Revista Arte Norte 3

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KEOMA CALANDRINI Regionalismo e cultura Cyberpunk

JOÃO SABBAT Videomapping e CGI

ALEXANDRE MATTOS Contando histórias através de imagens

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GALERIA

ALEXANDRE MATTOS....................................................... 4 JOÃO SABBAT................................................................. 18 KEOMA CALANDRINI..................................................... 26 SOBRE A ARTE NORTE.................................................... 42


ALEXANDRE MATTOS Ilustrador, designer e contador de histórias

# ALEXANDRE https://www.artstation.com/alexmattos

Qual sua experiência como ilustrador em agências de publicidade e prestação de serviço na esfera pública ou privada? Frise prêmios se houverem. Comecei em agências de publicidade como estagiário, foi a oportunidade de aprender a prática que a Universidade não ensinava. Depois de formado em 2012, fiquei aproximadamente 2 anos como freelancer até conseguir um emprego de assistente de direção de arte na mesma agência na qual estagiei. A rotina de agência de publicidade possibilitou que eu praticasse constantemente pintura digital, ao ponto que minhas artes puderam começar a circular em anúncios e peças de clientes importantes, como ORM, Jovem Pan e Banco da Amazônia. No final de 2016 comecei a trabalhar no ramo editorial, com foco em livros didáticos e infantis, aonde trabalho até hoje. Mais do que nunca pude praticar pintura digital, conhecer ilustradores incríveis para trocar experiências. Nesse meio tempo, deixei o design em segundo plano porém pretendo voltar a experimentar produção com programas 3D no futuro.

Qual a importância da inspiração nas suas ilustrações? Você percebe uma distinção produção feminina e masculina e nos processos criativos ou de produção? 4

Eu diria que a inspiração varia em Revista Digital Arte Norte N.3 Ano 2 2019

acordo com as liberdades criativas que eu tenho ao criar uma peça, um infográfico de geologia exige uma abordagem mais técnica de apresentar seus elementos do que uma ilustração que retrata uma obra literária. Muitas vezes o resultado final ocorre de um trabalho em conjunto entre o autor, o diagramador e eu. Em casos de artes feitas sob encomenda, depende do briefing do cliente, se ele possui uma visão específica ou quer que eu crie propostas com base nas suas ideias gerais. Eu costumo perceber mais a distinção de indivíduos do que a distinção de gêneros, obviamente levando em consideração que ele também engloba a esfera de experiências que compõem a pessoa.

Durante seu processo criativo quantos desenhos em média você gera antes de começar o processo de detalhamento? Quantas soluções aproximadamente você precisa produzir até chegar no resultado que você divulga ou entrega ao cliente? Este é um dos casos em que depende de cada trabalho ou cliente. Demandas em que o cliente possui uma boa noção do que quer as vezes são solucionadas com um único esboço, alterado conforme feedback e então finalizado. Em outros casos, gosto de apresentar entre três e quatro esboços para que o cliente possa analisar a direção em que prefere seguir. Se mostro três esboços, provavelmente outros três foram deixados de lado enquanto experimento com composição, Revista Digital Arte Norte N.3 Ano 2 2019

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ângulo e pose.

Que abordagem profissional você acha que ilustradores iniciantes deveriam procurar fortalecer no início da carreira? Dê suas dicas e considerações ao público leitor interessado. Para todos aqueles que querem ser profissionais é imprescindível tentar entender as demandas do mercado em que se encontra e produzir de acordo para atendê-las, sem perder a si mesmo neste difícil equilíbrio entre o artista como indivíduo e como prestador de serviços. Com a Internet a noção de mercado pode ser bem maior que apenas o mercado local, limitações geográficas estão consideravelmente mais fracas. Em contra partida o mercado na internet também exige a capacidade de competir com diversos indivíduos, e as chances de um chinês fazer melhor e mais rápido são muitas... se muitas vezes no mercado local o artista precisa se diversificar para atender o máximo de demandas que puder, na internet pode ser mais seguro encontrar seu nicho produtivo e dedicarse a ele.

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ao lowpoly, Oleg Vdovenko possui uma abordagem similar porém fotorealista em imagens assustadoras. Marc Brunet provavelmente é minha maior base para renderização 2D, em grande parte por seus tutoriais gratuitos. Em termos de design, tentarei me limitar ao estúdio SIXMOREVODKA, que conheci pela seu RPG autoral Degenesis.

