Pseudo&Cult #3

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Conto --------------------Elisa Ponciano

Cena

por Elisa Ponciano

E ali estava, o espetáculo montado, um belo cenário para a cena final. Era um monólogo, um texto curto com um fechamento simples. No centro do palco, sem plateia ou diretor, sem luzes ou som, apenas a voz suave ecoando pelas coxias, ela lia uma obra sem autor. Repetia as estrofes como se fossem mantras, como prece rogava: “Não serei pois capítulo! Se não for para ser exemplar prefiro nem palavra tornar-me.” Na extremidade do palco, um sujeito oculto nos bastidores a espreitava. Era um daqueles indivíduos que os tempos modernos não haviam sucumbido, atento aos versos observava a pequena atriz. De súbito entrou no ato, rodopiando pelo chão amadeirado, a segurou pelo braço e continuou o roteiro: “E das falsas tramas terei desapego, e das futuras edições seguirei do prólogo ao epílogo, até que o último ponto encerre a página deste volume.” E contam as lendas que até os dias atuais a peça continua em cartaz em um teatro qualquer, com temporada indefinida e enredo inacabado.


Duncan Grant

Poesia ------------Simone Schuck

ainda se espera falar de amor mas falar é contra-amar porque palavra é agressão fixidade marcação antônimo a violentar fluída complexidade


Desenho --------------------Amanda Sessim


Quadrinho --------------------Bruno Schenk


Quadrinho --------------------Bruno Schenk


Poesia -----------------João Heleno

Terra de Areia

por João Heleno Duarte

A areia... Agente do tempo... Vidas secas, desoladas, essas vidas nossas... E o homem então usa para contar a passagem do tempo, A mesma areia seca e desolada que, fustigante, desgasta a memória e apaga a história. O tempo, porém, não faz contas. Usa areia para humilhar, não para contabilizar. Para provar que o homem pode ter saído do pó e chego à Lua Mas que na Lua, como no chão desolado da Terra, Só há areia.


Perfil --------------------Aline Santos

Perfil

por Aline Santos

Salve galera! Queria compartilhar com vocês sobre mais um de nossos integrantes: Junior Xavier, grande avatar de Rosário do Sul e descontração pura desde 1975. O momento atual de trabalho do Skoober abrange o controle de central de vídeos de segurança, área que ele tem curtido bastante. Para o Junior, ler é tão natural como respirar, e ele respira desde ficção científica, suspense, fantasia e muitos outros (que pulmão em Junior?!). Apaixonado pelo Café Santo de Casa, lá o Skoober aproveita para absorver um pouco de H.P. Lovecraft, Asimov, Senhor dos Anéis e nas horas vagas todos os outros livros que a galera trouxer. Ah! Uma dica: na próxima levem Cardgames e RPG para ver o cara feliz. Mas e no encontro do Skoob, como foi parar lá? Nem ele mesmo imagina... seja por sorte ou indicação de um amigo, só sabe que foi amor à primeira vista. Trocando em miúdos, o Júnior é assim, gosta de interagir com todos, conversar e fazer amizades bacanas. Para ele a leitura é muito importante e a existência de um grupo como o Skoob é o ápice do compartilhamento de preferências e experiências literárias, onde cada pessoa terá a sua interpretação e sua vida afetada por uma leitura especial. Junior fecha com uma frase de Gandalf do Senhor dos Anéis: “Você pode encontrar as coisas que perdeu, mas nunca as que abandonou”. Matou a pau!


Minha Estante ----------------------Carolina Barcelos

Minha Estante

por Carolina Barcelos

"AtĂŠ hoje nunca encontrei um encosto para livros legal para a estante, atualmente estou usando um bonequinho do monstro Karol, de Onde Vivem os Monstros."


Minha Estante --------------------Carolina Barcelos

"Eu arrumo meus livros por cores. Tenho atualmente em torno de 100 livros, e acho essa uma quantidade ideal. Os livros que estão acima na horizontal são para troca ou doação. Assim que eu termino o livro (exceto os muito especiais) eles vão para essa pilha, assim eu mantenho o número ideal. "


Poesia ----------------------Rodrigo Bercini

Anjo da minha vida

por Rodrigo Bercini

Pela corda bamba da vida, eu ando. Inicio o percurso com pompa, Confiante e de cabeça erguida. Até que no meio do caminho me distraio, Perco o equilíbrio, Sinto medo. Quando a queda no mar de espinhos do fracasso é inevitável, Sinto a tua pele macia me puxar de volta. Põe-me no lugar. E por algum tempo, me leva nas costas. Até que eu consiga caminhar de novo. Após o susto, inicio mais tranquilo, Sabendo que tu sempre vai estar comigo. Amando, protegendo e me puxando de volta. Poema dedicado àquela que não está mais comigo, mas que me ensinou a andar em cima da corda.


