CAPA
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Oi, meu nome ĂŠ Renan. Esse sou eu dentro da barriga da minha mĂŁe. 3
Quando minha mãe descobriu que eu iria ser um menino ela começou a decorar o meu quarto inteiro na cor azul.
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Finalmente nasci! Muitos familiares e amigos da famĂlia começaram a me presentear, na maioria das vezes eram roupinhas azuis.
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Conforme fui crescendo percebi que ficava bem com diversas cores, sendo uma delas a rosa, que se tornou uma das minhas preferidas.
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Quando uso minha camiseta rosa alguns meninos tiram sarro de mim, dizendo que ĂŠ cor de menina, mas eu nĂŁo ligo, porque eu me sinto bem usando, e as meninas dizem que fico bonito com ela.
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Você sabia que... Identidade de gênero é a forma como nos reconhecemos a nós mesmo e desejamos que os outros nos reconheçam. Isso incluí a maneira como agimos (jeito de ser), a maneira como nos vestimos, andamos, falamos (o linguajar que utilizamos) e também, nos vestimos. A educação imposta para crianças, é algo cultural, um pensamento que se trás de longa data, de geração em geração mas que não se deve ser pregada em tempos modernos, onde a liberdade de expressão é um direito de todos. A definição de gênero é herdada pelos pais e depois ao seu meio, onde a definição é formulada com base a suas características naturais, ou seja, o sexo. Isso significa que o sexo que determinará seus hábitos, poder e força, ocasionando muitas vezes a desigualdade entre as pessoas, também gera preconceitos e descriminação. Portanto não existe ideologia de gênero e sim, identidade de gênero, pois é um direito particular e humano.
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Quando era pequeno eu ficava me perguntando por que meu pai sempre mandava minha mĂŁe realizar as tarefas domĂŠsticas. E nenhuma das vezes ele se oferecia para ajudar.
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Certo dia, por curiosidade, resolvi pedir para que minha mĂŁe me ensinasse a fazer bolo, assim eu poderia ajudĂĄ-la e ela nĂŁo ficaria com tantas tarefas para realizar sozinha.
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Depois de aprender a fazer bolo vi que tinha ficado muito saboroso, e a partir daquele dia passei a cozinhar sempre e assim ajudar um pouco minha mĂŁe nas tarefas.
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OlĂĄ, meu nome ĂŠ Paula. Desde pequena eu sempre amei assitir aos jogos de futebol na TV com meu pai.
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Eu sempre quis jogar futebol pois a cada dia que passava eu me apaixonava cada vez mais pelo esporte. Mas sempre que ia ao parque praticar os meninos riam e diziam que eu nĂŁo podia, pois isso nĂŁo era coisa de menina.
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Até que um dia, enquanto eu estava assistindo TV, me deparei com o jogo da seleção brasileira feminina, e fiquei maravilhada com o que vi. A jogadora que se destacava era a Marta. Naquele momento decidi que queria me tornar uma jogadora tão boa quanto ela.
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Foi graças aquele jogo que me tornei a jogadora que sou hoje, e aprendi que não devia ter ligado para o que aqueles meninos me diziam pois eu posso fazer qualquer coisa se eu me empenhar e lutar para conquistar. Futebol também é coisa de menina!
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Oi, meu nome é Amanda. Quando eu era pequena minha mãe tentava me fazer assistir à filmes de contos de fada e também, me vestir como as princesas dos filmes.
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Eu nunca me identifiquei com as princesas dos filmes e com as roupas que elas usavam, para mim era tudo muito chato e sem ação. Seus figurinos eram muito complicados e difíceis de usar.
Em datas comemorativas todos os presentes que eu ganhava eram relacionados a princesas, e eu já não aguentava ser obrigada a brincar apenas de boneca. 18
O que eu gostava mesmo era das histórias de super-heróis. Na verdade, tudo relacionado a eles me deixava animada e curiosa. Minha mãe sempre que podia me proíbia de ler e assistir aos filmes, ela dizia que super-heróis era coisa de menino e que eu devia gostar mais dos filmes de princesas. 19
Em um dos raros dias em que ela não me proibiu de assistir aos desenhos de super-heróis eu conheci uma nova personagem, era a Mulher Maravilha. No desenho ela fazia tudo que os personagens masculinos faziam e ainda era mais forte que muitos deles. Foi nesse momento que percebi que esses desenhos, filmes, e quadrinhos eram para todos e não exclusivamente dos meninos, pois a Mulher Maravilha representava tudo que eu queria ser quando crescesse, uma mulher forte, poderosa e que não aceitava ser o sexo frágil.
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Depois de mostrar a Mulher Maravilha para minha mãe e explicar a importância da personagem para mim, ela levou um tempo, mas aceitou e concordou que super-heróis, apesar do que algumas pessoas falam, não são apenas coisas para meninos, além disso ela parou de proibir que eu tivesse contato com essas histórias e ainda comprou essa camiseta super legal para mim.
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Depois de feita a leitura do livro complete o teste abaixo e descubra se a ideologia de gênero ainda é muito importante para você.
1) Ao ver um menino andando na rua com uma camiseta da cor rosa como seria sua reação? A- Acharia bonita e o elogiaria pela escolha. B- Acharia estranho um menino estar usando uma camiseta que deveria ser apenas para meninas.
2) Qual seria sua reação ao ver sua mãe realizando todas as tarefas domésticas sem nenhuma ajuda? A- Se ofereceria para ajudar no que fosse preciso. B- Não faria nada e a deixaria continuar a fazer as tarefas sozinha.
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3) Qual é o seu pensamento ao ver meninas jogando futebol? A- Acha muito legal e pensa que deveriam ter muito mais reconhecimento. B- Acha que elas não servem para isso e deviam parar de tentar invadir uma área masculina. 4) Qual a sua reação quando você percebe que uma menina prefere brincar de super-heróis ao invés de princesas? A- Não vê nenhum problema, pois eles ensinam as meninas a serem fortes e batalhadoras. B- Acha errado, pois a maioria é muito violento e isso não é coisa que meninas devem gostar. Se você marcou a maioria letra A: Parabéns, você entendeu a mensagem do livro, e percebeu que o gênero só depende da própria pessoa e não do julgamento de quem está vendo de fora. Continue com a mente aberta desse jeito que você será uma pessoa cada vez melhor. Se você marcou a maioria letra B: Você não entendeu muito bem a mensagem que o livro está tentando passar, que se trata de ter a mente aberta para tudo. Mas tudo bem, isso é só o começo pra você e no futuro você terá muitas chances de mudar um pouco sua opinião e passar a aceitar melhor as pessoas com escolhas diferentes das suas.
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Créditos CONTRACAPA Ilustrações: Matheus Henrique Vetorização e coloração: Thays Oliveira Diagramação: Thays Oliveira Texto: Thays Oliveira e Matheus Henrique
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