“O IMPACTO DA PANDEMIA NA PRÁTICA DESPORTIVA ESTÁ A SER BRUTAL”
Cooperativa municipal com quebra de receitas superior a um milhão de euros
ENTREVISTA Amadeu Portilha Presidente da Direção da Tempo Livre P.03, 04, 05 e 06
Governo aperta com as regras do confinamento
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POLÍTICA
PSD reclama “apoios eficazes para o comércio” P.08 SAÚDE
EM GUIMARÃES
Vimaranense desespera pela atribuição de pensão P.08
CONCELHO
Parques de lazer de Ponte ligados por um túnel P.12
DESPORTO
Vitória entra amanhã em campo com o Nacional P.16
Familiares vão acompanhar por SMS o percurso dos doentes no Hospital
Já somos 58.802 junte-se a nós em facebook.com/maisguimaraes
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MAIS GUIMARÃES - O JORNAL · SEMANÁRIO · DIRETOR: ELISEU SAMPAIO
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Eleições presidenciais: A democracia não se cumpre com medo Foi coisa difícil de encaixar, ouvir, na noite do passado domingo, por Eduardo Cabrita, o ministro da Administração Interna, que naquele dia se assistiu a uma verdadeira “festa da democracia”. É um disparate de todo o tamanho dizer algo assim quando, milhares de portugueses tentaram apenas, através do voto antecipado, escapar ao aglomerado de pessoas que certamente encontraremos nas mesas de voto no próximo domingo, dia 24. Dizer que se viveu naquele dia uma “festa da democracia” é viver numa realidade paralela, é viver uma verdade na qual só acredita quem a diz. Ainda mais quando, sabendo-se com antecedência o número exato de pessoas que decidiram exercer esse direito, não se foi capaz de evitar que muitos eleitores tivessem de esperar até duas horas, em filas gigantescas e em que o distanciamento era impossível de garantir, para votarem. Pensando no que aconteceu no domingo, 17, e na forma como tudo foi preparado e depois se assobiou para o lado, só podemos temer o modo como decorrerá este ato eleitoral. Queremos, de facto, celebrar a democracia, mas saibam que ela não se cumpre com medo. Estamos no pior momento da pandemia, em estado de
emergência, superando os 200 mortos diários associados à Covid-19, e vamos chamar todos os portugueses a saírem de casa e a frequentarem os mesmos espaços. A coerência das medidas adotadas ao longo do tempo, no combate a esta pandemia, deixou a desejar. Damos o benefício do desconhecimento, da novidade que representou a chegada desta pandemia. Ninguém estava, de facto, preparado. No entanto, era expectável que, com o passar do tempo, com a experiência e os saberes adquiridos, começássemos a errar menos. Assim não é. Estas eleições presidenciais deveriam ter sido adiadas pelo menos para a primavera. Porque não foram? Todos previram que os meses de inverno, sobretudo janeiro e fevereiro, seriam mais difíceis. Já o são habitualmente nos nossos hospitais mesmo sem pandemia, imaginemos agora! Mesmo com medo, os portugueses que se preocupam com os destinos do seu país vão chegar-se à frente e votar. Marisa Matias, Marcelo Rebelo de Sousa, Tiago Mayan Gonçalves, André Ventura, Vitorino Silva, João Ferreira e Ana Gomes, assim surgirão nos boletins de voto, um deles, será eleito domingo o próximo Presidente da República de Portugal.
Estatuto editorial de “Mais Guimarães - O Jornal” “Mais Guimarães – O Jornal” é um jornal regional generalista, independente e pluralista, que priviligia as questões ligadas à área em que está inserido, o concelho de Guimarães. “Mais Guimarães – O Jornal” é um órgão de comunicação semanal e ter uma tiragem de 4.000 exemplares, impressos a cores, por edição. “Mais Guimarães – O Jornal” pode ser adquirido pelos leitores nos diversos quiosques do concelho de Guimarães. “Mais Guimarães – O Jornal” pretende ser um jornal atraente, moderno e de fácil leitura, atualizado com os problemas e acontecimentos regionais, divulgando as atividades das instituições, coletividades e associações locais, bem como o património e tecido empresarial da região. “Mais Guimarães – O Jornal” é uma publicação independente, demarcada de qualquer partido ou ideologia política, distanciando-se de qualquer forma de censura ou pressão, tendo como objetivo único o de prestar serviço público, servido a democracia e os leitores. Eliseu Sampaio / Agosto de 2015
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Sobre a concretização da solidariedade europeia O início de 2021 tem sido particularmente dramático. O cenário pandémico não só se mantém, como tem assumido proporções muito alarmantes nas últimas semanas, com a escalada do número de novos infetados, de novos internamentos hospitalares, e, infelizmente de muitos mais óbitos. No meio de notícias tão dramáticas, e perante o sofrimento de tantas pessoas, entende-se a dificuldade de muitos em manter a esperança - a esperança que nem há um mês todos vimos simbolizada no início do processo de vacinação. Mas é importante, mesmo que pareça fora de tom, fora de tempo, que não percamos a esperança e nos mantenhamos unidos nesta luta, sabendo que a vida não voltará a ser a mesma com o COVID19, nem em Portugal, nem em nenhum outro país. O COVID19 tem posto tudo e todos à prova. As instituições europeias não são exceção e têm-se empenhado em procurar soluções coletivas de resposta às crises pandémica, social e económica. Uma das mais importantes respostas, sobretudo no que respeita à dimensão social e económica da pandemia, está no arranque em 2021 dos planos de recuperação nacionais, graças ao Plano de Recuperação para a Europa (o Next Generation EU) aprovado no final de 2020 (com um valor global de 750 mil milhões de euros) pelo processo de co-decisão do Parlamento Europeu e do Conselho da União Europeia. Em paralelo, também o reforço financeiro dentro do Orçamento da União, do recente programa EUforHealth (Programa sobre uma visão para uma União Europeia mais saudável, com um montante final que ascende aos 9,4 mil milhões e para o qual muito contribuiu o trabalho negocial do Parlamento Europeu), demonstra como a União Europeia está a procurar responder aos efeitos da pandemia. O EUforHealth visa em particular o reforço do grau de preparação da UE para responder às principais ameaças sanitárias transfronteiriças, bem como ajudar os sistemas de saúde nacionais para que estes possam ter maior
resiliência face a pandemias. Outro objetivo vital deste programa está em permitir que haja a nível europeu uma capacidade de resposta coesa, articulada e rápida quanto à disponibilidade e acessibilidade a medicamentos e a dispositivos e equipamentos médicos, bem como promover a inovação médica e farmacêutica a nível europeu. Nunca como hoje a saúde foi uma área tão determinante na definição das prioridades estratégicas da União. O COVID19, em toda a sua dramaticidade, tem tido assim pelo menos este efeito de demonstrar, uma vez mais, a importância da União Europeia para a criação de respostas com um alcance e uma dimensão, que nenhum Estado-membro, isoladamente, ousaria dizer que possui. Tem permitido igualmente demonstrar a capacidade da União para repensar as suas próprias formas de atuação, seja pela criação de novos instrumentos financeiros e de novos programas, seja pela sua abertura à possibilidade de readaptação de fundos já existentes e aumento de sinergias entre programas e fundos. Creio que nesta matéria, o Fundo de Solidariedade da UE (FSUE) é um bom candidato a essa ilustração, na medida em que conseguimos assistir à sua abertura e flexibilidade para responder também a este tipo de emergências, quando anteriormente era utilizado apenas para grandes catástrofes naturais. O Fundo de Solidariedade foi criado há quase duas décadas para fazer face às consequências das grandes cheias que assolaram a Europa Central em 2002. Desde aí, tem sido uma importante forma de concretização da solidariedade europeia na resposta às populações de regiões afetadas por grandes catástrofes naturais, tendo sido acionado 80 vezes, para catástrofes como incêndios, inundações, sismos, e secas, entre outras. Este Fundo já auxiliou 24 países europeus, com um montante utilizado a rondar o 5,5 mil milhões de euros. Portugal já foi um dos beneficiários, como no recente caso dos calamitosos incêndios florestais de 2017. Em resposta ao surto de COVID-19
e à necessidade urgente de responder à crise de saúde pública, aliado ainda à vontade de aprofundar a ideia de solidariedade, o FSUE foi recentemente alargado para poder responder também a grandes emergências de saúde pública, tal como se percebe do Regulamento (UE) 2020/461. Será, pois, muito importante que este fundo possa primar por maior celeridade na sua aplicação, por uma diminuição da complexidade administrativa associada ao seu acionamento, e por um reforço, diria mesmo, das taxas de cofinanciamento. Não esqueçamos que a possibilidade de assistirmos num futuro próximo à simultaneidade de catástrofes, seja pelo impacto das alterações climáticas, seja por fenómenos geológicos não controláveis (e.g. sismos, erupções vulcânicas), seja por crises pandémicas como a que atualmente vivemos, colocará muito provavelmente maior pressão sobre este fundo de solidariedade inicialmente projetado para respostas esporádicas a situações também elas esporádicas, mas que, sublinho, tenderão a tornar-se mais frequentes no futuro. •
Isabel Estrada Carvalhais Professora Associada Eurodeputada
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O JORNAL N277 QUARTA-FEIRA 20 JANEIRO 2020
ENTREVISTA Amadeu Portilha
“O ano de 2020 é para esquecer” Em entrevista, Amadeu Portilha, Presidente da Direção da Tempo Livre demonstra uma grande preocupação com a consequências da pandemia na prática desportiva, com o “crescimento exponencial do sedentarismo e, consequentemente, das doenças que lhe estão associadas.” • Eliseu Sampaio Em 2020, a situação pandémica gerou uma quebra de receitas de mais de um milhão de euros na cooperativa que, pelo apoio da Câmara Municipal, conseguiu manter as suas contas equilibradas. Há projetos para realizar em 2021, ano em que o Pavilhão Multiusos celebra 20 anos, mas que estão em stand by, à espera de melhores dias. Ou dito de outra forma, à espera que a pandemia dê tréguas, ou finde. Como pessoa que esteve, desde sempre ligado ao desporto, quais são as suas principais preocupações relativamente ao impacto da pandemia na prática desportiva?
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Quando esta pandemia for vencida, e desejo que o seja quanto antes, uma realidade profundamente triste e assustadora vai emergir: o abandono de muitas pessoas de uma vida saudável, com atividade física regular, onde
abundavam momentos de convívio, de relacionamento social e de felicidade. O impacto na prática desportiva está a ser brutal, quase surreal mesmo, se tivermos em linha de conta que a doença se combate fundamentalmente com um corpo são, um corpo saudável, algo que só se consegue com uma vida regrada e ativa. O desporto formal e competitivo está a ser varrido por um tsunami de desistências, e estima-se que, neste momento, mais de 170.000 atletas federados deixaram de praticar desporto no nosso país, na medida em que o desporto de base formativa está sem rumo, sem competição e sem orientação desde março do ano passado. Muitos clubes, dos mais bem organizados ao mais pequenos, de bairro, aqueles que são autênticos baluartes do sistema desportivo nacional, estão na iminência de fechar portas. Sem receitas provenientes da formação, sem patrocinadores, sem apoio do es-
tado, vivem atualmente da eterna carolice e generosidade dos seus dirigentes e de alguns pontuais (mas sempre escassos) apoios das Câmaras Municipais, que mais uma vez demonstram valorizar muito mais o papel social do desporto do que o próprio Estado, que tem demonstrado um total alheamento das consequências que esta pandemia está a provocar no ecossistema desportivo nacional. Mas também o desporto informal, de mera recreação ou de manutenção da saúde e da forma física, está a ser muito afetado. Não só porque as instalações desportivas são as primeiras a fechar e as últimas a abrir, mas porque a insegurança e o medo tomaram conta das pessoas. E por mais criativos e inovadores que os gestores desportivos sejam, com apostas muito interessantes no digital, o desporto e atividade física são feitos de proximidade, de contacto e de relacionamento pessoal, o que significa que só quando o medo desaparecer definitivamente, é que a prática desportiva retomará os seus níveis anteriores à pandemia. E isso vai demorar algum tempo. Infelizmente, na minha perspetiva, vai demorar muito tempo mesmo. Quais os problemas que resultarão da diminuição da prática desportiva em Portugal? O crescimento exponencial do sedentarismo e, consequentemente, das doenças que lhe estão associadas, como a diabetes, a obesidade e as doenças cardiovasculares. Mas também das doenças do foro psicológico, pois
para muitos, principalmente para as crianças e os idosos, o desporto ou a atividade física são de uma importância fora do comum. Não imagina a dor que sentimos quando as pessoas com mais idade nos contactam, pedindo encarecidamente que retomemos as aulas de natação ou de ginástica, porque aquela hora, duas ou três vezes por semana, são o seu escape à solidão, ao abandono ou à doença. Ou dos pais que nos reportam o estado de ansiedade e inquietação dos filhos por lhes ser negada a possibilidade de queimarem alguma da sua inesgotável energia. O desporto e a prática de uma atividade física regular são o melhor remédio para muitas das nossas maleitas, e temo que por cada dia que uma instalação desportiva esteja fechada ou que por cada dia que uma pessoa não pratique desporto, os custos diferidos na saúde sejam tremendos. Daqui a uns tempos, quando alguém estudar os sombrios anos de 2020 e 2021, vamos perceber os custos terríveis, físicos e psicológicos, destes confinamentos forçados. O ser humano foi feito para conviver, para se relacionar, para ter e trocar afetos. Esta pandemia tirou-nos isso e colocou no seu lugar o medo, o afastamento e a desconfiança. Tudo isto se vai pagar muito caro, não tenho dúvidas. E retomar os níveis de confiança para que as pessoas regressem a instalações desportivas, por mais seguras que sejam, irá tardar o seu tempo. O problema é que muitas empresas ligadas a este setor, já não aguentam mais. E estão a fechar, lançando no desemprego milha-
res de profissionais da atividade física e desportiva. Muitos dos quais nunca mais vão regressar, porque esta pandemia acrescentou insegurança e medo em cima da precaridade profissional que muitos já viviam. A Tempo Livre, que é a cooperativa que assume responsabilidades na prática desportiva no município, tem vários programas a decorrer com diferentes estratos da sociedade. Como estão esses programas? Que impacto tem os seus cancelamentos/adiamentos? Todos esses programas estão parados ou fortemente condicionados. São projetos e programas muito importantes para a construção de uma cidade e de uma comunidade ativa e saudável, e que por força destes confinamentos e dos temores que o contacto e a proximidade física provocam atualmente, estão completamente parados neste momento. Ainda não temos uma decisão definitiva, mas a Liga Mini, os Jogos da Comunidade e as Mini Olimpíadas não se devem realizar este ano, tal como já aconteceu no ano passado. Queremos organizar o Sarau de Dança e Fitness e a Gala do Desporto, mas tudo dependerá da evolução deste novo confinamento. E outros projetos emblemáticos e de primordial importância para a comunidade vimaranense que a Tempo Livre promove regularmente, estão a sofrer um duro golpe. O projeto de envelhecimento ativo “Vida Feliz” passou de 1.022 participantes em finais de 2019 para 70
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segundo confinamento, estamos a equacionar as mesmas ou alternativas. Mas não tem sido fácil porque a incidência da infeção por Covid19 em Guimarães é muito alta, e também nós temos uma série de profissionais infetados ou em recuperação da doença, e muitos outros em isolamento profilático, algo que não nos aconteceu no primeiro isolamento, no ano passado. Mas a nossa equipa dos Serviços Desportivos é muito criativa, está sempre a pensar em atividades e projetos inovadores, e ainda recentemente apresentamos dois projetos muito interessantes à senhora Vereadora da Educação, para implementar nas escolas primárias, e que ela aceitou com grande entusiasmo. Mas, lá está, vamos ter de aguardar mais algum tempo, pois é plausível que estas medidas restritivas de combate à pandemia sejam agravadas no nosso país nas próximas semanas, pois os números são assustadores, e não sabemos sequer se as escolas se vão manter abertas ou não. em dezembro de 2020, com uma taxa de desistência superior a 90%; o programa de promoção da atividade física, saúde e bem-estar destinado a grávidas, o “Barriguinhas Desportistas”, passou de uma média de 90 para 8 participantes; e as Férias Desportivas, programa de apoio às famílias nas férias escolares do Verão, que já chegou ater mais de 2.000 participantes, fechou o ano de 2020 com apenas 384 crianças inscritas.
