eBook - Biomedicina

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eBOOK: QUESTÕES DO ENADE 2013 COMENTADAS Curso: BIOMEDICINA

Organizador(es): KARLLA GREICK BATISTA DIAS PENNA e demais professores relacionados no sumário abaixo.

SUMÁRIO DAS QUESTÕES DO COMPONENTE ESPECÍFICO QUESTÃO Nº 09 Autor(a): Clayson (Bioestatística) QUESTÃO Nº 10 Autor(a): Kátia (Biologia Molecular) QUESTÃO Nº 11 Autor(a): Ivanise (Genética) QUESTÃO Nº 12 Autor(a): Débora (CFBM) QUESTÃO Nº 13 Autor(a): Alessandra (Microbiologia) QUESTÃO Nº 14 Autor(a): Renata Carneiro (Cont. de Qual. Microbiologia) QUESTÃO Nº 15 Autor(a): Leslivan (Acupuntura) QUESTÃO Nº 16 Autor(a): Onofre (Auditoria – Atuação do Biomédico) QUESTÃO Nº 17 Autor(a): Lândia (Biossegurança) QUESTÃO Nº 18 Autor(a): Valéria Quixabeira (Células tronco – Biol. Celular) QUESTÃO Nº 19 Autor(a): Kátia (Reprodução Humana) QUESTÃO Nº 20 Autor(a): Frank (Saúde Pública) QUESTÃO Nº 21 Autor(a): Onofre (PGRSS – Org. laboratorial) QUESTÃO Nº 22 Autor(a): Vânia (Toxicologia) QUESTÃO Nº 23 Autor(a): Mauro (Hepatites marcadores) QUESTÃO Nº 24 Autor(a): Araci (Virologia) QUESTÃO Nº 25


Autor(a): Renata Carneiro (Interpretação de graficos Microbiologia) QUESTÃO Nº 26 Autor(a): Murilo (Hematologia) QUESTÃO Nº 27 Autor(a): Renata Jarach (Espermograma) QUESTÃO Nº 28 Autor(a): Cláudia Duque (Microbiologia) QUESTÃO Nº 29 Autor(a): Sérgio Nascente (Cont. Qual. Equipamentos) QUESTÃO Nº 30 Autor(a): Rafael Souto (Biologia Molecular) QUESTÃO Nº 31 Autor(a): Andrea (Citopatologia) QUESTÃO Nº 32 Autor(a): Cristiene (Diag. Por Imagem) QUESTÃO Nº 33 Autor(a): Sérgio Machado (Parasitologia) QUESTÃO Nº 34 Autor(a): Débora (Bacteriologia) QUESTÃO Nº 35 Autor(a): Rejane (Bioquímica) QUESTÃO DISCURSIVA 03 Autor(a): Ivanise (Genética) QUESTÃO DISCURSIVA 04 Autor(a): Maísa (Bioqu. Clínica) QUESTÃO DISCURSIVA 05 Autor(a):Alessandra (Microbiologia e Biol. Molecular)


QUESTÃO Nº 09 Os exames de malária no Brasil, especialmente na Região Amazônica, são realizados por detecção ativa (DA), quando há busca de casos nos domicílios em áreas de risco, ou por detecção passiva (DP), por meio dos atendimentos da demanda dos pacientes que procuram os postos de diagnóstico. No período de 2003 a 2011, foi observado um aumento no percentual de exames realizados de forma ativa na região, especialmente a partir de 2007, quando passa a ocorrer uma inversão na proporção entre DA e DP (Figura I). Ao final desse período, o incremento de exames por DA foi de 83,4%, o que correspondeu a um aumento de 647 143 exames. Esse aumento pode ser explicado, em parte, pela inserção da coleta de lâminas para diagnóstico de malária nas ações da Atenção Básica e, também, pela intensificação das ações de detecção ativa pelos agentes de controle de endemias. A positividade da DP na Região Amazônica foi sempre superior à da DA em todos os anos do período estudado (Figura II). Em 2011, o percentual de exames por DA na Região representou mais de 50,0% dos exames realizados; no entanto, 77,4% dos casos foram detectados de forma passiva.

A partir das informações do texto e dos gráficos acima, conclui-se que A) o aumento de 647 143 exames está relacionado com a detecção ativa (DA), demonstrando a vantagem dessa estratégia em relação à detecção passiva (DP) no controle da endemia. B) a detecção ativa (DA) corresponde a 83,4% dos exames realizados na Região Amazônica. C) a inversão na proporção entre detecção ativa (DA) e detecção passiva (DP) está relacionada ao aumento de positividade na detecção passiva (DP). D) a positividade mais expressiva da detecção passiva (DP) ocorre pela inserção da coleta de lâminas para diagnóstico de malária nas ações da Atenção Básica. E) o aumento no número de exames ocorreu por causa da detecção ativa (DA); entretanto, a detecção passiva (DP) continua identificando maior número de casos positivos.

Gabarito: E


Tipo de questão: Média

Conteúdo avaliado: População, (Interpretação de gráficos e dados).

parâmetros

populacionais

e

estatística

descritiva

Autor: Clayson

Comentário: Como mostra a figura 1, há uma inversão no número de exames por causa da detecção ativa em relação a detecção passiva a partir de 2007. Porém a figura 2 mostra que a detecção passiva continua identificando maior número de casos positivos (77,4%), assim como em todos os anos anteriores. É uma questão mediana que pode ser solucionada por lógica, sem fazer cálculos, apenas pela interpretação dos gráficos e dados, excluindo as alternativas erradas e observando a questão correta. Referências: BUSSAD, W. O.; MORETTIN, P. A. Estatística básica. 8. ed. Vol. 1 e 2. São Paulo: Makron Books, 2013.

QUESTÃO Nº 10 Os mecanismos envolvidos na expressão e interação dos genes, assim como a compreensão das redes funcionais estabelecidas pelas proteínas, fazem com que, no cenário científico atual, a genômica e a proteômica estejam cada vez mais em evidência. Quatro são os principais bancos de dados utilizados para as diferentes análises de nucleotídeos. Um deles é o INSDC (INTERNATIONAL NUCLEOTIDE SEQUENCE DATABASE), que disponibiliza um repertório de sequências e é resultado da associação de três bancos de dados parceiros, o DDBJ (DATA BANK OF JAPAN), o EMBL (EMBL NUCLEOTIDE SEQUENCE DATABASE) e o GenBank. Devido à sua designação como provedor de dados primários, EMBL/DDBJ/GenBak é fonte inicial de muitos bancos de dados em biologia molecular. Como exemplos de bancos de dados de sequências genômicas secundárias, pode-se citar o Ensembl, o RefSeq e o Genome Review, que representa uma versão da sequência original de um cromossomo ou plasmídeo, com informações importadas de fontes que incluem o UniProt (UNIVERSAL PROTEIN RESOURCE), o Gene Ontology (GO), o projeto GOA (GO ANNOTATION), o InterPro e o HoGenom, além de serem disponibilizadas referências cruzadas com 18 bancos de dados . ESPINDOLA, F. S. et al. Recursos de bioinformática aplicados às ciências ômicas como genômica, transcriptômica, proteômica, interatômica e metabolômica. Bioscience Journal, Uberlândia, v. 26, n. 3, p. 463-477, Maio/Junho 2010 (adaptado). Nesse contexto, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas. I. As informações disponíveis nos bancos de dados de sequências possibilitam o desenvolvimento de pesquisas in silico, dependendo dos métodos interpretativos e programas de análises envolvidos, sendo que os bancos de dados de sequências fornecem informações sobre diversos genes, que podem ser utilizadas de forma rápida, independentemente do tipo de processamento. PORQUE II. As informações contidas nos bancos de dados de sequências são validadas quando analisadas juntamente com as informações provenientes dos bancos INSDC, Ensembl, RefSeq e Genome Review, sendo que as informações dos bancos de dados secundários são independentes das informações presentes nos bancos primários. Acerca dessas asserções, assinale a opção correta. A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.


D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E) As asserções I e II são proposições falsas.

Gabarito: C

Tipo de questão: Difícil

Conteúdo avaliado: Bioinformática, Biotecnologia

Autor(a): Kátia Karina

Comentário: Os bancos de dados primários são criados a partir de resultados de dados do sequenciamento gênico publicados com alguma interpretação adicional, mas sem uma análise exaustiva desses dados. Como exemplo deste tipo de banco, temos o GenBank/NCBI, o EMBL, dentre outros. Os bancos de dados secundários, por definição, são derivados dos bancos primários. Neles há uma compilação e interpretação dos dados de entrada (sequências) por um ou mais grupos de pesquisadores. Desta forma, ele é atualizado à medida que novas descobertas surgem. Portanto, os bancos de dados secundários são mais acurados que os primários. Sabendo-se disto a afirmação de “sendo que as informações dos bancos de dados secundários são independentes das informações presentes nos bancos primários.” não é correta, pois os bancos secundários dependem das informações iniciais dos primários. Antes de a Bioinformática ser consolidada, havia nas Ciências Biológicas, duas maneiras de realizar os experimentos biológicos.≫» In vivo: com organismos vivos e condições experimentais que sejam o mais próximas da realidade.≫» In vitro: com ou sem organismos vivos sob condições ambientais restringidas. Graças ao desenvolvimento da Bioinformática, contamos com uma terceira forma de realizar pesquisa. Esta e chamada de pesquisa biológica in silico ou pesquisa biológica computacional, utilizando apenas um computador. Referências: Sites: http://docplayer.com.br/1679833-Recursos-de-bioinformatica-aplicados-as-ciencias-omicascomo-genomica-transcriptomica-proteomica-interatomica-e-metabolomica.html http://lms.ead1.com.br/webfolio/Mod3921/mod_dogma_central_da_biologia_molecular_v2.pdf

QUESTÃO Nº 11 Embora os transgênicos sejam muito discutidos na perspectiva das políticas de produção agrícola, as aplicações biotecnológicas de organismos geneticamente modificados (OGM) são inúmeras e vêm sendo utilizadas há cerca de duas décadas na produção industrial. Um exemplo do uso da tecnologia associada aos OGMs é a quimosina, uma enzima importante na coagulação de lacticínios, pioneira entre os produtos gerados por OGM e que está no mercado desde os anos 1990. Essa enzima era tradicionalmente extraída do estômago de mamíferos. Nos anos 1990, foram criadas bactérias geneticamente modificadas contendo DNA de células estomacais de animais. Essas bactérias passaram a ser utilizadas, em larga escala, em um processo de fermentação para a síntese da referida enzima. A quimosina produzida desse modo tem estrutura molecular idêntica àquela que era obtida da forma tradicional. Disponível em: <http://www.afolhatorres.com.br>. Acesso em: 30 jul. 2013 (adaptado). Com base no texto, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas.


I. A produção de queijos com uso da quimosina sintetizada por bactérias geneticamente modificadas é considerada segura para o consumidor do alimento, e os queijos assim produzidos não podem ser classificados como alimentos transgênicos. PORQUE II. A quimosina utilizada na fabricação de queijos, embora seja um OGM, é eliminada no final do processo produtivo. Acerca dessas asserções, assinale a opção correta. A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E) As asserções I e II são proposições falsas.

Gabarito: C

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: Organismos geneticamente modificados. Processo metabólico.

Autor(a): Ivanise Correia da Silva Mota Comentário: Primeiramente, conforme o próprio enunciado, a quimosina é uma enzima importante na coagulação de laticínios, logo, não pode ser denominada como organismo, seja natural ou geneticamente modificado. Segundo por a quimosina ser um produto gerado pelas bactérias transgênicas, as quais funcionam como “usinas” produtoras da mesma, portanto ela não é eliminada no final do processo produtivo. Diante das asserções apresentadas, somente a letra C está correta, pois a afirmativa II não serve como argumentação para afirmativa I. Oportuno se faz acrescentar que a quimosina também é conhecida como renina e contém 323 resíduos de aminoácidos com três pontes de dissulfito, tendo como base a conversão de partículas de caseinato de cálcio do leite no relativamente insolúvel paracaseinato de cálcio, que, na presença de íons cálcio coagula para dar forma a um produto coagulado denominado "coalho" - contém quimosina (80%) e pepsina (20%). Referências: LEITE, M. Os alimentos transgênicos. São Paulo: PubliFolha, 2000. VARELLA, M.D.; BARROS–PLATIAU, A. F. Organismos geneticamente modificados. Belo Horizonte: Del Rey, 2005.

QUESTÃO Nº 12 O Código Deontológico organiza um conjunto de princípios e regras de condutas em cada profissão que primam pelo respeito aos princípios bioéticos da autonomia, beneficência, nãomaleficência e justiça. O Conselho Federal de Biomedicina – CFBm, no uso de suas atribuições legais, regulamenta o novo Código de Ética da Profissão com a Resolução n° 198, de 21 fevereiro de 2011. Com base nessas regulamentações e no cumprimento ao Código Deontológico no exercício da Biomedicina, avalie as afirmações a seguir.


I. O biomédico é um profissional da saúde e deve contribuir para a salvaguarda da saúde pública em geral e das ações de educação dirigidas à comunidade, respeitando todos os princípios deontológicos. II. As normas éticas devem ser seguidas pelos profissionais biomédicos no exercício da profissão independentemente da função ou cargo que ocupam, assim como o sigilo profissional. III. O biomédico obedecerá ao princípio da legalidade, podendo exercer até dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas, sendo vedada a acumulação remunerada de dois cargos públicos. IV. A conduta profissional do biomédico requer sigilo profissional apenas em situações solicitadas pelo paciente ou que não tragam riscos à sua sobrevivência. É correto apenas o que se afirma em A) I. B) IV. C) I e II. D) II e III. E) III e IV.

Gabarito: C

Tipo de questão: média, pois exige que o aluno tenha conhecimento do código de ética, e não simplesmente o tenha visto ou lido superficialmente.

Conteúdo avaliado: Conhecimento sobre ética profissional e do código de ética.

