Akikolá - Maio/2019

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Editorial

Palavra do Provincial “AVE MARIA, MÃE DO SALVADOR, VIVA ESPERANÇA DO POVO SOFREDOR”! Caros leitores e leitoras do AKIKOLÁ, Família Redentorista, O mês de maio, para a fé católica, é dedicado de modo especial àquela que é o grande exemplo de mãe e de mulher aberta aos planos de Deus: Maria de Nazaré, chamada carinhosamente de Nossa Senhora. Ela ocupa um lugar especial na história da Salvação e, por isso, ela é digna de todo o nosso respeito e veneração, pois Deus quis utilizar-se de Maria para fazer com que seu Divino Filho chegasse até nós. Maria é a Mulher do sim. O sim dado ao Amor. A obediência dada por amor. A entrega dada no amor. Desta maneira, Maria tem uma grande importância na história da salvação e na vida dos cristãos. Certamente, a Vir-

gem tem na Bíblia um lugar discreto. Ela aí é representada toda em função de Cristo e não por si mesma. Mas sua importância consiste na estreiteza de seus laços com Cristo. Maria está presente em todos os momentos de importância fundamental na história da salvação: não somente no princípio (Lc 1 – 2) e no fim (Jo 19,27) da vida de Cristo, mistérios da Encarnação e da morte redentora, mas na inauguração de seu ministério (Jo 2) e no nascimento da Igreja (At 1,14). Presença discreta, na maior parte das vezes, silenciosa, animada pelo ideal de uma fé pura e de um amor pronto a compreender e a servir aos desejos de Deus e dos homens (Lc 1,3839.46-56; Jo 2,3). Portanto, não podemos excluir Maria da nossa espiritualidade e da

Expediente: Coordenação: Pe. Nelson Antonio Linhares, C.Ss.R. Jornalista Responsável: Brenda Melo - MTB: 11918 Projeto gráfico: SM Propaganda Ltda Impressão: Gráfica América Tiragem: 2.000 exemplares

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nossa vivência cristã, pois, onde Maria se torna ausente, também Cristo se torna irreal e abstrato. No entanto, a piedade mariana não é um ponto final, e sim, um ponto de partida para que a fé amadureça e se faça mais fecunda. É preciso ser sensível à devoção popular, perceber suas dimensões interiores e seus valores inegáveis e assumir sua riqueza evangélica. Mas, devemos também

corrigir os desvios e exageros de toda devoção. Para isso, faz-se necessário conhecer o significado de Maria, para se inspirar no seu jeito dela ser e agir. Afinal, a devoção a Maria nos ajuda a amar e seguir a Jesus, com verdade, intensidade e alegria. Salve Maria! Pe. Nelson Antonio Linhares, CSsR padrenelsonantonio pe.nelsonantonio

CELEBRAÇÕES DO MÊS DE MAIO Aniversário natalício 15/05 – Pe. José Geraldo de Souza, C.Ss.R. 20/05 – Pe. Válber Dias Barbosa, C.Ss.R. 22/05 – Pe. Nelson Antônio Linhares, C.Ss.R. 25/05 – Pe. Ronaldo Divino de Oliveira, C.Ss.R. 30/05 – Pe. Gabriel Teixeira Neves Filho, C.Ss.R. 31/05 – Pe. José Augusto da Silva, C.Ss.R. Ordenação Presbiteral 02/05 – Pe. Maikel Pablo Dalbem, C.Ss.R. 31/05 – Pe. José Carlos Campos, C.Ss.R. Profissão Perpétua 16/05 – Ir. Argemiro Herculano de Melo, C.Ss.R. Ordenação Episcopal 27/05 – Dom Vicente de Paula Ferreira, C.Ss.R. Memória Redentorista 17/05 – Beato Ivan Ziatyk 20/05 – Canonização de São Clemente Maria Hofbauer pelo Papa Pio X (1909) 23/05 – Beatificação de Pedro Donders por João Paulo II (1982)

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Entrevista

Pe. Paulo Sérgio Carrara, C.Ss.R. “Maria é o que todos nós devemos ser”. Mestre em Teologia Espiritual, Doutor em Teologia e formador da CVDM (Teologia), pe. Carrara fala sobre a devoção mariana e sua importância para os cristãos.

