ensaios dos extintores também. Assim, será feita uma atualização geral, nomeadamente nos procedimentos de manutenção, nos dos agentes extintores e suas eficácias. TELO DA FONSECA — Consideramos que devem ser feitas algumas alterações e introduções com muita atenção e cuidado na NP 4413. Devem ter enfoque no utilizador ou cliente final, visando igualmente a parametrização de avaliação por visita mistério pelas Empresas Certificadoras, acreditadas pelo IPAC ou por fiscalização por parte da Autoridade responsável. A generalidade das normas tem carácter voluntário. No entanto, a NP 4413, ao ser

TELO DA FONSECA — A obrigatoriedade legal conferiu ao mercado nacional uma mais-valia, o impacto surgiu com grande evidência no público como cliente final. Hoje é vulgar por parte do consumidor pedir e exigir a confirmação das certificações que garantem o registo da empresa prestadora de serviço na ANPC (apenas empresas certificadas podem estar registadas na manutenção de extintores na ANPC). ANA BAPTISTA — Qualquer obrigatoriedade provoca revolta nas empresas que são obrigadas a fazer algo, contudo, penso que após implementarem a norma, mesmo contrariadas, as empresas acabam por utilizar o cumprimento deste requisito como um fator de destaque num mercado onde ainda operam algumas empresas que não cumprem estes requisitos. Na sua gestão de clientes conseguem mais facilmente explicar a necessidade de garantir as manutenções regulares aos extintores, por ser um requisito legal de estarem certificados. Colaborando com a CT46 há já vários anos, que mensagem gostariam de passar aos intervenientes do setor para que tivessem um papel mais ativo na atividade normativa nacional? AUGUSTO COSTA — Sabemos bem das dificuldades que as empresas enfrentam para disponibilizarem representantes seus a participar nas reuniões de trabalho das CT’s, pois, também nós muitas vezes nos vemos impedidos de dar o contributo que gostaríamos por manifesta falta de tempo e meios humanos para o efeito. No entanto, dada a importância da proteger  ABRIL | JUNHO 2017

normalização para a sociedade em geral e da CT46 para o nosso setor em particular, pensamos que todos devemos fazer um esforço suplementar no sentido de, com a nossa participação, contribuirmos não só para o enriquecimento dos trabalhos e consequente melhoria dos documentos produzidos, como também para a valorização do setor em que todos devemos estar empenhados. ANA BAPTISTA — Existe um grande défice de informação associada às componentes técnicas dos equipamentos sob pressão, do seu funcionamento, tipo de agente extintor, nomeadamente nos extintores de pó químico, podendo o pó químico ter várias classificações e não estando claramente identificados os tipos de pó químico que podem ser utilizados num extintor. Seria muito importante e benéfico que os fabricantes dos equipamentos reforçassem a informação técnica associada, auxiliando inclusive a atividade normativa associada. TELO DA FONSECA — Sejamos mais eficientes, profissionais e sérios, para que o consumidor final deixe de pensar que fazer manutenção aos extintores é dar umas “pancadinhas” no equipamento, colocar uma etiqueta, um selo e juntar a fatura com um relatório. Para melhorar esta imagem é fundamental que se criem regras. Porém, quando estas regras são criadas por quem faz alguma coisa, normalmente são contestadas pela negativa. Bom seria que todos os intervenientes – essencialmente os que trabalham a segurança contra incêndios – estivessem presentes nos grupos de trabalho da CT 46 e incluir nestes grupos os operadores e os técnicos que habilmente todos os dias lidam com as imposições dos que ditam as normas, pois normalmente os que estão presentes não são os que as executam. CARLOS DIAS FERREIRA — A participação é determinante para o sucesso das empresas, da sociedade e do País. É importante termos a noção de que sem participação, dificilmente poderá existir reflexão, partilha de conhecimento e aprendizagem e certamente será mais difícil a nossa evolução. V 63.