Autor(a): Débora

Comentário: I - está CORRETO tendo em vista o disposto no Capítulo I, art. 1°, item V, que diz que o biomédico deve exercer a profissão com zelo e probidade, respeitando as prescrições legais. No capítulo V, art. 10, inciso VII diz que o biomédico não poderá recusar colaboração às autoridades sanitárias nas campanhas que visem a resguardar a saúde pública. II - está CORRETO tendo em vista o disposto no Cap. I, art. 1°, que diz que o biomédico está obrigado a se submeter às normas do código de ética. No inciso IV diz que deve guardar sigilo profissional. III - está INCORRETO, pois no capítulo VIII, art. 15, diz que não é vedado ao biomédico exercer simultaneamente outra profissão. Neste caso, poderá exercer dois cargos públicos, desde que a carga horária seja compatível ou poderá ter um contrato na rede privada e outro público, respeitando as cargas horárias. IV - está INCORRETO, pois o sigilo profissional só poderá ser quebrado por ordem judicial ou quando se coloca em risco a coletividade, conforme descrito no Capítulo V, art. 10, inciso V. Referências: Código de ética profissional que pode ser consultado através de consulta ao site do CRBM 3a. Região.

QUESTÃO Nº 13 A hanseníase é uma doença crônica granulomatosa, proveniente de infecção causada pelo Mycobacterium leprae. Esse bacilo tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos, embora poucos adoeçam. O período de incubação da hanseníase é de 2 a 7 anos. Há referências a períodos mais curtos, como, por exemplo, de 7 meses, e também a períodos mais longos, como de 10 anos. O domicílio é apontado como importante espaço de


transmissão da doença, embora ainda existam lacunas no conhecimento quanto aos prováveis fatores de risco implicados, especialmente aqueles relacionados ao ambiente social. A melhoria das condições de vida e o avanço do conhecimento científico modificaram significativamente o quadro da doença, que atualmente tem tratamento e cura. No Brasil, cerca de 47 000 casos novos são detectados a cada ano, sendo 8% deles em menores de 15 anos. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br>. Acesso em: 4 ago. 2013 (adaptado). Considerando o texto acima e conteúdo correlato, é possível afirmar que A) o Mycobacterium leprae é um agente infeccioso que se caracteriza por alta infectividade e alta patogenicidade, propriedades essas que ocorrem em função de suas características biológicas intrínsecas. B) o ser humano e os animais silvestres são reconhecidos como reservatórios do bacilo de Hansen, sendo as condições individuais do reservatório e do parasito os fatores que estão relacionados à alta patogenicidade da doença. C) a hanseníase tem curto período de incubação e sua frequência se distribui igualmente, independentemente de faixa etária; entretanto, alguns fatores podem interferir na taxa de incidência, tais como: áreas endêmicas, exposição precoce e focos domiciliares. D) as vias aéreas superiores são as principais vias de eliminação do bacilo de Hansen e o uso comum de objetos contaminados é a principal porta de entrada para o parasito; portanto, não é necessário contato direto com a pessoa doente não tratada para que a transmissão ocorra. E) o alto potencial incapacitante da hanseníase está diretamente relacionado ao poder imunogênico do Mycobacterium leprae e, assim como em outras doenças infecciosas, a conversão de infecção em doença depende de interações entre fatores individuais do hospedeiro, fatores ambientais e características desse bacilo.

Gabarito: E

Tipo de questão: Média

Conteúdo avaliado: Micobactérias; Hanseníase.

Autor(a): Alessandra Marques Cardoso

Comentário: A) O Mycobacterium leprae tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos, porém poucos adoecem. Ou seja, o micro-organismo tem alto poder infectante e baixo poder patogênico. B) Considera-se o ser humano como o único reservatório natural do bacilo de Hansen, apesar do relato de animais selvagens naturalmente infectados (tatus e macacos). Poucas investigações sobre a hanseníase focalizam fontes de infecção não humanas. O M. leprae pode sobreviver, durante meses, fora do corpo humano e em condições favoráveis de umidade. Assim, solos úmidos, baixas temperaturas e elevada umidade ambiental favorecem a sobrevivência do bacilo; além dessas fontes ambientais mais conhecidas, deve-se considerar, também, a vegetação, a água, alguns artrópodes e macacos. C) A hanseníase é uma doença infecciosa de evolução lenta, cujo período de incubação varia entre dois e sete anos. Existem referências a períodos mais curtos, como, por exemplo, de sete meses, e também períodos mais longos, como de 10 anos. Embora a hanseníase hoje se mantenha nos países mais pobres e nestes nos estratos de população menos favorecidos, não se sabe ao certo o peso de variáveis como moradia, estado nutricional, infecções concomitantes (HIV e malária), e infecções prévias por outras micobactérias. O papel de fatores genéticos tem sido avaliado há muito tempo, a distribuição da doença em conglomerados, famílias ou comunidades


com antecedentes genéticos comuns sugere esta possibilidade. D) O contato direto com indivíduos doentes que não estão em tratamento possibilita a transmissão da hanseníase. Admite-se que as vias aéreas superiores constituem a principal porta de entrada e via de eliminação do bacilo. A pele erodida, eventualmente, pode ser porta de entrada da infecção. As secreções orgânicas como leite, esperma, suor, e secreção vaginal, podem eliminar bacilos, mas não possuem importância na disseminação da infecção. E) Entre os aspectos imunopatológicos da hanseníase sabe-se que apesar da produção de anticorpos específicos contra o M. leprae, em grande quantidade nas formas multibacilares, ela é ineficaz para a eliminação dos bacilos. A defesa é efetuada pela resposta imunológica celular, capaz de fagocitar e destruir os bacilos, mediada por citocinas (TNF-alfa, IFN-gama) e mediadores da oxidação, como os reativos intermediários do oxigênio (ROI), e do nitrogênio (RNI) fundamentais na destruição bacilar no interior dos macrófagos. Nas lesões tuberculóides há predomínio de células T auxiliares CD4+, e citocinas Th1, como IL-2 e IFN-gama, enquanto nas lesões virchowianas o predomínio é de células T supressoras, CD8+ e citocinas Th2, como IL-4, IL-5 e IL-10. Na hanseníase tuberculóide, a exacerbação da imunidade celular e a produção de citocinas pró-inflamatórias (IL-1 e TNF-alfa) impedem a proliferação bacilar, mas pode se tornar lesiva ao organismo, causando lesões cutâneas e neurais, pela ausência de fatores reguladores. Na hanseníase virchowiana, a produção dos antígenos PGL-1 e LAM pelo bacilo, no interior do macrófago, favorece o escape do mesmo à oxidação intramacrofágica, pois estes possuem função supressora da atividade do macrófago e favorecem a sua disseminação.

Referências: ARAÚJO, M. G. Hanseníase no Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 36(3):373-382, mai-jun, 2003. MAGALHÃES, M. C. C.; ROJAS, L. I. Diferenciação territorial da hanseníase no Brasil. Epidemiol. Serv. Saúde v.16 n.2 Brasília jun. 2007.

QUESTÃO Nº 14 O controle de qualidade é uma importante ferramenta empregada nos laboratórios clínicos para validar os processos inseridos na fase analítica, garantindo a confiabilidade dos resultados. As atividades de controle de qualidade devem ser realizadas sistematicamente em todos os setores analíticos, por exemplo, na rotina de microbiologia e uroanálise. As infecções urinárias são diagnosticadas por meio de métodos quali-quantitativos e por meio de cultivos, havendo risco de contaminação, o que torna os procedimentos de controle de qualidade imprescindíveis. Uma série de medidas podem ser adotadas para evitar erros analíticos, e elas devem ocorrer com o mais rigoroso acompanhamento profissional. Considerando os procedimentos de controle de qualidade que devem ser adotados nos setores de microbiologia e uroanálise, avalie as afirmações a seguir. I. Meios de cultivo preparados em laboratório devem ser testados para esterilidade, incubando-se 5% do lote a 35±2°C por 18 a 24 horas e, em seguida, 24 horas em temperatura ambiente. Caso sejam detectados contaminantes como resultado de esterilização inadequada, defeito na autoclave, contaminação do ambiente, contaminação do sangue ou outro complemento adicionado contaminado, o lote deve ser desprezado e novo lote deve ser produzido antes da liberação para uso. II. Caso os meios de cultivo sólidos que demonstram sinais de ressecamento e os meios de cultivo líquidos que sofreram diminuição do volume original não apresentem nenhum sinal de contaminação, ambos poderão ser utilizados. Contudo, em casos como esses, é necessário que eles estejam dentro do prazo de validade. III. Amostras de urina não-refrigeradas têm viabilidade curta. Por esse motivo, tais amostras deverão ser analisadas em, no máximo, 4 horas, o que evita prejuízos em relação à análise microbiológica ou citológica.


IV. A habilidade do meio de cultivo de permitir crescimento de microrganismos definidos deve ser determinada pela inoculação com isolado específico da cultura-estoque, de acordo com as características esperadas da cepa teste, diante de cada tipo de meio. Um erro frequente no controle de qualidade é o uso de inóculo muito carregado para esse propósito. V. Erros sistemáticos podem ocorrer durante os testes de sensibilidade aos antimicrobianos. Entre eles estão a identificação de um único antimicrobiano fora do intervalo para uma determinada cepa ATCC ou a presença de múltiplos tipos de colônias. É correto apenas o que se afirma em A) I e IV. B) I, III e IV. C) II, III e V. D) II, IV e V. E) I, II, III e V.

Gabarito:A

Tipo de questão: Média

Conteúdo avaliado: Controle de qualidade em microbiologia, Testes de Susceptibilidade aos antimicrobianos, urocultura.

Autor(a): Renata Carneiro

Comentário: II. A recomendação correta é desprezar meios sólidos que apresentam sinais de ressecamento e meios líquidos que apresentam diminuição do volume original e qualquer sinal de contaminação, mesmo que estejam dentro da data de validade; e não o contrário. III. A recomendação para amostras de urina é que a mesma deve ser transportada em até 2 horas em temperatura ambiente (20 a 25°C) ou sob-refrigeração (2 a 8°C) em até 24 horas. Alguns laboratórios optam por exigir o transporte exclusivamente sob-refrigeração, em função das elevadas temperaturas observadas na maioria das regiões do Brasil. Esse tempo corresponde ao período transcorrido entre a coleta e a entrega para processamento no laboratório. A urina não deve ser congelada. Quando a refrigeração não for possível, recomenda-se o uso de conservantes bacteriostáticos. Existem disponíveis no mercado sistemas com conservantes, especialmente o ácido bórico, que mantêm o pH em torno de 6,0 e preservam a contagem de colônias próxima à contagem real, por 24 a 48 horas, diminuindo as chances de culturas falso-positivas. Outra opção, dependendo das características do laboratório, é iniciar o processamento da urina nas unidades de atendimento e encaminhar os meios já semeados para a central técnica. IV. Os erros considerados sistemáticos estão associados à problemas no sistema de controle de qualidade onde os resultados podem estar fora do intervalo por um problema na metodologia; ou que podem envolver múltiplos componentes do sistema; ou que podem levar a resultados errôneos de pacientes se não corrigidos; ou ainda aqueles em que as ações corretivas devem ser realizadas imediatamente e documentadas. Os erros descritos nesta sentença são considerados erros ocasionais, que podem estar associados à contaminação, seleção incorreta da cepa ou ainda por condições inadequadas para o teste, como temperatura, atmosfera. Algumas observações devem ser feitas para este tipo de erro como por exemplo: É pouco provável que erros ocasionais afetem os resultados dos pacientes; podem ocorrer numa frequência de 1/10 (ANVISA) ou 1/20 ou 3/30 (CLSI); e o problema será ocasional se após a repetição no mesmo dia o resultado for corrigido.


Referências: Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (47. : 2014 : São Paulo) Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML): boas práticas em microbiologia clínica. - Barueri, SP : Manole : Minha Editora, 2015. Módulo 6 Controle de Qualidade em Microbiologia Clínica. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/boas_praticas/modulo6/resp_ bioquimica.htm <acesso em 04/06/2016>

QUESTÃO Nº 15 A acupuntura, técnica bastante difundida devido às suas propriedades anti-inflamatórias, ansiolíticas, miorrelaxantes, analgésicas e ativadoras da função imunológica no organismo humano, tem sido muito utilizada como terapia coadjuvante em diversas especialidades médicas. Em relação ao tratamento das dores, avalie as afirmações a seguir. I. O estímulo nociceptivo provocado pela inserção da agulha promove resposta neuro-humoral do organismo, onde há secreção de substâncias opioides, tais quais, as endorfinas e encefalinas, que modulam a passagem da mensagem dolorosa. Como resultado se observa um potente efeito analgésico da acupuntura. II. A inserção das agulhas estimula as fibras A delta, cujos impulsos trafegam mais rápido do que os estímulos de dor carregados pelas fibras C não-mielinizadas. Por meio de conexões neuronais, isso causa um impulso inibitório descendente que provoca analgesia. III. No tratamento específico das dores, obtêm-se melhores resultados através da estimulação intensa dos pontos,do que com estimulação menos intensa. Esse estímulo causado pelas agulhas faz com que substâncias como adrenalina e serotonina sejam liberadas, causando sensação de bem-estar. É correto o que se afirma em A) I, apenas. B) III, apenas. C) I e II, apenas. D) II e III, apenas. E) I, II e III.

Gabarito: C

Tipo de questão: difícil

Conteúdo avaliado: Modulação da Dor

Autor(a): Leslivan

Comentário: A forma de introdução das agulhas depende da linha adotada pelo acupunturista, sendo que a maioria dos profissionais introduz a agulha de uma forma mais suave. No entanto, as substâncias que são produzidas pela inserção das agulhas, e que tem papel na modulação da dor, são: peptídeos opóides (encefalinas, betaendorfinas e dinorfinas - como mencionado no item I da questão), colecistocinina, serotonina e oxitocina . Já adrenalina não teria esse papel através da utilização da Acupuntura, o que torna o item III falso. As fibras A delta (fibras mielinizadas) e fibras C (amielínicas e relacionadas com dor crônica) são estimuladas pela utilização da Acupuntura. Em virtude da presença de mielinização, as fibras A delta se tornam mais rápidas na condução do que as fibras C. Contudo, um fato que não foi mencionado na questão é que as fibras A delta também possuem uma modulação da dor ao atuar no tálamo,


além do seu papel inibitório sobre a medula espinal, e possuem pouca ação na modulação da dor através da formação reticular.

