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Dérbi concelhio terminou empatado (2-2) P.14 Moreirense afastado da Taça de Portugal P.15

ESCOLA-HOTEL DO IPCA JÁ TEM PROJETO P.04

ECONOMIA

Exportações têxteis continuam em queda P.08

EM GUIMARÃES

O percurso da Ecovia do Ave foi apresentado P.09

CONCELHO

PSD reclama investimentos nas freguesias P.10

Vacinação contra covid-19 arrancou nas instituições

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TRANSPORTES

Câmara garante manutenção do serviço dos TUG na transição de operador

Já somos 58.802 junte-se a nós em facebook.com/maisguimaraes

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MAIS GUIMARÃES - O JORNAL · SEMANÁRIO · DIRETOR: ELISEU SAMPAIO



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Estava-se mesmo a ver que ia dar nisto! Em Portugal contabilizamos nos últimos dias mais de 10 mil contágios diários. Nesta terça-feira atingimos também o recorde de 155 mortes em 24 horas, associadas à Covid-19. Os internamentos sobem, o número de pessoas em cuidados intensivos dispara também. As equipas de saúde estão cansadas, estamos todos cansados deste vírus. Queremos acordar para a vida, de novo. Estamos à porta da pior fase da pandemia, espreitamos e não gostamos nada do que vemos. Queremos fechá-la, como se fosse possível, mas somos empurrados pela realidade, pelos números que atingimos e pelo anúncio da proliferação de novas variantes deste coronavírus que, não sendo mais prejudiciais à nossa saúde, se transmitem mais facilmente. De pouco nos vale dizermos que já sabíamos que seria assim. Não dói menos por isso! Sabíamos de antemão que, com a chegada do inverno, com o tempo frio, com as pessoas resguardadas em casa ou dentro de edifícios, a prolifera-

ção do vírus ia acentuar-se. E o que fizemos para prevenirmos males maiores? Pouco. Estivemos aquém do que devíamos ter feito. O Governo fez-nos também a vontade, esquecendo naquele momento que um pai deve saber dizer não quando percebe que assim tem mesmo de ser. E ele sabia que um Não, redondo, ali, faria muita diferença. Achamos piada ao anúncio das compotas, pareceu-nos um modo “paternal” de entrarmos no espírito natalício. Foi um bom momento televisivo, descontraído qb. Como filhos com a corda toda, e sangue a ferver-nos nas veias, desconfinamos e circulamos a grande velocidade na época festiva. O pai, sentado ali no banco ao lado, quando viu que exagerávamos, puxou-nos num ímpeto o travão de mão. Espatifamo-nos! Estava-se mesmo a ver que ia dar nisto. No final desta breve história, como se isto devesse funcionar assim, o pai só quis ver como nos portávamos.

Estatuto editorial de “Mais Guimarães - O Jornal” “Mais Guimarães – O Jornal” é um jornal regional generalista, independente e pluralista, que priviligia as questões ligadas à área em que está inserido, o concelho de Guimarães. “Mais Guimarães – O Jornal” é um órgão de comunicação semanal e ter uma tiragem de 4.000 exemplares, impressos a cores, por edição. “Mais Guimarães – O Jornal” pode ser adquirido pelos leitores nos diversos quiosques do concelho de Guimarães. “Mais Guimarães – O Jornal” pretende ser um jornal atraente, moderno e de fácil leitura, atualizado com os problemas e acontecimentos regionais, divulgando as atividades das instituições, coletividades e associações locais, bem como o património e tecido empresarial da região. “Mais Guimarães – O Jornal” é uma publicação independente, demarcada de qualquer partido ou ideologia política, distanciando-se de qualquer forma de censura ou pressão, tendo como objetivo único o de prestar serviço público, servido a democracia e os leitores. Eliseu Sampaio / Agosto de 2015

Mais Guimarães - O Jornal - Semanário Proprietário Eliseu Sampaio - Publicidade, Lda. NIPC 509 699 138 Sede Rua de S. Pedro, No. 127 - Serzedelo 4765-525 Guimarães Telefone 917 953 912 Sede da Redação Av. São Gonçalo 319, 1.º piso, salas C e D, 4810-525 – Guimarães Email geral@maisguimaraes.pt Diretor e Editor Eliseu de Jesus Neto Sampaio, com domicílio na Travessa Monte da Carreira, 490, 4805-285 Guimarães Conselho de Administração: Eliseu de Jesus Neto Sampaio, detentor de 100% do capital. Registado na Entidade Reguladora Para a Comunicação Social, sob o no. 126 735 Depóstio Legal No 399321/15 Design Gráfico e Paginação João Bastos / Luís Freitas Redação Rui Dias | Vítor Jorge Oliveira Colunistas Permanentes Ana Amélia Guimarães | Ângela Oliveira | António Rocha e Costa Carlos Guimarães | César Machado | Esser Jorge Silva | José João Torrinha | José Rocha e Costa | Manuela Sofia Ferreira | Marcela Maia | Maria do Céu Martins | Paulo Novais | Rui Armindo Freitas | Tiago Laranjeiro | Torcato Ribeiro | Wladimir Brito Fotografia Joaquim Lopes | Marco Jacobeu | João Bastos Os espaços de opinião são da exclusiva responsabilidade dos seus autores, incluindo no que concerne à utilização ou não do acordo ortográfico.

Esporão do calcanhar: conheça os fatores de risco O esporão do calcanhar é uma das mais de 300 condições patológicas que podem afetar os nossos pés e consiste numa protuberância óssea que se forma no osso do calcanhar, o calcâneo. Esta patologia é mais comum no sexo feminino, muito em virtude de uma má escolha do calçado, e em pessoas com excesso de peso, sobretudo acima dos 40 anos, devido ao desgaste natural. Consequência de um processo fisiológico causado pela calcificação dos tecidos, este problema tem origem numa inflamação resultante de uma elevada e repetida pressão na planta do pé. Normalmente, o esporão do calcanhar manifesta-se por uma dor intensa nesta zona, semelhante a uma picada, uma vez que a este se associa a inflamação da fáscia plantar (fasceíte plantar), uma banda de tecido fibroso que liga o calcanhar aos dedos, que tipicamente se faz sentir quando nos levantamos da cama pela manhã e damos os primeiros passos. Ainda que, muitas vezes, as inflamações que levam à formação desta pequena projeção de osso provoquem dor aguda, principalmente ao caminhar, correr ou saltar, cerca de 27% da população portuguesa sofre deste problema de forma assintomática. Entre os fatores de risco que propiciam o desenvolvimento do esporão do calcanhar e da fasceíte plantar incluem-se a idade (faixa etária acima dos 40 anos), a obesidade, a utilização de calçado inapropriado, a presença de pé plano ou pé cavo, bem como a prática de atividades desportivas que im-

plicam tensão sobre o calcanhar, como a corrida. O diagnóstico do esporão do calcanhar é realizado com recurso a uma radiografia ou a uma ressonância magnética, sendo também importante fazer uma avaliação morfológica do pé, realizada por um Podologista, para um tratamento adequado e atempado. Este pode passar pelo uso de palmilhas personalizadas, fisioterapia e anti-inflamatórios, com o objetivo de reduzir a dor. Quando estes métodos não se revelam eficazes, a cirurgia é o tratamento que permite eliminar definitivamente a saliência óssea. Para evitar o surgimento desta patologia é recomendável a realização de um correto aquecimento, antes da prática de exercício físico, contudo, a carga de atividade física deve também ser controlada. Além disso, é importante escolher o calçado adequado ao tipo de pé e apoio plantar, bem como à atividade do utilizador, sendo que os sapatos de salto alto e bicudos à frente devem ser evitados. O controlo do peso é também fundamental, de modo a que não se verifique uma sobrecarga dos membros inferiores, o que agrava a dor e a inflamação. Cuide dos seus pés, tenha atenção à escolha do calçado e, em caso de suspeitar deste problema, consulte um Podologista. Assegure a sua qualidade de vida.

Nova de Famalicão dedicada exclusivamente à consulta de Podologia, proporcionando o bem-estar dos pacientes e dos seus familiares, com técnicas de prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação das patologias dos pés. •

Sobre o Centro de Podologia de Famalicão

Francisco Oliveira Freitas

O Centro de Podologia de Famalicão foi a primeira Clínica de Vila

Podologista responsável pelo Centro de Podologia de Famalicão


DESTAQUE

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DESTAQUE

Já é conhecido o projeto de arquitetura da Escola-Hotel do IPCA Filipe Vilas Boas e Pedro Vinagreiro, da Workbook, gabinete de arquitetura responsável pela realização do projeto da futura Escola-Hotel do Instituto Politécnico da Cávado e do Ave, destacam os cuidados na reabilitação do edifício da Quinta do Costeado já existente, que funcionará como Escola-Hotel, e a construção de um edifício novo, que será utilizado como escola de hotelaria. O projeto de arquitetura teve um custo de 298 mil euros. A Escola-Hotel do IPCA poderá receber até 1500 alunos. • Eliseu Sampaio Segundo Domingos Bragança, se tudo correr sem percalços, espera-se que o lançamento a concurso da obra possa avançar nestes primeiros meses de 2021 e a sua execução começar até ao final do ano. “Ainda não sabemos o valor final do custo da obra, seguramente superior a 5 milhões de euros, pois faltam ainda os projetos de especialidade. Nem sabemos o prazo de conclusão. Sabemos sim que o que fazemos pode demorar tempo, mas será feito com qualidade”, disse o Presidente da Câmara Municipal. No início da Reunião de Câmara desta segunda-feira, 11 de janeiro, e a convite do executivo municipal, Filipe Vilas Boas e Pedro Vinagreiro, fizeram uma apresentação síntese de como acontecerá a reabilitação da Quinta do Costeado, na Cruz de Pedra, um espaço que se pretende seja um elo de ligação entre a cidade e a área onde está instalado o Multiusos de Guimarães e a Cidade Desportiva. A apresentação contou também com a presença de Maria José Fernandes e Agostinho Silva, respetivamente presidente e vice-presidente do IPCA. Para Filipe Vilas Boas, o projeto foi elaborado seguindo os “princípios de sustentabilidade ambiental na construção dos novos espaços e preocupações de teor patrimonial na recuperação das pré-existências. Trata-se de um projeto de arquitetura focado na reabilitação, refuncionalização e

ampliação da Quinta do Costeado com base na “simplicidade, conforto, contemporaneidade e sustentabilidade”, disse o arquiteto vimaranense. A Casa Senhorial existente será recuperada para funcionar como Escola-Hotel, com um conjunto de quartos reduzido que albergará hóspedes e que terá como único objetivo a colocação em prática dos conhecimentos adquiridos durante os cursos que serão ministrados pelo Instituto Politécnico do Cávado e do Ave naquele espaço. Na zona das antigas adega e cavalariça, será instalado uma cozinha com o mesmo intuito. O novo espaço a ser construído, e que terá como função a vertente pedagógica, terá 5 pisos (sendo um deles subterrâneo). Aí ficarão instaladas valências como salas de aula, salas de professores, laboratórios, cozinha, cafetaria, cantina, auditório, serviços administrativos, entre outras. Serão utilizados materiais de baixo custo de manutenção, como a madeira lamelada e o acabamento cerâmico das partes exteriores. O edifício terá ainda uma esplanada voltada a poente e, no último piso, uma cobertura que se pretende como espaço verde. Haverá ainda um conjunto de pátios que se projetam numa estrutura de vidro aberta, para aproveitamento da luz natural. A possibilidade de ligação à ciclovia e a percursos pedonais está equacionada

também no projeto, bem como a utilização de uma área ao ar livre para a realização de eventos, coabitando e integrando-se nas zonas verdes pré-existentes. Na sua intervenção, Domingos Bragança, Presidente da Câmara, lembrou e expressou um agradecimento a João Carvalho, anterior presidente do IPCA, pelo facto de ter “acreditado e lutado pelo projeto”, bem como ao Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, por ter apoiado a instalação da Escola-Hotel em Guimarães. “Este investimento, que será elevado, dará corpo a um projeto estratégico para Guimarães e para a região, e será uma enorme mais-valia para a rede de restaurantes e hotéis da região Norte do país”, frisou. André Coelho Lima, vereador do PSD, intervindo sobre este assunto, felicitou os arquitetos, considerando o projeto “atraente e bonito”, capaz de oferecer àquela ampla zona da cidade uma utilidade que atualmente não tem. Questionou ainda o executivo sobre a perspetiva orçamental da obra, “o valor da aposta que Guimarães ali fará, versus o número de alunos que poderá receber e que esperamos possam até ficar

a viver em Guimarães após cursarem na Escola Hotel.” Por último, lembrou a existência de um restaurante com estrela Michelin em Guimarães, podendo este facto configurar “um desafio adicional” e uma “aposta estratégica de Guimarães, que nos parece fazer sentido.” Disse André Coelho Lima.

