Edição 105 – Revista Hospitais Brasil

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CERTIFICAÇÃO

Engenharia Clínica certificada garante segurança e redução de custos

MONITORAMENTO

Centrais ajudam a identificar previamente piora de pacientes hospitalizados

OPINIÃO 1

5 tendências para a Saúde Digital e seus impactos na qualidade de vida

HUMANIZAÇÃO

Tratamento humanizado acalma pacientes e aumenta sobrevida em UTIs

OPINIÃO 2

Automação de processos: Tecnologia ajuda no cotidiano do pronto atendimento

Conahp reúne mais de 13 mil para debate sobre rumos da saúde

No 105 l NOV/DEZ 2022
EVENTO

26 OPINIÃO 1

Quando o no-show de pacientes é um desafio na saúde

28 HOSPITALMED

Evento supera todas as projeções deste ano e anuncia novidades para 2023

30 HEMODINÂMICA

Tecnologia para tratamento de AVC deve chegar ao SUS

18 CERTIFICAÇÃO

Engenharia Clínica certificada garante segurança e redução de custos

6 EVENTO

Conahp reúne mais de 13 mil para debate sobre rumos da saúde

8 MONITORAMENTO

Centrais ajudam a identificar previamente piora de pacientes hospitalizados

10 SINDHOSP

A saúde no próximo Governo de São Paulo

14 CARDIOLOGIA

Equipe realiza cirurgias minimamente invasivas inovadoras

16 VOLUNTÁRIOS DA SAÚDE

Associação é destaque no Conahp 2022!

22 ROBÓTICA

Hospital gaúcho realiza primeira neurocirurgia robótica da América Latina

24 ABDEH

Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício

Hospitalar anuncia nova diretoria e objetivos para gestão 2022/2024

32 ABIMO

Indústria brasileira de dispositivos médicos chega à marca de US$ 731 milhões em exportações no ano; Aprovado no Senado, projeto que garante reajuste anual da Tabela SUS segue para a Câmara dos Deputados

34 TECNOLOGIA

Tecnologias ampliam possibilidades de tratamento de doenças cardíacas

36 TM JOBS

Conheça os projetos da empresa para 2023!

38 OPINIÃO 2

Automação de processos: como a tecnologia pode ajudar no cotidiano do pronto atendimento

42 HUMANIZAÇÃO

Tratamento humanizado acalma pacientes e aumenta chances de sobrevida em UTIs

44 OPINIÃO 3

5 tendências para a Saúde Digital: impactos na qualidade de vida

46 EQUIPAMENTO

Hospital de Campinas (SP)

usa equipamento inédito na região para tratar cálculo renal

Sumário 3 NOV-DEZ

Aproveite toda interatividade e recursos da HOSPITAIS BRASIL digital!

Caro leitor, A partir dessa última edição de 2022, a Revista HOSPITAIS BRASIL te convida a participar de uma experiência que deixará sua leitura mais agradável e produtiva. Nas próximas páginas você encontrará as principais novidades e acontecimentos do setor, que poderão ser acessados através de ícones de interatividade. Conteúdos extras, links para sites, e-mails, mídias sociais, galerias de fotos, vídeos e podcasts estão disponíveis através de um simples clique. Confira o conteúdo e aproveite!

Além de notícias recentes sobre alguns dos principais hospitais do país, a HOSPITAIS BRASIL

EXPEDIENTE

Diretor Geral

Adilson Luiz Furlan de Mendonça adilson@publimededitora.com.br

Editora e Jornalista

Luiza Mendonça - MTb 73256 DRT/SP luiza@publimededitora.com.br

Jornalistas

Carol Gonçalves - MTb 59413 DRT/SP

Thais Martins - MTb 32132 DRT/SP

Gerente de Relacionamento

Andréa Neves de Mendonça andrea@publimededitora.com.br

novembro/dezembro destaca assuntos relacionados à Engenharia Clínica (EC) com foco em certificação, garantindo segurança e redução de custos. Abordamos também como centrais de monitoramento podem ajudar a identificar previamente a piora de pacientes hospitalizados. O tratamento humanizado como forma de acalmar pacientes e aumentar a sobrevida em UTIs é outro tema da edição, assim como o Conahp 2022, evento que reuniu mais de 13 mil pessoas para debater os rumos da saúde. Por fim, separamos artigos com a opinião de especialistas sobre diversos assuntos interessantes, como saúde digital, automação de processos e no-show

Boa leitura!

Gerente de Negócios

Adriano Oliveira Santana adriano@publimededitora.com.br

Diagramação

Marco Antonio Abate marco@publimededitora.com.br

Ano XX

Edição Nº 105

Nov/Dez 2022

A Revista Hospitais Brasil é uma publicação que leva conhecimento, fomenta relações e gera negócios em toda a cadeia de saúde. É enviada a um qualificado mailing, composto por profissionais diretamente envolvidos na gestão, administração e compras de equipamentos e tecnologias de Hospitais, Maternidades, Clínicas, Santas Casas, Secretarias de Saúde, Universidades e demais estabelecimentos de saúde em todo o país.

A Revista não se responsabiliza por conceitos emitidos através de entrevistas e artigos assinados, uma vez que estes expressam a opinião de seus autores e também pelas informações e qualidade dos produtos, equipamentos e serviços constantes nos anúncios, bem como sua regulamentação junto aos

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Não é permitida a reprodução total ou parcial de artigos e/ou matérias sem a permissão prévia por escrito da editora.

A Revista Hospitais Brasil é uma publicação da PUBLIMED EDITORA LTDA., tendo o seu registro arquivado no INPI - Instituto Nacional de Propaganda Industrial e Intelectual. Rua Felipe Gadelha, 104 – Sala 55 02012-120 – São Paulo/SP

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SET-OUT 4 Editorial
ASSISTA AO VÍDEO

Conahp reúne mais de 13 mil para debate sobre rumos da saúde

Congresso da Anahp contou com 144 palestrantes, entre personalidades internacionais e nacionais; membro do comitê de transição do governo Lula, Arthur Chioro fechou o evento destacando as prioridades da nova gestão.

O Conahp 2022, realizado pela Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados), reuniu mais de 13 mil pessoas entre os dias 7 e 11 de novembro. Com o macro tema “Saúde 2022: a mudança que o Brasil precisa”, o congresso contou com 144 palestrantes, entre personalidades internacionais e nacionais, para discutir os rumos do setor de saúde para os próximos anos.

“Esse Conahp acontece em um momento importante para os hospitais. Vemos uma inflação de custo elevada, demanda reprimida decorrente da pandemia, uma pandemia que se altera, mas não desaparece e há um novo governo no Brasil. Um congresso em um momento muito desafiador. Mas ele permite que lideranças da saúde de todo país troquem ideias e procurem estratégias que ajudem na construção de um 2023 melhor”, afirmou Antonio Britto, diretor-executivo da Anahp.

Em 31 horas de conteúdo, se inscreveram 9 mil pessoas nos dias online (7 a 9 de novembro) e 4.760 pessoas estiveram nos dias presenciais – 10 e 11 de novembro, em São Paulo (SP).

Na ocasião, os participantes puderam ver e interagir com os principais especialistas de saúde do Brasil e do mundo sobre financiamento da saúde, tecnologia no setor, clima e suas influências na vida das pessoas, inteligência artificial e futuro da saúde. Ainda houve debates sobre interação do sistema público e privado para promoção e prevenção e políticas ESG no âmbito da gestão hospitalar e do atendimento.

Entre os palestrantes desta edição estavam Margareth Dalcomo, pesquisadora da Fiocruz e referência brasileira no tema Covid-19 durante a pandemia; Eric Topol, médico cardiologista referência mundial sobre o

Evento NOV-DEZ 6

futuro da medicina, fundador e diretor do Scripps Research Translational Institute; e Shweta Narayan, pesquisadora e ativista indiana, referência na discussão do papel dos profissionais de saúde na mitigação da crise climática. Também estavam presentes membros da academia, CEOs dos principais hospitais privados do país e representantes do Sistema Único de Saúde (SUS).

Fechando o evento, Arthur Chioro, membro do comitê de transição do governo Lula e ex-ministro da Saúde,

falou sobre as prioridades para os quatro anos da nova gestão, entre elas saúde mental e da pessoa idosa, Covid-19 e a importância da retomada de campanhas de vacinação no país.

Nos dias presenciais, 107 patrocinadores puderam expor seus produtos e inovações. O Conahp contou ainda com a 5ª edição do projeto “Startups Anahp”, por meio do Desafio de Inovação Conahp, com 44 inscritos; e com a “Sessão Posteres”, com 398 trabalhos inscritos.

CONFIRA ABAIXO ALGUMAS DAS SOLUÇÕES APRESENTADAS

DURANTE O EVENTO POR EMPRESAS PARTICIPANTES!

