PROTEGER #16

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PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO, SEGURANÇA ELETRÓNICA E NO TRABALHO 6,00€

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SPRINKLERS 13x13x13 13 novidades da NFPA 13 para 2013 VIDEOVIGILÂNCIA Gestão de edifícios Convergência de sistemas de segurança SEGURANÇA NO TRABALHO Exposição ao ruído ocupacional

TEMA DE CAPA

QUALIDADE E CERTIFICAÇÃO NA SEGURANÇA. DIFERENTES PERSPETIVAS SOBRE A CERTIFICAÇÃO DE SERVIÇOS E PRODUTOS. CERTIFICAÇÃO EUROPEIA. CERTIFICAÇÃO NA SEGURANÇA NO TRABALHO.



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Editorial Maria João Conde

Um dos principais entraves à consolidação de um verdadeiro mercado europeu interno para as tecnologias segurança é a fragmentação nacional do mercado europeu.

O mercado global de segurança vale aproximadamente 100 mil milhões de euros e emprega 2 milhões de pessoas (dados de 2011) em todo o mundo. Já o mercado europeu de segurança tem um valor estimado entre 26 e 36.5 mil milhões de euros, prevendo-se que empregue cerca 180 mil pessoas. De registar que o setor da segurança tem crescido sempre acima da economia nos últimos 10 anos, tendo atingido o seu expoente em 2009. Estes e outros dados constam do “Plano de Ação para a competitividade e inovação da indústria europeia de segurança” (COM/2012/417) que a Comissão Europeia publicou no passado mês de julho. Neste documento, o órgão executivo da União Europeia faz um diagnóstico do mercado e define medidas que visam o incremento da competitividade do setor das tecnologias de segurança por forma a fazer face à crescente pressão concorrencial da Ásia e América do Norte. Segundo a referida comunicação, um dos principais entraves à consolidação de um verdadeiro mercado europeu interno para as tecnologias de segurança é a fragmentação nacional do mercado europeu. Conclui a Comissão que a fraca implantação de normas europeias e procedimentos harmonizados para a certificação de produto resultam na coexistência de 27 mercados de segurança na Europa, regidos por normas nacionais, que se aplicam exclusivamente aos respetivos territórios nacionais e que constituem barreiras efetivas ao acesso ao mercado por parte de agentes económicos de outros estados membros. Para superar a fragmentação do mercado europeu, a Comissão propõe um conjunto de incentivos à normalização europeia de produtos e serviços e à harmonização dos procedimentos de certificação e de avaliação da conformidade. Segundo a Comissão Europeia, os sistemas de deteção e alarme e os equipamentos de segurança dos aeroportos serão as duas áreas a privilegiar na normalização nos próximos anos. Neste contexto, o Plano de Ação estabelece como objetivo a implementação de uma marca europeia para produtos e serviços de segurança, o que implicará alcançar o pleno reconhecimento mútuo dos sistemas de certificação nacionais e, com isto, a poupança de 29 milhões de euros para a indústria. Na comunicação em análise, a Comissão compromete-se com a promoção da elaboração de referenciais para a prestação de serviços, os quais têm como principais visados os clientes ou consumidores finais. Estabelecimentos hoteleiros e infraestruturas críticas serão os setores de atividade considerados como prioritários. Presente em todo o plano de ação, está a intenção da Comissão em contemplar medidas que visam melhorar o acesso das PME (pequenas e médias empresas) aos mercados europeus. De referir ainda que este plano de ação será implementado até 2015. NFPA-APSEI Fire&Security Uma nota final para a realização do NFPA-APSEI Fire&Security 2012 em dezembro. Na sua quarta edição, consolidou-se num evento aglutinador de todas as entidades e profissionais da segurança em Portugal , envolvendo os intervenientes de toda a cadeia de valor, desde o prescritor até ao consumidor. A participação crescente de profissionais dos PALOP tem permitido que este evento se consubstancie também numa plataforma para a internacionalização da atividade das empresas portuguesas.

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Sumário

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01 Editorial. (Maria João Conde) 04+05 Notícias. Novo regime jurídico de segurança privada em 2013. Semana Europeia da Prevenção e Segurança no Trabalho celebrada em outubro. Alteração do acesso às profissões de Técnico e Técnico Superior de Segurança no Trabalho. APSEI divulga nova NP 4413 em todo o país. 07 Institucional. Depoimento do IPQ. 53+54 Ficha técnica APSEI nº35. Sistemas de videovigilância. 55+56 Ficha técnica APSEI nº36. Painéis de lã rocha para soluções resistentes ao fogo. 57 Legislação e Normalização. 58 Agenda. 59 Diretório empresas associadas da APSEI.

ARTIGO DE CAPA Aceda à página da PROTEGER através do seu smartphone. Para identificar esta imagem, utilize uma aplicação de leitura de códigos QR.

8 Qualidade e Certificação na Segurança Certificação de Serviços – Evidenciar a Qualidade Diferentes perspetivas sobre a certificação do serviço. A certificação do serviço de manutenção de extintores e a certificação dos serviços de comercialização, instalação e manutenção de equipamentos e sistemas de segurança contra incêndio. APSEI

15 Certificação de Produto – A Visão dos Fabricantes A experiência dos fabricantes nacionais sobre a certificação de produtos de segurança. O contributo da certificação para a internacionalização. APSEI

17 A Marcação CE e a Certificação de Produtos de Segurança Abordagem à certificação dos produtos de segurança na área dos equipamentos de proteção individual, aparelhagem de baixa tensão e produtos da construção. O papel da marcação CE e certificação de produtos. Francisco Barroca

APSEI divulga nova NP 4413 em todo o país.

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Nesta edição apresentamos as diferentes perspetivas sobre a certificação de produtos e de serviços para melhor compreendermos o contributo deste processo na qualidade do mercado da segurança. Na área de produto, vamos conhecer a experiência de três conceituados fabricantes nacionais e o papel da certificação na sua internacionalização. Já a certificação de serviços será retratada através do serviço de manutenção de extintores e do comércio, instalação e manutenção de equipamentos de Segurança Contra Incêndio em Edifícios.

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19 Uma Norma Europeia para os Serviços de Segurança Objetivo e ponto de situação sobre a nova norma europeia para serviços relacionados com sistemas de proteção contra incêndio e de segurança. Paul Langer

22 O Impacto da Certificação OHSAS 18001 na Atividade da Empresa Influência das OHSAS (Sistema de Avaliação de Saúde e Segurança Ocupacional) na salvaguarda da segurança dos trabalhadores e na melhoria da prestação das empresas na gestão de segurança. 02

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Lacerda Nobre


Direção Maria João Conde Coordenação Gonçalo Sítima Colaboradores Residentes Ana Ferreira, Diana Vitorino Jaqueline Amaro e Mélanie Cuendet Publicidade Gonçalo Sítima Colaboradores neste número Duarte Duque, Fernando Ferreira, Francisco Barroca, Lacerda Nobre, Luís Santos, João Paulo Galvão, Joaquim Armindo, José Miguel Fonte, Matt Klaus, Martinho Carneiro.Edição e Propriedade APSEI – Associação Portuguesa de Segurança Administração, Redação e Publicidade Rua Conselheiro Lopo Vaz, lt AB Edifício Varandas Rio, Esc. D 1800-142 Lisboa Tel +351 219 527 849 | Fax +351 219 527 851 E-mail apsei@apsei.org.pt URL www.apsei.org.pt/proteger Fotografia Gonçalo Sítima, iStockPhoto Design José Mendes Graphic.Design.Studio jmendesign@mac.com Pré-press BBCE, Comunicação e Eventos, lda. Impressão MR Artes Gráficas Periodicidade Trimestral Tiragem 4000 exemplares Registo ERC 125 538 Depósito Legal 284 212/08 ISSN 1647-1288

FABRICO NACIONAL 26 Flexibilidade e Personalização dos Serviços como Chave do Sucesso Reportagem à fábrica da empresa Augusto Moreira Lda., detentora das marcas de portas de segurança Trancar e de mobiliário de cozinhas Ayeme. Gonçalo Sítima e Jaqueline Amaro

INTERNACIONAL 30 A Deteção Automática de Incêndios no Palácio do Planalto em Brasília Características do novo sistema de deteção automática de incêndios instalado no edifício onde está sediada a Presidência do Brasil. João Paulo Galvão

INFORMAÇÃO TÉCNICA 34 13x13x13 - Treze Novidades Sobre a Edição de 2013 da NFPA 13 Apresentação das principais alterações, correções e novidades introduzidas pela nova versão da norma NFPA 13 sobre sistemas de extinção por sprinklers. Matt Klaus

40 Pensar Para Além da Segurança – Sistemas de Videovigilância e IP Diferentes exemplos de utilização dos sistemas de videovigilância sobre IP. Contribuição dos avanços tecnológicos para a diversificação o desempenho dos sistemas de videovigilância. Fernando Ferreira

43 Convergência da Gestão de Edifícios e Videovigilância Requisitos essenciais para a correta convergência de subsistemas no âmbito da gestão integrada de um edifício. Vantagens da utilização de protocolos abertos.

Os artigos assinados e as opiniões expressas são da exclusiva responsabilidade dos seus autores e não refletem, necessariamente, as posições e opiniões da Associação Portuguesa de Segurança.

José Miguel Fonte e Duarte Duque

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SPRINKLERS 13x13x13 13 novidades da NFPA 13 para 2013 VIDEOVIGILÂNCIA Gestão de edifícios Convergência de sistemas de segurança SEGURANÇA NO TRABALHO Exposição ao ruído ocupacional

45 Reservatórios Metálicos para Armazenamento de Águas Utilização de reservatórios metálicos para o armazenamento de águas para combate a incêndios. Descrição das características construtivas, tipos de revestimentos, materiais de estanquidade, entre outros elementos deste tipo de reservatórios. Martinho Carneiro

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TEMA DE CAPA

QUALIDADE E CERTIFICAÇÃO NA SEGURANÇA. DIFERENTES PERSPETIVAS SOBRE A CERTIFICAÇÃO DE SERVIÇOS E PRODUTOS. CERTIFICAÇÃO EUROPEIA. CERTIFICAÇÃO NA SEGURANÇA NO TRABALHO.

49 Exposição ao Ruído Durante o Trabalho: Algumas Incertezas Avaliação dos riscos à exposição do ruído ocupacional. Características e dificuldades da medição do ruído. Informação e formação dos trabalhadores sobre as doenças profissionais ligadas à exposição ao ruído. Luís Santos

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NOTÍCIAS

Novo regime jurídico de segurança privada em 2013 No próximo ano a atividade de segurança privada conhecerá um novo enquadramento jurídico, que introduzirá importantes alterações ao atual regime jurídico. Estas alterações terão um impacto significativo na atividade de segurança eletrónica sobretudo a três níveis: as entidades que executam a instalação e a manutenção de sistemas de segurança passam a estar obrigadas a fazer um registo junto da Direção Nacional da PSP; os sistemas de segurança instalados passam a ter que cumprir com as normas europeias que são referidas na legislação, sem prejuízo da lei prever um período de adaptação; a lei prevê que

mais estabelecimentos estejam obrigados a possuírem sistemas de segurança, nomeadamente superfícies comerciais, farmácias, ourivesarias, entre outros. A proposta de lei que vai alterar o Decreto-Lei n.º 35/2004, que resultou de um trabalho desenvolvido pela PSP, pelos membros do Conselho de Segurança Privada e outras entidades envolvidas na atividade de segurança como a APSEI e coordenado pelo gabinete do Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Administração Interna, transitará brevemente para a Assembleia da República. A APSEI reuniu algumas vezes com o Gabinete do Secretário de Estado Adjunto da

Administração Interna e teve oportunidade de apresentar algumas alterações ao pacote legislativo, no que se refere à atividade de segurança eletrónica. A associação representativa das empresas e profissionais de segurança eletrónica enviou à Secretaria de Estado alguns contributos para a proposta de portaria sobre requisitos e procedimento de registo pela Direção Nacional da PSP das entidades que comercializam, instalam, mantêm e prestam assistência técnica aos sistemas de segurança, bem como uma proposta de guia de requisitos operacionais de sistemas de segurança.

Semana Europeia da Prevenção e Segurança no Trabalho celebrada em Outubro Decorreu de 22 a 26 de outubro último, a Semana Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho 2012. A Agência Europeia para a Saúde e a Segurança no Trabalho (EU-OSHA), comissão organizadora da semana europeia de prevenção, estipulou como principais objetivos a sensibilização do setor, a garantia da segurança e produtividade no local de trabalho, bem como a participação ativa dos trabalhadores e uma forte liderança da gestão. O programa incluiu a realização de diversos eventos espalhados por toda a Europa, em apoio à Campanha designada Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis, com o mote «Juntos na Prevenção dos Riscos Profissionais». De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o número de acidentes

de trabalho registado nos últimos anos tem vindo a diminuir. No entanto, as estatísticas de acidentes e mortes laborais continuam a ser alarmantes. Por hora, cerca de 17 pessoas morrem na União Europeia (EU), consequência de um acidente de trabalho ou doença profissional. Os acidentes de trabalho continuam a vitimar aproximadamente 7 milhões de pessoas na Europa. De acordo com os dados da OIT, em 2007, 6.9 milhões de pessoas sofreram um ou mais acidentes de trabalho. Em Portugal, o número de acidentes de trabalho e acidentes mortais laborais tem sofrido oscilações, sendo que de 1985 a 2009 se tem verificado uma diminuição, ainda que não seja constante ao longo dos anos.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), de 2008 para 2009 houve uma diminuição significativa do número de acidentes de trabalho totais e mortais. Em 2009 foram registados 217.393 acidentes de trabalho, que resultaram na morte de 217 pessoas. Quanto ao número de acidentes de trabalho e mortes por 100 mil empregados em Portugal, os números divulgados pelo INE demonstram que os acidentes laborais e consequentes mortes têm diminuído ao longo dos anos. Em 1990, foram registados 6476,1 acidentes de trabalho e 4,3 mortes por 100 mil empregados. Em 2009, os valores desceram para 4301,3 acidentes, embora as mortes se tenham mantido iguais (4,3).

ERRATA Na edição nº15 da PROTEGER, a Ficha Técnica APSEI nº35 que consta nas páginas 57 e 58 foi publicada com o título errado. Onde consta “Extintores de Incêndio Móveis” deveria estar “Sistemas de Videovigilância”. Republicamos nesta edição a Ficha Técnica APSEI nº35 com o título corrigido.

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NOTÍCIAS

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Alteração do Acesso às Profissões de Técnico e Técnico Superior de Segurança no Trabalho Entrou em vigor, no passado mês de novembro, a alteração ao regime de acesso e ao exercício das profissões de Técnico Superior de Segurança no Trabalho e de Técnico de Segurança no Trabalho. A principal alteração introduzida por este diploma diz respeito à designação das categorias profissionais dos técnicos responsáveis pela prevenção e pela proteção contra riscos profissionais. Assim sendo, de futuro, as profissões de Técnico Superior (TSSHT) e de Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho (TSHT) passam a designar-se de Técnico Superior de Segurança no Trabalho (TSST) e Técnico de Segurança no Trabalho (TST), respetivamente. O exercício destas profissões no território profissional apenas pode ser efetuado por detentores de título profissional válido, sendo

que qualquer contrato pelo qual alguém se obrigue a exercer estas profissões sem cumprir este requisito passa a ser considerado nulo. Podem aceder à profissão de TSST os profissionais detentores de doutoramento, mestrado ou licenciatura das áreas da segurança no trabalho reconhecidos pelo governo e os detentores de outra licenciatura ou bacharelato que tenham tido frequência e aproveitamento em curso de formação inicial de TSST ministrado por entidade certificada. Por sua vez, podem aceder à categoria profissional de TST os detentores de 12º ou 9º ano de escolaridade ou de formação equivalente e frequência, com aproveitamento, em curso de formação inicial de TST ministrado por entidade formadora certificada e inserido no sistema de educação e formação. Podem ainda aceder a estas categorias

profissionais os detentores de qualificações reconhecidas nos termos da Lei nº 9/2009. Dos fatores que podem conduzir à suspensão do título profissional, destacam-se a não atualização científica e técnica dos profissionais através de frequência de 30 horas de formação contínua num período de cinco anos e a não frequência de 100 horas de formação contínua, no caso dos técnicos que tenham exercido a profissão por um período inferior a dois anos num período de cinco anos. Refira-se ainda que a emissão dos títulos profissionais de TSST e de TST é da responsabilidade da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT). Estas alterações foram publicadas pela Lei nº 42/2012, de 28 de Agosto, que revoga o Decreto-Lei nº 110/2000, de 30 de Junho, e o nº 3 do artigo 100º da Lei nº 102/2009, de 10 de Setembro.

APSEI divulga nova NP 4413 em todo o país Na sequência da publicação da 3ª edição da Norma Portuguesa 4413, que regula o serviço de manutenção de extintores, no passado mês de junho, a APSEI realizou de norte a sul do país três fóruns de divulgação dos novos requisitos desta norma. Poucos dias depois da publicação da NP 4413:2012 pelo Instituto Português da Qualidade, realizou-se no dia 25 de junho, em Almada (nas instalações do IPQ) o 11º Fórum APSEI, assinalando o início da campanha de divulgação desta norma em todo o país. Como prova do interesse e importância que esta norma – de cumprimento obrigatório – tem para o mercado, o auditório do IPQ contou com a presença de mais de 200 participantes, esgotando a lotação deste espaço. O programa do evento pretendeu abranger as diferentes vertentes relacionadas com a norma e com a atividade de manutenção de extintores, envolvendo as várias entidades que colaboraram na elaboração da norma, nomeadamente organismos certificadores, técnicos de manutenção e clientes finais. Uma das principais alterações introduzidas pela NP 4413:2012 relaciona-se

com o Registo de entidades na Autoridade Nacional de Proteção Civil, referindo agora a norma a necessidade das empresas prestadoras do serviço de manutenção de extintores estarem registadas na ANPC para poderem exercer a atividade. Por outro lado, a nova norma estabelece claramente os conteúdos e cargas horárias dos cursos de formação que permitirão dar cumprimento ao requisito de competência técnica dos colaboradores responsáveis pela execução do serviço de manutenção de extintores, harmonizando ainda os critérios de rejeição dos extintores com a legislação europeia aplicável aos recipientes sob pressão. De referir ainda que a NP 4413:2012 irá exige registos que garantirão, de forma mais fidedigna, o cumprimento da legislação aplicável à gestão de resíduos e à proteção do meio ambiente. Com o objetivo de elucidar as empresas e técnicos desta área sobre estas alterações, o programa dos vários eventos incluíram a abordagem geral à NP 4413 (cuja primeira edição data de 2003) e a explicação dos novos requisitos de implementação da NP

4413:2012 para que as empresas os possam obter a certificação do seu serviço obrigatória por lei. Numa vertente mais técnica, foram esmiuçados os procedimentos de manutenção de extintores, salientando-se as boas práticas de manutenção, segurança e qualidade. Por fim, foi também discutida e esclarecida a Marcação CE dos extintores de incêndio, um tema que continua a suscitar muitas dúvidas no mercado. A segunda edição deste evento teve lugar na Maia, nas instalações do CICCOPN, em setembro, e contou mais uma vez com mais de 120 profissionais do norte de Portugal. Para além da discussão dos temas já referidos anteriormente, neste evento foi ainda apresentada a visão de um cliente final. Coube ao CENFIM demonstrar a sua experiência nesta área, salientando as alterações e vantagens do recurso a uma empresa certificada para o serviço de manutenção de extintores. Para finalizar esta campanha de divulgação da NP 4413:2012, o 14º Fórum APSEI realizou-se em Lagoa, em novembro.

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INSTITUCIONAL

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Normalização: fator de competitividade e de segurança Jorge Marques dos Santos Presidente do IPQ

Os benefícios da Normalização para o crescimento económico são gerados pela disseminação, através das normas elaboradas por consenso entre os peritos das várias partes interessadas, do conhecimento tecnológico e das melhores práticas pelo maior número possível de empresas, em especial PME. Como resultado, a força inovadora da economia nacional e, consequentemente, a taxa do progresso tecnológico, aumentam, contribuindo para o crescimento sustentado da economia. Numa conjuntura económica desfavorável - como a que atualmente vivemos - as normas podem contribuir para a conquista de novos clientes que procurem garantir, de forma sustentada, a saúde dos investimentos e a inovação em produtos, assegurando a diferenciação no mercado, reduzindo custos, diminuindo o risco e contribuindo para a sobrevivência ou prosperidade das empresas. Existem estudos que mostram que o uso das normas pode trazer enormes benefícios económicos às empresas, na ordem dos 0,5 a 4% das receitas anuais, em resultado da confiança gerada junto dos potenciais clientes e da entrada em novos mercados com oferta de produtos e serviços com níveis de qualidade evidenciados pelo uso de normas. A Normalização constitui um contributo essencial para a inovação e para a competitividade, facilitando o acesso aos mercados ou permitindo a interoperabilidade entre produtos e serviços novos ou já existentes. Potencia os efeitos positivos económicos e estimula o desenvolvimento de novos e melhores produtos ou mercados e melhores condições de fornecimento, constituindo, assim, um claro e inestimável benefício para a economia em geral e para os consumidores em particular. A União Europeia tem dedicado uma importância crescente ao papel da Normalização como fator de competitividade, tendo, no passado dia 4 de outubro, adotado pelo Conselho Europeu, depois de aprovado no Parlamento Europeu, o novo Regulamento Europeu de Normalização, que entrará em vigor em 1 de janeiro de 2013. Este regulamento vem simplificar o anterior

quadro jurídico promovendo, prioritariamente, a redução do tempo médio do processo de Normalização e estimulando a representação e a participação das pequenas e médias empresas, dos consumidores e das organizações sociais, no processo de Normalização. No mesmo Regulamento reconhece-se que as normas contribuem para aumentar a concorrência e para diminuir os custos de produção e de venda, o que é vantajoso para a economia em geral e para os consumidores em particular. As normas poderão manter e melhorar a qualidade, fornecer informações e garantir a interoperabilidade e a compatibilidade, aumentando assim a segurança e o valor para os consumidores. As normas podem exercer uma grande influência na sociedade, em especial no que diz respeito à segurança e ao bem-estar dos cidadãos, eficácia das redes, ambiente, segurança dos trabalhadores e condições de trabalho, acessibilidade, utilização sustentável dos recursos, inovação, envelhecimento da população, integração das pessoas portadoras de deficiência, proteção dos consumidores. É necessário assegurar que o papel e a contribuição dos agentes da sociedade civil no âmbito da elaboração de normas sejam consolidados, mediante o reforço do apoio de organizações representativas dos consumidores e dos interesses ambientalistas e da sociedade civil. É essa a atitude demonstrada pela APSEI, que é Organismo de Normalização Setorial qualificado pelo IPQ, no domínio da “Segurança contra incêndio e símbolos gráficos”, assegurando o acompanhamento de 7 Comités Técnicos europeus (CEN) e 3 internacionais (ISO) A área da Segurança tem constituído uma das principais preocupações da Normalização europeia e internacional, envolvendo, especificamente, mais de 120 Comités Técnicos e cerca de 1200 peritos. A nível nacional, o IPQ tem já editadas 47 Normas Portuguesas e cerca de 400 versões nacionais de normas europeias e internacionais, sendo ainda de referir que, no domínio da segurança de eletrodomésticos, todas as normas dispõem já de versões nacionais. SETEMBRO A DEZEMBRO '12

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Qualidade e Certificação na Segurança Nesta edição apresentamos as diferentes perspetivas sobre a certificação de produtos e de serviços para melhor compreendermos o contributo deste processo na qualidade do mercado da segurança. Na área de produto, vamos conhecer a experiência de três conceituados fabricantes nacionais e o papel da certificação na sua internacionalização. Já a certificação de serviços será retratada através do serviço de manutenção de extintores e do comércio, instalação e manutenção de equipamentos de Segurança Contra Incêndio em Edifícios a nível nacional e europeu.


