Enade 2015 - Relações Internacionais

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e.BOOK: QUESTÕES DO ENADE COMENTADAS

Curso: Relações Internacionais

Organizador(es): Aline Tereza Borghi Leite Danillo Alarcon Giovanni Chinaglia Okado Hugo Tomazeti Neto Ivan Vieira Neto Leandro Bernardes Borges Pedro Araújo Pietrafesa

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SUMÁRIO QUESTÃO Nº 09 Autor(a): Aline Leite QUESTÃO Nº 10 Autor(a): Danillo Alarcon QUESTÃO Nº 11 Autor(a): Danillo Alarcon QUESTÃO Nº 12 Autor(a): ANULADA QUESTÃO Nº 13 Autor(a): Giovanni Okado QUESTÃO Nº 14 Autor(a): Danillo Alarcon e Pedro Pietrafesa QUESTÃO Nº 15 Autor(a): Danillo Alarcon e Pedro Pietrafesa QUESTÃO Nº 16 Autor(a): Giovanni Okado QUESTÃO Nº 17 Autor(a): Ivan Vieira QUESTÃO Nº 18 Autor(a): ANULADA QUESTÃO Nº 19 Autor(a): ANULADA QUESTÃO Nº 20 Autor(a): ANULADA QUESTÃO Nº 21 Autor(a): Hugo Tomazeti QUESTÃO Nº 22 Autor(a): Hugo Tomazeti QUESTÃO Nº 23 Autor(a): Leandro Borges QUESTÃO Nº 24 Autor(a): Danillo Alarcon QUESTÃO Nº 25 Autor(a): Giovanni Okado QUESTÃO Nº 26 Autor(a): Danillo Alarcon e Pedro Pietrafesa QUESTÃO Nº 27 Autor(a): Leandro Borges QUESTÃO Nº 28 Autor(a): Hugo Tomazeti QUESTÃO Nº 29 Autor(a): Ivan Vieira Neto QUESTÃO Nº 30 Autor(a): Ivan Vieira Neto QUESTÃO Nº 31 Autor(a): ANULADA QUESTÃO Nº 32 Autor(a): Leandro Borges QUESTÃO Nº 33 Autor(a): ANULADA QUESTÃO Nº 34 Autor(a): ANULADA 4


QUESTテグ Nツコ 35 Autor(a): Aline Leite

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QUESTÃO Nº 09

Gabarito: C Tipo de questão: Médio Conteúdo avaliado: Regimes Ambientais Internacionais, Regime de Mudança Climática Autor(a): Aline Tereza Borghi Leite Comentário: Esta questão trata da temática ambiental, que tem exigido um tratamento 6


prioritário na agenda das Relações Internacionais. Refere-se também aos desafios de se construir um regime ambiental internacional que consiga promover a ação conjunta dos Estados com vistas a criar mecanismos para enfrentar o aquecimento global. O item I é incorreto. No Brasil, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo tem uma relevância significativa na promoção do desenvolvimento sustentável, assim como da redução dos impactos das mudanças climáticas no planeta. O MDL se baseia precisamente na proposta brasileira de 1997 de estabelecer um Fundo de Desenvolvimento Limpo, adotada pelo G77 e China, o que também foi adotado no Protocolo de Kyoto. O item II está incorreto. Alemanha e China ratificaram o Protocolo de Kyoto. Desta lista de países, apenas os EUA não são signatários. O item III está correto. O Protocolo de Montreal, criado em 1987, e o Protocolo de Kyoto/Quioto, criado em 1997, são tratados internacionais de defesa do meio ambiente e da vida. O item IV está correto. As dificuldades enfrentadas pela temática ambiental nas Relações Internacionais se deve ao caráter multilateral dos regimes ambientais internacionais combinado à ausência de mecanismos efetivos de sanção para os Estados que não se comprometem com o desenvolvimento sustentável.

Referências: VIOLA, Eduardo. O regime internacional de mudança climática e o Brasil. Rev. bras. Ci. Soc. [online]. 2002, vol.17, n.50, pp. 25-46. SILVA, Darly Henriques da. Protocolos de Montreal e Kyoto: pontos em comum e diferenças fundamentais. Rev. bras. polít. int. [online]. 2009, vol.52, n.2, pp. 155-172.

