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SEGURANÇA ELECTRÓNICA E PROTECÇÃO CONTRA INCÊNDIO 6,00€

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NACIONAL Global Fire Equipment Segurança especializada para o mercado global VENTILAÇÃO Ventilação de impulso em parques de estacionamento cobertos RAIO-X Sistemas de inspecção corporal: proteger além do visível

TEMA DE CAPA

SEGURANÇA EM INDÚSTRIAS: MOBILIÁRIO, PETROQUÍMICA, COMPONENTES PARA AUTOMÓVEIS, GÁS NATURAL LIQUEFEITO E GESTÃO DE RISCOS



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Editorial Maria João Conde

A ANPC, a quem compete elaborar o regulamento da acreditação do técnico responsável e divulgar o referencial de certificação, tem em mãos uma oportunidade histórica para elevar a qualidade do sector e das instalações de segurança nos edifícios.

Por toda a Europa, o acesso à actividade de segurança é significativamente regulamentado. Porquê? Porque a segurança assume um carácter estratégico para a garantia da estabilidade, da continuação das actividades económico-sociais e da qualidade de vida das populações. Mas, essencialmente, porque a segurança contribui para a preservação da vida humana. A regulamentação da segurança acontece em dois patamares distintos: por um lado, o legislador prescreve em que condições objectivas os sistemas de segurança devem subsistir; por outro lado, o Estado regulamenta que entidades e em que condições pode ser exercida a actividade de segurança, desde o projecto até à prestação de serviços. Distinguem-se, a este nível, três situações dentro da actividade de segurança: vigilância, segurança electrónica e segurança contra incêndio. Relativamente à vigilância o quadro regulamentar existente nos diversos países é muito similar e pauta-se por um elevado nível de exigência relativamente ao prestador de serviços uma vez que se assume que este desenvolve uma actividade subsidiária à função do Estado. A segurança electrónica na perspectiva da segurança dos bens e património é apenas regulamentada em situações pontuais, tendo em vista a protecção de dados pessoais. Já a segurança contra incêndio evidencia um nível de regulamentação significativo na generalidade dos países. Em Portugal, só recentemente, desde 2009, o legislador considerou uma prioridade qualificar as entidades responsáveis pelo projecto de segurança e pelo comércio, instalação e manutenção dos equipamentos e sistemas de SCIE. Relativamente ao projecto de segurança, as bases estão lançadas para que o sistema comece a funcionar de acordo com as regras acordadas, em Fevereiro passado, entre a ANPC e as organizações profissionais representativas dos autores de projecto. Por outro lado, a Portaria n.º 773/2009, que regulamenta o registo das entidades na ANPC, abre caminho a um processo de qualificação de entidades com actividade no comércio, instalação e manutenção de equipamentos e sistemas de segurança contra incêndio. A intenção do legislador parece ir de encontro ao que se tem feito por toda a Europa para elevar a qualidade das instalações: munir as empresas de profissionais que detenham efectiva competência técnica, que lhes é conferida através de formação, e sugerir os referenciais de certificação da qualidade para a instalação e manutenção dos equipamentos e sistemas. A ANPC, a quem compete elaborar o regulamento da acreditação do técnico responsável e divulgar o referencial de certificação, tem em mãos uma oportunidade histórica para elevar a qualidade do sector e das instalações de segurança nos edifícios. O futuro registo das empresas na ANPC nenhuma utilidade terá se a Autoridade não proporcionar ao sector que se distinga através da certificação da qualidade do serviço e pela qualificação dos seus técnicos através de uma formação estruturada. Se o futuro registo das empresas na ANCP se restringir a uma listagem de contactos de entidades que se limitam a declarar que têm técnicos experientes na actividade, então ter-se-á perdido a oportunidade de regulamentar uma actividade que tem um impacto fundamental na segurança de pessoas e bens. O registo dos autores do projecto, o registo das entidades, a credenciação de entidades para a realização de vistorias são aspectos consagrados pelo Decreto-lei n.º 220/2008 que ainda não foram implementados. Para tal, será importante que a Comissão de Acompanhamento da aplicação do regime jurídico de segurança contra incêndio, constituída por representantes da APSEI, LNEC, OE, OA, ANET, INCI, ANMP, governos regionais e presidida pela ANPC, reúna rapidamente para fazer a análise da situação da implementação do regime que entrou em vigor em Janeiro de 2009. Uma faceta importante da actividade desta Comissão será promover a necessária adaptação às novas normas Europeias (EN) e da Organização Internacional para a Padronização (ISO) do sector. Esta última tarefa será certamente facilitada pelo dinamismo que a APSEI irá imprimir à normalização de Segurança contra Incêndio e símbolos gráficos, na sequência do protocolo estabelecido em Março com o Instituto Português da Qualidade que designa a APSEI como organismo de normalização sectorial da Comissão Técnica 46. JANEIRO A MARÇO ‘10

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Sumário

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JANEIRO A MARÇO 2010

01 Editorial. (Maria João Conde) 04+05 Notícias. APSEI assina protocolos com ANET, OA e OE; Estudo revela a percepção da Segurança em Portugal; Certificação do serviço de Manutenção de Extintores obrigatório; Novo curso de Evacuação de Edifícios da APSEI; APSEI constitui-se como organismo de normalização sectorial; Debate e formação no NFPA-APSEI Fire & Security 2010. 07 Ordem dos Arquitectos. 09 Eventos. Empresas de segurança reúnem-se em Madrid. 49+50 Ficha técnica APSEI nº21. Sistemas de extinção de incêndios por agentes gasosos. 51 Legislação e Normalização. 52 Agenda.

ARTIGO DE CAPA 10 Segurança em edifícios industriais A fábrica nacional da Swedwood / IKEA Experiência adquirida na Segurança Industrial António Machado

13 Protecção contra incêndios na indústria petroquímica Pedro Silva

16 Indústria de componentes para automóveis Sara Brandão e Jorge Loureiro

18 Gás Natural Liquefeito A segurança do GNL e a protecção de instalações Keith Olson, Joe Behnke e Dale Edlbeck

20 Continuidade do negócio na indústria António Ribeiro Basiliano

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A Swedwood integra o grupo industrial do IKEA e dedica a sua actividade ao fabrico e distribuição do mobiliário de madeira, sendo responsável pela produção de algumas das gamas de produtos mais populares do gigante sueco. Com a instalação de três unidades industriais em Paços de Ferreira, o Grupo Swedwood chegou a Portugal em 2007, com um projecto de grande envergadura e economicamente muito promissor para a região norte do país. (...)

FABRICO NACIONAL 24 Segurança especializada para um mercado global Reportagem à empresa Global Fire Equipment, um dos poucos fabricantes nacionais de equipamentos de segurança electrónica. Maria João Conde e Gonçalo Sítima 02

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Direcção Maria João Conde Coordenação Gonçalo Sítima Colaboradores Residentes Ana Ferreira e Mélanie Cuendet Colaboradores neste número António Machado, António Ribeiro Basiliano, Austin Simmons, Carla Castanheira, Dale Edlbeck, Domingos Fernandes, Eduardo Soares, Fernando Caçador, Francisco Geraldes, João Nabo, João Viegas, Joe Behnke, Jorge Loureiro, Keith Olson, Pedro Silva, Sara Brandão, Vitor Pedroso Publicidade Edgar Ferreira Edição e Propriedade APSEI – Associação Portuguesa de Segurança Electrónica e de Protecção Incêndio Administração, Redacção e Publicidade Rua Conselheiro Lopo Vaz, lt AB Edifício Varandas Rio, Esc. D 1800-142 Lisboa Tel +351 219 527 849 | Fax +351 219 527 851 E-mail apsei@apsei.org.pt URL www.apsei.org.pt Fotografia Gonçalo Sítima e iStockPhoto Design Big Book José Mendes Pré-press Critério Produção Gráfica, Lda Impressão MR Artes Gráficas Periodicidade Trimestral Tiragem 2000 exemplares Registo ERC 125 538 Depósito Legal 284 212/08 ISSN 1647-1288

INFORMAÇÃO TÉCNICA 28 Ventilação de impulso em parques de estacionamento cobertos Aspectos técnicos da implementação da ventilação de impulso, interacção com a compartimentação e metodologia de avaliação de sistemas de ventilação e de controlo de fumo inovadores. João Viegas e Vitor Pedroso

33 Sistemas de extinção de hottes de cozinha Protecção contra incêndio em cozinhas e os fogos de classe F. Domingos Fernandes

35 Perigos e riscos das Mercadorias Perigosas Transporte de mercadorias perigosas, equipamentos de extinção, formação de condutores e adicionais relativas ao transporte de matérias líquidas ou gasosas inflamáveis. Francisco Geraldes

39 A diferença entre “Integridade funcional” e “Resistência do Isolamento” ao fogo Testes e normas relativas aos cabos resistentes ao fogo. Eduardo Soares e João Nabo

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA 41 Sistemas de inspecção corporal: proteger além do visível Controlo de passageiros através de Raio-X. A tecnologia de retrodispersão e de onda milimétrica. Fernando Caçador

AMBIENTE 43 ANREEE carrega baterias Enquadramento legal da recolha e tratamento de pilhas e acumuladores. Registo de produtores de P&A e EEE.

Os artigos assinados e as opiniões expressas são da exclusiva responsabilidade dos seus autores e não reflectem, necessariamente, as posições e opiniões da Associação Portuguesa de Segurança Electrónica e de Protecção Incêndio.

Carla Castanheira

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NACIONAL Global Fire Equipment Segurança especializada para o mercado global VENTILAÇÃO Ventilação de impulso em parques de estacionamento cobertos RAIO-X Sistemas de inspecção corporal: proteger além do visível

LEGISLAÇÃO 45 Assegurar o cumprimento da Marcação CE dos equipamentos de protecção individual Categorias de equipamentos de protecção individual, garantias da marcação CE e controlo de qualidade de produto.

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TEMA DE CAPA

SEGURANÇA EM INDÚSTRIAS: MOBILIÁRIO, PETROQUÍMICA, COMPONENTES PARA AUTOMÓVEIS, GÁS NATURAL LIQUEFEITO E GESTÃO DE RISCOS

Austin Simmons

47 O novo regulamento dos produtos de construção Procedimentos a adoptar pelos fabricantes dos produtos de construção de acordo com a Directiva Europeia dos Produtos de Construção, transposta para Portugal pelo Decreto-Lei nº 4/2007. Ana Ferreira JANEIRO A MARÇO ‘10

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NOTÍCIAS

ANPC ASSINA PROTOCOLOS COM ANET, OA E OE A Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) subscreveu, no passado dia 10 de Fevereiro, com a Ordem dos Engenheiros, Ordem dos Arquitectos e Associação Nacional dos Engenheiros Técnicos, os protocolos que definem os requisitos para aprovação das acções de formação para profissionais responsáveis pela elaboração de projectos e planos da 3ª e 4ª categorias de risco. O reconhecimento do grau de especialização dos técnicos propostos pelas respectivas associações profissionais poderá ser efectuado por duas vias: o reconhecimento directo, comprovando-se um mínimo de cinco anos de experiência profissional na área da Segurança Contra Incêndio em Edifícios (SCIE) ou a obtenção de aproveitamento

em acções de formação na área específica de SCIE com uma carga horária mínima de 128 horas e cujo conteúdo programático e qualificação de formadores foi objecto dos protocolos assinados. Esta medida visa dar cumprimento ao estabelecido no Regime Jurídico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios (DL 220/2009 de 12 de Novembro, nº1 do art.16º). A ANPC vai proceder ao registo dos autores de projecto e planos de SCIE das categorias de risco mais elevadas e publicitar a listagem dos mesmos no seu site oficial. Está prevista a disponibilização dessa listagem durante o primeiro semestre de 2010.

ESTUDO REVELA A PERCEPÇÃO DA SEGURANÇA EM PORTUGAL A 4ª edição do Barómetro da Segurança, Protecção de Dados e Privacidade em Portugal, divulgada no início do mês de Março, revela uma vez mais dados que permitem avaliar a forma como os portugueses percepcionam a segurança na sua vida quotidiana. Os dados referentes a 2009 permitem concluir que 40,8% dos portugueses ainda consideram que Portugal é um

país seguro. Contudo, existe uma atitude pouco optimista, uma vez que 65,7% dos portugueses consideram que as condições de segurança irão piorar no decorrer de 2010. Factores como o desemprego, a imigração ou as novas formas de criminalidade encabeçam as principais causas da sensação de insegurança generalizada. No referente à instalação de sistemas de videovigilância em zonas públicas, a

grande maioria dos inquiridos (77,4%) admite abdicar da sua privacidade para se sentirem mais seguros. Aliás, 47,7% consideram que a via pública é o local onde se sentem menos seguros – seguida pelos transportes e locais de acesso e pelos parques de estacionamento. Por oposição, os hospitais e centros de saúde (74,1%), os hotéis (64,8%) e os aeroportos (62,4%) são espaços considerados seguros. O estudo é uma iniciativa da empresa ADT Fire & Security e os resultados foram obtidos entre Novembro e Dezembro de 2009, com base numa amostra de 798 questionários válidos.

CERTIFICAÇÃO DO SERVIÇO DE MANUTENÇÃO DE EXTINTORES OBRIGATÓRIO Com a entrada em vigor da Portaria nº 1532/2008, de 29 de Dezembro, que aprova o Regulamento Técnico de Segurança contra Incêndio em Edifícios, a certificação do Serviço de Manutenção de Extintores segundo o referencial NP 4413:2006 passou a ter carácter vinculativo, constituindo uma obrigatoriedade legal desde o passado dia 1 de Janeiro de 2009. Apesar da certificação do serviço já ser uma realidade para algumas empresas do Sector, a grande maioria das entidades prestadoras do Serviço de Manutenção de Extintores encontrase actualmente em incumprimento legal pelo facto de ainda não possuírem a certificação segundo a NP 4413:2006. Prevê-se que as entidades prestadoras do serviço que não possuam a certificação segundo a NP 4413:2006 não possam proceder ao Registo na Autoridade Nacional de Protecção Civil (estabelecido pela Portaria nº773/2009, de 21 de Julho), sendo-

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lhes interdita a actividade no mercado nacional e ficando ainda sujeitas à aplicação de coimas que podem ascender aos 11.000 € no caso de pessoas colectivas. Os responsáveis de segurança que optarem por contratar a manutenção dos seus extintores a empresas de manutenção com serviço não certificado também incorrem em contra-ordenações puníveis com coima cujo valor poderá ascender aos 27.500 € no caso de pessoa colectiva. Além de constituir uma obrigatoriedade legal, a certificação do serviço de manutenção de extintores permite a diferenciação pela qualidade do serviço prestado, não só garantindo que todas as etapas do serviço são efectuadas em conformidade com a Norma Portuguesa 4413:2006, mas atestando simultaneamente a qualidade do serviço, a competência dos técnicos que o prestam e o cumprimento das exigências mínimas no referente às instalações, equipamentos e organização.


NOTÍCIAS

NOVO CURSO DE EVACUAÇÃO DE EDIFÍCIOS DA APSEI A APSEI anunciou a organização de um novo curso de formação profissional para o mercado da segurança dedicado à evacuação de edifícios. O curso irá decorrer no dia 21 de Maio, na sede da APSEI, em Lisboa, e pretende dotar os Responsáveis e os Delegados de Segurança das valências necessárias para o cumprimento das actuais disposições legislativas do Regime Jurídico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios. De acordo com a actual legislação, é da responsabilidade dos Responsáveis e dos Delegados de Segurança a manutenção das condições de segurança contra incêndio e a execução das medidas de autoprotecção dos edifícios em exploração. A formação terá um enfoque na gestão da evacuação dos edifícios de elevada densidade ocupacional e de elevado risco de incêndio (centros comerciais, edifícios industriais, hospitalares, escolares, administrativos, etc.). Os objectivos do curso consistem em identificar o quadro legal e normativo relativo à Segurança contra Incêndio, nomeadamente no referente às medidas de autoprotecção, definir uma estratégia para implementação de um Serviço de Segurança contra Incêndio num edifício e estabelecer medidas de actuação em caso de incêndio e de evacuação. Pretende-se que os formandos consigam agir correctamente em caso de eclosão de um incêndio, dando o alarme, coordenando a evacuação organizada e iniciando as técnicas de socorro a vítimas de inalação de fumos / gases tóxicos, de queimaduras e de traumatismos ou quedas. O curso confere acesso a uma dupla certificação: o certificado de formação da APSEI e o certificado da CFPA-Europe – Confederation of Fire Protection Associations Europe, que tem uma validade europeia. Este é o primeiro de um conjunto de cursos de formação, que a APSEI enquanto membro da CFPA-Europe irá brevemente lançar no mercado, dirigidos aos profissionais de segurança contra incêndio e segurança electrónica com validade em dezoito países europeus.

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APSEI CONSTITUI-SE COMO ORGANISMO DE NORMALIZAÇÃO SECTORIAL No passado mês de Março a APSEI foi formalmente constituída, pelo Instituto Português da Qualidade, enquanto Organismo de Normalização Sectorial (ONS) da Comissão Técnica 46, passando a ser responsável pela actividade normativa da área da Segurança contra Incêndio e Símbolos Gráficos, mais especificamente no âmbito da segurança em edifícios, equipamentos e sistemas de combate a incêndios, sistemas automáticos de detecção e alarme, pictogramas e símbolos de segurança. Assumindo as suas novas funções, a APSEI pretende não só dinamizar activamente a actividade normativa da CT 46, através da coordenação das subcomissões que a constituem, mas também actualizar o acervo normativo nacional, garantindo a sua coerência e actualidade.

DEBATE E FORMAÇÃO NO NFPA-APSEI FIRE & SECURITY 2010

O NFPA-APSEI Fire & Security 2010, que irá decorrer entre 19 e 22 de Outubro, no Centro de Congressos de Lisboa, assinala o regresso do evento de referência para todos os profissionais do sector da segurança. A edição deste ano terá como tema principal “Prevenção, Segurança e Gestão de Emergências” e contará com a presença de vários oradores e formadores internacionais. No âmbito da formação profissional, os participantes poderão inscrever-se nos seguintes cursos com o aval da NFPA (National Fire Protection Association): “NFPA 13 - Sistemas de Extinção por Sprinklers”, “NFPA 25 – Inspecção, Teste e Manutenção de Sistemas de Protecção contra Incêndio”, “NFPA 1600 - Requisitos para Planos de

Gestão de Desastres/Emergências e de Continuidade das Actividades”. Para o sector da segurança electrónica, estarão disponíveis os cursos “Sistemas de CFTV: Princípios Básicos, Instalação e Manutenção” e “Sistemas Automáticos de Detecção de Incêndio”, ambos ministrados pela reconhecida entidade formadora alemã VdS. Na área da Protecção Passiva Contra Incêndio, a Bodycote Warringtonfire (Reino Unido) disponibilizará formação em “Selagens Corta-Fogo” e “Protecção de Estruturas”. Por último, no âmbito da protecção civil e da gestão de catástrofes estará disponível o curso “Análise e Gestão de Riscos Naturais”. A conferência desta edição Fire & Security 2010, que decorre nos dias 19 e 20, será composta por um conjunto diversificado de apresentações técnicas sobre segurança de pessoas e bens. O enfoque na gestão de emergências servirá de contexto para apresentações sobre “Socorro e emergência em aeroportos”, “Gestão de emergência em situações de sismos/inundações”, “Medidas de autoprotecção e gestão de emergência

em zonas históricas”, “Comunicações em gestão de emergência, entre outros temas. As diferentes utilizações-tipo dos edifícios também estarão em destaque, estando previstas apresentações sobre “Sistemas de controlo de fumo na indústria”, “Organização e gestão de segurança em edifícios hospitalares”, “Soluções de projecto e evacuação em túneis” e “Segurança em plataformas ferroviárias”. A inovação técnica e tecnológica será transversal a toda a conferência, podendo-se assistir a comunicações relativas a “Novas tecnologias de segurança no combate ao terrorismo”, “Tecnologias inovadoras no âmbito das disposições construtivas ou dos sistemas e equipamentos de segurança” e “Novos desenvolvimentos na videovigilância”. O primeiro dia do Fire & Security 2010 ficará ainda marcado pelo “Espaço Investigação e Conhecimento”, um fórum que pretende estabelecer um canal de comunicação entre o meio académico e o sector empresarial, promovendo a divulgação dos serviços de investigação, desenvolvimento e inovação das universidades portuguesas.