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CAPA

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CERTIFICAÇÃO DE SERVIÇOS EVIDENCIAR A QUALIDADE APSEI

A garantia de qualidade dos serviços prestados é um critério fundamental na escolha dos prestadores de serviço em qualquer setor ou mercado. Na área da segurança, este critério é particularmente relevante, uma vez que a ocorrência de erros e falhas poderá incorrer em graves prejuízos, como a perda de bens ou mesmo de vidas. Em Portugal, a promoção da certificação de serviços na área da segurança contra incêndio em edifícios tem acompanhado o desenvolvimento legal e técnico dos últimos anos. Mais que criar um argumento comercial para as empresas se evidenciarem no mercado, a certificação dos serviços de segurança pretende elevar o padrão geral de segurança na sociedade. Melhores serviços vão resultar invariavelmente numa maior proteção dos bens e das pessoas no seu quotidiano. Dito isto, a certificação de serviços consiste num processo de avaliação da conformidade efetuada por uma entidade independente, imparcial e reconhecida (um Organismo de Certificação) que comprova a conformidade do serviço com os requisitos definidos em normas ou especificações. Considera-se que o serviço de qualquer organização possui características únicas que o diferencia dos materiais ou produtos fabricados. Os serviços são, em larga medida, abstratos e intangíveis; são heterogéneos pois são prestados de acordo com diferentes metodologias; e são também considerados inseparáveis ao serem fornecidos e consumidos no mesmo momento, com a participação ativa do cliente no processo. De acordo com o organismo de certificação Bureau Veritas Certification, a certificação de serviços permite assim às organizações identificar, controlar e evidenciar quais as características do serviço que presta, e a qualidade do mesmo. O objetivo desta cer-

tificação é ajudar as empresas a organizar, controlar e perpetuar as suas atividades através de procedimentos que asseguram a operacionalidade de acordo com uma abordagem de melhoria contínua. Esta otimização do desempenho da organização terá um impacto interno, mas também externo à organização, beneficiando todas as partes interessadas. Resumidamente podem-se identificar os seguintes benefícios decorrentes da implementação da certificação para as organizações: ≥ Focalização nas características do serviço que são valorizadas pelos clientes; ≥ Orientação da organização para os resultados, através do estabelecimento de objetivos e metas mensuráveis; ≥ Melhoria da imagem e ganho de vantagens competitivas; ≥ Envolvimento dos colaboradores; ≥ Estabelecimento de um sistema da qualidade estruturado de uma forma orientada, simples e compatível com outros sistemas de gestão; ≥ Ênfase na melhoria contínua, através de avaliações por auditores independentes e com competência técnica. Vejamos agora dois exemplos de certificação de serviço na área da segurança que concretizam os objetivos gerais anteriormente apresentados – certificação do serviço de manutenção de extintores (uma certificação obrigatória desde 2008) e a nova certificação dos serviços de comercialização, instalação e/ou manutenção de produtos, equipamentos e sistemas de segurança contra incêndio, de caráter voluntário. NP 4413 – A CERTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA DO SERVIÇO DE MANUTENÇÃO DE EXTINTORES Em 2003, devido à desregulação do mercado e à heterogeneidade de práticas de manutenção

existentes na altura, um conjunto de entidades e profissionais da atividade reuniram-se para elaborar um documento que uniformizasse os procedimentos da manutenção dos extintores de incêndio. Desta forma nasceu a Norma Portuguesa 4413:2003, norma esta que viria a alterar significativamente a forma como a esta atividade seria considerada no panorama da segurança contra incêndio em Portugal. Com este novo documento normativo, as empresas prestadoras do serviço de manutenção de extintores passaram a dispor de um instrumento que estabelecia não só os procedimentos mínimos que deveriam ser tidos em consideração aquando da manutenção e carregamento destes equipamentos, mas que definia também outras questões de organização e responsabilidade, como é o caso da introdução da etiqueta de manutenção e do relatório de manutenção. Não obstante as alterações que este documento introduziu no mercado, em 2006 elaborou-se nova versão da norma, agora com o objectivo de disponibilizar também às empresas um instrumento que lhes permitisse demonstrar aos seus clientes e fornecedores a qualidade do serviço prestado. A versão de 2006, para além das questões técnicas relacionadas com a manutenção dos extintores, veio definir os requisitos que deveriam ser cumpridos pelas empresas para efeitos da obtenção da certificação do serviço. Destes requisitos referem-se, a título exemplificativo, a necessidade das empresas garantirem a existência de um conjunto de equipamentos oficinais mínimos, a qualificação dos técnicos responsáveis pela execução do serviço, a avaliação da satisfação dos clientes, a implementação de medidas preventivas e corretivas, a existência e arquivo dos registos relacionados com o serviço e o controlo interno regular do sistema, entre outros. SETEMBRO A DEZEMBRO '12

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Em 2008, a importância da NP 4413 foi reconhecida oficialmente pelo legislador, que referiu esta norma no Regime Jurídico de Segurança contra Incêndios em Edifícios. A NP 4413 passou assim a ser a primeira norma de certificação de serviço da área da segurança contra incêndio a ser obrigatória em Portugal. A sua importância voltou a ser reforçada mais tarde, aquando da implementação do registo das entidades na Autoridade Nacional de Proteção Civil, quando apenas as empresas de manutenção de extintores detentoras da certificação do serviço segundo a NP 4413 passaram a ser autorizadas a atuar no mercado nacional. No entanto, existindo interpretações díspares da norma, esta sofreu nova revisão em 2012, com o objectivo de clarificar a sua

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leitura, harmonizar a sua estrutura com as restantes normas de certificação e harmonizar as suas disposições com a legislação nacional vigente aplicável. De acordo com o mais recente Registo de Entidades de SCIE na ANPC, existem atualmente 169 empresas de manutenção de extintores certificadas segundo a NP 4413. Estas empresas regem-se pelos mesmos requisitos de qualidade de serviço, possuem equipamentos oficinais harmonizados, dispõem de instalações físicas e móveis adequadas à prestação do serviço, dispõem de técnicos qualificados e regem-se segundo os mesmos procedimentos técnicos. A certificação do serviço segundo a NP 4413 constitui um referencial altamente reconhecido não só

pelas entidades oficiais mas pelos próprios clientes finais, que cada vez mais exigem esta certificação aquando da seleção dos fornecedores deste tipo de serviço. A VISÃO DAS EMPRESAS DE MANUTENÇÃO O impacto da certificação nas empresas que prestam o serviço de manutenção de extintores pode ser considerável, dependendo do nível de organização e preparação que esta possua quando implementa os requisitos de certificação. No caso da Previnave, uma das empresas pioneiras na obtenção desta certificação, foram necessários vários ajustes para responder aos requisitos do referencial, entre os quais a criação e implementação de documentação e procedimentos internos; formação, mobilização e motivação dos colaboradores para minimizar a resistência à mudança e criar um ambiente favorável à implementação dos novos procedimentos e metodologias de trabalho. Também a empresa Mafep, sediada em Sintra, preparou a sua certificação com um especial cuidado no desenvolvimento das competências dos seus colaboradores e dos procedimentos de trabalho adotados. A organização documental dos trabalhos realizados desde a primeira versão da NP 4413, de 2003, foi útil na altura da certificação, assim como a aposta na formação contínua. A empresa destaca como a principal mudança, após a certificação, efetuarem o registo dos trabalhos, a avaliação da sua eficácia e o planeamento dos mesmos com maior antecedência. Mas a adaptação à NP 4413 não se fez exclusivamente por parte das empresas de manutenção de extintores. A Previnave refere que foi necessário um grande esforço de informação e esclarecimento junto dos seus clientes no sentido de os motivar para a mudança, ajudá-los a descobrir as vantagens da prestação do serviço de acordo com regras claras e iguais para todo o mercado. Esta sensibilização junto do cliente é efetivamente uma das tarefas mais desafiantes para as empresas certificadas, principalmente porque a implementação da certificação poderá implicar aumento de custos na manutenção da operacionalidade dos seus extintores.


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Como vimos anteriormente, ao ser referida no Regulamento Técnico de SCIE (Portaria nº 1532/2008) a NP 4413 passou a ser de cumprimento obrigatório por lei, o que teve um impacto significativo junto dos clientes deste serviço. Antes da publicação do Regime Jurídico apenas os clientes mais exigente e sensibilizados para as questões da segurança reconheceram a mais-valia das empresas prestadoras do serviço de manutenção de extintores se preocuparem em elevar os níveis de qualidade e obterem a certificação. No entanto, a grande maioria dos clientes ficou relutante em aceitar a necessidade de alterar as práticas anteriormente seguidas, principalmente se estas alterações implicavam o aumento de custos do serviço. Após esta fase e com a entrada em vigor do Registo de Entidades de SCIE, pode considerar-se que a grande maioria dos utilizadores deste serviço já têm conhecimento dos requisitos da norma e exigem que as empresas sejam detentoras da certificação. Quer a Previnave, quer a Mafep, são perentórias ao afirmar que o investimento na qualidade da prestação de serviço não é encarado como um custo ou um procedimento legal inconsequente. Na voz dos responsáveis da Previnave, “muito embora seja um enorme desafio e implique custos consideráveis, não temos qualquer dúvida que as certificações de que dispomos são uma altíssima mais-valia para a empresa. Estas são um garante da qualidade dos nossos serviços e do cumprimento de todos os requisitos e referenciais aplicáveis à nossa atividade, algo que toda a equipa valoriza e sem as quais já não imaginamos operar”. O PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO Os organismos certificadores que implementam a certificação de acordo a NP 4413 são unânimes a admitir o contributo da norma para o aumento da qualidade no serviço prestado pelas empresas de manutenção de extintores. Num plano geral, considera-se que a certificação de serviço permite às empresas uma melhor organização interna, a definição de responsabilidades e funções, a uniformização das metodologias de trabalho e a qualificação dos recursos humanos. Por outro lado, as

empresas obtêm um conhecimento profundo das necessidades e expetativas dos seus clientes. Como vimos pela experiência de duas empresas do setor, a obtenção da certificação de acordo com a NP 4413 implica normalmente um processo de reestruturação interno e dos procedimentos de trabalho habituais. Neste contexto, são várias as dificuldades das empresas de manutenção de extintores que resultam muitas vezes em não conformidades nas auditorias. Segundo a experiência do organismo certificador APCER, apesar da formação adquirida, é comum os técnicos evidenciarem alguma inexperiência nas operações de recarga dos extintores de CO2. Outros constrangimentos comuns detetados passam pela dificuldade em comprovar a rastreabilidade dos lotes de pó químico e aditivo usados nas recargas de extintores, de interpretação dos requisitos associados com os equipamentos de monitorização e de medição e consequente aceitação dos certificados de calibração, mas também pela dificuldade na definição dos critérios de rejeição dos extintores. Este acaba por ser um processo evolutivo, de aprendizagem e adaptação por parte das empresas de manutenção de extintores. O resultado final é evidenciado pelas mais-valias retiradas pelos clientes e que resultam num atendimento mais eficaz, com recurso a meios humanos e técnicos adequados às exigências do serviço. As empresas passam também por proporcionar uma maior rapidez de resposta e uma clarificação das operações efetuadas e dos critérios de avaliação do serviço. Por outro lado, o cumprimento dos requisitos de qualidade da NP 4413 conduz a uma diminuição do “retrabalho” e num acréscimo da confiança por parte dos clientes no prestador do serviço. A EXPERIÊNCIA DO CLIENTE FINAL Vejamos agora a experiência de uma entidade que contrata o serviço de manutenção de extintores e que, no final, é principal beneficiário da qualidade prestada. Para o CENFIM – Centro de Formação Profissional da Industria Metalúrgica e Metalomecânica, ele mesmo certificado em vários referenciais (ISO 9001, 14001, NP 4427, NP 4397), e que considera os fornecedores como “parceiros no seu produto final”, a certificação das

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empresas de manutenção de extintores e a sua obrigatoriedade vem “conferir a credibilidade necessária” a esta atividade”. Este centro de formação garante que “mesmo antes desta obrigatoriedade davam preferência a empresas certificadas”, dado que “as empresas certificadas conferem respostas mais cabais às inerências de um trabalho”. Segundo Joaquim Armindo, Diretor do Departamento da Qualidade, Ambiente e Segurança e Saúde do CENFIM “a existência de relatórios sobre manutenção dos extintores, que são entregues após cada manutenção, pode aquilatar devidamente o trabalho efetuado e as respetivas responsabilidades”. Uma das características importantes da norma é o seu requisito oito, onde se referem as medidas de segurança e saúde no trabalho e o destino dos resíduos dos agentes extintores. O CENFIM considera este requisito uma mais-valia sustentável que contribui para a defesa de todos. Refere o mesmo Diretor que a rejeição de extintores de acordo com a norma e legislação é uma situação para a qual nunca tinham sido alertados como proprietários e utilizadores destes equipamentos de segurança. Agora é possível garantir a segurança e a funcionalidade de cada extintor através de critérios mais rigorosos e conhecidos por todos. Outro dos requisitos da NP 4413 muito valorizado pelo CENFIM são as verificações de rotina, que, aliás, esta entidade já efetuava antes da norma, uma vez que era comum os utilizadores das suas instalações (estudantes adolescentes na sua maioria) retirarem o selo e a cavilha dos extintores. A verificação mensal dos extintores permite estar sempre alerta para o estado dos equipamentos: “É uma boa prática e uma parceria com o fornecedor”, diz mais o referido diretor. É por estas razões que o CENFIM considera o cumprimento da norma fundamental para todos intervenientes neste processo. No entanto, é igualmente importante promover a sustentabilidade de cada empresa. “Vão mais à frente empresas do setor e não fiquem agarrados à normalização ou legislação, mas à felicidade no trabalho, consubstanciada no bem servir da comunidade, e só assim podemos ter empresas que sirvam a manutenção de extintores como um verdadeiro serviço de bem SETEMBRO A DEZEMBRO '12

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comum”, acaba por incentivar o Diretor da Qualidade, Ambiente e Segurança do CENFIM. NP 4513 – UNIFORMIZAÇÃO DE BOAS PRÁTICAS DE INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE SISTEMAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO Também na área da certificação dos serviços de segurança foi recentemente foi publicada a Norma Portuguesa 4513, elaborada pela Comissão Técnica 46 “Segurança contra incêndio e símbolos gráficos”, coordenada pelo organismo de normalização setorial APSEI. A Norma descreve um conjunto de boas práticas técnicas que podem ser voluntariamente cumpridas pelos prestadores de serviço, na atividade de comercialização, instalação e/ ou manutenção de produtos, equipamentos e sistemas de segurança contra incêndio (SCI). A evidência da qualidade demonstra-se através do cumprimento dos requisitos descritos da NP 4513 e que permitem a certificação das empresas prestadoras dos serviços de comercialização, instalação e manutenção de produtos, equipamentos e sistemas de segurança contra incêndio por entidades independentes (organismos de certificação). Os requisitos a observar relacionam-se com a competência técnica, responsabilidade, organização e idoneidade das empresas de segurança contra incêndio.

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A NP 4513 reconhece que a qualidade do serviço está fundamentalmente associada à competência técnica, ao conhecimento e capacidade das pessoas que têm a seu cargo a execução da instalação e manutenção dos sistemas. Por esta razão, a competência técnica é o elemento central do esquema de certificação. Os requisitos definidos nesta norma podem também ser complementares ao sistema de gestão da qualidade pela NP EN ISO 9001. A certificação de acordo com a NP 4513 é voluntária, não existindo por isso qualquer obrigatoriedade, contrariamente ao Registo das Entidades na ANPC, que é de cumprimento obrigatório. Porque foi criada? Os equipamentos e sistemas de SCI, não obstante serem fabricados de acordos com as mais exigentes normas e submetidos a diversos ensaios de desempenho, dependem da correta instalação e da adequada manutenção, ao longo da sua vida útil, para poder garantir a conformidade e o desempenho de acordo com as referidas normas. Um sistema inadequadamente dimensionado, uma instalação deficiente ou uma manutenção incompetente podem corromper o investimento tecnológico que o fabricante colocou no desenvolvimento desse produto e por em

causa a sua fiabilidade. Consequentemente, uma instalação ou manutenção deficientes podem gerar elevados prejuízos, materiais e financeiros, quer para o fornecedor/prestador de serviço, como para o proprietário da instalação e companhias seguradores. Como é sabido, o proprietário ou gestor das instalações de um edifício assume a responsabilidade pela manutenção das condições de SCI. Para cumprir com as suas obrigações à luz do Decreto-Lei n.º 220/2008, o responsável de segurança tem na NP 4513 uma garantia acrescida que os seus fornecedores ou prestadores de serviço de SCIE têm a competência técnica necessária e cumprem com procedimentos que maximizam o nível de proteção e segurança dos ocupantes do edifício e propriedade. Em suma, a NP 4513 tem como objetivo proporcionar ao mercado um referencial de adoção voluntária que permite aferir qualitativamente o serviço prestado pelas empresas de segurança contra incêndio, contribuindo assim para a elevação dos níveis de qualidade das instalações de segurança e dos serviços prestados. Isto não significa que as empresas não certificadas sejam menos competentes. No entanto, as empresas que não certifiquem o seu serviço não têm uma forma independente de demonstrar a sua qualidade técnica. Esta é a grande mais-valia da certificação.

CERTIFICAÇÃO DE PRODUTO A VISÃO DOS FABRICANTES APSEI

A certificação permite dar garantias de qualidade ao mercado e a sua implementação tem ainda um impacto positivo no desenvolvimento e organização das empresas. Pode-se inclusive considerar que a grande vantagem da certificação, nomeadamente a certificação de produto, está no facto de proporcionar uma escolha informada aos prescritores, clientes, utilizadores finais e legisladores aquando da aquisição ou seleção 14

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dos produtos. A certificação de um produto por um organismo de certificação independente reconhecido serve como uma garantia fidedigna do seu desempenho. É precisamente por este motivo que cada vez mais fabricantes optam pela certificação de produto, na medida que a consideram uma prova do cumprimento dos padrões de qualidade reconhecidos. Por outro lado, a certificação permite assegurar a adequação


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da conformidade com o modelo inicial, isto é, que qualquer produto fabricado corresponde ao modelo que foi ensaiado e certificado. De uma forma geral, a tradição de certificação de produto vigente no sector da segurança contra incêndio compreende o ensaio inicial do produto, a inspeção e controlo da produção da fábrica e o ensaio de amostras colhidas em fábrica. Estes esquemas implicam normalmente a marcação dos produtos e a sua divulgação em documentos de acesso público. Para ilustrar a experiência e vantagens da certificação para os fabricantes, apresentamos alguns exemplos paradigmáticos de fabricantes nacionais e da sua experiência no mercado global. A empresa Global Fire Equipment (GFE), sediada em Faro, é fabricantes de produtos para a deteção e alarme de incêndio e considera que as certificações têm tido um papel preponderante no desempenho empresarial, ajudando a organização a ter um papel cada vez de maior relevância no tipo de mercado onde está inserida. Por seu lado, a empresa Sinalux reforça o facto da certificação de produto revelar-se a certificação mais exigida pelos clientes, porque é a única que garante a conformidade do produto com a utilização pretendida e com as normas de fabrico e instalação existentes. Este fabricante de sinalização de segurança realça o seu investimento em certificações internacionais, nomeadamente as certificações Lloyd’s type approval para instalações comerciais e industriais. A Vicaima, fabricante de portas técnicas, é um claro exemplo de como a certificação serve inclusive para atestar atestam os diferentes desempenhos dos produtos. Salientam-se a certificações das portas fabricadas para a classe de resistência ao fogo até 60 minutos, isolamento acústico até 45dB, resistência à intrusão e de anti-arrombamento. Estas empresas possuem a certificação de qualidade de acordo a norma ISO 9001, um padrão mundialmente reconhecido e utilizado, mas é preciso distinguir a certificação da qualidade da certificação de produto. Com uma vasta experiência nos mercados externos, estes fabricantes afirmam que a certificação de produto é cada vez mais uma exigência

comum, sendo em alguns casos obrigatória para a circulação dos produtos. Segundo a GFE, “a certificação de conformidade de produto passou a ser condição necessária à circulação e comercialização de muitos produtos no mercado europeu, sendo também tida como referência em alguns mercados emergentes. Este tipo de certificação obriga à aposição de uma identificação de forma clara e inequívoca perante o consumidor, que reflita a conformidade do produto, face aos requisitos de normas ou regulamentos técnicos específicos”. “A marca exporta hoje para mais de 27 países, o que de certo modo nos impulsiona ao desenvolvimento constante de novos produtos e soluções adaptadas aos requisitos e legislação dos diferentes mercados”, refere a Vicaima que salienta como a internacionalização é uma das principais razões para o investimento na certificação. Também com uma forte presença em vários de mercados externos, a Sinalux afirma que a receptividade dos mercados varia consoante a sua realidade e especificidade: “Por exemplo, em Espanha a certificação de produtos fotoluminescentes pela Marca N [AENOR] é reconhecida em geral como uma marca de qualidade representando, por isso, uma enorme vantagem competitiva. Já no mercado marítimo, a certificação de acordo com a Council Directive 96/98/EC of 20 December 1996 on Marine Equipment, é obrigatória, pelo que a certificação é o critério básico e primário na seleção de produtos.” A certificação de produto contribui também para o desenvolvimento da área de Investigação e Desenvolvimento das empresas. Assente num conceito de melhoria contínua, os processos implementados na obtenção da certificação conduzem a uma otimização constante do desempenho dos produtos fabricados. O cumprimento dos requisitos regulamentares de qualidade dos produtos faz com que se desenvolvam no seio dos fabricantes soluções que potenciam melhores condições de funcionamento dos produtos e, consequentemente, melhores soluções para o utilizador. Num sector como o da segurança, esta preocupação com a melhoria contínua tem um impacto significativa na sociedade, pois

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resulta na criação de produtos que permitem uma melhor proteção de vidas e do património. Refira-se, no entanto, que o investimento na certificação de produto acarreta alguns desafios. O processo pode exigir investimentos em recursos humanos específicos para as atividades ligadas à certificação, a aquisição de novos equipamentos produtivos, de ensaio e de medição, assim como a realização de ensaios de produto em laboratórios (nacionais e internacionais). É precisamente neste âmbito que a GFE e a Vicaima admitem encontrar recorrentemente algumas dificuldades. Os fabricantes ainda se deparam com processos extremamente demorados, cujos intervenientes são os organismos notificados e laboratórios acreditados envolvidos na atribuição das certificações. Também a oferta nacional de laboratórios acreditados é muito limitada, levando a que muitos ensaios tenham que ser realizados fora do país, com custos acrescidos. Da experiência da Sinalux pode-se identificar um outro problema resultante do reduzido conhecimento e experiência na certificação de produto das empresas de certificação em Portugal. Na área da sinalização de segurança, por exemplo, este desconhecimento provoca a existência de certificados incorretos, o que por sua vez leva o descrédito da certificação, das empresas que a promovem e ainda das próprias empresas certificadoras. Os encargos económicos inerentes às várias etapas da certificação, assim como o protecionismo económico evidenciado por alguns países ao não reconhecerem as marcas de certificação dos países de origem dos produtos são outras das dificuldades com que os fabricantes se deparam. Contudo, nenhum dos fabricantes aqui retratados se sente desencorajado por estes obstáculos. Todos concordam que o retorno do investimento é garantido pelas mais-valias obtidas com a certificação dos seus produtos. Garantia de qualidade, promoção da melhoria contínua e da eficiência produtiva, e a criação de uma marca de confiança no mercado são consequência diretas da certificação. No final, são estes os resultados que demonstram a importância que a certificação tem no sucesso empresarial e no desenvolvimento económico. SETEMBRO A DEZEMBRO '12

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A MARCAÇÃO CE E A CERTIFICAÇÃO DE PRODUTOS DE SEGURANÇA Francisco Barroca Diretor Geral da CERTIF - Associação para a Certificação

Abordar a certificação dos produtos de segurança na área dos equipamentos de proteção individual, aparelhagem de baixa tensão e produtos da construção, implica uma análise mais abrangente, cobrindo, não só a certificação, mas, também, a Marcação CE. Para a maioria das pessoas estes conceitos são considerados um só, mas, nesta abordagem, tentaremos mostrar as diferenças, quer na forma como são atingidos quer no seu significado. Comecemos, então, por referir o significado de cada uma. A certificação dum produto está definida no Guia n.º 67 da ISO/IEC, e pode ter vários níveis em função do tipo de avaliação que é feito. A sua escolha depende, essencialmente, da garantia que o fabricante quer dar ou da exigência que o cliente coloca. Os sistemas de certificação de produtos mais usados internacionalmente são o n.º 1 e o n.º 5, do já referido Guia n.º 67. O sistema n.º 1 considera, apenas, a realização de um ensaio, e é, vulgarmente, referida como “certificação do protótipo”, ou seja, vale apenas para o produto ensaiado. É muito utilizado em componentes elétricos. O sistema n.º 5 é o mais conhecido, e, quando falamos em certificação do produto, é, geralmente, a este que nos referimos. É a certificação no âmbito do sistema n.º 5 que permite a colocação no produto da marca de conformidade que evidencia,

perante o mercado, a certificação. Por seu lado a Marcação CE decorre da aplicação de várias Diretivas e Regulamentos e tem como objetivo permitir a livre circulação dos produtos que cumprem com os requisitos aí definidos. A certificação é sempre concedida por um organismo de certificação que dá ao seu cliente, o titular da certificação, a licença para colocar a sua marca nos produtos, havendo lugar ao seu controle e acompanhamento regulares. Por seu lado a Marcação CE é da responsabilidade do fabricante ou importador, sendo ele quem decide pela aposição do símbolo nos produtos e outra documentação, podendo, ou não, ter de solicitar, nalguma fase, a intervenção de um Organismo Notificado. A Marcação CE é obrigatória para os produtos abrangidos pelas Diretivas, havendo uma exceção no caso dos produtos da construção, em que só se pode aplicar após existência de uma norma europeia harmonizada, cuja referência foi publicada no Jornal Oficial da União Europeia com a indicação da data de aplicação. As Diretivas que mais abrangem os produtos de segurança serão, essencialmente, a dos equipamentos de proteção individual (EPI), a dos produtos da construção (DPC) e a da aparelhagem de baixa tensão (LVD). Não é fácil, ou é mesmo impossível, referir estatísticas ou listar empresas ou produtos com

Marcação CE em Portugal. A sua aplicação, como atrás referimos é da responsabilidade do fabricante ou importador, e, na maioria dos casos, não há qualquer intervenção do Organismo Notificado, o que acontece sempre no caso da LVD. A CERTIF é organismo notificado no âmbito das três diretivas, pelo que será interessante, para o caso dos produtos que se inserem na DPC indicar as normas nas quais a CERTIF emitiu já certificados ou tem processos em curso. Marcação CE no âmbito da Diretiva Produtos da Construção ≥ EN 54-2: Centrais de alarme ≥ EN 54-3: Sirenes de alarme ≥ EN 54-5: Detetores de incêndio técnicos ≥ EN 54-7: Detetores de fumo ≥ EN 54-11: Botoneiras ≥ EN 54-23: Dispositivos de alarme visuais* ≥ EN 671-1: Bocas-de-incêndio armadas com mangueira semirrígida ≥ EN 671-2: Bocas-de-incêndio armadas com mangueira flexível ≥ EN 1754-17: Isoladores ≥ EN 1754-18: Inputs/outputs ≥ EN 12101-1: Ventiladores e extratores de fumo e calor ≥ EN 12352: sistemas luminosos de aviso e segurança ≥ EN 14339: Hidrantes enterrados ≥ EN 14384: Marcos de incêndio de coluna *Em curso de notificação No caso dos produtos certificados são, ainda, poucos os tipos de produto já certiSETEMBRO A DEZEMBRO '12

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ficados nesta área. Infelizmente, o mercado português não se define por exigências de conformidade a este nível, o que nos diferencia claramente doutros países. No entanto, temos de reconhecer que a Marcação CE trouxe uma outra dinâmica na exigência da qualidade. Se bem que, para algumas empresas, significou um esforço acrescido, também é certo que permitiu um maior reconhecimento por parte dos clientes. As empresas exportadoras sabem bem as exigências que lhes são colocadas ao nível da demonstração da conformidade dos seus produtos. A CERTIF está a fazer um grande esforço de qualificação no Médio Oriente face à grande procura existente nestes países, mas onde o cumprimento das normas é indispensável. Com esta qualificação os produtos certificados pela CERTIF passarão a ser aceites

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automaticamente como demonstrando conformidade com os requisitos estabelecidos. Existe, no entanto, já um largo conjunto de fabricantes que certifica os seus produtos no âmbito do sistema nº 5 da ISSO, podendo, assim, colocar a marca de conformidade nos mesmos.

Produtos certificados com a marca CERTIF - Produto Certificado ≥ Bocas-de-incêndio armadas com mangueira semirrígida ≥ Bocas-de-incêndio armadas com mangueira flexível ≥ Hidrantes enterrados ≥ Marcos de incêndio ≥ Mangueiras semirrígidas

A certificação do produto é uma decisão voluntária das empresas, uma forma de dar aos seus clientes uma garantia acrescida de que o seu produto está em conformidade com as normas ou especificações técnicas aplicáveis. O cliente sabe que é uma terceira parte, independente, o organismo de certificação, que, a pedido do fabricante, ensaiou e avaliou o seu controle de produção na fábrica, para poder dar essa garantia. A certificação só é obrigatória nos caos em que a lei o impõe, e em Portugal isso acontece apenas com três ou quatro tipos de produtos, mas a obrigatoriedade mais importante é que é exigida pelo mercado. O organismo de certificação pode ser um grande aliado na comercialização dos produtos na medida em que a certificação do produto é, cada vez mais, uma chave importante na abertura de novos mercados.