LOCAÇÃO DE EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES

A Clean Medical marcou presença no Conahp oferecendo soluções voltadas ao mercado de locação de equipamentos, venda de produtos e acessórios hospitalares.

LOGÍSTICA PARA A SAÚDE

Especializado em operações logísticas, o Grupo Prime compareceu ao evento apresentando suas soluções para produtos voltados à área da Saúde.

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IDENTIFICAÇÃO HOSPITALAR

MOBILIÁRIO HOSPITALAR

Fundada em 1997, a Metahospitalar levou ao Conahp 2022 uma completa linha de leitos e macas hospitalares.

A Teclabel, empresa que atua no mercado de etiquetas, rótulos, pulseiras hospitalares, materiais dupla face, impressoras térmicas e ribbons, marcou presença com suas pulseiras de identificação para pacientes.

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7 NOV-DEZ

Centrais ajudam a identificar previamente piora de pacientes hospitalizados

Reconhecimento precoce de alterações em parâmetros fisiológicos permite antecipar aplicação de técnicas de salvamento. Inteligência artificial monitora pacientes 24 horas por dia.

O aumento de chamados por alterações numa escala baseada em parâmetros fisiológicos que permite identificar antecipadamente a piora clínica de um paciente tem ajudado a ampliar ainda mais a segurança de pacientes no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo (SP). A escala MEWS (Modified Early Warning Scores) viabiliza, por exemplo, o reconhecimento prévio de mudanças agudas nos parâmetros vitais que podem levar a paradas cardiorrespiratórias (PCRs), permitindo que sejam feitas intervenções preventivas com antecedência, salvando vidas.

O acionamento mais precoce dos Times de Resposta Rápida e do Código Hemorrágico – técnicas de recuperação utilizadas em unidades de saúde que contribuem para a redução de PCRs – ocorreu a partir da implantação da

Central de Monitoramento Assistencial (CMOA), que auxilia ainda na análise de eventos adversos, identificando oportunidades de melhoria em processos para evitar a recorrência de episódios graves.

De acordo com Claudia Laselva, diretora da Unidade Hospitalar Morumbi do Einstein, a centralização de câmeras e monitoramento de parâmetros dos pacientes na CMOA é uma ação importante e permite aumentar a consciência situacional dos profissionais assistenciais. Isso porque o colaborador que está na linha de frente tem múltiplas atividades e costuma ser interrompido com alguma frequência, o que pode desviar sua atenção e impactar a segurança do paciente. “A CMOA funciona como uma camada adicional de supervisão e controle, e alerta os profissionais para possíveis falhas, inconsistências e atrasos na assistência, prevenindo sua ocorrência”, afirma. CONTINUE LENDO

Monitoramento NOV-DEZ 8

A saúde no próximo Governo de São Paulo

Tarcísio de Freitas assume como governador no início de 2023, após 28 anos de administração tucana. Afinal, o que a nova gestão reserva para o setor da saúde?

O governador eleito de São Paulo assume em janeiro próximo. Mas suas ideias para um dos setores que mais preocupa a população, a saúde, já foram expostas ao SindHosp (Sindicato de Hospitais, Clinicas, Laboratórios e Estabelecimentos de Saúde do Estado de São Paulo) em pelo menos duas ocasiões: na sede da entidade, durante uma das etapas do Diálogos Saúde SP, que recebeu todos os candidatos ao Governo do Estado para ouvir o que pensam sobre saúde e receberem a Proposta Saúde São Paulo; e durante o Seminário Folha de S. Paulo - SindHosp, que reuniu, no final de setembro, os responsáveis pelos planos de governo para a saúde dos três principais candidatos a governador.

A saúde não pode ser vista como política isolada, na visão de Tarcísio de Freitas. “Não podemos dissociar a saúde das outras políticas públicas.

Para a sociedade ter saúde é preciso integração. As pessoas terão saúde se tiverem esporte, saneamento, emprego”, afirmou o novo governador durante evento no SindHosp, no início de junho. No seu plano de governo, ele defende uma saúde sem filas e acredita que São Paulo pode ser o Estado da prosperidade, do bem-estar e da qualidade de vida, dando atenção especial para a população mais idosa, a qual cresce em número considerável.

Em todas as áreas da administração pública, a tecnologia será uma importante aliada do novo governo. “Vamos implantar uma administração descentralizada, com atendimento rápido e desburocratizado”, enfatiza o governador eleito. A saúde digital, portanto, é uma das prioridades do próximo secretário de Estado da Saúde. O plano de governo do então candidato propõe “transformar São Paulo em um polo de referência na utilização de saúde digital e telemedicina, levando o sistema de saúde a um novo patamar de acesso, resolutividade, gestão, sustentabilidade e satisfação do usuário”. Esse projeto

SindHosp NOV-DEZ 10
Fotos: Gerson Areias Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, e Tarcísio de Freitas, governador eleito

está em perfeita sintonia com a Proposta Saúde São Paulo, apresentada pelo SindHosp.

Veja outros pontos do plano de governo de Tarcísio de Freitas e que estão em consonância com o que foi proposto pelo Sindicato:

l Atenção Primária à Saúde (APS): Fomentar investimento em tecnologias digitais para melhor a efetividade e resolutividade da atenção primária, consolidando-a como porta de entrada. Fortalecer o atendimento na APS, sua integração com a Média e Alta Complexidade e a multiplicação das redes assistenciais.

l Média e Alta Complexidade (MAC): Dar celeridade aos serviços prestados na MAC, além de qualificar a rede de atendimento. Ofertar serviço especializado também em redes privadas, nas regiões de saúde mais desassistidas.

l Urgência e emergência: Investir na atenção primária como ordenadora do sistema de gestão de filas, sendo responsável por desafogar os serviços de urgência e emergência, além de reorganizar a atenção secundária e terciária.

l Centro Estadual de Controle de Doenças e Qualidade Assistencial: Reforçar e construir sistema de inteligência epidemiológica, com plataformas e bancos de dados que contribuam para o rastreamento e avaliação de ameaças à saúde, a tomada de decisões baseadas em evidências e que apoiem a produção de informações que permitam acompanhar de forma sistemática as trajetórias da saúde populacional.

l Regionalização/Repactuação com Municípios e Regulação: Instituir um modelo de governança que comporte maior participação dos municípios, com planejamento abrangente e colaborativo e que inclua uma repactuação regional. Liderar processo de construção de uma regionalização cooperativa no Estado, incluindo o financiamento com a União e Municípios.

Seminário Folha de S. Paulo – SindHosp reuniu, no final de setembro, os responsáveis pelos planos de governo para a saúde dos três principais candidatos a governador

l Profissionais de saúde: Investir em formação profissional e criar política de cargos e salários que estabeleçam critérios claros de contratação, avaliação de desempenho, promoção e desenvolvimento profissional com foco em resultados.

l Indústria da saúde: Incentivar a indústria, transformando São Paulo em um polo de produção nacional e internacional de dispositivos médicos pelas facilidades em inovar, produzir e comercializar.

“É gratificante ver que boa parte das propostas apresentadas pelo SindHosp para melhorar a saúde paulista foram incorporadas ao plano do governador

11 NOV-DEZ

eleito. Vamos acompanhar as ações tomadas pela nova gestão, lembrando que estamos sempre abertos ao diálogo e prontos para ajudar na implantação de políticas públicas que melhorem a saúde das pessoas e o setor como um todo”, lembra o presidente do SindHosp, Francisco Balestrin.

No seminário Folha de S. PauloSindHosp, o então candidato Tarcísio de Freitas foi representado pelo deputado federal e ex-presidente da Associação

logística de previsão, dispensação e monitoramento do uso do medicamento; atenção à saúde da mulher, com foco na prevenção, planejamento familiar e acompanhamento pré-natal; implementação de serviços de longa permanência especializados em geriatria e pacientes crônicos; intensificar ações de integração e acessibilidade de pessoas com deficiência; e ofertar tratamento e reinserção social para as pessoas com transtornos mentais e dependência química (álcool e drogas).

PROPOSTA SAÚDE SÃO PAULO

Médica Brasileira (AMB), Eleuses Paiva. Além das propostas já apresentadas acima, ele defendeu uma revisão urgente na tabela de procedimentos do SUS, sob risco de o setor de prestação de serviços entrar em colapso, e mais investimento público em pesquisas. “É compromisso do novo governo investir, no mínimo, 12% de sua receita em saúde, como prevê a Constituição. Lembro que temos mais de mil leitos hospitalares desativados no Estado. Vamos analisar a situação antes de pensar em construir novas unidades”, afirmou Paiva.