Desenho --------------------Amanda Sessim


Poesia ----------------------Rodrigo Bercini

Metalinguagem

por Rodrigo Bercini

O meu maior problema ao escrever é a rapidez do meu pensar. Meu cérebro sempre está em primeira marcha. Ideias atropelam-se e eu não saio do lugar. A verdade é que eu penso mais rápido do que escrevo. Quando vou colocar no papel, as ideias fogem. Ou melhor, não fogem. Elas ficam na minha mente, escondidas para sempre. Eu sei que estão aqui dentro, porque eu consigo senti-las. Sinto suas formas, suas temperaturas. Eu sinto seus cheiros. As ideias escondidas ficam secas, ásperas. E me machucam todos os dias. Te digo, é a pior dor do mundo. A dor de nunca ter dito aquilo tudo o que eu pensava. “[...] realidade existe na mente daqueles que não entendem o que é realidade.”, Mara Benetti.


Diário de Viagem --------------------Pablo Aguiar

Caminhando por Bilbao por Pablo Aguiar

Passear pelas ruas de Bilbao é sempre cheio de surpresas. Já no início notamos a quantidade de idosos caminhando pela cidade. Sozinhos, com suas famílias, eles estão por todas as partes disfrutando o dia. Assim como percebemos o amor dos bilbaínos por cachorros. Além dos idosos, há muitas pessoas na rua passeando com seus animais. E tem de todas as raças. Um mais lindo que o outro. Logo, se precisamos nos localizar em que rua estamos, olhando uma placa, percebemos que, em Bilbao, se fala dois idiomas, pois a cidade está numa região da Espanha chamada País Vasco, localizada no extremo norte da Espanha e no extremo sudoeste da França. E nos locais que abrangem essa região todo tipo de comunicação(placas, cartazes, até palestras.) é feito sempre nos dois idiomas. Pouco se sabe da origem desta língua. Ouvi muitas pessoas dizerem que a origem era africana, assim como que era a primeira língua euro-



Diário de Viagem --------------------Pablo Aguiar

péia. O que eu realmente sei é que ela é muito diferente do castelhano. Em Bilbao também há muitos bares. A Espanha ama bares. Seja para tomar uma cerveja e comentar sobre o futebol ou para passar a noite com os amigos. Entretanto, em Bilbao, os bares diferem dos outros da Espanha por um prato típico do norte: o pintxo. É simples. É um pãozinho fatiado com uma variedade infinita de coberturas. Muito gostoso e custa apenas 1 euro. Perfeito para acompanhar uma cerveja. Durante um passeio, descobrimos contruções com mais 700 anos de história no casco velho da cidade e construções modernas nos bairros mais cêntricos. Entretanto, caminhando em direção ao rio que cruza Bilbao, chamado “La Ria”, no final de algumas ruas, uma construção diferente nos chama a atenção. Curvas assimétricas parecendo ondas entre prédios antigos. Chegando mais perto encontramos finalmente com uma arquitetura monumental: o Museu Guggenheim. Construído pelo arquiteto Frank Gehry, é o marco da evolução cultural e econômica da cidade e o principal ponto turístico do local. Provavelmente toda essa essa nossa caminhada tinha como destino o Museu. Então agora damos uma pausa, sentamos perto desse cachorro gigante feito de flores chamado Puppy e descansamos. Para depois continuar caminhando, comer outros pintxos e conhecer ainda mais essa linda cidade na Espanha.


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Expediente

Edição nº 3 - Setembro de 2015 Produção Independente

Projeto gráfico: Pablo Aguiar Capa: Elisa Ponciano

Colaboradores desta edição: Amanda Sessim Aline Santos Bruno Schenk Carolina Barcelos Elisa Ponciano Pablo Aguiar João Heleno Duarte Rodrigo Bercini Simone Schuck . . . . .

Correspondência

Rua jaguari, 515 - Cep: 94824-210 Alvorada/RS - Brasil pseudoecult@gmail.com




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