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OBJETIVO E PONTO DE SITUAÇÃO DA NORMA EUROPEIA PARA SERVIÇOS LIGADOS A SISTEMAS DE SEGURANÇA E DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO Paul Langer Presidente do CEN/CLC-TC 4

O FUTURO // Visão geral e interdependência das Normas Europeias

A combinação de Normas de Serviço para Componentes, CIE/Sistemas e de Base, com regulamentos de práticas adicionais asseguram soluções de qualidade para o cliente a longo prazo. Norma EN Componentes

Norma EN Componentes

Norma EN Componentes

CEN/TC 72 Deteção de Incêndio

EN 54-1, 3 EN 54-31

EN 54-16

TS/EN 54-14 TS/EN 54-32

CEN/TC 191 Proteção Contra Incêndio

EN 12094

EN 12094

Only CEA Regulations

EN 50131-2 ...8 EN 50136-2 ...4

EN 50131-1 EN 50136-1

TS/EN 50131-7 TS/EN 50136-7

CEN/TC 79 Alarmes

Norma EN Base de Serviços Empresas + Colaboradores + Resultados

Projeto; Planeamento; Instalação; Comissionamento; Fornecimento e Manutenção

NOTAS: a) Os serviços para os conceitos iniciais de segurança (safety and security) anteriores ao projeto não são regulamentados. b) As normas EN listadas poderão não ser completas.

O objetivo principal da União Europeia (UE) de criar um espaço económico comum, de livre circulação de bens e serviços europeus, é convergente com o interesse dos fornecedores e consumidores na busca de um mercado único e comum, que constitua uma base de operações para as suas atividades. Este objetivo acarreta grandes desafios para todos os envolvidos e intervenientes. Um dos objetivos, no campo da segurança de pessoas e bens, é o desenvolvimento de normas europeias (EN) para o intercâmbio de serviços em toda a Europa. A EURALARM, confederação de fabricantes europeus, instaladores e associações nacionais de sistemas de segurança eletrónica e contra incêndio, levou a cabo esta tarefa, convidando todas as associações europeias e grupos interessados deste setor, a participarem na elaboração de uma norma europeia para serviços relacionados com sistemas de proteção contra incêndio e de segurança (security). Neste momento, não existe ainda um entendimento comum sobre os serviços

no âmbito dos sistemas de proteção contra incêndio e segurança eletrónica. Refletindo a sensibilidade do mercado, a norma definirá um nível básico de qualidade para todos os prestadores de serviços de segurança. Esta norma aplicar-se-á às pequenas e médias empresas (PME) e às empresas de grande dimensão, independentemente da sua localização no espaço europeu. As razões que levaram à elaboração desta norma contam com um longo histórico. O impacto mais importante foi a implementação da Diretiva Europeia de Serviços 2006/123/CE, que obriga todos os países membros da União Europeia (UE) a liberalizar e impulsionar a troca de serviços na Europa. Desta forma, as nações europeias devem remover as barreiras legais e administrativas ao livre comércio e realizar o potencial de crescimento do mercado de serviços na UE. A Diretiva também define os meios administrativos que devem ser implementados em cada país da Europa para se conseguir concretizar aquele objetivo.

Atualmente, esta implementação ainda não foi totalmente concluída em todos os países. No âmbito desta estratégia, a Diretiva Europeia de Serviços estabeleceu (no seu artigo 26º) uma garantia de proteção contra a perda de qualidade dos serviços nesta plataforma alargada da UE. Com este objetivo, a Comissão da UE utilizou a consultoria especializada do CEN, dando início ao projeto "CHESS”. Um dos resultados do projeto CHESS foi a constatação de que, em determinadas atividades, a adoção voluntária de normas europeias constitui uma ferramenta recomendada para garantir a qualidade do serviço. A Comissão Europeia publicou o Mandato M/371, que incentiva as partes interessadas para desenvolver esta ambição de incremento da qualidade de serviço. Entretanto, a Comissão Europeia renovou em 2012 o Mandato M/371, ao expandir o seu âmbito não só para normas europeias horizontais, mas também para as normas europeias setoriais, que é precisamente o foco do trabalho em curso desenvolvido pela Comissão de Projeto CEN/TC CLC 4: "Serviços para sistemas de segurança e segurança contra incêndio”. Este incentivo dado pela Comissão Europeia converge com os interesses específicos dos fornecedores e dos clientes que trabalham na área dos sistemas de segurança. A área de negócio da proteção contra incêndio e dos sistemas de segurança adotou elevados padrões de qualidade para produtos com base nas normas europeias, algumas delas com um caráter obrigatório. Com base nas normas europeias, o intercâmbio de produtos e sistemas está a crescer dentro do mercado europeu. Isto comprova que é possível estabelecer um elevado nível de qualidade para produtos e sistemas na Europa em prol dos clientes e fabricantes. Mas os produtos e sistemas de segurança não são todos do tipo plug and play (pronto a utilizar). Estes produtos requerem uma instalação competente para que possam revelar um bom desempenho e um funcionamento SETEMBRO A DEZEMBRO '12

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regular. Portanto, o nível de qualidade dos produtos e sistemas está dependente de um serviço (instalação e manutenção) de qualidade adequado. Um sistema dimensionado incorretamente, uma instalação incompetente, um comissionamento ineficaz ou uma manutenção descuidada podem corromper a fiabilidade do melhor produto/sistema. Além disso, de um serviço ineficiente podem resultar danos e prejuízos inestimáveis, quer materiais quer financeiros, quer para os fornecedores, quer para os clientes. Os fabricantes de produtos e sistemas, bem como os prestadores de serviços, têm um interesse genuíno em que a prestação de serviço seja a mais competente possível. Por outro lado, também os clientes devem ter um interesse genuíno e sustentável na obtenção de serviço de qualidade, que lhes transmita fiabilidade e confiança nos sistemas de segurança que exploram. Como tal, os serviços baseados numa norma europeia orientada para a qualidade e sustentada na certificação por organismos independentes, estão aptos para cumprir esta expectativa. Uma norma de serviço, que especifica requisitos, permite que os fornecedores de serviço sejam avaliados através de critérios objetivamente verificados, descritos pela referida norma. Para que esta norma possa ser uma realidade e seja implementada ao nível europeu, os Estados Membros devem retirar ou harmonizar as suas próprias normas, especificações técnicas (ET) ou códigos de requisitos nacionais. Apenas uma norma europeia (EN) pode oferecer aos clientes europeus uma forma de selecionar fornecedores que possam oferecer serviços certificados de elevada qualidade. De um ponto de vista prático, existem benefícios adicionais que decorrem da implementação desta futura norma. Os sistemas de segurança e os sistemas de segurança contra incêndio têm rotinas de manutenção similares durante o seu tempo de vida útil. Por isso, se os requisitos principais forem definidos de acordo com os mesmos princípios, será mais fácil a comunicação e o entendimento entre os prestadores de serviços; se a transparência das operações 20

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aumentar, haverá uma melhor cooperação entre diferentes prestadores de serviço; o serviço pode ser simplificado em benefício dos fornecedores e clientes. Estas são algumas das questões de fundo na abordagem da criação de um nível de qualidade europeu harmonizado para serviços ligados aos sistemas de segurança. O objetivo será sempre ir ao encontro das expetativas dos fornecedores e clientes, incrementando a fiabilidade dos sistemas de proteção contra incêndio e de segurança e a sua interação. A aprovação da constituição da Comissão Técnica (CT) para elaboração de uma norma dos serviços na área da proteção contra incêndio e de segurança, através de uma votação esmagadora e o grande número de delegações nacionais que participam nas reuniões plenárias, permitiu mostrar que este problema tem um impacto substancial na Europa. No entanto, também rapidamente se revelou que a elaboração de uma norma europeia para a prestação de serviços ligados aos sistemas de segurança não seria uma tarefa fácil e que não existe uma perceção homogénea do assunto em toda a Europa. Desde 08.04.2011 que a Comissão de Projeto CEN/CLC TC 4 está a desenvolver trabalho sobre este assunto. Depois de três reuniões plenárias e cinco reuniões de grupo, submeteu-se um projeto de norma aos órgãos nacionais para comentários. Qual o conteúdo do projeto de norma? Esta norma especifica os requisitos gerais de qualidade para os serviços prestados pelas empresas e os requisitos de competência técnica dos colaboradores envolvidos no planeamento, projeto, instalação, comissionamento, fornecimento, manutenção e reparação de sistemas de proteção contra incêndio e / ou sistemas de segurança. Não é valorizada a dimensão do projeto ou a estrutura da empresa/organização. Esta norma europeia é aplicável aos sistemas de proteção contra incêndio e / ou sistemas de segurança, onde se incluem sistemas de deteção e alarme de incêndios, sistemas fixos de proteção contra incêndio, sistemas de alarme de intrusão, sistemas de controlo de acessos, sistemas de alarme social,

sistemas de videovigilância e a integração dos sistemas mencionados anteriormente. O âmbito de aplicação abrange todas as etapas de trabalho, desde o início até à operação final de um sistema de segurança. O âmbito conjuga a proteção contra incêndios e os sistemas de segurança (security), que no entanto são considerados separadamente em termos de requisitos. O projeto de norma tem em linha de conta os requisitos constantes de normas nacionais que obtiveram o consenso. O desafio da CT é tentar conciliar os diferentes requisitos nacionais, evitando a tentação de os tornar demasiadamente gerais e, portanto, sem utilidade. A parte fundamental da norma não será tanto a definição dos requisitos operacionais (procedimentos de instalação e manutenção), mas sobretudo assegurar que as soluções propostas são de qualidade. A avaliação da competência de um fornecedor de serviços, se este é capaz de desenvolver um trabalho competente e com qualidade não depende tanto da tecnologia aplicada. Se uma empresa não dispõe de ferramentas adequadas aos sistemas em causa, não pode trabalhar com qualidade. O mesmo se aplica às pessoas envolvidas que não tenham o conhecimento e experiência necessários na área dos sistemas de segurança. A competência do pessoal envolvido é o fator fundamental. A qualidade do serviço não é independente da competência das pessoas que realizam as diversas tarefas inerentes aos sistemas de segurança. Definir os requisitos de competência dos profissionais envolvidos no serviço é, naturalmente, um elemento central do trabalho em causa. O projeto de norma elaborado descreve os requisitos de competência técnica que devem existir numa empresa especializada em sistemas de segurança, independentemente da dimensão ou forma de organização da empresa. Os princípios subjacentes à definição do nível de conhecimentos, aptidões e competência das pessoas envolvidas basearam-se no sistema de referências aceite em toda a Europa, chamado "Enquadramento Europeu para as Qualificações" (QEQ). Este enquadramento define 8 níveis, nos quais o projeto


CAPA

de norma baseou os seus requisitos gerais, tendo adicionado requisitos especiais para as funções consideradas. O desafio era, e ainda é, encontrar formas de avaliar estes critérios e encontrar formas de os tornar mensuráveis e auditáveis. Por outro lado, o preâmbulo da norma refere claramente que: “O documento não se destina a substituir o trabalho de comissões do CEN / CENELEC, como a CEN / TC 72, CENELEC / TC 79 e CEN / TC 191 na preparação de normas / guias para a utilização de produtos e sistemas e deve ser considerado em conjunto com os documentos produzidos pelas referidas comissões técnicas.” Ao disponibilizar-se o projeto de norma, pretende-se fomentar uma compreensão comum dos princípios que devem estar subjacentes aos serviços orientados para qualidade e o início da construção de uma

progressiva harmonização das práticas e normas por parte de qualquer organização/ empresa que preste serviços na segurança de pessoas e bens na Europa. Mais detalhadamente, o conteúdo do projeto atual aborda os seguintes capítulos: 0.1 Preâmbulo 0.2 Introdução 1 Âmbito 2 Referências normativas 3 Termos e definições 4 Requisitos gerais 5 Requisitos adicionais para o planeamento 6 Requisitos adicionais para o projeto 7 Requisitos adicionais para a instalação 8 Requisitos adicionais para o comissionamento 9 Requisitos adicionais para o fornecimento 10 Requisitos adicionais para a manutenção e reparação

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11 Aspetos ambientais 12 Ética Anexo A (normativo) - Visão geral sobre os sistemas integrados Os capítulos 4 ao 10 abordam três aspetos: os requisitos para a empresa, os requisitos para o pessoal envolvido e os requisitos de desempenho mínimo em cada etapa de trabalho. No mês de outubro, o projeto de norma foi enviado para os órgãos nacionais para comentários. No final de novembro de 2012, está agendada a próxima reunião plenária do CEN / TC CLC 4, onde serão avaliados os contributos. A data de conclusão do projeto de norma será estimada em função dos contributos recebidos.

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CAPA

O IMPACTO DA CERTIFICAÇÃO OHSAS 18001 NA ATIVIDADE DA EMPRESA Lacerda Nobre Responsável do Departamento de Segurança da Direção de Sustentabilidade da REN

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A crescente importância de que a Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho se tem revestido no âmbito das empresas, a nível mundial, levou a que um documento, inicial-

mente desenvolvido na Grã-Bretanha como sendo uma especificação, um conjunto de boas práticas recomendadas para o desenvolvimento de uma gestão de segurança, tenha


CAPA

ETAPA 1

IDENTIFICAR OS PERIGOS

ETAPA 2

DETERMINAR QUEM PODE SER AFETADO E COMO

ETAPA 3

AVALIAR OS RISCOS E DECIDIR SOBRE AS PRECAUÇÕES A TOMAR

ETAPA 4

REGISTAR OS RESULTADOS E IMPLEMENTÁ-LOS

ETAPA 5

REVER A AVALIAÇÃO E ATUALIZÁ-LA SE NECESSÁRIO

≥ Esquema 1

MELHORIA CONTÍNUA

POLÍTICA DA SST REVISÃO PELA GESTÃO VERIFICAÇÃO E AÇÃO CORRETIVA

PLANEAMENTO IMPLEMENTAÇÃO E FUNCIONAMENTO

≥ Esquema 2

evoluído, referindo-se agora a si própria como a norma OHSAS 18001 – 2007. A diferença está patente no objetivo dos documentos. Enquanto no precedente, de 1999, se lê: Scope – this occupational Health and Safety Assessment Series (OHSAS) specification gives requirements for an occupational health and safety (OH&S) management system, to enable an organization to control its OH&S risks and improve its performance.

Na presente edição, de 2007, o texto é diferente: Scope – this occupational Health and Safety Assessment Series (OHSAS) Standard specifies requirements for an occupational health and safety (OH&S) management system, to enable an organization to control its OH&S risks and improve its OH&S performance. No fundo esta designação de norma ocorre como reflexo da adoção generalizada

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do documento no âmbito das normas fundamentais nacionais para a gestão da segurança e saúde no trabalho e vem ocupar um vazio das normas ISO nestas matérias. A transposição para o direito nacional levou, primeiro à sua tradução para facilidade de divulgação no seio do tecido empresarial português com atividade laboral aplicável, depois à publicação da NP 4397 - Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho, para a salvaguarda da segurança do trabalhador, que abrange o universo de perigos e riscos, comuns ou graves, a que aquele está sujeito no desempenho das suas funções, sejam administrativas ou industriais, de operação ou de exploração. É complementada pela NP 4410 que especifica as linhas de orientação para implementação da Norma NP 4397 da mesma forma que a OHSAS 18002:2008 descreve as Guidelines for the Implementation of OHSAS 18001:2007. A OHSAS preconiza como prática fundamental para melhoria da prestação das empresas no âmbito da segurança a implementação de um sistema de gestão de segurança, sendo o seu objetivo apoiar e suportar as boas práticas nessa vertente. Na verdade existe uma preocupação crescente em garantir a segurança e demonstrar um desempenho sólido em segurança e saúde no trabalho, através do controlo dos seus riscos e tendo em atenção a política em vigor. Assim a implementação, e posterior certificação de um sistema de gestão da segurança, tem contornos de grande interesse e atualidade com os benefícios que daí possam advir. São tidos como requisitos que viabilizem a implementação de um sistema de gestão de segurança a definição de: ≥ Requisitos gerais A organização deve estabelecer, documentar, implementar, manter e melhorar continuamente um sistema de gestão de acordo com os requisitos da norma e determinar como irá cumprir tais requisitos. ≥ Política A gestão de topo deve definir e autorizar a política SST que indique claramente os objetivos globais de segurança e saúde e um compromisso para a sua melhoria contínua. SETEMBRO A DEZEMBRO '12

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CAPA

EXECUTAR

PLANEAR

VERIFICAR

ATUAR

≥ Esquema 3

≥ Planeamento A organização deve estabelecer e manter procedimentos para a identificação de perigos, a avaliação dos riscos, a implementação das medidas de controlo necessárias, a salvaguarda e o cumprimento dos requisitos legais e outros que lhe sejam aplicáveis. ≥ Implementação A gestão de topo tem a responsabilidade última pela SST e pelo Sistema de Gestão da SST e deve demonstrar o respetivo compromisso assegurando, os recursos, as competências, a comunicação, a documentação e o controlo dos documentos, o controlo operacional e a resposta às emergências. ≥ Verificação A organização deve estabelecer implementar e manter procedimentos para monitorizar e medir periodicamente o desempenho da segurança e saúde no trabalho, utilizando, entre outras, medições qualitativas, monitorização de grau de cumprimento e monitorização de eficácia dos controlos, e recorrendo, a avaliação da conformidade, investigação de incidentes não conformidades e efetividade de ações corretivas e preventivas bem como controlo de registos e auditoria interna. ≥ Revisão A gestão de topo deve rever ciclicamente o sistema de gestão da segurança e saúde

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no trabalho para assegurar a sua adequação, suficiência e eficácia, e os parâmetros a avaliar devem incluir, entre outros, os resultados das auditorias internas, os resultados da participação e consulta, o cumprimento de objetivos e as recomendações para melhoria. Estabelecidos que estejam os requisitos necessários e adequados para um sistema de gestão de segurança e saúde no trabalho, este deve ser implementado tendo em atenção procedimentos específicos e metodologias que são tomadas como Linhas de Orientação para a Implementação do Sistema que decorrem das práticas descritas na OHSAS 18002/NP 4410 e tendo presentes as etapas fundamentais que se observam no esquema 1. De acordo com o documento em apreço, OHSAS, a implementação de um sistema de gestão como o descrito no esquema 2. O ciclo de vida de um sistema de gestão pode ser esquematizado pelo ciclo operacional de Deming, que se apresenta, e que se enquadra bem na metodologia PDCA – (Plan – Do – Check – Act) Planear-Executar-Verificar-Atuar, que está na base das OHSAS (esquema 3). Tendo em atenção o teor da OHSAS, são princípios tidos como fundamentais para a implementação de um sistema de gestão de segurança: ≥ O envolvimento da gestão nos problemas SST. ≥ O envolvimento no planeamento com a identificação dos perigos, avaliação dos

riscos e determinação das medidas de controlo - donde decorre a necessidade de elaboração das Matrizes de Identificação de Perigos Avaliação e Controlo de Riscos (MIPACRs) conducentes em última análise à melhoria das condições de segurança nos postos e locais de trabalho – Planos de Segurança e Saúde (PSS), etc. ≥ O conhecimento e aplicação dos requisitos legais aplicáveis e necessidade da sua observância e fiscalização como desenvolvimento de procedimentos para a sua identificação. São também princípios subjacentes à implementação de todo o edifício conducente à certificação, entre outros: ≥ A competência, a formação e a sensibilização para o desempenho das funções. Esta prática exigível conduz à necessidade de adequação da escolaridade e formação que induz o acesso a níveis de conhecimento mais avançados e especializados; ≥ A comunicação e consulta que geram um clima de transparência favorável ao desempenho, tendo em mente a convergência das opiniões dos sectores da gestão e do trabalho, nas abordagens aos problemas inerentes à empresa. (fluidez e continuidade de operação); ≥ A documentação e o controlo dos documentos que favorece a agilidade das consultas a bases de dados fundamentais para a continuidade otimizada da gestão e da operação; ≥ A verificação que abrangerá: ≥ A medição do desempenho baseada em procedimentos que providenciem as medidas qualitativas e quantitativas necessárias e apropriadas, a extensão da sua aplicabilidade e eficácia dos controlos e o registo de dados.


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≥ A avaliação da conformidade com os requisitos legais que garante a observação dos requisitos dos diplomas que devem nortear as vertentes de segurança na empresa. ≥ A investigação de incidentes que garante a determinação das deficiências ou outros fatores que possam estar na origem de incidentes as ações corretivas e preventivas adequadas para a sua minimização. ≥ As não conformidades para as quais a organização deverá desenvolver procedimentos para tratamento e implementar ações corretivas e preventivas, sendo estas de carácter reativo. ≥ O controlo dos registos, para histórico e estatístico e demonstração de conformidade, com recurso a procedimentos de identificação e armazenamento e em especial de rastreio. ≥ As auditorias internas para acompanhamento dos processos e da conformidade do sistema de gestão de segurança e saúde no trabalho. ≥ Bem como, em complemento, a revisão pela gestão, procedimento ou ferramenta com o qual a gestão verifica os resultados das diversas intervenções de verificação. Têm-se ainda com benefícios decorrentes da adoção da OHSAS, a orientação para a aglutinação de alguns conceitos dispersos em diversos documentos e a prática da harmonização, como são exemplo: ≥ A definição de risco aceitável como sendo aquele que foi reduzido a um nível que pode ser tolerado pela organização tendo em mente as obrigações legais e a sua política possibilitando a aplicabilidade de decisões em termos de controlos, por exemplo.

≥ A definição de risco como combinação de probabilidade de ocorrência de exposição e da severidade das consequências. ≥ A procura da melhoria contínua e a forma de aceder e melhorar o desempenho. ≥ O estabelecimento de procedimentos como forma de chamada de atenção para a realização de uma atividade ou processo. ≥ A avaliação do risco como um processo de avaliação resultante presença de um perigo tendo em consideração os controlos existentes. Os comprometimentos da gestão, nas matérias de segurança realçadas na OSHAS, estão de resto consignados na Declaração de Política da Qualidade, Ambiente e Segurança da REN, nomeadamente: ≥ O cumprimento da legislação; ≥ A consideração sistemática dos aspetos relevantes da qualidade do ambiente e da segurança; ≥ O desenvolvimento dos sistemas de gestão e nomeadamente o da segurança, tendo como objetivo a melhoria contínua; ≥ A prevenção por todos os meios ao alcance da ocorrência de acidentes graves envolvendo substâncias perigosas, acidente de trabalho e doenças profissionais de forma a assegurar elevados padrões d desempenho em matéria de segurança e saúde ocupacional; ≥ A promoção do desenvolvimento profissional dos colaboradores. É de realçar, pelo impacto de que se tem revestido, o desenvolvimento profissional dos colaboradores. Os planos anuais de formação, as matérias e os conteúdos programáticos das ações e a assiduidade das populações alvo, vêm ao encontro da necessidade de criação de competências, escolaridade, formação ou experiência, preconizadas na OHSAS. Tem-se notado um incremento significativo na procura de acesso a níveis de formação

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mais avançados quer no âmbito da formação de base quer em termos de formação específica, quer de acordo com planos de formação da própria empresa, quer por pessoal, no domínio das habilitações académicas e formação complementar. Como complemento das ações de formação recomendadas e tendo em vista os objetivos da norma em termos de avaliação e de melhoria contínua são praticados simulacros. O objetivo dos simulacros e exercícios é o da avaliação da eficácia da formação específica em segurança e da capacidade de resposta atempada e adequada das equipas intervenientes no socorro quando confrontadas com um incidente ou acidente que exija a sua intervenção. São sempre objeto de acompanhamento e avaliação no decorrer dos briefings e debriefings associados à atividade. Paralelamente permitem determinar a adequabilidade e eficácia da documentação de segurança, procedimentos e fichas de segurança, determinar quais os seus defeitos, corrigindo-os. Complementam também a instrução e formação adquiridas antecipadamente e agilizam a interação entre os colaboradores da REN e as forças de socorro, sendo uma oportunidade para a transmissão de informação técnica e organizativa complementar, respeitante ao risco. Como corolário do exposto, a adoção da OHSAS como o normativo de base para a implementação de um sistema de gestão de segurança e da sua certificação, traduziu-se pela observação e implementação de conceitos, práticas, procedimentos, competências e transparência na comunicação que, de forma consistente, beneficiaram o desempenho da empresa nas vertentes de segurança, e garantiram uma cultura de melhoria contínua que, enraizada que está, contribui de forma decisiva para a garantia de uma melhoria contínua, para a maturidade dos processos, e em ultima instância, da REN.

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FABRICO NACIONAL

Flexibilidade e Personalização dos Serviços como Chave do Sucesso TRANCAR Gonçalo Sítima e Jaqueline Amaro

A Trancar é um nome de referência em Portugal no setor das portas de segurança. Com duas décadas de existência, a Trancar é uma empresa flexível e em constante adaptação ao mercado. A chave do sucesso, garantem Augusto Moreira, presidente da empresa, e Victor Machado, diretor financeiro, é a política de personalização do atendimento e profissionalismo que sempre adotaram. 26

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ID

TRANCAR Augusto Moreira, Lda.