“A pandemia provocou uma quebra de receitas de exploração da Tempo Livre superior a um milhão de euros” Até que ponto diminuiu a frequência de utilizadores dos espaços da Tempo Livre? Os números são avassaladores e vai demorar muito tempo até que seja possível recuperar do desastre económico e desportivo que resulta desta pandemia. Na Complexo Municipal de Piscinas, em Candoso, perdemos 65% dos nossos utentes e tivemos uma redução de 60% em serviços e alugueres, com uma quebra de receitas superior a 400.000€, na Piscina de Moreira perdemos 34% dos utentes e faturamos menos 56% do que no ano anterior e só a Piscina de Brito foi menos afetada, mas mesmo assim com uma perda de 11% de utentes e uma quebra na faturação de cerca de 150.000€. Mas os resultados negativos são comuns a to-
das as restantes infraestruturas desportivas: a Pista de Atletismo teve uma quebra na faturação de 28% e os Pavilhões de cerca de 60%. No Multiusos, as mais de três dezenas de eventos cancelados determinaram uma perda de receitas estimada em mais de 350.000€, menos 82% que em 2019. Posso dizer-lhe, em síntese, que a pandemia provocou uma quebra de receitas de exploração da Tempo Livre superior a um milhão de euros. Não seria de esperar outra coisa, pois tivemos todas as nossas instalações desportivas encerradas e todos os projetos desportivos cancelados entre março e junho, o que significa que não entrou um cêntimo nas nossas contas durante cerca de quatro meses. E, durante todo esse tempo, tivemos de pagar a funcionários, seguros, consumos energéticos, contratos de manutenção, juros bancários, etc, etc. Foi duro, muito duro. Um verdadeiro pesadelo, que exigiu capacidade máxima de gestão, envolvimento total dos colaboradores, compreensão de parceiros e fornecedores e um forte apoio da Câmara Municipal, enquanto nosso principal acionista, que esteve sempre do nosso lado na procura de soluções que garantissem a sobrevivência da Tempo Livre.
março do ano passado que, ou estamos encerrados (como aconteceu de março a junho de 2020 e agora novamente, sem saber quando regressamos), ou estamos abertos, mas com um número de utentes que é desolador. Os colaboradores sentem muito isso, e não é fácil motivar equipas nestas condições e circunstâncias. Aproveitamos para fazer bastante formação profissional, para reformatar processos de gestão e de organização dos serviços, para fazer algumas intervenções de fundo na área da limpeza, manutenção e requalificação dos espaços que iam sendo adiados por falta de tempo, mas não é a mesma coisa. Falta o ritmo, a exigência permanente e o esforço diário para dar resposta todas as exigências de funcionamento de instalações desportivas do calibre das que gerimos. Isso tem-se notado muito, e não é fácil encontrar soluções criativas para motivar as pessoas nestas condições. Repare que, neste momento, por exemplo, quando tínhamos todos os indicadores de utência a subir, tivemos de fechar novamente, e as pessoas regressaram a casa por tempo indeterminado. É muito duro.
Que impacto está a ter a pandemia também nos colaboradores da Tempo Livre?
A Tempo Livre conseguiu adaptar-se ou criar novas ofertas de atividades e serviços desportivos para fazer face às contingências da pandemia?
Um impacto igualmente brutal. A Tempo Livre habitou os seus funcionários a uma rotina de trabalho intensa e exigente, por força dos milhares de pessoas que utilizam as nossas instalações desportivas diariamente. Desde
Tal como a maior parte das empresas ligadas ao setor, durante uma parte substancial do primeiro confinamento, mantivemos um conjunto de serviços online; neste momento, e como não sabemos ainda a duração deste
De que forma foi feito o acompanhamento dos clientes/utilizadores dos vossos espaços e serviços? Utilizando o contato pessoal com muitos deles, explicando a situação que vivemos e as regras que nos são impostas. Mas também com uma aposta forte na comunicação através das redes sociais, colocando-os permanentemente informados das nossas decisões. Mesmo com as instalações desportivas encerradas e os projetos desportivos cancelados, a Tempo Livre mantem um conjunto de colaboradores a trabalhar, principalmente garantindo que essa ligação a utentes, clientes, fornecedores e parceiros se mantêm viva e presente. Ao nível da gestão financeira, a Tempo Livre teve exercícios negativos nos últimos dois anos. Relativamente a 2020, já há um saldo que possa apresentar? De que modo a pandemia afetou as contas da Tempo Livre? Ainda não fechamos a contas de 2020, mas os dados preliminares que temos apontam no sentido de um resultado líquido de exercício positivo em 2020. Como tive oportunidade de explicar antes, o impacto da pandemia nas receitas tradicionalmente arrecadadas pela Tempo Livre foi tremendo, mas o forte apoio da Câmara Municipal, uma gestão muita rigorosa dos recursos que foram disponibilizados às empresas pelo Governo, a negociação com fornecedores de serviços externos, que nos permitiram cancelar ou mesmo suspender serviços e fornecimentos, tudo isso foi utilizado no sentido de garantir con-
tas equilibradas no final do ano, objetivo que perseguimos sempre, mas que nem sempre é possível concretizar, devido à forte contingência de imprevisibilidade que afeta o quotidiano da Tempo Livre. A pandemia acabou por contribuir para que a Tempo Livre reduzisse o passivo dos exercícios anteriores? Se acontecer, será de uma forma muito ligeira, e principalmente ao nível da redução da dívida bancária. Aproveitamos também para fazer um esforço suplementar na cobrança de créditos, que resultou em parte, e que foi utilizada para reduzir a dívida a fornecedores, que é hoje praticamente inexistente na Tempo Livre. Sentimos essa forte necessidade de cumprir com os nossos fornecedores, pois se todos deixarem de pagar, entramos num círculo vicioso de consequências muito negativas. Mas não deve haver nenhuma empresa que tenha conseguido passar por esta pandemia sem que o equilíbrio das suas contas tenha sido afetado ou condicionado. Sobreviver já é um milagre para muitos. Principalmente neste setor do desporto, que foi fortemente afetado por esta pandemia sem fim. A Câmara Municipal de Guimarães, além de manter as transferências de verbas previstas antes da pandemia, aumentou em 632 mil euros o apoio à Tempo Livre, de auxílio à estabilização das contas. A Tempo Livre tem sentido o apoio que esperava da autarquia? Sim, o apoio foi incondicional e sentimos desde o primeiro momento que a Câmara Municipal estaria do nosso lado para ultrapassar esta situação muito difícil. Repare, a Tempo Livre, e muitas outras cooperativas e empresas municipais, não existem por obra do acaso; são uma criação da Câmara Municipal, no âmbito da lei que superintende o setor empresarial local, numa resposta à necessidade sentida de conferir maior agilidade e eficácia a algumas das suas áreas de competência. Como resultado disso, a Tempo Livre é responsável por um conjunto de obrigações, que resultam dos contratos-programa anualmente celebrados entre as duas entidades, sendo que o financiamento da Câmara Municipal a uma cooperativa resulta sempre do diferencial entre aquilo que temos de fazer em seu nome e as receitas que podemos arrecadar. Ora, a gestão de instalações e projetos desportivos municipais, pela política de preços sociais praticados, com o objetivo de democratizar e generalizar o acesso ao desporto ou à prática
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O JORNAL N277 QUARTA-FEIRA 20 JANEIRO 2020 desportiva regular, será sempre deficitária. Mas o ensino, a educação, a cultura, e tantos outros domínios da governança municipal também o são, e sendo incontestável a sua importância para a nossa qualidade de vida, para a nossa saúde, para o nosso bem-estar, é fundamental que se garanta igualmente uma oferta rica e diversificada de opções para a prática desportiva à comunidade vimaranense. Estou convicto que os vimaranenses são gratos, e reconhecem a importância do apoio municipal à Tempo Livre, porque são muitos milhares, por todo o concelho, que sentem os benefícios próprios desse investimento. Mantendo a autarquia os apoios previstos antes da pandemia e ainda reforçando com a verba pedida pela cooperativa, a Tempo Livre recorreu ao lay off em abril. Não havia alternativas? Vai recorrer a esse apoio também neste novo confinamento?
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Não havia alternativa, na medida em que todas as instalações foram encerradas e todos os projetos foram cancelados. Julgo, aliás que seria um ato de má gestão, e incompreendido até, que a Tempo Livre não recorresse a todos os apoios que o Governo disponibilizou, e disponibiliza, para as empresas que, querendo trabalhar, não o puderam fazer durante alguns meses. E sim, recorremos novamente ao lay off neste novo confinamento. Mas o recurso ao lay off não foi total, porém, pois
para além de toda uma estrutura de coordenação que se mantem operacional, e de alguns funcionários que são indispensáveis para dar apoio a algumas atividades que ainda são possíveis de realizar (como são os casos dos jogos de futebol ou dos treinos de atletas olímpicos na Pista de Atletismo, as aulas de formação profissional promovidas pelo IEFP no Multiusos ou as aulas de educação física das escolas profissionais no Pavilhão do Inatel), ainda temos os professores das AEC, que continuam a trabalhar todos os dias, pois as escolas não foram encerradas. O lay off dos trabalhadores da Tempo Livre implica perda de rendimentos? Neste novo confinamento não, pois os apoios disponibilizados pelo Governo possibilitam que o trabalhador receba o seu vencimento na integralidade. Apesar de tudo, o Scorpio acabou por abrir em junho e não agosto ou setembro, como estava previsto no plano que a autarquia aprovou, e que deu origem ao apoio extraordinário. O funcionamento da Scorpio nesse período contribuiu para melhorar um pouco a cooperativa? Não, ao contrário do que diz, só conseguimos abrir o Scorpio em julho, e com uma lotação máxima diária de apenas um terço em relação aos anos anteriores, con-
forme determinado pela Câmara Municipal, tendo em conta as recomendações da DGS. Confesso que foi uma surpresa positiva a adesão que tivemos, pois estávamos receosos que as pessoas não se sentissem ainda seguras para frequentar um espaço com aquelas caraterísticas. Com as condicionantes referidas, fechamos a temporada do Scorpio em 2020 com 36.832 entradas, contra as 85.146 do ano anterior, ou seja, com cerca de menos 48.000 entradas e uma quebra de faturação geral na exploração daquele espaço na ordem dos 170.000€. Mas as nossas previsões iniciais eram bem piores.
“Este novo confinamento não está a resultar, as pessoas perderam o medo, ou o juízo ou o sentido de responsabilidade…” O Multiusos de Guimarães praticamente não recebeu eventos desde o surgimento da pandemia. A Tempo Livre implementou algum plano para voltar a atrair os promotores de eventos? Há alguma estimativa para a abertura da sala para os espetáculos e eventos? O ano de 2020 é para esquecer. Tivemos de cancelar ou adiar 37 espetáculos que estavam confirmados entre março e dezembro.
