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Entrevista - Pe. Nelson Antonio, C.Ss.R

ENTREVISTA COM Pe. Nelson Antonio Linhares de Souza, C.Ss.R.

Sinodalidade no 26º Capítulo Geral Somos todos um só Corpo Missionário!

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Pe. Nelson Antonio, C.Ss.R.

Juiz de Fora | MG Entre os dias 11 de setembro e 06 de outubro, a Congregação Redentorista reuniu, em Roma (Itália), cerca de 100 representantes para a realização do maior evento da instituição, o Capítulo Geral, que promoveu a discussão de temas importantes para a revitalização da vida Redentorista em todo o mundo. O Superior da Província do Rio, Pe. Nelson Antonio, C.Ss.R., que participou da 26ª edição, compartilha com os leitores do Akikolá suas impressões e algumas reflexões vivenciadas neste mais recente Capítulo.

“Fortes na fé, alegres na esperança, fervorosos na caridade, inflamados no zelo, humildes e sempre dados à oração” (Constituição Redentorista 20)

Como foi a experiência de participar, pela primeira vez, de um Capítulo Geral Redentorista, o maior evento da Congregação?

A experiência da participação no Capítulo Geral foi, para mim, extremamente rica e profunda. Pude conhecer mais a fundo a realidade da Congregação Redentorista, com suas fragilidades e potencialidades institucionais. E, sobretudo, fortalecer o vínculo de pertença!

As discussões do Capítulo reafirmaram o sentido de que todos os Missionários Redentoristas formam um só corpo missionário. Foi apontado algum caminho no sentido de contribuir para o exercício de corresponsabilidade na missão?

Nas reuniões do XXVI Capítulo Geral, pude perceber o crescente sentido de que, juntos, pertencemos, de fato, a uma Congregação Missionária Internacional e que somos responsáveis uns pelos outros. Embora todos reconheçam que esta não é uma ideia intelectual nova, importa enfatizar que isso está se tornando cada vez mais a experiência e a realidade sentidas entre os confrades. Para tanto, foi ressaltado a importância da experiência de formação comum no desenvolvimento desse senso de pertencimento e identificação.

Uma semente de esperança é o reconhecimento que somos chamados a ser “um corpo missionário” consagrados à missão de Cristo como uma unidade viva e não um grupo de indivíduos fazendo cada um o “seu” trabalho particular. Lógico que este ainda é um desafio diante do individualismo e da autossuficiência, que são parte da cultura dominante em que vivemos e cumprimos nossa missão.

Que tipo de reflexão o Capítulo gerou para melhor entender e viver o processo de reestruturação na Congregação?

Durante os mais de 30 anos em que estamos comprometidos com o processo de reestruturação, percebemos que esse processo é mais sobre conversão do que sobre estruturas. É agora quase universalmente aceito que este processo continuará em todas as Conferências e em todas as (Vice)Províncias. É um processo longo e parte do nosso compromisso com a conversão e formação contínua no espírito de nossas Constituições (Const. 41 e 77).

“Eis-me aqui, Senhor! Muito tempo resisti à vossa graça. Fazei de mim o que vos aprouver” Santo Afonso

O processo de reconfiguração é também uma “semente de esperança” semeada com a fé de que fortalecerá nosso discernimento missionário mais amplo e nossa prontidão para a missão. Continua a nos desafiar para além dos limites de nossa Unidade particular, e a responder com generosidade e ousadia. Embora ainda haja resistência e temores de alguns confrades e (Vice)Províncias, é geralmente aceito que não há como voltar. Isso foi fortemente afirmado repetidamente nos encontros do Capítulo Geral. O processo desacelerou em muitas Conferências durante a pandemia, mas está voltando aos trilhos.

Como foi abordado, no Capítulo

Geral, o desafio de reimaginar a identidade missionária

Redentorista em tempos atuais?

Esse realmente foi um desafio que este Capítulo Geral enfrentou! A insatisfação com o status quo é o primeiro passo no processo de conversão. E este é especialmente o caso em ENTREVISTA

tempos de crise. Muitos confrades, jovens e idosos, bem como nossos associados leigos, estão desafiando toda a Congregação a reexaminar sua identidade missionária à luz de nossas Constituições e dos sinais dos tempos. Também é necessário implementar nosso Plano Apostólico com zelo missionário renovado. O desafio é passar da visão para a ação.

Durante a audiência dos capitulares com o Papa Francisco, o Pontífice incentivou os Redentoristas a saírem da própria zona de conforto para ampliar a missão. Como esse chamado constante para ser uma Igreja em saída é vivido pela Congregação?

Como Santo Afonso, sabemos que precisamos estar perto dos pobres, perto dos abandonados. O ensinamento magistral do Santo Padre nos lembra repetidamente que só responderemos com fé ao processo de conversão quando colocarmos os pobres no centro. Nossa pastoral não pode ficar presa ao templo, precisa tocar a realidade do mundo ao nosso redor.

“Missionários da esperança, continuando os passos do Redentor” é o lema escolhido para o próximo sexênio na Congregação. Qual o sentido e a importância dessa frase na vida Redentorista?

No Capítulo anterior (XXV), o foco estava no “mundo ferido”, apontando as realidades de morte, diante das quais o Missionário Redentorista é chamado a ser testemunha do Redentor. Neste Capítulo (XXVI), o foco está na “esperança”! Ou seja, diante das situações de sofrimento e dor, o Redentorista deve ser anunciador e construtor da esperança que transforma, que renova a vida, que transfigura a realidade. Essa esperança brota da continuação dos passos do Redentor, do compromisso com o projeto do Reino de Deus e do engajamento no anúncio do Evangelho aos mais abandonados.

Inspirado nas marcas deixadas pela experiência do Capítulo em sua vida como Missionário Redentorista, qual mensagem o senhor deixa para os leigos colaboradores na missão?

A Missão Redentorista é vivida em uma missão compartilhada. Em colaboração com os leigos, um Missionário entende que o chamado à missão é tanto para os Redentoristas professos, quanto para nossos colaboradores leigos. No espírito de missão compartilhada, todos somos chamados a testemunhar a Redenção transbordante de misericórdia e compaixão de Deus.

O dinamismo missionário Redentorista exige que os confrades e colaboradores leigos saiam em missão com maior criatividade e flexibilidade. A Congregação se esforça seriamente para realizar a missão de Deus com iniciativa audaz e dedicação de todo o coração (Cons. 13).

Os leigos e leigas não são destinatários, são protagonistas da evangelização. São sujeitos eclesiais. Portanto, discípulos missionários que precisam sair da zona de conforto, superar todo comodismo e assumir a missionariedade como condição de vida cristã. Esta é a nossa missão!

Aos leitores do AKIKOLÁ, meu abraço fraterno e a alegria de sermos FAMÍLIA REDENTORISTA!

Brenda Melo Jornalista

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