Referência: Ernst, E.; White, A. Acupuntura uma avaliação científica. São Paulo: Manole, 2001.

QUESTÃO Nº 16 Ao longo da última década, os serviços de saúde brasileiros vêm passando por significativos avanços na área de implantação, gestão e garantia da qualidade nos serviços prestados. Essas melhorias vêm ocorrendo em função das exigências por parte dos consumidores e da ampliação da legislação e maior fiscalização dos órgãos públicos. Insere-se neste contexto, o profissional biomédico que, por meio da atuação em auditoria e consultoria, tem encontrado uma área em crescimento, carente de profisssionais qualificados. A atuação do biomédico em auditoria é regulamentada pela Resolução nº 184, de 26 de agosto de 2010, do Conselho Federal de Biomedicina. Considerando as especificidades e características da atuação em auditoria do biomédico, avalie as afirmações a seguir. I. O auditor pode fornecer relatórios e pareceres para a vigilância sanitária municipal, estadual e federal. II. A acreditação, que é um dos serviços prestados pelo auditor, é um processo voluntário em que uma instituição, governamental ou não, avalia um laboratório por meio de auditoria e determina se ele atende a requisitos predeterminados para exercer as tarefas a que se propõe. III. A atividade de consultoria é um serviço prestado por uma pessoa ou por um grupo de pessoas, independente(s) e qualificada(s), para a identificação e investigação de problemas que digam respeito à política, à organização, aos procedimentos e aos métodos de um serviço de saúde. É correto o que se afirma em A) I, apenas. B) III, apenas. C) I e II, apenas. D) II e III, apenas. E) I, II e III.

Gabarito: E

Tipo de questão: Difícil

Conteúdo avaliado: Área de atuação profissional

Autor(a): Onofre

Comentário: A questão aborda especificamente as funções do profissional biomédico no exercício da função de Auditor em serviços de saúde. Para que o aluno possa responder esta questão com segurança ele deverá ter conhecimento detalhado da resolução nº 184 do CFBM, onde se encontra descritas as atribuições do auditor. A questão exige paralelamente, o conhecimento e a interpretação das definições dos processos que envolvem a atuação do auditor na prestação de serviços em Consultoria e Acreditarão. Podemos utilizar as definições do Inmetro sobre os temas para subsidiar o raciocínio. Acreditação - É o reconhecimento formal, concedido por um organismo autorizado, de que uma entidade tem competência técnica para realizar serviços específicos.


Consultoria - Suporte técnico administrativo feito por um profissional especialista na implantação de sistemas de gestão nas empresas a custos otimizados. As três afirmativas feitas a respeito do tema são verdadeiras, portanto gabarito letra E. Referências: Resolução nº 184, de 26 de agosto de 2010, do Conselho Federal de Biomedicina. http://www.inmetro.gov.br/qualidade/comites/sbc.asp

QUESTÃO Nº 17 Os equipamentos de fluxo unidirecional são desenvolvidos com o propósito de propiciar a manipulação segura de materiais biológicos, conforme se observa nas figuras a seguir.

Com relação à utilização correta desse tipo de equipamento e levando em consideração as figuras acima, avalie as asserções que se seguem e a relação proposta entre elas. I. Os equipamentos de fluxo unidirecional horizontal são câmaras que apresentam um fluxo de ar filtrado e laminar no sentido horizontal, oferecendo proteção ao material manipulado, ao operador e ao meio ambiente. PORQUE II. A direção do fluxo de ar que circula no interior das câmaras de fluxo unidirecional horizontal não permite que o ar do meio ambiente contamine o material e, também, que possíveis aerossóis formados a partir da manipulação entrem em contato com o operador. Acerca dessas asserções, assinale a opção correta. A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E) As asserções I e II são proposições falsas.

Gabarito:E

Tipo de questão: Média

Conteúdo avaliado: Biossegurança


Autor(a): Lândia

Comentário Os equipamentos de fluxo unidirecional horizontal são câmaras que apresentam um fluxo de ar filtrado e laminar no sentido horizontal criando uma área de trabalho estéril e de contenção para a manipulação segura de materiais biológicos ou estéreis, impedindo a sua contaminação por agentes externos.Os equipamentos de fluxo laminar são construídos para proteger ‘o que’ estamos manipulando, ou seja, protegem o ‘produto’ e não ao operador e ao ambiente onde estão inseridas, pois possíveis aerossóis formados a partir da manipulação pode entrar em contato com o operador e se espalhar pelo meio ambiente, para adquirir tal proteção são usadas as cabines de segurança biológica pois são equipamentos construídos e projetados para oferecer proteção ao produto manipulado, ao operador e ao ambiente onde estão inseridas e o fluxo de ar é sempre vertical. Referências: LIMA E SILVA, Francelina. H. A. Barreiras de contenção. In: ODA, Leila Macedo; ÁVILA, Suzana (Orgs) et al. Biossegurança em laboratório de saúde pública. Rio de Janeiro: Fiocruz. 1998. 304 p. LIMA E SILVA, Francelina. H. A. Equipamentos de contenção. In: TEIXEIRA, P.; VALLE, S. (Orgs) et al. Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. Rio de Janeiro: Fiocruz. 1996. 362 p.

QUESTÃO Nº 18 Algumas das maiores causas de lesão no sistema nervoso central (SNC) são as doenças neurodegenerativas, que interrompem funções fisiológicas importantes. Por isso, as lesões e a reparação do SNC têm sido a chave da pesquisa neurobiológica. A maioria das doenças neurodegenerativas desenvolvem-se em idades mais avançadas, são de progressão lenta, de difícil diagnóstico e não possuem terapia efetiva. Recentemente, as células-tronco têm se mostrado eficazes no tratamento de modelos animais com doenças neurodegenerativas. Esse tipo celular é considerado um modelo ideal para o estudo da geração embrionária, da diferenciação celular, da expressão e regulação gênicas. A terapia de reparação tecidual utilizando células-tronco será um novo caminho para o tratamento de defeitos genéticos ou de doenças degenerativas. LIMA, S. R. GOMES, K. B. Esclerose lateral amiotrófica e o tratamento com células-tronco. Revista Brasileira de Clínica Médica. São Paulo, v. 8, n. 6, p. 531-537, 2010. Considerando o contexto apresentado, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. A diferenciação das células-tronco em células especializadas é controlada pela regulação da expressão gênica, a fim de obter as propriedades dos tecidos em diferentes estágios do desenvolvimento. A interferência adequada na expressão gênica das células-tronco embrionárias possibilita seu uso em terapias de reparação tecidual para o tratamento de diversas condições patológicas. PORQUE II. Células-tronco embrionárias são células totipotentes, e podem se diferenciar nas três camadas germinativas: ectoderme, mesoderme e endoderme. A respeito das asserções, assinale a opção correta. A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E) As asserções I e II são proposições falsas.

Gabarito: A


Tipo de questão: média

Conteúdo avaliado: Aplicações terapêuticas das células tronco

Autor(a): Valéria Quixabeira

Comentário: As células-tronco são células indiferenciadas ou com baixo grau de diferenciação, encontradas em tecidos embrionário e extra-embrionário. Podem permanecer em estado quiescente até a fase adulta, através da auto-replicação, ou diferenciar se em diversos tecidos, a partir da expressão de determinados genes, e exercer funções específicas. Muitos estudos vêm sendo direcionados para a utilização dessas células na terapia de várias doenças, e os resultados obtidos até então são bastante promissores, o que faz muitos autores acreditarem que as células-tronco representam a terapia do futuro, podendo significar a cura de determinadas doenças, tais como diabetes, cardiopatias, câncer e mal de Alzheimer. As células-tronco totipotentes podem originar tanto um organismo totalmente funcional, como qualquer tipo celular do corpo, inclusive todo o sistema nervoso central e periférico. Correspondem às células do embrião recém-formado e têm potencial para originar até mesmo as células do folheto extraembrionário que formarão a placenta.

Referências: Células-tronco: uma breve revisão R. Ci. méd. biol., Salvador, v. 2, n. 2, p. 251-256, jul./dez. 2003 Medicina regenerativa y aplicaciones de las células madre: una nueva revolución en medicina Rev cubana med vol.50 no.4 Ciudad de la Habana oct.-dic. 2011.

QUESTÃO Nº 19 A respeito da reprodução humana assistida, é correto afirmar que A) a manipulação de embriões é uma prática permitida no Brasil, assim como a seleção de um embrião levando em consideração as características fenotípicas desejadas pelos futuros pais. B) as técnicas moleculares e citogenéticas visam determinar possíveis anormalidades no DNA que inviabilizariam a fertilização, permitindo uma seleção de embriões com maior probabilidade de sucesso na fertilização. C) a reprodução humana assistida é realizada por meio de métodos de inseminação artificial e fertilização in vitro, classificados como extracorpóreo e intracorpóreo, respectivamente. D) a manipulação genética de embriões é uma prática realizada na área de reprodução assistida, a fim de se obter maior sucesso na fertilização in vitro. E) a inseminação artificial é realizada através da injeção intracitoplasmática de um único espermatozoide no gameta feminino.

Gabarito: B

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: Reprodução Humana, citologia, biologia molecular.

Autor(a): Kátia Karina

Comentário: A) Item 5 das normas estabelecidas pelo CFM- As técnicas de RA não podem ser aplicadas


com a intenção de selecionar o sexo (presença ou ausência de cromossomo Y) ou qualquer outra característica biológica do futuro filho, exceto quando se trate de evitar doenças do filho que venha a nascer. B) CORRETA C) Inseminação- intracorpóreo, o sêmen é depositado no útero da mulher, e FIV extracorpóreo, realizado o procedimento no laboratório. D) Item 5 das normas estabelecidas pelo CFM- As técnicas de RA não podem ser aplicadas com a intenção de selecionar o sexo (presença ou ausência de cromossomo Y) ou qualquer outra característica biológica do futuro filho, exceto quando se trate de evitar doenças do filho que venha a nascer E) São técnicas distintas: onde a Inseminação artificial é um processo no qual o médico coloca o sêmen do marido ou doador após ser processado (preparado) dentro do colo do útero (entrada do útero) ou no fundo do útero perto do momento da ovulação. injeção intracitoplasmática de um único espermatozoide no gameta feminino Esta é uma técnica na qual cada espermatozoide é colocado dentro de cada óvulo maduro, com o auxílio de um poderoso microscópio com uma grande precisão (equipamento para micromanipulação). O processo é realizado no laboratório no dia da captação dos óvulos.

Referências: BORGES JR., EDSON. Reprodução humana assistida, 2011, ATHENEU. http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/CFM/2015/2121_2015.pdf Reprodução Humana Assistida - Associação Instituto Sapientiae

QUESTÃO Nº 20 Torcedores passam mal e Vigilância Sanitária apreende alimentos no Maracanã Fim do jogo, Brasil campeão da Copa das Confederações, festa de grande parte do Maracanã. Em uma ambulância, um paramédico atende uma paciente. Ao informar que o caso não era grave, ele revelou a preocupação com a ingestão de alimentos de qualidade duvidosa no estádio. Vários torcedores procuraram o centro médico e as ambulâncias, apresentando mal-estar, vômito e diarreia, ao mesmo tempo em que a Vigilância Sanitária realizava a apreensão de 59 quilos de alimentos. Entre os alimentos apreendidos, alguns apresentavam prazo de validade vencido, outros não apresentavam identificação e ainda havia alguns alimentos que não estavam armazenados em temperatura ideal. A Vigilância notificou imediatamente as empresas responsáveis pelos produtos, que haviam recebido concessão da Fifa para a venda no estádio. De acordo com a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro, lanches prontos, tais como hambúrguer e cachorro-quente, estavam fora da validade; três quilos de salsicha estavam sem identificação; sanduíches com pasta de frango, que seriam distribuídos aos stewards (seguranças), estavam guardados fora da temperatura ideal; o queijo ralado também não tinha procedência, embora embalado. Os relatos dos pacientes apontavam para o cachorro-quente como causador da intoxicação. Disponível em: <http://www.espbr.com>. Acesso em: 10 jul. 2013. Considerando a notícia acima, avalie as asserções a seguir. I. Vômito e diarreia são sintomas comuns de intoxicação ou toxinfecção alimentar causadas por bactérias como Staphylococus aureus, Clostridium perfringens e Escherichia coli, que podem se desenvolver e produzir toxinas em alimentos estocados por longos períodos de tempo ou em temperatura indevida. II. A rapidez do surgimento dos sintomas nos consumidores que estavam no estádio sugere a contaminação dos alimentos por Staphylococus aureus, que pode ter ocorrido a partir do contato com as mãos dos manipuladores dos alimentos, provavelmente no momento do preparo. III. Medidas básicas de higiene, como, por exemplo, lavar as mãos antes do preparo de alimentos e após usar o banheiro, são suficientes para prevenir a contaminação dos alimentos por microrganismos como Escherichia coli e Salmonella spp. e, por isso, são medidas de prevenção aos surtos de intoxicação ou toxinfecção alimentar.


IV. As análises microbiológicas e bromatológicas são ferramentas complementares das boas práticas de fabricação, contribuindo para a garantia da qualidade dos alimentos e para a prevenção de eventos adversos à saúde pública, bem como para a detecção do agente causal dos surtos de toxinfecção alimentar. É correto apenas o que se afirma em A) I e II. B) II e III. C) I, II e IV. D) I, III e IV. E) II, III, e IV.

Gabarito:C

Tipo de questão: Média

Conteúdo avaliado: Saúde Publica RDC 216/2004 Dispõe sobre regulamento técnico de boas práticas para serviços de alimentação.