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QUESTÃO Nº 10

Gabarito: A Tipo de questão: Médio Conteúdo avaliado: Análise de Política Externa Autor(a): Danillo Alarcon

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Comentário: Como aponta Maria Regina Soares de Lima (2000), o estudo da Política Externa rompe com o paradigma realista clássico, pois indica que por trás do véu do interesse nacional há na verdade grupos de interesse que influenciam na tomada de decisão quando seus interesses particulares estão em jogo. Nas democracias esse processo é consideravelmente mais complexo. Sendo assim, é imprescindível no caso analisar os grupos de interesse envolvidos, mas sempre com o cuidado de entender que em geral o poder de decisão em política externa reside no Executivo, sendo esse assessorado pelo respectivo ministério de relações exteriores (no caso dos EUA, o Departamento de Estado). Ademais, em política externa pode acontecer o processo que se chama de framing, em que um indivíduo ou órgão departamental pode exercer influência maior sobre o decisor, o que fortalece o papel das burocracias. Por isso não se pode desconsiderar a atuação desses atores nem minimizar o papel dos lobbies. Referências: LIMA; M. R. Instituições democráticas e política exterior. Contexto Internacional, Rio de Janeiro, vol. 22, n.2, julho/dezembro, 2000, pp. 265-303.

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QUESTÃO Nº 11

Gabarito: C Tipo de questão: Fácil Conteúdo avaliado: Análise de Política Externa Brasileira Autor(a): Danillo Alarcon

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Comentário: Insulada significa isolada. O tópico I retoma o debate da questão 10. Portanto, está correto. Quando, em especial nas democracias, a política externa não é compreendida como política pública ela tende a lutar por interesses que muitas vezes não são plurais. No caso do item II, o que ocorre é contrário, mesmo no Brasil. Os setores mais competitivos são partidários de maior liberalização comercial. O contrário acontece com os grupos menos competitivos. O item III está correto. O Itamaraty, apesar de estar à frente das negociações de comércio internacional, não atua isolado. Em relação ao item IV, é importante ressaltar que foi o próprio CNI, criado em 1996, que atuou junto ao governo para garantir os interesses da indústria brasileira e protelar qualquer alinhamento automático aos planos de Washington para a Alca. Vale a pena recordar estas questões com esta pequena notícia de 2003: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u64555.shtml.

Referências: OLIVEIRA, Amâncio Jorge de; PFEIFER, Alberto. O empresariado e a política exterior do Brasil. In:ALTEMANI,H.; LESSA,A.C.(Org.). Relações internacionais do Brasil: temas e agendas. São Paulo: Ed. Saraiva, 2006. p. 389-428. QUESTÃO Nº 12

Gabarito: ANULADA Tipo de questão: 11


Conteúdo avaliado: Autor(a): Comentário Referências:

QUESTÃO Nº 13

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Gabarito: A Tipo de questão: Médio Conteúdo avaliado: Integração Regional da América do Sul Autor(a): Giovanni Okado Comentário: Esta questão trata de uma iniciativa de integração regional da América do Sul no início do século XXI, a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA). Essa iniciativa, resumidamente, retoma as concepções geopolíticas e os direcionamentos da política externa brasileira dos anos 1970, colocando ênfase em megaprojetos de infraestrutura e priorizando a região amazônica. Com base nessa perspectiva histórica, o item I é verdadeiro, porque o governo brasileiro reorientou a integração sul-americana da dimensão comercial para a de infraestrutura e do Cone Sul para a Amazônia, embora, de fato, ainda não seja o espaço geográfico por onde passe os principais fluxos de capitais do Brasil e da América do Sul. O item II também é correto e justifica o item anterior. Na região amazônica, o Brasil detém fronteira com sete países sul-americanos, o que demonstra uma posição central dessa região. Além disso, na Amazônia, há riquezas naturais e vasta biodiversidade, grande parte ainda desconhecida, que acarreta enorme potencial econômico para o país e a América do Sul, muito embora cause implicações sociais e ambientais. Esse potencial a ser explorado depende de maior integração dos países limítrofes, sobretudo na área de infraestrutura, e atrai fluxo de capital para a região. Referências: CASTRO, Edna. Expansão da fronteira, megraprojetos de infraestrutura e integração sul-americana. Caderno CRH, Salvador, v. 25, n. 64, jan./abr. 2012, pp. 45-61.