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CENTRAIS AQUA PREMIUM DA EFAFLU

As centrais de pressurização AQUA Premium da EFAFLU são concebidas para um funcionamento autónomo de elevada eficiência energética e fácil instalação em obra. O controlador Premium é programado para efetuar a gestão rigorosa dos vários grupos eletrobomba. O fabrico recorre a processos industriais devidamente certificados para garantir o mais elevado grau de qualidade e fiabilidade. A EFAFLU desenvolve e fabrica soluções específicas para satisfazer as mais variadas necessidades do projeto hidráulico, uma solução sempre à medida do cliente. Saiba mais sobre as Centrais AQUA Premium da EFAFLU em www.efaflu.pt. V

Os extintores Gloria fabricam-se com materiais que permitem manter as características de segurança e durabilidade inalteradas durante os 20 anos de vida útil do extintor; processos de fabrico com consciência ecológica, porque não se incluem substancias prejudiciais para o meio ambiente como o cadmio (Cd) e substancias cancerígenas como o TGCI. A utilização de aço de primeira qualidade, suportando pressões de prova de 70–75 Bar, pinturas de resina de poliéster com espessura 89–90mü que permitem resistências mais duradoras as intempéries, conferem aos extintores Gloria um elevado grau de confiança e prontidão. Saiba mais sobre os extintores GLORIA em www.imatrix.pt. V

EXTINTORES GLORIA®

CÂMARAS TÉRMICAS HIKVISION

CENTRAL SIFIRE DA WILO

Construída segundo a EN 12845, a Central SiFire é a mais recente novidade no abastecimento de sistemas extintores de sprinklers da WILO. Constituída por uma ligação à rede 3~400 V, 50 Hz, motores padrão equivalentes a IE2, motor diesel com injeção direta ou motor turbo‑diesel com refrigeração de ar ou água, a SiFire EN permite uma temperatura máxima ambiente +4°C a +40°C, e uma temperatura máxima do fluido +40°C, pressão máxima proteger  ABRIL | JUNHO 2017

de funcionamento 10/16 bar, pressão de alimentação 6 bar, um caudal 10 m³/h a 750 m³/h, altura manométrica em 128 m, diâmetros nominais de ligação lado da pressão DN 65 a DN 250, diâmetros nominais de ligação lado da alimentação DN 50 a DN 200, tipo de proteção do quadro de comando IP54, possuindo ainda uma bomba de reserva com estrutura de fundamento horizontal segundo a EN 733. Saiba mais sobre a Central SiFire da WILO em www.wilo.pt. V 65.


— FAQ's

apsei responde* *UM ESPAÇO ONDE A APSEI RESPONDE ÀS QUESTÕES QUE LHE CHEGAM DIARIAMENTE

1.

INCÊNDIO Que tipo de edifícios estão obrigados, no âmbito das medidas de autoproteção, a realizar simulacros regularmente?

De acordo com a Portaria 1532/2008, de 29 de dezembro, os simulacros são obrigatórios em todas as utilizações-tipo onde o plano de emergência interno seja obrigatório, conforme Quadro XXXIX do artigo 198.º da referida Portaria. Os simulacros têm como objetivos testar o plano de emergência interno e treinar os ocupantes do edifício, com vista à criação de rotinas de comportamento e ao aperfeiçoamento dos procedimentos. Consoante a categoria de risco da utilização-tipo, estes simulacros podem ter de ser realizados anualmente, de 2 em 2 anos ou de 4 em 4 anos. Os simulacros devem ser previamente planeados, executados e avaliados, de preferência com o envolvimento do corpo de bombeiros da área e de elementos da proteção civil, e acompanhados por observadores, que deverão efetuar a avaliação dos simulacros. A sua realização deve ser comunicada previamente aos ocupantes. V

66.

2.

SST A quem competem responsabilidades no que diz respeito à utilização de Equipamentos de Proteção Individual?

De acordo com o atual Regime Jurídico da Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho, esta é uma responsabilidade que é partilhada entre a entidade empregadora e o trabalhador. Ao empregador compete garantir ao trabalhador as condições de segurança e saúde de todos os aspetos do seu trabalho, incluindo, portanto, a disponibilização dos equipamentos de proteção individual adequados à proteção do trabalhador, face aos riscos a que esteja exposto no local de trabalho. À entidade empregadora compete não só a disponibilização dos equipamentos de proteção individual, mas também informar os trabalhadores dos riscos contra os quais o equipamento de proteção individual os visa proteger e darlhes formação em termos de utilização dos referidos equipamentos. Ao trabalhador compete-lhe zelar pela sua segurança e pela sua saúde, o que implica obrigatoriamente, entre outros, a correta utilização dos equipamentos de proteção individual disponibilizados pela entidade empregadora, em conformidade com as instruções que lhe tenham sido transmitidas, assim como a manutenção do bom estado de funcionamento desses equipamentos. V

proteger  ABRIL | JUNHO 2017

3.

ELETRÓNICA Em que contraordenações incorrem as entidades que não se registarem na DNPSP?

