eBook - Serviço Social

Page 1


e.BOOK: QUESTÕES DO ENADE COMENTADAS

Curso: SERVIÇO SOCIAL PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS – PUC GOIÁS

Organizador(es): Profa. Carmen Regina Paro Profa. Sandra de Faria


SUMÁRIO

QUESTÃO Nº 09 Autor(a): Alailde Angélica Santos dos Passos QUESTÃO Nº 10 Autor(a): Ana Maria Trindade; Eliana de Andrade Sarmento Tavares; Michelle Bertóglio Clos QUESTÃO Nº 11 Autor(a): Heloísa Teles ; Mari A. Bortoli ; Netto e Couto QUESTÃO Nº 12 Autor(a): Heloísa Teles e Mari A. Bortoli QUESTÃO Nº 13 Autor(a): Wanessa Batista Melo QUESTÃO Nº 14 Autor(a): Cilda M. Dutra Guimarães QUESTÃO Nº 15 Autor(a): Cilda M. Dutra Guimarães QUESTÃO Nº 16 Autor(a): Prof.a Danielli da Silva Borges Reis QUESTÃO Nº 17 Autor(a): Carmen Regina Paro e Sandra de Faria QUESTÃO Nº 18 Autor(a): Denise Carmen de Andrade Neves QUESTÃO Nº 19 Autor(a): Eliana de Andrade Sarmento Tavares; Mari Aparecida Bortoli e Heloísa Teles QUESTÃO Nº 20 Autor(a): Ilza de Carvalho Santos QUESTÃO Nº 21 Autor(a): Josué Vieira Filho QUESTÃO Nº 22 Autor(a): Lúcia Abadia de Carvalho Queiroz QUESTÃO Nº 23 Autor(a): Lúcia Abadia de Carvalho Queiroz QUESTÃO Nº 24


Autor(a): Maisa Miralva da Silva QUESTÃO Nº 25 Autor(a): Maria Conceição Sarmento Padial Machado QUESTÃO Nº 26 Autor(a): Maria Ciurinha Pereira dos Santos QUESTÃO Nº 27 Autor(a): Vera Lucia dos Santos QUESTÃO Nº 28 Autor(a): Marly Machado Bento QUESTÃO Nº 29 Autor(a): Marly Machado Bento QUESTÃO Nº 30 Autor(a): Neusa Maria de Paula Mendonça QUESTÃO Nº 31 Autor(a): Olivia Maria Jácome Costa QUESTÃO Nº 32 Autor(a): Sandra de Faria QUESTÃO Nº 33 Autor(a): Sílvia de S. Beda Icassatti QUESTÃO Nº 34 Autor(a): Prof. Ms. Sueli Almeida Neves Sousa QUESTÃO Nº 35 (Anulada) Autor(a):


QUESTÃO Nº 09

O assistente social tem sido demandado para atuar na gestão de políticas públicas, abrindo possibilidades para seu ingresso no campo da formulação, gestão e avaliação. Tal atuação requer competência teórico metodológica, ético-política e técnicooperativa. Como seu objeto de trabalho é a questão social, a pesquisa da realidade social é reconhecida como parte constitutiva desse trabalho, porque A) as informações sobre a realidade social, produzidas pelos institutos oficiais de pesquisa, não são disponibilizadas para a sociedade. B) o assistente social, no seu processo de formação profissional, dispõe de referencial teórico que lhe possibilita apreender a questão social na realidade fragmentada. C) ao assistente social, como membro de equipe, cabe a tarefa da pesquisa, enquanto, aos outros profissionais, cabe a sistematização e elaboração da política. D) o campo da gestão de políticas requer acúmulo de informações sobre a totalidade social, que envolve dados referentes às várias formas de manifestação das contradições e sua vivência pelos sujeitos sociais. E) a pesquisa da realidade social é uma atribuição privativa do assistente

Gabarito: D

Tipo de questão: fácil

Conteúdo avaliado: Pesquisa em Serviço Social

Autor(a): Alailde Angélica Santos dos Passos

Comentário

A relação de contradição capital versus trabalho gera um processo crescente de pauperização de parcela considerável da população, altera as expressões da questão social, incide no cotidiano no mundo do trabalho do Assistente Social, dimensionam e redimensionam as demandas. O trabalho do Serviço Social de implementar a prestação de serviços sociais exige do profissional competência teórico metodológica, éticopolítica e técnico-operativa no exercício de formulação, gestão e avaliação de políticas públicas, dentro ou fora das esferas estatais. A questão possibilita uma reflexão sobre a pesquisa da realidade social no sentido de viabilizar à população direitos de inclusão nas políticas públicas, em um processo histórico e social, ou seja, apropriando–se do contexto e das contradições vivenciadas pelos sujeitos, no sentido de uma leitura da realidade no seu conjunto para desvendar o real em sua particularidade. Nesse sentido está correta a Alternativa D.


Referências: IAMAMOTO, Marilda. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 12ª ed. São Paulo: Cortez, 2007.

QUESTÃO Nº 10 Em relação à teoria dos clássicos do pensamento político, avalie as afirmações abaixo. I. Thomas Hobbes sustentou que os apetites e as aversões determinam as ações voluntárias dos homens, e o único meio para eles satisfazerem seus apetites e evitarem a morte é admitir um poder soberano perpétuo. II. Adam Smith afirmou que o homem é corrompido não pela natureza, mas pela posse da propriedade e pela formação da sociedade civil. III. Jean-Jacques Rosseau fundamentou os direitos do homem no pensamento político jusnaturalista e defendeu os direitos naturais, como o direito à propriedade e à liberdade

É correto o que se afirma em A I, apenas. B II, apenas. C I e III, apenas. D II e III, apenas. E I, II e III.

Gabarito: A

Tipo de questão: Combinada, com indicação da resposta correta

Conteúdo avaliado: Teoria Política

Autor(a): Ana Maria Trindade; Eliana de Andrade Sarmento Tavares; Michelle Bertóglio Clos

Comentário Dentre os contratualistas, o filosofo Thomas Hobbes, entre o Século XVI ao XVIII, afirmou sobre a origem do Estado e sociedade estar num contrato, daí, ser considerado um contratualista. Ressalta-se que para Thomas Hobbes, num contrato: “os homens viveriam, naturalmente, sem poder e sem organização – que somente surgiriam depois de um pacto firmado por eles, estabelecendo as regras de convívio


social e de subordinação política (WEFFORT, 2006, p. 54).Portanto, é preciso um Estado controlando e reprimindo, um poder soberano. Esta questão traz conceitos importantes de teorias do pensamento político que abordam a constituição do Estado. Contudo, com relação a Thomas Hobbes, foi um importante filósofo do século XV e defendia a monarquia como forma de governo. Em seu contexto histórico, escreveu sobre política e, em sua obra Leviatã, aborda o estado natural e o pacto social como única forma dos homens viverem em segurança. Neste sentido, a Alternativa A está correta, por que Hobbes entende que apetites e aversões são da natureza do homem e que deixar os homens por conta de seus instintos e desejos é o mesmo que deixá-los em uma condição de guerra – todos contra todos (HOBBES, 2001). De modo breve, o trecho indica uma das ideias centrais da obra, de que o homem, pelo próprio interesse, renuncia ao próprio poder em favor do soberano, como forma de garantir a segurança de todos. Neste sentido, a sujeição ainda é melhor alternativa do que a guerra em estado permanente. Em relação a afirmativa II incorreta, Adam Smith (1723-1790), contribuiu com seus pensamentos para Economia Política clássica, onde ele foi um dos maiores representantes de sua época. (NETTO; BRAZ, 2009, p. 16). A afirmativa II, que diz que o “homem é corrompido não pela natureza, mas pela posse da propriedade e pela formação da sociedade civil”, está atribuída de forma equivocada a Adam Smith [...] – uma vez que isto compõe o pensamento de Jean-Jacques Rousseau em sua obra Do contrato social. Adam Smith possui obras conhecidas na área da economia, dentre elas A riqueza das nações, que faz defesa convicta do individualismo e do liberalismo, ideias estas que podem ser compreendidas através da metáfora “mão invisível”, um movimento que tende a buscar o equilíbrio nas relações comerciais (SMITH, 1982). Já a afirmativa III está errada. Jean-Jacques Rousseau nasceu em Genebra, no ano de 1712, filho de relojoeiro que não lhe deu as condições econômicas para ser um homem letrado nessa época. Considerado um filósofo à margem dos grandes nomes de seu século. Contudo tem início suas primeiras leituras nos anos de 1718, que vai destacar no passar dos anos entre os que inovaram a forma de pensar a política, em especial, a propor o exercício da soberania pelo povo, como condição primeira para sua libertação (WEFFORT, 2006, p. 194). Contudo, Jean-Jacques Rousseau não defendeu o direito à propriedade como um dos direitos naturais, tal como a liberdade e a igualdade. O filósofo atribui o estabelecimento da propriedade como um ato unilateral do primeiro ocupante no estado de natureza, ou seja, sem que tenha sido estabelecido por lei civil. “Segundo Rousseau, a origem das desigualdades entre os homens está no ato do primeiro ocupante ao estabelecer a posse de determinada área de terra” (HENKES, 2008, p. 5). Referências: HENKES, Ricardo Augusto. Rousseau e o direito de propriedade. Rev. Espaço Acadêmico, n 89, ano VIII, out. 2008. Disponível em: . Acesso em: 13 jan. 2015. HOBBES, Thomas. Leviatã. São Paulo: Martin Claret, 2001. ROUSSEAU, JeanJacques. Do contrato social. 2. ed. Tradução de Lourdes Santos Machado. Introdução e notas de Paulo Arbousse-Bastide e Lourival Gomes Machado. São Paulo: Abril Cultural, 1978. (Os Pensadores). SMITH, Adam. SMITH, Adam. A riqueza das nações. Rio de Janeiro: Abril Cultural, 1982.


WEFFORT, Francisco C. Os clássicos da política. 14 ed. São Paulo: Ática:2006.

QUESTÃO Nº 11 No debate sobre a relação entre projetos societários e projetos profissionais, é consenso que os primeiros estão presentes na dinâmica de qualquer projeto coletivo, inclusive no projeto ético-político do Serviço Social. Considerando as transformações societárias implementadas no Brasil a partir de 1990, pode-se afirmar que há uma tensão entre o projeto societário hegemônico e o projeto profissional, na medida em que: A. o projeto societário defendido pelo Serviço Social encontra-se ultrapassado diante dos novos paradigmas e interesses da classe trabalhadora. B. o projeto societário enfraquece a resistência dos movimentos organizados da classe trabalhadora à dominação do capital. C. o projeto societário hegemônico assegura a democracia, a participação social e o acesso aos programas sociais. D. o projeto societário hegemônico garante os direitos sociais e religiosos. E. o projeto profissional se alinha aos preceitos do neoliberalismo.