Qual é o lugar de Maria na Espiritualidade Redentorista? Santo Afonso foi um grande devoto de Nossa Senhora e sobre ela escreveu importantes obras que, ainda hoje, são sucesso editorial. Para ele, se Deus nos entregou seu Filho através de Maria, ela se tornou o caminho mais seguro para chegarmos a Jesus. Impossível amar Jesus sem amar sua mãe Maria e reconhecer nela a obra da graça de Deus. Afonso acentua também a intercessão de Maria que, junto de Deus, alcança-nos graças necessárias à nossa salvação. Ele legou aos seus filhos a devoção a Maria, por isso rezam nossas Constituições (32): “Tomem a Bem-aventurada Virgem como modelo e ajuda. Ela que, caminhando na fé e abraçando de todo o coração a vontade salvífica de Deus, como serva do Senhor, dedicou-se totalmente à pessoa e à obra de seu Filho, serviu e continua a servir ao mistério da redenção, socorrendo perpetuamente o povo de Deus em Cristo. Honrem-na, pois, como mãe, com piedade e amor filial”. Todo Redentorista cultiva, ou deveria cultivar, a devoção a Maria. Qual é a importância de Maria na história da salvação? O Papa Paulo VI apontou as características do autêntico culto a Maria, afirmando sua característica cristológica: “Tudo é relativo a Cristo e dependente dele: foi

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em vista dele que Deus Pai, desde toda eternidade, a escolheu Mãe toda santa e a ornou com dons do Espírito a ninguém mais concedidos. A genuína piedade cristã, certamente, nunca deixou de pôr em realce essa ligação indissolúvel e a essencial referência da Virgem Maria ao divino Salvador”. Maria foi escolhida por Deus para ser a mãe do seu Filho eterno. Ele foi gerado em Maria pelo poder do Espírito Santo. Ela acolheu a obra da salvação em Cristo de maneira plena. Seus privilégios existem em vista da geração do Filho de Deus na nossa humanidade. Ela foi agraciada com o dom de ser Imaculada, permaneceu Virgem, tornou-se Mãe de Deus enquanto Mãe do Filho de Deus, Jesus, e foi Assunta ao céu. Esses privilégios são a participação de Maria na obra salvífica do Filho. A importância de Maria se encontra aqui: a obra da salvação de Deus em Cristo pelo Espírito se realizou nela plenamente. Mas tais privilégios não são da ordem da exceção. Maria não se tornou uma ilha de brancura num mar imenso de sangue. Seus privilégios são da ordem da plenitude, porque ela se tornou o que todos os seres humanos são chamados a ser. Como se dizia na Igreja Primitiva: “Maria é o que todos

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nós devemos ser”. Nela temos uma imagem perfeita da humanidade redimida. Quais são os ganhos que a devoção mariana apresenta? O culto à Maria pertence ao patrimônio teológico-espiritual da Igreja e traz aspectos muito positivos. O Concílio Vaticano II enfatiza o inegável valor da devoção mariana: “Recomenda-se o culto à Maria”, “o reconhecimento da figura da Virgem Maria” e propõe “o seguimento de suas virtudes” (LG 67). Maria é, antes de tudo, modelo do discipulado para aqueles que querem seguir a Cristo. Além disso, ela é intercessora. A devoção à Maria fez e continua fazendo muito bem a Igreja. Ela atrai muitos para Jesus e ensina como participar do Reino que seu Filho inaugurou, através da promoção da justiça, da paz e da fraternidade. Esses valores marcaram sua vida. Inclusive, no Magnificat, ela proclama que “Deus derruba os poderosos de seu trono e eleva os humildes”. Aqui ela aparece como profetiza da libertação, mostrando-nos que a justiça é um valor intrínseco ao Reino de Deus. Em contrapartida, quais são os perigos da devoção mariana? Os perigos do culto a Maria emergem quando a verdadeira devoção, forma de culto cristão que encontra na liturgia sua expressão mais perfeita, se transforma em devocionismo. Tudo em Maria é relativo a Cristo, como afirma a tradição da Igreja. Mas há o perigo de Maria se tornar uma espécie de quarta pessoa da Trindade, ofuscando a figura do Filho de Deus e do Espírito Santo. Essa perspectiva se agrava quando Maria passa a ser vista como aquela que consegue para nós o que Jesus não quereria, a princípio, nos dar. Ela seria responsável pela benevolência do Filho e aplacadora de sua ira.