E, neste momento, já sentimos que o primeiro semestre deste ano será igualmente para esquecer, pois sucedem-se os contactos no sentido de adiar eventos que estavam agendados para março, abril e maio. O mundo dos espetáculos está, neste momento, em suspenso. A aguardar pela normalização dos dias e pelo combate eficaz à pandemia através do confinamento, nesta fase, e da vacinação das pessoas. Entretanto, acreditava que, antes de junho, tudo regressasse à normalidade, mas sinto essa confiança a desvanecer-se. Este novo confinamento não está a resultar, as pessoas perderam o medo, ou o juízo ou o sentido de responsabilidade, e é muito triste constatar que a situação se agrava todos os dias dramaticamente, ao ponto de hoje sermos um dos piores países do mundo ao nível de novas infeções e de mortes provocadas pelo Covid19. Isto é terrível. Assim não vamos conseguir retomar tão cedo, e as consequências económicas e sociais vão ser terríveis. O Multiusos está preparado para abrir portas já amanhã. E a agenda de 2021 vai ser muito interessante, até porque o Multiusos comemora 20 anos em 2021 e queremos assinalar esta efeméride com grandes eventos e grandes concertos, que estão já a ser trabalhados com alguns produtores e parceiros. Mas, enquanto esta situação de indefinição permanecer, o melhor é não acrescentar muito mais. Percebe e concorda com a posição que a autarquia assumiu depois da realização do espetáculo de Stand Up Comedy em outubro? Foi uma decisão concertada? Digo hoje o que referi na altura: tenho a certeza absoluta que o Multiusos de Guimarães cumpriu de forma absolutamente escrupulosa as regras definidas pelo Governo e as recomendações emanadas da Direção-Geral de Saúde para a realização de espetáculos culturais. O Multiusos de Guimarães estava autorizado a trabalhar nessa altura, tinha um Plano de Contingência geral aprovado pela Delegação de Saúde de Guimarães e pela Proteção Civil e, para além disso, mesmo não sendo obrigado, criou e enviou a estas duas entidades um Plano de Contingência próprio para esse evento, para que todos os agentes locais ficassem cientes e conhecedores do rigor, do cuidado e do profissionalismo que colocamos nesse evento. Até porque era o primeiro evento após o encerramento de sete meses forçado pela pandemia, e o Multiusos de Guimarães queria dar um exemplo positivo de como era possí-
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vel organizar um evento em segurança e promover a atividade cultural, desígnio que, nessa altura, era por todos assumido como prioritário. Bastou uma fotografia mal-enquadrada e a histeria das redes sociais, que hoje são um local privilegiado para desinformar e destilar polémicas sem sentido, para que o nosso esforço de muitas semanas a preparar esse primeiro evento fosse por água abaixo. Digo-lhe apenas que foi um rude golpe para o Multiusos de Guimarães, do qual ainda não recuperamos totalmente, porque, entretanto, passou a imagem para o país que aqui não se podia trabalhar. Já tive oportunidade de analisar este assunto com o Senhor Presidente da Câmara, que me explicou o contexto da sua decisão, e que me garantiu que vai trabalhar em conjunto com a Tempo Livre para rapidamente recolocar o Multiusos de Guimarães como a melhor sala de espetáculos do norte do país. Isso é o que importa agora. Preparar o tempo do pós-pandemia e criar condições para que esta sala continue a receber os melhores espetáculos e as melhores competições desportivas.
“Foi um rude golpe para o Multiusos de Guimarães, do qual ainda não recuperamos totalmente, porque, entretanto, passou a imagem para o país que aqui não se podia trabalhar” Entretanto, nos últimos tempos, a Tempo Livre tem vindo a “devolver” a gestão dos pavilhões desportivos a outras entidades, em vários pontos do concelho. Por que motivo? Essas novas entidades estão obrigadas a praticar os preços de aluguer que a Câmara impunha à Tempo Livre ou poderemos assistir a uma liberalização dos preços? A presença da Tempo Livre na gestão dos pavilhões foi importante quando existia uma pressão muito forte para a sua utilização, não só por parte dos clubes desportivos locais, como por grupos informais. Nos últimos anos, porém, essa pressão deixou de existir, não só porque o paradigma da prática desportiva informal foi substancialmente alterado, tendo praticamente desaparecido a procura dos pavilhões para os grupos de futebol ocasionais, quer porque muitas das associações desportivas encontraram outras formas de se organizar. Para além disso, hoje as escolas estão muito melhor preparadas
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Quais são as perspetivas em relação ao futuro da Tempo Livre?
final do ano passado, a Comissão Europeia tenha aprovado uma candidatura liderada pela Tempo Livre, que envolve parceiros de outros países e cerca de meio milhão de euros, para desenvolver um inovador projeto de promoção do desporto em cidades com zonas históricas e patrimoniais classificadas. Sinto, por isso, que as perspetivas de futuro continuam a ser entusiasmantes. A pandemia trouxe desespero e medo, mas também nos permitiu estar hoje melhor organizados, mais equilibrados e melhor preparados para enfrentar crises e imponderáveis. Em 2021 queremos consolidar este equilíbrio, mas ousar igualmente novos caminhos, pois esta é a matriz da Tempo Livre. A inovação e a ousadia estão no nosso adn. São a nossa pele. •
para gerir esses espaços próprios, com um conhecimento muito mais objetivo da realidade local onde se integram. Prova disso é a circunstância da Tempo Livre ter gerido nem metade dos pavilhões desportivos escolares existentes em Guimarães. Nesse sentido, na preparação do contrato-programa com a Câmara Municipal em 2018 ficou decidido que os pavilhões seriam gradualmente devolvidos à gestão da própria escola, de acordo com um conjunto de premissas estabelecidas com a Direção das mesmas. E foi isso que aconteceu, sem qualquer problema. Aliás, como já tinha acontecido no passado com o Pavilhão de Lordelo e o Complexo Desportivo existente no Parque de Lazer de Selho. No que concerne à questão das taxas de utilização dos pavilhões, a Tempo Livre estava obrigada aos preços definidos anualmente pela Câmara Municipal, pelo que julgo que a mesma obrigatoriedade se mantêm. Deixar a gestão dos pavilhões não contradiz os propósitos de existência da Tempo Livre, nomeadamente da gestão do parque desportivo municipal? A principal missão da Tempo Livre é a dinamização do desporto e da atividade física em Guimarães. Esse sempre foi, desde o início da Tempo Livre, em 1999, o nosso principal foco. Um foco que, neste tempo, ganha uma dimensão de importância ainda mais assinalá-
vel, por tudo o que referi no início desta entrevista. Como é evidente, a gestão de algumas instalações desportivas é uma ferramenta importante para que essa missão se cumpra com mais eficácia. Repare que, mesmo sem os pavilhões, a Tempo Livre acabou por assumir recentemente a gestão de outras duas importantes infraestruturas desportivas concelhias: a Academia de Ginástica, no âmbito do contrato-programa estabelecido com a autarquia, e o Complexo de Piscinas de Brito, integrada num acordo com a Junta de Freguesia de Brito. Está previsto que a Tempo Livre deixe de gerir mais instalações, nomeadamente, algum equipamento de maior significado, como as piscinas, Multiusos, Pista de Atletismo ou a Academia de Ginástica? Não, pelo menos nos termos do contrato-programa estabelecido para 2021 com a Câmara Municipal.
“A pandemia trouxe desespero e medo, mas também nos permitiu estar hoje melhor organizados, mais equilibrados e melhor preparados para enfrentar crises e imponderáveis”
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Eu continuo firme na crença, que me conduz desde sempre, que o papel da Tempo Livre na sociedade vimaranense é insubstituível. Ao longo dos últimos 20 anos demos respostas qualificadas e inovadores aos desafios que o sistema desportivo local ia colocando, lançamos novas modalidades (rugby, patinagem, ginástica, corfebol), diversificamos a oferta desportiva, desenvolvemos projetos de grande impacto na comunidade vimaranense (Liga Mini, Jogos da Comunidade, Mini Olimpíadas, Gala do Desporto, Sarau de Dança e Fitness, A-Gym, Barriguinhas Desportistas ou Vida Feliz) e fomos ousados na criação de serviços desportivos inovadores no próprio
país (Centro de Medicina Desportiva, Centro de Deteção de Talento Desportivo ou Centro de Estudos do Desporto). A história do desporto contemporâneo em Guimarães escreve-se com muitas páginas escritas pela Tempo Livre. Para além disso, fazemos da colaboração, da parceria e do envolvimento a nossa forma de atuar, com um relacionamento próximo e profícuo com clubes e associações de Guimarães que gravitam na nossa área de atuação. E pensamos permanentemente o futuro. Quer com a intensa atividade formativa e os projetos que o Centro de Estudos do Desporto está a promover atualmente, quer colhendo a nível internacional os saberes e experiências de outros para aplicar em Guimarães, não deixando de ser relevante que, no
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O que pensam os vimaranenses do confinamento A horas de começar um novo confinamento, perguntamos aos vimaranenses o que é que pensam sobre as medidas decretadas pelo Governo. Como seria de esperar, as opiniões não são unânimes. Há quem pense que as medidas só pecam por tardarem e quem afirme que “viver é correr riscos”. máscara e higienização obrigatória e medição de temperatura. Isto é péssimo para economia dos pequenos negócios, só protege as grandes empresas. Péssimo para o fitness, os clientes já estão fartos das aulas online”.
Cláudia Iliescu faz parte de uma já grande comunidade de brasileiros que escolheram viver em Portugal, nos últimos anos. A viver em Guimarães há vários anos, ainda se surpreende com a segurança da cidade que agora também é a sua. “Creio que desde o início o confinamento deveria ter sido mais rigoroso com os grupos de risco, mas preservando a economia, ou seja, casa, trabalho, trabalho, casa. De resto só o essencial, com recolhimentos aos fins de semana. Este novo se faz necessário pelos erros cometidos com a abertura do verão, Natal e Ano Novo. Pagamos todos pela falta de cuidados de grande parte da população”.
Rui Oliveira é licenciado em educação física. Como muitos da sua geração, o ensino regular é uma miragem. Ganha a vida como personal trainer, instrutor de aulas de grupo, professor de natação, entre diversos ginásios e Atividades Extracurriculares. É casado e tem dois filhos. Nunca lhe faltou trabalho, mas sem uma ligação formal a uma empresa ou ao Estado e impossibilitado de exercer a sua atividade, é muito afetado por este confinamento. “Acho que este confinamento é um absurdo, vai haver montes de pessoas a fintar o confinamento, vai haver pessoas a trabalhar em casa (cabeleireiros e esteticista) e aí vão trabalhar com piores condições. Deviam era controlar mais as medidas impostas, uso de
Susana Monteiro é correspondente de línguas e poetisa. Olha com especial preocupação para aqueles que perderam os empregos e para os pequenos negócios. Para ela, este novo confinamento peca por tardio. “Infelizmente a medida peca por ser tardia. Infelizmente apenas “os pequenos” são penalizados. Revolta-me o facto de o “povo” ter esquecido e não ter respeitado as medidas. O futuro que se avizinha não é colorido. Será tudo demasiado complexo. Nada será fácil, principalmente para os que perderam empregos e para os donos dos pequenos negócios. Não podemos perder a esperança. Não podemos baixar os braços”.
Iris Sores é osteopata e é diretora do Teatro do Convívio. Se a sua atividade principal vai funcionando, embora com limitações, o teatro está praticamente parado. Já sente as dificuldades económicas a afetar o investimento que as pessoas fazem na sua saúde e não acha sensato este novo confinamento. “Não acho nada bem este con-
finamento, nem sensato. Acho que a melhor forma é aumentar a fiscalização para ver se as normas estão a ser cumpridas. Como trabalho na saúde não é a área mais afetada, mas com as dificuldades económicas as pessoas acabam por ter menos oportunidade de se tratar”.
Mauro Fernandes é funcionário da Universidade do Minho. Um apaixonado pela natureza e pela vida ao ar livre. A sua ligação ao Xico Andebol não pode deixar de o fazer refletir sobre os efeitos das medidas que têm sido tomadas na formação desportiva dos jovens. “Este modelo de gestão da crise pandémica é especialmente corrosivo junto dos jovens, sobretudo adolescentes”, afirma. Estamos a poucas horas de iniciar um “novo” confinamento. Muito antes de ter iniciado e sem sequer se ter percebido o alcance da maioria das medidas, já estavam instalados, o medo, a ansiedade e uma pressão voraz, situações de insegurança que ameaçam, ainda mais, a réstia de equilíbrio na sociedade. Não se pode aceitar que os responsáveis políticos transmitam voluntariamente (eventualmente aqui e acolá de forma calculada) insegurança nas suas decisões, quer pela urgência da aplicação e entrada em vigor das medidas, quer pela inconstância das declarações ou sinais e mensagens contraditórias, descredibilizando algumas instituições, num primeiro momento, e centrando a sua ação e justificando a decisão, num segundo momento. Este modelo de gestão da crise pandémica é especialmente corrosivo junto dos jovens, sobretudo adolescentes, que estimulados por alguma curiosidade própria da idade, pela ânsia de viver e concretizar sonhos, vão questionando os “mais velhos” sobre as medidas que os afetam e invariavelmente obtêm respos-
tas evasivas ou resposta alguma. Perguntem a uma criança ou adolescente se compreende porque não pode praticar uma modalidade desportiva coletiva ou até individual em espaços amplos ou mesmo abertos, com regras de segurança, mas pode estar horas afins praticamente sem intervalo em salas de aula muitas vezes com dimensões reduzidas? Perguntem, se o conseguem explicar, porque é que o argumento que leva o Governo a manter as escolas abertas, realizando aulas de Educação Física em pavilhão, não serve também para continuar a praticar desporto no seu clube, proporcionando alguma mobilidade, saúde física e mental por via da atividade física? Perguntem, se entendem, porque estiveram todos os atletas a treinar e os adultos a competir, mas agora não podem sequer treinar? Perguntem, se conseguem explicar, por que motivo as suas referências, quer sejam os seus pais, treinadores, dirigentes, professores não os conseguem ajudar? Por fim, questionem-se a vocês mesmos se viver não é também correr riscos, sobretudo o de ser feliz?
