Akikolá - Outubro/2019

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Editorial

Palavra do Provincial A CAMINHO COM SÃO GERALDO!

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ão Geraldo, celebrado no dia 16 de outubro, é um santo para nossos dias, é o leigo das bem-aventuranças! A orientação geral de sua vida é sempre no caminho do bem, do amor, da caridade. Escolheu a humildade de Cristo como marca pessoal. Demonstra perseverança diante dos aparentes fracassos, quando percebe que ali está a vontade de Deus. Quando quis entrar para os Redentoristas, embora fosse considerado um inútil, não desistiu, correu atrás dos missionários até ser aceito na Congregação. E já havia sido rejeitado por outra Congregação antes! Tornou-se religioso comprometido. Perseverou em meio aos sofrimentos. Seu ideal é simples e objetivo: realizar a vontade de Deus! Chegou a escrever na porta do quarto: “Aqui se faz a vontade de Deus; como Deus quer e até quando Ele quiser!”. Passa os 29 anos de sua vida no meio do povo simples. Sua vida testemunha a vivacidade desta comunhão com Deus, que tem

Cristo como mediador. Ele chegou a dizer: “A melhor oração é fazer o que agrada a Deus, e quando se faz por amor a Deus, tudo é oração.” Daí se explica a centralidade da paixão de Cristo em sua espiritualidade. Para ele, Deus é presença de amor que se dá ao homem e à mulher como possibilidade de realização e de autenticidade. Amor que constrói comunhão, que transforma a vida, tornando-a memória e prolongamento de Cristo. “Se me perco, perco a Deus. E que me resta perder, se perco a Deus”. Que a presença de São Geraldo em nossa vida de fé possa nos ajudar a viver as bem-aventuranças no caminho da santidade! Afinal, “Alguns se preocupam em fazer isto ou aquilo. Eu só tenho a preocupação de fazer a vontade de Deus”. Pe. Nelson Antonio Linhares, CSsR padrenelsonantonio pe.nelsonantonio

Expediente: Coordenação: Pe. Nelson Antonio Linhares, C.Ss.R. Jornalista Responsável: Brenda Melo - MTB: 11918 Projeto gráfico: SM Propaganda Ltda Impressão: Gráfica W Color Tiragem: 2.000 exemplares

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CELEBRAÇÕES DO MÊS DE OUTUBRO Patrono: São Lucas, Evangelista Virtude: Recolhimento de espírito

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Aniversário natalício 18/10 - Pe. José Luciano J. Penido, C.Ss.R. 23/10 - Pe. Paulo Sérgio Carrara, C.Ss.R. 24/10 - Pe. Dalton Barros de Almeida, C.Ss.R. 27/10 - Dom Vicente de Paula Ferreira, C.Ss.R. 27/10 - Ir. João Paulo da Silva, C.Ss.R. Ordenação Presbiteral 04/10 - Pe. Mauro de Almeida, C.Ss.R. 12/10 - Pe. Nelson Antônio L. de Souza, C.Ss.R. 15/10 - Pe. Ronaldo Divino de Oliveira, C.Ss.R. Memória Redentorista 02/10 - Ordenação Sacerdotal do Beato Nicolau Charnetskyi 04/10 – Morte do Beato Francisco Xavier Seelos 05/10 - Memória do Beato Francisco Xavier Seeloos 09/10 - Ordenação Sacerdotal do Beato Basílio Velychkovskyi 16/10 - Memória de São Geraldo Majela 16/10 - Elevação do Santuário de São Geraldo à dignidade de Basílica Menor 27/10 - Nascimento do Beato Pedro Donders (1809) 27/10 – Chegada ao Brasil da segunda turma de Missionários Redentoristas para a Missão Holando-Brasileira (1895) 31/10 - Nascimento da Beata Maria Celeste Crostarosa (1896)

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Entrevista

25 anos de Profissão Religiosa Pe. José do Carmo Zambom, C.Ss.R. No dia 08 de dezembro, o Pe. Zambom completará 25 anos como Missionário Redentorista. Nesta entrevista, ele conta um pouco sobre o primeiro contato com a Congregação e os desafios dessa caminhada evangelizadora: missão desafiadora e cativante!

