EXPEDIENTE
SUMÁRIO
A ABIMO em Revista é uma publicação da ABIMO - Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios, direcionada a associados, fornecedores, órgãos governamentais e profissionais da área. A reprodução total ou parcial deste conteúdo é expressamente proibida sem prévia autorização.
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Mais Médicos
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ABIMO GESTÃO 2011-2015 Franco Maria Giuseppe Pallamolla (Presidente – Lifemed) Paulo Henrique Fraccaro (Presidente Executivo) Luiz Calistro Balestrassi (Vice-Presidente – Neurotec) Paulo Akio Takaoka (Diretor Financeiro – Newmed) SINAEMO GESTÃO 2011-2015
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Compliance
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Ruy Salvari Baumer (Presidente – Baumer) Paulo Henrique Fraccaro (Vice-Presidente) Milton Rubens Salles (Tesoureiro – Intermed) Conselho Editorial: Paulo Henrique Fraccaro (Presidente Executivo) Knud Sorensen (Vice-Presidente do setor odontológico) Márcio Bósio (Diretor Institucional) Paula Portugal (Gerente de Marketing e Exportação)
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Conteúdo/Edição de textos:
Políticas Públicas
24 Balança Comercial
34 Prêmio Inova Saúde
Ações BHD Artigo Franco Pallamolla Artigo Ruy Baumer ABIMO dia-a-dia Artigo Roberto Lima Eventos - Projeto BHD Compras - ABIMO e EBSERH Pirataria na Odontologia CIOSP 2014 Painel de Associados CIOSP
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Jornalista Responsável: Deborah Rezende (MTB 46691)
Redação: Deborah Rezende, Luana Tucci, Cássio Ribeiro e Marcela Marques Revisão: Cássio Ribeiro, Gislaine Cristina e Luiz Alves PRODUÇÃO E PUBLICIDADE:
www.publimededitora.com.br comercial@publimededitora.com.br 11. 3966.2000 Edição e Arte: Lilian Carmona
lia@liacarmona.com.br ABIMO Av. Paulista, 1.313 - 8º andar sala 806 - 01311-923 São Paulo - SP
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Vamos falar de inovação
FRANCO PALLAMOLLA é presidente da ABIMO - Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios.
Está cada vez mais claro que o setor da saúde brasileiro espera, com ansiedade, por inovações que permitam melhorias nos sistemas e maior acesso à população. Mas por que essa inovação demora tanto a aparecer? Os empecilhos para inovar não são exclusividade do setor da saúde e nem do Brasil. Outros segmentos e outras nações, desenvolvidas ou não, encontram problemas e batalham para contorná-los dia após dia. Mas, quando falamos em inovação na saúde, temos alguns pontos que merecem destaque, como mencionou recentemente Domingo Braile, presidente do conselho da Braile Biomédica, referência da tecnologia médica no Brasil, dizendo que quando falamos da área da saúde estamos falando da máquina mais complexa que existe, que é o corpo humano. Esse é um campo de atuação que realmente precisa de cuidados especiais, afinal tudo precisa ser fundamentado no cuidado com a vida. Mas inovar não necessariamente representa criar algo nunca antes visto. Inovar pode ser reformular um processo para garantir mais agilidade ou encontrar soluções tecnológicas para aproximar médico e paciente, reduzindo o tempo de análise e o diagnóstico de casos específicos. Há, também, de se considerar o papel da Anvisa dentro dos projetos de inovação. A regulamentação da anuência de patentes enfrenta processos burocráticos, nem sempre justificáveis do ponto de vista das responsabilidades da agência, que são empecilhos à inovação. A Anvisa tem de ser mais ágil. Não podemos ter processos tão morosos. Isto é uma das coisas que causa o déficit da balança comercial, pois se não competimos com os países inovadores, os importados entram e ganham dos nacionais.
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A Tríplice Hélice na inovação São vários os pontos a serem debatidos quando falamos a respeito de inovação e, para isso, é preciso abrir espaço para uma comunicação bastante ampla e eficiente com todos os envolvidos nestes processos. Ou seja, precisamos ouvir as universidades, os empresários, os profissionais da saúde, os prestadores de serviço e principalmente o governo. Muitas vezes encontramos dificuldade de diálogo ou, ainda, uma dificuldade em saber o que os centros de pesquisa estão fazendo, o que está sendo desenvolvido pelas universidades, quais as necessidades e prioridades do sistema de saúde e, até mesmo, o que as empresas precisam para serem eficientes em inovação. RUY BAUMER é presidente do SINAEMO - Sindicato da Indústria de Artigos e Equipamentos Odontológicos, Médicos e Hospitalares do Estado de São Paulo.
A inovação deve ser um meio de fomento à indústria e à economia como um todo. Países inovadores em diferentes segmentos se destacam na economia mundial e garantem melhor posição neste mercado. E é justamente por isso que a inovação deve ser tratada como uma prioridade no âmbito da política econômica pública. Para que universidades e empresas se entendam no que diz respeito à inovação, há a necessidade de uma atuação forte e decisiva do governo sobre aspectos que fortaleçam o desenvolvimento e ofereçam oportunidades a ambos os lados. Apesar de o governo e suas entidades trabalharem planos de incentivo, desoneração de impostos e menos entraves burocráticos, as empresas ainda carecem de maiores recursos e de definições por parte do próprio governo para otimizar seus processos produtivos. O debate sobre inovação se estende, também, aos papéis da universidade e da indústria neste cenário. A parceria entre academia e indústria deve sim existir, ou, melhor dizendo, ambos os lados devem coexistir e trabalhar juntos para inovar.
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dia-a-dia
NOVEMBRO Audiência pública discute impactos da isonomia O presidente executivo da ABIMO, Paulo Fraccaro e o diretor institucional, Márcio Bósio, participaram no dia 5 de novembro de uma audiência pública, realizada pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) para discutir o tema os impactos da isonomia tributária na aquisição de produtos para a saúde. A audiência foi requerida pela senadora Ana Amélia (PP-RS) após reunir-se, no início de junho, com os representantes da ABIMO. Na mesa de discussão, além de Fraccaro, estava o diretor do Departamento do Complexo Industrial e Inovação em Saúde da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Eduardo Jorge Valadares Oliveira; o assessor técnico da Subsecretaria de Tributação e Contencioso da Secretaria da Receita Federal, Alexandre Guilherme de Andrade e o representante da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), Gonçalo de Abreu Barbosa. Crédito: ABIMO
Ministério da Fazenda recebe ABIMO
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O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland recebeu, no dia 6 de novembro, o presidente executivo, Paulo Fraccaro; o diretor institucional, Márcio Bósio; o senador Waldemir Moka; os deputados federais Newton Lima e Henrique Fontana e a senadora Ana Amélia para uma reunião que discutiu pontos práticos da implementação da isonomia tributária para equipamentos para a saúde.
Crédito: ABIMO
9ª Rede Temática 2013 Defesa Comercial
Crédito: ABIMO
Café da manhã sobre PEC Ainda no dia 6 de novembro, Paulo Fraccaro e Márcio Bósio participaram de um café da manhã, seguido de debate, sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC nº 301/2013), que veda a instituição de impostos pela União, Estados e Municípios, a respeito de medicamentos de uso humano e os insumos utilizados em sua produção e comercialização.
Ampliação do Projeto Ambientronic No dia 11 de novembro, ocorreu em Brasília uma reunião para discutir a ampliação de recursos para o Projeto Ambientronic, coordenado pelo Centro de Tecnologia Renato Archer – CTI Campinas que visa adaptar os equipamentos eletroeletrônicos e eletro médicos às Diretivas Europeias Ross e Weee.
Em 26 de novembro de 2013, representantes de Sindicatos e Associações reuniram-se na FIESP, em São Paulo, para discutir ações voltadas ao tema Estratégias de Defesa Comercial.
Reunião no Inmetro trata certificação eletromédica O gerente de estratégia regulatória da ABIMO, Joffre Moraes e representantes do Inmetro e da Abimed estiveram no último dia 28 de novembro na sede do Inmetro para tratar do tema certificação eletromédica em conjunto com laboratórios.
222ª reunião do Conselho Estadual de Saúde No dia 29 de novembro, conselheiros dos diversos segmentos integrantes do Conselho Estadual de Saúde reuniramse na Secretaria Estadual de Saúde para a 222ª reunião ordinária do Conselho Estadual de Saúde.
Audiência com o Secretário Executivo do Ministério da Fazenda No dia 12 de novembro, a ABIMO, representada pelo seu presidente-executivo, Paulo Fraccaro e pelo diretor institucional, Márcio Bósio, debateram o tema Imunidade Tributária com o com Diogo Henrique Oliveira, secretário executivo do Ministério da Fazenda. Crédito: ABIMO
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dia-a-dia
DEZEMBRO
janeiro
ABIMO e AGDI firmam convênio para estudo da saúde no Tecnova/RS
INT apresenta na ABIMO oportunidades de inovação
A ABIMO e a Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI) firmaram um termo de conhecimento do convênio para Estudo de Prospecção Tecnológica do Setor de Saúde Avançada e Medicamentos. O convênio firmado entre as entidades busca identificar as capacidades tecnológicas do setor e as linhas de atuação dos institutos de ensino e pesquisa, propondo o direcionamento tecnológico futuro.
PIRATARIA NA MIRA DAS ENTIDADES O vice-presidente do setor odontológico da ABIMO, Knud Sorensen, participou de uma reunião com o coordenador do Comitê da Cadeia Produtiva da Saúde (Comsaude), Ruy Baumer, e com o presidente da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD), Adriano Albano Forghieri no dia 18 de dezembro. No encontro, os representantes da indústria de saúde fizeram um balanço do ano, analisaram as perspectivas do setor para 2014 e discutiram meios para combater a pirataria no setor odontológico.
Crédito: ABIMO
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A coordenadora da Rede Sibratec de Produtos para a Saúde, Iêda Caminha, tecnologista da área de Ensaios em Materiais e Produtos do Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCTI), juntamente com Wladimir Maia, analista de Ciência e Tecnologia da Coordenação de Negócios do INT, realizaram, no dia 21 de janeiro, uma palestra na sede da ABIMO, em São Paulo. A apresentação, intitulada “O INT e o Programa EMBRAPII - janela de oportunidades para a inovação tecnológica na Bioindústria” integra a parceria do Instituto com a associação, que congrega nacionalmente empresas do Complexo Industrial da Saúde.
fevereiro Evento discute Compliance O presidente executivo da ABIMO, Paulo Fraccaro, participou no dia 12 de fevereiro da Latin America Compliance Conference, evento que reuniu líderes da indústria de dispositivos médicos e de associações para analisar os principais desafios de Compliance e discutir abordagens para sua gestão e cumprimento prático.