"Teremos uma oferta ao nível das licenciaturas, mestrados, cursos técnico-profissionais e, futuramente, doutoramentos, num projeto educativo que poderá trazer para Guimarães um número próximo dos 1500 alunos.” Maria José Fernandes, Presidente do IPCA

Maria José Fernandes, presidente do IPCA, referiu ser o projeto da Escola-Hotel “uma obra estratégica para a instituição e para Guimarães” e mostrou a sua convicção no sucesso do projeto educativo. “O nosso compromisso é fazer da Escola-Hotel uma escola

de referência a nível internacional. Teremos uma oferta ao nível das licenciaturas, mestrados, cursos técnico-profissionais e, futuramente, doutoramentos, num projeto educativo que poderá trazer para Guimarães um número próximo dos 1500 alunos”, disse. Maria José Fernandes agradeceu o apoio da Câmara Municipal e a colaboração da equipa de projeto de arquitetura no que acredita ser “uma obra estruturante para Guimarães”. Na conferência de imprensa final, aos jornalistas, o Presidente da Câmara foi mais detalhado nas suas declarações, destacando os princípios de sustentabilidade ambiental subjacentes ao projeto de arquitetura, e outros dois eixos importantes da Escola-Hotel. “Este projeto da Escola-Hotel do IPCA é fundamental para a ciência e conhecimento, atuando em áreas como a nutrição, turismo, restauração e hotelaria, mas também para o projeto de reabilitação urbana em curso, pois acrescenta cidade à cidade e dialogará com a sua envolvente, nomeadamente com os fornos da Cruz de Pedra e com o projeto urbanístico da zona”, referiu Domingos Bragança. •


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Câmara garante manutenção do serviço de autocarros na transição de operador Devido ao adiamento do contrato de concessão dos Transportes Urbanos de Guimarães atribuído à empresa Vale do Ave, de 01 de março para 01 de agosto, e podendo esta situação gerar um período de vazio na prestação deste serviço, o vereador do CDS, Monteiro de Castro, eleito pela coligação Juntos por Guimarães, questionou o município sobre a salvaguarda da prestação do serviço. António Monteiro de Castro demonstrou-se apreensivo com a possibilidade de, a partir do dia 2 de março, os vimaranenses ficarem "sem os transportes urbanos". A preocupação é maior quando, segundo o vereador, “estamos a pouco tempo do final da concessão da Arriva e parece ainda não haver um acordo com este operador para estender o prazo”, presumindo que "o Sr. Presidente da Câmara não tem nada acordado". António Monteiro de Castro acrescentou que, nestas operações de

grande dimensão, “o planeamento tem de ser feito com alguma antecedência” alertando ainda para as dúvidas que subsistem sobre o futuro dos trabalhadores dos TUG nesta mudança de operador. Sofia Ferreira, vereadora do município com responsabilidades nos serviços urbanos, garantiu haver um compromisso com a Arriva “até à entrada em vigor da nova concessão” e que o serviço de Autocarros Urbanos de Guimarães não ficará deserto entre março e agosto, adiantando que o processo estará concluído em breve e será levado à próxima reunião do executivo. Quanto ao futuro dos trabalhadores dos TUG, Sofia Ferreira admitiu que é um assunto que “a todos preocupa” acrescentando que o município tudo fará para "encontrar a melhor solução para todas as partes". A Vale do Ave Transportes Lda, venceu o concurso para prestação do serviço público de transportes de Guimarães, tendo apresen-

© Mais Guimarães

Sofia Ferreira, vereadora do município com responsabilidades nos serviços urbanos, garante haver um compromisso com a Arriva “até à entrada em vigor da nova concessão” e que o serviço de Autocarros Urbanos de Guimarães não ficará deserto entre março e agosto.

tado uma proposta no valor de 15 milhões e 105 mil euros, num concurso lançado em 2020, e em

Ricardo Araújo questiona atrasos na candidatura de Couros à UNESCO No período anterior à ordem do dia da reunião do executivo municipal, realizada nesta segunda, dia 11, Ricardo Araújo, vereador do PSD, questionou o executivo sobre o estado do processo de candidatura da zona de Couros a património da UNESCO, e do consequente alargamento da área classificada. A Câmara de Guimarães aguarda ainda por uma decisão da Direção-Geral do Património Cultural, e a classificação daquela área como Monumento Nacional. Fernando Seara de Sá, vereador com a responsabilidade do Urbanismo no município, garante que “A Câmara Municipal fez já o que lhe competia”, tendo enviado toda a documentação para a Direção-Regional de Cultura do Norte [DRCN] e, em 2018, solicitado um pedido de esclarecimentos. Na altura, segundo o vereador, a informação obtida foi a de que “a situação estava em análise.” Seara de Sá lamenta o atraso, acrescentando que, recentemente, foi ainda feito pelo município um novo pedido de esclarecimentos sobre o projeto, esperando que, “brevemente, haja uma decisão quanto à classificação daquela área como Monumento Nacio-

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nal.” Logo que tal aconteça, será apresentada a proposta de classificação à comissão portuguesa da UNESCO, um processo que “já está concluído na autarquia”, acrescenta o vereador. Aos jornalistas, Ricardo Araújo demonstrou preocupação com este atraso no alargamento da área classificada, num processo iniciado em 2013, incitando Domingos Bragança a intervir. Para o social-democrata, se “do ponto de vista técnico está tudo feito pela autarquia, e se as institui-

ções nacionais com competência nesta área não estão a corresponder, é necessária uma intervenção política do Sr. Presidente da Câmara junto do poder central. É importante que isto continue como prioridade política da autarquia.” Remata o vereador. Em 2013, a Câmara Municipal de Guimarães aprovou a candidatura da zona de Couros a Património Mundial da Humanidade de forma a alargar a área classificada pela UNESCO em 2001, que abarca o Centro Histórico da cidade. •

que participaram cinco empresas. O preço base era de 30 milhões e a Arriva, atual prestadora do

serviço, não chegou a apresentar a declaração de submissão da sua proposta. •

Executivo aprova geminação de Guimarães com a cidade de Turkistan O executivo vimaranense aprovou, por unanimidade, esta segunda-feira, em reunião de câmara, a geminação de Guimarães com Turkistan, cidade histórica do Cazaquistão. O objetivo da geminação é, segundo a proposta apresentada, “a criação e fortalecimento de relações comerciais e culturais entre as cidades”. Apesar de anunciar um voto favorável dos vereadores da coligação Juntos por Guimarães, pelo facto de a proposta não conter “qualquer ponto negativo e até poder trazer benefícios”, Ricardo Araújo questionou o critério utilizado nesta geminação, considerando poder ser uma demonstração da “ausência de uma política de relações internacionais no concelho. É importante percebermos o relacionamento existente com as cidades com as quais Guimarães tem geminação.” Acrescenta o vereador. Para Ricardo Araújo, “É difícil perceber critérios comuns do ponto de vista global, o que nos leva a concluir que Guimarães não tem uma política de relações internacionais estrategicamente definida e coerentemente assu-

mida. O vereador afirma que Guimarães “devia ser proactivo” no estabelecimento destes protocolos, e “não só reagir às propostas que chegam.” Guimarães, por si própria, “devia estabelecer um conjunto de cidades com quem gostaria de estabelecer protocolos de colaboração, nomeadamente nas regiões que, ao longo da história, têm relacionamento connosco”. Para Ricardo Costa, vereador responsável pelo Desenvolvimento Económico do Município, esta geminação com a cidade do Turkistan “faz todo o sentido”. Um “bom sinal” é, segundo o vereador, “a parceria que Universidades do Cazaquistão fizeram recentemente com a Universidade do Minho. O conhecimento é fundamental para o crescimento de uma sociedade e de uma economia robusta.” Diz o vereador. “A abertura do centro de negócios, ou se quisermos, a abertura de um espaço de diplomacia económica em Guimarães, com o cônsul do Cazaquistão para a zona norte a ficar sediado em Guimarães, é outro dos pontos que justifica esta geminação.” Acrescenta Ricardo Costa. •


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PSD insiste na construção da “Via do Ave” “foram decisivos os vários quadros comunitários de apoio que permitiram realizar um conjunto de investimentos nas infraestruturas escolares, no alargamento da rede de água e de saneamento, a requalificação do espaço público bem como a construção de equipamentos desportivos e culturais por todo o concelho”. O comunicado do PSD chama a atenção para, em contraciclo, o município da Póvoa de Lanhoso ter visto a sua população residente crescer, em 2019. “Sem embargo a autarquia e os empresários identificaram uma lacuna impeditiva de um desenvolvimento mais acelerado – a inexistência de um eixo rodoviário que ligasse mais facilmente as empresas ao conhecimento (Pólo do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, no Avepark e Universidade do Minho, em Guimarães), à autoestrada para mais rápido escoamento dos seus produtos e a ligação aos parques industriais existentes no concelho, nomeadamente os que se já se situam na ligação do concelho de Póvoa de Lanhoso ao Avepark”, explicam

© João Bastos

Covid-19: Guimarães com média de 163 novos casos diários desde 7 de janeiro

Segundo dados fornecidos pela Unidade de Saúde Pública do ACES do Alto Ave e pela DGS / SPMS, com referência a esta segunda-feira, 11 de janeiro, foram registadas 15.538 infeções por SARS-CoV-2 em Guimarães, desde o início da pandemia. Desde a última atualização, a 7 de janeiro, o número de infeções aumentou 653. Este número corresponde a uma média diária de 163 casos novos.