Como o senhor conheceu a Congregação Redentorista? Naquela ocasião, não havia ainda a “explosão” das redes sociais. Então, parecido como boa parte dos confrades redentoristas, o conhecimento se deu através dos Missionários, nas missões e, principalmente, através da Rádio Aparecida. Depois, para ingressar de vez no ser Redentorista, conheci um grupo de Missionários da Província do Rio de Janeiro que fez missões em minha terra natal, Brejaubinha - ES. O que mais o encanta no carisma redentorista? O jeito de ser do Missionário Redentorista. Era diferente dos outros missionários que eu conhecia. Este “deferente”, chamou-me a atenção. Ao ingressar na formação redentorista, fui aprendendo, a cada dia, a estar disponível para a missão. Não esco-

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lher trabalho. Mesmo quando não soubesse fazer, procurava aprender. Deixar as balizas para ser sempre um aprendiz na escola de Jesus, de Santo Afonso. Ao completar 25 anos como Redentorista, como o senhor avalia o caminho percorrido até aqui?

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Realmente, uma escola de vida! A formação humana e espiritual oferecida, recebida e assimilada é uma herança que não tem dinheiro que paga. Com esta bagagem, coloquei em prática tudo o que aprendi, nas mais diversas realidades. Aí começa um novo aprendizado. Transformar a teoria em prática evangelizadora. Nem sempre é fácil fazer isto. As demandas do povo são muitas e querem tudo numa velocidade espantosa. Outro fator marcante é o contato com os confrades no dia-a-dia da comunidade Apostólica para juntos sonharmos um modo de evangelizar que responda aos anseios mais profundos das pessoas dos nossos tempos. Sinto-me privilegiado por ter participado de várias missões fora das paróquias e santuário onde fui designado para formar comunidade. Com certeza, a missão é uma experiência inenarrável. São 25 anos de uma história recheada de muito aprendizado e memória agradecida a nossa querida Província do Rio de Janeiro pelas inúmeras oportunidades de poder crescer como gente. Em tempos atuais, quais são os maiores desafios para quem deseja seguir a vocação religiosa? Evangelizar hoje, profeticamente, é só para alguns poucos corajosos, infelizmente. Devia ser missão e

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compromisso de todo aquele que se diz seguidor de Jesus. Qualquer coisa que é falada numa missa ou numa reunião de comunidade que não agrada a uma ou duas pessoas, isso ganha as redes sociais e toma uma dimensão inimaginável. É impressionante a quantidade de “doutores”, de “expert”, de “entendidos” que surgem nos meios de comunicação, expondo suas opiniões nos mais variados assuntos e quase sempre na linha da intolerância, do fanatismo e do radicalismo. São atitudes nada evangélicas. Estamos vivendo uma onda muito forte e com poder para imprimir uma evangelização que caia no aspecto intimista. Tudo o que cheire ao social deve ser extirpado. Deixe um recado para os jovens que também desejam seguir a Cristo de uma forma mais concreta. A pergunta que ousaria fazer é: que Jesus o jovem quer seguir? O Jesus curandeiro, mágico ou o Jesus apresentado pela Sagrada Escritura que entregou a própria vida por amor aos pobres, aos pecadores, aos largados à beira do caminho por causa de uma religião, de uma política excludente?

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Brenda Melo Juiz de Fora, MG

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Formação

Uma Comunidade Missionária Ferida

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ara cumprir Sua missão, desde o início Jesus reuniu membros e constituiu um corpo missionário formado por homens feridos pelos pecados, para que aprendessem d’Ele a chegar à plenitude da vida apesar das feridas. O Ressuscitado é o Crucificado (cf. Jo 20,24-29), que se encarnou e viveu, pobremente, em Nazaré e, desde aí, adquiriu cicatrizes físicas, psíquicas e espirituais, como todo ser humano. Os pobres pecadores feridos se identificaram com o pobre missionário ferido de Nazaré.

