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Editorial Rui Soreto. Presidente da Direcção.

Decorrente das diversas iniciativas que tem desenvolvido, a APSEI há muito que identificou a necessidade de existir em Portugal uma revista especializada, focada e dedicada à Segurança Electrónica e Protecção contra Incêndio. A nossa resposta chama-se PROTEGER!

O défice de cultura de associativismo e de cultura de Prevenção e Segurança são características comuns habitualmente atribuídas à nossa condição de portugueses. A constituição da Associação Portuguesa de Segurança Electrónica e de Protecção Incêndio, em 2002, rompeu com este dogma e evidenciou a necessidade de todos os actores ligados a esta actividade se unirem em torno de um objectivo comum: elevar os níveis de segurança nos edifícios e fomentar a cultura de prevenção e segurança em Portugal. Em todas as actividades é absolutamente necessário comunicar com qualidade: conhecer os nossos interlocutores, garantir que estes entendem o conteúdo da nossa mensagem e que esta é do seu interesse. E numa actividade empresarial e profissional é ainda essencial que essa comunicação seja eficiente e eficaz. Essa eficiência só existirá se houver conhecimento do destinatário da nossa comunicação: que utilidade existe em escrever, comunicar, anunciar, publicitar um produto junto dum público que por ele não tem qualquer interesse? Quais os custos e desperdícios de uma comunicação especializada num meio generalista? Os leitores da PROTEGER serão todos aqueles que têm actividade no mercado da Segurança Electrónica e Protecção contra Incêndio. Poderão ser proprietários ou simples utilizadores de qualquer equipamento ou sistema de segurança, responsáveis de segurança de pequenas a grandes empresas, instaladores de produtos ou equipamentos, com actividades comerciais de retalho ou distribuição, engenheiros ou arquitectos ligados à área de projecto e/ou análise de risco, fabricantes, entidades com responsabilidades nas áreas da inspecção ou legislação, mas tendo como factor comum integrarem o mercado da Segurança Electrónica e da Protecção contra Incêndio. No momento em que a PROTEGER contacta pela primeira vez com os seus leitores, tem lugar um importante acontecimento para o sector da Segurança Urbana organizado pela APSEI: as Jornadas Técnicas NFPA-APSEI 2008. Pela segunda vez, um evento de tão grande importância na área do conhecimento e da inovação acontecerá em Portugal, configurando-se como uma excelente oportunidade para a partilha das experiências e know-how. Não poderia ainda deixar de referir o facto de, finalmente, ter sido aprovado o regime jurídico de Segurança contra Incêndios em Edifícios. Atendendo ao impacto da regulamentação no mercado, este será seguramente um tema recorrente nas próximas edições da PROTEGER. Ao longo da sua existência, a APSEI tem-se afirmado como um parceiro dos organismos com responsabilidades no mercado e pautado a sua intervenção por um espírito crítico mas construtivo. Reafirmamos a nossa intenção de continuar a ser criativos e de contribuir para a apresentação de soluções em vez de nos limitarmos a ser analistas dos problemas presentes. A APSEI, enquanto associação de empresas, congrega um know-how único e essencial e um conhecimento ímpar na área da concepção, fabrico, distribuição, instalação e manutenção dos sistemas Segurança Electrónica e Protecção contra Incêndios. A consolidação da identidade do sector da Segurança Electrónica e Protecção contra Incêndios, a demonstração da sua especificidade, o maior conhecimento e domínio técnico por parte dos seus profissionais resultará numa melhoria qualitativa da prestação dos serviços de Segurança e na correspondente elevação dos níveis de Prevenção e Protecção das pessoas, património e ambiente em Portugal. Sejam bem-vindos ao número 1 da PROTEGER!

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Sumário

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OUTUBRO A DEZEMBRO 2008

01 Editorial. (Rui Soreto) 05 Depoimento Secretário de Estado da Protecção Civil. (José Miguel Medeiros) 06 PROTEGER. Política Editorial. (Maria João Conde) 09 Revista PROTEGER. Qual o âmbito? Qual o futuro? (José Cartaxo Vicente) 12+13 Notícias. Novo regime jurídico na Segurança contra Incêndio. Formação em manutenção de extintores. Novo estudo do sector da segurança em Portugal 2009. Segurex 2009. 48+49 Fichas técnicas APSEI nº 15 Detector multi-sensor e nº16 Dobradiças de eixo simples. 52 Legislação e Normalização. 53 Agenda. 55 Directório de empresas associadas da APSEI.

EVENTOS 11 Jornadas Técnicas NFPA-APSEI 2008 Formação e discussão dos assuntos mais prementes sobre Segurança Urbana.

14 8º Fórum APSEI Reportagem da 8ª edição dos Fóruns Técnicos da APSEI, dedicado a questões ambientais relacionadas com o sector da Segurança e a soluções tecnológicas de protecção contra incêndio. Gonçalo Sítima

ARTIGO DE CAPA 16 Integração de sistemas de segurança de pessoas e bens em aeroportos Desafios na integração de Safety e Security em Aeroportos. A avaliação da vulnerabilidade e abordagem baseada no desempenho. Luciano Borghetti

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(...) Poucos edifícios representam um desafio tão grande para a Segurança de Pessoas (Safety) e Bens (Security) como os aeroportos; após os acontecimentos do 11 de Setembro, a segurança aeroportuária tornou-se sinónimo de segurança nacional. Actualmente, os problemas de segurança (Security), designadamente os relacionados com incidentes terroristas de grande escala, constituem uma questão prioritária para a gestão aeroportuária. (...)

INFORMAÇÃO TÉCNICA 24 Videovigilância nas grandes cidades Evolução tecnológica dos sistemas de CFTV e o estudo de caso da Ribeira do Porto, um exemplo pioneiro em Portugal. Rui Proença

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Direcção Maria João Conde Coordenação Gonçalo Sítima Colaboradores Residentes Ana Ferreira e Mélanie Cuendet Colaboradores neste número Alan Brinson, Alexandre Chamusca, Arlete Jesus, José Cartaxo Vicente, Luciano Borghetti, Nuno Lopes, Paulo Vila Real, Pedro Pequito e Rui Proença Publicidade Gonçalo Sítima Edição e Propriedade APSEI – Associação Portuguesa de Segurança Electrónica e de Protecção Incêndio Administração, Redacção e Publicidade Rua Conselheiro Lopo Vaz, lt AB Edifício Varandas Rio, Esc. D 1800-142 Lisboa Tel +351 219 527 849 | Fax +351 219 527 851 E-mail apsei@apsei.org.pt URL www.apsei.org.pt Fotografia Gonçalo Sítima, Getty Images e iStockPhoto Design Big Book José Mendes Pré-press Critério Produção Gráfica, Lda Impressão MR Artes Gráficas Periodicidade Trimestral Tiragem 2000 exemplares Registo ERC 125 538 Depósito Legal 284 212/08

INFORMAÇÃO TÉCNICA 32 Protecção contra incêndios em hotéis: sistemas de sprinklers Análise da utilização de sistemas de sprinklers em hotéis: uma perspectiva europeia. Alan Brinson

36 Domótica. O valor acrescentado da segurança electrónica Utilidades e potencialidades dos automatismos domésticos. O conceito de Casa Inteligente. Alexandre Chamusca

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA 40 Os ensaios de resistência ao fogo em elementos de construção

Os artigos assinados e as opiniões expressas são da exclusiva responsabilidade dos seus autores e não reflectem, necessariamente, as posições e opiniões da Associação Portuguesa de Segurança Electrónica e de Protecção Incêndio.

Nova regulamentação nacional de resistência ao fogo e a normalização Europeia. Apresentação do Laboratório de Estruturas e Resistência ao Fogo da Universidade de Aveiro. Paulo Vila Real, Nuno Lopes, Arlete Jesus

44 Instalações de segurança

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Interface Projectistas – Instaladores. As boas práticas desde o início do projecto até à manutenção. APSEI, Ordem dos Engenheiros

LEGISLAÇÃO 47 Gases Fluorados com Efeito de Estufa Enquadramento do Regulamento (CE) nº 842/2006 que define e permite a utilização dos gases fluorados (HFC’s) em Sistemas Fixos de Protecção Contra Incêndios. Pedro Pequito

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Depoimento de Sua Excelência o Secretário de Estado da Protecção Civil José Miguel Medeiros

É sempre importante reflectirmos sobre problemas que, de um modo ou de outro, afectam o homem na sua acção e colaboração íntima com a comunidade humana. Essa reflexão assume um maior relevo quando se fala da instituição das boas práticas em matéria de segurança neste novo tempo da protecção civil e do socorro em Portugal. Constituiu preocupação do actual Governo a criação de um Sistema de Protecção Civil, coerentemente organizado, de modo a dotar o País dos meios, materiais e humanos, considerados necessários para acudir a todas e quaisquer situações previsíveis de catástrofe ou calamidade, de acordo com aquilo que é a real capacidade financeira do Estado. Para tanto, houve que construir, nos últimos três anos, todo um novo edifício legislativo, do qual destaco a aprovação da nova Lei de Bases da Protecção Civil, bem como dos Regimes Jurídicos das Associações Humanitárias de Bombeiros, dos Corpos de Bombeiros e dos Bombeiros Portugueses, a implementação do Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios, a instituição do Sistema Integrado de Operações de Protecção e Socorro, a criação da Autoridade Nacional de Protecção Civil e a reorganização da protecção civil de âmbito municipal. Esta reforma permitiu, entre outras coisas, clarificar as missões das diferentes entidades, definindo uma verdadeira cadeia vertical de comando e colocando em prática um conjunto de acções e de medidas que melhoraram a eficácia das respostas no terreno.

No que concerne à segurança urbana, em particular, destaco a recente aprovação do Decreto-Lei que estabelece o regime jurídico da segurança contra incêndio em edifícios. Este Decreto-Lei vem estabelecer o regime jurídico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios e determinar as condições de segurança contra incêndio a aplicar a todas as utilizações de edifícios, bem como de recintos itinerantes ou ao ar livre, reunindo num único diploma legislação que se encontrava dispersa por um número excessivo de diplomas avulsos. Agora existe um conjunto amplo de exigências técnicas aplicáveis à segurança contra incêndio, no que se refere à concepção geral da arquitectura dos edifícios e recintos a construir, alterar ou ampliar, às disposições sobre construção, às instalações técnicas e aos sistemas e equipamentos de segurança, e que contempla as necessárias medidas de autoprotecção e de organização de segurança contra incêndio, aplicáveis quer em edifícios existentes, quer em novos edifícios a construir. É ainda estabelecido um regime sancionatório para o incumprimento das novas regras de segurança, actualmente inexistente para uma parte significativa de edifícios. Com este edifício legislativo, o País poderá continuar a beneficiar de um esquema de protecção e socorro, assente no esforço e dedicação de todos os agentes de protecção civil mas devidamente organizado e fortemente apoiado, em meios humanos e materiais, pelos competentes órgãos de Estado, de modo a sentirmos todos que estamos aptos para ocorrer às diferentes situações de emergência. OUTUBRO A DEZEMBRO ‘08

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≤ A equipa da PROTEGER, Ana Ferreira, Mélanie Cuendet, Gonçalo Sítima e Maria João Conde. Foto Frederico van Zeller.

Maria João Conde

Quis a Língua Portuguesa que a palavra proteger se mantivesse perto da sua raiz etimológica, do latim protegere. Quis o tempo e a história que o seu significado perdurasse com igual força, igual solidez. Proteger é resguardar, é defender, acolher, preservar ou amparar. Proteger é tornar seguro. Foi em torno deste conceito, positivo na sua essência, que a Associação Portuguesa de Segurança Electrónica e Protecção contra Incêndios (APSEI) desenvolveu a sua revista: a PROTEGER, naturalmente. Embora a PROTEGER nasça do projecto associativo APSEI, é nosso objectivo que se consolide como um bem comum para todo o sector da Segurança Electrónica e Protecção contra Incêndio. O papel que a Segurança Urbana assume na protecção das vidas e património, aliado

à sua condição de garante da continuidade da actividade económica, confere-lhe um valor tão fundamental como o de uma qualquer actividade produtiva. Decorrente desta significância e da progressiva tomada de consciência da população relativamente às temáticas da prevenção e segurança, têm surgido no mercado novos actores que se dedicam profissionalmente à Segurança. A PROTEGER nasceu para comunicar com estes intervenientes e para divulgar os conteúdos da nova disciplina da Segurança Urbana, que se posiciona transversalmente a toda a actividade económica. Qualidade, legislação, normalização, inovação, formação, certificação, regulação, controlo, prevenção são as principais ferramentas de que o sector dispõe para se desenvolver de uma forma sustentada e enfrentar os novos

desafios que se lhe colocam. Serão temas como estes que darão conteúdo à PROTEGER e que justificam uma comunicação especializada com um público profissional. Tão importante como os conteúdos, revela-se a qualidade dos articulistas que prontamente aceitaram integrar este projecto editorial. Neles se incluem os mais reputados especialistas nacionais e internacionais, profissionais dotados do conhecimento teórico mas também empírico, investigadores e autores de projectos de segurança de referência. Esperamos que os profissionais de Segurança encontrem na PROTEGER a fonte de informação que necessitam para a sua actividade e que a PROTEGER contribua para consolidar o espaço que a Segurança Urbana legitimamente deve ocupar na economia e sociedade.

ESTATUTO EDITORIAL 1. A PROTEGER é uma revista de informação técnico-científica sobre Segurança Electrónica e Protecção contra Incêndio. A PROTEGER reconhece que a actividade de Segurança assume um impacto significativo no mercado e na sociedade, decorrente das consequências desta actividade no bem-estar das populações e na integridade do património e ambiente. Como tal, a PROTEGER visa divulgar as mais actuais informações e boas práticas de Segurança de forma a fomentar a tomada de consciência sobre a importância de elevar os níveis de Segurança urbana em Portugal. 2. A PROTEGER é propriedade da APSEI Associação Portuguesa de Segurança Electrónica e de Protecção Incêndio.

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3. A PROTEGER visa: Constituir um repertório de informação técnica e de conteúdos especializados, numa área em que a evolução tecnológica é constante; Consagrar na imprensa um fórum exclusivo da Protecção contra Incêndio e Segurança Electrónica, potenciando a comunicação entre os vários intervenientes do meio empresarial, institucional e académico ligados à actividade; Dar destaque a conteúdos pedagógicos, dirigidos ao público em geral, tendo em vista incrementar a sensibilização para a cultura de Prevenção e de Segurança de pessoas e bens; Promover as actividades da APSEI e do sector que esta representa. 4. A PROTEGER pauta-se por critérios jornalísticos de isenção, imparcialidade, seriedade, rigor, honestidade intelectual e criatividade editorial. 5. A PROTEGER é independente do poder político, económico ou religioso. 6. A PROTEGER defende o pluralismo de opiniões e uma sociedade de informação livre e democrática. 7. A PROTEGER é uma revista de publicação trimestral sem fins lucrativos.




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OPINIÃO

Revista PROTEGER

Qual o âmbito? Qual o futuro? José Cartaxo Vicente Engenheiro / Consultor de segurança

Proteger: “defender ou defender-se de perigos, agressões; preservar ou preservarse de danos e perdas” (Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, Academia das Ciências de Lisboa, 2001). Quando no dia-a-dia falamos de segurança – e esta é, certamente, uma das palavras mais utilizadas nesta fase conturbada dos incêndios urbanos e florestais, do banditismo aparentemente fora de controlo, do terrorismo internacional indiscriminado – estamos a pensar numa necessidade da conjugação da prevenção com a protecção e a intervenção, isto é, no triângulo da segurança. É o que se faz na Segurança e Saúde do Trabalho (SST) cujo pacote legislativo é baseado, nomeadamente, no Decreto-Lei nº.441/91, de 14 de Novembro, como transposição da Directiva Comunitária nº.89/391/ CEE, de 12 de Junho de 1989, e, simultaneamente, para dar cumprimento às obrigações decorrentes da ratificação da Convenção nº.155, da OIT. É o que se faz na vertente dos incêndios através da regulamentação da segurança contra incêndios em edifícios e estabelecimentos que, só nos anos 90 do século XX, esta temática mereceu um estatuto próprio na legislação portuguesa. É o que se faz através de medidas activas e passivas na protecção contra a criminalidade, seja contra a intrusão, o assalto à mão armada, a bomba, a agressão. Porque a segurança não pode ser uma preocupação exclusiva do Estado para com os seus cidadãos, ela deve ser, antes, uma preocupação de todos, sob a orientação e actuação do Estado. O próprio exercício de segurança privada, como complementaridade e colaboração com o sistema de segu-

rança pública, tem o objectivo de protecção de pessoas e de bens e a prevenção e dissuasão de acções ilícito-criminais, estando indissociavelmente ligada à prossecução do interesse público, independentemente do local e forma como seja realizada. Ao reconhecer que não consegue garantir a defesa dos seus cidadãos e dos seus bens, em todos os locais e situações, o Estado admite a actuação da segurança privada e fomenta ou obriga à aplicação de meios passivos ou estruturais e de meios activos ou automáticos de protecção e intervenção. Tudo isto para vos dizer que quando a Direcção da APSEI teve a gentileza de me informar que iam passar a editar uma revista técnica, designada PROTEGER, não escondi, de imediato, a minha perplexidade por aparecer mais uma revista técnica num mercado tão pequeno como é o nosso. É que uma revista, representando uma Associação Empresarial, não se pode limitar a ser um mero catálogo dos produtos e tecnologias dos seus associados. Deve ser um local privilegiado para divulgar, nomeadamente aos projectistas, as melhores soluções, actuais e testadas, disponibilizadas pelos fabricantes e as melhores práticas de instalação, para haver capacidade de projectar as melhores soluções de segurança face ao nível de protecção desejada, tendo em conta o quadro regulamentar existente. Simultaneamente os fabricantes devem ter espaço para demonstrar que são conhecedores das necessidades do mercado e da caracterização do risco, evidenciando aos seus clientes, nomeadamente projectistas, as vantagens e a eficácia das suas soluções e das novidades tecnológicas e que dominam as suas aplicações, que disponibilizam

equipamentos cómodos na operação e fiáveis na manutenção e que sabem para onde querem caminhar. E nos casos controversos ou de difícil solução que haja um local privilegiado para debate, reflexão, discussão. Nada melhor que uma revista técnica, suportada por uma Associação Empresarial que se tem revelado ao longo dos últimos anos com capacidade de representar com dignidade os seus associados, conseguindo moralizar um sector por vezes olhado com alguma desconfiança pelo público e contribuindo para um debate franco de conceitos e tecnologias, não perdendo de vista as acções formativas. Por isso resta-me desejar à PROTEGER, à sua Direcção e Redacção, a realização plena dos seus objectivos, que seja um fórum permanente de apresentação das melhores soluções de segurança e que contribua para a dignificação do sector de prevenção, da protecção e da intervenção contra incêndios e criminalidade em geral. Há, seguramente, espaço para este meio de comunicação escrita. Há, simultaneamente, interesse que todos os fabricantes, representantes, distribuidores, instaladores e reparadores, tenham um local digno para defenderem as suas ideias e apresentarem as suas soluções. Estou convicto que daqui a poucos anos será reconhecida a qualidade e a oportunidade do aparecimento desta revista e que valeu a pena o esforço que, seguramente, agora vai ser feito. A segurança é, cada vez mais, uma actividade humana e tecnológica, multidisciplinar e polivalente contribuindo para que o homem se realize e se desenvolva, em harmonia e plenitude, com a sociedade onde está integrado e o ambiente que o rodeia. OUTUBRO A DEZEMBRO ‘08

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Jornadas Técnicas NFPA-APSEI 2008 A APSEI, em parceria com a National Fire Protection Association (NFPA) - sua congénere norte-americana, irá organizar as Jornadas Técnicas NFPA-APSEI 2008 no Taguspark, em Oeiras, entre os dias 5 e 6 de Novembro. Este será um evento multifacetado, composto por conferências com especialistas internacionais, sessões de formação em segurança contra incêndios e uma exposição de soluções e serviços de segurança. As Jornadas Técnicas NFPA-APSEI 2008 pretendem dar seguimento à I Conferência NFPA em Portugal, que teve lugar em 2006, e incrementar a sensibilização para a cultura de Prevenção e Segurança de pessoas e bens. Visa também proporcionar formação sobre um leque alargado de temas especializados inerentes à disciplina da segurança contra incêndios, divulgar os mais recentes conhecimentos e as melhores práticas numa área em que a evolução tecnológica é constante, e dar a conhecer soluções de projecto, instalação e manutenção de sistemas de segurança contra incêndio implementadas em todo o mundo. Em consonância com o desenvolvimento de grandes projectos de obras públicas

em Portugal, as conferências das Jornadas Técnicas NFPA-APSEI 2008 irão abranger questões de segurança relacionadas com diferentes tipos de edifícios e infra-estruturas de transportes. Na conferência de dia 5 de Novembro, os participantes poderão tomar conhecimento de algumas das soluções fundamentais na implementação de sistemas de segurança em Aeroportos. O aumento do tráfego aéreo, do fluxo de viajantes e a implementação de um novo paradigma de segurança após 2001, tornaram a segurança numa prioridade máxima em Aeroportos. Na iminência da concepção e construção de um novo Aeroporto em Portugal, encontramo-nos no momento ideal para conhecer e discutir quais as melhores soluções disponíveis. Igualmente actual será o segundo tema da conferência, dedicado aos transportes ferroviários e subterrâneos. Estas infra-estruturas são fulcrais para a deslocação quotidiana de pessoas dentro e entre as grandes cidades, sendo que, quando localizadas em espaços subterrâneos, estão sujeitas a um risco acrescido. Para o segundo dia ficaram reservados os temas de segurança em dois tipos distintos de edifícios. Os edifícios Hospitalares,

onde se incluem clínicas, hospitais, centros de saúde, lares de idosos, centros de abrigo, entre outros, por acolherem no seu interior pessoas debilitadas ou em convalescença, estão sujeitos a condições muito específicas e particularmente sensíveis no que concerne à Segurança. Casos recentes de incêndios em edifícios deste tipo são um claro alerta para a utilidade vital de sistemas eficazes de segurança. Por seu lado, o segundo painel irá debruçar-se sobre os edifícios de Hotelaria, parte de um sector económico em permanente expansão e com uma elevada importância no nosso país. As Jornadas Técnicas NFPA-APSEI 2008 irão assinalar a primeira iniciativa oficial de formação da NFPA na Europa. Estes cursos de formação irão incidir sobre algumas das normas da NFPA, mundialmente reconhecidas e aplicadas, e estão formatados para melhor se adaptarem ao contexto profissional português. Em paralelo, decorrerá uma exposição de produtos, equipamentos e serviços de segurança electrónica e protecção contra incêndio, onde os participantes e interessados poderão contactar directamente com as empresas nacionais e internacionais do sector. OUTUBRO A DEZEMBRO ‘08

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NOTÍCIAS

SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO TEM NOVO REGIME JURÍDICO APROVADO A aprovação em Conselho de Ministros do decreto-lei que estabelece o regime jurídico de Segurança contra Incêndio em Edifícios, no passado dia 4 de Setembro, antecipa boas notícias para o sector da Protecção contra Incêndio em Portugal. Perspectivando-se que o regime jurídico aprovado se assemelhe à última versão conhecida do projecto de decreto-lei e que data de Março de 2006 (no momento do encerramento da primeira edição da PROTEGER, a publicação do decreto-lei que estabelece o regime jurídico não tinha acontecido), poder-se-á afirmar que serão preenchidas importantes lacunas do quadro legal actualmente em vigor. Estas são algumas das novidades que se prevê que o regime jurídico venha a introduzir: ≥ a harmonização e concentração das disposições regulamentares de Segurança contra Incêndio aplicáveis a todos os tipos de edifícios, num único diploma; ≥ a inclusão, no âmbito do diploma, de alguns tipos de edifício com elevado risco de incêndio como, por exemplo, os edifícios industriais, os lares de idosos e armazéns, que são actualmente omissos da regulamentação de segurança contra incêndio em vigor; ≥ a definição da pirâmide de responsabilidades, desde o momento da concepção e projecto do edifício; ≥ a exigência de registo e qualificação dos prestadores dos serviços de instalação e manutenção de equipamentos e sistemas de Segurança contra Incêndio; ≥ a previsão de inspecções regulares aos edifícios em exploração; ≥ a consagração do registo de segurança do edifício, documento que passará a conter uma relação de todas as ocorrências relevantes em termos de segurança, bem como a inventariação das acções de manutenção realizadas aos equipamentos e sistemas de Protecção contra Incêndio.