Gabarito: B

Tipo de questão: Escolha simples, com indicação da alternativa correta

Conteúdo avaliado: Projeto Ético-Político do Serviço Social

Autor (a): Antonia Maria N. Moreira Cruvinel

Comentário: A discussão sobre o Projeto Ético-Político do Serviço Social data das décadas de 1970 e 1980, quando a profissão inicia o processo de recusa e crítica do conservadorismo enraizado no projeto profissional desse período. Resulta desse debate a formulação de um projeto profissional novo que, “pela primeira vez, no interior do corpo profissional, repercutiam projetos societários distintos daqueles que respondiam aos interesses das classes e setores dominantes” (NETTO, 2008, p. 151). Esse processo foi permeado por disputas e polêmicas, houve a quebra com a tradição política conservadora, até então hegemônica na profissão, bem como a ruptura com o conservadorismo teórico e metodológico. O Projeto Ético-Político, fundamentado teórica e metodologicamente, conquistou hegemonia no Brasil na década de 1990, acompanhando o movimento de lutas políticas e democratização brasileira. No entanto, concomitante a essas


transformações, iniciam-se na década de 1980 e se expandem na década de 1990 uma crise social planetária e a passagem do capitalismo a um novo estágio. No Brasil as consequências da crise expressaram-se na ampliação da ocupação dos representantes do capital nas instâncias de decisão política e na incorporação de práticas político-econômicas com inspiração neoliberal, que se disseminaram pela cultura do país. “No curso daquela década, a grande burguesia brasileira [...] reciclou rapidamente seu projeto societário, tornando-se, então, defensora do neoliberalismo” (NETTO, 2008, p. 158). A questão correta é a alternativa B, uma vez que, verdadeiramente, o projeto societário enfraquece a resistência dos movimentos organizados da classe trabalhadora à dominação do capital. A ofensiva neoliberal foi responsável pela “quebra do poder dos sindicatos, a desregulamentação do trabalho, a retirada parcial do Estado na área social, o retorno da cultura privatista no campo das políticas sociais” (COUTO, 2010, p. 71). O projeto societário hegemônico, pautado principalmente pelos interesses do capital, tem resultado na superprecarização do trabalho e, consequente, desmobilização dos movimentos de trabalhadores, desarticulando suas lutas e reivindicações sociais. A alternativa A está incorreta, pois afirma que o projeto societário defendido pelo Serviço Social encontra-se ultrapassado diante dos novos paradigmas e interesses da classe trabalhadora. Em análise aos pressupostos explicitados no projeto profissional observa-se que ele vincula-se “a um projeto societário que, antagônico ao das classes proprietárias e exploradoras, tem raízes efetivas na vida social” (NETTO, 2008, p. 157). A formulação do referido projeto acompanhou as lutas dos movimentos democráticos e populares que ascenderam, principalmente, na década de 1980 e alinhou-se às principais tendências do movimento da sociedade brasileira na época, explicitando “demandas e aspirações da massa dos trabalhadores brasileiros” (NETTO, 2008, p. 157). A alternativa C está incorreta, uma vez que afirma que o projeto societário hegemônico assegura a democracia, a participação social e o acesso aos programas sociais. Como assinalado acima, o projeto societário hegemônico encontra-se vinculado à ofensiva neoliberal a qual vem promovendo “a liquidação de direitos [...], a privatização do Estado, o sucateamento dos serviços públicos e a implementação sistemática de uma política macroeconômica que penaliza a massa da população” (NETTO, 2008, p. 158). O neoliberalismo tem caráter antidemocrático e expressa os interesses do grande capital de ampliar a acumulação de capital. A alternativa D também está incorreta, pois afirma que o projeto societário hegemônico garante os direitos sociais e religiosos. A alternativa E está incorreta, pois ao contrário do afirmado, o projeto profissional defendido pelo Serviço Social é antagônico ao neoliberalismo. O projeto ético-político da profissão aponta uma direção que se encontra alicerçada no “combate – ético, teórico, ideológico, político e prático-social – ao neoliberalismo, de modo a preservar e atualizar os valores que [...] o informam e o tornam solidário ao projeto de sociedade que interesse à massa da população” (NETTO, 2008, p. 158). O projeto profissional “se vincula a um projeto societário que propõe a construção de uma nova ordem social, sem exploração/ dominação de classe, etnia e gênero” (NETTO, 2008, p. 155). Referências: COUTO, Berenice Rojas. O direito e a assistência social na sociedade brasileira: uma equação possível? 4. ed. São Paulo: Cortez, 2010. NETTO, José Paulo Netto. A construção do projeto ético-político do serviço social. Serviço social e saúde: formação e trabalho profissional. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2008. QUESTÃO Nº 12


Se, por um lado, os direitos civis estão historicamente vinculados ao ideário burguês, por outro, os direitos políticos e sociais são resultados da organização e da luta da classe trabalhadora. O Estado burguês, por sua vez, intervém por meio de políticas sociais para atenuar o conflito, possibilitando o desenvolvimento e aprofundamento da sociedade capitalista. A partir do texto apresentado, política social A. é terreno de conflito de classes. B. é um meio de superação da sociedade democrática. C. tem como objetivo a superação do sistema capitalista. D. responde aos interesses da classe trabalhadora, desconsiderando os interesses burgueses. E. responde aos interesses da burguesia, desconsiderando os interesses da classe trabalhadora.

Gabarito: A

Tipo de questão: Escolha simples, com indicação da alternativa correta

Conteúdo avaliado: Política Social

Autor(a): Antonia Maria N. Moreira Cruvinel

Comentário: Discutir a política social requer a apreensão do modo peculiar de organização do Estado burguês, uma vez que “suas características estão atreladas à forma de constituição desse mesmo Estado, tendo papel importante no processo de reprodução da força de trabalho” (COUTO, 2010, p. 60). Nesse sentido, a alternativa A está correta, pois o significado da política social “não pode ser apanhado nem exclusivamente pela sua inserção objetiva no mundo do capital nem apenas pela luta de interesses dos sujeitos que se movem na definição de tal ou qual política, mas, historicamente, na relação desses processos na totalidade” (BEHRING, 2008, p. 13). Esse processo diz respeito a um “movimento dialeticamente contraditório que implica uma correlação de forças entre os diferentes sujeitos políticos, forças sociais e classes sociais que se movimentam e disputam hegemonia nas esferas estatal, pública e privada” (BEHRING, 2008, p. 28). A política social envolve uma série de determinações estruturais e conjunturais, bem como mediações atinentes ao âmbito social, econômico, político, cultural. A alternativa B está incorreta. O enunciado “um meio de superação da sociedade democrática” faz-se inverídico, pois a “política social não visa a romper nem rompe o ordenamento jurídico consagrado nos poderes do Estado: o legislativo, o executivo e o Judiciário” (VIEIRA, 2007, p. 215). A política social surge impulsionada pelas reivindicações trabalhistas do século XX e expressa, como já mencionado, a correlação das diferentes forças que compõem a sociedade. Ordinalmente é constituída “com confronto parlamentar, com discussão das reivindicações e das proposições correntes na sociedade ou numa porção delas” (VIEIRA, 2007, p. 215). A alternativa C está incorreta, pois afirma que a política social tem como objetivo a superação do sistema capitalista. Política Social vincula-se com a acumulação do capital e, dessa forma, expressa, e carrega “encargos do Estado, materializados em


serviço e em atividades de natureza pública e geral, encargos estes também voltados à reprodução da força de trabalho de que o capitalismo não pode prescindir” (VIEIRA, 2007, p. 215). O desenvolvimento da sociedade capitalista demanda a implementação de políticas sociais que possam garantir as condições para a reprodução da classe trabalhadora e assegurem as bases para a consolidação do capitalismo. A alternativa D está incorreta, ao indicar que a política social responde aos interesses da classe trabalhadora, desconsiderando os interesses burgueses. Da mesma forma a alternativa E está incorreta ao indicar que a política social responde aos interesses da burguesia, desconsiderando os interesses da classe trabalhadora. A política social encontra-se permeada de conflitos de interesses e, portanto, é inverídico afirmar que responde unilateralmente a um grupo específico. Essa compreensão reitera uma das questões centrais no debate sobre a política social que reside no “binômio concessão ou conquista” (COUTO, 2010, p. 60). Destarte, cabe ressaltar o caráter contraditório da política social que pode tanto servir para a manutenção da acumulação e reprodução da força de trabalho em prol da legitimação do capitalismo, caracterizando-se como concessão, quanto constituir-se como campo contraditório, “onde as demandas dos trabalhadores e sua disputa por ampliar direitos sociais ganham visibilidade, introduzindo aí a ideia de que elas se constituiriam numa conquista” (COUTO, 2010, p. 60). Referências: COUTO, Berenice Rojas. O direito e a assistência social na sociedade brasileira: uma equação possível? 4. ed. São Paulo: Cortez, 2010. BEHRING, Elaine Rossetti. Fundamentos de política social. In: MOTA, Ana Elizabete et al. Serviço social e saúde: formação e trabalho profissional. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2008. VIEIRA, Evaldo. Os direitos e a política social. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2007. QUESTÃO Nº 13 Em 2001, foi criado o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar, cujo objetivo é promover a cultura do atendimento humanizado na área da saúde. Constituem ações de articulação dos assistentes sociais na equipe de saúde: I. Esclarecer suas atribuições e competências para os demais profissionais da equipe de saúde. II. Elaborar propostas de trabalho que delimitem as ações dos diversos profissionais. III. Construir e implementar, junto com a equipe de saúde, propostas de treinamento e capacitação do pessoal técnico-administrativo. IV. Identificar e trabalhar os determinantes sociais da situação apresentada pelos usuários e garantir a participação deles no processo de reabilitação.

É correto apenas o que se afirma em A I e II. B I e III. C II e IV. D I, III, IV. E II, III, IV. Gabarito: D


Tipo de questão: médio

Conteúdo avaliado: As competências profissionais do Assistente social e a instrumentalidade técnico-operativo.

Autor(a): Wanessa Batista Melo

Comentário: A questão propõe ao aluno uma reflexão sobre o exercício profissional do Assistente Social, no âmbito do Programa Nacional de Humanização de Assistência Hospitalar, tendo como parâmetro suas competências em uma articulação com as demais áreas profissionais, constitutivas da equipe de saúde. A questão refere-se as competências e atribuições do Assistente Social e sua dimensão técnico-operativa e identifica que incidem em um conjunto de procedimentos necessários à realização das ações profissionais, possibilitando produzir mudanças no cotidiano da vida social dos usuários, por meio de sua participação em seu processo de reabilitação. Nesse sentido, está correta a Alternativa D.

Referências: CONSELHO Federal de Serviço Social (Cfess) Regulamentação da profissão, LEI N° 8.662, DE 7 DE JUNHO DE 1993. GUERRA, Yolanda. A instrumentalidade do Serviço Social. 5ª edição, São Paulo: Cortez, 2007. QUESTÃO Nº 14 O Estado, como produto histórico das relações entre classes sociais antagônicas, congrega em si a totalidade das relações sociais entre essas classes constituindo-se como um fenômeno contraditório e dialético. Nesse sentido, embora o estado assuma com maior afinco as funções coercitivas e repressivas, que respondem aos interesses da classe dominante para a manutenção da ordem e da propriedade privada, ele também desenvolve ações integradoras e protetivas, respondendo às demandas e reivindicações das classes trabalhadoras. Aí localiza-se seu caráter contraditório e dialético. PEREIRA, P. A. P. Estado, sociedade e esfera pública. In: Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009 (adaptado). Com base no texto acima, é correto afirmar que o caráter contraditório e dialético do Estado se evidencia em: A- um conjunto de instituições e prerrogativas, entre as quais, o poder coercitivo, que só o Estado possui por delegação da própria sociedade. B- um conjunto de instituições e prerrogativas, que tem o poder de regular a sociedade e aplicar regras para servir ao bem comum. C- um conjunto de instituições e prerrogativas de caráter primordialmente repressivo, atendendo somente aos interesses da classe dominante. D- um conjunto de instituições e prerrogativas constituído historicamente e socialmente para atender às demandas da classe trabalhadora. E- um conjunto de instituições e prerrogativas, que assume diferentes responsabilidades,


inclusive de atender às demandas e reivindicações da sociedade, antagônicas aos interesses do capital.