Em Guimarães há, neste momento, 1.564 casos positivos ativos, mais 198 desde os últimos dados revelados. Em isolamento estão 1.705 pessoas, o que representa uma subida de 754. Quanto ao número de curados, passou de 12.354 para 12.723. Houve mais sete mortes associadas à covid-19 desde a última atualização, o que faz com que o total suba para 178. •

os social-democratas. O PSD afirma que este é um projeto “supramunicipal e estruturante para os referidos territórios, sendo que os municípios

não o podem fazer sem o apoio claro de fundos nacionais ou europeus, em sede do debate do Orçamento do Estado para 2021”. O comunicado do PSD faz saber

que o ministro da infraestruturas ainda não deu resposta à pergunta dos deputados dos partido, eleitos pelo círculo de Braga. •

DGS esclarece sobre arejamento nas escolas Na sequência das notícias que tem vindo a público e das imagens que têm circulado de alunos abrigados com mantas dentro das salas de aulas, em que as portas e janelas se mantêm abertas para garantir o arejamento, a Direção-Geral da Saúde (DGS), a Direção-Geral da Educação (DGE) e a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEStE) enviaram um esclarecimento às escolas sobre a ventilação e o arejamento dos espaços. O comunicado começa por relembrar as orientações para o ano letivo 2020/21 publicadas em julho pela DGS, pela DGE e pela DGEStE: “sempre que possível, e que tal não comprometa a segurança das crianças e dos alunos, devem manter-se as janelas e/ou portas abertas, de modo a permitir uma melhor circulação do ar”. Face à presente situação meteorológica, lê-se na nota enviada às escolas, “quando não existam nas salas de aula ou outros espaços utilizados para lecionação equipamentos de ventilação mecânica, o arejamento pode ser realizado de forma natural durante os intervalos, garantindo a ventilação e renovação do ar interior”. A nota relembra ainda que é permitida a utilização de ventilação mecânica de ar (sistema AVAC – Aquecimento, Ventilação e Ar

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O deputados sociais-democratas dirigiram uma pergunta ao ministro das Infraestruturas e Habitação, na quinta-feira, dia 7: “Podem os autarcas daqueles territórios contar com o compromisso do Governo no sentido de através do recurso às verbas comunitárias, que irão ficar à disposição de Portugal, e/ou através do Programa de Recuperação e Resiliência que o eixo rodoviário Guimarães – Póvoa de Lanhoso – Vieira do Minho supra identificada, será concretizado?” Para os deputados do PSD esta via permitira que “a região mais a Norte do distrito de Braga e as suas empresas, bem como a rica oferta turística, nomeadamente o Gerês ficassem, também, mais perto do acesso à autoestrada”. Para os sociais-democratas este “projeto visa potenciar os municípios de Guimarães, Vieira do Minho e da Póvoa de Lanhoso”. O PSD lembra que o concelho de Póvoa de Lanhoso sofreu transformações muito importantes, nos últimos anos. Para a concretização desta evolução positiva, sublinha PSD em comunicado,

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Os deputados do PSD eleitos por Braga querem que o Governo concretize a ligação rodoviária da denominada “Via do Ave”, que iria ligar Guimarães a Vieira do Minho, passando pela Póvoa de Lanhoso, a partir do Avepark.

Condicionado), por forma a garantir o conforto térmico, apesar de o arejamento (renovação do ar) dos espaços dever ser feito preferencialmente com ventilação natural. Estes sistemas devem ser utilizados em segurança, garantindo a limpeza e manutenção adequada, de acordo com as recomendações do fabricante, e a renovação do ar dos espaços fechados, por arejamento frequente e/ou pelos próprios sistemas de ventilação mecânica, informa a nota enviada

às escolas. Numa ronda feita na sexta-feira, dia 8, pelas escolas de Guimarães não se encontrou uniformidade de critérios na interpretação das normas. Há escolas com portas e janelas abertas e aquecimento desligado, com portas e janelas abertas e aquecimento ligado, com portas e janelas fechadas, mas aquecimento desligado e escolas em que umas turmas fazem de uma maneira outras fazem de outra. •


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Vacinação contra a covid-19 arrancou nas instituições O plano de vacinação contra a Covid-19 iniciou nesta terça-feira, dia 12 de janeiro, em instituições de Guimarães, como Lares de Idosos, Estruturas Residenciais ou Unidades de Cuidados Continuados. Nos próximos dois dias está prevista a vacinação a utentes e funcionários de 23 instituições, num processo articulado entre a ARS Norte e o ACEs do Alto Ave segundo comunicado emitido pela Câmara, após a reunião extraordinária da Comissão Municipal da Proteção Civil, realizada na segunda-feira, dia 11. Domingos Bragança deixou um alerta para a sinalização de pessoas idosas a viverem sós, em situação precária ou sem retaguarda familiar no sentido de puderem ser integradas na fase inicial do plano de vacinação. “A colaboração dos presidentes das juntas de freguesia é essencial no sentido de sinalizar as pessoas que necessitam de apoio, especialmente alimentação e têxteis de agasalho, contando com a nossa Rede Social em articulação com as diferentes Comissões Sociais Inter-Freguesias, para darmos uma resposta célere e em complemento com as Equipas Multidisciplinares”, apontou o

Presidente da Câmara Municipal de Guimarães. A reunião serviu para fazer uma análise à situação municipal da Covid-19, perante a nova situação de confinamento que se perspetiva dado o aumento de casos de infeção. Em Guimarães, entre os dias 23 de dezembro e 5 de janeiro, registou-se uma incidência de 863 novos casos por 100 mil habitantes. Este registo aponta para 62 novos casos a cada dia. As Equipas Multidisciplinares (Suporte Comunitário e Escolar) que estão a dar o apoio direto no terreno à população, o Centro de Acolhimento para pessoas sem-abrigo e a Estrutura Municipal de Retaguarda instalada no Seminário do Verbo Divino, que acolheu até à data um total de 140 utentes no apoio ao Hospital de Guimarães e a munícipes sem retaguarda familiar. A Câmara Municipal de Guimarães integra ainda o projeto “Vamos Salvar Portugal”, no sentido de ajudar a autoridade de saúde pública

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a identificar e interromper de forma mais célere as cadeias de contágio. “Temos de continuar em alerta máximo para tentar inverter esta situação de aumento de contágios, mantendo as regras

básicas de proteção como o uso da máscara, distanciamento social e lavagem frequente das mãos, e evitar qualquer tipo de relaxamento com a chegada da vacina”, salientou o Presidente da Câmara Municipal de Guimarães.

Domingos Bragança admitiu ainda alguma apreensão com o número de casos de infeção na comunidade educativa, aguardando pelas medidas que serão anunciadas esta semana pelo Governo. •

Em Creixomil e Ronfe Rua da Índia nº 462, 4835-061 Guimarães (No edifício verde junto à Rodovia de Covas) | Alameda Professor Abel Salazar nº 29, 4805-375 Ronfe De segunda a sábado, das 08h00 às 20h00


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PSD aponta “propostas do Orçamento Participativo paradas” © Direitos Reservados

PSD Guimarães avalia com preocupação a execução dos projetos dos Orçamentos Participativos de 2017 e 2018. Os sociais-democratas enviaram hoje uma nota às redações em que apontam propostas em Ronfe, São Torcato, Brito, Silvares e Gonça, que ainda não avançaram.

Ministro do Mar visitou a Soguima © Direitos Reservados

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O ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, e a secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho, visitaram a empresa Soguima, em Sande Vila Nova, esta sexta-feira. Os responsáveis do governo foram acompanhados pelo Presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança. Soguima é a empresa de Guimarães com mais de 30 anos no mercado de processamento de pescado .Trata-se da primeira empresa de bacalhau demolhado ultracongelado certificada e associa à qualidade da matéria-prima um forte investimento na implementação nas mais recentes técnicas produtivas e na qualificação dos recursos humanos. Atualmente está presente em

mais de 30 mercados internacionais e apresenta um volume de negócios de 30 milhões de euros. O administrador da empresa, António Guimarães, destacou a evolução da Soguima assente na “qualidade e segurança” dos produtos, aliando a atenção com sustentabilidade, inovação e desenvolvimento, assim como a responsabilidade social. O ministro do Mar destacou “a resiliência” do setor da pesca neste período de pandemia e garantiu que a atividade continuará a ser apoiada, nomeadamente com compensações financeiras, perante as dificuldades que possam surgir, realçando que em Portugal “um dos principais produtos de exportação é o peixe”. •

Exportações têxteis a cair

“Sendo certo que o objetivo desta iniciativa é incentivar os cidadãos e as organizações da sociedade civil a participarem de uma forma mais ativa, informada e responsável nos processos de governação local, também é óbvio que tal propósito só pode ser alcançado se os processos forem levados a bom termo”, queixam-se os sociais-democratas. O PSD afirma que se as proposta se perdem nas secretárias, corredores e gavetas da Câmara Municipal, independentemente da razão ser política, técnica ou burocrática, “as legitimas expectativas dos cidadãos, que de boa fé submeteram as suas propostas, são frustradas”. Os sociais-democratas alertam para a perda de confiança dos munícipes em quem os governa e na instituição Câmara.

“Há um tempo útil para dar resposta aos legítimos anseios dos cidadãos”, Bruno Fernandes Bruno Fernandes, presidente do PSD Guimarães, afirma que “há um tempo útil para dar resposta

aos legítimos anseios dos cidadãos. Para que o OP seja um instrumento credível de aproximação dos cidadãos dos processos de decisão é fundamental que as propostas tenham execução num tempo razoável em função da sua complexidade”. O PSD afirma a sua concordância com a suspensão do OP de 2019 e do OP Escolas de 2020, decidida pela Câmara Municipal, em função da emergência sanitária, pelas limitações à participação física dos cidadãos e pela necessidade de concentrar esforços em outras áreas. Contudo, dizem os sociais-democratas vimaranenses, “nada justifica, todavia, a falta de cumprimento de propostas que, há data da declaração da pandemia, já tinham dois anos”. O comunicado do PSD aponta como exemplos de incumprimento de propostas aprovadas: O projeto NATURUNFE, do OP DE 2017, que preconizava a dinamização dos espaços verdes da vila de Ronfe, “no sentido de valorizar os percursos pedonais existentes”, para facilitar a prática de atividade física nesses locais. A proposta “Desporto para Todos”, para a construção de um

parque desportivo para a prática de modalidades coletivas (ringue), no Parque da Corredoura, em São Torcato, vencedora do OP de 2018. “O próprio Parque de Lazer da Corredoura, uma proposta vencedora do OP de 2014, só foi inaugurado em junho de 2020, seis anos depois”, apontam os sociais-democratas. A reparação dos pontilhões em Brito e Silvares, vencedora do OP de 2018, para ligar as duas margens do rio Ave, “de forma a que as pessoas possam caminhar e atravessar as freguesias de forma segura”. O documento apontava, também, para “criar praias fluviais” e um “parque de merendas debaixo da ponte da autoestrada em Brito”. Segundo o PSD, “chegados a 2021, nenhuma destas obras está executada ou sequer em andamento”. “Em Gonça, a nascente do rio Selho, os seus tanques e lavadouros, continuam à espera que se consume a proposta aprovada no OP de 2018, para a sua requalificação”, lembra o PSD. O comunicado do PSD Guimarães termina afirmando que “esta forma de a Câmara se relacionar com os Munícipes tem de mudar”. •

Segundo os dados do INE, no mês de novembro de 2020, as exportações de têxteis e vestuário sofreram uma quebra de cerca de 7% face a novembro de 2019, tendo as exportações de vestuário sido as mais prejudicadas com uma quebra de 14%. As exportações de matérias primas caíram 1,4%. As exportações de têxteis confecionados e têxtil lar, onde estão incluidas as máscaras, assinalaram uma subida de cerca de 14%. Os artefactos têxteis confecionados, incluídos os moldes para vestuário (categoria onde se incluem as máscaras têxteis) com um crescimento de 207% (acréscimo de 7,4 milhões de euros) e as roupas de cama, mesa, toucador ou cozinha, com um crescimento de 7% (acréscimo de 3,5 milhões de euros).