É possível fazer uma relação entre publicidade e ilustração ou são campos de empréstimos no modo de produção somente, condicionados pela venda? Ao meu ver, mesmo a ilustração conceitual de um jogo ou a capa de um livro são condicionados por essa relação de serviço e venda. A diferença pode não ser nesta relação, mas na mensagem final que se deseja, a ilustração é uma ferramenta poderosa para transmitir significados instantâneos precisando de poucas ou nenhuma palavra para transmitir uma mensagem, neste sentido a produção publicitária muitas vezes depende desse apelo visual para poder impactar seu público.

Quais suas principais referências no campo dos quadrinhos, ilustração ou design? Comente a presença destas em seu trabalho.

Vivendo fora dos grandes centros, como você enxerga as dificuldades de produção de arte e ilustração? Quais seus planos futuros?

Mike Azevedo deve ser uma das minhas maiores inspirações nacionais, seu uso fluido de cores e formas criam belos contrastes. Tiago Hoisel, outro ilustrador brasileiro de destaque, consegue produzir invejáveis pinturas que um desavisado poderia acreditar que foram feitas com software 3D, mistura belas cores, iluminação forte e traços que vão do infantil ao cartoon. Em termos de luz e sombra, Nurzhan Bekkaliyev cria com espantosa facilidade a ilusão de volume, gastando poucas pinceladas para criar um estilo próximo

Quando comecei a trabalhar em uma editora e conviver com outros artistas pude sentir como um ambiente diverso pode ajudar a melhorar a produção de um indivíduo. Neste sentido, nós que estamos longe dos grandes centros de produção não estamos apenas em desvantagem por nosso mercado local ser menor ou valorizar menos a produção artística, mas também pela falta de um turbilhão de visões, métodos e técnicas que se gera pela simples interação entre artistas. Limitações de mercado locais podem ser impossíveis de mudar apenas com a união

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de artistas, mas definitivamente ao gerar um ambiente de permuta de conhecimento e competitividade saudável nós podemos ampliar nossos próprios horizontes. Ainda tenho muito a aprender, e praticar os fundamentos básicos como perspectiva e anatomia é uma tarefa constante, mas pretendo voltar também a experimentar com modelagem 3D. Por motivos pessoais eu limitei minhas atividades ao mínimo, mas pretendo logo voltar à ativa e desafiar o mercado internacional.

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“Para todos aqueles que querem ser profissionais é

imprescindível tentar entender as demandas do mercado em que se encontra e produzir de acordo para atendê-las, sem perder a si mesmo neste difícil equilíbrio entre o artista

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como indivíduo e como prestador de serviços.

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JOÃO SABBAT Artista Visual CGI e mago do Videomapping.

#SABBAT

@john_sabbat

Qual sua experiência como ilustrador em agências de publicidade e prestação de serviço na esfera pública ou privada? Frise prêmios se houverem.

Qual a importância da inspiração nas suas ilustrações? Você percebe uma distinção produção feminina e masculina e nos processos criativos ou de produção?

Minha experiência começou como assistente de edição na Imagens Produções em Belém, depois passei para agências de publicidade e propaganda em Belém, que foram muitas, destacando entre todas a antiga Borges Propaganda, Chaves Mais e Galvão, onde foi meu ultimo contato com agências de propagandas na cidade. Trabalhei por um período como vídeo artista prestando serviços a Rede Globo em Sp, nos eventos de premiações nacionais de agências, Profissionais do Ano. Mas onde passei grande parte de minha vida profissional foi na Rede Jovem Pan Sat, diretamente na afiliada em Belem Jovem Pan 102,3 de onde sou muito grato a tudo que aprendi.

A inspiração do que crio vem de um processo quase que infantil, de lembranças de quando eu gostaria de ter alguns brinquedos e video games e não tinha acesso aos mesmos, onde com isso criava com papéis e objetos descartáveis meus brinquedos e jogos. Falar disso e não falar de Super Nintendo ou PSP não teria como, pois depois de mais velho ja tive mais contato em casa com os consoles e assim as ideias aumentaram. E fui criando digitalmente meus pensamentos e materializando em imagens, e posteriormente ao video mapping. Sou estudioso e pesquisador dentro do que assumi como linguagem e conceito profissional. Culturas Cyber Punk, e estilos SteamPunk, apesar que de conceitos visuais estrangeiros, tento adaptar de forma universal, sem querer tirar a essência dos estilos.