As entidades que exerçam as atividades de conceção e estudo, instalação e manutenção ou assistência técnica de material e equipamento de segurança sem registo prévio incorrem em contraordenação grave, pelo que as pessoas coletivas que desempenhem estas atividades sem o devido registo ficam sujeitas a coima de 7 500€ a 37 500€. Da mesma forma, as pessoas singulares ficam sujeitas a coima de 300€ a 1 500€. O registo prévio na Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública das entidades com atividades de estudo e conceção, instalação e manutenção ou assistência técnica de sistemas de videovigilância, sistemas de controlo de acessos, sistemas de deteção contra intrusão e centrais de receção de alarmes é obrigatória desde setembro de 2013, decorrente da entrada em vigor da Portaria nº 272/2013, de 20 de agosto. V


FICHA TÉCNICA

PORTAS DE SEGURANÇA

JUNHO 2016

— DEFINIÇÃO Porta de Segurança: Porta que, quando convenientemente fabricada e instalada, tem a capacidade de resistir à aplicação de forças físicas e à utilização de determinadas ferramentas manuais e eléctricas, evitando assim que eventuais infractores acedam aos espaços aos quais dão acesso. NOTA: Regra geral, as portas de segurança também apresentam características de resistência ao fogo, ao vento, acústica e estanquidade à água.

TIPOS DE PORTAS DE SEGURANÇA A norma EN 1627 enquadra os elementos de segurança em quatro grupos distintos, incluindo-se as portas de segurança no Grupo 1.

— Grupo 1: porta constituída por uma folha, cuja abertura se faz empurrando essa folha.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS GENÉRICAS A norma EN 1627 tem por base três tipos distintos de ensaios, cada um regulamentado por uma norma específica. Os ensaios de carga estática e dinâmica têm como finalidade avaliar a estabilidade e a força da porta e o ensaio de resistência a ataque manual o tempo que uma porta consegue permanecer fechada quando sujeita a um ataque utilizando determinado tipo de ferramentas. 1

CRITÉRIOS

NORMA DE ENSAIO

2

DESCRITIVO DO ENSAIO Aplicação de uma determinada força estática nos cantos das folhas da porta e nos pontos de fecho, no sentido da abertura da porta.

Grau Carga Estática

EN 1628

Cantos da Folha

Nos pontos de fecho

Carga KN

Defexão Max

Carga KN

Defexão Max

1e2

1.5

25 mm

3

10 mm

3

6

25 mm

6

10 mm

4

10

25 mm

10

10 mm

5e6

15

25 mm

15

10 mm

3

4

Aplicação de uma determinada carga dinâmica na porta, no sentido da sua abertura.

Grau

Carga dinâmica Kg

Altura a que a carga é deixada cair mm

1

50

450

2

50

450

3

50

750

5 6

Carga Dinâmica 7

EN 1629

9

8

Submeter a porta à utilização de um determinado conjunto normalizado de ferramentas, durante um período de tempo especificado, de modo a avaliar o tempo que a porta resiste a essas acções.

Fig. 1 — Exemplo de porta de segurança. 1 — Tranca superior 2 — Reforço vertical 3 — Fechadura 4 — Pernos anti-alavanca 5 — Dobradiça 6 — Tranca inferior 7— Chumbadouro / Ancoragem de fixação à parede 8 — Aro 9 — Pré-aro

Resistência a Ataque Manual

EN 1630

Grau

Tempo que a porta deve resistir min

Duração máxima do ensaio min

1

2

3

15

3

5

20

4

7

25

5

10

30

6

15

40

APSEI — ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURANÇA Rua Cooperativa A Sacavenense n.º 25, C/F, 2685–005 — Sacavém | Tel +351 219 527 849 | Fax +351 219 527 851 | proteger@apsei.org.pt, www.apsei.org.pt

55


— Graus de Resistência 1 a 3: correspondem a ataques efetuados por infratores casuais, com poucos conhecimentos e pouco recursos. O infrator despende um tempo limitado com a ação e recorre a ferramentas manuais simples. que uma porta consegue permanecer fechada quando sujeita a um ataque utilizando determinado tipo de ferramentas.

GRAU

DESCRITIVO DO ENSAIO

1

O infrator recorre, regra geral, a ferramentas manuais simples e ao próprio corpo para abrir a porta. O infrator não tem qualquer conhecimento relativamente à resistência e construção da porta ou aos objetos que pode vir a subtrair (Risco Baixo).