Participação da APSEI Dedicando o novo regime jurídico uma parte importante do seu conteúdo às condições técnicas dos edifícios, a APSEI, representante das empresas fabricantes, instaladores e de manutenção dos sistemas de Protecção contra Incêndio, acompanhou, desde 2005, o desenvolvimento do documento junto do grupo de trabalho, liderado pela Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), que elaborou o projecto do diploma. Mais recentemente, a APSEI transmitiu à ANPC a sua visão sobre a importância de promover a certificação do serviço de instalação e manutenção dos equipamentos e sistemas de segurança contra Incêndio em edifícios. Estabelecer um patamar mínimo de qualidade na prestação de serviço, assente em procedimentos técnicos reconhecidos (normas europeias), exigir a formação profissional dos técnicos, assegurar um conjunto mínimo de equipamentos e instalações necessárias e definir requisitos de organização documental e idoneidade, são alguns dos requisitos de certificação constantes da proposta da APSEI. Uma vez publicado o regime jurídico, tudo indica que ficarão reunidas as condições para minimizar a ocorrência de incêndios, limitar o desenvolvimento de eventuais incêndios e facilitar o salvamento dos ocupantes em risco e, desta forma, elevar as condições de segurança dos edifícios em Portugal.

FORMAÇÃO EM MANUTENÇÃO DE EXTINTORES A APSEI disponibiliza, a partir de Novembro, a primeira edição do curso de Manutenção de Extintores, preenchendo assim uma lacuna há muito existente no mercado formativo português. Este curso realizar-se-á em Lisboa e será constituído por uma componente teórica e uma componente prática (em oficina), destinando-se tanto aos técnicos de manutenção de extintores já qualificados pela via da experiência, como aos indivíduos que pretendam iniciar a sua vida profissional nesta área de actividade. A oferta formativa da APSEI, que surge agora no mercado enquanto entidade formadora acreditada pela DirecçãoGeral do Emprego e das Relações do Trabalho, pretende permitir às empresas de manutenção de extintores o

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cumprimento do requisito de qualificação e formação de colaboradores exigido pela Norma Portuguesa 4413:2006 “Manutenção de extintores”, para efeitos da obtenção da certificação do serviço de manutenção de extintores. Durante a fase de transição da NP 4413:2006 a qualificação dos técnicos pôde ser obtida por via da experiência. Com o intuito de responder a esta exigência da Norma, a APSEI realizou um processo de qualificação de técnicos de manutenção de extintores baseado na avaliação curricular dos mesmos. Este processo, que decorreu entre Janeiro de 2007 e Outubro de 2008, permitiu às empresas qualificar 215 técnicos. Concluída esta avaliação curricular da APSEI, cessou a possibilidade das empresas

qualificarem os seus colaboradores por via da experiência. Após o período de transição da NP 4413:2006, a qualificação dos técnicos que realizam as inspecções e manutenções aos extintores deverá ser obtida mediante curso de formação.


NOTÍCIAS

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NOVO ESTUDO DO SECTOR DA SEGURANÇA EM PORTUGAL A APSEI anunciou a 2ª edição do Estudo do Sector da Segurança em Portugal, focado na área da protecção contra incêndio e segurança electrónica, com publicação prevista para o primeiro trimestre de 2009. À semelhança da edição de 2007, o Estudo será elaborado pelo Centro de Estudos Aplicados da Universidade Católica Portuguesa. A importância deste estudo está em fornecer ao mercado um meio de consulta privilegiada para todos quantos pretendam obter informação sobre o sector, desde fornecedores a clientes. Por outro lado, as empresas poderão utilizá-lo como ferramenta de gestão que pode auxiliar na definição da estratégia comercial e uma oportunidade de obter maior visibilidade. De acordo com o Estudo publicado em 2007, cujos dados se reportavam ao ano ​

de 2005, o sector da segurança electrónica e protecção contra incêndio atingiu um volume de vendas estimadas em 500 milhões de euros e empregou cerca de 11.600 trabalhadores. Verificou-se também, nos últimos anos, um crescimento mais rápido do sector que a economia: 11% em 2005 e mais de 20% em 2004. Para além da actualização destes dados, o Estudo do Sector da Segurança em Portugal 2009 pretende também fornecer novos dados relativos aos principais produtos e serviços comercializados e instalados e averiguar quais os principais sectores consumidores de Segurança em Portugal. A edição 2009 do Estudo do Sector da Segurança em Portugal será apresentada numa conferência a realizar no Segurex 2009, no dia 19 de Março.

SEGUREX 2009

informática e equipamentos para forças de segurança / segurança nacional. Adicionalmente, serão organizados vários eventos paralelos, conferências, seminários workshops e apresentações comerciais, dedicados às diversas temáticas de segurança. A APSEI renova a sua participação no SEGUREX 2009 e terá um papel activo na representação do sector da Segurança Electrónica e Protecção contra Incêndio, quer enquanto expositora, quer nos eventos e iniciativas paralelos. O principal destaque desta participação está na apresentação do Estudo do Sector da Segurança em Portugal 2009, realizado pela Universidade Católica, e que permitirá conhecer em detalhe o sector profissional da Segurança Electrónica e Protecção contra Incêndio, assim como a sua evolução e tendências. Na edição de 2007, o SEGUREX registou um total de 17.356 visitantes e 243 expositores. Para 2009, a organização prevê que visitem a exposição cerca de 20.000 profissionais, sendo que a área de exposição compreenderá mais de 20.000 m2.

A 13ª Edição do SEGUREX – Salão Internacional da Protecção e da Segurança irá decorrer entre 18 e 21 de Março de 2009, na Feira Internacional de Lisboa (FIL). Promovido pela Associação Industrial Portuguesa (AIP) e pela FIL, este evento bienal constitui uma referência ibérica em termos de feira profissional dedicada à Segurança, sendo um espaço privilegiado para tomar contacto com as novas tecnologias e soluções de segurança em edifícios. A organização da exposição será feita através de 5 grandes áreas: Segurança contra Intrusão, Roubo e Agressão; Segurança Laboral; Segurança contra Incêndios; Socorro e Salvamento; e Segurança na Circulação e nos Transportes. Para esta edição, o SEGUREX irá disponibilizar uma área de demonstração de produtos e equipamentos de segurança. Este espaço irá possibilitar às empresas demonstrarem ao vivo as potencialidades e a eficácia dos seus produtos como, por exemplo, demonstração de equipamentos em situações de incêndio, simulacros, testes de resistência, resgates, trabalhos em altura, entre muitos outros. Outra das novidades para 2009 é a introdução ​de quatro novas áreas temáticas de exposição: representações internacionais, segurança alimentar, segurança

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EVENTOS

8º Fórum APSEI TECNOLOGIA E CONHECIMENTO AO SERVIÇO DA SEGURANÇA Gonçalo Sítima

Decorreu no passado dia 17 de Setembro, em Lisboa, o 8º Fórum APSEI, dedicado a temas de protecção activa e passiva contra incêndio e segurança electrónica. Profissionais e especialistas do sector da Segurança reuniram-se no Hotel Olissippo Oriente para assistir a uma nova edição dos Fóruns Técnicos da APSEI, cujo principal objectivo tem sido a divulgação de soluções tecnológicas e das boas práticas em matéria de prevenção e segurança em edifícios. Num primeiro momento, Carlos Luís Santos, da Fucoli-Somepal, apresentou detalhadamente os marcos de incêndio, também conhecidos por hidrantes de incêndio

visando a salvaguarda do bom funcionamento destes equipamentos. A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) esteve presente no 8º Fórum APSEI pela voz de Cristina Vaz Nunes, que dedicou a sua apresentação à utilização dos Halons em sistemas fixos de protecção contra incêndios e extintores. A utilização do Halon, enquanto substância que empobrece a camada de ozono, em sistemas de extinção é unicamente permitida nas utilizações críticas definidas no protocolo de Montreal, sendo exigida uma certificação a todos os técnicos que lidem com equipamentos que contenham esta substância. A utilização deste agente extin-

Para além da certificação, o LERF tem planeadas outras actividades, onde se incluem a investigação experimental e numérica, o apoio às entidades licenciadoras e de fiscalização, a avaliação e reabilitação de estruturas danificadas por incêndio ou o treino de técnicos. Com a última apresentação regressaram as questões e preocupações ambientais. A intervenção de Fernando Lamy da Fontoura, da AMB3E, incidiu sobre a problemática dos Resíduos dos Equipamentos Eléctricos e Electrónicos (REEE). Desde 2005 que os distribuidores de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos

O 8º Fórum APSEI foi marcado pela discussão de questões ambientais relacionadas com sector profissional da Segurança e pela apresentação de algumas soluções tecnológicas de protecção contra incêndio.

de coluna, referindo quais as suas características técnicas e qual a regulamentação aplicável. O combate eficaz a um incêndio depende directamente do correcto funcionamento dos equipamentos de protecção existentes no local. Desta forma, Carlos Luís destacou os cuidados e procedimentos correctos de instalação, manuseamento e manutenção, 14

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tor para fins comerciais está interdita desde Dezembro de 2003. Cristina Vaz Nunes destacou qual o âmbito da legislação aplicável e em que consiste o processo de certificação dos técnicos que trabalhem com Halon, não deixando de frisar a importância e urgência de proteger a camada da ozono e, consequentemente, a vida de todo planeta. O Laboratório de Estruturas e Resistência ao Fogo (LERF), situado na Universidade de Aveiro, foi apresentado por Nuno Lopes. Destaca-se a capacidade do LERF em efectuar ensaios normalizados a elementos e produtos de construção, em conformidade com a regulamentação europeia. Este é o primeiro do seu género em Portugal e, no futuro, irá permitir às empresas de segurança contra incêndio certificarem os seus produtos em território nacional.

são responsáveis por garantir a recolha dos resíduos destes equipamentos, onde se incluem as empresas de segurança electrónica. Com a produção em massa deste tipo de equipamentos, a gestão dos REEE é um processo essencial para a preservação do meio ambiente. Em 2007, a AMB3E foi responsável pela gestão de mais de 20 mil toneladas de REEE’s, sendo que 85% destes resíduos correspondem à categoria dos Grandes Equipamentos, onde se inserem grandes aparelhos para cozinhar, de arrefecimento, ar condicionado, ventilação, electrodomésticos, entre outros de grande porte. Em forma de conclusão, a apresentação de Lamy da Fontoura tornou bem clara a necessidade de uma utilização responsável dos equipamentos eléctricos e electrónicos, do início ao final do seu ciclo de vida.



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Luciano Borghetti

Integração de sistemas de segurança de pessoas e bens em aeroportos

Engenheiro Sénior da Hughes Associates, Inc e Director-Geral da HAI Europe

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Actualmente já não é possível diferenciar, de forma clara, o que são assuntos de Safety e assuntos de Security.

Poucos edifícios representam um desafio tão grande para a Segurança de Pessoas (Safety) e Bens (Security) como os aeroportos; após os acontecimentos do 11 de Setembro, a segurança aeroportuária tornou-se sinónimo de segurança nacional. Actualmente, os problemas de segurança (Security), designadamente os relacionados com incidentes terroristas de grande escala, constituem uma questão

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prioritária para a gestão aeroportuária. Cada vez mais, as implicações decorrentes de uma falha no sistema de segurança (Security) têm repercussões vastas que ultrapassam as consequências verificadas na infra-estrutura aeroportuária e nos seus utilizadores. Os eventos do 11 de Setembro levantaram diversas questões relacionadas com a eficácia da segurança aeroportuária, dos sistemas de segurança contra incêndio, dos dispositivos de salvamento e socorro e o fluxo de circulação dos ocupantes nos aeroportos, num ambiente que se caracteriza por complexidade e dinamismo. As questões anteriormente referidas estão fortemente interligadas, podendo ocorrer em simultâneo e até interagir umas com as outras. Contudo, as consequências destas interacções são pouco conhecidas. A possibilidade da ocorrência de um sem número de cenários de incidentes e a resposta a estes acontecimentos requer uma abordagem integrada, que minimize o aparecimento de falhas e que impeça os procedimentos de resposta do Safety e Security de colidirem uns com os outros. OUTUBRO A DEZEMBRO ‘08

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MUDAR A ABORDAGEM O risco de incêndio num aeroporto é considerável atendendo ao facto desta infra-estrutura integrar vários espaços com características diversas, à complexidade do espaço e à heterogeneidade de capacidades da população presente. Por exemplo, o potencial destrutivo de um incêndio é aumentado pela pouca familiaridade da população residente com a infra-estrutura e com os procedimentos de emergência e a natureza do incidente. Esta situação foi evidente no incêndio de Dusseldorf. Os actuais problemas de segurança são diferentes daqueles que existiam há alguns anos atrás, relativamente aos quais já existia uma compreensão razoável por parte dos especialistas de segurança. A nova problemática da segurança exige a adopção de uma nova abordagem e de uma nova maneira de pensar a segurança. Durante o final da década de 80 e o início da década de 90, existiam já, em especial na Europa, problemas de segurança relacionados com actividades terroristas; contudo, a percepção pública da ameaça e as medidas de segurança adoptadas naquele tempo eram significativamente menos restritivas e menos visíveis pelo público em geral se compararmos com as medidas hoje implementadas. O público tinha maior acesso a todos os espaços e apenas se impunham restrições de acesso por motivos de segurança pública e de prevenção de actos criminosos, tais como furtos e vandalismo. Até ao 11 de Setembro, os procedimentos de emergência e de evacuação dos ocupantes de um edifício (Safety) tinham primazia sobre as medidas utilizadas para a Segurança de bens (Security). Em termos globais, a resposta a situações de emergência/socorro e a segurança de bens/património eram vistos como mutuamente exclusivos ou incompatíveis. No entanto, após o 11 de Setembro tornou-se necessário encarar o relacionamento entre as questões de Safety e Security de forma mais interactiva. Actualmente, já não é possível diferenciar, de forma clara, o que são assuntos de Safety e assuntos de Security. Por exemplo, um incidente terrorista que recorra a um dispositivo incendiário causará certamente um incêndio, tal como o que ocorreu em Glasgow em 2007. Po-

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≤ A polícia britânica investiga o local do atentado terrorista contra o Aeroporto de Glasgow, em 2007.

demos mesmo dizer que, actualmente, no contexto das actividades aeroportuárias, o Security influencia - e, por vezes, impõe-se – a determinados aspectos do Safety. Num aeroporto, é inevitável a ocorrência de vários procedimentos de segurança em simultâneo. Estes procedimentos visam controlar o ingresso (por exemplo, segurança do perímetro), a circulação e a saída (por exemplo, a gestão do fluxo de saída das pessoas da infra-estrutura). Estas acções podem ocorrer em circunstâncias de emergência e de não-emergência. A simultaneidade de ocorrência destes procedimentos constitui um elemento a ter em conta aquando da concepção, projecto e gestão deste tipo de edifícios. A compreensão das consequências desta interacção é um factor

crítico para se poder atingir o nível de segurança desejado. AVALIAÇÃO DA VULNERABILIDADE EM AEROPORTOS A Avaliação da Vulnerabilidade (AV) é uma ferramenta inicial para desenvolver o processo de integração dos vários procedimentos de emergência e de não-emergência em aeroportos. A AV propõe uma metodologia avançada para identificar, quantificar e avaliar as áreas de vulnerabilidade, com base num método baseado na eficácia: a AV permite identificar as vulnerabilidades; numa fase posterior, os métodos baseados na eficácia são utilizados para quantificar estas vulnerabilidades e sugerir melhorias (esquema 1). ESQUEMA 1

Risco = Valor patrimonial x Avaliação do Risco x Avaliação da Vulnerabilidade fragilidade na resposta Vulnerabilidade Qualquer fragilidade inerente a um bem ou medida de mitigação que pode ser explorada por um agressor (potencial ameaça), adversário ou concorrente. Refere-se à susceptibilidade da organização poder ser objecto de dano. acção adversa resposta inadequada do sistema (perda/prejuízo)


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Técnicas de análise

Análise da capacidade

Listas de verificação

de resposta

Método de pontuação e classificação Método dos cenários elementares FRAGILIDADES DO SISTEMA Perspectiva integrada

Conflitos

do safety e security

Minimização

APOIO À TOMADA DE DECISÃO

AVALIAÇÃO DA VULNERABILIDADE

SOLUÇÕES POSSÍVEIS E MELHORIAS

ESQUEMA 2

A “vulnerabilidade” é a propensão dos bens poderem ser objecto de dano quando o sistema é submetido a uma “acção/evento adverso”. A vulnerabilidade está, por conseguinte, relacionada com as fragilidades do sistema. A vulnerabilidade é, consequentemente, a “medida” da susceptibilidade de dano relacionada com as características intrínsecas do sistema. É necessário proceder à sua quantificação de forma a poder configurar-se um indicador útil. Esta quantificação permitirá avaliar o impacto e motivar mudanças estruturais e processuais com a finalidade de reduzir o nível de vulnerabilidade no sistema. Esta avaliação só é possível através do uso de ferramentas baseadas no desempenho. O nível de resposta do sistema está relacionado com a qualidade da resposta do sistema a um determinado cenário. Será, pois, a tentativa do sistema atenuar as vulnerabilidades actuais: melhorar a resposta reduz a vulnerabilidade do sistema. A fim de consegui-lo, torna-se necessário um método de identificação e de avaliação das vulnerabilidades, de concepção de respostas do sistema e, posteriormente, de determinação do impacto destas respostas, de forma a se poder fazer uma selecção consciente dos meios de protecção. A Avaliação da Vulnerabilidade é um processo que consiste em identificar e quantificar vulnerabilidades num sistema.

A AV é normalmente executada de acordo com as seguintes etapas: (esquema 2) ≥ Identificação e avaliação da ameaça. ≥ Inventariação de recursos e características críticas dum sistema. ≥ Inventariação de meios disponíveis num sistema. ≥ Avaliação de recursos e características críticas. ≥ Avaliação de meios. ≥ Identificação das vulnerabilidades ou ameaças potenciais e agentes adversos para cada recurso. ≥ Identificação do método que elimina as vulnerabilidades. Quando aplicamos esta perspectiva à segurança, levantam-se algumas questões: ≥ Vedação e sistema de portagem (security e safety). ≥ Sistema de iluminação (security e safety). ≥ Controlos de porta (security e safety). ≥ Supervisão remota (security e safety). ≥ Detecção de intrusão. ≥ Monitorização e controlos (security e safety). ≥ Resposta dos alarmes dos sistemas de safety e security. As perguntas “Qual o nível de protecção que necessitamos?” e “Qual o nível de segurança que podemos suportar em termos económicos?” traduzem, regra geral, o relacionamento entre estes factores.

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Consequentemente, uma correcta avaliação de ameaças, perigos e vulnerabilidades deve constituir a primeira etapa num planeamento integrado de Segurança de Pessoas e Bens num aeroporto. De uma forma geral, as actividades de uma equipa de avaliação de ameaças, perigos e vulnerabilidades são as seguintes: ≥ Vistoriar o local e instalações, entrevistar os funcionários do aeroporto e verificar os procedimentos de Segurança de Pessoas e Bens, incidentes ocorridos, avaliações e operações; ≥ Elaborar uma avaliação objectiva das prioridades de Safety e Security do aeroporto através dos dados recolhidos durante a vistoria; ≥ Por cada ameaça que impende sobre um recurso, elaborar uma recomendação com o objectivo de prevenir, minimizar ou aceitar o risco; ≥ Desenvolver e avaliar os custos dum conjunto de medidas defensivas e recomendações prioritárias destinadas a minimizar ou a prevenir riscos. Estas medidas defensivas podem incluir alterações de ordem física aos edifícios ou ao local, mudanças nas operações ou às políticas ou a aplicação de tecnologias de segurança electrónica. Teoricamente, através da inventariação de recursos, ameaças, perigos e vulnerabilidades, o projectista de segurança consegue obter um ponto de partida credível para poder incrementar os níveis de segurança de forma eficiente. Permite igualmente fornecer à gestão do aeroporto uma base documentada para tomar decisões sobre os riscos e os custos que são necessários suportar para atenuar estes riscos. A INTERPRETAÇÃO DA ENGENHARIA DE SEGURANÇA: A AVALIAÇÃO DA VULNERABILIDADE E ABORDAGEM BASEADA NO DESEMPENHO A abordagem baseada no desempenho é um método utilizado para avaliar o nível de vulnerabilidade dentro de um sistema e a sua eficácia na resposta a esta vulnerabilidade. A avaliação do desempenho do sistema é feita de acordo com os critérios-chave (por exemplo, tempo de evacuação, níveis de acesso, etc.), ao contrário das regras de projecto pré-definidas que são concebidas para proporcionar um determinado nível de segurança. Trata-se de uma abordagem de engeOUTUBRO A DEZEMBRO ‘08

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QUADRO 1 PRINCIPAIS QUESTÕES DE SEGURANÇA INERENTES A UM AEROPORTO.

IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS/AMEAÇAS

Sequestro de aviões; Detonação de explosivos; Contaminação biológica (por explosão ou propagação); Contaminação nuclear (por explosão de bomba nuclear ou propagação); Contaminação química; Tomada de reféns; Ataque terrorista à rede de comunicações; Inundação do aeroporto; Sismos; Tornados; Neve; Incêndios.

CONTROLO DE ACESSOS

≥ Património: Aviões; Comunicações; Instalações de assistência técnica; Terminal; Público e funcionários; Zonas de combustíveis; Estradas; Parqueamentos; Serviços públicos; Áreas de armazenamento; Armazenamento de combustíveis; Sistema de distribuição de combustível. ≥ Perímetro de segurança: _ Vedações: Resistência; Altura; Obstáculos; Existência de detectores/sensores; Iluminação; _ Edifícios; Telhados; Laterais dos edifícios; Entradas; _ Entrada de veículos: Funcionários; Monitorizações; _ Fechaduras: chaves; fechaduras; programa de gestão de acessos _ Sinalização

SEGURANÇA DOS TERMINAIS

≥ Acesso ao aeroporto: requisitos; alarmes; gravações; mecanismos de portas; número de portas de emergência. ≥ Zonas de embarque/desembarque: existência de sistemas de CFTV; medidas de rastreio/despistagem. ≥ Controlo de acessos: escalonamentos; consistência dos mecanismos; fontes de alimentação de emergência; isolamento da rede de segurança; controlo centralizado das portas de segurança; monitorização do acesso à cobertura do edifício. ≥ CFTV: Número e área de cobertura das câmaras; análise dos vídeos; controlo centralizado; Integração com outros sistemas de CFTV

ARMAZENAMENTO DE COMBUSTÍVEIS

Vedações, Controlo da entrada, Monitorização através de sistemas de CFTV.

nharia que visa adequar o desempenho do sistema de acordo com diferentes cenários. Existem várias respostas possíveis por cada cenário de incidente. A selecção de uma determinada resposta será feita com base nos riscos inerentes, nas capacidades da população que utiliza o edifício e na maturidade dos responsáveis de segurança na gestão da resposta a uma ocorrência. A resposta do sistema é influenciada por três factores: ≥ Acção: permanecer no local; deslocarse até um abrigo dentro do edifício; evacuar o edifício; deslocar-se até um ponto predefinido; evacuar o local. Por exemplo, uma evacuação incentivará a população a deslo20

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car-se do local do perigo para um lugar com segurança relativa. ≥ População que utiliza o edifício. ≥  Acesso: acesso restrito; manutenção do nível de acesso; aumentar o nível de acesso. Por exemplo, as medidas de segurança podem ser alteradas durante um incêndio. Estes três factores podem ser combinados de forma a produzir uma escala de respostas diferentes do sistema. O quadro 2 apresenta várias combinações destes factores, configurando diferentes respostas. Com efeito, diferentes grupos da população podem dar origem a diferentes procedimentos de segurança. Por exemplo, os indivíduos com diminuição severa de capa-

cidade, em vez de procederem à evacuação vertical, serão muito provavelmente transportados horizontalmente até às escadas, onde ficarão abrigados. Nas grandes estruturas, podem coexistir diferentes tipos de respostas de segurança a emergências. Por exemplo, um incêndio de pequena dimensão num terminal de um aeroporto poderá não influenciar a segurança nos locais de embarque. Em suma, a identificação das vulnerabilidades de um aeroporto, a sua quantificação e a análise do seu impacto nos procedimentos de segurança são elementos que influenciam directamente no projecto e execução do projecto de segurança de um aeroporto.


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QUADRO 2 PROCEDIMENTOS DE RESPOSTA A CENÁRIOS DE EMERGÊNCIA.

PROCEDIMENTO

DESCRIÇÃO

PROBLEMAS

EVACUAÇÃO TOTAL

A população é notificada e levada a evacuar o local.

Evitar congestionamentos. Garantir que toda a população é evacuada. Garantir o número suficiente de colaboradores necessário à gestão da evacuação do edifício.

EVACUAÇÃO PARCIAL

Apenas parte da população é evacuada. A este procedimento pode seguir-se, ou não, a evacuação total da restante população.

Conseguir informar apenas parte da população, sem informar inadvertidamente a restante população. A reacção da população não notificada. A capacidade dos colaboradores gerirem o processo de evacuação.

ABRIGO DE SEGURANÇA

A população (ou parte dela) é encaminhada ou mantida num determinado abrigo de segurança do edifício.

Garantir a permanência da população no abrigo de segurança. Conseguir obter a confiança da população no procedimento. Informar a população acerca do incidente e do procedimento. Garantir que o obrigo é realmente seguro e que aparenta ser seguro.

GESTÃO DE RESPOSTA

O sinal de alarme é transmitido a determinados colaboradores, que averiguam o incidente. Confirmado o incidente, é então dada ordem de evacuação à totalidade ou parte da população.

Reunir informação exacta e actual. Informar os colaboradores sem informar a população. Tomar decisões bem estruturadas de modo a decidir quando evacuar a população.

EVACUAÇÃO ATRAVÉS

O incidente é de tal ordem grave que ameaça o local de imediato e requer a evacuação de toda a população através de todos os meios disponíveis.

Capacidade de gerir a evacuação da população recorrendo a diferentes tipos de transportes. Gerir congestionamentos.

CIRCULAÇÃO GERAL

Evacuação do edifício em situação de não-emergência.

Gerir a evacuação da população por uma questão de segurança. Receber informações acerca dos níveis de congestionamento existentes.

SEGURANÇA (SECURITY)(SECURITY)

Tentativa de gerir o acesso a determinados locais.

Gerir o encaminhamento da população a zonas de segurança. Manter os dispositivos de security sem afectar a evacuação ou segurança da população.

DE DIFERENTES TIPOS DE TRANSPORTES

INTEGRAÇÃO DE SAFETY E SECURITY NA GESTÃO DA SEGURANÇA Nesta secção iremos dar um exemplo do tipo de abordagem integrada que pode ser desenvolvida combinando a avaliação da vulnerabilidade e uma abordagem baseada no desempenho do sistema de segurança.

Durante a maior parte do século XX, foi largamente assumido que uma população em evacuação deveria ser privada da informação aquando da ocorrência de determinado incidente (por exemplo, um incêndio) já que este conhecimento poderia instilar o pânico. Por efeito dos avanços na compreensão do comportamento

humano, este ponto de vista foi superado e hoje é consensual que a população utilizadora dum edifício necessita de ser informada sobre o incidente e a necessidade de evacuação, tão cedo quanto possível e da forma mais detalhada possível, a fim de aumentar a sua capacidade de aceitação dos procedimentos de emergência e OUTUBRO A DEZEMBRO ‘08

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de informar o seu processo de tomada de decisão. Actualmente, é comummente aceite que privar de informação os ocupantes em evacuação aumenta a probabilidade de ocorrência de acções irracionais ou sub-optimizadas. Existe uma diferença perfeitamente identificada entre a resposta que os sistemas de alarme de incêndio supostamente devem evocar e a resposta que realmente ocorre. Embora exista um conjunto de razões pelas quais os utilizadores dos edifícios não iniciam imediatamente a evacuação de uma determinada área de incêndio, uma das causas mais apontada é a falta de informação a respeito da localização e/ou da gravidade do evento. Em muitos casos, esta falta de informação faz com que os ocupantes possam fazer julgamentos incorrectos a respeito do seu nível de segurança. As consequências emergentes da violação dos dispositivos de segurança podem igualmente afectar a resposta às situações de emergência. As pessoas presentes nos espaços aeroportuários têm geralmente uma razão específica para se encontrarem naquela localização; normalmente ou preparam-se para viajar ou aguardam a chegada de alguém. Na maior parte dos casos, o indivíduo está empenhado em permanecer no espaço, independentemente da ocorrência de algum incidente. Devido a este nível de comprometimento dos utilizadores de um aeroporto, a reacção a um incêndio num terminal de aeroporto apresenta diversos problemas: ≥ As pessoas não querem abandonar o edifício dado o grau de compromisso com uma tarefa (fazer uma viagem ou esperar alguém). Se as pessoas forem solicitadas a evacuar do terminal, esta acção poderá ter uma consequência directa que é, por exemplo, perder o voo. ≥ As pessoas mostram-se frequentemente relutantes em acreditar que existe um incidente real, conquanto não exista evidência física desta ocorrência (por exemplo, existência de fumo). ≥ Durante a evacuação, as pessoas movimentam-se sobretudo numa lógica de grupo, independentemente do grau de familiaridade com os caminhos disponíveis. A concepção do plano de emergência é, por conseguinte, crítica para assegurar que os ocupantes respondem rapidamente e evacuam da maneira prescrita. 22

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CAPA

O interface da detecção e alarme de incêndio com as com portas de segurança é uma questão há muito debatida no mundo da segurança, verificando-se a prevalência da função de saída de emergência sobre a função da segurança. As pessoas que querem infligir danos aos utentes e funcionários do aeroporto, às infra-estruturas ou aviões, podem servirse do sistema automático de detecção e alarme de incêndio para abrir as portas de segurança e aceder às diversas áreas ou para fazer com que as pessoas se reúnam em determinadas áreas ou ainda aceder a áreas específicas protegidas. Em qualquer dos casos, o cenário pode ser planeado de tal forma que os sistemas de alarme de incêndio permitam o acesso a determinadas áreas ou fazer com que as pessoas se concentrem em determinados locais por forma a maximizar os danos. Para evitar este tipo atentado à segurança, é necessário adoptar uma abordagem integrada entre Safety e Security. Uma das opções será não alterar o projecto de segurança (por exemplo, dois detectores localizados numa determinada zona de segurança que permitem abrir as portas naquela área) e assegurar-se de que os procedimentos de organização da segurança garantem o cumprimento do objectivo final. Este procedimento apresenta a vantagem de não obrigar a qualquer alteração dos sistemas de detecção e alarme de incêndio. As condições observadas, por exemplo, nas portas de embarque indiciam que será necessário o reforço de vigilantes para impedir o uso oportunista dos interfaces de safety e security. Do ponto de vista da evacuação de pessoas, esta solução coloca alguns problemas uma vez que apenas um número limitado de portas se abrem após a iniciação do alarme de incêndio. O método mais correntemente utilizado consiste em fazer activar, por cada zona de segurança, um dispositivo de alarme. Segundo este conceito, independentemente da zona de alarme onde se localiza o incidente, os ocupantes terão acesso à porta de saída mais próxima, que poderá ser ou não uma das abertas pelo sistema de alarme do incêndio. Embora estas portas continuem a abrir, serão fechadas ao fim de 15 segundos e serão accionadas alarmes individuais por cada porta. Adicionalmente, as câmaras

de segurança serão accionadas por cada porta aberta. A combinação dos alarmes de incêndio com a temporização do encerramento das portas poderá ser desconcertante para os ocupantes em evacuação. O facto de se poder introduzir características adicionais no sistema para o controlo da abertura da porta, tais como a temporização do fecho ou a necessidade de activação de detectores adicionais, reduz a possibilidade dos intrusos identificarem a sequência necessária para aceder, mas contribui para exacerbar as condições já por si perturbadoras de uma operação de evacuação. Promover a abertura das portas fora da zona de segurança estabelecida significa acrescentar um potencial de risco que poderia comprometer o perímetro de segurança, embora minimizasse as questões relacionadas com a saída/evacuação. Uma solução alternativa à actual configuração seria implementar um sistema de evacuação por voz. Quer seja accionado automática ou manualmente, as informações por voz permitem notificar os ocupantes de determinada ocorrência e fornecer instruções. O tipo de informação mais útil à segurança são as mensagens que encaminham os ocupantes para as zonas seguras até que o incidente seja verificado e os funcionários do aeroporto estejam em condições de acompanhar os ocupantes até outra localização, quer seja no interior ou exterior do edifícios e de uma forma controlada. Embora esta solução de evacuação implique um apoio significativo de pessoas (auxiliares de segurança) comparativamente às práticas actuais, apresenta a vantagem de conciliar harmonicamente os requisitos de segurança (Security) com os objectivos da segurança contra incêndio e das pessoas. Os sistemas manuais de evacuação por voz permitem uma gestão de emergência mais flexível, mas são mais mão-de-obra intensivos, para além de exigirem que todos os auxiliares de segurança tenham uma formação adequada. Já os sistemas automáticos de evacuação por voz reduzem a participação de pessoas, assegurando um nível de consistência e eficiência quando são utilizados. Contudo, os sistemas automáticos estão limitados a um número restrito de tipos de mensagem e estão dependentes de dispositivos de iniciação, o que contribui para reduzir a sua eficiência caso seja accionado um alarme fora de uma zona da segurança.


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CAPA

≤ Evacuação do Aeroporto Internacional de Ataturk, em Istambul (Turquia) após o incêndio de 24 de Maio de 2004.

DISCURSO DIRECTO Que recomendações pode deixar aos consultores e projectistas que estão envolvidos no projecto de segurança de uma nova infra-estrutura aeroportuária? Devido à complexidade do projecto, quer se trate de um novo aeroporto e/ou de ampliações/modificações substanciais de um aeroporto existente, recomendo a constituição de uma equipa multidisciplinar de especialistas que dominem os principais factores críticos de um sistema de segurança. É essencial que esta equipa conte, desde o início do trabalho, com o apoio de um consultor qualificado para aspectos da segurança que incluem a conformidade com os aspectos regulamentares e normativos da segurança, a avaliação do risco de incêndio do edifício, a gestão da desenfumagem dentro do edifício, a utilização da modelização computadorizadas e a análise do fluxo de evacuação. A utilização de uma abordagem baseada no desempenho, juntamente com a contribuição de um consultor qualificado para as questões de security, incluindo a análise das vulnerabilidades, é fundamental para se conseguir uma integração equilibrada das questões de Safety e Security.

PROJECTOS DE SEGURANÇA EM QUE LUCIANO BORGHETTI PARTICIPOU RECENTEMENTE ≥ Projecto dos sistemas de detecção e protecção contra incêndio do hangar de aviões Jumbo do aeroporto Leonardo da Vinci Rome Fiumicino. ≥ Renovação dos sistemas de detecção e protecção de incêndio dos hangares de manutenção e pintura do aeroporto Leonardo da Vinci Rome Fiumicino Airport. ≥ Projecto de sistemas de detecção e protecção contra incêndio do armazenamento, distribuição e abastecimento de combustíveis do aeroporto Milano Linate Airport (aeroporto civil e militar). ≥ Gestor de projecto de alteração e beneficiação do sistema de segurança dos aeroportos militares e civis de Moçambique, Zaire e Nigéria.

O autor agradece 01 aos colegas especialistas da Hughes Associates, Inc e Hughes Associates Europe, srl pelo apoio recebido para a elaboração deste artigo.

Ligadas à solução de evacuação de pessoas de um edifício, estão naturalmente as questões de inspecção, teste e manutenção. É fundamental que os dois aspectos fundamentais do fluxo de saída de pessoas relacionado com as portas de segurança - os mecanismos de temporização e o interface dos alarmes com estes dispositivos – estejam permanentemente operacionais, sendo essencial que sejam testados regularmente. Apesar de não existir nenhum requisito normativo que exija o teste do mecanismo de temporização, os fabricantes recomendam a execução desta operação com regularidade. Uma das vantagens do sistema da segurança aeroportuária é a cobertura por câmaras e a capacidade das pessoas ligadas aos procedimentos de emergência poderem utilizá-las para uma variedade de situações. A configuração actual permite aos responsáveis de segurança coordenar o pessoal de segurança e visualizar os locais onde os incêndios foram reportados ou os locais que estão a ser percorridos pelos ocupantes em evacuação. De acordo com a configuração actual, os sistemas de circuito fechado de televisão (CFTV) são utilizados prioritariamente para responder a emergências. No caso de utilização dos sistemas automáticos de evacuação por voz, a funcionalidade atrás referida mantém-se. Contudo, caso seja implementado um sistema manual de evacuação por voz, o sistema de CFTV poderá ser utilizado para verificar a posição e o desenvolvimento do incêndio. Esta verificação poderá ser fundamental para facilitar o plano de evacuação, para relocalizar e evacuar os ocupantes. Devido à cobertura extensiva de câmaras em aeroportos, muitos incêndios já foram identificados em poucos segundos depois da sua ignição. Deve-se, contudo, ter em conta que as áreas de escritório e algumas áreas não públicas, bem como o interior dos meios de transporte, não têm cobertura de CFTV. Em suma, independentemente da modalidade de evacuação implementada, é essencial que o projecto de segurança e o plano de emergência de um aeroporto garantam a integração dos objectivos de Security e Safety. Actualmente, já existem tecnologias que permitem integrar o sistema de detecção e alarme de incêndio com o CFTV. Contudo, o benefício deste interface está muito dependente do plano de emergência implementado e da maturidade dos responsáveis de segurança que gerem o fluxo de evacuação dos ocupantes nas situações de segurança e incêndio. OUTUBRO A DEZEMBRO ‘08

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Rui Proença Director de Operações da ADT FIre & Security

Videovigilância nas grandes cidades: TENDÊNCIAS E CASO PRÁTICO DA RIBEIRA DO PORTO

Com este artigo pretende-se descrever sucintamente os sistemas de videovigilância (CFTV) e a sua evolução, destacar as principais conclusões de um estudo realizado em vários países da União Europeia sobre esta tecnologia e, por último, apresentar um caso prático em fase de implementação na zona da Ribeira do Porto.


INFORMAÇÃO TÉCNICA

SISTEMAS DE VIDEOVIGILÂNCIA: BREVE HISTORIAL E EVOLUÇÃO As primeiras câmaras de CFTV (Circuito Fechado de Televisão) utilizadas nos espaços públicos eram de grande dimensão, intrusivas, com pouca definição e sensibilidade, e a preto e branco, sem possibilidade de efectuar pan/tilt ou zoom. Actualmente, os sistemas de CFTV utilizam câmaras de pequena dimensão, de alta resolução, com visão nocturna e de elevada mobilidade, que podem não só visualizar os detalhes rapidamente, como estar interligadas a sistemas computadorizados em que os objectos/pessoas poderão ser seguidos semi-automaticamente sem intervenção humana. Com os sistemas actuais é possível seguir o movimento de uma pessoa isolada, em imagens com pouco movimento, bem como “fixar” um(a) determinado(a) objecto/ pessoa no ecrã numa cena com movimento e ser o próprio sistema a efectuar o follow up automaticamente, comutando, inclusivamente, entre câmaras. Monitorização de imagens de CFTV. Os sistemas computadorizados que estão, neste momento, em desenvolvimento, e alguns já em aplicação, permitem evitar que os operadores de sistemas de CFTV estejam constantemente a tentar visualizar as imagens em todos os monitores, o que é praticamente impossível e de reduzido valor acrescido tendo em conta o esforço dispendido e os escassos resultados obtidos. Estes sistemas permitem ao operador controlar mais dispositivos para além das câmaras de CFTV, possibilitandolhe efectuar funções mais relevantes do ponto de vista da segurança. Este tipo de sistema não observa as pessoas directamente, mas o seu comportamento através da análise do movimento do seu corpo, roupa ou bagagem. A teoria em que se baseia é a de que em espaços públicos, as pessoas têm tendência para se comportarem de uma forma preditiva. Por exemplo, pessoas que “não fazem parte da multidão” não se comportam da mesma forma e serão detectadas pelo sistema que envia um sinal de pré-alarme aos operadores. Recentemente, no Reino Unido, foi implementada uma tecnologia pioneira que integra este tipo de sistemas com a captação de áudio por microfones, ou seja, que utiliza mi-

crofones em conjunto com CFTV. Neste caso, em situações em que alguém se comporte de uma forma agressiva (ex: provocando alguém) a câmara poderá automaticamente fazer zoom e apontar para o indivíduo, ao mesmo tempo que adverte o operador através do envio de um sinal de alarme. Obviamente que este tipo de aplicações levanta algumas questões relacionadas com a violação de privacidade, uma vez que se pode ouvir e gravar conversas de índole particular a uma distancia considerável (100 metros). Este tipo de tecnologia é particularmente relevante em países como o Reino Unido, que é o país com o maior número de câmaras de vídeo instaladas: mais de 4 milhões no total, o que equivale a uma câmara de CFTV por cada 14 habitantes (um habitante da cidade de Londres, por exemplo, poderá ser visualizado por, pelo menos, 300 câmaras em cada dia). Podemos afirmar que Londres é o local do mundo mais “CFTVizado”. A proliferação de câmaras foi fortemente popularizada e mesmo culturalmente integrada, existindo inclusive uma banda britânica de rock, os Hard Fi, cujo nome do seu primeiro álbum é ‘Stars Of CCTV’. Análise inteligente de vídeo. A videovigilância está a emergir como uma tecnologia cada vez mais proactiva e ”inteligente”, tornando-se cada vez mais divulgada e reconhecida como uma ferramenta essencial em termos de segurança. A videovigilância “inteligente” torna-se cada vez mais uma realidade através de: Vídeo analytics – tecnologia que processa e filtra imagens de vídeo capturadas e analisa-as, pesquisando por determinados factores específicos, como por exemplo: objectos, dados ou comportamentos. A videovigilância seja através de imagens ao vivo ou gravadas, pode ser utilizada para identificar irregularidades ou sinais de alarme que poderiam, de outra forma, ser ignorados pelos operadores. Existem cada vez mais cidades no mundo que utilizam esta tecnologia de vídeo para elevar os níveis de segurança das suas infra-estruturas. Por exemplo, a cidade de Chicago implementou um sistema smart video surveillance network distribuído pela cidade a fim de

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detectar qualquer anomalia ou alteração de ordem pública. Este sistema pode ser configurado de molde a que as forças policiais sejam avisadas automaticamente cada vez que um veículo com uma determinada matrícula é detectado, que uma viatura ou pessoa esteja a rondar um local específico ou na eventualidade de deixarem malas (ou objectos) abandonados na via pública. A fiabilidade e a velocidade de obtenção de resultados tornam esta tecnologia muito mais eficiente do que os métodos tradicionais de pesquisa manual por data/hora. Solução de vídeo convergence – esta é uma tecnologia emergente designada para integrar as tecnologias mais evoluídas de vídeo, no mundo IT, de molde a que exista um só sistema com inteligência própria. Sempre que a informação pode ser recolhida e analisada por redes (networks) diferentes, internas e externas e processada com algoritmos adequados abrangentes, diminui drasticamente a possibilidade da ocorrência duma falha de segurança. Actualmente, existem diversas tecnologias baseadas em IP que permitem usufruir de várias vantagens de sistemas de vídeo em rede (network), nomeadamente: A) Fast Ethernet (100 Mbit/s). Consegue suportar velocidades de transferências até 100 Mbit/s. É actualmente o tipo mais comum de ligação Ethernet nas redes de computadores. O standard é chamado 100BASE-T. B) Gigabit Ethernet (1000 Mbit/s). Este será, em princípio, o standard que está a ser implementado pelos fabricantes de computadores e de equipamentos de rede. No entanto é ainda mais utilizado para construção de backbones entre servidores de rede e switchers. C) 10 Gigabit Ethernet (10 000 Mbit/s).​ Esta será no futuro, a infra-estrutura para o backbone entre redes empresariais. D) Power over Ethernet (PoE). É uma tecnologia que integra a alimentação dos elementos de rede com a própria rede, criando uma única infra-estrutura. Permite a alimentação através do cabo de rede, de um elemento, como uma câmara network, utilizando o mesmo cabo de rede. Com este tipo de tecnologia não são necessárias as tomadas de alimentação locais junto às câmaras e permite uma aplicação mais fácil de UPS OUTUBRO A DEZEMBRO ‘08

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para assegurar um funcionamento contínuo de 24 horas/7 dias por semana. A sua aplicação pode ser muito útil, por exemplo, em edifícios classificados como históricos, onde a passagem de cabos não é possível sem causar danos de uma forma gravosa ou quando é necessário alterar a posição duma câmara para um novo local sem ser necessário passar todos os cabos para a nova localização. E) Wireless. Esta tecnologia existe tanto para sistemas de vídeo analógicos como digitais, indo além das limitações de rede física. Existem 2 tipos básicos de categorias de comunicações wireless: Wireless LAN (mais conhecida por WLAN). Broadband wireless Access - 802.16 - WiMAX. O IEEE 802.16 é também conhecido por WiMAX que é uma especificação para redes wireless de banda larga metropolitanas (MAN metropolitan access networks com broadband wireless).