Gabriela Cunha é profissional de marketing, ávida leitora e crítica literária. Gabriela coloca muitas questões, preocupa-a que possamos estar a abalar “as estruturas democráticas, sobre as quais (ainda) assenta o nosso estado”, em troca de um vago conceito de “bem maior”. Este é um tema que dificilmente não será controverso. Como tal, ressalvo, de antemão, que esta é apenas e somente (mais) uma perspetiva. Apesar de me considerar uma pessoa de convicções
fortes e bem definidas, reconheço que as melhores soluções, usualmente, advêm da moderação. Não nego a necessidade de adoção de certas medidas, mas não posso concordar com a discricionariedade deste plano. Tudo se resume a uma só questão: Afinal, que preço estamos dispostos a pagar em troca da tentativa (sim, estamos no domínio do incerto) de controlo pandémico? Pensemos: Qual é o principal factor/meio de contágio? A proximidade entre as pessoas ou, tão somente, a hora do dia em que se ocasiona essa proximidade? A julgar pelas medidas aplicadas, ao longo dos últimos meses, arriscaria a segunda opção… Ao limitarmos o horário de funcionamento dos estabelecimentos públicos estamos, forçosamente, a propiciar a aglomeração de pessoas. Questiono-me: Não teria sido, até, mais sensato alargar os horários de funcionamento e (isso sim) limitar ainda mais a lotação dos espaços por m2? Não teria sido uma solução menos nociva para a microeconomia? E, agora, às portas de um segundo confinamento, urge indagar: Quantos de nós conseguiremos reabrir os nossos espaços, assim que a lei o permita? Quantos de nós teremos ficado, então, pelo caminho? Aí, sim, estaremos perante o verdadeiro (e incontrolável) flagelo: a falência estrutural. A lei será sempre abstrata e intangível, assim como todos os planos serão sempre falíveis e, como tal, passíveis de incoerência. Mas convenhamos que, desta vez, estamos a roçar o limite do razoável. A máxima “been there, done that” deveria aplicar-se a este caso concreto. Não incorramos em erros cujas consequências sabemos, a priori, que não conseguiremos gerir. Ninguém deveria ser impelido, de forma continuada, irreversível e impotente, para situações limite, ainda que em troca de um “bem maior” (conceito subjectivo e questionável) – sob pena de abalarmos as estruturas democráticas, sobre as quais (ainda) assenta o nosso estado. Se vamos ficar todos bem? Jamais. Esta será sempre uma asserção utópica. Mas acredito, sinceramente, que, com algum bom senso e moderação, poderíamos minimizar os danos que pairam catastroficamente na linha do horizonte. •
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“Há quem passe fome por incúria do Estado”
PSD de Guimarães reclama “apoios eficazes para o comércio” © Direitos Reservados
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Manuela, nome fictício para esta vimaranense, encontrava-se desempregada e, em 2020, a receber o subsídio de desemprego.
Em novembro passado atingiu a idade para a reforma e, conforme as regras estabelecidas, foi informada de que deveria requerer a pensão de velhice com antecedência de três meses. Foi o que fez, em agosto de 2020. A 7 de novembro, ao atingir os 66 anos e cinco meses, a idade de reforma, à mulher foi-lhe cortado prontamente o subsídio de desemprego. A 20 de janeiro, e passados cinco meses da entrega do requerimento, Manuela ainda não recebeu qualquer informação
relativamente à pensão a que tem direito, e consequentemente, está há mais de dois meses sem qualquer rendimento, “numa situação extremamente precária e a viver da ajuda de terceiros”, conta ao Mais Guimarães, Carlos Marques, próximo da mulher em causa. O amigo conta que Manuela está, “naturalmente, num estado anímico muito difícil, à espera do deferimento do pedido, sem qualquer resposta ou esclarecimento, e a depender completamente da ajuda da família e amigos.”
Segundo Carlos Marques, “apesar das tentativas junto das instituições, a que se tem pouco acesso para saber o ponto da situação, não se obtém qualquer tipo de resposta.” “Que Estado é este que não respeita aqueles que trabalharam uma vida inteira? Qual é o objetivo?”, questiona Carlos Marques. Até porque, acrescenta, “não se trata de um pedido de apoio extraordinário, mas sim de um direito que a pessoa tem e que construiu ao longo de uma vida de trabalho.” O amigo, que tem acompanhado de perto a situação, questiona-se ainda sobre se “não seria possível que numa situação destas, a Pensão de Velhice fosse atribuída da mesma forma automática como foi o corte automático do subsídio de desemprego.” Este vimaranense diz ainda conhecer mais casos como o desta mulher, e não compreende que estas pessoas, “ainda mais na situação difícil que atravessamos, aguardem desta forma que lhes sejam deferidas as suas pensões de velhice, e fiquem privadas de suprimirem necessidades básicas, como tratar da saúde, da alimentação e do vestuário, simplesmente porque não têm dinheiro.” •
Vouchers do Proximcity podem ser descontados até ao final de fevereiro O prolongamento do prazo para utilização dos vouchers oferecidos pelo Município de Guimarães para impulsionar a utilização a plataforma Proximcity, e apoiar o comércio tradicional e a restauração, foi aprovado na reunião de câmara da passada semana. Até 08 de janeiro, tinham sido realizados 3.072 downloads da aplicação Proximcity, concretizadas 260 encomendas, mas apenas 90 vouchers foram utilizados pelos consumidores. Recorde-se que, ao fazerem o registo na aplicação, os utilizadores recebiam um voucher de 15 euros para utilizarem no comércio tradicional, assegurado pelo município de Guimarães, até ao valor total de 40 mil euros. Para além deste apoio, através da plataforma, o município disponibilizou 40 mil euros para garantir entregas gratuitas ao domicílio, num acordo estabelecido com
a Associação Vimaranense de Hotelaria. Ricardo Costa, vereador do município com a responsabilidade do desenvolvimento económico, considerou ser necessário dar mais algum tempo para que, “todos aqueles que fizeram o download na aplicação e que tenham na sua posse o voucher, os 2600 que já foram distribuídos, possam utilizá-los até ao final de fevereiro.” Respondendo à crítica de Hugo Ribeiro, do PSD, que referiu na reunião de câmara que “Se isto não é um flop, é uma coisa parecida”, Ricardo Costa disse que o vereador “confunde a árvore com a floresta. O Proximcity não é uma plataforma de vouchers, é uma plataforma que vem mudar estruturalmente a economia naquilo que é o comércio tradicional.” Para Ricardo Costa, o balanço é “extremamente positivo, quer do
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Na sequência de uma visita ao comércio local de Guimarães, os sociais-democratas emitem uma nota em que se mostram muito críticos relativamente à falta de medidas “eficazes” para ajudar o comércio e a restauração. O PSD lembra que já fez proposta nesta área, em abril do ano passado. Na ronda que fizeram pelo comércio local, no dia 8 de janeiro, os vereadores do PSD, Bruno Fernandes e Hugo Ribeiro, afirmam que “encontraram comerciantes que nunca tinham descontado um voucher”. A nota do PSD chama a atenção para esta visita acontecer um mês depois do Proximcity estar em funcionamento. A ineficácia do Proximcity, como medida de apoio aos comerciantes afetados pela pandemia, já tinha sido levantada na última reunião de Câmara, pelo vereador Hugo Ribeiro. Ficou a saber-se, nessa altura que houve, até agora, 3.072 downloads, 260 encomendas, foram emitidos 2.600 vouchers, dos quais foram descontados 90. “Um flop”, para o vereador social-democrata. Um processo que precisa de mais tempo para o vereador responsável pela Desenvolvimento Económico, Ricardo Costa. Os sociais-democratas até admitem que Ricardo Costa pode ter razão, “que no futuro, algum comércio vimaranense encontre
no online um canal importante de vendas”. Mas, para o PSD Guimarães, “não é disso que se trata quando se discute uma ajuda de emergência a empresas que viram as suas receitas reduzidas a zero durantes meses, que continuam a pagar rendas, salários, contribuições, taxas e impostos. A resposta de que estas empresas carecem tem de resultar em liquidez imediata”. O PSD chama a atenção para o facto de só 1.350 euros de vouchers, dos 40 mil anunciados pela Câmara terem chegado à economia local. “Isto acontece num momento de crise, em que é tão importante usar todos os recursos disponíveis de forma eficaz”, prossegue o líder do PSD Guimarães. Hugo Ribeiro volta a reforçar o que já tinha dito na reunião do executivo camarário: “se isto era uma forma de fazer chegar dinheiro à economia local, falhou completamente e Domingos Bragança deve reconhecê-lo e mudar de rumo”. “Uma das lojas que visitamos, uma conhecida sapataria, numa artéria movimentada da cidade, tinha recebido uma encomenda através da plataforma”, sublinha Bruno Fernandes. Para o líder social-democrata não se pode insistir nesta medida como um apoio de emergência. •
Aumento de casos obriga hospital a suspender visitas a doentes
ponto de vista dos downloads, quer dos registos de loja. Em 20 dias tivemos 260 encomendas. Gostaríamos de ter 2.600, mas havemos de lá chegar”, disse. •
O Hospital Senhora da Oliveira suspendeu, nesta terça-feira, as visitas aos doentes. Esta medida foi adotada, segundo fonte hospitalar, devido ao crescimento exponencial de casos na região e no país. A administração mantém, no entanto, as exceções nas visitas anteriormente consideradas. Nesta terça-feira, segundo a mesma fonte, estão internadas 99 pessoas no Hospital Senhora da
Oliveira, infetadas por Sars CoV2, sendo que, seis encontram-se na Unidade de Cuidados Intensivos. Para o hospital, a capacidade instalada atualmente no permite-lhe ainda alguma elasticidade. Em novembro, no período mais crítico da pandemia ate ao momento nesta unidade hospitalar, chegaram a estar, em simultâneo, mais de duzentas pessoas internadas com Covid-19. •
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Guimarães está de novo no grupo de risco de contágio mais elevado, com uma taxa de 1.188 novos casos de infeções por Covid-19, a 14 dias, por 100 mil habitantes. O concelho vimaranense duplicou a incidência da doença neste início de ano. A 04 de janeiro, a incidência em Guimarães era
de 598 novos casos por 100 mil habitantes, sendo agora o dobro, 1.188. O grupo de risco extremamente elevado é definido por ter mais de 960 novas infeções nos últimos 14 dias. Entre as 480 e as 960 novas infeções nos 14 dias anteriores, os concelhos são considerados de
risco muito elevado. Quase todos os concelhos à volta de Guimarães estão no grupo de risco extremamente elevado: Braga (1.043), Famalicão (1.079), Santo Tirso (1.233) e Póvoa de Lanhoso (1.414). No grupo de risco muito elevado estão Vizela (824) e Fafe (922). •
Governo anuncia novas medidas para o confinamento Conheça as novas medidas anunciadas na segunda-feira, 18 de janeiro, e que entram em vigor esta quarta, dia 20: - Proibida a circulação entre concelhos ao fim-de-semana; - Todos os estabelecimentos de qualquer natureza devem encerrar às 20h00 à semana e às 13h00 ao fim-de-semana. A exceção é o retalho alimentar que ao fim-de-semana se pode prolongar até às 17h00; - Proibida a venda ao postigo de qualquer estabelecimento não alimentar, como lojas de vestuário; - Proibida a venda ao postigo de qualquer tipo de bebida, mesmo cafés; - Proibida a permanência e o consumo de bens alimentares à porta de estabelecimentos ou nas suas imediações; - Encerrados todos os espaços de restauração em centros comerciais, mesmo em regime de take away; - Proibidos os saldos e promoções que promovam a deslocação de pessoas; - Proibida a permanência de pessoas em espaços públicos como jardins. Podem ser frequentados,
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Guimarães é de novo concelho de risco extremamente elevado
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mas não podem ser locais de permanência; - Pedida às autarquias a limitação do acesso a zonas que convidam à concentração de pessoas, como marginais ou espaços para jogar ténis ou padel; - Encerradas universidades seniores, centros de dia e centros de convívio; - Deslocações para trabalho presencial vão necessitar de declaração escrita da entidade patronal. •
Em Creixomil e Ronfe Rua da Índia nº 462, 4835-061 Guimarães (No edifício verde junto à Rodovia de Covas) | Alameda Professor Abel Salazar nº 29, 4805-375 Ronfe De segunda a sábado, das 08h00 às 20h00
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Familiares vão acompanhar por SMS o percurso dos doentes no Hospital Num primeiro momento, o familiar de referência é informado automaticamente da presença do utente no Serviço e que se encontra em observação Clínica. De seguida, todas as vezes que o doente realize exames, como análises, Tac, ou outros é enviado um novo SMS para o número do familiar para que este seja atualizado dos procedimentos realizados. Neste caso, quatro horas após a realização dos exames é enviado um novo SMS a informar que o doente continua em reavaliação clínica. Por fim, caso o doente tenha alta, ou seja, transferido para o internamento ou outro hospital,
será enviada também esta informação. Em todos os casos, sendo necessária informação adicional, um profissional de saúde poderá entrar em contacto direto com a família. Este sistema é, segundo fonte hospitalar “importantíssimo para que os familiares tenham a noção de como decorre o processo do seu familiar e evita que se desloquem sem necessidade ao Hospital, evitando aglomerados desnecessários”, pode ler-se numa nota enviada ao Mais Guimarães. O Hospital faz saber também que, na Unidade de internamento Covid OBS, “além da informação diária do médico,
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O Hospital Senhora da Oliveira iniciou um projeto informático que permite o envio de mensagens para o telefone de referência de contacto do doente. Assim, após a admissão no Serviço de Urgência, são enviadas pelo menos cinco mensagens com indicações acerca dos procedimentos em curso.
está disponível um Tablet que permite realizar videochamadas com os doentes, que apresentem condições para tal depois de um agendamento entre os
mesma nota. O lema desta iniciativa do Hospital Senhora da Oliveira Guimarães é “Tratar, Humanizar, Colaborar”. •
Voto antecipado: 1.601 já votaram em Guimarães
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Colocados ecopontos nas escolas para recolha e valorização de máscaras
familiares e o Enfermeiro responsável da Unidade.” “Tudo isto trás conforto e retira alguma ansiedade ao doente e aos seus familiares”, finaliza a
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Estavam inscritos 1.786, no entanto, não compareceram nas urnas 185 eleitores. Na Câmara Municipal de Guimarães funcionaram quatro secções de voto, duas no balcão único, uma na antiga entrada do edifício Municipal e outra na Biblioteca
O Município de Guimarães iniciou esta terça-feira, 12 de janeiro, a colocação de ecopontos em várias escolas do concelho onde devem ser depositadas máscaras tendo em vista a sua valorização. As máscaras e outro material de proteção contra a pandemia devem ser colocados em ecopon-
tos próprios ou no lixo comum e nunca nos ecopontos de reciclagem. Desta forma, esta iniciativa decorre no âmbito do projeto “Recolher e Valorizar”, através da recolha de máscaras em contexto escolar e a sua valorização em novos produtos. Este é um projeto integrado,
agregador e multidisciplinar que também engloba a empresa TO-BE-GREEN e o CVR-Centro para a Valorização de Resíduos, que terão a responsabilidade de, a partir das máscaras recolhidas, criar novos produtos feitos à base de fibras têxteis ou valorizá-las em placas poliméricas e briquetes. •
Raul Brandão. Como em outros locais do país, entre o meio da manhã e o meio da tarde geraram-se filas, nessa altura, houve eleitores que tiveram que esperar cerca de uma hora para exercerem o seu direito de voto. •
SOCIEDADE
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UMinho apresenta soluções para diversas infraestruturas
Retrato de Perfil Fernandinha por Rui Dias
No passado dia 14 de janeiro, os Serviços de Ação Social da Universidade do Minho (SASUM) reuniu com a Comissão de Residentes das duas residências de Guimarães e também com a Associação Académica da Universidade do Minho (AAUMinho), no sentido de apresentar soluções para as infraestruturas e para os problemas existentes nos quartos e espaços partilhados.