Encarnado não Se feriria? O ser humano nasce ferido e ferindo. O processo do nascimento é doloroso para a mãe e para a criança. O corte do cordão umbilical marca o fim de um processo que feriu mãe e filho. O encontro gestacional chegou ao fim com o desencontro do nascimento, que fere; no entanto, o reencontro se dá com o filho no colo materno, curando a ferida. Jesus passou por este processo...

Jesus, um ferido Cremos que a Palavra se fez Carne e habitou entre nós (cf. Jo 1,14). Encarnar-se é estar sujeito às feridas, por isso no mistério da Sua encarnação podemos contemplar a possibilidade das feridas. Facilmente, alguém O conceberá ferido desde o Jardim das Oliveiras até o Gólgota. No entanto, Ele é um ferido desde Belém-Nazaré até o lado direito do Pai. O Verbo fez-Se humano. Ser humano é ser húmus, ser [da Terra] terra, ser pó (cf. Gn 2,4-25), ser barro modelado por Deus à Sua Imagem (cf. Gn 1,27). No mistério da encarnação, Deus se faz da terra, se faz pó, se modela à nossa imagem. Se nossa imagem pode se ferir, por que o Verbo

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Acontecimentos dos quais não nos recordamos também podem ter nos ferido. Episódios que não habitam o solo da nossa consciência, mas sim o subsolo da nossa inconsciência, também podem ter deixado feridas em nós, geralmente, profundas que podem ser sanadas através de diálogo, de presença, de encontro, de afeto. Aquilo que fere o mundo também nos fere, pois somos parte dele. Por [quase-]fim, nossa frágil condição hu-

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mana experimentará um dia a inevitável ferida da morte. A primeira ferida de Jesus se deu, teologicamente, em Belém (cf. Mt 2,1; Lc 2,1-7) ou, existencialmente, em Nazaré (cf. Mt 4,13; Lc 4,16; Jo 1,45). Os evangelhos da infância ajudam-nos a entrever, com os olhos da fé, Deus sendo solidário ao ser humano na ferida do parto, assim como nos permitem entrever a cura desta ferida com a acolhida no seio familiar, pois o amor, que se faz presença e que toca, cura feridas! O relato da fuga de José, Maria e Jesus para o Egito, talvez possa simbolizar feridas “inconscientes” de Jesus, assim como as nossas (cf. Mt 2,13-18). Inevitáveis fugas para sobreviver deixam marcas em nós, ferem-nos: “do Egito [da fuga?] chamei meu filho...”. Como chamou o Filho, Deus nos chama a sair das fugas que nos ferem e adoecem. O relato do nascimento de Jesus em uma estrebaria (cf. Lc 2,1-20), pode traduzir a ferida que a desigualdade causou em Jesus: seja na teologia da estrebaria de Belém, ou na existência dura em Nazaré, ou na missionariedade de quem não tinha onde reclinar a cabeça, Jesus experimentou esta ferida, que pode ser sarada com a solidariedade dos pobres (pastores) em relação aos pobres (Jesus, Maria e José), mas sobretudo com a partilha dos bens dos ricos (“magos”) com os pobres (cf. Mt 2,1-12). Ligada a esta ferida estava uma outra que Jesus também sentiu na carne, a do precon-

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ceito ou discriminação: “de Nazaré pode sair algo de bom?” (cf. Jo 1,46); “não é ele o filho do carpinteiro?” (cf. Mt 13,55); “como que tu, sendo judeu, pede de beber a mim que sou samaritana?” (cf. Jo 4,9). As feridas dos açoites, dos cuspes, das vozes, do peso da cruz, dos cravos e da lança, nós as conhecemos muito bem; assim como a ferida inevitável da morte, curada pela ressurreição do Filho pelo Pai no Espírito. O Ressuscitado é o Ferido desde Belém-Nazaré.

