Akikolá - Maio/2022

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PALAVRA DO PROVINCIAL

Maria,

MÃE DE MISERICÓRDIA!

Caros leitores e leitoras do AKIKOLÁ, Família Redentorista.

E

xiste uma relação muito profunda entre Maria, Mãe de Jesus, o mistério da Misericórdia divina e a vivência da misericórdia. Desde sua concepção, Maria foi envolvida na infinita misericórdia de Deus Pai, pelo Filho e no Espírito Santo. Ela nos foi dada como Mãe, por seu filho Jesus, a própria misericórdia, e ela nos ama também de modo misericordioso, especialmente os pecadores e sofredores. O santo Papa João Paulo II destacou em sua Encíclica “Dives in misericórdia” que Maria é a “pessoa que conhece mais a fundo o mistério da misericórdia divina” (n. 9). Sim, ao responder ao anjo “Eis-me aqui” e “Faça-se”, a Misericórdia divina se “faz carne” e entra em nossa história. O título “Mãe de misericórdia” assim se justifica: Maria é a mulher que experimentou de modo único a Misericórdia de Deus, que a envolveu de modo particular desde a sua Imaculada Conceição, passando pela Anunciação, vivendo como fiel discípula e seguido-

ra do seu Filho, até o grande momento da Sua Páscoa (paixão, morte, ressurreição, glorificação e Pentecostes). Ela é “cheia de graça”, ou seja, totalmente transformada pela benevolência divina. No seu cântico “Magnificat”, por duas vezes Maria, a profetisa, exalta a misericórdia de Deus; movida pelo Espírito, ela louva o Pai misericordioso: “a sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem”; “socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia”. A misericórdia que Ela proclama no Magnificat foi vivida em todos os momentos de sua vida: desde o seu sim até o momento em que acompanha os discípulos de seu Filho nos inícios da Igreja. E segue fazendo até o fim dos tempos. Maria é a intercessora incansável do povo de Deus; ela não deixa de apresentar as necessidades dos fiéis ao seu Filho. As “Bodas de Caná”, por exemplo, é uma concreta evidência de sua presença misericordiosa. Ela se com-

padece da situação dos noivos e pede ao seu Filho para realizar o primeiro “sinal”. Em Caná, portanto, a novidade está numa nova forma de presença de Maria, que não se encontra interessada, em princípio, por fazer coisas ou resolver problemas, senão para traçar uma presença. Ela não está aí para “arrumar” as coisas, mas para escutar e compartilhar um momento festivo. Maria se encontra presente, num gesto de solidariedade que transcende e supera toda atividade. Porque estava presente a Deus, Maria fez-se presente nos momentos decisivos de seu Filho, bem como fez-se presente na vida das pessoas. Uma presença que faz a diferença: presença solidária, marcada pela atenção, prontidão e sensibilidade, próprias de uma mãe. Eu desejo, caro(a) leitor(a), que a sua presença no mundo não seja anônima, mas comprometida; presença expansiva que mobilize os outros, assim como Maria mobilizou seu Filho a antecipar sua “hora”.

Pe. Nelson Antonio Linhares, C.Ss.R.

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