Pontifícia Universidade Católica de Goiás Curso de Medicina
ENADE 2013 MEDICINA Comissão de Avaliação
2013
1
Sumário 1.
COMISSÃO DE AVALIAÇÃO .........................................................................................4
2.
ORGANIZADORES ...........................................................................................................4
3.
QUESTÕES ANALISADAS .............................................................................................4 Componente Específico/Objetivas ..............................................................................5 Questão Nº 09. ..................................................................................................................5 Professora: Cáritas Marquez Franco ..............................................................................5 Professor Paulo Luiz Carvalho Francescantonio ..........................................................6 Questão Nº 10. ..................................................................................................................7 Professora: Cáritas Marquez Franco ..............................................................................8 Questão Nº 11. ..................................................................................................................9 Professora: Cáritas Marquez Franco ............................................................................10 Questão Nº 12. ................................................................................................................11 Professor: Paulo Mota .....................................................................................................12 Professora: Rosane Ribeiro Figueiredo Alves .............................................................12 Professor: Rodrigo Zaiden ..............................................................................................14 Questão Nº 13. ................................................................................................................14 Professor: Manoel Lemes ...............................................................................................16 Questão Nº 14. ................................................................................................................16 Professor: Lelisvan ..........................................................................................................17 Professora: Cáritas Marquez Franco ............................................................................18 Questão Nº 15. ................................................................................................................18 Professora: Vitalina Barbosa ..........................................................................................20 Questão Nº 16. ................................................................................................................20 Análise: Questão anulada. ..........................................................................................21 Questão Nº 17. ................................................................................................................21 Professor: Ledismar ........................................................................................................23 Questão Nº 18. ................................................................................................................23 Professor (a): Rodrigo Zaiden ........................................................................................24 Questão Nº 19. ................................................................................................................25 Professora: Vitalina Barbosa ..........................................................................................26 Questão Nº 20. ................................................................................................................27 Professor: Marc Alexandre Duarte Gigonzac ..............................................................28 Questão Nº 21. ................................................................................................................29 MEDICINA
2
Professora: Cáritas Marquez Franco ............................................................................30 Questão Nº 22. ................................................................................................................31 Professor: Manoel Lemes ...............................................................................................32 Questão Nº 23. ................................................................................................................33 Professora: Vitalina Barbosa..........................................................................................34 Questão Nº 24. ................................................................................................................35 Análise: Questão Anulada ...........................................................................................35 Professora: Roseliane .....................................................................................................36 Questão Nº 25. ................................................................................................................36 Professora: Luciana Leite Pineli. ...................................................................................37 Questão Nº 26. ................................................................................................................38 Professor: Ricardo Piccolo Daher .................................................................................38 Questão Nº 27. ................................................................................................................39 Professor: Rodrigo Zaiden ..............................................................................................39 Questão Nº 28. ................................................................................................................40 Professor: Rodrigo Zaiden ..............................................................................................41 Professor: Marc Gigonzac ..............................................................................................41 Questão Nº 29. ................................................................................................................42 Professor: Verlaine ..........................................................................................................42 Questão Nº 30. ................................................................................................................44 Professora: Cáritas Marquez Franco ............................................................................45 Questão Nº 31. ................................................................................................................45 Professora: Rita Francis Gonzalez y Rodrigues Branco ............................................46 Questão Nº 32. ................................................................................................................47 Professor: Alex Caetano .................................................................................................49 Questão Nº 33. ................................................................................................................51 Professor: Antônio Wilson ..............................................................................................52 Questão Nº 34. ................................................................................................................53 Professora: Rita Francis Gonzalez y Rodrigues Branco ............................................54 Questão Nº 35. ................................................................................................................55 Professora: Cristina Gonçalves dos Santos Nascimento. ..........................................56 Componente Específico/Discursivas ........................................................................59 Questão discursiva Nº 3...............................................................................................59 Questão discursiva Nº 4...............................................................................................61 MEDICINA
3
Questão discursiva Nº 5...............................................................................................62 Comentário do Professor Paulo Luiz Carvalho Francescântonio .......................................64
MEDICINA
4
1. COMISSÃO DE AVALIAÇÃO
Esse Trabalho faz parte das atividades realizadas pela Comissão de Avaliação do Curso de Medicina, coordenada pela Profª. Cáritas Marquez Franco.
2. ORGANIZADORES Cáritas Marquez Franco Paulo Luiz Carvalho Francescântonio
3. QUESTÕES ANALISADAS As questões foram analisadas em relação à área e ao conteúdo.
4. QUESTÕES COMENTADAS As questões foram comentadas, pelos professores do curso de medicina, com objetivo de ampliar e sedimentar o conhecimento.
MEDICINA
5
Componente Específico/Objetivas Questão Nº 09. Em consulta médica de rotina, durante o primeiro ano de vida, determinada criança consegue acompanhar a face da mãe apenas até a linha média; ao ser deitada sobre a mesa de exame, consegue elevar a cabeça; junta as mãos somente até a linha média; sorri espontaneamente e parece atentar para o som de um sino tocado próximo a ela; não apresenta reflexo de tônus cervical. Ao analisar o desenvolvimento da criança, considera-se que ele está de acordo com os parâmetros estabelecidos, se ela apresentar a idade de A 15 dias. B 1 mês. C 3 meses. D 6 meses. E 8 meses. Relatório ENADE: Q 9
Inst. 57,5
Brasil 61
Gabarito C
A 0
B 16,1
C 57,5
D 21,8
E 4,6
SI 0
Análise: Área - Pediatria Conteúdo - Crescimento e Desenvolvimento.
Professora: Cáritas Marquez Franco Comentário: Aptidões finas: a partir do 1º mês, o bebê adquire o controle das aptidões finas em progressão ordenada na linha média para a periferia. 2-3º Mês, a criança traz as mãos na linha média e fica brincando com elas. Geralmente, no 3º mês, o bebê é capaz de segurar um objeto colocado em uma das mãos, embora tenha habilidade limitada para pegá-lo, segurá-lo e largá-lo em poucos instantes. Nesta fase, nem a mão, nem o polegar funcionam de forma independentemente, consequentemente, a criança usa a mão como um todo. Audição- desde as primeiras horas após o nascimento os bebês são capazes de voltar em direção aos sons. Pesquisar pelo reflexo cocleopalpebral. Sendo que: 2-3 meses - balbucio ou lalação. MEDICINA
6
6-10 meses - “ma-ma”. 9-13 meses - pode pronunciar palavras como papa, mama referindo-se aos pais ou a mãe. 9 meses - pode voltar-se ao ouvir o próprio nome, responder a solicitações como fazer ‘tchau” ou bater palmas e repetir sons falados pelos pais. Reflexo tonicocervical ou de Magnus-De Klejin: com o bebê em decúbito dorsal, vira-se bruscamente sua face para um dos lados, nesse momento, observa-se a extensão dos membros superior e inferior do lado para o qual a cabeça foi virada, havendo flexão dos membros do lado oposto, mimetizando a posição de esgrima. Esse reflexo pode estar presente de modo completo ou parcial no 1º mês de vida, diminuindo ao longo do tempo até seu desaparecimento por volta do 3º mês. Na Caderneta de Saúde da Criança, no Instrumento de Vigilância do Desenvolvimento, observa-se os marcos do desenvolvimento de acordo com a idade: 2 a 4 meses Resposta ativa ao contato social Fique à frente do bebê e converse com ele. Observe se ele responde com sorriso e emissão de sons como se estivesse conversando com você. Pode pedir que a mãe/ cuidador o faça. Segura objetos Ofereça um objeto tocando no dorso da mão ou dedos da criança. Esta deverá abrir as mãos e segurar o objeto pelo menos por alguns segundos. Emite sons. Fique à frente da criança e converse com ela. Observe se ela emite sons (gugu, eeee, etc.). De bruço levanta a cabeça, apoiando-se nos antebraços. Coloque a criança de bruço, numa superfície firme. Chame sua atenção à frente com objetos ou seu rosto e observe se ela levanta a cabeça apoiando-se nos antebraços. Referências: Marcondes et al. Pediatria Básica. 9ª. Edição, São Paulo: SARVIER. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações Programáticas Estratégicas Área Técnica de Saúde da Criança e Aleitamento Materno. 6ª edição, 2009.
Professor Paulo Luiz Carvalho Francescantonio Comentário: Pela SBP (https://www.sbp.com.br/img/documentos/doc_pediatria_ambulatorial.pdf ) Com 1 mês a criança é capaz: Segue pessoas com o olhar. Pernas mais estendidas. Reage a estim ́ ulos sonoros e luminosos. Movimenta o corpo em resposta à voz. Começa a sorrir. Com 3 meses a criança é capaz MEDICINA
7
Sustenta totalmente a cabeça. Quando deitada, levanta a cabeça e o peito. Mantém braços estendidos. Cabeça sustentada acima da cabeça, se levantada pela barriga. Interage com as pessoas de maneira mais prolongada. Emite espontaneamente sons que imitam vogais (“aaaa”, “éééé”). Com seis meses a criança é capaz: Senta-se com apoio. Transfere objetos de uma mão à outra. Inclina-se para ir ao encontro de pessoa que lhe estendeu as mãos.Prefere a mãe a outras pessoas (estranha). Emite sons formados por siĺ abas repetidas (lalação). Balbucia. Pelo MS (http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_crescimento_desenvolvime nto.pdf) 1 mês
2 meses
Entre 1 e 2 meses: percepção melhor de um rosto, medida com base na distância entre o bebê e o seio materno. Entre 2 e 3 meses: sorriso social. Entre 2 e 4 meses: bebê fica de bruços, levanta a cabeça e os ombros. Em torno de 2 meses: inicia-se a ampliação do seu campo de visão (o bebê visualiza e segue objetos com o olhar). Aos 4 meses: preensão voluntária das mãos.
4 Entre 4 a 6 meses: o bebê vira a cabeça na direção de uma voz ou de um objeto meses sonoro. Aos 3 meses: o bebê adquire noção de profundidade. Em torno dos 6 meses: inicia-se a noção de “permanência do objeto”.* A partir 6 do 7o mês: o bebê senta-se sem apoio. meses Entre 6 e 9 meses: o bebê arrasta-se, engatinha. Entre 6 e 8 meses: o bebê apresenta reações a pessoas estranhas. Assim, a melhor resposta seria 3 meses.
Questão Nº 10.
Depois de ter iniciado novo emprego com carteira assinada há cerca de dois meses, um paciente de 23 anos, ajudante de pedreiro, apresentou um quadro de dermatite de contato que lhe acometeu pés e mãos e que se instalou progressivamente. Do ponto de vista da notificação de doença relacionada ao trabalho por meio da CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho), qual seria uma conduta correta do médico assistente?
MEDICINA
8
A Não abrir a CAT, pois essa comunicação restringe-se aos acidentes de trabalho e não se aplica em casos de doenças do trabalho. B Orientar a abertura da CAT somente se for necessário que o paciente fique afastado do trabalho por mais de 15 dias, comunicando o fato à empresa. C Abrir a CAT, incluindo o preenchimento do Laudo de Exame Médico, solicitando ao trabalhador que a encaminhe à empresa, de modo que esta possa dar prosseguimento ao processo junto ao INSS. D Aguardar o tempo de carência de seis meses para que o trabalhador tenha direito a benefícios pelo INSS e, depois, abrir a CAT, caso persistam as lesões dermatológicas. E Não abrir a CAT e orientar o paciente a observar a evolução do quadro e, caso se complique, deve procurar a empresa, visando confirmar a existência de relação causal da dermatite com a ocupação desempenhada.
Relatório Enade: Q 10
Inst. 35,6
Brasil 40,8
Gabarito C
A 8
B 16,1
C 35,6
D 4,6
E 35,6
SI 0
Análise: Área Clínica Médica Conteúdo Medicina ocupacional - Saúde do trabalhador Dermatologia
Professora: Cáritas Marquez Franco
Comentário: Conceito do acidente do trabalho e doença ocupacional: Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, com o segurado empregado, trabalhador avulso, médico residente, bem como com o segurado especial no exercício de suas atividades, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, temporária ou permanente, da capacidade para o trabalho.
MEDICINA
9
É considerado como acidente do trabalho, nos termos deste item: a) a doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade, b) a doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. Na situação do caso exposto, deve-se abrir a Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT), tem que incluir o Laudo de Exame Médico. Solicitar ao trabalhador que a encaminhe à empresa, que deve dar prosseguimento ao processo junto ao INSS.
Referência: Brasil, Instituto Nacional de Seguro Social. Previdência Social. Manual de Instrução para Preenchimento Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT). 1990
Questão Nº 11.