A comunidade apostólica ferida Desde o primeiro momento de sua vida pública, Jesus rodeia-Se de amigos e colaboradores. A chegada do Reino de Deus pede mudança de todo o povo e isto não pode ser tarefa exclusiva de um pregador particular. Os que Ele chamou, acompanham-nO, compartilham de Sua experiência de Deus, ajudam-nO no anúncio do Reino de Deus. Ele os preparou para a missão através de uma experiência breve, mas intensa, dinâmica e

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Formação

agitada vida. Nesse grupo estão Seus melhores amigos, os que O acompanham de perto. Dentre a multidão que se acercava a Jesus, havia um grupo mais próximo: “o grupo dos doze”. Doze é um número simbólico, remete às doze tribos e, portanto, à restauração de Israel. Cada um, certamente, trazendo consigo feridas: da pobreza, do pecado, da incredulidade, da ganância, da violência etc.. Jesus descobriu e assumiu Sua vocação, realizou Sua missão e formou Seus discípulos e Suas discípulas para ajudarem aquele povo a redescobrir a presença libertadora da Boa Nova de Deus na vida. Estabeleceu com eles uma relação bem mais profunda do que a de um professor em relação aos alunos: a relação entre Mestre e discípulos. Maduro e equilibrado aos trinta anos, Jesus conseguia conviver com os doze, praticamente, o tempo todo, naquela comunidade que era uma amostra do Reino por Ele anunciado, modelo para todas as comunidades cristãs. Precisamos, continuamente, confrontar nossa vida comunitária com essa pequena comunidade de Jesus. Convivendo dia e noite com Jesus, caminhando bem de perto com Ele, os discípulos foram sendo curados de suas feridas pessoais. Não apenas Jesus, a comunidade também foi ferida pela traição [de Judas (cf. Mt 26,4756; Mc 14,43-50; Lc 22,47-53; Jo 18,3-11)], pela negação [de Pedro (cf. Mt 26,69-75; Mc 14,66-72; Lc 22,5462; Jo 18,12-27)], pela incredulidade

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[de Tomé (cf. Jo 20,24-29)], pois como diz são Paulo: “se um membro sofre, todos os membros sofrem com ele” (cf. 1Cor 12,12-31). Por mais que Jesus tenha curado as feridas pessoais de cada discípulo e as da comunidade, as chagas estão presentes n’Ele e em Seu Corpo Místico. Jesus, o Encarnado-Crucificado-Ressuscitado, vai ao encontro da comunidade ferida e a cura através de Sua saudação (“a paz esteja convosco”) e de Sua confiança na comunidade depositada (“apascenta minhas ovelhas”). Feridas tiram-nos a paz, o equilíbrio; quitam-nos pouco a pouco a vida. Sem “shalom” a comunidade ferida não poderá dizer “amém”!

Os doze não foram um exemplo de fidelidade na cruz, mas O experimentaram ressuscitado e foram Suas primeiras testemunhas. Deles partirá o movimento que deu origem ao cristianismo. Trazer consigo a experiência da ressurreição e as cicatrizes (dos pecados, da traição, da negação e da incredulidade), os capacita a apascentar todo tipo de ovelha. Nesta comunidade todos são importantes, até Judas como símbolo da impaciência que pode nos impedir de receber a cura das feridas pelo perdão e pela missão.