No plano de governo de Tarcísio ainda constam a organização e regionalização das filas; assistência farmacêutica com apoio da saúde digital para facilitar a

Colaborar com uma agenda mais avançada e positiva para o setor da saúde, apresentando propostas focadas em três pontos principais: garantir o acesso aos serviços, que esse acesso seja de qualidade e que haja uma boa relação custo-benefício. Estes foram e continuam sendo os objetivos do SindHosp com a Proposta Saúde São Paulo, que teve início em junho de 2021, passou por várias etapas e culminou com a produção de uma publicação com 10 propostas que visam melhorar a saúde paulista.

FAÇA DOWNLOAD DAS PROPOSTAS:

“Tínhamos que agir em prol da melhoria da saúde da população. Essa é a contribuição cidadã do SindHosp para ampliar o acesso aos serviços oferecidos pelo SUS, garantir a sustentabilidade do complexo econômico e industrial do setor e incentivar São Paulo a produzir uma política de Estado que insira a saúde como base de uma agenda de desenvolvimento econômico e social”, finaliza Francisco Balestrin.

SindHosp NOV-DEZ 12
SAIBA MAIS Debate durante o Seminário Folha de S. Paulo – SindHosp

Equipe de Cardiologia realiza cirurgias minimamente invasivas inovadoras

Procedimento para colocação de dois stents com válvula é considerado raro, foi feito em cerca de 100 pacientes no mundo. Outros destaques foram a cirurgia robótica de grande porte para troca de válvula cardíaca e a instalação de Mitraclip em paciente com mais de 100 anos.

Com o propósito de garantir um retorno seguro aos hospitais após a pandemia de Covid-19, principalmente em pacientes que não podem ser submetidos a cirurgias tradicionais de tórax aberto, a equipe de cardiologia do Hospital

Santa Catarina – Paulista, de São Paulo (SP), têm optado pela realização de procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos, com técnicas inovadoras.

Recentemente, três cirurgias realizadas na Instituição se destacaram, devido à complexidade do quadro clínico, idade dos pacientes e técnicas empregadas.

Uma delas consistiu na instalação de dois stents com válvula para corrigir a insuficiência tricúspide de um paciente de 65 anos. Uma operação considerada

rara no mundo, com pouco mais de 100 casos. Esses mecanismos visam impedir o retorno do sangue para a cabeça ou corpo. Para o procedimento, os médicos optaram pela utilização da hemodinâmica, exame que identifica deficiências das válvulas e do músculo cardíaco. E utilizaram o equipamento Azurion, plataforma de terapia guiada por imagem com exibição 3D, que permite com que o médico observe simultaneamente a tomografia, o coração do paciente e a simulação do local onde a válvula será posicionada.

“Esse procedimento é reservado para pacientes de alto risco que já fizeram outras operações ou têm órgãos com problema. Entre os principais benefícios estão a rápida recuperação, em comparação com a cirurgia tradicional, que possibilita alta de 24 a 48 horas, e o fato dela ser minimamente invasiva. Somado a isso, o tempo de operação é menor, trazendo benefícios para o médico e o paciente”, afirma o Dr. Diego Gaia, cirurgião cardiovascular do Hospital Santa Catarina.

Cardiologia NOV-DEZ 14

CIRURGIA ROBÓTICA

DE GRANDE PORTE

Também com foco na segurança e recuperação mais rápida do paciente, pela primeira vez, o Hospital Santa Catarina realizou uma cirurgia cardíaca de grande porte utilizando o robô Da Vinci Xi, equipamento de última geração composto por quatro braços robóticos. A operação foi realizada em uma paciente de 72 anos com quadro de insuficiência cardíaca, causada por regurgitação tricúspide. A cirurgia consistiu na substituição da válvula responsável pelo controle do fluxo do sangue no coração, por uma prótese.

Segundo o médico, o Da Vinci Xi já é utilizado na Instituição, principalmente pelas especialidades da urologia, gastrenterologia e ginecologia, mas pela primeira vez foi utilizado em uma operação de grande porte para a cardiologia. “O objetivo da cirurgia robótica é reduzir a agressividade e a invasão. Na cirurgia convencional, por exemplo, é necessário abrir a barriga ou tórax do paciente. Com o robô, a mesma cirurgia é feita por meio de pequenos orifícios menores que 1 cm, no tórax, possibilitando a remoção da válvula defeituosa e a implantação da prótese”, explica Dr. Gaia.

Entre os principais ganhos para os pacientes estão o menor tempo de internação, assim como menor risco de sangramento e infecção, cicatriz menor e o retorno precoce às atividades. “A recuperação de um paciente que faz uma troca de válvula por robô costuma variar entre uma semana até 10 dias. Sendo que em uma cirurgia convencional, esse mesmo paciente precisa de 45 a 60 dias para retornar às atividades normais”, compara o cardiologista.

O robô Da Vinci Xi é controlado pelo cirurgião a partir de um console, colocado na sala cirúrgica. Para a operação, foi necessária uma equipe de sete pessoas, todas treinadas fora do Brasil. O Hospital Santa Catarina –Paulista possui uma das duas equipes no país com permissão para realizar procedimentos dessa escala.

EQUIPE INSTALA MITRACLIP EM PACIENTE COM MAIS DE 100 ANOS Outro destaque foi a realização de procedimento chamado MitraClip em um paciente com mais de 100 anos. O MitraClip é um dispositivo que corrige o vazamento da válvula mitral, unindo as partes defeituosas da mesma. Introduzido a partir de um vaso sanguíneo localizado na virilha, o procedimento evita a necessidade de abertura do peito do paciente. Por isso, é indicado para enfermos que não podem passar por cirurgias mais invasivas.

Segundo o cirurgião cardiovascular do Hospital Santa Catarina, Dr. José Honório Palma, o procedimento foi o primeiro no país realizado em um paciente com idade tão avançada. “Por ser minimamente invasivo, o procedimento com o MitraClip tende a diminuir significativamente o período de recuperação dos pacientes, para 48 horas”, completa o Dr. Gaia.

Associação Voluntários da Saúde é destaque no Conahp 2022

Em parceria inédita com a Anahp, AVS protagonizou a sessão Conahp Social a fim de dar visibilidade aos projetos desenvolvidos por ela, aos hospitais e instituições do país que atendem ao SUS.

Em novembro, a Associação Voluntários da Saúde (AVS) teve a oportunidade de apresentar seu trabalho a milhares de pessoas no Congresso Nacional de Hospitais Privados (Conahp 2022), principal evento do setor da saúde, realizado pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp).

Entre os dias 7, 8 e 9 de novembro, em parceria inédita com a Anahp, a AVS protagonizou a sessão Conahp Social a fim de dar visibilidade aos projetos desenvolvidos por ela, aos

hospitais e instituições do país que atendem ao SUS. Seis de seus projetos foram selecionados por suas ações para uma votação, na qual três seriam escolhidos para contarem detalhes sobre suas experiências e representarem outros hospitais apoiados pela associação na modalidade presencial.

Ao todo, o Conahp Social recebeu mais de 8.360 votos e, durante o quadro on-line Conahp Café, foram apresentados os três projetos mais votados: Gestão e Busca pela

Voluntários da Saúde NOV-DEZ 16

Acreditação – Instituto São Vicente de Paula (MG) – 3.323 votos; Diagnóstico e Busca pela Excelência – Santa Casa Três Pontas (MG) –2.074 votos; e Gerenciamento de Projetos – Vila São Cottolengo (GO) – 1.509 votos.

Durante as atividades presenciais do Conahp, nos dias 10 e 11 de novembro, a Associação Voluntários da Saúde contou com estande próprio e reuniu, pela primeira vez, mais de 100 membros, entre voluntários e representantes de algumas das instituições assistidas.

O momento também proporcionou outros feitos que impulsionam ainda mais a atuação da AVS no apoio às instituições de saúde. A AVS formalizou a atual colaboração com a empresa Medportal e firmou parceria com dois novos apoiadores:

Associação Brasileira CIO Saúde (Abcis) e empresa Verzo.

“Este foi nosso primeiro evento, e temos certeza de que no ano que vem a AVS estará maior, melhor, apoiando mais hospitais do SUS e democratizando o conhecimento em gestão para ajudar a transformar a qualidade de saúde do povo brasileiro”, comenta Fernando Torelly, presidente da Associação Voluntários da Saúde.

17 NOV-DEZ

Engenharia Clínica certificada garante segurança e redução de custos

Saiba como o Selo de Qualificação ONA pode ajudar a elevar o padrão do serviço oferecido, com aumento da qualidade, melhoria dos processos e foco na satisfação do paciente.

O setor de Engenharia Clínica (EC) no Brasil está em crescimento, em parte devido à pandemia, que permitiu mostrar ao mercado que tecnologia em saúde é estratégico. O movimento feito pelos profissionais de Engenharia Clínica, em parceria com o Ministério da Economia, da Saúde, o Senai, montadoras, a ABEClin –Associação Brasileira de Engenharia Clínica e voluntários, garantiu o funcionamento dos ventiladores pulmonares e o retorno de mais de 2.500 equipamentos que estavam indisponíveis por falta de manutenção.