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ASSOCIATIVISMO

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Ordem dos Arquitectos

A Ordem dos Arquitectos é uma associação pública representativa dos profissionais habilitados a usar o título e que exercem a profissão de arquitecto. Apoiada no DecretoLei n.º 176/98 de 3 de Julho a nova instituição substitui a Associação dos Arquitectos Portugueses, consagrando uma clara distinção entre titula académico e título profissional, procurando garantir uma melhor representação junto do Estado e dos profissionais que representa, a nível interno, bem como um maior compromisso com instituições a nível interno e externo e um maior sentido de responsabilidade junto dos cidadãos que esperam desses profissionais um elevado nível de exigência. Da instituição criada estabeleceu-se uma maior descentralização organizativa, uma separação entre órgãos executivos e disciplinares, uma maior especialização, uma maior conformidade com o Código de Ética dos Arquitectos do Conselho da Europa, das regras de deontologia profissional, da clarificação de regras sobre processo disciplinar. Foram consideradas as alterações decorrentes da transposição da Directiva n.º 85/ 384/ CEE, de 10 de Junho, relativa ao reconhecimento mútuo dos diplomas, certificados e outros títulos do domínio da arquitectura. A Ordem dos Arquitectos tem sede em Lisboa, secções regionais em Lisboa e Porto, Delegações e núcleos em várias localidades do território nacional. São, entre outras, atribuições da Ordem: Contribuir para a defesa e promoção da arquitectura e zelar pela função social, dignidade e prestígio da profissão de arquitecto, promovendo a valorização profissional e científica dos seus associados e a defesa dos respectivos

princípios deontológicos; Admitir e certificar a inscrição dos arquitectos, bem como conceder o respectivo título profissional; Pronunciar-se sobre regulamentação relativa ao domínio da arquitectura e aos actos próprios da profissão; Promover o intercâmbio de ideias e de experiências entre os membros e entre estes e organismos congéneres estrangeiros e internacionais, bem como acções de coordenação interdisciplinar, quer ao nível da formação e investigação, quer ao nível da prática profissional; Colaborar com escolas, faculdades e outras instituições em iniciativas que visem a formação do arquitecto; A representação, a par da regulamentação, é uma das principais atribuições da Ordem dos Arquitectos sendo parte do seu quadro de missão enquanto instituição pública; A vertente da especialização está ainda consagrada no Art.º 31.º dos seus estatutos, quando estejam em causa áreas com características técnicas e científicas particulares, que assumam importância cultural, social ou económica e impliquem uma especialização do conhecimento ou da prática profissional. Neste sentido foram criados alguns colégios de especialidade e outros núcleos de especialização poderão surgir na sequência de protocolos como o recentemente subscrito pela Ordem dos Arquitectos com a Autoridade Nacional de Protecção Civil no âmbito do Decreto-Lei n.º 220/ 2008, de 12 de Novembro. Nos termos do Art.º 16.º a responsabilidade pela elaboração de projectos e planos de SCIE referentes a edifícios e recintos classificados na 3.ª e 4.º categorias de risco tem de ser assumida por um arquitecto, engenheiro ou engenheiro técnico reconhecidos pelas respectivas associações profissionais.

O reconhecimento directo dos técnicos propostos à ANPC pelas respectivas associações profissionais implica, para além de uma avaliação curricular, uma comprovada experiência profissional em SCIE com um mínimo de 5 anos, incluindo/ou a elaboração de projectos da 3.ª e/ou 4.ª categorias de risco. Nos termos do Art.º 17.º do referido DecretoLei, as operações urbanísticas determinam a instrução de um projecto de especialidade de SCIE, com as excepções expressas. Podem ainda vir a ser reconhecidos os técnicos que, não possuindo os cinco anos de experiência incluindo a realização de projectos SCIE da 3.ª ou 4.ª categorias de risco, se submetam a um curso de especialização e adquiram os conhecimentos necessários e demonstrem competência após provas de aferição. A responsabilidade pela elaboração de planos de segurança internos referentes a edifícios e recintos classificados nas 3.ª e 4.ª categorias de risco, constituídas pelos planos de prevenção, pelos planos de emergência internos e pelos registos de segurança devem ser assumida por técnicos com perfil semelhante e pouco menos exigente que o estabelecido para os técnicos autores de projectos de SCIE. A Ordem dos Arquitectos está a implementar as acções que determinam a aplicação do protocolo estabelecido, contando com a colaboração de colegas com experiência quer em instituições públicas quer privadas neste domínio.

www.arquitectos.pt JANEIRO A MARÇO ‘10

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“As medidas de autoprotecção garantem a Segurança nos edifícios e nas organizações.” O “Manual de Exploração de SCIE” caracteriza as medidas de segurança a atender na concepção, construção e utilização dos edifícios; aborda as questões referentes aos testes de pré-abertura; e caracteriza as medidas de organização da segurança no decurso da exploração, incluindo os procedimentos de prevenção e de emergência, a formação dos intervenientes e a realização de simulacros.

Adquira o “Manual de Exploração de SCIE” através da APSEI em www.apsei.org.pt.


EVENTOS

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Empresas de segurança reúnem-se em Madrid Gonçalo Sítima

A APSEI esteve presente na edição de 2010 da feira espanhola SICUR, juntamente com várias empresas portuguesas. A edição deste ano não desiludiu e a afluência de visitantes e expositores demonstrou a resistência do sector da segurança numa época de crise. A 17ª edição da SICUR – Salão Internacional da Segurança decorreu num dos contextos económicos mais adversos das últimas décadas no sector da construção civil em Espanha. Contudo, as empresas de segurança, intimamente ligadas a este sector, não deixaram de marcar presença em Madrid, divulgando as suas novidades e soluções de segurança. A feira teve lugar entre os dias 2 e 5 de Março e por ela passaram 38.145 visitantes, 2.843 dos quais oriundos de países estrangeiros. Portugal assumiu-se como o mais representado, seguido por Itália, França e Reino Unido. Os quatro pavilhões da IFEMA que compuseram esta edição da SICUR estiveram divididos em três diferentes sectores: “Prolabor” foi dedicado à prevenção de riscos laborais; o sector “Incendios” incluiu as diferentes áreas da protecção contra incêndio; e, por fim, o “Security” abrangeu o segurança electrónica. No total estiveram presentes 617 empresas expositores, representando 1.449 marcas /empresas. A APSEI participou uma vez mais, apoiando as diversas empresas nacionais que também estiveram presentes. O fabrico nacional esteve representado por várias marcas, entre as quais a Feérica, que apresentou a sua nova porta com sistema de interbloqueio e leitura de cartões anti-skimming, a Global Fire Equipment que destacou a central de

detecção de incêndio endereçável compacta Junior V4 e a Sinalux que apresentou pela primeira vez no mercado espanhol a nova gama de sinais de segurança Excellence. Por seu lado, a central de detecção de incêndio analógica com screen touch DC3400 foi um dos destaques do stand da Detectomat. Outros destaques das empresas portuguesas na SICUR foram o sistema de transporte de valores da Spinnaker, divulgado no stand da Maxicofre, as mais recentes novidades das marcas Teletek, Satel e Only presentes no espaço da Bernardo da Costa e o novo sistema de contagem de pessoas da Centralseg. No stand da Sanco foi ainda possível encontrar a nova central convencional para sistemas automáticos de detecção de incêndios Crossfire, enquanto que no espaço da Stocksensor estiveram presentes as soluções de segurança da Nibble, MasterGuardian e Tecnimaster. Para além da exposição de novos produtos e serviços de segurança, a edição de 2010 da SICUR ficou marcada pelas diversas actividades paralelas. O Fórum SICUR apresentou uma nova estrutura que combinou a discussão e debate dos temas da actualidade do sector com a apresentação de casos de sucesso no sector da protecção de pessoas e bens. Ao todo, os participantes puderam participar em 65 conferências paralelas. JANEIRO A MARÇO ‘10

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Segurança em edifícios industriais Os edifícios industriais constituem um dos maiores desafios no sector segurança. Cada actividade industrial possui riscos de incêndio e acidentes específicos, sendo praticamente impossível a criação de um padrão de protecção transversal. As propriedades das matérias-primas utilizadas, o funcionamento das máquinas de produção/fabrico ou a dimensão das zonas de armazenamento são factores que influenciam directamente o projecto de segurança, a prescrição de equipamentos e sistemas de protecção e a organização e gestão da segurança. Esta edição da PROTEGER irá apresentar diferentes perspectivas sobre a segurança em edifícios industriais, abordando actividades como o fabrico de mobiliário e componentes para automóveis, a extracção de petróleo ou o armazenamento e transporte de gás natural. Complementarmente, teremos um artigo dedicado à gestão de riscos industriais que pretende destacar a importância do planeamento estratégico e da implementação de uma gestão da continuidade do negócio como método de minimizar e ultrapassar as consequências nefastas de um eventual incidente.


≥ A fábrica da Swedwood/IKEA, em Paços de Ferreira, ultrapassa uma área de 170.000 m2.

Experiência adquirida na Segurança Industrial António Machado Director de expansão da IKEA em Portugal

A Swedwood integra o grupo industrial do IKEA e dedica a sua actividade ao fabrico e distribuição do mobiliário de madeira, sendo responsável pela produção de algumas das gamas de produtos mais populares do gigante sueco. Com a instalação de três unidades industriais em Paços de Ferreira, o Grupo Swedwood chegou a Portugal em 2007, com um projecto de grande envergadura e economicamente muito promissor para a região norte do país. Com quase duas décadas de experiência na indústria de produção de mobiliário, traz para Portugal um elevado conhecimento adquirido em diversas áreas, nomeadamente em ambiente, higiene, saúde e segurança no trabalho. Tendo a Swedwood/IKEA uma elevada consciência de responsabilidade social e laboral, a empresa possui diversos manuais internos, como por exemplo a gestão de resíduos, higiene e saúde, água, produtos químicos, prevenção e protecção contra incêndio, riscos eléctricos, etc. Neste artigo, será abordada a

temática dos sistemas instalados de prevenção e protecção contra incêndio. Como anteriormente referido, a existência de um manual específico sobre incêndios simplifica e cria uma ferramenta muito útil na gestão diária dos sistemas de segurança instalados. O manual contempla também outros importantes conteúdos, desde a organização estrutural, planos de emergência e evacuação, planos de contingência, rotinas e procedimentos de inspecção, sistemas de detecção e extinção, atmosferas explosivas, critérios de construção, entre outros. Sendo esta indústria geradora de vários tipos de resíduos, nomeadamente de derivados de madeira, é classificada como de elevado risco no que diz respeito às medidas adoptadas para uma cautelosa prevenção contra incêndios. Também se encontra em operação o plano de segurança composto por uma hierarquia de responsabilidades, pela constituição das respectivas brigadas internas de combate de incêndio

e demais procedimentos legais, como treino formação, simulacros e rotinas de evacuação. Durante a fase da sua construção, ainda não existia em Portugal nenhuma legislação específica que abordasse o tema de protecção contra incêndio em edifícios industriais, sendo que a experiência dos agentes intervenientes e da própria empresa foram determinantes para os sistemas implementados. Neste complexo industrial existe no presente momento três edifícios distintos, sendo dois afectos à produção e um armazém de produto acabado. Juntamente com as áreas técnicas, administrativas e sociais, a totalidade da área coberta ultrapassa os 170.000m2. Todos os edifícios são constituídos por uma construção ligeira, sendo predominante a estrutura metálica da cobertura, os pilares em betão armado, os revestimentos metálicos em fachadas exteriores e a cobertura tipo “deck”. Todos os materiais seleccionados apresentam boas características de reacção ao fogo, bem como na sua resistência, no caso da estrutura suporte.


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A estrutura da cobertura está também protegida contra o fogo, recorrendo a pinturas intumescentes. Nas paredes corta-fogo foi utilizada a alvenaria de bloco de cimento, que garante a devida separação entre os diversos compartimentos, complementadas com placas de gesso cartonado tipo “pladur” em zonas onde existem atravessamento de condutas. Todas as referidas condutas possuem registos corta-fogo activados por fusíveis térmicos. No que diz respeito à desenfumagem, esta é feita naturalmente e equipa todos os edifícios de armazenagem e de produção com as respectivas clarabóias, que em média representam uma

CAPA

20 para o grupo de bombagem, a NFPA 22 para o reservatório de água, entre outras. Na armazenagem em altura por estantes, o sistema de sprinklers instalado nas coberturas tem a capacidade para combater qualquer tipo de incêndio, ou na sua falta, está imposta a limitação da respectiva altura. Somente os equipamentos eléctricos de elevada voltagem não estão abrangidos por este sistema. Foram também utilizados noutros espaços sistemas próprios de extinção automática, nomeadamente na hotte da cozinha industrial e na sala de servidores, onde está instalado o ANSUL R-102 e o FM200 respectivamente.

O sistema está dimensionado para uma autonomia em caso de falha eléctrica de 48H em modo de stand-by e 30 minutos em modo de alarme. Abrangendo a temática dos equipamentos industriais, os sistemas de segurança têm uma importância relevante, já que previnem a propagação do incêndio a outros equipamentos, que geralmente provocam danos gravosos em pessoas e edifícios. Para minimizar as situações atrás mencionadas, está instalado em todas as condutas principais de ventilação das máquinas um sistema de detecção de faíscas, vulgarmente denominado por “GreCon”, que em caso de alarme inunda

Áreas de produção fabril Armazém matérias primas Armazém produto acabado Áreas técnicas, administrativas e sociais

DENSIDADE 12,2lt/mn/m2 69,5lt/mn/m2 14,3lt/mn/m2 5,5lt/mn/m2

TEMPERATURA 93ºC 74ºC 93ºC 68ºC

TIPO Up-Right - K115 ESFR - K363 Up-Right - K115 Up-Right - K80

Reservatório de água de 930 m3. Bomba eléctrica de 560 m3/h. Bomba diesel de 560 m3/h. Mais de 90km de tubagem colocada. Mais de 20.000 sprinklers em operação. Cerca de 300 carretéis instalados.

≥ R eservatório de água de 930m3 que abastece a rede de incêndio e sala do grupo de bombagem (à direita da imagem).

área de 2% a 4% do pavimento. O respectivo accionamento é feito manualmente. Existe ainda uma rede de hidrantes exteriores junto aos edifícios, do tipo marco de água, alimentada directamente da rede pública e com uma disposição que permite o fácil acesso aos meios de socorro. Em relação ao sistema de extinção automático instalado, este equipa todas as áreas cobertas dos edifícios, tendo também sido criados outros níveis de protecção para condutas de grande diâmetro, cabines e estruturas de apoio à produção. As normas adoptadas nesta instalação foram as da NFPA – National Fire Protection Association, nomeadamente a NFPA 13 para os sprinklers, a NFPA 14 para tubagens, a NFPA 12

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≥ Alguns dados da instalação do sistema de sprinklers.

Ao nível da detecção automática, todas as áreas cobertas estão também equipadas por um sistema do tipo endereçável de última geração. Devido à sua dimensão, o sistema é composto por 5 centrais de comando espalhadas pelos diversos edifícios, existindo ainda um repetidor localizado na portaria. Existem na totalidade 10 loops, todos eles com distâncias consideráveis, que suportam todos os respectivos elementos, desde os detectores de fumos, de calor, botoneiras, sirenes e electroímanes. Estão também ligados ao sistema geral dos edifícios alguns equipamentos industriais que, em caso de alarme, assumem posições de segurança e paragem da sua actividade, nomeadamente transportadores e bombas pneumáticas.

com água as referidas condutas, prevenindo assim a passagem do incêndio para os filtros de aspiração. Também todas a máquinas com um elevado potencial de explosão, como é o caso das lixadeiras ou calibradoras, têm um sistema de encravamento instalado que faz com que parem em caso de falha na ventilação. Em relação aos filtros e silos, estes também possuem um sistema de nebulização por água que pode ser accionado manualmente em caso de incêndio, bem como janelas de explosão dimensionadas para o efeito. Estes equipamentos possuem um elevado potencial de risco de explosão, uma vez que funcionam com velocidades de ar elevadas. Na caldeira de queima de Biomassa, existe também um sistema instalado que funciona


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por sensores de temperatura e em caso de alarme pára automaticamente todos os equipamentos de apoio. Todas as situações atrás mencionadas estão exemplificadas no respectivo documento de avaliação de riscos de explosão – Atmosferas Explosivas, que por imposição legal da Directiva 1999/92, transposta para o Decreto-Lei 236/03 de 30 de Setembro, obriga todos os empregadores a efectuarem uma avaliação de riscos, caso os seus trabalhadores estejam sujeitos a riscos de explosão. Numa última reflexão sobre a temática de protecção contra incêndio em edifícios industriais, é de extrema importância manter uma boa organização e limpeza em todas as áreas de

produção. No caso de ocorrer qualquer tipo de incidente, as vulgarmente chamadas segundas explosões são as mais graves e severas para as vidas humanas, e em alguns casos podem levar ao colapso dos respectivos edifícios. Finalizando, uma palavra para o Novo Regulamento de Segurança Contra Incêndio em Edifícios que veio finalmente uniformizar e abranger todos os edifícios no diz respeito à protecção contra incêndio. É um documento de extrema importância para a protecção de pessoas e bens, mas que no caso específico de edifícios industriais contém algumas situações que merecem uma melhor reflexão.

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Como exemplo do atrás descrito está a falta de legislação específica em relação aos sistemas de sprinklers, que em alguns casos os valores mínimos regulamentares podem ser muito insuficientes para a carga térmica existente. Outra situação é a obrigatoriedade da estrutura de suporte ter características de resistência ao fogo elevadas, mesmo quando existem diversos sistemas de prevenção e protecção instalados, nomeadamente a extinção, detecção e desenfumagem. Em outros regulamentos de reconhecimento internacional, esta situação é muito menos severa, já que pesam de forma muito significativa nos custos dos investimentos nos referidos edifícios.

≥ Refinaria de Marsden Point na Nova Zelândia.

Protecção contra incêndios na indústria petroquímica Pedro Silva Gestor de Projectos Especiais da Alarmibérica

A Refinaria de Marsden Point da NZRC, LTD (New Zealand Refining Company), a única refinaria da Nova Zelândia, está localizada na ilha norte a 40 km da cidade de Whangarei. A refinaria entrou em operação em 1964 e passou por uma grande expansão em meados da década de 1980, que aumentou a sua capacidade de processamento através da instalação de um novo hydrocracker. Actualmente a refinaria

processa mais de 5 milhões de toneladas ano de petróleo produzindo gasolina, gasóleo, jet fuel, GPL (gás de petróleo liquefeito) Fuelóleo, Nafta, Betume e Enxofre. Face ao aumento do consumo interno de combustíveis foi elaborado um novo projecto que visou aumentar a quota da produção da refinaria no consumo total da Nova Zelândia de 70% para 80%.