As exportações de pastas, feltros e artigos de cordoaria aumentaram 12% (acréscimo de 2 milhões de euros) e as de tecidos impregnados, revestidos, recobertos ou estratificados cresceram 13% (mais 3 milhões de euros). As exportações para o Reino Unido, em novembro, aumentaram 10% (mais 3,4 milhões de euros), para os EUA subiram 10,5% (mais 3 milhões de euros) e para a República Checa cresceram 43% (acréscimo de 1,6 milhões de euros). Estes foram os destinos que assinalaram melhores desempenhos, em termos de crescimento absoluto das exportações no mês de novembro. Inversamente, Espanha continua a liderar a tabela dos destinos que mais caiem (-23%; menos 30 milhões de euros), seguida de Itália e França. •


SOCIEDADE

O JORNAL N276 QUARTA-FEIRA 13 JANEIRO 2020

Ecovia do Ave terá 29 quilómetros de extensão

Retrato de Perfil Ana Luísa Bastos por Rui Dias

Nasceu entre Guimarães e Famalicão, em Vermoim. O pai era enfermeiro, “num tempo em que o enfermeiro era um o último recurso para tudo”. Lembra-se de o pai estar sempre a ser chamado para acudir alguém, “a qualquer hora, inclusivamente a meio da noite.” Se essa exigência a podia ter afastado da profissão, não foi isso que aconteceu. O pai foi a sua grande referência, deve-se à sua influência a escolha profissional que fez. “Nunca quis ser outra coisa, desde que me lembro, sempre disse que queria ser enfermeira”, recorda. O pai morreu há pouco mais de dois anos, com 84, por estes dias, ainda é uma recordação dolorosa. Se não tivesse sido enfermeira, talvez tivesse sido arquitecta, ou designer de moda, algo que ligasse a criatividade e a criação. O jeito esteve lá sempre, mas foi um professor de Desenho, no Externato Delfim Ferreira, em Riba D’Ave, que lho estimulou. “Foi um professor que me marcou, não me limitava”. A criatividade revelava-se quando, com 15 ou 16 anos, comprava uma peça de tecido, fazia o corte e costurava ela própria uma saia nova para sair. “Não o fazia por necessidade, nunca me faltou nada, era por gosto”. Saia nova, pronta para sair. Os pais sempre lhe deram muita liberdade que foi usando com responsabilidade. Tinha notas razoáveis. “Fui sempre cumprindo os objetivos e tive uma infância e juventude muito feliz”. Recorda a altura em que convenceu a mãe a comprar-lhe uma mota (o pai nunca foi verdadeiramente convencido), como um ganho de liberdade enorme. Uma das coisas que mais gosta – que perdeu com a pandemia – é de viajar. “Viajamos duas vezes por ano, uma em família e outras com amigos”. A família mais próxima é constituída pelo marido, um engenheiro agrónomo de formação, gestor de profissão, com quem casou há 23 anos e os dois filhos, de 19 e 21 anos. Os rapazes puxaram ao pai, são estudantes de Enge-

nharia Industrial. Reforça incansavelmente que há uma diferença entre ser licenciado em Enfermagem e ser enfermeiro. Conjuga o verbo “cuidar” em várias formas para dizer o que é, no seu entender, ser enfermeiro. “É uma profissão muito exigente. O enfermeiro está presente do nascimento até à morte. Além do conhecimento técnico exige um lado humano”. O lado técnico foi obtê-lo, primeiro na Escola Superior de Enfermagem Calouste Gulbenkian, em Braga. O primeiro emprego, muito jovem, com 22 ou 23 anos, foi no IPO do Porto. Nunca gostou de morar no Porto, mas o que a fez sair foi uma noite particularmente negra, em que morreram três doentes no seu serviço. No Hospital de Guimarães, começou pela Neonatologia. Um arranque provisório, a substituir uma colega que estava de licença. Apaixonou-se e ficou 14 anos. Acabou por tirar a especialidade de Pediatria. “Uma noite tivemos cinco partos de gémeos”. Fez um estudo sobre as famílias, de Guimarães, com gémeos. O estudo deu origem à Associação Berço de Gémeos, que ajuda estas famílias. Depois de entrar no concurso para enfermeira chefe foi parar a um serviço de adultos, mas admite que não era aquilo que gostava. Só se sentiu feliz quando voltou aos mais pequenos. Esteve na instalação do primeiro hospital do Grupo Trofa Saúde, “um momento marcante de ver nascer um hospital desde o logotipo, passando pelos lençóis até ao edifício”. Nunca parou de estudar, quando o Hospital de Guimarães foi certificado, fez parte do Gabinete de Qualidade e fez uma pós-graduação em Auditoria e Qualidade em Saúde. É mestre em Direção dos Serviços de Saúde de Enfermagem. Em 2018, foi convidada para ocupar o cargo de Enfermeira Diretora. “Já era um desafio enorme, porque a enfermagem é transversal a todos os serviços do Hospital, nem eu imaginava que teria que enfrentar uma pandemia”. •

O percurso da ecovia do Ave, que terá 29 quilómetros de extensão, surge “para aproximar o homem da natureza e, por sua vez, protegê-la”, revela Sara Terroso, arquiteta paisagística do Laboratório da Paisagem. A valorização do património natural, cultural e histórico, a preservação da integração paisagística de toda a extensão da galeria ripícola e a limitação da intervenção humana são três dos principais objetivos deste projeto. A Ecovia do Ave foi projetada com quatro níveis de intervenção. Num primeiro nível estão os trabalhos mais simples e económicos como as limpezas e, no quarto nível de intervenção as atividades mais complexas e mais dispendiosas, como exemplo a intervenção em áreas industriais. O início do percurso pedestre ainda não está completamente definido, contudo, e de acordo com os 29 quilómetros apresentados, a Ecovia do Ave iniciará em Serzedelo e Ronfe, e terminará na outra extremidade do concelho, na União de Freguesias de Arosa e Castelões. Ao todo, 14 Freguesias vimaranenses integrarão este projeto. Para Carlos Ribeiro, diretor executivo do Laboratório da Paisagem este “é um projeto estruturante para Guimarães que poderá ser ainda alargado". Já Frederico Meireles, da UTAD, realçou que a

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Esta terça-feira, 12 de janeiro, foi apresentado o troço da Ecovia do Ave, um projeto elaborado pelo Laboratório da Paisagem e a UTAD (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro), em coordenação com a Câmara Municipal de Guimarães e as juntas de freguesia.

Nome Ana Luísa Portela Gonçalves Bastos Data de Nascimento 20 de agosto de 1968 Natural de Vermoim Profissão Enfermeira Diretora do HSOG

Ecovia do Ave vai permitir "ver o Município de Guimarães de forma diferente". "Estamos habituados a ver uma cidade urbana e, a partir de agora, vamos ter um grande parque linear, que se vai unir a uma rede pedonal e ciclável.” Este projeto pretende aproveitar as “mais valias que cada passagem do percurso dá a quem por lá passar,” com as possíveis ligações a rotas já existentes (como a Rota

da Penha, a pequena Rota de Briteiros e a de São Torcato), ou a criação de ligações a novos locais de interesse público. Domingos Bragança, presidente do Câmara, concluiu a sua intervenção dizendo que “é dever de todos os cidadãos defender o planeta, e viver em harmonia com a natureza. E, por isso, todos devem respeitar a biodiversidade e os seus habitats.” •

Projeto de arquitetura da EB2,3 de São Torcato está concluído O projeto de reabilitação e requalificação da EB2,3 de São Torcato está concluído, depois de várias reuniões entre a Câmara Municipal de Guimarães, a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEST) e a direção da própria Escola. Domingos Bragança pretende que “o início desta obra aconteça o quanto antes, depois de ultrapassadas questões processuais como a aprovação do projeto e o lançamento do concurso para a obra”. A apresentação do projeto de arquitetura decorreu na passada quarta-feira, numa sessão com os representantes do corpo docente, da direção da escola, da associação de pais e autarcas das juntas de freguesia da área abrangente da escola, assim como do Presidente da Câmara Municipal, Domingos Bragança,

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da Vereadora da Educação, Adelina Pinto e do arquiteto responsável pelo projeto, Filipe Vilas Boas. O projeto apresentado visa a reabilitação, reorganização funcional e ampliação da escola EB2,3 São Torcato, de modo a

proporcionar melhores condições de utilização ao nível de conforto, segurança, tornando o edifício mais sustentável, através das energias renováveis, reduzindo os seus gastos e consumos quer ao nível de utilização quer ao nível de manutenção. •


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CONCELHO

N276 QUARTA-FEIRA 13 JANEIRO 2021

Segundo o PSD “falta investimento nas freguesias” O PSD Guimarães afirma, em comunicado, que “a maioria dos compromissos assumidos pela autarquia, nos últimos dois mandatos, não passaram além das intenções”. Os sociais-democratas enumeram, como projetos por concretizar: a igreja Românica, os projetos de requalificação centro cívico e o projeto vencedor do Orçamento Participativo, referente ao Caminho Real. “Esta é uma prática habitual. Anunciam-se projetos, mostram-se maquetes, criam-se expectativas, muitas vezes coincidentes com momentos eleitorais, mas as obras vão sen-

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O presidente do PSD Guimarães, Bruno Fernandes, visitou, na manhã de domingo, dia 10, a freguesia de Serzedelo. O presidente do PSD Guimarães lamentou a falta de obra feita relativamente a compromissos assumidos pela autarquia. do eternamente adiadas. A Vila de Serzedelo é um bom exemplo desta forma de governar. É lamentável que projetos com mais de cinco anos continuem na gaveta. Quando a autarquia assume um investimento não pode demorar anos a concretizá-lo”, afirma o líder dos sociais-democratas vimaranenses. O PSD acuda os socialistas de voltarem a apresentar os mesmos projetos, repetidamente, em ano de eleições. “Esta forma de agir mina a confiança dos cidadãos em quem os governa e nas próprias instituições democráticas”, conclui Bruno Fernandes. •

Máscara feita nas Taipas premiada

Caldelas quer ser Eco-Freguesia em 2021

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Homem morre a jogar futebol

O prémio Escolha do Consumidor 21, na categoria “Máscaras Reutilizáveis”, foi atribuído à macrarascertificadas.pt, uma empresa das Taipas. O prémio Escolha do Consumidor destina-se a avaliar o nível de satisfação e aceitabilidade de produtos e serviços pelos seus atributos individuais. Os produtos são sempre avaliados por consumidores com experiência corrente de consumo e aquisição dos produtos ou serviços em avaliação. Além do produtos da

marca também são avaliados os artigos similares da concorrência, através de uma metodologia isenta, garante a página de internet do prémio. Estiveram em avaliação cinco marcas de máscara, num escrutínio que envolveu 1625 consumidores. A macrarascertificadas.pt saiu vencedora desta avaliação recolhendo 90% de satisfação de consumo e 88% quanto ao grau de recomendação, resultando numa nota global de 89,60%. •

Junta de Freguesia das Taipas vai recandidatar-se ao reconhecimento Bandeira Verde XXI. Depois de ter recebido o galardão da Bandeira Verde, com a melhor classificação das freguesias do país, Caldelas volta a candidatar-se. “Sermos Eco-Freguesia é respeitarmos os princípios de desenvolvimento sustentável e de inclusão e justiça social, é sermos

economicamente prósperos e socialmente dinâmicos, numa lógica de responsabilidade partilhada e assente nas metas e objetivos específicos da Agenda 2030”, pode ler-se no Facebook da Junta de Freguesia. A Freguesia procura assim revalidar o glardão e juntar-se às cinco eco-escolas do território. Esta é a 3.ª edição do concurso Eco-Freguesias XXI. •

Um homem de 64 anos morreu este domingo, dia 10, quando disputava uma partida futebol com amigos, no pavilhão do Centro Social de Vila Nova de Sande. A vítima, de 64 anos, residia em Urgezes. O motivo da morte terá sido paragem cardiorespiratória. Ao local acorreram os Bombeiros Voluntários das Taipas foram, que receberam o alerta por volta das 12h00, enviando para o local uma ambulância e dois operacionais. Perante a impossibilidade de reanimar a vítmima, o óbito foi declarado no local. O corpo foi transportado para a morgue do Hospital da Senhora da Oliveira. •


ZONA NORTE

O JORNAL N276 QUARTA-FEIRA 13 JANEIRO 2021 Braga

Governo reforça Laboratório de Nanotecnologia

Barcelos

Carta Erasmus do IPCA recebe pontuação máxima

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Portugal e o mundo

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Quarta-feira Tensão em Washington, EUA Milhares de pessoas reuniram-se junto ao Capitólio e invadiram o edíficio. •

Quinta-feira

Joe Biden oficialmente presidente dos EUA Congresso norte-americano confirmou Joe Biden e Kamala Harris como vencedores. •