INFORMAÇÃO TÉCNICA

SISTEMAS DE VIDEOVIGILÂNCIA EM ESPAÇOS PÚBLICOS EM PAÍSES DA UNIÃO EUROPEIA Recentemente, a utilização de sistemas de videovigilância em espaços públicos tem estado em análise e discussão em alguns dos países da União Europeia, revelando-se as opiniões muito díspares. Enquanto que em algumas cidades os sistemas já foram instalados, noutras está ainda a ser estudada a sua implementação. No entanto, ainda não existem estudos em Portugal sobre os resultados da sua implementação, uma vez que só agora se começaram a dar os primeiros passos, como é o caso do Sistema de videovigilância na Ribeira do Porto. Após consulta a entidades de diferentes países, relativamente às instalações de CFTV, foi possível concluir que no Reino Unido, Irlanda, França, Bélgica e Finlândia existe já alguma informação sobre os sistemas que aí foram instalados. A conclusão

≤ James Bulger, de 2 anos de idade, no momento em que foi raptado num centro comercial perto de

Liverpool por Jon Venables, de 10 anos, em 1993. James foi posteriormente torturado e assassinado por Jon Venables e outro rapaz da mesma idade. (Getty)

O IEEE 802.16 suporta velocidades muitos altas, tanto em uploading como para download, de uma estação base até uma distância cerca de 50 km e permite também serviços de VoIP (Voice over IP). 26

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generalizada sobre os objectivos da implementação dos sistemas de videovigilância é que estes contribuem para a prevenção e redução do crime, ao mesmo tempo que auxiliam a polícia a detectar e averiguar even-

tuais actos de violência. Estes sistemas são normalmente implementados como parte integrada de uma estratégia de prevenção e combate ao crime. No Reino Unido o sistema de CFTV é sempre instalado com base nesta estratégia. França é um caso especial porque possui uma lei específica relativa a sistemas de CFTV. Nos outros países as regras de implementação de sistemas de CFTV estão condicionadas a disposições relativas à protecção de dados pessoais e são muito similares entre si (em Portugal estão condicionadas a aprovação prévia da CNPD – Comissão Nacional de Protecção de Dados) Existem, contudo, diferenças substanciais nos diferentes países relativamente ao prazo de conservação das gravações de imagens vídeo. Em França e Inglaterra podem guardar-se as gravações até um mês depois mas, por exemplo, na Bélgica só é permitido a sua conservação pelo prazo máximo de 24 horas. Em Inglaterra e Irlanda existem projectos nacionais para ajudar a definir a utilização de CFTV nos espaços públicos, assim como companhias privadas que, como contrapartida de alguma publicidade, contribuem consideravelmente para os custos da implementação dos mesmos. No entanto, a maior parte dos custos decorrentes da operação são normalmente suportados pelas entidades locais. Em todos os países a opinião pública é, de uma forma geral, a favor da implementação dos Sistemas de videovigilância. Não obstante, em França e na Bélgica proliferam discussões relativas à implementação de CFTV nos espaços públicos e a possibilidade da mesma poder constituir uma violação dos direitos de privacidade das pessoas. A monitorização e controlo dos sistemas de CFTV são geralmente feitos pelas autoridades policiais ou outro organismo governamental. Actualmente, em Inglaterra e na Finlândia, a monitorização é feita por vigilantes privados civis devidamente formados e não pela polícia. Apesar de terem sido as forças policiais a assegurar este tipo de serviço inicialmente, factores económicos e a falta de efectivos policiais levaram a que este serviço passasse a ser garantido por operadores civis treinados e certificados. Neste Modus Operandi é essencial a formação dada aos


INFORMAÇÃO TÉCNICA

operadores, assim como a manutenção de um elevado nível de qualidade de comunicação com as forças policiais. Em Inglaterra é considerado fundamental que os monitores estejam a ser visualizados 24 horas por dia, a fim de maximizar o efeito de vigilância. Existem também diversos projectos implementados, e em vias de o ser, com sistemas de reconhecimento facial permitindo uma fiabilidade muito elevada, aproximando-se de quase 100% em determinadas circunstâncias. Estes sistemas permitem aos operadores um controlo menos exaustivo das imagens, libertando-os para outro tipo de tarefas mais relevantes. Na maioria dos locais em que foram instalados sistemas de CFTV, a taxa de incidência de crimes diminuiu, noutros manteve-se e só raramente aumentou. A variação foi registada situando-se entre uma redução de 21% e um aumento de 9%. No que concerne aos actos de violência sobre as pessoas, o efeito dos sistemas de CFTV é distinto devido ao facto deste tipo de comportamento ser, na maior parte dos casos, impulsivo e as pessoas envolvidas estarem sob influência de álcool e/ou drogas. Devido ao seu estado, as pessoas tendem a ter menos cuidado e atenção na presença das câmaras. Nestes casos, a polícia poderá impedir actos violentos através duma intervenção rápida aos primeiros sinais de perturbação da ordem pública. Se, por um lado, os sistemas de CFTV têm a virtude de reduzir o sentimento de insegurança da população em geral, por outro lado, as câmaras em espaço público poderão ter também um efeito contraproducente de “deslocar” algumas das pessoas que cometem actos violentos para outras zonas onde não existe essa cobertura. Um dos outros factores que poderá potenciar o efeito dissuasor dos sistemas de videovigilância é o local da cidade onde as câmaras são instaladas, a dimensão da câmara, o seu nível de visibilidade/publicidade. Recomendase a realização de avaliações periódicas do impacto dos sistemas, uma vez que os efeitos da dissuasão da instalação de sistemas de videovigilância tendem a atenuar-se ao fim do primeiro ano. Tanto o público em geral como os possíveis transgressores tendem a acomodar-se às câmaras. Por esta razão, deverão promover-se avaliações periódicas, com in-

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tervalos programados e constantes, de modo a que se possa comparar os resultados. Adicionalmente, deverão ser feitas comparações com outras zonas públicas cobertas por sistemas de videovigilância, de forma a poder-se aferir, de uma forma sistemática e credível, os níveis de ocorrência de crime. No entanto, os sistemas de videovigilância deverão fazer sempre parte duma política integrada de redução e prevenção do crime, sendo necessário um estudo aprofundado das consequências da implementação de CFTV na gestão policial. A investigação e a persecução de investigação de vários casos de assassínio e assaltos são, frequentemente, apoiadas pela acção dos sistemas de CFTV. A utilização de gravações de CFTV a fim de analisar e pesquisar os raptos de crianças é essencial para a resolução dos mesmos. De uma forma geral, poder-se-á concluir que o feito mais mensurável da implemen-

≥ Eric Harris and Dylan Klebold captados pelo sistema de videovigilância da Columbine High School, nos

E.U.A., durante o massacre da 1999 em que morreram 13 pessoas. (Getty)

tação deste tipo de sistemas não é tanto a prevenção criminal, mas a identificação de criminosos, algumas vezes com elevado impacto mediático.

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PROJECTO DE VIDEOVIGILÂNCIA DA RIBEIRA DO PORTO Tratou-se inicialmente de um projecto de instalação de 13 câmaras móveis na zona da Ribeira do Porto, monitorizadas pelo comando metropolitano do Porto localizado na praça do Aljubre – Porto, a fim de prevenir e combater a criminalidade devendo, como tal, funcionar de acordo com os pré-requisitos aprovados da CNPD. Mais tarde, o projecto foi ampliado para 14 câmaras móveis. Uma das primeiras contrariedades verificadas na implementação deste sistema, e que contribuiu significativamente para o seu atraso, foi o facto de da EDP ter exigido um

INFORMAÇÃO TÉCNICA

ponto de ligação à rede eléctrica por cada câmara de videovigilância com contrato, quadro eléctrico e certificação etc. Em declarações à comunicação social, o presidente da ABZHP - Associação de Bares da Zona Histórica do Porto, António Fonseca, afirmou que “a EDP “obrigou” a associação, responsável pelo projecto, a fazer um contrato por cada câmara de videovigilância, apesar de a Câmara do Porto ter autorizado a utilização da rede pública de electricidade. A inauguração do sistema já tinha sido adiada por causa de problemas no sinal de transmissão de vídeo para a PSP”. António Fonseca declarou que a exigência da EDP de um contrato por câmara vai ter “custos

elevados”. “Esta é a burocracia que o país tem”, acrescentou, “A EDP exigiu a celebração de um contrato por cada câmara, acabando depois por recusar duas das localizações propostas, na Praça da Ribeira e no Largo do Terreiro. A associação resolveu o problema, propondo como nova localização, para estas câmaras, uma unidade hoteleira existente na Praça da Ribeira e o edifício onde funciona o Consulado da Noruega”. Especificações técnicas do Projecto. Instalação de 14 câmaras SpeedDome Ultra VIII da American Dynamics, com conversor de video IP AXIS, router SHDSL (Symmetric high-speed digital subscriber

> Imagens recolhidas de dia pelo sistema de

videovigilância da Ribeira do Porto.

O PROJECTO NA IMPRENSA “O nosso objectivo era incluir este elemento de segurança no pacote turístico vendido aos turistas que pretendem visitar esta zona classificada pela UNESCO Património Mundial da Humanidade“ segundo António Fonseca, presidente da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto (ANZHP), entidade que lançou este projecto inédito em Portugal. In Publico.pt (15.01.2008)

“O projecto para o Centro Histórico prevê a colocação de 13 câmaras móveis em locais estratégicos, com software adequado à inibição de filmagem de zonas que constituam violação de privacidade. O centro de controlo ficará instalado no edifício do Aljube, da PSP.” In Jornal de Notícias (17.11.2007) ≤ Colocação de câmaras Speedome Ultra VIII da

American Dynamics nos edifícios na Ribeira do Porto.

“A Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) aprovou a instalação de um sistema de videovigilância na zona da Ribeira, no Centro Histórico do Porto. No entanto, as câmaras só poderão funcionar durante a noite (das 21 horas às sete da manhã), não estando autorizada a audição ou gravação de som, salvaguarda o parecer da CNPD, noticiado pela edição de ontem do semanário “Expresso”. O mesmo texto dá conta que a autorização vigorará durante um ano. Após esse período, a permissão será reavaliada.” In Jornal de Notícias (08.12.2007)

“Trata-se do primeiro projecto de videovigilância da via pública de iniciativa local em Portugal, através de uma parceria entre a ABZHP, a Câmara do Porto e o Comando Metropolitano da PSP.” In Jornal de Notícias (15.01.2008)

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INFORMAÇÃO TÉCNICA

line) para transmissão dos dados via par telefónico. Era requisito inicial que existisse uma linha telefónica ou ADSL junto de cada ponto. Infelizmente, e até ao momento (Setembro de 2008), não foi ainda possível criar uma rede física que permita o SHDSL, que teoricamente permitiria velocidades de transmissões em upload de 2 Mbit por cada câmara, situação ideal para permitir um melhor refresh da imagem das câmaras em movimento, essencial quando em os domes estão em patrulha. A posteriori foi alterado o conversor IP para o AD Video Edge, com maior eficiência de transmissão e compatibilidade com Intellex IP e com a transmissão de dados Sensornet.

Dado que, até ao momento, foi impossível instalar o sistema de comunicações fixo ou ADSL, optou-se por instalar um sistema de transmissão via 3,5G. A velocidade teórica de 1,4Mbits do sistema HSUPA (High Speed Uplink Packet Access) era aceitável. Até agora apenas se conseguiu atingir velocidades médias de transmissão de 600Kbits (upload). Projectos em estudo e desenvolvimento. No ano passado, a CNPD recebeu 2.667 notificações para instalação de sistemas de videovigilância, mais 603 do que em 2006. Estes sistemas ganharam uma especial notoriedade nos últimos meses, especialmen-

LAN

te depois do projecto lançado na Ribeira pela ABZHP, pioneiro em Portugal. Apesar disso, a associação já anunciou a intenção de avançar para um novo projecto, na Baixa do Porto, envolvendo a instalação de cerca de três dezenas de câmaras na principal zona comercial da cidade, entre Santa Catarina e os Clérigos. O centro histórico de Coimbra também se prepara para receber um sistema de videovigilância com 17 câmaras. A Baixa de Lisboa, a Câmara da Amadora, Câmara de Portimão (20 câmaras), Câmara de Ponta Delgada e o Santuário de Fátima são outros dos muitos locais que poderão receber em breve este tipo de vigilância.

S HD S L

S HD S

S HD S

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LAN/WAN

≤ Imagens recolhidas de noite pelo sistema de

videovigilância da Ribeira do Porto.

≤ + ≤ Instalação de 14 câmaras Speedome Ultra VIII da American Dynamics na zona dos bares da ribeira do Porto, com a recepção das imagens no Comando Metropolitano da PSP.

©2008 Google - Imagens ©2008 DigitalGlobe, IGP/DGRF, GeoEye, Dados do mapa ©2008 Tele Atlas

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≤ Sala do Hotel des Indes, na Holanda, com sprinklers dissimulados instalados.

Protecção contra incêndios em hotéis SISTEMAS DE SPRINKLERS Alan Brinson European Fire Sprinkler Network

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Embora os hotéis sejam locais de trabalho para muitas pessoas, são os hóspedes das unidades hoteleiras que apresentam maior vulnerabilidade à eventual ocorrência de sinistro, devido à pouca familiaridade com o edifício e, em especial, ao desconhecimento das saídas de emergência. Nos hotéis são inúmeras as possíveis fontes de ignição. São frequentes os casos de incêndios provocados por curtos circuitos em equipamentos eléctricos, principalmente em parques de estacionamento subterrâneos, na casa das caldeiras ou lavandarias. Já a maioria dos incêndios em cozinhas deve-se a situações de negligência. Os cigarros são também causa frequente de incêndios em quartos, corredores, escritórios e salas de convívio. As cablagens defeituosas dos equipamentos eléctricos existentes nos quartos são também uma das causas mais comuns. Por outro lado, os hotéis são locais acessíveis ao público em geral, o que os torna bastante vulneráveis a situações de fogo posto. Acresce ainda que, com a finalidade de elevar o nível de conforto dos hotéis, é frequente encontrar-se nestes locais uma grande diversidade de revestimentos e mobiliário, o que contribuiu de forma significativa para incrementar a carga de incêndio deste tipo de edifícios.


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INFORMAÇÃO TÉCNICA

Tendo em consideração a diversidade de fontes de ignição e a elevada carga de incêndio, bem como o significativo número de ocupantes, tem-se registado um elevado número de perdas de vidas humanas decorrente de incêndios em hotéis. (Quadro 1) Lamentavelmente, não existem estatísticas organizadas sobre incêndios na Europa, o que faz com que não se tenham dados concretos sobre o número de vidas que efectivamente se perdem anualmente neste tipo de incidentes. Para além de muitos países não procederem à recolha sistemática de dados estatísticos de ocorrência de incêndios, outros existem que contabilizam os incêndios em hotéis mas não consideram os ocorridos em pousadas, motéis e pensões. Os riscos de incêndio neste tipo de estabelecimentos são idênticos aos dos hotéis e, como tal, deveriam ser sujeitos às mesmas prescrições de segurança contra incêndios. (Quadro 2) Dois terços das mortes por incêndios ocorreram no interior dos quartos de hotéis. Contudo, somente 25% de todos os incêndios registados em hotéis têm a sua origem no interior dos quartos.

mente em caso de incêndio, normalmente muito antes das condições ambientais colocarem a vida das pessoas em perigo. Os sistemas de sprinklers evitam a propagação dos incêndios, reduzindo a produção de gases tóxicos e mantendo a temperatura do espaço em níveis suportáveis pelos seres humanos. Em muitos casos, os sistemas de sprinklers extinguem o incêndio. Décadas de experiência com incêndios reais têm contribuído para demonstrar que os sprinklers salvam, de facto, as pessoas que permanecem nos espaços onde se inicia o incêndio. Este facto constitui um benefício crucial na segurança contra os riscos de incêndio em Hotéis, uma vez que, de acordo com os dados estatísticos da National Fire Protection Associaton (NFPA), é nos quartos que ocorrem dois terços das mortes resultantes de incêndios. Estes dados têm sido confirmados por investigações independentes. Em 2004 o Governo Britânico publicou um relatório sobre a eficácia dos sistemas de sprinklers nos edifícios habitacionais. A

investigação simulou diferentes fogos numa habitação e mediu as concentrações de gases tóxicos produzidos com e sem o sistema de sprinklers. De acordo com este relatório, na maior parte dos incêndios, o sistema de sprinklers foi bem sucedido na manutenção da concentração dos gases tóxicos abaixo dos níveis letais para o ser humano na divisão onde deflagrou o incêndio. Facilidade de evacuação. Os sistemas de sprinklers facilitam consideravelmente a evacuação das pessoas dos edifícios. Atacando o incêndio enquanto este ainda tem proporções reduzidas, os sistemas de sprinklers controlam o desenvolvimento do incêndio e reduzem a quantidade de fumo produzida. Desta forma, as pessoas conseguem abandonar o hotel mais facilmente. Os sistemas de sprinklers podem estar ligados a um alarme, o que poderá permitir que os bombeiros cheguem mais rapidamente ao local e auxiliem na evacuação dos ocupantes do edifício.

QUADRO 1 OS MAIS GRAVES INCÊNDIOS EM HOTÉIS NA EUROPA

DESEMPENHO DOS SISTEMAS DE SPRINKLERS EM INCÊNDIOS OCORRIDOS EM HOTÉIS Os sprinklers actuam quando submetidos a temperaturas superiores a um determinado valor, normalmente 68ºC. Quando isto se verifica, os sprinklers libertam água sobre o incêndio, controlando a sua propagação e, muitas vezes, extinguindo o próprio incêndio. Dados estatísticos provenientes de diversos países provam que os sistemas de sprinklers, quando correctamente projectados e sujeitos a manutenção, controlam e/ ou extinguem os incêndios em mais de 98% dos casos. Além disso, em mais de 50% dos casos, apenas um ou dois sprinklers são accionados, libertando menos água do que um carretel ou boca-de-incêndio. Na Europa não há registo de fatalidades massivas decorrentes de incêndios em edifícios protegidos por sistemas de sprinklers. VANTAGENS DE SE UTILIZAREM OS SISTEMAS DE SPRINKLERS NOS ESPAÇOS DE ORIGEM DOS INCÊNDIOS Os sprinklers são extremamente sensíveis ao calor e, como tal, respondem rapida-

Paris, França: Agosto de 1976, Hotel d’Amerique

11 Mortos

Amesterdão, Holanda: Maio de 1977, Hotel Pólen

33 Mortos

Bruxelas, Bélgica: Maio de 1977, Hotel Duc de Brabant

302 Mortos

Saragoça, Espanha: Julho de 1979

76 Mortos

Kristiansand, Noruega: Setembro de 1986, Hotel Caledonian

14 Mortos

Sieglar, Alemanha: Agosto de 1992, Königshotel

12 Mortos

Antuérpia, Bélgica: Dezembro de 1994, Hotel Switel

15 Mortos

Marselha, França: Maio de 2003

11 Mortos

Paris, França: Abril de 2005, Hotel Opera

24 Mortos

QUADRO 2 INCÊNDIOS EM HOTÉIS E MOTÉIS DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

PRINCIPAIS CAUSAS

LOCAIS COM MAIOR INCIDÊNCIA DE INCÊNDIO

Cozinhas (19%)

Quartos (25%)

Fogo Posto (16%)

Cozinhas (19%)

Equipamentos (14%)

Lavandarias (12%)

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INFORMAÇÃO TÉCNICA

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≥ Combate às chamas no topo do

Paris-Opera Hotel, em França, num incêndio que ocorreu no dia 15 de Abril de 1995.