O projecto, denominado “Point Forward Project”, permitiu incrementar a produção por descongestionamento de uma unidade de destilação de petróleo bruto, aumentando a produção da refinaria em cerca de 15% no último trimestre de 2009, elevando a capacidade de processamento de 106.500 barris/dia para cerca de 135.000/dia. Em simultâneo com o aumento de produção foi necessário aumentar a capacidade de armazenaJANEIRO A MARÇO ‘10

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mento de petróleo bruto, produtos intermédios e produtos finais na refinaria assim como no parque de combustíveis de Wiri, na periferia de Auckland, para onde é escoada 50% da produção. Os dois locais estão interligados através de uma linha de distribuição (pipeline) que se estende por 170 km transportando os produtos refinados, incluindo gasolina, gasóleo e jet fuel. Com a construção de novos tanques foi considerada também a possibilidade de reformular a protecção contra incêndio nos tanques existentes. ARMAZENAMENTO DE COMBUSTÍVEIS EM REFINARIAS Nas primeiras décadas da indústria petroquímica, os incêndios em tanques de armazenamento eram frequentes. À medida que a frequência dos incêndios diminuíram para um nível aceitável a dimensão dos tanques foi crescendo, sendo comum actualmente encontrar tanques com diâmetros até 100m. A situação actual na indústria petroquímica caracteriza-se desta forma por uma baixa probabilidade de acidentes mas, quando estes ocorrem, assumem por vezes grandes proporções. Existem três tipologias de tanques normalmente utilizados para o armazenamento de líquidos inflamáveis. ≥ Tanques de Tecto Fixo soldado às laterais do tanque. Quando ocorre uma explosão interna o tecto separa-se, deixando intactas as paredes do tanque, uma vez que a costura entre o tecto e as laterais apresenta intencionalmente baixa resistência. Desta forma permite-se que o tanque retenha o seu conteúdo e qualquer incêndio resultante envolve apenas a superfície exposta do líquido. A ventilação do tanque é essencial para evitar a sua expansão ou contracção resultante da flutuação do nível do líquido ou das alterações de temperatura e pressão. ≥ Tanques de Tecto Flutuante - similares na sua construção, com excepção do tecto não ser fixo. O tecto flutua directamente sobre a superfície do líquido inflamável, subindo e descendo conforme o nível de enchimento, reduzindo assim a evaporação do líquido. O tecto possui uma vedação tubular fixada a todo o seu perímetro, cobrindo o espaço entre o tecto flutuante e a parede lateral do tanque. 14

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≥ Tecto Flutuante Interno/Coberto combinação das duas tipologias. O tanque possui um tecto flutuante no interior, com adição de um tecto fixo como forma de protecção contra as condições atmosféricas. Os respiradores abertos nas paredes laterais do tanque abaixo da junção do tecto identificam este tipo de tanque. Na refinaria de Marsden Point foram adoptados tanques de tecto flutuante para produtos de baixo ponto de inflamação (flash point). Os produtos menos voláteis e com ponto de inflamação mais elevado são armazenados em tanques de tecto fixo. Os produtos altamente voláteis, armazenados a pressão muito elevada, são armazenados em esferas. Os tanques foram construídos e revistos em conformidade com as normas da American Petroleum Institute (API). PROTECÇÃO CONTRA INCÊNDIOS DE TANQUES DE ARMAZENAMENTO A origem mais comum dos incêndios em refinarias é o derrame de produtos inflamáveis, por falha dos equipamentos ou erro humano. Outras situações possíveis são a ignição dos gases provenientes da ventilação dos tanques ou de fugas na vedação dos tectos flutuantes. A protecção contra incêndios nos tanques de armazenamento é feita com sistemas de espuma, fixos ou semi-fixos. Quando correctamente projectados, instalados e mantidos comprovaram a sua fiabilidade. O sistema pode ser utilizado para prevenção, controlo ou extinção do incêndio. Os Sistemas Fixos consistem em sistemas de tubagem com origem numa central de espuma, descarregando através de dispositivos fixos de descarga sobre o risco alvo da protecção. Os componentes de dosagem, os proporcionadores de espuma, estão instalados em permanência. Nos Sistemas Semi-Fixos o tanque a proteger é provido de dispositivos de descarga que conectam a uma tubagem a uma distância segura do risco, normalmente fora da parede de retenção. O equipamento de produção de espuma é transportado até ao local após o inicio do incêndio. Existem dois métodos básicos de aplicação: ≥ Injecção sub-superficial. ≥ “Over-the-Top” – Câmaras de espuma, Geradores de espuma, Monitores portáteis.

Injecção sub-superficial O método sub-superficial consiste na produção de espuma através de um gerador de alta pressão de retorno localizado fora do tanque de armazenamento. Esse sistema fornece a espuma expandida através de uma tubagem para a base do tanque. A tubagem poderá ser uma linha de produto existente ou uma linha de espuma dedicada de protecção contra incêndios. A espuma expandida que penetra no tanque por meio da saída de descarga é injectada no líquido inflamável. A saída de descarga deve estar um pouco acima de qualquer água que possa estar presente na base do tanque pois a espuma seria destruída caso seja injectada na camada de água. Quando injectada, a espuma subirá através do combustível e formará uma cobertura de espuma na sua superfície. Câmaras de espuma A câmara é aparafusada ou soldada na parte externa da parede do tanque próximo da junção do tecto. Um deflector existente na parte interna do tanque faz com que a espuma descarregada a partir da câmara de espuma seja desviada de volta contra a parte interna da parede do tanque. Geradores de espuma O gerador de espuma normalmente é utilizado para aspirar solução de espuma antes de esta ser descarregada no interior da área de retenção (dique) ou para alimentar espuma para a área da vedação num tanque de tecto flutuante. Meios manuais (Monitores de Espuma) Os Monitores são fundamentais nos sistemas de extinção, até porque durante uma explosão os sistemas de protecção acabam eventualmente por ser destruídos, mas não devem ser considerados como meios principais de protecção para tanques acima de 20 m de diâmetro. Extinção de incêndio em tanques de grandes dimensões Incêndios em tanques de grandes dimensões são eventos muito complexos e a extinção satisfatória requer planeamento metódico e


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o uso eficiente dos recursos. Historicamente, a extinção de tais incêndios não tem sido totalmente bem sucedida. Entretanto, com a introdução de monitores de espuma de alta capacidade, novas variedades de espumas concentradas e aperfeiçoamento das técnicas de aplicação, registaram-se melhorias significativas. Teoricamente, poderá ser tecnicamente viável extinguir incêndios acima de 60 metros utilizando o método “Over-theTop” com o auxílio de monitores móveis de altíssima capacidade com espumas concentradas aperfeiçoadas, mas deve ser tomada em consideração que a logística para montar tais operações é bastante complexa. BLEVE EM ESFERAS DE ARMAZENAMENTO O acidente mais comuns em esferas de armazenamento é o BLEVE (Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion), que consiste na explosão resultante de uma rotura súbita de um reservatório contendo gás pressurizado liquefeito a uma temperatura muito acima da sua temperatura de ebulição à pressão atmosférica, na presença de uma fonte de ignição. A principal causa de rotura de reservatórios dando origem a BLEVE é o sobreaquecimento do reservatório derivado de um incêndio na sua proximidade, e o consequente aumento de pressão no interior da esfera. Apesar das esferas estarem concebidas para suportar pressões muito elevadas, um sobreaquecimento pode originar o enfraquecimento das paredes e ocorrer a rotura do reservatório. A pressão

desce repentinamente e uma parte significativa do líquido vaporiza instantaneamente. O vapor expande-se muito rapidamente fazendo com que o líquido restante seja separado em pequenas gotas, transportadas pelo vapor. Esta nuvem de vapor e gotas (aerossol) mistura-se com o ar na periferia à medida que se expande em todas as direcções. Devido ao movimento de expansão da nuvem pode ocorrer a projecção de fragmentos do reservatório a grandes distâncias. Na presença de uma fonte de ignição, que pode ser originada pelo próprio rebentamento do reservatório, a nuvem de gotas de líquido, vapor e ar inflama-se, formando-se uma bola de fogo que arde apenas na periferia pois o interior desta contém uma mistura muito rica. A bola vai sendo consumida do exterior para o interior ao mesmo tempo que, devido ao aumento de temperatura, vai ocorrendo a expansão da mistura presente no interior da bola, aumentado as dimensões desta e consequentemente da superfície de radiação. A bola de fogo sobe devido ao aquecimento e dissipa-se rapidamente com o consumo do combustível, sendo a energia da combustão libertada quase exclusivamente na forma de radiação térmica. PREVENIR DE INCÊNDIOS DE GRANDES DIMENSÕES Os incêndios de grandes dimensões, como o que aconteceu em Outubro de 2009 em Porto Rico, com a destruição de quase 50% de um parque de armazenamento com 40 tanques, caracterizam-se pela de extensão do incêndio original aos tanques e esferas de armazenamento

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adjacentes, essencialmente pela transmissão de calor por radiação. Por esta razão, em simultâneo com o combate ao incêndio original deverá ser prevista a refrigeração das paredes dos tanques adjacentes, reduzindo a possibilidade de escalada rápida da dimensão do incêndio. O tempo necessário para criar condições de contaminação a um tanque adjacente pelo incêndio original depende de uma variadíssima quantidade de factores, nomeadamente o tamanho do tanque, distância/separação, tipo de construção, ponto de ebulição do líquido inflamável nos tanques, refrigeração por água, concepção do tanque, velocidade e direcção do vento. Quando ocorre um incêndio de grandes dimensões, com extensão a vários tanques, novas questões se revelam fundamentais. Uma refinaria de dimensão média como Marsden Point consome no mínimo 50.000 litros por minuto em caso de acidente, e a experiencia demonstranos que é aconselhável prever alternativas às reservas de água e espuma existentes, uma vez que as necessidades excedem muitas vezes as previstas no cálculo de simultaneidade. A prevenção de acidentes é naturalmente a componente mais importante da protecção contra incêndios, e tem sido o factor essencial para o incremento da segurança na indústria petroquímica. Apesar de constantemente termos notícia de incêndios e explosões de grandes dimensões em refinarias, a verdade é que o seu desempenho comparativamente a outras indústrias com menor risco associado é bastante positivo, continuando a ser uma referência para outros sectores da actividade industrial. JANEIRO A MARÇO ‘10

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Indústria de componentes para automóveis Sara Brandão Corrdenadora de Segurança e Ambiente da Faurecia

Jorge Loureiro Responsável pela Industrialização da Faurecia

Um incêndio num edifício industrial traduz-se em geral, numa grande perda de bens de produção e da instalação fabril, assim como em elevados prejuízos decorrentes da interrupção da laboração, podendo, em casos mais graves, ocorrer a perda de vidas humanas. Dessa forma, a Faurecia tem implementado uma série de medidas de forma a evitar estas situações. A Faurecia desenvolve actividades associadas ao fabrico de componentes e assentos para automóvel. Pela especificidade de produtos, matérias-primas e processos a Faurecia, designadamente a Fábrica de Espumas e Acessórios é considerada uma fábrica com um elevado risco de incêndio e o mínimo descuido pode provocar acidentes com consequências muito graves. Atendendo à legislação em vigor a classificação dos edifícios é feita de acordo com a natureza do risco em 6 classes, as quais têm em consideração o tipo de ocupação, as actividades nele desenvolvidas e os equipamentos que contêm. Assim um local de risco pode ser classificado com a letra A, B, C, D, E ou F (ver quadro). Da análise realizada resultaram 3 grandes grupos de risco, classificados com A, C e F. O Grupo Faurecia prima por manter elevados padrões em questões de segurança, promovendo internamente a difusão de boas práticas, quer ao nível dos meios de prevenção e combate a incêndio quer na prevenção de acidentes e incidentes associados ao trabalho. Relativamente aos meios de prevenção e combate a incêndio a Faurecia dispõe dos seguintes equipamentos: a) Extintores que estão estrategicamente distribuídos pelo edifício, de acordo com 16

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os riscos existentes, nos locais onde é maior a probabilidade de ocorrência de um incêndio e /ou nos caminhos de evacuação e saídas de emergência. Mensalmente são realizadas inspecções por pessoal interno (verificações) a estes equipamentos de forma a garantirmos que estão sempre operacionais; anualmente é feita manutenção por empresa da especialidade; b) Rede de Incêndio Armada (RIA) cobre a totalidade das instalações, existindo carretéis no interior das instalações os quais

são abastecidos pela Central Bombagem; anualmente é feita manutenção por empresa da especialidade; c) Sistemas Fixos de Extinção Automática de Incêndio: os sprinklers são alimentados a partir da central de bombagem de incêndios; semestralmente é feita manutenção por empresa da especialidade; d) Sistema Automático de Extinção por outro Agente Extintor – na zona da informática, mais concretamente na zona do servidor, existe um sistema automático de

DESCRIÇÃO DOS LOCAIS DE RISCO

CLASSIFICAÇÃO

DESCRIÇÃO

A

Local que não apresenta riscos especiais, no qual se verifiquem simultaneamente as seguintes condições: ≥ O efectivo não exceda 100 pessoas; ≥ O efectivo de público não exceda 50 pessoas; ≥ Mais de 90 % dos ocupantes não se encontrem limitados na mobilidade ou nas c apacidades de percepção e reacção a um alarme; ≥ As actividades nele exercidas ou os produtos, materiais e equipamentos que contém não envolvam riscos agravados de incêndio.

B

Local acessível ao público ou ao pessoal afecto ao estabelecimento, com um efectivo superior a 100 pessoas ou um efectivo de público superior a 50 pessoas, no qual se verifiquem simultaneamente as seguintes condições: ≥ Mais de 90 % dos ocupantes não se encontrem limitados na mobilidade ou nas capacidades de percepção e reacção a um alarme; ≥ As actividades nele exercidas ou os produtos, materiais e equipamentos que contém não envolvam riscos agravados de incêndio.

C

Local que apresenta riscos agravados de eclosão e de desenvolvimento de incêndio devido, quer às actividades nele desenvolvidas, quer às características dos produtos, materiais ou equipamentos nele existentes, designadamente à carga de incêndio.

D

Local de um estabelecimento com permanência de pessoas acamadas ou destinado a receber crianças com idade não superior a seis anos ou pessoas limitadas na mobilidade ou nas capacidades de percepção e reacção a um alarme.

E

Local de um estabelecimento destinado a dormida, em que as pessoas não apresentem as limitações indicadas nos locais de risco D.

F

Local que possua meios e sistemas essenciais à continuidade de actividades sociais relevantes, nomeadamente os centros nevrálgicos de comunicação, comando e controlo.


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extinção por agente extintor de incêndio FE13. Semestralmente é feita manutenção por empresa da especialidade; Sistema de Detecção: a fábrica tem instalado um detector de fumo na zona do posto de transformação e no armário de produtos inflamáveis. Estes detectores estão ligados a uma central que se encontra na zona da portaria. Todos estes sistemas estão ligados a uma central de detecção de alarmes que se situa numa das portarias. Assim, conseguimos controlar qualquer anomalia e qualquer activação de cada um dos equipamentos. Além do sinal sonoro que emite na portaria a activação da central de alarmes reencaminha uma chamada para os responsáveis da fábrica de forma a alertar a activação dos equipamentos. O sistema de sprinklers pela sua especificidade requer uma verificação permanente e manutenção eficiente. A instalação tem uma capacidade instalada de 538m3 de água disponível em 3 depósitos dispostos como ilustra a figura.

≥ Postos de controlo de sprinklers.

2

3

4

1

≥ Disposição dos reservatórios da instalação. 1) Depósito capacidade 254m3 2) Central de bombagem 3) Depósito capacidade 30m3 4) Depósito capacidade 254m3

A central de bombagem é constituída por uma bomba jockey, uma bomba eléctrica e uma bomba diesel (autónoma). Face à avaliação de risco e a todo o investimento realizado em equipamento de prevenção, seria contraproducente descorar a manutenção dos mesmos. Sem pretendermos ser exaustivos em relação às acções realizadas na manutenção de uma central, facilmente se percebe que é fundamental que esta seja realizada por profissionais qualificados.

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Na Faurecia, existe um rigoroso controlo quer dos parâmetros quer do funcionamento da instalação, cujas anomalias ou mudanças de estado, são imediatamente sinalizadas e reportadas para os responsáveis através de dispositivos de interface GSM, uma vez que são monitorizadas em contínuo. Não obstante, é realizado um controlo semanal com base numa check-list, onde se podem observar não só os valores de referência como também o histórico dos mesmos ao longo de todo um ano. Essa check-list é posteriormente analisada pelo responsável do departamento de manutenção, sendo cada anomalia assinalada objecto de um plano de acção para correcção, cuja prioridade é atribuída em função do risco envolvido. Além disso são efectuadas duas manutenções semestrais que se pretendem exaustivas, controladas por um organismo externo e independente, que serve de entidade “fiscalizadora”, e que garante que são realizadas todas as acções de manutenção vitais ao funcionamento da instalação, ao mesmo tempo que se certificam que os valores obtidos, quer em tempos de reacção quer em pressões de funcionamento das bombas, são os correctos. De salientar que, mesmo que não se reflicta directamente no relatório final, toda a parte eléctrica, os depósitos de armazenamento de água, as válvulas e os manómetros também devem ser objecto de inspecção, limpeza e lubrificação, onde aplicável, de forma a garantir as condições de funcionamento ideais. Do relatório lavrado, juntamente com a avaliação do coordenador de manutenção em colaboração com o coordenador do departamento de higiene e segurança, são determinadas as acções a realizar, caso seja detectada alguma anomalia na instalação. Assim se mantém uma instalação, neste momento com cerca de 10 anos de existência, apta a funcionar se necessário. Não há palavras, nem frases que nos possam manter seguros, há somente acções. Por isso a Faurecia não corre riscos e mantém todos os seus equipamentos de segurança contra incêndio funcionais. JANEIRO A MARÇO ‘10

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Gás Natural Liquefeito A segurança do GNL e a protecção de instalações Keith Olson, Joe Behnke e Dale Edlbeck Gestores dos serviços técnicos da ANSUL

A procura de Gás Natural Liquefeito (GNL) tem aumentado constantemente em paralelo com o crescente consumo de gás natural em todo o mundo. Mais exploração, novas instalações de produção, vastas frotas de navios, armazenagem

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de grande escala, são estas as novas realidades – assim como a necessidade de dispor de capacidades de supressão e contenção efectiva do fogo em cada ponto do processo. O GNL, principalmente composto por metano, é usado para complementar o for-

necimento normal durante os períodos de máxima procura. O GNL é normalmente transportado como gás criogénico em veículos de carga isolados e armazenado em tanques fixos isolados construídos de acordo com as especificações. Os tanques de armazenagem


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fixos podem ser sujeitos a explosões causadas pela expansão do vapor emitido pelo líquido em ebulição, mas a probabilidade de ocorrência desse tipo de incidentes é baixa. Para as instalações que ainda se encontram na fase de projecto, dispor do melhor equipamento no local pode ajudar a conseguir as autorizações necessárias à construção de novas instalações e expandir as oportunidades de transporte. É importante notar que o fabricante do equipamento de supressão de incêndios deveria ser consultado antes da selecção do sistema de supressão de incêndios para a protecção de instalações de GNL. Mesmo nas instalações que já foram construídas, os fabricantes, podem projectar sistemas de actualização (retrofit) com plena capacidade, cujo desempenho e protecção sejam tão bons como os dos sistemas que estiveram instalados desde o início. Uma protecção efectiva de instalações de GNL concentra-se em três áreas: a prevenção, o controlo e a extinção. É necessário um grande leque de soluções em termos de agentes e de equipamentos para se lidar com cada um dos objectivos. Esses produtos são dedicados a prevenir os incêndios de GNL em cada etapa do fornecimento, incluindo os campos de produção, as instalações de liquefacção, as instalações de enchimento e armazenagem, os navios-tanque acima e abaixo do convés, e outras zonas de risco. SISTEMAS DE PÓ QUÍMICO Os grandes sistemas de pó químico são utilizados para proteger muitas aplicações no interior das instalações de GNL. As zonas dos gasodutos e da distribuição, os tanques de armazenagem, as bombas de transferência, os canais e as fossas, ou os navios e docas podem todos ser protegidos com grandes unidades ou sistemas de pó químico em plataformas deslizantes. Essas unidades podem incorporar carretéis de mangueiras para combate manual ao fogo ou um canhão que descarrega pó químico em volumes elevados quando se precisa de um jacto

com maior alcance, como por exemplo para proteger braços de carga e descarga. Além dos sistemas de pó químico, existem sistemas de duplo-agente (twin-agent). A tecnologia de duplo-agente combina a capacidade de supressão rápida do pó químico com as capacidades de retenção da espuma. Os grandes sistemas de pó químico podem também ser sistemas fixos com tubo/difusor, utilizados para a protecção contra riscos permanentes ou fixos, como bombas ou vaporizadores. Uma instalação adicional onde se pode utilizar um grande sistema fixo de tubo/ difusor em instalações de GNL seria a protecção de chaminés de ventilação sobre os tanques de armazenamento. Este sistema seria dimensionado de acordo com a capacidade máxima de ventilação de cada chaminé. O caudal de pó químico tem por base a capacidade de ventilação de cada chaminé, em metros cúbicos por segundo, para fornecer uma descarga com uma duração mínima de 30 segundos. A ANSUL realizou numerosos ensaios entre meados e fins dos anos 60 para determinar esses requisitos. Os difusores que protegem as chaminés de ventilação estão localizados fora das chaminés, a 30 centímetros abaixo da abertura da chaminé e utilizam o fluxo de ar da ventilação para conduzir o pó químico seco de encontro às chamas. Os grandes sistemas fixos de pó químico personalizados não possuem certificações ou aprovações, mas são projectados para cumprir com os requisitos específicos da instalação em questão. O desempenho destes sistemas baseia-se em anos de ensaios e experiência. SISTEMAS DE ESPUMA DE ALTA EXPANSÃO Enquanto os sistemas de pó químico e os grandes sistemas de pó químico são preferidos para a supressão dos incêndios de GNL, os sistemas de espuma de alta expansão (High Expansion Foam Systems – HEF) proporcionam a supressão do vapor dos derrames de GNL

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e reduzem a libertação de calor e de calor radiante nos reservatórios afectados. As áreas usualmente protegidas por HEF em instalações de GNL são as áreas das bombas, os reservatórios secundários de contenção e os canais que dirigem um potencial derrame de GNL para esses reservatórios. A experiência demonstrou que o HEF é muito eficaz a reduzir as concentrações de metano ao nível do chão durante os derrames de GNL. Os sistemas de HEF bem projectados servem um objectivo duplo. Em primeiro lugar, permitem o controlo do fogo com reduções substanciais da libertação de calor e o retorno de calor radiante no incêndio dos reservatórios, que, se não fosse controlado, iria intensificar ainda mais o fogo. Os cálculos para o output de espuma pelos geradores são fáceis de fazer, atingindo-se o melhor desempenho quando a espuma estiver perto da taxa de expansão de 500:1. Em segundo lugar, uma cobertura de HEF sobre um derrame não incendiado de GNL é eficaz na redução dos níveis de vapor de GNL a favor do vento. Um derrame de GNL vai produzir uma nuvem de vapor visível. Os vapores de GNL são mais densos que o ar e ficam à deriva por baixo do vento até aquecerem o suficiente para se tornarem menos densos e dispersarem na atmosfera. Isso apresenta um potencial problema de fonte de ignição. A cobertura de HEF aquece os vapores de GNL que passam pela espuma, dispersa-os mais rapidamente na atmosfera e reduz assim a concentração de GNL. PROTECÇÃO NO INTERIOR DAS INSTALAÇÕES É importante não esquecer o que precisa ser protegido no interior das instalações de GNL. Em instalações onde se utilizam computadores, servidores, hardware e software electrónicos delicados, o agente extintor preferido seria um agente limpo. Para a protecção das instalações de GNL e todas as aplicações de GNL de alto risco, tais como bombas, compressores, flanges, áreas de

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descarga e áreas de carga, existem equipamentos específicos e especiais para combate a incêndios. Quando ocorre um incêndio em instalações de GNL em aplicações de alto risco, existem apenas duas formas de os apagar rapidamente. O primeiro e melhor método é a remoção do combustível. Mas isso é mais fácil dizer do que fazer. Normalmente o fluxo de combustível pára ao fecharem-se as válvulas de distribuição do produto. Mas por vezes podem haver válvulas situadas a uma distância considerável do fogo e não é possível fazer com que o fogo se extinga sozinho sem que este cause danos avultados no compressores, nas bombas,

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no equipamento e /ou nas instalações. Por isso, o fogo deve ser apagado por meio de equipamentos especiais de combate a incêndio. Quando combatemos um incêndio de GNL podemos enfrentar dois problemas. Em primeiro lugar, o GNL é usualmente transferido sob pressão devido às operações de bombas e compressores; o segundo problema é o aumento de volume associado à vaporização de GNL. Uma vez que o volume aumenta quando o GNL se vaporiza, são necessários extintores d especiais que forneçam um grande fluxo de pó químico. Um extintor especial

de alto fluxo suprime o fogo por inibição da reacção química. Para garantir a protecção das pessoas e da propriedade contra um potencial risco de incêndio relacionado com o GNL, as empresas e/ou fabricantes devem utilizar proactivamente todo o seu conhecimento para supervisionar este valioso recurso energético.