Paciente de 39 anos de idade, afrodescendente, sexo masculino, com diagnóstico de hipertensão arterial de difícil controle há 4 anos, cujo tratamento é realizado de forma irregular. Alega dificuldade para realizar tratamento devido ao seu trabalho como motorista de ônibus. Há um dia apresenta quadro de cefaleia holocrânia intensa, associada a escotomas e embaçamento visual bilateral; urina espumosa; astenia. Após ter feito uso de vários analgésicos sem nenhuma melhora, procura prontoatendimento, encontrando-se hipocorado (+/++++), com dispneia (frequência respiratória de 30 ipm), pulmões limpos, pressão arterial de 250 x 140 mmHg, frequência cardíaca de 100 bpm, abdome doloroso à palpação em região epigástrica, sem visceromegalias, com pulsos simétricos e sem edemas. Ao exame de fundo de olho, verifica-se a presença de hemorragias recentes, exsudatos algodonosos e edema papilar. Seus exames laboratoriais têm os seguintes resultados: creatinina 3,5 mg/dL (VR 0,5 a 1,1) , ureia 105 mg/dL (VR 10 a 40), hemoglobina 9,8 mg/dL (VR 13 a 17), sódio 141 mEq/L (VR 135 a 145), potássio 4,1 mEq/L (VR 3,5 a 5,0) e proteinúria ++/+4.
Diante desse quadro, o diagnóstico correto e as condutas imediata e tardia adequadas são, respectivamente,
MEDICINA
10
A feocromocitoma; internação, administração de beta-bloqueadores, cirurgia; após alta, acompanhamento ambulatorial e integração em grupos de hipertensos. B crise hipertensiva renovascular; administração de inibidores da ECA sublingual e observação/monitorização; acompanhamento ambulatorial e em grupos de apoio. C hiperaldosteronismo primário; internação, administração de hidroclorotiazida, cirurgia; após alta, acompanhamento ambulatorial e integração no Programa Saúde da Família. D glomerulonefrite membranoproliferativa; internação, realização de biópsia renal e corticoterapia; após alta, acompanhamento ambulatorial e integração no Programa Saúde da Família. E hipertensão arterial maligna; internação, e administração de nitroprussiato de sódio endovenoso; após alta, acompanhamento ambulatorial e integração no Programa Saúde da Família.
Relatório ENADE: Q 11
Inst. 54
Brasil 61,5
Gabarito E
A 5,7
B 29,9
C 0
D 9,2
E 54
SI 1,1
Análise: Área Clínica Médica Conteúdo Hipertensão arterial
Professora: Cáritas Marquez Franco
Comentário: A hipertensão maligna é uma complicação grave da hipertensão arterial, caracterizada por elevação importante e aguda da pressão arterial, insuficiência renal rapidamente progressiva, retinopatia com exsudatos, hemorragias e papiledema, culminando com a morte do paciente em poucos meses se não tratada adequadamente. Há achados anatomopatológicos renais presentes nessa patologia, como a endarterite obliterante e a necrose fibrinóide de arteríolas renais. A hipertensão essencial é definida como hipertensão arterial com causa desconhecida, mas com o melhor conhecimento dos fatores ambientais e genéticos envolvidos na MEDICINA
11
gênese da hipertensão, a proporção de pacientes com esse diagnóstico será muito menor.
Referências: Bortolotto LA. Hipertensão maligna, doença de Bright e como surgiu o conceito de hipertensão arterial essencial. Rev Bras Hipertens 8: 190-4, 2001.
Questão Nº 12. Partograma
Paciente com 35 anos de idade, G3P2A0, com idade gestacional de 41 semanas, altura uterina de 34 cm, tem evolução de trabalho de parto segundo o partograma acima, no qual se verifica que a distocia apresentada A indica uso de ocitocina. MEDICINA
12
B indica uso de tocolítico. C é indicativa de parada secundária de descida. D caracteriza-se como a do terceiro período de parto. E caracteriza-se como a do primeiro período de parto.
Relatório ENADE: Q 12
Inst. 10,3
Brasil 20,3
Gabarito A E 11,5
B 0
C 75,9
D 2,3
E 10,3
SI 0
Análise: Área Obstetrícia Conteúdo Partograma - distocia.
Professor: Paulo Mota Comentário: Resposta A > não indica uso de ocitocina pois a dinâmica uterina está adequada a dilatação. Resposta B > o uso de tocolítico não traz benefício algum a essa etapa desse trabalho de parto. Resposta C > parada secundária da descida se caracteriza após dilatação total, ou seja, período expulsivo, o que não é o caso da questão. Resposta D > terceiro período do trabalho de parto é a dequitação, o que não é o caso acima. Resposta E > a distócia exemplificada no partograma acima é relativa ao primeiro período do trabalho de parto, ou seja, da fase de dilatação, sendo a correta. Referências: Zugaib,Obstetrícia, 3 edição, 2016. Williams, Obstetrics, 23 edition, 2010.
Professora: Rosane Ribeiro Figueiredo Alves
Comentários às alternativas A, B, C, D e E da questão 12 do ENAD 2013.
MEDICINA
13
A indica uso de ocitocina. Comentário. Alternativa incorreta. A paciente já está em uso de ocitocina. Esta foi iniciada às 15:00h. Também já foi realizada a rotura das membranas às 18:00hs e instituída a anestesia peridural às 19:00h. Estas são as medidas recomendadas para a parada secundária da dilatação, diagnosticada por dois toques sucessivos, com intervalo de 2 horas ou mais, com a mulher em trabalho de parto ativo. Nesse tipo de distócia, a dilatação cervical permanece a mesma durante duas horas ou mais, ultrapassa a linha de alerta e, por vezes, a linha de ação. Há associação frequente com sofrimento fetal. A causa principal é a desproporção céfalo-pélvica relativa ou absoluta. Na desproporção céfalo-pélvica absoluta, a resolução dá-se por cesárea. Considera-se desproporção relativa quando existe defeito de posição da apresentação: deflexão ou variedades de posição transversas ou posteriores. Nestas condições, a deambulação, a rotura artificial da bolsa das águas ou a analgesia peridural podem favorecer a evolução normal do parto. A resolução por cesárea deverá ser indicada quando esses procedimentos não forem eficientes para corrigir a evolução anormal da dilatação. B indica uso de tocolítico. Comentário. Não há indicação para uso de tocolíticos durante o trabalho de parto C é indicativa de parada secundária de descida. Comentário. Alternativa incorreta. A parada secundária da descida é diagnosticada por dois toques sucessivos, com intervalo de 1 hora ou mais, desde que a dilatação do colo uterino esteja completa. A causa mais frequente é a desproporção céfalopélvica relativa ou absoluta. A presença de desproporção absoluta leva à indicação de cesárea. Já a desproporção relativa, com pólo cefálico profundamente insinuado e cérvicodilatação completa, a aplicação de fórcipe de tração ou rotação, dependendo da variedade de posição é válida D caracteriza-se como a do terceiro período de parto. Comentário. Resposta incorreta. O trabalho de parto ocorre em quatro períodos: dilatação, expulsão, secundamento e quarto período de Gremberg, também denominados “primeiro”, “segundo”, “terceiro” e “quarto períodos”. O terceiro período do parto refere-se à dequitação palcentária e neste caso, a paciente ainda está na fase de dilatação. E caracteriza-se como a do primeiro período de parto. Comentário. Resposta correta. O trabalho de parto ocorre em quatro períodos: dilatação, expulsão, secundamento e quarto período de Gremberg, também denominados “primeiro”, “segundo”, “terceiro” e “quarto períodos”. O partograma prestase ao registro do primeiro e segundo período. Neste registro, a paciente está no primeiro período, com 6cm de dilatação.
Referências: 1. Ministério da Saúde, FEBRASGO, ABENFO. Parto, Aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher. DF 2001. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd04_13.pdf 2. Montenegro CAB, Rezende Filho J. Rezende – Obstetrícia Fundamental. J. 11ª edição, Editora Guanabara Koogan, 2008.
MEDICINA
14
Professor: Rodrigo Zaiden Comentário A parada secundária da dilatação ou primeiro período do trabalho de parto é diagnosticada por dois toques sucessivos, com intervalo de 2 horas ou mais, com a mulher em trabalho de parto ativo. Nesse tipo de distócia, a dilatação cervical permanece a mesma durante duas horas ou mais, ultrapassa a linha de alerta e, por vezes, a linha de ação. Referências: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticos de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher/ Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica da Mulher. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
Questão Nº 13.
Um paciente de 55 anos de idade foi submetido a cirurgia de osteossíntese por fratura de corpo de fêmur. Recebeu alta no 2º dia de pós-operatório e começou a apresentar dificuldade para se alimentar, anorexia, náuseas, vômitos, distensão abdominal progressiva e diminuição da eliminação de flatos e fezes, que o fizeram ir a um serviço médico de emergência no 4º dia de pós-operatório. Na anamnese, relatou uso de antiinflamatórios não esteroidais e negou cirurgias abdominais prévias. Ao exame físico, apresentou taquicardia e desidratação leves, distensão abdominal difusa, dor leve à palpação profunda do abdome, ausência de sinal de descompressão brusca positiva e ruídos hidroaéreos pouco ativos e com timbre metálico. Foi encaminhado para exame de raio-X simples de abdome em decúbito, em que se obteve a seguinte imagem.
MEDICINA
15
Ao serem correlacionados os dados clínicos do paciente, com os achados do raio-X simples de abdome em decúbito, por ele realizado, verifica-se a presença de
A imagem de “empilhamento de moedas”, o que sugere obstrução intestinal por bridas intestinais. B imagem de “U” invertido no quadrante inferior esquerdo, o que sugere obstrução mecânica por volvo de sigmoide. C edema de parede de alças intestinais, o que sugere obstrução intestinal secundária a um processo infeccioso abdominal. D desproporção entre a distensão do intestino grosso em relação ao delgado, o que sugere o diagnóstico de abdome agudo obstrutivo de origem funcional. E sinais de obstrução de intestinos delgado e grosso em padrão dito “válvula ileocecal não competente”, o que sugere obstrução mecânica do cólon esquerdo.
Relatório ENADE: Q 13
Inst. 36,8
Brasil 43,7
Gabarito A D 19,5
B 21,8
C 11,5
D 36,8
E 10,3
SI 0 MEDICINA
16
Análise: Área Cirurgia Conteúdo Abdome agudo Diagnóstico por imagem
Professor: Manoel Lemes Comentário: A – o enunciado relata que o paciente nega cirurgia prévias, portanto não seria possível obstrução intestinal por bridas. B – não há relato de alteração de ritmo intestinal para obstipação, tampouco relato de Doença por Chagas. Um paciente com Megacólon por Moléstia de Chagas para desenvolver um volvo, leva alguns anos e com sintomas de alteração do ritmo intestinal. A grande maioria desses pacientes tem alteração cardiológica ao Eletrocardiograma, que certamente foi realizado no pré-operatório mesmo em situação de emergência. No exame físico, tem distensão leve, (grande no volvo), bem como os ruídos hidroaéreos não desaparecem ou diminuem no volvo, e o Rx não é sugestivo de volvo. C – Não houve tempo necessário para se formar um processo infeccioso abdominal e nem há relato no enunciado para se pensar em tal, bem com a ausência de sinal de descompressão brusca no exame físico. D – É relativamente frequente a presença de distúrbios hidroeletrolíticos no período do pós-operatório, sobretudo a Hipopotassemia, pois o paciente as vezes não foi hidratado a contento, bem como a reposição oral também. A hipótese é a mais adequado ao caso, bem como o exame físico não demonstra sinais de Abdomen Agudo Inflamatório. E – No enunciado não há relato e nem dados no exame físico, que levem a essa hipótese. A incontinência da válvula ileocecal é entidade pouco frequente. E o padrão radiológico evidencia dilatação de alças de delgado e não de cólon. Referências: COELHO, J. C. U. et al. Aparelho digestivo: clínica e cirurgia. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2005. TOWNSEND, C. M. Sabiston: tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moderna. 18. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
Questão Nº 14.