≥ Bombeiros analisam os escombros de um hotel em Marselha, no sul de França, onde deflagrou um

incêndio onde 11 pessoas perderam a vida e 17 ficaram feridas.

Flashover. O flashover ocorre quando os gases libertados atingem a temperatura de autoignição. Os gases, quando em contacto com o oxigénio proveniente de uma porta aberta ou de uma janela que se partiu, entram espontaneamente em combustão, originando uma bola de fogo e uma onda de choque. Os sistemas de sprinklers evitam a ocorrência do flashover através do arrefecimento dos gases, contribuindo assim para a segurança quer das pessoas que estão a abandonar o edifício, quer dos bombeiros que estão a tentar entrar para controlar o incêndio. Redução dos prejuízos. Apesar de não serem uma das preocupações dominantes dos regulamentos de edificação, os sistemas de sprinklers têm um contributo importante na redução dos prejuízos resultantes dos incêndios. Através da sua rápida resposta, anterior à chegada dos bombeiros, os sistemas de sprinklers permitem controlar a dimensão do incêndio. Acresce ainda referir que os sprinklers são muito fiáveis, sendo invulgar a ocorrência de um accionamento de um sprinkler sem que um incêndio tenha realmente deflagrado. Legislação Europeia. A Comissão Europeia publicou em 1986 a Recomendação 86/666/CEE relativa à segurança dos hotéis contra os riscos de incêndio. Este documento contempla medidas prescritivas que devem ser implementadas nos hotéis de modo a garantir um nível mínimo de segurança contra riscos de incêndios. Além 34

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de prescrever medidas ligadas à organização de segurança e à existência de determinados equipamentos de combate a incêndio, a serem utilizados quer pelos trabalhadores quer pelos hóspedes, a Recomendação definiu também requisitos estruturais de modo a garantir a possibilidade dos ocupantes abandonarem o edifício. A aplicação desta Recomendação exigiria que os hotéis em exploração que não cumprissem com estes requisitos estruturais tivessem que efectuar reestruturações significativas e dispendiosas. Em consequência do elevado investimento a que seriam obrigados os proprietários das unidades hoteleiras, os Estados Membros da União Europeia não aplicaram esta Recomendação aos hotéis em exploração. Empenhada no compromisso Segurança, a Comissão Europeia fez uma revisão do documento sobre segurança dos hotéis contra os riscos de incêndios em 2001 e, em 2002, decidiu actualizar a Recomendação de 1986, reconhecendo que a versão original do documento não tinha obtido a adesão esperada: “Metade dos países comunitários não adoptaram as medidas com efeitos retroactivos”. Infelizmente, as alterações introduzidas na Recomendação de 1986 não foram implementadas na realidade. Por exemplo, a revisão previa a inclusão das normas técnicas europeias de produtos como as portas resistentes ao fogo que, lamentavelmente, não estavam disponíveis em 1986. Durante vários anos não houve qualquer desenvolvimento europeu nesta matéria. Em 2006, a Comissão Europeia retomou os trabalhos e constituiu uma comissão que integrou

representantes dos proprietários dos hotéis, a qual teve como incumbência reunir as diferentes perspectivas dos Estados Membros sobre o assunto. Esta comissão apresentou duas propostas para análise dos Estados Membros: uma das propostas consistia na actualização da Recomendação de 1986 e a segunda consistia em propor ao Comité Europeu de Normalização (CEN) a redacção de um código de boas práticas sobre Segurança contra Incêndio em edifícios hoteleiros. À data de redacção deste artigo, não havia conhecimento de qual das duas propostas terá sido aceite ou se foi aprovada qualquer outra solução. Os regulamentos de edificação são definidos pela legislação nacional de cada um dos países, pelo que não existe uma regulamentação europeia. Estima-se que existam mais de 100 regulamentos de edificação em toda a Europa que dispõem como devem ser projectados os edifícios, incluindo os hotéis, de modo a garantir a segurança contra os riscos de incêndio. Embora muitos Estados Membros exijam que os hotéis de grande altura sejam protegidos com sistemas de sprinklers, a verdade é que a altura definida é tão elevada que, com excepção da Hungria, a maioria dos edifícios não fica abrangida por esta exigência. Contudo e de uma forma gradual, os benefícios dos sistemas de sprinklers têm vindo a ser reconhecidos, pelo que, em Portugal, a futura regulamentação de segurança contra incêndios em edifícios exige sistemas de sprinklers em todos os novos hotéis. Por efeito das prescrições da política de segurança de algumas cadeias de hotéis internacionais e das soluções de engenharia


INFORMAÇÃO TÉCNICA

relativas a projectos arquitectónicos inovadores, a maioria das capitais europeias tem, pelo menos, um hotel protegido por sistemas de sprinklers. REQUISITOS APLICÁVEIS AOS SISTEMAS DE SPRINKLERS NOS PAÍSES EUROPEUS _ A Áustria exige sprinklers em todos os edifícios, incluindo os hotéis com altura superior a 32 m. _ A Alemanha elaborou um Código de Edificação que exige sprinklers em hotéis com altura superior a 22 m. _ A Hungria exige sprinklers em hotéis com altura superior a 13,65 m. _ A Irlanda exige sprinklers em hotéis com altura superior a 30 m. _ A Itália exige sprinklers em hotéis com mais de 1.000 camas. Na realidade, existem poucos hotéis com este número de camas. _ O Luxemburgo exige sprinklers em todos os edifícios, incluindo os hotéis, com altura su-

perior a 60 m. Exige igualmente sprinklers em hotéis com parques de estacionamento cobertos com mais de 20 lugares. _ A Holanda exige sprinklers em todos os edifícios, incluindo hotéis, com altura superior a 70 m. _ No seguimento do incêndio no Hotel Caledonian em Kristiansand em 1986, no qual morreram 14 pessoas e 50 ficaram feridas, a Noruega exigiu que os hotéis com compartimentos resistentes ao fogo com uma área superior a 800 m2 fossem protegidos com sprinklers. Devido a esta exigência, a maior parte dos novos hotéis de grandes dimensões com átrios estão protegidos por sistemas de sprinklers. Os hotéis mais pequenos estão também protegidos com sprinklers pelo facto de se situarem em locais distantes dos bombeiros. _ A Polónia exige sprinklers em todos os edifícios com altura superior a 55 m. Na prática, apenas os grandes hotéis estão abrangidos por esta exigência.

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_ O actual Regime Jurídico de Segurança contra Incêndios em Edifícios de Portugal exige que todos os novos hotéis sejam protegidos por sprinklers. _ A Espanha exige sprinklers nos hotéis e pousadas cujo ponto mais elevado de evacuação esteja localizado a mais de 28 m. Na prática, esta medida inclui um número considerável de médios e grandes hotéis. _ A Suécia não tem Códigos de Edificação prescritivos mas tem Códigos baseados na concepção de soluções de segurança contra incêndio com base no desempenho. De modo a cumprir com estes Códigos, muitos engenheiros de segurança contra Incêndio têm optado pela instalação de Sistemas de Sprinklers. _ O Reino Unido exige sprinklers em hotéis com altura superior a 30 m “quando projectados para serem evacuados por etapas”. Na prática, isto implica que poucos hotéis estejam protegidos por sprinklers.

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INFORMAÇÃO TÉCNICA

É peremptório que, associada ao conceito de comando e controlo dos diversos níveis de conforto em casa, a palavra “Domótica” passou a fazer parte do vocabulário do Português moderno. A Domótica existe para simplificar a vida diária dos seus utilizadores, satisfazendo três necessidades básicas: conforto, segurança e comunicações A Domótica constitui um inevitável e incontornável valor acrescentado para a promoção imobiliária. Este facto leva a que estejam em aberto oportunidades de negócio para as empresas que actualmente operam directa e indirectamente com este sector de actividade e para as novas empresas especializadas que começam a surgir com capacidade de integração, projecto, consultoria, fiscalização e controlo de obras. Domótica. Definição. Por definição, automação refere-se a um sistema ou método pelo qual é possível realizar e controlar eventos sem um pensamento consciente. A automação doméstica, ou a Casa Inteligente, usa esses princípios aplicados à habitação particular e colectiva. Soluções técnicas integradas. Tornar uma casa inteligente significa instalar sistemas electrónicos capazes de substituir inúmeras operações manuais, mediante determinadas condições lógicas. Esses sistemas devem “decidir” acções automáticas que se traduzem em acções particularmente úteis, do ponto de vista de segurança e conforto na habitação. Assim, entre outras funções, o utilizador pode armar ou desarmar o alarme remotamente, saber quando alguém desliga ou liga o alarme, quando há falha de corrente em casa, corte de linha telefónica e ainda pode ligar / desligar luzes e/ou aparelhos eléctricos em sua casa, com um custo de chamadas controlado. Isto tudo através de simples mensagens escritas no telemóvel! A comunicação para qualquer dos pontos é feita pela rede eléctrica já existente, o que torna estas soluções muito interessantes para casas já construídas, uma vez que não é preciso partir paredes, nem passar cabos para pôr em prática a maior parte das soluções pretendidas.

Exemplos práticos. Eis algumas das funcionalidades das principais instalações técnicas especiais que integram a área da Domótica: ≥ a bifuncionalidade dos detectores de presença (de segurança, quando o alarme está ligado e de iluminação, quando o alarme está desligado) ≥ o controlo automático das luzes exteriores: o circuito de iluminação de decoração da vivenda e os circuitos de iluminação de segurança ≥ a simulação de presença ≥ os alarmes técnicos (gás, água e fogo) com corte automático do circuito de gás e/ ou de água ≥ o telecomando integrado dos aparelhos de TV, vídeo e Hi-Fi, luzes (candeeiros, focos) e aparelhos (como por exemplo: estores motorizados) ≥ a comunicação automática de determinados eventos para vários números de telefone fixo e/ou móvel ≥ as teleacções por telefone e/ou telemóvel (accionar ou desligar remotamente o alarme, aquecimento ou o ar condicionado, a rega ou um grupo gerador) ≥ a ligação parcial do alarme (para permitir circular em casa com os principais acessos protegidos) ≥ o circuito fechado de câmaras de vídeo vigilância (e a sua interligação ao circuito de TV) Estas são algumas das principais instalações técnicas especiais que integram o conceito de Casa Inteligente. A Domótica hoje. O automatismo doméstico mais conhecido do público em geral, é o alarme, que ao longo dos últimos anos, tem vindo a incorporar uma série de funções e interfaces que lhe permitem interagir com outros autómatos. A integração dos alarmes sem fios (os contactos de abertura de portas e janelas, detectores de movimento, detectores quebra de vidro, etc, comunicam com a central via rádio frequência) com os receptores de domótica pela rede eléctrica proporcionam, não só o controlo bidireccional do alarme, como também das luzes e/ou aparelhos que estejam ligados aos módulos de domótica, via mensagens escritas (a partir de telemóveis de qualquer operador).

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Assim, hoje, um sistema de segurança, além da detecção de intrusão, pode perfeitamente integrar a função de controlo de acessos de uma ou mais portas, com cartão e/ou etiquetas de proximidade, detecção de incêndio, detecção de fugas de gás, corte automático do gás e/ou água, em caso de alarme técnico, accionamento automático de circuitos de iluminação (quer por programação horária, quer por detecção de presença coincidente com falta de luz), accionamento de aparelhos (termoacumulador, bomba de água, radiadores eléctricos, estores motorizados, etc). Para o cliente (utilizador) esta evolução tornou exequíveis determinadas aplicações e acessíveis os seus consequentes benefícios que, de outra forma, quer por uma questão de custos, quer por oportunidade de instalação, estariam totalmente fora de questão. Quem decide a compra passou a ter a capacidade de compreender: além da necessidade de determinados sistemas electrónicos, a sua utilidade na conjectura do nosso bem-estar doméstico e a sua relativa facilidade de utilização diária. Por outro lado, passou também a ter a capacidade de avaliar o “custo / benefício”, pela credibilidade e economias de escala que representa ter, numa só entidade, a venda, instalação e assistência às soluções técnicas integradas. Recorrer a entidades separadas para cada uma das áreas técnicas que compõem a Domótica, torna qualquer orçamento dispendioso e muito complicada: a sua instalação e a sua manutenção. Com a integração nos sistemas de alarme de funções complementares, passou a ser possível desenvolver uma abordagem técnico-comercial diferente e diferenciada no mercado específico da segurança electrónica. Passaram-se a diferenciar os projectos por áreas de aplicação (vivendas, apartamentos, lojas, escritórios, etc) e nelas integrar, soluções técnicas especiais com valor acrescentado, especificamente para cada uma delas: a Domótica (automação doméstica). O desenvolvimento das telecomunicações, quer móveis quer fixas, veio também proporcionar novas formas de interagir com os sistemas de alarme e consequentemente com os restantes sistemas integrados. OUTUBRO A DEZEMBRO ‘08

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Tornamos o Mundo mais seguro

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INFORMAÇÃO TÉCNICA

Deste modo, passou a ser “banal” usar um telemóvel para ligar / desligar um alarme remotamente, tal como usar uma saída do alarme para executar uma função complementar. O custo implícito nesta acção complementar é irrisório, pois aproveita todos os componentes do alarme (comunicador telefónico, automatismo de comando, etc) e até a sua forma de utilização. Sistemas que acendem as luzes assim que o dia começa a escurecer proporcionam conforto, mas também segurança, uma vez que deixa a impressão de que a casa está ocupada. Se não quiser deixar nenhuma margem de dúvida na mente do ladrão, poderá até instalar um sistema de simulação de presença. Esta tecnologia fará com que, aleatoriamente, as luzes se apaguem e acendam em quartos diferentes e que os estores desçam e subam, como se estivesse gente em casa. Ao nível da comunicação automática das ocorrências, o sistema passou a poder aferir qual o meio que deve utilizar, mediante a sua disponibilidade, como por exemplo: primeiro comunicar por telefone (analógico ou ADSL) e caso a linha esteja cortada, comutar automaticamente para GSM e assim garantir que o sinal de alarme chega ao seu destinatário. Como alternativa e/ou complemento, o sistema pode também enviar uma mensagem para um endereço de mail e incluir as imagens de uma câmara associada à zona onde foi detectado o alarme. O protocolo de comunicação de domótica mais simples e eficaz que existe no mercado mundial é o X-10 (sistema que comunica pela rede eléctrica existente). A prová-lo está o facto das principais marcas fabricantes de sistemas electrónicos de segurança terem passado a incluir esse mesmo protocolo nas suas centrais, tornando os seus sistemas compatíveis com todos os módulos receptores (lâmpadas, aparelhos, motores, etc) X-10. Assim, áreas técnicas tão distintas como a segurança, a iluminação, as telecomunicações e o circuito fechado de TV passam a poder interagir tirando o máximo partido e proveito das suas potencialidades e proporcionando economias de escala, quer ao nível da cablagem e mão-de-obra necessária, quer ao nível do equipamento, graças à integração das multifunções que cada sistema proporciona, como por exemplo:

≥ Quando o alarme dispara, acendemse automaticamente determinadas luzes, do circuito de domótica, a central envia uma mensagem escrita para telemóvel com o reporte da ocorrência e/ou uma chamada no telefone fixo com uma mensagem gravada informando o tipo de alarme ≥ Simula-se a presença em casa com a programação aleatória dos diversos circuitos de iluminação de segurança ≥ Acendem-se quaisquer luzes do circuito de domótica com o telecomando universal ou através de uma macro por PC ou ainda carregando simplesmente num tradicional interruptor de parede ≥ O circuito de iluminação de decoração da vivenda acende-se automaticamente com a chegada da noite e apaga-se da mesma maneira com o amanhecer

Domótica & Segurança Electrónica A inteligência que se instala Autor Alexandre Chamusca Edição Ordem dos Engenheiros / Ingenium Edições, Lda. Ano 2006

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≥ O circuito de iluminação exterior está dividido por zonas e controlado por detectores exteriores, pelo que se acendem com a aproximação de alguma pessoa no raio de acção dos detectores, podendo um besouro tocar dentro de casa, avisando do movimento no quintal ≥ Tal como as luzes podem-se controlar local e/ou remotamente por telefone e/ou telemóvel, o ar condicionado, o aquecimento central, radiadores eléctricos, aparelhos, motores de portão e estores, bombas de água, sistemas de rega, etc. Isto tudo de uma forma extremamente simples e intuitiva, ao alcance de qualquer utilizador, minimamente instruído para o efeito. A fidelização dos consumidores face às marcas e às empresas prestadoras de serviços terá em conta sobretudo a qualidade: qualidade dos equipamentos, qualidade dos serviços, mas sobretudo, qualidade nas soluções técnicas apresentadas e fundamentadas para cada cliente alvo. As empresas que conseguirem “vender” confiança técnico-comercial em cada nicho de mercado farão a diferença e passarão a ser referenciadas como exemplos a seguir pelos diversos centros de decisão. Devido ao seu potencial crescimento, o mercado português representa uma fonte de negócio promissor, onde as empresas poderão prosperar, se estiverem bem informadas e formadas para poderem corresponder às necessidades presentes e futuras de cada nicho associado. Numa altura em que a segurança em casa se tornou uma necessidade absoluta e na qual os equipamentos eléctricos e electrónicos a controlar, são muitos e servem as mais diversas aplicações, os integradores de sistemas devem prestar a devida assessoria técnico-comercial aos vários gabinetes de projecto, grandes instaladores e grandes donos de obra, por forma a que estes consigam corresponder às actuais expectativas do mercado imobiliário, integrando as diversas combinações de comando e controlo dos vários níveis de segurança e conforto, que uma casa moderna (seja apartamento ou vivenda) justifica hoje em dia. Nota Extraído do livro técnico: A inteligência que se instala do mesmo autor, editado pela Ordem dos Engenheiros.

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Os ensaios de resistência ao fogo em elementos de construção Paulo Vila Real Prof. Catedrático, LABEST, LERF, Univ. Aveiro, Dep. Eng. Civil Nuno Lopes Prof. Assistente, LABEST, LERF, Univ. Aveiro, Dep. Eng. Civil

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Arlete Jesus Aluna de Mestrado, Univ. Aveiro, Dep. Eng. Civil

INTRODUÇÃO Em Portugal a regulamentação de segurança contra incêndios foi praticamente inexistente até finais da década de 80 do século XX. Terá sido, certamente, o grande incêndio do Chiado em Lisboa a 25 de Agosto de 1988 que motivou o aparecimento de grande número de diplomas no âmbito da segurança contra incêndio em edifícios. Tratava-se de regulamentação avulsa, de conteúdo diferenciado de acordo com o tipo de edifício, por vezes divergente ou mesmo contraditória nas soluções que apontava para situações da mesma natureza. A par desta heterogeneidade de conteúdos, o próprio tipo de diplomas legais em vigor era diverso, podendo estar associada a resoluções do Conselho de Ministros, decretos-lei, decretos regulamentares e portarias, de desigual valor hierárquico normativo que, naturalmente, poderia confundir os profissionais do sector. O mesmo acontecia nos próprios títulos dos diplomas normativos, que variam desde “regulamentos de segurança” a “medidas de segurança”, passando por “medidas cautelares de segurança” ou “medidas cautelares mínimas”. A necessidade de se elaborar um “Regulamento Geral”, que englobasse as disposições regulamentares de segurança contra incêndio aplicáveis a todos os edifícios e recintos, moderno e estruturado de forma lógica rigorosa e acessível, era pois evidente, conduzindo à aprovação pelo conselho de Ministros a 4 de Setembro de 2008 do novo Regime Jurídico de Segurança contra Incêndio em Edifícios, que suportará o futuro Regulamento Geral [1], que aqui daremos conta. Trata-se de um regulamento moderno seguindo a tendência actual em termos de regulamentação de segurança contra incêndio a nível internacional, a qual tem evoluído no sentido de se libertar progressivamente das exigências de carácter prescritivo passando a basear-se preferencialmente no desempenho dos elementos de construção, deixando ao projectista a liberdade de escolha das soluções mais adequadas a cada caso. Esta via permitirá simultaneamente tornar a segurança contra incêndio mais racional, mais eficaz e mais económica. Os Eurocódigos Estruturais, por exemplo, seguiram claramente esta via. O futuro regime jurídico de Segurança contra Incêndio em Edifícios, contém um


INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

conjunto de disposições destinadas a dar resposta às exigências estabelecidas na Directiva dos Produtos de Construção 89/106/ CEE, criada em 1989 para eliminar as barreiras técnicas à livre circulação de produtos de construção no espaço económico europeu. No que respeita à segurança em caso de incêndio, aquela directiva estabelece que as construções devem ser concebidas e realizadas de modo a que, no caso de se declarar um incêndio: ≥ a capacidade resistente das estruturas com função de suporte possa ser considerada durante um período de tempo determinado; ≥ a produção e propagação do fogo e do fumo no interior da construção sejam limitadas; ≥ a propagação do fogo às construções vizinhas seja limitada; ≥ os ocupantes possam abandonar o local ou ser socorridos por outros meios; ≥ a segurança das equipas de socorro seja tomada em consideração. Relativamente à capacidade resistente dos elementos de construção com funções de suporte, a futura adopção dos Eurocódigos Estruturais, como regulamentos nacionais, vem suprir uma lacuna existente na regulamentação portuguesa nesta área. Começa assim a estar disponível em Portugal um quadro normativo completo quer ao nível das exigências técnicas aplicáveis à segurança contra incêndio em edifícios, quer ao nível da verificação da segurança dos elementos de construção. A este respeito, refira-se que a Universidade de Aveiro instalou recentemente o primeiro laboratório de Resistência ao Fogo do País financiado pela FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, equipado com um forno vertical com 3,10 m x 3,10 m de abertura livre, capaz de realizar ensaios normalizados de resistência ao fogo de acordo com a regulamentação europeia em vigor. Para além da investigação experimental no domínio da Resistência ao Fogo este Laboratório, único no país, servirá a Indústria nacional, permitindo determinar a resistência ao fogo de acordo com as funções desempenhadas pelos elementos de construção, nomeadamente, suporte de cargas (critério R), es-

tanqueidade a chamas e gases quentes (critério E) ou isolamento térmico (critério I). Em termos europeus o EGOLF – European Group of Organizations for Fire Testing, reconhecida associação europeia que reúne os laboratórios envolvidos em testes de reacção ou de resistência ao fogo, congrega 57 laboratórios espalhados pelos seguintes países: Alemanha, Áustria, Bielorrússia, Bélgica, Bulgária, República Checa, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Holanda, Hungria, Israel, Itália, Letónia, Lituânia, Noruega, Polónia, Portugal, Reino Unido, Rússia, Suécia e Suíça. Destes 57 laboratórios associados ao EGOLF, 44 realizam ensaios de resistência ao fogo. Estes números evidenciam bem a importância que os países europeus têm dado à problemática da segurança contra incêndios em edifícios. Em Portugal, o LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil é membro desta associação através do seu Laboratório de Reacção ao Fogo, esperando-se que o Laboratório de Resistência ao Fogo da Universidade de Aveiro venha também a integrar este grupo. NOVA REGULAMENTAÇÃO NACIONAL DE RESISTÊNCIA AO FOGO O novo regime jurídico de Segurança contra Incêndio em Edifícios [1], que se prevê que esteja disponível até 1 de Janeiro de 2009, reúne todas as directivas necessárias para aplicação da segurança contra incêndios em edifícios. Salvaguardando possíveis alterações introduzidas na última versão do regulamento, será aqui feita uma breve apresentação desta regulamentação. Neste diploma os edifícios e recintos são divididos em 12 utilizações-tipo, encontrando-se cada uma delas estratificada por quatro categorias de risco de incêndio: 1ª, 2ª, 3ª e 4ª categoria de risco. De acordo com nova regulamentação nacional, a qualificação da resistência ao fogo padrão dos elementos de construção é feita de acordo com as normas europeias, que prescrevem que a resistência ao fogo deve ser diferenciada em função dos seguintes critérios: R - capacidade de suporte de carga; E  - estanqueidade a chamas e gases quentes; I - solamento térmico;