2

O infrator recorre a ferramentas como chaves de fendas, alicates, cunhas e serrotes, entre outras. Como anteriormente, não pretende correr grandes riscos com a infração e não tem conhecimentos sobre a resistência e construção da porta (Risco Baixo).

3

O infrator recorre a alavancas, chaves de fendas, martelos e ferramentas elétricas, com as quais tenta aceder a dispositivos de fecho vulneráveis. O infrator tem alguns conhecimentos sobre a construção e a resistência da porta, mas o tempo e o barulho continuam a ser uma preocupação (Risco Médio).

— Graus de Resistência 4 a 6: estão associados a infractores mais experientes e profissionais, que têm um alvo muito específico e conhecimentos sobre o tipo de construção e resistência da porta. Estes infratores recorrem a ferramentas elétricas de elevado desempenho, normalmente associadas a crimes organizados. GRAU

DESCRITIVO DO ENSAIO

4

O infrator recorre a martelos, machados, formões e berbequins portáteis. O infrator não só tem conhecimentos acerca da construção e da resistência da porta como tem um objetivo muito concreto com a intrusão. Está preparado para níveis de risco moderados, estando menos preocupado com o tempo e com o barulho (Risco Médio).

5

O infrator utiliza equipamentos elétricos, como berbequins e rebarbadoras. O infrator prevê uma recompensa considerável com a intrusão, estando preparado para correr riscos consideráveis. O tempo e o barulho não são uma preocupação (Risco Elevado).

6

O infrator utiliza equipamentos elétricos preparados para serem utilizados por uma única pessoa. As ferramentas utilizadas têm um desempenho elevado e são bastante eficazes. Como anteriormente, o infrator não está preocupado nem com o tempo nem com o barulho, mas com a elevada recompensa que pretende obter com a sua ação (Risco Elevado).

— NORMAS APLICÁVEIS EN 1627: Pedestrian doorsets, windows, curtain walling, grilles and shutters. Burglar resistance. Requirements and classification. EN 1628: Pedestrian doorsets, windows, curtain walling, grilles and shutters – Burglar resistance – Test method for the determination of resistance under static loading. EN 1629: Pedestrian doorsets, windows, curtain walling, grilles and shutters – Burglar resistance – Test method for the determination of resistance under dynamic loading. EN 1630: Pedestrian doorsets, windows, curtain walling, grilles and shutters – Burglar resistance – Test method for the determination of resistance to manual burglary attempts. — GARANTIAS Declaração de Conformidade do Fabricante, garantindo que a porta foi fabricada utilizando o mesmo modelo construtivo e os mesmos materiais que a amostra submetida a ensaio. Declaração de Conformidade do Instalador, garantindo que a porta foi instalada conforme especificado pelo manual de instalação fornecido pelo fabricante.

APLICAÇÃO Aconselha-se a utilização das portas de segurança nas situações a seguir descritas, consoante o seu Grau de Resistência: GRAU DE RESISTÊNCIA

Tipo de Aplicação

1

Edifícios com um baixo risco de assalto.

2

Edifícios com um risco de assalto normal.

3

Edifícios com um risco de assalto considerável.

4

Edifícios com um risco de assalto elevado, como por exemplo ourivesarias e instituições financeiras.

5

Edifícios industriais e militares.

6

Edifícios militares de risco muito elevado, e outros edifícios de risco semelhante.

NOTA: O Regime Jurídico da Atividade de Segurança Privada e correspondentes portarias complementares especifica as situações em que as portas de segurança são obrigatórias, definindo ainda os requisitos técnicos que estas portas em concreto necessitam de cumprir. INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO De modo a garantir as características de resistência destas portas, estas devem ser instaladas por técnicos qualificados de acordo com as instruções do fabricante, recomendando-se que sejam sujeitas a inspecções periódicas regulares e a procedimentos de manutenção com uma periodicidade mínima anual.

— DOCUMENTOS RELACIONADOS Ficha técnica APSEI n.º 1 Portas resistentes ao fogo

As FICHAS TÉCNICAS APSEI estão sujeitas a um processo de atualização contínua, dependente das alterações legais, normativas e técnicas que estejam relacionadas com o seu conteúdo. Certifique-se sempre, antes de aplicar a informação contida nesta Ficha Técnica, de que está na posse da sua última versão.

Assim sendo, de acordo com a norma EN 1627, as portas de segurança são classificadas em 6 Graus de Resistência, conforme apresentado:


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