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Comunidades redentoristas feridas “Vivemos em um mundo ferido pelo pecado, pela violência, pela injustiça e, hoje mais fortemente ainda, pelo medo... nossos confrades, nossas comunidades e nossa Congregação sofrem as mesmas feridas” (Pe. Michael Brehl) Reconhecermo-nos feridos é um primeiro passo para que continuemos o exemplo de Jesus Cristo Salvador (cf. C.1), pois Ele, antes de proclamar a Boa Nova aos pobres, era um pobre ferido. Nossos santos confrades feridos O continuaram: Afonso com a ferida dos laços familiares e profissionais; Clemente com a ferida da dureza da vida, dos sucessivos fracassos; Geraldo com a ferida da frágil condição humana e do preconceito. A comunidade redentorista é lugar de cura e de crescimento. A convivência continuada, ainda que poucas vezes ao longo de um dia, deixa-nos à vontade para retirar as máscaras e armaduras e apresentar nossas vulnerabilidades e assim, pouco a pouco, na experiência de viver em comunidade, revelamos nossa afetividade ferida e conhecemos afetividades feridas de nossos confrades. Algumas feridas as trouxemos (desde a nossa primeira infância), outras as adquirimos na VRC (desde os tempos da formação inicial). A comunidade é lugar da revelação das fraquezas e das trevas de cada um para serem iluminadas pela luz de Cristo e fortalecidas pelo poder d’Ele (cf. C.23). Muitas feridas comu-

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nitárias são consequência da falta de união com o Redentor. Nosso primeiro anúncio deve ser silencioso: a vida comunitária. Segundo santo Afonso: “as feridas de Jesus Cristo são aquelas benditas fontes preditas por Isaías das quais podemos tirar todas as graças se as pedimos com fé: em primeiro lugar, fontes de misericórdia (perdão dos pecados); em segundo lugar, fontes de esperança (vida eterna); em terceiro lugar, fontes de amor (irradia amor)”. Que as chagas de Jesus Cristo ressignifiquem nossas feridas, as dos outros e as da comunidade para que, através do perdão mútuo, caminhemos para a vida eterna irradiando amor, eis nossa missão!

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Pe. Alfredo Viana Avelar, C.Ss.R. Manaus, AM

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Espiritualidade

Laudato Sí Capítulo V: Algumas linhas de Orientação e Ação (2)

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este texto daremos continuidade ao nosso estudo sobre o capítulo V da Encíclica Laudato Sí do Papa Francisco. No mês passado conseguimos estudar até o conteúdo do segundo ponto do referido capítulo. Assim, partindo do ponto terceiro, finalizaremos o capítulo V, restando para o próximo mês a última parte do documento para, assim, encerrarmos nosso estudo.

Diálogo e transparência nos processos decisórios Recordando a importância que o termo diálogo tem no interior de Laudato Sí, o terceiro ponto começa com este interessante título, conjugando a realidade necessária realidade dialogal com a clareza nos processos. Isto, já de saída, quer significar que não há espaço para jogos espúrios, pressões ou coisas escondidas de qualquer caráter, sejam econômicos ou políticos. Todos os atores sociais devem se compreender envolvidos no processo, portanto ao interior do diálogo seus variados saberes. Assim nos diz o documento em seu número 183:

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“A participação requer que todos sejam adequadamente informados sobre os vários aspectos e os diferentes riscos e possibilidades, e não se reduza à decisão inicial sobre um projecto, mas implique também acções de controle ou monitoramento constante. É necessário haver sinceridade e verdade nas discussões científicas e políticas, sem se limitar a considerar o que é permitido ou não pela legislação”. Trabalhar em diálogo e transparência, onde todos as partes tenham lugar e vez, inclusive os saberes tradicionais, não significa uma oposição a toda e qualquer evolução tecnológica. Contudo, deve-se afastar a perigosa tentação de se deixar levar por

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vias unilaterais de interesse como, por exemplo, apenas a rentabilidade de um ou determinado método. Assim, a decisão por uma ou outra via, quando está em jogo o bem comum, pode levar à escolha de não avançar naquele momento em um determinado projeto, mas de buscar a via mais razoável para que prevaleça o bem comum.