Autor(a): Frank

Comentário: Como observamos a asserção III se encontra errada. Medidas básicas de higiene, como, por exemplo, lavar as mãos antes do preparo de alimentos e após usar o banheiro, são suficientes para prevenir a contaminação dos alimentos por microrganismos como Escherichia coli e Salmonella spp. e, por isso, são medidas de prevenção aos surtos de intoxicação ou toxinfecção alimentar. Observamos que não é suficiente, apesar de que, os manipuladores de alimentos exercem um papel essencial na preparação dos alimentos, sabendo que a maioria das doenças vinculadas por alimentos deve-se pela manipulação inadequada do alimento pelo manipulador. Desta forma os manipuladores devem observar os cuidados na aquisição, acondicionamento, manipulação, conservação e exposição à venda dos alimentos, bem como a estrutura física do local de manipulação para que a qualidade sanitária do alimento não esteja em risco pelos perigos químicos, físicos e biológicos. Desta forma, as Boas Práticas de Manipulação são regras que, quando praticadas, ajudam a evitar ou reduzir os perigos ou contaminação de alimentos. A RDC 216/2004 classifica como manipulador de alimentos qualquer pessoa do serviço de alimentação que entra em contato direto ou indireto com o alimento.

Referências: ESTEVES, Alexandra Sofia Miguéns Fidalgo. Perigos microbiológicos em alheira: Principais vias de contaminação por Staphylococcus aureus, Clostridium perfringens e Salmonella spp. BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução RDC – 216, de 15 de setembro de 2004 GERMANO, M.I.S. et al. Manipuladores de alimentos: capacitar? É preciso. Regulamentar?... Será preciso??? Rev. Hig. Alim., São Paulo, v. 14, n. 78/79, p. 18-22, 2000. LUCCA, A.; TORRES, E.A.F.S. Condições de higiene de "cachorro-quente" comercializado em vias públicas. Rev. Saúde Pub., São Paulo, v. 36, n. 3, p. 350-352, 2002.


QUESTÃO Nº 21 Grande quantidade de lixo está acumulada nos fundos de um hospital. Sacos plásticos de cor branca leitosa, padronizados, com o símbolo de risco biológico foram fotografados. Procurado pela reportagem, o gestor de resíduos de saúde da instituição confirmou que o lixo estava acumulado na parte dos fundos do hospital, mas disse que não era material contaminado, porque o descarte seguia normas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Há alguns dias, parte do material coletado pela empresa voltou do aterro sanitário por ordem da Superintendência Municipal de Limpeza Urbana, que entendeu que havia a mistura de lixo comum com o hospitalar”, informou o responsável. Disponível em: <http://g1.globo.com>. Acesso em: 30 jun. 2013 (adaptado). A situação descrita na reportagem demonstra irregularidades no manejo dos resíduos gerados no serviço de saúde (RSS). Por tratar-se de resíduos com potencial de causar danos à saúde e ao meio ambiente, qual é a recomendação básica, regulamentada pelos órgãos competentes, para o manejo desses resíduos? A) O gerador dos resíduos é responsável pela segregação e acondicionamento dos RSS gerados por ele, até à destinação final. B) As autoridades municipais são legalmente responsáveis pelo gerenciamento dos RSS, desde que estes estejam devidamente acondicionados. C) A Anvisa é o órgão responsável pela elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) dos serviços geradores de RSS. D) Os RSS são descartados nos aterros sanitários juntamente com o lixo comum, porém devidamente acondicionados e rotulados, para que sejam preservados a saúde pública e o meio ambiente. E) Os resíduos biológicos devem ser acondicionados em recipiente metálico, com tampa vedável, rotulados com o símbolo de risco biológico, para que a saúde pública e o meio ambiente sejam preservados.

Gabarito: A

Tipo de questão: Média

Conteúdo avaliado: Manejo de Resíduos de Serviços de Saúde - RDC 306

Autor(a): Onofre

Comentário: A questão aborda a interpretação da RDC-306 que trata de todas as etapas do manejo do lixo produzido nos estabelecimentos de saúde, desde sua segregação ate o deposito final. Os temas abordados na questão são claramente citados na legislação, não dando margem de duvidas em sua interpretação. Alternativa “A”esta correta, pois é o estabelecimento que produz o lixo é o responsável por todas as etapas de manejo do lixo. Alternativa “B” esta errada, pois o serviço público não é responsável por nenhuma etapa deste processo de manejo do lixo. Alternativa “C” esta errada, a elaboração do plano de Gerenciamento de resíduos é competencia do estabelecimento que produz o lixo, inclusive o biomédico pode elaborar e se responsabilizar por este documento conforme a resolução do nº 124 do CFBM / 2006 Alternativa “D” esta errada, o lixo biológico é tratado e depositado em aterro sanitário separado do lixo comum para evitar contaminação do meio ambiente. Alternativa “E” esta errada, pois o lixo deve ser acondicionado em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura. A lei não faz referencia ao uso de recipientes metálicos.


Referências: ANVISA - RDC Nº 306, DE 7 DE DEZEMBRO DE 2004. RESOLUÇÃO CFBM Nº 124, DE 16 DE JUNHO DE 2006.

QUESTÃO Nº 22 A Toxicologia compreende várias áreas, entre elas a ambiental, a analítica, a ocupacional e a forense. As análises toxicológicas forenses, utilizadas especialmente pelas Polícias Técnicas, têm como finalidade a detecção e identificação de agentes químicos que possam ter causado dano ao ser humano, animal ou meio ambiente. No início do ano de 2013, na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul, ocorreu uma tragédia em uma casa noturna onde mais de duzentas pessoas morreram devido a um incêndio. A perícia tenta resolver algumas questões, a fim de compreender melhor os casos forenses. Algumas das perguntas que podem ser feitas, nesse contexto, são: Qual é o marcador toxicológico indicado para avaliar vítimas de incêndio com suspeita de asfixia? No caso da espuma usada para isolamento acústico, qual substância predominante nesse material deve ser identificada nas vítimas? Considerando o contexto apresentado, escolha a opção que responde, de forma correta, cada uma das perguntas acima, respectivamente. A) Ácido hipúrico, cianeto. B) Gás carbônico, ácido nítrico. C) Carboxihemoglobina, cianeto. D) Ácido hipúrico, gás carbônico. E) Sulfehemoglobina, ácido nítrico.

Gabarito: C

Tipo de questão: Média

Conteúdo avaliado: Intoxicação por gases asfixiantes.

Autor(a): Vânia Rodríguez

Comentário: A questão 22 aborda o conhecimento referente aos possíveis marcadores que podem ser analisados em amostras biológicas em casos de asfixia e os gases que podem estar presentes em casos de incêndio, como o do relatado na boate Kiss em Santa Maria. Para responder a questão deve se ter conhecimento do mecanismo de ação do monóxido de carbono (CO), já que dessa forma é possível entender qual é o marcador a ser analisado nas amostras de vítimas de incêndio e qual é o gás que pode ser liberado a partir da espuma para isolamento acústico (poliuretano - polímero formado por unidades básicas que contem cianeto). Alternativa “A” está incorreta, por um motivo o ácido hipúrico é o marcador biológico de exposição ao tolueno (solvente orgânico) e não do monóxido de carbono, principal agente tóxico ao qual as vítimas se expõem em casos de incêndio. Já a segunda parte da resposta “cianeto” como gás que poder ser analisado nas vítimas em razão da espuma utilizada no isolamento acústico, está correta, porém em razão da primeira parte da resposta estar incorreta, invalida a resposta inteira. Alternativa “B” está incorreta por dois motivos. Primeiro porque o gás carbônico não é um marcador toxicológico a ser avaliado nas vítimas de incêndio, os seus níveis podem até ser avaliados no local do incêndio, porém não nas amostras das vítimas. Segundo porque o ácido nítrico é um ácido forte corrosivo que não faz parte da composição da espuma para isolamento acústico e cuja toxicidade está relacionada aos efeitos de destruição do tecido em


contato. Alternativa “C” está correta. Primeiro porque pela elevada afinidade da hemoglobina pelo monóxido de carbono (240 mais do que pelo oxigênio) a ligação de ambas as moléculas forma a carboxihemoglobina, molécula que pode ser utilizada como marcador toxicológico em casos de vítimas de incêndio. Segundo porque o gás cianeto faz parte da composição das espumas em geral, como por exemplo, espuma para isolamento acústico, além de ser também um gás asfixiante que pode ser determinado em amostras biológicas das vítimas. Alternativa “D” está incorreta pelos motivos descritos nas justificativas das alternativas “A” e “B”. Alternativa “E” está incorreta. Primeiro porque sulfehemoglobina é uma modificação rara da molécula de hemoglobina causada pela ligação do enxofre à hemoglobina que pode se dar em alguns pacientes que usam fármacos que contém enxofre e que pode impedir o transporte de oxigênio, porém não tem relação com casos vítimas de incêndio. E em segundo lugar o ácido nítrico é um ácido forte corrosivo que não faz parte da composição da espuma de isolamento acústico e cuja toxicidade está relacionada aos efeitos de destruição do tecido em contato.

Referências: CASARRET & DOLLS. Toxicology: the basic science of poisonous. New York, MacMillan, 2001. OGA, S. Fundamentos de Toxicologia. 2.ed. Atheneu, 2003.

QUESTÃO Nº 23 A hepatite é uma doença inflamatória do fígado que pode ser desencadeada por vírus, uso de medicamentos, doenças autoimunes, entre outros, constituindo um grave problema de saúde pública. Na fase aguda, os pacientes podem apresentar manifestações clínicas como icterícia, colúria e acolia fecal. As hepatites virais mais comuns são as dos tipos A, B e C. O diagnóstico laboratorial é realizado por meio de pesquisas de marcadores virais e marcadores bioquímicos hepáticos. O quadro a seguir, demonstra alterações nos marcadores virais e bioquímicos no plasma sanguíneo de três indivíduos.

Considerando o contexto e os resultados apresentados, conclui-se que A) o indivíduo 1 apresenta hepatite dos tipos B e A na fase aguda. B) o indivíduo 3 apresenta hepatite do tipo A na fase aguda. C) o indivíduo 2 apresenta hepatite B aguda e hepatite A pregressa. D) o indivíduo 1 apresenta hepatite B aguda e hepatite A pregressa.


E) o indivíduo 3 apresenta hepatite A aguda e é portador da hepatite B.

Gabarito: D

Tipo de questão: Grau de dificuldade, média.

Conteúdo avaliado: Marcadores bioquímicos nas hepatites virais

Autor(a): Mauro

Comentário: A questão (A) está errada, pois, o indivíduo 1 possui anticorpos anti HBC IgM e antígeno HBsAg, que caracterizam fase aguda de da Hepatite B, porém o anticorpo HAV IgG + e HAV IgM – determinam ausência de fase aguda para hepatite A, podendo estar relacionada com a vacinação para vírus da hepatite A ou infecção pregressa. A questão (B) não está correta, pois o indivíduo 3 não apresenta sorologia positiva para anticorpos IgM para HVA que é marcador de hepatite do tipo A na fase aguda, apenas anticorpos IgG podendo estar relacionada com a vacinação para vírus da hepatite A ou infecção pregressa. A questão (C) está incorreta, pois, o indivíduo C, pode estar sorologicamente compatível com hepatite A pregressa, mas não possui marcadores sorológicos para hepatite B aguda como anti HBc Igm, possui ausência de Anti Hbs , HBsAg + e o HBc IgG positivo, indicando infecção crônica. A questão (E) está incorreta, pois não apresenta HVA IgM que é marcador de hepatite A aguda e também não possui marcadores sorológicos que determinam presença do vírus da hepatite B, como o HBs Ag, e Hbc IgM. A questão (D) é a questão correta, pois o indivíduo 1 apresenta hepatite B aguda e hepatite A pregressa, de acordo com seus marcadores sorológicos como Hbs Ag e anti Hbc IgM (Hep. B aguda) além das bilirrubinas direta e indireta aumentadas, ação da virose sobre os hepatócitos. Presença HAV IgG, com HAV IgM negativa (hepatite A pregressa).

Referências: Epidemiology and Prevention of Vaccine Preventable Diseases. (The Pink Book), National immunization Program, CDC – 6a. Edição, 2001. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – 6. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2005. 816 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) ISBN 85-334-10476 1. Vigilância epidemiológica. 2.Saúde pública. I. Título. II. Série.

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Guia_Vig_Epid_novo2.pdf

QUESTÃO Nº 24 A vacina quadrivalente contra o HPV é comercializada no Brasil desde 2006 e é formulada contra os subtipos 6 e 11, os principais causadores de verrugas genitais, e contra os subtipos 16 e 18, responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo uterino. Para produção dessa vacina são utilizadas técnicas moleculares avançadas nas quais a proteína viral L1 de cada tipo de vírus é produzida em laboratório. Essas proteínas se organizam espontaneamente formando os capsômeros e, em seguida, uma estrutura semelhante ao vírus inteiro que é


chamada de Partícula Semelhante a Vírus (VLP – Virus Like Particules). As VLPs são mais imunogênicas que as proteínas solúveis utilizadas nas vacinas convencionais e não apresentam potencial infeccioso nem oncogênico, pois não possuem material genético viral. VESPA JR., N. Vacina quadrivalente contra HPV 6, 11, 16, 18: a mais nova ferramenta de prevenção. Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissíveis. V. 18, n. 4, p. 220223, 2006 (adaptado). Com base no texto acima, avalie as afirmações seguintes. I. A produção das VLPs foi realizada por meio do cultivo do vírus em laboratório e posterior purificação das proteínas L1 e união espontânea para formação das VLPs. II. Para produção das VLPs, foi feito inicialmente cultivo do HPV de interesse em laboratório, clonagem do gene L1 de cada tipo de HPV e, em seguida, foi feita a expressão de cada uma das proteínas L1 recombinantes, e posterior purificação da VLP. III. As VLPs dos diferentes tipos de HPV foram produzidas e mantidas em laboratório para posterior purificação e utilização como vacina. É correto o que se afirma em A) I, apenas. B) II, apenas. C) I e III, apenas. D) II e III, apenas. E) I, II e III.