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Essa visão não tem base na Escritura, que afirma a única mediação de Cristo e sua benevolência para com todos os seres humanos. “Não há, debaixo do céu, outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos” (At 4,11-12; cf. 1 Tm 2,5). Como entender, então, a intercessão de Maria? Os cristãos estão numa relação imediata com Deus pelo seu batismo, participando da missão sacerdotal, profética e real de Jesus Cristo. Realizam o culto da vida que, plenamente, se expressa na liturgia. Anunciam Cristo com seu testemunho e palavra. Constroem o Reino de Deus pela prática da fraternidade. A única mediação de Cristo precisa ser assegurada. Maria participa dessa mediação, facilitando o caminho da graça. A graça de Cristo nos chega também através de Maria, e de um modo especial, por ser ela a mãe do Filho de Deus. Quando essa devoção cai na “mariolatria”, ou seja, quando Maria ocupa o lugar de Jesus, único a quem devemos adorar com o Pai e o Filho, então a devoção se transforma em devocionismo mágico-supersticioso que contradiz a fé da Igreja. O culto a Deus é de “latria”, ou seja, de adoração. O culto aos santos, de “dulia”, ou seja, de veneração. O culto a Maria é de “hiperdulia”, que significa uma devoção que está acima da devoção aos santos, mas que não se torna culto de “latria”. Deus-Pai nos deu Jesus e nos deu também aquela que o gerou para nós na humanidade. Nosso culto a Maria nos faz mais cristãos porque, como canta o Pe. Zezinho: “Por isso te pedimos em prece, ó Maria, que leves o povo a Jesus, porque de levar a Jesus, entendes mais”. Até mesmo as graças particulares que podemos receber de Maria nos apontam para Cristo e exigem de nós mais fidelidade a ele.

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Formação

Uma mulher vestida do sol Maria é “o grande sinal” divino, predito por Isaías. A mulher está revestida de sol, portanto, encontra-se colocada no meio do céu; tem a lua debaixo dos pés e as doze constelações do zodíaco sobre a cabeça. Essas imagens grandiosas realizam-se em Maria. Pela encarnação do Verbo, ela foi revestida do sol da divindade, por isso está acima da beleza inferior e transitória do mundo sublunar. Todas as potências celestes, todas as pessoas portadoras de luz, a começar pelos apóstolos, se agrupam em torno dela. Como em qualquer maternidade, o parentesco entre Jesus e Maria é um parentesco de sangue, Cristo é homem porque é fruto de Maria. E o fato de este homem ser o Homem-Deus revela uma dignidade única a ela. O parentesco estabelecido entre Maria e Deus, pela união da encarnação do Verbo em seu ventre, é uma união muito mais perfeita do que a que pode existir entre Deus e todas as outras criaturas.

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A maternidade de Maria se inicia com a conceição do Verbo de Deus, que desce por si mesmo ao seio virginal de Maria. Por isso o Verbo é recebido em Maria e ela é recebida no Verbo. A união dos dois tem toda a força e a intimidade da relação da mãe com o filho que habita o seu seio. Mas, por outro lado, essa relação natural é transformada por se tratar de uma relação com a pessoa divina, relação com uma pessoa superior que a ultrapassa e age