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QUESTÃO Nº 14

Gabarito: C Tipo de questão: Fácil Conteúdo avaliado: Economia Política Internacional Autor(a): Danillo Alarcon e Pedro Pietrafesa

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Comentário: O Gráfico claramente demonstra que a asserção I está correta. O crescimento dos BRICS foi um dos fatores que impulsionou o elevado crescimento do PIB dos países em desenvolvimento. A asserção II está incorreta, pois ao contrário do que se propõe, a interdependência econômica entre os países não diminuiu. Novas formas de cooperação internacional foram fomentadas (como os arranjos de cooperação Sul-sul), e mesmo entre as economias tradicionais, novas medidas foram tomadas para aprofundar as relações econômicas bilaterais e entre blocos. Por exemplo, o Euro tornou-se a moeda corrente de boa parte da Europa a partir de 2002. Referências: PENA FILHO, Pio; MENEZES, Alfredo da Mota. Integração regional: os blocos econômicos nas Relações Internacionais. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

QUESTÃO Nº 15

Gabarito: B Tipo de questão: Difícil Conteúdo avaliado: Teoria das Relações Internacionais Autor(a): Pedro Araújo Pietrafesa e Danillo Alarcon Comentário: Apesar do objeto de análise da teoria do Sistema-mundo ser o sistema 15


internacional, os Estados continuam sendo atores relevantes desta abordagem. Neste sentido, esta teoria se aproxima da abordagem neorrealista desenvolvida por Kenneth Waltz. Portanto, o item I é falso. O item II é verdadeiro, pois os Estados, dentro desta teoria são divididos entre centro, semiperiferia e periferia. Já o item III está errado, pois, dentro dessa divisão proposta, cada um desempenha papéis diferentes. No centro estão as atividades com maior valor agregado, na periferia produzem-se os produtos primários, e na semiperiferia se opera uma lógica intermediária. As divergências do mundo do trabalho se expressam nesta hierarquia, por isso o item IV é correto. Quanto ao item V, ele está errado pois, de acordo com Wallerstein o sistema-mundo abarca, aos poucos, aquelas zonas que são do seu interesse. É a lógica da acumulação que impulsa a sua expansão. Referências: WALLERSTEIN, Immanuel. The inter-state structure of the modern worldsystem. P. 87-107. In: SMITH, Steve; BOOTH, Ken; ZALEWSKI, Marysia. International Theory: positivism and beyond. Cambridge Press. Para a uma abordagem que contradiz a de Wallerstein, ver: GUNDER FRANK, Andre. Reescrevendo a história mundial. In: PROCÓPIO, Argemiro. Relações Internacionais – os excluídos da Arca de Noé. São Paulo: Editora Hucite, 2005. p. 15-66.

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QUESTÃO Nº 16

Gabarito: C Tipo de questão: Fácil Conteúdo avaliado: Teoria das Relações Internacionais Autor(a): Giovanni Okado Comentário: 17


Esta questão trata do pensamento realista das Teorias de Relações Internacionais. O item I é, em grande parte, verdadeiro, exceto no que diz respeito à busca pelo poder gerar um caos permanente no sistema internacional. Essa busca gera, na verdade, um arranjo incerto e instável, o equilíbrio de poder, que promove certa ordem e não o caos. O item II está correto porque os realistas consideram os Estados como os únicos atores nas relações internacionais, os quais se assemelham a “caixas pretas” ou “bolhas de bilhar” e a interação entre eles restringe à defesa do interesse nacional. Nesse sentido, esses teóricos desconsideram os processos decisórios internos e as motivações políticas para o comportamento estatal no plano externo, não abrindo espaço para análise de outros atores e agendas. O item III também está correto, pois a anarquia, ainda que pressuponha a ausência de uma autoridade superior nas relações internacionais, possibilita a coexistência entre os Estados e o reconhecimento legítimo de sua soberania, ou seja, a aquiescência das forças políticas. O item IV está equivocado porque os realistas concentram suas análises nas capacidades materiais de que dispõe os Estados, sendo a principal delas o poder militar, e não nas capacidades ideacionais, representada, no caso, pelo compartilhamento de uma identidade comum. Referências: MESSARI, Nizar; NOGUEIRA, João Pontes. Teoria das relações internacionais: correntes e debates. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