Política e economia em diálogo para a plenitude humana Uma via razoável que preze pelo bem comum deve-se afastar da constante tentação de nosso mundo atual, regido por um sistema baseado sobre o capital, ou seja, sobre a rentabilidade, para colocar o ser humano e toda a realidade criada na complexidade de suas diversas relações. Enfim, o que torna ao centro do debate e, consequentemente, das decisões, é a vida, e não o lucro. As últimas crises financeiras nos fizeram ver com clareza a fragilidade de nosso sistema capitalista. Por diversas vezes, rios de dinheiro foram utilizados na busca desesperada de salvar a “saúde” financeira de bancos e de grandes corporações, deixando de lado o cuidado sobre diversas comunidades, chegando a aniquilar algumas no esforço obsoleto de

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superprodução de algumas mercadorias neste processo de resgate financeiro. Assim, o documento, em seu número 190, nos recorda um conceito muito mais amplo de proteção ambiental: “Neste contexto, sempre se deve recordar que «a protecção ambiental não pode ser assegurada somente com base no cálculo financeiro de custos e benefícios. O ambiente é um dos bens que os mecanismos de mercado não estão aptos a defender ou a promover adequadamente».” A pergunta de base, portanto, a mais importante que o documento quer suscitar, versa sobre a nossa compreensão de progresso. Afinal, o que entendemos como progresso? Simplesmente o crescimento tecnológico e econômico regido pelo lucro ou o progresso sustentável com relação ao crescimento da vida em todas as suas manifestações? O documento nos propõe justamente esta mudança de ótica. Não se trata de mais “ter”, mas de mais condições para que a vida “seja”. “Precisamos duma política que pense com visão ampla e leve por diante uma reformulação integral, abrangendo num diálogo interdisciplinar os vários aspectos da crise… Uma estratégia de mudança real exige repensar a totalidade dos processos, pois não basta incluir consi-

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Espiritualidade

derações ecológicas superficiais enquanto não se puser em discussão a lógica subjacente à cultura actual. Uma política sã deveria ser capaz de assumir este desafio.” 1

As Religiões no diálogo com as ciências O último e menor dos pontos deste capítulo do documento nos abre para um interessante dimensão do diálogo que, tantas vezes por tabu, tendemos a compreender como impossível. É certo que na cabeça de alguns, ciência e religião não podem dialogar. Contudo, esta é uma visão por demais reduzida e, inclusive, perigosa. A diversidade dos saberes em contexto dialogal nos leva a compreender que ambas as partes podem sim contribuir para o verdadeiro progresso. Diversas são as roupagens que os valores que a razão, ao longo da história pôde colher, se manifestam no interior do contexto dos diversos saberes e momentos histórico-culturais. Ambas as partes, em sua especificidade, podem trazer ao diálogo elementos que à outra parte não são tão claros. Enquanto as religiões nos oferecem um patrimônio ético muito bem fundado e provado ao longo dos

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anos, bem como uma visão global e integrada, as ciência nos podem oferecer um compreensão mais clara dos mecanismos presentes na natureza. Toda evolução tecnológica deve sempre vir acompanhada e amparada por um bem fundada percepção ética. Fora disto, as decisões finais perdem uma de suas bases de sustentação. Ao fim, devemos reconhecer que a complexidade da realidade é bem superior à mera ideia2. Continuamos no próximo mês com o Capítulo VI! _________ 1 LS 197 2 LS 201 Pe. Maikel Pablo Dalbem, C.Ss.R. Roma, Itália

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“Quando Deus escolhe uma pessoa, ele a conduz à solidão, longe das intrigas e das ilusões humanas... e lhe fala com palavras de fogo... São de fogo, porque purifica”. (Santo Afonso)