“Hoje, o mercado está em expansão, além de existir uma demanda reprimida. São mais de 300.000 serviços de saúde no Brasil, sendo que mais de 6.000 hospitais sentem a pressão da sociedade para que as unidades de saúde sejam cada vez mais seguras para o paciente. Esses hospitais são fiscalizados pelo sistema CONFEA/CREA, já que toda área de engenharia dentro de uma unidade de saúde tem que ter um responsável técnico”, salienta Alexandre Ferreli Souza, vice-presidente de Relações Institucionais da ABEClin.

Certificação NOV-DEZ 18

O entrevistado explica que a maioria das empresas de Engenharia Clínica nasce em uma estrutura amadora e/ ou familiar, sem preocupação com processos, acervo técnico e melhoria contínua. Em outras palavras, não é adotado um sistema de qualidade, nem um formato profissional de gestão.

“Na falta desses dois itens, observam-se desvios de função –profissionais que não são engenheiros atuando como tal –, equipes subdimensionadas ou contratos por valores inexequíveis – não há como garantir qualidade, pois qualidade tem valor e o valor é um investimento que reflete no custo”, analisa.

Assim, o Selo de Qualificação ONA para empresas de Engenharia Clínica veio para elevar o nível de qualidade do setor, pois possibilita que as organizações melhorem seus processos e a qualificação profissional de engenheiros, tecnólogos e técnicos.

Com a qualificação, a engenharia clínica pode promover equipamentos médicos mais seguros aos usuários, pois a unidade de saúde com departamento ou empresa de EC certificada garante o uso adequado dos equipamentos, evitando inseguranças, perdas jurídicas e desperdícios financeiros, otimizando processos e compras. “Toda a sociedade vai lucrar com a economia de recursos para a saúde e diminuição do risco de eventos adversos aos usuários de equipamentos médicos”, resume o vice-presidente de Relações Institucionais da ABEClin.

SELO DE QUALIFICAÇÃO ONA

A versão mais atual do Manual do Selo de Qualificação ONA 2020-2024 incluiu três novos serviços terceirizados (higienização, Engenharia Clínica e nutrição), solicitados pelas organizações de saúde e sociedade. “Esta versão evoluiu em termos de quantidade de novos serviços e padrões, como também sua metodologia, eliminando a subjetividade por meio da aplicação do método de pontuação e com um modelo de avaliação estruturado em diretrizes organizacionais, gestão organizacional e gestão de apoio”, explica Gilvane Lolato, gerente de operacional da ONA – Organização Nacional de Acreditação.

Entre as versões de 2016 e 2020, foi observado aumento de 99% dos requisitos. O padrão “Gestão da operação”, que avalia a atividade-fim da organização, possui o maior número de requisitos e, consequentemente, obteve o maior aumento (97%), em comparação com os demais padrões. O padrão “Gestão Organizacional e Liderança” registrou crescimento de 73% do número de requisitos comparados à versão anterior.

19 NOV-DEZ
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Com a qualificação, a engenharia clínica pode promover equipamentos médicos mais seguros aos usuários

Hospital gaúcho realiza primeira neurocirurgia robótica da América Latina

Cirurgia de coluna lombar foi realizada no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre (RS), com o uso de navegador cirúrgico e braço robótico.

O Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS) realizou a primeira neurocirurgia robótica do Brasil. O procedimento foi conduzido em um paciente que sofria de dor na coluna lombar com irradiação para os membros inferiores e não obteve sucesso com tratamentos clínicos prévios. O homem de 65 anos foi operado pela equipe dos neurocirurgiões Arthur Pereira Filho e Nelson Pereira Filho.

O procedimento foi uma artrodese de coluna lombar, que consiste no implante de parafusos pediculares com o objetivo de estabilizar duas ou mais vértebras instáveis da coluna. Para isso, a equipe utilizou uma tecnologia inovadora: o braço robótico Cirq, da Brainlab, empresa alemã especializada em cirurgia assistida por computador. O equipamento funciona em conjunto com o sistema de navegação cirúrgica Curve, do mesmo fabricante.

O navegador permite que o cirurgião faça um planejamento pré-operatório do procedimento, incluindo as incisões necessárias e as trajetórias  dos implantes para maximizar o desfecho cirúrgico. Intraoperatoriamente, o braço robótico aumenta a precisão do procedimento, garantindo a execução milimétrica das trajetórias previamente planejadas.

“Antes da cirurgia começar, é possível definir com precisão as dimensões e o posicionamento dos parafusos que serão implantados no paciente”, explica o médico Arthur Pereira Filho.

ARTRODESE DA COLUNA LOMBAR

Conhecido por artrodese da coluna lombar, o procedimento visa corrigir fraturas por traumas ou enfermidades (osteoporose ou doenças oncológicas), além de anomalias provocadas por tumores, doenças degenerativas da coluna (desgaste articular, hérnia de disco), doenças congênitas (como a escoliose), entre outras. O implante pode ser realizado por meio de três tipos de cirurgia: convencional, navegada e robótica. CONTINUE LENDO

Robótica NOV-DEZ 22

Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar anuncia nova diretoria e objetivos para gestão 2022/2024

Com o objetivo de demonstrar os benefícios de ser associado à ABDEH aos profissionais da área, a nova diretoria incluiu em seu plano de ação a criação de uma agenda de cursos e palestras em todo o Brasil.

A ABDEH (Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar) ganhou uma nova diretoria. Desde outubro de 2022, a arquiteta Ana Paula Perez (SP) assumiu a gestão da Associação a fim de colaborar na capacitação dos profissionais que atuam em edifícios de saúde.

Além da presidente, a atual diretoria é composta por mais cinco profissionais conceituados do mercado:

l Arquiteta Adriana Sanelli (PR), como Vice-Presidente de Relações Institucionais;

l Administrador Marcelo Boeger (SP), como Vice-Presidente Técnico Científico;

l Engenheiro Walmor Brambilla (SP), como Vice-Presidente Administrativo Financeiro;

l Arquiteta Bia Gadia (SP), como VicePresidente de Marketing;

l Arquiteta Patricia D’Alessandro (PR), como Vice-Presidente Executiva.

Com o objetivo de demonstrar os benefícios de ser associado à ABDEH aos profissionais da área, a nova

Acho que o grande desafio da nossa gestão é criar canais que propiciem a conexão. Conexão entre os nossos associados Pessoa Física e Jurídica. Conexão entre a nossa associação e as associações similares no mundo Ana Paula Perez, presidente da ABDEH

diretoria incluiu em seu plano de ação a criação de uma agenda de cursos e palestras em todo o Brasil. Assim, será possível proporcionar um intercâmbio de experiências e informações entre as sedes regionais e todos os associados.

Proporcionar aos associados a possibilidade de participar em congressos e eventos internacionais para seguir atualizado com as tendências da saúde mundial é outro ponto importante do plano de ação, afirma a presidente.

“Precisamos importar a experiência internacional e exportar a experiência nacional para promover uma troca de conhecimento efetiva e, com isso, contribuir ativamente com a formação de um profissional especializado no edifício de saúde.”

ABDEH NOV-DEZ 24

Para garantir uma formação completa destes profissionais, a nova gestão da ABDEH também foca sua atenção no planejamento e implementação do processo de certificação para especialistas em saúde.

E em um mundo cada vez mais atento às causas sociais e ambientais, a ABDEH segue focada nesses assuntos em sua nova gestão.

Nos próximos dois anos, será criado um manual de Compliance da Associação, além de um programa de responsabilidade social. Coordenado pela diretoria nacional da ABDEH, esse programa propiciará aos associados a oportunidade de colaborar de forma efetiva com a saúde no Brasil em todos os seus âmbitos.

Sobre a ABDEH

A ABDEH é uma entidade independente, aberta e multidisciplinar, constituída por profissionais e empresas ligadas ao setor, que busca contribuir para a contínua evolução brasileira no campo da Edificação Hospitalar, desde sua concepção até sua operacionalização e para a valorização de sua importância para a qualidade de vida da sociedade.

25 NOV-DEZ

Quando o no-show de pacientes é um desafio na saúde

Absenteísmo pode trazer problemas e desafios aos gestores, tanto pelo ponto de vista financeiro quanto logístico e assistencial.

Ao longo da jornada na tecnologia, especialmente, atrelada à saúde, percebi que a ausência de pacientes nos compromissos gera obstáculos na gestão de empresas que prestam atendimentos. Depois de muito conversar e me inteirar sobre o assunto, entendi que o absenteísmo ou no-show de pacientes é um dos problemas mais críticos para consultórios, hospitais, laboratórios e clínicas médicas. Isso porque, além de comprometer gestão e finanças da empresa, causa problemas em fatores logísticos e assistenciais, pois mesmo quando o paciente não comparece a consultas e a exames, as empresas precisam pagar pelos profissionais e, ainda assim, contornar a fila de espera por atendimento, dada a faltas injustificadas que tiram a oportunidade de outra pessoa.

