#255 19 agosto de 2020

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SOCIEDADE

O JORNAL N255 QUARTA-FEIRA 19 AGOSTO 2020

Guimarães Clássico adaptado aos tempos de pandemia

Retrato de Perfil Orlando Coutinho por Rui Dias E

em sessões de masterclass e a afirmação do Festival no panorama local. Referência para o concerto de encerramento, numa homenagem aos 250 anos do nascimento de Beethoven. O Festival Guimarães Clássico é

um projeto conjunto do Quarteto de Cordas de Guimarães e da Câmara Municipal, com o intuito de promover a música de câmara, tendo como base os membros do Quarteto de Cordas de Guimarães e convidados ilustres. •

Museu Virtual da Lusofonia no Google Arts & Culture © Mais Guimarães

natural em função do seu posicionamento político. Começou, por indicação de Pedro Carvalho, líder do partido em Guimarães, como deputado municipal. Liderou a bancada parlamentar numa época “quente” da política local: o CDS apresentou a primeira Moção de Censura a um executivo municipal na história democrática vimaranense. Em 2005, com José Ribeiro e Castro na liderança nacional do partido, foi cabeça de lista à Assembleia Municipal de Guimarães. Cedeu o lugar a Rui Barreira, que vencera as eleições internas do partido, em 2006. Esta interrupção na vida política ativa coincidiu com uma maior participação associativa. Foi Presidente da Assembleia Geral e diretor da Associação Familiar Vimaranense. Nos Bombeiros de Guimarães, foi Presidente do Conselho Fiscal. O regresso à política havia de acontecer em 2009 onde, por indicação da Federação dos Trabalhadores Democrata-Cristãos, de que era vice-presidente nacional, integraria a Lista do CDS ao Parlamento Europeu encabeçada por Nuno Melo. O CDS local iria a votos, sob a sua liderança, nas autárquicas de 2017, um momento em que a coligação entre democratas-cristão e sociais-democratas saiu reforçada com mais um deputado. “Ganhamos as legislativas em Guimarães com a PAF e nas autárquicas ficamos perto: ‘6-5’ [vereadores], significou que ficamos a um vereador de ganhar». Nova paragem na política partidária, em 2018. Foi tempo de ver nascer a segunda filha e de acompanhar a família. Pelo meio concluiu a licenciatura em Ciências Sociais e Políticas. Com vários artigos no Observatório Político e um artigo na Revista Portuguesa de Ciência Política, recentemente terminou o mestrado em Filosofia Política, pela Universidade do Minho. O tema da tese é-lhe querido: “Democracia-cristã, uma hermenêutica contemporânea”. Aprovado com 19 valores. •

Entre os dias 19 e 22 de agosto, Guimarães acolhe a mais uma edição do Festival Guimarães Clássico, com um programa adaptado à realidade da pandemia, mas com uma série de concertos de alto nível para público da cidade e seus visitantes. Andriy Viytovych, considerado um dos melhores e mais versáteis violetistas britânicos, Vasko Vassilev, concertino da Orquestra Opera House em Londres ou a Academia da Baltiuc Neopolis Orchestra são algumas das referências que complementam o programa deste ano. Os concertos, limitados à lotação dos espaços, passam pela Igreja Nossa Senhora da Oliveira (quarta-feira), Paço dos Duques de Bragança (sexta-feira) e Igreja de São Francisco (domingo), sempre às 21h30. O diretor artístico do Festival, Emanuel Salvador, sublinha a vertente pedagógica, com alunos vindos da Polónia para participar

© Direitos Reservados

O Festival Guimarães Clássico vai manter-se em 2020, com uma série de três concertos, entre 19 e 22 de agosto. A música de câmara passará pela Igreja de Nossa Senhora da Oliveira, Paço dos Duques de Bragança e Igreja de São Francisco.

Nome Orlando Coutinho Data de Nascimento 24 de outubro de 1979 Natural de Guimarães Profissão Director multinacional de seguros

Orlando Coutinho interessou-se pela vida da pólis desde sempre. Começou pelo associativismo estudantil, liderando a associação de estudantes de Escola Fermentões, hoje Fernando Távora. Mais tarde, já em representação da secundária Francisco de Holanda, participou na Federação Distrital de Braga das Associações de Estudantes. “Outros tempos e outras lutas”, recorda com saudade. “Havia um forte envolvimento dos líderes juvenis e eramos considerados parceiros educativos. Equipamentos de qualidade, a segurança e a política educativa, eram temas que não deixávamos esmorecer”, comenta, lembrando os processos em que esteve envolvido, como a luta pelo aquecimento nas salas de aulas. No virar do século estava em Lisboa, na Faculdade de Letras da Universidade Clássica. Só por lá andou um ano. Um projeto profissional aliciante desviou-o dos estudos durante algum tempo. Dedicou-se à área dos seguros de crédito, com sucesso. Hoje é diretor de uma multinacional do setor. Porém, o associativismo está-lhe no sangue e, quando voltou ao Norte, presidiu aos jovens rotários de Guimarães e o Rotaract Club. Presidiu também ao Conselho Municipal da Juventude, numa eleição em que teve que destronar um “bloco central”, constituído pela juventude socialista e social-democrata. “Presidir ao Conselho Municipal de Juventude foi uma grande experiência política. Tínhamos presença na direção da Tempo Livre, no Conselho Municipal de Segurança e eramos temidos na Câmara pelo arrojo das propostas sustentadas em termos de política de juventude e também por força sermos eleitos democraticamente pelos jovens vimaranenses dos 12 aos 30 anos. Tivemos eleições com mais de 6 000 votantes”, sublinha. Orlando Coutinho é casado e pai de duas meninas. Afirmou-se, desde sempre, como democrata-cristão. A adesão ao CDS surgiu-lhe, portanto, como uma escolha

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A cerimónia de apresentação do Museu Virtual da Lusofonia na plataforma Google, Arts & Culture terá lugar no dia 4 de setembro, pelas 21h00, no Museu Nogueira da Silva. O evento conta com a presença do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, do Reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, da representante da Google Arts & Culture, Helena Martins, e do Diretor do Museu Virtual da Lusofonia, Moisés de Lemos Martins. O Museu Virtual da Lusofonia é

uma das plataformas culturais do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, do Instituto de Ciências Sociais, da UMinho e procura promover a cooperação académica, em ciência, ensino e artes, no espaço dos países de língua portuguesa e das suas diásporas. Sendo uma plataforma virtual, este projeto tem também a pretensão de ser um mecanismo que convide à participação ativa dos cidadãos, na disponibilização de registos, no comentário às ‘obras’ preservadas no museu, na reconstrução de uma memória

coletiva. A Google Arts & Culture é uma iniciativa sem fins lucrativos que trabalha com instituições culturais e artistas por todo o mundo. A missão desta plataforma é a de preservar e colocar online a arte e a cultura do mundo, para que esta seja acessível a qualquer pessoa, em qualquer lugar. A cerimónia será transmitida em direto no canal do YouTube do Museu Virtual da Lusofonia, assim como no Facebook deste museu e do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade. •


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