Crédito: ABIMO
Comsaude aborda desoneração na área da saúde em reunião O Comitê da Saúde (Comsaude/BioBrasil) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) promoveu em 17 se fevereiro, na sede da na FIESP, um Seminário com o tema “Desoneração da Cadeia Produtiva da Saúde”. O presidente executivo da ABIMO, Paulo Fraccaro e o coordenador do Comsaude, Ruy Baumer, fizeram parte da mesa. Membros do governo, que apoiam o tema também estiveram presentes, como os deputados federais Walter Ihoshi, presidente da Frente Parlamentar para a Desoneração dos
Medicamentos e Newton Lima, presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Nacional. Na ocasião, o deputado federal Francisco Chagas apresentou a PEC 301, de sua autoria, que retira os impostos dos medicamentos de uso humano, bem como sobre os insumos utilizados na produção, exportação e comercialização, desde que produzidos no Brasil ou sem similar nacional.
Crédito: ABIMO
ABIMO reúne-se com DSNVS/Anvisa
ABIMO participa de reunião no CROSP O vice-presidente do setor odontológico da ABIMO, Knud Sorensen, esteve presente na sede do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), no último dia 19 de fevereiro, para uma reunião entre o presidente do Conselho, Cláudio Miyake, os responsáveis técnicos das lojas de produtos odontológicos e os membros da diretoria de entidades de classe para discutir a venda indiscriminada de materiais ortodônticos a leigos, o que tem facilitado o exercício ilegal da Odontologia. Na ocasião, o CROSP apresentou a “Operação Sorriso Colorido”, conjunto de ações que visa coibir essas atividades criminosas.
Cumprindo o que foi estipulado no Termo de Cooperação Técnica firmado junto a Anvisa no ano passado, nos dias 22 e 23 de janeiro, o presidente-executivo da ABIMO, Paulo Fraccaro e o diretor institucional, Márcio Bósio estiveram em Brasília, na sede da Agência, para reuniremse com os diretores Dirceu Barbano, Ivo Bucaresky e Jaime Oliveira. Na pauta estavam as questões regulatórias que são gargalos da indústria de equipamentos para a saúde, como o tempo de andamento de processo de análise de atas, a morosidade nos registros e inspeções internacionais.
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mais médicos
Mais Médicos
e a indústria nacional de equipamentos MINISTÉRIO Da saúde deve repassar R$ 6 bilhões para obras e compras de equipamentos
Depois de dividir opiniões, o programa Mais Médicos parece estar entrando em uma fase de estabilização. Criado no segundo semestre de 2013 para melhorar a qualidade e o acesso da população brasileira à saúde, o programa apresenta números interessantes. Segundo informações publicadas pelo Ministério da Saúde, a ação atende 3.241 cidades brasileiras e 32 distritos indígenas beneficiando, diretamente, 33 milhões de pessoas por meio da atuação de 9.425 profissionais da saúde. Como uma de suas principais metas, o programa visa levar médicos para cidades está aquém do recomendado por conta da má distribuição de profissionais no país. Enquanto o sudeste consegue manter a média de 2,61 médicos por mil habitantes, a relação da região norte não chega a um.
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Além de levar médicos às cidades mais carentes de profissionais, o Mais Médicos também prevê investimentos em infraestrutura. Em 2014, o Ministério da Saúde promete investir cerca de R$ 15 bilhões em melhorias das estruturas de atendimento no Brasil. Desse montante, R$ 2,8 bi seguirão para obras e compra de equipamentos nas Unidades Básicas de Saúde; R$ 3,2 bi serão destinados às obras e aquisição de equipamentos em hospitais; e R$ 1,4 bi para realização de melhorias nas Unidades de Pronto Atendimento. No mês anterior ao lançamento do programa Mais Médicos, uma análise publicada pelo jornal paulista O Estado de S. Paulo afirmou que nos últimos cinco anos a infraestrutura de saúde no Brasil cresceu
mais do que a oferta de profissionais no país. Segundo dados divulgados pelo jornal e obtidos via Sistema DataSUS, o total de equipamentos de saúde registrados pelo Governo Federal teve alta de 72,3% no período, enquanto a quantidade de médicos prontos para o atendimento cresceu apenas 13,4%. Considerando que o setor de equipamentos médicohospitalares se recuperou e apresentou, em 2013, crescimento superior ao do ano anterior, com o programa Mais Médicos e as garantias de investimento em infraestrutura divulgadas pelo Ministério da Saúde, a tendência é que haja maior taxa de desenvolvimento nos próximos meses.
Analisando essa demanda que está por vir, em novembro de 2013 membros do governo e das entidades do setor se reuniram em uma audiência pública para debater a necessidade da desoneração de impostos da indústria de artigos e equipamentos médicos, odontológicos, hospitalares e de laboratórios. Segundo dados apresentados durante a reunião, 30% do valor do produto adquirido de uma empresa brasileira são impostos, ou seja, é muito mais barato e vantajoso para instituições filantrópicas e entidades públicas, que têm isenção de impostos na importação, comprar os equipamentos necessários para sua infraestrutura de indústrias estrangeiras. Como exemplo da falta de participação do mercado nacional, em 2012 o setor movimentou R$ 14,7 bilhões e apenas 39% deste montante representa produção nacional. Com o grande investimento do setor trazido pelo programa Mais Médicos, é fundamental que a indústria nacional una esforços ao Governo Federal em busca da isonomia tributária que aumentará a competitividade do país neste mercado que está em constante crescimento.
Novo ciclo do Mais Médicos No início do mês de março, cerca de 4 mil profissionais cubanos chegaram ao país para reforçar o programa. Esses profissionais, que cursaram o módulo de acolhimento e avaliação junto aos outros 204 intercambistas, distribuíram-se entre seis cidades brasileiras: Gravatá (PE), Porto Alegre (RS), Brasília (DF), Guarapari (ES), Fortaleza (CE) e São Paulo (SP). Além dos profissionais estrangeiros, outros 192 médicos formados em instituições brasileiras também integraram a nova fase. Com a inclusão de novos participantes, o programa Mais Médicos pretende ampliar para 13.235 o número de profissionais em atendimento nas unidades básicas de saúde dos municípios que fizeram a adesão. Este progresso ocorreu graças à cooperação entre o Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). 11
TENDÊNCIAS
ENCONTRO DE CEO’s
diagnostica cenário da indústria de equipamentos para a saúde Crédito: Cléber de Paula/ ABIMO
Paulo Fraccaro durante o I Encontro de CEO’s, promovido pela ABIMO em parceria com a Deloitte
No último dia 13 de dezembro, a ABIMO, em parceria com a Deloitte, reuniu diretores e presidentes das indústrias da saúde no hotel Renaissance, em São Paulo, para reflexão sobre o ano de 2013 e discussão de tendências para o ano de 2014.
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O evento contou com a apresentação de uma palestra sobre Tendências e Tecnologia em Saúde ministrada por Enrico De Vettori, sócio da Deloitte responsável pela área de Life
Science & Health Care. A discussão sobre o tema: “Uma reflexão de 2013 e um olhar para 2014” foi realizada por meio de oficinas de discussões com base na metodologia SWOT. “Queremos que os resultados desse encontro apoiem nossas empresas associadas na tomada de decisão”, comentou o presidente executivo da entidade, Paulo Fraccaro, em seu discurso de abertura.
RESULTADOS A análise SWOT é uma ferramenta utilizada para realizar análise do ambiente ou de cenários. O termo SWOT é oriundo do idioma inglês e é um acrônimo de Forças (Strenghts), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats). Uma vez levantados os elementos para a construção da SWOT, faz-se necessária uma análise crítica a fim de identificar quais pontos
Crédito: Cléber de Paula/ ABIMO
fracos devem ser revertidos em fortes e quais ameaças devem ser monitoradas ou eliminadas. Com base na pesquisa, foi constatado que as principais vantagens das empresas pesquisadas estão no conhecimento do mercado nacional, flexibilidade no atendimento às necessidades do mercado e na margem de comercialização adequada aos produtos. A qualidade dos produtos nacionais e a tendência de profissionalização e planejamento de demanda também foram apontadas como pontos fortes. Algumas carências também foram apontadas na pesquisa, e os resultados serão levados em conta na estratégia de atuação da ABIMO para 2014. São “pontos fracos” da indústria a baixa capacidade de produção em escala das pequenas e médias empresas, a fragilidade na busca de novas tecnologias internacionais devido à necessidade de retorno em curto prazo e a baixa interação e dificuldade em desenvolver parcerias entre universidades e centros de pesquisa. O baixo poder de exportação, apensar dos bons resultados alcançados pelas ações do projeto Brazilian Health Devices, resultante da resistência do mercado aos produtos brasileiros também são gargalos importantes. Problemas administrativos, enfrentados pela maioria das empresas nos dias atuais, como profissionais pouco qualificados e a dificuldade na retenção de talentos também foram citados.
Crédito: Cléber de Paula/ ABIMO
Enrico De Vettori, sócio da Deloitte
AMEAÇAS A alta tributação dos produtos nacionais que diminui a competitividade em relação aos importados foi apontada como umas das principais ameaças para o setor, bem como outros fatores econômicos, como a inflação, a instabilidade econômica financeira e o câmbio internacional. Segundo os entrevistados, o interesse das empresas multinacionais no mercado brasileiro também ameaça a sustentabilidade do mercado nacional. “A crise na Europa motiva o interesse no Brasil, principalmente nos segmentos da indústria farmacêutica e no de medical devices”, explica Enrico de Vetori. Segundo ele, a cadeia da saúde no Brasil é responsável por movimentar aproximadamente 9% do PIB (Produto Interno Bruto) e acaba por despertar o interesse das grandes companhias estrangeiras em áreas que vão da indústria aos serviços de assistência. As empresas chegam com um capital de investimento significativo, com apetite para adquirir empresas nacionais e ameaçam as que tentam atuar, e muitas vezes sobreviver, num mercado altamente regulado e tributado. Há também uma movimentação para a retomada de licenças e registros com objetivo de atuação direta no país, o que impacta na atuação de representantes/distribuidores locais. “Nesse sentido, fica claro que o mercado nacional sofre ameaças e tenta se manter sustentável”, completa Enrico. A relação do setor regulado com a Anvisa também foi apontada como um gargalo. A morosidade no registro de produtos e as alterações frequentes na legislação e dificuldade de acesso à informação vigente junto aos órgãos reguladores são fatores importantes. “A Anvisa não é um fator complicado apenas para as indústrias nacionais, mas também para os estrangeiros”, comenta Fraccaro. “Nosso termo de compromisso com a agência reguladora e bom relacionamento tem ajudado a desatar alguns desses nós”.