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W - radiação; M - acção mecânica; C - fecho automático; S - passagem de fumo; P ou PH - continuidade de fornecimento de energia e/ou de sinal; G - resistência ao fogo; K - capacidade de protecção contra o fogo. Estes critérios de comportamento das normas europeias têm equivalência às especificações do LNEC, de acordo com o apresentado na tabela 1. Torna-se, assim, possível efectuar uma qualificação dos produtos de construção em função dos critérios definidos anteriormente. Esta classificação é feita de acordo com o tempo que decorre desde o início de um processo térmico normalizado (por exemplo, a curva de incêndio padrão ISO 834, representada no gráfico 1 a que o elemento de construção é submetido, até ao momento em que ele deixa de satisfazer as funções para que foi projectado. A tabela 2 apresenta as possíveis classificações de resistência ao fogo. CLASSIFICAÇÃO EM FUNÇÃO DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE ACORDO COM A NORMALIZAÇÃO EUROPEIA A classificação dos elementos de construção em função da sua resistência ao fogo é feita de acordo com a norma europeia EN 13501-2 - Classificação a partir de dados obtidos dos ensaios de resistência ao fogo excluindo as instalações de ventilação [2]. Esta norma tem como objecto e campo de aplicação a classificação da resistência ao fogo dos elementos de construção: a) Elementos estruturais sem função de separação ao fogo (Paredes, lajes, coberturas, vigas, pilares, etc); b) Elementos estruturais com função de separação ao fogo (Paredes, lajes, coberturas); c) Produtos e sistemas para protecção de elementos ou de parte de obras (Revestimentos de protecção fogo); d) Elementos ou partes de obras não estruturais (Divisórias, fachadas e paredes exteriores, tectos, portas, etc); e) Revestimentos com capacidade de protecção ao fogo para tectos e paredes f) Portas de acesso a elevadores ensaiadas de acordo com EN 1634-1 OUTUBRO A DEZEMBRO ‘08

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INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

TABELA 1 RESISTÊNCIA AO FOGO PADRÃO DE PRODUTOS DE CONSTRUÇÃO.

FUNÇÃO DO ELEMENTO

CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM

CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM

AS ESPECIFICAÇÕES DO LNEC

O SISTEMA EUROPEU

Suporte de cargas.

EF

R

Suporte de cargas e estanquidade

PC

RE

CF

REI

Estanquidade a chamas e gases quentes.

PC

E

Estanqueidade a chamas e gases quentes e isolamento térmico.

CF

EI

a chamas e gases quentes. Suporte de cargas e estanquidade a chamas e gases quentes e isolamento térmico.

TABELA 2 CLASSIFICAÇÃO PARA ELEMENTOS OU PARTES DE OBRAS SEM FUNÇÃO DE SUPORTE DE CARGA E PRODUTOS A ELES DESTINADOS.

APLICAÇÃO

Portas e portadas corta-fogo e respectivos dispositivos de fecho, incluindo as que comportem envidraçados e ferragens.

NORMAS

EN 135001-2; EN 1634-1

CLASSIFICAÇÃO

DURAÇÃO (EM MINUTOS)

E

15

EI

15

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Cenários de incêndio. A resistência ao fogo deve ser avaliada mediante a aplicação de um dos seguintes cenários de incêndio: curva normalizada tempo/temperatura; curva de aquecimento lento; fogo “semi-natural”; curva de exposição a um fogo exterior; e acção térmica a temperatura constante. A curva de incêndio padrão “ISO 834” é a acção térmica mais utilizada na avaliação da resistência ao fogo. Esta curva pretende representar um fogo posterior à inflamação súbita generalizada post flash-over.

Em que t é o tempo decorrido desde o início do ensaio em minutos, e T a temperatura média no interior do forno em ºC. O gráfico 1 ilustra o desenvolvimento desta curva em função do tempo. 42

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60

90

120

180

240

30

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120

180

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terminar para cada ensaio os tempos, em minutos decorridos, para que o espécime de ensaio continue a satisfazer os diferentes aspectos dos critérios de comportamento apresentados na tabela 3. Para elementos particulares verificamse também outros aspectos, como os apresentados na tabela 4. Para qualquer dos ensaios e dos critérios R, E, I, W e K, o tempo obtido em minutos deve ser o valor inferior mais próximo incluído na seguinte série: 10, 15, 20, 30, 45, 60, 90, 120, 180, 240, 360.

GRÁFICO 1 CURVA ISO 834 T(ºC)

1400 1200 1000 800 600 400 200 0

T = 345 log10 (8t+1)+20

30

0

50

100

150

200

250

300

350

t(m)

Procedimento de classificação da resistência ao fogo. Para se proceder à classificação da resistência ao fogo normalizado, deve-se de-

Normas europeias para a realização de ensaios de resistência ao fogo. A norma europeia EN 13501-2 [2] é aplicável a ensaios de resistência ao fogo que sejam realizados, de acordo com outras normas europeias desenvolvidas para a


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INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

TABELA 3 DIFERENTES ASPECTOS, DOS CRITÉRIOS DE COMPORTAMENTO, A VERIFICAR.

R

Limitação da deformação. Limitação da velocidade de deformação.

E

normalização dos processos, metodologias e equipamentos a utilizar nesses ensaios.​ Assim, as normas a considerar são: a) Normas de segurança para a construção e instalação de elevadores: prEN 81-8 - Portas de acesso a elevadores. Ensaios de resistência ao fogo. b) Ensaios de resistência ao fogo: EN 1363-1 – Requisitos gerais; EN 1363-2 – Procedimentos alternativos e adicionais. c) Ensaios de resistência ao fogo de elementos não estruturais: EN 1364-1 – Paredes; EN 1364-2 – Tectos falsos. d) Ensaios de resistência ao fogo de elementos estruturais: EN 1365-1 – Paredes; EN 1365-2 – Lajes e coberturas; EN 1365-3 – Vigas; EN 1365-4 – Pilares. e) Ensaios de resistência ao fogo de instalações de serviço: EN 1366-3; EN 1366-4; EN 1366-5; EN 1366-6; EN 1366-7. f) Ensaios de resistência ao fogo de portas e elementos de fecho: EN 1634-1 – Portas e fechos corta-fogo; EN 1634-3 – Portas e persianas para o controlo de fumos. g) Chaminés. Métodos de ensaios para chaminés: EN 13216-1 – Métodos de ensaio gerais. h) Ensaios para determinar a contribuição à resistência ao fogo dos elementos estruturais: EN 13381-2; EN 13381-3; EN 13381-4; EN 13381-5; EN 13381-6; EN 13381-7. i) prEN 14600 – Elementos de portas e janelas resistentes ao fogo e fumo. Requisitos e classificação. j) prEN 14135 – Recobrimentos. Determinação da capacidade de protecção contra o fogo. ENSAIOS DE RESISTÊNCIA AO FOGO DE ACORDO COM A NORMALIZAÇÃO EUROPEIA EN 1363-1 Ensaios de resistência ao fogo: requisitos gerais A norma com os requisitos gerais para os ensaios de resistência ao fogo EN 1363-1 [3] fornece recomendações relativamente: aos equipamentos para os ensaios; às condições de teste; à selecção, acondicionamento e instalação dos exemplares dos espécimes de teste; à utilização da instrumentação; aos procedimento do ensaio; e à elaboração do relatório de ensaio.

Ignição do tampão de algodão. Fendas e aberturas. Produção de chama constante na face não exposta.

I

Elevação da temperatura média de 140ºC. Elevação da temperatura máxima de 180ºC.

W

Nível de radiação máxima.

TABELA 4 DIFERENTES ASPECTOS, DOS CRITÉRIOS DE COMPORTAMENTO, A VERIFICAR PARA CASOS PARTICULARES.

S

Limitação da velocidade de fuga.

M

Resistência ao impacto.

C

Fecho automático em caso de incêndio.

G

Resistência à acção térmica de um fogo, para produtos associados a chaminés.

K

Aptidão de um revestimento para proteger frente ao fogo durante um período de tempo especificado.

≥ Forno vertical do LERF.

≥ Espécime de ensaio para o forno vertical do LERF.

EN 1634-1 Ensaios de resistência ao fogo de portas e elementos de fecho: Portas e fechos corta-fogo A norma EN 1634-1 [4] define as especificações particulares dos ensaios de resistência ao fogo de portas e elementos de fecho, como a instalação da amostra de ensaio e a aplicação da instrumentação. São dadas, para diversas tipologias de portas e elementos de fecho, as posições de colocação dos termopares da face não exposta e dos pontos de medição da deformação.

[1] Regulamento Geral de Segurança contra Incêndio em Edifícios (RG/SCIE) (DL 83/2007), em fase de aprovação, 2007. [2] CEN, European Committee for Standardisation. “EN 13501-2 Fire classification of construction products and building elements — Part 2: Classification using data from fire resistance tests, excluding ventilation services”, Brussels, Belgium, 2003. [3] CEN, European Committee for Standardisation. “EN 1363-1, Fire resistance tests - Part 1: General requirements”, Brussels, Belgium, 1999. [4] CEN, European Committee for Standardisation. “EN 1634-1, Fire resistance tests for door and shutter assemblies. Part1: Fire doors and shutters”, Brussels, Belgium, 2000.

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INFORMAÇÃO TÉCNICA

INTERFACE PROJECTISTAS - INSTALADORES

Instalações de segurança AS BOAS PRÁTICAS DESDE O INÍCIO DO PROJECTO ATÉ À CONTINUIDADE DA MANUTENÇÃO

Este conjunto de boas práticas em instalações de segurança resulta da parceria entre a APSEI e a Comissão Executiva da Especialização em Engenharia de Segurança da Ordem dos Engenheiros (CEEES – OE). Reunidas num Jantar-Debate realizado em Março deste ano, as duas entidades promoveram uma discussão entre especialistas em Engenharia de Segurança, quer na área do projecto, quer da realização, com o intuito de ultrapassar as divergências comuns ao nível das soluções, acções e interpretações nos projectos elaborados. O resultado, agora publicado, constitui um conjunto de recomendações e orientações que visam a obtenção das melhores soluções de execução das instalações de segurança. 1. A realização de uma Instalação de Segurança deve contemplar as seguintes fases: 1.ª – Elaboração do programa de trabalhos e respectivo calendário; 2.ª – Elaboração do projecto, geralmente, nas seguintes etapas: estudo prévio, projecto preliminar ou ante-projecto e projecto de execução; 44

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3.ª – Lançamento do Concurso e Adjudicação da Obra; 4.ª – Execução dos trabalhos e respectiva Fiscalização; 5.ª – Recepção da Obra e Início de Exploração da Instalação; 6.ª – Manutenção continuada da Instalação. 2. Estas fases têm que ser assumidas, na totalidade ou em parte, pelos seguintes intervenientes: ≥ Dono de Obra ou Gestor de Projecto ≥ Projectista ou Equipa Projectista ≥ Empreiteiros, Instaladores e Fabricantes ≥ Fiscalização ≥  Entidades licenciadoras e inspectoras, quer na fase da elaboração do projecto, quer na fase do arranque da instalação, quer na continuidade da exploração. Uma instalação bem realizada resulta da competência da cadeia dos diversos intervenientes, a qual será tanto mais elevada quanto melhor e mais adequada formação for dada aos seus elementos e quanto mais completo, exigente e fiscalizado for o quadro regulamentar.

3. No início deve haver um Programa elaborado pelo Dono de Obra que será aprofundado pela equipa projectista. Esta deve compatibilizar os diversos projectos e acompanhar a sua realização em obra. É importante a presença de um Especialista de Segurança, face à ausência de cultura de segurança, nomeadamente na área da Arquitectura. 4. O Projectista deve ser conhecedor das melhores soluções, actuais e testadas, disponibilizadas pelos Fabricantes e das melhores práticas de instalação e ser capaz de projectar as melhores soluções de segurança face ao nível de protecção desejada, tendo em conta o quadro regulamentar existente. Para tal o projectista deve exigir qualidade na instalação fazendo projectos detalhados. Do mesmo modo os fabricantes devem ser conhecedores das necessidades do mercado, da caracterização do risco, da comodidade de operação do equipamento pelo homem, devendo ser capazes de demonstrar aos projectistas as vantagens e a eficácia das suas soluções.


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5. Infelizmente, quantas vezes não são os próprios Donos de Obra a quebrar esta cadeia de competências e causadores da má qualidade das instalações, por alterações frequentes ao projecto, por aceitação de sub empreitadas, por admissão de fornecedores não qualificados. Nas instalações mais complexas ou com maior responsabilidade as instalações de segurança não devem ser fornecidas pelos empreiteiros gerais e instaladas por terceiros. Urge que os Donos de Obra sejam condicionados por legislação adequada e responsabilizados pelas seguradoras. 6. A análise dos concorrentes e a preparação da adjudicação não se deve basear, apenas, no preço mas deve ter em conta a qualidade técnica do que é proposto e a competência e experiência dos concorrentes.

7. Devem ser criados os mecanismos para a certificação das Empresas Fornecedoras e Instaladoras, como defesa da competência. As empresas fornecedoras e instaladoras devem garantir a competência dos seus profissionais, através da formação adequada e de um controlo de qualidade continuado. 8. No final da obra devem ser realizados testes de acordo com as instruções dos fabricantes ou com o planeamento do projectista, entregue a instalação totalmente a funcionar, acompanhada da documentação e instruções de operação e de manutenção adequadas. Devem participar todos os intervenientes. 9. As Entidades Fiscalizadoras têm um papel muito importante na garantia de que tanto o projecto, como a instalação, a ex-

ploração e a manutenção se realizam e se concretizam efectivamente segundo os regulamentos e normas em vigor. A sua acção deve fazer-se sentir de forma continuada e coerente. É fundamental que os técnicos das entidades fiscalizadoras tenham também formação elevada e adequada, compatível com os restantes interlocutores. 10. Deve ser garantida manutenção quer pela própria Entidade Exploradora, quer pelo instalador ou fornecedor, quer por terceira entidade especializada e reconhecida como tal. A falta de manutenção das instalações de segurança, especialmente as de segurança contra incêndio, por ser lesiva da vida humana e do património, deve ser objecto de fiscalização continuada pelas entidades competentes e pelas Seguradoras.

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LEGISLAÇÃO

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SISTEMAS FIXOS DE PROTECÇÃO CONTRA INCÊNDIOS

Gases Fluorados com efeito de estufa Pedro Pequito Director-Geral da LPG Portugal

O sector da Protecção contra Incêndio tem sido, nos últimos anos, objecto de intensa regulamentação europeia tendo como preocupação subjacente a questão ambiental. Em 17 de Maio foi publicado o Regulamento (CE) nº 842/2006 que define e permite a utilização dos gases fluorados (HFC’s) em Sistemas Fixos de Protecção Contra Incêndios e que, consequentemente, tem repercussões na actividade das empresas instaladoras do ramo. O diploma em causa aplica-se também aos Sistemas de Frio, pelo que, antes de se analisar o Regulamento relativo aos gases fluorados com efeito de estufa abrangidos pelo Protocolo de Quioto e respectivos regulamentos complementares, importa fazer uma breve referência aos Sistemas de Frio, responsáveis por 97% das emissões de HFC’s para a atmosfera (fonte: PNAC 2006). É, na realidade, destes sistemas que advêm as principais preocupações ambientais, decorrentes das frequentes fugas nas suas ligações, onde o fluido se encontra permanentemente em circulação. No caso dos Sistemas Fixos de Protecção contra Incêndios houve, desde sempre, uma grande preocupação, por parte dos fabricantes e instaladores, em reduzir estas fugas pelo facto de colocarem em causa a fiabilidade dos sistemas e, assim, a protecção de áreas vitais dos edifícios. Por esta razão, as fugas não são admissíveis nos Sistemas Fixos de Protecção contra Incêndios, sendo praticamente inexistentes. Por outro lado e contrariamente aos sistemas de frio, o controlo das fugas é mais fácil nos Sistemas Fixos de Protecção contra Incêndios, já que o fluido se encontra confinado e em repouso num reservatório equipado com válvula e manómetro, num conjunto geralmente certificado para esta utilização, constituindo garantia de fiabilidade relativamente a fugas. Na análise do controlo de fugas, é verificada a pressão interna do cilindro através da leitura do manómetro ou do pressostato (utilizado habitualmente em sistemas instalados em locais remotos). Explicados os factos que justificam a actual legislação europeia aplicável aos Sistemas Fi-

xos de Protecção contra Incêndios, passam a referir-se as principais obrigações decorrentes da mesma. Os técnicos que executam a instalação e manutenção dos Sistemas Fixos de Protecção contra Incêndios que contêm os referidos gases devem evitar as fugas dos mesmos e, quando detectadas, repará-las assim que possível. A periodicidade das verificações de eventuais fugas depende da quantidade de gases fluorados instalada. Esta periodicidade será anual para sistemas que contenham 3 kg ou mais de gases, semestral para sistemas com 30 kg ou mais e trimestral para sistemas com 300 kg ou mais. De notar que a regulamentação europeia prevê a redução da periodicidade destas verificações para metade, no caso de existir um sistema de detecção de fugas adequado. Como sistema de detecção de fugas adequado e que funcione correctamente entende-se a existência de um pressostato, um sistema de pesagem permanente ou um manómetro com contacto, proporcionando uma monitorização contínua no tempo. De acordo com a legislação em análise, as seguintes situações poderão indicar a possibilidade de existência de fuga: ≥ uma perda de pressão de 10% (ajustada à temperatura); ≥ uma perda da quantidade de agente extintor superior a 5% ; ≥ a indicação de fuga pelo sistema fixo de detecção de fugas. O Regulamento abrange também as acções de recuperação, reciclagem, regeneração ou destruição dos gases fluorados com efeito de estufa. No caso dos Sistemas Fixos de Protecção contra Incêndios apenas faz sentido falar de acções de recuperação. É o caso da recolha do agente extintor proveniente de uma instalação que deixou de existir e que é encaminhado para outra instalação, sendo esta operação, apesar de rara, sempre efectuada nas instalações do fabricante. Desta forma, as únicas tarefas realizadas pelos técnicos e empresas são a Instalação e a Manutenção ou Assistência Técnica, nas quais é efec-

tuada a leitura dos correspondentes manómetros como garantia da inexistência de fugas. Qualquer acção em caso de fuga será sempre efectuada nas instalações do fabricante, nomeadamente a recarga do agente extintor e nunca in loco. De acordo com os regulamentos europeus em vigor no ordenamento jurídico nacional, estão sujeitos a certificação: ≥ Os técnicos que exerçam actividades de detecção de fugas em aplicações que contenham 3 kg ou mais de gases fluorados com efeito de estufa, recuperação, instalação e manutenção/assistência técnica de Sistemas Fixos de Protecção contra Incêndios; ≥ As empresas que executem actividades de instalação e manutenção/assistência técnica nos mesmos sistemas. Esta certificação não é aplicável às actividades de fabrico e reparação executadas nas instalações do fabricante. No processo de certificação dos técnicos e empresas intervirão dois organismos fundamentais, com funções distintas: o Organismo Avaliador, que será responsável pela avaliação dos técnicos; e o Organismo Certificador, responsável pela certificação dos técnicos e das empresas. A forma como estas certificações irão ser realizadas será objecto de regulamentação nacional complementar. Para finalizar, importa referir que, nos sistemas fixos de protecção contra incêndios instalados após 1 de Abril de 2008, os rótulos devem indicar que o equipamento contém gases fluorados com efeito de estufa abrangidos pelo Protocolo de Quioto e as respectivas quantidades, devendo esta informação ser inscrita no equipamento de forma clara e indelével. Com estas novas disposições regulamentares, a União Europeia pretende reduzir as emissões de gases fluorados e, assim, contribuir para a protecção do ambiente. Estas são algumas das medidas resultantes do Protocolo de Quioto, cujo principal objectivo é conseguir que, entre 2008 e 2012, os países industrializados reduzam em 5% as suas emissões de gases relativamente aos níveis registados em 1990. OUTUBRO A DEZEMBRO ‘08

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FICHA TÉCNICA nº15

SADI TIPO CONVENCIONAL

DETECTOR MULTI-SENSOR JANEIRO 2008

As Fichas Técnicas APSEI estão sujeitas a um processo de actualização contínua, dependente das alterações legais, normativas e técnicas que estejam relacionadas com o seu conteúdo. Certifique-se sempre, antes de aplicar a informação contida nesta Ficha Técnica, de que está na posse da sua última versão.

DEFINIÇÃO Detector de incêndio: Componente que faz parte de um sistema de detecção e alarme de incêndios que contém no mínimo um sensor que, constantemente ou a intervalos muito frequentes, monitoriza uma grandeza física ou fenómeno químico associado ao fogo e que providencia um sinal correspondente à central de sinalização e comando.