Reimpresso com a permissão da NFPA Journal Latinoamericano®, ©2008, National Fire Protection Association, Quincy, MA. Todos os direitos reservados.

Continuidade de negócio na indústria António Ribeiro Brasiliano Director Executivo da Brasiliano & Associados

INTRODUÇÃO O Plano de Continuidade de Negócio – PCN pode ser definido como o planeamento e a realização de acções que têm como objectivo assegurar a continuidade das operações dos processos de negócio das organizações 20

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na eventualidade de uma indisponibilidade prolongada dos recursos que dão suporte à realização dessas operações (equipamentos, sistemas de informação, instalações, pessoal e informações).


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Muitas empresas apenas associam a frase “continuidade de negócio” a Tecnologia da Informação e Telecomunicações e ignoram áreas críticas da empresa que têm um grande impacto sobre o seu negócio. O segredo para garantir a Continuidade dos Negócio consiste na compreensão do negócio da empresa aliada à estratégia, seguida pela determinação dos processos críticos para manter o negócio. Quando pensamos em descontinuidade de negócio precisamos pensar em interrupções causadas por incêndios, sabotagem, pandemia, acidentes aéreos, entre outros. Os sinistros podem acontecer sem qualquer aviso prévio e, normalmente, quando ocorrem, não existe tempo para planeamento, organização ou treino. Tais situações podem ser inevitáveis, apesar de todo e qualquer esforço para evitar ou diminuir a sua ocorrência. Como exemplo podemos citar, neste início de ano de 2010, o terramoto do Haiti e os desastres de desabamentos no Brasil. Isto demonstra a real necessidade das empresas pensarem de maneira prospectiva e não projectiva, indagando quais são os tipos de acontecimentos incontroláveis que podem ter impacto no o negócio. Os gestores devem pensar de forma criativa, perspectivando quais os incidentes que poderão ocorrer. É uma mudança de cultura e quebra de paradigma, mas se isto não for implementado de forma estruturada, de forma planeada, as empresas continuarão a ter prejuízos em função das respectivas descontinuidades, sendo a perda de competitividade a mais grave das consequências. O terrível ataque ao World Trade Center em 2001 colocou os holofotes sobre a questão da continuidade. A devastação vista e revista nas televisões fez com que as organizações considerassem imediatamente como será possível sobreviver em circunstâncias equivalentes. A catástrofe foi tão grande que a probabilidade de recuperação foi reduzida, mas fez com que alguns administradores incluíssem o Plano de Continuidade nas suas agendas executivas. Os desastres não têm de ter esta dimensão para causar problemas para uma organização. Mas por vezes, o impacto pode ser fatal.

CASE STUDY: INDÚSTRIA FARMACÊUTICA O caso abaixo descrito aconteceu em 2004, numa indústria do ramo farmacêutico, onde a existência do planeamento de continuidade de negócio foi uma peça estratégica para diminuir os impactos dos incidentes que se verificaram. A empresa é uma multinacional com três instalações fabris no Brasil e quatro na América do Sul. No Brasil, cada instalação fabril possui uma especialidade, tais como animal, humanos, oncológico, entre outras. A instalação que sofreu a contingência fabricava produtos oncológicos, com valores muito avultados. Contingência - Cenário A unidade fabril da indústria farmacêutica sofreu uma explosão na área dos inflamáveis, atingindo o armazém da respectiva unidade. O armazém encontrava-se próximo da área dos inflamáveis e, por esta razão, o fogo atingiu a estrutura do armazém. No momento da explosão, 10 colaboradores da empresa encontravam-se no interior das instalações do armazém. Isto aconteceu por volta das 09:00h. A brigada de incêndios interna foi accionada e, 15 minutos após a explosão, o incêndio foi considerado fora de controlo, tendo sido accionados os órgãos públicos – Corporação de Bombeiros. O armazém continha matérias-primas importadas – princípio activo dos medicamentos - e um stock de vendas para três meses. A consequência deste incêndio no armazém foi a inutilização dos produtos em stock, o que colocou em risco as vendas da empresa e a respectiva produção de certos medicamentos que necessitam das matérias-primas importadas. A estrutura do armazém acabou por ruir, fazendo com que todo o stock ficasse sem condições de utilização operacional. Questões Estratégicas Como poderá a indústria evitar as quebras no abastecimento do mercado se os seus produtos para entrega imediata não estão operacionais? Como aumentar a produção se não se possuem as respectivas matérias-primas?

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Plano de Continuidade de Negócio Ferramenta de Gestão estratégica No ano anterior, a sede europeia deste laboratório solicitou que todas as unidades fabris possuíssem um Plano de Continuidade de Negócio (PCN). Era exigido que este plano tivesse a participação activa de todos os gestores estratégicos, com o objectivo de haver proposições reais na operacionalização do PCN. Na estrutura de um PCN existem dois pontos de extrema importância: ≥ Identificação dos Riscos que colocam em causa os objectivos estratégicos da empresa; ≥ Identificação dos processos considerados críticos e essenciais da empresa. A resposta a estas duas perguntas é a base do PCN, pois sem elas não existem condições de propor uma estratégia de continuidade. No caso descrito, as duas questões estratégicas relacionavam-se com o stock de produtos acabados e a produção. Para a reposição do stock foi criado um plano que consistia em duplicar a produção com a execução de turnos extras de trabalho, e foi implementada uma estratégia operacionalizada em que os distribuidores possuíam um stock extra dos seus pedidos – um aumento de 10%. Estes 10% extras de stock eram compensados com prazos de pagamento mais alargados, o que facilitou a negociação e a aceitação da estratégia por parte dos distribuidores. Desta forma, a produção e o respectivo stock veriam o impacto do incidente reduzido. O obstáculo ficou na produção e armazenamento das matérias-primas, uma vez que sem o princípio activo importado não existem condições para se realizar a respectiva produção. A decisão estratégica implementada passou por haver um armazenamento de 30% de cada matéria-prima em todas as unidades do Brasil . Desta forma, se houvesse uma contingência física, estaria disponível aproximadamente 60% das necessidades de matérias-primas. Em paralelo, foram criadas directrizes descritas para todas as áreas da empresa sobre como procurar outro imóvel para JANEIRO A MARÇO ‘10

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servir de armazém, sobre a engenharia para reconstruir o armazém, entre outras. Com estas estratégias planeadas, a respectiva indústria reduziu drasticamente os impactos a nível operacional, financeiro e mercado. A visão estratégica de um PCN é de vital importância para a sua eficácia. A empresa aqui em análise conseguiu voltar às suas actividades produtivas essenciais em 2 dias e em 35 dias regressou à normalidade. CONCEITO DE GESTÃO DE CONTINUIDADE DE NEGÓCIO - GCN “A gestão para a continuidade de negócio é o acto de antecipar incidentes que irão afectar os processos e funções críticas de missão da organização e garantir que esta responda a qualquer incidente de maneira planeada e ensaiada.”.

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CAPA

Esta é a definição usada pelo Instituto para a Continuidade de Negócio – Business Continuity Institute (BCI). Mas existem ainda outras definições de GCN. Algumas enfatizam a combinação de disciplinas de gestão e actividades que ajudam a garantir a operação contínua das funções essenciais de negócio sob quaisquer circunstâncias. A definição do Instituto para a Continuidade de Negócio enfatiza três elementos essenciais: É o acto de antecipar incidentes …’ A organização precisa examinar os riscos e ameaças a que está exposta e considerar qual a melhor forma de lidar com eles caso ocorra um incidente. A escolha da palavra “incidente”, ao invés de “desastre”, é importante. O termo “desastre” invoca imediata-

mente imagens de uma explosão, incêndio ou inundação. O termo “incidente” inclui essas ocorrências, mas também abarca as falhas de energia, fraude, contaminação de produtos, poluição do meio ambiente, falência de fornecedores essenciais e outras situações que não estão normalmente associados ao termo “desastre”. ‘… que irão afectar os processos e funções críticas de missão …’ A GCN está relacionada com incidentes significativos que têm um considerável impacto sobre as actividades nucleares da organização. Está longe de desviar qualquer esforço para documentar procedimentos para as falhas de processos operacionais quotidianos. Ainda que a existência desses processos seja necessária, a GCN enfatiza o todo, a sobrevivência da organização.


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CAPA

‘…garantir que esta responda a qualquer incidente de maneira planeada e ensaiada’. Este elemento da definição abrange o planeamento, o envolvimento significativo do pessoal apropriado, a aceitação, o domínio do plano e os testes completos que são requisitos essenciais para uma resposta adequada. Dito isto, a GCN não se reduz à existência de um plano. Um aspecto proactivo da GCN é garantir que as medidas para reduzir a probabilidade de problemas sejam introduzidas e que surjam elementos de resiliência e contingência nas operações – faz parte do estabelecimento da cultura de GCN. ETAPAS DA GESTÃO DA CONTINUIDADE DE NEGÓCIO – GCN O ciclo de vida da gestão para a continuidade de negócio, segundo o guia do Instituto para a Continuidade de Negócio, possui cinco etapas que permitem ao gestor controlar e identificar falhas no seu planeamento. O progresso do processo de continuidade deve ser sempre medido em comparação com todo o ciclo de vida de gestão e através de toda a organização. Não podemos esquecer que a continuidade de negócio é um processo, logo, não deve ser estanque.

PROGRAMA DE GESTÃO PARA A CONTINUIDADE DE NEGÓCIO ≥ Estratégia de GCN e Política de GCN para a Organização (Corporativa); ≥ Gestão para a Continuidade de Negócio; ≥ Prontidão para incidentes e resposta. Etapa 1: Entender o negócio ≥ Estratégia organizacional – Factores Críticos de Sucesso; ≥ Análise do impacto sobre o negócio; ≥ Avaliação dos riscos e controlo. Etapa 2: Estratégias de Gestão para a Continuidade de Negócio: ≥ Estratégia de GCN para a Organização (Corporativa);

CICLO DE CONTINUIDADE DO NEGÓCIO

1 TREINO AUDITORIA E MANUTENÇÃO

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ANÁLISE E COMPREENSÃO DO NEGÓCIO

GESTÃO DE CONTINUIDADE

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ESTRATÉGIAS DE GCM

DE NEGÓCIO

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DESENVOLVER UMA CULTURA DE GCM

≥ Estratégia de GCN a Nível de Processo; ≥ Estratégia de GCN de recursos para recuperação. Etapa 3: Desenvolver e implementar uma resposta de GCN ≥ Gestão da crise, relações públicas e a comunicação social; ≥ Planos para a continuidade de negócio (PCN); ≥ P lanos para unidades de negócio, resposta a incidentes. Etapa 4: Desenvolver uma cultura de gestão para a continuidade de negócio ≥ Avaliar; ≥ Projectar e produzir; ≥ Medir os resultados. Etapa 5: Exercitar, manter e auditar ≥ Exercitar os planos de GCN; ≥ Manutenção da GCN; ≥ Auditar a GCN. CONCLUSÃO A GCN não pode ser uma actividade isolada ou secundária. A cultura de GCN precisa influenciar as estratégias e decisões de negócio.

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DESENVOLVER UMA ESTRATÉGIA DE GCM

A função da continuidade de negócio deve ter um envolvimento no processo de desenvolvimento dos planos corporativos e de negócio – embora se a cultura de continuidade de negócio estiver suficientemente desenvolvida dentro da empresa, as considerações de continuidade serão uma parte natural do desenvolvimento destes planos. A GCN é um projecto contínuo. Embora a maior parte do trabalho na empresa possa estar envolvido pela directriz “erguer a empresa das cinzas”, o trabalho de GCN continuará, talvez menos intensamente, ao introduzirem-se medidas de redução do risco, estratégias de recuperação e ao criarem-se planos iniciais . O gestor não pode descansar uma vez que os planos iniciais tenham sido produzidos. Tem de haver uma responsabilização e envolvimento contínuos no processo. Deve insistir-se em relatórios regulares e devem ser efectuadas recomendações. O grupo de trabalho criado no início do processo precisa continuar a funcionar. Para finalizar, reforçamos a necessidade da GCN ser um processo contínuo, de tal forma que a sua actualização deverá ser constante. JANEIRO A MARÇO ‘10

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FABRICO NACIONAL

Segurança especializada para um mercado global GLOBAL FIRE EQUIPMENT Gonçalo Sítima e Maria João Conde

A GLOBAL FIRE EQUIPMENT (GFE) é uma empresa de referência mundial no fabrico de Sistemas Automáticos de Detecção e Alarme de Incêndio (SADI). Os seus equipamentos controlam e garantem a segurança de alguns dos mais complexos edifícios do mundo. Conversámos com João Paulo Ajami, fundador e director-geral da empresa algarvia, e descobrimos como a implementação de uma estratégia global num sector tecnológico altamente especializado poderá ser a chave para um negócio de sucesso. JANEIRO A MARÇO ‘10


ID

FABRICO NACIONAL

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GLOBAL FIRE EQUIPMENT, S.A. o sector da construção e da segurança no último ano. As elevadas perdas verificadas em Espanha, Islândia e, principalmente, em Itália não comprometeram o desempenho global de empresa, uma vez que outros mercados importantes (como Brasil, Inglaterra ou Noruega) registaram um crescimento notável.

Fundação 1994 Linha de negócio Fabrico de sistemas automáticos de detecção e alarme de incêndio. Capital social 180.000€ Volume de negócios anual 4.000.000€ Empregados 40 Área fabril 1.500 m2 PRINCIPAIS PRODUTOS COMERCIALIZADOS Centrais de detecção e alarme de incêndio, botões manuais de alarme, sirenes e sinalizadores.

Apesar de ser um dos poucos fabricantes portugueses de equipamentos de segurança electrónica, a Global Fire Equipment (GFE) orgulha-se principalmente de ser uma empresa internacional e multicultural. As suas origens remontam a 1994, na Dinamarca, quando João Paulo Ajami criou a IAS Denmark, cuja actividade se centrava na elaboração de projectos e na revenda de equipamentos de detecção de incêndio. Com a viragem do milénio surgiu a vontade de crescimento e de reposicionar a empresa na cadeia de valor da segurança. Em 2000 João Paulo uniu esforços com dois sócios portugueses, Luís Magalhães e Pedro Coutinho, e deslocou-se para o Algarve, fundando a International Alarm Supplies (IAS). Passados 10 anos, e já com a designação Global Fire Equipment (desde 2004), a empresa consegue exportar directamente para 52 países dispersos pelos 5 continentes. A GFE tem agora 40 colaboradores, atingiu em 2009 um volume de facturação perto dos 4 milhões de euros e exporta 73% da sua produção. A estratégia da empresa algarvia

está direccionada para as instalações de gama elevada - aeroportos, hotéis, centros comerciais, universidades, complexos industriais, entre outros. Os Aeroportos brasileiros do Rio de Janeiro, Manaus, Belém, o Aeroporto de Moscovo ou a Base Esperanza na Antárctida são apenas algumas das instalações de referência protegidas por equipamentos da GFE. Em Portugal, no entanto, a estratégia da GFE é ligeiramente diferente do resto do mundo. Apesar de também estar presente no mercado de nível elevado, tem-se verificado desde 2004 uma crescente aposta na comercialização de equipamentos convencionais para o mercado low-end (cafés, mercados, bares, lojas de pequena dimensão). O resultado tem sido um aumento substancial das vendas em território nacional, tendo-se verificado, no último ano, um incremento dos 10% para os 27% do total de vendas da empresa. A presença nos diversos mercados internacionais foi fundamental para combater o contexto económico-financeiro que assolou

ALTA ESPECIALIZAÇÃO A detecção e alarme de incêndio estão de tal forma presentes no código genético da GFE que o eventual alargamento para outras áreas da segurança não se encontra nos seus planos de crescimento. A aposta permanece, desde o início, na elevada especialização de produto e na qualidade e durabilidade dos equipamentos. Algumas das qualidades comummente associadas aos produtos são a robustez e simplicidade electrónica e a resistência a condições ambientais adversas, como sejam as elevadas variações de temperatura ou a descargas atmosféricas. Estas são características que possibilitam que a GFE possa estar presente em tantos países, vários deles com condições climáticas extremas. A experiência adquirida pelos profissionais da GFE teve um papel essencial na definição de algumas das características dos produtos. João Paulo Ajami revela que o trabalho que desenvolveu junto de instaladores revelou-se fulcral na fase de investigação e desenvolvimento. Não basta considerar o desempenho electrónico dos equipamentos ou a sua configuração estética, é igualmente importante salvaguardar uma fácil e eficiente instalação e montagem. Dado que os utilizadores e/ou instaladores dos equipamentos de segurança electrónica nem sempre têm a formação e a competência técnica desejável, a GFE apostou em criar produtos de fácil utilização e “à prova de bala”, isto é, com um elevado nível de resistência. Os ensaios efectuados têm normalmente como referência os padrões da VdS, cujas exigências são superiores às estabelecidas na Norma Europeia EN-54. Contudo, não bastam as características intrínsecas dos equipamentos para se assegurar uma eficaz protecção contra incêndio. JANEIRO A MARÇO ‘10

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≥ Equipamento de inspecção visual automática.