Nome Fernanda Teixeira Data de Nascimento 1 de junho de 1929 Natural de Guimarães Profissão Vendedora de fruta
A rua de Santa Maria está diferente, uma das suas referências mais importantes partiu no sábado, dia 16. Fernanda Teixeira, mais conhecida como Fernandinha da Fruta completava 92 anos no dia 1 de junho. Nascida em 1929, ali naquela mesma rua, enfrentou muitas dificuldades e nunca parou de trabalhar, até aos últimos dias da sua vida. A família era grande, como eram quase todas naquele tempo. A mãe fez 18 partos (mais coisa menos coisa, que a memória do irmão da falecida também já se vai desvanecendo), sobreviveram 10. As décadas de trinta e quarenta foram tempos de chumbo, primeiro a recessão depois a guerra, faltava quase tudo a todos, mas faltava ainda mais aos pobres. Em casa só entrava o salário do pai, trabalhador da construção civil. “Naquele tempo, quando chovia não trabalhava, quando não trabalhava não recebia”, conta José Pereira, irmão de Fernandinha. "Ela era a mais velha e foi como uma mãe para nós todos, ajudou a criar-nos”, lembra o irmão, 18 anos mais novo. O destino quis que não criasse filhos seus, embora tenha casado. Ajudou a criar os irmãos e mais tarde criou um sobrinho. O marido partiu há quase quarenta anos. Nunca mais quis nenhum homem. Percorreu sozinha o último troço da vida. Não se pode dizer que estivesse sozinha. Com banca montada na porta de casa, na rua onde nasceu, Fernanda tinha a companhia de todos os que por ali passavam. Desde que o Centro Histórico foi classificado como Património da Humanidade, em 2001 e mais tarde com a Capital Europeia da Cultura, em 2012, o número de visitantes aumentou e a Fernandinha continuou ali, uma testemunha do passado. “A primeira vez que vim a Guimarães parei lá para comprar fruta, estava um dia muito quente. Aquela senhora parecia tão genuína, tão diferente das outras lojas para turista”, conta Márcia, uma brasileira que se apaixonou por Guimarães e agora planeia mudar-se para a cidade. Fernanda nasceu na rua de Santa
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Maria, cresceu naquela que é uma das artérias mais antigas da cidade, casou com um homem daquela rua, ali fez vida e por ali findou os seus dias. Só as pedras são mais dali do que ela e nem todas. “A nossa mãe também já tinha nascido na rua, no número nove, onde a Fernanda nasceu. Quando fizeram a pousada, a Câmara realojou as famílias num bairro social, em Urgezes, mas a minha mãe estava desesperada. Chorava noite e dia com a ideia de sair daquela rua”, conta José Pereira. Vendo a mulher inconsolável, o pai de Fernandinha acabou por se decidir por outra casa na rua de Santa Maria. “O problema foi a renda. Na nova casa o senhorio pedia mil escudos (cinco euros), com compreensão acabou por se ficar nos 750 escudos, mesmo assim era muito mais que os seis escudos que pagávamos antes”, conta José Pereira. “O meu pai falou com todos nós, porque tínhamos de ajudar. Ficamos com a casa”. Aquela seria a residência de família onde Fernanda ainda viveu com o marido, até se mudar para o lugar onde ficou conhecida pela a sua banca à porta de casa. O irmão admira-a como “uma mulher de trabalho” que nunca parou. Nos melhores anos, terá ido uns dias à Póvoa do Varzim mas, o resto da vida consumiu-a na labuta. Nascida num meio muito pobre, não perdeu a noção de que há outros com mais dificuldades. Era a cozinheira da centenária Ceia de São Crispim, a consoada que a Irmandade de São Crispim e São Crispiniano oferece anualmente aos pobres da cidade. “Este ano não a deixei ir” – confessa o irmão – “estava já muito cansada. Mas, foi o primeiro ano que ela não foi”. Por todo o mundo há instantâneos da simpatia desta vimaranense. Mesmo sem falar inglês, estabelecia comunicação com os turistas que, encantados, lhe pediam para tirar uma fotografia. Os turistas vão e vêm, rostos anónimos. A Fernandinha partiu para sempre, mas deixou uma marca no coração da cidade. •
No âmbito da necessidade de uma estrutura de apoio à confeção de refeições, foi apresentado o projeto para construção de uma cozinha no piso do rés-do-chão. Não obstante, a Comissão deixou no entanto a ressalva de que no futuro este serviço poderá ter de ser aumentado para suprimir o aumento da procura existente. Foi também apresentada a modernização do sistema de controlo de acesso à Residência
dos Combatentes, não só para melhorar a segurança do edifício, mas também no sentido de aplicar o projeto financiado pelos Serviços de Ação Social da Universidade do Minho (SASUM) para uma melhoria digital. Temas como as problemáticas no uso corrente das residências, alimentação e internet foram também abordados na reunião, acabando os SASUM por abordar o investimento na ligação de rede
Recolha de votos nos lares já iniciou © CMG
O processo de recolha de votos dos idosos que vivem em lares e eleitores confinados que se inscreveram para votar nas eleições presidenciais iniciou esta terça-feira, 18 de janeiro, em Guimarães, através das Equipas
Multidisciplinares. Em Guimarães estão inscritos um total de 175 eleitores. O trabalho de recolher o boletim destes eleitores está a ser feito por equipas devidamente equipadas e com regras sanitárias estritas. •
para uma melhor utilização da internet. A AAUMinho “continuará a desenvolver esforços no sentido de estar cada vez mais próxima das dificuldades relativas à temática do alojamento, procurando ser continuamente um agente promotor de soluções que visem minimizar este problema que tem vindo a ser constante ao longo dos últimos anos”, pode ler-se no seu website. •
Confinamento: Cemitérios Municipais encerrados Os cemitérios municipais de Monchique e da Atouguia estão encerrados, durante o período de confinamento decretado pelo Governo. Desde sexta-feira, dia 15, os cemitérios só abrem portas para as cerimónias fúnebres. A decisão do Município só afeta os cemitérios de Monchique e da Atouguia. O funcionamento dos cemitérios das freguesias depende da decisão das Juntas de Freguesias. No confinamento de março do ano passado, todos os cemitérios foram encerrados e limitado o número de pessoas que podia assistir as exéquias. •
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CONCELHO
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Parques de lazer de ponte ligados por um tunel
Igreja paroquial de Pinheiro alvo de tentativa de assalto
Junta de Freguesia de Ponte pretende ligar o parque de lazer de Ponte e o parque de lazer da Ínsua, no âmbito da execução da Ecovia do Ave. O dois espaços ficarão unidos por um túnel sob a Estrada Nacional 101, imediatamente antes da ponte que liga as vilas de Ponte e Taipas. ©Google Maps
A igreja paroquial de Pinheiro foi alvo de uma tentativa de assalto, tendo duas portas ficado danificadas. A tentiva de assalto poderá ter acontecido na noite de sexta-feira, dia 16. As autoridades foram alertadas na manhã de sábado
Apesar do interesse demonstrado por pelo presidente da Junta de Freguesia de Ponte em ligar os dois parques, esta passagem não está contemplada na proposta de percurso apresentada pelo município vimaranense. Na apresentação, Sérgio Castro Rocha, fez uma intervenção em que
deixou claro o interesse em que os dois parques da vila que lidera estejam interligados. A solução poderá passar pela colocação de uma estrutura pré-fabricada. O orçamento para esta passagem é de 11 mil euros. Trata-se de uma estrutura simples que
poderia se colocada apenas com um dia de trabalho. O processo está a ser tratado pela Câmara Municipal de Guimarães. O local para a colocação da estrutura situa-se sob a passadeira existente na EN 101, garantindo a distância mínima de segurança para as fundações da ponte.•
,dia 17. Os militares da Guarda Nacional Republicana estiveram no local e procederam ao registo dos estragos. Os assaltantes tentaram estroncar a porta principal da igreja, bem comolateral, da sacristia, embora não tenham sido bem sucedidos.•
Paroquia das Taipas adia profissão de fé e suspende catequese
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Esterlização de gatos na vila das Taipas
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Na vila das Taipas, o Centro de Recolha Oficial de Animais de Companhia de Guimarães e a Junta de Freguesia de Caldelas, desenvolveram uma acção de esterilização de felinos. A iniciativa, apoiada por voluntários, visou a captura de gatos que, depois de esterilizados, foram devolvidos à rua. No âmbito da mesma iniciativa,
foi instalada uma colónia para gatos na avenida dos Bombeiros Voluntários, no centro da vila das Taipas. Os gatos foram capturados com a ajuda dos cuidadores através da colocação de armadilhas. Os animais esterilizados, receberam um microchip e foram marcados com um pequeno corte na orelha esquerda, de forma a
identificar os animais já esterilizados no futuro. Posteriormente, os animais foram devolvidos ao local de captura, onde a Junta de Freguesia instalou uma colónia que permitirá um melhor acompanhamento e controlo, associados à disponibilização de informação e definição de regras específicas para a população.•
A Paróquia de Caldas das Taipas adiou a Festa da Profissão Fé, que estava agendada para o dia 24 de janeiro. Na opinião da paróquia, em virtude das normas do estado de emergência, não estão reunidas condições para que se realizem. Amedida foi anunciada através de uma nota nas redes sociais da paróquia, dando nota que “ficam suspensas todas as celebrações extraordinárias” e ainda os encontros presenciais da catequese. “Mantêm-se as Celebrações da
Eucaristia nos dias e horários habituais, à exceção de Sábado, que voltará a ser pelas 18h00, a partir do dia 23 de janeiro. Assim: 2ª e 5ª Feira, às 09h00; 6ª Feira e Sábado, às 18h00; Domingo e Dias Santos, às 09h00, 10h30 e 12h00; todas as Eucaristias de Sábado e Domingo, com exceção da das 10h30, serão celebradas no Auditório do Centro Pastoral, dado ser mais fácil, no mesmo, cumprir o distanciamento a que estamos obrigados”, pode ler-se na mesma nota. •
ZONA NORTE
O JORNAL N277 QUARTA-FEIRA 20 JANEIRO 2021
Opinião de César Teixeira
Vizela
Município vai apoiar empresários do comércio e restauração Face à evolução da situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal e com o novo confinamento que está em vigor, o Município de Vizela vai continuar a apoiar o comércio e restauração do concelho. Victor Hugo Salgado, presidente da Câmara Municipal de Vizela, reuniu com o Presidente da Associação Comercial e Industrial de Vizela (ACIV), para apresentar as medidas de apoio ao comércio e restauração, como forma de minimizar a quebra de receitas provocada pelo encerramento destes estabelecimentos. Desta forma, o município vai atribuir um apoio económico aos comerciantes do concelho de Vizela correspondente a 100% do valor das despesas referentes ao fornecimento de água e eletricidade, assim como a tarifa de disponibilidade do serviço de gestão de resíduos dos estabelecimentos comerciais que se encontrem encerrados e com atividade suspensa. Relativamente à restauração, a Autarquia vai atribuir também um apoio aos estabelecimentos comerciais de restauração e bebidas, que corresponde a 50% do valor das despesas referentes ao fornecimento de água e eletricidade, assim como a tarifa de disponibilidade do serviço de gestão de resíduos, de modo a minimizar as respetivas perdas. A Câmara Municipal de Vizela está ainda a criar uma plataforma online com o objetivo de promover e
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apoiar o comércio e restauração local, que irá permitir aos cidadãos o acesso a bens essenciais de forma rápida e segura, ao mesmo
Fafe
Evento Rali Serras de Fafe adiado
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O Rali Serras de Fafe estava inicialmente previsto que se realizaria no mês de março. Neste momento, tendo em consideração os condicionamentos da pandemia da covid-19 a prova vai ser adiada. Este ano o Serras de Fafe teria uma nova estrutura, abrangendo os municípios de Felgueiras (abrangido já em 2020), Vieira do Minho e Boticas.