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OPORTUNIDADES As pequenas e médias empresas poderão superar barreiras econômicas e financeiras e alcançar vantagens competitivas visando às oportunidades apontadas durante a reunião. A tecnologia se faz cada vez mais presente como suporte para a gestão e maior eficiência dos processos. O crescimento de beneficiários de saúde suplementar, maior cultura de prevenção, diagnósticos precoces, bem como o aumento de doenças crônicas na população elevam os gastos com a saúde no Brasil, e isso é uma grande oportunidade para todas as empresas. “Estudar cenários, planejar o crescimento de forma organizada e sustentável devem ser foco das empresas nacionais para superarem os desafios diários desse mercado”, analisa o diretor da Deloitte. No cenário global, destaca-se o crescimento demográfico e envelhecimento populacional, bem como o crescimento da classe C e o crescimento da tecnologia de produtos e procedimentos minimamente invasivos. Crédito: ABIMO
Hoje, a classe C, como também é conhecida, é composta por cerca de 108 milhões de pessoas, o equivalente a 54% da população, segundo o Instituto Data Popular. Segundo Renato Meirelles, presidente do Instituto, a classe média deixou de ser um segmento de mercado e para a maioria das categorias se tornou o principal público consumidor. As políticas públicas voltadas para o setor também representam oportunidades: como o alto poder de compra do governo para cobertura do SUS e as linhas de crédito e investimento do governo com foco no desenvolvimento da indústria nacional, como o Inova Saúde. O governo brasileiro, através de várias de suas agências e em aliança com os empresários do setor, tem tomado inúmeras iniciativas importantes nesta área. A articulação de políticas antes dispersas numa única Política Industrial da Saúde; a consolidação de uma política de compras do Ministério da Saúde, pública e transparente; o incentivo às empresas nacionais na política de preços das compras governamentais; os Fundos Setoriais de C&T
em Biotecnologia e Saúde; programas como o BNDES Profarma, dentre outras iniciativas, testemunham um esforço consistente de alavancagem do setor, que demonstram um salto qualitativo na própria compreensão governamental. Enrico de Vettori acredita que a Matriz SWOT consolidada no workshop poderá ser utilizada como apoio ao diagnóstico e a formulação estratégica das empresas participantes. “Novos fóruns poderão ser estimulados para que esta análise seja complementada com a identificação do impacto dos fatores apontados pelos associados em seus negócios, assim como a tendência futura desses fatores”, explica. Ruy Baumer, presidente do Sinaemo e coordenador do Comsaude, encerrou o evento dizendo que essa é mais uma das boas ações da ABIMO em prol de seus associados:
“Cada empresa tem suas particularidades, todas tem seus problemas específicos também, porém, se olharmos para o todo, teremos dentro dessas especificidades um caminho inicial comum a seguir”, finalizou.
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Ruy Baumer, presidente do Sinaemo e coordenador do Comsaude, encerrou o evento
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ARTIGO
SUCESSÃO:
Responsabilidade dos Patriarcas “A minha experiência em reorganização de empresas familiares indica que o maior problema é derivado de uma falha do fundador que não preparou a empresa para sua substituição” Quem é o grande culpado das dificuldades de sucessão vivida pela maioria das empresas familiares? Se você pensou nos herdeiros, errou. A minha experiência de mais de quinze anos em reorganização deste tipo de empresa indica que quase sempre o maior problema é uma falha do fundador, que não preparou a empresa para sua substituição. Uma empresa normalmente surge a partir do empenho de um visionário. Ele percebe uma oportunidade de mercado e, movido por necessidade ou ambição, decide explorá-la. Para isto, amealha recursos e poupanças, e convence pessoas (funcionários, clientes, fornecedores) sobre o interesse do negócio. Com isto, promove um círculo virtuoso de crescimento; um conjunto dinâmico de recursos, pessoas e oportunidades orientados pela liderança do empreendedor. Mas o fundador não é uma pessoa qualquer. É alguém com um conjunto de atributos – como, motivação, ambição, capacidade de liderança - capaz de desenvolver um complexo processo decisório – o que inclui visão, deliberação e ação. Portanto, a sua missão está além da própria pessoa. Passa por um conjunto de colaboradores dedicados e demais interessados
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no seu sucesso empresarial: clientes, distribuidores, fornecedores, provedores de serviços, entre outros. Assim, quanto maior for o seu êxito, mais complexo será este conjunto. E, paradoxalmente, mais difícil será a transição de lideranças no momento da sucessão. Qual o motivo? Os fundadores, ao enfrentar esta questão, única em suas histórias empresariais, cometem três equívocos: subestimam suas capacidades, encaram a sucessão como uma continuidade do modelo atual e priorizam o curto prazo. Vejamos cada um destes fatores. 1º - O fundador subestima sua capacidade – acostumado a decidir, neste caso também usa a intuição. Como considera “normal” o que realizou - criar um empreendimento de sucesso – assume que os sucessores, também pessoas normais como ele, darão continuidade às suas realizações. 2º - O fundador encara a sucessão como continuidade do modelo atual – na realidade, a empresa que ele criou é um conjunto complexo de relacionamentos que se reúnem em volta da sua figura. Por isto, as estruturas são pouco formalizadas. A estrutura organizacional tende a ser sistematicamente desrespeitada, em nome das necessidades do dia a dia. Como se constituem em arranjos pessoais formados ao longo dos anos, quando o fundador é substituído, estas estruturas deixam de funcionar com a mesma qualidade.
3º - O fundador prioriza o curto prazo - a criação de uma nova organização é custosa, toma tempo, e exige mudanças de comportamentos. Ao invés de buscar sistemas formais de controle, com as separações das tarefas de executar e controlar, o fundador acha mais barato uma organização mais informal e baseada em “pessoas de confiança”. No entanto, a profissionalização é a única forma de promover a sucessão e garantir a continuidade da empresa. Por isto, deveria caber ao fundador ser também o artífice de um novo modelo, e com isto assegurar a continuidade de seu legado. Qual a melhor hora de uma empresa familiar preparar-se para o futuro? Antes de responder, vou contar uma história. Uma reorganização da qual participei era sucesso nas mãos do fundador. Empreendedor carismático, ele começou do nada até montar uma indústria respeitada. Uma súbita doença o levou à morte prematura, sem deixar uma sucessão definida. Às pressas, a família contratou um executivo profissional que em dois anos levou a empresa a sérias dificuldades financeiras. Ou seja: a organização não havia se preparado para uma gestão nos moldes que o executivo sabia imprimir, nem os sócios estavam prontos para exercer o papel de acionistas. Por este e outros casos semelhantes, a melhor resposta sobre o momento certo para começar é: agora!
Roberto Lima, Sócio - Diretor de MAGNO CONSULTORES EMPRESARIAIS, professor e consultor especializado em reestruturação de empresas
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Compliance
Novas regras no
combate à corrupção Com a Lei Anticorrupção em vigor, empresas brasileiras carecem de programas de compliance eficientes
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A implantação de programas de compliance que auxiliam no cumprimento de normas, políticas e diretrizes previamente estabelecidas, além de contribuir para a detecção de qualquer inconformidade, vem sendo discutida com afinco no setor de equipamentos médico-hospitalares. Com a entrada em vigor da Lei Anticorrupção, o empresariado brasileiro mostra ainda mais interesse em formalizar equipes especializadas e dedicadas à criação e cumprimento destas normas. Para isso, foram abertos debates sobre as melhores práticas e as necessidades e benefícios da implantação destes projetos. Segundo a AdvaMed (Associação de Tecnologia Médica Avançada)
representante da indústria médica norte-americana, a implantação destes programas só traz benefícios ao sistema econômico do segmento. “A estrutura de conformidade global é um ganha-ganha para todas as partes envolvidas. Incentiva o crescimento das empresas tanto em mercados emergentes quanto nos desenvolvidos, ajuda a garantir que as decisões sobre saúde estejam sempre voltadas aos interesses dos pacientes e fomenta a inovação médica e o desenvolvimento de tecnologias que salvam vidas”, comenta Fernanda Machado, associate vice president da Advamed. Considerando que a corrupção é prejudicial em todos os aspectos, no setor de saúde,
em particular, pesquisas mostram que o sistema, quando corrompido, chega a influenciar a escolha dos tratamentos médicos interferindo, negativamente, nos resultados e melhorias dos pacientes. Pensando em todos esses aspectos negativos, só podemos considerar que está mais do que na hora do setor estabelecer normas e regras tanto para evitar qualquer ato corrupto quanto para garantir que as melhores práticas sejam seguidas. Nos EUA, país onde está sediada a AdvaMed, há uma atuação conjunta das empresas privadas com o governo que tem total interesse em assegurar que suas companhias realizem negócios sob os mais altos
padrões éticos. Para isso, impõe rigorosamente o cumprimento das leis. “Seguir as normas de ética é importante não só por conta dos benefícios econômicos que são revertidos para o país e para a indústria, mas também por conta dos riscos financeiros e da reputação negativa que vêm associados ao não-cumprimento”, relata Christopher White, senior executive vice president da entidade. Outro grande benefício da implantação de programas rígidos de compliance é a ampliação da competitividade das empresas tanto no âmbito nacional quanto no internacional. Além de balancear companhias de diferentes portes tornando o mercado mais justo, esses programas ajudam as empresas nacionais a encontrar oportunidades de comércio exterior. “A estandardização de comportamentos na gestão médica promove alinhamento às normativas internacionais, refletindo em atração de investimentos. Ambientes que adotam as diretrizes de governança regulatória e regras mais precisas de atribuição de responsabilidade ganham vantagem competitiva (inclusive em processos licitatórios), atraem mão-de-obra qualificada e dinamizam os processos de transferência de tecnologia e inovação tecnológica”, declara Eduardo Saad-Diniz, professor doutor da Faculdade de Direito da USP – Ribeirão Preto. Outros países que, assim como o Brasil estão em desenvolvimento, já adotaram as boas práticas visando importações. É o caso das nações asiáticas que rapidamente mostram crescimento graças a políticas harmonizadas de combate à corrupção. Analisando o atual cenário da saúde no Brasil, algumas necessidades pontuais são identificáveis quando pensamos em programas de compliance. No mercado interno, por exemplo, é fundamental adaptar as nossas normas às leis anticorrupção que já são trabalhadas globalmente e reeducar as empresas para que todas possam segui-las. Ter, dentro da indústria, profissionais qualificados e dedicados ao compliance é uma das formas de fortalecer a importância e a atuação da indústria nacional perante as novas regras.
“Antes mesmo da Lei Anticorrupção, a implantação de programas de compliance já tinha previsões, por exemplo, nas normativas pertinentes à lavagem de dinheiro ou a práticas anticoncorrenciais. A novidade na lei é que passa a ser possível redução de punibilidade da conduta caso se apresente um programa de compliance, porém o problema é que ela nada prevê a respeito da forma ou o que, exatamente, seria um programa idôneo à prevenção de infrações no âmbito corporativo”, esclarece Marco Aurélio Braga, sócio da Braga & Carvalho Advogados. Para a AdvaMed, a América Latina vem progredindo bastante e sempre foi vista como um mercado de rápido e estimulante crescimento. “Algumas associações latinoamericanas merecem aplausos por seus passos. Alguns códigos como do Peru, Chile e México estão alinhados ao modelo de código de ética da APEC (Cooperação Econômica ÁsiaPacífico) que foi acordado entre o Canadá e os EUA. Além disso, a Colômbia em breve finalizará um novo código com padrões éticos igualmente elevados”, declara Fernanda Machado.