Gabarito: B

Tipo de questão: Média

Conteúdo avaliado: Virologia

Autor(a): Araci

Comentário: A questão 24 aborda o conhecimento referente ao Papilomavírus Humano (HPV) que são causadores de doenças sexualmente transmissíveis, com poder oncogênico, e que podem ser parcialmente prevenidas pela utilização de vacinas. Para responder a questão deve-se ter conhecimento da estrutura viral desses vírus e o papel de cada componente na imunogenicidade e da biotecnologia utilizada na produção de vacinas. A vacina foi desenvolvida a partir de partículas semelhantes ao vírus do HPV, desprovida de material genético com objetivo de prevenir a infecção por HPV e, dessa forma, reduzir o número de pacientes que venham a desenvolver lesões verrucosas (condilomas acuminados), lesões pré-cancerígenas de colo, vagina e vulva, evitando, assim, o câncer de colo de útero, câncer de vagina e câncer de vulva.Ela foi adotada no Brasil pelo Ministério da Saúde desde março de 2014 para proteger mulheres de 9 a 45 anos e homens de 9 a 26 anos. Alternativa “A” está incorreta. As VLPs são produzidas a partir das L1. Por esta razão a alternativa A está incorreta. Alternativa “B” está correta. Com o avanço da biologia molecular e da engenharia genética, temos hoje uma nova realidade, a vacina contra HPV. Consegue-se em laboratório a realização da vacina a partir da proteína de L1, principal proteína da capa externa do vírus. E, através de um autoarranjo das proteínas de L1, irão formar as VLPs (Virus Like-Particles – Partículas Semelhantes ao Vírus). Essas partículas demonstraram induzir uma forte resposta à produção de anticorpos quando administrada em humanos, fazendo com que o organismo identifique as VLPs como um invasor e produza uma resposta imunitária. Alternativa “C” está incorreta. Trata-se de uma vacina recombinante sendo necessária a clonagem do L1. Portanto esta alternativa não é correta.


Referências: Santos, Romanos & Wigg. Introdução à virologia humana. 2. ed. Rio de Janeiro:Guanbara Koogan,2008. Collier, Kellam & Oxford. Human Virology. 4.ed. London: Oxford University Press, 2011.

QUESTÃO Nº 25 A flebite e a infiltração são complicações comumente identificadas na terapia intravenosa periférica. A flebite pode ser classificada como química, mecânica ou infecciosa. No caso da flebite química, sua causa pode advir, entre outros fatores, dos extremos de potencial hidrogeniônico (pH), ocasionando, assim, resposta inflamatória na camada íntima da veia, que pode levar à infiltração, edema, trombose e morte celular. A faixa de pH de risco para as complicações da terapia corresponde aos valores de pH inferiores a 5,5 e superiores a 8,0. Os gráficos abaixo mostram a variação do pH de antimicrobianos diluídos em NaCl 0,9% , na presença ou ausência de luz.

Potencial hidrogeniônico (pH) dos an.microbianos diluídos em NaCI 0,9%, segundo condição ambiental e tempo de exposição. CREPALDI, R.M.C. MONTEIRO, C. PETERLINI, M.A.S. PEDREIRA, M.L.G. Potencial hidrogeniônico de antimicrobianos, segundo os fatores ambientais temperatura e luminosidade. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 18, n. 2 mar-abr 2010 (adaptado). Com base no texto e nos gráficos apresentados e considerando as soluções testadas, tanto na ausência quanto na presença de luz, assinale a opção correta. A) A solução de Sulfato de Amicacina possui concentração de íons H+ semelhante à concentração de íons OH- indicativa de neutralidade da solução, e impõe risco a pacientes submetidos à terapia intravenosa. B) A solução de Sulfato de Amicacina possui concentração de íons H+ semelhante à concentração de íons OHindicativa de neutralidade da solução, e não impõe risco a pacientes submetidos à terapia intravenosa. C) A solução de Cloridrato de Vancomicina é a que possui maior concentração de íons H+ e não impõe risco a pacientes submetidos à terapia intravenosa. D) A solução de Cloridrato de Vancomicina é a que possui maior concentração de íons H+ e


impõe risco a pacientes submetidos à terapia intravenosa. E) A solução de Penicilina G Potássica é a que possui maior concentração de íons OH-, em todos os tempos analisados, e não impõe risco a pacientes submetidos à terapia intravenosa.

Gabarito: D

Tipo de questão: Difícil

Conteúdo avaliado: Farmacodinâmica e bioquímica Autor(a): Renata Carneiro Comentário: É observada uma pequena variação no pH de todos os fármacos diluídos em NaCl 0,9%, sendo que, em 24 horas, houve modificações maiores do que as verificadas nos demais momentos, como aumento do pH de todos os antibióticos, exceto do sulfato de amicacina a 30ºC. O cloridrato de vancomicina e o sulfato de amicacina apresentaram os valores de pH mais ácidos: 3,10 e 4,94, respectivamente. Os valores menos ácidos decorreram da ceftriaxona sódica (6,88) e da penicilina cristalina (6,17).

Referências: CREPALDI, R.M.C. MONTEIRO, C. PETERLINI, M.A.S. PEDREIRA, M.L.G. Potencial hidrogeniônico de antimicrobianos, segundo os fatores ambientais temperatura e luminosidade. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 18, n. 2 mar-abr 2010

QUESTÃO Nº 26 Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a anemia é caracterizada pela redução nos níveis de hemoglobina abaixo do valor de referência. Além disso, as anemias são classificadas conforme sua fisiopatologia em hemolíticas e não-hemolíticas. Diferentes alterações bioquímicas e hematológicas são observadas nessas duas condições. Com base no gráfico abaixo, analise os parâmetros bioquímicos e hematológicos observados em um quadro de anemia no momento do seu diagnóstico.

Legenda: Nl= Nível Normal; 1x=aumento em uma vez do nível normal; 2x=aumento em duas vezes do nível normal; 3x=aumento em três vezes do nível normal; 4x=aumento em quatro vezes do nível normal; 5x=aumento em cinco vezes do nível normal. Os dados apresentados no gráfico indicam


A) anemia carencial, podendo ser uma anemia ferropriva, pois no momento do diagnóstico foi observado um aumento na contagem de reticulócitos. B) anemia hemolítica, visto que se observa um aumento na concentração de bilirrubina total, acompanhado pelo aumento da fração indireta. C) anemia microcítica e hipocrômica, o que indica que se trata de uma anemia carencial. D) anemia hemolítica, pois observa-se contagem normal de reticulócitos, além de microcitose e hipocromia no momento do diagnóstico. E) anemia carencial, na qual se observa aumento na contagem de reticulócitos e de bilirrubina total.

Gabarito:B

Tipo de questão: Média

Conteúdo avaliado: Anemias.Conceito, classificações, clínica e laboratório.

Autor(a): Luiz Murilo

A)

B) C)

D)

E)

Comentário: A Anemia é definida pela OMS como diminuição da Taxa de Hemoglobina (Wld Hlth Org. techn. Rep. Ser., 1959, No.182, p.4) e pode ser classificada com base na fisiopatologia (por produção deficiente, por destruição aumentada (hemólise) ou por perda aguda de sangue (hemorragias agudas), com base na morfologia e índices hematimétricos (VCM e HCM: anemias normocíticas, microcíticas, macrocíticas e normocrômicas e hipocrômicas e pelo VCM e RDW, com e sem anisocitose) e pela Resposta Medular { ARREGENERATIVAS, com Contagem de Reticulócitos Normal ou Baixa [como nas Anemias por Produção DeficienteCarências (Ferroprivas, Megaloblásticas), Aplasias de Medula, Infiltrações Medulares (Leucemias, Linfomas, Metástases...) e Deficiência de Eritropoetina, por exemplos] e REGENERATIVAS, com Contagem de Reticulócitos Alta [Não Hemolíticas (Por perda Aguda de Sangue) e as Hemolíticas (intracorpusculares e extracorpusculares), que geralmente apresentam anemia, icterícia e esplenomegalia e o chamado quadro laboratorial da hemólise (Bilirrubina Total elevada, principalmente a não conjugada, indireta, a DHL elevada, a AST elevada e a Contagem de Reticulócitos elevada)}. Considerando estas colocações (in: www.profluizmurilo.med.br. Aulas. Hematologia Clínica.PUCGO.Escola de Ciências Médicas, Farmacêuticas e Biomédicas.BIOMEDICINA. 2016.1) temos: A) anemia carencial, podendo ser uma anemia ferropriva, pois no momento do diagnóstico foi observado um aumento na contagem de reticulócitos. AFIRMAÇÃO INCORRETA. Anemia Carencial é Arregenerativa, com Contagem de Reticulócitos normal ou diminuída. B) anemia hemolítica, visto que se observa um aumento na concentração de bilirrubina total, acompanhado pelo aumento da fração indireta. AFIRMAÇÃO CORRETA. C) anemia microcítica e hipocrômica, o que indica que se trata de uma anemia carencial. AFIRMAÇÃO INCORRETA. Pelo gráfico acima a anemia é normocítica e normocrômica (VCM, HCM e CHCM – Nível Normal) e não microcítica e hipocrômica. E além disto, nem toda anemia microcítica e hipocrômica é carencial. Por si, esta afirmação é inadequada. D) anemia hemolítica, pois observa-se contagem normal de reticulócitos, além de microcitose e hipocromia no momento do diagnóstico. AFIRMAÇÃO INCORRETA. A contagem de Reticulócitos está aumentada (5x o valor de referência pelo gráfico acima) e a anemia é normocítica e normocrômica (VCM, HCM e CHCM – Nível Normal) e não microcítica e hipocrômica. E) anemia carencial, na qual se observa aumento na contagem de reticulócitos e de bilirrubina total. AFIRMAÇÃO INCORRETA. Anemia Carencial é Arregenerativa, com Contagem de


Reticulócitos normal ou diminuída. E não apresenta icterícia (Bilirubina total aumentada). Quem apresenta clínicamente icterícia e laboratorialmente a Bilirrubina Total aumentada são as anemias hemolíticas e não as carenciais. Comentário do Prof. Luiz Murilo Martins de Araújo. Referências: Diagnóstico laboratorial da deficiência de ferro. Helena Z. W. Grotto. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. vol.32 supl.2 São Paulo June 2010 Epub May 14, 2010. John P Greer et al. Wintrobe’s Clinical Hematology. Lippincott Williams & Wilkins; 12 edition.2008

a

a

Marshall Al Lichtman et al. WILLIAMS. Hematology. McGraw-Hill Professional; 7 edition.2005.

QUESTÃO Nº 27 Estatísticas mundiais a respeito da infertilidade mostram que mais ou menos 15% dos casais que desejam engravidar apresentam algum tipo de infertilidade. Durante muito tempo, os empecilhos eram todos atribuídos às mulheres e só recentemente passaram a fazer parte do universo masculino. Talvez seja essa a razão de se saber tão pouco sobre a infertilidade no homem. Por isso, atualmente, a conduta é encaminhar o casal para avaliação. A dificuldade pode estar tanto em um quanto no outro, ou nos dois parceiros. Estudos mostram que varicocele, processos infecciosos e disfunções hormonais são praticamente as únicas causas reversíveis da infertilidade masculina. Ninguém sabe como aumentar o número e a qualidade dos espermatozoides. Também não se sabe explicar os casos de infertilidade idiopática ou de infertilidade sem causa aparente, quando, apesar de homem e mulher preencherem totalmente as condições necessárias para a gravidez, ela não acontece. Outra constatação indiscutível é que os anabolizantes podem acabar com a produção dos espermatozoides, e maconha, cocaína e álcool comprometem sua qualidade. Depois do surgimento da inseminação artificial e da feritlização in vitro, a infertilidade masculina não significa mais a impossibilidade definitiva de ter filhos. O diagnóstico bem feito é fundamental para a escolha do método mais indicado para superar essa dificuldade. Disponível em: <http://drauziovarella.com.br>. Acesso em: 25 jul. 2013 (adaptado). Quando um casal procura o serviço de saúde para avaliar a infertilidade, um dos primeiros testes solicitados ao homem é o espermograma. No que diz respeito a esse teste e à fase préanalítica, assinale a opção correta. A) A coleta do esperma deve ser realizada na mesma data que a coleta dos óvulos. B) O material (esperma) pode ser armazenado por até 6 horas a 4°C até o momento das análises. C) São necessários 5 exames consecutivos com intervalo de 2 semanas para produzir um diagnóstico confiável. D) Recomenda-se realizar abstinência sexual de 2 a 5 dias, coletar o esperma preferencialmente no laboratório e evitar a perda de volume da amostra. E) Na ficha do paciente devem constar itens como doenças atuais e medicamentos de uso contínuo, sendo desnecessários itens como doenças pregressas e terapêuticas anteriores.

Gabarito: D

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: Infertilidade, clínica e procedimentos laboratoriais.

Autor(a): Renata Jarach


Comentário: Segundo a OMS alguns requisitos devem ser seguidos para uma melhor avaliação das causas da infertilidade do casal: a coleta dos óvulos deve ser realizada de acordo com o ciclo menstrual da paciente, podendo, portanto, ser diferente da data da coleta do líquido seminal, que não há necessidade de seguimento de um ciclo. A análise do líquido seminal deve ser realizada, obrigatoriamente, após uma hora da coleta, para melhor avaliação do processo de liquefação secundária da amostra, se tornando imprópria seu armazenamento por até 6 hs, mesmo que sob refrigeração. Para constatação da infertilidade por alguma causa, principalmente por oligozoospermia, é necessária a coleta de mais duas outras amostras com intervalo de duas semanas entre uma amostra e outra, ou seja, três amostras (no total) já é suficiente para determinação da infertilidade. Para que a causa da infertilidade seja adequadamente determinada há a necessidade de uma boa anamnese, além de questionamentos em relação a doenças atuais e medicamentos em uso, se faz fundamental a pesquisa de doenças pregressas, mesmo que tratadas e qual o medicamento o paciente já fez uso, pois algumas patologias e drogas utilizadas, mesmo que em outra ocasião podem ser causas de infertilidades atuais. Em relação a resposta correta, o manual da OMS preconiza que o homem deve seguir um período de abstinência sexual de no mínimo de 2 dias e não maior que 5 dias, pois os espermatozóides após produzidos pelos túbulos seminíferos passam por um processo de amadurecimento no epidídimo e a coleta da amostra deve, sempre que possível, ser coletada no próprio laboratório, afim de não ultrapassar o tempo máximo para avaliação da amostra (uma hora) e deve ser colhido, exclusivamente, por masturbação, não sendo adequado nenhuma outra conduta para a coleta, assim como é imprescindível que não se perca nenhum volume da amostra, pois esse faz parte da avaliação, através de cálculos para o número de espermatozóides presentes por mm3 e no ejaculado total. Referências: Uranálise e fluídos corporais. 5° edição. Susan King Strasinger e Marjorie S. Di Lorenzo. Editora Médica Paulista – 2009.