Gabarito: E

Tipo de questão: média

Conteúdo avaliado: Teoria Política e Política Social

Autor(a): Cilda M. Dutra Guimarães

Comentário: A Alternativa E está correta porque indica que o caráter contraditório e dialético do Estado evidencia-se em um conjunto de instituições e prerrogativas, que assume diferentes responsabilidades, inclusive de atender as demandas e reivindicações da sociedade, antagônicas aos interesses do capital. Sabemos que o Estado na sua relação com a sociedade atende demandas e reivindicações da sociedade em seu conjunto, ou seja, interesses da classe dominante e da classe trabalhadora. Assim, para compreender essa questão Pereira (2009) desenvolve o conceito de Estado e sua relação com a sociedade, O conceito ao Estado só pode ser entendido na sua relação de interdependência e de complementação com a sociedade, por meio da qual atinge todas as dimensões da vida social, todos os indivíduos e todas as classes. O caráter contraditório do Estado se evidencia na forma como “zela” pelos interesses das classes dominantes, tendo ele próprio um caráter de classe, e por manter as classes dominadas afastadas do bloco no poder, mesmo quando incorpora seus interesses. Neste sentido, o Estado pode ser considerado “um lugar” de encontro de todas as classes e de interferência de todos os integrantes da sociedade. O caráter dialético do Estado corresponde à sua dimensão de fenômeno relacional. O Estado comporta os antagonismos e reciprocidades das classes que o constitui, propicia que forças desiguais e contraditórias se confrontem e se integrem e, na medida em que uma seja marcada pela outra, ambas contribuam para um resultado final ou para uma síntese (PEREIRA, 2009 p. 291).

A alternativa A está incorreta, pois quando diz: “um conjunto de instituições e prerrogativas, entre as quais, o poder coercitivo, que só o Estado possui por delegação da própria sociedade” mostra que há no enunciado dois pontos a destacar no que se refere a um dos elementos constitutivos da definição de Estado, pois segundo Pereira (2009), o Estado representa mais que um conjunto de instituições que tem autoridade para tomar decisões e que tem poder coercitivo, pois estabelece uma relação de dominação que deve ser controlada pela sociedade. Nesses termos, pode-se dizer, ainda, que o Estado, apesar de ser dotado de poder coercitivo, também realiza ações de proteção e, mesmo sendo tensionado por diversas forças e


distintos interesses, é controlado pela própria sociedade. A alternativa B está incorreta, pois, conforme Pereira (2009) é necessário evitar os estereótipos ou o tratamento parcial quando se busca caracterizar o Estado. Ao indicar que o Estado, por meio de um conjunto de instituições e prerrogativas, tem o poder de regular a sociedade e servir ao bem comum, ignora-se a sua complexidade, assim como seus movimentos, mutações e configurações. Ainda para Pereira (2009) o Estado, apreendido como um fenômeno histórico e relacional, só pode ser tratado como um processo que contém em si uma dinâmica que articula passado, presente e futuro e, neste movimento, está em constante mutação. A alternativa C está incorreta quando afirma que o Estado tem primeiramente caráter repressivo e atende somente aos interesses da classe dominante. A alternativa D está incorreta ao afirmar que o Estado constitui-se historicamente para atender às demandas da classe trabalhadora. O Estado não atende aos interesses somente da classe trabalhadora. Aponta Pereira (2009) o Estado só pode ser apreendido enquanto uma arena tensa e contraditória, na qual interesses e objetivos diversos e opostos se confrontam. .

Referências: PAIVA et al. Políticas sociais na América Latina: a superexploração do trabalho e outras contradições. In: MATTEI, L. (org.). A América Latina no limiar do século XXI: temas em debate. Florianópolis: Insular, 2011. PEREIRA, P. A. P. Estado, sociedade e esfera pública. Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009.

QUESTÃO Nº 15 Desde 1980, a análise do significado social da profissão está centrada no processo de reprodução das relações sociais, sustentando que a questão social é indissociável das relações sociais capitalistas, nos marcos da expansão monopolista e de seu enfrentamento pelo Estado. O processo de renovação crítica do Serviço Social é vivenciado internamente na categoria profissional, exigindo dos profissionais o entendimento da sua posição na divisão sociotécnica do trabalho. IAMAMOTO, M. V. A Questão Social no Capitalismo. In: TEMPORALIS. Revista da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa. ABEPSS. Ano II, nº 3, janeiro a junho de 2001 (adaptado). Considerando o contexto apresentado, conclui-se que o Serviço Social, A. pela sua trajetória histórica conservadora, edificou um projeto homogêneo de fortalecimento do tradicionalismo profissional e seu ideário conservador. B. sob a perspectiva profissional, é fruto do processo de produção e reprodução das relações sociais e, por isso, afirma-se como uma especialização do trabalho coletivo no quadro do desenvolvimento industrial e da expansão urbana. C. pela sua especificidade, constitui uma planificação do trabalho coletivo no quadro


do desenvolvimento industrial e da expansão urbana. D. pela sua trajetória liberal, constitui uma especialização do trabalho individual no quadro do desenvolvimento industrial e da retração urbana. E. sob a perspectiva profissional, está à parte do processo de produção e reprodução das relações sociais, portanto, não constitui uma especialização do trabalho coletivo.

Gabarito: B

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: Fundamentos Histórico,Teórico-metodológicos do Serviço Social

Autor(a): Cilda M. Dutra Guimarães

Comentário: A alternativa B está correta, porque, conforme aponta Iamamoto (2008), o Serviço Social é uma profissão que se insere na divisão social e técnica do trabalho coletivo da sociedade, ingressando nas instituições como parte do coletivo de trabalhadores que desenvolvem e executam as ações da instituição. Sabemos que a partir da década de 1980 grandes mudanças ocorreram no Serviço Social como profissão, como bem afirma Iamamoto e Carvalho (1982) que o Serviço Social é uma especialização do trabalho da sociedade, inscrita na divisão social e técnica do trabalho, o que supõe afirmar o primado do trabalho na constituição dos indivíduos sociais. Sendo o trabalho uma atividade social, uma de suas características é a coletividade, independentemente do modo de produção no qual ele se insere. Mesmo sendo a competitividade e o individualismo marcas do sistema capitalista e que resulta também, nas relações entre trabalhadores, ainda assim, o trabalho não perde seu atributo de coletividade, principalmente pela intensificação da divisão social e técnica do trabalho, conforme analisa Barroco, (2008); Netto e Braz (2009). O trabalho é uma atividade coletiva, na qual o sujeito nunca é isolado, mas se insere num conjunto de outros sujeitos. O trabalho não é obra de um único indivíduo, mas da cooperação entre os seres humanos. Assim, esta atividade se objetiva socialmente. Na teoria social a reprodução das relações sociais na sociedade capitalista é entendida como reprodução desta sociedade em seu movimento e em suas contradições envolvendo a reprodução de um modo de vida e de trabalho no cotidiano da vida social. O processo de reprodução das relações sociais não é a reprodução da força viva de trabalho e dos meios materiais de produção, mas sim, refere-se à reprodução das forças produtivas sociais do trabalho e das relações de produção, de modo que haja uma relação dos sujeitos e suas lutas sociais, as relações de poder e os antagonismos de classes. O Serviço Social, inserido na divisão social e técnica do trabalho, participa dos processos de produção e reprodução da vida em sociedade, consequentemente, esta participação resulta em um envolvimento da categoria profissional na reprodução das relações sociais capitalistas. O Serviço Social atua não só na reprodução das desigualdades sociais, mas também, nas tensões e movimentos de resistência


resultantes destas relações e desigualdades. Conforme Iamamoto (2008), os assistentes sociais trabalham com as múltiplas dimensões da questão social tal como se expressam na vida dos indivíduos sociais, a partir das políticas sociais e das formas de organização da sociedade civil na luta por direitos. Assim, um desafio é romper as unilateralidades presentes nas leituras do trabalho do assistente social com vieses ora fatalistas, ora messiânicos, tal como se constata no cotidiano profissional (IAMAMOTO, 1992). A alternativa A está incorreta. O conservadorismo e o tradicionalismo vem desde o primórdio da profissão, conforme expõe Bonetti (2008),o adensamento do debate profissional, sobretudo na década de 80 e início dos anos 90, levou a um amadurecimento na reflexão da teoria crítico-dialética, que fundamenta o projeto profissional a partir do chamado processo de reconceituação. Nesse marco histórico da profissão, os profissionais de serviço social, constroem um novo projeto profissional, onde buscam uma nova direção social para a profissão. Em Iamamoto (2009,) “O Serviço Social brasileiro contemporâneo apresenta uma feição acadêmicoprofissional e social renovada, voltada à defesa do trabalho e dos trabalhadores”. O Serviço Social adere a um novo projeto ético-político profissional onde passa a defender os valores e princípios da liberdade, igualdade, democracia, cidadania, universalismo, emancipação, dentre outros. A alternativa C está incorreta, porque, o serviço social, devido a sua especificidade, não se constitui em uma planificação do trabalho coletivo no quadro do desenvolvimento industrial e da expansão urbana, mas é uma especialização no trabalho coletivo. A alternativa D está incorreta, primeiro, porque o trabalho constitui-se em atividade coletiva, e não individual, com os valores competição e individualismo inerentes do sistema capitalista, onde apresenta uma contradição fundamental ,que é a apropriação privada da riqueza produzida socialmente. apresentado um antagonismo que caracteriza a questão social. A alternativa E está incorreta, porque o Serviço Social participa da produção e (re) produção das relações sociais inerentes ao sistema capitalista. Em seu exercício profissional, o profissional de serviço social vem sendo requisitado a dar respostas às demandas da população usuária de serviços e a efetivação de seus direitos, mas também, precisa dar respostas às demandas de quem o emprega. O profissional de serviço social, sendo inserido no contexto capitalista, o mesmo também, como trabalhador assalariado sofre as consequências das contradições inerentes a este sistema; está assim exposto às diversas formas de alienação, exploração, expropriação, opressão, sendo privado do livre acesso aos meios necessários ao pleno desenvolvimento de suas capacidades.