Entre pesquisas, conversas e parcerias com clientes, entendi as razões pelas quais as faltas acontecem e não me surpreendi quando imprevistos

em cima da hora e esquecimento do paciente pela consulta ou exame apareceram entre as primeiras razões identificadas. Afinal, quando não somos lembrados de algo, facilmente nos esquecemos, diante da quantidade de informação recebida diariamente. Por outro lado, os motivos que levam à falta podem não ter qualquer relação com as pessoas, mas com o prestador de serviço que ainda não teve a oportunidade de desenvolver uma comunicação eficaz ou que troca datas e horários no momento da marcação. Por identificar que essa realidade afeta tanto a saúde pública quanto a privada e faz parte da rotina de unidades que prestam atendimento aos pacientes, enxerguei pela tecnologia a possibilidade de reduzir o absenteísmo, a partir da inteligência artificial e gestão de dados que se convertem num sistema automatizado para confirmação de presença. Integrada com ferramentas de gestão do próprio prestador de saúde, esse sistema faz o trabalho que seria manual e lembra os pacientes sobre hora e data de seus compromissos, sem necessitar de qualquer intervenção humana. Quando a pessoa não responde ao primeiro

Opinião NOV-DEZ 26

contato, o próprio sistema prossegue com envios de lembrete, até o paciente confirmar ou cancelar a consulta/ exame. Quando há cancelamento, é possível gerar encaixe automatizado, permitindo uma gestão muito mais eficaz e propositiva para conter o no-show de pacientes. Sem contar que relatórios são emitidos e ajudam gestores a analisar e a compreender o comportamento de seu público.

A forma da comunicação onChannel é outra facilidade para saber se a pessoa comparecerá ou não ao compromisso, pois ela se enquadra aos diferentes meios existentes, desde e-mail, WhatsApp, contato telefônico e SMS. Ou seja, basta o paciente sinalizar como ele prefere ser avisado que o sistema emite lembretes pelo canal de sua escolha, sem gerar comunicações invasivas que possam perturbá-lo. Junto ao lembrete são trazidas as orientações preparatórias para exames para aqueles que os farão, economizando em tempo e custo o trabalho de um atendente

dedicado, exclusivamente, para essa tarefa. Com a tecnologia para no-show e confirmação de presença já identificamos redução de 30% a 40% na falta de pacientes, além de confirmar ou reagendar mais de 15 milhões de atendimentos.

Não por acaso, a confirmação de presença tem se mostrado efetiva para reduzir o absenteísmo, organizar agendas e brechas quando cancelamentos são identificados. Sem contar na otimização de faturamento dos prestadores e melhora na jornada e experiência do paciente, pois quando lembrado de sua consulta/exame, ele sente-se acolhido pelo prestador e cria-se, assim, uma relação de confiança entre as duas partes. Ambos saem ganhando tanto pela gestão mais eficiente quanto pelo atendimento prestado.

27 NOV-DEZ
Roberto Dozol Machado Formado em Tecnologia da Informação, atua com tecnologia há mais de 10 anos, estando há cinco à frente da Startup Nina, especialista em redução de no-show em clínicas, hospitais e operadoras de saúde

HospitalMed supera todas as projeções deste ano e anuncia novidades para 2023

Edição comemorativa aos dez anos da maior feira do setor médico-hospitalar do N/NE reuniu mais de 26 mil pessoas em três dias de feira.

A décima edição da HospitalMed apresentou resultados acima das projeções. O evento aconteceu entre os dias 19 e 21 de outubro, no Centro de Convenções de Pernambuco e contabilizou a presença de mais de 26 mil visitantes. Os números desta edição impressionam também pelas projeções de negócios, que giram em torno de R$ 330 milhões, e pelo impacto na economia com a geração temporária de quase 2 mil empregos diretos e mais de 5 mil indiretos, envolvendo a cadeia produtiva da saúde, de eventos e hotelaria (turismo de negócio).

“Estamos comemorando os dez anos da HospitalMed de uma forma brilhante, superando todas nossas metas e as projeções dos nossos expositores. Inclusive, já estamos na expectativa para que 2023 seja ainda mais expressivo, seguindo a curva sempre crescente da HM, e mirando os nossos próximos dez anos, quando já pensamos em celebrar os 20 anos deste projeto com impacto internacional, conectando nosso hub da saúde com marcas e soluções globais”, diz Rodrigo da Fonte, presidente da HospitalMed.

HospitalMed NOV-DEZ 28

A HospitalMed já confirma edição para 2023, que acontecerá entre os dias 25 e 27 de outubro, no Centro de Convenções de Pernambuco. “Viemos de uma demanda reprimida por conta da pandemia, mas nesta edição tivemos uma participação efetiva dos expositores com áreas maiores e o resultado da nossa feira é que já estamos com 70% da renovação para o ano de 2023 e não temos dúvidas que o sucesso da próxima edição será ainda maior”, pontua Carol Baía, diretora Comercial da HM.

Segundo Tatiana Menezes, diretora de Marketing da HM, registrou um alto crescimento com relação a 2021, que, até então, tinha sido a maior visitação da HM. “Hoje, quando estávamos levantando os dados do fechamento do evento, tivemos a felicidade de contabilizarmos um novo crescimento de público, na ordem de 32%. Agora, nossos olhos já estão voltados para

2023, quando teremos ainda mais novidades para o mercado. Uma delas, inclusive, será a realização da FICONNE - Feira de Inovação em Odontologia e o 25º COPEO”, considerou.

Para os expositores, a HM tem se mostrado como importante ponto de conexão com o mercado e de geração de novos negócios. “É a primeira vez que estamos participando da feira e fomos surpreendidos pelo grande volume de negócios que fechamos durante o evento, como também o início de negociações para parcerias a nível nacional”, ressalta Grazielle, CEO da Arco Finanças.

A HospitalMed 2022 contou com o patrocínio do Banco do Nordeste e Atrys, além do apoio da Abrava, Abimo, ABCIS, ABDEH, ABRALIMP, Anbiotec, Ambipar, Coalisão Saúde, FBH, M.R. Tech, Forseti, FBAH, Sindhospe, Sebrae e UmTelecom.

29 NOV-DEZ
Carol Baía, diretora Comercial da HospitalMed; Rodrigo da Fonte, presidente da HospitalMed; e Tatiana Menezes, diretora de Marketing da HospitalMed

Trombectomia: Tecnologia para tratamento de AVC deve chegar ao SUS

Hospital universitário busca captar R$ 8,7 milhões para projeto que moderniza diagnósticos minimamente invasivos e pode beneficiar mais de 1,2 mil idosos.

O derrame cerebral é responsável pela maior incidência de danos neurológicos e incapacidade no mundo, com uma taxa de 70% de pessoas que carregam algum prejuízo funcional e 30% que apresentam dificuldades de locomoção. Dados como esses mostram a necessidade de procedimentos cada vez mais especializados e impulsionam para que o SUS tenha uma nova tecnologia disponível: a trombectomia.

“É um procedimento endovascular, ou seja, uma cirurgia realizada por cateterismo, sem grandes cortes, em que o objetivo é realizar a retirada do trombo ou coágulo que está causando o entupimento de um vaso sanguíneo cerebral”, explica a neurocirurgiã do Hospital Universitário Cajuru, de Curitiba (PR), Luana Gatto. De acordo com a médica, a alteração súbita do fluxo sanguíneo cerebral pode ser isquêmica, quando há o bloqueio de uma artéria, ou hemorrágica, quando um vaso sanguíneo é rompido. No caso de um derrame cerebral isquêmico, que corresponde a 85% dos casos, a inserção de um cateter no vaso sanguíneo do paciente, para remover o bloqueio e restaurar o fluxo sanguíneo, pode salvar muitas vidas.

O procedimento faz parte do serviço de hemodinâmica: uma estrutura fundamental nesse processo de tratamento de doenças cardiovasculares e neurológicas. “Com o avanço da tecnologia e de novas técnicas de tratamento é possível realizar intervenções minimamente invasivas em doenças que antes eram tratadas apenas com cirurgias abertas de grande porte”, explica o cardiologista Rômulo Francisco de Almeida Torres.

“A agilidade do procedimento e da recuperação impacta diretamente no melhor resultado para a saúde do paciente”, afirma o médico. Dedicados em diagnosticar e tratar doenças de forma certeira, os profissionais da saúde que trabalham na hemodinâmica do hospital paranaense com atendimento 100% SUS reconhecem que o setor é importante, principalmente para o tratamento de pessoas com a idade mais avançada.

