AGUALVA BA4 - Da Empregabilidade

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DA EMPREGABILIDADE Desde Outubro de 1943, que muitos agualvenses e outros, em maioria das freguesias vizinhas Vila Nova e Lajes, foram contratados para obras de alargamento da pista, construção de postos de serviço e obras do Porto militar da Praia da Vitória. Um dos Page | 6 primeiros funcionários da base era agualvense e já na altura ganhava quase o dobro do que antes do seu ingresso. Mas não foi só na edificação “de uma pequena cidade para os americanos” que os agualvenses participaram. Com a construção e inauguração pelos norte-americanos do campo de golfe, muitos foram os agualvenses empregados de bar, cozinheiros e tratadores de relva que lá exerceram funções. Também na NSGA, na Agualva, vários agualvenses foram contratados, e outros, serviram de “guardas” aos equipamentos e munições que existiam nos paióis no Cabrito numa área estimada de 27 hectares - “Agualva Munitions Annex Lajes Field Return”. Podemos dizer que o maior empregador da freguesia foi e ainda é a Base das Lajes. Infortunadamente ao longo dos últimos 25/30 anos o número de funcionários da Base foi caindo até ao “maior” e mais que previsto “despedimento colectivo da Região”. Se em 1991, muitos foram os trabalhadores da Base despedidos, boa parte agualvenses, também a desactivação em 1994 da Naval Security Group Activity na Agualva originou outros tantos despedimentos, que fez a freguesia ressentir e muito. Hoje, somando aos que no decorrer dos últimos anos e por mútuo acordo tiveram reforma antecipada, resta-nos defender intransigentemente os actuais, mas ainda muitos, agualvenses trabalhadores que permanecem fiéis à sua missão na Base das Lajes. Prevendo isso mesmo e ainda em 2013, o PS/Agualva elaborou o documento “Caracterização Demográfica dos Agualvenses Trabalhadores na Base Aérea das Lajes 2013”, tendo sido aprovado por unanimidade na Assembleia Geral de 08 de Abril de 2013. Considerando que 47 é o número actual de agualvenses trabalhadores na base, destes mais de 75% possuem o ensino básico, idades entre os 41-50 anos (19) e os 31-40 (12)


e ocupação que varia de empregados de balcão, operadores de combustíveis, máquinas e de água, electricistas, bombeiros, condutores, pedreiros, canalizadores, cozinheiros, funcionários de carro do lixo, armazenistas, pintores e recepcionistas. Que somando os respectivos cônjuges e os 71 filhos, são 162 pessoas a depender directamente do Page | 7 emprego na base, atinge-se 11,3% da população da freguesia. Deste universo, existem famílias agualvenses com pai, 3 filhos e nora a trabalhar na Base, outro casal com filho menor, e, baby-sitter de apoio às famílias dos militares norteamericanos. Por fim, agualvenses sócio-gerentes de empresas que fornecem mobiliário de escritório à Base, e outros, que boa parte dos seus produtos de antiguidade são vendidos aos militares americanos. A cessação da relação laboral dos agualvenses trabalhadores e presença militar na ilha Terceira, trará sérios prejuízos para os agualvenses e para a vida da própria freguesia e, o impacto directo e indirecto irá incidir em pelo menos 30% da população da Agualva. Mas não é apenas um efeito económico e financeiro, mas também emocional. São os nossos emigrantes os primeiros a manifestarem-se, sendo Francisco Cota Fagundes (PHD University of Massachusetts Amherst) um desses exemplos. Agualvense, emigrado nos Estados Unidos, ao revisitar a Agualva em Março de 2013, partilha que se entristeceu ao “constatar o nível de desesperança que se verifica entre muitas pessoas face à crise económica, à iminente redução da presença Americana na Base das Lajes”.


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