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sobre ela. E, além disso, essa re- o membro mais nobre e elevado, lação é também contraída pela é a mais bela flor da humanidapessoa divina de maneira eterna de, assim como Cristo é o mais e perfeita. Essa união é, portanto, belo fruto. Maria é a flor celeste, não só materna, mas esponsal. é a Rosa mística, o lírio espiritual Maria é mãe e esposa do Verbo. porque gerou o Cristo - o fruto do A união de Maria com o seu divi- céu e da terra. Ela é o trono do no filho caracteriza-se surpreen- Emanuel que desce até ela. dentemente como um matrimôConcluímos dizendo que Maria nio divino. é a mãe do corpo místico de Cristo Maria foi destinada para a (Igreja), por isso a mãe dos cristãos. união esponsal com o Verbo, ela A humanidade gerada como filhos foi, por assim dizer, criada para de Deus em Cristo é gerada tamessa união. Segundo os desíg- bém por ela. Mediante a concepnios de Deus, toda a existência ção de Cristo, toda a humanidade da pessoa de Maria está ligada a é gerada no seu seio. O privilégio essa relação com a pessoa divina da maternidade divina coloca pardo seu filho. Eis porque a Igreja ticularmente toda a criatura numa diz que Maria é sede e morada da relação formal de dependência e divindade. Nesta morada, a di- de submissão a Maria, como soberana da criavindade habita ção, rainha e corporalmente. Maria aparece, mãe do reino da É esse o sentido profundo ao lado de Cristo, como graça. A Igreja venera Maria a da mulher do o membro mais nobre e fim de nela e por Apocalipse, da elevado, é a mais bela flor ela adorar mais mulher revestida de sol. da humanidade. perfeitamente a Deus. Eis porque a mãe de Deus é, depois de Cristo, a mais bela obra de Deus e, ao mesmo temPe. Fagner Dalbem Mapa, C.Ss.R. Campos dos Goytacazes, RJ po, no mundo criado, a pessoa __________________________________ mais elevada e a mais digna. Maria Baseado no livro de SCHEEBEN, M.J. A mãe do Senhor. Lisboa: Editorial Aster. 1960 aparece, ao lado de Cristo, como www.provinciadorio.org.br Akikolá

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Laudato sí: Parte II 1. Recordando e dando um passo adiante Encontramo-nos mais uma vez para dialogarmos sobre assuntos que envolvem a teologia moral. No mês passado iniciamos a ler e compreender um pouco mais sobre a Carta Encíclica papal “Laudato Sí”. No artigo anterior, falamos um pouco sobre o contexto no qual nasce o documento, bem como de sua organização interna. É certo que o tema da ecologia é bastante atual e, porque não dizer, “quente” nos diversos espaços de diálogo de nossa sociedade, tanto nos grupos guiados por uma fé, qualquer seja, ou nos espaços de viés completamente laico. Vemos tantas vezes, com verdadeira dor no coração, posturas e políticas que vão infelizmente em direção contrária a uma ética do cuidado e da relação responsável com o meio no qual vivemos. Posturas reduzidas e/ou reducionistas conduzem a uma degradação cada vez maior da nossa casa comum, tendo quase sempre como palavras-guia utilitarismo, lucro, certa interpretação pobre de “desenvolvimento”, tecnologia como império da mecânica, entre outras palavras

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da mesma “família” de sentido . O teor do documento de Papa Francisco é a da busca de uma visão equilibrada sobre a ecologia, pautada sobre uma bem experimentada e salutar teologia da Criação. O termo que poderíamos utilizar, sem sombra de dúvidas, é que se busca uma visão de caráter “holístico”. Para tantos tal palavra pode parecer alguma coisa de esotérico ou desconhecido, contudo, o verdadeiro sentido desta expressão está na busca de uma visão que tenda a compreender a globalidade da nossa vida neste mundo em sua complexidade. Ou seja, isto consiste em afastar tais visões reduzidas e reducionistas em vistas de compreender que a salutar teologia da Criação anteriormente citada nos coloca em um contexto de relação: o mundo que nos cerca não é um simples objeto, mas é um ser vivo em sua complexidade no conjunto dos diversos seres vivos que dele participam, incluindo nós mesmos. Em poucas palavras: a vida do mundo é também nossa vida. Se o mundo adoece, nós também adoecemos. Onde a natureza morre, morre também o ser humano. Onde as culturas antigas que ensinam uma verdadeira

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2. Capítulo I: Ver e compreender O primeiro capítulo compreenderá um interessante movimento no sentido de ver e entender a atual realidade. Com o título “O que está acontecendo em nossa casa”, esta parte deixa bem claro o que pretende fazer. A introdução deste primeiro capítulo inicia falando das intensas mudanças que atualmente vivemos. Saímos rapidamente nos últimos anos de um mundo de caráter mais rural e de industrialização ainda rudimentar, para um mundo acelerado, urbano e de alta tecnologia e automação. Isto quer dizer que saímos de uma visão de mundo pautada por um outro tipo de relação com a terra, as sociedades e