INVESTIMENTO EM TECNOLOGIA

Para oferecer mais segurança aos pacientes idosos com doenças cardíacas, neurológicas e vasculares,

Hemodinâmica NOV-DEZ 30

um projeto do Hospital Universitário

Cajuru deve promover justamente a modernização do setor de hemodinâmica. Com a aquisição de novos equipamentos, a intenção é que 1,2 mil idosos passem a ser beneficiados a cada ano – mas o volume de atendimentos será ainda maior considerando as demais faixas etárias. Para o investimento se tornar realidade, a instituição lança mão de campanhas para captação de R$ 8,7 milhões, a partir do Fundo Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa. “A destinação de valores via percentual de Imposto de Renda devido, seja de pessoa física ou jurídica, é fundamental para darmos seqüência ao nosso atendimento humanizado e de qualidade. Dessa forma, o contribuinte

consegue escolher em que seu dinheiro será aplicado e ter a certeza de que foi em um projeto que realmente beneficia a população”, afirma o diretor-geral do hospital, Juliano Gasparetto. Além de uma significativa melhoria na assistência, Juliano Gasparetto explica que o novo equipamento e as novas instalações da hemodinâmica irão gerar oportunidades de aprendizado para residentes, estudantes e, também, profissionais que atuam no setor. “Somos uma instituição filantrópica e 100% SUS, atuando com um déficit de cerca de R$ 1,5 milhão ao mês. Por isso, a contribuição da população e de empresas é fundamental para que nosso hospital-escola continue a salvar vidas”, complementa.

31 NOV-DEZ

Indústria brasileira de dispositivos médicos chega à marca de US$ 731 milhões em exportações no ano

Setor deve superar o valor de exportações total de 2021 ainda em novembro.

A indústria brasileira de dispositivos médicos exportou US$ 74 milhões no mês de outubro, valor 14,58% superior ao mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, que já ultrapassa a marca de US$ 731 milhões em produtos exportados, o crescimento também é importante: 13%. Com esse desempenho, a expectativa é de que, ainda em novembro, o setor supere o valor total de exportações conquistado em 2021.

O segmento que mais cresceu no período foi o de odontologia, com aumento de 23,4% nas exportações. Na sequência, destaque para o médico-hospitalar, com crescimento de 17,3%. São essas as verticais responsáveis pelos principais produtos comercializados com o mundo: instrumentos para odontologia, preparações de higiene bucal, válvulas cardíacas, sacos e bolsas de polímero de etileno, categutes esterilizados,

pensos adesivos e aparelhos ortopédicos.

Paralelamente, os segmentos de laboratório e reabilitação apresentaram queda de 4,45% e 1,71%, respectivamente, no total de exportações do ano.

Importante observar quem são os grandes compradores de dispositivos médicos brasileiros. Argentina, Bélgica, Chile, Estados Unidos e México são os cinco principais destinos das exportações nacionais, tendo recebido 52% de tudo o que foi exportado pelo setor. Também adquiriram produtos nacionais países como Alemanha, Colômbia, Irlanda, Paraguai e Peru.

A análise é produzida pelo time da ABIMO – Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos com base nos dados fornecidos pelo Ministério da Economia.

ABIMO NOV-DEZ 32

Aprovado no Senado, projeto que garante reajuste anual da

Tabela

SUS segue para a Câmara dos Deputados

Muitos valores estão sem atualização há décadas, prejudicando o desenvolvimento do setor.

O setor da saúde comemora a aprovação, por unanimidade, do Projeto de Lei do Senado nº 468/2018, que torna obrigatório o reajuste anual da Tabela SUS. Com o parecer favorável da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), e desde que não haja recurso para votação no Plenário do Senado, o projeto segue para tramitação na Câmara dos Deputados.

“Essa é uma necessidade muito grande do nosso setor, que sofre com a defasagem dos valores pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) à iniciativa privada e às entidades filantrópicas contratadas para prestar assistência à população. Muitos itens ficaram décadas sem atualização, sendo que os custos de produção e de desenvolvimento de novas tecnologias permaneceram acompanhando a inflação. O sistema não tem mais como suportar essa demora”, explica Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da ABIMO – Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos.

Esse é um dos grandes pleitos da entidade, visto que a falta de atualização dos valores deixa as fabricantes brasileiras de dispositivos médicos – responsáveis pelo abastecimento da rede pública – em uma situação delicada. “O intuito da ABIMO é fortalecer as empresas brasileiras para que possam manter seus parques tecnológicos e, assim, atender às demandas internas”, diz Fraccaro.

O projeto, do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), altera a Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080/1990), acrescentando um dispositivo para que os valores de remuneração dos convênios com o SUS sejam revistos anualmente, assegurando, também, a cobertura dos custos e a qualidade dos procedimentos.

“Estamos animados com o andamento do projeto que permitirá que o setor de saúde siga se desenvolvendo e coloque as melhores tecnologias à disposição dos pacientes”, finaliza o executivo.

33 NOV-DEZ

Tecnologia amplia possibilidades de tratamento de doenças cardíacas

Cirurgias de peito aberto vêm sendo, em grande número, substituídas pelas minimamente invasivas, sem a necessidade de grandes incisões que exigiam longa fase de recuperação e com alta incidência de complicações.

“As doenças cardíacas continuam sendo a principal causa de morte no mundo, por isso a revolução na área significa ampliar o número de pacientes beneficiados e envolve valor incalculável”, comenta o cardiologista Carlos Eduardo Duarte, especialista em estimulação cardíaca da BP, que recentemente realizou uma das primeiras cirurgias de implante do menor marca-passo do mundo no Brasil na BP –A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Uma das tecnologias mais disruptivas, que recentemente chegou ao Brasil, e que é implantada no paciente de forma minimamente invasiva é o Micra, menor marca-passo do mundo. Ele possui o tamanho de um comprimido de vitamina, não exige mais cabos-eletrodos e é indicado para tratar a bradicardia. Outro

tipo de enfermidade que pode ser tratada através de procedimentos minimamente invasivos é arritmia cardíaca. Uma de suas modalidades é a fibrilação atrial e, apesar de existirem medicamentos para controlar a condição, muitos pacientes precisam se submeter a um procedimento de crioablação, que cauteriza ou congela a parte do coração responsável pela arritmia. Na técnica, que dura de duas a três horas, a ponta do cateter balão é congelado, -80°C, cauterizando o foco do problema.

Assim como a crioblação para tratar a fibrilação atrial, que passou a fazer parte do rol da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) em 2021, outro procedimento que também merece reconhecimento é o implante percutâneo de válvula aórtica ou TAVI (da sigla em inglês, Transcatheter Aortic Valve implantation). Ele é indicado para casos de estenose aórtica, quando a valva aórtica sofre obstrução ou estreitamento em pacientes idosos ou de maior risco para a cirurgia convencional.

Tecnologia NOV-DEZ 34
Luis Benedit/GrupoPhoto Marca-passo Micra

Na cirurgia convencional, a troca da valva aórtica é feita com o peito aberto, com incisões de grandes proporções, recuperação lenta e com risco elevado para o paciente idoso, mais suscetível a complicações. No TAVI, essa mesma valva é corrigida por meio da introdução de um cateter na região da virilha, que segue até o coração, implantando assim uma nova valva e restabelecendo a passagem adequada do fluxo sanguíneo. O procedimento é feito sem cortes, com uso de anestesia local e sedação leve. Muitos pacientes, inclusive, recebem alta em até dois dias, enquanto os que fazem a “cirurgia aberta” têm um tempo médio de internação de uma semana.

“Sem dúvida, os pacientes mais idosos apresentam um risco mais elevado para a

cirurgia convencional, ou de peito aberto, sendo este procedimento muitas vezes até contraindicado”, explica Fernanda Marinho Mangione, diretora de Avaliação de Tecnologia em Saúde da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista e médica do Hospital

Beneficência Portuguesa de São Paulo e Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Sem o devido tratamento, 50% dos pacientes que apresentam sintomas como cansaço, desmaios ou dor no peito morrem em cerca de um ano. Ainda de acordo com Fernanda, o TAVI surgiu como uma excelente opção de tratamento e mudou paradigmas da estenose aórtica, tendo resultados equivalentes ou até superiores à cirurgia tradicional e podendo ser realizado mesmo nestes pacientes muito idosos e com risco cirúrgico proibitivo.

35 NOV-DEZ

Conheça os projetos TM Jobs para 2023!

Empresa retomará os eventos presenciais e antecipa a divulgação das iniciativas, mostrando o quanto pode apoiar estratégias de marketing & comunicação.

A TM Jobs sabe o quanto o planejamento é importante nesse momento para atividades futuras, e entende o quanto os recursos estão limitados para eventos, projetos comerciais, marketing, geração de leads, mas principalmente, para reais oportunidades no setor Saúde.