Fundação 1995 Linha de negócio Fabrico e Instalação de Portas de Segurança Capital Social 400.000 € Volume de negócios anual 3.000.000 € Empregados 42 Área fabril 3.000 m2 PRINCIPAIS PRODUTOS COMERCIALIZADOS Portas de segurança (Trancar), portas resistentes ao fogo e mobiliário de cozinha (Ayeme)

Criação de um negócio sustentável Para melhor conhecermos a identidade atual da marca Trancar precisamos recuar até 2006, altura em que esta foi adquirida pela empresa de Augusto Moreira. A Augusto Moreira Lda, criada em 1995, estava na altura vocacionada para a indústria de mobiliário de cozinha, tendo sido esta a sua principal atividade durante vários anos até surgir a oportunidade de iniciar uma nova atividade no ramo metalomecânico de portas de segurança aproveitando o vazio deixado pelo encerramento de um fabricante local de portas de segurança que operava com a marca Trancar. Ao admitir nos seus quadros parte da estrutura da extinta empresa e registando em seu nome a marca, bem posicionada no setor, a empresa Augusto Moreira iniciou a sua incursão pelos produtos de segurança, expandindo o negócio da marca Trancar através de graduais investimentos, quer em recursos humanos, quer em novas tecnologias de produção. Por esta altura, a empresa Augusto Moreira tornou-se conhecida por uma atividade produtiva direcionada para dois setores distintos:

o fabrico e montagem de cozinhas (conhecida no mercado pela marca Ayeme) e o fabrico de portas de segurança (conhecida no mercado pela marca Trancar). Esta atividade bipartida é explicada por dois fatores: por um lado, a unidade fabril que dispunham para fabricar o mobiliário para cozinhas tinha as condições indispensáveis ao fabrico e revestimento das portas de segurança (nomeadamente através da utilização de materiais comuns como a madeira ou o MDF); por outro lado, os clientes que encomendavam as cozinhas eram os mesmos interessados na compra das portas, facilitando assim a promoção de ambos os negócios e a fidelização do mercado da construção. Assim se compreende como a entrada no mercado das portas de segurança foi possível sem grandes reestruturações internas, tendo-se registado no primeiro ano um aumento de 40% na faturação da empresa de Santo Tirso. Como a maioria das empresas, a Augusto Moreira começou com uma pequena estrutura de 6 trabalhadores. Atualmente, a empresa dispõe de 42 trabalhadores repartidos pelas áreas da produção fabril, montagens/instalação

e gestão administrativa. Para acomodar o crescimento obtido na última década, nomeadamente com a integração do segmento das portas de segurança, a empresa inaugurou em 2009 as suas novas instalações, em Santo Tirso, que permitiram uma centralização de todos os serviços e um aumento considerável da produtividade geral da empresa. Para Augusto Moreira, parte do sucesso da empresa encontra-se na sua estrutura horizontal, ou seja, na comunicação interna. Todos os colaboradores, desde a gerência até ao operador de máquina, têm um contacto diário e um tratamento equitativo entre si. O caráter quase familiar e informal na Augusto Moreira, assim como a promoção da interajuda, são fatores de sucesso num seio laboral, onde praticamente não existe substituição dos colaboradores desde a criação da empresa. Com o fomento de uma estrutura horizontal e a segmentação da atividade produtiva, a Trancar encontra-se hoje numa posição sólida e estável, apesar de estar inserida num mercado atualmente em contração. Os responsáveis da Trancar falam mesmo numa evolução em contraciclo, que só pôde SETEMBRO A DEZEMBRO '12

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FABRICO NACIONAL

≥ Exemplo de uma porta de segurança com lã de rocha no seu interior.

≥ O fabrico à medida é um dos principais serviços da Trancar.

ser possível devido aos investimentos seguros do passado e ao crescimento gradual e sustentável de ambas as áreas de negócio onde estão envolvidos. Num contexto económico onde o preço ameaça sobrepor-se aos restantes critérios de escolha por parte dos clientes, a estratégia implementada pela Trancar para contrariar esta tendência tem passado pela adaptação projeto a projeto e pela instalação personalizada. Este acompanhamento, desde o fabrico à instalação em obra, é uma filosofia que nasceu no segmento da produção de mobiliário para cozinhas e que se repercute no segmento das portas de segurança, conseguindo-se assim um maior controlo do serviço prestado a cada cliente e a cada projeto particular. Personalização do fabrico O processo de fabrico das portas de segurança da Trancar reflete a orientação personalizada para cada projeto. A empresa apenas fabrica aquilo que é solicitado pelos clientes, não produzindo por isso grandes 28

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quantidades de stocks. Dependendo do tipo de porta a produzir e do tipo de instalações a que se destinam, são utilizados diferentes materiais como a chapa, o MDF, lã de vidro, lã de rocha, vidros com características antiarrombamento, entre vários outros materiais e componentes inerentes ao fabrico de uma porta de segurança (puxadores, dobradiças, fechaduras, etc.). A aposta na personalização faz com que o catálogo de produtos da Trancar seja continuamente dinâmico. Dificilmente se encontra uma gama de portas concretas ou um modelo padronizado. Tudo é fabricado de acordo com as especificações técnicas de cada projeto. Contudo, uma porta de segurança básica tem por norma o interior em chapa e o exterior revestido a MDF e melamina, sendo instaladas fechaduras e dobradiças com características de segurança reforçadas, o que permite que a porta seja de antiarrombamento ou anti-intrusão. As portas mais sofisticadas poderão ter variações como a inclusão de dobradiças

ocultas, poderão ser pivotantes, poderão ter fechaduras com controlo de acessos biométricos, códigos de segurança ou com cartões de proximidade. A aposta nos vários tipos de revestimentos, com diferentes cores ou texturas, é também essencial para a criação de produtos únicos que se enquadrem no espaço onde são instaladas e respondam às exigências dos clientes. Atualmente, as portas de segurança fabricadas pela Trancar são aplicadas em várias obras de referência que incluem escolas, hospitais, museus e hotéis. Estes últimos, aliás, têm sido um dos principais consumidores das portas de segurança com características de resistência ao fogo, tendo para o efeito obtido a certificação EI30. Refira-se ainda que a Trancar também comercializa e instala portas e portões especificamente com características de resistência ao fogo produzidas por outro fabricante, complementando assim a sua atividade principal oferecendo ao cliente uma solução abrangente. Qualidade e segurança Desde 2009 que a Trancar possui a certificação do seu sistema de qualidade pela ISO


FABRICO NACIONAL

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≥ As portas de segurança com duas fechaduras permitem controlar acessos diferenciados.

9001. No âmbito da certificação de produto, a empresa tem desenvolvido algumas certificações, nomeadamente para as portas de segurança com o grau 3 de intrusão de acordo a norma EN 1627. O grau 3 significa que a porta tem a capacidade de suportar uma carga estática com uma força até 6kN, assim como a capacidade de resistir a ferramentas manuais como machados, pés-de-cabra ou martelos que possam ser utilizadas pelos assaltantes na tentativa de intrusão ou arrombamento. No que diz respeito à segurança laboral, a atividade fabril da Trancar não acarreta uma grande exposição ao risco dos seus trabalhadores. Os principais incidentes registados nos últimos anos reduzem-se a lesões verificadas durante a instalação dos equipamentos em obra e não à atividade fabril propriamente dita. Com os investimentos feitos na linha de produção, os equipamentos disponíveis na fábrica são recentes e têm as respetivas proteções, garantindo um elevado nível de segurança a todos os que estão envolvidos no processo de fabrico. A nível ambiental, a produção de resíduos é também reduzida e os mesmos não são considerados perigosos. No fabrico de portas de segurança, os resíduos são geralmente

≥ As atuais instalações fabris da Trancar foram inauguradas em 2009.

provenientes da chapa e são encaminhados para o respetivo mercado da gestão de resíduos metálicos. Presença no mercado e inovação Apesar de algumas incursões pelos mercados externos, a Trancar mantém o seu enfoque no mercado nacional. A sua posição foi conseguida progressivamente ao longo dos anos e atualmente a empresa tem projetos regularmente com as principais construtoras nacionais. O crescimento do mercado da reabilitação urbana e a possibilidade que a empresa tem para facilitar crédito aos seus clientes, são fatores que contribuem para a manutenção de uma posição sólida em Portugal mesmo numa época de retração económica. Por enquanto, tem sido através da necessidade dos seus clientes trabalharem além-fronteiras que a entrada dos produtos da Trancar nos mercados externos tem sido conseguida. As exportações apenas representam 10% da faturação total da empresa, com destaque para a presença em França e Angola. Refira-se porém que a aposta em

Angola será mais forte nos próximos anos e para tal a empresa está a planear a abertura de uma delegação comercial em Luanda. Esta relação estreita com os clientes propicia também o desenvolvimento de novos produtos e inovações. Existe uma preocupação constante em auscultar as necessidades do mercado, em dar resposta às funcionalidades e características requisitadas por arquitetos, em proporcionar segurança através de um design inovador nos produtos Trancar. Como fabricante de menor dimensão, a Trancar tem a mais-valia de ser mais flexível que alguns dos seus concorrentes. Esta característica é particularmente valorizada pelos arquitetos que não conseguem suprir as necessidades noutros fabricantes com estruturas mais rígidas. Foi a pensar no aprofundamento deste contacto direto com diferentes profissionais que a Trancar abriu recentemente um novo showroom no Parque das Nações, em Lisboa. A entrada em novos mercados trará seguramente novos desafios, mas a solidez e estabilidade reveladas até aqui fazem com que a Trancar avance segura para o futuro. SETEMBRO A DEZEMBRO '12

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INTERNACIONAL


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A Deteção Automática de Incêndios no Palácio do Planalto em Brasília João Paulo Galvão Diretor Comercial da Global Fire Equipment

O Palácio do Planalto é um dos edifícios mais importantes do modernismo arquitetónico brasileiro. O edifício projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer foi concluído a 21 de abril de 1960, tendo sido um dos primeiros edifícios inaugurados na Capital Federal do Brasil. Situado na Praça dos Três Poderes em Brasília, o edifício faz parte do núcleo inicial da capital e é hoje considerado pela Unesco património da humanidade. É neste local que está sediado o Gabinete Presidencial do Brasil, assim

como a Casa Civil, a Secretaria-Geral e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. O projeto arquitetónico do Palácio do Planalto é marcado pelas linhas horizontais e pela combinação de curvas e retas que conferem ao edifício uma plasticidade requintada. Nas palavras do arquiteto Niemeyer, as colunas pretende ser "leves como penas que pousam no chão". O palácio tem quatro pisos acima do solo e ocupa uma área de 36 mil metros quadrados e quatro anexos. SETEMBRO A DEZEMBRO '12



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≥ Detetores de incêndio no teto do hall do Palácio do Planalto.

Em 2006 tornou-se evidente pelos sinais de desgaste que o edifício teria de ser recuperado e em março de 2009 iniciaram-se as obras de recuperação do Planalto que passaram pelo restauro e substituição das redes hidráulica, elétrica e de ar-condicionado e a ampliação dos elevadores. No subsolo, foi também construído um parque de estacionamento com capacidade para 500 viaturas. Já em 2010 foi promovido um concurso público para a instalação de um novo sistema de deteção de incêndio automático no Palácio do Planalto. Como principais requisitos para este tipo de edifícios públicos, destacam-se a fiabilidade dos equipamentos, de forma a permitir uma baixa periodicidade de manutenções e uma grande imunidade a falsos alarmes. Esta ultima característica, importante em qualquer tipo de instalação, adquire especial relevo num edifício de utilização muitas vezes solene e com uma baixíssima tolerância a disrupções do tipo causado por alarmes falsos ou intempestivos. Uma outra peculiaridade da instalação do sistema neste edifício foi, devido a se tratar de um edifício em utilização normal, a necessidade de se proceder à instalação dos diferentes elementos fora das horas normais de trabalho, tendo sido de primordial importância a simplicidade de instalação e ativação de todo o sistema.

A solução empregue consiste em cerca de dois mil pontos de deteção, alarme sonoro e visual e interfaces de controlo local, todos eles geridos por uma central com 24 laços distribuídos em rede e monitorada pelo aplicativo de gestão gráfica. A distribuição geográfica dos interfaces de gestão de laço (subpainéis) utilizada nesta como na grande maioria das instalações de grande porte tem múltiplas vantagens de entre as quais podemos destacar as seguintes: ≥ Redução considerável do comprimento dos laços de deteção – implica a possível diminuição da secção dos condutores utilizados para a instalação física dos laços, uma maior fiabilidade de funcionamento dos mesmos e custos de material e instalação inferiores. ≥ Distribuição do hardware de controlo dos laços – reduz a dependência de funcionamento sobre um único componente. Se um dos subpainéis falhar, apenas os dispositivos ligados a esse deixarão de funcionar. ≥ Distribuição da alimentação de socorro – cada subpainel dispõe de alimentações primária e secundária próprias Apesar desta arquitetura distribuída, toda a programação de mensagens de texto, con-

trole de I/O e alarmes sonoros e visuais está contida no painel principal, sendo assim muito facilitada toda a parametrização do sistema, uma vez que não se torna necessário, como em outras centrais, fazer a programação individual de cada um dos painéis componentes da rede. Os detetores óticos de fumo, termovelocimétricos ou multicritério, em conjunto com detetores de aspiração de alta sensibilidade permitem uma proteção adequada às características de cada espaço interior. No caso dos detetores multicritério, a central pode ser programada para alterar os parâmetros de funcionamento dos mesmos, de acordo com a hora do dia, podendo ter comportamentos de deteção diferenciados. A flexibilidade da programação da ativação de interfaces de controlo externo (I/O) e dos meios de alarme sonoro e visual, permitiram a criação de padrões de sinalização de evacuações parciais e totais muito importantes para evitar situações de pânico e possível ocorrência de esmagamento. Foi ainda implementada uma interligação entre o sistema de deteção e o equipamento de sonorização ambiente. Refira-se ainda que a gestão gráfica de eventos permite a criação de relatórios de ocorrências e uma visualização real de eventos, por oposição ao mero indicador de mensagens de texto. SETEMBRO A DEZEMBRO '12

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Treze novidades sobre a edição de 2013 da NFPA 13 Matt Klaus NFPA

Foi apresentada em junho passado uma nova edição da NFPA 13, Instalação de Sistemas de Sprinklers, na Conferência & Expo Anual da NFPA, em Las Vegas. As comissões técnicas da NFPA 13 passaram várias horas a analisar centenas de conceitos e a discutir se estes mereciam ser incluídos ou eliminados na próxima edição da norma. A edição 2013 da NFPA 13, juntamente com a NFPA 13R, Instalação

de Sistemas de Sprinklers em Ocupações Residenciais até 4 Andares, e a NFPA 13D, Instalação de Sistemas de Sprinklers em Moradias Uni e Bi-familiares e Casas Prefabricadas, contêm uma série de mudanças, algumas das quais enfrentaram Moções de Emendas Certificadas (MECs) na reunião técnica. Os seguintes tópicos destacam apenas algumas das mudanças previstas para a nova edição.


INFORMAÇÃO TÉCNICA

1. Compatibilidade com o CPVC A interação entre as tubagens de policloreto de vinilo clorado (CPVC, da sigla em inglês) e os materiais à base de hidrocarbonetos – ou petróleo – utilizados na instalação de sistemas dos edifícios tem criado um problema crescente nos últimos cinco anos. Trata-se de uma incompatibilidade conhecida por produzir fraturas por stress químico nas tubagens. Estas fraturas por stress podem causar perdas nas tubagens e, em alguns casos, falhas nos acessórios e nas ligações dos tubos. Exemplos dessa incompatibilidade incluem a instalação de tubagens de CPVC a jusante dos tubos de aço protegidos por revestimentos antimicrobianos e tubagens de CPVC que entraram em contato com os óleos utilizados para cortar os tubos de aço. A frequência crescente das falhas deriva do número cada vez maior de sistemas que combinam CPVC com materiais e processos à base de hidrocarbonetos – ou petróleo. Já que o problema tende a aumentar, alguns fabricantes de tubagens de CPVC estabeleceram programas de compatibilidade para destacar os materiais cuja incompatibilidade com os seus produtos é conhecida. Enquanto a existência desses programas e as listas de produtos incompatíveis se tornaram um recurso inestimável para a indústria, a NFPA 13 permaneceu relativamente silenciosa sobre esta questão nas edições 2007 e 2010. Durante o desenvolvimento da edição 2013, contudo, a Comissão Técnica sobre Critérios de Instalação de Sistemas de Sprinklers discutiu o conceito de compatibilidade e aceitou uma nova fórmula destinada a lidar com esta questão. A nova fórmula requer que a compatibilidade do revestimento com o CPVC seja testada quando estiver na presença de inibidores de corrosão nos sistemas constituídos por tubos de aço revestidos e tubos de CPVC. Além disso, os novos requisitos estabelecem que quando houver uma tubagem de CPVC em sistemas combinados que utilizam tubos de aço, os óleos de corte e os lubrificantes utilizados no fabrico das tubagens de aço deverão ser compatíveis com os materiais de CPVC. Estas mudanças são concebidas

para dar orientações sobre dois dos principais culpados das falhas causadas por incompatibilidade química nas tubagens de CPVC. Além de lidar com os revestimentos e os óleos de corte, a comissão técnica acrescentou a exigência de que outros materiais de construção, como pintura, acabamento elétrico e de comunicações, vedante para roscas e lubrificante para juntas não entrem em contacto com o CPVC, a não ser que um laboratório de ensaios tenha verificado a sua compatibilidade com os materiais de CPVC. Esta secção tem por objetivo limitar possíveis falhas de materiais cuja compatibilidade com as tubagens de CPVC ainda não foi verificada. A Comissão Técnica de Coordenação (CTC) sobre Sistemas de Sprinklers Automáticos decidiu incluir igualmente esta fórmula na edição 2013 da NFPA 13R. Embora não tenha sido aceite pela comissão Técnica para Sistemas de Sprinklers Residenciais, a CTC julgou que a questão da compatibilidade devia ser tratada da mesma forma na NFPA 13 e na NFPA 13R, já que, por ser uma “questão de materiais”, não varia em função do tipo de ocupação, residencial ou não. 2. Requisitos sobre Anticongelantes e Proteção contra o Congelamento Os Propostas Provisórias de Revisão (TIAs, da sigla em Inglês) aprovados pelo Conselho de Normas em março 2011 foram analisados pelas comissões técnicas responsáveis pelas NFPA 13, 13R e 13D para a sua inclusão nas edições 2013 destas normas. Com a exceção de uma definição revista para soluções anticongelantes premisturadas, os requisitos formulados nos TIAs, incluindo os limites de concentração do anticongelante e os critérios de testes, foram aceites. Refira-se ainda que depois do trabalho da comissão em finais de 2011, a Fundação de Pesquisa para a Proteção contra Incêndios publicou um relatório que discute a utilização de anticongelante com sprinklers padrão do tipo spray e que traz uma nova perspetiva à questão, podendo resultar em mais mudanças por parte das

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comissões técnicas antes da publicação da edição 2013. O trabalho sobre o conceito de proteção contra o congelamento não terminou com a discussão sobre o anticongelante. A comissão Técnica para os Critérios de Instalação de Sistemas de Sprinklers também atualizou a fórmula que trata da supervisão elétrica do sistema de aquecimento das tubagens que deve confirmar claramente a energização do circuito. Isto deverá garantir que, em caso de utilização de um sistema de aquecimento de tubagens, haja uma forma de confirmar visualmente se está ativo. Outra opção que foi sempre permitida como equivalência pelas autoridades competentes é o conceito da utilização de cálculos de perda de calor para autorizar tubagens em áreas com temperaturas ambientes inferiores a 4,4º C. A NFPA 13 permite agora especificamente a instalação de tubagens cheias de água em áreas com temperaturas inferiores a 4,4º C se os cálculos de perda de calor executados por um engenheiro profissional verificarem que o sistema não congelará. 3. Requisitos de sprinklers para Poços de Elevadores e Espaços Relacionados com Elevadores Os requisitos de proteção por sprinklers para poços de elevadores e casas de máquinas de elevadores contidos nos códigos de edificações modelo, nos códigos de proteção da vida, nos códigos de elevadores e nas normas de projeto de sprinklers nunca foram coordenados entre si. Contudo, a edição 2013 da NFPA 13 dá um grande passo em frente para harmonizar estes documentos. A nova fórmula permite a omissão de sprinklers nas casas de máquinas dos elevadores, nos espaços de controlo ou nos poços dos elevadores de tração, desde que se cumpra um certo número de condições, abrangendo também os sistemas instalados de acordo com o NFPA 101, Código de Proteção da Vida, ou o código de edificações aplicável; o espaço deve ser dedicado apenas ao equipamento de elevadores; o espaço deve ser protegido por detetores de fumo ou por um sistema automático de deteção de incêndio, de acordo com a NFPA 72, Código Nacional de Alarme SETEMBRO A DEZEMBRO '12

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Certificação EN54


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de Incêndio e Sinalização; a maquinaria do elevador não deve ser do tipo hidráulico; os espaços devem ser separados do resto do edifício como especificado no código de edificações aplicável e não se deve guardar nestes espaços materiais que não estejam relacionados com o equipamento de elevador. 4. O Título da NFPA 13R As edições anteriores da NFPA 13R tinham deixado ao código aplicável a decisão sobre a forma de medir o limite de quatro andares, mas ainda ficava por definir qual tinha sido a intenção da comissão. Alguns diziam que a intenção da NFPA 13R era permitir que um edifício residencial de quatro andares construído sobre pilares de material não combustível utilizasse o sistema de sprinklers de acordo com a NFPA 13R em vez do sistema da NFPA 13. A ideia de aceitar a questão dos pilares foi muitas vezes rejeitada só com base no título do documento, que no seu desenvolvimento e interpretação originais aplicava o limite de quatro andares a todo o edifício. Essa abordagem proibia a utilização de sistemas de sprinklers de acordo com a 13R na parte do edifico de quatro andares construído sobre pilares de material não combustível. Para tornar mais clara esta aplicação, a comissão Técnica para os Sistemas de Sprinklers Residenciais aprovou a recomendação de mudar o título da NFPA 13R para “Norma para a Instalação de Sistemas de Sprinklers em Edifícios Residenciais Baixos”. Esta mudança fornece uma descrição geral dos requisitos delineados na norma, deixando a definição do verdadeiro âmbito do documento para a seção 1.1. 5. Sprinklers em pequenas casas de banho A edição 2010 da NFPA 13 permite a omissão de sprinklers nas casas de banho com menos de 5m² nas unidades residenciais, desde que não estejam localizadas em residências para pessoas com deficiências e que não abram para um corredor. A edição 2013 da NFPA 13 incluirá uma importante mudança deste conceito, já que essa permissão se aplicará agora apenas a unidades

residenciais de hotéis e motéis. Os edifícios de apartamentos com sistemas projetados de acordo com a NFPA 13, com casas de banho com menos de 5 m², devem agora ser protegidos por sprinklers, o que não era requerido nas edições anteriores. Esse conceito não é novo para as comissões técnicas sobre sprinklers, visto que foi o assunto de uma Moção Certificada de Emenda (CAM - Certified Amending Motions) antes da publicação da edição 2010 da norma. Formulações similares foram aceites na reunião da comissão técnica e rejeitadas pela CAM 13-6 na Reunião Técnica Anual, em Chicago. 6. ZONAS de sombra Além das numerosas mudanças realizadas nas normas sobre sprinklers, alguns conceitos discutidos de forma muito detalhada durante as reuniões da comissão não resultaram em mudanças das normas, um deles sendo o conceito das zonas de sombra na NFPA 13. Ambas as comissões de instalação e residencial analisaram várias propostas e comentários que lidam com definições e requisitos para zonas de sombra admissíveis, que são áreas não cobertas pelo padrão de aspersão de um sprinkler devido à presença de obstruções. As propostas e comentários tinham por objetivo estabelecer uma superfície limite para partes do pavimento não cobertas pelo padrão de aspersão do sprinkler devido às obstruções. Esse conceito foi tratado de forma diferente pelas comissões técnicas responsáveis pela NFPA 13 e a NFPA 13D. Na NFPA 13 existem muitas regras sobre obstruções, especificamente as regras de “três e quatro vezes” que fornecem critérios de distância entre o sprinkler e certas obstruções e permitem, na sua essência, a existência de áreas secas onde as obstruções impedem que a descarga do sprinkler alcance certas áreas do pavimento. Essas regras sobre obstruções levaram a comissão a rejeitar todas as propostas para acrescentar definições relacionadas com áreas de sombra, juntamente com os requisitos citando zonas de sombra específicas admissíveis para certas configurações.

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A NFPA 13R não inclui as regras de “três e quatro vezes” e a comissão técnica achou válida a quantificação de zonas de sombra máximas admissíveis para sprinklers. Além da definição das zonas de sombra, a comissão especificou que essas áreas são permitidas na zona de proteção de um sprinkler desde que não excedam 1.4 m² por sprinkler. 7. A definição de “Sistema de Sprinkler” A maioria das mudanças de definições passa despercebida, mas uma definição modificada da NFPA 13 poderá ter um impacto significativo. A definição alterada de “sistema de sprinkler” descreve agora um sistema como uma rede integrada de tubagens que inclui uma fonte de fornecimento de água, uma válvula de controlo de água, um alarme de fluxo de água e um dreno. Isso significa que, quando forem aplicadas válvulas de controlo individuais por pavimento em edifícios de vários andares, cada pavimento será considerado como um sistema separado. Esta mudança afetará os requisitos de inspeção, testes e manutenção (ITM, da sigla em inglês) da NFPA 25, Inspeção, Testes e Manutenção de Sistemas de Proteção Contra Incêndio à Base de Água, já que muitas tarefas de ITM requerem uma ação específica para cada “sistema”. 8. Requisitos sobre Prevenção de Fluxo Reverso Embora os dispositivos de prevenção de fluxo reverso não sejam especificamente requeridos pela NFPA 13, pela NFPA 13R nem pela NFPA 13D, estes são componentes habituais dos sistemas de sprinklers. A edição 2011 da NFPA 25 acrescentou um requisito para realizar um teste de fluxo direto de todos os dispositivos de prevenção de fluxo reverso instalados nos sistemas executados de acordo com a NFPA 13 e a NFPA 13R, embora as edições anteriores da NFPA 13 não requeressem a inclusão de um dispositivo para realizar esse teste. Esse circuito ficará fechado com a edição 2013 da NFPA 13, que requererá uma ligação de teste para todos os dispositivos de prevenSETEMBRO A DEZEMBRO '12

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ção de fluxo reverso. Além desta mudança, acrescentaram-se também formulações à NFPA 13 e a NFPA 13D, permitindo que o dispositivo de prevenção de fluxo reverso sirva como válvula de controlo de sistema sem necessidade de instalar uma válvula de controlo adicional. 9. Novo Capítulo sobre Armazéns A edição 2013 da NFPA 13 incluirá um novo capítulo sobre armazéns dedicado às abordagens de proteção baseadas no desempenho das aplicações em armazéns. Embora as autoridades competentes sempre tenham tido a oportunidade de aprovar os projetos baseados no desempenho através da cláusula de equivalências na Seção 1.5, nunca ficou claramente definida a documentação a apresentar para apoiar a abordagem. O novo Capítulo 21, “Projetos Alternativos de Sistemas de Sprinklers para os Capítulos 12 até 20”, fornecem aos fabricantes e projetistas

EMPRESA DO GRUPO VISAOESTE

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a informação necessária para implementar uma abordagem de projeto alternativa. 10. Tetos inclinados As normas de projeto de sprinklers residenciais da NFPA nunca definiram claramente como determinar o número adequado de sprinklers que precisavam de ser calculados debaixo de um teto inclinado ou de um teto com vigas. Isso deu lugar a uma série de opiniões sobre como lidar com estas situações e multiplicou os desafios na implementação de projetos de sprinklers em ocupações com esse tipo de teto. Em 2010, a Fundação de Pesquisa para Proteção contra Incêndios patrocinou um projeto conduzido pela Hughes Associates, para determinar se havia uma forma melhor de quantificar o impacto destas disposições de tetos no projeto do sistema. A informação recolhida no estudo “Análise do Desempenho dos Sistemas de Sprinklers Residenciais com Tetos Inclinados ou Tetos Inclinados

e com Vigas”, disponível em NFPA.org/ foundation, foi utilizada para desenvolver uma formulação do código que fornece cinco disposições habituais de tetos que possam utilizar “o cálculo hidráulico de dois sprinklers” da NFPA 13D e o “cálculo hidráulico de quatro sprinklers” da NFPA 13R, sem a necessidade de incluir cada disposição na certificação do sprinkler.