Em virtude do avultado investimento, a inclusão no Europeu de Ralis só se concretizará, caso o Eurosport (promotor do evento) se mostrar disponível para transmitir em direto pelo menos uma classificativa por dia. Mediante todas as contingências e indefinições devido à Covid-19 que não é ainda conhecida a nova data em que o evento do rali se irá realizará. •
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tempo que ajuda os comerciantes locais a reinventar os seus modelos de negócios face à situação epidemiológica da Covid-19. •
Paredes de Coura
Farmacêutica espanhola instala-se no município A farmacêutica espanhola Zendal, tem em construção, em Paredes de Coura, uma fábrica de vacinas. Um investimento de 15 milhões de euros, que vai começara funcionar em dezembro. Este polo biotecnológico permitirá “aumentar a capacidade de produção e embalagem de vacinas virais para a saúde humana”. •
A POLÍTICA E A COSMÉTICA Sempre que o atual Governo passa por uma situação apertada, muito convenientemente surge uma manobra de diversão. Uma polémica. De imediato, toda a opinião publicada descentra a sua atenção da situação que colocava o Governo sob pressão. Impulsionado pela voracidade de um tsunami mediático o País dos políticos, dos jornais e das figuras publicas entra em ebulição. Emociona-se. Indigna-se. Ato contínuo aquele que outrora era um problema relevante e sobre o qual todos os entendidos e os entendidos sobre tudo se iam pronunciando fica oculto. Sob uma cortina de fumo. Que confunde. Que esconde o verdadeiro problema. Que desconcentra a atenção e foca o debate num caso. Que tem tanto de polémico, como de instantâneo. A cosmética impera na ação política. O Governo estava sob pressão em virtude da nomeação de José Guerra para a Procuradoria Europeia. Um órgão europeu que tem como objetivo principal a investigação de crimes financeiros, tais como fraudes na obtenção de subsídios e outros apoios financeiros. Posição relevante atendendo à dimensão do projetado investimento europeu. A célebre “bazuca”. Assim se compreende bem a relevância do cargo e os cuidados a ter com a indicação do seu titular. Recordo que no meu artigo de opinião do passado mês de agosto de 2020 escrevi “A União Europeia criou uma Procuradoria que tem por objetivo a investigação de infrações financeiras. Um júri internacional escolheu a Procuradora Ana Almeida. Governo nomeia o segundo classificado. Esta ingerência passou sem reparo político. O Poder pecou por ação. A Oposição por omissão. Sendo esta decisão sintomática da forma como se exerce o poder.” Quatro meses depois o País tinha acordado para o problema. Tarde. Entretanto o assalto ocorreu. Primeiro não se reconduziu Joana Marques Vidal no cargo de Procuradora Geral. Depois afastou-se o Presidente do Tribunal de Contas. Agora fez-se guerra pela nomeação do Procurador Europeu. Tudo à vista de todos. Com a cumplicidade ativa de Belém. Perante uma oposição em isolamento preventivo. Num momento em que o tema visivelmente chamusca a Mi-
nistra, nada melhor do que um batom vermelho para distrair a Nação. E o facto é que da opinião publicada, o tema passou para a opinião publica. O batom ganhou brilho e passou a ter densidade política. E assim se camuflam as impurezas de um Governo que, entretanto, ganha tempo para mais uma esfoliação. Mas o batom vermelho permite mais. Esconde os números da pandemia. Das infeções. Dos internados. Das mortes. Infelizmente estamos no pódio nos novos casos diários por um milhão de habitantes em todo o mundo. No pódio do número de mortes diárias por um milhão de habitantes em todo o mundo. Trump, Bolsonaro e Costa são alguns dos dirigentes de topo para o surto de Covid 19. E perante este drama, nada melhor do que esta cortina de fumo. Compatriotas nossos morrem às centenas. Mas são centenas as fotos nas redes sociais de rostos com batom vermelho que, por momentos, quase parecem querer ofuscar a luz das ambulâncias à porta dos Hospitais. Enquanto se discute o vermelho do batom, lá vai passando ao lado a situação crítica. Em que quase todos são responsáveis. O Governo porque não planeou e não exerceu autoridade. A oposição porqueque foi complacente e não apontou antecipadamente o dedo às opções erradas, condicionando as decisões governamentais. Aos portugueses que, tendo a liberdade, não tiveram a responsabilidade. Enquanto se discute o batom vermelho, passa ao lado um outro dado relevante. Há mais de 10 dias seguidos que, neste mês de janeiro, morrem em Portugal mais de 500 pessoas por dia. Mortes por todas as causas. Sobre esta matéria estrutural nada se diz. No poder ou na oposição. Porque estamos com este índice de mortalidade? Quais as causas? Um silencio efetivamente sepulcral! Entretanto, a corte mediática e política entretém-se na bolha. Com uma deficiente adesão à realidade. O batom vermelho, e outros cosméticos políticos, é como fogo-fátuo. Irá tão depressa como veio. Desaparece, sem vestígio. Os verdadeiros problemas ficam aparentemente escondidos sob a cortina de fumo. Mas não ficam resolvidos. Vão-se acumulando sem solução. •
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OPINIÃO
N277 QUARTA-FEIRA 20 JANEIRO 2021
Opinião de José Rocha e Costa
FALEMOS DE PANDEMIA, PARA VARIAR Toda a gente está farta de ouvir falar da pandemia, nos telejornais, nos jornais, na rádio e em todos os sítios a que se vá. Como tal, e para variar um bocado, vou dedicar este espaço de opinião a falar sobre… adivinharam: a pandemia outra vez. Entrou em vigor a partir da última sexta-feira uma nova fase de confinamento geral, no entanto, ao contrário do confinamento ocorrido em Março e Abril do ano passado em que as pessoas cumpriram na grande maioria aquilo que lhes foi pedido, desta vez a ordem de confinamento parece, pelo menos para já, não
estar a surtir grande efeito. Há quem diga que a grande diferença está nas escolas continuarem a funcionar, e com elas os milhões de pessoas que elas envolvem, não só os alunos e professores, mas também os pais que vão levar os miúdos à escola e toda uma estrutura necessária para as escolas funcionarem. Mas então porque é que não se fecham as escolas, como aconteceu no confinamento do ano passado? Existem, a meu ver, dois motivos principais para que o fecho das escolas esteja a ser evitado até à última. O primeiro tem que ver com as aulas em si e
Opinião de Wladimir Brito
PELA CIDADE 1. A novidade do modelo da campanha eleitoral para as eleições Presidenciais centra-se essencialmente na forte redução dos comícios, da campanha de rua e do contacto pessoal do(a) s candidatos(as) com as populações, que conferem dimensão humana à campanha e revelam a personalidade política e pessoal do(a) candidato(a).
Com efeito, os comícios e a rua são a proximidade política e afectiva da campanha e revelam a personalidade dos candidatos. Por seu lado, a natureza tecnológica – a televisão, a rádio e as redes socias –, e a digitalização da campanha, distancia-nos do(a) candidato(a), levando-nos a representá--los como seres de nós separados por um ecrã e a
com a importância das aulas presenciais na formação dos alunos. O modelo que foi seguido no ano passado, em que foram instituídas as aulas por videoconferência, provou não ser suficientemente abrangente no que ao nível de aprendizagem diz respeito. Tanto, que as primeiras semanas do presente ano lectivo foram dedicadas a rever tudo aquilo que tinha sido leccionado na segunda metade do ano lectivo anterior. O segundo motivo, que talvez seja o mais relevante, tem a ver com questões económicas. Parar as aulas presenciais e encerrar as escolas, pressupõe que teria que ser dado aos pais a opção de ficar em casa a cuidar dos filhos, mantendo a totalidade do seu vencimento. Assim sendo, o Estado teria novamente que suportar os custos deste “lay-off” e aí é que reside o problema: será que ainda há liquidez suficiente de modo a permitir assumir esses custos? Mas o facto de as escolas estarem a funcionar não é por si só suficiente para explicar a falta de adesão a este novo confinamento. Se retirarmos este factor da equação por um momento, e olharmos para o comportamento dos cidadãos que não estão em idade escolar, nem têm filhos em idade escolar, continuamos a ver um comportamento diferente daquele que se verificou em Março do ano passado. A população está mais relutante em aceitar as limitações que lhes estão a ser impostas e olha para as regras aplicadas mais como
sugestões do que como regras que são. Isto resulta também de uma crescente desconfiança em relação ao governo e às entidades de saúde, que têm sido erráticos em algumas das medidas adoptadas e não foram suficientemente proactivos nas medidas que poderiam ter adoptado na fase que antecedeu a esta nova vaga. É cada vez mais frequente ouvir pessoas a criticar o fecho de estabelecimentos e a aderir a teorias da conspiração que vão surgindo na internet, por forma a justificar o não cumprimento das regras de confinamento e tratá-las mais como uma limitação da sua liberdade do que uma necessidade face ao aumento dramático de casos de covid que se tem verificado nas últimas semanas. A juntar a tudo isto, há um evidente cansaço que não deve ser menosprezado quando olhamos para o comportamento da população portuguesa. Isto não acontece só em Portugal, nem é exclusivo desta pandemia. Se olharmos para outros eventos disruptivos espalhados pela história (pelo menos aqueles em que há relatos), vemos que à medida que uma situação de excepção se vai prolongando no tempo, há uma tendência das populações a relativizar o perigo e a tentar voltar à sua vida normal como se nada se passasse. Um bom exemplo disso mesmo aconteceu no Reino Unido durante a 2ª Guerra Mundial: quando os Alemães iniciaram a campanha de bombardeamento estratégico, apelidado
de Blitz, sobre as maiores cidades do Reino Unido, as populações das cidades refugiaram-se nos túneis do metro e em qualquer tipo de abrigos que conseguiam encontrar. Mas, à medida que a campanha se foi prolongando ao longo de meses, a noção de perigo começou a dissipar-se e começou a ser normal as pessoas andarem na rua, mesmo com as bombas a cair. Resta-nos aguardar que a vacinação atinja os níveis que se pretende, a ver se o problema se resolve de uma vez por todas e por enquanto, se possível, ficar por casa. Ah, e fazer o possível para que este “se possível” seja mesmo possível. •
percecioná-los como actores de cinema ou de TV, de quem gostamos ou não. Não há dimensão afectiva, não há calor humano.
com o Presidente, e só se assume como candidato quando algo põe em causa o seu mandato ou o toca pessoalmente. Nas campanhas de rua ou nas entrevistas ele age e responde como Presidente, raramente como candidato. Marcelo é assim percepcionado como o Presidente que participa nos debates; raramen- te como o candidato. A estratégia é boa e quase todos adversários caíram na esparrela. Revejam os debates e apreciem a estratégia.
o factualizar e personalizar, no seu líder ou nos seus adversários. Para tanto, na sua acção comunicacional, usa uma linguagem rudimentar e grosseira dirigida à camada da população que nela se reconhece e que a percepciona como “a linguagem do povo”. Os partidos democráticos e os mídia não o têm sabido combater ideologicamente. Têm caído nesse seu jogo de esvaziamento do debate da sua dimensão político-ideológica e de ocupação dos mídia, acabando por debater casos em vez de causas e ideologia, malcriação e provocação, em vez pedagogia democrática. Por isso, o CHEGA e o seu líder não estão preocupados com críticas, pois sabem que com elas ampliam a sua mensagem e alcançam os seus objectivos. Essa é a sua estratégia. •
2. Nestas eleições, entre outras, dois aspectos prenderam a minha atenção pelo facto de ambos, com distintos objectivos, é certo, terem como recurso estratégico o uso de um certo tipo de linguagem e de acção comunicativa para produção e difusão da mensagem e da imagem política do candidato. Exemplifiquemos sumariamente. 3. Marcelo Rebelo de Sousa desenvolve essa estratégia comunicacional com recurso a uma linguagem condicionadora da linguagem e da reacção comunicacional dos seus adversários. Na verdade, nos debates, Marcelo começa por tratar o candidato adversário pela sua profissão – sr.ª Embaixadora – ou pelo seu cargo sr.(a) Deputado(a), e raramente por candidato. Com essa linguagem, leva o adversário tratá-lo por sr. Presidente, logo, a reconhece-lo como o Presidente que é e que continuará a ser. Desvaloriza, assim, o debate, transformando-o numa “conversa”
4. André Ventura, coriféu da extrema-direita malcriada, grosseira e político-sociologicamente perigosa, tem como objectivo ocupar a comunicação social para gerar a percepção de que é o único que efectivamente combate os “malandros-corruptos” que ocupam o poder e não se preocupam com o povo. A estratégia é: falem de mim e do CHEGA, mesmo que seja para dizer mal, mas falem todos os dias e em todos os meios de comunicação. Para ser percepcionado como o único partido que efectivamente combate o “poder corrupto” e o “sistema”, o CHEGA necessita de esvaziar o debate da sua dimensão ideológica e de
... à medida que uma situação de excepção se vai prolongando no tempo, há uma tendência das populações a relativizar o perigo e a tentar voltar à sua vida normal como se nada se passasse
CLASSIFICADOS
O JORNAL N277 QUARTA-FEIRA 20 JANEIRO 2021
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No dia 22-jan-2021 (sexta-feira), às 19h00, na Igreja de São João de Ponte, será celebrada missa de 7.º dia pela sua alma.
No dia 24-jan-2021 (domingo), às 7h30, na Igreja de Santa Cristina de Longos, será celebrada missa de 30.º dia pela sua alma.
LONGOS
PENCELO
António José Marques Dias da Silva
Maria Rosa Fernandes
No dia 24-jan-2021 (domingo), às 7h30, na Igreja de Santa Cristina de Longos, será celebrada missa de 30.º dia pela sua alma.
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FERMENTÕES
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N277 QUARTA-FEIRA 20 JANEIRO 2021
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João Henriques reiterou o objetivo de andar nos lugares cimeiros e da necessidade de melhorar o rendimento em casa. Dos 20 pontos conquistados na Liga, apenas seis foram obtidos em Guimarães. Isolado no sexto lugar, com 20 pontos, mas com dois jogos em atraso, ambos no D.Afonso Henriques, vencer é palavra de ordem no seio do plantel liderado por João Henriques. Em caso de triunfo diante o Nacional da Madeira, agendado para amanhã (20h15), em atraso da 12ª jornada, o Vitória ficará a dois pontos do Paços de Ferreira, atual quinto classificado, e a quatro do rival Sp.Braga, que ocupa o quarto posto. Contudo, uma margem que poderá ser esbatida a 17 de fevereiro, quando o Farense visitar Guimarães para realizar o jogo em atraso da 14ª jornada. Até lá, ainda serão realizados cinco encontros, três dos quais fora de portas (Famalicão, Benfica e Belenenses SAD) e dois em casa (Marítimo e Rio Ave). Embora a necessidade de vencer seja crucial para não perder a corrida pelos cinco primeiros lugares, João Henriques também já assumiu a necessidade de melhorar o rendimento nos jogos em casa. Dos 20 pontos já conquistados, apenas seis foram amealhados no seu palco,
© VSC
diante o Paços de Ferreira e Portimonense, respetivamente. A juntar à derrota com o Belenenses SAD, o Vitória perdeu em casa com o líder Sporting, com o F.C.Porto, terceiro classificado e com o Sp.Braga, quarto classificado. Para o jogo com os madeirenses, que perderam no fim-de-semana em casa, diante o Moreirense, o onze de João Henriques deverá andar próximo daquele que pretendia utilizar diante o Farense, ou seja, com Edwards e Ricardo Quaresma no apoio a Óscar Estupiñan.