Foram dois anos sem eventos presenciais, nos quais se pode perceber o quanto o relacionamento, o aperto de mão e uma apresentação presencial fazem diferença. A TM Jobs celebrou 10 anos de atuação e durante a pandemia organizou mais de 16 eventos online para seus clientes no Canal Valor em Saúde:

O canal teve um papel importante para esclarecimentos sobre os avanços da pandemia e como era possível atuar e mudar as estratégias de acordo com cada necessidade. Foram diversas entrevistas com infectologistas, autoridades e executivos compartilhando esses aprendizados.

Para 2023, a empresa retomará os eventos presenciais e antecipa a divulgação das iniciativas, mostrando o quanto pode apoiar estratégias de marketing & comunicação. Com atuação no Brasil inteiro, entre setor público e privado, o relacionamento e conhecimento da TM Jobs conecta e aproxima pessoas e oportunidades.

CONHEÇA

l Business Club Healthcare: Retomada deste projeto que já é um sucesso. Os hospitais pelo Brasil são anfitriões para compartilhar boas práticas com tomadores de decisão do segmento de Saúde e as conexões são de extrema importância e relevância.

TM Jobs NOV-DEZ 36
OS PROJETOS PARA 2023: CONHEÇA OS PROJETOS PARA 2023 ASSISTA AOS VÍDEOS Business Club Healthcare

l FIGS - Fórum de Inovação e Gestão em Saúde: Segunda edição presencial. A primeira foi realizada em Salvador (BA) com muito êxito, apesar do momento de pandemia, em agosto de 2021, em formato híbrido. A TM Jobs pôde confirmar que o modelo atendeu a todos. O FIGS será o maior evento do Nordeste e do país. Acesse o site e acompanhe os registros das edições já realizadas em formato híbrido e digital:

serviços e soluções, customizando o espaço e otimizando recursos financeiros. Além de expor sua marca e conteúdo, oferece também espaço para reuniões de negócios.

l Hospitalar Saúde Suplementar: Uma iniciativa entre TM Jobs & Hospitalar com mais de seis anos de atuação que consolidou espaço e presença na agenda dos principais gestores de Saúde durante o período da feira. Um espaço compartilhado com outras empresas, de forma inovadora e colaborativa, para que possam falar de seus produtos,

l Projetos customizados: Eventos de grande e pequeno porte em formato Road show, lançamento de produtos e serviços para Associações de Classe e empresas diversas do setor. Neste caso, é necessário entender as demandas e desafios para um desenho de projeto sob medida para os clientes. Já foram mais de 50 eventos próprios realizados nos últimos anos.

l PEC: Projetos educacionais desenvolvidos para o setor sobre vários temas tutoriais e com professores renomados. Pacotes sob consulta.

O SITE

37 NOV-DEZ
SAIBA MAIS VISITE Hospitalar Saúde Suplementar

Automação de processos:

Gestão do fluxo de pacientes no pronto atendimento é uma tarefa desafiadora e que envolve diversas etapas – desde a chegada do paciente, à triagem e ao momento da alta, tudo é uma questão de tempo e organização.

A gestão do fluxo de pacientes no pronto atendimento é uma tarefa desafiadora e que envolve diversas etapas – desde a chegada do paciente, à triagem e ao momento da alta, tudo é uma questão de tempo e organização. Quando mal gerido, esse fluxo pode resultar em filas de espera, superlotação e mau desempenho no atendimento. Diante desse cenário, é essencial conhecer o processo real e criar soluções que otimizem a rotina do pronto atendimento, para que os entraves de tempo sejam corrigidos e o serviço ocorra com mais fluidez.

Um primeiro questionamento a ser feito para saber se o PA tem um bom desempenho está relacionado à mensuração de indicadores. Quais são as taxas de evasão, de readmissão e de tempo de permanência, por exemplo? De acordo com uma pesquisa realizada na USP, 23,9% dos casos de readmissão de pacientes

em serviço hospitalar de emergência estavam relacionados ao diagnóstico de base recebido. Claro que fatores socioeconômicos, de idade e a adesão ao tratamento influenciam nessas taxas. Porém, será que a falta de um diagnóstico preciso não é um problema que poderia ser mitigado com um gerenciamento focado na qualidade do cuidado ao paciente?

Criar estratégias para solucionar essas questões torna-se essencial e, para isso, é preciso avaliar alguns pontos, como o tempo levado até a triagem, o atendimento, entre as etapas de apoio e de tomada de decisão médica. A variabilidade de cada atendimento e as taxas de evasão, retorno, permanência e mortalidade também precisam ser monitoradas.

Como a tecnologia auxilia no gerenciamento de indicadores do pronto atendimento

Apesar do monitoramento ser fundamental, a falta de automação nesse processo pode ser um problema, já que fazê-lo de forma manual é muito difícil. É por isso que a tecnologia entra nesse cenário como uma forma de auxiliar no gerenciamento de

Opinião NOV-DEZ 38
como a tecnologia pode ajudar no cotidiano do pronto atendimento

indicadores que refletem diretamente no fluxo de pacientes no PA. Para isso, primeiro é preciso contar com uma solução em que podemos informar e armazenar os dados dos fluxos de trabalho.

Depois, é possível se beneficiar de ferramentas que façam um mapeamento dessas informações para visualizar onde os tempos estão fora da conformidade, entender onde estão os gargalos e em quais etapas está o maior problema do seu fluxo de atendimento. Esse tipo de solução melhora os processos internos, dando mais autonomia e produtividade aos profissionais, melhora o cuidado ao paciente, faz uma melhor gestão dos fluxos de atendimento e aumenta a satisfação dos atendidos.

Isso significa que, ao final do dia, os gestores têm um cenário menos caótico no PA, profissionais com

melhor qualidade de trabalho, maior segurança aos pacientes, redução do tempo de espera para atendimento e de custos assistenciais. Além de ajudar na diminuição das taxas de retorno, evasão, mortalidade e permanência.

Ou seja, quando falamos da otimização do fluxo de pacientes no Pronto Atendimento, falamos diretamente da gestão do tempo e indiretamente de outros indicadores que impactam o dia a dia de uma unidade de saúde. Por isso, o investimento em soluções tecnológicas que melhoram o cotidiano dos PAs tende a ser uma verdadeira revolução nesse cenário.

e

em MBA em Gestão, Inovação e Serviços em Saúde na PUC-RS e MBA em Data Science e Analytics – USP/ESALQ. Coordenadora de Educação na UpFlux, atua disseminando o poder da solução de Process Mining e guiando interna e externamente pessoas sobre o uso da ferramenta e sua aplicação nos serviços de saúde

Opinião NOV-DEZ 40
Natália Hoerlle Enfermeira pós-graduanda

Tratamento humanizado acalma pacientes e aumenta chances de sobrevida em UTIs

Conferência familiar, videochamadas e escutas constantes são alguns exemplos de iniciativas adotadas no Hospital Márcio Cunha, administrado pela Fundação São Francisco Xavier, em Ipatinga (MG).

A humanização em hospitais é um dos assuntos mais discutidos pela sociedade médico-científica. Humanização requer tratamento personalizado ao paciente, cuidado individualizado e acolhedor. Nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), onde pacientes estão mais fragilizados por lutarem diariamente pela vida, o tema assume ainda mais relevância.

No Hospital Márcio Cunha, administrado pela Fundação São Francisco Xavier, em Ipatinga (MG), o tratamento humanizado recebe atenção especial e faz parte do treinamento constante dos profissionais da saúde. “Os pesquisadores desenvolvem diversas tecnologias para prolongar a vida. Mas é preciso entender que, na frente de tudo isso, existe uma pessoa que tem angústias, sofrimentos e dores. É importante compreender o indivíduo como um ser humano psicossocial em todos os seus

sentimentos e emoções”, comenta a médica do Hospital Márcio Cunha, Dr. Laura Fernandes Aredes Cunha.

O processo de humanização tem ganhado força nos últimos tempos e as mudanças realizadas em infraestrutura e acolhimento têm sido essenciais. Quando acordou na UTI do Hospital Márcio Cunha, a primeira pessoa que o aposentado José de Paula, 60 anos, viu foi a doutora Laura Fernandes, que o chamou carinhosamente de Zé, apelido de uma vida toda. Ela perguntou o que ele mais queria naquele momento. “Um copo de chocolate morno”, disse. E seu desejo foi atendido. “Essa é a lembrança mais forte que tenho do tempo no hospital. Nunca vou esquecer o carinho e o cuidado que tiveram comigo”, conta.

Foram 32 dias internado, sendo mais de dez dias na UTI. “A equipe fazia a minha barba, me dava banho todos os dias, tinha psicólogo, nutricionista, fisioterapeuta. A médica passava para me ver todos os dias e sempre perguntava o que eu estava precisando. Hoje estou muito bem, graças a Deus e ao tratamento humano que tive”, relembra José de Paula.