11. Sistemas de Água Nebulizada Um dos temas discutidos no processo de desenvolvimento dos códigos para as edições 2013 das NFPA 13, 13R e 13D foi o enquadramento dos sistemas de água nebulizada na definição de um sistema de sprinklers automático. As comissões técnicas sobre sprinklers reconheceram os benefícios dos sistemas de água nebulizada, mas determinaram que, devido às diferenças na intenção e objetivo do projeto, não podem

Desenfumagem Natural | Ventilação Natural | Iluminação Natural Sistemas de Compartimentação | Produtos Especiais Sistemas Corta-Fogo em Vidro & Sistemas Resistentes a Explosões


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ser considerados sistemas de sprinklers automáticos. Em cada norma foi acrescentada uma referência que remete os utilizadores para a NFPA 750, Sistemas de Proteção contra Incêndio de Água Nebulizada, que fornece orientações sobre esses sistemas, já que não se enquadram no âmbito das comissões técnicas da NFPA 13. 12. Tetos Flutuantes Outro tópico muito debatido ao longo dos anos é o projeto de sistemas de sprinklers para “tetos flutuantes” (cloud ceilings), constituídos por painéis instalados debaixo do teto principal, que não formam uma superfície horizontal completa de parede a parede. Os tetos flutuantes são cada vez mais utilizados nos projetos de arquitetura e muitos utilizadores da NFPA 13 procuram uma seção específica que lide com esse conceito.

Embora a Comissão Técnica para Critérios de Instalação de Sistemas de Sprinklers tenha analisado uma possível formulação para tratar a proteção dos tetos flutuantes, os conceitos não eram apoiados por testes em escala real e não foram incluídos na norma. A utilização das regras de obstrução no Capítulo 8 continuará a fornecer orientações sobre os requisitos de localização de sprinklers onde existam tetos flutuantes. A Fundação de Pesquisa para a Proteção contra Incêndios está atualmente a analisar uma proposta para realizar ensaios sobre arranjos de tetos flutuantes que forneçam mais dados à comissão como apoio ao desenvolvimento da próxima edição da norma. 13. Sprinklers ESFR e CMSA Outro ciclo encerrado na edição 2013 da NFPA 13 diz respeito à utilização dos sprinklers de controlo de aplicações específicas (CMSA, da sigla em inglês) e de extinção precoce e

resposta rápida (ESFR, da sigla em inglês) em ocupações de risco baixo e comum. A norma nunca estabeleceu formalmente a autorização desses sprinklers em ocupações de risco baixo e comum, porque eram associados geralmente à proteção de armazéns. Esta falta de clareza gerou debates sobre o caráter, propositado ou não, da omissão de uma autorização formal desses dispositivos para ocupações de riscos baixos e comuns. Esse problema é cada vez mais frequente à medida que os edifícios são modificados e os agentes fiscalizadores de segurança contra incêndio em edifícios requerem que os novos proprietários substituam os sprinklers ESFR e CMSA por sprinklers normalmente associados às ocupações de risco baixo (isto é, K-5.6). Os sprinklers ESFR e CMSA cumprem facilmente os requisitos de densidade para ocupações de risco baixo e comum e serão agora permitidos explicitamente para proteger essas áreas.

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Pensar para além da segurança – Sistemas de videovigilância e IP Fernando Ferreira Operacional Marketing - Schneider Electric Portugal

Como arquiteto, engenheiro ou consultor, qualquer profissional lida diariamente com os detalhes técnicos dos múltiplos sistemas utilizados na construção de edifícios, que variam desde a videovigilância até ao controlo de áudio, alarmes e muito mais. Provavelmente está ciente da complexidade em conseguir que estes sistemas trabalhem juntos. No entanto, poderá não estar ciente das possibilidades de negócio oferecidas 40

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nesta área. Cada vez mais, os utilizadores finais procuram um aumento do retorno de investimento em sistemas de segurança. A rápida adoção da videovigilância IP torna agora possível a integração de sistemas CCTV noutros sistemas de segurança físicos para trazer valor ao negócio através de novas e diferentes formas. Os profissionais de segurança que reconhecem tais oportunidades encontram-se numa posição única no que respeita à entrega de valor aos clientes. A chave para estabelecer valor a novos negócios passa por compreender cada vez mais acerca da atividade dos seus clientes O que a influencia? Onde é necessária uma maior atuação? Como podemos ajudar os nossos clientes? As soluções inovadoras requerem que vamos para além da segurança de forma a perceber de que forma a informação de vídeo pode ser utilizada como ferramenta para remover ou reduzir os riscos, aumentar a segurança e melhorar as operações comerciais. O vídeo agrega valor ao fornecer informações em tempo real que facilitam a tomada de decisão, para além de oferecer a possibilidade de rever os acontecimentos, ou seja, para estudar as operações de negócio. É possível oferecer maior valor de negócio aos clientes, através de soluções que poupem tempo e dinheiro ou que otimizem a tomada de decisão. Quando a segurança de vídeo é utilizada desta forma, juntamente com outros sistemas de gestão de segurança e de edifícios, a segurança deixa de ser encarada como um potencial custo, passando a ser vista como um elemento que desempenha um papel estratégico na organização. A segurança oferece benefícios tangíveis em várias áreas de negócio, tais como logística, produção, programação de instalações, melhorias de processo e gestão de energia. A este nível, a segurança contribui para o sucesso, rentabilidade e continuidade do negócio. Com o intuito de apresentar novas formas para aumentar o retorno de investimento do cliente em sistemas de segurança, deixamos aqui alguns exemplos: 1. Instalações de energia elétrica, serviços de gás, pipelines, barragens hidroelétricas

e ambientes similares, necessitam muitas vezes de proteger os ativos que se encontram numa área geográfica bastante ampla. Consideremos uma empresa europeia de energia que utiliza uma solução de videovigilância para monitorizar 10 subestações de energia que se encontram até 250 kms do centro da cidade, e que cobre a totalidade da área do seu país (equivalente a 65.000 quilómetros quadrados). Ainda antes da instalação do sistema de vigilância, quando os técnicos recebem um alerta de uma subestação - um incêndio, uma interferência, um problema de operações - enviam previamente um colaborador para o local para investigar o incidente. O que significa a utilização de um recurso dispendioso o que, muitas vezes, implica um período de espera bastante elevado para reconhecimento da falha em questão. Atualmente, o sistema de vídeo oferece aos profissionais da área a possibilidade de ver, em tempo real, o que está a acontecer em diferentes locais, a partir de qualquer estação de controlo, proporcionando informações chave em simultâneo, poupando tempo e recursos. 2. Uma instalação educacional e desportiva de 32 mil metros quadrados serve 3000 pessoas por semana, através de uma equipa de 75 instrutores que contam com os sistemas de vigilância e com a consistência para garantir a segurança das pessoas. Neste exemplo, a videovigilância é utilizada para formações da equipa, com o intuito de perceber o que está a funcionar bem e entender de que forma poderão melhorar as suas aulas. Desta forma, torna-se mais fácil cumprir o compromisso de uma experiência de qualidade junto dos clientes. 3. As esquadras de polícia utilizam, habitualmente, a videovigilância para proteger as instalações, ter conhecimento das situações em tempo real e investigar. Em alguns casos utilizam o vídeo para melhorar as suas próprias práticas. Alguns departamentos de polícia utilizam um sistema de vídeo de alta definição para gravar sessões de formação S.W.A.T. Depois de cada sessão de formação, a equipa analisa a gravação em várias

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velocidades, com o intuito de determinar onde podem e devem ser implementadas melhorias. Outros departamentos de polícia utilizam câmaras de segurança e DVRs para gravar as formações de manobras de condução, revendo também o vídeo após a ação para perceber qual a melhor forma de melhorar o seu desempenho. 4. Um ambiente de produção utiliza validadores óticos com funcionalidades legais e credenciadas. Como a linha de produção não iniciará sem o número adequado de colaboradores qualificados no local, a tendência para a ocorrência de defeitos nos produtos mais caros e a probabilidade de interrupções no processo de fabrico são bastante reduzidas. 5. Câmaras instaladas numa fábrica de garrafas, por exemplo, garantem que todos os protocolos de segurança estejam a ser seguidos. 6. Em setores como o da logística e transporte, a videovigilância tem a dupla função de proteger o ambiente e de garantir o fluxo eficiente de pessoas, bagagens e carga em escadas rolantes, plataformas rolantes de bagagem, ou estradas circundantes e parques de estacionamento. Integrando o sistema de vídeo com outros sistemas, é possível fornecer informação adicional em tempo real com o objetivo de resolver qualquer perturbação e melhorar o fluxo. 7. Em Seul, na Coreia do Sul, os grandes centros comerciais devem ter lugares de estacionamento suficientes para os clientes, sendo que todos os estacionamentos são subterrâneos. Uma das dificuldades mais reportadas pelos clientes é a falta de lembrança relativamente ao local de estacionamento do seu carro. Um integrador de sistema inteligente teve uma ideia para a utilização de reconhecimento de matrículas através de câmaras de videovigilancia megapixel, integrados com o sistema de estacionamento. Os clientes usam agora um quiosque central para inserir o número de matrícula, e o quiosque mostra a localização SETEMBRO A DEZEMBRO '12

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do carro através de mapas e indicações geográficas. 8. Já um proprietário de edifícios de escritórios consegue ter acesso a diferentes vantagens através de uma solução integrada de segurança ligada à instalação de sistema de gestão do edifício (BMS – Building Management System). Não só reduz os custos OpEx e os custos de energia, como também obtém um inesperado decréscimo de 15 por cento nos custos com limpezas anuais, através do acompanhamento de ocupação e alertando os responsáveis de limpeza para não frequentar zonas desocupadas. 9. Um sistema de supervisão e aquisição de dados (SCADA) direcionado a uma instalação de tratamento de água com

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videovigilância com sistema SCADA que permite analisar os locais com maiores problemas, antes da emissão de um alerta que necessite a presença de um técnico. Os alarmes são agora confirmados através da transmissão de vídeo em direto antes de um técnico ser destacado para a resolução de qualquer problema. Os colaboradores não são destacados para áreas que apresentem condições desfavoráveis à sua segurança, fazendo com que sejam necessários menos técnicos para manter a infraestrutura funcional. 10. Os espaços térmicos usados para proteger uma instalação industrial também monitorizam a temperatura dos rolamentos do equipamento em bombas e motores. Como a temperatura dos rolamentos aumenta

com a excessiva utilização, estas câmaras permitem detetar alterações e alertar os técnicos automaticamente. Neste caso, os sistemas de segurança oferecem a manutenção necessária à proteção contra falhas de equipamentos inesperadas e interrupções no processo. Os sistemas de videovigilância são, actualmente, um dos meios preferenciais de protecção de diversos espaços. Desde a simples câmara de filmar, até ao sistema mais completo com ligação wireless e sem qualquer dispositivo visível, estamos perante um leque diversificado de opções que permitem a empresas ou particulares monitorizaram cada vez melhor a sua atividade e garantir formas de melhorar o seu desempenho.


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Convergência da Gestão de Edifícios e Videovigilância

José Miguel Fonte Senior Developer (R&D) da Exva

Duarte Duque

Chief Executive Officer da Exva

O termo “convergência” de sistemas nas infraestruturas de segurança é normalmente utilizado para referir a integração de vários subsistemas. Infelizmente, estes continuam, maioritariamente, a funcionar de forma isolada e quando integrados, é comum basearem-se em soluções não protocolares, projetadas caso a caso, manifestamente difíceis de manter e gerir. Podemos designar este tipo de integração como “interligação de sistemas” por se basearem apenas na interligação física de entradas e saídas entre sistemas sem recorrer à ligação otimizada que ocorre quando existe integração a nível protocolar. Convergir todos estes sistemas será a evolução natural, mas as vantagens reais só se manifestam quando esta integração tem como objetivo proporcionar a otimização do funcionamento, da performance e eficiência com impacto na redução de custos. A existência de um posto de comando e controlo, concentrador de sistemas, é certamente conveniente e eficiente se permitir gerir as infraestruturas com menor número de operacionais. Entenda-se que esta convergência não significa necessariamente perda de redundância ou controlo, pelo contrário, estas

valências não só se mantêm como podem, da mesma forma, ser melhoradas e otimizadas. Se nas soluções de segurança é habitual encontrar vários subsistemas de videovigilância, controlo de acessos, notificações de alarme, gestão de visitantes, intrusão, entre outros, torna-se essencial que os fabricantes compreendam esta necessidade de convergência e optem pela utilização de protocolos abertos ao invés de protocolos proprietários, por vezes exclusivos desses mesmos fabricantes. No entanto, o cenário ainda não está completo sem que se adicione controlo de iluminação, AVAC ou outros subsistemas que possam existir. Assim, convencer todos os fabricantes a optar por um protocolo comum é praticamente impossível pelo que podemos facilmente concluir: a simples utilização de um protocolo aberto não é solução mas sim a utilização de vários protocolos abertos, dando origem a sistemas multiprotocolares no seio desta necessidade de integração. Estes sistemas permitem ganhar flexibilidade quando se projeta uma solução como um todo, respeitando os requisitos, mas sem que o custo se torne um impedimento.

Integrar a videovigilância com sistemas de gestão de edifícios melhora substancialmente a segurança, prontidão de resposta a eventos assim como a gestão, controlo e manutenção. Desta forma, os subsistemas podem tirar proveito da vasta informação contida nas imagens de vídeo, que após processamento podem ser utilizadas para enviar dados, previamente filtrados, das ocorrências em curso. A análise de vídeo inteligente tem essa função, podendo por exemplo, detetar a presença de pessoas, grupos, objetos, cores, volumes, movimento, perda de sinal, entre outros. No contexto do controlo de acessos, a análise de vídeo pode ser utilizada no reconhecimento de matrículas ou para o registo automático de imagens nos acessos que possam requerer autenticação relacionando essa informação com dados dos sistemas de controlo de acessos e de automação. Na segurança, pode ser utilizada: para confirmar se um dado alarme de fumo ou fogo é de facto real; no seguimento ou controlo ativo de câmaras com ações despoletadas por eventuais intrusões ou acessos a zonas não autorizadas; ou mesmo em tarefas simples como relacionar pontos de venda com recibos


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AVAC Iluminação Intrusão

E/S Analógicas

Temperatura Humidade

VIDEOVIGILÂNCIA Gestão integrada

Modbus/TCP

CAM

TCP/IP

E/S Digitais

ADAM/IP Hub / Switch /Router

VIDEOVIGILÂNCIA Gestão integrada

CMS

Sistema de gestão Centralizada RS232 RS485 RS-485

E/S

USB

HVR NVR Videovigilância

RS-232

USB/RS232 Controlo de Acessos

≥ Fig. 1 - Exemplo de convergência de sistemas.

emitidos, por forma a monitorizar as vendas e eventuais anomalias que possam surgir sem que com isso sejam comprometidos requisitos legais em vigor. Desta forma, é possível um sistema de videovigilância comportar uma multiplicidade de ligações físicas, permitindo o estabelecimento de ligações protocolares, a níveis superiores, com câmaras e com outros subsistemas existentes. Soluções deste tipo têm aplicabilidade em soluções domésticas, infraestruturas públicas ou privadas, de pequena ou grande dimensão. É um facto que o sistema de videovigilância merece e requer maior nível de atenção, razão pela qual se justifica ser este o sistema a concentrar a informação dos restantes subsistemas. Sistemas com análise de vídeo inteligente são equipamentos informáticos perfeitamente capazes de lidar com este tipo de integração. Com elevado poder computacional e normalmente munidos de ligações TCP/IP ou outras, normalmente obtidas através de interfaces para barramentos protocolares, ligados a portos RS-232, RS-485 ou USB. Além destes factos, acresce a capacidade de permitirem acessos remotos, interfaces de aplicação, para integração ou convergência noutros sistemas, ou mesmo para permitir a utilização de aplicações móveis, atualmente em voga, fruto do advento tecnológico a que assistimos. Com a manutenção da presente tendência de evolução tecnológica, fará todo o sentido que os sistemas de segurança acompanhem esta evolução e tirem partido das ferramentas existentes, sempre com o intuito de otimizar os processos e procedimentos atuais. A título de exemplo, é apresentado na figura 1, uma possível convergência de vários subsistemas no sistema de videovigilância. É possível verificar que o conceito vai mais além da simples interligação baseada em GPIO¹. A convergência na integração está assente na implementação dos vários protocolos, utilizados pelos fabricantes de cada um dos subsistemas, no sistema concentra44

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Central Alarmes API Serviços Web VIDEOVIGILÂNCIA Gestão integrada

VIDEOVIGILÂNCIA Gestão integrada

INTERNET

≥ Fig. 2 - Plataforma de centralização de subsistemas de videovigilância integrada.

dor, neste caso, a videovigilância. Como referido anteriormente, com esta forma de integração podemos tirar proveito das várias funcionalidades que cada subsistema nos fornece, otimizando e concentrando a gestão e controlo num só sistema. Convém referir que cada subsistema é autónomo e, apesar da convergência para um sistema, este pode ser composto por vários equipamentos, locais ou remotos, garantindo redundância e controlo adicional. O sistema centralizador apesar de ser representado, na figura, por um bloco, pode inserir-se numa plataforma que permita convergência em si mesma, ou seja, o sistema de videovigilância pode ser composto por um conjunto vasto de equipamentos de gravação e análise de vídeo inteligente, com componente de gestão de edifícios, que por sua vez são geridos e mantidos através de um ou vários sistemas de gestão centralizada, normalmente designados por CMS² (ver figura 2). Para alguns, este tipo de convergência não parece de todo inovadora pois certamente conhecem algumas soluções, chave-na-mão, que fazem parte do portefólio de algumas, poucas, empresas multinacionais que produzem equipamentos para os vários subsistemas utilizados em infraestruturas de segurança. A questão centra-se não na qualidade mas na flexibilidade, pois nem sempre estes fabricantes estão recetivos à inclusão, nos seus produtos, de protocolos adicionais para suporte de soluções que não produzam, já para não falar nos custos globais e de manutenção, neste caso, como consequência da utilização de protocolos proprietários. A opção pela utilização de protocolos abertos não compromete a segurança visto que não diferem muito dos protocolos desenvolvidos por consórcios de fabricantes, em norma regidos por regras de acesso assentes em pagamentos avultados e regulares por forma a poder usufruir desses mesmos protocolos ou por forma a pertencer a tal elite. Não é intenção dizer que

estejam errados, são apenas formas de responder às necessidades de cada um, no entanto, a opção por protocolos abertos permite que um maior número de empresas aceda e colabore na concretização de um bem comum. Veja-se o exemplo da designada Web 2.0, que aproximou o conceito de redes sociais na utilização da internet, fazendo com que vários fornecedores de serviços possam partilhar a interação dos seus utilizadores com os resultados que hoje todos conhecemos e reconhecemos. Imagine agora um conceito semelhante aproximado aos sistemas de segurança, operando de forma mais dinâmica, apelativa e eficaz, cujos resultados são visíveis e passiveis de usufruir, quer pelos operadores quer pelos gestores. Esta realidade não está longe de ser alcançada e pode ser aplicada em várias situações, sendo requisito que todos os fabricantes optem pela utilização de uma linguagem comum. Em alternativa, a integração poderá também ser facilitada pela possibilidade de utilização dos seus protocolos por terceiros e, estes, com capacidade de estabelecer múltiplos protocolos, resultando em soluções simples e úteis para todos, mesmo em cenários de dimensão reduzida como, por exemplo, nas nossas casas. Imagine ter o seu Media Center como parte integrante da sua televisão, a receber dados do sistema de videovigilância, que por sua vez está integrado com a central de segurança. Neste cenário, a notificação de uma ocorrência de alarme, poderia ser reencaminhada para o televisor, informa-o desse mesmo evento, através da apresentação de informações e imagens associadas aos dispositivos que despoletaram esse mesmo alarme. Este é o futuro, hoje.

¹ General Purpose Input Output (Entradas e Saídas de Propósito Genérico). ² CMS - Central Management System.


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Reservatórios Metálicos para Armazenamento de Águas Martinho Carneiro Engenheiro Civil - Tecniquitel

Enquadramento Atualmente, os reservatórios são peças estruturantes nos sistemas de armazenamento e distribuição de água potável. De relevar também a sua aplicação em redes de incêndio, redes de rega, redes de águas residuais e redes de processos industriais. A aplicabilidade deste tipo de estruturas é vasta, contribuindo para ainda para a utilização racional de outros recursos essenciais à sociedade moderna, como são os casos dos cereais e combustíveis, entre outros. Sendo utilizados em várias aplicações e podendo ser construídos de formas distintas, os reservatórios têm sido objecto de diversas classificações. O Decreto Regulamentar nº 23/95, que aprova o Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e Prediais de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais, classifica os reservatórios da seguinte forma: Os reservatórios classificam-se: a) Consoante a sua função, em: de distribuição ou equilíbrio, de regularização de bombagem e de reserva para combate a incêndio; b) C onsoante a sua implantação, em: enterrados, semienterrados e elevados; c) Consoante a sua capacidade, em: pequenos, médios e grandes, respectivamente, para volumes inferiores a 500 m3, compreendidos entre 500 m3 e 5000 m3 e superiores a este último valor.” A norma Americana API 650 classifica os reservatórios metálicos soldados, para efeitos de dimensionamento estrutural, pelas suas

proporções dimensionais, sendo considerados baixos se a Altura/Raio ≤ 1,5 e altos se Altura / Raio › 1,5. Outras classificações importantes serão a sua forma volumétrica (p. e. cilíndricos, paralelepipédicos e poliédricos), o material em que são feitos (p. e. betão armado, betão pré-esforçado e metálicos), a natureza do recurso armazenado (p. e. água, vinho, recursos granulares, hidrocarbonetos), a localização (p. e. interiores e exteriores) e complexidade da sua construção (p. e. não compartimentados, compartimentados, sobrepostos e sobrepostos e compartimentados), o modo de encerramento (p. e. não cobertos e cobertos), entre outras. Em determinadas obras de engenharia a regulamentação torna a utilização de reservatórios obrigatória. Por exemplo, a Portaria n.º1532/2008, que aprova o Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios, define como obrigatório a utilização de reservatórios, apoiados por grupos sobrepressores, a partir da 3.ªcategoria de risco de incêndio. Se não existirem garantias de continuidade de pressões e caudais a partir da rede pública, também serão obrigatórios para a 1ª e na 2ª categoria de risco. Quanto à sua difusão, os reservatórios com formatos cilíndricos e paralelepipédicos são os que se apresentam em maior número devido a razões de facilidade de execução, adequação aos espaços e requisitos de desempenho. Quando se trata de grandes reservas líquidas os reservatórios de concepção cilíndrica são em geral os mais económicos. A distribuição

de esforços na estrutura é mais eficiente que num reservatório rectangular, permitindo uma menor espessura das paredes e possibilitando um menor consumo de material. Elementos construtivos Geralmente, quando um reservatório é classificado como metálico é devido ao facto do seu corpo principal o ser. No entanto, outros elementos construtivos de diferentes materiais são essenciais à segurança e funcionalidade dos reservatórios. Quanto à solidariedade do corpo metálico esta pode ser maioritariamente realizada através do recurso a soldadura ou a aparafusamento de chapas e componentes. Os reservatórios metálicos podem ser divididos pelos seguintes componentes principais (ver Fig.1): ≥ Fundação em betão armado, para suporte do reservatório e transmissão dos esforços ao terreno; ≥ O corpo metálico que servirá de apoio à cobertura, retenção do líquido e fixação de acessórios, ≥ C obertura, normalmente metálica, para impedir a intrusão de resíduos e garantia da estanquidade à entrada de águas; ≥ Ligações e acessórios diversos (tais como inibidores de vórtice, descarregadores de superfície, passagens de inspecção, manómetros de carga, válvulas diversas, escadas de acesso, aquecedores de imersão, etc.). SETEMBRO A DEZEMBRO '12

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Revestimentos O aço e outros metais não protegidos, quando em contacto com a atmosfera, com a água e com o solo, estão sujeitos à corrosão, pelo que as estruturas de aço e outras estruturas metálicas são normalmente protegidas. Uma forma de proteger o aço contra a corrosão é através da galvanização. Poder-se-á recorrer à galvanização a quente por imersão, garantindo os padrões de espessura do zinco e aspecto através de controlo de processo, pelo cumprimento da norma EN ISO 1461. Para componentes onde os principais requisitos tenham a ver com a moldagem a frio e a resistência à corrosão, a galvanização deverá ser realizada conforme a norma EN 10327. Em ambientes ou aplicações onde os elementos metálicos sejam sujeitos a grandes agressividades provocados por outros agentes químicos e biológicos, poder-se à recorrer a outro tipo de protecções. Por exemplo, no armazenamento de águas de processos industriais ou águas residuais, onde as chapas das paredes estão sujeitas a ataques directos de agentes agressivos, é recomendado o recurso de chapas metálicas revestidas com tintas epóxicas ou mesmo vidro, cozidas em forno. Quando se trata de armazenar água para consumo, convém que o material em contacto com a água não liberte substâncias capazes de a contaminar. O aço revestido a vidro ou a pintura epóxica cozida em forno é um bom material para esta aplicação. Poder-se à recorrer a membranas certificadas para o efeito. A Water Regulation Advisory Scheme (WRAS) certifica membranas para consumo de água, de acordo com a norma BS6920. Estanquidade Em reservatórios metálicos aparafusados, mesmo garantindo o aperto adequado de parafusos, não é possível garantir a estanquidade sem recorrer a técnicas de vedação que envolvam outros materiais que não o aço. As duas soluções de vedação mais correntes em reservatórios metálicos aparafusados passam pela utilização de uma membrana interior ou pela vedação através de mástiques. 46

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Aquando da utilização das membranas, a estrutura das paredes em aço servirá apenas para protecção e suporte da membrana interior e de diversos acessórios. São amplamente utilizadas em reservatórios metálicos as membranas em borracha de Etileno Propileno de Terpolímero (EPDM) e as membranas em borracha butílica. As membranas EPDM são em geral mais baratas, no entanto existem diversas que estão certificadas para uso em redes de combate a incêndio. As membranas butílicas, ao contrário das EPDM, podem ter características que as tornam como boas para a utilização de água potável. Aquando da utilização de mástiques, são recomendados os monocomponentes de poliuretano com elevada aderência ao aço tratado e que apresentem cura sem retracção se expostos à atmosfera e à humidade. Outras características importantes são a resistência ao corte, a resistência à exposição ambiental e ao envelhecimento, a consistência tixotrópica, a trabalhabilidade e desnecessidade de colagem contínua, serem não corrosivos e a capacidade de absorverem vibrações e ruídos de impacto.

para certificação LPCB para reservatórios para redes de sprinklers obriga a que uma cobertura cumpra os seguintes requisitos: ≥ Seja rígida; ≥ Permita excluir os raios solares directos; ≥ Evite que a água seja contaminada com materiais estranhos; ≥ Ser concebida para suportar cargas de neve de acordo com a zona em que o reservatório venha a ser montado (mínimo de 0,75 kN/m2); e ≥ Ser concebida de tal forma que qualquer das suas partes se localize no mínimo 500 mm acima do ponto mais elevado do nível de água (incluindo todas as estruturas de suporte, com excepção única para os pilares centrais de suporte).

