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Entrevista
ENTREVISTA COM Pe. Élio da Silva Athayde, C.Ss.R.
Recordações de uma linda caminhada na estrada de Jesus
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Pe. Élio da Silva Athayde, C.Ss.R.
Campos dos Goytacazes - RJ Aos 86 anos de idade, Pe. Élio da Silva Athayde, C.Ss.R. carrega o coração agradecido pelas inúmeras bênçãos de Deus ao longo de 60 anos de sacerdócio. Em entrevista ao Akikolá, ele revela que a saudade da família e sua admiração pelos Missionários Redentoristas o levaram a responder ao chamado vocacional e a trilhar um caminho repleto de boas recordações. Brilhante músico e compositor, ele fala da sua relação com o cenário musical, que o acompanha desde cedo.
“Neste mundo tudo passa, nós também vamos passar. Ilusões e vaidades vão um dia terminar. Só o amor e a verdade vão um dia perdurar. Meus irmãos, enquanto é tempo, vamos aprender a amar!” Pe. Élio Athayde
Como o senhor descobriu o chamado à vocação religiosa?
Nesses 60 anos de sacerdócio, quais lembranças o senhor destaca dentre as glórias deste caminho?
Após o grupo escolar, na minha cidade de Congonhas (MG), eu precisava continuar a vida. Então, fui estudar em Belo Horizonte (MG), ficando na casa de um tio. Mas bateu tanta saudade de meus pais e minhas irmãs que resolvi voltar. Foi aí que pensei: quem sabe eu posso estudar no seminário dos padres? Meus pais concordaram e eu entrei para o seminário de Congonhas. Eles me disseram: se der certo você continua, mas se achar que não é isso, você volta para casa.
Por que escolheu a Congregação Redentorista para seguir sua vocação?
Porque na minha cidade já havia o seminário e a presença dos Missionários Redentoristas, que trabalhavam lá há muitos anos. A admiração do povo de Congonhas pela cultura dos padres era uma coisa impressionante. Além disso, uma coisa que chamava muita atenção era a disciplina dos alunos, que observávamos quando desciam as ladeiras na ordem de três em três, sendo num total de 120 seminaristas. Era uma perfeição! Os teatros que eles faziam para o povo eram sensacionais. O coral do seminário também era excelente, de primeiríssima qualidade. Um ou outro padre se aproximava mais da população, como o Pe. Matias Moura, C.Ss.R. e o Pe. Muniz, C.Ss.R., que depois veio a ser ordenado bispo.
A lembrança gratificante é de ter sido formado pelos Redentoristas holandeses, fabulosos na cultura, na disciplina e na constância das coisas que faziam. Trago também a memória preciosa do Pe. Gregório, nosso diretor, que não tinha facilidade para se comunicar, era bastante reservado, mas tínhamos muita admiração e respeito por ele. Os ex-seminaristas guardam até hoje uma gratidão enorme para com ele. Nesses 60 anos, outra recordação foi poder tocar na Orquestra Filarmônica de Juiz de Fora (MG), onde toquei violino por 4 anos. Eu era o spalla do 2º violino. Foi um período de muitas bênçãos! Minha sorte também: ter convivido com Dom Lara, C.Ss.R. em Coronel Fabriciano (MG), homem de uma virtude evidente, e a alegria que eu tive em poder ajudá-lo a construir a Catedral de Fabriciano.
A sua relação com a música o acompanha desde cedo. Conte-nos um pouco sobre sua carreira musical.
Gratidão à minha mãe, que eu não conheci tão bem, mas que, semianalfabeta, compunha de ouvido umas marchinhas de carnaval para as minhas irmãs dançarem. Então, tudo começou com a influência da minha mãe.
Depois, vieram as aulas de violino com o padre holandês Anselmo Menders. Foram 4 anos de aula. Eu não
“Reflete sobre ti e vê se andas buscando a Jesus com desejo e diligência; Se anseias encontrá-lo no fundo de teu coração onde Ele habita pela graça. Quero seguir-te sempre; porque tu és minha vida, meu coração e o caminho de minha salvação. Maria Celeste Crostarosa ”
ENTREVISTA
queria o violino, queria piano, mas já estava tomada a escala para pianista e sobrou o violino.
Quando eu estava começando o ginásio, um padre me marcou, era o maestro da banda de música, banda marcial. Eu não sabia tocar nenhum instrumento da banda, mas eu entrei e comecei a mexer à força. Fui obrigado a me virar porque eles me cobravam muito, e para não levar desaforo, fui aprendendo sozinho algumas coisinhas dos instrumentos de sopro. Eu tinha que substituir um músico quando ele faltava e quebrava o galho razoavelmente bem.
Tenho umas 40 músicas compostas. Gravei 3 discos de vinil, um outro disco, e mais 5 CDs, inclusive com as Irmãs Paulinas, e pela Congregação Redentorista gravei 2.
Dentre tantas composições, muitas são bastante conhecidas no cancioneiro católico. Uma delas é a canção “Paz, paz de Cristo”, também chamada de “Abraço da Paz”. Como nasceu este cântico?
Essa história é interessante! Em Coronel Fabriciano (MG), uma senhora (hoje já falecida) brigou comigo porque queria uma missa especial ou um batizado especial (não me recordo bem o serviço pastoral), e eu tive que falar que não podia atender ao pedido dela. Ela ficou com raiva, virou para mim e disse assim: “Eh, padre Élio... o mundo dá muitas voltas, viu?!”, querendo dizer que, qualquer hora, eu iria precisar dela. A senhora me xingou e pensei: será que ela vai se vingar de mim? Voltei para a casa com aquilo na cabeça e, sem quê nem pra quê, pintou na minha cabeça: “se algum dia na vida você de mim precisar...”. Então, fiz essa parte da música. Duas semanas depois, eu tive que emendar o início e surgiu o “paz, paz de Cristo, paz, paz que vem do amor lhe desejo, irmão”. E assim, deu certo! A Irmã Miria Kolling, hoje já falecida, uma musicista de primeiríssima qualidade, gostou da música e a espalhou pelo Brasil inteiro.
Brenda Melo Jornalista
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