A criação destes setores internos de ética foi prevista pela nova Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013) que entrou em vigor em janeiro deste ano. A norma permite a punição de empresas fraudulentas e estabelece caminhos para a prevenção de atos inapropriados. Antes desta lei, era comum que empresas flagradas por desvios culpassem funcionários isolados e saíssem impunes. Hoje, com base na nova regulamentação, essas empresas passam a sofrer processos civis e administrativos pagando multas que chegam a 20% do faturamento anual bruto da companhia e, em casos mais graves, a justiça pode solicitar o encerramento das atividades. 19
POLÍTICAS PÚBLICAS
Governo começa a utilizar poder de compra para desenvolver o setor de equipamentos médicos
Crédito: Ministério da Saúde
Franco Pallamolla, durante o 6º encontro do Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde
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A reunião em dezembro de 2013 do 6º encontro do Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde (Gecis), que reúne os principais atores da indústria brasileira de saúde, além de seis ministérios, Anvisa, Fundação Oswaldo Cruz e Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES) foi marcada pelo incremento do setor de equipamentos médicos nas políticas públicas do Ministério da Saúde, que tem forte impacto na negatividade da
balança comercial. Segundo o então Ministro, Alexandre Padilha, cresceu 72% o número de equipamentos em saúde nos serviços do SUS nos últimos cinco anos. A expectativa após as parcerias é que, para os próximos cinco anos a produção nacional desses itens gere economia de R$ 5,5 bilhões aos cofres públicos - a redução dos gastos com importação varia entre 14% e 25% dependendo do produto.
Crédito: Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde contabiliza ao todo 104 acordos para anos, a produção de 97 produtos de Saúde em território brasileiro, envolvendo 19 laboratórios públicos e 60 privados – 30 de capital nacional e 30 estrangeiros. Os produtos desenvolvidos nacionalmente geram economia de R$ 4,1 bilhões ao ano. Os primeiros materiais produzidos por essas parcerias – aparelhos auditivos e DIU - já estão prontos e começam a ser distribuídos no Sistema Único de Saúde a partir de 2014 Para o secretário de Ciência Tecnologia e Insumo Estratégico, Carlos Gadelha, o momento é um marco para o setor produtivo da saúde “Superamos a marca de 100 PDPs. Temos hoje 104 parcerias para o desenvolvimento produtivo, com um aumento exponencial nos últimos três anos. Isso é uma mobilização imensa do setor, e ao mesmo tempo é um marco histórico”, acrescenta.
Entre os equipamentos que serão produzidos pelas novas PDPs estão dois para hemodiálise (filtro dialisador e máquina), fruto da parceria entre um laboratório público e uma empresa privada.
Segundo Alexandre Padilha, houve um aumento de 72% no número de equipamentos em saúde no SUS, nos últimos cinco anos.
A produção destes equipamentos vai gerar economia de R$ 108 milhões por ano ao SUS – uma redução média de 15% em relação aos gastos com importação destes aparelhos. Para a área da cardiologia estão previstas nove parcerias para produção nacional de equipamentos como marca-passos, eletrodos, stents coronário e arterial, desfibriladores e cateteres. Estima-se que, atualmente, 90 mil pacientes estão em processo de diálise pelo SUS. Só em 2012 foram investidos R$ 2,2 bilhões em serviços de nefrologia, 31% a mais que em 2008. As doenças
cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil. Em 2011, foram notificadas 335.213 mortes. Durante o Gecis, também foi apresentado o protótipo de um equipamento de ultrassom produzido nacionalmente pela Unicamp em parceria com o Ministério da Saúde e a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). O Ministério da Saúde investiu R$ 10 milhões no desenvolvimento deste protótipo. A próxima etapa é ajustar o projeto para atingir escala industrial e possibilitar o fornecimento do produto nacional ao SUS.
Crédito: Ministério da Saúde
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EVENTOS
Crédito: ACléber de Paula/ABIMO
Bem-vindos ao projeto
Brazilian Health Devices 2014-2015 Crédito: Cléber de Paula/ABIMO
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Na contra mão dos resultados obtidos pela balança comercial da saúde no ano passado, que apresentou queda, as empresas apoiadas pelo projeto setorial Brazilian Health Devices, promovido pela ABIMO, Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios, em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) apresentaram resultados melhores do que a indústria nacional como um todo. As mais de 160 empresas que fazem parte do projeto exportaram juntas, cerca de US$ 190 milhões e seus produtos tiveram como destinos principais: EUA, México, Peru, Alemanha e Venezuela. Nos comparativos, enquanto o Brasil encolheu suas exportações 14,8% entre 2011 e 2013, essas empresas aumentaram seus índices em 7,1% no mesmo período. Em 2013, quase 26% das exportações de equipamentos para a saúde do país foram feitas pelas empresas participantes do projeto: “O setor está exportando menos, acompanhando a balança comercial do país, mas as nossas empresas estão mostrando que é possível fazer o caminho contrário” disse a gerente de exportação da ABIMO, Paula Portugal, durante a cerimônia de assinatura da renovação do convênio, que aconteceu no prédio da FIESP no último dia 25 de março, em São Paulo. “Exportar nunca é uma tarefa fácil”, disse Paulo Fraccaro, presidente da ABIMO, ao abrir o evento. “Existe uma série de
barreiras, mas temos bons exemplos e resultados de exportação no país que nos servem de exemplo”. Segundo ele uma empresa que não exporta terá uma vida limitada. “Estamos extremamente orgulhosos com essa renovação de convênio, pois sentimos que estamos no caminho certo.” Crédito: Cléber de Paula/ABIMO
Para o presidente da Apex-Brasil, Mauricio Borges, os equipamentos para a saúde são produtos extremamente competitivos e com total condições de explorar novos mercados: “Se existe um setor que sempre colocamos em nossas pautas, é o setor de equipamentos médicos”, disse. Para Borges, o processo de exportação tem suas particularidades e o papel da Apex-Brasil e da ABIMO é facilitar e criar condições para que ele ocorra.
CALENDÁRIO DE AÇÕES As missões comerciais que promovem rodadas de negócios em mercados específicos devem ocorrer em outubro, na França e na Espanha; em abril de 2015 na Nigéria e em Angola e em outubro de 2015, no Equador e na Venezuela, além de projetos compradores no Brasil, durante a Feira Hospitalar, que acontece em Maio. O Brasil participa com Pavilhões Brasileiros nas maiores feiras do mundo: Medica, Arab Health, Africa Health e FIME no setor médicohospitalar e IDS, AEEDC, Dental Expo, CDS e Amic México no setor odontológico. Além das empresas que participam com seus stands, a partir dessa renovação, ocorrerão missões de visita com empresas que nunca atuaram como expositoras em eventos internacionais. O projeto de apoio a internacionalização também continua a todo o vapor: serão três agentes comerciais alocados nos EUA, Egito e Rússia, além do Projeto de Incentivo à Certificação FDA e CE. Como novidades, Paula ressaltou os aportes individuais nas empresas que queiram participar de feiras não atendidas pelo projeto, apoio na obtenção de certificações internacionais em países específicos, apoio para contratação de palestrantes no exterior e apoio para contratação de matchmaking em mercados não entendidos pelo BHD. Os próximos dois anos de Projeto também têm previstas ações de cooperação com instituições acadêmicas de excelência na área de negócios internacionais para a elaboração de pesquisas e orientações que auxiliem as empresas do projeto a formular e implementar estratégias de internacionalização de uma maneira mais eficiente e competitiva.
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balança comercial
MESMO Com Déficit de US$ 4 bi, associados a ABIMO apresentam crescimento nas exportações
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O Brasil apresenta déficit na balança comercial do setor, enquanto empresas apoiadas pelo Brazilian Health Devices surpreendem com resultado positivo. Enquanto o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) divulgou os resultados da balança comercial brasileira que fechou 2013 com superávit de US$ 2,5 bilhões; o setor de equipamentos e produtos de saúde apresentou um déficit de US$ 4 bilhões. Representado pelos segmentos de materiais de consumo, equipamentos médico-hospitalares, implantes, laboratórios, odontologia e radiologia, o mercado brasileiro continua tendo dificuldades em competir com produtos importados. O balanço acrescenta mais um ano de resultados negativos para o setor que, desde 2011, vem sofrendo com sua corrente de comércio. Nos últimos três anos registrou-se crescimento de 14% no total de importações paralelamente à queda de 10% no montante de exportações de produtos médicos e odontológicos. Dentre os subsetores da indústria, aquele que mais se destacou com melhores resultados foi o odontológico com déficit comercial de apenas US$ 14 milhões em 2013. Em contrapartida, a área de laboratórios busca melhorias para reverter o mau desempenho e o saldo negativo que atinge a casa do bilhão de dólares.
Batalha por reconhecimento internacional Considerado um dos setores vitais da economia mundial, a indústria de produtos para a saúde, segundo anais do Simpósio de Administração da Produção, Logística e Operações Internacionais de 2013, deve crescer nos próximos anos, gerando, assim, boas possibilidades de expansão para o mercado nacional. Porém, o que os números de 2013 refletem são a baixa competitividade da indústria brasileira que supre boa parte de sua demanda interna com importações diretas, principalmente dos itens de maior complexidade técnica. Tendo em vista que o país conta com uma estrutura produtiva e tecnológica bastante heterogênea, o governo vem lançando iniciativas que estimulam a produção nacional. Além de mecanismos de compras públicas, regulação, incentivos fiscais ou de financiamento oferecidos pelo setor público, outras entidades criam propostas para estimular a produção e a exportação. Como resultado deste esforço coletivo e no caminho inverso ao balanço nacional do setor, as empresas apoiadas pelo projeto comemoram crescimento de 8,67% no volume total de exportações em 2013.Também com o objetivo de promover a indústria nacional,
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o projeto Carnaval Apex-Brasil vem sendo realizado desde 2009 para estreitar as relações entre importadores estrangeiros e o comércio nacional. Neste ano, membros de 45 empresas, dentre elas as de equipamentos médico-hospitalares, se reuniram a integrantes de 27 entidades setoriais gerando novos negócios durante os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro. Outro projeto também criado pela Apex-Brasil e semelhante ao do Carnaval foi realizado com sucesso durante a Copa das Confederações do Brasil e deverá ser repetido ao longo dos jogos da Copa do Mundo de 2014, cuja abertura está marcada para 2014, em junho. Segundo o MDIC, que analisa o cenário geral da balança comercial brasileira para este ano, os desafios que serão enfrentados resumem-se às incertezas sobre o nível de recuperação das economias americana e da zona do euro e, também, à tendência de menor crescimento da economia chinesa. Dentre os aspectos positivos, o MDIC destaca à expectativa de câmbio mais favorável para as exportações em relação à taxa de 2013.
Perfil das empresas canarinho
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Formada principalmente por pequenas e médias empresas, a indústria nacional de equipamentos médicohospitalares tem se concentrado no Estado de São Paulo. E,
apesar do porte dificultar os processos de exportação, limitando a competitividade de seus mercados, algumas delas se destacam desenvolvendo produtos com boa relação custo-efetividade, o que lhes garante um bom potencial de exportação. “Equipamentos e tecnologias para a saúde: oportunidades para uma inserção competitiva da indústria brasileira” Segundo o estudo divulgado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no Brasil o setor de equipamentos médicos é formado por mais de 500 empresas, sendo que 90% delas têm faturamento inferior
a R$ 50 milhões. Das 500 empresas, 70% dispõem de produção própria e apenas 10% destinam-se unicamente à importação.