Um paciente de 74 anos de idade, do sexo masculino, aposentado, sem problemas de saúde, sem uso de nenhum tipo de medicação realizava tarefas cotidianas sem MEDICINA
17
dificuldade. Há cerca de 6 meses, começou a se perder nos arredores da casa onde mora com sua esposa há mais de 30 anos. Apesar disso, a memória está relativamente preservada, pois ele continua comunicando-se adequadamente e realizando sua higiene pessoal de forma autônoma. Contudo, vem apresentando distúrbio de sono. A esposa informa que ele ora comporta-se normalmente, ora apresenta confusão mental. Não apresenta agressividade, nem alterações de personalidade, mas tem alucinações visuais. Mantém o controle dos esfíncteres. O exame físico geral mostrou-se sem alterações. Ao exame neurológico apresentou rigidez sugestiva de parkinsonismo, sem outras anormalidades. O exame Mini do estado mental (mini mental) teve resultado de 24. A tomografia de crânio revelou atrofia cortical geral sem outras alterações. A ressonância magnética teve resultado normal. Das informações acima, conclui-se que o paciente apresenta A demência vascular. B demência de Alzheimer. C demência de Creutzfeld-Jacob. D demência dos corpos de Lewy. E degeneração fronto-temporal lobar.
Relatório ENADE: Q 14
Inst. 36,8
Brasil 32,1
Gabarito A D 10,3
B 39,1
C 3,4
D 36,8
E 10,3
SI 0
Análise: Área Clínica Médica Conteúdo Neurologia – Demência
Professor: Lelisvan Comentário A demência dos corpos de Lewy éo o declínio cognitivo progressivo de magnitude suficiente para interferir nas funções sociais ou ocupacionais (sendo o último alterado no caso clínico). As alterações proeminentes ou persistentes de memória não MEDICINA
18
ocorrem necessariamente nos estágios iniciais, mas se torna progressivamente alterada, como na questão. Para o critério diagnóstico da doença necessita de pelo menos duas das seguintes características (Consortium o Dementia with Lewy Bodies International Workshop): 1 – flutuação cognitiva; 2 –alucinações visuais recorrentes; 3 – parkinsonismo espontâneo. Todos os critérios se encontram presente no paciente do caso.
Referência: Bertolucci et al. Neurologia. São Paulo: Manole, 2011.
Professora: Cáritas Marquez Franco
Comentário: A demência com corpos de Lewy (DCL) é uma das principais causas de demência, sendo parte de um espectro clínico de doenças com inclusões neuronais denominadas corpos de Lewy, que inclui a doença de Parkinson. Do ponto-de-vista clínico, a DCL caracteriza-se por flutuação cognitiva, alucinações visuais e parkinsonismo espontâneo. O tratamento farmacológico baseia-se no emprego de inibidores de colinesterase, objetivando atenuar os déficits cognitivos e as alterações comportamentais. O emprego de neurolépticos deve ser evitado face à grande sensibilidade desses pacientes aos mesmos.
Referência: Teixeira-Jr
AL,
Cardoso
F.
Dementia
with
Lewy
bodies:
clinical
and
therapeuticmanagement. Rev Neurociencias 2005; 13(1):028-033.
Questão Nº 15.
Paciente do sexo masculino de 6 anos de idade apresenta histórico de febre há 5 dias e iniciou, hoje, lesão de pele. Ao exame apresenta bom estado geral, afebril e com eritema reticular em face (bochechas) e em membros superiores. O exame não revela
MEDICINA
19
outras alterações. O pediatra explicou aos pais que, provavelmente, esse quadro seja devido a um agente viral específico. Considerando a principal hipótese diagnóstica e o agente responsável por esse quadro, avalie as afirmações abaixo. I. Acometimento neonatal grave por esse tipo de vírus caracteriza-se por infecção de múltiplos órgãos, principalmente coração, pulmões e cérebro. II. O vírus responsável pelo quadro descrito pode acometer também a faringe posterior (com presença de vesículas e úlceras) e causar herpangina. III. Infecções clinicamente aparentes como o caso descrito e a crise aplástica transitória são quadros prevalentes em criança na idade escolar com esse tipo de doença. IV. Geralmente, esse quadro é benigno e autolimitado e raramente pode causar púrpura trombocitopênica. V. Se a presença de artrite for associada ao quadro descrito, deve-se fazer diagnóstico diferencial com artrite reumatoide juvenil e lupus. É correto apenas o que se afirma em
A I e II. B I, IV e V. C II, III e IV. D III, IV e V. E I, II, III e V.
Relatório ENADE: Q 15
Inst. 26,4
Brasil 35,5
Gabarito D
A 8
B 19,5
C 28,7
D 26,4
E 17,2
SI 0
Análise: Área Pediatria Conteúdo Doença infecciosa na infância e diagnóstico diferencial com reumatológicas: lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide juvenil.
doenças
MEDICINA
20
Professora: Vitalina Barbosa
Comentário: One disease that can be difficult to differentiate from systemic-onset JIA (Juvenile idiopathic arthritis) is rheumatic fever. Usually, the patient with rheumatic fever has a sustained fever, the migratory arthritis is exquisitely painful in contrast to systemic JIA, and the rash migrates. Henoch-Schönlein purpura, Kawasaki disease, and SLE are other systemic inflammatory diseases commonly diagnosed in pediatric rheumatology clinics.
Referência: Rheumatology Hochberg ,5 th,2011 , Pg 998 . Section 7 Pediatric Rheumatology
Questão Nº 16.
Paciente do sexo masculino de 54 anos de idade, com histórico de hipertensão arterial e dislipidemia prévios, sofreu infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento de ST (anterior extenso) e angioplastia primária na artéria descendente anterior há 8 semanas. Passou a fazer uso de AAS, clopidogrel, atenolol, sinvastatina e enalapril. Esse paciente deu entrada no pronto-socorro com queixas de mal-estar inespecífico, dor torácica ventilatório-dependente, em pontada, de moderada intensidade, mais claramente observada em retroesternal e epigástrio, além de dispneia aos grandes esforços e episódios de febre (T = 39,5°C) surgidos na última semana. O exame físico revelou que o paciente está em estado geral regular, eupneico, corado e orientado. O exame cardiovascular revelava ritmo regular, em 2 tempos, sem sopros. Não havia distensão venosa jugular a 45°C e pulso paradoxal. A asculta pulmonar estava normal. Não havia edema de membros inferiores. Os exames de urgência revelavam: leucócitos = 14 500 (segmentados 74%, eosinófilos 1%, linfócitos 15%); hemoglobina = 14,2; hematócrito = 42%, plaquetas = 251 000; VHS/VSG = 54 mm na 1ª hora; glicemia = 84 mg/dL (VR 80 -100), ureia = 31 mg/dL (VR = 20 - 35); creatinina = 1,0 mg/dL (0,8 -1,4 mg/dL), CK-MB = 31 (VR < 25 ng/mL), troponina T = 0,25 (VR < 0,2 mg/L). O ECG na admissão é apresentado abaixo.
MEDICINA
21
A conduta diagnóstica para o caso descrito é solicitar A angiotomografia de tórax. B cintilografia do miocárdio. C endoscopia digestiva alta. D ecocardiograma transtorácico. E cineangiocoronariografia cardíaca.
Análise: Questão anulada. Área
Conteúdo
Questão Nº 17.
MEDICINA
22
Paciente do sexo masculino de 45 anos de idade, sem antecedentes patológicos relevantes, foi trazido ao pronto-socorro após quadro de cefaleia holocraniana de forte intensidade e início súbito, associada a náuseas, vômitos e, posteriormente, síncope. Na admissão, o paciente já se encontrava acordado, eupneico, corado. Havia sinais meníngeos leves e os exames dos aparelhos cardiovascular, pulmonar e abdome estavam normais. Realizou tomografia computadorizada (TC) de crânio (seção A da figura). Foi colocado na unidade de tratamento intensivo em monitorização hemodinâmica, hidratação venosa e em uso de nimodipina, fenitoína e dexametasona, mas não conseguiu ser submetido a angiografia e, por conseguinte, a outros tratamentos. Vinha evoluindo satisfatoriamente até o 6º dia de internação (DI), quando começou a apresentar hemiparesia esquerda e rebaixamento progressivo do nível de consciência. No 7º DI, o nível de consciência piorou e foi observada hemiplegia completa à esquerda. Logo após, o paciente apresentou episódio de convulsão tônico-clônica generalizada, foi entubado e colocado em ventilação mecânica. Os reflexos do tronco cerebral estavam preservados e os sinais de Kernig e Brudzinski não estavam presentes. A pressão arterial estava em 160 x 100 mmHg. Os exames revelavam: hemoglobina = 12 g/dL; hematócrito = 36%; leucócitos = 12 500 mm3; plaquetas = 205 000 mm3; sódio = 135 mEq/L; potássio = 4,1 mEq/L; creatinina = 1,0 mg/dL. Foi repetida a TC de crânio (seção B). A hipótese diagnóstica para o quadro descrito é A vasoespasmo cerebral. MEDICINA
23
B hipertensão intracraniana. C ressangramento subaracnoide. D hidrocefalia de pressão normal. E síndrome de secreção inapropriada de ADH.
Relatório ENADE: Q 17
Inst. 31
Brasil 34,1
Gabarito A
A 31
B 27,6
C 34,5
D 5,7
E 1,1
SI 0
Análise: Área Clínica Médica Conteúdo Neurologia – Acidente Vascular cerebral, cefaleia, síndromes convulsivas Diagnóstico por imagem
Professor: Ledismar Comentário: O quadro clínico é compatível com vasoespasmo ou chamado déficit neurológico tardio, que pode ocorrer em qualquer tipo de sangramento intracraniano, sendo mais freqüente na HSA. No quadro clínico ocorre do 4º ao 20º dia após a HSA, em 90% com curso gradual, cursando com rebaixamento do nível de consciência e déficit focal, compatível com a área afetada. Contudo, as imagens da questão não compatíveis com a hemiplegia somente à esquerda pois demonstram um comprometimento bilateral.
Referência: Bertolucci et al. Neurologia. São Paulo: Manole, 2011.
Questão Nº 18.
Paciente do sexo feminino de 57 anos de idade, nuligesta, menopausa há 3 anos, procura o pronto-socorro com queixa de sangramento vaginal há 6 meses, tendo apresentado piora há 1 dia. Os episódios de sangramento vaginal eram inicialmente MEDICINA
24
esporádicos, tornando-se mais frequentes nos últimos 30 dias, com piora após relações sexuais. A paciente encontra-se obesa (IMC = 39 kg/m2), diabética, hipertensa, em uso de captopril e metformina. Traz resultado de colpocitologia oncótica realizada há 2 meses, demonstrando atipias em células escamosas de significado indeterminado, possivelmente não neoplásico.
A partir desse quadro, a conduta inicialmente indicada para o caso é A realizar ultrassonografia transvaginal para investigar câncer de endométrio. B realizar colposcopia com biópsia dirigida para investigar câncer de colo uterino. C realizar histerectomia abdominal total para minimizar os riscos de câncer de colo e endométrio. D prescrever anti-inflamatórios para sangramento uterino disfuncional e repetir colpocitologia após 6 meses. E prescrever estrogenioterapia para melhorar a atrofia vaginal e repetir a colpocitologia após melhora do sangramento. Relatório ENADE: Q 18
Inst. 44,8
Brasil 54,7
Gabarito A A 44,8
B 27,6
C 2,3
D 5,7
E 19,5
SI 0
Análise: Área Ginecologia Conteúdo Climatério, diagnóstico de doença neoplásica do trato genital feminino.
Professor (a): Rodrigo Zaiden
Comentário: A paciente em questão apresenta risco elevado para câncer de endométrio como ser diabética, obesa e hipertensa. Dentre as causas que devemos afastar em pacientes climatéricas e com risco de câncer do corpo uterino e com sangramento vaginal sem uso de terapia hormonal está o câncer do endométrio. Referências: MEDICINA
25
Manual de climatério da febrasgo. Manual do AC Camargo.
Questão Nº 19.
Paciente do sexo masculino, 73 anos de idade, aposentado, com hipertensão arterial sistêmica de longa data, é dislipidêmico e etilista crônico. Está em uso diário de alisquireno 300 mg/dia e sinvastatina 40 mg/dia. Procurou atendimento médico, queixando-se de mialgia crônica e artralgia. Foi-lhe prescrito paracetamol 750 mg de 8/8 horas se necessário. Começou a fazer uso dele com frequência superior à recomendada. Há 4 dias, iniciou quadro de náuseas, vômitos e dor abdominal de moderada intensidade, evoluindo há 1 dia com icterícia e queda de seu estado geral. Com esses sintomas, procurou pronto atendimento. Foi, então, submetido a exames laboratoriais, que apresentaram os seguintes resultados: transaminase glutâmicooxalacética/AST (TGO) - 4 800 U/L (VR 10 a 37), transaminase glutâmico-pirúvica/ALT (TGP) 4 250 U/L (VR de 19 a 44), bilirrubinas totais 3,8 mg/dL (VR de 0,4 a 1,2), glicemia 75 mg/dL (VR 70 a 99). Hemograma sem alterações. O diagnóstico, a conduta e o prognóstico no caso clínico descrito são, respectivamente, de A hepatite aguda medicamentosa, medidas de suporte à vida + N-acetil-cisteína e mau prognóstico. B hepatite crônica secundária ao etilismo, transplante hepático e mau prognóstico. C hepatite crônica secundária ao etilismo, cessação do etilismo e bom prognóstico. D hepatite aguda viral, medidas de suporte à vida e bom prognóstico. E hepatite alcóolica aguda, transplante hepático e bom prognóstico.