Capitão faz a diferença com golos A atravessar um bom momento de forma, o capitão André André tem sido crucial para as melhorias do jogo coletivo. O médio marcou quatro golos nos últimos cinco jogos, num registo que lhe permite, nesta altura, ser o melhor marcador da equipa, com cinco remates certeiros. Um desempenho importante também para a melhoria
ofensiva da equipa que, até à sétima jornada, tinha um dos piores ataques. Contudo, com a sequência de golos que André
Gelo adia o jogo com o Farense por duas vezes As baixas temperaturas registadas na passada semana causaram mossas no relvado do estádio D.Afonso Henriques e a formação de gelo, em algumas zonas na parte sul, obrigaram ao adiamento da partida entre Vitória e Farense em duas ocasiões. No sábado, apesar dos esforços de dezenas de funcionários, que tentaram com água quente, secadores e picadores proceder à descongelação das zonas afetadas, o esforço acabou por ser inglório, adiando-se o encontro para o dia seguinte. Contudo, nem a utilização de painéis fotovoltaicos durante 24 horas, foi suficiente para convencer as partes envolvidas. Apesar das melhorias visíveis, o árbitro Fábio Veríssimo testou o piso com pequenas corridas nas zonas afetadas, verificando que uma camada fina de gelo poderia colocar em causa a integridade física dos jogadores. Mais tarde, foram os capitães André André e
© Direitos Reservados
André tem apresentado, o Vitória é, neste momento, o oitavo melhor ataque, mas ainda com dois jogos a menos. No que diz
Rúben Lameiras falha o jogo com o Nacional
Bês derrotados na visita a Felgueiras © VSC
Ryan Gauld que acompanharam o árbitro leiriense na testagem do piso. O Vitória queria jogar, mas as dúvidas levantadas pelo Farense criaram um impasse. Fábio Veríssimo optou pela não realização do encontro. A partida foi reagendada para o próximo
dia 17 de fevereiro, pelas 21h45, dado que nesse dia há jogos da Liga dos Campeões e existe um acordo entre a UEFA e as Ligas Europeias que impedem a sobreposição de jogos das ligas nacionais com os da prova milionária. •
respeito a assistências, apenas Quaresma supera o capitão que, em tempo de jogo, apenas é superado por Bruno Varela. •
A equipa B vitoriana continua com dificuldades para se impor na série B do Campeonato de Portugal. Na visita a Felgueiras, a equipa liderada por Bino Maçães perdeu por 1-0. Apesar de ter criado várias situações de golo, prevaleceu a maior eficácia local. O Vitória permanece no quinto lugar, com os mesmos pontos do Felgueiras, mas a dois dos líderes Pevidém e Rio Ave B. Segue-se o Brito. •
Rúben Lameiras não poderá ser opção de João Henriques para a receção ao Nacional da Madeira, agendada para a próxima quinta-feira (20h15). Tratando-se de um jogo em atraso da 12ª jornada, que deveria ter sido disputado a 3 de janeiro, Ruben Lameiras não poderá defrontar os madeirenses, dado que nessa altura ainda era jogador do Famalicão. •
Lyle Foster regressa O sul-africano teve autorização para viajar para o seu país, devido ao falecimento de um familiar, mas já estará à disposição do treinador para o encontro de amanhã com o Nacional da Madeira (20h15). •
FUTEBOL
O JORNAL N277 QUARTA-FEIRA 20 JANEIRO 2021
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Central goleador dá vitória ao Moreirense na visita ao Nacional da Madeira Steven Vitória, com uma carreira recheada de golos, causou mossas na última jornada, na estreia de Vasco Seabra a ganhar no comando técnico do Moreirense. Um golo que permitiu à equipa vimaranense um salto na classificação. O defesa central Steven Vitória tem faro pelo golo e o experiente jogador, de 34 anos, foi decisivo no recente triunfo no reduto do Nacional da Madeira, cujo resultado permitiu à equipa cónega ascender ao sétimo lugar. Com uma carreira repleta de golos, destacando-se os cinco na época passada e os 25 ao serviço do Estoril, em duas épocas, o golo aos 90 minutos, na recente visita ao Moreirense, foi crucial para o coletivo distanciar-se dos lugares incómodos. Apesar da partida não ter começado da melhor forma, com Vasco Seabra a esgotar uma substituição nos minutos iniciais, a equipa não acusou a contrariedade e, com qualidade, impôs o seu jogo. Yan, de livre, foi o primeiro a levar perigo junto da baliza madeirense. Minutos mais tarde, Walterson desperdiçou uma soberana ocasião para inaugurar o marcador, diante um oponente que só conseguiu reagir a partir dos 30 minutos. Face ao crescimento local na reta final da primeira parte, o empate acabava por ser o resultado mais ajustado ao intervalo. O descanso trouxe duas equipas dispostas a chegar ao triunfo, em-
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bora com menos intensidade. A mais flagrante pertenceu à equipa da casa, com Riascos, na cara de Pasinato, a desperdiçar. Na resposta, o Moreirense chegou ao golo, com Steven Vitória a revelar-se letal na grande área do Nacional.
“Três pontos importantes” Na estreia a vencer no comando técnico do Moreirense, Vasco Seabra elogiou o coletivo. “Conseguimos ter uma entrada fortíssima, com cinco situações claras para golo. A partir daí tivemos uma resposta do Nacional e sabíamos que não ia chegar apresentarmos só as nossas ideias e a nossa qualidade. Teríamos de sofrer juntos, e penso que soubemos fazê-lo. Não conseguimos materializar nos primeiros 30 minutos, mas acabámos por fazê-lo num momento em que o jogo estava mais dividido”, começou por dizer. “São três pontos muito importantes na nossa caminhada. Vai ser longa e difícil. O campeonato está muito equilibrado, muito nivelado, e com muita competitividade. Mas temos crença no que estamos a fazer”. •
Campeonato de Portugal
Campeonato de Portugal
O Pevidém continua a surpreender na série B do Campeonato de Portugal. Na receção ao Mondinense, no arranque da segunda volta, o conjunto liderado por João Pedro Coelho venceu pela margem mínima, com um golo no último minuto, mas acabou por justificar o sucesso alcançado. Sempre com
O Brito empatou a zero na receção ao Rio Ave B, num jogo cuja exibição voltou a mostrar uma equipa em claro crescimento. Depois da derrota tangencial em Fafe e do empate caseiro com o Berço, duas das equipas que têm ambições elevadas para a presente temporada, a receção aos vilacondenses, que repartem a liderança com o Pevidém, voltou a demonstrar um coletivo com qualidade de jogo e que tem todas as condições para garantir a permanência no Campeonato de Portugal. Apesar da entrada forte no encontro, faltou eficácia à equipa liderada por Filipe Gonça nos minutos iniciais para chegar à vantagem, diante um oponente valioso e que foi equilibrando a partida com o decorrer do tempo. A mais flagrante pertenceu ao jovem lateral esquerdo Kiko, cujo remate apenas foi parado pela trave. No segundo tempo, apesar dos dois conjuntos nunca terem descurado o ataque, as ocasiões fo-
Brito empata e trava um candidato à subida
© Paulinho / Pevidém SC
Cabeça de Emanuel deu vitória e a liderança na série B
maior iniciativa, diante um oponente mais recuado no terreno e que soube tapar os caminhos, a equipa vimaranense fez o suficiente para conquistar os três pontos. Nunca perdendo o discernimento e a calma, revelando sempre confiança nos processos trabalhados, acreditar foi a palavra chave para
o sucesso. O momento de alegria surgiu num dos últimos lances do encontro, com Emanuel a ser mais lesto que toda a concorrência. Um golo que permite ao Pevidém entrar no próximo fim-de-semana como líder, na visita ao Tirsense, em igualdade pontual com o Rio Ave B. •
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ram mais repartidas. A equipa liderada por Filipe Gonça teve personalidade e com muito mérito conseguiu mais um ponto. •
FUTEBOL
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Futebol distrital voltou a parar e sem datas para o retorno
1.ª Divisão
Prazins/Corvite meteu a sexta © Direito Reservados
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Novo interregno causa apreensão e incertezas relativamente à retoma das provas organizadas pela Associação de Futebol de Braga. Organismo que gere as provas distritais esperançada que o retorno possa acontecer em finais de fevereiro ou início de março. © Mais Guimarães
várias semanas. Com calendário apertado para terminar a época, a direção da Associação de Futebol de Braga pondera eliminar a disputa da segunda volta. Vários dirigentes vimaranenses defendem o cancelamento da presente temporada, embora essa hipótese não reúna consenso entre os clubes filados.
Formação também sofre O campeonato de sub-20, recentemente criado pela Associação de Futebol de Braga, também
não tem datas para iniciar. A competição foi feita para minimizar a ausência de competição para os mais novos, contudo, devido às restrições atuais, não há datas e certezas se a competição poderá avançar. A adesão dos clubes vimaranenses foi elevada. Vitória, Ases de Santa Eufémia, Desportivo de Ronfe e Brito tinham inscrito duas equipas. Moreirense Sandinenses, Taipas, Santiago Mascotelos, Gonça, Selho, Pevidém, Aldão Cano, Tabuadelo, Ponte e Torcatense também já tinham procedido às respetivas inscrições. •
última parte da tabela e ainda sem vitórias estão as equipas do S.Cristovão (3 pontos), Longos e Santo Estevão (2 pontos) e Ronfe B, sem qualquer ponto conquistado. S.Cristovão, Santo Estevão e Ronfe B ainda só disputaram cinco jogos.
Santiago Mascotelos invicto na série D Na série D, a equipa de Luís Mendes permanece tranquila na liderança, somando a quinta vitória em cinco jogos disputados. O Santo Adrião ocupa o segundo lugar, a três pontos do conjunto vimaranense. O Santiago Mascotelos permanece com o estatuto de melhor ataque (19 golos) e a melhor defesa (2 golos). Já o Taipas B, que na última jornada travou o candidato Santo Adrião (2-2), está no nono lugar, com quatro pontos, fruto da vitória diante o Cepanense e do empate com o conjunto vizelense. •
Divisão de Honra
Campelos permanece em primeiro © Direito Reservados
As provas organizadas pela Associação de Futebol de Braga voltaram a parar devido ao novo confinamento, mas as datas para o regresso ainda não existem. Embora haja expectativas que as provas possam ser retomadas em finais de fevereiro ou início de março, apenas a evolução da pandemia do covid-19 irá determinar o futuro das competições e das equipas vimaranenses. Até ao momento, é certo que os campeonatos estão suspensos até final do mês, embora seja quase certo que o estado de emergência será prolongado por
O Prazins/Corvite permanece com uma campanha 100% vitoriosa. Em seis jogos disputados, o conjunto liderado por Leandro Pinheiro soma seis vitórias, liderando a prova com cinco pontos de vantagem sobre a AD Oliveirense. O Ases, com dois jogos a menos, soma quatro vitórias em quatro jogos, podendo igualar o vizinho Prazins/Corvite no acerto de calendário. O Aldão Cano, de Joaquim Vieira, deu um salto para a quarta posição, com 13 pontos, mas apenas com cinco jogos disputados. Já o Brito B, com duas vitórias consecutivas, subiu para a quinta posição. A formação liderada por José Ribeiro ainda só disputou quatro jogos. Com duas vitórias, um empate e três derrotas, o Souto e Gondomar é sétimo, seguido do Tabuadelo, que soma uma vitória, três empates e duas derrotas. O Sandinenses B ocupa a nona posição, com cinco pontos. Na
Pró-Nacional
Liderança não mora em Guimarães Quando estão cumpridas seis jornadas no Pró-Nacional, Serzedelo e Taipas são as equipas vimaranenses melhor colocadas, ocupando o terceiro lugar, em igualdade pontual com o Vieira e Santa Eulália. Ambas estão a três pontos do segundo lugar, ocupado pelo Ribeirão e a seis do líder Joane. O Ponte, com um jogo a menos, poderá encostar ao terceiro lugar, caso vença o jogo em atraso diante o Torcatense, que ainda não somou qualquer vitória. O Desportivo de Ronfe soma
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sete pontos e ocupa a nona posição. O Sandinenses está logo
atrás, com seis pontos conquistados •
Apesar de ter perdido pela primeira vez na última jornada, na casa do Gonça, o Campelos ainda liderada a série C da Divisão de Honra, com 10 pontos. Logo atrás está o Polvoreira que, com um jogo a menos, soma já oito pontos. A equipa de Ricardo Macedo ainda está invicta. O Airão possui os mesmos pontos, mas o conjunto liderado por André Pereira tem um jogo a mais. O Gon-
ça, com quatro jogos disputados, deu um salto para o quarto lugar, dividindo a posição com o S.Paio. O Selho, de Stephane Varela, é sétimo classificado, com quatro pontos. Nos últimos lugares encontram-se Pevidém B e Amigos de Urgeses. Ambas ainda não venceram. A equipa de Bernardino Névoa soma três pontos. A equipa de Armando Jorge soma dois. •
+ DESPORTO
O JORNAL N277 QUARTA-FEIRA 20 JANEIRO 2021
Desequilíbrio apenas chegou no último período
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Futebol feminino
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Brito visita o Benfica
Conquistadores deram excelente réplica na receção ao F.C.Porto. Num jogo bastante equilibrado, prevaleceu a maior eficácia defensiva e ofensiva dos dragões no final. © Direitos Reservados
de forma a podermos ganhar de forma mais consistente”, assumiu. Na próxima jornada, agendada já para o próximo domingo, o conjunto vitoriano joga em Angra do Heroísmo, onde defrontará o Lusitânia dos Açores. •
A equipa de futebol sénior feminina do Brito irá defrontar o Benfica na terceira eliminatória da Taça de Portugal e já prepara com afinco a visita ao reduto das águias, em partida programada para o próximo dia 31 de janeiro. O treinador Francisco Sousa foi objetivo relativamente ao sorteio. “Gostava de defrontar uma equipa mais pequena, de forma a poder passar mais uma eliminatória. Como não foi possível, é com agrado que visitamos o Benfica. As jogadoras merecem defrontar um clube grande”, justificou. Um agrado extensivo a Cristela Pereira, diretora desportiva. “É
uma aventura e um bom desafio para nós. É bom para o clube e para o concelho. A visibilidade é maior e já sentimos isso. É um presente justo para estas jogadoras”, confidenciou. Autora de um dos golos na vitória sobre o Varzim, na eliminatória anterior, por 3-1, a capitã Cris não esconde a satisfação por defrontar uma grande equipa. “O segredo para chegarmos a esta fase foi a união de grupo. É um bom prémio. Nós vivemos da paixão pelo futebol e vamos defrontar uma equipa com jogadoras que vivem do futebol. Será bom para aprender”. •