Exportações: Balanço de 2013 Analisando os resultados nacionais do comércio exterior dos artigos e equipamentos médico-hospitalares, podemos identificar que o principal destino dos produtos brasileiros foi os Estados Unidos da América, que comprou mais de US$ 180 milhões das nossas empresas. Na sequência, temos a Argentina com US$ 76 milhões, o México com US$ 35 milhões, a Colômbia com
US$ 33 milhões e a Venezuela com US$ 28 milhões. Juntos, estes cinco países do continente americano somam 48% do total de exportações brasileiras. Eles têm sido parceiros do Brasil recebendo nossos produtos de forma constante, visto que a variação de exportações a estes mercados não ultrapassa 10% positivos ou negativos desde 2009. De todos os seis subsetores que englobam o estudo, apenas dois conseguiram resultado positivo: o de implantes que aumentou em 8% suas exportações e o de radiologia que cresceu 7%. Mesmo tímido, este crescimento é bastante significativo, principalmente se comparado aos resultados das exportações de materiais de consumo (-12%), equipamentos médicos (-17%) e odontologia (-3%). Observando de forma mais específica os produtos exportados, temos um grupo de cinco itens de consumo
e implantes que, juntos, somam 1/3 do volume total de exportações totalizando US$ 287 milhões. São eles: pensos adesivos e artigos análogos com camada adesiva; categutes esterilizados e
outros para suturas cirúrgicas; artigos semelhantes a caixas e engradados, além de outros itens plásticos; válvulas cardíacas e outros artigos e aparelhos de prótese.
Importações: Balanço de 2013 Mesmo com os esforços e incentivos à produção nacional, a isonomia tributária para importações dificulta o crescimento das empresas locais. Importar equipamentos é mais vantajoso do que adquirir os produtos nacionais, o que amplia o número de importações e faz com que a balança comercial brasileira fique negativa. O país tem importado principalmente reagente de diagnóstico ou de laboratório; instrumentos e aparelhos para medicina e cirúrgicas; sondas, cateteres e cânulas; luvas de borracha vulcanizada não endurecida; e outros instrumentos e aparelhos para análise, ensaio e medida. Estes itens somam 30% da importação nacional. Assim como exportamos, principalmente, para os EUA, importamos muito deles. Com crescimento médio anual de 12,6%, os produtos fabricados pelos norte-americanos chegaram ao Brasil totalizando US$ 1,5 bilhão em aquisições em 2013. As importações brasileiras também são realizadas em transações com Alemanha, China, Japão e Malásia.
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AÇÕES BHD
Começam as ações 2014 do
Brazilian Health Devices
Crédito: ABIMO
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Após um vitorioso ano em 2013, o Projeto Brazilian Health Devices, iniciativa da ABIMO, em parceria com a Apex-Brasil, inicia 2014 almejando a marca de US$ 891 milhões em exportações: “As empresas participantes do projeto devem alcançar US$ 214 milhões”, prevê Paula Portugal, gerente de exportação da ABIMO. Para que essa meta seja batida, inúmeras ações estão previstas no Brasil e no mundo, ao longo do ano, com participações nas maiores feiras internacionais do setor de equipamentos médicos e odontológicos, agenda essa que se iniciou já no mês de janeiro. O ano de 2014 começou com três ações promovidas pelo Projeto Brazilian Health Devices. Os resultados dessas ações, que ocorreram em Dubai e em São Paulo, já somam US$ 2,5 milhões em negócios fechados para a indústria de equipamentos médicos e odontológicos. A expectativa de negócios para os próximos meses, decorrentes apenas desses três primeiros eventos já alcança US$ 23 milhões.
Arab Health
Crédito: ABIMO
Trinta e oito indústrias brasileiras estiveram entre os dias 27 a 30 de Janeiro, em Dubai, para a Arab Health, segunda maior feira do mundo na área da saúde e principal feira de equipamentos médicos da região. A feira registra uma crescente importância para a indústria nacional e tornou-se passagem obrigatória para os fabricantes que atuam com exportação. Durante os quatro dias de evento, foram realizadas 2.907 reuniões com potenciais clientes de mais de 80 países e relações comerciais foram estabelecidas com Egito, Jordânia, Yemen, Emirados Árabes, Irã, Turquia, Sudão, Marrocos, Canadá, Qatar, Omã, Índia, Armênia, Tunísia e Arábia Saudita.
29 Crédito: ABIMO
Everton Silva, da Samtronic
Danilo Andrade, da Bioclin
Crédito: ABIMO
Fernando Bandoni, da Wama Diagnóstica
Crédito: ABIMO
Segundo a coordenadora de Promoção Comercial da ABIMO, Clara Porto, o volume de vendas e de expectativa foi recorde nesta edição da Arab Health: “As empresas definiram esta como a melhor edição da feira em todos os anos, disse.” Durante a feira, foram fechados US$ 1.185.400 e a expectativa de geração de negócios em 12 meses, proveniente dos contatos feitos é de US$ 17.120.000. Pela primeira vez, em 12 participações, o estande do Projeto Brazilian Health Devices ficou localizado no Hall 2, ao lado de importantes players internacionais e com muito movimento. Para Everton Silva, supervisor de exportação da Samtronic, o novo posicionamento foi privilegiado: “A mudança de localização foi muito boa, pois o número de visitantes triplicou em relação ao ano passado”, disse.
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Além da presença no principal hall da feira, ao lado de grandes empresas multinacionais, também foi organizado um pavilhão brasileiro com duas empresas na MEDLAB – feira de Laboratórios que ocorre dentro da Arab Health. “Foi notável a diferença dos contatos e oportunidades de negócios gerados no evento devido à localização no hall da Medlab”, conta Danilo Andrade, da área de comércio exterior da Bioclin. “Nosso objetivo era representação comercial e
Crédito: ABIMO
acreditamos que conseguimos finalmente edificar parcerias na região.” “Acreditamos que a localização de nosso stand dentro do pavilhão de produtos para diagnóstico contribuiu muito para estabelecermos parcerias efetivas no Oriente Médio,” diz Fernando Bandoni, assessor científico da Wama Diagnóstica.
Foi realizada uma pesquisa com os visitantes do pavilhão, com o objetivo de detectar a imagem da indústria brasileira internacionalmente. Foram entrevistados mais de 80 visitantes de 32 países. O resultado demonstra que 91% dos entrevistados consideram o Brasil como player global na indústria de equipamentos médicos.
Crédito: AAndré Telles/ABIMO
CIOSP - SÃO PAULO Vinte cinco empresas associadas estiveram de 30 de janeiro a 1º de fevereiro em uma Rodada de Negócios, que ocorreu durante o 32º CIOSP – Congresso Internacional de Odontologia, em São Paulo, que contou com a participação de compradores de 13 países: Austrália, Chile, Colômbia, Croácia, Espanha, Estados Unidos, Índia, Jordânia, Peru, Rússia, Suécia, Turquia e Venezuela. A ação ocorre a cada dois anos. Durante os três dias de evento, a Rodada de Negócios promoveu 227 reuniões, entre 15 empresas brasileiras e 25 estrangeiras, efetivando US$ 298.500 em negócios, com a perspectiva de US$ 4.888.000 para os próximos meses. Além do grande volume de negócios, a equipe de inteligência comercial da ABIMO percebeu um claro amadurecimento da indústria no relacionamento com compradores de mercados mais distantes culturalmente. “Esse amadurecimento está cada vez mais visível aos compradores internacionais. Acreditamos que nos próximos anos colheremos ainda mais frutos do interesse
da indústria nacional com o mercado externo”, diz a coordenadora de inteligência comercial da ABIMO, Katherine Guimarães. “Conseguimos bons contatos no MERCOSUL e também um primeiro contato com os mercados da Índia e Rússia”, conta Cristiano Queiroz da Q2TEC. A Rússia também foi o foco da EDG, segundo Clever Deponte Jr: “Foi possível conhecer melhor esse mercado e entender as necessidades burocráticas na área dental. Esperemos bons negócios com a Rússia.” Para Rehman Rawoof, da Hyderabad da Índia, essa foi mais uma grande oportunidade de conhecer novas empresas. “Agradecemos a ABIMO por nos proporcionar uma plataforma para fazer negócios com os
Para os compradores internacionais, o evento também se apresentou produtivo: “Temos planos de expansão das nossas operações e esta oportunidade não teria acontecido sem a ajuda da ABIMO”, comemora Greg Wisbey, da empresa australiana Wisbey Dental.
fornecedores brasileiros”. Na avaliação sobre as empresas brasileiras realizada com base em questionários respondidos pelos 15 compradores participantes da Rodada de Negócios no CIOSP, 81% das empresas classificaram os produtos brasileiros como sendo “de ótima qualidade”. A inovação e tecnologia, bem como o serviço ao cliente também foram destaques positivos, com 69% e 78% de classificações ótimas, respectivamente.
Rodada de negócios reuniu vinte e cinco empresas associadas
31 Crédito: Cléber de Paula/ABIMO
AÇÕES BHD
AEEDC De 4 e 6 de fevereiro ocorreu, em Dubai, a 18ª edição da International Dental Conference & Arab Dental Exhibition (AEEDC), maior feira odontológica do Oriente Médio e Norte da África com 30.000m² de área de exposição e mais de 30 mil visitantes de 130 países. A visitação em 2014 superou todas as expectativas da organização. A feira agrega mais de 900 expositores de 70 localidades e este ano contou com 19 pavilhões nacionais.
US$ 1.013.500 com países como Arábia Saudita; Armênia; Egito; Emirados Árabes Unidos; Índia; Irã; Iraque; Jordânia; Kuwait; Mongólia; Omã; Palestina; Qatar; Tunísia e Yemen. A expectativa de geração de negócios em 12 meses, provenientes de contatos da feira gira em torno de US$ 1.765.000. “As perspectivas dos contatos realizados na feira são ótimas!”, opina Luiza Ritondo, gerente de comércio exterior da Nova DFL. Durante a estada em Dubai, 10 empresas participaram de uma apresentação dos serviços da Apex local, onde ouviram a palestra de um consultor: “A visita ao escritório da Apex foi muito produtiva e sugiro mais oportunidades como esta para conhecer melhor o mercado”, opina Douglas Baqueti, gerente exportação da Maquira.
Clara Porto conta que a feira aumentou em 30% o seu tamanho, o que também trouxe mais visitantes: “Nossa participação na AEEDC é cada vez mais estratégica para a consolidação de alguns mercados, pois a feira tornou-se uma plataforma essencial para dentistas, técnicos e fabricantes de todo o mundo.” “Obtivemos excelentes contatos com potenciais clientes no Oriente Médio e outras localidades onde ainda não atuamos”, conta o gerente de vendas internacionais da Vipi, Sérgio Escobar. “A organização estava perfeita! Parabéns a todos!”