Referências: BARROCO, Maria Lucia Silva. Ética e serviço social: fundamentos ontológicos. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2008. BONETTI, Dilséa Adeodata (org.) et al. Serviço social e ética: convite a uma nova práxis. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2008. (Apresentação). IAMAMOTO, Marilda Villela. Serviço social em tempo de capital fetiche: capital financeiro, trabalho e questão social. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2008. ______. O serviço social na cena contemporânea. In: CFESS, ABEPSS. Serviço social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009. IAMAMOTO, Marilda Villela; CARVALHO, Raul de. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 23. ed. São Paulo:


Cortez, 2008. NETTO, José Paulo. A construção do projeto ético-político do serviço social. Texto redigido em 1999 e originalmente publicado no módulo I de capacitação em Serviço Social e Política Social. Brasília: CFESS/ABEPSS/CEAD/ UnB, 1999.

QUESTÃO Nº 16

A pesquisa da realidade é tarefa essencial para a qualificação do exercício profissional do assistente social. O planejamento da pesquisa é etapa indispensável do processo de investigação, configurando-se como um momento de tomada de decisões sobre o problema da pesquisa, as fontes de informação, os procedimentos para obtê-las e o tratamento dos dados. ALCOFORADO, M. G. Elaboração de projeto de pesquisa. Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília (DF), 2009, p. 719 - 740 (adaptado).

Com relação às etapas para a construção do projeto de pesquisa, avalie as afirmações a seguir. I. O objeto de pesquisa pode ser identificado a partir de uma dificuldade encontrada na prática profissional do assistente social, embora nem sempre seja totalmente desconhecido pelo pesquisador. II. As finalidades, que dão corpo aos objetivos, devem ser definidas com clareza e precisão. A possibilidade de seu alcance será posteriormente verificada pela metodologia de pesquisa. III. As fontes de informação trarão o locus da pesquisa, o universo, a amostra (quando for o caso) e os instrumentos. O levantamento da literatura será alvo prioritário da etapa posterior – a da pesquisa. IV. O cronograma pode ser um elemento flexível, embora funcione como um instrumento de controle das ações do pesquisador, prevenindo o desperdício de tempo e de recursos por meio da distribuição das atividades em determinado período de tempo. É correto apenas o que se afirma em: A) I e II. B) I e IV. C) II e III. D) I, III e IV. E) II, III e IV.

Gabarito: B


Tipo de questão: Nível médio

Conteúdo avaliado: Pesquisa em Serviço Social Autor(a): Prof.a Danielli da Silva Borges Reis

Comentário: A questão trata da importância da construção do Projeto de Pesquisa como parte do processo necessário ao conhecimento da realidade, o que é fundamental ao exercício da profissão mediante uma conjuntura que se atualiza permanentemente. Em seguida, apresenta afirmativas para serem avaliadas acerca dos elementos constitutivos de um projeto, concernentes à etapa de planejamento, e que são sistematizados no projeto com a apresentação das ações (fundamentadas) a serem desenvolvidas ao longo da investigação. Dessa maneira, faz-se fundamental comentar cada uma das afirmativas apresentadas. A primeira aborda o objeto de pesquisa como resultado de um problema detectado, o que é verdadeiro, visto que a necessidade de descoberta se dá a partir de um questionamento mediante situações conflitantes que estão ocorrendo, isto é, de uma pergunta que se faz à realidade posta e que se tem o interesse em responder. Assim, delimita-se o tema e o objeto da pesquisa. A segunda afirmativa gira em torno dos objetivos da pesquisa e é falsa. Neste ponto, o equívoco está em afirmar que a verificação da possibilidade de tais fins serem alcançados pela metodologia se dará “posteriormente”. Inicialmente, entende-se que objetivos são metas que a pesquisa pretende cumprir; e, como parte do planejamento, ao apresentá-los pressupõe-se alcança-los. Para tanto, como instrumento a favor da ciência e condição necessária a sua competência, a opção por determinada metodologia – e prevista já no projeto de pesquisa – deve assegurar à investigação o caminho adequado a ser seguido de modo a cumprir os objetivos propostos. O que se quer dizer é que os objetivos almejados para a pesquisa estão atravessados pela metodologia e esta, por sua vez, ao delimitar o tipo de pesquisa que se realizará e o rigor lógico a ser seguido, deve estar em sintonia com os objetivos buscados, sujeitando-se a eles, pois compromissada com o resultado tensionado. Escolher-se-á uma metodologia que atenda às necessidades das metas que se propôs atingir. Assim, não deve ser a metodologia o entrave para o alcance de tais objetivos, até porque este “caminho” pode (e deve) ser alterado a tempo, isto é, antes do término do cronograma disponível para a pesquisa, de modo que as metas sejam cumpridas, deixando de ser possibilidades. A terceira enunciado da questão se ocupa das fontes da pesquisa e do levantamento da literatura inicial para a realização da pesquisa. Esta afirmativa é falsa, visto que o levantamento das fontes, sejam elas de natureza documental ou bibliográfica, é uma etapa a ser realizada antecipadamente e devem constar suas indicações e revisão das mesmas no próprio projeto de pesquisa. Assim, tais referências devem ser buscadas em fase incipiente da proposta de pesquisa, pois é o uso delas que fundamenta o projeto, demonstrando a possibilidade de responder adequadamente ao problema levantado. O que não quer dizer que tais fontes são suficientes à investigação. Trata-se de uma fase de exploração que possibilita a delimitação do assunto, a formulação da hipótese, e mesmo o aprimoramento do problema e da metodologia pensada. Outras buscas certamente se farão necessárias no decorrer do desenvolvimento da pesquisa. A quarta e última afirmativa está correta, uma vez que é preciso delimitar o tempo que


será essencial para a realização de cada uma das etapas da investigação, apresentando no projeto, portanto, um cronograma com as ações necessárias à efetivação da pesquisa. Contudo, embora importante para dimensionar, organizar e controlar melhor este tempo, o cronograma é um instrumento que apresenta uma estimativa do tempo e, por isso, é flexível, podendo sofrer alterações mediante as contingências e imprevistos que, forçosamente, mudam os prazos preestabelecidos. Em suma, tal questão exige do estudante certo domínio do processo de construção do projeto de pesquisa e, por isso, cobra-lhe conhecimento acerca dos elementos constantes num projeto, mas, simultaneamente, também leva o estudante a demonstrar familiaridade com o próprio ato de pesquisar. A alternativa correta é a B. Referências: DEMO, Pedro. Metodologia científica em Ciências Sociais. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1985. ECO, Umberto. Como se faz uma tese. 24. ed. São Paulo: Perspectiva, 2012. HERNÁNDES SAMPIERI, Roberto; COLLADO, Carlos Fernándes; BAPTISTA LUCIO, Maria del Pilar. Metodologia de pesquisa. Porto alegre: Penso, 2013. MARSIGLIA, Regina Maria Giffone. O projeto de pesquisa em Serviço Social. In: Capacitação em Serviço Social e Política Social. Mod. 5. Brasília: CFESS, ABEPSS, CEAD/NED-UnB, 2000. p. 17-44. NBR 15287. Informação e documentação – Projeto de pesquisa. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.

QUESTÃO Nº 17

Analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. A Constituição Federal de 1988 e a Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080/1990) apresentam a saúde como direito do cidadão e dever do Estado. PORQUE II. O Estado deve buscar a formulação e execução de políticas voltadas à redução de riscos de doenças e ao estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços de saúde. Assinale a opção correta. A As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. B As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. C A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. D A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E As asserções I e II são proposições falsas.


Gabarito: B

Tipo de questão: Média

Conteúdo avaliado: Política Social e Serviço Social

Autor(a): Carmen Regina Paro; Sandra de Faria

Comentário De acordo com os parâmetros para atuação do assistente social na política de saúde, publicado pelo CFESS (2010), a universalidade do direito – um dos fundamentos centrais do SUS e contido no projeto de Reforma Sanitária – é um dos aspectos que tem provocado resistência dos formuladores do projeto privatista da saúde. Os valores solidários, coletivos e universais que pautaram a formulação da Seguridade Social inscrita na Constituição de 1988 estão sendo substituídos pelos valores individualistas, corporativos, focalistas, que fortalecem a consolidação do projeto voltado para o mercado, que tem por suporte a consolidação do SUS para os pobres e a segmentação do sistema. A saúde foi uma das áreas em que os avanços constitucionais foram mais significativos. O Sistema Único de Saúde (SUS), integrante da Seguridade Social e uma das proposições do Projeto de Reforma Sanitária, foi regulamentado, em 1990, pela Lei Orgânica da Saúde (LOS). Esse entendimento assegura que as afirmativas I e II são verdadeiras, mas a saúde como direito ressalta uma concepção ampliada de saúde, considerada como melhores condições de vida e de trabalho, ou seja, com ênfase nos determinantes sociais. Nesse sentido a afirmativa II ao enfatizar as políticas voltadas à redução de riscos de doenças não contempla o principio da universalização da política social de saúde. A Alternativa correta é a B.

Referências: BRAVO, Maria Inês Souza. Serviço Social e Reforma Sanitária: lutas sociais e práticas profissionais. São Paulo: Cortez; Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 1996. ______. Serviço Social e saúde: desafios atuais. Temporalis. Revista da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social – ABEPSS/Política de Saúde e Serviço Social: Impasses e Desafios, São Luís, nº 13, ABEPSS, jan./jun. 2007. MATOS, Maurílio Castro. O debate do Serviço Social na Saúde na década de 90. Serviço Social e Sociedade, São Paulo, nº 74, Cortez, 2003. VASCONCELOS, Ana Maria de. A prática do Serviço Social: Cotidiano, formação e alternativas na área da saúde. São Paulo: Cortez, 2002.


QUESTÃO Nº 18 Os critérios mais usuais em avaliação são os relacionados com eficiência, eficácia e efetividade da ação. Uma ação programada tem compromisso nesses três níveis de abordagem. BAPTISTA, M. V. (2007). Planejamento social: intencionalidade e instrumentação. São Paulo: Veras, 2000 (adaptado). Considerando o tema abordado acima, avalie as seguintes afirmações. I. Eficiência é a adequação da ação para o alcance dos objetivos e das metas previstas e representa o grau em que eles foram alcançados. II. Eficácia é a correlação entre os efeitos dos programas (benefícios) e os esforços (custos) empreendidos para obtê-los. III. Na efetividade, questiona-se se a proposta, os objetivos e a ação desenvolvida deram respostas adequadas e duradouras à realidade (cobertura e abrangência da população demandatária), no limite do âmbito da intervenção planejada. É correto o que se afirma em A I, apenas. B III, apenas. C I e II, apenas. D II e III, apenas. E I, II e III.

Gabarito: B

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: Gestão Social

Autor(a): Denise Carmen de Andrade Neves

Comentário: A questão aborda os critérios da avaliação no planejamento social. Segundo Baptista (2007), uma ação programada tem compromissos em termos de eficiência, eficácia e efetividade da ação. Uma intervenção que se propõe realizar mudanças efetivas no contexto geral tem que desenvolver formas de ação competentes, eficientes, eficazes e efetivas, ante as diferentes dimensões da problemática em foco. A avaliação da eficiência incide diretamente sobre a ação desenvolvida e tem por objetivo reestruturar a ação para obter menor custo e ao menor esforço. A eficácia é analisada a partir do estudo da adequação da ação para o alcance dos objetivos e metas previstos no planejamento e do grau em que os mesmos foram alcançados. A avaliação da efetividade diz respeito ao estudo do impacto do planejado sobre a situação, à adequação dos objetivos definidos para o atendimento da problemática objeto da intervenção, ou melhor, ao estudo dos efeitos da ação sobre a questão objeto do planejamento. Diante o exposto a Alternativa B é a correta.