Premiações tenho preferencia em dizer que e o reconhecimento do que faço em outros países, onde tenho atualmente um esforço grande e participar de festivais dentre quais estive com obras na Hungria , Italia , Ucrânia, Alemanha, Chile e no Brasil.

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Sobre distinção de produção em relação ao gênero, vejo distante da realidade pelo menos no meio audio visual que se mostra atualmente. Tenho grandes artistas mulheres, que são igualmente ou superiores a artistas masculinos. Acho que a criação é algo que é feito e criado independente de gênero. As possibilidades de criação são iguais, o que diferencia é o aprimoramento e pesquisas de conceitos de cada artista. Revista Digital Arte Norte N.3 Ano 2 2019

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Durante seu processo criativo quantos desenhos em média você gera antes de começar o processo de detalhamento? Quantas soluções aproximadamente você precisa produzir até chegar no resultado que você divulga ou entrega ao cliente? No caso de criação mesmo no audio visual, Video Mapping, vou dar exemplo de um trabalho que foi divulgado na europa em 2018, onde foi dado um tema, e nesse tema vc pesquisa e fundamenta desde a paleta de cores, roteiro, narrativa , sonoplastia, iluminação, pesquisa histórica, e composição de historyBoard, Modelagem 3D, Concepts para apresentação ao festival e o principal: o conceito do seu trabalho. As soluções vão em uma pesquisa sobre o que pedem, muitas vezes em um tema, podemos chamar até de Briefing, vejo o que posso criar dentro do meu estilo característico de trabalho, ao qual o festival ou o cliente final espera, e nisso tentar surpreender com algo a mais do que ele espera. Na média esse trabalho que dei de exemplo, levou 2 meses, 8 horas por dia, segunda a sexta, umas 320 horas de trabalho para 3 minutos, sem contar finalização e renderização. Sempre envio os concepts para visualização e com isso mantenho o foco e feedback da obra.

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Que abordagem profissional você acha que ilustradores iniciantes deveriam procurar fortalecer no início da carreira? Dê suas dicas e considerações ao público leitor interessado. No início de carreira, a dica que dou é ter objetivo, e direcionando ao que se vai fazer com ele. Eu sempre trabalhei dentro da área de criação, tanto em produção, áudio, vídeo e criação. Nisso nem sempre trabalhando com video mapping, pois esse era o trabalho paralelo. Acredito que nem sempre fazemos 100% o que queremos no início de carreira. Mas procurando sempre ir ao máximo das possibilidades caminhando ao lado do que queremos alcançar como profissão principal. 20

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Eu até hoje ainda não encontrei uma formação para que faço, apesar de ser académico em Artes Visuais, procuro o título para uma futura inserção ao meio académico, onde já participo com amigos professores de universidades no brasil e afora. Mas cursos de internet para algumas coisas que não existem próximas são uma boa opção. 60% de tudo que aprendi foi graças a web.

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Quais suas principais referências no campo dos quadrinhos, ilustração ou design? Comente a presença destas em seu trabalho. Cresci com a Marvel, Star Wars ou seja, a cultura pop, filmes como Blade Runner, Predador, Vingador do futuro e por aí vai. Isso concretiza muito do que faço. Como havia falado antes, cultura Cyber Punk, onde acredito que seja a nossa realidade nesse momento, movem meu imaginário de agora com o lúdico de quando tinha 10 anos de idade.

É possível fazer uma relação entre publicidade e ilustração ou são campos de empréstimos no modo de produção somente, condicionados pela venda? O que faço tem uma mesclagem de comercial e artístico. Durante alguns anos vivi imerso em algo comercial, porém não me fez bem por não ser o que eu almejei, e nisso tive grandes problemas em posicionar no que eu queria profissionalmente. A pior coisa que tem e você trabalhar com arte, e ela não pertencer a você, como um diretor de criação que tive me falou: “A ideia pode ser sua, mas aqui não significa que ela pertença a você”. Isso me ferrou por anos. Em 2016 comecei a ir para fora do Brasil, onde aceitaram minha linguagem e pude ser mais que um reprodutor de roteiros e direcionamentos comerciais.