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Crédito: ABIMO
Clientes da Maquira em visita ao pavilhão brasileiro na feira AEEDC
Crédito: ABIMO
Essa foi a oitava participação brasileira no evento, que contou esse ano com 14 empresas distribuídas em um pavilhão de 162m2. Foram realizados mais de 800 contatos comerciais e o volume de negócios fechados durante a feira foi de Registro de visitantes no dia de abertura da feira AEEDC, no dia 04 de Fevereiro, em Dubai
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CAPA - PRÊMIO INOVA
E viva a
inovação! Quinta edição do Prêmio Inova Saúde reflete amadurecimento da indústria quando o assunto é novidade!
Há cinco anos, a ABIMO busca promover e incentivar a criação de novas ideias para o setor de equipamentos médicos e odontológicos por meio do Prêmio Inova Saúde. A edição 2013 se destacou pela dificuldade com a análise dos projetos enviados, pois todos os concorrentes tinham características imprescindíveis no processo de assistência médica no país de forma mais acessível e por um preço menor. Já há algum tempo, as empresas estão vendo a inovação como um diferencial para seu crescimento, garantindo assim, novos mercados e sua sobrevivência no setor é esse diferencial competitivo que a ABIMO busca promover com esse prêmio.
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“O incentivo na forma de premiação tem caráter estimulante e é uma oportunidade de congregação e aproximação entre a indústria e a ABIMO, enquanto instituição”, acredita Diuliane Silva, do departamento de comunicação da Ibramed, que participa pela segunda vez do prêmio.
As empresas estão vendo com bons olhos quaisquer ações em prol da inovação, vindo de associações de classe ou de outra entidade. “As inovações movem as empresas e parabenizamos a ABIMO sobre essa iniciativa”, diz Edgar Muller, diretor da Samtronic. Para Gisele Doria, do marketing da Apramed, com incentivos como o Prêmio Inova Saúde, as empresas criam ferramentas para assimilar o que mercado espera para o futuro. “Acreditamos também que estas ações nos fazem pensar para frente no desenvolvimento de novas e robustas soluções para o setor”, diz. “Além de divulgar o produto e a empresa, participar do Prêmio Inova Saúde é um feedback para a nossa própria avaliação perante o mercado nacional, quanto a nossa capacidade
de inovação e competitividade”, acredita José Humberto Moromizato, diretor da Duan, que participa pela segunda vez. Os casos inscritos são de diversos segmentos. Em comum, a criatividade, a busca pela competitividade e pelo acesso às novas tecnologias.
PIONEIRISMO EM EMERGÊNCIAS A Biotecno está participando dessa edição do Prêmio Inova Saúde com o case “Biotecno – Câmaras Termolábeis: pioneirismo no desenvolvimento de um sistema de emergência para falta de energia elétrica.” A inovação proporcionada pelo produto é o sistema de emergência para falta de energia elétrica, no qual o funcionamento da câmara permanece ininterrupto caso haja queda de energia, para manter a efetividade das vacinas por longos períodos, de 12 a 72 horas. “Essa tecnologia é pioneira no mercado brasileiro, totalmente desenvolvida pela Biotecno, empresa inovadora neste setor”, conta a gerente administrativa, Lídia Linck. A Duan participa com um produto para localizar e visualizar veias de recém-nascidos de baixo peso. “O Venosbaby II, como deverá ser nominado, nasceu de uma necessidade cada vez maior dos profissionais da saúde, principalmente das enfermeiras, em lidar com recém-nascidos cada vez menores e mais prematuros, mais comuns hoje do que há pouco tempo”, explica o diretor José Humberto Moromizato.
INOVAÇÕES PARA RECÉM-NASCIDOS Três cases participantes são voltados para os cuidados neonatais. Participante desde o primeiro ano, a Fanem vem para o Inova Saúde 2014 com um espírito especial ao comemorar seus 90 anos: “Tínhamos que apresentar um produto de maior quantidade de tecnologia embarcada”, explica Djalma Rodrigues, presidente da empresa. Após três anos de desenvolvimento e pesquisas avançadas, a empresa chegou a Unidade de Cuidado Intensivo DuettoTM 2386, uma incubadora de funções híbridas, que opera tanto como incubadora como uma unidade de cuidado intensivo irradiante (berço aquecido), primeiro produto com essas características lançado no Brasil, que é o terceiro país a fabricar o equipamento do tipo no mundo. “A Duetto é um produto inusitado e muito inovador, que causará impacto no mercado brasileiro inclusive por sua competitividade”, explica Rodrigues. A Duetto possui ainda uma série de itens opcionais como: balança integrada ao leito, fototerapia, reanimador, suporte de soro, entre outros, trabalhando em plataforma Windows.
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A estrutura organizacional da Hi Tecnologia já recebeu diversos prêmios de inovação e empreendedorismo durante sua existência. O case enviado ao Inova Saúde é fruto direto desta filosofia de trabalho, segundo o diretor de marketing da empresa, Carlos Eduardo Chaves. “Utilizando inteligência artificial, criamos um equipamento capaz de realizar o protocolo completo do Teste do Coraçãozinho, realizado em recém-nascidos para detectar cardiopatias congênitas críticas. Este exame já é exigido em diversos estados e cidades brasileiras e está se tornando exigência do Ministério da Saúde para todas as maternidades do Brasil “, explica.
LEDS INOVADORES
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A inovação do produto Antares, da Ibramed, se dá pelo uso de uma nova geração de LEDs com potências significativamente maiores que o oferecido nos equipamentos atuais de plataformas de luz de baixa potência (Laser diodo e/ou LED diodo) para fins terapêuticos. “Isso permitirá o uso de fluências maiores, menor tempo de sessão, menor custo do equipamento e, especialmente, permitir o desenvolvimento de novos tratamentos, antes limitados nos custos de aquisição, tamanho do dispositivo e fluências limitadas”, explica Diuliane Silva. “Esse projeto vem de encontro as necessidades do SUS por ser uma inovação de melhor custo-efetividade. O Antares oferece uma forma segura e eficaz visto que pode
Design E FUNCIONALIDADE A Samtronic concorre com o case do Pedestal ROAMA, equipamento com design arrojado, modulável conforme a necessidade do hospital. “O nosso produto possui uma concepção de utilização inovadora, que permite o acoplamento de diversos acessórios, tornando-o adaptável as reais necessidades do hospital”, conta Edgar Muller. “Na medida do possível, fazemos uma união ou “sincronia” do design e cores para que todos os nossos produtos tenham uma unidade e possam compor uma identidade visual da nossa marca”, explica Muller. “Outro fator primordial foi que sob a temática do prêmio, o Pedestal ROAMA é um produto cujas características são únicas no mercado mundial.”
acelerar a cicatrização de feridas, úlceras, queimaduras e incisões cirúrgicas diminuindo o tempo de internação e uso de medicamentos”.
NOVIDADES EM ENDOPRÓTESES A vencedora do Inova Saúde em 2012, a Braile Biomédica, vem para a edição 2014 com a endoprótese, (também conhecida como stent) LUMINI. Segundo a coordenadora de pesquisa da empresa, Glaucia
Basso Frazzato, a LUMINI foi projetada para o tratamento de aneurismas viscerais e renais, doenças graves e com alta mortalidade. “Com tecnologia 100% nacional, o desenvolvimento, fabricação e comercialização de um produto nacional de alta tecnologia e valor agregado coloca a Braile em posição de destaque e alta competitividade nos mercados nacional”, explica. Para Glaucia, o preço competitivo permite que o produto atinja todas as classes sociais, possibilitando a diminuição da morbimortalidade,
menor tempo hospitalar e redução dos custos hospitalares. O primeiro Stent farmacológico do Brasil concorre ao título de inovação de 2014 pela Scitech, que participa do Prêmio pela primeira vez. Esta inovação é referente a um produto implantável de alta tecnologia para tratamento de doenças coronarianas. “A Scitech foi a primeira empresa da América do Sul a desenvolver esse dispositivo, assim como stent coronário não-farmacológico e acessórios para cardiologia intervencionista”, conta o gerente de projetos, Luciano Curado.
DESFIBRILADOR TOUCHSCREEN A Lifemed apresentou o case Lifeshock Pro, um desfibrilador cardíaco totalmente brasileiro, produzido em parceria com a PUCRS e a Toth Tecnologia, ambas instaladas no TecnoPuc, sob o financiamento do governo pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). Como inovações, o produto é o único desfibrilador no mundo a ter operação TouchScreen, possui a maior tela do mercado com altíssima resolução, modo automático e possui um sistema único, inovador, de remoção dos eletros de desfibrilação por imãs, facilitando e agilizando o uso, e salvando vidas.
“Essa união entre universidade, empresa e governo é conhecida como Tríplice Hélice, um modelo muito difundido pelo mundo, o qual tem a finalidade de promover o desenvolvimento,
INOVAÇÃO PARA OS OLHOS Pela primeira vez, a Apramed participa do Prêmio Inova Saúde, com o primeiro equipamento nacional para realização de cirurgias de catarata e retina. O “Vitreófago com Phaco” utiliza sondas de iluminação, aspiração, corte e irrigação, controlados por um sistema digitalizado com controle de vazão de fluidos e pressão. “Nosso objetivo é produzir um equipamento capaz de utilizar diversos tipos de itens descartáveis independente do fabricante”, comenta Gisele Doria, da Apramed.
a pesquisa e a inovação de produtos nacionais”, comenta o coordenador de projetos da Lifemed, Leonardo Reichow.
NOVIDADE PARA SORRIR A DSP Biomedical, conhecedora da informação que a reabilitação oral dos pacientes edêntulos parciais e totais por meio da implantodontia e da prótese, vem evoluindo com o avanço das técnicas cirúrgicas, protéticas e imaginológicas, participa do Prêmio Inova Saúde com kit compacto para cirurgia guiada de baixo custo e de alta performance. Para Ricardo Toscano, cirurgião dentista e diretor cientifico da empresa, quando unem-se pessoas e inovação, cria-se a próxima geração de tecnologia e equipamentos que as pessoas realmente querem e precisam. “Elas são inovações significativas que ajudam as pessoas a serem saudáveis, viverem bem e aproveitarem a vida. Essa filosofia move a DSP Biomedical.” A Aditek participa do Prêmio Inova Saúde com um produto relacionado ao campo da Ortodontia. Trata-se de um bracket autoligável inovador em seu conceito e utilização. “Esse
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CAPA - PRÊMIO INOVA
bracket permite o uso de forças levíssimas e biocompatíveis para uma movimentação dental mais rápida e segura, permitindo ao profissional tratamentos mais rápidos com menos consultas e tempo de cadeira no atendimento”, explica Alexandre Gallo Lopes, diretor industrial da empresa. Esse projeto já gerou uma patente nos Estados Unidos e permitiu a empresa ter um produto global exportado para os cinco continentes, beneficiando profissionais e pacientes ao redor do mundo.
Esse projeto já gerou uma patente nos Estados Unidos e permitiu a empresa ter um produto global exportado para os cinco continentes, beneficiando profissionais e pacientes ao redor do mundo.