Referências: BAPTISTA, M. V. (2007). Planejamento social: intencionalidade e instrumentação. São Paulo: Veras, 2000 (adaptado). QUESTÃO Nº 19

As transformações societárias que ganharam impulso a partir de 1970 trouxeram mudanças ao mundo do trabalho provocadas pelas requisições do capital no bojo do projeto neoliberal. No entanto, as transformações não se esgotaram no âmbito produtivo, mas alcançaram a totalidade social. Tal fenômeno foi sentido com intensidade nas chamadas sociedades tardio-burguesas, ou periféricas. NETTO, J. P. Crise do capital e consequências societárias. Revista Serviço Social e Sociedade. São Paulo: v. 111, jul-set, p. 413 - 429, 2012 (adaptado).

O modelo neoliberal em sociedades periféricas desenvolveu-se tendo como pressuposto I. a privatização do patrimônio do Estado, transferindo riquezas nacionais ao grande capital. II. o pleno emprego, em decorrência da ampliação exponencial do processo produtivo industrial e do setor de serviços. III. a flexibilização da produção e das relações de trabalho, alterando as configurações tayloristas-fordistas e reduzindo os direitos trabalhistas. IV. a desregulamentação das relações comerciais e financeiras, resultando na flexibilização das proteções comerciais-alfandegárias e na liberalização dos fluxos financeiros. É correto apenas o que se afirma em A I e II. B II e IV. C III e IV. D I, II e III. E I, III e IV. Gabarito: E

Tipo de questão: Escolha combinada, com indicação da resposta correta

Conteúdo avaliado: Fundamentos Histórico-Teórico-metodológicos do Serviço Social

Autor(a): Eliana de Andrade Sarmento Tavares; Mari Aparecida Bortoli e Heloísa Teles

Comentário:


O neoliberalismo em sociedades periféricas desenvolveu-se tendo como pressuposto:

Na direção das reflexões acima, a alternativa E está correta porque combina as afirmativas I, III e IV. O neoliberalismo em sociedades periféricas desenvolveu-se tendo como pressuposto (I) a privatização do patrimônio do Estado, ou seja, “a transferência ao grande capital [de] parcelas expressivas de riquezas públicas” (NETTO, 2012, p, 417). No bojo desse processo encontra-se a erosão das regulações estatais incentivadas pelas corporações imperialistas e pelo grande capital. Essas ações visam “claramente à liquidação de direitos sociais, ao assalto ao patrimônio e ao fundo público, com a ‘desregulamentação’ sendo apresentada como ‘modernização’ que valoriza a ‘sociedade civil’, liberando-a da tutela do ‘Estado protetor’” (NETTO, 2012, p. 422). Outro pressuposto neoliberal refere-se à (III) flexibilização da produção e das relações de trabalho. Em face dos interesses do capital, na sociedade burguesa, a produção segmentada substitui a produção em massa, propiciando uma mobilidade dos polos produtivos, encadeados em redes supranacionais. Concomitantemente, cresce a força de trabalho excedente, e na sociedade tardio-burguesa cresce o chamado exército industrial de reserva evidenciando o “desemprego estrutural” (NETTO, 2012, p. 417). Exigem-se mais trabalho e menos trabalhadores, condensando um aumento da exploração e compressão sobre “os salários daqueles que conseguiram manter seus empregos, derivando em ponderável aviltamento do padrão de vida” (NETTO, 2012, p. 423). O último pressuposto diz respeito à (IV) desregulamentação das relações comerciais e financeiras que significou a liquidação das proteções comercial-alfandegárias dos Estados mais fragilizados e o oferecimento ao capital financeiro, de uma liberdade radical que acabou potencializando os ataques especulativos contra as economias nacionais. A desregulamentação significa a liberdade de movimento para a especulação contra as economias nacionais. Já a assertiva (II) não se constitui como pressuposto, pois o pleno emprego não resulta da ampliação do processo produtivo industrial e do setor de serviços e, portanto, não condiz com o projeto neoliberal. A ampliação do processo produtivo industrial e do setor de serviços não modificou a essência exploradora da relação capital/trabalho e tem se exponenciado a cada dia através das jornadas de trabalho prolongadas, da intensificação do trabalho e da enorme defasagem entre o crescimento das rendas capitalistas e o crescimento da massa salarial, “resultando na extração articulada de mais-valia absoluta e relativa e na recuperação de formas de trabalho típicas dos primeiros momentos da instauração do capitalismo” (NETTO, 2012, p. 425). Nesse viés, observa-se que o neoliberalismo não preconiza à garantia de emprego para todos os trabalhadores e com remuneração justa, pelo contrário, estimula a informalidade, a subcontratação, a terceirização e a diminuição dos rendimentos médios dos trabalhadores. Para Netto (2012), o mercado de trabalho vem sendo reestruturado e as inovações levam a precarização das condições de vida e trabalho, resultando em desemprego e informalidade.

Referências: ANTUNES, Ricardo. O caracol e sua concha. São Paulo: Boitempo, 2005. MÉSZSÁROS, István. Para além do capital. São Paulo: Boitempo, 2002. NETTO, J. P. Crise do capital e consequências societárias. Revista Serviço Social e Sociedade. São Paulo, v. 111, jul.-set., p. 413-429, 2012 (adaptado).


PRADO JUNIOR, Caio. Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. NETTO, José Paulo; BRAZ, Marcelo. Economia Política, uma introdução Critica. Cortez, 5ª Ed. SP: 2009.

QUESTÃO Nº 20

A partir da Constituição Federal de 1988, os direitos sociais superaram a visão assistencialista e a Política da Assistência Social tornou-se uma política no tripé da seguridade social. Os serviços são hierarquizados em Proteção Social Básica e Proteção Social Especial, sendo o atendimento concretizado por meio de equipamentos sociais. De acordo com a Tipificação Nacional de Serviços Assistenciais, publicada em 11 de novembro de 2009, os serviços de Proteção Social Especial de Média Complexidade são: A Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias Indivíduos (PAEFI) e Serviço de Proteção em situações de calamidades públicas e de emergências. B Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos e Serviço Especializado em Abordagem Social. C Serviço de Proteção Social a adolescentes em cumprimento de medida sócio educativa de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) e Serviço de Proteção em situações de calamidades públicas e de emergências. D Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua e Serviço Especializado em Abordagem Social. E Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias e Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos.

Gabarito:D

Tipo de questão: Média

Conteúdo avaliado: Política Social e Assistência Social.

Autor(a): Ilza de Carvalho Santos


Comentário: A questão posta faz referência aos avanços na área da Política de Assistência Social como garantidora de direitos sociais a partir da Constituição Federal de 1988 (CF/88). Proporciona ao estudante desenvolver o espírito investigativo em relação a Tipificação Nacional de Serviços Assistenciais ao enfatizar os elementos específicos de Proteção Social Especial de Média Complexidade. A Alternativa correta é a D.

Referências: COUTO, B. R. (Org.); YAZBEK, Maria Carmelita (Org.) ; SILVA, Maria Ozanira da Silva e (Org.) ; RAICHELIS, R. (Org.) . O Sistema Único de Assistência Social no Brasil: uma realidade em movimento. 4. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2014. v. 1. 327p

FERREIRA, Stela da Silva. NOB-RH. Anotada e Comentada – Brasília, DF: MDS; Secretaria Nacional de Assistência Social, 2011. 144 p. ; 23. ISBN: 1. Gestão do Trabalho no SUAS, Brasil. 2. Políticas públicas, Brasil. 3. Assistência social, Brasil. Acesso dias 01/06/2016 ás 17h. http://edesp.sp.gov.br/edesp2014/wp-content/uploads/2014/06/NOB_RH_SUAS-anotada-ecomentada.pdf RESOLUÇÃO Nº 109, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2009. Tipificação Nacional de Serviços Sócioassistenciais. Reimpressão 2013. Lei Federal n. 8.742, de 7 de dezembro de 1993. (LOAS).http://www.cressmg.org.br/coletanea/Home/Lei/13. Acesso 06/06/2016 às 18h.

QUESTÃO Nº 21 Os indicadores sociais constituem recursos metodológicos para retratar a realidade social, de forma simplificada, mas objetiva e padronizada. Para o assistente social, esses recursos são fundamentais, pois contribuem para o desvendamento da realidade vivenciada pela população. No cotidiano de seu trabalho, é indispensável a interpretação de gráficos e tabelas, a fim de construir propostas de intervenção que reflitam as necessidades e demandas dos usuários.


Com base no gráfico apresentado sobre o perfil demográfico da população brasileira, avalie as afirmações que se seguem. I. Nota-se um aumento significativo da incidência do grupo com até 24 anos de idade quando comparados os anos de 2001 e 2011. II. Nos grupos de idade mais avançada, as mulheres predominam em relação aos homens. III. Observa-se uma redução do grupo com 80 anos de idade ou mais quando comparados os anos de 2001 e 2011. IV. Observa-se uma tendência ao envelhecimento da estrutura etária, como reflexo da diminuição das taxas de fecundidade. V. Ocorre um estreitamento da base da pirâmide, que retrata a diminuição do número de nascimentos e da possibilidade de reposição da população. É correto apenas o que se afirmar em : A I, II e III. B I, II e IV. C I, III e V. D II, IV e V. E III, IV e V.

Gabarito: D

Tipo de questão: Media

Conteúdo avaliado: Gestão Social


Autor(a): Josué Vieira Filho

Comentário: A questão permite ao estudante a compreensão da importância de leituras de indicadores sociais, na representação de gráficos e tabelas, como norteadores para as possíveis propostas de trabalho e de intervenção sócio profissional. A Alternativa correta é a D, considerando que combina as afirmativas II, IV e V.

QUESTÃO Nº 22

O capítulo V do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990) dispõe sobre o direito à profissionalização e à proteção no trabalho. Segundo essa legislação, é proibido que menores de dezesseis anos de idade trabalhem, salvo A com autorização dos pais. B na condição de aprendiz, a partir dos doze anos.


C na condição de aprendiz, a partir dos quinze anos. D na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos. E na condição de aprendiz, a partir dos dezesseis anos.

Gabarito: D

Tipo de questão: fácil

Conteúdo avaliado: Política Social e Serviço Social

Autor(a): Lúcia Abadia de Carvalho Queiroz

Comentário: A questão, apesar de ser de fácil resolução, traz um tema relevante e desafiante que é o ECA e, especificamente, o trabalho e a profissionalização de Crianças e Adolescentes. O ECA se situa no campo dos Direitos Sociais, presentes na Constituição Federal de 1988, como avanço e conquista da sociedade através das lutas e organizações nos diversos movimentos e organizações sociais, onde se insere a luta e a participação da sociedade brasileira, em defesa dos direitos da criança e adolescente. Com o ECA demarca-se uma ruptura com a concepção e a prática vigente até à ditadura militar com relação às crianças e adolescentes. Assume-se a proteção integral de crianças e adolescentes e esta população por meio de uma legislação pública e universalizadora de atenção às crianças e adolescentes é assegurada em Lei. Portanto, trazer questões sobre o ECA, é oportunidade de desafiar a pensar criticamente, num contexto de riscos de desconstrução dos direitos. A Alternativa correta é a D. Referências: BEHRING, Elaine Rossetti. Brasil em contra-reforma: desestruturação do Estado e perda de direitos. São Paulo: Cortez, 2003. CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil. O longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. FALEIROS, V. P.. Infância e processo político no Brasil. In: Irene Rizzini; Francisco Pilotti. (Org.). A arte de governar crianças. 1 ed.Rio de Janeiro: Santa ùrsula, 1995, v. 1, p. 47-98. .