O ministro da Ciência, Manuel Heitor, sublinhou na passada quinta-feira, 7 de janeiro, o reforço do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), sediado em Braga, com “duas grandes cientistas portuguesas”, para garantir que aquela instituição “está ao melhor nível do que se faz na Europa”. Na apresentação de Elvira Fortunato e Madalena Alves como as novas representantes do Estado português no Conselho do INL, Manuel Heitor afirmou ainda que a estratégia científica portuguesa “sempre foi competir com os melhores”. Elvira Fortunato e Madalena Alves são professoras catedráticas da Faculdade da Universidade

Nova e do Minho, respetivamente. “Decidimos reforçar o Conselho do INL com duas grandes cientistas portuguesas, para poder garantir que nos próximos anos o INL está ao melhor nível do que se faz na Europa, para poder competir com as grandes instituições europeias”, referiu. Para o ministro da Ciência, o objetivo é ainda reforçar o papel do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia nas relações Portugal-Espanha e o papel da Ibéria na Europa. “A estratégia científica portuguesa sempre foi competir com os melhores, o INL tem de competir com os melhores em toda a Europa”, enfatizou. •

A candidatura do Instituto Politécnico do Cávado e do ALve (IPCA) à Carta Erasmus para o Ensino Superior (ECHE) para o período 2021-2027, submetida em maio de 2020, foi aprovada pela Comissão Europeia com a pontuação máxima (100/100). A ECHE é um requisito prévio para todas as instituições de ensino superior, que pretendam participar na componente de mobilidade individual para fins de aprendizagem e/ou na cooperação para a inovação e boas práticas no âmbito do Programa Erasmus+. A aprovação da Carta Erasmus e a implementação e desenvolvimento do novo Programa ERASMUS+ representará um esforço acrescido na consolidação da internacionalização do IPCA, com impacto a médio-longo prazo. Neste contexto, importa destacar algumas ações: o aumento e diversificação dos enquadramen-

Famalicão

Felgueiras

Município cancela festividades carnavalesca de 2021

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A habitual noite de Carnaval de Famalicão que atrai, todos os anos, milhares de foliões até à cidade não vai realizar-se em 2021. A Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão não irá promover o evento, que é uma das marcas mais fortes do município, dada a situação epidemiológica que se vive no país. A autarquia decidiu ainda cancelar o tradicional desfile de Car-

naval infantil assim como a festa do Carnaval Sénior. Segundo o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, “tendo em conta o atual contexto da pandemia, não é possível ao município assegurar o cumprimento das regras de prevenção da covid-19 estabelecidas pela Direção-Geral da Saúde, nomeadamente no que diz respeito ao distanciamento social e à interdição de ajuntamentos”. •

tos de mobilidade internacional (de estudantes, docentes, investigadores e funcionários) e de “Internacionalização em Casa”; o desenvolvimento e reforma curricular, proporcionando uma maior flexibilização e internacionalização do percurso formativo e potenciando a aquisição de competências futuras; a institucionalização de um quadro de Reconhecimento Académico transparente, justo e ágil, em total sintonia com as normas europeias e que incorpore a utilização e emissão de microcredenciais; a definição de uma política linguística explícita; a promoção de cursos avançados de curta duração, graus duplos e conjuntos; o fomento de parcerias e alianças estratégicas; entre outras. Tanto a ECHE como a recente integração do IPCA na Universidade Europeia colocam o IPCA num patamar privilegiado e de maior responsabilização. •

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Igreja de Lagares nomeada para Prémios Construir

A obra foi finalizada em 2019 e a igreja foi construída de raiz, a cerca de 30 metros da igreja mais antiga, que continua a receber as missas durante a semana. programa que o projeto deveria seguir foi dado pela fábrica da igreja e seguido pelo atelier de arquitetura que venceu o concurso, FCC Arquitetura, de Felgueiras. •

Sexta-feira

Casamento entre o mesmo género Faz 11 anos que Portugal aprovou casamento entre o mesmo sexo. •

Sábado

Bailarina negra luta contra o racismo Chloe Lopes Gomes tornou-se o rosto contra o racismo no ballet. •

Domingo

Guterres candidato a um segundo mandato O secretário-geral da ONU anunciou a sua recandidatura a um segundo mandato. •

Segunda-feira

Ligações aéreas entre a Arábia Saudita e o Qatar Os voos comerciais marcam um passo decisivo nas relações diplomáticas. •

Terça-feira

Medidas apertadas no confinamento Depois da reunião com os especialistas Costa revela que medidas irão apertar. •


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OPINIÃO

N276 QUARTA-FEIRA 13 JANEIRO 2021

Opinião de Carlos Guimarães

O REGRESSO À GAIOLA O Natal e a entrada no novo ano são passado. Deu para ver que o relaxamento e a festa culminaram em comportamentos inapropriados nestes tempos

difíceis de pandemia. Os estilhaços dos “fogos de artifício” já nos entram na carne. O sangue já escorre. Sabíamos que iria acontecer. Espanto e estupe-

Opinião de Vania Dias da Silva

É SÓ FAZER AS CONTAS Viver com pouco mais de 600 euros por mês é difícil. Muito difícil. E, por isso, ninguém discute que o salário mínimo nacional é extraordinariamente baixo. E mais: ninguém contesta que viver com ele é viver quase no limiar da pobreza. Razão por que, de resto, todos o querem ver aumentado. O problema reside na medida, na possibilidade e na comparação. Vamos aos números para chegarmos ao dilema com que nos confrontamos.

Segundo dados colhidos na PORDATA e no INE, no início do século, o salário mínimo nacional era de 318,20 euros. Hoje, cifra-se em 665 euros. Mais do que duplicou em 20 anos, portanto, numa variação percentual de 109%. Já a remuneração base média mensal era, no ano 2000, de 612 euros, encontrando-se hoje estacionada nos 1.005 euros. Donde, aqui, a variação percentual foi de 64%. Ou seja, traçando um paralelo entre ambos: em pouco mais de

fação só para alguns. Os sapos engolem-se vivos e a espernear. Que valor têm as afirmações vagas e destituídas que proclamam certezas numa era prenhe de incertezas? Nós não mandamos, quem manda é o vírus, nós permitimos que seja ele a mandar. E o frio que arrepia as estrelas, chegou para piorar a situação. Desenganem-se os aflitos que julgam ver a luz na ponta da agulha, não vai acontecer. A tarefa é gigante, teremos um ano pela frente com poucas diferenças em relação ao ano anterior. Até que o tempo aqueça, poucos poderão respirar aliviados, muito poucos. Temos de entender que o futuro continua a depender de nós e dos nossos comportamentos, mas já sabemos que isso não chega, temos de virar a página da pedagogia e encarar a página da força, o único meio para combater o egoísmo. Contudo há perigos novos à espreita. As mutações acontecem e há dados novos que comprometem os nossos esforços e o empenho da ciência. As novas estirpes do vírus surgem porque nós criamos as condições favoráveis. Cada novo contagio é uma oportunidade para a malandrice do vírus. Quando nos expomos, arriscamos a nossa vida, a vida dos que nos são próximos, e oferecemos novas oportunidades para que o vírus possa mudar. Está a acontecer e preocupa. Com a imensidão de contágios a

nível planetário ocorrem biliões de oportunidades diárias para que o bicho se fortaleça e nos possa tramar ainda mais. Ele não tem sentimentos, nós temos, ele não tem juízo nos temos, ele é egoísta, nós também e não deveríamos, ele está um passo à nossa frente.. Todas as noites esperam manhãs com sol. As manhãs devem nascer nas coisas boas. As coisas más acontecem por si, as boas dependem sobretudo dos nossos movimentos e do amor que colocamos nelas. As luzes vermelhas estão acesas e as sirenes começam a tocar. Indesejáveis, expectáveis, evidentes. Tal como o frio e o inverno que veste sete camadas de roupa a velhinhos cuja reforma se esgota no consumo de um aquecedor. Preocupa ver a multiplicação e a escalada do caos nos hospitais, nada surpreendente. Preocupa saber que a malha já esticou tudo o que tinha para esticar. Preocupa saber que a partir de agora vai romper. Preocupa que estejam tão estupefactos com o número 10.000. Preocupa, mas não podemos virar a cara à luta e temos de acreditar que somos capazes de fazer melhor, não temos alternativa. Há sacos de plástico com corpos frios e nus que se amontoam. Há gente perdida num labirinto com saída escondida. O inferno que nunca se escondeu planta-se à nossa frente e não o queremos

dentro do nosso campo de visão. Cada dia de inação mata às dezenas, só nos resta voltar à gaiola, houvesse lucidez, inteligência e coragem e já lá estaríamos. Não há outro modo de fazer melhor. •

20 anos, o salário mínimo nacional subiu quase 50 vezes mais do que a remuneração base média mensal. Não é preciso ser matemático para analisar a evidência dos dados mas era preciso fazer magia para que eles batessem certo. Infelizmente, acabamos sempre esmagados pela realidade, acordados de um mundo mágico onde gostaríamos de poder viver… mas não vivemos. E a trágica verdade é esta: a medida do aumento do salário mínimo é artificial, porque, como se retira dos dados relativos ao salário médio, a economia não a acompanha. O que, consequentemente, devia fazer ponderar a sua efectiva possibilidade, isto é, o “quantum” suportável pela economia. Sendo certo que as diligências mitigadoras que o Governo anunciou – como os benefícios à TSU – não só comprovam esse empolamento, como, pior, introduzem mais entorses e ilusões que, é dos livros e da história, acabam sempre mal. Mas mais: se é certo que o nível salarial em Portugal compara mal com a Europa “mais avançada”, particularmente no que tange ao salário mínimo, a verdade é que ao nível do salário médio não só a diferença com a Europa não é

muito menor, como a inquietante aproximação de ambos faz perigar ainda mais a nossa já frágil (e incipiente) economia. É evidente que se podia e devia equacionar um aumento relativamente maior do salário mínimo do que do salário médio, mas nunca nesta proporção. A que acresce o nivelamento por baixo que, ao contrário do que muitos propalam, só nos afunda mais, deixando-nos cada vez mais empobrecidos e ainda mais distantes de uma média que estamos muito longe de alcançar. Não há profissões mais importantes do que outras ou com maior ou menor dignidade – todas o são, por igual. Mas há profissões diferentes, com um valor económico diferente e que, por maioria de razão, têm de ter tratamento salarial diferenciado. Pretender apagar essas diferenças não resolve o problema; agrava-o, para todos. Nesta encruzilhada, a arte está no equilíbrio, equilíbrio que, se formos a ver bem, pesa cada vez mais a favor dos salários baixos e em desfavor dos salários médios. Isto porque as pessoas que auferem salários mais pequenos beneficiam de toda a sorte de apoios – subsídios e isenções na educação, na saúde, na justiça ou

no sector social –, ao contrário dos que auferem rendimentos médios, excluídos desta miríade de benefícios. A quem faltará mais depressa o dinheiro no fim do mês? É só fazer as contas. •

O inferno que nunca se escondeu plantase à nossa frente e não o queremos dentro do nosso campo de visão.

Não é preciso ser matemático para analisar a evidência dos dados mas era preciso fazer magia para que eles batessem certo. Infelizmente, acabamos sempre esmagados pela realidade, acordados de um mundo mágico onde gostaríamos de poder viver… mas não vivemos.


CLASSIFICADOS

O JORNAL N276 QUARTA-FEIRA 13 JANEIRO 2021

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No dia 13-jan-2021 (quarta-feira), às 19:00 horas, na Igreja de Pencelo, será celebrada missa de 7.º dia pela sua alma.

No dia 14-jan-2021 (quinta-feira), às 18h30, na Igreja de S. Clemente de Sande, será celebrada missa de 30.º dia pela sua alma.

SÃO TORCATO

CORVITE

Rosa Martins Fernandes

Emília das Neves Fernandes

No dia 15-jan-2021 (sexta-feira), às 19:00 horas, na Basílica de São Torcato, será celebrada missa de 3.º ano pela sua alma.