QUESTÃO Nº 17

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Gabarito: C Tipo de questão: Fácil Conteúdo avaliado: História das Relações Internacionais I Autor(a): Ivan Vieira Neto Comentário A primeira afirmativa é descartada logo que identificado que Inglaterra e França se encontram ambas na condição de Metrópole, enquanto a terceira afirmativa se refere a período histórico muito anterior aos embargos impostos pela França à Inglaterra no continente europeu. Referências: WATSON, A. A evolução da Sociedade Internacional. Brasília: UnB, 2004.

QUESTÃO Nº 18

Gabarito: ANULADA Tipo de questão: Conteúdo avaliado: 19


Autor(a): Comentário: Referências:

QUESTÃO Nº 19

Gabarito: ANULADA Tipo de questão: Conteúdo avaliado: Autor(a): Comentário: Referências:

QUESTÃO Nº 20 20


Gabarito: ANULADA Tipo de questão: Conteúdo avaliado: Autor(a): Comentário: 21


Referências:

QUESTÃO Nº 21

Gabarito: B Tipo de questão: Fácil Conteúdo avaliado: Organizações Internacionais e Geopolítica 22


Autor(a): Hugo Tomazeti Comentário: A questão aborda as intervenções humanitárias provenientes das Nações Unidas e traz uma crítica acerca de uma atuação enviesada por parte da ONU sob três aspectos: 1. O fato das intervenções não levarem em consideração as opiniões e/ou o contexto local agindo a partir de uma visão “eurocêntrica” ou “norte-americana”, 2. A incapacidade de ação das Nações Unidas (enquanto ente internacional) de dar respostas rápidas pois padece tanto de estrutura financeira (que advém dos Estados e do interesse deles em colaborar) quanto de rapidez estrutural (dada a sua estrutura morosa) e 3. A África ainda não representar para os países centrais algum tipo de risco e/ou ser interessante no que tange à participação nos mercados globais.

Referências: SATO, Eiiti. Conflito e cooperação nas relações internacionais: as organizações internacionais no século XXI. Rev. bras. polít. int., Brasília , v. 46, n. 2, p. 161-176, dez. 2003 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003473292003000200007&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 17 ago. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-73292003000200007.

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QUESTÃO Nº 22

Gabarito: A Tipo de questão: Fácil Conteúdo avaliado: Soberania Autor(a): Hugo Tomazeti Comentário: 24


Os crimes transnacionais colocam em xeque a noção clássica de soberania estatal. Esse fato decorre de que, a partir de um processo globalizante e dotado de redes eficientes de comunicação, criminosos, assim como os demais atores da sociedade, podem transpor as fronteiras nacionais com facilidade e acabam por criar uma capilaridade que transcende o Estado-nação clássico. A América Latina, por ainda ser incipiente no que tange a processos integrativos mais profundos, acaba por se tornar uma região onde a prática de crimes transnacionais é relativamente fácil, pois falta uma coordenação efetiva em termos multilaterais para dirimir a prática criminosa.

Referências: Veja em Escritório das Nações https://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/crime/index.html

Unidas

para

Drogas

e

Crime

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QUESTÃO Nº 23

Gabarito: B Tipo de questão: Fácil Conteúdo avaliado: Política comercial e ambiental; Organizações Internacionais Autor(a): Leandro Bernardes Borges Comentário: 26


A OMC, enquanto organização internacional, estabelece um quadro normativo que orienta o comportamento dos países em âmbito comercial. O PNUMA oferece diretrizes atinentes à responsabilidade socioambiental para os atores internacionais, mas não impõe regras de conduta. A questão “I” peca ao afirmar que temas ambientais são debatidos restritamente em conferências. A questão “III” está errada por pontuar o início da agenda comercial com o surgimento da OMC, em 1995. Referências: BARROS-PLATIAU, A. F.; VARELLA, M. D.II; SCHLEICHER, R. T. Meio ambiente e relações internacionais: perspectivas teóricas, respostas institucionais e novas dimensões de debate. Rev. bras. polít. int. vol.47 no.2 Brasília July/Dec. 2004.