QUESTÃO Nº 23


A globalização não é um fenômeno recente, seu desenvolvimento histórico adquiriu características próprias e repercussões específicas no contexto social, político e econômico. O seu avanço trouxe a percepção, cada vez mais presente, da ampliação das relações sociais, concomitante ao de encolhimento do mundo. As causas de tal percepção podem ser classificadas historicamente em três períodos históricos. O século XV foi palco de conquistas e colonização, a constituição de rotas internacionais marcou o primeiro período. O segundo período, caracterizado pelos grandes eventos do século XVIII, como a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, ensejou a globalização do capitalismo e das teorias econômicas, a formação do proletariado e o incremento do comércio mundial. A “questão social” adquiriu os seus contornos como expressão das condições de vida da classe trabalhadora na esfera capitalista. O terceiro período, com inserção temporal no século XX, caracterizou-se pela demanda substancial das indústrias por novas fontes de energia, a inovação dos meios de transportes, o desenvolvimento da ciência e da tecnologia. Ao mesmo tempo em que as relações sociais se intensificaram, a sensação de “encolhimento” do mundo se tornou ainda mais forte devido, principalmente, à facilidade e rapidez das comunicações. RAMALHO, Nélson Alves. Processos de globalização e problemas emergentes: implicações para o Serviço Social contemporâneo. In: Revista Serviço Social e Sociedade. São Paulo: Cortez, 2012, p. 345 a 368 (adaptado).

Com base no texto apresentado, avalie as afirmações a seguir. I. A economia foi a principal instância propulsora da primeira fase da globalização. II. A divisão internacional do trabalho instaurada no segundo período foi determinante na inserção periférica dos países do Cone Sul. III. O crescimento dos aglomerados urbanos e a distribuição mais equitativa de renda caracterizaram o segundo período, no qual a população rural pauperizada foi incluída no processo industrial. IV. A capacidade de educação do conjunto da sociedade, no terceiro período, é condicionante para que a economia dos países se aproprie do processo de informação, elemento fundamental para a competitividade na esfera global. É correto apenas o que se afirma em A I e II. B I e III. C III e IV. D I, II e IV. E II, III e IV.

Gabarito: D

Tipo de questão: média


Conteúdo avaliado: Capitalismo e Questão Social

Autor(a): Lúcia Abadia de Carvalho Queiroz

Comentário: A questão traz uma contextualização histórica do capitalismo. Contribui para a compreensão da globalização capitalista de maneira crítica, entendendo-a em suas particularidades nos vários períodos históricos. Ao mesmo tempo em que coloca a importância de entender a globalização de maneira ampla e como construção histórica, põe também a necessidade em situá-la nos diferentes momentos e períodos construídos e vividos pelos homens, nas suas relações econômicas, políticas e sociais. Apresenta a contextualização histórica da “questão social”, nos marcos da sociedade capitalista. As alternativas de resposta exigem conhecimento para perceber que em uma afirmação, aparentemente correta, está presente uma afirmação inverídica. Assim, a Alternativa correta é a D, ao combinar as afirmativas I, II e IV. Referências: HOBSBAWN, Eric. Sobre História. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. IAMAMOTO, Marilda V. A questão social no capitalismo. In: Temporalis 3. Ano II, Rio de Janeiro: ABEPSS, Janeiro a junho de 2001. NETTO, José Paulo. Cinco notas a propósito da “questão social”. In: Temporalis 3. Ano II, Rio de Janeiro: ABEPSS, Janeiro a junho de 2001. PEREIRA, Potyara A. P. Questão social, serviço social e direitos de cidadania. In: Temporalis 3. Ano II, Rio de Janeiro: ABEPSS, Janeiro a junho de 2001. QUESTÃO Nº 24

O aumento da demanda e a escassez de verbas levam os profissionais a desempenhar a tarefa de selecionar aqueles que terão acesso ao serviço, através do levantamento de informações sobre a vida do usuário. Assim coloca-se uma contradição, ainda que os profissionais procurem socializar as informações na perspectiva da universalidade dos serviços sociais, na hora de repassar o recurso material, sua ação se pauta num processo de seletividade dos serviços. Isso mostra que o direcionamento do discurso profissional não é suficiente para romper a lógica fragmentária dos serviços assistenciais. A perspectiva do direito social, ainda que seja enfatizada no discurso do profissional que repassa o recurso, é atropelada pela seletividade imposta pela instituição. TRINDADE, R. L. P. Ações Profissionais, procedimentos e instrumentos no trabalho dos assistentes sociais. In: SANTOS, C. M. et al (orgs). A dimensão Técnico-operativa no Serviço Social. 2012, p. 75 (adaptado).

É no cotidiano da prática do assistente social que as dimensões da profissão se confrontam, se entrecruzam e se complementam. Com base nas reflexões


apresentadas, as duas dimensões evidenciadas são A técnico-operativa e teórico-metodológica. B teórico-metodológica e a intersetorialidade. C teórico-metodológica e ético-política. D ético-política e técnico-operativa. E ético-política e a intersetorialidade.

Gabarito: D

Tipo de questão: média

Conteúdo avaliado: Serviço Social e Processo de Trabalho

Autor(a): Maisa Miralva da Silva

Comentário: A Alternativa correta é a de letra D, ou seja, as dimensões ético-política e técnicooperativa, nessa ordem. Isso porque o enunciado traz, de um lado, o compromisso ético-político da categoria com a universalidade dos direitos sociais e, de outro lado, a realidade da limitação de recursos financeiros que determinam a seletividade no acesso aos direitos e estabelecem, no cotidiano profissional, um paradoxo que se explicita nas dimensões da profissão. Referências: BARROCO, Maria Lúcia. Os fundamentos sócio-históricos da ética. Programa de capacitação continuada para assistentes sociais, Módulo II: Reprodução Social, Trabalho e Serviço Social. Brasília: CFESS/ABEPSS-UNB/CEAD, 1999. GUERRA, Yolanda. A Instrumentalidade do Serviço Social. São Paulo, Cortez, 1995. NETTO, José Paulo. "Cinco notas a propósito da "questão social"". Temporalis, número 3, Brasília: ABEPSS, 2001.

QUESTÃO Nº 25 O reconhecimento de que o assistente social atua nas expressões da questão social é fruto do amadurecimento profissional ao longo da história. Acerca da questão social, avalie as seguintes afirmações.


I. A questão social é fruto da ordem capitalista e possui expressões que estão sujeitas a modificações e intensificações. II. A questão social colide com a sociedade capitalista e suas expressões são problemas inerentes aos sujeitos sociais. III. As expressões da questão social são resultantes do processo de consolidação e amadurecimento da sociedade capitalista. É correto o que se afirma em A - I, apenas. B - II, apenas. C - I e III, apenas. D - II e III, apenas. E - I, II e III.

Gabarito: C

Tipo de questão: fácil

Conteúdo avaliado: Serviço Social e processo de trabalho Autor(a): Maria Conceição Sarmento Padial Machado Comentário A Alternativa correta é a letra C, isto é, estão corretos os itens: “I. A questão social é fruto da ordem capitalista e possui expressões que estão sujeitas a modificações e intensificações”; e “III. As expressões da questão social são resultantes do processo de consolidação e amadurecimento da sociedade capitalista”. As expressões da questão social são manifestações das desigualdades da sociedade capitalista que se traduzem em conflitos e contradições que necessitam enfrentamento por parte do Estado. São incorretas as alternativas que incluem o item II: “A questão social colide com a sociedade capitalista e suas expressões são problemas inerentes aos sujeitos sociais”. Esse item é falso por ser justamente a negação da relação das expressões da questão social com o sistema capitalista e a responsabilização do indivíduo. O Serviço Social é uma profissão que trabalha com a investigação da realidade concreta e busca alternativas de enfrentamento para garantia dos direitos sociais da classe trabalhadora. Assim sendo, a profissão não responsabiliza o indivíduo pelas expressões da questão social, mas analisa a realidade objetiva e subjetiva decorrentes da relação de exploração capital e trabalho. Referências: IAMAMOTO, Marilda V. A questão social no capitalismo. In: Temporalis 3. Ano II. Rio de Janeiro: ABEPSS, 2001. _________. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1999.

QUESTÃO Nº 26


A Política de Saúde construída na década de 1980 expressou avanços na direção do Projeto da Reforma Sanitária. A partir de 1990, ocorre o fortalecimento do projeto de saúde privatista. Entre as principais propostas do projeto privatista de saúde, destacam-se: I. II. III. IV. V.

caráter focalizado. estímulo ao seguro privado. concepções de saúde como direito. terceirização das unidades de saúde. universalização da atenção à saúde.

É correto apenas o que se afirma em A I, II e IV. B I, II e V. C I, III e V. D II, III e IV. E III, IV e V.

Gabarito: A

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: Serviço Social e Política pública de saúde.

Autor(a): Maria Ciurinha Pereira dos Santos

Comentário: A política de saúde como política social deve ser viabilizada por meio da política econômica, que vem sendo construída desde os anos de 1980. Trata-se de um movimento amplo com protagonismo de sujeitos intelectuais, trabalhadores, gestores e usuários desta política. O projeto de saúde no Brasil por meio do Movimento da Reforma Sanitário manteve uma estreita relação com o processo de regulamentação da seguridade social brasileira. A Constituição Federal (BRASIL, 1988) imprimiu uma nova lógica de organização das políticas públicas no Brasil, em especial da saúde, com garantia de conceitos e princípios fundamentais para o exercício da emancipação e desenvolvimento social. Nesse sentido a interesses antagônicos no campo da saúde: o projeto do capital, ou seja, o projeto privatista, e o projeto dos trabalhadores e dos setores progressistas. A disputa de interesses intensifica-se à medida que se trata de uma relação dialética e contraditória por meio de dois projetos que, têm dois elementos em tensão: o reformador imprescindível para transformar instituições e processos, e o revolucionário, que é a questão sanitária, só superada com a mudança efetiva nas práticas e na qualidade de saúde da população. A construção democrática é a única via para se conseguir a Reforma Sanitária e a mobilização política, uma de suas estratégias, sendo o desafio colocado para os setores progressistas de


saúde (BRAVO, 1996, p. 84).