Coberturas Estão disponíveis no mercado diversas soluções para as coberturas dos reservatórios. Os elementos fundamentais que condicionam a escolha de uma cobertura serão em primeira instância o tipo de produto a armazenar e as necessidades de estanquidade e ventilação; o diâmetro do reservatório; o grau de incidência de acções da natureza como por exemplo a neve e o vento e a envolvente e as exigências estéticas. Para determinados tipos de aplicação as coberturas terão que ser estanques ou evitar a intrusão de elementos estranhos que contaminem o produto armazenado e o tornem impróprio para o fim a que se destina ou que deteriorem a sua capacidade de conservação. A obrigação do cumprimento de requisitos de vedação e não contaminação do produto armazenado encontra-se presente na legislação e normas relacionadas. Por exemplo, na aplicação de reservatórios de aço galvanizado para serviços de incêndio, a norma inglesa LPS 1276 que define os requisitos

“Para garantia de protecção sanitária da água armazenada, os reservatórios devem: a) Ser perfeitamente estanques às águas subterrâneas e superficiais; b) Possuir um recinto envolvente vedado, de acesso condicionado; c) Possuir as aberturas protegidas contra a entrada de insectos, pequenos animais e luz; d) Utilizar materiais não poluentes ou tóxicos em contacto permanente ou eventual com a água; e) Ter a entrada e a saída da água em pontos suficientemente afastados para evitar a formação de zonas de estagnação; f) Ser bem ventilados de modo a permitir a frequente renovação do ar em contacto com a água; g) Ter, quando necessário, adequada protecção térmica para impedir variações de temperatura da água.” É usual a utilização de coberturas planas com pendentes ou em formato de cúpula. Outros formatos poderão também ser utili-

Por outro lado o Decreto Regulamentar nº 23/95, que prova o Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e Prediais de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais, no artigo 72.º refere um conjunto de disposições que devem ser observadas pelos reservatórios para protecção sanitária da água armazenada.


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Cobertura

Casa da Válvula Tubo Aviso Descarregador de Superfície

Aquecedor de Emersão

Nível Mínimo Recomendado Entrada de Ar

Escada de Acesso à Cobertura

4xD

Entrada de Ar Mínima no Nível Mínimo

D D

Nível Mínimo de Água Parede em Painéis de Aço

Circuito de Aspiração

Passagem Inspeção com Manómetro

Descarga de Fundo

Fundação em Betão Armado

≥ Fig. 1 - Esquema de um reservatório metálico.

zados nomeadamente a abobada, este com vantagens de aplicabilidade em reservatórios rectangulares de grandes dimensões. As cúpulas, com formato próximo do hemisférico são estruturas ideais para reservatórios cilíndricos de grandes vãos. Estas estruturas têm um grande potencial arquitetónico. Aquando da utilização do alumínio na construção da estrutura reticulada de suporte podem obter-se soluções com enumeras vantagens comparadas com outros materiais, nomeadamente o aço. Comparativamente com o aço as coberturas de alumínio levam em vantagem na resistência à corrosão, custo de construção e manutenção, construção rápida, flexibilidade de concepção. A nível de custos, poderão ficar em desvantagem em relação a estruturas de aço ou betão em casos de necessidades de resistências mecânicas excepcionais. Para vãos menores utilizam-se coberturas planas devido ao seu mais baixo custo de construção. Este tipo de coberturas, com aplicabilidade tanto em reservatórios cilíndricos como paralelepipédicos, podem apresentar vários tipos de recobrimento, nomeadamente chapas caneladas; painéis sandwich, no caso de exigências mecânicas e térmicas maiores, ou outro tipo como por exemplo plásticos reforçados com fibras de vidro. Inibidor de vórtice O inibidor de vórtice pode ser uma peça muito importante para o bom funcionamento hidráulico do sistema e prevenção dos acidentes de funcionamento. Como sugere o próprio nome, este acessório específico para tubagens previne o início de vórtices em reservatórios quando o líquido está a ser extraído por grupos hidropneumáticos, contribuindo

D

SEM INIBIDOR DE VÓRTICE

1/2

D

COM INIBIDOR DE VÓRTICE

≥F ig. 2 - Formação de vórtices.

também para o máximo aproveitamento do líquido armazenado. O conceito e utilização são simples. Amarrado internamente às flanges do atravessamento das paredes do reservatório, este acessório responde, sem necessidade de grandes requisitos resistentes, que o líquido é drenado de uma área abrangente, reduzindo drasticamente as velocidades dos fluxos no interior do reservatório e evitando a criação de vórtices à superfície. A conversão do escoamento linear para escoamento radial previne a aspiração sobre zonas localizadas e o risco de formação de vórtices. A entrada de ar e consequente choque hidráulico são eliminados ao mesmo tempo que se evitam danos no grupo hidropneumático. Os inibidores de vórtice geralmente não são necessários em escoamentos gravíticos, devendo ser utilizados quando as velocidades de escoamento ultrapassam 1 m/s. Uma das vantagens da utilização do inibidor de vórtice é maximização do aproveitamento do volume de água armazenado. Numa aspiração convencional, sem inibidor de vórtice, o nível mínimo de água recomendado em condições de serviço são 2 diâmetros acima da conduta de aspiração para impedir a entrada de ar. A soleira da conduta deverá situar-se 1 diâmetro acima do nível do pavimento, o que na prática significa que deverá existir uma altura mínima de água de 4 diâmetros. Utilizando o inibidor de vórtice, e sendo a sua altura geralmente de ½ diâmetro da aspiração, pode tomar-se como referência prática 1 diâmetro da aspiração para nível mínimo de água de serviço. O aumento do aproveitamento em reservatórios de pequenas dimensões pode ser considerável, podendo existir melhorias relativas até 20% (ver Fig.2).

Segurança estrutural O dimensionamento estrutural de reservatórios metálicos implica a consideração dos fenómenos de falha mais comuns. Um importante acionador dos fenómenos de falha de reservatórios é a ocorrência de um sismo. Um sismo só por si pode implicar diminuição das capacidades resistentes do solo de fundação, proporcionar a movimentação do líquido armazenado, transmitir vários tipos de acções capazes de cortar ou arrancar as ancoragens, encurvar as paredes do reservatório, provocar assentamentos e danificar as ligações hidráulicas. Quando as paredes do reservatório são sujeitas a um conjunto de acções muito elevadas, compostas por momentos derrubadores e tensões de membrana provocadas pelas pressões estáticas e hidrodinâmicas, ocorre a plastificação da parte inferior da parede provocando aqui uma encurvadura. Este tipo de falha é conhecido como “pata de elefante” (ver primeira imagem da Fig.3). Outra falha por encurvadura ocorre nas paredes aquando de tensões axiais elevadas, mas sendo as tensões de membrana inferiores à tensão de cedência, as chapas deformar-se-ão em forma de diamante (ver segunda imagem da Fig.3). Uma resposta típica às acções sísmicas é o movimento de líquido à superfície. Como resultante deste movimento surgem movimentos de massas de ar que por sucção podem danificar o topo das paredes do reservatório e as próprias chapas da cobertura. Terá que ser garantido ainda em projecto que a cobertura se encontra a uma distância tal, do nível máximo de líquido contido, de forma a não ser atingida pela onda calculada (ver terceira imagem da Fig.3). SETEMBRO A DEZEMBRO '12

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≥ Fig. 3 - Falhas estruturais nas paredes metálicas.

Em reservatórios não ancorados à fundação podem verificar-se ainda as roturas por deslizamento horizontal ou por levantamento parcial. O deslizamento horizontal ocorre quando as forças de corte no topo da base vencem as forças de atrito. O levantamento parcial decorre da existência de momentos derrubadores que não são devidamente contrabalançados com o peso próprio ou pela amarração à base. Os resultados mais visíveis destas formas de falha são a rotura das ligações hidráulicas. Os diversos modos de rotura da fundação são geralmente gravosos para as ligações hidráulicas, danificação das vedações em reservatórios aparafusados e muitas vezes para a própria estabilidade da estrutura. Em primeira instância deverá ser garantida a segurança da estrutura em estados limites últimos e o bom desempenho em condições normais de utilização. Deverão ser consideradas em projeto as interações solo-fundação e fundação-estrutura metálica. É extremamente importante a consideração das deformações estruturais e do solo ao longo da vida útil do reservatório, ou pode correr-se risco elevado de danificação das ligações em situações de serviço. Um exemplo de deformações que podem tomar proporções inadmissíveis é o fenómeno de consolidação de solos argilosos que podem resultar em assentamentos muito pronunciados e rotura das ligações hidráulicas. Tendo o solo características geotécnicas inconstantes poder-se-ão verificar assentamentos diferenciais que se manifestam logo em danos na vedação e perda da estanquidade. Em solos arenosos submersos a ocorrência de acções sísmicas pode originar a liquefacção das areias e um assentamento global acentuado, não controlado, destruindo todas as ligações hidráulicas, a estrutura do reservatório e a própria fundação. A norma NP EN 1997 – Projecto geotécnico (Eurocódigo 7) contempla análises de segurança geotécnica aos seguintes estados limites: ≥ Perda de estabilidade global do terreno; 48

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≥ Rotura por insuficiente capacidade resistente do terreno; ≥ Rotura por deslizamento da fundação; ≥ Rotura conjunta do terreno e da estrutura; ≥ Grandes excentricidades de cargas; ≥ Rotura estrutural por movimento da fundação; ≥ Assentamento excessivo; ≥ Empolamento excessivo do solo e ≥ Vibrações excessivas. A regulamentação nacional e europeia em vigor relacionada com o dimensionamento de reservatórios metálicos e fundações é a seguinte: ≥ DL 235/83 – Regulamento de segurança e acções para estruturas de edifícios e pontes (RSAEEP); ≥ DL 349-C/83 – Regulamento de estruturas de betão armado e pré-esforçado (REBAP); ≥ DL 211/86 – Regulamento de estruturas de aço para edifícios (REAE); ≥ NP EN 1991 – Acções em estruturas (Eurocódigo 1); ≥ NP EN 1992 – Projecto de estruturas de betão (Eurocódigo 2); ≥ NP EN 1993 – Projecto de estruturas de aço (Eurocódigo 3); ≥ NP EN 1994 – Projecto de estruturas mistas aço-betão (Eurocódigo 4); ≥ NP EN 1997 – Projecto geotécnico (Eurocódigo 7); ≥ NP EN 1998 – Projecto de estruturas para resistência aos sismos (Eurocódigo 8); Outra regulamentação de referência: ≥ API 650 – Welded tanks for oil storage ≥ NP EN 206-1 – Betão: Especificações, produção desempenho e conformidade ≥ NP EN 10025 – Produtos laminados a quente em aços de construção não ligados. Condições técnicas de fornecimento.

Considerações de aplicação A possibilidade de incorporação de vários revestimentos, nas chapas e outros componentes metálicos permitem o seu uso em diversos tipos de aplicações e ambientes. O custo do produto final é grandemente influenciado pelo revestimento utilizado, sendo de esperar que as soluções galvanizadas sejam as mais económicas. Os reservatórios de aço galvanizado são altamente competitivos, em termos de preço e funcionalidade, quando aplicados em redes de extinção de incêndio, sendo muito mais económicos que o betão armado. Aquando da sua aplicação em água potável, terão que ser utilizadas membranas próprias para o efeito, o que poderá encarecer a solução. Outra desvantagem é a vida útil que se situa entre os 20 e 30 anos, inferior à do betão. As soluções de aço revestidas a vidro fundido são a excelência para o armazenamento de água potável, dando elevadas garantias de salubridade da água. Com baixos requisitos de manutenção e um longo ciclo de vida, apresentam custos totais inferiores às soluções em betão. Outras vantagens são a rapidez de construção e a possibilidade de aumentos de capacidade durante a exploração. A desvantagem principal desta solução será o investimento inicial que poderá ser superior ao de betão armado. As soluções de revestimento epóxico são ótimas para o armazenamento de água potável, líquidos industriais e águas residuais. O investimento inicial é inferior ao do aço revestido a vidro. Devido à necessidade de pouca manutenção, os custos durante o ciclo de vida são também mais baixos que os de betão armado. Os reservatórios metálicos aparafusados apresentam ainda as vantagens de modularidade e rapidez de construção. No fim do ciclo de vida, é fácil a desmontagem e separação dos componentes, o que lhes dá vantagens ambientais comparativamente com outras soluções.


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Exposição ao Ruído Durante o Trabalho: Algumas Incertezas Luís Santos Técnico Superior de HST, Auditor Coordenador de Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde

A doença profissional resultante da exposição ao ruído durante o exercício de uma atividade profissional – hipoacusia, ou surdez profissional, encontra-se nos lugares cimeiros da estatística nacional, europeia e mundial das doenças profissionais participadas. Em cada ano surgem milhares de novos casos, resultantes de exposições ocorridas cumulativamente ao longo de vários anos. De forma a diminuir este problema e criar condições de estagnação e até mesmo de regressão, a comunidade europeia publicou a Diretiva n.º 2003/10/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho de 6 de Fevereiro,

relativa às prescrições mínimas de segurança e saúde em matéria de exposição dos trabalhadores aos riscos devidos ao ruído (17.ª diretiva especial na aceção do n.º 1 do artigo 16.º da Diretiva 89/391/CEE). Esta diretiva foi transposta para o direito nacional através do Decreto-Lei n.º 182/2006, de 6 de Setembro. Avaliação dos riscos A avaliação de riscos de exposição ao ruído ocupacional é obrigatória, nos termos do n.º 3 do artigo 6.º da Diretiva 89/391/ /CEE. Cabe à entidade patronal, através de pessoa ou

entidade devidamente qualificada proceder a esta avaliação de riscos. As metodologias para avaliação dos riscos de exposição ao ruído podem basear-se nas tradicionais matrizes de gravidade/probabilidade, sendo contudo necessário assegurar que são tidos em consideração um conjunto de fatores, dos quais destacamos: a) O nível de ruído (avaliado ou medido); b) A natureza (padrão de exposição: variação diária, variação semanal, componentes de ruído impulsivo, etc.); c) A duração da exposição, incluindo o prolongamento da exposição durante SETEMBRO A DEZEMBRO '12

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a realização de períodos de trabalho superiores ao limite máximo do período normal de trabalho (ex.: horas extraordinárias, trabalho noutras organizações, atividades lúdicas); d) Os efeitos eventuais sobre a segurança e a saúde dos trabalhadores particularmente sensíveis aos riscos a que estão expostos (ex.: trabalhadoras grávidas); e) Os efeitos indiretos sobre a segurança dos trabalhadores resultantes de interações entre o ruído e as substâncias ototóxicas presentes no local de trabalho e entre o ruído e as vibrações; A experiência demonstra que a generalidade das avaliações de riscos, nomeadamente aquelas que dão suporte ao requisito específico da norma OHSAS 18001, sobre Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho, não observa quase nenhum destes pressupostos. Quando é necessário medir Nos termos do Decreto-Lei n.º 182/2006, a entidade patronal avaliará e, se for caso disso, medirá os níveis de ruído a que os trabalhadores se encontram expostos. É aceite na comunidade técnica ligada ao ruído ocupacional, que, para as atividades relativamente ás quais seja tecnicamente justificável que os trabalhadores não se encontram expostos a níveis próximos dos níveis de ação inferior que desencadeiam a Acão [80 dB(A)], ex.: trabalhos de escritório, a avaliação dos níveis de ruído supõe-se poder ser efetuada através de uma estimativa dos valores sem recorrer à medição. Se houver suspeita de que os níveis sonoros podem alcançar os níveis inferiores que desencadeiam a ação, então será necessário efetuar as medições. Na medição devem utilizar-se equipamentos com verificação metrológica legal válida. Mas aqui surge um problema que é a inexistência de regulamentação de controlo metrológica para os dosímetros de ruído, que muitas vezes são utilizados nas medições

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por permitirem uma técnica de amostragem mais representativa, no limite monitorizando todo o período de exposição do trabalhador. A este propósito impõe-se saber até que ponto, as medições obtidas através de dosímetros possuem validade legal. Ainda de acordo com a legislação aplicável, a avaliação do resultado das medições deve ter em conta a incerteza da medição, determinada pela prática metrológica, de acordo com a normalização em vigor ou eventuais especificações europeias harmonizadas. Para satisfação deste requisito foi publicada a norma NP EN ISO 9612:2011 – Acústica – Determinação da exposição ao ruído ocupacional – Método de Engenharia, a qual propõe metodologias para obtenção de amostras representativas e cálculo da incerteza associada às medições. Esta norma estabelece como mínimo para obtenção de uma amostra representativa das medições, a realização de pelo menos 3 medições, condição que nem sempre é cumprida. Quem pode medir Nos termos da legislação em vigor a avaliação e a medição devem ser planificadas e efetuadas por pessoas ou entidades competentes a intervalos apropriados, tendo especialmente em conta as disposições do artigo 7.º da Diretiva 89/391/CEE, relativas às competências (pessoas ou serviços) necessárias. Embora para o autor seja claro que o nº 8 do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 182/2006 atribua as competências para medição do ruído a: ≥ Uma entidade acreditada; ≥ U m técnico superior de higiene e segurança do trabalho que possua certificado de aptidão profissional válido e formação específica em matéria de métodos e instrumentos de medição do ruído no trabalho; ≥ Um técnico de higiene e segurança do trabalho que possua certificado de aptidão

profissional válido e formação específica em matéria de métodos e instrumentos de medição do ruído no trabalho; Já se conhecem interpretações, que inclusive suscitaram dúvidas da própria ACT - Autoridade para as Condições de Trabalho, em como a necessidade de possuir certificado de aptidão profissional válido e formação específica em matéria de métodos e instrumentos de medição do ruído no trabalho, só se aplicaria aos técnico de higiene e segurança do trabalho, exemptando os técnicos superiores de higiene e segurança do trabalho. Esta interpretação é, na nossa opinião, claramente errada. Importa no entanto que as entidades competentes definam com objetividade o que se entende por “formação específica em matéria de métodos e instrumentos de medição do ruído no trabalho”, pois caso contrário cai-se na subjetividade e quem perde com isto é o mercado e acima de tudo o rigor que a importância do assunto impõe. A título de exemplo, não faria sentido esta formação específica dever incluir os métodos de medição previstos na NP EN ISO 9612:2011 e a operação prática com o equipamento de medição. Dificuldades na obtenção de uma amostra representativa Se bem que a generalidade dos casos de exposição permitam a realização de medições representativas do tempo de exposição, devido a exposições com igual padrão dia a dia, a verdade é que subsistem muitos casos em que a exposição varia de dia para dia, estes casos de variação diária até semanal, podem ser adequadamente caracterizados através da média semanal, prevista no n.º 1 do art.º 15 do Decreto-Lei n.º 182/2006. O problema encontra-se, quando existem variações de exposição de semana para semana, dito de outro modo, as semanas de exposição ao ruído não serem todas iguais. Conhecem-se vários casos deste padrão de exposição e para os quais não existe resposta em termos de legislação.


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Contribuição da exposição fora do exercício da atividade laboral normal As exposições em atividades nas quais possa existir exposição ao ruído fora do horário normal de trabalho, ex.: em atividades lúdicas ou profissionais complementares à atividade principal, apresentam um outro problema de difícil equação e muito difícil de quantificar em termos de avaliação de riscos. Muitas das vezes os trabalhadores expostos nestas circunstâncias não usam o necessário equipamento de proteção individual, contribuindo desta forma para o agravamento do seu estado de saúde e de forma decisiva para a ocorrência da surdez profissional. Recomenda-se a este propósito que os trabalhadores sejam consciencializados para a necessidade de darem a conhecer estes padrões de exposição aos profissionais da segurança, higiene e saúde, para que possam ser tomadas as medidas necessárias à proteção da sua saúde. Contribuição da exposição conjunta com perigos ototóxicos Múltiplos estudos publicados, referem o aumento do risco de hipoacusia quando a exposição ao ruído concorre com substâncias marcadamente ototóxicas, quer ocorram durante o exercício de uma atividade profissional (ex.: etanol, propilenoglicol, tolueno, estireno, etc.) quer extraprofissional (ex.: administração de medicamentos – a generalidade dos antibióticos, alguns diuréticos, alguns anti-inflamatórios, antineoplásicos, contracetivos orais, etc.). Até hoje não vimos um único relatório, mesmo os produzidos por entidades acreditadas, apresentar os resultados da avaliação efetuada à exposição conjunta com substâncias com potencial ototóxico ou com outros fatores de riscos concorrentes para a degradação da audição, como sejam por exemplo, as vibrações. No caso particular das vibrações, importa avaliar o risco de doença vibroacústica causada

pela exposição prolongada a ruído de baixa frequência, normalmente inferior da 500 Hz e infrassons. Dificuldades na aplicação da hierarquia da redução do risco Do acordo com a legislação em vigor à data desta publicação, as organizações são obrigadas a implementar as necessárias medidas de controlo do risco de exposição ao ruído, de forma a dar prioridade à proteção coletiva em relação às medidas de proteção individual (alínea h) do n.º 2 do artigo 15.º da Lei n.º 102/2009 de 10 de Setembro). Por aplicação desta regra subentende-se que só é possível implementar a proteção individual se se demonstrar que não é possível implementar as medidas de proteção coletiva. Surge então aqui uma questão: que tipo de justificação pode ser apresentada para não ser implementada uma medida hierarquicamente superior? Serão os custos da medida uma condição aceitável pelas autoridades competentes? A verdade é que, na generalidade das situações, o primado da proteção individual sobre a proteção coletiva implementou-se e veio para ficar, em contradição clara como o disposto no n.º 3 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 18/2006, que refere: “Nos locais de trabalho onde os trabalhadores possam estar expostos a níveis de ruído acima dos valores de ação superior, o empregador estabelece e aplica um programa de medidas técnicas e organizacionais...”. Salienta-se que o incumprimento deste requisito constitui uma contraordenação muito grave. Acesso à informação médica – exames audiométricos Para uma ação eficaz por parte dos profissionais de higiene e segurança, impõe-se o conhecimento do traçado dos diagramas obtidos através dos exames audiométricos para que estes possam correlacionar uma eventual perda ou tendência de perda auditiva numa determinada banda de oitava, com os resultados das medições, medidos em bandas de frequência.

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Estas informações estão ao abrigo do segredo médico, por serem considerados registos clínicos. Impõe-se nesta situação considerar os técnicos de segurança como profissionais de saúde, abrangidos pelo segredo médico para assim poderem aceder a informação necessária ao efetivo cumprimento da sua missão. Informação e formação aos trabalhadores Para uma eficaz prevenção da surdez profissional e para além de um adequado programa de prevenção do ruído, baseado numa análise de risco de qualidade, reforça-se o papel da colaboração da principal parte interessada – os trabalhadores – assegurando a sua consciencialização para os efeitos que podem advir para a sua segurança e saúde, decorrentes da exposição ao ruído. A este propósito também se têm verificado lacunas na implementação da legislação, nomeadamente no que se refere a: ≥ Compreensão dos valores limite de exposição e os valores de ação (porque boa parte das vezes nem sequer os técnicos de higiene e segurança os entendem); ≥ As medidas tomadas para eliminar ou reduzir ao mínimo os riscos resultantes da exposição ao ruído (porque na generalidade as medidas não vão além da disponibilização de equipamento de proteção individual). ≥ A utilidade e a forma de detectar e notificar os indícios de lesão. ≥ As práticas de trabalho seguras que minimizem a exposição ao ruído. Conclusão Estamos convencidos que se deram passos significativos no caminho da prevenção. A certificação de sistemas de gestão da segurança e saúde, a formação de técnicos de higiene e segurança, a qualificação de laboratórios de ensaios para ruído ocupacional, a inspeção do trabalho, tem vindo a ter uma papel importante na aplicação dos requisitos mínimos previstos na legislação, mas há que reconhecer que ainda temos muito caminho para desbravar, não nos devemos esquecer que o primeiro passo para resolver um problema é admitir que ele existe.


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FICHA TÉCNICA nº35

SISTEMAS DE VIDEOVIGILÂNCIA FUNCIONAMENTO GERAL

AGOSTO 2012

DEFINIÇÃO

As Fichas Técnicas APSEI estão sujeitas a um processo de actualização contínua, dependente das alterações legais, normativas e técnicas que estejam relacionadas com o seu conteúdo. Certifique-se sempre, antes de aplicar a informação contida nesta Ficha Técnica, de que está na posse da sua última versão.

Consistem em sistemas de captação, transmissão e processamento de imagens, sendo utilizados para efectuar a vigilância de espaços interiores ou exteriores.

ELEMENTOS CONSTITUINTES • Captação de Imagens: efectuada por meio de câmaras, é responsável pela recolha das imagens e pela transformação dos sinais ópticos (imagens) em sinais eléctricos • Transmissão de Sinal: é responsável pelo transporte dos sinais entre os vários dispositivos do sistema • Processamento de Imagens: inclui o tratamento, a gravação e a visualização das imagens, podendo ser efectuado por um único dispositivo ou por vários. Captação de Imagens

NORMAS APLICÁVEIS

Processamento de Imagens

EN 50132

Alarm Systems. CCTV surveillance systems for use in security applications Transmissão de Sinal

Fig. 1 - Exemplo de Sistema de Videovigilância

Os componentes do sistema e as suas ligações são de grande importância para a qualidade final da imagem, pelo que a compatibilidade entre estes elementos deve ser verificada de modo a garantir o correcto funcionamento do sistema. Na definição do sistema há que ter também em consideração a quantidade de câmaras e de monitores. O número de câmaras deve ser seleccionado em função do nível de cobertura desejado e do detalhe pretendido, enquanto que o número de monitores do sistema deve ser escolhido em função do número de operadores e do total de câmaras existentes.