Relatório ENADE: Q 19
Inst. 85,1
Brasil 79,1
Gabarito A A 85,1
B 4,6
C 5,7
D 1,1
E 2,3
SI 1,1
MEDICINA
26
Análise: Área Clínica Médica Conteúdo Hepatite medicamentosa Alcoolismo Doença reumatológica frequentes, como artrose e fibromialgia.
Professora: Vitalina Barbosa
Comentário:
Hepatite medicamentosa 979 A interrupção imediata de uma droga suspeita é obrigatória. Antídotos disponíveis devem ser
MEDICINA
27
utilizados para o acetaminofeno (N-acetilcisteína).
Referência: Goldman’s Cecil Medicine 24th 2012, capitulo 152 (TOXIN- AND DRUG-INDUCED LIVER DISEASE) pg 983.
Questão Nº 20.
While the term epigenetics is often used loosely, and sometimes in rather different ways, the term is generally considered to encompass changes in DNA methylation, histone modifications, miRNA expression, and nucleo-some positioning and higher order chromatin as epigenetic changes affecting gene regulation. Epigenetics was defined as a discipline more than 50 years ago, by CH Waddington, and originally described changes in the development of organisms that could not be explained by changes in DNA. Subsequently it became clear that epigenetic modifications play important roles in diseases, including breast cancer. There is thus a pressing need to understand the functional genome; that is, the changes defined by regulatory mechanisms overlaying the genetic structure. Over the past few years there has been an explosion in studies of epigenetics in breast cancer, reflected by the exponential increase of published manuscripts. A PubMed search for the keywords ‘epigenetic’ and ‘breast cancer’ reveals that the first publication was in 1983. Progress was slow until approximately 10 years ago when the number of studies started to steadily increase, at least in part fueled by improved technologies. In the present review, we focus on recent advances in the understanding of histone methylation and demethylation, a relatively new area with promise for clinical translation. We also review recent studies that have utilized genome-wide technologies for the study of DNA methylation. Much progress has been made in the characterization of noncoding RNAs, and the effect of higher order chromatin structure on gene expression in breast cancer; however, these discoveries lie outside the scope of our review. Breast Cancer Res. 2011; 13(6): 225.
De acordo com o texto acima, epigenética é uma
MEDICINA
28
A alteração gênica decorrente da mudança da estrutura do DNA, sem aumento de publicações a seu respeito nos últimos anos. B alteração das características determinadas geneticamente, com aumento das publicações a seu respeito nos últimos anos. C alteração gênica decorrente da mudança de RNAm, sem aumento significativo de publicações a seu respeito nos últimos anos. D alteração gênica decorrente da mudança de RNAm, com aumento de interesse a seu respeito em citações de revistas nos últimos 50 anos. E alteração gênica decorrente da mudança da estrutura da proteína do DNA, com aumento de citações a seu respeito em revistas médicas, nos últimos anos.
Relatório ENADE: Q 20
Inst. 42,5
Brasil 39,6
Gabarito B
A 6,9
B 42,5
C 2,3
D 9,2
E 39,1
SI 0
Análise: Área Básica Conteúdo Biologia: Epigenética Estrutura e função do material genético. Regulação da atividade gênica.
Professor: Marc Alexandre Duarte Gigonzac
Comentário: A resposta B é a correta pois EPIGENÉTICA se refere às alterações na expressão do genoma, sem mudança na sua sequência de bases (ATCG...). Assim, as alterações na expressão do genoma por fenômenos epigenéticos refletem possíveis alterações das características determinadas geneticamente, sendo que a temática tem sido cada vez mais discutida nos últimos anos em revistas científicas. Referências: BAYLIN, Stephen B.; JONES, Peter A. Epigenetic determinants of cancer. Cold Spring Harbor perspectives in biology, p. a019505, 2016. MEDICINA
29
HEARD, Edith; MARTIENSSEN, Robert A. Transgenerational epigenetic inheritance: myths and mechanisms. Cell, v. 157, n. 1, p. 95-109, 2014. JAENISCH, Rudolf; BIRD, Adrian. Epigenetic regulation of gene expression: how the genome integrates intrinsic and environmental signals. Nature genetics, v. 33, p. 245254, 2003. JONES, Peter A.; BAYLIN, Stephen B. The fundamental role of epigenetic events in cancer. Nature reviews genetics, v. 3, n. 6, p. 415-428, 2002. NG, Jane WY et al. The role of longitudinal cohort studies in epigenetic epidemiology: challenges and opportunities. Genome biology, v. 13, n. 6, p. 1, 2012.
Questão Nº 21. Quanto à atenção básica, avalie as asserções que se seguem e a relação proposta entre elas. I
O processo de trabalho e o modelo de atenção no SUS devem ser transformados em
relação aos modelos de atenção centrados no hospital, quando se incorpora a estratégia de territorialização. PORQUE II O método da territorialização possibilita compreender as condições específicas em que vive determinada população, considerando, inclusive, seu perfil de saúdeadoecimento, bem como os recursos e serviços com os quais interage. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. A
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da
I. B As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. C A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. D A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E As asserções I e II são proposições falsas.
Relatório ENADE: Q 21
Inst. 31
Brasil 35,3
Gabarito A
A 31
B 12,6
C 2,3
D 52,9
E 1,1
SI 0
MEDICINA
30
Análise: Área Saúde Coletiva Conteúdo Modelos de atenção à saúde no Brasil.
Professora: Cáritas Marquez Franco
Comentário:
A territorialização além de permitir a espacialização/localização dos problemas, identificando as desigualdades existentes no território, permite que a população seja capaz de reconhecer o serviço e que este possa identificar a população, estabelecendo uma relação de vínculo e co-responsabilização entre população-serviço-equipe de saúde. Neste processo de delimitação de áreas, são identificados os seguintes territórios: • território-distrito – delimitação político-administrativa usada para organização do sistema de atenção; • território-área – delimitação da área de abrangência de uma unidade de saúde, a área de atuação de equipes de saúde; • território-microárea – área de atuação do agente comunitário de saúde (ACS), delimitada com a lógica da homogeneidade socioeconômico-sanitária; • território-moradia – lugar de residência da família.
A partir do conhecimento das características fundamentais de cada espaço-população torna-se possível compreender o ambiente social e geográfico onde estão inseridos os indivíduos e suas famílias, cujo bem-estar consiste no objetivo maior de todo sistema de saúde. Assim, o processo, as estratégias e instrumentos utilizados na territorialização devem permitir compreender os determinantes sociais do processo saúde-doença específicos daquele espaço-população. Essa compreensão deve ser a base da definição dos fundamentos do modelo de atenção mais adequado à população, permitindo a identificação dos perfis populacionais em termos de situação de saúde e a projeção de soluções adequadas a cada um deles. A territorialização da política de saúde pode compreender ainda, sempre que se verificar necessário, o referenciamento espacial (georeferencimento) das estruturas de provisão (unidades de saúde), das informações, indicadores, relações, fluxos, estruturas físicas (transporte, comunicação, energia, MEDICINA
31
serviços, produção, lazer, etc.) e dos equipamentos sociais (escolas, centros de referência da assistência social, tribunais de justiça, etc.) considerados relevantes para o sistema de saúde
Referências: TEIXEIRA, CF., and SOLLA, JP. Modelo de atenção à saúde: vigilância e saúde da família [online]. Salvador: Editora EDUFBA, 2006. 237 p. Saladeaula series, nº3. ISBN 85-232-0400-8. Available from SciELO Books.
OUVERNEY, AM., and NORONHA, JC. Modelos de organização e gestão da atenção à saúde: redes locais, regionais e nacionais. In FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. A saúde no Brasil em 2030 - prospecção estratégica do sistema de saúde brasileiro: organização e gestão do sistema de saúde [online]. Rio de Janeiro: Fiocruz/Ipea/Ministério da Saúde/Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, 2013. Vol. 3. pp. 143-182. ISBN 978-85-8110-017-3. Available from SciELO Books.
Questão Nº 22.
Paciente do sexo feminino de 57 anos de idade foi admitida em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com quadro de dor abdominal há 2 dias, na região do mesogástrio, migrando posteriormente para a fossa ilíaca esquerda (FIE) e acompanhada de anorexia, dor e defesa à palpação. Foi, inicialmente, medicada com ciprofloxacina e metronidazol por via oral e orientada a retornar à UPA caso não tivesse melhora da dor. Dois dias depois, ela retorna com piora da dor, T = 38,9 °C além de dor a descompressão brusca e defesa presentes em todo o andar inferior do abdome. O hemograma realizado mostrou a contagem de leucócitos em 19 x 1 000/mm3 (N = 4,0 a 11,0 x 1 000/mm3) e a contagem diferencial foi de 15% de bastonetes (N = 0 a 4), 80% de segmentados (N = 36 - 66) e 5 % de linfócitos (N = 25 - 45). O exame considerado mais adequado para determinar a terapêutica dessa paciente é a A colonoscopia. B ultrassonografia de abdome. C retossigmoidoscopia flexível. MEDICINA
32
D ressonância magnética do abdome. E tomografia computadorizada de abdome.
Relatório ENADE: Q 22
Inst. 65,5
Brasil 54,5
Gabarito E
A 4,6
B 24,1
C 4,6
D 1,1
E 65,5
SI 0
Análise: Área Cirurgia Conteúdo Dor abdominal, Abdômen-agudo. Diagnóstico laboratorial e conduta terapêutica
Professor: Manoel Lemes
Comentário: Trata-se de uma paciente com quadro clínico de um Abdomen Agudo Inflamatório e possivelmente perfurativo. Conforme o enunciado, foi pensado na hipótese diagnóstica de Diverticulíte de Cólon, pois a medicação antimicrobiana é de largo espectro e com cobertura para germes anaérobios, bem como o exame físico francamente sugestivo. A paciente evoluiu com piora e está com quadro francamente infeccioso. Nessa situação não se deve realizar exames de endoscopia (afastado as hipóteses de colonoscopia e retosigmoidocopia flexível). A melhor conduta é o exame de imagem, e a ultrassonografia é método ruim para avaliação de vísceras ocas. A ressonância não é o exame mais indicado para avaliação de abdômen agudo inflamatório, pois é exame de custo mais elevado, com tempo de execução mais demorado, é contra-indicado em pacientes com marca-passos cardíaco, clips ou molas metálicos aneurismáticas, válvulas cardíacas, implante cocleares e outros. A tomografia é exame de rápida execução, é o padrão “gold standard” para avaliação de abdômen agudo e se presta melhor a uma avaliação de gás livre em cavidade abdominal.
MEDICINA
33
Referências: COELHO, J. C. U. et al. Aparelho digestivo: clínica e cirurgia. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2005. TOWNSEND, C. M. Sabiston: tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moderna. 18. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. SAKAI, P. Tratado de endoscopia digestiva diagnóstica e terapêutica: intestino delgado, cólon e reto. São Paulo: Atheneu, 2008. v. 4. BRANT, W. E.; HELMS, C. Fundamentals of diagnostic radiology. 3rd ed. New York: Lippincott Williams and Wilkins, 2007.
Questão Nº 23.
Paciente do sexo feminino de 65 anos de idade, com antecedente de hipotireoidismo primário, compensado com 75 mcg de levotiroxina em jejum, vem evoluindo com osteoporose pós-menopausa e, devido ao risco de fraturas, foram prescritos alendronato sódico 70 mg (em jejum uma vez por semana, uma hora antes da levotiroxina) e carbonato de cálcio 500 mg (antes do café e do jantar). Após 30 dias, a paciente evoluiu com piora da astenia e fadiga. Os exames atuais mostram: hemoglobina = 13,1 g/dL; hematócrito = 39,1%; TSH = 8,1 μU/mL (VR = 0,4 a 4,0); T4Livre = 0,8 ng/dL (VR = 0,8 a 2,0ng/dL). A conduta recomendada nesse caso é A suspender o alendronato sódico. B suspender o carbonato de cálcio. C reduzir a dose do alendronato sódico. D modificar o horário do alendronato sódico. E modificar o horário do carbonato de cálcio.