A questão correta é a Alternativa A, por combinar as afirmativas sobre os pressupostos da saúde privatista, como: I. caráter focalizado. II. estímulo ao seguro privado e a IV. terceirização das unidades de saúde. O processo histórico de luta pelo direito à saúde no Brasil, pautado no projeto da Reforma Sanitária, que teve inicio a partir dos anos 1990, que meados dessa década foi consolidado no entanto o projeto de saúde com articulação ao mercado ou privatista, na atualidade é o que perpetua por meio da política de ajuste, que tem como tendência a contenção dos gastos com a racionalização da oferta e a descentralização com isenção de responsabilidade do poder central. Ao Estado cabe garantir um mínimo aos que não podem pagar, ficando para o setor privado o atendimento aos cidadãos consumidores. Como principais características destacam-se: o caráter focalizado para atender às populações vulneráveis, a privatização dos serviços e o questionamento da universalidade do acesso (BRAVO, 2010, p. 13).

A questão leva o estudante a uma reflexão sobre a política de saúde construída na década de 1980 quando conquistou grandes avanços na direção do Projeto da Reforma Sanitária. Nesse sentido, em 1990, há um retrocesso com o fortalecimento do projeto de saúde privatista, ainda presente nessa conjuntura.

Referências: BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988. ______. Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990. Lei Orgânica da Saúde – (LOS). BRAVO, Maria Inês Souza. Serviço social e Reforma Sanitária:lutas sociais e práticas profissionais. São Paulo: Cortez / UFRJ, 1996. ______. . A saúde no Brasil e em Portugal na atualidade: o desafio de concretizar direitos. Serviço social e Sociedade, São Paulo, no 102, p. 5 – 21, abr./jun. 2010. CORREIA, Maria Valéria Costa. A saúde no contexto da crise contemporânea do capital: o Banco Mundial e as tendências da conra-reforma na política de saúde brasileira. In: Temporalis. Revista da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço SocialABEPSS/Política de Saúde e Serviço Social: Impasses e desafios. Ano VII, nº 13, ( janeiro/ junho 2007). São Luís: Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social. SIMÕES, Carlos. Curso de direito do serviço social. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2011, v. 3 (Biblioteca Básica de Serviço Social).

QUESTÃO Nº 27

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 194, prevê que a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. São princípios que organizam a seguridade social a


I. universalidade da cobertura, sem pretensão de garantir direitos iguais a todos os cidadãos. II. seletividade e distributividade na prestação de serviços, garantindo a discriminação positiva”. III. uniformidade e equivalência dos benefícios entre trabalhadores urbanos e rurais. IV. irredutibilidade do valor dos benefícios, podendo ser menor que um salário mínimo. V. diversidade das bases de financiamento. É correto apenas o que se afirma em A II e V. B I, II e IV. C I, III e IV. D III, IV e V. E I, II, III e V.

Gabarito: E

Tipo de questão: fácil

Conteúdo avaliado: Serviço Social e Seguridade Social Autor(a): Vera Lucia dos Santos

Comentário: A questão analisa a seguridade social como um sistema de proteção social que abrange a previdência social, saúde e assistência social. A seguridade social amplia a abrangência de cada uma das políticas, mas sua principal relevância é dar tratamento constitucional a essa tripé, instaurando as bases de um sistema de proteção social no Brasil. Reconhecida como campo dos direitos sociais, a seguridade social passa a ser organizada por princípios universalizantes, como se demonstra nas afirmativas I, II, III

e V. Assim a Alternativa correta é a Letra E.

Referências: Bobbio, Norberto. O futuro da democracia. Paz e Terra. Rio de Janeiro, 2015. CFESS. Parâmetros para a atuação dos assistentes sociais na política de saúde. Brasília, 2010. MOTA, Ana Elizabete (org). O mito da assistência social: ensaios sobre Estado, política e sociedade/ 2ª ed.rev.ampl. – São Paulo: Cortez, 2008. ----------------------------. Serviço Social e Seguridade Social: uma agenda recorrente e


desafiante. In: Revista Em Pauta nº 20 – Trabalho e sujeitos políticos. UERJ, 2007. SIMÕES, Carlos. Lei 8080/90. Lei Orgânica da Saúde (LOA). Curso de Direito de Serviço Social. Cortez, Volume 3. 3ª ed. São Paulo, 2009.

QUESTÃO Nº 28 Projetos societários são aqueles que apresentam uma imagem de sociedade a ser construída – são projetos coletivos. Seus traços peculiares residem no fato de se constituírem como projetos macroscópicos, como propostas para o conjunto da sociedade. Somente eles apresentam esta característica, outros projetos coletivos não possuem esse nível de amplitude e inclusividade. NETTO, J. P. A construção do projeto ético-político do Serviço Social frente à crise contemporânea. In: Capacitação em Serviço Social e Política Social. Módulo I. Crise contemporânea, questão social e Serviço Social. Brasília, UNB – CEAD, 1999. A respeito dos projetos societários, avalie as afirmações a seguir. I.

II.

III.

IV.

Em sociedades como a brasileira, os projetos societários são, necessária e simultaneamente, projetos de classe, ainda que refratem mais ou menos fortemente determinações de outra natureza (culturais, de gênero, étnicas etc). As transformações em curso na ordem capitalista reduziram a ponderação das classes sociais e do seu antagonismo na dinâmica da sociedade, pois o poder está bem distribuído entre os partidos oriundos das classes populares. O projeto ético-político do Serviço Social não é um projeto societário, embora tenha inelimináveis dimensões políticas, seja no sentido amplo (referido às suas relações com os projetos societários), seja em sentido estrito (referido às perspectivas particulares da profissão). O projeto societário do Serviço Social é representado por um pacto entre seus membros no qual se incluem aspectos imperativos ou compulsórios.

É correto apenas o que se afirma em: A) B) C) D) E)

I e III. II e III. II e IV. I, II e IV. I, III e IV.

Gabarito: A


Tipo de questão: Média

Conteúdo avaliado: Fundamentos Histórico-teórico-metodológicos do Serviço Social

Autor(a): Marly Machado Bento

Comentário Não há dúvidas que o projeto ético político do Serviço Social brasileiro está vinculado a um projeto de transformação da sociedade. Nas últimas décadas, o serviço social brasileiro, vem buscando romper com o tradicionalismo e conservadorismo profissional, redimensionando e renovando-se no âmbito da interpretação teóricometodológica e política. Nesta perspectiva, o Projeto Ético Político Profissional é indissociável dos projetos societários. A Alternativa A é a correta, considerando que a afirmativa I avalia que os projetos societários, dizem respeito às lutas de classe, mesmo que as reivindicações encontrem-se fragmentas em relação as determinações – sejam elas culturais, de gênero, étnicas, dentre outras –, trazendo em seu ventre as contradições oriundas do capitalismo. Logo, os projetos societários que são projetos de classe compreendem propostas para o conjunto da sociedade, apresentando uma imagem de sociedade a ser edificada. Está correta também a afirmativa III, considerando que o Projeto ÉticoPolítico do Serviço Social é um projeto profissional e não um projeto societário, sendo, portanto, limitado às questões do corpo profissional. Sobre as outras afirmativas II e IV, Netto (1999, p. 2) afirma que as “transformações em curso na ordem capitalista não reduziram a ponderação das classes sociais e do seu antagonismo na dinâmica da sociedade”, portanto, a afirmativa II está incorreta. Ainda, está incorreta a afirmativa IV porque equivocadamente trata o projeto societário e o projeto ético-politico profissional como se fossem idênticos.

Referências: NETTO, J. P. Transformações societárias e Serviço Social: notas para uma análise prospectiva da profissão no Brasil. Revista Serviço Social e Sociedade, São Paulo, Cortez, ano 17, n. 50, p. 87-132 abr. 1996 NETTO, J. P. A construção do projeto ético-político do Serviço Social frente à crise contemporânea. Capacitação em serviço social política social. Módulo I. Crise contemporânea, questão social e Serviço Social. Brasília, UNB – CEAD, 1999.

QUESTÃO Nº 29 O assistente social que atua nos diferentes espaços sócio-ocupacionais enfrenta situações desafiadoras, que envolvem a cultura política conservadora. Esse tipo de situação interfere direta ou indiretamente em seu cotidiano profissional.


Nesse contexto, assinale a alternativa que contém apenas fenômenos que facilitam o acesso aos direitos sociais. A) B) C) D) E)

Clientelismo político, desfiliação e cidadania. Democracia, participação social e cidadania. Clientelismo político, coronelismo e populismo. Assistência social, clientelismo político e saúde. Desigualdade social, participação social e desfiliação.

Gabarito: B

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: Teoria Política e Política Social

Autor(a): Marly Machado Bento

Comentário: O objetivo da questão é avaliar os conhecimentos em relação aos desafios postos ao profissional de Serviço Social nos diferentes espaços sócio-ocupacionais, além de relacioná-los com princípios que contribuem para o acesso aos direitos sociais. Dessa forma, alternativa A, está errada uma vez que relaciona “clientelismo”, “desfiliação” e “cidadania”. Clientelismo corresponde às práticas políticas desprovidas de ética, realizando troca de favores, onde os possíveis eleitores são vistos e tratados como clientes sendo alvos de privilégios e benefícios que não proporcionam sua liberdade. Segundo Castel (1998), entende-se por desfiliação exclusão dos cidadãos das interações socioeconômicas. Assim, a desfiliação em nada contribui para os processos de inclusão aos direitos sociais, ela decorre do capitalismo, que fomenta a exclusão social. Já a cidadania, se comporta como a única opção plausível desta alternativa, uma vez que ela reconhece as pessoas como sujeitos que possuem direitos a serem conquistados, e mantidos por meio da participação popular. A letra B é a Alternativa correta, uma vez que, o assistente social no exercício de sua profissão, além dos princípios democráticos, tem também o incentivo à participação social e o exercício da cidadania como fenômenos facilitadores para o acesso e para a afirmação dos direitos sociais. A alternativa C também está errada. O clientelismo político, em nada contribui para o acesso aos direitos sociais. O “coronelismo”, prática política, que predominou no Brasil do final do século XIX até início do século XX, onde “coronéis” estabeleceram o “voto de cabresto” como forma de manipular e burlar o sistema eleitoral. Neste sistema, o voto era trocado até mesmo por dentaduras, alimentos etc. No sistema populista, Getúlio Vargas era principal figura representativa. O mesmo utilizava-se do carisma e de oratória simplificada para se manter próximo das camadas populares para persuadir o eleitorado, essas medidas mascaram posturas autoritárias de


desacato aos partidos políticos e à democracia. Está incorreta também a alternativa D. Nesta, apenas o clientelismo político não contempla o acesso aos direitos sociais. A saúde e a Assistência social são integrantes do tripé da Seguridade Social associada à política da Previdência, garantidas na Constituição Federal de 1988. Por último, temos a alternativa E, que também é incorreta. Nessa alternativa apenas a participação social figura com facilitador ao acesso aos direitos sociais. A desigualdade social – que reflete a necessidade de uma atenção plena a garantia dos direitos sociais – e a desfiliação invalidam a alternativa.