QUESTÃO Nº 28 A Lacaziose ou doença de Jorge Lobo é infecção fúngica profunda, crônica, granulomatosa, causada pela implantação traumática do fungo Lacazia loboi (ou Paracoccidioides loboi et Loboa loboi) nos tecidos cutâneo e subcutâneo, que promove o aparecimento de lesões nodulares isoladas e coalescentes, em geral de aspecto queloidiano, conforme ilustrado na figura a seguir.

Até o momento, o patógeno causador da doença não é cultivado em laboratório, o que dificulta os estudos sobre o fungo e a doença. Em alguns casos, o diagnóstico clínico da lesão pode ser complicado, uma vez que existem outros patógenos que provocam lesões cutâneas, como a hanseníase (causada pela bactéria Mycobacterium leprae) e a leishmaniose (causada pelo protozoário Leishmania sp.). Suponha que você foi contratado como biomédico responsável pelo setor de diagnóstico de uma Unidade de Saúde, localizada em uma área com alta taxa de ocorrência de Lacaziose, hanseníase e leishmaniose, para implantar um teste diagnóstico para essas doenças. Objetivando rapidez, eficácia e minimização de custos, qual a melhor opção para realização desse diagnóstico diferencial? A) Utilizar técnicas microbiológicas de cultura com meios seletivos que proporcionariam o


crescimento dos micro-organismos. B) Realizar biópsias e cortes histológicos da lesão e identificar o agente causador por meio de coloração de Ziehl-Nielsen com auxílio do microscópio óptico. C) Remover a lesão, fazer cortes histológicos e propor a implementação de métodos moleculares de hibridização com sondas de DNA específicas marcadas com substância radioativas para os agentes causadores. D) Realizar biópsia e propor a implementação de métodos moleculares de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) com utilização de iniciadores específicos para os agentes causadores. E) Realizar biópsia e cortes histológicos da lesão e propor a aquisição de um microscópio eletrônico, que eliminaria dúvidas na identificação do agente causador.

Gabarito: D

Tipo de questão: Difícil

Conteúdo avaliado: Micoses Subcutâneas

Autor(a): Cláudia Duque

Comentário: Letra A) não existem meios de cultivo que atendem o patógeno envolvido (Lacazia loboi) e muito menos seletivos para o mesmo. Letra B) o patógeno não é álcool ácido resistente e só iria verificar uma morfologia semelhante ao mesmo. Iria servir se fosse micobacterias, lacaziose não é, muito menos leishmaniose. Necessitaria de um dermatologista experiente, ainda para biopsiar o material com punch e recipientes com formol a 10% para enviar ao patologista. Letra C) a biópsia seria viável e econômica e com um bom serviço de patologia. Porém, técnicas moleculares e hibridização e sondas de DNA para esses patógenos são inviáveis, caras em uma UABSF. Alto custo e necessita de pessoal especializado na área molecular e microbiologia. Letra D) seria correto e barato biopsiar as áreas afetadas com punch descartável. É uma técnica barata , juntamente com um serviço de patologia treinado para tal doenças. Propor PCR, pois são técnicas de domínio hoje, fácil e de custo razoável. O diagnostico diferencial seria mais seguro e específico e completaria os achados morfológicos da patologia. Letra E) microscopia eletrônica é caríssima e não resolveria a diferenciação através de cortes histológicos pela similaridade do aspecto histopatológico. Referências Bibliografia Básica 1. DELOST, DM. Introduction to diagnostic microbiology. Mosby, 1997. 2. KONNEMAN, E. Color atlas: diagnostic microbiology. Lippincott, 1997. 3. MOURA. Microbiologia clínica. 2.ed. Mc Hill do Brasil, 1981. Bibliografia Complementar 1.KERN, ME. Micologia médica. 2.ed. Premier, 1999. 2.LACAZ, P. Micologia médica. 8.ed. Sarvier, 1991. 3.MIDGLEY, G. Diagnóstico em cores ¿ micologia médica. São Paulo: Manole, 1998. 4.SIDRIM, JJC & ROCHA, MFG. Micologia médica à luz de autores contemporâneos. 1.ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2004. 5.TORTORA, GJ.; FUNKE, BR.; CASE, CL. Microbiologia. 8.ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.


QUESTÃO Nº 29 Avalie as afirmações a seguir, referentes ao controle de qualidade laboratorial bioquímico realizado em equipamentos de automação. I. O soro-controle não é preferido em relação à solução padrão, devido à sua natureza proteica, que pode causar interferência na análise, consequentemente induzindo a um erro no resultado. II. No início da rotina laboratorial bioquímica, independentemente do laboratório ser interno ou externo a um hospital, é necessária a realização de controle de qualidade interno utilizando soros-controle normais e patológicos. III. A calibração dos equipamentos deve ser realizada somente no início da rotina laboratorial, independente de qualquer intercorrência. IV. Laboratórios externos a um hospital podem realizar a calibração dos equipamentos exclusivamente com soro-controle normal. É correto apenas o que se afirma em A) I. B) II. C) I e III. D) II e IV. E) III e IV.

Gabarito:B

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: Controle interno de qualidade em Bioquímica Clínica.

Autor(a): Sérgio Nascente

Comentário: Afirmação I está INCORRETA, pois afirma que o soro controle não deve ser “preferido” em relação a solução padrão. A finalidade do soro controle e da solução padrão são diferentes, o primeiro serve para verificar o desempenho dos reagentes e dos equipamentos, sendo amplamente utilizado para este fim, enquanto o segundo, com um grau de pureza maior, é um parâmetro fundamental para a determinação da concentração de uma amostra desconhecida. Portanto, para o controle de qualidade das reações de bioquímica usa-se o soro-controle. Afirmação II - CORRETA, pois em todo inicio de rotina é necessário realizar a verificação do equipamento e dos reagentes, por meio de amostras controle com dois níveis de concentração: normal e patológico. Afirmação III - INCORRETA. A calibração de equipamento tem que ser realizada novamente, sempre que ocorrer intercorrência, sendo que durante a realização das dosagens bioquímicas deve-se incluir amostras-controle para acompanhar o desempenho de reagentes e equipamentos. Afirmação IV - INCORRETA. A calibração de equipamentos deve-ser feita com calibrador e acompanhada por amostras-controle com dois níveis de concentração: normal e patológico. Referências: HENRY, John B. Diagnóstico Clínico e Tratamento por Métodos Laboratoriais. São Paulo: Ed. Manole, 2008, 20ª edição. MOTTA, Valter T. Bioquímica Clínica: Princípios e Interpretação. Rio de Janeiro: Ed. MedBook, 2009, 5ª edição. BURTIS, Carl A e ASHWOOD Edwardo R. Tietz Fundamentos de Química Clínica. Rio de Janeiro: Editora Elservier,2008.


BASQUES, José C. Usando Controle no Laboratório Clínico. Labtest, 2009. Disponível em http://www.labtest.com.br/download.php?a=4836. Acesso em 02.06.2016

QUESTÃO Nº 30 As sequências não codificantes e altamente polimórficas no DNA funcionam como impressões digitais e permitem identificar o indivíduo, bem como sua origem. Nessa característica de individualidade e hereditariedade baseiam-se as provas científicas de paternidade utilizadas no cotidiano forense brasileiro.

Esquema de eletroforese de fragmentos de DNA obtidos por digestão com endonucleases de restrição e coloração usando-se sondas. Legenda: F1, F2 e F3 - filhos. Pai - suposto pai. Com base na interpretação da eletroforese acima, avalie as afirmações seguintes. I. Nessa corrida de eletroforese, é possível observar a variabilidade na sequência de DNA entre os indivíduos. II. O indivíduo F3 não possui parentesco com nenhum dos indivíduos testados. III. A investigação genética pode excluir a possibilidade de paternidade, como observado em relação ao indivíduo F1. IV. É excluída a paternidade do suposto pai em relação ao indivíduo F2. É correto apenas o que se afirma em A) I e II. B) I e III. C) III e IV. D) I, II e IV. E) II, III e IV.

Gabarito: D Tipo de questão: A questão é de média complexidade, pois necessita de conhecimentos sobre eletroforese, variabilidade genética, genética de populações.

Conteúdo avaliado: Técnicas de Biologia Molecular

Autor(a): Rafael Souto


Comentário: As variações nos padrões das corridas eletroforéticas demonstram as diferenças individuais por meio dos fragmentos de DNA e retratam a variabilidade destas regiões. Assim, a afirmativa (I) é verdadeira pois a imagem do gel retrata a variabilidade das sequências dos individuos participantes do teste Paternidade; A Afirmativa (II) é verdadeira pois demonstra a falta de coincidências alélicas (DNA) entre os perfis genéticos de F3 comparados com o do Suposto Pai; A afirmativa (IV) é verdadeira pois não há coincidências alélicas entre os perfil genéticos do F2 com o Suposto Pai. Referências: JOBIM, Luiz Fernando ET AL. Investigação de Paternidade após exumação do possível pai falecido: extração de DNA da cabeça do fêmur e avaliação por amplificação do DNA de 11 locos de short tandem repeats (STR). Jornada de Genética Forense, 1998. ______ et AL. Perícias médicas em investigação de paternidade pelos principais sistemas genéticos. Revista do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, n.16. Porto Alegre: HCPA, 1996.

QUESTÃO Nº 31 A detecção precoce do câncer de colo uterino é feita por um exame tecnicamente simples e de baixo custo, a partir do esfregaço cérvico-vaginal. Esse exame também é conhecido como exame citológico, de lâmina, citopatológico ou citologia cérvico-vaginal. Embora o principal propósito da citologia cérvico-vaginal seja a detecção das lesões precursoras do câncer cervical, o achado de condições infecciosas/reativas também pode contribuir para a saúde da mulher. Um dos fatores de risco para o câncer de colo uterino é o histórico de infecções sexualmente transmissíveis, sendo comprovada essa relação por vários estudos epidemiológicos realizados no Brasil. Dessa forma, tem crescido o interesse na utilização do exame preventivo do câncer de colo uterino para o reconhecimento de infecções cérvicovaginais, como uma importante alternativa diagnóstica. Disponível em: <http://www.scientiaplena.org.br>. Acesso em: 21 jul. 2013 (adaptado). As figuras 1 e 2 são fotografias de esfregaços cérvico-vaginais sob análise microscópica.


Considerando o texto e as figuras acima, é correto afirmar que A) as figuras 1 e 2 revelam características celulares que indicam provável infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV), visto que a coilocitose e a binucleação observadas em células da figura 1, assim como, a presença de “células-guia”, recobertas por densas colônias de microorganismos, observadas na figura 2, são características da infeção por HPV. B) as figuras 1 e 2 revelam características celulares que indicam provavél infecção por Gardnerella vaginalis, visto que a coilocitose e a binucleação observadas em células da figura 1, assim como a presença de “célulasguia”, recobertas por densas colônias de microorganismos, são observadas na figura 2, características da infecção por Gardnerella vaginalis. C) a figura 1 revela características celulares indicativas de provável infecção por Gardnerella vaginalis, visto que a coilocitose e a binucleação observadas em células desse esfregaço são típicas da infecção por esta bactéria. D) a figura 2 revela características celulares indicativas da infecção por HPV, visto que a presença de “célulasguia”, recobertas por densas colônias de microorganismos, são características da infeção por esse vírus. E) a figura 1 revela características celulares indicativas de provável infeção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV), visto que a coilocitose e a binucleação observadas em células desse esfregaço são típicas da infecção por HPV. A figura 2 revela características celulares indicativas de provável infecção por Gardnerella vaginalis.

Gabarito: E

Tipo de questão: Média

Conteúdo avaliado: Infecção pelo Papilomavírus humano (HPV) e importância da realização do exame citopatólogico pela mudança de hábitos sexuais e aumento de Doenças sexualmente transmissiveis (DSTs).

Autor(a): Andrea

Comentário: A) A figura 2 revelam características presença de “células-guia”, recobertas por densas colônias de microorganismos que apenas uma inversão de flora bacteriana e também não é considerara uma DST apenas se estiver concomitante a infecção com outras bactérias Micoplasma por exemplo e não são características da infecção por HPV. B) A coilocitose e a binucleação observadas em células da figura 1 não são observadas, características da infecção por Gardnerella vaginalis.


C) a figura 1 revela características celulares indicativas de provável infecção por Gardnerella vaginalis, visto que a coilocitose e a binucleação observadas em células desse esfregaço não são típicas da infecção por esta bactéria. D) A figura 2 revela somente características celulares indicativas de Gardnerella vaginalis que a presença de “células guia”, recobertas por densas colônias de microorganismos. E) a figura 1 revela características celulares indicativas de provável infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV), visto que a coilocitose e a binucleação observadas em células desse esfregaço são típicas da infecção por HPV. A figura 2 revela características celulares indicativas de provável infecção por Gardnerella vaginalis. De fato o sinal clássico de infecção pelo HPV observado nos esfregaços cervicovaginais são os coilócitos e característica de infecção por Gardneralla vaginalis são as células guia recobertas por cocos e bacilos. Importante ressaltar a importância e necessidade da realização do exame citopatológico realizado através de material cervicovaginal disposto em uma lâmina de vidro e corado pela bateria de Papanicolaou. Este exame por sua vez possui a finalidade de detectar as lesões precursoras do câncer do útero e também pode investigar alguns agentes microbiológicos que causam desconforto a mulher. Referências: SOLOMON Diane, NAYAR Ritu. Sistema Bethesda para citopatologia cervicovaginal. 4. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2005. CONSOLARO MED, MARIA-ENGLER SS. Citologia Clínica Cérvico-vaginal Texto e Atlas. Ed. Roca: São Paulo, 2012.