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Não posso falar que não gostei nada de trabalhar nesse seguimento comercial, mas você fazer algo somente e exclusivamente por dinheiro e ainda com ideias que não são suas, não deixam nenhum artista independente da linguagem realizado. Faz mal a alma. Mas agora estou onde queria, fazendo o que sinto e amo: Video Mapping. Um fato curioso, no caso regional e que essas linguagens mecânicas, estilo CyberPunk, nao são absorvidas, ou aceitas ao meu ver. Por exemplo, regionalizar algo com conceito universal, comparando a linguagem Cyber Punk e algo a temporal, universal. E não me sinto a vontade em caracterizar com objetos ou signos visuais que passam a ser utilizados de forma que force algo. Tipo comer açaí misturado com tacaca, são duas coisas maravilhosas.. Mas cada uma tem sua historia e características e eu acho que isso não daria certo.

Vivendo fora dos grandes centros, como você enxerga as dificuldades de produção de arte e ilustração? Quais seus planos futuros? O grande problema que vejo, seria de acomodar em um único local, sem perceber que o mundo eé gigante. E vai ter muita gente que pode gostar da sua arte. Meus planos começaram em 2016, onde agora no final de 2018 concretizei a primeira fase, onde queria entrar nos principais festivais do mundo. E consegui. 2019, já estou nele, mesmo em 2018. O objetivo é ganhar algumas premiações internacionais.

“Cresci com a Marvel, Star Wars ou seja, a cultura pop,

filmes como Blade Runner, Predador, Vingador do futuro e por aí vai. Isso concretiza muito do que faço

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Keoma Calandrini Ilustrador freelancer e futurista distópico

#Keoma @srkoema

Qual sua experiência como ilustrador em agências de publicidade e prestação de serviço na esfera pública ou privada? Frise prêmios se houverem. Trabalhei por 10 meses na Editora do colégio Equipe desenvolvendo ilustrações para livros didáticos, lá também fui co-autor do livro “Manezinho e o sonho de falar bonito”, experiências como professor em oficinas de desenho e ilustração da Instituição Curro Velho, trabalhos de pré-produção para animação para o Estúdio de audio visual Marahu em conjunto com o Estúdio Iluminuras.

Qual a importância da inspiração nas suas ilustrações? Você percebe uma distinção produção feminina e masculina e nos processos criativos ou de produção? É importante se sentir inspirado e motivado, a inspiração que é um termo bem romântico, é essencial para produção artística, entretanto devemos aliá-la a uma direção metódica para desenvolver o trabalho. A produção feminina hoje na 28

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cidade infelizmente tem pouca visibilidade, mas as garotas que eu conheço como por exemplo, Ty silva, Tico de Melo, Brenda Failache, Rafaela Jardina, Samantha Ranny, Hêlo Rodrigues, tem uma particularidade nos seus trabalhos que não é diferente da particularidade dos homens, traço, cores, formas e volumes, além dos temas que norteiam as produções. Acredito que a diferença não está na produção ou no método criativo, mas sim em como essas produções aparecem nas mídias, umas mais que as outras. Felizmente tenho notado um aparecimento maior das garotas da cidade, produzindo e mostrando o trabalho, muito provavelmente por conta da própria união que se mostra forte hoje entre elas.

Durante seu processo criativo quantos desenhos em média você gera antes de começar o processo de detalhamento? Quantas soluções aproximadamente você precisa produzir até chegar no resultado que você divulga ou entrega ao cliente? Geralmente faço pequenos esboços de composição em um caderno de rascunho que sempre está comigo, e não há sempre uma quantidade certa até o produto final. Mas obviamente existem muitos estudos e rascunhos que me norteiam até o fim. Revista Digital Arte Norte N.3 Ano 2 2019

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Que abordagem profissional você acha que ilustradores iniciantes deveriam procurar fortalecer no início da carreira? Dê suas dicas e considerações ao público leitor interessado. Acho que primeiramente você deve saber onde quer se encaixar. Se você gosta de desenho, você precisa saber para onde direcionar sua vontade, se é pra indústria de jogos, animação, cinema, quadrinhos, moda, arquitetura, etc. O estudo das artes e do design nos proporciona esses inúmeros caminhos e acredito que quem está ingressando nessa área pode começar a pensar por aí. Depois disso, estudar as teorias e práticas dos fundamentos necessários para se tornar o profissional que precisa ser, sempre tendo a pesquisa e a curiosidade como aliadas nessa jornada.