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o meio-ambiente, bem como com as culturas particulares e setorizadas, para uma âmbito de caráter global e extremamente veloz. A compressão disto não nos leva simplesmente a um ingênuo reclamar por um mundo perdido, como se as mudanças fossem de tudo ruins, mas de reconhecer que com a peculiar rapidez com que vivemos as transformações dos últimos tempos, os sinais, ou seja, os resultados de como vivemos estas mudanças mostram claramente eque deixamos alguns aspectos muito importantes para trás. Papa Francisco chega a afirmar no número 18 do documento: “Embora a mudança faça parte da dinâmica dos sistemas complexos, a velocidade que hoje lhe impõem as acções humanas contrasta com a lentidão natural da evolução biológica. A isto vem juntar-se o problema de que os objectivos desta mudança rápida e constante não estão necessariamente orientados para o bem comum e para um desenvolvimento humano sustentável e integral. A mudança é algo desejável, mas torna-se preocupante quando se transforma em deterioração do mundo e da qualidade de vida de grande parte da humanidade.”

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ligação com o mundo criado se degradam, degrada-se consequentemente o mundo e a face humana.


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3. Do clima à catástrofe humana: Para compreendermos mais profundamente o importante movimento contido nesta secção, devemos partir de sua própria divisão interna em sete partes, a saber: a) Poluição e mudanças climáticas b) A questão da água c) A perda da biodiversidade d) Deteriorização da qualidade da vida humana e degradação social e) Desigualdade planetária f) A fraqueza das reações g) Diversidade de opiniões Neste movimento de compreensão mais profunda do movimento interno do capítulo, não me aterei aos dados concretos que são apresentados para justificar a reflexão no interior do documento. Para o conhecimento de tanto, recomendo a leitura do documento, facilmente encontrado em português no site do Vaticano ou nas livrarias católicas e de nossas paróquias. Permanecerei somente com o interessante movimento que nos explicará muitíssimo: da poluição e das consequentes mudanças no clima, chega-se a degradação sócio-cultural-econômica de nosso povo. Partindo das mudanças climáticas, que acentuadamente vemos

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acontecer nos últimos tempos, compreendemos como a poluição gerada pelo rápido processo de industrialização e de automação tecnológica acentua este processo. Agrotóxicos nas lavouras, matérias pesados advindos das atividades industrias, gases tóxicos que saíram às alturas com a grande quantidade de máquinas e carros movidos a combustíveis fósseis, o aumento de lixo dado o aumento populacional e desordenado em determinadas áreas, todos estes e outros mais são fatores que estão levando nosso mundo a um colapso. Estudos mais recentes têm mostrado que a capacidade de absorção e geração de recursos própria do nosso planeta, se pudéssemos colocar na escala de 12 meses, ou seja, um ano, o movimento natural do planeta chegaria ao seu limite já no mês de agosto. O que isto quer dizer: pense em sua casa; você faz a compra para 30 dias e coloca em sua dispensa; lá pelo dia 22, tudo o que você comprou programando um mês, já se acabou, ou seja, para chegar o final do mês, você terá que fazer um esforço muito maior, além de suas possibilidades, pegando emprestado do orçamento do outro mês para poder sobreviver. No final, está conta não fecha, pois no próximo mês você

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precisará de muito mais e o débito só crescerá. Resumidamente, é isto que está acontecendo com o nosso mundo. Estamos retirando de onde não temos. O impacto disto já estamos vendo claramente no aquecimento das temperaturas, no derretimento acelerado das calotas terrestres (o gelo que temos nos pólos), o assoreamento e a redução de água nos nossos rios e fontes, a desertificação de determinadas áreas… Ou seja, estamos criando um mundo insustentável para nós mesmos e nossos filhos habitarmos. Com isto a qualidade da vida humana se deteriora, a quantidade de doenças aumenta, a necessidade de mais áreas de cultivo para as grandes demandas de produção cerceia a chega a acabar com a existência de pequenas sociedades, familiares ou não, que por tanto tempo viveram suas culturas e em harmonia, entre tantas outras coisas. Fica claro, assim, o movimento demonstrado neste início de documento: estamos interligados em um todo criado. O que fazemos ao mundo em que vivemos, se desdobra sobre nós, humanidade, em suas consequências. As sexta e sétima partes do documento chegam a uma conclusão complexa e difícil de ser escutada:

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até o momento, as mudanças e propostas têm se mostrado insuficientes e lentas. O processo ocorre muito rápido e não estamos sabendo como lidar. O número 61, que encerra o primeiro capítulo, parte de um reconhecimento e de um chamado. O reconhecimento está em perceber que ainda estamos construindo uma resposta e que, a espiritualidade cristã, tem alguma coisa a inspirar. O chamado, por sua vez, a todos os homens de boa vontade a, com esperança, empenharem-se na construção de políticas e modos de vida sustentáveis que possam proporcionar a vida para o mundo como um todo. Concluímos assim a nossa breve análise do primeiro capítulo. Terminamos com o reconhecimento de uma realidade muito complicada e difícil, mas com a esperança de que, com a contribuição da visão que vem de nossa fé, poderemos propor ao mundo, em diálogo, uma nova e integrada possibilidade para irmos avante em busca da sanar as feridas do mundo que são também nossas. Espero tê-los comigo no próximo mês, onde aprofundaremos sobre os contributos da fé cristã. Pe. Maikel Pablo Dalbem, C.Ss.R. Roma, Itália

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Redentoristas

Retiro Vocacional

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urante cinco dias da Semana Santa (17 a 21/04), nove jovens vocacionados, naturais de diversas cidades dos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, participaram do Retiro Vocacional na Casa de Retiros Seminário da Floresta, em Juiz de Fora (MG). Coordenado pelo Promotor Vocacional, pe. André Luiz Bastos, C.Ss.R. e auxiliado pelo ir. João Paulo da Silva, C.Ss.R., o evento ofereceu aos vocacionados a experiência da vida de oração pessoal e comunitária, voltada para o discernimento vocacional, partilhando experiências e expectativas, além do contato inicial com a comunidade redentorista. A rotina dos jovens foi bastante dinâmica, voltada para a oração e atividades da Semana Santa, como pregações, filmes sobre o nascimento, paixão, morte e ressurreição de Jesus e

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momentos de reflexão, embasados na dimensão da espiritualidade redentorista. O tema das missões redentoristas também foi abordado, fundamentado na história dos santos e beatos da Congregação. Os vocacionados também aprenderam o significado e a história do Ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e demonstraram grande interesse pela devoção mariana. Além disso, houve momentos de convivência com a Comunidade Vocacional Santo Afonso, que esteve em retiro no mesmo local. Para o pe. André Luiz, C.Ss.R., o encontro foi muito proveitoso e

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permitiu aos participantes aprofundar a vivência na fé, a fim de construir um sólido caminho para seu discernimento vocacional. “Os vocacionados demonstraram grande interesse e ânimo pelo Retiro desde a sua preparação e mantiveram-se entusiasmados durante todo o tempo nas atividades propostas, seja nos mo-

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mentos mais introspectivos, seja nos momentos de convivência. Estão muito motivados a seguir no caminho do discernimento vocacional e aguardam as próximas etapas do seu processo formativo, numa espera orante, como sementes de novas vocações que frutificarão no tempo certo”, afirmou o Promotor Vocacional. A próxima etapa será o Encontro Vocacional, em junho deste ano, oportunidade para que o jovem possa discernir melhor a sua vocação, fazer um balanço de sua caminhada e conhecer mais o carisma da Congregação Redentorista.

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Aconteceu na Província

Celebração da Páscoa

Santuário N. Sra. do Perpétuo Socorro Campos dos Goytacazes (RJ)

Basílica de São Geraldo Curvelo (MG)

Paróquia Sagrada Família Cariacica (ES)

Igreja Santo Afonso Rio de Janeiro (RJ)

Igreja São José Belo horizonte (MG)

Paróquia São Sebastião Coronel Fabriciano (MG)

Igreja da Glória Juiz de Fora (MG)

Paróquia N. Sra. do Perpétuo Socorro Floresta - Juiz de Fora (MG)

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Romaria Nacional da Liga Católica Jesus, Maria, José ao Santuário de N. Sra. do Perpétuo Socorro, em Campos dos Goytacazes (RJ), no dia 28/04.

Encontro de Reitores, Párocos e Ecônomos da Província do Rio, de 29/04 a 1º/05, na Casa de Retiros São José, em Belo Horizonte (MG).

Encontro de Ecônomos e Assistentes Administrativos, nos dias 02 e 03 de maio, na Casa de Retiros São José, em Belo Horizonte (MG).

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