PRINCÍPIO ACTIVO DE FUNCIONAMENTO Os detectores multi-sensor combinam dois ou mais tipos de sensores, geralmente um sensor térmico e um sensor de fumos, e processam os sinais de forma a produzir uma única saída, que é baseada num algoritmo de decisão de análise das grandezas envolvidas. Os sinais provenientes de cada um dos sensores são independentes. Assim, estes detectores podem comportar-se como os detectores de um único sensor, ou como uma combinação de detectores, pretendendo-se com isto a redução dos falsos alarmes e o aumento da fiabilidade da detecção. Os detectores multi-sensor têm um micro-processador que é responsável pelo processamento dos vários sinais, recorrendo para isso a um algoritmo que depende do tipo de sensor. Foto-díodo

Detector Multi-Sensor: Detector que responde a mais do que um fenómeno produzido por um incêndio.

Termístor exposto ao ar ambiente. Led infravermelho

Fig. 1 - Detector Multi-Sensor

GARANTIAS Os detectores devem possuir marcação CE.

NORMAS APLICÁVEIS

APLICAÇÃO Não existindo nenhuma norma nacional ou europeia aplicável a este tipo de detectores, é aconselhável seguir as recomendações dos fabricantes.

SINALIZAÇÃO E ALARME

NP EN 54-1 Sistemas de detecção e alarme de incêndio – Parte 1: Introdução

Cada detector deverá possuir um indicador luminoso de cor vermelha que acenderá em caso de alarme. Esta sinalização deverá ser visível a, pelo menos, 6 m directamente debaixo do detector, num ambiente de intensidade luminosa até 500 lux.

pr NP EN 54-14 Sistemas de detecção e alarme de incêndio – Parte 14: Especificações técnicas para planeamento, projecto, colocação em serviço, exploração e manutenção

Sempre que possível, o posicionamento do indicador luminoso deverá ser feito de modo a ser visível do ponto de acesso da área. Deverá possuir também saída para sinalização remota a instalar por cima das portas quando em áreas fechadas.

MANUTENÇÃO DOCUMENTOS TÉCNICOS CO-RELACIONADOS

Para garantir a fiabilidade da detecção aconselha-se que os sistemas com este tipo de detectores sejam sujeitos a pelo menos duas manutenções anuais.

Ficha Técnica nº4 - SADI Ficha Técnica nº6 - CDI Ficha Técnica nº9 - Detectores Ópticos Ficha Técnica nº13 - Detectores Térmicos

1 APSEI Rua do Conselheiro Lopo Vaz, Edifício Varandas do Rio, Escritório D | 1800 – 142 Lisboa Tel.:+351 219 527 849 | Fax:+351 219 527 851 www.apsei.org.pt | apsei@apsei.org.pt


FICHA TÉCNICA nº16 COMPONENTES PARA PORTAS RESISTENTES AO FOGO

DOBRADIÇAS DE EIXO SIMPLES JUNHO 2008

DEFINIÇÃO

As Fichas Técnicas APSEI estão sujeitas a um processo de actualização contínua, dependente das alterações legais, normativas e técnicas que estejam relacionadas com o seu conteúdo. Certifique-se sempre, antes de aplicar a informação contida nesta Ficha Técnica, de que está na posse da sua última versão.

Dobradiças: São dispositivos mecânicos instalados entre a folha da porta e o aro. Nota: As dobradiças instaladas nas portas resistentes ao fogo não podem ser alteradas sem prévio consentimento do fabricante.

Fig. 1 - Exemplo de dobradiça de eixo simples

CLASSIFICAÇÃO As dobradiças de eixo simples são classificadas de acordo com o sistema de código de 8 dígitos, em conformidade com a Tabela Resumo de Classificação da norma EN 1935: 1º Dígito

2º Dígito

3º Dígito

4º Dígito

5º Dígito

6º Dígito

7º Dígito

8º Dígito

Categoria de utilização

Durabilidade

Massa da porta

Adequação ao fogo/fumo

Segurança das pessoas

Resistência à corrosão

Segurança dos bens

Grau da dobradiça Grau

Utilização

Grau

Aplicação

Grau

Nº Ciclos

Grau

Massa (Kg)

Graus disponíveis

Graus disponíveis

Graus disponíveis

Graus disponíveis

Ligeira

1

Janela

3

10.000

0

10

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

10 ou 1

1

Ligeira

1

Janela

3

10.000

1

20

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

0 ou 1

2

Ligeira

1

Porta ou janela

4

25.000

1

20

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

0 ou 1

3

Média

2

Porta

7

200.000

1

20

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

0 ou 1

4

Ligeira

1

Janela

3

10.000

2

40

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

0 ou 1

5

Ligeira

1

Porta ou janela

4

25.000

2

40

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

0 ou 1

6

Média

2

Porta

7

200.000

2

40

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

0 ou 1

7

Ligeira

1

Janela

3

10.000

3

60

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

0 ou 1

8

Ligeira

1

Porta ou janela

4

25.000

3

60

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

0 ou 1

9

Média

2

Porta

7

200.000

3

60

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

0 ou 1

10

Elevada

3

Porta

7

200.000

4

80

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

0 ou 1

11

Severa

4

Porta

7

200.000

5

100

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

0 ou 1

12

Severa

4

Porta

7

200.000

6

120

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

0 ou 1

13

Severa

4

Porta

7

200.000

7

160

0 ou 1

1

0,1,2,3,4

0 ou 1

14

Exemplo de classificação de uma dobradiça de eixo simples de grau 10 para utilização média, durabilidade de 200.000 ciclos, resistência à corrosão moderada e aplicação em portas de segurança resistentes ao fogo de peso até 60 kg, satisfazendo os requisitos essenciais de segurança: 2

7

3

1

1

1

1

10

Exemplo de classificação de uma dobradiça de eixo simples

GARANTIAS Declaração de conformidade CE garantindo que as dobradiças foram fabricadas em conformidade com os requisitos da norma EN 1935 NORMAS APLICÁVEIS EN 1935 Building hardware – Single axis hinges – Requirements and test methods EN 1634-1 Fire resistance tests for door and shutter assemblies. Part 1: Fire doors and shutters

DOCUMENTOS TÉCNICOS CO-RELACIONADOS Ficha Técnica nº1 - PORTAS

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS GENÉRICAS As dobradiças de eixo simples para aplicação em portas resistentes ao fogo e/ou fumo devem ter no mínimo a seguinte classificação: • Grau 2 no 1º dígito (Categoria de utilização) • Grau 1 no 4º dígito (Adequação ao fogo/fumo)

ELEMENTOS IDENTIFICATIVOS Cada dobradiça de eixo simples, em conformidade com a EN 1935, deve ter aposta a seguinte informação: • Nome ou marca do fabricante, ou outro meio de identificação • Grau da dobradiça (oitavo dígito do sistema de código de 8 dígitos) • Referência à norma EN 1935

MARCAÇÃO CE

Marcação CE

A marcação CE deve ser acompanhada da seguinte informação: • Identificação do Organismo Certificador • Identificação ou marca do fabricante • O endereço do fabricante • Os dois últimos dígitos do ano de aposição da marcação CE • O número do Certificado de Conformidade CE • Referência à norma EN 1935 • A classificação da dobradiça

0123

-

DO.2317

Fabricante e Endereço

Ano de aposição da Marcação CE (os dois últimos dígitos)

Easy-Exit Ltd BP21, B-1050, Belgique

02

EN 1935:2002

3

Número e ano da Norma aplicável Número do Organismo de Certificação e Número do Certificado

7

4

1

1

3

-

10

Classificação da dobradiça

Substâncias perigosas (se existentes): Emissão/Conteúdo

A marcação CE e a informação acima referida devem acompanhar o produto ou ser incluídas nas instruções de montagem. Complementarmente, a marcação CE e a totalidade ou parte da informação de acompanhamento podem ser apostas na dobradiça e/ou na embalagem do produto.

APSEI Rua do Conselheiro Lopo Vaz, Edifício Varandas do Rio, Escritório D | 1800 – 142 Lisboa Tel.:+351 219 527 849 | Fax:+351 219 527 851 www.apsei.org.pt | apsei@apsei.org.pt

1




01

LEGISLAÇÃO

Legislação Portaria nº 896/2008, de 18 de Agosto

Altera a Portaria n.º 1288/2005, de 15 de Dezembro, que aprova o modelo, edição, preço, fornecimento e distribuição do livro de reclamações a ser disponibilizado pelos fornecedores de bens e prestadores de serviços abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 156/2005, de 15 de Setembro. DR Nº 158, Série I de 18/08/2008.

Lei nº 38/2008, de 8 de Agosto

Procede à segunda alteração ao Decreto-Lei n.º 35/2004, de 21 de Fevereiro, que altera o regime jurídico do exercício da actividade de segurança privada. DR Nº 153, Série I de 08/08/2008.

Portaria nº 637/2008, de 23 de Julho

Aprova o regulamento de extensão das alterações dos CCT entre a AES - Associação das Empresas de Segurança e outra e o STAD - Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Doméstica e Actividades Diversas e outros e entre as mesmas associações de empregadores e a FETESE - Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores de Serviços e outros. DR Nº 141, Série I de 23/07/2008.

Comunicação nº 2008/C160/01 de 24 de Junho de 2008

Comunicação da Comissão no âmbito da execução da Directiva 89/686/CEE do Conselho, de 21 de Dezembro de 1989, relativa à aproximação das legislações dos Estados-Membros respeitantes aos equipamentos de protecção individual. (Publicação dos títulos e referências das normas harmonizadas ao abrigo da directiva). Jornal Oficial União Europeia Nº 156, Série C de 20/06/2008.

Decreto-Lei nº 103/2008, de 24 de Junho

Estabelece as regras relativas à colocação no mercado e entrada em serviço das máquinas e respectivos acessórios, transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2006/42/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de Maio, relativa às máquinas e que altera a Directiva n.º 95/16/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de Junho, relativa à aproximação das legislações dos Estados membros respeitantes aos ascensores. DR Nº 120, Série I de 24/06/2008.

Decreto Legislativo Regional nº 20/2008/M, de 19 de Junho

Adapta à Região Autónoma da Madeira o Decreto-Lei n.º 156/2005, de 15 de Setembro, entretanto alterado pelo Decreto-Lei n.º 371/2007, de 6 de Novembro, que estabelece a obrigatoriedade de disponibilização do livro de reclamações a todos os fornecedores de bens e prestadores de serviços que tenham contacto com o público em geral. DR nº 117, Série I de 19/06/2008.

Decreto-Lei nº 63-A/2008, de 3 de Abril

Altera o Decreto-Lei n.º 170-A/2007, de 4 de Maio, e respectivos anexos, transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2006/89/CE, da Comissão, de 3 de Novembro, que adapta pela sexta vez ao progresso técnico a Directiva n.º 94/55/CE, do Conselho, de 21 de Novembro, relativa ao transporte rodoviário de mercadorias perigosas. DR Nº 66, Série I, Suplemento de 03/04/2008.

Portaria nº 249-B/2008, de 31 de Março

Altera o prazo de preenchimento dos mapas de registo de resíduos relativos aos dados do ano de 2007 para 31 de Março de 2009, fazendo-o coincidir com o prazo previsto para o preenchimento dos dados relativos ao ano de 2008. DR Nº 63, Série I de 31/03/2008.

Normalização NP EN 14339:2008

52

Hidratantes de incêndio enterrados.

NP EN 14351-1:2008

Janelas e portas. Norma de produto, características de desempenho. Parte 1: Janelas e portas pedonais exteriores sem características de resistência ao fogo e/ou de estanquidade ao fumo.

NP EN 60695-4:2008

Ensaios relativos ao risco de fogo. Parte 4: Terminologia relativa aos ensaios ao fogo para os produtos electrotécnicos (IEC 60695-4:2005).

NP EN 60695-5-1:2008

Ensaios relativos ao risco de fogo. Parte 5-1: Efeitos dos estragos de corrosão dos efluentes do fogo. Linhas directrizes gerais (IEC 60695-5-1:2002).

NP EN 60695-6-1:2008

Ensaios relativos ao risco de fogo. Parte 6-1: Opacidade do fumos. Linhas directrizes gerais (IEC 60695-6-1:2005).

NP EN 60695-7-1:2008

Ensaios relativos ao risco de fogo. Parte 7-1: Toxicidade dos efluentes do fogo. Linhas directrizes gerais (IEC 60695-7-1:2004).

NP EN 60695-9-1:2008

Ensaios relativos aos riscos de fogo. Parte 9-1: Propagação das chamas na superfície. Linhas directrizes gerais (IEC 60695-9-1:2008).

NP EN 60695-10-2:2008

Ensaios relativos ao risco de fogo. Parte 10-2: Calor anormal. Ensaio de esfera (IEC 60695-10-2:2003).

NP EN 60695-11-2:2008

Ensaios relativos ao risco de fogo. Parte 11-2: Chamas de ensaio – Chama de pré-mistura de 1 kW nominal. Aparelhagem, disposição do ensaio de verificação e indicações (IEC 60695-11-2:2003).

NP EN 60695-11-10:2008

Ensaios relativos ao risco de fogo. Parte 11-10: Chama de ensaio. Métodos de ensaio horizontal e vertical à chama de 50 W (IEC 60695-11-10:1999+A1:2003).

NP EN 61204-3:2008

Fontes de alimentação em baixa tensão, saída de corrente contínua. Parte 3: Compatibilidade electromagnética (CEM) (IEC 61204-3:2000).

OUTUBRO A DEZEMBRO ‘08


PRÓXIMOS EVENTOS SOBRE SEGURANÇA

Agenda NOVEMBRO ‘08 05 a 06 JORNADAS TÉCNICAS NFPA-APSEI 2008 Centro de Congressos do Taguspark (Oeiras) PORTUGAL www.nfpaportugalconference.com 13 a 14 SEGURIatlántico Palacio de Exposiciones y Congressos (A Coruña) ESPANHA www.salonseguriatlantico.com 25 a 28 SICUREZZA / SICURTECH EXPO Feira Milano, Rho (Milão) ITÁLIA www.fieramilanotech.it

DEZEMBRO ‘08 10 a 13 MARITIMA 2008 Paris Expo, Porte de Versailles, Hall 8 (Paris) FRANÇA www.salonmaritima.com

MARÇO ‘09 18 a 21 SEGUREX 2009 Feira Internacional de Lisboa (Lisboa) PORTUGAL www.segurex.fil.pt

JUNHO ‘09 08 a 11 NFPA CONFERENCE & EXPO McCormick Place (Chicago) EUA www.nfpa.org/conference 10 a 12 SCI 2009 IFEMA Feria de Madrid (Madrid) ESPANHA www.congresso-sci.org

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à ordem de APSEI.


01

DIRECTÓRIO

Directório de empresas associadas APSEI SENDO A PROTEGER UM PROJECTO DE COMUNICAÇÃO DA APSEI, DESTACAMOS NESTE PRIMEIRO NÚMERO AS NOSSAS EMPRESAS ASSOCIADAS.

ABC Segurança - Equipamentos e Sistemas, Lda Edifício Entreposto Praça José Queirós 1, Fracção n.º5 - Piso 3 1801-802 Lisboa Tel 219 388 234 geral@abcseguranca.com

.

ACUSTERMIA - Isolamentos Térmicos e Acústicos, Lda Rua Casal da Ligeira, 20 Armazém 12 2710-446 SINTRA Tel 219 605 099 acustermia@mail.telepac.pt www.acustermia.com

ADI INTERNATIONAL - Honeywell Security España Rua João de Freitas Branco, 36 A 1500-359 Lisboa Tel 217 237 860 paulo.barreiros@ADI-Intl.com

ADT Fire & Security Ed. Entreposto, Praça José Queirós 1, Fracção 5 - Piso 3 1801-802 Lisboa Tel 217 510 560 adt.pt@tycoint.com www.adt.pt

A. GOMES & GOMES – Man. e Conserv. de Ed., Lda Praceta Pedro Manuel Pereira nº1 - 1º Esq. 2620-158 Póvoa de Santo Adrião Tel 219 382 000 agg@gomesegomes.com www.agomesegomes.com

ALARMAROUBO - Com. Inst. Mat. Equip. Seg., Lda Rua Álvaro Ferreira Alves, 17C Parque industrial Sta Marta do Pinhal 2855-591 Corroios Tel 212 555 510 alarmaroubogeral@mail.telepac.pt www.alarmaroubo.com

54

OUTUBRO A DEZEMBRO ‘08

ALARMÉDIA - Equip. Segurança Electrónica, Lda Rua Zeca Afonso nº 4, Loja B - Alto da Eira 2690-579 Santa Iria da Azóia Tel 219 531 582 alarmedia.geral@mail.telepac.pt

ALARMIBÉRICA - Comp. Portuguesa de Segurança, Lda Rua Comandante Germano Dias, nº 2- 2 A 2780-247 Oeiras Tel 214 544 900 sede@alarmiberica.pt www.alarmiberica.pt

ALGARSIS, Lda Rua da Olivença nº 24 8500-611 Portimão Tel 282 415 260 geral@algarsis.pt www.algarsis.pt

ALINOR - Extintores do Norte, Lda Rua Gago Coutinho, 266 - Águas Santas 4425-089 MAIA Tel 229 746 252 alinor@sapo.pt

A. P. Alarmes Portugal, Lda Rua de Moçambique, 13 R/c Esq 1170-242 Lisboa Tel 218 127 275 geral@apalarmes.pt www.apalarmes.pt

ÁREA HUMANA - Gestão de Segurança, Lda Rua Serpa Pinto, n.º 21 8000-431 Faro Tel 289 826 000 areahumana@gmail.com

A. SILVESTRE EXTINTORES Zona Industrial Ligeira n.º 2, Rua N, Lote 1198 7520-309 Sines Tel 969 940 807 a.silvestre-extin@sapo.pt

AUGUSTO SILVA - Venda e Man. de Mat. de Incêndio Est. da Ribeira, Casa Cabras 443, Arm. Pai do Vento 2755-290 Alcabideche Tel 214 673 565 augustosilvaext@mail.telepac.pt

ANTAFOGO - Equip. de Segurança, Lda Rua de Cassufas, n.º 975 - Anta 4500-034 Espinho Tel 227 342 596 antafogoequipamentos@sapo.pt

AUTINSEG - Tecnologias de Segurança, Lda Rua Dr. João Porto nº 11- Qta da Gabriela 2790-057 Carnaxide Tel 214 185 896 autinseg@autinseg.pt www.autinseg.pt

ANTICHAMA - Com. de Materiais de Segurança, Lda Estrada Nacional nº 2 - Vermum - Campo - Ap. 4001 3516-909 Viseu Tel 232 422 528 antichama@sapo.pt www.antichama.pt

BEIRAEXTINTORES - Equip. Contra Incên. e Seg., Lda Rua da Ramalha 47-49 6200-180 Covilhã Tel 275 088 083 beiraextintores@gmail.com


DIRECTÓRIO

01

BEIRA FOGO - Extintores e Assistência Técnica, Lda Rua das Moitas S/N - Apartado 6 3306-909 Coja-Arganil Tel 253 729 005 beirafogo@sapo.pt

CONSENSO - Sistemas de Segurança, Lda Av. Brito Pais, nº 2 - A - Reboleira 2720-071 Amadora Tel 214 998 205 marques.carlos@netcabo.pt

BOMBAS GRUNDFOS PORTUGAL S.A. Rua Calvet de Magalhães nº 241 2770-153 Paço D’ Arcos Tel 214 407 620 lcoelho@grundfos.com www.grundfos.pt

CONTRA FOGO - Soluções de Segurança, SA Quinta do Conde Mascarenhas, Lote 8 - Vale Fetal 2820-652 CHARNECA DA CAPARICA Tel 212 535 706 contrafogo@contrafogo.pt www.contrafogo.pt

CARFOGO - Comércio Artigos Protecção e Seg., Lda Rua Dr. Adolfo Portela 35 R/C 3750 Águeda Tel 234 603 209 geral@carfogo.com www.carfogo.com

CORREIA DE ALMEIDA UNIPESSOAL, Lda Rua Gago Coutinho, 38 8000-353 Faro Tel 289 812 919 correia-almeida@sapo.pt www.correiadealmeida.pt

ESCOL - Serviços de Segurança, Lda Zona Industrial Maia I, Sector X, Lote 382 - Barca 4470 MAIA Tel 214 609 000 maia@escol.pt

CENTRALSEG - Imp. e Dist. Equip. de Segurança, Lda Av. Vale Grande, Lt 19 1675-270 Pontinha Tel 219 817 710 geral@centralseg.pt www.centralseg.pt

DIOGO E RAMALHEIRO, Lda. Rua Santo António - Quarteirão 9 Lote 3 A R/C Moinhos da Funcheira 2650-116 Amadora Tel 214 942 188 diogoramalheiro@sapo.pt

EXPRESSO FOGO - Com. Mat. Combate Incêndios, Lda Rua Quinta do Gato Bravo, Lt 19 - Arm. A - Cave 2810-352 Feijó Tel 212 595 776 expressofogo@clix.pt www.expressofogo.pt

C. M. F. R. EXTINTORES, Lda Av. João de Deus 23 B - Serra das Minas 2635-000 Rio de Mouro Tel 219 176 191 cmfrextintores@netcabo.pt

DORMA Portugal - Sist. de Contr. Portas Unip., Lda Av. de Sousa Cruz nº 671 - loja 9 4780-365 SANTO TIRSO Tel 252 860 490 joseantoniopais@mail.telepac.pt www.dorma.com

EXTINCÊNDIOS - Equip. Protecção e Segurança, SA Rua Cavaleiros da Espora Dourada 2560-668 Torres Vedras Tel 261 325 968 extincendios@mail.telepac.pt www.extincendios.pt

E3S - Equip. Electrónico de Segurança, Lda Parque Ind. Vale do Alecrim, lote A - Pinhal Novo 2950-437 Palmela Tel 212 387 720 e3s@afroluso.pt www.e3s.pt

EXTINDAIRE - Com. Manutenção Extintores Unip, Lda Av. António Serrado, Lote 8 R/C Esq. 3600-136 Castro D’Aire Tel 232 382 332

COLT PORTUGAL Av. Conselheiro Fernando de Sousa 19 - 9º 1070-072 Lisboa Tel 213 821 300 geral@pt.coltgroup.com www.coltgroup.com