Relatório ENADE: Q 23
Inst. 21,8
Brasil 23,2
Gabarito A E 13,8
B 6,9
C 12,6
D 44,8
E 21,8
SI 0
MEDICINA
34
Análise: Área Clínica Médica Conteúdo Hipotireoidismo, Osteoporose e Menopausa.
Professora: Vitalina Barbosa.
Comentário: O carbonato de cálcio reduz a absorção de levotiroxina no trato gastrointestinal. Assim, deve-se separar a administração do cálcio da administração da levotiroxina tanto quanto possível. Sugestão: carbonato de cálcio após almoço e jantar.
MEDICINA
35
Referências: Goldman’s Cecil Medicine 24th 2012, capitulo 33, pg 1658.
Questão Nº 24.
O câncer de pulmão é uma doença fortemente associada ao tabagismo, fato que implica grande potencial de prevenção. Nesse contexto, várias abordagens populacionais têm sido realizadas no intuito de reduzir sua incidência.
Entre as estratégias de controle da incidência de câncer de pulmão e seus efeitos, incluem-se A rastreamento populacional com tomografia computadorizada espiral de baixa dose em indivíduos acima de 50 anos, com a consequente redução da mortalidade com custo efetividade. B redução de nicotina nos cigarros, com a consequente diminuição da incidência de carcinomas de células escamosas, mas aumento da incidência de adenocarcinomas. C quimioprevenção com vitaminas antioxidantes em pessoas com risco aumentado, com a consequente redução da mortalidade por câncer de pulmão nesse grupo populacional. D abandono do tabagismo crônico, com a consequente redução progressiva da taxa de mortalidade por câncer de pulmão, igualando-se à de não fumantes. E estabelecimento de políticas de estímulo à redução do tabagismo, mas sem a consequente não redução na taxa de mortalidade por câncer de pulmão.
Relatório ENADE: Q 24
Inst. -
Brasil -
Gabarito **
A 2,3
B 4,6
C 1,1
D 60,9
E 31
SI 0
Análise: Questão Anulada Área Saúde Coletiva Conteúdo Câncer de Pulmão, Tabagismo. MEDICINA
36
Epidemiologia analítica Níveis de Atenção à Saúde
Professora: Roseliane
Comentário: Analisei a questão solicitada e não consegui justificar como verdadeira a resposta assinalada. As medidas de saúde pública com vistas a limitar os níveis de monóxido de carbono alcatrão e nicotina, contidas na resolução 46 da ANVISA, em 28 de março de 2001 têm como objetivo impedir que a indústria tabageira utilize mecanismos para tornar a fumaça do cigarro mais agradável para novos consumidores. E amplamente discutido que a redução dos níveis de nicotina no cigarro induz o maior consumo do número de cigarros para atingir mesmos níveis de nicotina já que esta é responsável pelo comportamento aditivo. O tabagismo é considerado doença e leva a dependência à nicotina, existem mais de 4700 substancias tóxicas no cigarro, de forma que a redução de apenas uma delas como medida isolada coloca em cache a efetividade e a relevância na redução de adoecimento por câncer de pulmão que tem como principal fator de risco a exposição a fumaça do cigarro.
Referências: Brasil, Ministério da Saúde. Agência de Vigilância Sanitária. Resolução 46 da ANVISA, em 28 de março de 2001.
Questão Nº 25.
Paciente do sexo masculino de 35 anos de idade, casado, operador de máquinas, sem antecedentes patológicos, foi submetido a uma apendicectomia em fase inicial, edematosa, apêndice íntegro, sem presença de líquido livre na cavidade abdominal, sem intercorrências. Recebeu antibiótico profilático. Ficou internado em uma enfermaria coletiva (seis leitos) por 48 horas. Recebeu alta em boas condições, sem queixas. Hoje compareceu ao ambulatório de cirurgia no oitavo dia de pós-operatório com queixa de dor, calor e edema no local da incisão cirúrgica, que, desde ontem, está drenando secreção purulenta. Nega febre.
MEDICINA
37
Qual das medidas abaixo teria maior impacto na prevenção da infecção de ferida cirúrgica descrita no caso? A Realização de controle rigoroso da glicemia capilar no perioperatório. B Utilização de curativos com antibiótico tópico após a alta hospitalar. C Higienização adequada das mãos dos profissionais na enfermaria. D Manutenção do antimicrobiano por via oral após a alta hospitalar. E Realização de tricotomia com aparelho sem lâmina.
Relatório ENADE: Q 25
Inst. 71,3
Brasil 70,7
Gabarito C
A 4,6
B 3,4
C 71,3
D 19,5
E 1,1
SI 0
Análise: Área Cirurgia Conteúdo Ferida cirúrgica - Controle de Infecção hospitalar
Professora: Luciana Leite Pineli.
Comentário: A higienização das mãos é reconhecida como a medida única mais efetiva na prevenção de infecções relacionadas à assistência à saúde. O primeiro desafio global da Aliança Mundial para a Segurança do Paciente apresenta como lema “Uma assistência limpa é uma assistência mais segura” e envolve ações relacionadas à melhoria da HM em serviços de saúde. Apesar do controle glicêmico ser uma medida importante de controle de infecção pós-operatória, a Higiene das mãos ainda é a medida mais importante.
Referências: ANVISA. Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde Série Segurança do Paciente e Qualidade em SErviços de Saúde. 2013. ANVISA. Assistência Segura. Série Segurança do Paciente e Qualidade em SErviços de Saúde 2013. MEDICINA
38
Questão Nº 26.
Paciente de 33 anos de idade, do sexo masculino, foi vítima de queimaduras de segundo e terceiro graus em 60% da superfície corporal. Na admissão, necessitou de reposição volêmica com volume de 10 litros de cristaloide nas primeiras 24 horas. No 3º dia de evolução, apresentou distensão abdominal volumosa e progressiva, piora do desconforto respiratório com hipoxemia e hipercapnia, hipotensão arterial, taquicardia e oliguria/anuria. Foi feita tomografia computadorizada de abdome, a qual evidenciou grande edema intersticial com ascite, sem evidências de pneumoperitônio ou sepse abdominal. Com base no quadro descrito, qual dos seguintes métodos de monitorização é determinante para diagnóstico e tomada de decisões? A Medição de débito cardíaco. B Avaliação da tonometria gástrica. C Aferição da pressão intravesical. D Medição do fluxo capilar sublingual. E Medida de pressão venosa central em veia cava inferior. Relatório ENADE: Q 26
Inst. 5,7
Brasil 24,9
Gabarito A C 36,8
B 1,1
C 5,7
D 1,1
E 55,2
SI 0
Análise: Área Cirurgia Conteúdo Queimaduras – atendimento aos grandes queimados.
Professor: Ricardo Piccolo Daher Comentário: O quadro descreve um grande queimado que evolui com síndrome compartimental abdominal. A aferição da pressão intravesical é uma medida indireta da pressão intraabdominal e guia a terapêutica que na maioria das vezes requer descompressão cirúrgica. MEDICINA
39
Referências: Burns. 2014 Feb;40(1):9-16. doi: 10.1016/j.burns.2013.07.001. Epub 2013 Sep 17. A systematic review on intra-abdominal pressure in severely burned patients. Strang SG1, Van Lieshout EM1, Breederveld RS2, Van Waes OJ3.
Questão Nº 27.
Paciente do sexo feminino de 23 anos de idade solicita orientações sobre como calcular seu período fértil com o objetivo de utilizar o método anticonceptivo Ogino-Knaus (tabelinha). Após 6 meses de observação dos ciclos menstruais, observa-se que o ciclo mais curto da paciente foi de 24 dias e o mais longo, de 33 dias. Para utilização do método anticonceptivo Ogino-Knaus (tabelinha), a paciente deve evitar relação com contato genital no período compreendido entre A o 5º e o 23º dia. B o 6º e o 22º dia. C o 7º e o 24º dia. D o 8º e o 26º dia. E o 9º e o 27º dia. Relatório ENADE: Q 27
Inst. 28,7
Brasil 32,2
Gabarito A B 12,6
B 28,7
C 26,4
D 10,3
E 21,8
SI 0
Análise: Área Ginecologia e Obstetrícia Conteúdo Método anticoncepcional
Professor: Rodrigo Zaiden
MEDICINA
40
Comentário: O método da tabelinha ou Ogino-Knaus caracteriza-se pela avaliação da duração dos ciclos menstruais por um período de no mínimo 6 meses. Após essa avaliação pega o ciclo de menor duração e subtrai 18 e o de maior duração e subtrai 11. Neste caso deve-se diminuir 18 de 24(menor duração) e 11 de 33(maior duração), obtendo-se dessa maneira o intervalo que não se deve ter relações sexuais que seria do 6º ao 22º dia do ciclo. Referências: Manual de assistência ao planejamento familiar do MS página 19 e 20.
Questão Nº 28.
Há alguns meses, uma paciente submeteu-se a uma adenomastectomia bilateral preventiva com reconstrução das mamas com próteses. Essa indicação foi feita analisando-se seu histórico familiar e genético. Sua mãe e tia faleceram antes dos 50 anos com neoplasia maligna. Ao exame laboratorial observou-se que a paciente é portadora de um gene relacionado à maior prevalência de carcinoma mamário, ovariano e outros. Nos casos de câncer de mama, a chance de desenvolver a neoplasia maligna é próxima de 85%. A respeito da situação descrita, assinale a opção que apresenta o nome do gene, o cromossoma no qual está localizado, o modo como é ativado e a classificação, em relação à distribuição na população, para as pacientes que expressam esse gene. A p53; translocação (8,13), câncer familiar. B RB; deleção do braço curto do cromossoma 28, câncer familiar. C Cromossoma Filadélfia; translocação (13,22); câncer hereditário. D BRCA1; deleção do braço curto do cromossoma 17; câncer hereditário. E Her2Neu; amplificação do braço longo do cromossoma 21; câncer familiar.
Relatório ENADE: Q 28
Inst. 88,5
Brasil 81,9
Gabarito D
A 6,9
B 1,1
C 0
D 88,5
E 3,4
SI 0 MEDICINA
41
Análise: Área Básica e Ginecologia Conteúdo Genética - Regulação da atividade gênica. Mecanismos de hereditariedade. Neoplasia de mama.
Professor: Rodrigo Zaiden
Comentário: As estimativas iniciais para o risco de desenvolvimento de câncer de mama ao longo da vida - penetrância - em mulheres portadoras de mutações no gene BRCA1, eram superiores a 85%. Estudos mais recentes, no entanto, sugerem um risco de 50 a 80% para o desenvolvimento de câncer de mama até os 70 anos.
Referências: Luis Cláudio Belo Amendola & Roberto Vieira. A contribuição dos genes BRCA na predisposição hereditária ao câncer de mama BRCA. Revista Brasileira de Cancerologia 2005; 51(4): 325-330.
Professor: Marc Gigonzac
Comentário: Aproximadamente 10 a 20% dos casos de câncer de mama familiar estão associados aos genes BRCA1 e BRCA2 de susceptibilidade hereditária para câncer de mama e ovário. Uma das causas está associada à deleção do gene localizado no braço curto do cromossoma 17 (17q21). Referências: MAVADDAT, Nasim et al. Cancer risks for BRCA1 and BRCA2 mutation carriers: results from prospective analysis of EMBRACE. Journal of the National Cancer Institute, v. 105, n. 11, p. 812-822, 2013. ROY, Rohini; CHUN, Jarin; POWELL, Simon N. BRCA1 and BRCA2: different roles in a common pathway of genome protection. Nature Reviews Cancer, v. 12, n. 1, p. 68-78, 2012. TANGIR, Jacob et al. A 400 kb novel deletion unit centromeric to the BRCA1 gene in sporadic epithelial ovarian cancer. Oncogene, v. 12, n. 4, p. 735-740, 1996.
MEDICINA
42
Questão Nº 29.
Paciente do sexo feminino de 42 anos de idade procura a Unidade Básica de Saúde com histórico de treze dias de fadiga, insônia e inapetência. Relata já despertar cansada pela manhã e não ter ânimo para se dedicar às atividades profissionais ou à interação social com família e amigos. Comparece bem vestida, com higiene preservada, sem acessórios ou maquiagem. Perguntada sobre tal aspecto, responde com irritação desproporcional e culpa-se pelo desleixo. Informa ter apresentado dois outros episódios semelhantes há seis meses e há três meses. Com base do DSM-IV, a suspeita diagnóstica é de A episódio depressivo único, com acalmia e piora. B transtorno depressivo, pois já é o terceiro episódio. C transtorno do humor devido a uma condição médica geral, que é a insônia. D simulação, pois a depressão legítima não é compatível com autocuidado preservado. E transtorno bipolar, uma vez que a irritação aguda no curso da consulta indica ciclotimia.
