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Entrevista - Padre Carvalhais

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Recordar é viver

Recordar é viver

ENTREVISTA COM Pe. Mauro Carvalhais de Oliveira, C.Ss.R.

Um coração Missionário

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Pe. Mauro Carvalhais de Oliveira, C.Ss.R.

Belo Horizonte - MG Evangelizar o povo mais pobre e abandonado sempre foi a vocação do Pe. Mauro Carvalhais, C.Ss.R., que, aos 60 anos de sacerdócio e 88 anos de vida, ainda carrega consigo a marca de um coração missionário. Em grande parte deste tempo como Redentorista, dedicou-se às Santas Missões e, até hoje, renova sua fidelidade ao chamado de Deus através da oração e da intercessão de Nossa Senhora, conforme nos conta nesta entrevista ao Akikolá!

“É obrigação de todos edificar os demais com uma vida boa, santa e honesta” Santo Afonso Maria de Ligório

O que o levou a querer se tornar um Missionário Redentorista?

Eu sempre quis ser padre na minha vida! Além disso, sempre me cativou a possibilidade de trabalhar com o povo da região rural. Desde criança, ajudava na Igreja; inclusive, fui coroinha e gostava muito disso! Quando eu era garoto, estudei com meus primos em Diamantina (MG). Depois, por volta de 1949, aconteceu a Missão Redentorista em Rio Vermelho, com os Padres Haanappel, Pe. Ary d’Almeida Paschoal e Pe. Alberto Vieira de Araújo. Eu fiquei muito entusiasmado! Acompanhava tudo, ajudava na preparação das missas, arrumava os animais, levava café... tudo isso com muita alegria. A dedicação deles e o amor ao trabalho missionário foi o que mais chamou minha atenção naqueles Missionários Redentoristas – homens de muita fibra! Admirava também o próprio povo, vindo de longe, para assistir às Santas Missões.

Eu vejo na minha vocação o mistério, a bondade e a misericórdia de Deus! Sempre tive o apoio da minha mãe, Dona Chiquinha, que estava constantemente em oração e me animava. Nessa caminhada, eu tive dificuldade com meu pai, que, por falta de conhecimento, não queria que eu fosse para o seminário. Tive que ter forças para falar a ele que eu queria muito ser padre. Com a proteção de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, continuei firme! Mais tarde, ele reconheceu seu erro e no dia da minha ordenação presbiteral, no dia 29 de janeiro de 1961, ficou extremamente emocionado; parecia uma criança! Nesses 60 anos de sacerdócio, o que o mantém firme na vocação?

A minha devoção à Nossa Senhora! Sempre peço a ela que me dê a perseverança e me ajude a ser fiel. E quase todo dia eu rezo a oração de São Bernardo: “Nunca foi por vós abandonado quem a vosso auxílio houvesse implorado”. Com as minhas orações, rezando e meditando, penso: se grande é o meu pecado, a misericórdia de Deus é maior!

Além disso, meu amor à vocação. Formei-me para trabalhar com as missões populares e em grande parte da minha vida, dediquei-me a isso.

Sempre renovo minha fidelidade a Deus com este pedido diário: quero ser fiel à minha vocação e morrer vivendo como sacerdote Redentorista até o dia em que Deus me desejar para sempre.

Dentre os Missionários Redentoristas que passaram pela sua vida, quais mais o marcaram?

Eu admirava muito os holandeses, pela dedicação e simplicidade. Destaco o Padre Gaspar Haanappel, Pe. Ary

“Onde há amor e sabedoria, não tem temor e nem ignorância” Santo Afonso Maria de Ligório

d’Almeida Paschoal e Pe. Alberto Vieira de Araújo. Os dois primeiros eram os mestres das missões. Marcou-me muito a dedicação dos Missionários Redentoristas com o povo mais pobre e abandonado.

Já nos trabalhos missionários em que participei, Pe. Mário Antônio de Freitas, Pe. José Márcio de Carvalho e Pe. Élio da Silva Athayde foram companheiros, amigos e confrades.

Dentre os lugares em que o senhor passou, qual marcou mais o seu coração de missionário?

Foi o Cemitério do Peixe (pertencente ao município de Conceição do Mato Dentro/MG). Em 1962, eu e Pe. Freitas fomos pregar lá. Não havia água, nem luz. Encontramos por lá um povo que até hoje está abandonado! Esse abandono foi o que me chamou a atenção e fez esse lugar marcar a minha vida. Ver aquele povo desamparado ficar satisfeito com a gente valeu a pena! Para ser um Missionário

Redentorista, o que uma pessoa deve ter?

Muito amor a Nosso Senhor Jesus Cristo e a Nossa Senhora! Mas não é amor sentimental não, é cultivar essa presença de Deus na nossa vida. É Ele quem nos chama. Mas isso não é fácil, há momentos difíceis.

Deixe uma mensagem aos jovens que, assim como o senhor, desejam seguir o chamado à vocação religiosa.

Jovem, vale a pena seguir o chamado de Deus! Mas tem que suportar muita coisa, pois esse caminho exige doação e muita renúncia a nós mesmos, em primeiro lugar. Tenha entusiasmo!

Brenda Melo Jornalista

RadioEducadoraMG www.educadoramg.com.br 53 anos no Vale do Aço

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