EPSI - Estudos, Projectos e Segurança Integrada, Lda Rua Rodrigues Lapa, nº 10 1º Dto - Salas 1 e 3 2845-132 Amora Tel 212 245 028 epsi@epsi.pt www.epsi.pt

ERTECNA - Empresa de Revestimentos Técnicos, Lda EN 109 - Araújos 3080-436 FIGUEIRA DA FOZ Tel 233 407 407 comercial@sinalux.pt www.sinalux.pt

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DIRECTÓRIO

GEPSI, Lª EXTINFOGO MADEIRENSE-José Proença Equip Seg, Lda Rua da Infância, 11 9060-131 Funchal Tel 291 225 738 geral@extinfogo.com www.extinfogo.com

EXTINLÂNDIA - Comércio e Recarga de Extintores, Lda Rua de Camões 81 3830-152 Ílhavo Tel 234 327 014 extinlandia@netvisao.pt

EXTINLOURES - Mat. Combate Incêndio e Seg, Lda Núcleo Empresarial Quinta do Portela - Ap. 46 2670-000 Guerreiros - Loures Tel 219 824 118 extinloures@clix.pt www.extinloures.pt

EXTINRISCO - Sistemas de Segurança Praceta Cidade de Londres, 5 2735-466 CACÉM Tel 219 143 444 geral@extinrisco.pt www.extinrisco.pt

EXTINSETÚBAL, Lda Rua Rodrigo Ferreira da Costa 56 2910-125 Setúbal Tel 265 533 303

EXTINTEL - Extintores e Técnicos de Incêndio, Lda Alto da Relvinha 3020-365 Coimbra Tel 239 497 675 extintel@extintel.pt www.extintel.pt

EXTINTOVAR- Arménio Brás Unipessoal, Lda R. Lagoa de Assões nº 212 - Apartado 101 3880-723 São João Ovar Tel 256 585 053

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GEPSI- Gab. Est. Prev. Segurança Industrial, Lda Rua das Rosas, 20 - Perafita 4455-550 Matosinhos Tel 229 959 690 gepsilda@netcabo.pt

FAMAFOGO - Comércio Equip. Segurança, Lda Av. da Liberdade 203 4760-307 Calendário Tel 252 378 484 famafogo@iol.pt

GEZE IBERIA S.R.L.U. R. Eng. Francisco Patrício 61 - Flandes 3100-339 Pombal Tel 236 219 717 e.cacho@geze.es www.geze.com

FERNANDO MELO, LDA Alameda D. Afonso Henriques, nº37 2715-956 Montelavar Tel 219 271 279 fernandomelo@portugalmail.pt

FIRE PRIN - Equip. Protecção Contra Incêndios, Lda Rua Outeiro, 970- Armazém 02- Gemunde 4475-150 Maia Tel 229 406 640 fireprin@fireprin.com www.fireprin.com

FIRE TEAM - Comércio Produtos Segurança, Lda Pr. Conde Castelo Melhor 15 B-C-D 2810-195 Laranjeiro Tel 210 878 820 fireteam.info@gmail.com

FIRECENTER - Com. Equip. Combate Incêndios, Lda Rua Marechal Gomes da Costa nº 1 2080-155 Almeirim Tel 243 597 942 rui.ferreira@firecenter.pt

FUCOLI - SOMEPAL -Fundição de Ferro, SA Rua de Aveiro, 50 3050-903 Pampilhosa Tel 231 949 261 sede@fucoli-somepal.pt www.fucoli-somepal.pt

EXTINTORMOR, Lda Rua do Passo 7050-178 Montemor-o-Novo Tel 266 896 215 extintormor@iol.pt

OUTUBRO A DEZEMBRO ‘08

G A B IN E TE D E E S TU D O S D E P R E V E N Ç Ã O E S E G U R A N Ç A IN D U S T R IA L , L D A

EXTINVALE- Com. de Equip. Seg. Contra Incêndio Lugar do Cruzeiro- Nespereira 4620-404 Lousada Tel 255 813 991 extinvale@extinvale.com

GE SECURITY - Segurança Electrónica, Lda Rua da Bela Vista, Lt 18 Lj E - Alto do Murtal 2775-076 Parede Tel 214 548 180 nuno.figueiredo@ge.com www.gesecurity.net

GLOBAL 2 - Segurança Total, Lda Urbanização Industrial Abóboda, Lote 17 E 2785-656 Trajouce - Abóboda Tel 214 489 410 info@global-seguranca.com www.global-seguranca.com

GLOBALFOGO - Com. Equip. Combate a Incêndios, Lda R. Aura Abranches 8, Lj B 2620-327 Ramada - Odivelas Tel 219 314 952 geral@globalfogo.com www.globalfogo.com

GRUPO 8 - Vigilância e Prevenção Electrónica, Lda Av. Estados Unidos da América 23 1º D 1749-089 Lisboa Tel 218 432 800 grupo8@grupo8.pt www.grupo8.pt

GUARDA MOR - Equipamentos de Segurança Lda Rua do Lumiar Lj. 1283 – Loja B 1750-162 Lisboa Tel 217 520 960 guardamor@guardamor.pt www.guardamor.pt

GUNNEBO PORTUGAL, S.A. Av. Infante D. Henrique, lote 306-2 1950-421 Lisboa Tel 218 315 600 info.pt@gunnebo.com www.gunnebo.com


DIRECTÓRIO

01

HEGOLAR- Seg., Saúde , Qualidade e Ambiente, Lda Rua Marquês de Pombal, 100 - Apartado 220 3064-909 Cantanhede Tel 231 429 080 hegolar@hegolar.pt www.hegolar.pt

IVV AUTOMAÇÃO, Lda R. Fundação Gulbenkian 117 - 1º Dto 4710-394 Braga Tel 253 213 816 info@ivv-aut.com www.ivv-aut.com

MAFEP - Material Anti-Fogo e Protecção, Lda Casal João Félix - Abrunheira 2710-000 Sintra Tel 219 152 251 geral@mafet.pt www.mafep.pt

HELENA MARIA Unipessoal, Lda Lugar Mouta, 1º Centro Esq - Fracção F - Lijó 4750-538 Barcelos Tel 937 686 080 geral@hmpereira.com

JOÃO F. CARAPINHA, Lda R. Padre Américo 13 A - Bairro da Comenda 7000-704 Évora Tel 266 742 565 jfrcarapinha@gmail.com

MAHORLI - Comércio de Sistemas de Segurança, Lda Catarruchos 3140-032 Arazêde Tel 239 600 100 mahor@mahor.net

HFR - Equip. de Seg. e Combate a Incêndio, Lda R. Mestre João Serra, Lt C, n.º 9 7300-061 Portalegre Tel 245 362 569 helder.f.ricardo@sapo.pt

JOAQUIM GODINHO LOPES GODINHO, Lda R. Artur Ferreira da Silva 36, Cave 1885-010 Moscavide Tel 219 446 135 info@extintoresgodinho.com

Marioff HI-FOG, S.A. Avda Esparteros, 19 - Pol.Ind.San José de Valderas 28918 Leganes - Madrid Tel 0034 916 418 400 marioff@marioffspain.com

HOMEBIS - Consultores Unipessoal, Lda R. João Villaret 226, Loja 2775-741 Carcavelos Tel 214 530 616 homebis@sapo.pt

JOAQUIM RIBEIRO NOVO & Cª, Lda Lot.dos Galos lote 29 - Barcelinhos 4755-052 Barcelos Tel 253 823 455

MAXICOFRE - Cofres e Sistemas de Segurança, SA Núcleo Empr. Venda do Pinheiro, Rua E - Pavilhão 50 2665-605 Venda do Pinheiro Tel 219 663 200 comercial@maxicofre.pt www.maxicofre.pt

HONEYWELL LIFE SAFETY IBERIA S.L. Rua Neves Ferreira, 12 A 1170-274 Lisboa Tel 218162636 pedro.marques@honeywell.com www.honeywelllifesafety.com

INFRASECUR - Sistemas de Segurança, Lda Rua Vasco Santana lote 22 - Escritório Dto 2675-622 Odivelas Tel 219 349 600 geral@infrasecur.com www.infrasecur.com

INSTALFOGO - Sistemas Contra Incêndio, Lda Rua da República, n.º 270 - Apartado 761 - E.N. 109 Cacia 3801-801 AVEIRO Tel 234 910 840 geral@instalfogo.pt www.instalfogo.pt

JOMY PORTUGAL- Com. de Escadas e Equip.Seg., Lda Rua Gen. Humberto Delgado,13 - Qtª Nova S. Roque 2670-512 LOURES Tel 219 822 493 jomyportugal@mail.telepac.pt

LPG Portugal - Sis. de Protecção Contra Incêndio Lda Casais da Serra - Zona Industrial, Lt 4 2665-305 MILHARADO Tel 219 751 322 lpg.portugal@mail.telepac.pt

M & M Security, Lda Parque Residencial do Aqueduto, Lt. 6, 1º Esq. 7350-325 Elvas Tel 268 622 635 nuno.monho@ngmti.pt bruno.ricardo@ngmti.pt

M. VIEIRA Unipessoal, Lda R. Dr. Gentil Martins, Lt 50 - Arm Dtº 1675-020 Pontinha Tel 219 807 682 m.vieiraextingue@clix.pt

MAXIVIGILÂNCIA - Vigilância Electrónica, Lda Praceta Notícias da Amadora, 6 Loja A 2720-606 Amadora Tel 214 913 227 maxivigilancia@mail.telepac.pt www.maxivigilancia.com

MICOTEC - Electrónica, Lda R. Rui Teles Palhinha, Lt 10 - 1º D - Tagus Space 2740-278 Porto Salvo Tel 217 567 400 micotec@micotec.pt www.micotec.pt

MICROSEGUR - Sistemas de Segurança, Lda R. Attílio Santini, Ed. Golfinho, Lt 3, 98 C 2750-100 Cascais Tel 214 863 426 geral@microsegur.pt www.microsegur.pt

MONDEGO & SADO - Mat. Incêndio, Prot. e Seg, Lda Praceta Fernando Pessoa nº 40 2900-364 Setúbal Tel 265 221 156

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DIRECTÓRIO

NISCAYAH, SA R. Rodrigues Lobo, 2 - Ed. Securitas 2799-553 Linda-a-Velha Tel 214 152 700 geral@niscayah.pt www.niscayah.pt

PORTRISA - Portas e Automatismos, Lda R. da Manjoeira, Zona Ind. de Ponte Pedra 2400-926 Regueira da Ponte Tel 244 720 610 portrisa@portrisa.pt www.portrisa.com

REDIFOGO - Material de Protecção e Segurança, Lda Rua D. Pedro V nº 1198 4785-306 TROFA Tel 252 418 096 redifogo@mail.telepac.pt www.redifogo.pt

NOFIREL - Com. de Equip. Prevenção e Seg., Lda Av. Dr. Arlindo Vicente 72 A 2840-403 Seixal Tel 212 216 884 geral@nofirel.com www.nofirel.com

PREVICONSTRE - Soc. de Seg., Prev. e P. Sinistros, Lda Rua do Crucifixo, 76 3 N 1100-184 Lisboa Tel 213 223 038 previconstrelda@sapo.pt

ROGÉRIO PAULO PEREIRA Soc. Unipessoal, Lda R. Capitão João D’Ávila 38 C 9700-042 Angra do Heroismo Tel 295 213 081 rogerio-pereira@mail.telepac.pt

PREVIGARB - Engenharia de Segurança, Lda Edifício Central- Letra M - Ferreiras 8200-559 Albufeira Tel 289 572 733 previgarb@gmail.com

SADINTEGRA, Lda Praceta Henrique Santana, 180 SCosme 4420-121 Gondomar Tel 224 673 572 geral@sadi.online.pt www.sadi.online.pt

NUNES & BAPTISTA, Lda Travessa das Almas, nº 2 A 1350-003 Lisboa Tel 213 956 154 nunesebaptista@sapo.pt

OBL - Representações Lda Rua António Monteiro, 5 3 C - Parque Ind. do Seixal 2840-068 Seixal Tel 212 110 720 obl@ip.pt www.obl.pt

ORPOR, Lda Rua Eugénio de Castro, 300 1º S/ 122 4100-225 Porto Tel 226 007 725 geral@orpor.pt

PEFIPRESA - Protecção Contra Incêndios, Lda Rua das Avencas - Alto dos Gaios 2765-062 ESTORIL Tel 214 647 410 info.lisboa@pefipresa.pt www.pefipresa.com

PORSEG - Sistemas de Segurança, SA Rua de Santa Maria, 310 4405-130 ARCOZELO Tel 227 537 200 porseg@porseg.com www.porseg.com

PREVINAVE - Prevenção e Segurança, Lda Parque Vialonga, Armazém 51- Granja 2625-607 Vialonga Tel 219 470 590 previnave@previnave.com www.previnave.com

PREVINCÊNDIO - Com. de Mat. contra Incêndio, Lda R. Bartolomeu Dias, 7 A e B 2730-026 Barcarena - Queluz de Baixo Tel 214 348 922 geral@previncendio.mail.pt

PROJECTALARME- Com. Equipamentos Segurança, Lda Rua Cidade Ponta Delgada, nº 178 2870-261 Montijo Tel 212 314 657 gerencia@projectalarme.com www.projectalarme.com

PROSEGUR, Companhia de Segurança, Lda Avenida Infante D. Henrique, nº 326 1849-006 Lisboa Tel 218 362 349 ana.barcelos@pt.prosegur.com www.prosegur.pt

PUERTAS PADILLA, S.L. Pq. Industrial do Batel lote 25 2890-161 Alcochete Tel 212 341 700 vitor.fd@mail.telepac.pt

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SADOFOGO- Equip. Protecção Segurança Unip., Lda Rua Dra. Manuela Pacheco Nobre, 50 A 2830-080 Barreiro Tel 212 099 900 sadofogo.seg@netcabo.pt www.sadofogo.pt

SAFE TARGET - Equi. Seg. e Protecção Trabalho, Lda Rua da Arieira, Lote 6 - Talefe 2640-255 Encarnação Tel 219 618 589 geral@safetarget.pt www.safetarget.pt

SANCO - Produtos Electrónicos, Lda Rua dos Lagos, 545 4405-875 Vila Nova de Gaia Tel 223 710 845 sanco@sanco.pt www.sanco.pt

SARBOGEST - Projecto e Gestão de Obras, Lda R. Pinheiro Chagas 17 - 1º 1050-174 Lisboa Tel 213 579 187 sarbogest@mail.telepac.pt


DIRECTÓRIO

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SCHNEIDER ELECTRIC PORTUGAL, Lda Av. Marechal Craveiro Lopes, 6 1149-111 Lisboa Tel 217 507 100 carlos.pinto@pt.schneider-electric.com www.schneiderelectric.pt

SEGURISATE, Lda R. Augusto Alexande Jorge, Lt 12 - 3º Esq. 2675-220 Odivelas Tel 219 318 163 geral@segurisate.com www.segurisate.com

TECMATIS - Sistemas de Segurança, Lda R. Tomé de Sousa 12 - Feijó 2810-129 Almada Tel 212 553 156 geral@tecmatis.web.pt www.tecmatis.web.pt

SECUFOGO - Engenharia de Segurança, Lda Estrada Comandante Camacho de Freitas nº 583 9020-152 Funchal Tel 291 750 280 geral@secufogo.com www.secufogo.com

SEGURMAP - Instalações de Segurança Unip., Lda Rua Vale Formoso Cima 125 D 1950-266 Lisboa Tel 214 324 610 geral@segurmap.pt www.segurmap.pt

TECNICONTROL - Elect., Seg. e Comunicações, Lda Av. 5 de Outubro 83, 85 - Ap. 530 8001-906 Faro Tel 289 860 320 geral@tecnicontrol.pt www.tecnicontrol.pt

SECUR – Comércio e Representações, Lda Rua Vale Formoso nº 255 4200-513 Porto Tel 225 024 551 geral@secur.pt www.secur.pt

SEGURMIRANDELA, Sist. Prev. Seg.Incêndios Unip, Lda Av. Dr. Trigo de Negreiros, 222 5370-429 Mirandela Tel 278 248 824 segurmir@mail.pt

TECNIFIR - Técnica e Seg. contra Incêndios, Lda R. Maria Judite de Carvalho 7 A - Feijó 2810-409 Almada Tel 212 596 164 geral@tecnifir.com www.tecnifir.com

SECURIFORM - Higiene e Seg. no Trabalho Unip., Lda R. da Ind. Metalúrgica S/N - Fracção D - Pedrulheira 2430-402 Marinha Grande Tel 244 574 550 geral@securiform.com www.securiform.com

SEGURVOUGA - Com. e Assist. de Equip. de Seg., Lda R. Pdr Joaquim Faria, 2696 FR A-Nog. Regadoura-Ap. 89 4536-902 Mozelos VFR Tel 227 474 070 segurvouga@segurvouga.pt www.segurvouga.pt

SEGURAJA - Com. de Equip. de Seg. e Mat.Constr., Lda Rua Dr. Cassiano Baptista - lote 2 Fracção E 4990-215 Ponte de Lima Tel 258 931 305 comercial@seguraja.pt www.seguraja.com

SIEMENS - SBT R. Irmãos Siemens 1 - Ed. 3 - Piso 3 - Alfragide 2720-093 Amadora Tel 214 204 140 sbt.pt@siemens.com www.siemens.pt

SEGURAXIRA - Serviços de Segurança Industrial, Lda Rua António Lúcio Batista nº 4 A Loja 2600-102 VILA FRANCA DE XIRA Tel 263 271 330 seguraxira@netcabo.pt www.seguraxira.com

SPRINKLER Lda - Mont. e Manut. de Sist. de Seg. Rua Circular Sul, 5- B - Bairro da Encarnação 1800-135 Lisboa Tel 218 538 135 sprinkler.lda@sapo.pt

SEGURCHAMA - Sistemas Contra Incêndio, Lda Rua Ludgero Pinheiro, 31 - Travesso 3750-755 Águeda Tel 234 629 236 geral@segurchama.pt www.segurchama.com

STAR - Sistemas de Segurança, Lda R. Prof. Henrique de Barros 4 - 8º A - Ed. Sagres 2685-338 Prior Velho Tel 219 428 300 geral@starcsp.pt

TECNIQUITEL - Soc. Equipamentos Técnicos, Lda Zona Ind. Abrunheira - R. Thilo Krassman 2-Fracção A 2710-141 Sintra Tel 219 154 600 geral@tecniquitel.pt www.tecniquitel.pt

TECNISIS - Técnica de Sistemas Industriais, Lda Elospark II, A8 - Estrada de S. Marcos 2735-521 Cacém Tel 214 267 290 info@tecnisis.pt www.tecnisis.pt

TECNOEXTINGUE - Produtos Seg. e Protecção, Lda Apartado 9 2901-901 Setubal Codex Tel 265 552 144 tecnoextingue.geral@gmail.com

TECOMPART- Compart. e Gestão de Acessos, Lda R. Bernardo Santareno 21 A 2795-462 CARNAXIDE Tel 214 173 271 geral@tecompart.pt www.tecompart.com

TAPACHAMAS - Com. e Rep. Equip. Protec. e Seg, Lda Estrada da Seixeira 57 2525-055 Atouguia da Baleia Tel 262 087 293 tapachamas@netvisao.pt

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TELO - Sistemas Anti-Incêndio, Lda Rua Veloso Salgado, 49 - Leça da Palmeira 4450-801 MATOSINHOS Tel 229 998 670 telodafonseca@telo.pt www.telo.pt

TRIA - Serviços, Materiais e Equipamentos, Lda Rua António Maurício Marques - Ap. 23 3450-206 Vale de Açores - Mortágua Tel 231 927 480 geral@tria.pt www.tria.pt

VICAIMA - Indústria de Madeiras e Derivados, S.A. Armental - Codal 3730-953 Vale de Cambra Tel 256 426 300 vicaima@vicaima.pt www.vicaima.com

TERMOLAN - Isolamentos Térmico-Acústicos, S.A. Apartado 11 4796-908 Vila das Aves Tel 252 820 901 termolan@termolan.pt www.termolan.pt

TRIALARMES, Lda Lugar das Cortinhas, Lt 37, Merelim - S. Pedro 4700-848 Braga Tel 253 607 440 trialarmes@mail.telepac.pt www.trialarmes.pt

VIGILARME - Sistemas de Segurança, SA Centro Emp. Sintra, Ed. 3 -Av. Almirante Gago Coutinho 2710-418 Sintra Tel 219 245 350 mail@vigilarme.pt www.vigilarme.pt

TESEL - Sistemas de Segurança, Lda Avenida Quinta Grande, nº 24- 24 B 2610-161 Alfragide Tel 214 709 710 geral@tesel.pt www.tesel.pt

UNIACTIVA- Segurança contra Incêndios Unip., Lda Rua António Marques da Fonseca - Vila Branca II 6270-213 Santiago- Seia Tel 238 901 151 uniactiva@sapo.pt

TINTAS ROBBIALAC, S.A. Vale de Lide - São João da Talha - Ap. 1404 2696-901 BOBADELA LRS Tel 239 433 097 robbialac@robbialac.pt www.robbialac.pt

TOTALSAFE - Sistemas de Segurança, Lda Estrada Interior da Circunvalação, 6243 4200-171 Porto Tel 225 419 009 geral@totalsafe.pt www.totalsafe.pt

TOVIM BATISTA, Lda Travessa do Giestal, 40 - 6º D 1300-278 Lisboa Tel 213 610 992 geral@tovimbatista.com

TRABUTECNE - Prestação Serviços Informáticos, Lda R. da Associação 8 - Bº das Maroitas Norte -V. Figueira 2695-643 S. João da Talha Tel 210 853 627 ptrabuco@netvisao.pt www.trabutecne.com

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DIRECTÓRIO

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UNIFOGO - Sistemas contra Incêndio, Lda Av. Dos Bacalhoeiros, 266 - AP. 8 3834-908 Gafanha da Nazaré Tel 234 364 879 unifogo@unifogo.pt

V. MELINE CONSULTING - Elect., Gestão e Serviços, Lda Av. Amália Rodrigues, Lt 59 - LJ 2 - Urb. Alto da Mira 2650-437 Amadora Tel 214 985 330 infor@vmeline.com www.vmeline.com

VAIRINHOS & PINTO - Gab. de Eng. e Segurança, Lda Urb. Monte da Ria, Loja H - Montenegro 8005-163 Faro Tel 289 820 377 vpgeral@mail.telepac.pt

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