APLICAÇÃO Os sistemas de videovigilância podem ser utilizados para: • Protecção de pessoas e bens • Monitorização de espaços • Verificação de ocorrências • Controlo e verificação de alarmes (ex: intrusão, incêndio) • Controlo de multidões • Interface com Sistemas de Controlo de Acessos • Etc. Os sistemas devem ser concebidos e projectados de acordo com a utilização a que se destinam, e os seus objectivos claramente identificados de acordo com os riscos a proteger.

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DOCUMENTOS CO-RELACIONADOS

Os sistemas de videovigilância captam as imagens do meio a proteger através de câmaras e transformam-nas em sinais eléctricos (sinal vídeo), os quais são transmitidos para dispositivos de selecção e visualização de imagens, designadamente monitores.

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FICHA TÉCNICA nº35

SISTEMAS DE VIDEOVIGILÂNCIA FUNCIONAMENTO GERAL

AGOSTO 2012

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO (cont.)

As Fichas Técnicas APSEI estão sujeitas a um processo de actualização contínua, dependente das alterações legais, normativas e técnicas que estejam relacionadas com o seu conteúdo. Certifique-se sempre, antes de aplicar a informação contida nesta Ficha Técnica, de que está na posse da sua última versão.

A distribuição das imagens provenientes das várias câmaras pelos monitores é normalmente efectuada através de um processo de Comutação Digital, permitindo que as imagens provenientes das câmaras sejam distribuídas por cada monitor de forma independente. Entre as câmaras e os monitores não existe nenhuma relação fixa, podendo associar-se qualquer câmara ou conjunto de câmaras a um monitor ou conjunto de monitores, com as sequências consideradas convenientes. Os sistemas de videovigilância permitem a gravação de imagens para possível visualização posterior, sendo esta a possibilidade mais relevante deste tipo de sistemas.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS GENÉRICAS Os sistemas de videovigilância devem satisfazer as necessidades pretendidas e os objectivos a que se destinam, no referente a: • Captação de Imagens: a qualidade e detalhe das imagens captadas devem garantir a obtenção da informação pretendida; • Transmissão: os meios de transmissão devem ser adequados às condições específicas da instalação (distâncias, interferências, segurança, integridade) de modo a garantir um sinal com a qualidade e fiabilidade requerida; • Visualização de Imagens: as imagens apresentadas nos monitores devem reproduzir as imagens captadas de forma fidedigna; • Gravação de Imagens: a parametrização do sistema (método e taxa de compressão, resolução e número de imagens por segundo) deverá garantir a qualidade das imagens gravadas de acordo com o requerido.

IMPLICAÇÕES LEGAIS Na implementação dos sistemas de videovigilância deve ser cumprida a legislação nacional vigente, designadamente os diplomas legais que estabelecem a Lei da Protecção de Dados, Segurança Privada e Código do Trabalho, destacando-se o facto da instalação destes sistemas estar sujeita a autorização prévia e registo na Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD).

MANUTENÇÃO De modo a garantir a fiabilidade destes sistemas, estes devem ser sujeitos a inspecções periódicas e a acções de manutenção preventiva regulares.

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FICHA TÉCNICA nº36

PAINÉIS DE LÃ ROCHA PARA SOLUÇÕES RESISTENTES AO FOGO DEZEMBRO 2012

DEFINIÇÃO

As Fichas Técnicas APSEI estão sujeitas a um processo de actualização contínua, dependente das alterações legais, normativas e técnicas que estejam relacionadas com o seu conteúdo. Certifique-se sempre, antes de aplicar a informação contida nesta Ficha Técnica, de que está na posse da sua última versão.

Lã de Rocha: Material de isolamento térmico à base de fibras de rocha e/ou escórias fundidas. Painel de Lã de Rocha: Painel rígido de espessura uniforme, constituído por fibras aglutinadas com resina sintética termo-endurecida, e que pode ser ou não revestido.

NORMAS APLICÁVEIS EN 13162 Thermal insulation products for buildings – factory made mineral wool (MW) products – Specification.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS GENÉRICAS Independentemente da sua aplicação, os painéis de lã de rocha devem satisfazer os requisitos seguintes, estabelecidos pela norma EN 13162: • Resistência Térmica, RD, e Condutividade Térmica, λD: de acordo com as normas EN 12667 e EN 12939 • Espessura, d: de acordo com a norma EN 823 • Esquadria, Sb: de acordo com a norma EN 825, sendo que o desvio relativo aos valores estabelecidos para o comprimento e largura dos painéis não deve exceder 5 mm/m • Planeza, Smax: de acordo com a norma EN 825, sendo que o desvio admitido para os painéis não deve exceder 6 mm • Estabilidade Dimensional: de acordo com a norma EN 1604, para as condições de temperatura e humidade estabelecidas • Tracção Paralela às Faces, σt: de acordo com a norma EN 1608, com um valor mínimo correspondente a duas vezes o peso do painel, de modo a permitir o seu manuseamento • Reacção ao Fogo: classificação de reacção ao fogo (Euroclasses) conforme a norma EN 13501-1 • Absorção de Água, Ws: de acordo com a EN 1609, devendo ser ≤ 1,00 kg/m2 • Durabilidade: o desempenho de reacção ao fogo dos painéis de lã de rocha deve manter-se inalterável com o tempo, assim como a sua condutividade e resistência térmica

PAINÉIS DE LÃ DE ROCHA COM REVESTIMENTOS (COMPONENTES NÃO SUBSTANCIAIS) No caso dos revestimentos dos painéis de lã de rocha serem componentes não substanciais incombustíveis, o produto assume a classificação de reacção ao fogo da lã mineral de base.

GARANTIAS Declaração de Conformidade CE e Certificado de Conformidade CE, garantindo que o painel de lã de rocha foi fabricado em conformidade com os requisitos da norma EN 13162. Declaração de Conformidade do Instalador, garantindo que o produto foi instalado conforme a solução construtiva ensaiada.

Nota: “Componente não substancial” - material que não constitui parte significativa de um produto não homogéneo. Uma camada de massa por unidade de área inferior a 1,0kg/m2 ou espessura igual ou inferior a 1,0mm é considerada um componente não substancial. Duas ou mais camadas não substanciais adjacentes (isto é, sem qualquer componente substancial interposto) são consideradas componentes não substanciais, devendo, por isso, satisfazer as condições necessárias para que uma camada seja considerada componente não substancial. Para componentes não substanciais, efectua-se a seguinte distinção entre componentes não substanciais internos e externos: • Componente não substancial interno: componente não substancial coberto em ambas as faces por, pelo menos, um componente substancial • Componente não substancial externo: componente não substancial não coberto numa face por um componente substancial

SEM DOCUMENTOS TÉCNICOS CO-RELACIONADOS

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FICHA TÉCNICA nº36

PAINÉIS DE LÃ ROCHA PARA SOLUÇÕES RESISTENTES AO FOGO DEZEMBRO 2012

APLICAÇÃO Os painéis de lã de rocha têm aplicações múltiplas, destacando-se as seguintes: • Isolamento térmico e acústico de edifícios e aplicações industriais

As Fichas Técnicas APSEI estão sujeitas a um processo de actualização contínua, dependente das alterações legais, normativas e técnicas que estejam relacionadas com o seu conteúdo. Certifique-se sempre, antes de aplicar a informação contida nesta Ficha Técnica, de que está na posse da sua última versão.

• Componente utilizado na compartimentação resistente ao fogo de edifícios • Componente utilizado na protecção contra o fogo de estruturas metálicas e de betão • Componente de Portas resistentes ao fogo • Componente de isolamento e protecção contra o fogo de coberturas • Etc.

Fig.1 - Isolamento pelo exterior

Fig.2 - Divisória

Fig.3 - Parede dupla

ELEMENTOS IDENTIFICATIVOS / MARCAÇÃO CE Os painéis de lã de rocha, em conformidade com a EN 13162, devem ter aposta a seguinte informação: • Condutividade térmica (valor declarado, λD) •D esignação do produto ou outras características de identificação • Espessura nominal • Identificação ou marca do fabricante

• Código de identificação atribuído pelo fabricante

• Data de produção ou código de rastreabilidade

• Comprimento nominal e largura nominal

• Classificação de reacção ao fogo

• Tipo de revestimento, quando aplicável

• Resistência térmica (valor declarado, Rd)

• Quantidade de unidades e área respectiva

Esta informação deve ser aposta preferencialmente no produto ou numa etiqueta afixada ao produto ou na embalagem, juntamente com a marcação CE, conforme indicado: Marcação CE conforme a Directiva 93/68/EEC Número de identificação do Organismo Certificador (para o sistema de avaliação de conformidade 1) Identificação ou marca do fabricante e endereço Os dois últimos dígitos do ano de aposição da marcação CE Número do Certificado (para o sistema de avaliação de conformidade 1) Referência datada à norma EN 13162 Descrição do produto

Classificação de reacção ao fogo Resistência térmica declarada Condutividade térmica declarada Espessura nominal Código de identificação Fig.4 - Exemplo de marcação CE de um painel de lã de rocha. Fonte: EN 13162

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LEGISLAÇÃO

Legislação Portaria n.º 372/2012, de 16 de novembro

Ministério da Administração InternaFixa os requisitos técnicos mínimos das câmaras fixas e portáteis de videovigilância.

Portaria n.º 373/2012 de 16 de novembro

Ministério da Administração InternaAprova o modelo de avisos e simbologia da utilização de câmaras de vídeo pelas forças e serviços de segurança em locais públicos de utilização comum

Portaria n.º 374/2012, de 16 de novembro

Ministério da Administração InternaEstabelece o regime de instalação dos sistemas de proteção florestal e deteção de incêndios florestais em terreno que seja propriedade privada e aprova o modelo de autorização do proprietário ou proprietários do terreno onde se pretenda proceder à referida instalação

Despacho nº 7742/2012, de 5 de junho

Designa a APSEI como organismo de avaliação e certificação para a certificação de técnicos e ou empresas no âmbito das atividades relativas ao setor dos sistemas fixos de proteção contra incêndios e extintores.

Decreto Legislativo Regional n.º 24/2012/A, de 1 de junho

Aprova as normas que regulamentam a gestão de fluxos específicos de resíduos.

Decreto Legislativo Regional n.º 23/2012/A, de 31 de maio

Primeira alteração ao Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A, de 1 de março, que estabelece o regime jurídico da instalação, exploração e funcionamento dos empreendimentos turísticos.

Declaração de Retificação n.º 27/2012, de 30 de maio

Retifica a Portaria n.º 119/2012, de 30 de abril, do Ministério da Economia e do Emprego, que fixa as classes de habilitação contidas nos alvarás das empresas de construção, bem como os valores máximos de obra que cada uma delas permite realizar, e revoga a Portaria n.º 57/2011, de 28 de janeiro, publicada no Diário da República, 1.ª série, n.º 84, de 30 de abril de 2012.

Decreto Regulamentar Regional n.º 14/2012/A, de 22 de maio

Regulamenta o exercício da atividade industrial na Região Autónoma dos Açores, aprovado pelo Decreto Legislativo Regional n.º 5/2012/A, de 17 de janeiro.

Decreto-Lei n.º 110/2012, de 21 de maio

Procede à primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 141/2009, de 16 de junho, que estabelece o regime jurídico das instalações desportivas de uso público.

Portaria n.º 138/2012, de 14 de maio

Primeira alteração à Portaria n.º 517/2008, de 25 de junho, que estabelece os requisitos mínimos a observar pelos estabelecimentos de alojamento local.

Portaria n.º 131/2012, de 7 de maio

Determina a extensão das alterações dos contratos coletivos entre a AES - Associação de Empresas de Segurança e outra e a FETESE - Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores de Serviços e outros e entre as mesmas associações de empregadores e o STAD - Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Atividades Diversas e outras.

Portaria n.º 122/2012, de 3 de maio

Procede à atualização anual das pensões de acidentes de trabalho.

Portaria n.º 119/2012, de 30 de abril

Fixa as classes de habilitação contidas nos alvarás das empresas de construção, bem como os valores máximos de obra que cada uma delas permite realizar, e revoga a Portaria n.º 57/2011, de 28 de janeiro.

Decreto-Lei n.º 86/2012, de 10 de abril

Altera o Decreto-Lei n.º 65/97, de 31 de março, que regula a instalação e o funcionamento dos recintos com diversões aquáticas.

Normalização Lista de Normas Europeias Publicadas NP 1800:2012

Segurança contra incêndios. Agentes extintores. Seleção segundo a classe de fogos.

NP 4413:2012

Segurança contra incêndios. Manutenção de extintores.

NP EN ISO 14004:2012

Sistemas de gestão ambiental. Linhas de orientação gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio (ISO 14004:2004).

EN 671-1:2012

Fixed firefighting systems. Hose systems Part 1: Hose reels with semi-rigid hose.

EN 671-2:2012

Fixed firefighting systems. Hose systems Part 2: Hose systems with lay-flat hose.

EN 14052:2012

High performance industrial helmets.

CLC/TS 50131-2-8:2012 IEC 62034:2012

Alarm systems - Intrusion and hold-up systems Part 2-8: Intrusion detectors - Shock detectors. Automatic test systems for battery powered emergency escape lighting.

EN 13126-1:2011

Building hardware Hardware for windows and door height Windows -Requirements and test methods Part 1: Requirements common to all types of hardware.

EN 13126-3:2011

Building hardware Hardware for windows and door-height Windows -Requirements and test methods Part 3: Handles, primarily for Tilt&Turn, Tilt-First and Turn-Only hardware.

EN 13126-5:2011

Building hardware Hardware for windows and door height Windows -Requirements and test methods Part 5: Devices that restrict the opening of windows and door height windows.

SETEMBRO A DEZEMBRO '12

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PRÓXIMOS EVENTOS SOBRE SEGURANÇA

Agenda DEZEMBRO ‘12 3 a 5 NFPA-APSEI Fire & Security 2012 Centro de Congressos do Estoril, Estoril www.nfpaportugalconference.com 18 a 20 Congresso Construção 2012 Universidade de Coimbra, Coimbra www.ordemengenheiros.pt/pt/agenda/congresso-construcao-2012

MAIO ‘13

7 a 11 Segurex / Tektónica 2013 FIL, Lisboa www.segurex.fil.pt 28 3ªs Jornadas de Segurança aos Incêndios Urbanos Universidade de Coimbra, Coimbra www.albrasci.com/3jorninc/

MAIO + JUNHO ‘13

29 a 1 Congresso Ibero-Latino-Americano em Segurança contra Incêndios - CILASCI Coimbra www.albrasci.com/cilasci2/

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DIRETÓRIO

DIRETÓRIO DE EMPRESAS ASSOCIADAS DA APSEI

A.P. - Alarmes Portugal, Lda. Estrada do Calhariz de Benfica, 2-A 1500-121 Lisboa Tel. +351 218 127 275 // geral@apalarmes.pt www.apalarmes.pt

SECUFOGO - Engenharia de Segurança, Lda. Est. Comandante Camacho de Freitas, 583 9020-152 Funchal Tel. +351 291 750 280 // geral@secufogo.com www.secufogo.com

SEGURAJA - Com. Equip. Seg. e Mat. Const. Lugar de S. Gonçalo - Arcozelo 4990-150 Ponte de Lima Tel. +351 258 931 305 // comercial@seguraja.com www.seguraja.com

TESEL - Sistemas de Segurança, Lda. Avenida Quinta Grande, 24 - 24 B 2610-161 Alfragide Tel. +351 214 709 710 // geral@tesel.pt www.tesel.pt

TRIA - Serviços, Materiais e Equip., Lda. Rua António Maurício Marques, 5 Vale de Amores, 3450-206 Mortágua Tel. +351 231 927 480 // geral@tria.pt www.tria.pt

TRIALARMES, Lda. Rua da Pateira, 92, Merelim - S. Pedro 4700-848 Braga Tel. +351 253 607 440 // geral@trialarmes.pt www.trialarmes.pt

ABC SeguranÇa Equipamentos e Sistemas, Lda. Rua das Fábricas, Armazém H 2620-002 Olival Basto Tel. 219 388 234 geral@abcseguranca.com www.abcseguranca.com

ALARMIBÉRICA Companhia Port. de Seg., Lda. Rua Comandante Germano Dias, 2-2A 2780-247 Oeiras Tel. 214 544 900 sede@alarmiberica.pt www.alarmiberica.pt

AUGUSTO SILVA Venda e Manut. Mat. Incêndio, Lda. Estrada da Ribeira, Casa Cabras, 443 Armazém Pai do Vento 2755-290 Alcabideche Tel. 214 673 565 augustosilvaext@mail.telepac.pt

BOSCH SECURITY SYSTEMS Sistemas de Segurança, S.A. Av. Infante D. Henrique, lote 2E 3E 1800-220 Lisboa Tel. 218 500 360 pt.securitysystems@pt.bosch.com www.boschsecurity.com.pt

A. GOMES & GOMES, Lda. Pct. Pedro Manuel Pereira, 1, 1º Esq. 2620-158 Póvoa de Santo Adrião Tel. 219 382 000 geral@agomesegomes.com www.agomesegomes.com

ALARMOESTE Sistemas Electrónicos, Lda. Rua Evaristo Silva, Bloco B, Loja 17 2560-374 Torres Vedras Tel. 261 981 453 // geral@alarmoeste.pt

AUGUSTO MOREIRA, LDA. Rua da Variante, 25 - Sta. Cristina Couto 4780-743 Porto Tel. 252 833 657 www.ayeme.com

ALBERTO FERREIRA GOMES Unip., Lda Rua da Rasa, 925 4400-276 Vila Nova de Gaia Tel. 227 160 812 // afgcomercial@sapo.pt

BEIRA FOGO Extintores e Assistência Técnica, Lda. Rua das Moitas S/N - Apartado 6 3306-909 Coja - Arganil Tel. 235 729 005 // beirafogo@sapo.pt

CENTRALSEG Imp. Dist. Equip. de Segurança, Lda Cacém Park, Armazém, 13 Estrada de Paços d’ Arcos 88/88 A 2735-307 Cacém Tel. 219 817 710 // geral@centralseg.pt www.centralseg.pt

A.P. Alarmes Portugal, Lda. Est. do Calhariz de Benfica, 2-A 1500-121 Lisboa Tel. 218 127 275 geral@apalarmes.pt www.apalarmes.pt ACUSTERMIA Isolamentos Térmicos e Acústicos, Lda. Rua Casal da Ligeira, 20, Armazém 12 2710-446 Sintra Tel. 219 605 099 acustermia@mail.telepac.pt www.acustermia.com ADI GLOBAL DISTRIBUITION Honeywell Security España, S.L. Rua João de Freitas Branco, 36 A 1500-359 Lisboa Tel. 217 237 860 paulo.barreiros@adiglobal.com ADT- Fire & Security Sensormatic - Prot. Contra Furtos Ed. Entreposto, Pç. José Queirós 1, Fracção 5, Piso 3 1801-802 Lisboa Tel. 217 510 560 suportecomercial@tycoint.com www.adt.pt

ANTAFOGO Equipamentos de Segurança, Lda. Rua de Cassufas, 975 - Anta 4500-034 Espinho Tel. 227 342 596 antafogoequipamentos@sapo.pt ÁREA HUMANA Gestão de Segurança, Lda. Rua Vale de Carneiros, 91, R/C Esq. 8005-304 Faro Tel. 289 826 000 areahumana@gmail.com ARNEG PORTUGUESA Fábrica Equip. Frigoríficos Ind. Com., Lda. E.N. 9 - RAL 2710-039 Sintra Tel. 219 608 660 // drh@arneg.pt www.arneg.pt ARRUDAFOGO Manutenção de Serviços, Lda Estrada da Malafaia,16 R/C 2630-254 Arruda dos Vinhos Tel. 263 975 517 arrudafogo@gmail.com

BEIRAEXTINTORES Equip. Contra Incêndios e Segurança Rua da Ramalha 47-49 6200-180 Covilhã Tel. 275 088 083 beiraextintores@gmail.com BERNARDO DA COSTA Comércio de Equip. de Segurança, Lda Rua do Comércio, 6 - Adaúfe 4710-820 Braga Tel. 253 284 410 info@bernardodacosta.pt www.bernardodacosta.pt BOMBAS GRUNDFOS PORTUGAL S.A. Rua Calvet de Magalhães, 241 2770-153 Paço D’ Arcos Tel. 214 407 620 // pconceicao@grundfos.pt www.grundfos.pt BOMBAS WILO-SALMSON Sistemas Hidráulicos, Lda Via Central de Milheirós, 307, Armz. G 4475-330 Maia Tel. 222 080 350 // bombas@wilo.pt www.wilo.pt

CHARON Prestação de Serv. Seg. e Vigilância SA Praça Bernardo Santareno, 5 A 1900-098 Lisboa Tel. 210 122 400 // lisboa@charon.pt www.charon.pt CLEAR Instalações Electromecânicas S.A. Rua de Santos Pousada, 220 4000-478 Porto Tel. 228 342 800 // geral@clear.pt COLT PORTUGAL, SA Rua Vale Formoso de Cima, 148 - A/B 1950-273 Lisboa Tel. 210 171 020 geral@pt.coltgroup.com www.colt-portugal.pt CONSENSO Sistemas de Segurança, Lda. Av. Brito Pais, 2A - Reboleira 2 720-071 Amadora Tel. 214 998 205 // consenso@netcabo.pt www.consensoseguranca.com

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CONSULSAFETY Segurança, Ambiente e Qualidade, Lda. Rua José Afonso, 5, 2º Esq 2810-237 Almada Tel. 212 509 143 geral@consulsafety.com www.consulsafety.com CONTRA FOGO Soluções de Segurança, S.A. Qta. Conde Mascarenhas, lt. 8 Vale Fetal 2820-652 Charneca da Caparica Tel. 212 535 706 contrafogo@contrafogo.pt www.contrafogo.pt COOPER PRETRÓNICA, Lda Parque Industrial Serra das Minas Av. Irene Lisboa, lt. 19 Armazém C, Piso 2 2635-001 Rio de Mouro Tel. 219 198 500 pedro.roque@cooperindustries.com www.cooperpretronica.pt CORREIA DE ALMEIDA UNIP., LDA. Rua Manuel Ascenção, Bloco A, R/C Esq. 8000-387 Faro Tel. 289 812 919 geral@correiadealmeida.pt www.correiadealmeida.pt CURIMO Construções, Lda Rua Mário Sá Carneiro, 3 2925-574 Brejos de Azeitão Tel. 212 197 200 // geral@curimo.pt www.curimo.pt DCEA Sec. and Safety System Engineering Rua José Estêvão, 133, 3º 1150-201 Lisboa Tel. 210 935 221 // geral@dcea.pt DEBAIXO DE FOGO, LDA. Com. e Rep. Mat. Combate a Incêndio Av. de Espanha, 17 A 2605-754 Casal de Cambra Tel. 219 314 952 geral.debaixodefogo@gmail.com

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DETECTOMAT GmbH An der Strusbek 5 22926 Ahrensburg - Germany Tel. 218 023 131 fernandes@detectomat.pt www.detectomat.com DINGFELDER + HADLER PORTUGAL, LDA. Av. S. Miguel, 249 - Esc. 58 2775-751 Carcavelos Tel. 911 129 028 geral@dh-portugal.pt www.dh-portugal.pt DIOGO E RAMALHEIRO, LDA. Rua Santo António, Quarteirão 9 Lote 3A R/C - Moinhos da Funcheira 2650-116 Amadora Tel. 214 942 188 diogoramalheiro@sapo.pt DIOMIL Compra e Venda de Todo o Material de Incêndio, Lda. Alameda Mahatma Gandhi, 2 A/B 1600-501 Lisboa Tel. 217 575 347 // geral@diomil.pt DORMA PORTUGAL Sistemas Controlo Portas Unip., Lda. Av. de Sousa Cruz, 671, lj. 9 4780-365 Santo Tirso Tel. 252 860 490 // rgaio@dorma.pt www.dorma.com DRÄGER SAFETY HISPANIA, SA Av. do Forte, 6-6A 2790-072 Carnaxide Tel. 214 241 750 clienteseguranca.pt@draeger.com DUOREDES, LDA. Rua Engº Jorge Anjinho, Lt 2, 9,1º Esq 3030-482 Coimbra Tel. 239 050 624 // geral@duoredes.pt www.duoredes.pt EFAFLU Bombas e Ventiladores, SA Rua S. Brás, 269 4494-909 Póvoa de Varzim Tel. 252 298 700 // geral@efaflu.pt www.efaflu.pt

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ENA PORTUGAL Sistemas de Telecomunicações, SA Tagus Park, Ed. Tecnologia III, 66 2740-257 Porto Salvo Tel. 214 220 130 enaportugal@enaportugal.pt www.enaportugal.pt EPSI Estudos, Projectos e Segurança Integrada, Lda. Rua Rodrigues Lapa, 10, 1º Dto Salas 1 e 3 2845-132 Amora Tel. 212 245 028 // epsi@espi.pt www.epsi.pt ERTECNA Empresa de Rev. Técnicos, Lda. EN 109 - Araújos 3080-436 Figueira da Foz Tel. 233 402 540 comercial@sinalux.pt www.sinalux.pt ESEGUR Empresa de Segurança, SA Rua da Guiné, 7 2689-517 Prior Velho Tel. 219 491 110 // esegur@esegur.pt www.esegur.pt ET Empresa Import-Expor e Coop. Industrial, Lda. Rua Henrique Paiva Cauceiro, 11/13 2700-451 Venda Nova - Amadora Tel. 214 969 050 // et@etlda.pt EXPRESSO FOGO Com. Material Combate a Incêndios, Lda. Rua Quinta do Gato Bravo, lt. 19 Armazém A, Cave 2810-352 Feijó Tel. 212 595 776 geral@expressofogo.pt www.expressofogo.pt EXTINCÊNDIOS Equip. Protecção e Segurança, SA Estrada Nacional 8, 54 2565-646 Ramalhal Tel. 261 325 968 geral@extincendios.pt www.extincendios.pt