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omo é importante colocar-se em oração e pôr-se à escuta daquilo que Deus tem para nos falar! O retiro espiritual é um tempo oportuno para a conversão. Momento de profundo silêncio, reflexão e revisão de vida, em que Deus toca nosso coração e nos aponta o caminho a seguir. Nos relatos do Evangelho, antes de tomar decisões ou realizar atos importantes, Jesus se retirava para uma região montanhosa ou desértica, onde passava longos tempos de silêncio e oração. Inspirados no exemplo de Jesus e buscando a renovação da vocação e da missão que o Senhor os confiou, os Missionários Redentoristas da Província do RJ-MG-ES participaram de uma experiência espiritual, de 23 a 27 de setembro, na Casa de Retiros Seminário da Floresta, em Juiz provinciadorio Akikolá

de Fora (MG). O Retiro Espiritual foi orientado pelo Frei Claudiano de Aragão Lima, OCD, que refletiu sobre a oração e conversão em Santa Teresa D’Ávila. Foram dias intensos de oração, reflexão, Celebração Eucarística e adoração ao Santíssimo Sacramento. Durante a Celebração de Encerramento, presidida pelo Superior Provincial, Pe. Nelson Antônio Linhares, C.Ss.R., os Missionários Redentoristas renovaram os votos religiosos de castidade, pobreza e obediência, juntamente com o voto e o juramento de perseverança, segundo o espírito e a norma da Congregação do Santíssimo Redentor.

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Redentoristas

Retiro Provincial


Vocação

“O amor de Cristo nos impulsiona” (2Cor5,14)

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restes a assumir um compromisso muito importante perante toda a Igreja, recebendo o Sacramento da Ordem, o Diácono Rodrigo Costa Silva, C.Ss.R. não esconde o sentimento de gratidão por tudo o que construiu até o momento em sua caminhada formativa. Agora, terá início um novo ciclo, que começa com a resposta concreta diante de Deus e da Igreja, tornando-se um verdadeiro Pastor. Rodrigo Costa será ordenado presbítero no dia 26 de outubro, durante Celebração Eucarística das 18h, na Paróquia São José, em Timóteo (MG), pela imposição das mãos de Dom Vicente Ferreira, C.Ss.R., Bispo Auxiliar de Belo Horizonte (MG). “Será o momento de louvar a Deus pelo dom da vocação recebida e de confirmação desse caminho, juntamente com toda a comunidade e os amigos que me acompanham”, disse o diácono, que encara o momento como uma nova forma de viver o chamado vocacional. “Agora se abre um novo ciclo, com novas possibilidades. É preciso estar disponível para aquilo que a missão pedir enquanto padre Redentorista”, afirmou. Para Rodrigo, tornar-se um Padre Redentorista é, acima de tudo, ser um verdadeiro Pastor, que cuida e zela pelo bem de suas ovelhas. “A imagem do Pastor é muito bonita para dizer do ministério ordenado enquanto Redentorista, assim como a imagem do sacerdote

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que cura, que oferece uma possibilidade de transformação e renovação interior. O espírito missionário e a sensibilidade profunda dos Redentoristas para com as necessidades das pessoas foram os fatores que mais me cativaram na vida Missionária Redentorista. É isso que me encanta e me faz apostar nesse caminho!”, declarou o diácono. A Ordenação Presbiteral está inserida nas comemorações do jubileu de 60 anos da Paróquia São José, em Timóteo. Para celebrar esses dois eventos importantes será realizada a Semana Missionária, de 21 a 25 de outubro, momento oportuno de animação missionária e promoção vocacional. O Redentorista celebrará sua primeira missa no dia 27 de outubro, às 8h30, na Co-Catedral São Sebastião, em Coronel Fabriciano (MG). Já no dia 28, às 19h30, irá presidir a missa na Comunidade Nossa Senhora das Graças – Alvorada, em Timóteo.

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100º Jubileu do Senhor Bom Jesus (Bom Jesus do Galho/MG - 1º a 14/09)

Capítulo da Província de SP (Guaratinguetá/SP - 02 a 06/09)

Reunião dos Conselhos Provinciais: RJ, SP e BA (Belo Horizonte/MG - 17/09)

Reunião do Conselho Extraordinário Província RJ (B. Horizonte/MG - 18/09)

II Encontro Nacional dos MLR (Fortaleza/CE - 20 a 22/09)

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Aconteceu na Província

Oitava de São Geraldo (Curvelo/MG - 31/08 a 08/09)


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