No dia 16-jan-2021 (sábado), às 8:30 horas, na Igreja de Corvite, será celebrada missa de 7.º dia pela sua alma.

SANDE (SÃO CLEMENTE)

CALDELAS

Rosa Vaz da Mota

Luís Gonçalves da Mota

No dia 16-jan-2021 (sábado), às 10h00, na Igreja de S. Clemente de Sande, será celebrada missa de 7.º dia pela sua alma.

No dia 16-jan-2021 (sábado), às 10:30 horas, na Igreja Matriz de Caldelas, será celebrada missa de 7.º dia pela sua alma.

ATÃES

SOUTO (SANTA MARIA)

José Carlos da Silva Peixoto

No dia 17-jan-2021 (domingo), às 9:55 horas, na Igreja de Santa Maria de Souto, será celebrada missa de 30.º dia pela sua alma.

PÓVOA DE LANHOSO

URGEZES

Manuel José de Oliveira Nunes

No dia 17-jan-2021 (domingo), às 10:30 horas, na Igreja de Oliveira, será celebrada missa de 30.º dia pela sua alma.

No dia 17-jan-2021 (domingo), às 11:00 horas, na Igreja de Urgezes, será celebrada missa de 30.º dia pela sua alma.

SÃO SEBASTIÃO

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Maria dos Anjos Ferreira de Mesquita No dia 17-jan-2021 (domingo), às 12:00 horas, na Igreja de São Sebastião, será celebrada missa de 30.º dia pela sua alma.

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Av. D.João IV - Guimarães Telf: 253 421 390

AMI 15114

Vitória esteve a perder no dérbi concelhio e ainda conseguiu proceder à cambalhota no marcador. Mas o Moreirense deu boa réplica e conseguiu chegar ao empate. Iluminação falhou nos segundos finais. O Vitória empatou no reduto do vizinho Moreirense a dois golos, num dérbi concelhio bem disputado, mas cujo resultado retirou a equipa de João Henriques do quinto lugar. Os vitorianos continuam com um jogo em atraso, enquanto o Moreirense permanece no 10º lugar, mas apenas com três de vantagem para o último classificado. Na estreia de Vasco Seabra no comando técnico do Moreirense, o sucessor de César Peixoto foi o primeiro a festejar, após jogada concluída com sucesso por parte de Pires. O brasileiro ganhou o ressalto a Jorge Fernandes e não vacilou no duelo com Bruno Varela. O Vitória foi célere na resposta e, da cabeça do pequeno Edwards, surgiu o golo do empate. O cruzamento milimétrico saiu dos pés de André André. O descanso não trouxe novidades e o equilíbrio permaneceu, até o capitão André André, com classe dentro da grande área, a proceder à cambalhota no marcador. Mas, à semelhança do primeiro

tempo, os festejos foram curtos e Alex Soares voltou a colocar o jogo empatado. Uma falha de energia nos segundos finais, já no período de compensação e quando os cónegos beneficiavam de um canto, obrigou à interrupção da partida. A retoma foi feita após 19 minutos de espera. Sentimentos distintos No final do encontro, João Henriques não escondeu o desalento. “Quem vem aqui fazer dois golos da forma como fizemos, não pode deixar fugir os três pontos. São dores de crescimento da equipa, que continua a dar bons sinais de qualidade de jogo”, disse. “Faltou pragmatismo no ataque e, também, no momento defensivo. É frustrante, depois de estar à frente no marcador, permitir o golo da igualdade num lance em que damos muito espaço. Já Vasco Seabra era naturalmente um treinador satisfeito. “Acho que o resultado é justo. Fomos fortes na entrada, com qualidade, com personalidade a encontrar os espaços. Fizemos o golo e

Cinco recuperados João Henriques tem mais opções para o jogo com o Farense, agendado para o próximo sábado (18h00). Recuperados de Covid-19, Bruno Duarte, Janvier, Rochinha, Poha e Estupiñan integraram, no início da semana, os trabalhos de grupo, tendo em vista o encontro com os algarvios, no regresso dos jogos ao D.Afonso Henriques. No próximo dia 21, recorde-se, o Vitória receberá o Nacional da Madeira, em jogo em atraso da 12ª jornada. O pontapé de saída será dado às 20h15. Joseph também regressou aos relvados, após recuperar de covid-19, mas o médio ganês ainda recupera de lesão. Em Moreira de Cónegos, recorde-se, João Henriques foi forçado a mexidas. Noah Holm jogou no lugar de Estupiñan e Marcus Edwards jogou na vaga que vinha sendo ocupada por Rochinha. Joseph, Mascarenhas, Sílvio e Maddox, por lesão, continuam fora das opções. •

© VSC

© Liga Portugal

tivemos condições para, em transição, aumentar o resultado. Não falo de oportunidades claras falhadas, mas com um pouco

mais de critério podíamos ter criado essas oportunidades”, começou por dizer. “Defrontámos um adversário difícil, que tem

Duo blindado por 50 milhões de euros

Dupla goleadora destacou-se no triunfo gordo © VSC

Apesar do assédio que vinha surgindo de Inglaterra, a SAD liderada por Miguel Pinto Lisboa foi célere e chegou a acordo com Marcus Edwards para renovaer contrato por mais uma época. O jovem internacional inglês tem agora um vínculo até 2024 e fica blindado com uma cláusula de rescisão de 50 milhões de euros. Entretanto, Rúben Lameiras, médio polivalente português, que pode alinhar na zona mais ofensiva do meio campo, ou nas alas, é o mais recente reforço dos conquistadores e já foi utilizado no dérbi com o Moreirense. O jogador, de 26 anos, chega a Guimarães proveniente do Famalicão e numa operação que não envolve custos para a SAD vitoriana. Rúben Lameiras assinou até 2024 e com uma cláusula de rescisão de 50 milhões de euros. •

construído pontos fora de casa, com poucos golos sofridos. Temos de dar os parabéns aos jogadores”. •

Guedes chegou e rumou a Famalicão O avançado tinha contrato com o Vitória, mas após um empréstimo feliz aos japoneses do Vegalta Sendai, o ponta de lança optou por regressar a Portugal. Assinou pelo Famalicão, último classificado da I Liga. •

Wakaso voltou aos relvados A equipa B do Vitória goleou o Mondinense, por 5-0, em partida de sentido único e cuja supremacia ficou bem expressa nos números finais. Mesmo sem o contributo de Luís Esteves, que mereceu uma promoção à equipa principal, o treinador Bino Maçães contou com a inspiração de João Santos e Diogo Castro. O primeiro bisou no jogo e foi substituído ao intervalo. Diogo Castro brilhou com três golos. •

Após 20 meses de ausência dos relvados, devido a lesão, Wakaso voltou a sorrir. O ganês jogou simbolicamente os últimos segundos finais do dérbi concelhio, mas foi o tempo suficiente para sentir que João Henriques conta com ele para os restantes encontros da Liga. •


FUTEBOL

O JORNAL N276 QUARTA-FEIRA 13 JANEIRO 2021

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Santa Clara volta a ser feliz em Guimarães e elimina o Moreirense Açorianos eliminaram Vitória e Moreirense da Taça de Portugal. Rosic foi expulso. Pasinato reclamou falta no lance do segundo golo do Santa Clara, mas o videoárbitro e o árbitro Rui Costa tiveram uma visão diferente. O Moreirense foi eliminado da Taça de Portugal, após derrota com o Santa Clara, por 2-1, num jogo que apenas ficou decidido nos minutos finais. Depois de ter eliminado o Vitória da competição, no D.Afonso Henriques, os açorianos repetiram o feito no Comendador Joaquim de Almeida Freitas. O jogo foi pautado pelo equilíbrio no primeiro tempo e as ocasiões foram repartidas. Contudo, o equilíbrio apenas foi desfeito através de uma jogada de laboratório, construída pelo corredor direito, e que teve em Ukra o principal protagonista. O extremo foi audaz no remate cruzado, acabando por surpreender Pasinato. O intervalo trouxe um Moreirense diferente e para melhor. Com maior velocidade e determinação, a equipa de Vasco Seabra entrou forte nos segundos 45 minutos e chegou à igualdade por intermédio de Walterson. O brasileiro poderia ter repetido o feito minutos mais tarde, mas, desta vez, sem a direção desejada do remate anterior. Sentindo que a equipa podia resolver o jogo nos 90 minutos, Vasco Seabra promoveu

a estreia de Rafael Martins. O avançado entrou com vontade de resolver, mas a estratégia previamente pensada pelo treinador ruiu nos minutos finais. Rosic foi expulso ao minuto 86 e, segundos imediatos, o Santa Clara chegou ao golo num lance que teve de ser analisado pelo videoárbitro. Shahriyar ganhou no ar a bola ao guarda-redes Pasinato. O brasileiro reclamou falta, mas Rui Costa, após ter visto pessoalmente o lance, validou o golo ao avançado iraniano.

Seabra descontente No final da partida, o treinador Vasco Seabra não escondeu a tristeza pela eliminação da competição. “Penso que o jogo na primeira parte foi equilibrado. Na segunda parte a diferença foi demasiado grande. Fomos avassaladores, jogamos no meio-campo ofensivo e tivemos maior número de oportunidades. Foi um jogo difícil, contra um adversário difícil, mas é um resultado mentiroso. Estou orgulhoso da atitude, da raça e da vontade de vencer dos jogadores. Não querendo falar de arbitragens, penso

Estreia de Rafael Martins O ponta de lança Rafael Martins, que assinou pelo Moreirense até final da época, foi o único reforço à disposição do treinador Vasco Seabra. O brasileiro, que representou o Moreirense na temporada 2015/2016, tendo apontado 20 golos em 31 jogos, 16 deles no campeonato, foi mesmo chamado a jogo, substituindo o compatriota Derik Lacerda aos 72 minutos. Apesar de ter realizado o último jogo oficial em novembro passado, o camisola 99 apresentou-se em campo em excelente forma e com muita vontade de fazer a diferença. Rafael Martins, recorde-se, ainda é o melhor marcador da história do Moreirense no principal escalão. O central Abdoulaye Ba, ex Dínamo de Bucareste e o médio David Simão, cedido pelos gregos do AEK, ainda aguardam pela chegada dos respetivos certificados internacionais. O duo já estará à disposição da equipa

Campeonato de Portugal

Dérbi terminou empatado e Pevidém soma mais um ponto © BSC

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que é falta no segundo golo do Santa Clara”, revelou

Brito e Berço empataram a um golo, num dérbi vimaranense bem disputado, referente à 11ª jornada da série B do Campeonato de Portugal. Com uma melhor entrada em jogo, a equipa de Manuel Machado adiantou-se no marcador por intermédio de Rodrigo António. O brasileiro, a atravessar um bom momento, voltou a festejar, com um belíssimo desvio de cabeça. Ainda na primeira parte, numa jogada de insistência de Alex, o Brito acabaria por chegar à igualdade. Joãozinho, no duelo com Pedro Freitas, não tremeu e não vacilou. Na segunda parte, apesar do equilíbrio registado, as melhores situações de golo pertenceram ao conjunto orientado por Filipe Gonça. Já o Pevidém, a equipa liderada por João Pedro Coelho somou mais um ponto importante, empatando a um golo no reduto do S, Martinho. Os cavaleiros estiveram em vantagem, com um golo de Costinha. •

técnica para a visita ao Nacional da Madeira, da 14ª jornada da Liga, agendada para o próximo domingo (15h00).