ESTERILIZAÇÃO A Indusbello também está debutando na participação do Prêmio, participando com o case: Estojos Autoclaváveis para Esterilização de Instrumentos. Clara Silva, da área de Projeto e Desenvolvimento explica que foram avaliadas todas essas informações junto aos fornecedores e a empresa concluiu que o ideal seria fazer a injeção plástica dos estojos em polímeros de engenharia de alta temperatura. “Surgiram então, os Estojos Autoclaváveis para Esterilização de Instrumentos Indusbello”, explica .
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Segundo ela, esses estojos são fabricados de acordo com os pedidos dos clientes: são injetados através de moldes, em vários tamanhos e formatos, podem ser fabricados em série com o mesmo padrão de qualidade, possuem bordas arredondadas, tampa transparente, travas muito
segura e, além disso, podem ser personalizados com suportes, perfis, parafusos, trilhos, serigrafados e/ ou gravados à laser de acordo com a solicitação do cliente.
MONITORAMENTO INOVADOR Pela primeira vez, a BHP participa do Prêmio Inova Saúde apresentando seu novo sistema de monitoramento e gerenciamento integral de parâmetros críticos de infraestrutura hospitalar. Segundo Fabio Camali, diretor da empresa, o gerenciamento e integração dos dados da rede de gases e equipamentos, informações operacionais dos equipamentos hospitalares tornouse uma necessidade fundamental; “Sem essas informações, todos os benefícios promocionados pelos avanços da medicina e tecnologia dos equipamentos eletromédicos tornam-se nulos em caso de interrupção no fornecimento dos gases e/ou equipamentos”, diz. A BHP é pioneira no Brasil neste setor.
CUIDANDO DA COLUNA A MDT Implantes participa com um produto chamado SAGA (Sistema de Alinhamento Sagital da Coluna) que é um sistema de artrodese lombar por via anterior que possui espaçadores
Crédito: ABIMO
Ruy baumer, Dirceu Barbano, Tatsuo Suzuki e Franco Pallamolla, na edição 2013 do Inova Saúde
intersomáticos hiperlordóticos, visando a correção do alinhamento espino-pélvico da região lombossacra da coluna vertebral.
REPARAÇAO DE FIBRAS NERVOSAS
REVOLUÇÃO NOS EXAMES PARASITOLÓGICOS
Também estreando como concorrente ao Prêmio Inova Saúde, o 3-Nerve da JHS Biomateriais é um produto com capacidade de reparar danos em fibras nervosas periféricas, que pode melhorar o pós operatório de pacientes que tem alguma lesão nervosa decorrente do procedimento cirúrgico. “Vemos um potencial inovador do produto, uma vez que não existe nada similar no mercado nacional e internacional”, diz a gerente técnica da empresa, Dámiana Máximo.
Um líquido conservante biodegradável e não tóxico, que ao mesmo tempo que conserva o material biológico, não é agressivo ao meio ambiente nem ao usuário. Além disso, substitui soluções fixativas perigosas como SAF, Formalina e MIF. O Sistema PARATEST® da DK Diagnostics revolucionou o exame parasitológico de fezes, desde a coleta, conservação da amostra, diluição, filtração e transporte, resultando em sedimento altamente limpo para análise microscópica. Assim, os testes são realizados com grande redução no tempo e espaço físico, gerando melhor custo-benefício do que os métodos tradicionais. “Trata-se de uma inovação brasileira única no mundo”, diz Noelle Falchi, do departamento de comunicação da empresa.
Além do troféu com o Título de Excelência em Inovação, o vencedor recebe R$ 50.000,00, um selo para inserir em materiais impressos e de web e vai participar de uma feira internacional, com o Projeto Brazilian Health Devices. Já foram vencedoras as empresas: Magnamed (2013), Braile (2012), Intercientifica (2011) e Neurotec e Angelus (2010).
Esta inovação se destaca pelo fato de apresentar-se como alternativa à intervenção tradicional de deformidades sagitais da coluna vertebral (PSO – Osteotomia de Subtração Pedicular), pois possui angulações que atendem as necessidades cirúrgicas para a referida deformidade. “As vantagens deste sistema de alinhamento sagital podem ser notadas pelo fato de proporcionar menores riscos cirúrgicos e diminuídos cuidados intensivos pósoperatórios, menores gastos energéticos e, consequente, melhor qualidade de vida dos pacientes, devido ao reestabelecimento do alinhamento ótimo para cada paciente”, explica o especialista em produtos, Flavio Dezan.
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COMPRAS
ABIMO e EBSERH
promovem debate sobre compras públicas
Crédito: ABIMO
Representantes da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) discutiram no último dia 14 de março, em São Paulo, a compra de equipamentos do setor com fornecedores e empresários da indústria nacional. O debate foi organizado pela ABIMO. A mesa de abertura estavam o presidente da ABIMO, Franco Pallamolla, presidenteexecutivo, Paulo Fraccaro; o deputado Newton Lima e o presidente da Ebserh, José Rubens Rebelatto, acompanhado pelo diretor de Atenção à Saúde e Gestão de Contratos, Celso Araújo; do diretor de Logística e Infraestrutura Hospitalar, Garibaldi Albuquerque e do diretor Administrativo e Financeiro, Walmir Gomes.
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Segundo Rebelatto, a clareza no processo de compras por meio da administração pública e a qualidade dos produtos são aspectos essenciais na ampliação da aquisição
de produtos nacionais. “É imprescindível condições para que recursos públicos do povo brasileiro sejam investidos em empresas nacionais”, enfatizou. Em 2013, a Ebserh descentralizou R$ 125 milhões para compra de 1.729 equipamentos em todos os hospitais universitários federais do país. A partir deste ano, os investimentos ampliarão procedimentos de cirurgias através de vídeo, menos invasivos e que possibilitam a recuperação do paciente, após a cirurgia, em menor tempo. Atualmente, os certames para aquisição de equipamentos e insumos para a rede de hospitais universitários federais são realizados na Ebserh com objetivo de gerar economia no volume de pedidos. As compras finais são efetuadas diretamente pelos hospitais. Para ampliar o acesso de empresários do ramo aos certames de compras de
equipamentos da Ebserh, a ABIMO apoiará a estatal na divulgação aos fornecedores das consultas públicas, que discutem a compra dos equipamentos.
Franco Pallamolla, destacou a necessidade de criação de um banco de produtos especificados, uma referência para qualidade dos equipamentos hospitalares, como forma de ampliação da competitividade nacional. “Queremos construir um modelo justo para todos os lados (governo e indústria brasileira)”, disse. Crédito: ABIMO
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PIRATARIA - ODONTOLOGIA
Na boca do povo Comércio e instalação de aparelhos ortodônticos irregulares preocupam as entidades de classe que travam uma batalha contra a pirataria
As modas, tendências de consumo que se espalham pela sociedade, normalmente não são motivo de preocupação. Chegam e passam sem deixar grandes estragos. Porém, o que está acontecendo atualmente no Brasil, e principalmente na cidade de São Paulo, é bastante preocupante e pode ser considerado um problema de saúde pública.
Centenas de adolescentes estão usando aparelhos ortodônticos piratas, comprados via internet ou nos grandes centros comerciais da capital e instalados sem qualquer orientação ou acompanhamento de um cirurgião dentista. Para eles, o importante é desfilar usando as tais “borrachinhas coloridas” como acessório preso aos dentes. A moda, que vem sendo observada desde o segundo semestre de 2013, pode acarretar em danos irreversíveis à arcada dentária como problemas na gengiva, perda óssea e até mesmo perda dos dentes. Preocupados, especialistas e entidades da área odontológica se reúnem em busca de soluções e ações para combater a pirataria e reverter o atual cenário. O Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) apresentou, recentemente, a operação “Sorriso Colorido”, um conjunto de ações criadas para coibir o comércio ilegal e também para punir aqueles que exercem ilegalmente a profissão de cirurgião dentista. “No final de 2013, fizemos uma apreensão em Diadema (região metropolitana de São Paulo). Um jovem de aproximadamente 18 anos que atendia,na garagem de casa, entre 30 e 40 adolescentes por dia cobrando R$ 60 pela instalação do aparelho ortodôntico. Como uma das ações em prol do combate à pirataria, está em tramitação um Projeto de Lei que trará maior
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...operação “Sorriso Colorido”, um conjunto de ações criadas para coibir o comércio ilegal e também para punir aqueles que exercem ilegalmente a profissão de cirurgião dentista
controle e, consequentemente, mais segurança para as instituições, para a população e também para os cirurgiões dentista. O PL sugere que toda venda de produtos, equipamentos e materiais de uso clínico odontológico tenha informado, em seu documento fiscal, o número do registro do CRO de São Paulo do profissional ou da pessoa jurídica que está adquirindo a mercadoria. Caso o adquirente seja acadêmico do curso de odontologia, o documento fiscal deverá informar o número da matrícula e o nome da instituição de ensino superior. Com essa medida será possível rastrear a venda e a compra desses materiais. Conhecendo as rigorosas leis já em vigor que regem o setor da odontologia, há também, um esforço para que a fiscalização seja fortalecida. “Para intensificar essa fiscalização, o CROSP colocou equipes de plantão responsáveis por checar as denúncias recebidas”, comentou Miyake. Além disso, um número 0800 foi disponibilizado para tirar dúvidas e receber denúncias sobre o comércio e o exercício ilegal da profissão. Um canal aberto à população e aos especialistas que identificam fraudes em sua região. Blitz também foram programadas para encontrar
os pontos de venda indiscriminada de produtos odontológicos. Fiscais estão mapeando os locais de venda nas ruas, lojas e grandes centros comerciais como a 25 de março, para que a equipe de fiscalização entre em ação.
Contribuição negativa da Internet e falta de conscientização popular A ABIMO também atua em parceria com o CROSP no combate às práticas ilegais no mercado de produtos odontológicos. “É muito triste e preocupante que a nossa indústria de equipamentos odontológicos, considerada uma das melhores do mundo, exportadora de tecnologia e reconhecida pela sua qualidade, tenha que enfrentar esse tipo de situação por profundo desconhecimento da população dos riscos que produtos mal fabricados e mal utilizados representam”, diz o vice-presidente de odontologia da ABIMO, Knud Sorensen. Trabalhar a conscientização popular também tem sido uma das frentes de batalha contra a pirataria. Além do trabalho em parceria com a imprensa, uma campanha criada e divulgada em anúncios de jornais, redes sociais e via cartazes distribuídos a consultórios e escolas promete destacar os riscos e os danos causados por este tipo de atuação irregular da profissão.
Pirataria faz história no setor O problema da pirataria assola o setor odontológico há algum tempo. Antes mesmo da disseminação da venda e instalação de aparelhos dentários falsificados, o setor de implantes já apresentava um alto número de denúncias de irregularidades. Como tema frequente em reuniões e eventos, a luta contra irregularidades foi reforçada durante o fórum “Monitoramento e Avaliação dos Implantes e Produtos Odontológicos no Combate à Pirataria”, realizado no dia 2 de fevereiro no CIOSP (Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo). Na ocasião, foi destacada a importância da firmação de parcerias entre Universidades e Institutos de Pesquisa e entre a Anvisa e os Conselhos Regionais para coibir as práticas ilegais. O Subcomitê de Implantes Odontológicos da ABIMO vem recebendo, desde 2012, reclamações de seus associados em decorrência da venda de produtos falsos e irregulares. São identificadas empresas sem licença de funcionamento, produtos fabricados sem registro na Anvisa e empresas sem certificação de boas práticas ou com registros caducados. Com as parcerias é possível trabalhar a fiscalização de forma mais incisiva e eficiente.