QUESTÃO Nº 32

ALVAREZ, B. R. MICHELL, M. O uso _ na investigação do câncer mamário. Radiologia Brasileira, v. 36, n. 6, p. 373-378, 2003. A imagem apresentada corresponde a A) radiografia, cuja nitidez depende das condições técnicas durante a execução do exame e é dada pela diferença entre as áreas claras e escuras. B) radiografia, cuja radiação difusa, formada durante a atenuação do feixe de raios-X no corpo, pode influenciar na qualidade da imagem. C) tomografia computadorizada, na qual os elétrons são coletados por um cristal cintilador ou uma fotomultiplicadora que converte a energia dissipada em luz, correspondendo à área radiopaca, em que não ocorre passagem do feixe de elétrons. D) ressonância magnética, na qual o segmento do paciente é separado, eliminando-se a superposição de estruturas adjacentes que ocorre na radiografia convencional. E) ultrassonografia, na qual substâncias ou cristais piezoelétricos mudam de formato ou vibram quando submetidos à corrente elétrica alternada; a vibração produz o ultrassom, visualizado como uma imagem anecoica.

Gabarito: D


Tipo de questão: Média

Conteúdo avaliado: Imagenologia

Autor(a): Cristiene

Comentário: A) Alternativa incorreta, numa radiografia não é possível ter uma distinção tão boa de tecidos moles, como é o caso da mama representada nesta imagem. Além disso, a nitidez da radiografia não depende apenas de condições técnicas. Nesse tipo de exame a nitidez depende da densidade dos tecidos, quanto mais denso for o tecido, mais nítido ele aparecerá na imagem. B) Alternativa incorreta, numa radiografia não é possível ter uma distinção tão boa de tecidos moles, como é o caso da mama representada nesta imagem. Além disso, a atenuação dos feixes do raio X não prejudica a qualidade da imagem, pelo contrário, aqueles tecidos que atenuarem mais os raios X apresentam-se claros na radiografia. C) Alternativa incorreta, pois numa tomografia computadorizada não ocorre boa distinção entre tecidos moles, como bem mostrado nesta imagem (diferença entre gordura e glândulas mamárias). Além disso, numa tomografia computadorizada o que atravessa o corpo do paciente não são elétrons mas sim os raios X. D) Alternativa correta, pois a RM faz boa distinção entre glândulas mamárias e gordura, e não permite sobreposição de estruturas como ocorre na radiologia convencional (mamografia). E) Alternativa incorreta, pois as imagens de ultrassom não são muito nítidas, especialmente quando comparadas às de ressonância magnética. Porém, a definição do exame de ultrassom está correta. Referências: Tratado prático de radiologia. Karina Ferrassa Damas. 3a ed, Yendis. Manual do residente de radiologia. Henrique Z. Werlang, Pedro Martins Bergoli, Ben Hur Madalosco. 2a ed., Guanabara Koogan.

QUESTÃO Nº 33 Transmitidos através da picada de insetos, alguns protozoários são capazes de causar parasitoses em seres humanos, utilizando como habitat a corrente sanguínea.

Disponível em: <bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes>. Acesso em: 20 jul. 2013. A figura acima apresenta algumas das fases do ciclo de vida de um protozoário parasita, instalado no interior de um glóbulo vermelho. Considerando a figura, assinale a opção que apresenta, respectivamente, os nomes do agente etiológico, do vetor e da doença provocada pelo protozoário ilustrado. A) Plasmodium sp., barbeiro Triatoma infestans, malária. B) Plasmodium sp., fêmea do mosquito Anopheles sp., malária. C) Trypanosoma cruzi, barbeiro Triatoma sp., doença de Chagas. D) Leishmania sp., fêmea do mosquito Lutzomyia sp., leishmaniose. E) Trypanosoma cruzi, fêmea do mosquito Anopheles sp., doença de Chagas.


Gabarito: B

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: Hemoparasitose

Autor(a): Sérgio Machado

Comentário: Questão fácil, pois espécies pertencentes ao filo Apicomplexa são intracelulares e como o texto diz que o protozoário está no interior de um glóbulo vermelho fica evidente tratar-se de Plasmodium, sp causador da malária. É conveniente lembrar que espécies pertencentes ao gênero Babesia (do filo Apicomplexa) parasitam glóbulos vermelhos, mas não tem alternativa com essa opção; caso tivesse essa opção ficaria fácil eliminá-la devido à morfologia pois um trofozoíto jovem de Plasmodium, sp assemelha-se a um anel como está na figura. Com isso conclui-se que as alternativas C, D e E estão erradas. Nas alternativas restantes (A e B) a única diferença é referente ao vetor, portanto fica fácil saber que a resposta correta é a letra B, pois a espécie Triatoma infestans não transmite malária e sim a doença de Chagas. Para responder corretamente é necessário ter conhecimento de taxonomia, epidemiologia e morfologia. Referências: DE CARLI, GA. Parasitologia Clínica: seleção de métodos e técnicas de laboratório para o diagnóstico das parasitoses humanas. São Paulo: Atheneu, 2004. Rey, L. Bases de parasitologia médica. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.

QUESTÃO Nº 34 A tuberculose (TB) continua sendo um importante problema de saúde, exigindo o desenvolvimento de estratégias para o seu controle. Em 1993, a Organização Mundial da Saúde declarou a TB uma emergência mundial e passou a recomendar a estratégia DOTs (Directly Observed Treatment-short course) como resposta global para o controle da doença. Essa estratégia pode ser entendida como um conjunto de boas práticas para o controle da TB, entre as quais figura o diagnóstico de casos por meio de exames bacteriológicos de qualidade. BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de Controle da Tuberculose. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil, 2010. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br>. Acesso em: 21 jul. 2013 (adaptado). No que se refere ao diagnóstico laboratorial da tuberculose, é correto afirmar que A) a baciloscopia direta de amostras biológicas realizada, principalmente, pela pesquisa do bacilo álcoolácido resistente (BAAR) pelo método de Ziehl-Nielsen é a técnica mais utilizada para o diagnóstico da tuberculose, sendo considerada o padrão-ouro entre os exames diretos, visto que apresenta sensibilidade próxima a 100%. B) a cultura do Mycobacterium tuberculosis no meio sólido Löwenstein-Jensen é o padrãoouro para o diagnóstico da TB, pois apresenta elevada especificidade e sensibilidade e permite uma leitura quantitativa, por meio da contagem do número de colônias, o que o torna o mais adequado para a monitoramento do tratamento. C) o atual padrão-ouro para diagnóstico da TB deixou de ser a cultura do Mycobacterium tuberculosis em meios sólidos como o ágar sangue, desde o surgimento dos testes de amplificação de DNA, devido à praticidade de desenvolvimento desta nova tecnologia capaz de detectar o bacilo mesmo em amostras biológicas de indivíduos não bacilíferos. D) os testes de amplificação de ácidos nucleicos (TAAN) representam uma excelente opção


diagnóstica que pode fornecer ao clínico um resultado mais rápido e preciso. Os TAAN, dos quais, o mais comumente usado é a PCR (Polymerase Chain Reaction) são testes de detecção rápida, que permitem uma resposta em 24 a 48 horas, mas os resultados são satisfatórios somente nas amostras biológicas de indivíduos bacilíferos. E) a baciloscopia direta de amostras biológicas, é a técnica mais utilizada para o diagnóstico da tuberculose e apresenta a grande vantagem de possibilitar a identificação dos bacilos resistentes e multirresistentes aos fármacos antibacilares, um problema emergente de saúde pública.

Gabarito: B

Tipo de questão: Média

Conteúdo avaliado: Microbiologia - diagnóstico laboratorial de Tuberculose

Autor: Débora

Comentário: A ) Está errado, pois para que a bacterioscopia de Ziehl seja positiva há necessidade de que o paciente esteja eliminando os bacilos. Tem situações em que o paciente está doente, e a baciloscopia é negativa, ou seja é um exame pouco sensível. Desta forma, ele funciona como triagem. Portanto, o médico diante de evidencias clínicas de TB com baciloscopia negativa deveria solicitar a cultura. B) Está CORRETO, pois a cultura, mesmo sendo demorada, permitirá o crescimento bacteriano tornando o exame positivo. Embora existam outros meios de cultura para o M. tuberculosis, este é recomendado e o mais usado na rotina laboratorial. C) Está errada, pois como já foi explicado o meio de cultura clássico para M. tuberculosis é o Lowenstein-Jensen (enriquecido e seletivo). As técnicas moleculares ainda não são utilizadas de rotina. D) Está errada, pois as técnicas moleculares como PCR, permitem diagnóstico em até 8 hs, e não 24 a 48 hs como foi dito. E) Está errada, pois sensibilidade ou resistência aos antimicrobianos só pode ser determinada através de pesquisa in vitro ou seja, através do cultivo do Mycobacterium e depois teste com as drogas antituberculose. Como já foi dito, a baciloscopia é indicada, pois é um teste rápido enquanto a cultura é demorada, pois a bactéria é de crescimento lento. Entretanto, através da baciloscopia não se diferencia as várias espécies de Mycobacterium nem tampouco a sensibilidade às drogas. Desta forma, embora as técnicas moleculares permitam diagnostico mais rápido que a cultura, ainda é considerado padrão ouro a cultura. Diante de uma cultura positiva, não há contestação. Referências: Diagnóstico molecular da tuberculose pulmonar. Bras Patol Med Lab v. 43, n. 1, p. 1-7, fevereiro 2007 e Microbiologia Ilustrada, Strohl, Willian A et al, Editora art med, Capítulo 21, pag. 265, 266.

QUESTÃO Nº 35 Um biomédico, fisiologista do exercício, investiga os parâmetros bioquímicos de um atleta de elite. Ao final do exercício, o biomédico realiza a dosagem de alguns parâmetros, com os citados abaixo, para avaliar o desempenho do atleta. Espera-se que esse atleta tenha I. maiores concentrações de adrenalina plasmática, produzida pela medula da glândula suprarenal. II. aumento da glicogenólise, principalmente, muscular. III. possível aumento da concentração de lactato, gerado pelo ciclo de Krebs. IV. diminuição das concentrações de hormônio antidiurético.


É correto apenas o que se afirma em A) I e II. B) I e III. C) III e IV. D) I, II e IV. E) II, III e IV.

Gabarito: A

Tipo de questão: Difícil

Conteúdo avaliado: - Metabolismo celular;- Fisiologia da musculatura esquelética.

Autor(a): Rejane

Comentário: I.A adrenalina, hormônio produzido pela glândula supra-renal, estimula a secreção de hormônios como insulina, glucagon, gastrina, etc. Dessa forma esse hormônio estimula o aumento da concentração de glicose no plasma, e favorece a fosforilação de proteínas no fígado, envolvidas na regulação do metabolismo do glicogênio produzindo energia necessária. II. Moléculas de glicose são armazenadas em glicogênio e armazenadas no fígado e músculo. Quando não há glicose disponível no sangue para gerar ATP – adenosina tri-fosfato, o organismo utiliza uma via metabólica denominada glicogenólise. Nesse caso, o glicogênio armazenado é disponibilizado para a via glicolítica por meio da glicogenólise, que é a clivagem ou quebra sequencial das ligações entre as unidades de glicose armazenadas liberando assim a glicose. III. O lactato ou ácido lático é um composto orgânico produzido pelo organismo humano quando ocorre deficiência de oxigênio. Isso leva ao organismo a utilizar para a produção de energia, a glicólise aneróbica produzindo a acidez. Esse processo de glicólise é a primeira via de utilização da glicose na produção de energia sendo anterior ao ciclo de Krebs. IV. O efeito do exercício sobre os níveis de ADH é intenso, ocorrendo um aumento para que ocorra um aumento da retenção de líquidos. Referências: GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. AIRES, M.M. Fisiologia. 3 ed. Guanabara-Koogan, 2008. DELVIN, TM. Manual de Bioquímica com correlações clínicas. 4ª ed Edgar Blucher, São Paulo, 1998. CANALI, E. S., KRUEL L.F.M. Respostas hormonais ao exercício. Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, 15(2):141-53, jul./dez. 2001.

QUESTÃO Nº 03 discursiva O aconselhamento genético pode ser definido como um processo de comunicação sobre o risco de ocorrência ou recorrência familial de anomalias genéticas, com a finalidade de fornecer a indivíduos ou famílias: (a) ampla compreensão de todas as implicações relacionadas às doenças genéticas em discussão; (b) opções que a medicina atual oferece para a terapêutica ou para a diminuição dos riscos de ocorrência ou recorrência da doença genética em questão, isto é, para a sua profilaxia; e (c) eventual apoio psicoterapêutico. O


aconselhamento genético é feito de modo não-diretivo com a finalidade de defender o bemestar de indivíduos ou de famílias, ajudando-os a resolver problemas de natureza genética, tentando esclarecer-lhes dúvidas e diminuindo ou evitando sofrimentos e preocupações. Algumas técnicas podem contribuir com o aconselhamento genético, como é o caso do diagnóstico pré-natal. Esse tipo de diagnóstico pode ser realizado por meio de punção venosa do sangue da gestante, pois as células fetais atravessam a placenta e podem ser encontradas na circulação materna. Essas células podem ser concentradas ou separadas por métodos imunológicos, tornando possível a realização do diagnóstico de várias doenças genéticas mediante o emprego da reação em cadeia da polimerase (PCR) para amplificação de sequências específicas de DNA. PINTO JUNIOR, W. Diagnóstico pré-natal. Ciência e Saúde Coletiva, São Paulo, v. 7, n. 1, 2002 (adaptado). Com base no texto e considerando que o antígeno ABO se expressa em eritrócitos, plaquetas e leucócitos, redija um texto dissertativo abordando, inicialmente, a forma como a incompatibilidade do sistema sanguíneo ABO entre mãe e feto pode influenciar a realização do diagnóstico genético fetal por meio da amplificação de sequências especificas de DNA de células fetais obtidas por punção venosa da gestante. Ao final, complemente sua dissertação explicando se as mesmas influências ocorreriam nos casos em que há compatibilidade sanguínea ABO entre mãe e feto. (valor: 10,0 pontos)

Tipo de questão: Difícil devido a abrangência da questão. Padrão de resposta: Em sua resposta, o estudante deve: • relacionar a incompatibilidade sanguínea ABO com a produção de anticorpos maternos que atuarão sobre todas as células fetais presentes na circulação materna que expressem antígenos do sistema ABO; • demonstrar compreensão de que o ataque dos anticorpos maternos elimina da circulação materna as células fetais que expressam antígenos do sistema ABO. Logo, a punção do sangue materno não oferecerá células fetais para o isolamento de DNA; • compreender que sem o DNA fetal não há como proceder à amplificação de sequências específicas de DNA pela reação em cadeia da polimerase (PCR) e, portanto, por esse método não há como realizar o diagnóstico genético fetal quando há tal incompatibilidade; • concluir que, nos casos em que há compatibilidade sanguínea ABO entre mãe e feto, os anticorpos maternos não reagirão contra células fetais. Logo, o sangue da mãe obtido por punção venosa permitirá o isolamento de células fetais, as quais poderão ser usadas para isolamento de DNA e posterior emprego em reações de PCR, possibilitando o diagnóstico genético fetal de diversas doenças.