É essencial garantir a formação técnica da cadeia de valor da segurança directamente relacionada com a distribuição, instalação, manutenção e utilização dos sistemas. A experiência internacional da GFE permite-lhe concluir que a falta de formação é, na sua maioria, a principal causa das avarias e falhas dos SADI. Apesar de a empresa assegurar a formação técnico-comercial de todos os seus distribuidores, a sua posição no mercado não lhe permite garantir que o conhecimento técnico é transmitido aos instaladores e utilizadores dos seus equipamentos. Nesta área, o sector tem vindo a melhorar, mas ainda falta percorrer um longo caminho, admite o director-geral da empresa. Num mercado dominado por fabricantes de grande dimensão, a GFE tem procurado ganhar terreno através de um serviço flexível e dedicado. A aposta na personalização dos seus produtos consoante as exigências dos clientes tem sido um método eficaz. Como caso exemplificativo, refira-se o de uma empresa norueguesa especializada em soluções de protecção contra incêndio em estufas de 26

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FABRICO NACIONAL

≥ Prateleira de “burn-in” para testes finais da central Junior. Todas as centrais fabricadas pela GFE ficam em funcionamento a carga máxima durante um período de pelo menos 24 horas para despistar possíveis falhas prematuras.

cultivo intensivo de legumes (uma actividade muito vulnerável aos perigos de incêndio, uma vez que as estruturas são construídas em materiais altamente inflamáveis e que, em caso de incêndio, as perdas materiais e económicas são muito avolumadas). O índice de resistência das unidades de controlo devido à utilização de uma caixa em alumínio, a robustez electrónica e as modificações personalizadas às necessidades do cliente, fizeram com que fosse possível à GFE criar uma solução de segurança específica para este tipo de aplicação. Contrariamente ao mercado das soluções convencionais, a acção exercida junto de certos nichos de mercado e de instalações altamente especializadas (como a referida anteriormente) tem o benefício de criar uma elevada fidelização de clientes. Este relacionamento próximo permite também obter o feedback necessário para introduzir inovações nos produtos e encontrar novas soluções de segurança. Esta informação é depois processada no interior da empresa por uma equipa de engenharia dedicada

quase em exclusivo à investigação e desenvolvimento de produto. Para além da elevada dedicação a cada projecto/cliente, a qualidade de serviço da GFE passa ainda por uma política de garantia vitalícia dos seus produtos. Por outro lado, a empresa procura respeitar prazos de entrega extremamente curtos (principalmente se considerarmos que a GFE opera a nível global), uma estratégia que dificultou em muito a selecção dos fornecedores de matérias-primas, mas que permite aumentar o seu nível de competitividade internacional. ONE-STOP SHOP Este ano a Global Fire Equipament poderá celebrar a sua primeira década de existência ao tornar-se numa empresa de sistemas, capaz de oferecer todos os componentes e equipamentos que compõem um SADI. A linha de produtos ficará completa com o início da produção dos detectores de incêndio, juntando-se às já existentes centrais de detecção e alarme de incêndio (unidades de


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© Eduardo Tavares

INTERNACIONAL

≥ Impressão semi-automática de pasta SMT.

controlo), botões manuais de alarme, sirenes e sinalizadores. As centrais de detecção de incêndio são a principal referência da GFE e o destaque recai sobre a Juno-Net, uma central endereçável analógica capaz de gerir sistemas de segurança de elevada complexidade e de controlar até 12.000 dispositivos. Esta central é também compatível com os protocolos MODBUS e BMS, utilizados na integração de sistemas de domótica. A gama de centrais inclui ainda a Junior, uma central endereçável para instalações mais simples, e a Orion, a central convencional. Quanto à gama de sirenes da GFE, é possível também encontrar equipamentos convencionais e endereçáveis. Algumas das características principais das sirenes da GFE são o seu baixo consumo energético e a capacidade de terem detectores acoplados, criando um dispositivo uno de alarme e detecção. Esta solução surgiu em 1992 como resposta às exigências do mercado inglês, onde os custos de instalação são muito elevados e onde é obrigatória a instalação

de um detector e uma sirene em todos os quartos dos hotéis. Outra das inovações da GFE que foi amplamente aceite em Inglaterra foi a sirene áudio/visual, que emite um sinal luminoso conjuntamente com o sonoro, e que visa evitar a discriminação de pessoas com deficiências auditivas. Num futuro próximo, será lançada uma nova versão da sirene Valkyrie, equipada com um sintetizador de voz personalizável. Será uma sirene endereçável, ou seja, comandada directamente pela central. Os códigos enviados pela central são entendidos pela sirene no sentido de ser emitida a mensagem de préalarme, alarme, evacuação, teste, etc. QUALIDADE DE VIDA Uma empresa de base tecnológica tem a capacidade de operar a partir de qualquer ponto do mundo. A saída da Dinamarca implicou equacionar vários países como destino, mas a escolha de Portugal e, mais concretamente, do Algarve, teve um motivo principal: a boa qualidade de vida. É este o

espírito que move a GFE e os seus administradores. Descontraído no seu profissionalismo, João Paulo Ajami refere que o bem-estar de todos os funcionários é essencial para o sucesso da empresa. A escolha de postos de trabalho individuais em detrimento de uma linha de produção permite criar um maior conforto e que o trabalho desenvolvido pelos funcionários não seja descontextualizado, isto é, permite que cada trabalhador conheça o produto final em que está envolvido. A empresa disponibiliza também transporte próprio para os funcionários e até massagens para aqueles que, devido à sua função, têm algum desgaste físico. “A empresa é as pessoas”, declara João Paulo Ajami, salientando que a comunicação entre chefia e funcionários é um elemento fundamental na política de recursos humanos, assim como uma interacção dinâmica e regular entre os funcionários, procurando construir-se um espírito de equipa produtivo.

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Ventilação de impulso em parques de estacionamento cobertos João Viegas e Vitor Pedroso LNEC - Laboratório Nacional de Engenharia Civil


INFORMAÇÃO TÉCNICA

ENQUADRAMENTO A partir de meados dos anos 90 do século passado foi iniciada em Portugal a aplicação de ventilação de impulso em parques de estacionamento cobertos com a finalidade de realizar o escoamento para o exterior dos poluentes emitidos pelos veículos, assegurando uma qualidade do ar interior adequada à permanência dos ocupantes da edificação, e com a finalidade de assegurar o controlo de fumo em caso de incêndio. Verifica-se que a solução regulamentar prescrita para a ventilação de despoluição e para o controlo de fumo (quer à luz do regulamento cessante, o Regulamento de Segurança Contra Incêndio em Parques de Estacionamento Cobertos – Decreto-lei 66/95 –, quer à luz da nova regulamentação, o Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios – Portaria 1532/2008) apresenta algumas particularidades, nomeadamente: implica o encerramento das aberturas de comunicação, obriga à implementação de uma rede de condutas (sendo o espaço que estas ocupam importante) e a adopção de compartimentação dificulta a vigilância do parque para protecção dos utentes contra a pequena criminalidade. Esse novo sistema de ventilação e de controlo de fumo procura obviar a estes inconvenientes e baseia-se na aplicação de ventiladores de impulso suspensos no tecto do parque de estacionamento coberto como forma de impor o escoamento do fumo com a direcção desejada para a sua exaustão, reduzindo ou impedindo o seu escoamento para as zonas que se pretende proteger. A exaustão do fumo e a insuflação do ar novo são realizadas através de ductos, providos de ventiladores axiais, situados normalmente na periferia do parque. Através do conhecimento da localização das principais fontes de poluentes, em ventilação de despoluição, ou das fontes de calor, em situação de incêndio, é possível adequar o funcionamento do sistema de ventilação de impulso de forma a optimizar o seu desempenho. Este tipo de tecnologia é correntemente utilizada nos túneis rodoviários com ventilação longitudinal1, mas a sua aplicação a um espaço de características marcadamente bidimensionais levanta problemas adicionais que

devem ser objecto de uma análise cuidada. A nova regulamentação de segurança contra incêndio, Decreto-lei 220/2008, embora sendo prescritiva na solução que aponta, inclui uma cláusula de excepção, o art.º 14.º, que permite a adopção da figura de “perigosidade atípica” e possibilita que o projectista adopte outros meios de mitigação do risco de incêndio, desde que tecnicamente justificado. Recorrendo a esta figura é possível enquadrar a utilização deste novo sistema no contexto desse regulamento. Constituindo um sistema inovador, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) tem colaborado com a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) na avaliação do desempenho desses sistemas de ventilação e de controlo de fumo, verificando em cada instalação concreta a sua conformidade com os princípios da segurança e da habitabilidade2. A prática tem evidenciado, pelo número de instalações consideradas adequadas, a utilidade deste tipo de sistemas. Verifica-se que ainda não estão claramente estabelecidas as regras de concepção e dimensionamento dos sistemas de ventilação de impulso, pelo que a avaliação do desempenho passa necessariamente por uma actividade experimental casuística cujo resultado é determinante para a confirmação da segurança do parque de estacionamento. Assim, a avaliação do desempenho dos sistemas de ventilação de impulso tem sido conduzida em duas etapas: uma primeira onde é feita a análise do projecto e uma segunda em que é realizado o seu ensaio em obra. Enquanto a análise de projecto se destina apenas a verificar se existem debilidades básicas que venham a pôr em causa o desempenho final do sistema de ventilação e de controlo de fumo, os resultados do ensaio são determinantes para a qualificação final do sistema. ASPECTOS TÉCNICOS DA IMPLEMENTAÇÃO DA VENTILAÇÃO DE IMPULSO A utilização de ventiladores de impulso, associados a ventiladores axiais colocados

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perifericamente no piso do parque de estacionamento, permite orientar o escoamento do fumo e intensificar a taxa de ventilação nos locais onde se situa a fonte de calor. A adequada disposição dos ventiladores de impulso permite gerar velocidades que podem limitar o escoamento do fumo em jacto de tecto. A sua utilização assenta na seguinte estratégia: ≥ 1. Escoar o fumo tanto quanto possível para o ponto de exaustão mais próximo; a exaustão tão próxima quanto possível do foco de incêndio permite reduzir o caudal de fumo a exaurir. ≥ 2. A evacuação dos ocupantes deve ser realizada de jusante para montante ou perpendicularmente ao escoamento, para que os ocupantes possam percorrer a menor distância para sair da zona afectada pelo fumo e manterem-se o mais longe possível desta. ≥ 3. Os bombeiros devem intervir de montante para jusante do escoamento, de forma a desenvolverem a operação de combate ao incêndio tanto quanto possível fora da zona enfumada (assim, não só têm melhores condições ambientais para operarem como maximizam a visibilidade, permitindo uma melhor identificação do foco de incêndio). Para que o funcionamento dos ventiladores de impulso possa ter a eficácia desejada há que respeitar um conjunto de condições, de entre as quais se identificam as seguintes: ≥ 1. A disposição dos ventiladores de impulso deve evitar a existência de zonas de estagnação. ≥ 2. O caudal induzido no escoamento do jacto deve ser escoado para o exterior; de outra forma são geradas recirculações entre o jacto e a toma dos ventiladores de impulso que tendem a dispersar o fumo gerado num incêndio. ≥ 3. Como o caudal induzido no escoamento do jacto é grande quando comparado com as exigências de ventilação regulamentares, é correntemente necessário adoptar soluções construtivas que permitam desenfumar a zona sinistrada com caudais significativamente

nde a insuflação e a exaustão podem ser feitas apenas pelos portais ou também através de aberturas existentes com essa finalidade específica, designadas por O extracções massivas. 2. Foi celebrado em 2004 um protocolo de colaboração entre estas duas entidades tendo em vista a avaliação do desempenho deste tipo de sistemas de ventilação e de controlo de fumo. 1.

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≥ Exemplo de um ventilador de impulso instalado num parque de estacionamento coberto.

maiores do que os exigidos regulamentarmente, usando para isso parte da capacidade de ventilação adstrita a outras zonas do parque de estacionamento. ≥ 4. Dado que os ventiladores de impulso podem não conseguir gerar um campo de velocidade que evite o escoamento do fumo para montante entre ventiladores de impulso colocados paralelamente, é desejável que exista uma linha de ventiladores de impulso disposta a montante desta. Assim, enquanto a primeira linha assegura a diluição do fumo, reduzindo a sua velocidade, a segunda pode gerar, com maior eficácia, um campo de velocidade adequado para limitar o escoamento do fumo. ≥ 5. O conjunto de ventiladores de impulso activados em caso de incêndio deve ter assim uma implantação mais ampla do que a zona de detecção de incêndio. ≥ 6. Deve evitar-se a existência de jactos que criem pressões positivas significativas nas paredes periféricas do parque de estacionamento, sendo por vezes necessário manter inactivos os ventiladores de impulso mais próximos destas. Estas pressões positivas podem sobrepor-se às depressões geradas pelos ventiladores de exaustão, reduzindo assim a sua eficácia. ≥ 7. A disposição dos ventiladores de impulso deve ser equilibrada para que a acção do impulso sobre a massa de ar não tenha tendência a gerar vórtices envolvendo partes significativas do domínio. Esses vórtices podem promover o escoamento do fumo para zonas a montante dos ventiladores de impulso. A VENTILAÇÃO DE IMPULSO E A COMPARTIMENTAÇÃO Poderá haver condições para se prescindir da compartimentação entre diferentes 30

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≥ Exemplo de uma abertura de exaustão ligada a um ventilador.

cantões do mesmo piso desde que o sistema limite satisfatoriamente o escoamento do fumo. A compartimentação tem também a função fundamental de impedir a propagação do incêndio; todavia, se a ventilação de impulso criar condições para uma rápida e mais fácil intervenção dos bombeiros essa função fica esvaziada de conteúdo. A inexistência de compartimentação facilita a utilização de caudais mais elevados para a desenfumagem, uma vez que podem ser mobilizados caudais de outros ventiladores de insuflação/exaustão que ficariam inacessíveis caso existisse a compartimentação. Se existir essa compartimentação, os vãos de passagem de veículos devem ser encerrados com componentes resistentes ao fogo ou apenas ao fumo, dependendo da estratégia adoptada e da distância das possíveis fontes de calor a esses elementos amovíveis de compartimentação. Algumas vezes é possível não encerrar esses vãos de passagem, devendo nesse caso gerar-se escoamentos de velocidade suficientemente elevada de forma a não permitir o escoamento do fumo para montante. No caso da compartimentação entre pisos a situação é diferente, dado que aqui o efeito da impulsão pode conduzir a escoamentos ascendentes muito rápidos. O fumo não deve ter possibilidade de ultrapassar a base da rampa, para que não seja possível o estabelecimento de efeito de chaminé. Se esta condição for cumprida estas aberturas comportam-se de forma idêntica às aberturas entre cantões do mesmo piso. Para que seja possível prescindir do encerramento dos vãos de ligação entre pisos devem ser tidos em conta os seguintes aspectos: ≥ Assegurar escoamento descendente nas rampas, quer através da insuflação de

caudais elevados no piso acima do sinistrado (neste caso a velocidade é aproximadamente uniforme em todo o vão da rampa, sendo o caudal necessário muito elevado), quer através da utilização de ventiladores de impulso na rampa (neste caso os ventiladores podem criar velocidades mais elevadas na parte superior do vão de passagem, onde se tende a acumular o fumo, requerendo assim caudais menos significativos). ≥ Pode ocorrer a redução da eficácia da exaustão no piso sinistrado devido à admissão de ar novo, proveniente de outros pisos, através das rampas que se encontrem na proximidade das aberturas de exaustão. Nesses casos é necessário reduzir o caudal admitido para o piso sinistrado através das rampas pela oclusão parcial ou total destas (por exemplo, usando cortinas resistentes ao fumo ou portões corta-fogo). Note-se que o elevado caudal é originado pelo elevado nível de velocidade requerido para se evitar a sua transposição pelo fumo; se o vão tiver uma secção de menor área, o caudal poderá ser suficientemente reduzido para que não tenha impacte significativo sobre a exaustão no piso sinistrado, sendo neste caso desnecessário proceder ao encerramento total da rampa. METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE VENTILAÇÃO E DE CONTROLO DE FUMO INOVADORES A metodologia de avaliação de sistemas de ventilação e de controlo de fumo inovadores foi estabelecida e tem sido aplicada pelo LNEC no âmbito da avaliação do desempenho de sistemas de ventilação de impulso. Este processo tem sido aplicado nos casos em que com este tipo de sistema se pretende


≥ Limitação do escoamento de fumo com ventiladores de impulso.

≥ Exemplo de ventilador de impulso instalado numa rampa.

≥ Realização de ensaio simplificado em regime isotérmico.

≥ Realização de ensaio com fonte de calor.

não implementar a compartimentação cortafogo no interior dos pisos, tal como é exigida regulamentarmente, procurando-se evidenciar que, com o seu bom desempenho, não é agravado o risco de incêndio. Esta avaliação do desempenho tem sido desenvolvida ao abrigo do protocolo de colaboração entre o LNEC e a ANPC. A avaliação técnica é desenvolvida de acordo com um conjunto de procedimentos que engloba: ≥ A análise preliminar do projecto do parque de estacionamento, cujos objectivos específicos são evitar a adopção de soluções construtivas de desempenho claramente insuficiente e definir as condições de ensaio; ≥ O ensaio do sistema de controlo de fumo. Este último é realizado ou com ensaio na instalação real com fonte de calor e de

fumo, ou com ensaio simplificado em regime isotérmico, com fonte de fumo e medição da direcção e velocidade pontual do escoamento; para além disso enquadra ainda a medição da sobrepressão nos caminhos de evacuação enclausurados e, eventualmente, a medição dos caudais dos ventiladores de exaustão. Resultam deste processo dois documentos emitidos pelo LNEC, um relativo à apreciação preliminar do parque de estacionamento com base na apreciação documental e do projecto (que pode ser utilizado pela entidade licenciadora para autorizar a construção) e outro contendo o parecer final, envolvendo quer os aspectos tidos em conta no parecer preliminar, quer os resultados dos ensaios. Este parecer final é relevante para a autorização de abertura ao público, emitido pela entidade licenciadora.

Frequentemente os ensaios são presenciados por representantes da entidade licenciadora ou pelos bombeiros, contribuindo para o esclarecimento do funcionamento deste tipo de sistemas e para a coordenação da intervenção em caso de sinistro. Considera-se que este esquema de avaliação do desempenho do sistema de ventilação e de controlo de fumo em parques de estacionamento cobertos tem contribuído para a melhoria da qualidade das instalações no estado novo, quer através da intervenção ao nível do projecto, quer na intervenção ao nível de verificação do desempenho em ensaio. Considera-se também relevante a intervenção pedagógica que tem sido realizada junto dos vários intervenientes, uma vez que actualmente se verifica que projectos mais recentes têm em conta muitos dos aspectos anteriormente referidos. JANEIRO A MARÇO ‘10

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CONCLUSÕES As vantagens do recurso a ventilação de impulso são indiciadas em termos económicos pelo facto de ter passado a constituir uma solução corrente nos parques de estacionamento de maior dimensão. É mais questionável a vantagem económica da sua utilização em parques de estacionamento de dimensão mais reduzida, onde a prática de utilização para parques maiores tem levado também alguns projectistas a procurarem utilizar este tipo de sistemas. A vantagem económica na utilização destes sistemas está intimamente associada ao nível de exigência de meios de mitigação do risco complementares: se a utilização de ventiladores de impulso obrigar à utilização de outros meios dispendiosos, o uso da ventilação de impulso deixa de ser economicamente interessante. O estudo deste tema tem permitido o estabelecimento de um conjunto de recomendações para concepção e dimensionamento deste tipo de sistemas de ventilação e de controlo de fumo para parques de estacionamento cobertos. Considera-se que estas recomendações de concepção e dimensionamento permitirão a clarificação da prática de projecto, tornando-a mais objectiva, documentada e mais fácil de avaliar; assim, considera-se que podem vir a constituir um primeiro passo no sentido de fixar as bases da comprovação da conformidade com os princípios da segurança deste tipo de projectos. Ainda assim, entende-se que existe ainda um vasto domínio de investigação que deve ser aprofundado.

Este texto foi compilado a partir dos seguintes trabalhos dos autores: VIEGAS, J. C. e Vítor M. R. PEDROSO; Avaliação de sistemas de ventilação e de controlo de fumo de parques de estacionamento cobertos. QIC2006, Encontro Nacional sobre Qualidade e Inovação na Construção, Lisboa, Portugal, 21 a 24 de Novembro de 2006. VIEGAS, João Carlos Godinho; Utilização de ventilação de impulso em parques de estacionamento cobertos. Lisboa, Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 2007. Programa conjunto de Investigação e Pós‑graduação a apresentar às provas públicas para a obtenção do título de Habilitado para o Exercício de Funções de Coordenação Científica. Publicada em 2008 na série Teses e Programas de Investigação do LNEC com o nº 55.