Quatro baixas Para o encontro com o Nacional

da Madeira, Vasco Seabra sabe de antemão que não poderá contar com os lesionados Pedro Amador, Pedro Nuno, Sori Mané e André Luís. Abdu Conté tem apresentado limitações físicas, mas é provável que o internacional sub-21 recupere. •

Campeonato de Portugal

Brito revoltado ameaça desistir do campeonato

Revoltados e indignados pelas recentes decisões tomadas pela Federação Portuguesa de Futebol, que autorizou a continuidade das equipas madeirenses na próxima edição do Campeonato de Portugal, mesmo após a desistência anunciada nos últimos dias, os dirigentes do Brito apresentaram um protesto junto da Associação de Futebol de Braga, deixando em aberto a possibilidade de desistirem da competição. O Camacha, recorde-se, era a equipa madeirense inserida na série B, onde participam as equipas vimaranenses, e irá beneficiar do estatuto de não descer de divisão, mesmo sem competir mais na presente temporada. Os dirigentes do Brito revelam ainda total discordância pelo fato de continuarem a descer o mesmo número de equipas e acrescentam que a pandemia provocada pelo covid-19 não afeta somente a Madeira, mas sim como todo o território nacional, recordando que a região do Minho tem um maior número de casos

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em comparação com o Arquipélago. A desistência está em cima da mesa. •


FUTEBOL

N276 QUARTA-FEIRA 13 JANEIRO 2020

Resultados e golos das equipas vimaranenses nas provas distritais

1.ª Divisão

No Pró-Nacional, Serzedelo e Ronfe venceram os dérbis com Ponte e Torcatense, respetivamente. No duelo entre vizinhos, Taipas e Sandinenses empataram a um golo. Na Divisão de Honra, o Gonça aplicou a primeira derrota ao Campelos. O Polvoreira continua sem perder. Pró-Nacional

O duelo de vizinhos terminou empatado. A equipa da casa chegou à vantagem por intermédio de Joel. O Sandinenses reagiu e chegou ao golo do empate por Eduardo. Os taipenses jogaram em inferioridade numérica durante 30 minutos. •

Pró-Nacional

O Desportivo de Ronfe venceu no reduto do Torcatense, por 2-0, em mais uma jornada do Pró-Nacional. Na primeira parte, o conjunto liderado por Adriano Araújo já vencia, com um golo de Deco. Na segunda parte, o jogo ficou sentenciado com remate eficaz de Vasco. •

Pró-Nacional

O Serzedelo, candidato assumido à subida, venceu o dérbi no reduto do Ponte, por 0-2, em jogo disputado no Parque de Jogos Dr. João Afonso de Almeida. Um triunfo alcançado com golos apontados por Ricardo Sousa e André Neto. •

Divisão de Honra

Airão e Selho protagonizaram um excelente dérbi. O Airão esteve duas vezes em vantagem, com golos de Ricardo e Dinis, mas o Selho procedeu à reviravolta com um bis de João Couto e um golo de Rui Nogueira. Dinis bisou e empatou nos segundos finais. •

Divisão de Honra

Amigos de Urgeses e Pevidém B empataram a dois golos e continuam sem ganhar. A equipa da casa chegou à vantagem com golos de Paulo Ferreira e Fábio Lopes. O conjunto forasteiro chegou ao empate com golos de Veloso e Luís Filipe. •

Divisão de Honra

A equipa liderada por Ricardo Macedo venceu no reduto do Celoricense, por 2-0, em mais uma jornada da Divisão de Honra. Um triunfo obtido com golos de César e Gel. O Polvoreira ainda não perdeu na presente temporada. •

Taipas – Sandinenses 1-1

Ponte – Serzedelo 0-2

Urgeses – Pevidém B 2-2

Divisão de Honra

Gonça – Campelos 2-1

1.ª Divisão

Ases – Souto e Gondomar 2-1

1.ª Divisão

Aldão Cano – Delães 3-2

Torcatense – Ronfe 0-2

Airão – Selho 3-3

Celoricense – Polvoreira 0-2

1.ª Divisão

O Gonça recebeu o venceu o Campelos, por 2-1, em jogo que voltou a ter como palco o campo do Travassós, em Fafe. Maurício e Diogo Lopes foram os autores dos golos da equipa da casa. Tiago Ribeiro marcou para o Campelos. •

A equipa liderada por Hugo Silva venceu por 2-1, com um golo de Faneca e um autogolo. Miguel Lopes marcou para o Souto e Gondomar, liderado por Miguel Gomes. O Ases permanece invicto, somando a quarta vitória em quatro jogos. •

O Aldão Cano continua a crescer no campeonato. Na receção ao Delães, a equipa de Joaquim de Vieira venceu por 3-2, num jogo no qual procedeu a duas reviravoltas no marcador. Os golos do triunfo foram apontados por Felos, Novais e Abraão. •

St. Estevão – Prazins/Corvite 1-4

1.ª Divisão

Tagilde – Santiago 1-5

1.ª Divisão

Tabuadelo – Oliveirense 0-0

O Prazins/Corvite continua tranquilo na liderança, após goleada, no reduto do Santo Estevão (14). Jota marcou para a equipa da casa, liderada por Bruno Macedo. Rui Fernandes destacou-se com um hat-trick. Gaspar também fez o gosto ao pé. •

O Santiago Mascotelos permanece firme e seguro na liderança. O jovem Gabi, com dois golos, foi um dos destaques do conjunto liderado por Luís Mendes. Rui Magalhães, Hugo Félix e Kevin também revelaram eficácia. •

O Tabuadelo travou o candidato AD Oliveirense, impondo uma igualdade a zero. Num bom jogo do conjunto liderado por André Fernandes, a formação famalicense não teve argumentos para levar de vencida a jovem equipa vimaranense. •

Equipas bês do Brito e Sandinenses venceram © Direitos Reservados

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Na primeira divisão, série C, o Brito B somou o segundo triunfo consecutivo no campeonato, após vitória, por 2-1, no reduto do Longos. Moreira marcou o golo da equipa liderada por António Pereira. Ivo e Twix foram os autores do golo do triunfo da formação liderada por José Ribeiro. O Sandinenses B levou a melhor no duelo com o Ronfe B (2-1). Rafa e Faria marcaram os golos do conjunto da casa, liderado por Fábio Oliveira. Pardelhas apontou o golo do conjunto liderado por Ricardo Lopes. Já no que à série D diz respeito, o Taipas B travou o candidato Santo Adrião (2-2). Os golos do conjunto liderado por Miguel Silva foram apontados por João Almeida e André Alves. • Contratações

Ronfe, Ponte e Campelos têm novos reforços

Os últimos dias trouxeram novidades para Ronfe, Ponte e Campelos. O Desportivo de Ronfe garantiu a chegada do polivalente defesa Fernando Marques, ex Mondinense, e cuja formação foi toda feita no Vitória. Bruno Loureiro, ex Ponte, também foi confirmado como reforço do conjunto liderado por Adriano Araújo. O Ponte, sob o comando técnico de Zé Faria, garantiu o regresso do avançado Bruno Fernandes ao clube. O jovem jogador, de 18 anos, também conta com passagens pelo Vitória, Taipas e Moreirense. Já o Campelos, liderado por Rui Nogueira, garantiu a chegada do central Henrique. O jovem defesa iniciou a temporada no Desportivo de Ronfe. •


+ DESPORTO

O JORNAL N276 QUARTA-FEIRA 13 JANEIRO 2021

Brito representa o concelho na Taça de Portugal

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Basquetebol feminino

© LPB

Ninguém passa no castelo

Formação liderada por Francisco Sousa esteve irrepreensível no rigor adotado na partida com o Varzim, acabando por eliminar o conjunto poveiro, por 3-1, após prolongamento. Daniela Teixeira, Cris e Nair Cardoso foram as autoras dos golos. A equipa sénior feminina do Brito continua a ser a única representante de Guimarães na Taça de Portugal, após ter eliminado a formação do Varzim, por 3-1. Num jogo bastante equilibrado, diante um oponente que já tinha goleado a equipa de Francisco Sousa para o campeonato, a equipa da casa foi rigorosa na estratégia previamente definida, revelando enorme eficácia defensiva e muito atrevimento ofensivo. Porém, após o nulo registado ao intervalo e que se manteve quase sempre nos segundos 45 minutos, os golos surgiram mesmo nos derradeiros minutos. Daniela Teixeira inaugurou o marcador aos 90 minutos, mas os festejos tiveram pouca duração. Logo de imediato, as poveiras chegaram ao empate por intermédio de Ana Castro. Face ao empate registado nos 90 minutos regulamentares, foram precisos 30 minutos de prolongamento para se encontrar o vencedor. E o Bri-

© Direitos Reservados

ceira divisão, o Vitória obteve nova goleada. Num jogo de sentido único, diante o Bragalona, a equipa liderada por Daniel Pacheco venceu por um expressivo 17-0. Já o Polvoreira, continua com dificuldades no campeonato. Na visita ao Viatodos, a equipa de Alexandre Antunes perdeu por 7-0. •

A equipa sénior feminina de basquetebol do Vitória continua a espalhar classe e qualidade no principal campeonato, permanecendo invicta nos jogos disputados em casa. Com um saldo de oito vitórias, a mais recente vítima do conjunto liderado por Rui Costa foi a formação da União Sportiva que, apesar da excelente réplica, não teve argumentos para superar as conquistadoras, que acabaram por vencer por 13 pontos de diferença (75-62). Apesar da excelente entrada em jogo do Vitória, as açorianas reagiram no segundo período e mantiveram a partida equilibrada

até ao intervalo (30-28). Com rigor defensivo e eficácia ofensiva, Rui Costa viu a sua equipa alcançar uma vantagem confortável de 14 pontos no terceiro período, o que permitiu gerir com algum conforto o derradeiro período. O conjunto adversário até esteve num bom nível, mas insuficiente para derrubar com a determinação e qualidade das vitorianas, que nunca permitiram a aproximação da União Sportiva.A solidez defensiva foi o principal trunfo, num jogo no qual o acerto no cesto adversário também se revelou com índices de eficácia bastante altos. •

Basquetebol

Andebol

Xico B vence e assume a liderança provisória

Voleibol

Equipas feminina e masculina derrotadas

Ténis

A equipa sénior masculina de basquetebol do Vitória terminou a primeira volta do campeonato com um triunfo tangencial, por 71-70, na receção à Ovarense. Equilibrado e emotivo, o jogo apenas ficou decidido nos segundos finais. Os vitorianos foram mais fortes nos dois primeiros períodos, acabando por chegar ao intervalo com uma vantagem de sete pontos. O conjunto adversário entrou melhor no terceiro perío-

A equipa B do Xico Andebol assumiu a liderança provisória no campeonato nacional da terceira divisão, após triunfo, por 25-28, no reduto do Lusitanos AC. Num fim-de-semana com duplo jogo, a equipa de Gustavo Castro tinha empatado anteriormente a 20 golos na visita à equipa B do ABC, num dérbi minhoto bastante emotivo Com um jogo a menos, o Vitória continua na perseguição ao conjunto escolar. A formação liderada por Luís Pereira conseguiu um triunfo confortável no reduto do Vermoim, por 16-33, numa partida cujo domínio foi alcançado desde o primeiro minuto. Em femininos, a recém-criada equipa sénior do Xico Andebol fez história, alcançando a primeira vitória no campeonato. Com um triunfo justo, no reduto do Lusitanos, por 17-20, a jovem equipa liderada por José Sampaio continua a revelar uma enorme evolução de semana para semana. •

Na visita ao Benfica, num jogo em atraso, as vitorianas não foram felizes no principal campeonato, perdendo por 3-0, com os parciais de 25-21, 25-21 e 25-15. Apesar do equilíbrio registado nos dois primeiros sets, as encarnadas revelaram maior concentração e capacidade nos momentos decisivos, fechando os dois primeiros jogos a seu favor. Um desempenho que acabaria por abalar com a formação vitoriana que, apesar de ter batalhado pelo melhor resultado, acabou por não apresentar a qualidade evidenciada nos dois jogos anteriores, acabando por perder o terceiro set por dez pontos de diferença (25-15). Em masculinos, a equipa de Luís Paço visitou o São Mamede e acabou por perder de forma inglória. Depois de ter ganho os dois primeiros sets, a reação da equipa da casa permitiu a cambalhota no marcador, acabando por vencer os três sets seguintes. •

Vitória voltou a golear No campeonato nacional da ter-

© LPB

Triunfo feliz na receção à formação da Ovarense

do e rapidamente igualou o marcador. Porém, a reação foi célere e o Vitória conseguiu partir para o derradeiro período com uma vantagem de oito pontos. A Ovarense voltou a reagir e manteve o jogo incerto até ao apito final. “Foram fantásticos na entrega e no cumprimento do plano de jogo. Sentimos que este jogo nos deu uma grande confiança para o que vem pela frente”, disse o treinador Carlos Fechas, ao sitio oficial. •

Francisca Jorge meteu a segunda © Direitos Reservados

to, face ao excelente jogo protagonizado, acabou por justificar o sucesso na eliminatória. Cris fez o 2-1 aos 94 minutos e, já na reta final, Nair Cardoso sentenciou a partida com o terceiro golo.