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CIOSP 2014
Odontologia em alta União entre ABIMO e APCD promove odontologia de excelência em Congresso
A indústria odontológica começou 2014 com um evento de grande porte sempre muito aguardado: o Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (CIOSP), que chegou a sua 32ª edição. Entre os dias 30 de janeiro e 2 de fevereiro de 2014, a feira de negócios recebeu quase 110 mil visitantes nos três pavilhões do Centro de Convenções e Exposições Expo Center Norte – onde mais de 260 expositores
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nacionais e estrangeiros apresentaram os últimos lançamentos da indústria. Segundo os dados divulgados pelo relatório parcial da secretaria geral do evento, foram 107 mil inscritos, sendo 73.329 Cirurgiões-Dentistas, 21.222 acadêmicos e 1.600 estrangeiros de 54 países. Estes números reforçam a importância do evento, que está cada vez mais consolidado entre os profissionais, acadêmicos, entidades da área e empresas do ramo odontológico. Sob o temário-geral “Unidos pelo sucesso da Odontologia”, o 32º CIOSP
Crédito: ABIMO
Stand da ABIMO recebe a visita de Paulo Skaf
teve como objetivo destacar os diversos segmentos que contribuem diretamente para o exercício e crescimento da Odontologia, como as indústrias do setor odontológico, que contribuem com o desenvolvimento de novas tecnologias e materiais, facilitando e dando cada vez mais qualidade ao trabalho dos profissionais; o ensino e a pesquisa, que proporcionam o conhecimento técnicocientífico; a biossegurança, que sintetiza um conjunto de ações voltadas para a prevenção, proteção dos profissionais e pacientes, e que minimizam os riscos de acidentes de trabalho; as profissões de Técnico em Saúde Bucal (TSB), Auxiliar em Saúde Bucal (ASB) e Técnico em Prótese Dentária (TPD), que constituem a equipe multiprofissional que participa ativamente do sucesso do tratamento odontológico; e os programas governamentais, que ampliam o mercado de trabalho e garantem a assistência odontológica à população. O 32º CIOSP também contou com a presença de autoridades.
Na abertura solene estiveram presentes o então Ministro da Saúde, Alexandre Padilha; o Secretário de Estado da Saúde de São Paulo, David Uip; o Coordenador Nacional de Saúde Bucal, Gilberto Pucca, o presidente do SINAEMO (Sindicato das Indústrias de Artigos e Equipamentos, Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios), Ruy Baumer e líderes das principais entidades da odontologia. No segundo dia de feira foi a vez do presidente da FIESP, Paulo Skaf, percorrer os três pavilhões do Expo Center Norte, prestigiando as empresas participantes ao lado dos representantes da ABIMO, Paulo Fraccaro e Knud Sorensen. No dia seguinte, a cirurgiã-dentista e primeira-dama da cidade de São Paulo, Ana Estela Haddad, também prestigiou a feira e participou de discussões sobre políticas públicas voltadas para a saúde bucal da população. Para o presidente da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD), Adriano Forghieri, o
sucesso absoluto do 32º CIOSP espelha o bom momento da Odontologia nacional, que é uma das melhores do mundo. A ABIMO foi co-patrocinadora do evento atuando no apoio político e institucional: “Este acordo de co-patrocínio firmado entre a APCD e a ABIMO representa não apenas a reaproximação entre as duas entidades, como também reforça a importância que o CIOSP, o maior congresso de Odontologia da América Latina, tem para a indústria do setor nacional, ao proporcionar por meio da FIOSP - Feira Internacional de Odontologia de São Paulo grandes oportunidades de negócios”, acredita Forghieri. Para Knud Sorensen, a parceria firmada junto a APCD é de grande importância:
“É a união das entidades promovendo uma odontologia de excelência, colocando o Brasil em um patamar de tecnologias avançadas”, explica. 45
TODOS CONTRA A PIRATARIA Crédito: Joselito Pedrosa, GGTPS/Anvisa
Representantes de entidades da área odontológica, empresários do setor e membros da Anvisa reuniram-se no último dia de Congresso para o Fórum: “Monitoramento e Avaliação dos Implantes e Produtos Odontológicos no Combate à Pirataria”. O presidente executivo da ABIMO, Paulo Fraccaro, foi o primeiro palestrante. Ele falou sobre o Grupo de Trabalho (GT) formado pela ABIMO e pela APCD, junto ao Conselho Federal de Odontologia – CFO; a Associação Brasileira dos Cirurgiões Dentistas – ABCD; a Associação dos Técnicos em Prótese Dentária - APDESP; a Associação Brasileira de Odontologia – ABO, Associação Brasileira dos Cirurgiões Dentistas - ABCD e também pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa que tem como objetivo combater a pirataria em produtos odontológicos. Em seguida, Francielli Melo, coordenadora de Segurança Institucional (CSEGI) da Anvisa, falou do trabalho da Agência junto a Polícia Federal e Rodoviária, que busca promover ações e atividades voltadas para o combate à pirataria de produtos submetidos à vigilância sanitária, além de promover o intercâmbio de informações e articulações entre as iniciativas pública e privada. O intuito é propiciar a união de esforços para a redução de práticas que contribuam para o risco a saúde pública. “Essa atuação conjunta é necessária, pois essas ações unem a necessidade de apoio técnico para materialização da infração criminal”, explicou.
Crédito: Joselito Pedrosa, GGTPS/Anvisa
“É de se estranhar que os profissionais procurem o produto clandestino”
Ainda em sua apresentação, Franciele indicou que o principal alvo de pirataria são os implantes dentários e os produtos para osteossíntese bucomaxilofacial. Na opinião da especialista, são agentes facilitadores da disseminação da pirataria a displicência e/ou o desconhecimento dos profissionais a respeito de produtos legais e ilegais, o desconhecimento da regra sanitária; a ausência de parcerias entre a Anvisa e os Conselhos Regionais e a ausência de parcerias com universidades e institutos de pesquisa. “É de se estranhar que os profissionais procurem o produto clandestino”, disse ela. “A diferença de preço não é muito grande,
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Entidades e Anvisa unidos contra a pirataria
em contrapartida, a qualidade sim. Por isso, acredito que seja mais um caso de falta de conscientização, mesmo”. O Gerente Geral de Tecnologia de Produtos para Saúde da Anvisa (GGTPS), Joselito Pedrosa, frisou a necessidade de colaboração das indústrias no que diz respeito à denúncia e notificação: A Anvisa só consegue agir mediante denúncia e o quadro de especialistas é composto por sete pessoas”, contou. “É muito pouco para encontrar tudo o que temos de errado, então a denúncia é a nossa matéria prima para trabalhar “. “Há tempos não vejo uma ação desse porte sendo articulada”, comentou Adriano Forghiei, presidente da APCD. “Temos excelentes indústrias, temos os melhores profissionais de odontologia e podemos reduzir e muito esse problema.” Como resultado do debate, está sendo articulado um Termo de Cooperação entre a Anvisa e as entidades do GT para que os próximas atitudes sejam tomadas, inclusive uma campanha maciça de conscientização junto a profissionais e sociedade. “Ao organizar esse Fórum, a ABIMO quis unir todos os envolvidos nessa cadeia de produção, usuário e consumo, acredito que conseguimos o primeiro passo: o da conscientização”, finalizou Fraccaro. “Nossas próximas ações sempre terão foco no fortalecimento da produção local pelas indústrias legalizadas e, principalmente, na maior segurança aos pacientes”.
GRADE CIENTÍFICA Do ponto de vista científico, o grande ganho desses quatro dias de evento foi de ‘relacionamentos e novas fontes de conhecimento – através de mais de 300 horas de cursos, workshops, fóruns e hands on. A programação estava sob a coordenação do Dr. André Callegari, baseada em evidências científicas e aplicabilidade clínica, com temas de grande impacto na Odontologia. Formatada em 10 módulos científicos, totalizou 155 cursos com mais de 300 horas/ aula durante os quatro dias de evento. Além dos cursos com temáticas diversas, com 237 ministradores nacionais e estrangeiros, foram também oferecidos workshops, cursos interdisciplinares e hands-on. Os cursos foram divididos nos seguintes módulos científicos: Beleza do Sorriso; Hospitalar; Da Gestação à Maturidade; Osseointegração e Manipulação de Tecidos; Terapias Integrativas e Complementares; Da Imagem à Execução; Recursos Humanos; Gestão & Marketing; ASB/TSB; e, por fim, Mídias Sociais.
Abertura oficial do 32º CIOSP reúne lideranças políticas e da Odontologia Cerimônia contou com importantes anúncios para a classe odontológica, entre eles, a equiparação salarial entre Cirurgiões-Dentistas e médicos. A solenidade de abertura do 32º CIOSP aconteceu na noite de 30 de janeiro, no Teatro da APCD, com a presença de autoridades do governo federal, estadual e municipal de São Paulo, além de representantes de entidades de classe e lideranças da Odontologia. Ao lado do presidente da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas), Dr. Adriano Albano Forghieri, e do presidente do 32º CIOSP, Wilson Chediek, compuseram a mesa principal o então Ministro da Saúde, Alexandre Padilha; o Secretário de Estado da Saúde de São Paulo, David Uip, que representou o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin; o Coordenador Nacional de Saúde Bucal, Gilberto Pucca; o presidente do SINAEMO, Ruy Baumer; o presidente da ABCD, Silvio Cecchetto; o presidente do CFO, Ailton Diogo Morilhas; o presidente do Crosp, Cláudio Miyake; o presidente da Federação Nacional dos Odontologistas (FNO), Fernando Gueiros; o presidente da Federação Interestadual dos Odontologistas (FIO), José Ferreira Campos Sobrinho; e o presidente da ABO Nacional, Luiz Fernando Varrone.
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PAINEL DE ASSOCIADOS - CIOSP 2014
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PAINEL DE ASSOCIADOS - CIOSP 2014
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Conheça os benefícios de ser um associado ABIMO A Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios, representa, há 50 anos, a indústria brasileira de produtos para saúde. Como associado você tem muitos benefícios: Descontos em eventos nacionais Ações de incentivo à inovação Desconto na emissão de declarações e certificados Reuniões setoriais Informações e estudos de mercado Além disso a ABIMO possui o projeto Brazilian Health Devices que, em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção a Exportacão e Investimentos), promove: Feiras internacionais Programa de incentivo FDA Funcionário no exterior Rodadas de Negócios Fale com o nosso departamento comercial e obtenha mais informações. rodrigo@abimo.org.br, www.abimo.org.br ou pelo telefone 11 3285 0155