Referências: CASTEL, Robert. As metamorfoses da questão social. Petrópolis: Vozes, 1998. IAMAMOTO, Marilda V. O serviço social em tempo de capital fetiche: capital financeiro, trabalho e questão social. São Paulo: Cortez, 2010. PEREIRA, P. A. P.. Necessidades Humanas: subsídios à crítica dos mínimos sociais. 01. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2000. v. 01. 215p

QUESTÃO Nº 30 O tema da violência atravessa o cotidiano do trabalho do assistente social em suas diversas manifestações, como, por exemplo, violência contra crianças e mulheres, homofobia, violência urbana e outras, revelando a violação de direitos humanos fundamentais. Considerando o projeto ético-político do Serviço Social, o profissional, ao se deparar com essa situação, deve buscar apreendê-la:

A como um fenômeno pontual e localizado, produzido e reproduzido no âmbito das relações interpessoais. B a partir das relações singulares entre os sujeitos envolvidos, sem considerar a relação entre o singular e o universal. C no circuito restrito das relações domésticas, as quais estão dissociadas das relações sociais no âmbito macrossocial. D por meio do movimento que a produz e reproduz em uma dada sociedade a partir de condições sócio-históricas específicas, ultrapassando a imediaticidade e a sua naturalização. E no movimento que reproduz direta e mecanicamente as relações macrossocietárias.

Gabarito: D


Tipo de questão: fácil

Conteúdo avaliado: Serviço Social e processo de trabalho

Autor(a): Neusa Maria de Paula Mendonça

Comentário: Os profissionais assistentes sociais são desafiados a intervir em questões complexas e contraditórias em seus diversos espaços sócio ocupacionais. Sem dúvida uma das questões mais urgentes é o tema Violência em suas diversas manifestações. O Código de Ética do Assistente Social (CFESS, 1993) enquanto referência normativa para o exercício profissional, instrumento que oferece como um de seus princípios fundamentais a “defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo”. Este princípio articulado aos demais indica que os assistentes sociais devem se posicionar contra todo o tipo de abuso de autoridade, torturas, violência doméstica, grupos de extermínio, o que demonstra a vinculação histórica da profissão com a luta em favor dos direitos humanos. A Alternativa D está correta. Referências: CFESS. Código de ética profissional. Brasília: CFESS, 1993. IAMAMOTO, Marilda Vilela. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. São Paulo: Cortez, 2004. NETTO, José Paulo; BRAZ, Marcelo. Economia política: uma introdução crítica. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2009.

QUESTÃO Nº 31 A questão da dicotomia entre teoria e prática tem sido bastante criticada por autores do Serviço Social. A necessidade e relevância da unidade entre teoria e prática é bastante ressaltada. Para uma intervenção mais propositiva e com maior qualidade, as dimensões teórico-metodológica, ético-política e técnico-operacional devem ser contempladas. Com base no texto apresentado, conclui-se que


A) as três dimensões são essenciais e devem estar articuladas. B) a dimensão teórico-metodológica deve ter prioridade, pois fundamenta a prática profissional. C) a dimensão ético-político é fundamental e deve ser priorizada, visto a necessidade da atuação ética do profissional de Serviço Social. D) As três dimensões são fundamentais, entretanto, o profissional deve priorizar as dimensões teórico-metodológica e ético-política. E) a dimensão técnico-operacional deve ser priorizada, visto que o assistente social tem que conhecer muito bem as técnicas de intervenção.

Gabarito: A

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: Fundamentos Histórico-Teórico-metodológicos do Serviço Social

Autor(a): Olivia Maria Jácome Costa

Comentário: O processo histórico do Serviço Social registra a superação de sua fase inicial marcada por ações filantrópicas e assistenciais incompatíveis com as necessidades da população demandatária dos serviços sociais, rompendo, portanto com os paradigmas conservadores, passando a construir uma dinâmica social e profissional focada na emancipação humana, por meio de uma aproximação mediadora e crítica da realidade, respaldada na instrumentalidade, ou seja, na apropriação e articulação das dimensões teórico-metodológica, técnico-operacional e ético-político, que compõem a base indispensável para garantir a unidade teoria e prática no exercício profissional. Assim, a Alternativa A está correta. Referências: GUERRA, Yolanda. A instrumentalidade do serviço social. Cortez, 2014. IAMAMOTO, Marilda Vilela. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. São Paulo: Cortez, 2015.

QUESTÃO Nº 32 Tendo como base os valores e princípios contidos no Código de Ética Profissional, de 1993, e considerando um contexto de perda de direitos historicamente conquistados e de banalização da vida, o profissional de Serviço Social defronta-se com situações desafiadoras que requerem


I. II. III. IV. V.

ações de resistência, na direção do enfrentamento da restrição dos direitos e dos valores que orientam a ação profissional. flexibilidade dos princípios éticos. crítica à ideologia neoliberal conservadora. construção de um novo ethos alinhado às demandas contemporâneas postas ao Serviço Social. desenvolvimento de um trabalho profissional para reconhecer a autonomia, a emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais. É correto apenas o que se afirma em A I, II e V. B I, III e IV. C I, III e V. D II, III e IV. E II, IV e V.

Gabarito: C

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: Ética e Serviço Social

Autor(a): Sandra de Faria

Comentário: A trajetória do Serviço Social constitui-se de profundas mudanças em suas finalidades, organização e legitimação, inserida na realidade social do Brasil. Desde o final da década de 1970, em especial, desde o Congresso da Virada de 1979 a renovação do Serviço Social assume importância estratégica com a elaboração, atualização e projeção dos posicionamentos da categoria e suas entidades representativas, em face dos compromissos políticos, ético e sócio-profissionais com as lutas e os interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora. O enunciado da questão, considerando a dimensão teórica, técnica, ética, política e cultural do complexo que constitui o Serviço Social, destaca os valores e princípios contidos no Código de Ética Profissional, de 1993, como referencia e conteúdo de uma direção social para a prática profissional do Assistente Social compromissada com a defesa dos direitos sociais, políticos e humanos. Nessa questão está correta a Alternativa C. Referências: BARROCO. Maria Lúcia Silva. Ética e Serviço Social. Fundamentos Ontológicos. São Paulo: Ed. Cortez, 2001. Conselho Federal de Serviço Social - Código de ética do/a assistente social. Lei 8.662/93 de regulamentação da profissão. - 10ª. ed. rev. e atual. Brasília: Conselho Federal de Serviço


Social, 2012. NETTO, José Paulo. Transformações Societárias e Serviço Social. Notas para uma Análise Prospectiva da Profissão no Brasil. São Paulo: Ed. Cortez, 1996. (Serviço Social e Sociedade, 50).

QUESTÃO Nº 33 Ainda que dispondo de relativa autonomia na efetivação de seu trabalho, o assistente social, na organização de sua atividade, depende do Estado, da empresa, de entidades nãogovernamentais que viabilizam aos usuários acesso aos seus serviços, fornecem meios e recursos para sua realização, estabelecem prioridades a serem cumpridas e interferem na definição de papéis e funções que compõem o cotidiano do trabalho institucional. Ora, se assim é, a instituição não é um condicionante a mais do trabalho do assistente social, ela organiza o processo de trabalho do qual ele participa. IAMAMOTO, M. V. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 8ª Ed. São Paulo: Cortez, 2005, p. 63 (adaptado). Com base no texto, conclui-se que A - as instituições representam obstáculos para o exercício profissional do assistente social. B - o processo de trabalho é o conjunto de meios e recursos disponibilizados pelas instituições. C - o assistente social depende da instância institucional para acessar os meios necessários à efetivação do seu trabalho. D - os meios colocados à disposição do assistente social restringem a sua atuação às demandas institucionais, impedindo procedimentos para além desses limites. E- o estabelecimento de prioridades e a definição de papéis e funções nas instituições interferem indevidamente nos procedimentos necessários à garantia de acesso dos usuários aos serviços.

Gabarito: C

Tipo de questão: Fácil

Conteúdo avaliado: Serviço Social e processo de trabalho

Autor(a): Sílvia de S. Beda Icassatti

Comentário: A questão possibilita ao estudante refletir a atuação do profissional em Serviço Social é a efetivação do seu trabalho nos diferentes espaços sócio ocupacionais, em especial em instituições governamentais e não governamentais. O enunciado com


base nas análises de Iamamoto (2005) formula alternativas relacionadas a relativa autonomia profissional, os condicionantes impostos ao processo de trabalho e os desafios decorrentes da divisão sócio técnica do trabalho capitalista. A Alternativa C está correta porque sem perder de vista os princípios da ética profissional e a concepção de uma sociedade mais justa e igualitária, o assistente social depende da instância institucional para acessar os meios necessários à efetivação do seu trabalho.

Referências: IAMAMOTO, Marilda Villela. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 5ª Ed. São Paulo: Cortez, 2001. NETTO, José Paulo. Capitalismo monopolista e Serviço Social. 8ª ed. São Paulo: Cortez, 2011. ORTIZ, Fátima Grave. Trabalho, desemprego e Serviço Social. Revista Serviço Social e Sociedade, nº 69. São Paulo: Cortez, 2002. GUERRA, Yolanda. Instrumentalidade e Serviço Social. 9ª Ed. São Paulo: Cortez, 2011. ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho?: ensaios sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. 13ª Ed. rev. ampl. – São Paulo: Cortez, 2008.

QUESTÃO Nº 34 A implementação das políticas de ajuste estrutural recomendadas pelo ideário neoliberal tem impactado na ampliação das desigualdades sociais, com redução dos investimentos na área social por parte dos Estados. Nesse contexto, a política social pública assume a característica de A) universalidade dos serviços sociais. B) restrição das políticas compensatórias. C) privatização seletiva dos serviços sociais. D) subordinação da política econômica à política social. E) integração das políticas que formam o tripé da seguridade social.

Gabarito: C

Tipo de questão: fácil

Conteúdo avaliado: Política Social

Autor: Prof. Ms. Sueli Almeida Neves Sousa


Comentário: A questão proporciona ao estudante uma reflexão sobre o contexto brasileiro dos anos 1990 e a formação de um ambiente considerado turbulento e competitivo, com a adoção do ideário e políticas neoliberais, contrários aos direitos sociais garantidos na Constituição Federal de 1988. O aparato estatal que prioriza a gestão da Seguridade Social (política social pública e universal) é atacado pelo projeto privatista, focalizador e mercadológico que privilegia a privatização e a lógica seletiva nos serviços sociais. Ou seja, a ampliação das desigualdades sociais se intensifica na máxima do Estado para o capital e mínimo para o trabalho. O enunciado produz como Alternativa correta a Letra C. Referências: BEHRING, Elaine. BOSCHETTI, Ivanete. Política Social: fundamentos e história. Biblioteca Básica de Serviço Social. Vol. 2. São Paulo: Cortez, 2006. BRAVO, Maria Inês Souza. Política de Saúde no Brasil. In. MOTA, A. Elizabete (org.s). Serviço Social e Saúde: formação e trabalho profissional. 4ª ed. São Paulo: Cortez; Brasília: OPAS, OMS, Ministério da Saúde, 2009. CFESS. Parâmetros para atuação de assistentes sociais na política de saúde. Série: Trabalho e Projeto Profissional nas Políticas Sociais. Vol. 2. Brasília: CFESS, 2010.

QUESTÃO Nº 35 (ANULADA)

Gabarito:

Tipo de questão:

Conteúdo avaliado:

Autor(a):

Comentário: Referências:



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.