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QUESTÃO Nº 24

Gabarito: A Tipo de questão: Fácil Conteúdo avaliado: Segurança Internacional Autor(a): Danillo Alarcon 28


Comentário: Após a intervenção na Líbia, em 2011, alguns membros das Nações Unidas tornaram-se reticentes quanto à possibilidade de uma intervenção na Síria, apesar da catástrofe humanitária. O Brasil inclusive foi um país que se opôs a qualquer ação com uso da força contra o regime de Bashar Al Assad, não por concordar necessariamente com o que tem acontecido no país, mas por acreditar que o diálogo é a única maneira plausível de resolver a situação. Ademais, Rússia e China, que tem poder de veto, não autorizarão o uso indiscriminado de força contra Damasco, por interesse próprio, mas também como um movimento claro de antihegemonismo. A situação na Síria tem se complicado e transbordou para os vizinhos. O Líbano hoje tem que lidar com mais de um milhão de refugiados. O Iraque, invadido em 2003 por uma coalizão liderada pelos EUA, também está desestruturado. A partir de 2014, o autointitulado “Estado Islâmico” domina parte da região, e na Turquia o governo de Ancara além de lidar com a pressão dos refugiados vindos da Síria tem que enfrentar a situação dos curdos que habitam uma região que faz fronteira justamente com a Síria e o Iraque. Referências: LEME, João Marcos Senise Paes. A Intervenção na Líbia, a ‘Responsabilidade de Proteger’ e a ‘Responsabilidade ao Proteger’. Cadernos de Política Exterior – Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, Brasília, FUNAG, v.1, n.1, 2015, p. 91-113. LISTER, Charles. Profiling the Islamic State. Brookings Doha Center Analysis Paper, Doha, number 13, November 2014.

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QUESTÃO Nº 25

Gabarito: E Tipo de questão: Médio Conteúdo avaliado: Teoria das Relações Internacionais Autor(a): Giovanni Okado Comentário A questão versa sobre as Teorias das Relações Internacionais na contemporaneidade. O item I está invertido na primeira assertiva. Os regimes democráticos tendem a manter relações pacíficas entre si, segundo a tese da paz democrática de que as democracias não entram em guerra. Essa tese foi inaugurada por Kant, consolidou-se com o presidente norte-americano Woodrow Wilson e voltou à tona no novo momento idealista que sucedeu à Guerra Fria. O item II está correto na primeira assertiva, uma vez que, para os feministas, a questão de gênero é constitutiva das relações de poder. Isso não implica, necessariamente, na guerra. O nível de análise do feminismo são os indivíduos ou as comunidades, não os Estados ou o 30


sistema internacional. Portanto, a priori, a preocupação feminista, em termos de segurança, é em como as mulheres podem prover a própria segurança e não trata da guerra. O item III está correto, pois a condição criada no momento pós-colonial, sobretudo nos países africanos e asiáticos, persiste hoje. Novos conceitos, notadamente ocidentais, surgiram para legitimar as intervenções humanitárias nas grandes colônias, desde o tratamento delas como “estados falidos” até a ideia de “responsabilidade de proteger” para obter o amparo legal. Mais de 70% das missões de paz atuais estão em países que já foram colônias no passado. O item IV está correto porque, essencialmente, resume o argumento central de Wendt de que a anarquia é um processo de construção social, cuja configuração de suas interações dependente dos entendimentos, identidades e interesses que compartilham, não se restringindo a um sistema de autoajuda, sob o viés realista. O item V está correto e antecede, historicamente, o item IV da questão 16, tendo em vista que o sistema moderno de Estados é caracterizado pela consolidação, unificação e centralização do território sob um governo soberano. Nesse sistema, por um lado, os Estados exercem o monopólio legítimo do uso da força internamente e protegem a comunidade, o “Nós”, que está em sua base territorial e sob sua autoridade. Por outro, eles projetam poder externamente e procuram excluir aqueles que não estão em sua base territorial, o “Outro”, muitas vezes percebido como inimigo, potencial ou real. Daí porque são exclusivas, autocontidas na proteção do “Nós”, e excludentes, repressoras do “Outro”, distinguindo claramente a esfera doméstica da internacional. Referências: MESSARI, Nizar; NOGUEIRA, João Pontes. Teoria das relações internacionais: correntes e debates. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. TICKNER, Ann. J. You just don’t understand: troubled engagements between feminists and IR theorists. International Studies Quarterly, v. 41, n. 4, dez. 1997, pp. 611-632.