A vimaranense Francisca Jorge, de 20 anos, venceu o Masters Seniores, prova organizada pela Federação Portuguesa de Ténis, derrotando na final Elizabet Hamaliy por um concludente 2-0, com os parciais de 6-2 e 6-4. A vimaranense, tetracampeã nacional e número 459 do ranking WTA, permanece com o estatuto de melhor tenista portuguesa da atualidade, reforçando essa tendência com o segundo título no Masters Seniores, prova que ainda só contabiliza três edições. Em 2019, Francisca Jorge já tinha ganho a prova, mas em 2020 não participou. •


ARTES E ESPETÁCULOS

N276 QUARTA-FEIRA 13 JANEIRO 2021

Crista Alfaiate abre e desvenda-nos a Niet Hebben - Carta Rejeitada Criação de Crista Alfaiate é apresentada a 16 de janeiro no Grande Auditório do Centro Cultural Vila Flor. No próximo dia 16 de janeiro, sábado, às 19h00, o público do Centro Cultural Vila Flor vai poder conhecer a Niet Hebben - Carta Rejeitada, peça criada e interpretada por Crista Alfaiate, que partilha a autoria do texto com Diogo Bento, inspirando-se em cartas famosas como a do Achamento do Brasil, de Pero Vaz de Caminha, a de Kafka ao pai, a de Oscar Wilde a Bosie, as de Mariana Alcoforado ao seu apaixonado e muitas outras. No subtexto encontram-se temas como o feminismo, a guerra ou o pós-colonialismo, convivendo com um mundo abundantemente dominado pelas redes sociais. Em Niet Hebben - Carta Rejeitada encontramos em cena uma atriz algemada. Com as mãos presas, como uma criminosa. Ainda assim, disposta a escrever uma carta como quem fala. Enquanto fala. Acusada por si própria de vasculhar a correspondência alheia, reflete sobre o conteúdo de algumas cartas que leu – indevidamente, à socapa, em vez de estar a “anhar” no Instagram ou a tirar selfies. Partindo de textos conhecidos como Carta do achamento do Brasil de Pero Vaz de Caminha, Carta ao pai de Kafka, Carta a Bosie de Oscar Wilde, Cartas portuguesas de Mariana Alcoforado e Novas cartas portuguesas de Maria Teresa Horta, Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa,

entre outras, esta carta fora do baralho pretende repensar alguns temas como o feminismo, a guerra e o pós-colonialismo num mundo onde o Facebook e o Twitter é que estão a dar cartas. Uma carta que tanto pode ser um discurso ou um e-mail, sem medo do passado e de olhos postos no futuro. Uma correspondência a ser trocada entre toda a família e para pessoas maiores de 12 anos de idade. Nesta interpretação multifacetada, Crista Alfaiate convida-nos a viajar no tempo, tendo o poder de fazer (sor)rir mesmo quando sofre, numa experiência visual e sonora que nos desperta os sentidos. Niet Hebben - Carta Rejeitada integra as propostas de programação do serviço de Educação e Mediação Cultural d’A Oficina apresentando-se a 16 de janeiro, às 19h00, perante o público geral e as famílias no Centro Cultural Vila Flor. Os bilhetes têm um custo de 2 euros e podem ser adquiridos nos locais habituais de venda de ingressos. Já este fim de semana, teremos também a oportunidade de participar na visita orientada e conversa ‘À Lupa’ com António Amorim e Luísa Abreu na Casa da Memória de Guimarães e fazer ‘O Caminho da Coleção’ com Rita Senra no Centro Internacional das Artes José de Guimarães. Em ‘À Lupa’, a 9 de janeiro, às 11h00, vamos aproximar os olhos

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e ver o pormenor das coisas que se passaram de mão em mão ou da boca para o ouvido. Neste mês de janeiro, convoca-se aqui o deus que lhe dá o nome, Janus, para pôr debaixo da lupa cultos, rituais e pormenores do quotidiano, revelando a linha ténue entre o paganismo e a herança cristã. O ‘Caminho da Coleção’ faz-se no domingo, 10 de janeiro, igualmente às 11h00, sendo este um momento nascido do ‘Lições

Iluminadas’, um projeto que envolve crianças do 3.º ano de diferentes escolas de Guimarães, numa viagem de criação artística através da coleção do Centro Internacional das Artes José de Guimarães. Agora, abrem-se as portas para dar as boas-vindas à curiosidade de outras crianças e adultos. E entre conversas e desafios, vai percorrer-se o museu para ver além do que os olhos são capazes. •

CAAA: Exposições de Hilda de Paulo e de Tales Frey abrem o ano As exposições de Tales Frey e Hilda de Paulo marcaram o inicio do ano, no dia 9 de janeiro, no Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura. Na exposição de Tales Frey, há uma abstração dos corpos, que aparecem ora em estados híbridos ora transformados em linguagens gráficas, consistindo em quase ideogramas subversivos, suscitando uma espécie de alfabeto e linguagem que escapam da insistente base falologocêntrica da nossa cultura e, ao mesmo tempo, confirmam criticamente os seus signos compostos como abecedários diferentes dos hegemônicos. “Entre a Tensão e o Delírio” reflete como os corpos são moldados a partir de uma comunicação fundamentada em símbolos, os quais são massivamente difundidos,

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desde a aprendizagem fundamental até a comunicação publicitária, onde códigos são transformados em corpos padronizados de acordo com um status quo vigorante. A exposição tem curadoria de Estefânea Tumenas.

Em reunião de Câmara, foi aprovado um voto de louvor por João Cutileiro, escultor que faleceu a 05 de janeiro, aos 83 anos, “deixando um legado de enorme relevância no mundo das artes e, em particular, na cidade de Guimarães.” João Cutileiro foi o autor da obra de D. Afonso Henriques (inaugurada em 2001), que se encontra no Largo da Misericórdia, considerada um “símbolo da contemporaneidade” no Centro Histórico medieval, e apresentou, em 2018, uma das suas últimas exposições no Centro Internacional das Artes José de Guimarães. A Câmara Municipal de Guimarães enaltece a importância do seu legado, a marca indelével no Centro Histórico da Cidade e apresenta as sentidas condolências à Família de João Cutileiro, manifestando que “a notícia da sua morte é uma perda para a cultura portuguesa e para o mundo das artes, sendo uma notícia triste também para Guimarães perante uma relação que foi construída e alicerçada ao longo dos últimos anos”. •

CLAV Live Session anuncia programação A nova temporada das CLAV Live Session, agora com o mote “Traz um livro também”, passa de uma para duas sessões mensais e de um para dois territórios, Guimarães e Vila Nova de Famalicão. •

Princesinha do Cerrado, Exposição de Hilda de Paulo Hilda de Paulo nasceu e viveu na cidade conhecida frequentemente como “Princesinha do Cerrado”, nos anos de 1930. Inhumas-GO/ Brasil é a cidade onde a artista transdisciplinar Hilda de Paulo nasceu e viveu até a sua adolescência. Nesta exposição, repleta de confissões que sublinham o caráter autobiográfico do conjunto de obras, a artista retoma um projeto não-concluído de au-

Município aprova voto de pesar por João Cutileiro

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toficção para abordar a sua transexualidade e o modo como as sociedades lidam com os corpos dissidentes. Nas suas livres investigações de cores em pinturas que aparecem tanto em suportes convencionais como de modo expandido, há referências a elementos da natureza apontando forças cósmicas,

indicando a existência humana como uma pequena forma de vida num universo tão maior, justamente para enfatizar a interdependência entre tudo que há ao nosso redor. A curadoria da exposição é assegurada por Suzana Queiroga. Ambas as exposições são visitáveis até 20 de janeiro. •

22/01, no Centro e Laboratório Artístico de Vermil, Guimarães – Valter Lobo, pelas 21h30. 05/02, no Centro e Laboratório Artístico de Vermil, Guimarães – Luca Argel, pelas 21h30. 19/02, na Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco Pólo de Riba de Ave – Mister Rolando, pelas 21h30.


PASSATEMPOS E INFORMAÇÕES ÚTEIS

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O JORNAL N276 QUARTA-FEIRA 13 JANEIRO 2021

Dê sangue! COLHEITA PERMANENTE

Portugal à mesa com

Todas as Terças-feiras das 14h30 às 19h00 Primeiro e terceiro Sábado de cada mês das 09h00 às 12h30 Local Casa do dador (Azurém)

Mário Moreira A alquimia dos licores Mais um grogue… Há bebidas licorosas puramente artesanais que resistem a cair no esquecimento, nunca passam de moda, conquistaram o nosso palato, o nosso coração, ajudam a vergar os dias mais penosos de Inverno. O caso dos licores, sobretudo caseiros, tal como as compotas, fazem parte do nosso imaginário, na partilha solidária fraternal e hospitaleira e de uma enraizada tradição na Cozinha Tradicional Portuguesa. Os licores caseiros têm o encanto das boas memórias que importam preservar e difundir, não obstante, os cuidados sobre as regras de segurança alimentar. Na garrafeira, em cima do aparador ou no frigorífico, em garrafinhas de diversos tamanhos, cores e formas geométricas, com rótulos escritos à mão, com os seus ingredientes, com ou sem data, são a beleza de um património vivo em nossas casas que

representam saberes e sabores, destreza técnica, a conjugação de virtudes medicinais e gastronómicas, comprovadas desde longa data, onde o carinho e a paciência são ingredientes indispensáveis. Quanto melhor for a qualidade dos seus ingredientes, melhor será o seu resultado final. Os critérios pelos quais se classifica esta bebida espirituosa, além da elevada graduação alcoólica, é pela quantidade de açúcar, frutos, ervas e plantas, especiarias, etc. Em mais um período de confinamento, será uma bela ocasião para a aventura de mais uma experiência, eis pois, mais uma receita simples, prática e saborosa, muito fácil de fazer. Não sendo uma bebida quente, rapidamente, nos faz transpirar. Temos um excelente licor bem conhecido aqui bem perto, o Singeverga, conhecem? O Singeverga é o único licor existente em Portugal de origem monástico.

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“Licor de romã”

Ingredientes; ½ kg de romãs, 1l de aguardente, 750 gr de açúcar, 1 chávena de café de água, 1 pau de canela. Descascar as romãs, retirar-lhes bem todos os seus filamentos, triturar e passar por um passar fino, pode ser um filtro de café. Preparar a calda de açúcar, em lume brando, até que este se dissolva na água. Deixar arrefecer, depois

misturar com o suco obtido dos bagos das romãs, a aguardente e adicionar o pau de canela. Verter em frasco esterilizado, fechar bem e deixar macerar durante uns 90 dias. Ao longo deste período agitar algumas vezes o frasco. Passado este tempo, retirar o pau de canela, filtrar num coador de pano e colocar de novo em frasco. Estes ingredientes dão cerca de 1l de licor.

Bom apetite! Um abraço gastronómico. Envie as suas sujestões para: leitor@maisguimaraes.pt

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