Humanização NOV-DEZ 42

Outro paciente grato ao tratamento recebido é o professor Jardel da Silva Abreu. Depois de sofrer um grave acidente de moto, ele passou 21 dias internado e 13 na UTI do Márcio Cunha. “Percebi o quão é importante o trabalho daqueles profissionais da saúde. Eles faziam de tudo para me animar. Cada evolução que eu tinha era comemorada por toda a equipe. Um exemplo que me marcou muito foi o dia que minha esposa não pôde me visitar e fiquei triste. A enfermeira percebeu que eu não estava bem e fez uma videochamada com minha mulher. Aquilo foi muito importante e me deu outro ânimo”, lembra.

Antigamente, as UTIs eram totalmente fechadas e os familiares só podiam ver os seus entes queridos através de um vidro. Para o Dr. Geraldo Majella, intensivista da FSFX, a família também é parte importante do processo de recuperação. “Hoje temos usado o conceito de UTIs abertas e os familiares podem acompanhar a internação. Muitos estudos provam que simples ações mudam a evolução dos pacientes, reduzem os índices de delirium e as taxas de sobrevida aumentam”, explica o médico, que atende em UTI há 12 anos.

Outra ação importante de humanização no HMC é a conferência familiar. Ela é o momento para expor a situação do paciente de forma clara e objetiva. O médico horizontal é treinado para conversar com os familiares e tirar todas as suas dúvidas quanto à situação do paciente. A habilidade na comunicação com um familiar também é uma forma de cuidado, carinho e acolhimento.

PRONTUÁRIO AFETIVO

O prontuário é uma ferramenta de humanização adotada no Hospital Márcio Cunha desde o ano passado. Ele é um pequeno banner com informações do

O aposentado José de Paula passou 32 dias internado, sendo mais de 10 em uma UTI. “A primeira pessoa que vi quando acordei foi a doutora Laura e pedi à ela um chocolate morno”

paciente que fica ao lado da cama. É uma iniciativa simples e de grande contexto humano e, por meio dele, é possível conhecer um pouco mais quem é a pessoa internada. Nele constam respostas a três perguntas e uma mensagem. Como você gosta de ser chamado? O que mais ama na vida? Qual a sua música preferida? E nos diga uma mensagem. Caso o paciente esteja inconsciente, um familiar fica responsável por preenchê-lo.

“Somos muito mais do que a doença. Quando sabemos mais sobre o paciente, podemos nos aproximar, interagir e proporcionar um ambiente mais humano. Tem paciente que não se reconhece pelo nome de batismo e se identifica mais com um apelido. Isso nos aproxima dele”, explica a doutora Laura Fernandes, idealizadora do prontuário afetivo nos hospitais da FSFX.

A música, segundo a médica, tem outro efeito tranquilizador nas pessoas. “Tem gente que gosta de hinos de louvor, outros de sertanejo ou MPB. Durante a pandemia da Covid-19, colocamos Metallica para um paciente, pois ele estava muito inquieto. Na hora de retirar o tubo e o respirador colocamos a música que ele mais gosta para deixá-lo calmo”, relata.

43 NOV-DEZ

5 tendências para a Saúde Digital: impactos na qualidade de vida

Segundo relatório Future of Healthcare Report, publicado em 2021 sobre as previsões do setor para os próximos anos, mais de 50% dos consumidores estão interessados em soluções virtuais e remotas, como a telemedicina.

Com a pandemia, poucas indústrias foram tão desafiadas como as de Life Sciences e Healthcare. O universo da saúde sentiu de forma dramática o impacto, com cargas de trabalho extensas, escassez de mão de obra, mudanças de hábitos de consumo e de cuidados pessoais, além da repentina dispersão dos pacientes pela necessidade de maior permanência em suas casas.

Somado a estes fatores, experimentamos taxas de inflação elevadas no mundo inteiro e o desbalanceamento das cadeias de suprimentos. Apesar das empresas desses setores terem se adaptado rapidamente, vemos que ainda há muito a ser feito para que produtos e serviços sejam oferecidos em larga escala de forma cada vez mais rápida, conveniente e personalizada aos clientes.

Segundo o relatório Future of Healthcare Report, publicado em 2021 sobre as previsões do setor para os

próximos anos, mais de 50% dos consumidores estão interessados em soluções virtuais e remotas, como a telemedicina. Diante desse cenário e para atender às demandas atuais e futuras do mercado, há cinco pontos estratégicos que devem ser considerados pelas indústrias do segmento para o ganho de competitividade.

1Cultura

Digital: as empresas de saúde devem aproveitar o momento para revisar e aprimorar seus processos visando entregar produtos e serviços sob medida e no momento certo aos seus clientes. Considerando o contexto de complexidade elevada e dinamismo crescente, para que essa transformação ocorra e seja acelerada, a adoção e a disseminação do pensamento ágil e com o cliente no centro de tudo são elementos chaves para uma jornada assertiva e sustentável. Como decorrência, pode-se utilizar um leque amplo de soluções tecnológicas viabilizadoras, como as plataformas de mineração de processos e dados baseadas em Inteligência Artificial, que apoiam a tomada de decisões. Outro ponto que ganha destaque crescente é a criação de “gêmeos digitais”, que permitem

Opinião NOV-DEZ 44

às empresas a simulação em tempo real de diferentes cenários de negócio para a otimização de performance e da qualidade de atendimento.

2Adoção e migração para soluções baseadas em nuvem: a pandemia exigiu que a indústria direcionasse recursos para o desenvolvimento de produtos, como as novas vacinas e os atendimentos remotos, em um ritmo mais rápido para suprir as demandas globais. Como exemplo, os processos tradicionais de ensaios clínicos foram impactados quando os participantes não puderam comparecer fisicamente aos locais selecionados. Logo, coletas e ensaios remotos tiveram que ser implementados em alta escala e em diversos países para a continuidade

do desenvolvimento das vacinas. As cadeias logísticas foram demandadas enormemente para o controle e o transporte de insumos de todas as naturezas, em tempo recorde, enquanto outros serviços e produtos tiveram demanda drasticamente reduzidos. Isso nos mostra a importância fundamental dos negócios poderem atuar de forma elástica e rápida, expandindo e encolhendo onde e quando necessário. Os serviços e soluções em nuvem nunca foram tão decisivos e continuarão a ser um aliado essencial para cenários dinâmicos em mercados competitivos e globais.

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45 NOV-DEZ

Hospital de Campinas usa equipamento inédito na região para tratar cálculo renal

Nova tecnologia reduz tempo de cirurgia em até 70% e permite pulverizar pedras maiores, transformando-as em areia.

O Vera Cruz Hospital realizou uma cirurgia para a eliminação de cálculos renais de uma mulher de 49 anos, utilizando, pela primeira vez em Campinas (SP), o Fiber Dust, um novo laser que pulveriza as pedras de forma mais célere, transformandoas em areia. Em dois dias, foram realizados quatro procedimentos com o equipamento na unidade.

Segundo o coordenador da urologia do Vera Cruz Hospital, Bruno Resende, o avanço da tecnologia é incrível e tem ajudado cada vez mais em tratamentos e cirurgias de cálculos renais, popularmente conhecidos como as terríveis pedras nos rins. “Em uma cirurgia de apenas 18 minutos, removemos uma pedra de cerca de 2 cm. Todo o cálculo foi reduzido a poeira, o que não é possível com o outro equipamento”, destaca.

“Estamos felizes por ser a primeira equipe de Campinas a utilizar o Fiber Dust, que também pode ser utilizado para tratar a próstata. Mais uma vez o Vera Cruz Hospital está na ponta das inovações tecnológicas, primando por excelência e qualidade para seus pacientes”, comenta o urologista Phillipe Heckler, que faz parte da equipe cirúrgica.

O sistema de laser Fiber Dust é mais eficaz, seguro e rápido para tratar principalmente grandes pedras. “Com esse laser, podemos operar cálculos maiores em menos tempo, com menos riscos de complicações, alta precoce do paciente e resolução mais segura do problema. Antes precisaríamos de dois ou três procedimentos para eliminar cálculos maiores. Com esse aparelho, conseguimos fazer de uma vez só”, explica Heckler.

Bruno Resende complementa destacando que todos esses benefícios são possíveis pela altíssima frequência do equipamento que acelera a pulverização das pedras e reduz, em média, em 70% o tempo da cirurgia. “Com o laser tradicional, podemos usar uma frequência de 15 hertz. Com o novo aparelho, é possível chegar a 500 hertz, o que pulveriza o cálculo de forma mais célere. Uma cirurgia que normalmente leva em torno de uma hora e meia, com o equipamento, pode ser feita em menos de vinte minutos”, conclui.

Equipamento NOV-DEZ 46
Dr. Bruno Resende e Dr. Phillipe Heckler
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