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Sistemas de extinção de hottes de cozinha Domingos Fernandes Business Development Support da ADT Fire & Security

Há décadas que a NFPA reconheceu que os incêndios resultantes da combustão de gorduras e óleos de cozinhas careciam de um conhecimento e tratamento especial, resultado do qual criaram uma nova e distinta classe de fogo, a Classe K. Mais relevante que a “descoberta” de uma nova classe de fogo foi todo o desenvolvimento que as instituições e empresas americanas promoveram na pesquisa de novos agentes extintores e sistemas de extinção capazes de actuar com eficiência sobre este tipo de fogos. Sistemas de actuação e extinção automática com agente extintor baseado em solução

aquosa de carbonato de potássio começaram inicialmente por ser recomendados para todas as cozinhas industriais patrocinadas pela Norma NFPA 17A. Oriundos essencialmente dos Estados Unidos estes sistemas chegaram à Europa em plena década de 80 do século passado, sob o patrocínio da globalização e com a proliferação de cadeias internacionais de “fast food”. Quando duas décadas mais tarde o organismo de normalização europeu reconheceu por fim a necessidade de criar a Classe de

Fogo F, equivalente à Classe K da NFPA, já muitos sistemas de extinção por solução aquosa de carbonato de potássio haviam sido instalados nas cozinhas industriais por toda a Europa, vencendo sobre algumas alternativas, porventura menos eficientes ou até mesmo perigosas, como sendo sistemas automáticos baseados em agentes extintores como o CO2 e a Água. A escolha da solução aquosa de carbonato de potássio como agente extintor de excelência para sistemas de extinção de hottes de cozinha deve-se ao facto das suas JANEIRO A MARÇO ‘10

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capacidades únicas de extinção pelo método abafamento sem perca de eficiência mesmo quando sujeito a altas temperaturas. Alguns dos agentes alternativos podem apresentar riscos colaterais aos utilizadores. O CO2 provoca um choque térmico elevado e a água, mesmo em pequenas partículas, provoca reacções adversas em contacto com óleos e gorduras dada à sua dilatação quando sujeita a altas temperaturas. Os sistemas de extinção de hottes de cozinha por solução aquosa de carbonato de potássio são constituídos pelos seguintes componentes: ≥ Cilindro com agente extintor – com volumes vários normalmente compreendidas entre os 4 e 22 litros, dimensionados de acordo com as dimensões da hotte e equipamentos a proteger; ≥ Dispositivo de accionamento – mecânico ou electro-mecânico para detecção automática por fusíveis térmicos ou sondas térmicas respectivamente; ≥­Elementos de detecção automática – que num sistema puramente mecânico é constituído exclusivamente por fusíveis térmicos em série num cabo de aço e num sistema electro-mecânico por sondas térmicas associadas a um controlador eléctrico; ≥­Elementos de detecção manual – ou botoneiras de disparo manual através de um cabo de aço num sistema mecânico ou botoneiras electrónicas num sistema electromecânico; ­≥ Rede de distribuição e difusores – para efectuar a distribuição de agente extintor nos pontos fundamentais da hotte e nos equipamentos a proteger. Para efectuar o desenho de um sistema de extinção para hottes de cozinha deverá ter-se em conta as dimensões da hotte, quantidade e dimensões das condutas de extracção e tipos de equipamentos a proteger e seu posicionamento relativamente à hotte, de acordo com regras de desenho definidas pelo fabricante e aprovados pelas entidades certificadoras. Os difusores são, então, distribuídos de forma regular ao longo da hotte, acima dos filtros e nas condutas de extracção para protecção da própria hotte e abaixo dos 34

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≥ 1. A ctuador Mecânico. 2. T ubagem de descarga. 3. C ilindro com agente extintor. 4. D ifusores.

filtros para protecção dos equipamentos. A quantidade de agente extintor necessário poderá variar em função dos equipamentos a proteger, por exemplo uma fritadeira requer mais quantidade de agente extintor que um pequeno fogão de idênticas dimensões. Desta forma qualquer alteração na disposição poderá implicar o redimensionamento do sistema. A altura a que os difusores são instalados em relação aos equipamentos também poderá influenciar a escolha dos mesmos já que isto implica diferentes ângulos de abertura para uma mesma área de cobertura de cada difusor. A quantidade e tipo de difusores são a base de cálculo para definição da quantidade de agente extintor necessário e consequente dimensão do cilindro e da tubagem de distribuição. As sondas ou fusíveis térmicos deverão estar distribuídos de forma eficiente e de modo a detectar incrementos significativos de temperatura junto dos riscos a proteger.

5. Actuador Manual Remoto. 6. Detectores do tipo fusível térmico. 7. Válvula de Corte de Gás. 8. Curvas.

Em Portugal, o novo Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios publicado pela Portaria n.º 1532/2008, mais propriamente no seu Artigo 175º, veio transpor pela primeira vez em regulamentos nacionais a necessidade de sistemas de extinção de hotte em cozinhas industriais, com potência acima dos 70kW, o que equivale regularmente a um fogão a gás de dimensões médias de 4 queimadores. A definição da Classe de Fogo F na Europa pela EN-2, permitiu ainda o aparecimento de extintores incêndio portáteis para esta mesma Classe de Fogo, tal como definidos pela EN-3. Não sendo o suficiente para cumprir o Artigo 175º da Portaria n.º 1532/2008, os extintores portáteis de Classe F podem ser um excelente meio de segurança, como equipamento complementar, em cozinhas industriais ou até mesmo o único meio necessário com potências instaladas abaixo dos 70kW.


Perigos e riscos das mercadorias perigosas Francisco Geraldes Formador especialista em Mercadorias Perigosas do Centro de Estudos Técnicos na ANTRAM

Mercadorias perigosas são matérias e objectos que, pelas suas características ou pelo seu estado físico, apresentam riscos para as pessoas, os animais ou o meio ambiente, podendo apresentar os seguintes riscos: explosão, inflamação, comburência,

toxicidade, infecciosidade, radioactividade, corrosão, etc. O transporte rodoviário destas mercadorias está regulado, no que diz respeito às condições de segurança a cumprir, pelo Acordo Europeu relativo ao Transporte Internacional

de Mercadorias Perigosas por Estrada – ADR (actualmente são 46 os países aderentes), que se aplica ao transporte internacional e também ao transporte no território nacional, por força da transposição de uma Directiva Europeia.



INFORMAÇÃO TÉCNICA

O ADR divide as mercadorias em grupos – Classes de Perigo – em função das suas características de perigo e/ou estado físico:

Classe 1

Matérias e objectos explosivos.

Classe 2

Gases.

Classe 3

Matérias líquidas inflamáveis. Matérias sólidas inflamáveis, matérias autoreactivas e matérias sólidas explosivas dessensibilizadas.

Classe 4.2

Matérias sujeitas a inflamação espontânea.

Classe 4.3

Matérias que em contacto com a água libertam gases inflamáveis.

Matérias comburentes.

Classe 5.2

Peróxidos orgânicos.

Classe 6.1

Matérias tóxicas.

Classe 6.2

Matérias infecciosas.

Classe 7

Matérias radioactivas.

Classe 8

Matérias corrosivas.

Classe 9

com equipamentos portáteis de extinção de incêndio cumprindo com as seguintes disposições – secção 8.1.4 do ADR: ≥ ­ Pelo menos, um extintor de incêndio portátil adaptado às classes de inflamabilidade A, B e C, com capacidade mínima de 2 kg de pó (ou com capacidade equivalente, para outros agentes de extinção aceitáveis), apto a combater um incêndio do motor ou da cabine da unidade de transporte;

Classe 4.1

Classe 5.1

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­≥ Um ou mais extintores, com as características do anterior, mas cuja capacidade depende da massa máxima admissível (MMA) do veículo, como se ilustra a seguir: MMA < 3,5 ton – 4 Kg 3,5 ton < MMA < 7,5 ton – 8 Kg (pelo menos um de 6 Kg) MMA 7,5 ton – 12 Kg (pelo menos um de 6 Kg) A estas quantidades podemos descontar a quantidade do primeiro, pelo que, no cumprimento do ADR as unidades de transporte terão de estar equipadas, pelo menos, como se mostra a seguir: MMA do veículo

Capacidade dos extintores

< 3,5 ton

2Kg + 2Kg

3,5 ton mas < 7,5

2Kg + 6Kg

7,5 ton

2Kg + 12Kg ou 6Kg + 6Kg ou 2Kg + 4Kg + 6Kg ou ...

Matérias e objectos perigosos diversos.

De entre elas realçamos as Classes 2 e 3, por serem onde o risco de incêndio, associado às próprias matérias, é mais evidente, se bem que haja muitas outras que não apresentando esse perigo como característica principal, também são inflamáveis. De facto, entre as matérias mais transportadas salientamos os combustíveis líquidos (gasolinas, gasóleos, combustíveis para a aviação…) e gasosos (butano, propano, gás natural…), tintas e diluentes,

quer sejam transportados em embalagens ou em cisterna. Não podemos também deixar de realçar o risco de incêndio associado a alguns componentes dos veículos como sejam os travões, os pneus ou os materiais da cabina.

≥ Estes extintores devem estar instalados a bordo da unidade de transporte de forma que sejam facilmente acessíveis à tripulação. A sua instalação deve protegêlos dos fenómenos climatéricos de modo a que as suas capacidades operacionais não sejam afectadas.

EQUIPAMENTOS DE EXTINÇÃO Para uma primeira intervenção, o ADR prescreve que as unidades de transporte de mercadorias perigosas estejam equipadas

­≥ Devem estar munidos de um selo que permita verificar que não foram utilizados. Além disso, devem ostentar uma marca de conformidade com uma norma reconhecida JANEIRO A MARÇO ‘10

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por uma autoridade competente, bem como uma inscrição que indique pelo menos a data (mês, ano) da próxima inspecção periódica ou a data limite de utilização. ­≥ No caso de as quantidades transportadas não ultrapassarem os limites estabelecidos em 1.1.3.6, basta um extintor de 2 kg de pó químico ou capacidade equivalente para outros agentes de extinção. De referir que o ADR permite transportar mercadorias perigosas em determinadas condições de acondicionamento e quantidade, que torna o transporte completamente isento do cumprimento da totalidade das prescrições do próprio ADR, pelo que também não são obrigatórios os extintores. FORMAÇÃO DOS CONDUTORES Os condutores de veículos de mercadorias perigosas devem ser possuidores de um Certificado, emitido pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres – IMTT, após a frequência de um curso junto de uma entidade certificada para o efeito, como a ANTRAM, e aprovação em exame. Para frequentar o curso são exigidos comprovativos de aprovação em exame médico e psicológico, para além de serem detentores de um título de condução definitivo (há pelo menos 3 anos de acordo com o Código da Estrada). O ADR impõe que a tripulação do veículo deve saber utilizar os aparelhos de extinção de incêndios pelo que, na formação dos motoristas, é obrigatório a existência de exercícios práticos individuais de luta contra incêndios. Os elementos da tripulação, não condutores, também deverão ter uma formação prática de utilização de extintores que deverá estar registada na empresa. Estes exercícios práticos, no caso da formação da ANTRAM, são ministrados em corporações de bombeiros municipais ou voluntários, às quais foi explicado o pretendido de forma a serem criadas as condições necessárias para que os condutores sejam colocados perante um cenário semelhante com um possível acontecimento real. 38

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INFORMAÇÃO TÉCNICA

Esta formação prática é precedida de uma componente teórica onde são abordados temas como o fenómeno do fogo, classes de fogos e agentes extintores que pode ser ministrada durante a formação em sala ou na altura dos exercícios práticos. É fundamental que a actuação da tripulação do veículo, em caso de incêndio, seja rápida e eficaz e que se faça em condições de segurança. É neste pressuposto que os exercícios práticos têm uma importância fundamental na formação dos intervenientes, para uma correcta e segura utilização dos extintores. A tripulação também deve ter ao seu dispor um conjunto de instruções, elaboradas pela empresa, que estabeleçam os procedimentos em caso de incêndio ou outro incidente (actuação, comunicação, sinalização, etc.), para além das prescritas nas Instruções Escritas (Ficha de Segurança) que se encontram a bordo de qualquer veículo de mercadorias perigosas e que, actualmente, é única para todas as matérias. De entre as várias medidas da Ficha de Segurança, a tomar em caso de emergência ou de acidente, destacamos as relacionadas com as precauções/procedimentos para prevenir ou actuar em caso de incêndio: ­≥ Evitar fontes de ignição, em particular não fumar nem acender qualquer equipamento eléctrico; ­≥ Quando for possível e seguro, utilizar os extintores para neutralizar qualquer início de incêndio nos pneus, nos travões ou no compartimento do motor; ≥ ­ Os membros da tripulação do veículo não devem tentar neutralizar os incêndios que se declarem nos compartimentos de carga. De referir que é proibido fumar no interior e nas proximidades do veículo ou contentor durante as operações de carga, descarga, manuseamento e movimentação de todas as mercadorias perigosas.

Os aparelhos portáteis de iluminação utilizados (equipamento obrigatório para qualquer mercadoria perigosa) não devem apresentar qualquer superfície metálica susceptível de produzir faíscas. PRESCRIÇÕES ADICIONAIS RELATIVAS AO TRANSPORTE DE MATÉRIAS LÍQUIDAS OU GASOSAS INFLAMÁVEIS Para estas matérias que, como referido atrás, representam uma parte significativa das mercadorias perigosas transportadas por estrada há um conjunto de prescrições particulares de modo a prevenir um possível incêndio. ≥ ­ É proibido penetrar no compartimento de carga de veículos cobertos que transportem líquidos com ponto de inflamação não superior a 60 ºC ou matérias ou objectos inflamáveis da classe 2 com aparelhos de iluminação portáteis que não tenham sido especificamente concebidos e construídos de modo a não poderem incendiar os vapores ou gases inflamáveis que possam ter-se expandido no interior do veículo. ≥ ­ É proibido fazer funcionar os aparelhos de aquecimento a combustão dos veículos FL (veículos para líquidos com ponto de inflamação não superior a 60 ºC ou gases inflamáveis, em cisterna) durante a carga e a descarga, bem como nos locais de carga. ­≥ No caso de veículos FL, deve ser estabelecida uma boa conexão eléctrica entre o chassi do veículo e a terra antes do enchimento ou da descarga das cisternas. Além disso, a velocidade de enchimento será limitada. Pretendeu-se, com esta breve explicação, mostrar como o perigo de incêndio é tratado na regulamentação relativa ao transporte de mercadorias perigosas e como são impostas um conjunto de regras para prevenir, para equipar o veículo, para formar a tripulação e para tomar medidas se, no decurso de um transporte, se declarar um princípio de incêndio.


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Cabos resistentes ao fogo A DIFERENÇA ENTRE “INTEGRIDADE FUNCIONAL” E “RESISTÊNCIA DO ISOLAMENTO” AO FOGO Eduardo Soares Director Adjunto Comercial da Policabos

João Nabo Gestor de Produto da Policabos

As investigações realizadas após catástrofes que resultaram num elevado número de vítimas por incêndio ou acidente, culminaram na necessidade de utilização de determinados materiais construtivos que consigam reduzir exponencialmente o risco potencial, gerando deste modo um maior grau de segurança em caso de incêndio. Assim, em conformidade com as normas estipuladas para a construção, os sistemas de cabos eléctricos usados em sistemas de segurança têm que conter protecção intrínseca ou componentes adicionais que lhe permitam permanecer operacionais durante tempo suficiente (integridade estrutural) para garantir a resposta de emergência em caso de incêndio. A integridade funcional é extensível a todos os componentes utilizados, tanto nos sistemas activos como passivos. Quaisquer sistemas adicionais de segurança e equipamentos instalados devem ter a possibilidade de ser ligados aos terminais eléctricos usados nos sistemas de segurança, e os equipamentos deverão estar em conformidade com o estipulado

nas normas de construção. Deverá também ser assegurado que todos os componentes relativos a equipamentos de segurança cumpram as normas para este tipo de protecção. INTEGRIDADE FUNCIONAL A integridade funcional de um cabo é assegurada quando são satisfeitos os requisitos do teste DIN 4102 - 12:1998-11 (integridade funcional classe E30 a E90); quando são instalados em placas debaixo do chão com uma espessura de pelo menos 30 mm; e quando são instalados na terra. Duração da integridade funcional A integridade funcional de um sistema de cabos deve ser assegurada durante pelo menos 90 minutos para equipamentos de bombeamento de água para combate a incêndios e para sistemas mecânicos de exaustão de fumos e sistemas de controlo de pressão de fumo para escadas em estruturas tipo arranha-

céus, tal como estruturas especiais onde este tipo de sistemas seja obrigatório. Por sua vez, a integridade funcional deve ser assegurada durante pelo menos 30 minutos para sistemas de iluminação de segurança, elevadores de passageiros com sistemas de controlo de incêndio; sistemas de detecção de incêndio, incluindo sistemas de transmissão associados; alarmes de emergência e sistemas de informação para trabalhadores e visitantes na medida em que estes sistemas devem permanecer operacionais em caso de incêndio; sistemas de exaustão natural de fumo (através de elevação térmica); e sistemas mecânicos de exaustão de fumos e sistemas de controlo de pressão de fumo, excepto as já indicadas. TESTES E NORMAS RELATIVAS A CABOS RESISTENTES AO FOGO Um cabo ou instalação são considerados resistentes ao fogo sempre que estejam de acordo com as seguintes normas: JANEIRO A MARÇO ‘10

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INFORMAÇÃO TÉCNICA

CICLO DE CONTINUIDADE DO NEGÓCIO

Teste de corrosão dos gases resultantes da queima do cabo Normas: ≥ IEC 60754-2 ≥ EN 50267 ≥ VDE 0482-267 ≥ BS 6425-2 Este teste determina o grau de acidez dos fumos gerados pela queima do cabo, através da medição da quantidade de gases ácidos halogenados presentes nos fumos. As normas associadas definem os parâmetros dos testes, tal como a nomenclatura “livre de halogéneos”, isto é, cabos que produzem fumos não corrosivos e que em caso de incêndio são inofensivos. Os efeitos secundários dos fumos libertados por um cabo halogenado após um incêndio são muitas vezes maiores que os danos causados pelo fogo em si. Teste de resistência à chama de um único cabo Normas: ≥ IEC 60332-1 ≥ EN 50265-2-1 ≥ EN 60332-1 ≥ VDE 0482-265-2-1 ≥ VDE 0482-332-1 ≥ BS 4066-1 Este teste define a capacidade do cabo se auto-extinguir após a remoção da chama. O cabo é exposto à chama durante 60 segundos e quando a fonte de chama é retirada, o cabo deve autoextinguir-se. O cabo resistente ao fogo deve assim ter a capacidade de não propagação de incêndio, evitando desta forma que o cabo seja a origem de um incêndio provocado por um incidente de menor importância ou uma fonte de calor exterior que entre em contacto com o cabo. Teste de propagação de fogo (propagação e auto-extinção) Normas: ≥ IEC 60332-3 cat. A/B/C/D ≥ EN 50266-2-4 ≥ VDE 0482-266-… ≥ BS 4066-3

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Em ambiente de incêndio alheio ao cabo, as condutas, principalmente em posição vertical, permitem a circulação de ar, criando o efeito chaminé, podendo atingir uma temperatura que conduz à propagação do fogo. Para simular essa situação, o teste consiste na aplicação de um queimador de gás de grande potência num feixe de cabos dispostos de forma a reproduzirem uma conduta vertical com circulação forçada de ar. Este teste tem uma duração definida pela norma, sendo que os cabos durante o teste não deverão propagar a chama e no final do teste, após extinção da chama, devem auto-extinguir-se. Teste de densidade do fumo

Normas: ≥ IEC 61034 ≥ EN 50268 ≥ EN 61034 ≥ VDE 0482-268 ≥ VDE 0482-1034 ≥ BS 7622 Em caso de incêndio, a emissão de fumos pode tornar-se um problema grave que dificulta a evacuação de pessoas. Esta norma define os cabos de baixa emissão de fumos. O teste é efectuado num contentor fechado normalizado e é medida a dispersão da luz.

Intensidade = 2 A Uo/U = sinusoidal Temperatura = 750 ºC A norma IEC60331 define 90 minutos (FE 90) como tempo mínimo de resistência do isolamento dos cabos ao fogo e em carga. Teste de integridade do sistema

Norma: ≥ DIN 4102-12 - E30 / E60 / E90

A nomenclatura E30, E60 ou E90 está associada à norma DIN 4102-12. Esta norma define a resistência do sistema eléctrico, ou seja, a integridade do circuito. E30, E60 e E90 representam respectivamente 30, 60 e 90 minutos de tempo mínimo de resistência ao fogo do sistema em carga. Deste modo, a norma DIN 4102-12 engloba todos os elementos presentes no sistema eléctrico, como por exemplo os caminhos de cabos, caixas de derivação e aparelhagem diversa. Assim, não faz sentido o uso destes cabos em locais onde os restantes materiais que suportam, fixam ou são parte integrante do sistema eléctrico, que se pretende resistente ao fogo, não o sejam. Num sistema em que haja cabos resistentes ao fogo, materiais de fixação, caixas de derivação, entre outros materiais, o tempo de integridade do sistema é igual ao tempo do material que possuir menor tempo de resistência ao fogo.