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Quais suas principais referências no campo dos quadrinhos, ilustração ou design? Comente a presença destas em seu trabalho. Quando comecei a estudar ilustração, optei por personagens, mas notei ao longo do tempo um interesse enorme por cenários, criar mundos e ambientes pra mim é algo fantástico, e quando tive contato com um trabalho digital do artista Fernando Carvalho (diretor de cenário no estúdio Iluminuras) onde ele ilustrou uma imagem do ver-o-peso todo destruído, eu fiquei fascinado e disse “eu tenho que fazer coisas iguais!” foi então que comecei a me dedicar a pesquisa e aos estudos dos fundamentos que estavam em mim bem atrasados pro que eu queria como objetivo. Hoje tenho vários nomes de artistas fantásticos que me ajudam quando preciso de referências, Syd Mead, Feng Zhu para trabalhos de ficção científica principalmente quando uso o Photobashing como método, Victor Hugo Harmatiuk, Allison Chin, Kamilla Szutemberg, Alena ayanami, para trabalhos de paisagens mais orgânicas entre outros. Para personagens, a artista Loish me inspira pela simplicidade e pelo gesto das figuras humanas que desenvolve, assim como Even Amudsen, Fernanda Suarez e Julia Bax pela incrível contação de histórias nas suas imagens. aurore

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É possível fazer uma relação entre publicidade e ilustração ou são campos de empréstimos no modo de produção somente, condicionados pela venda?

Vivendo fora dos grandes centros, como você enxerga as dificuldades de produção de arte e ilustração? Quais seus planos futuros?

Publicidade e ilustração nasceram de necessidades específicas no mundo, andam juntas e separadas. Quando aliamos a ilustração a um conteúdo publicitário desejamos que essa “campanha” tenha de alguma forma um impulso para que se alcance receptores em maior quantidade apelando pro seu conteúdo visual, se tornando assim, mais persuasiva.

As dificuldades de se trabalhar com ilustração em Belém são as demandas para esse tipo de linguagem, que está atrelada também a falta de entendimento dos contratantes com relação aos processos, tempo, de entender que a ilustração é um produto que estará aliado a necessidade de quem precisa e que estará auxiliando e impulsionando um outro produto, por exemplo.Tenho a nítida impressão as vezes de que o trabalho artístico também é tratado como algo menor, um trabalho fácil e que não exige pesquisa, cognição e produção. Já confrontei contratantes que achavam que um trabalho de horas poderiam me durar uns “minutinhos”, e isso é um exemplo do desconhecimento desse tipo de produção que nós artistas e designers desenvolvemos. Mas o ideal nessas ocasiões é sempre ter um viés professoral para que nós como profissionais possamos reeducar a sociedade e fazê-la entender a relevância desse trabalho.

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NESTA EDIÇÃO ALEXANDRE MATTOS Instagram: @alexandre.mattos.1023 Portfolio: https://www.artstation.com/alexmattos email: alexandre.mattosb@gmail.com

Sobre Nós A Arte Norte surgiu da incessante paixão por criar: sejam histórias, personalidades ou universos. Nossa missão é revelar nomes da região norte do nosso país, muitas vezes escondidos pelas sombras das redes sociais ou até mesmo fora delas. Nomes vindos de uma região tão rica em cultura, histórias, experiências, culinária, dentre tantos outros aspectos, que por consequência se refletem na sua produção artística. Essa iniciativa veio à tona por meio de três mentes criativas: Guga Pimentel, Ian Barreto e Igum D’jorge. Incomodados com a pouca expressividade nortista do Brasil, realizamos este projeto através da ProtoDesign, uma startup de consultoria em soluções em design, utilizando as mais variadas ferramentas necessárias para gerar resultados em nossos trabalhos, que vão desde consultorias estratégicas, impressos, passando por planejamento de marca e branding, até mesmo a board games. E agora, em nosso mais recente projeto, uma revista que pretende mostrar um pouco mais a força criativa e artística que nosso país oferece.

JOÃO SABBAT Portfolio: https://rodrigosabb43.wixsite.com/jhonsabbat Instagram: @john_sabbat Facebook: @JhonsabbatVJ Youtube Jhon Sabbat - Video Mapping email: Jhonsabbat@gmail.com KEOMA CALANDRINI Portfolio: https://www.artstation.com/srkoema Instagram: @srkoema Facebook: @keoma.calandrini.5

Somos criadores de mundos. Somos artífices de realidades. Somos a Arte Norte.


2018 - ProtoDesign protodesignbrasil.com Proibido imprimir parte ou completamente. Proibido comercializar.

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