Conteúdo avaliado: Sistema Sanguíneo ABO, incompatilibidade sanguínea, Amioncentese, Reação em Cadeia de Polimerase (PCR), ácido nucleico DNA, Aconselhamento genético.

Autor: Ivanise

Comentário: O texto apresentado contém a abrangência de vários assuntos pertinentes ao aconselhamento genético, onde tem como principal parâmetro o Sistema ABO. Todavia, exige do aluno, conhecimento prévio sobre o procedimento das células fetais quando atravessam a via placentária, como são detectadas e como se pode realizar a amplificação do material nuclear das mesmas, com o intuito de se obter diagnóstico prévio de doenças genéticas de


quaisquer naturezas. Um dos maiores obstáculos de obtenção destas células fetais é a incompatibilidade materno-fetal no sistema ABO, uma vez que os antígenos desse sistema são encontrados não apenas nas hemácias, mas também nas células de outros tecidos incluindo os leucócitos. Mesmo assim, será considerável o número de fetos compatíveis com sua mãe no sistema ABO e que permitirão a existência de células fetais na circulação sangüínea materna. Diga-se de passagem, que os grupos sangüíneos constituem o primeiro exemplo, no qual a dosagem de anticorpos séricos no sangue materno permitiu o diagnóstico da constituição genética do grupo sanguíneo fetal, tanto no sistema ABO, quanto no sistema Rh ou Kell. Ao lado disso, vários marcadores proteicos e enzimáticos podem ser constatados no soro materno em micro-quantidades, mas suficientes para serem detectados por métodos bioquímicos. Uma vez que a incompatibilidade foi descartada, via materno-fetal, temos como obter material nuclear fetal suficiente para a realização de técnicas moleculares através de PCR, onde se realiza a amplificação do mesmo e se processa a identificação gênicaantigênica que se deseja. Importante se faz registrar, que além das cargas, acima referidas, podemos atribuir identificações epigênicas por este processo. Referências: BEIGUELMAN, B. 1998a. Citogenética humana. Ed. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro. BRUNONI, D. 2006. Alto risco genético. Aspectos neonatais. Pediatria Moderna 21:415447.

QUESTÃO Nº 04 discursiva A diabetes é um importante problema de saúde pública. No Brasil, sua prevalência média atingiu 5,6% em 2011, de acordo com o Ministério da Saúde, e estima-se que a doença aumente nas próximas décadas. A doença é uma condição de grande impacto social e econômico, onerosa para o Estado e para o indivíduo, além de ter uma elevada morbidade devido a complicações cardíacas, cerebrovasculares, vasculares periféricas, oculares, renais e neuropáticas, incapacitando o indivíduo e acelerando a morte dos doentes. Atualmente, também se reconhece a existência do indivíduo pré-diabético, com grande risco de desenvolver a doença. As figuras a seguir apresentam dados referentes a prevalência de diabetes (Figura 1) e a projeção de crescimento populacional brasileiro (Figura 2) de acordo com a idade. Figura 1. Prevalência de Diabetes no Brasil de acordo com as faixas etárias. Percentual de adultos (> 18 anos) com diagnós co médico referido para diabetes em 26 capitais do Brasil e Distrito Federal segundo faixa etária.

Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br>. Acesso em: 16 ago 2013.

Figura 2. Composição absoluta da população, por idade e sexo.


Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 16 ago. 2013. Considerando os dados apresentados, responda ao que se pede nos itens a seguir. a) Quais as razões do aumento da diabetes previsto para as próximas décadas? (valor: 4,0 pontos) b) O que caracteriza clínica e laboratorialmente um indivíduo pré-diabético? (valor: 3,0 pontos) c) Qual a importância do diagnóstico de indivíduos pré-diabéticos para ações de vigilância epidemiológica e políticas públicas? (valor: 3,0 pontos)

Tipo de questão: Média Padrão de resposta: Em sua resposta, o estudante deve: a) ser capaz de comparar os gráficos 1 e 2, percebendo que a prevalência da diabetes aumenta de acordo com a faixa etária e, como é esperado que a pirâmide etária se altere nos próximos anos, haverá aumento nas faixas etárias maiores, com consequente elevação na prevalência do diabetes nas próximas décadas. b) ser capaz de caracterizar o pré-diabético como um indivíduo que apresenta as seguintes características: idade acima de 45 anos, excesso de peso, sedentarismo, hipertensão arterial, aumento de taxas de triglicerídeos e colesterol plasmáticos e histórico familiar de diabetes, juntamente com uma glicemia em jejum entre 100 e 125 mg/dL e/ou teste oral de tolerância à glicose com valores entre 140 e 199 mg/dL na segunda hora. c) argumentar que a detecção do pré-diabético permite a adoção de medidas preventivas com vistas a evitar o aumento da prevalência da diabetes previsto para as próximas décadas.

Conteúdo avaliado: Diabetes Mellitus

Autor(a): Maísa Maria

Comentário: De acordo com os gráficos é possível observar que o índice de prevalência do Diabete Mellitus (DM) é maior quando aumenta a faixa etária. Sabendo que as complicações do DM tem um caracter crônico e hoje com o envelhecimento populacional, avanços terapeuticos no tratamento da doença e estilo de vida atual, como sedentarismo e habitos alimentares, tem contribuido para uma maior sobrevida do Diabetico e de suas complicações crônicas. O pré-diabetico trata-se de um período onde os níveis glicêmicos encontram-se entre 100 e 125 mg/dL e normalmente estas alterações glicêmicas estão diretamente


associadas a obesidade, hipertensão, dislipidemias, além de outros. É uma fase onde as mudanças de hábitos de vida contribuem muito para a diminuição desta glicemia e minimização do desenvolvimento do DM. Assim, é possível evitar ou retardar o DM, diminuíndo as chances de complicações crônicas que comprometem a qualidade de vida das pessoas e diminuíndo também os altos custos no sistema de saúde pública para tratar estes pacientes. Referências: Motta, Valter T. Bioquímica Clinica para o Laboratório. Princípios e Interpretações. 5a Ed. Medbook. 2009. Ravel, R. Laboratório Clinico. Aplicações Clínicas dos Dados Laboratoriais. 6a Ed. ABDR.

QUESTÃO Nº 05 discursiva Micro-organismos multirresistentes são aqueles que apresentam resistência a diferentes classes de antimicrobianos testados em exames microbiológicos. Nos últimos anos tem ocorrido um aumento no número de casos de infecção por enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos em vários estados brasileiros. Essas bactérias produzem uma enzima (carbapenemase) que inativa todos os antibióticos betalactamicos, incluindo os carbapenêmicos. A Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) é uma enzima que foi identificada pela primeira vez em 2001 na bactéria Klebsiella pneumoniae, nos Estados Unidos, e passou a ser conhecida como “superbactéria”. A KPC pode ser produzida por enterobactérias portadoras do gene KPC, tornando-as multirresistentes. Esses microorganismos multirresistentes são encontrados principalmente em ambientes hospitalares e são transmitidos por meio do contato com secreções do paciente infectado, quando não são respeitadas normas básicas de desinfecção e higiene. ANVISA. Nota Técnica nº 1, de 2010. Medidas para identificação, prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde por microrganismos multirresistentes. p. 3, 2010. Supondo que, na Unidade de Saúde onde você atua como biomédico, exista a suspeita de infecção por enterobactérias portadoras do gene KPC, responda as questões a seguir. a) Como seria realizado o diagnóstico microbiológico dessa infecção? (valor: 5,0 pontos) b) Em caso de diagnóstico positivo para presença de enterobactérias portadoras do gene KPC, quais medidas de controle devem ser rigorosamente executadas nessa Unidade de Saúde? (valor: 5,0 pontos)

Tipo de questão: Média Padrão de resposta: Em sua resposta, o estudante deve: a) explicar que o diagnóstico será inicialmente realizado pelo método de cultura em meios seletivos para enterobactérias, seguido por realização de antibiograma para análise da multirresistência do micro-organismo. O estudante também poderá propor a utilização de métodos moleculares, porém o padrão-ouro de diagnóstico de bactérias multirresistentes é a realização do antibiograma. b) demonstrar conhecimentos em normas básicas de controle de infecção como: enfatizar a importância da higienização das mãos para todos os profissionais de saúde, visitantes e acompanhantes; reforçar a aplicação de precauções de contato para profissionais de saúde, visitantes e acompanhantes; enfatizar as medidas gerais de higiene do ambiente; manter o sistema de vigilância epidemiológica das infecções relacionadas à assistência à saúde que permite o monitoramento adequado de patógenos multirresistentes; e fortalecer a política institucional de uso racional de antimicrobianos.


Conteúdo avaliado: Enterobactérias; Antibióticos e Quimioterápicos Anti-infecciosos; Testes de Susceptibilidade aos Antimicrobianos; Resistência Bacteriana; Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS); Controle de Infecção;Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).

Autor(a): Alessandra Marques Cardoso

Comentário: O controle das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) é uma responsabilidade das equipes multiprofissionais, cabendo ao profissional Biomédico habilidade e desenvoltura na investigação laboratorial de patógenos multirresistentes (MDR). É necessário atenção desde a fase pré-analítica, ou seja, desde a coleta, transporte e armazenamento das amostras clínicas para que o processamento microbiológico seja eficiente e contribua com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), bem como com o adequado tratamento dos pacientes envolvidos. O isolamento de enterobactérias pode ser feito a partir da semeadura em meios seletivos para bactérias Gram negativas, como o ágar MacConkey. Após o isolamento, deve-se proceder à identificação bioquímica da bactéria em questão, utilizando-se métodos manuais e/ou automatizados para esta finalidade. A partir da identificação do microorganismo, preferencialmente em nível de espécie, devem ser realizados testes de susceptibilidade aos antimicrobianos, como o antibiograma pelo método de disco-difusão (Kirby-Bauer), capaz de estabelecer se o micro-organismo em estudo apresenta perfil de mulltirresistência ou não. A resistência aos antimicrobianos tem se tornado um problema mundial. Os carbapenêmicos constituem terapia de escolha para tratamento de infecções causadas por Gram negativos MDR, porém são vários mecanismos utilizados pelas bactérias para driblar a ação do fármaco, como a produção de enzimas carbapenemases. Essas enzimas podem ser detectadas fenotipicamente pelo Teste de Hodge Modificado (THM). A importância clínica da detecção de bactérias produtoras de carbapenemases deve-se à contribuição para o controle das Infecções Hospitalares, diminuindo a disseminação de microorganismos MDR através de medidas de isolamento e fornecendo resultados que auxiliam na seleção dos antimicrobianos mais adequados, prolongando a vida do paciente. Além da realização do THM pelo Laboratório de Microbiologia Clínica, recomenda-se a confirmação dos mecanismos de resistência em cepas de enterobactérias resistentes às cefalosporinas de amplo espectro (terceira e quarta geração) e que apresentem CIM ⋝ 2 microgramas/mL para imipenem ou meropenem, realizando PCR (Reação em Cadeia da Polimerase - em inglês Polymerase Chain Reaction) para o gene blaKPC, que é considerado o método molecular padrão-ouro. Dessa forma os testes moleculares, quando acessíveis, são úteis na elucidação de surtos, pela detecção de genes bacterianos relacionados à produção de enzimas capazes de degradar antimicrobianos. A detecção de enterobactérias produtoras de carbapenemases contribui para o controle das Infecções hospitalares, diminuindo a disseminação de patógenos MDR pela adoção e vigilância rigorosa de medidas de controle como a lavagem das mãos, uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), desinfecção de superfícies inanimadas, higiene do ambiente, controle ao acesso em áreas como Unidades de Terapia Intensiva, uso racional de antimicrobianos, rodízio de antimicrobianos, dentre outras. Referências CARDOSO, A. M. ; REIS, C. . Bactérias Gram-negativas isoladas em uma Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital Escola de Goiânia. Revista de Patologia Tropical, Goiânia, Goiás, p. 223 - 225, 01 dez. 2005. KONEMAN, E. W.; ALLEN, S. D. Diagnóstico Microbiológico - Texto e atlas colorido. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. OLIVEIRA, M. V. ; CARDOSO, A. M. . A Importância da Detecção de Enterobactérias Produtoras de Carbapenemases pelo Teste de Hodge Modificado. Newslab , v. 113, p. 168-


170, 2012. OPLUSTIL, C. P.; ZOOCOLI, C. M.; TOBUTI, N. R.; SINTO, S. I. Procedimentos Básicos em Microbiologia Clínica. 3. ed. São Paulo: Sarvier, 2010. PEREIRA, C. N. ; CARDOSO, A. M. . Prevalência de Enterococcus spp. resistente à vancomicina em amostras de pacientes internados em um Hospital Filantrópico de GoiâniaGO, no período de 2008-2010. NewsLab , v. 112, p. 188-196, 2012. SOUSA, M. A. ; MEDEIROS, N. M. ; CARNEIRO, J. R. ; CARDOSO, A. M. . Hemoculturas positivas de pacientes da Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital Escola de GoiâniaGO, entre 2010 e 2013. Estudos Revista da Universidade Católica de Goiás , v. 41, p. 627635, 2014.


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