Relatório ENADE: Q 29
Inst. 37,9
Brasil 50,5
Gabarito B
A 8
B 37,9
C 10,3
D 6,9
E 36,8
SI 0
Análise: Área Clínica Médica Conteúdo Psiquiatria - Depressão
Professor: Verlaine
Comentário:
MEDICINA
43
A paciente apresenta sintomas clássicos de um episódio depressivo, quais sejam a hipotimia, anedonia, hipobulia, adinamia, insônia (terminal) e desesperança. A falta de esperança é um dos indicadores mais importantes quanto ao risco de ato suicida, o que torna o episódio atual grave, descartando o diagnóstico aventado pela letra A que o coloca como um episódio moderado, além de dizer ser um transtorno unipolar, o que também não é, pelos relatos sugestivos de sintomas de elação de humor, tais como irritabilidade, aumento de energia, euforia, hipersexualidade, frangofilia. Ela tem histórico de depressões recorrentes desde os 15 anos de idade, com duração de 2 semanas em média, o que poderia justificar o diagnóstico da letra C, mas igualmente é descartada porque não contempla sintomas de exaltação de humor. A letra D está incorreta porque a paciente apresenta de fato um transtorno médico psiquiátrico, descartando a simulação como diagnóstico. A letra E não está correta porque a crise atual acontece “sem motivo”, o que descarta a questão ambiental. A resposta correta, portanto, é a Letra B, pois contempla todos os sintomas atuais e pregressos da paciente, tanto depressivos quanto maníacos (Transtorno Bipolar de Humor Tipo I, episódio atual depressivo grave). As características depressivas, tais como início e término abruptos, recorrentes, de curta duração, iniciados antes dos 18 anos de idade, com sintomas atípicos, depressões gestacionais e pós-parto, além dos sintomas de elação de humor (mania), tais como euforia, aumentos de energia, disposição, libido, atividades, redução da necessidade de sono, configuram o TBH, que no momento está em episódio depressivo grave. Crítica a questão: A questão do ENADE está incompleta, portanto nos comentários, foi realizado a correção de maneira ficar melhor elaborada.
Referências:
Alvarenga, P. G., Andrade, A. G. Fundamentos em Psiquiatria, 1ª edição, Ed. Manole, Barueri, SP, 2008.
Andreasen, N. C., Black, D. W. Introdução à Psiquiatria, 4ª edição, Ed. Artmed, Porto Alegre, 2009.
Neto, M. R. L., Elkis, H. et al. Psiquiatria Básica, 2ª edição, Ed. Artmed, Porto Alegre, 2007.
Dalgalarrondo, P. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. 2 a edição, Ed. Artmed, Porto Alegre, 2008.
MEDICINA
44
Questão Nº 30. Os acadêmicos do primeiro semestre do curso de Medicina, matriculados na disciplina Saúde Coletiva I, receberam a tarefa de pesquisar esquemas vacinais contra a poliomielite adotados em cinco países selecionados. Os alunos, distribuídos em cinco equipes (X, Y, Z, W e T), concentraram suas buscas em páginas eletrônicas da internet, oficiais ou não, considerando a idade da criança (em meses), a vacina (VIP ou VOP) e a dose. Os resultados, por equipe, estão consolidados no quadro abaixo.
Considerando os tipos VIP (vacina poliomielite 1, 2 e 3 – inativada) e VOP (vacina poliomielite 1, 2 e 3 – atenuada), o esquema adotado no Brasil foi o identificado pela equipe A X. B Y. C Z. D W. E T.
Relatório ENADE: Q 30
Inst. 36,8
Brasil 38
Gabarito A C 14,9
B 13,8
C 36,8
D 10,3
E 24,1
SI 0
Análise: Área Saúde Coletiva Pediatria MEDICINA
45
Conteúdo Calendário Básico de Vacinação da criança. Imunização na infância
Professora: Cáritas Marquez Franco
Comentário: A resposta C foi considerada correta em 2013, entretanto em 2016, houve a seguinte alteração no calendário vacinal, no Brasil: PÓLIO – Já a terceira dose da vacina contra poliomielite, administrada aos seis meses, deixa de ser oral e passa a ser injetável. A mudança é uma nova etapa para o uso exclusivo da vacina inativada (injetável) na prevenção contra a paralisia infantil, tendo em vista a proximidade da erradicação mundial da doença. No Brasil, o último caso foi em 1989. A partir de agora, a criança recebe as três primeiras doses do esquema – aos dois, quatro e seis meses de vida – com a vacina inativada poliomielite (VIP), de forma injetável. Já a vacina oral poliomielite (VOP) continua sendo administrada como reforço aos 15 meses, quatro anos e anualmente durante a campanha nacional, para crianças de um a quatro anos.
Referências: Brasil.
Ministério
da
Saúde.
Disponível
em:
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/21518ministerio-da-saude-realiza-mudancas-no-calendario-de-vacinacao
Acessado
em
28/08/2016.
Brasil, 2016. Brasília. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações. Informe Técnico Campanha Nacional de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Vacinação da Criança e do Adolescente.
Questão Nº 31.
Um paciente internado em um hospital público solicitou, ao médico que o acompanhava, acesso ao seu prontuário para ler as informações. O médico negou argumentando que MEDICINA
46
isso poderia trazer dificuldade de compreensão, pois, algumas vezes, a escrita não seria de fácil leitura por causa da caligrafia. Mesmo assim, o paciente solicitou uma cópia do prontuário. O médico explicou, então, que não era permitido entregar cópia desse documento a nenhum paciente, exceto por ordem judicial. Alguns meses mais tarde, houve uma sindicância sobre o tratamento desse paciente e o médico fez cópia do prontuário para sua própria defesa. Nesse caso, o médico agiu de acordo com o Código de Ética Médica quando A realizou cópia de prontuário do paciente sob sua assistência para fazer sua própria defesa. B impediu o manuseio do prontuário pelo paciente, pois esse documento contém informaçõs sigilosas. C negou ao paciente liberação de cópia de seu prontuário, pois esse documento não pode sair do hospital. D dificultou ao paciente acesso a seu prontuário, justificando que o documento poderia conter informações ilegíveis. E negou ao paciente acesso a seu prontuário, mesmo tendo julgado que o conhecimento das informações não oferecia riscos ao próprio paciente.
Relatório ENADE: Q 31
Inst. 73,6
Brasil 65,3
Gabarito A A 73,6
B 1,1
C 21,8
D 1,1
E 2,3
SI 0
Análise: Área Clínica Médica Conteúdo Código de Ética Médica Relação Médico – Paciente
Professora: Rita Francis Gonzalez y Rodrigues Branco
Comentário:
MEDICINA
47
O médico, na realidade, não poderia ter agido da forma como fez, pois, de acordo com o Capítulo X (Documentos Médicos) do Código de Ética Médica – Resolução CFM nº 1.931/09 é vedado ao médico negar ao paciente acesso a seu prontuário, deixar de lhe fornecer cópia quando solicitada, bem como deixar de lhe dar explicações necessárias à sua compreensão, salvo quando ocasionarem riscos ao próprio paciente ou a terceiros (Art. 88). No caso, o médico fez cópia do prontuário para sua própria defesa. Esta alternativa está correta porque de acordo com o Capítulo X (Documentos Médicos) do Código de Ética Médica – Resolução CFM nº 1.931/09 – Art. 87 – parágrafo 2º o prontuário estará sob guarda do médico ou da instituição que assiste ao paciente. Também de acordo com o mesmo Capítulo do Código de ética Médica, Art. 89 – parágrafo 2º, quando o prontuário for apresentado em sua própria defesa, o médico deverá solicitar que seja observado o sigilo profissional. Tal parágrafo demonstra que o prontuário pode ser também, um instrumento a ser usado em defesa do médico.
Referências: Conselho Regional de Medicina. Código de Ética Médica: Resolução CFM nº 1.931/09 de 17 de setembro de 2009 (ed. De bolso). Conselho Federal de Medicina – Brasília, DF: CFM, 2010
Questão Nº 32.
Paciente do sexo masculino de 33 anos de idade, vítima de acidente em rodovia, no qual ocorreu batida frontal do automóvel que dirigia com o veículo que se deslocava em sentido contrário, é conduzido pela ambulância da concessionária da rodovia ao serviço de emergência do hospital da cidade mais próxima. Encontra-se em maca apropriada com imobilização cervical, obnubilado, dispneico, taquipneico, hipotenso e com turgência venosa jugular. O médico que o acompanhou na ambulância informa que já realizou as etapas iniciais propostas pelo ATLS e que há enfisema subcutâneo na parte inferior do pescoço à direita. Acrescenta que parece haver fraturas costais, diminuição do murmúrio vesicular à direita, piora das condições respiratórias apesar da oxigenioterapia por cateter nasal e da infusão rápida de uma unidade de solução de ringer lactato. Afirma, também, que a
MEDICINA
48
pressão arterial é de 60 mmHg e o pulso é de 120 bpm, mas que o paciente tem mucosas normocrômicas. Diante do quadro clínico descrito, qual conduta inicial deveria ser adotada pelo médico do serviço de emergência? A Encaminhar o paciente da ambulância diretamente ao setor de radiologia, considerando que médico que o atendeu na ambulância já realizou a sequência do atendimento inicial (ATLS) e fez o tratamento inicial correto. B Fazer um exame detalhado do tórax do paciente e, após, encaminhá-lo ao setor de radiologia para verificar a existência de fraturas costais ou outras fraturas que possam ser a causa da perda volêmica oculta e do quadro clínico descrito. C Repetir a sequência do atendimento inicial (ATLS), introduzir um dreno pleural no segundo espaço intercostal direito sob selo d’água e manter a infusão endovenosa com cristaloides no paciente. A seguir, deve acompanhá-lo ao setor de radiologia para um radiograma de tórax. D Fazer intubação orotraqueal no paciente e promover a ventilação sob pressão positiva com ambu. Simultaneamente, deve solicitar a presença, com urgência, de um cirurgião de tórax para avaliar a necessidade de toracotomia imediata e tratamento de lesões intratorácicas. E Repetir a sequência do atendimento inicial (ATLS), solicitar radiografia de tórax do paciente com aparelho portátil no setor de emergência e, caso se revele normal, acompanhá-lo ao setor de radiologia para verificar a existência de fraturas que possam ser a causa de perda volêmica oculta.
Relatório ENADE: Q 32
Inst. 58,6
Brasil 57,6
Gabarito C
A 0
B 0
C 58,6
D 31
E 10,3
SI 0
Análise: Área Cirurgia – Urgência Conteúdo Suporte Avançado de Vida no Trauma
MEDICINA
49
Professor: Alex Caetano
Comentário: O ATLS visa sistematizar o atendimento ao politraumatizado oferecendo conhecimento sobre técnicas essenciais para identificação e tratamento de lesões que oferecem risco de vida ou potencial risco de vida ao paciente vítima do trauma. Os doentes são avaliados e as prioridades de tratamento são estabelecidas de acordo com suas lesões, seus sinais vitais e mecanismos de lesão. Esse processo constitui o ABCDE dos cuidados ao doente traumatizado e identifica as condições que implicam risco à vida numa sequência lógica baseada nos fatores que comprometem a vida do paciente de forma mais precoce. Sendo assim, ao receber uma paciente vítima de trauma, como o descrito na questão, o médico deve avaliar o mesmo segundo o ABCDE (independente de já ter sido realizado no pré-hospitalar), identificando as lesões que causam risco a vida nesta sequência e intervindo concomitantemente nos achados que comprometam a vida do indivíduo. Não se avança na sequência ABCDE sem ter resolvido o problema detectado, estando também indicado reavaliações constantes. Portanto, o método ATLS é bastante dinâmico. Como então deverá ser atendido o paciente descrito na questão:
A) Via aérea com proteção da coluna cervical: O paciente já chegou com colar cervical e esta proteção deverá ser mantida até podermos descartar com segurança
qualquer
lesão
nesta
topografia.
Se
necessário
retirar
temporariamente o colar para melhor avaliação ou aplicar alguma manobra no paciente, alguém da equipe deverá estar estabilizando a coluna cervical da vítima. Perguntar o nome do paciente já pode dar grandes indícios da permeabilidade ou não desta via aérea, o que não foi mencionado na questão. Taquipneia e dispneia podem representar tanto comprometimento da via aérea quanto da ventilação do paciente. Outro detalhe: todo politraumatizado deve receber oxigenioterapia em máscara de O2 enriquecido (100%) e em alto fluxo (11 ou mais L/minuto) o que não pode ser conseguido com cateter de O2.