Teste de integridade do isolamento

Norma: ≥ IEC 60331 - FE90 / FE120 / FE180

A nomenclatura FE90, FE120 ou FE180 está associada à norma IEC 60331, que define a resistência do isolamento dos cabos ao fogo em carga. A norma IEC 60331 tem como base um ensaio laboratorial que consiste na exposição de uma amostra de cabo na horizontal (+/- 60cm) a uma chama durante 90 minutos. Dados do ensaio segundo a Norma IEC 60331:

CONCLUSÃO Devem ser instalados cabos resistentes ao fogo em todo o tipo de instalações onde se exija um elevado grau de protecção de pessoas, tais como: Hospitais, Escolas, Hotéis, Centros Comerciais, Estádios, Salas de Espectáculos, etc. Ou seja, em todos os locais onde o índice de concentração de pessoas e/ou bens se considere elevado e o risco de catástrofe em caso de incêndio especialmente grave. É por isso que os cabos e sistemas especiais resistentes a fogo são particularmente importantes, pois estes sistemas têm a capacidade de continuar a funcionar por tempo prolongado e serem fiáveis durante um incêndio, desempenhando um papel primordial na evacuação de pessoas.


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Sistemas de inspecção corporal: proteger além do visível Fernando Caçador Engenheiro de Projecto da Microsegur

Em 2007 a TSA (Transportation Security Administration) iniciou a implementação de tecnologias avançadas de tratamento de imagem aplicadas nos Sistemas de Inspecção de Pessoas, vulgarmente designados por “body scanners” - Sistemas de Inspecção Corporal.

Esta tecnologia é capaz de detectar uma vasta gama de ameaças para a segurança da aviação civil em poucos segundos, protegendo passageiros e tripulações. Rapidamente esta tecnologia, estendeu-se a outras aplicações, onde a inspecção de pessoas é uma exigência,

e para as quais os habituais pórticos detectores de metais deixaram de dar uma resposta total e eficaz, uma vez que apenas detectam metais. É possível detectar ameaças metálicas e não metálicas, incluindo armas, explosivos (explosivos líquidos) e outros artigos que o JANEIRO A MARÇO ‘10

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passageiro transporta consigo, tais como narcóticos ou dinheiro. Vulgarmente são utilizados dois tipos de tecnologia de tratamento de imagem. Os sistemas que utilizam a tecnologia de onda milimétrica e os sistemas que utilizam a tecnologia de raio-x, mas de radiação não directa no corpo humano, a chamada radiação “backscatter” (por retrodispersão). Esta última é, sem dúvida, a mais utilizada.

≥ Imagem obtida através de retrodispersão.

A tecnologia de “backscatter” utilizada para gerar a imagem é segura para todos os passageiros e está em conformidade com as normas nacionais de saúde e segurança. Por outro lado, a implementação do sistema, obriga a medidas rigorosas para proteger a privacidade dos passageiros, que é assegurada pelo anonimato da imagem. O operador, que verifica a existência de eventuais ameaças, não está em contacto directo com a pessoa inspeccionada. A imagem não pode ser guardada, transmitida ou impressa e é imediatamente eliminada após ter sido observada. Além disso, a monitorização de tecnologia avançada de tratamento de imagem é opcional para todos os passageiros. FUNCIONAMENTO DA TECNOLOGIA RETRODISPERSÃO (BACKSCATTER) A tecnologia de retrodispersão projecta feixes de raio-X de níveis baixos sobre o corpo para criar um reflexo do corpo exibido no monitor. Um feixe de raio-X de baixa intensidade faz a digitalização da superfície do corpo a alta 42

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velocidade. A tecnologia baseia-se na radiação de raio-X que é reflectida à volta do corpo e de outros objectos colocados ou transportados no corpo, sendo esta convertida em imagem no computador. Produz uma imagem que se assemelha a uma pintura feita com giz. A ONDA MILIMÉTRICA A tecnologia de onda milimétrica reflecte ondas electromagnéticas inofensivas do corpo

exposição equivalente a dois minutos de voo em avião. PROTECÇÃO DA PRIVACIDADE DOS PASSAGEIROS A salvaguarda da privacidade encontra-se incorporada na utilização destas tecnologias, para que seja protegida a privacidade do passageiro e assegurar o anonimato. Conforme referido anteriormente,o segurança que acompanha

≥ Imagem obtida através de onda milimétrica.

para criar uma imagem tridimensional a preto e branco que se assemelha ao negativo de uma fotografia. CARACTERÍSTICAS DE SEGURANÇA A tecnologia de tratamento de imagem avançada é segura e encontra-se em conformidade com as normas nacionais de saúde e segurança (USA). A tecnologia de retrodispersão foi avaliada pela Food and Drug Administration’s (FDA) Center for Devices and Radiological Health (CDRH), National Institute for Science and Technology (NIST) e Applied Physics Laboratory (APL) da Johns Hopkins University. Todos os resultados confirmam que os níveis de radiação para os passageiros a serem monitorizados, operadores, e outras pessoas presentes se encontram muito abaixo daqueles especificados pelo American National Standards Institute. Se compararmos, a energia projectada pela tecnologia de onda milimétrica é 10.000 vezes inferior à da transmissão de um telemóvel. Uma única monitorização utilizando a tecnologia de retrodispersão produz uma

o passageiro, no local de inspecção, nunca vê a imagem que o equipamento produz, pois essas imagens são inspeccionadas por um outro segurança que está situado num local remoto, numa sala segura. Quando o segurança que está localizado remotamente determinar que não se encontram presentes no passageiro artigos que representem uma ameaça, comunica através do sistema rádio com o segurança que assiste o passageiro, informando-o que pode continuar com o processo de controlo. Para melhor proteger a privacidade do passageiro, esta tecnologia desfoca ainda todas as características corporais. Este sistema também não permite que sejam arquivadas, impressas, transmitidas ou guardadas imagens. Os seguranças que avaliam as imagens estão proibidos de possuir câmaras, telemóvel ou equipamentos que permitam tirar fotografias na sala da resolução. Cada imagem é apagada automaticamente do sistema após ter sido indicado pelo segurança situado remotamente.


ANREEE carrega baterias Carla Castanheira ANREEE – Associação Nacional para o Registo de Produtores de EEE

Já pensou nas quantidades de pilhas, baterias ou acumuladores que fazem parte do seu quotidiano? Além dos evidentes telemóveis, comandos, ferramentas para bricolage, que vulgarmente estão nas nossas habitações, também

o seu carro, o seu computador no escritório ou a máquina industrial no seu trabalho possuem uma bateria ou acumulador incorporados. E quando estes já estão gastos, ou chegaram ao seu fim de vida útil, onde os deposita?


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Embora a União Europeia já desse mostras da sua preocupação, no que respeita ao destino dado a todo e qualquer tipo de pilhas, baterias ou acumuladores em fim de vida, através da directiva comunitária 98/101/CE, já transposta para direito interno em 2001, há três anos foi lançada uma directiva comunitária – 2006/66/ CE – que substitui a sua irmã mais velha e originou o recente DL 6/2009. Qual a necessidade de revogar a antiga directiva? Esta substituição deveu-se, para além dos tópicos principais – como regular a concentração de substâncias perigosas tais como o mercúrio, o cádmio ou o chumbo, promover a valorização e reciclagem de resíduos e diminuir as necessidades de matéria prima – a uma implementação mais ambiciosa e concreta acerca das metas de recolha destes produtos. Ao produtor de pilhas e acumuladores (P&A), continua a ser utilizado o princípio do poluidor -pagador, atribuindo-lhe a responsabilidade de gestão destes resíduos. Assim, todas as entidades que coloquem, pela primeira vez em Portugal, P&A isoladas ou incorporadas em aparelhos ou veículos, incluindo colocação no mercado à distância, têm de necessariamente garantir uma gestão eficaz dos seus resíduos, a título próprio ou através de uma entidade gestora. Como parte integrante do sucesso de recolha e como forma de co-responsabilizar também os vários intervenientes, é dado destaque ao consumidor final, o qual tem, inclusive, contra-ordenações atribuídas caso 44

JANEIRO A MARÇO ‘10

AMBIENTE

seja negligente na deposição correcta de P&A usadas. Para o efeito, continua a dar-se prioridade à marcação dos produtos com o símbolo de recolha diferenciada – o já conhecido contentor cruzado – e com a respectiva indicação da presença de metais pesados, sendo que a não marcação constitui contra-ordenação. A nível interno, este DL traz novas competências para alguns sistemas de gestão. A profusão de P&A em vários fluxos específicos de resíduos – como o caso dos veículos em fim de vida e os equipamentos eléctricos e electrónicos – promoveu o aparecimento de mais entidades gestoras de P&A, a partição na gestão e a consequente articulação entre as partes, de modo a evitar a dupla tributação de produtos. Esta maior oferta de serviços traduzir-se-á, saudavelmente, numa maior concorrência entre entidades gestoras e numa excelente vantagem económica para o produtor. Por último, a directiva aposta novamente na promoção de uma entidade de registo de produtores, bebendo da experiência já adquirida da directiva REEE, como forma de dar resposta ao “quem”, “quantos” e “que tipo”. Isto é, utilizar a entidade de registo como fonte privilegiada de informação, na óptica de controlar quem são os produtores, quantos produtos se estão a colocar no mercado Português e que tipo de produtos são. Existe assim, no seio da União Europeia, um entendimento que a maneira mais eficaz de cumprir os objectivos para os quais as

Directivas de EEE e Pilhas e Acumuladores se propuseram é através de uma entidade de registo por Estado - Membro. Devido a este enquadramento legal, todas as empresas que se enquadrem na definição de produtor de P&A, passam a ter de se registar. Esta evidência deu a oportunidade à ANREEE – Associação Nacional para o Registo de Equipamento Eléctrico e Electrónico - de se candidatar ao registo de produtores de P&A, como forma de extensão dos seus serviços e em linha com as suas congéneres de registo europeias. A simbiose é clara: sabendo a ANREEE que mais de 60% dos seus produtores de EEE são também produtores de P&A, sabendo já existirem as infra-estruturas de registo constituídas e know-how adquirido ao longo de quatro anos de actividade, foi quase de forma implícita que a Associação aproveitou sinergias havidas entre estes dois fluxos. O licenciamento da ANREEE para o registo de P&A foi obtido em Dezembro de 2009, trazendo igualmente vantagens económicas para os produtores, uma vez que se utiliza a mesma plataforma informática, optimizando funcionalidades. O novo registo de P&A para produtores de EEE já registados na ANREEE é, por isso, gratuito. O facto de usarmos a mesma plataforma informática – agora chamada de SIRP – com as devidas adaptações mas respeitando sempre as regras de simplicidade, acessibilidade e ambiente amigável, permite-nos dar cumprimento a uma das nossas metas, que é a redução significativa dos encargos administrativos, já tão pesados para as empresas. À ANREEE cabe ainda a missão de manter a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) informada sobre a situação de incumprimento por parte dos produtores de EEE e P&A no que respeita às obrigações de registo e prestação de informação periódica, conforme a legislação em vigor. A APA, por sua vez, permanece como a entidade responsável pelo acompanhamento e fiscalização da execução das actividades inerentes ao registo desenvolvido pela ANREEE, sem prejuízo das competências de fiscalização atribuídas a outras entidades como a ASAE, a IGAOT e a DGAIEC.


LEGISLAÇÃO

06

Assegurar o cumprimento da Marcação CE dos equipamentos de protecção individual Austin Simmons SATRA Technology Centre

Uma preocupação importante a ter com todos os tipos de Equipamentos de Protecção Individual (EPI) consiste em assegurar que o produto obteve a marcação CE de forma adequada, uma vez que este é um requisito obrigatório para os produtos que entram no mercado europeu. Naturalmente, as empresas envolvidas no fornecimento de EPI’s na Europa necessitam de garantir que os seus produtos cumprem com os requisitos da Directiva dos EPI’s antes de poderem aplicar a marcação CE. Esta situação aplica-se não só à avaliação inicial de exemplares, mas também à produção em série. A marcação CE possibilita a livre circulação de bens na União Europeia sendo , consequentemente, um elemento muito importante no comércio. Aliás, a maioria dos compradores de EPI’s intermédios ou complexos não consideram adquirir um produto sem verem uma cópia do certificado de exame CE de tipo emitido por um Organismo Notificado que demonstre que as amostras iniciais cumprem com os requisitos aplicáveis. É aconselhado que os potenciais clientes verifiquem sempre junto do Organismo Notificado a validade destes certificados, uma vez que existem vários documentos falsificados no mercado. Nem todos os tipos de EPI’s precisam de ser submetidos a um Organismo Notificado. A Directiva (89/686/CEE) divide os EPI’s em três categorias, dependendo do nível de risco que o equipamento pretende proteger. Cada categoria exige um diferente nível de envolvimento por parte do Organismo Notificado. Os EPI’s da categoria “Simples” (produtos desenvolvidos para proteger apenas um nível

baixo de perigos com efeitos que são graduais e que podem ser identificados atempadamente e em segurança pelo utilizador), poderão ser “auto-certificados” e não são necessários os serviços de um Organismo Notificado. Quando possível, no entanto, é recomendado que sejam efectuados alguns ensaios por um laboratório independente, obtendo desta forma provas documentais que poderão ser utilizadas caso sejam levantadas questões relacionadas com o produto no âmbito da Directiva (89/686/CEE). Os fabricantes são obrigados a produzir um “documento técnico” – documentação relacionada com o produto que cobre diferentes áreas como marcações, instruções de utilização, avisos e critérios de concepção, assim como a confirmação do desempenho do produto. Neste nível, os compradores deverão solicitar documentação que confirme que os produtos cumprem com a Directiva dos EPI’s. Os EPI’s de categoria “Intermédia” deverão oferecer protecção contra riscos de lesões graves. A concepção do protótipo e a documentação associada a este tipo de EPI deverá ser certificada por um Organismo Notificado. As competências oficiais do Organismo Notificado terminam aqui, mas os compradores deverão solicitar uma avaliação contínua da produção. Exemplos de produtos intermédios incluem protecções desportivas, luvas contra riscos mecânicos e produtos de protecção na utilização de motosserras. Um EPI de categoria “Complexa” oferece protecção contra riscos mortais ou perigos que poderão provocar danos sérios e irreversíveis na saúde do utilizador. A concepção

do protótipo e a documentação associada a este tipo de EPI deverá ser certificada por um Organismo Notificado. Adicionalmente, o Organismo Notificado deverá estar envolvido na produção subsequente, quer através de ensaios a produtos, quer na avaliação do sistema de qualidade da produção. Contudo, os compradores poderão ainda exigir que o Organismo Notificado efectue uma verificação adicional utilizando critérios específicos. Exemplos de EPI’s da categoria “complexos” incluem a protecção contra químicos e equipamentos para trabalhos em altura. Dificilmente os fornecedores de EPI’s europeus conseguem ter um controlo completo da cadeia de fornecimento. Por outro lado, não é possível a muitas empresas de pequena dimensão confirmar se todos os aspectos relevantes dos produtos que importam são satisfatórios, uma vez que não possuem as infra-estruturas nem os conhecimentos necessários para o efeito. Então, como podem os fornecedores europeus (que normalmente nem são os fabricantes nem os importadores dos produtos) assegurar-se de que está tudo correcto? Adicionalmente, como podem os detentores do certificado de exame CE de tipo – quer sejam eles fabricantes autónomos, grossistas ou distribuidores – demonstrar a conformidade dos produtos? As respostas a estas questões dependem de vários factores, incluindo a posição da empresa na cadeia de fornecimento e se são, ou não, os detentores do certificado de exame CE de tipo. Para começar, a maioria dos equipamentos de protecção individual necessita de ser JANEIRO A MARÇO ‘10

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06

LEGISLAÇÃO

≥ O calor radiante é um perigo comum na actividade dos Bombeiros. O ensaio de resistência ao calor radiante permite medir as características de isolamento térmico dos EPI’s utilizados para protecção contra o calor e/ou chamas.

avaliada, numa fase inicial, por um Organismo Notificado, sendo possível a emissão de um certificado de exame CE de tipo antes da aplicação da marcação CE. Frequentemente, o fabricante encarrega-se deste processo, mas muitos grossistas e distribuidores também iniciam o processo para se certificarem que controlam a marcação CE. Em alguns casos, os certificados são complementados ou ampliados para incluir os detalhes do fornecedor europeu. Depois disto, o detentor do certificado de exame CE de tipo apõe a marcação CE no produto e elabora a “declaração de conformidade” – um documento que inclui os detalhes da empresa, informações sobre o produto, a lista das Directivas europeias e das normas que o produto cumpre, assim como uma assinatura juridicamente vinculativa em nome da organização. O ónus recai sobre o detentor do certificado para que se possa assegurar que o fornecimento dos produtos seja consistente com o modelo tipo aprovado e que se continuam a cumprir todas exigências essenciais da Directiva dos EPI’s. O QUE PROVA O CERTIFICADO DE CONFORMIDADE CE? Muitos potenciais consumidores concentram-se na obtenção de cópias do certificado de exame CE de tipo, acreditando que este documento demonstra que a produção em série também cumpre com os requisitos. Contudo, o certificado de exame CE de tipo apenas confirma que o fabricante tem a capacidade de fazer o produto correctamente e que pode aplicar a marcação CE à produção em série, desde que os produtos se mantenham iguais às amostras originais aprovadas. Ou seja, não faz nenhuma confirmação sobre a produção propriamente dita, pelo que os compradores devem insistir para sejam fornecidos relatórios actualizados de ensaios sobre a produção real. 46

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≥ Ensaio de banho de areia para medição das propriedades de isolamento dos EPI's.

Se o detentor do certificado de exame CE de tipo for um fabricante com controlo total sobre a produção, é relativamente simples documentar e demonstrar o cumprimento da produção em série através de sistemas de manutenção de qualidade, ensaios e programas de inspecção. Apesar deste processo poder ser implementado internamente, o recurso a um organismo independente reconhecido garantirá uma confirmação com maior credibilidade da qualidade do produto. Independentemente do certificado de exame CE de tipo ser detido pelo grossista ou distribuidor, ou de estes possuírem um certificado complementar ou uma extensão do certificado fornecido pelo fabricante, é difícil demonstrar a “declaração de conformidade” dos produtos. Por vezes, os fabricantes permitem que os ensaios e as auditorias sejam assistidos. Nos casos em que não é possível visitar as fábricas, é recomendado o ensaio de uma amostra representativa para comprovação das especificações do produto. A utilização de um programa de amostragem baseado em probabilidades matemáticas poderá ajudar a determinar a quantidade de inspecções e ensaios necessários – por exemplo a ISO 2859-1. Para muitos fabricantes, a inspecção dos produtos é um processo chave no controlo de qualidade. Mesmo os que têm sistemas de gestão de qualidade implementados, como a ISO 9001, têm normalmente algum tipo de matérias-primas em inspecção. Para as empresas sem qualquer sistema formal de gestão de qualidade, as inspecções e testes, geralmente sob a forma de obrigações contratuais, poderão ser os únicos meios de confirmar a “qualidade” do produto. Um típico sistema de garantia de qualidade incorpora uma função de qualidade independente dentro da organização, possui procedimentos documentados e bens desig-

nados de controlo interno juntamente com ensaios no decorrer do processo, assim como inspecção e verificação final do produto. Isto não tem necessariamente que ser um sistema completo ISO 9001, mas muitas organizações reconhecem os benefícios de utilizar um organismo certificador reconhecido para acreditarem os seus sistemas e emitirem um certificado formal ISO 9001. Como procedimento mínimo, recomenda-se que as instalações de produção do fabricante sejam auditadas de modo a garantir que o produto está a ser fabricado de acordo com a documentação técnica aplicável. Deverá ser garantido ainda que todos os componentes e matérias-primas são adquiridos junto das empresas listadas nos ficheiros principais de materiais e que as características críticas de segurança são testadas em série (por lote). Estes registos deverão ser acoplados aos detalhes de expedição para que seja criada uma ligação directa aos bens importados. A melhor forma de minimizar defeitos é trabalhar com fabricantes que defendam em primeiro lugar a criação de um produto de alta qualidade. Apesar da obtenção de boas condições contratuais ou de trabalhar com fabricantes reputados ser uma ajuda eficaz, é prudente que os grossistas e distribuidores façam questão de estar envolvidos nos aspectos de garantia de qualidade, inspecção e ensaios de produtos.