Andebol
Voleibol
Futsal
Candoso garante a chegada de Zezinho
MMA
Jovem Leandro com vitória na estreia
O campeonato nacional da segunda divisão foi obrigado a parar devido ao estado de emergência, mas a equipa sénior do Xico Andebol continua a trabalhar, dado que no próximo fim-de-semana tem jogo para a Taça de Portugal, diante o Sporting, uma das equipas mais fortes em Portugal e que luta pelo título de campeão nacional. Apesar de o foco da formação liderada por Pedro Correia ser naturalmente o campeonato, liderando
A equipa sénior feminina de voleibol do Vitória somou mais uma derrota. Na receção ao Ginásio Vilacondense, as conquistadoras perderam pela margem mínima (2-3), num jogo pautado pelo equilíbrio. O primeiro set foi favorável às vitorianas (25-23), mas o segundo set, apesar do equilíbrio, foi para o conjunto adversário (30-32). O Vitória voltou para a frente no terceiro set (26-24), mas a formação de Vila Conde reagiu e venceu os jogos seguintes, pelos parciais de 23-25 e 18-25. Já a equipa sénior masculina saiu derrotada, por 3-0, na receção ao Leixões. Um desaire que complicou e muito as contas para a permanência no principal escalão. Apesar da boa réplica dada pelos conquistadores, o rendimento não foi suficiente para evitar a derrota pelos parciais de 19-25, 23-25 e 18-25. A equipa leixonense, nos momentos decisivos, não vacilou. •
José Martins, conhecido na modalidade como “Zezinho”, é reforço da equipa principal do Clube Recreativo de Candoso para a presente temporada. Internacional sub-21 português e com formação no Miramar e no Caxinas, o jovem jogador chega ao clube vimaranense por empréstimo do Módicus. Do passado fim-de-semana, o empate a dois golos no reduto do Viseu 2001. Apesar do excelente jogo, a sorte não acompanhou o conjunto liderado por Henrique Passos, considerado o melhor treinador da 17ª jornada da principal liga nacional da modalidade. Thales foi o autor dos golos do CR Candoso. O foco do conjunto vimaranense já está na partida desta quarta-feira, dia 20 de janeiro, em casa, diante o CCRD Burinhosa, referente à 18ª jornada. O pontapé de saída será dado às 20h30. O reforço José Martins já poderá ser incluído nas opções da equipa técnica. •
Leandro Gomes, campeão da europa e do Mundo de MMA, na categoria de amadores, teve uma estreia vitoriosa na categoria de profissionais, vencendo por KO no combate realizado nos Emirados Árabes Unidos. O jovem lutador não poupou nos agradecimentos. “Obrigado a todos aqueles que me apoiaram e obrigado a todos aqueles que duvidaram, porque eu sempre tenho prazer em mostrar que estão errados ao não acreditarem em mim e na minha equipa. Obrigado principalmente ao meu pai/treinador/psicólogo e amigo por acreditar em mim, e de me fazer uma melhor pessoa e atleta em todos os aspetos” •
“Foi um jogo muito competitivo que encaramos com ambição e determinação para vencer. Mas, nos momentos em que o jogo se decide, não tomamos as melhores decisões e isso custou-nos a vitória. Ofensivamente temos de dar passos em frente e melhorar
Xico Andebol com ambições Equipas para a receção ao Sporting feminina e masculina derrotadas
a sua série, as expetativas para o jogo com o Sporting são elevadas. Apesar do favoritismo leonino, a competição é fértil em surpresas e, na memória dos amantes da modalidade e dos vimaranenses, ainda está bem presente a conquista da Taça de Portugal, em 20209/2010, precisamente diante os leões (27-24). O vimaranense Nuno Santos, atual selecionador nacional dos sub-21, era na altura o treinador do Xico. •
© Joana Meneses
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Moralizados pelo triunfo alcançado no reduto do Barreirense, por 89-84, com Jaron Hopkins a contribuir com 26 pontos, o Vitória acabou por não foi feliz na receção ao F.C.Porto. Numa partida intensa e bastante emotiva, o primeiro período foi esclarecedor do equilíbrio registado, com dois pontos de vantagem para os azuis e brancos (21-23). Uma toada que se manteve até ao intervalo e no terceiro período, embora com os dragões a aumentarem a vantagem para os seis pontos de diferença (5258). No quarto e último período, com maiores dificuldades no seu jogo ofensivo, o Vitória não conseguiu travar as individualidades contrárias, acabando por permitir ao F.C.Porto dilatar o marcador para os 12 pontos de diferença (62-74). No final do encontro, nas declarações prestadas aos meios oficiais do clube, o treinador Carlos Fechas foi categórico na análise.
ARTES E ESPETÁCULOS
N277 QUARTA-FEIRA 20 JANEIRO 2021
Espaços d’A Oficina fecham portas
Medidas de apoio à Cultura © Direitos Reservados
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© Direitos Reservados
Na sequência do novo confinamento geral e das medidas decretadas pelo Governo português, A Oficina informa em comunicado que suspendeu todas as suas atividades.
Todos os espaços geridos e programados pel’A Oficina (Centro Cultural Vila Flor, Centro Inter-
nacional das Artes José de Guimarães, Casa da Memória de Guimarães, Centro de Criação
de Candoso, Espaço Oficina, Loja Oficina) estarão encerrados ao público a partir de 15 de janeiro. Em articulação com artistas e companhias, os espetáculos e atividades previstas para este período serão reagendados para datas futuras a anunciar brevemente. A informação será constantemente atualizada na página de internet e nas redes sociais. Todos os bilhetes já adquiridos serão válidos para as novas datas. Pedidos de informação ou reembolso do valor dos bilhetes deverão ser efetuados exclusivamente através do telefone 253 424 700 ou do e-mail bilheteira@aoficina.pt, uma vez que as bilheteiras físicas estarão encerradas ao público durante o período acima mencionado. •
Espetáculos cancelados têm de ser reagendados até 31 de março A ministra da Cultura, Graça Fonseca revelou que os espetáculos que forem cancelados por causa do novo período de confinamento terão de ser reagendados até 31 de março. “Até 31 de março, é possível reagendar os espectáculos que agora têm de ser cancelados”, explicou Graça Fonseca na conferência de imprensa, para apresentação de medidas de apoio do
Governo aos setores mais afetados pelas restrições impostas por causa da covid-19. “O Governo decidiu renovar o regime do [decreto-lei] 10-I/2020, de reagendamento de espetáculos em fase de novo confinamento”. De acordo com a ministra da cultura, Graça Fonseca, é também renovado “o regime excecional para que as entidades públicas
tenham a possibilidade jurídica de pagar trabalho artístico em função destas novas decisões sobre reagendamento e em alguns casos, cancelamento”. É de relembrar que a renovação do decreto prevê “apoio até 50% dos trabalhos artísticos não realizados; com a possibilidade de as entidades públicas pagarem até 50%. Foi algo muito importante em 2020”. •
A ministra da Cultura, Graça Fonseca, anunciou o programa “Garantir Cultura” de 42 milhões de euros, “universal e a fundo perdido”, destinado a entidades coletivas e pessoas singulares. O programa “Garantir Cultura” visa apoiar todo o sector das entidades colectivas na área da cultura, dos teatros a salas de cinema independentes, mas também a pessoas singulares como artistas ou técnicos. Graça Fonseca indicou que se pretende também complementar o apoio a entidades artísticas que estão apoiadas, mas não receberam a totalidade do apoio por limitações orçamentais em 2020. Haverá um apoio de 438 euros para todos os profissionais da Cultura que tenham o respetivo código de atividade económica ou código do IRS. “Temos bem consciência de que este novo confinamento, com esta paragem das atividades e equipamentos culturais, tem um impacto particularmente forte nos trabalhadores, artistas, autores e técnicos
deste setor. Este apoio tem como objetivo atenuar ou mitigar os impactos que esta nova paragem tem noutros setores”. No cinema haverá mais seis obras com apoio face a 2020 e a quota de apoio para divulgação da música portuguesa aumenta para 30%. “Está na altura para o fazer, é um ano importante para o fazer” face ao facto de o setor ter sido “particularmente atingido pelas limitações dos espetáculos ao vivo”, disse Graça Fonseca. Vão ser também lançadas 24 bolsas de criação literária no valor de 270 mil euros, um aumento de 90 mil euros face a 2019. Seis bolsas anuais, no valor de 15 mil euros, e seis semestrais, de 7.500 euros. Para os museus, vai ser criada uma linha de apoio de 600 mil euros, destinada essencialmente para a programação de entidades da rede portuguesa de museus, para que possam ser desenvolvidas atividades e programas de divulgação durante os meses da primavera e do verão. •
PASSATEMPOS E INFORMAÇÕES ÚTEIS
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O JORNAL N277 QUARTA-FEIRA 20 JANEIRO 2021
Dê sangue! COLHEITA PERMANENTE
Todas as Terças-feiras das 14h30 às 19h00 Primeiro e terceiro Sábado de cada mês das 09h00 às 12h30 Local Casa do dador (Azurém)
Portugal à mesa com
Mário Moreira Oferecer um cálice de licor é uma forma delicada de bem receber Saborear um licor é uma demonstração civilizacional, um verdadeiro ato de partilha fraternal, valores incontornáveis, votados ao silêncio, pelos poderosos que esmagam os mais frágeis, os esquecidos de sempre, todos os dias, através da comunicação dominante. O circo político a que temos estado a assistir nestas eleições de calçadeira, são a prova clara disso mesmo. Saber preparar um licor é um saber de quem tem a capacidade para ultrapassar os apelos do nosso quotidiano, de quem tem a capacidade de raciocínio crítico ao mundo que o rodeia, a capacidade ao protesto e indignação, sem falsos ingredientes instalados. As fórmulas dos licores não são secretas, uma vez que têm nas suas raízes os saberes de tradição, e, possuem uma duplicidade gastronómica interessante, de se adaptarem ao gosto de quem os prepara, espevitarem os sentidos de quem os preparou e saboreia. Uma das caraterísticas para se fazer um bom licor é a capacidade de ser paciente, é necessário saber esperar para que o conjunto de ingredientes da sua compo-
sição, ganhe corpo para que os frutos e especiarias se misturem com a aguardente e açúcar ou mel, cumpram a sua função de combinar todos os seus sabores. Enquanto os Ingleses brindam com cherry, licor de cerejas pretas, nós Portugueses, nunca dizemos não a uma ginjinha, com ou sem elas…Na verdade, será sempre melhor com elas, conferem-se um gosto e encanto inigualável. A ginjinha trouxe até há bem poucos meses uma dinâmica com história e animação à capital com muitas dezenas de anos. Vendida a copo, este licor tornou-se um ex-libris de Lisboa. As casas que restam vêm mencionadas nos roteiros turísticos, uma delas bem conhecida no largo S. Domingos, com a marca “Espinheira”, fundada em 1840, com diversas medalhas de ouro e diplomas de honra no seu extenso currículo. Nesta emblemática casa alfacinha, encontram-se gravadas nas suas paredes de mármore, os nomes das cidades por onde esteve em exposições internacionais. Já tive o prazer de lá estar algumas vezes a efetuar dignas contemplações licorosas.
No dia seguinte à pisa das uvas, retirar 1 l e ½ de mosto. Colocar num pequeno barril de madeira e adicionar ½ l de aguardente. Fechar bem com rolha de cortiça com sebo. Deixar durante três meses. As proporções são de 3 para um. Esta é uma excelente jeropiga que pouco ou nada tem com a que comprámos nas catedrais de consumo. Bom apetite! Um abraço gastronómico. Envie as suas sujestões para: leitor@maisguimaraes.pt
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“Licor de Jeropiga”
Telefones Úteis Polícia Municipal 253 421 222 P.S.P. 253 540 660 G.N.R. 253 422 575 Hospital 253 540 330
BV Guimarães 253 515 444 BV Taipas 253 576 114 SOS 112 CM Guimarães 253 421 200
ASSINATURAS 253 537 250
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MAIS SAL SALGADO ALMEIDA
maisguimaraes.pt
Pontos de Vista
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Teleférico ‘Green City Accord’ O Município de Guimarães aderiu ao ‘Green City Accord’, um compromisso ambiental que visa tornar as cidades “mais limpas, saudáveis e eficientes na gestão de recursos”.
Covid-19 fora de controlo O número de casos tem vindo a aumentar de forma dramática um pouco por todo o país, atingindo mesmo o número de 200 mortes diárias. O concelho de Guimarães está novamente entre os que apresentam risco de transmissão extremamente elevado.
Última
Testagem nas secundárias de concelhos de risco extremamente elevado arranca esta quarta-feira
A campanha de testagem rápida, através de testes de antigénio, nas escolas com ensino secundário localizadas em concelhos de risco extremamente elevado. As escolas secundárias de Guimarães dizem não ter informações sobre este assunto. O Mais Guimarães contactou várias escolas secundárias do concelho para perceber se, também em Guimarães, sendo concelho de risco extremamente
elevado, avançariam estes testes rápidos aos alunos. O diretor do Agrupamento de Escola de Santos Simões revelou só ter tido conhecimento através das notícias, mas que “a escola ainda não foi oficialmente notificada.” “Em caso de identificação de surtos ativos será intensificada a testagem, envolvendo e priorizando toda a comunidade escolar dos estabelecimentos
de ensino afetados, independentemente do grau de ensino a que pertença”, indica um comunicado conjunto dos ministérios da Saúde e da Educação. A realização de testes de antigénio, acrescentam os ministérios, “visa aumentar a rapidez da deteção e rastreamento de eventuais casos” de infeção em alunos, pessoal docente e não docente. Para operacionalizar esta
estratégia, a Direção-Geral da Saúde e a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, em colaboração com as respetivas estruturas regionais e com as Administrações Regionais de Saúde, elaboraram um modelo de consentimento informado a obter junto dos encarregados de educação, bem como informação sobre a importância do processo de testagem para fornecer à comunidade educativa. •