B) Respiração/ventilação: Esta etapa inicia-se com a inspeção do pescoço do paciente, monitorização da oximetria de pulso e avaliação do tórax (inspeção, palpação, percussão e ausculta). Neste caso temos um paciente taquidispneico, hipotenso, taquicárdico, enfisema subcutâneo na topografia do pescoço à direita, turgência jugular, aparentes lesões de arcos costais e murmúrio vesicular diminuído à direita. Todos esses sinais e sintoma são sugestivos de
MEDICINA
50
PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO, condição grave com comprometimento iminente da vida do paciente (inclusive, sendo uma das causas reversíveis de PCR). IMPORTANTE: O diagnóstico de Pneumotórax hipertensivo é clínico e o tratamento não deve ser adiado à espera de confirmação radiológica. Desta forma o médico deve proceder à descompressão imediata (com inserção de uma agulha de grosso calibre no segundo espaço intercostal, na linha hemiclavicular do hemitórax afetado convertendo um pneumotórax hipertensivo em um pneumotórax simples). O tratamento definitivo requer a inserção de um dreno de tórax no quinto espaço intercostal (normalmente ao nível do mamilo), imediatamente anterior à linha axilar média (observação: segundo a 19ª edição do Sabiston, drenos torácicos que são colocados exclusivamente para pneumotórax podem ser posicionados no hemitórax anterior). Após a realização dessas medidas, reavaliar via aérea e ventilação do paciente. Resolvido estas alterações iniciais (melhora ou ausências daqueles sinais iniciais de risco iminente a vida do paciente que sugeriam o pneumotórax hipertensivo) damos sequência ao ABCDE do trauma. A persistência de hipotensão com melhora da turgência jugular e do padrão respiratório/ventilatório podem sugerir lesões que comprometem o C
C) Circulação com controle da hemorragia D) Disfunção neurológica E) Exposição e controle do ambiente Exames complementares (como os radiológicos) podem e devem ser solicitados (inclusive para confirmar a posição adequada do dreno de tórax), contudo, não devem atrasar uma possível transferência ou outras manobras técnicas que se mostrem mais urgentes para a melhora do estado crítico do doente. Sendo assim, a alternativa que mais se aproxima da conduta preconizada pela nona edição do ATLS (que deverá estar revisada em 2016) é a C. A radiografia de tórax, neste caso, não deve anteceder a drenagem torácica (inviabilizando as alternativas A, B e E). A IOT seguida de ventilação com pressão positiva irá piorar o quadro de pneumotórax do paciente (para isso, a questão deveria ter colocado algum dado que mostrasse um comprometimento concomitante da via aérea do paciente para induzir a necessidade de IOT).
Referências: Nona edição do ATLS, 19ª Edição do Sabiston (Tratado de Cirurgia).
MEDICINA
51
Questão Nº 33.
O Programa de Agentes Comunitários da Saúde (PACS) é uma importante estratégia do Ministério daSaúde que busca promover a reorientação do modelo assistencial no âmbito do município, o qual tem a responsabilidade da prestação da atenção básica de saúde. Diante da importância das visitas domiciliares no âmbito desse programa, FADEL et al. conduziram um estudo com 210 famílias cadastradas no PACS do município de Ponta Grossa-PR, com o objetivo de verificar a imagem desenvolvida por usuários do SUS a respeito das visitas domiciliares realizadas pelos Agentes Comunitários da Saúde (ACS). Parte dos resultados publicados está disposto a seguir. Distribuição proporcional das famílias sobre distintos aspectos das visitas domiciliares realizadas pelas Agentes Comunitárias de Saúde (ACS), segundo nível socioeconômico.
Tendo em conta as frequências absolutas e relativas da tabela, e na ausência da inferência estatística, o estudo revela que MEDICINA
52
A mais da metade dos entrevistados das classes B e C receberam algum tipo de auxílio das ACS. B do total de entrevistados das classes B e C, acima de 50% indicaram que a visita das ACS traz melhorias para eles e suas famílias. C houve um gradiente inversamente proporcional entre informações úteis trazidas pelas ACS durante a visita e as classes socioeconômicas. D os entrevistados das classes C e E foram os que mais acharam que a visita das ACS possibilita melhoria no acesso aos serviços de saúde. E os entrevistados da classe E foram os que mais defenderam a permanência do trabalho das ACS em sua comunidade e que mais se queixaram da quantidade insuficiente de visitas realizadas.
Relatório ENADE: Q 33
Inst. 67,8
Brasil 68,9
Gabarito E
A 1,1
B 5,7
C 19,5
D 5,7
E 67,8
SI 0
Análise: Área Saúde Coletiva Conteúdo Estratégia em Saúde da Família - Programa de Agentes Comunitários da Saúde Modelo de Atenção – Atenção Primária no SUS
Professor: Antônio Wilson
Comentário: A análise deve ser feita levando em consideração as frequências relativas (proporções) das respostas dadas pelas classes socioeconômicas estudadas. No caso da questão 7 “Você acha necessária a permanência do trabalho das ACS em sua comunidade” a resposta positiva da classe E foi de 100% o que representa a maior frequência relativa entre as classes econômicas estudadas. Já em relação a Questão 8; apenas 9,7% da classe E consideraram suficiente o número de visitas realizadas, sendo esta a menor frequência relativa entre as classes socioeconômicas estudadas. MEDICINA
53
Referências: Bibliografia SOARES, F.S ; SIQUEIRA, A.L. Introdução a Estatística Médica, 2ª ed., Belo Horizonte: Coopmed, p. 39-45, 2002. VIEIRA, S. Introdução a Bioestatística. 4ª ed., Rio de Janeiro: Elsevier, p.23-45, 2008.
Questão Nº 34.
Um paciente do sexo masculino de 76 anos de idade, com síndrome isquêmica crônica de membros inferiores, é admitido com gangrena de pé esquerdo. Após avaliação, o cirurgião recomenda a amputação abaixo do joelho. O paciente decide que não realizaria o procedimento e informa: “Já vivi o suficiente e desejo morrer com meu corpo intacto”. Seu médico, que o acompanha há 15 anos, acha que ele vem ficando um pouco deprimido.
Que decisão médica seria mais adequada nesse caso? A É um paciente idoso, com mais de 70 anos, devendo a decisão ser tomada por seus familiares diretos. B É necessário, tanto do ponto de vista legal, quanto ético, a obtenção do consentimento do paciente, para instituir tratamento. C É uma decisão médica que pode salvar a vida do paciente, portanto o médico pode realizar a amputação apesar da negativa do paciente. D É uma avaliação objetiva, podendo ser utilizada uma escala como o Mini Mental, quando valores inferiores a 15 indicam capacidade do paciente de tomar decisões. E É permitido ao paciente competente tomar uma decisão voluntária, entretanto, a determinação do quanto o paciente é competente deve ser intrínseca da relação médico-paciente, com a prevalência da presunção de incompetência. Relatório ENADE: Q 34
Inst. 65,5
Brasil 63,4
Gabarito B
A 9,2
B 65,5
C 2,3
D 2,3
E 20,7
SI 0
MEDICINA
54
Análise: Área Clínica Médica Conteúdo Relação Médico Paciente Código de Ética Médica
Professora: Rita Francis Gonzalez y Rodrigues Branco
Comentário: A alternativa B “É necessário, tanto do ponto de vista legal, quanto ético, a obtenção do consentimento do paciente, para instituir tratamento” é correta pois, tanto de acordo com o Capítulo IV (Direitos Humanos) Artigos 22, 24 e 28, bem como com o Capítulo V (Relacionamento com Pacientes e Familiares) Artigos 31 e 34, o paciente tem autonomia para decidir se quer ou não se submeter ao procedimento médico proposto e para tanto deve autorizá-lo através de consentimento esclarecido. No entanto, pensando que uma gangrena mantida em MI pode levar a um processo de morte do paciente, a alternativa C poderia ser considerada correta pois, de acordo com o Capítulo IV (Direitos Humanos) Artigo 22 “é vedado ao médico deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal após esclarecêlo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de morte”. Portanto, em minha análise esta questão é dúbia e permite duas possibilidades de resposta. Deveria ser anulada. Referências: Conselho Regional de Medicina. Código de Ética Médica: Resolução CFM nº 1.931/09 de 17 de setembro de 2009 (ed. De bolso). Conselho Federal de Medicina – Brasília, DF: CFM, 2010.
MEDICINA
55
Questão Nº 35.
Apesar de todos os avanços no conhecimento da fisiopatologia da asma brônquica e da disponibilidade de medicamentos eficazes, a asma continua sendo tratada como doença aguda e, consequentemente, configura-se uma das situações mais frequentes no dia a dia das emergências pediátricas, algumas vezes com desfechos fatais. De acordo com o III Consenso Brasileiro no Manejo da Asma, a conduta na crise de asma brônquica depende da sua gravidade. Segundo esse Consenso, a forma de crise muito grave caracteriza-se, entre outros achados, por apresentar A sibilos ausentes, com murmúrio vesicular diminuído; frequência respiratória aumentada; frequência cardíaca > 140 bpm ou bradicardia. B sibilos ausentes ou localizados, com murmúrio vesicular normal; frequência respiratória normal ou aumentada; frequência cardíaca > 110 bpm. C sibilos ausentes, com murmúrio vesicular aumentado; frequência respiratória diminuída; frequência cardíaca > 140 bpm ou bradicardía. D sibilos localizados ou difusos, com murmúrio vesicular diminuído; frequência respiratória aumentada; frequência cardíaca > 140 bpm. E sibilos localizados ou difusos; frequência respiratória aumentada; frequência cardíaca > 110 bpm.
Relatório ENADE: Q 35
Inst. 36,8
Brasil 50,9
Gabarito A A 36,8
B 1,1
C 4,6
D 35,6
E 21,8
SI 0
Análise: Área Pediatria c Conteúdo Pneumologia - Asma
MEDICINA
56
Professora: Cristina Gonçalves dos Santos Nascimento.
Comentário: trata-se de questão com enunciado muito bem feito, pois levanta uma reflexão sobre como enxergamos a doença “ASMA”. Como o próprio III Consenso Brasileiro no Manejo da Asma (2002) nos traz, o conceito de asma é bem claro: “ doença inflamatória crônica caracterizada por hiperresponsividade (HR) das vias aéreas inferiores e por limitação variável ao fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento, manifestando-se clinicamente por episódios recorrentes de sibilância, dispnéia, aperto no peito e tosse, particularmente à noite e pela manhã ao despertar. Resulta de uma interação entre genética, exposição ambiental e outros fatores específicos que levam ao desenvolvimento e manutenção dos sintomas. ” Diante deste conceito toda a forma de lidar com a ASMA, deveria ser voltada para o controle adequado dos sintomas objetivando não haver exacerbações tão graves quanto as que existem e atendemos nos serviços de emergência. Segundo o III Consenso Brasileiro no Manejo da Asma (2002), as crises de asma devem ser classificadas segundo sua gravidade e o tratamento instituído imediatamente. Classificação da intensidade da crise de asma em adultos e crianças
Achado* Gerais Estado mental Dispnéia Fala
Musculatura acessória
Muito grave
Grave
Moderada/leve
Cianose, sudorese, exaustão
Sem alterações
Sem alterações
Normal
Normal
Moderada
Ausente/leve
Frases curtas/monossilábicas
Frases
Frases completas
Lactente: maior dificuldade
incompletas/parciais
alimentar
Lactente: choro curto, dificuldade alimentar
Agitação, confusão, sonolência Grave
Retrações acentuadas ou em declínio (exaustão)
Sibilos
Ausentes com
Retrações subcostais Retração e/ou intercostal esternocleidomastóideas leve ou ausente acentuadas Localizados ou difusos
normal/localizados ou difusos
MV↓/localizados ou difusos F Respiratória (irm)**
Aumentada
Ausentes c/ MV
Aumentada
Normal ou aumentada
MEDICINA
57
> 140 ou bradicardia
> 110
≤ 110
Pico de fluxo expiratório (% melhor ou previsto)
< 30%
30-50%
> 50%
SaO2 (ar ambiente)
< 90%
91-95%
> 95%
PaO2 (ar ambiente)
< 60mmHg
PaCO2 (ar ambiente)
> 45mmHg
FC (bpm)***
Ao redor de 60mmHg < 40mmHg
Normal < 40mmHg
** a presença de vários parâmetros, mas não necessariamente todos, indica a classificação geral da crise. ** FR em crianças normais < 2 meses < 60/min; 2-11 meses < 50/min; 1-5 anos < 40/min; 6-8 anos < 30/min; > 8 anos = adulto.