EXTINFOGO MADEIRENSE José Proença, Equip. Segurança, Lda. Rua da Infância, 11 9060-131 Funchal Tel. 291 225 738 // geral@extinfogo.com www.extinfogo.com EXTINLÂNDIA Comércio e Recarga de Extintores, Lda. Rua de Camões, 81 3830-152 Ílhavo Tel. 234 327 014 extinlandia@netvisao.pt www.extinlandia.com EXTINLOURES Material de Combate a Incêndios, Seg., Máquinas e Ferramentas, Lda. Núcleo Empresarial Quinta do Portela Apartado 46 - Guerrreiros 2670-000 Loures Tel. 219 824 118 geral@extinloures.pt www.extinloures.pt EXTINRISCO Comércio e Manutenção de Equipamentos de Segurança, Lda. Estrada Real, 33 - Edificio I - Ral 2710-45O Sintra Tel. 219 143 444 geral@extinrisco.pt www.extinrisco.pt EXTINTEL Segurança Contra Incêndios, Lda. Alto da Relvinha 3020-365 Coimbra Tel. 239 497 675 // extintel@extintel.pt www.extintel.pt EXTINTORRES Comércio e Manutenção de Sistemas de Extinção, Lda. Zona Industrial, Lote 23 2350-483 Torres Novas Tel. 249 830 045 geral@extintorres.eu EXTINVALE Segurança Contra Incêndios, Lda. Rua do Cruzeiro, 478 - Nespereira 4620-404 Lousada Tel. 255 813 991 / 2 extinvale@extinvale.com www.extinvale.com


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EXUVENT Soluções de Desenfumagem e Ventilação Naturais, Lda. Estrada de S. Marcos Centro Empresarial Elos Park II, Esc. 20 2735-521 Cacém Tel. 214 263 964 exuvent@exuvent.pt www.exuvent.pt FEÉRICA Fábrica de Equipamentos para Segurança e Inovação Industrial, Lda. NEM Av. Dr. Francisco Sá Carneiro, Pav. 1 2640-486 Mafra Tel. 261 812 203 feerica@mail.telepac.pt FIRE PRIN LISBOA, LDA. Rua de Sevilha, 5 2605-754 Casal de Cambra Tel. 219 810 659 geral.fireprinlisboa@armail.com FIREOFF Proj. e Equip. de Segurança, Lda. Jardins de São Bartolomeu Praceta Fernando Valle D1, 1 - Loja 6 1750-461 Lisboa Tel. 218 689 259 // fireoff@sapo.pt FRANCE - AIR PORTUGAL, LDA. Av. Casal Da Serra, Lote I - 4 , Esc. 3 2625-085 Póvoa de Santa Iria Tel. 219 568 900 france.air.portugal@france-air.com www.france-air.com FUCOLI - SOMEPAL Fundição de Ferro, SA Rua de Aveiro, 50 3050-903 Pampilhosa Tel. 231 949 261 sede@fucoli-somepal.pt www.fucoli-somepal.pt G.F.E. - GLOBAL FIRE EQUIPMENT Mont. de Equipamento Electrónico, SA M.A.R.F. Sítio Guelhim Armazém F3 & F4, Caixa Postal 1M 8009-021 Faro 289896560 // global@globalfire.pt www.globalfire.pt

GESTFIRE, LDA. Pr. Dr. Francisco Araújo Malheiro, 61A 4715-016 Braga Tel. 253 279 366 // geral@gestfire.com www.gestfire.com GEZE IBERIA S.R.L.U. Rua Eng.º Francisco Patrício, 61 Flandes 3100-339 Pombal Tel. 236 219 717 // e.cacho@geze.es www.geze.com GOMATÉCNICA Importadores e Exportadores, Lda. Rua Maria Machado, lt. 40, C/V Bairro Mariana Gaita - Vale de Figueira 2695-681 São João da Talha Tel. 213 474 680 gomatecnica@gomatecnica.mail.pt GRUPO 8 Vigilância e Prevenção Electrónica, Lda. Av. Estados Unidos da América, 23, 1ºD 1749-089 Lisboa Tel. 218 432 800 // grupo8@grupo8.pt www.grupo8.pt GUARDA MOR Equipamentos de Segurança Lda. Rua do Lumiar Lj. 1283, Loja B 1750-162 Lisboa Tel. 217 520 960 guardamor@guardamor.pt GUNNEBO PORTUGAL, S.A. Av. Infante D. Henrique, lote 306-2 1950-421 Lisboa Tel. 218 315 600 info.pt@gunnebo.com www.gunnebo.com HELENA MARIA Unipessoal, Lda. Rua 15 de Maio, 25, 1º Centro Esq., Fracção F - Lijó 4750-538 Barcelos Tel. 937 686 081 geral@hmpereira.com HIDRAULICONCEPT Engenharia, S.A. Rua Nova do Campinho, 1 4435-751 Baguim do Monte Tel. 224 854 540 geral@hidrauliconcept.pt www.hidrauliconcept.pt

HILTI PORTUGAL Produtos e Serviços, Lda Rua da Lionesa, 446 - Ed. C39 4465-671 Leça do Balio Tel. 229 568 100 // clientes@hilti.com www.hilti.pt

INFRASECUR Sistemas de Segurança, SA Rua Vasco Santana, 12, Esc. Dto. 2675-622 Odivelas Tel. 219 349 600 // geral@infrasecur.com www.infrasecur.com

HISPANOCOTTES Fire and Smoke Solutions, Lda Av. Dom João II, Lote 1.06.02.5B 1990-001 Lisboa Tel. 211 212 080 // info@cottesgroup.com www.cottesgroup.com

INSTALFOGO Sistemas Contra Incêndio, SA Rua República, 270, Apartado 761 EN 109 Cacia // 3801-801 Aveiro Tel. 234 910 840 // geral@instalfogo.pt www.instalfogo.pt

HONEYWELL Life Safety Iberia, S.L. Av. do Forte, 3 - Ed. Suécia II, Piso 3 2794-048 Carnaxide Tel. 218 162 636 pedro.marques@honeywell.com www.honeywelllifesafety.com

IVV AUTOMAÇÃO, LDA. Rua Dr. José M. Oliveira Machado, 37 Lugar de Cimo da Vila - Dume 4700-706 Braga Tel. 253 213 816 // info@ivv-aut.com www.ivv-aut.com

HONEYWELL PORTUGAL Automação e Controlo, SA Av. do Forte, 3 - Ed. Suécia II, Piso 3 2794-048 Carnaxide Tel. 214 245 000 daniel.quartel@honeywell.com www.honeywell.com

JOAQUIM G. LOPES GODINHO, LDA. Rua Artur Ferreira da Silva, 36, Cave 1885-010 Moscavide // Tel. 219 446 135 info@extintoresgodinho.com

HT SEGURANÇA Henrique Albino Pinto Teixeira Urbanização Villas São Marcos, lt. 9 6230-463 Fundão // Tel. 916 772 427 htseguranca@htseguranca.pt www.htseguranca.pt IDEALSEGURANÇA Sistemas de Segurança, Lda. Rua José Galvão, 4B Moinhos da Funcheira 2650-119 Amadora // Tel. 214 954 460 idealseguranca@netcabo.pt INTERFIRE, LDA. Zona Indutrial da Poupa II Rua A - Fração C 4780-793 - Santo Tirso Tel. 252 856 106 // vendas@interfire.pt www.interfire.pt IMATRIX Sistemas de Segurança, Lda. Rua D. Joana, 5A - Casal da Barôta 2605-661 Massamá Norte Tel. 214 338 859 // info@imatrix.pt

JOAQUIM RIBEIRO NOVO & Cª LDA. Lt. dos Galos, lote 29 Barcelinhos // 4755-052 Barcelos Tel. 253 823 455 joaquimnovo@iol.pt JOMY PORTUGAL Com. Escadas e Equip. Segurança, Lda. Rua General Humberto Delgado,13 Quinta Nova São Roque 2670-513 Loures // Tel. 219 822 493 jomyportugal@mail.telepac.pt JOTECNIALARMES Sociedade Unipessoal, Lda. Rua Fernando Assis Pacheco, 14 2925-037 Vendas de Azeitão Tel. 217 744 367 geral@jotecnialarmes.pt KSB - BOMBAS E VÁLVULAS, SA Rua Carlos Lopes, Pq. Empresarial Albiz D1 - Albarraque 2635-206 Rio de Mouro Tel. 210 112 300 // ksbportugal@ksb.pt www.ksb.com

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LARANJEIRA & CUBO - SADIS, Lda. Rua Profª Maria Augusta Antunes, 36 4510-642 Gondomar Tel. 224 892 834 // geral@sadis.pt www.sadis.pt LONGO PLANO Segurança Integ. e Gestão Edifícios, SA Rua Industrial da Urtigueira, 75 4410-304 Canelas - Vila Nova de Gaia Tel. 226 092 219 paulino.angelo@longoplano.pt www.longoplano.pt LPG Portugal Sist. Protecção Contra Incêndio, Lda. Casais da Serra - Zona Industrial, Lt. 4 2665-305 Milharado // Tel. 219 751 322 lpg.portugal@mail.telepac.pt LUZFÁCIL Multiserviços, Lda. Rua 6, Lote 100 - Bairro das Sousas 2685-162 Camarate Tel. 218 256 660 // info@luzfacil.pt MADEIRINDUSTRIA Máq. Acess. p/ Automóveis e Ind., Lda. Rua Veloso Salgado, 54 1600-218 Lisboa // Tel. 217 933 462 madeirindustria@gmail.com MAFEP Material Anti-Fogo e Protecção, Lda. Casal João Félix - Abrunheira 2710-029 Sintra Tel. 219 152 251 // geral@mafep.pt www.mafep.pt MANVIA, SA Rua Mário Dionísio, 2, 2º piso 2796-957 Linda-a- Velha Tel. 214 158 260 // geral@manvia.pt www.manvia.pt MARIOFF HI-FOG, S.A. Avda. Esparteros, 19 28918 Leganes - Madrid, España Tel. +34 916 418 400 marioff@marioffspain.com www.hi-fog.com

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MAXICOFRE Cofres e Sistemas de Segurança, SA Núcleo Emp. da Venda do Pinheiro Qta. dos Estrangeiros, Rua E, Pav. 50 2665-605 Venda do Pinheiro Tel. 219 663 200 comercial@maxicofre.pt www.maxicofre.pt MICOTEC Electrónica, Lda Rua Rui Teles Palhinha, lt. 10, 1ºD Tagus Space 2740-278 Porto Salvo Tel. 217 567 400 // micotec@micotec.pt www.micotec.pt MICROSEGUR Soluções de Engenharia, Lda Rua Attilio Santini, Ed. Golfinho, lt. 3, 98C 2750-100 Cascais Tel. 214 863 426 geral@microsegur.pt www.microsegur.pt

OCEANOTRADE Import e Export, SA Quinta da Bela Vista, lt. 5 B 2670-306 Frielas // Tel. 219 487 730 comercial@oceanotrade.com www.oceanotrade.com ORPOR, LDA. Rua Eugénio de Castro, 300, 1º, Esc. 122 4100-225 Porto Tel. 226 007 725 // geral@orpor.pt www.orpor.pt PEFIPRESA Proteção Contra Incêndios, Lda. Av. Pedro Álvares Cabral, 213 - Linhó 2710-297 Sintra Tel. 214 647 410 info.lisboa@pefipresa.pt www.pefipresa.com

MULTIALARMES II Sistemas de Segurança, Lda Rua do Brasil, 34 3800-009 Aveiro Tel. 234 197 400 multialarmes@multialarmes.pt

PICHELARIA FERREIRA, LDA. Rua da Pedreira, 478 - Azurém, Ap. 447 4801-913 Guimarães // Tel. 253 512 146 nuno.tavares@pichelaria-ferreira.pt

NISCAYAH, SA Rua Rodrigues Lobo, 2, Ed. Securitas 2799-553 Linda-a- Velha Tel. 214 152 700 // geral@niscayah.pt www.niscayah.pt

POLICABOS Soluções Técnicas de Condutores, SA Av. Pedro Álvares Cabral Lugar da Capa Rota 2710-144 Sintra // Tel. 219 178 640 policabos@policabos.pt www.policabos.pt

NOFIREL Com. Equip. Prev. e Segurança, Lda. Av. Dr. Arlindo Vicente, 72 A 2840-403 Seixal Tel. 212 216 884 // geral@nofirel.com www.nofirel.com NORDESTE ALARME Serv. Tecnologia de Segurança, Lda. Av. do Tâmega Edil Santa Cruz, 31, lj. 2 5400-714 Chaves Tel. 276 328 447 nordestealarme@sapo.pt NOVINCÊNDIO Nova Emp. Man. Mat. Contra Inc., Lda. Rua Raul Proença, 25, R/C 1685-866 Famões Tel. 219 339 279 // geral@novincendio.com

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NUNES & BAPTISTA, LDA. Travessa das Almas, 2 A 1350-003 Lisboa // Tel. 213 956 154 nunesebaptistalda@gmail.com

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PORSEG Sistemas de Segurança, SA Rua de Santa Maria, 310 4410-355 Arcozelo Tel. 227 537 200 // porseg@porseg.com www.porseg.com PORTRISA Industria de Portas, SA Rua da Majoeira Zona Industrial Ponte Pedra 2416-901 Regueira de Pontes Tel. 244 720 610 // portrisa@portrisa.pt www.portrisa.com

PREVICHAMA Prev. de Incêndios e Mat. de Seg., Lda. Av. Dr. José Maria Cardoso, 36 A 3200-202 Lousã // Tel. 239 995 751 previchama@previchama.pt www.previchama.pt PREVICONSTRE Sociedade de Segurança e Prevenção de Sinistros, Lda. Rua do Crucifixo, 763 N 1100-184 Lisboa Tel. 213 223 038 // previconstrel@sapo.pt PREVIGARB Engenharia de Segurança, Lda. Edifício Central, letra M - Ferreiras 8200-559 Albufeira Tel. 289 572 733 // geral@previgarb.com www.previgarb.com PREVINAVE Prevenção e Segurança, Lda. Parque de Vialonga, Amz. 51 - Granja 2625-607 Vialonga Tel. 219 470 590 previnave@previnave.com www.previnave.com PREVINCENDIO Com. Material Contra Incêndio, Lda. Rua Bartolomeu Dias, 7 A e B 2730-026 Barcarena - Queluz de Baixo Tel. 214 348 922 tiagoluisalves@gmail.com PREVITOP Comércio e Serviços Unipessoal, Lda Rua António Marques Sá, 36 4435-107 Rio Tinto Tel. 229 774 430 // geral@previtop.pt www.previtop.pt PROSEGUR Companhia de Segurança Unip., Lda. Avenida Infante D. Henrique, 326 1849-006 Lisboa Tel. 808 222 322 www.alarmesprosegur.pt PROSONIC Prod. de Imagem e Comunicação, SA Rua Rui Teles Palhinha, 3 - Leião 2744-015 Porto Salvo Tel. 214 257 880 seguranca@prosonic.pt www.prosonic.pt


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PUERTAS PADILLA, S.L. Pólo Industrial do Batel Rua das Madressilvas, 136 2890-559 Alcochete Tel. 212 341 700 puertaspadilla@ppadilla.pt

SECUFOGO Engenharia de Segurança, Lda. Estrada Comte. Camacho de Freitas, 583 9020-152 Funchal Tel. 291 750 280 // geral@secufogo.com www.secufogo.com

REDIFOGO Material de Protecção e Segurança, Lda. Rua D. Pedro V,1198 4785-308 Trofa Tel. 252 418 096 redifogo@mail.telepac.pt www.redifogo.pt

SECUR Comércio e Representações, Lda. Rua Vale Formoso, 255 4200-513 Porto Tel. 225 024 551 // geral@secur.pt www.secur.pt

RUIZ SISTEMAS S.L. - RUCA Polígono Industrial Bertola, Nave 6 11408 Jerez de la Frontera - España Tel. +34 956 141 602 // ruca@ruca.biz www.ruca.biz SABELÓNICA Sistemas de Segurança, Lda Urb. da Paradela, Lote 8 - Sala 2 2620-541 Póvoa de Stº Andrião Tel. 219 370 955 comercial@sabelonica.pt www.sabelonica.com SADINTEGRA Sistemas de Segurança, Lda. Rua Monte da Bela, 68 4445-294 Ermesinde Tel. 224 673 572 // geral@sadintegra.pt www.sadintegra.pt SAMITEK, LDA. Rua 1º de Maio, Lote 5, R/C 5300-236 Bragança Tel. 273 381 659 // samitek@sapo.pt www.samitek.pt SANCO - Produtos Electrónicos, SA Rua dos Lagos, 545 4405-875 Vila Nova de Gaia Tel. 223 710 845 // sanco@sanco.pt www.sanco.pt SCHNEIDER ELECTRIC PORTUGAL, LDA. Av. Marechal Craveiro Lopes, 6 1149-111 Lisboa // Tel. 217 507 100 pt-atendimento-cliente@schneiderelectric.com www.schneider-electric.pt

SECURGAL Sistemas de Segurança, Lda Av. São João de Deus, 1 A 1000-277 Lisboa // Tel. 218 493 451 alcindo.pimenta@gmail.com SECURITAS Serviços e Tecnologia de Segurança, SA R. Rodrigues Lobo, 2 - Ed. Securitas 2799-553 Linda-a- Velha Tel. 214 154 774 jorge.garcao@securitas.pt www.securitas.pt

SEGURIHIGIENE Saúde no Trabalho, SA Av. do Brasil, 7 B // 1700-062 Lisboa Tel. 214 452 222 geral@segurmais.com SEGURMIRANDELA Sist. Prev. e Seg. Contra Incêndios, Lda. Av. Dr. Trigo de Negreiros, 222 5370-429 Mirandela Tel. 278 248 824 contacto@segurmir.com www.segurmir.com SEGURVOUGA Com. Ass. de Equip. Segurança, SA Rua Padre Joaquim Faria, 2696 FR A 4500-822 Nogueira da Regedoura Tel. 227 474 070 / 076 segurvouga@segurvouga.pt www.segurvouga.pt SERC EVOLUÇÃO, LDA. Edifício S. Alto da Granja, Estrada 237 Parque Industrial Manuel da Mota 3100-899 Pombal // Tel. 236 216 025 sercevolucao@serc-europe.com www.sercevolucao.com

SEGURAJA Com. Equip. Seg. Mat. de Const., Lda. Lugar de S. Gonçalo - Arcozelo 4990-150 Ponte de Lima Tel. 258 931 305 comercial@seguraja.com www.seguraja.com

SIEMENS - IBT Rua Irmãos Siemens,1, Ed. 3, Piso 3 Alfragide 2720-093 Amadora Tel. 214 204 140 // sbt.pt@siemens.com www.siemens.pt

SEGURAXIRA Serviços de Segurança Industrial, Lda. Rua António Lúcio Batista, 4 A Loja 2600-102 Vila Franca de Xira Tel. 263 271 330 seguraxira@seguraxira.pt www.seguraxira.pt

SIGASINAL Sistemas de Segurança, Lda. Rua Vergílio Ferreira, Lote 19 - Loja 1685-385 Caneças Tel. 219 804 304 susanaferreira@sigasinal.pt www.sigasinal.pt

SEGUR-FOGO Comércio de Equip. Contra Fogo, Lda. Estrada Nacional 247, Pav. 6 Lourel Park 2710-446 Sintra Tel. 219 613 342 // mail@segurfogo.pt www.segurfogo.pt

SIVUGAR Sistemas de Segurança Integrada, SA Rua Alto do Matoutinho, 1 2665-291 Malveira Tel. 219 663 420 // geral@sivugar.pt www.sivugar.pt SPARK OFF Sist. Prev. e Combate a Incêndios, Lda. Rua Oriental, 1329 4455-517 Perafita Tel. 229 966 928 telodafonseca@sparkoff.pt

SPRINKLER LDA. Mont. Manut. Sistemas de Segurança Largo dos Depósitos de Água, 3 Arneiro dos Marinheiros 2705-434 S. João das Lampas Tel. 218 538 135 geral@sprinkler-pt.net www.sprinkler.pt.net TAMPER Protecção e Segurança, SA Caminho Santo António, 156 9020-002 Funchal Tel. 291 700 888 tamper@mail.telepac.pt TAPACHAMAS Com. Reparação de Equip. de Prot. Segurança Unip., Lda. Estrada da Seixeira, 57 2525-022 Atouguia da Baleia Tel. 262 087 293 tapachamas@netvisao.pt www.tapachamas.netvisao.pt TECNICONTROL Electrónica, Seg. e Comunicações Lda. Av. 5 de Outubro, 83, 85 8000-075 Faro Tel. 289 860 320 // geral@tecnicontrol.pt www.tecnicontrol.pt TECNILAB PORTUGAL, SA Av. Columbano Bordalo Pinheiro, 97, 2º dtº 1099-064 Lisboa Tel. 217 220 870 // geral@tecnilab.pt www.tecnilab.pt TECNIQUITEL Sociedade Equipamentos Técnicos, Lda. Zona Industrial Abrunheira Rua Thilo Krassman, 2 Fracção A 2710-141 Sintra Tel. 219 154 600 // geral@tecniquitel.pt www.tecniquitel.pt TECNISIS Técnicas de Sistemas Industriais, Lda. Elospark II, A8 - Estrada de S. Marcos 2735-521 Cacém Tel. 214 267 290 // info@tecnisis.pt www.tecnisis.pt

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TECOMPART Comp. e Gestão de Acessos, Lda. Rua Bernardo Santareno, 21 A 2795-462 Carnaxide Tel. 214 173 271 // geral@tecompart.pt www.tecompart.com TERMOLAN Isolamentos Térmico-Acústicos, S.A. Apartado 11 - Vila das Aves 4796-908 Aves Tel. 252 820 901 termolan@termolan.pt www.termolan.pt TESEL Sistemas de Segurança, Lda. Avenida Quinta Grande, 24 - 24 B 2610-161 Alfragide Tel. 214 709 710 // geral@tesel.pt www.tesel.pt TINTAS ROBBIALAC, S.A. Vale de Lide - Apartado 1404 São João da Talha 2696-901 Bobadela Tel. 239 433 092 robbialac@robbialac.pt www.robbialac.pt TIPSAL Técnicas Industriais de Protecção e Segurança, Lda. Zona Industrial da Maia I, Sector X, Lote 330, 23 - Barca - Ap. 1284 4475-249 Maia Tel. 229 477 850 // tip@tipsal.pt www.tipsal.pt TOTALSAFE Sistemas de Segurança, Lda. Estrada Int. da Circunvalação, 6243 4200-171 Porto Tel. 225 419 009 / 10 geral@totalsafe.pt www.totalsafe.pt TOVIM BATISTA SA Detecção e Extinção Aut. de Incêndios Parque Industrial Vale do Alecrim Rua da Prata, Lote 127 2950-007 Palmela Tel. 213 610 992 geral@tovimbatista.com

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DIRETÓRIO

TRIA Serviços, Materiais e Equipamentos, Lda. Rua António Maurício Marques, Apartado 23 3450-206 - Vale de Açores - Mortágua Tel. 231 927 480 // geral@tria.pt www.tria.pt TRIALARMES, LDA. Rua da Pateira, 92, Merelim, S. Pedro 4700-848 Braga Tel. 253 607 440 geral@trialarmes.pt www.trialarmes.pt TROFALARMES Sistemas de Domótica, Lda Rua das Novas Empresas, 88-96 Zona Industrial de Lantemil 4785-640 Trofa Tel. 252 411 646 trofalarmes@trofalarmes.pt www.trofalarmes.pt TSE Telec. Segurança e Electrónica, Lda Rua Domingos Dias Machado, 11 9500-652 Ponta Delgada Tel. 296 205 150 geral@tse.com.pt www.tse.com.pt TYTEC Tec. Integ., Com. e Segurança, S.A Rua Vasco Santana, 16 - Loja A Dtª Urbanização Ribeirada 2675-616 Odivelas Tel. 219 349 060 eduardo.espada@tytec.pt www.tytec.pt UNIFOGO Sistemas Contra Incêndio, Lda. Av. dos Bacalhoeiros, 322 3830-553 Gafanha da Nazaré Tel. 234 081 966 unifogo@unifogo.pt UTC FIRE & SECURITY PORTUGAL, LDA. Edifício Parede Sol Rua da Bela Vista, Lt 18, Lj E 2775-076 Parede Tel. 214 548 180 nuno.figueiredo@fs.utc.com www.utcfssecurityproducts.eu

SETEMBRO A DEZEMBRO '12

VAIRINHOS & PINTO Gab. de Engenharia e Segurança, Lda. Urb. Monte da Ria, lj. H - Montenegro 8005-163 Faro Tel. 289 820 377 geral@vairinhosepinto.com

WILHELMSEN SHIPS SERVICES S.A. Parque Ind. Vale do Alecrim, lote 156 2950-403 Palmela Tel. 212 388 200 wss-set-products@wilhelmsen.com www.wilhelmsen.com

VIANAS, SA Av. Associação Comercial e Industrial de Gondomar, 300/310, Apartado 1020 4510-688 Fânzeres - Gondomar Tel. 224 662 580 // vianas@vianas.pt www.vianas.pt

XAMIX Eng. e Sistemas de Segurança, Lda. Rua Antº Gomes Soares Pereira, 180 4470-139 Maia Tel. 229 483 110 // geral@xamix.com

VICAIMA Indústria de Madeiras e Derivados, S.A. Armental - Codal 3730-953 - Vale de Cambra Tel. 256 426 300 vicaima@vicaima.pt www.vicaima.com VIDEOLARME, LDA. Sistemas de Segurança Edifício Santamaria, 306 Chã de Areia C.P. 370 - Praia - Cabo Verde Tel. 00 238-262 3291 midi@cvtelecom.cv www.gruposvb.cv VIKING SPRINKLER, S.A Mar Cantábrico, 10 P.I. San Fernando I San Fernando de Henares 28830 - Madrid Tel. +34 916 778 352 vikingportugal@vikingcorp.com www.vikingportugal.com VISAFOGO Florival da Silva Lourenço Rua M. Manuel Olival C.C. Charlot, lj. 46 8100-601 Loulé Tel. 289 416 641 // visafogo@gmail.com VOUGAFOGO Unipessoal, Lda. Rua do Coval, 1 3750-836 Valongo do Vouga Tel. 234 648 835 // vougafogo@sapo.pt www.vougafogo.com

XWR SERVICE Gestão, Manutenção e Serviços a Empresas, Lda. Qtª de São João Polypark de Arruda dos Vinhos Bloco B, Armazém 1 2630-179 Arruda dos Vinhos Tel. 263 979 030 // vcarvalho@xwr.pt www.xwr.pt XYLEM WATER SOLUTIONS PORTUGAL Praceta da Castanheira, 38 4425-019 Barca - Maia Tel. 229 478 550 agostinho.mendes@xyleminc.com www.xyleminc.com




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