O SATRA Technology Center, sediado no Reino Unido, é um organismo notificado para as Directivas europeias de equipamentos de protecção individual, brinquedos, aparelhos médicos e produtos de construção. info@satra.co.uk +44 (0)1536 410000


LEGISLAÇÃO

06

O novo regulamento dos produtos de construção Ana Ferreira

Os produtos destinados a ser incorporados de forma permanente em obras de construção são regulamentados, a nível nacional, pelo Decreto-Lei nº 4/2007, de 8 de Janeiro, diploma que veio transpor para o regime interno português a Directiva Europeia dos Produtos de Construção (Directiva nº 89/106/CEE, de 21 de Dezembro de 1988). Este diploma define os procedimentos a adoptar pelos fabricantes dos produtos de construção no sentido de garantir que os empreendimentos em que são incorporados satisfazem as exigências essenciais das obras no referente à resistência mecânica e estabilidade, segurança contra incêndio, higiene, saúde e ambiente, segurança na utilização, protecção contra o ruído e economia

de energia e isolamento térmico. Esta garantia é concedida pelo fabricante através da aposição da marcação CE nos produtos, a qual comprova não só a sua conformidade com as especificações técnicas europeias harmonizadas que lhe são aplicáveis (normas europeias harmonizadas ou aprovações técnicas europeias), como permite a sua livre circulação no Espaço Económico Europeu (EEE). Não obstante às vantagens introduzidas pela Directiva dos Produtos de Construção no respeitante ao controlo da colocação dos produtos no mercado e à regulamentação do Sector da Construção, a sua implementação tem demonstrado ser uma tarefa dispendiosa e de difícil execução.

Assim, com o objectivo de facilitar a aplicação da regulamentação, a União Europeia adoptou uma Estratégia de Simplificação que inclui a substituição da Directiva dos Produtos de Construção por um novo Regulamento (ainda em elaboração). Este diploma continuará a estabelecer as condições de comercialização dos produtos de construção e a instituir regras harmonizadas para a definição do desempenho destes produtos em função das suas características essenciais, bem como a aposição da marcação CE nos mesmos. No entanto, introduzirá novos conceitos que permitirão a eliminação dos obstáculos ainda impostos pela Directiva no referente à livre circulação dos produtos de construção no EEE e simplificará os procedimentos de JANEIRO A MARÇO ‘10

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06

conformidade dos produtos, contribuindo em simultâneo para a redução das despesas das Pequenas e Médias Empresas (PME). O novo Regulamento dos Produtos de Construção tem ainda como objectivo o reforço da credibilização do sistema, através da imposição de critérios ainda mais rigorosos do que os actualmente existentes no referente à nomeação dos organismos responsáveis pela avaliação e verificação da conformidade dos produtos de construção (Organismos Notificados e Organismos de Avaliação Técnica), bem como da reformulação da documentação técnica que estabelece os métodos de avaliação de desempenho dos produtos. As Especificações Técnicas e as Normas Harmonizadas existentes serão mantidas, no entanto, as actuais Especificações Técnicas Nacionais, que permitem a conformidade dos produtos sempre que não existam especificações técnicas harmonizadas que lhes sejam aplicáveis, serão de futuro substituídas por Documentos de Avaliação Europeus, o que terá como consequência a harmonização dos requisitos exigidos a este tipo de produtos. Por outro lado, nos casos em que os produtos de construção não sejam abrangidos, na sua totalidade ou integralmente, por uma norma harmonizada, o Regulamento irá permitir que os fabricantes desses produtos emitam declarações de desempenho dos mesmos que garantam a sua fiabilidade e segurança. Na avaliação

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LEGISLAÇÃO

de desempenho dos produtos serão tidas em consideração não só as suas características essenciais, expressas através do seu nível, classe ou descrição, mas também os aspectos da saúde e da segurança relacionados com a utilização do produto durante o seu ciclo de vida. Ainda no referente ao desempenho dos produtos de construção, será possível que estes satisfaçam um determinado nível ou classe de desempenho sem que haja a necessidade de efectuar qualquer teste ou testes complementares, mediante disposições estabelecidas pela Comissão Europeia ou pelos Organismos Europeus de Normalização, em normas harmonizadas. Por outro lado, os fabricantes ou fornecedores de sistemas poderão, de futuro, utilizar os resultados de ensaios realizados por outros fabricantes ou fornecedores, desde que estes últimos os autorizem a tal, e permaneçam responsáveis pelo rigor, fiabilidade e estabilidade dos resultados dos ensaios. Com o objectivo de aumentar as medidas de fiscalização do mercado, o futuro Regulamento irá ainda introduzir procedimentos de avaliação de desempenho simplificados, que serão aplicados em exclusivo às pessoas singulares e colectivas que fabricam os produtos que colocam no mercado. Complementarmente, os procedimentos previstos na futura regulamentação europeia irão ainda contribuir para uma política industrial sustentável, com especial enfoque nas áreas da

eficiência energética e da construção sustentável. Neste sentido, o Regulamento irá exigir que as obras sejam concebidas e realizadas de modo a não causarem danos à higiene, à saúde e à segurança dos trabalhadores, ocupantes e vizinhos, nem a exercerem um impacto excessivamente importante durante o seu ciclo de vida na qualidade ambiental e no clima. Da mesma forma, será ainda exigido que as obras e as instalações de aquecimento, arrefecimento, iluminação e ventilação sejam concebidas e realizadas de modo que a quantidade de energia necessária para a sua utilização seja a mais reduzida possível, em função das condições climáticas do local e do número de ocupantes. Os produtos de construção incluem mais de 40 gamas de produtos (como portas, isolamentos térmicos, betão ou coberturas) e o Sector da Construção constitui um dos maiores empregadores europeus. Tendo em consideração a dimensão deste Sector e o seu contributo para o Produto Interno Bruto da União Europeia, as alterações introduzidas pelo futuro Regulamento dos Produtos de Construção são de importância extrema, não só pelo facto de eliminarem os últimos obstáculos legislativos e técnicos à livre circulação dos produtos de construção, mas também pelo facto de reduzirem significativamente os custos dos fabricantes, garantindo simultaneamente elevados níveis de fiabilidade e de desempenho dos produtos.


FICHA TÉCNICA nº21

SISTEMAS DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS POR AGENTES GASOSOS MARÇO 2010

ELEMENTOS CONSTITUINTES DEFINIÇÃO

As Fichas Técnicas APSEI estão sujeitas a um processo de actualização contínua, dependente das alterações legais, normativas e técnicas que estejam relacionadas com o seu conteúdo. Certifique-se sempre, antes de aplicar a informação contida nesta Ficha Técnica, de que está na posse da sua última versão.

Sistema Fixo de Extinção de Incêndios que utiliza um agente gasoso como agente extintor.

Os Sistemas de Extinção de Incêndios por Agentes Gasosos são constituídos, regra geral, pelos seguintes componentes: • Sistema de armazenagem: deste sistema fazem parte os recipientes que contêm o agente extintor, em quantidade suficiente à extinção, e as válvulas, que devem assegurar que a descarga de agente extintor é efectuada nos limites de tempo estipulados. Cada recipiente contendo agente extintor deve possuir marcação permanente que especifique o agente extintor, tara e peso bruto. No caso do recipiente conter gás inerte, deve possuir marcação permanente que especifique o agente extintor, nível de pressurização do recipiente e volume nominal.

• Tubagens e Acessórios: têm como função encaminhar o agente extintor dos recipientes para o compartimento a proteger. Devem ser de material incombustível, e nunca em ferro fundido ou materiais não metálicos, devendo a sua espessura ser calculada em conformidade com a normalização nacional aplicável.

Fig. 1 - Exemplo de Sistema de Extinção de Incêndios por Agentes Gasosos.

GARANTIAS Declaração de conformidade assInada pelas partes envolvidas na instalação do sistema, nomeadamente Operador, Instalador, Projectista e outros envolvidos.

NORMAS APLICÁVEIS ISO 14520 Gaseous fire-extinguishing systems – Physical properties and system design – Part 1: General requirements.

NFPA 12 Standard on carbon dioxide extinguishing systems.

CEA 4007

• Difusores: têm como função a descarga e distribuição do agente extintor no compartimento a proteger, devendo a sua localização ter em consideração a geometria do compartimento. Tempo de descarga: - Agente Extintor Liquefeito: 10 s - Agente Extintor Não-Liquefeito: 60 s

• Sistema de detecção, actuação e controlo: pode ser automático ou manual. No caso de ser automático deve estar prevista também a possibilidade de operação manual. • Detecção automática: deve ser efectuada por qualquer método ou dispositivo aceitável por parte da autoridade competente e deve ser capaz de efectuar a detecção precoce e indicação de calor, chama, fumo, vapores combustíveis, ou qualquer condição anormal no risco, passível de dar origem a incêndio, devendo activar a extinção apenas com a confirmação de duas zonas de detecção. • Operação automática: os sistemas automáticos devem ser controlados por sistemas de actuação e sistemas de detecção de incêndio automáticos, adequados ao sistema e ao risco, devendo ser igualmente munidos com um meio de operação manual. • Operação manual: devem ser tomadas providências para a operação manual do sistema de combate a incêndio por meio de um controlo situado fora do espaço protegido ou adjacente à saída principal desse espaço. TIPOS DE AGENTES GASOSOS Os sistemas de extinção de incêndios por agentes gasosos utilizam os seguintes tipos de gases extintores:

Fire Protection Systems – Specifications for CO2 systems – Planning and Installation.

• HFC’s (Hidrofluorocarbonetos): actuam directamente sobre o foco de incêndio a concentrações relativamente baixas. São armazenados no estado líquido (gás liquefeito) e extinguem o incêndio através do mecanismo de arrefecimento.

CEA 4008

• Gases Inertes: exigem concentrações relativamente elevadas e extinguem o incêndio através do mecanismo de abafamento. São utilizados puros ou em mistura e com ou sem CO2, sendo armazenados enquanto gases comprimidos.

Fire Protection Systems – Specifications for fire extinguishing systems using non-liquefied “inert” gases – Planning and Installation. SEM DOCUMENTOS TÉCNICOS CO-RELACIONADOS

• CO2: este gás exige concentrações relativamente elevadas e extingue o incêndio através do mecanismo de abafamento. É armazenado no estado líquido. Dependendo do tempo de exposição, é letal para os seres humanos, mesmo a baixas concentrações.

1 APSEI Rua do Conselheiro Lopo Vaz, Edifício Varandas do Rio, Escritório D | 1800 – 142 Lisboa Tel.:+351 219 527 849 | Fax:+351 219 527 851 www.apsei.org.pt | apsei@apsei.org.pt


FICHA TÉCNICA nº21

SISTEMAS DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS POR AGENTES GASOSOS MARÇO 2010

TIPOS DE AGENTES GASOSOS (cont.) TABELA 1 - AGENTES EXTINTORES EM CONFORMIDADE COM A NORMA ISO 14520: Agente extintor

Químico

Fórmula

Nº CAS

Norma Internacional

CF3I

Trifluoroiodometano

CF3I

2314-97-8

ISO 14520-2

FK-5-1-12

Dodecafluoro-2-methypentan-3-one

CF3CF2C(O)CF(CF3)2

756-13-8

ISO 14520-5

HCFC-123

Diclorotrifluoroetano

CHCl2CF3

306-83-2

HCFC-22

Clorodifluorometano

CHClF2

75-45-6

HCFC-124

Clorotetrafluoroetano

CHClFCF3

2837-89-0

As Fichas Técnicas APSEI estão sujeitas a um processo de actualização contínua, dependente das alterações legais, normativas e técnicas que estejam relacionadas com o seu conteúdo. Certifique-se sempre, antes de aplicar a informação contida nesta Ficha Técnica, de que está na posse da sua última versão.

HCFC Mistura A ISO 14520-6

Isopropenil-1-metilciclohexeno

C10H16

5989-27-5

HCFC 125

Pentafluoroetano

CHF2CF3

354-33-6

ISO 14520-8

HFC-227ea

Heptafluoropropano

CF3CHFCF3

2252-84-8

ISO 14520-9

HFC 23

Trifluorometano

CHF3

75-46-7

ISO 14520-10

HFC 236fa

Hexafluoropropano

CHF3CH2CF3

27070-61-7

ISO 14520-11

IG-01

Árgon

Ar

74040-37-1

ISO 14520-12

IG-100

Azoto

N2

7727-37-9

ISO 14520-13

IG-55

Azoto (50%)

N2

7727-37-9

Argon (50%)

Ar

74040-37-1

Azoto (52%)

N2

N2 7727-37-9

Argon (40%)

Ar

74040-37-1

Dióxido de carbono (8%)

CO2

124-38-9

IG-541

ISO 14520-14 ISO 14520-15

Exceptuando os casos em que tenham sido efectuados ensaios relevantes e que tenham tido o aval da autoridade competente, os agentes extintores mencionados não devem ser utilizados em incêndios que envolvam: a) Químicos que contenham a sua própria fonte de oxigénio, tal como o nitrato de celulose; b) Misturas que contenham materiais oxidantes, tais como o clorato de sódio ou nitrato de sódio; c) Químicos capazes de sofrer auto decomposição térmica, tais como alguns peróxidos orgânicos; d) Metais reactivos (tais como o sódio, potássio, magnésio, titânio e zircónio), hídricos reactivos, ou amidas metálicas, os quais podem reagir violentamente com alguns agentes extintores gasosos; e) Ambientes onde existam áreas de superfícies significantes a temperaturas superiores à temperatura de decomposição química do agente extintor e que sejam aquecidas por outros meios que não o incêndio.

APLICAÇÃO HCF's e Gases Inertes: • Em locais onde existam riscos tecnológicos, eléctricos e electrónicos; • Museus e arquivos históricos; • Em áreas normalmente ocupadas por pessoas (com excepção do CO2); • Etc.

CO2: • Postos de transformação; • Grupos geradores; • Tipografias; • Cabinas de pintura; • Quadros eléctricos; • Etc.

INSPECÇÃO Os sistemas devem ser meticulosamente inspeccionados e ensaiados relativamente ao seu correcto funcionamento por pessoal competente, pelo menos anualmente, ou mais frequentemente, se exigido pela entidade competente.

MANUTENÇÃO O utilizador deve efectuar um programa de inspecção, preparar um calendário de serviço, e manter registos das inspecções e dos serviços. A entidade instaladora deve fornecer ao utilizador um registo no qual possam ser introduzidos detalhes de inspecção e de serviço, e um programa de inspecção para o sistema e para os componentes. O programa deve incluir instruções relativamente à acção a efectuar no que diz respeito a falhas.

2 APSEI Rua do Conselheiro Lopo Vaz, Edifício Varandas do Rio, Escritório D | 1800 – 142 Lisboa Tel.:+351 219 527 849 | Fax:+351 219 527 851 www.apsei.org.pt | apsei@apsei.org.pt


LEGISLAÇÃO

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Legislação Decreto-Lei nº 26/2010, de 30 de Março

Procede à décima alteração ao Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro, que estabelece o regime jurídico da urbanização e edificação, e procede à primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 107/2009, de 15 de Maio.

Portaria nº 181/2010, de 26 de Março

Estabelece o regime de formação do coordenador de segurança, a que se refere o artigo 10.º, n.º 1, da Lei n.º 39/2009, de 30 de Julho.

Decisão nº 2010/170/EU, de 23 de Março

Decisão da Comissão, de 19 de Março de 2010, que retira a referência à norma EN 353-1:2002 «Equipamento de protecção individual contra quedas de altura – Parte 1: Antiquedas do tipo guiado incluindo um cabo rígido de ancoragem» nos termos da Directiva 89/686/CEE do Conselho [notificada com o número C(2010) 1619].

Decisão nº 2010/165/EU, de 19 de Março

Decisão da Comissão, de 18 de Março de 2010, que retira do Jornal Oficial da União Europeia a referência à norma EN ISO 4869-4: 2000 «Acústica - Protectores auditivos - Parte 4: Medição dos níveis efectivos de pressão sonora, dos protectores-ascultadores destinados a restituição do som (ISO/TR 4869-4: 1998)» nos termos da Directiva 89/686/CEE do Conselho [notificada com o número C(2010) 1599].

Lei nº 2/2010, de 15 de Março

Altera o artigo 22.º do Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 394-B/84, de 26 de Dezembro.

Portaria nº 131/2010, de 2 de Março

Segunda alteração à Portaria n.º 469/2009, de 6 de Maio, que estabelece os termos das condições técnicas e de segurança em que se processa a comunicação electrónica para efeitos da transmissão de dados de tráfego e de localização relativos a pessoas singulares e a pessoas colectivas, bem como dos dados conexos necessários para identificar o assinante ou o utilizador registado.

Resolução da Assembleia da República nº 15/2010, de 26 de Fevereiro Decisão nº 2010/81/EU, de 11 de Fevereiro

Recomenda ao Governo um conjunto de medidas de reprogramação, redireccionamento e reengenharia do QREN.

Decisão nº 2010/82/EU, de 11 de Fevereiro

Decisão da Comissão, de 9 de Fevereiro de 2010, que estabelece as classes de desempenho em matéria de reacção ao fogo de certos produtos de construção relativamente a revestimentos para parede decorativos em forma de rolos e painéis [notificada com o número C(2010) 397].

Decisão nº 2010/83/EU, de 11 de Fevereiro

Decisão da Comissão, de 9 de Fevereiro de 2010, que estabelece as classes de desempenho em matéria de reacção ao fogo de certos produtos de construção relativamente a compostos para preparação de juntas de secagem ao ar [notificada com o número C(2010) 399].

Decisão nº 2010/85/EU, de 11 de Fevereiro

Decisão da Comissão, de 9 de Fevereiro de 2010, que estabelece as classes de desempenho em matéria de reacção ao fogo de certos produtos de construção relativamente a placas cimentícias, placas à base de sulfato de cálcio e placas de resina sintética para pavimentos [notificada com o número C(2010) 772].

Portaria n.º 79/2010, de 9 de Fevereiro

Adopta o modelo de cartão identificativo para uso dos guardas-nocturnos no exercício da sua actividade e revoga a Portaria n.º 1118/2009, de 30 de Setembro.

Decisão da Comissão, de 9 de Fevereiro de 2010, que estabelece as classes de desempenho em matéria de reacção ao fogo de certos produtos de construção relativamente a adesivos para ladrilhos de cerâmica [notificada com o número C(2010) 382].

Normalização LISTA DE NORMAS PORTUGUESAS E EUROPEIAS PUBLICADAS NP HD 21.12:2009

Cabos isolados com policloreto de vinilo de tensão estipulada até 450/750 V inclusive. Parte 12: Cabos flexíveis resistentes ao calor (cordões).

NP EN 1158:2009

Ferragens. Dispositivos para coordenação de fecho de portas. Requisitos e métodos de ensaio.

NP EN 14435:2009

Aparelhos de protecção respiratória. Aparelhos de protecção respiratória isolantes, autónomos, de circuito aberto a ar comprimido, com semi-máscara, concebidos exclusivamente para utilização em pressão positiva, requisitos, ensaios, marcação.

NP EN ISO 9001:2008 /AC :2010 NP EN ISO12127-2:2009

NP EN ISO 14001:2004 /AC Fev:2010

Sistemas de gestão da qualidade. Requisitos. Vestuário de protecção contra o calor e a chama. Determinação da transmissão de calor por contacto através do vestuário de protecção ou dos seus materiais constituintes. Parte 2: Método de ensaio usando a produção de calor pela queda de pequenos cilindros. Sistemas de gestão ambiental. Requisitos e linhas de orientação para a sua utilização.

EN 15080-8:2009

Extended application of results from fire resistance tests. Part 8: Beams.

EN 50131-8:2009

Alarm systems - Intrusion and hold-up systems. Part 8: Security fog device/systems.

JANEIRO A MARÇO ‘10

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AGENDA

PRÓXIMOS EVENTOS SOBRE SEGURANÇA

Agenda MAIO ‘10 10 a 13 IFSEC NEC - Birmingham, Inglaterra www.ifsec.co.uk 11 a 15 Tektónica FIL – Lisboa, Portugal www.tektonica.fil.pt

JUNHO ‘10 7 a 11 NFPA Conference & Expo Mandalay Bay – Las Vegas, E.U.A. www.nfpa.org/conference 7 a 12 INTERSCHUTZ Leipzig Exhibition Center - Leipzig, Alemanha www.interschutz.de

OUTUBRO ‘10 19 A 22 NFPA-APSEI Fire & Security 2010 Centro de Congressos de Lisboa – Lisboa, Portugal www.nfpaportugalconference.com

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