ERROS E DEFICIÊNCIAS MAIS COMUNS DURANTE O TRATAMENTO NO PRONTO-SOCORRO História e exame físicos inadequados Falta de medidas funcionais para avaliação da gravidade e da resposta ao tratamento Não identificação de asma de risco Uso de aminofilina como tratamento principal Subdoses de β2-agonistas ou grande intervalo entre as doses Dose insuficiente ou demora na administração de corticosteroides Na alta: Liberação precoce do pronto-socorro e/ou falta de orientação da técnica de uso dos aerossóis; Não orientar tratamento a longo prazo; Não orientar sobre retorno e sinais de piora; Não prescrever prednisona ou equivalente; Não encaminhar aos serviços de maior complexidade ou ao especialista os casos necessários.
MEDICINA
58
MEDICINA
59
O aprendizado no lidar com a ASMA como doença crônica ajuda a todos, profissionais de saúde e pacientes, a evitar as agudizações tão prejudiciais a estes últimos. O conhecimento dos fatores de risco e o encaminhamento correto do paciente dentro do fluxo das especialidades próprias, podem ao longo do tempo trazer retornos grandes do ponto de vista de qualidade de vida aos asmáticos.
Referências: III Consenso Brasileiro no Manejo da Asma IV Diretrizes Brasileiras para o Manejo da Asma
Componente Específico/Discursivas Questão discursiva Nº 3. Criança de 6 anos de idade estava se divertindo na festa de aniversário de um coleguinha da escola e 10 a 15 minutos após ter ingerido um doce, desenvolveu dificuldade para respirar. Os pais o levaram ao serviço de emergência. Ao exame clínico, a criança apresentava-se ansiosa, pálida e com importante dificuldade para respirar. Via aérea sem secreção; frequência respiratória de 40 irpm, retrações intercostais e batimento de aletas nasais, estridor inspiratório audível ao estestoscópio, esparsos sibilos expiratórios à ausculta respiratória. A frequência cardíaca era de 138 bpm, ritmo cardíaco regular em 2 Tempos bulhas normofonéticas, sem sopros. A pressão arterial apresentava 110 x 70 mmHg, com o tempo de enchimento capilar < 2 segundos. Os seus pulsos centrais e periféricos eram palpáveis e simétricos. Apresentava ainda ansiedade e irritabilidade, pupilas isocóricas e fotorreagentes. Estado afebril e exantema máculo-papular discreto em tronco. Considerando o caso acima, faça o que se pede nos itens a seguir. a) Descreva os aspectos a serem investigados na anamnese da criança, utilizando-se a abordagem sistemática em relação à anamnese de urgência (avaliação secundária). (valor: 4,0 pontos) b) Cite a principal hipótese diagnóstica. (valor: 3,0 pontos) c) Indique a medicação principal a ser administrada, demonstrando a dose e o local de aplicação e justificativa para o uso dessa medicação. (valor: 3,0 pontos).
MEDICINA
60
Área Pediatria
Comentário Considerando o caso acima, faça o que se pede nos itens a seguir. a) Descreva os aspectos a serem investigados na anamnese da criança, utilizandose a abordagem sistemática em relação à anamnese de urgência (avaliação secundária). (valor: 4,0 pontos) Segundo o ATLS Na avaliação secundária, após a realização da avaliação da impressão inicial, da avaliação ABCDE (avaliar, identificar e intervir), deve-se utilizar a mnemônica SAMPLE, que quer dizer: • S (sinais e sintomas) – no caso, dificuldade respiratória aguda; • A (alergias) – se o paciente é alérgico a algum tipo de alimento ou a seus componentes (amêndoa, amendoim, nozes, corantes, etc.); • M (medicações) - se o paciente utiliza medicações; • P (passado médico) - se o paciente é portador de alguma comorbidade; • L (last) – última ingestão de líquidos ou alimentos; • E (evento) – qual foi o evento precipitante do quadro (no caso, dificuldade respiratória aguda após ingestão do doce). b) Cite a principal hipótese diagnóstica. (valor: 3,0 pontos) Segundo a ASBAI a anafilaxia desencadeada por histamina leva a Urticária, angioedema, sibilância, eritema, prurido, dor abdominal e diarréia, hipotensão, rinorréia, secreção brônquica. O paciente acima apresenta alguns desses sintomas podendo então ter o seu diagnóstico definido como anafilaxia ou anafilaxia com edema de glote em função da presença de estridor inspiratório. http://www.sbai.org.br/revistas/Vol296/ART_6_06_Anafilaxia_guia_pratico.pdf
c) Indique a medicação principal a ser administrada, demonstrando a dose e o local de aplicação e justificativa para o uso dessa medicação. (valor: 3,0 pontos) http://www.sbp.com.br/pdfs/Anafilaxia_Tratamento_AMB_2011.pdf • Dose: 0,01 mg/Kg (máximo 0,5 mg) IM, no vasto lateral da coxa.
MEDICINA
61
Questão discursiva Nº 4.
Taxa de mortalidade por diarreia em menores de 5 anos*, riscos relativos e intervalos de confiança segundo distritos e período
A tabela acima contém resultados de um estudo que objetivou avaliar a tendência da mortalidade por diarreia entre menores de 5 anos, em um município brasileiro. Considerando essas informações, faça o que se pede nos itens a seguir. a) Defina risco relativo (RR), explique como é calculado e qual o seu significado; (valor: 4,0 pontos) b) Interprete o seu resultado, inclusive do ponto de vista da significância estatística; (valor: 6,0 pontos)
Área Epidemiologia Conteúdo RR é uma razão entre dois coeficientes de incidência. Seu cálculo consiste em dividir uma taxa de incidência por outra taxa de incidência. É muito utilizado para comparar dois grupos com diferentes exposições ao fator de risco estudado, frequentemente um com maior exposição em relação a outro com menor exposição (ou, não exposto). É uma medida de risco, pois informa quantas vezes o risco é maior em um grupo, quando comparado a outro. b) Houve diferenças entre os RR dos diferentes distritos, sugerindo maior risco de morte por diarreia em alguns deles (RR >1) e menor risco de morte em outros (0 < RR < 1). Entretanto, considerando o IC95%, somente dois deles podem ser MEDICINA
62
considerados estatisticamente significantes, os distritos Norte RR=3,1; IC95% (1,09.9) e Centro RR=0,7; IC95% (0,3-0,9), no período 1991-1995.
http://www.scielo.br/pdf/rbp/v27n2/a15v27n2.pdf
Questão discursiva Nº 5.
Paciente do sexo masculino, 58 anos de idade, com história de diabetes mellitus tipo 2 há 10 anos, inicialmente tratado com glibenclamida e metformina, está, atualmente, em uso de metformina 1 700 mg/dia e insulina NPH 18 U antes do café e 10 U antes de dormir. O paciente tem antecedentes de hipertensão arterial sistêmica e dislipidemia, em uso de hidroclorotiazida 25 mg/dia, nifedipino retard 40 mg/dia e sinvastatina 20 mg/dia, também há 10 anos. Foi submetido a angioplastia coronária há 6 meses, em uso, desde então, de AAS 200 mg/dia. Há 4 meses, queixa-se de dor em queimação em membros inferiores, principalmente à noite, que o obriga a levantar-se para massageá-los. Refere leve melhora dos sintomas ao deambular. Ao exame físico revela: PA = 120 x 70 mmHg, IMC = 25,5 kg/m2, referindo alteração da sensibilidade tátil e vibratória em terço distal das pernas. Exame do monofilamento de 10 g alterado bilateralmente. Pulsos periféricos presentes e simétricos bilateralmente. O restante do exame físico apresenta-se normal. Exames laboratoriais: glicemia de jejum = 118 mg/dL, HbA1c = 6,9%, creatinina = 1,1 mg/dL, K+ = 4,5 mEq/L, Colesterol = 127 mg/dL, HDL = 37 mg/dL, triglicérideos = 120 mg/dL, urina I (EQU/EAS) com traços de proteínas, relação microalbuminúria/creatinúria = 65 mg/g (repetida em 2 dias diferentes). Com base no quadro clínico descrito, faça o que se pede nos itens a seguir. a) Explique como está o paciente em relação às metas recomendadas para controle de pressão arterial, colesterol LDL (que precisará ser calculado) e triglicerídeos. Existem evidências científicas para a modificação do tratamento da hipertensão arterial e da dislipidemia? (valor: 4,0 pontos) b) Cite duas classes de medicamentos de primeira linha recomendados, com respectivos exemplos para o tratamento das queixas álgicas do paciente. (valor: 3,0 pontos) MEDICINA
63
c) Enuncie três medidas não-farmacológicas apropriadas a esse paciente com o intuito de reduzir o risco de amputação de membros inferiores. (valor: 3,0 pontos)
Área Endocrinologia
Conteúdo Diabetes mellitus
Resposta: a) A meta de PA é até 140x80 mmHg de acordo com a atualização de 2013 da American Diabetes Association. As referências nacionais ainda trazem a meta de PA abaixo de 130x80 mmHg. • A meta de LDL para um indivíduo com DM e com doença arterial coronariana é < 70 mg/dl. Deve-se usar a fórmula de Friedewald (LDL = CT – HDL – [TG/5}),para calcular o LDL desde que os TG < 400 mg/dl, que é o caso. O LDL calculado para este paciente é de 66 mg/dl, dentro da meta. • A meta de TG é menor que 150 mg/dl, e o paciente está dentro da meta. • Como o paciente está dentro das metas terapêuticas, não existe necessidade de modificação da estatina utilizada. • Contudo, mesmo considerando que a pressão arterial se encontra dentro de níveis aceitáveis, a presença de microalbuminúria cria a necessidade de modificação do tratamento anti-hipertensivo, com substituição de uma das medicações usadas por um IECA ou BRA. Pode-se dar pontuação parcial se o estudante preferir acrescentar um IECA ou BRA em vez de substituir uma das medicações já em uso. b) Espera-se que o estudante responda qualquer variação dos exemplos abaixo. • Antidepressivos tricíclicos (exemplos: Amitriptilina, nortriptilina ou desipramina). • Inibidores de recaptação de serotonina e adrenalina (exemplo: duloxetina). • Redutor do estresse oxidativo (exemplo: Ácido tióctico). • Anticonvulsivantes (exemplos: Gabapentina, pregabalina, Carbamazepina), • Capsaicina (0,075%) em creme: uso tópico • Clonidina (0,1 a 0,3 mg/dia). c) As ideias
de
medidas
nãofarmacológicas
devem
ser
organizadas
em
subcategorias, com intuito de ser mais abrangente possível, em vez de ficar explicando o mesmo item de forma diferente: • Vigilância: Examinar seus pés diariamente. Se for necessário pedir ajuda a um familiar ou usar um espelho. • Tratamento de alterações estruturais: avisar o médico do aparecimento de MEDICINA
64
calos, rachaduras, alterações de cor, úlceras, tinea pedis. Não manipular unhas encravadas, calos: deve-se procurar tratamento profissional. • Cuidado com as meias: vestir sempre meias limpas preferentemente de lã ou de algodão, sem costuras. Evitar meias soquetes. Não use sapatos sem meias. • Cuidados com os calçados: calce apenas sapatos que não sejam apertados, preferencialmente de couro e totalmente fechados. • Evitar traumas: nunca andar descalço, mesmo em casa. • Higiene: lavar os pés diariamente, com sabão neutro. Evitar água muito quente. Secar bem os pés, principalmente entre os dedos. • Hidratação: manter os pés hidratados, podendo ser usado cremes hidratantes, exceto entre os dedos. • Unhas: cortar as unhas de forma reta, horizontalmente. Tratamento das deformidades das unhas (encravamento).
Comentário do Professor Paulo Luiz Carvalho Francescântonio
MEDICINA
65
MEDICINA
66
Referências:
Xavier H. T., Izar M. C., Faria Neto J. R., Assad M. H., Rocha V. Z., Sposito A. C., Fonseca F. A., dos Santos J. E., Santos R. D., Bertolami M. C., Faludi A. A., Martinez T. L. R., Diament J., Guimarães A., Forti N. A., Moriguchi E., Chagas A. C. P., Coelho O. R., Ramires J. A. F. V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da AteroscleroseArq. Bras. Cardiol. vol.101 no.4 supl.1 São Paulo Oct. 2013.
Agostinho Tavares at al - VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arq Bras Cardiol 2010; 95(1 supl.1): 1-51. Adolpho Milech at al –Diretrizes da sociedade brasileira de diabetes 2015-2016.
MEDICINA