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QUESTÃO Nº 26

Gabarito: A Tipo de questão: Médio Conteúdo avaliado: Economia Política Internacional; Teoria das Relações Internacionais Autor(a): Danillo Alarcon e Pedro Pietrafesa Comentário: As duas asserções estão corretas. De acordo com Robert Keohane (1984, p. 31), “the two central propositions of the theory of hegemonic stability (Keohane, 1980): that order in world politics is typically created by a single dominant power. Since regimes constitute elements of an international order, this implies that the formation of international regimes normally depends on hegemony. The other major tenet of the theory of hegemonic stability is that the maintenance of order requires continued hegemony. As Charles P. Kindleberger has said, "for the world economy to be stabilized, there has to be a stabilizer, one stabilizer" (1973, p. 305). This implies that cooperation, which we define in the next chapter as mutual adjustment of state policies to one another, also depends on the perpetuation of hegemony”. 32


Referências: KEOHANE, Robert. After Hegemony – Cooperation and discord in the World Political Economy. Princeton: Princeton University Press, 1984. (Cap. 3 – Hegemony in the World Political Economy, p. 31-46). GILPIN, Robert. War and Change in World Politics. Cambridge: Cambrigde University Press, 1981.

QUESTÃO Nº 27

Gabarito: E Tipo de questão: Médio Conteúdo avaliado: Economia Política Internacional Autor(a): Leandro Bernardes Borges Comentário: 33


O item “II” está correta ao analisar o poder de competitividade dos industrializados chineses no mercado nacional, tanto pela desvalorização monetária do yuan frente ao real, como por outras vantagens comparativas. A questão “III” está correta ao condicionar a política cambial brasileira ao processo avançado de internacionalização da economia, atribuindo o caráter reativo de taxas de câmbio flutuante aos elementos externos. Por outro lado, não se pode afirmar que o governo chinês tenha alterado sua conduta cambial após o ingresso na OMC. Referências: MARCHIONATTI, Wilson. China: velho e novo império. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2012 VASQUEZ, José L. Comércio Exterior Brasileiro: SISCOMEX Importação e Exportação. 5 ª ed. São Paulo: Atlas, 2001.

QUESTÃO Nº 28

Gabarito: E

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Tipo de questão: Média Conteúdo avaliado: Análise de Política Externa Autor(a): Hugo Tomazeti Neto Comentário: Alguns autores evidenciam uma mudança na Política Externa Brasileira nas últimas décadas. Tal fato decorre das mudanças estruturantes que ocorreram no país na década de 1990, sobretudo ligadas a estabilização econômica e abertura para o comércio internacional. No que tange a figura do Brasil enquanto um global player, existem divergências de análise já que alguns autores trazem a questão à luz de uma necessidade do país se afirmar como uma potência regional (e se tornar um influenciador na América Latina) numa visão eminentemente geopolítica e estratégica. Já outros autores pensam que a afirmação do Brasil enquanto um ator de relevância no Sistema Internacional se dará sobretudo nos fóruns multilaterais e na sua atuação em conjunto com os “emergentes”, traçando uma nova perspectiva para as potências médias. Referências: ALMEIDA, Paulo Roberto de. O Brasil no contexto da governança global. Cadernos Adenauer IX (2008) n. 3, Governança Global, Rio de Janeiro: Fundação Konrad Adenauer, 2009. Disponível em: <http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1946BrasilGovernGlobalCadAden.pdf>. Acesso em 17/08/2015

QUESTÃO Nº 29

Gabarito: E Tipo de questão: Fácil Conteúdo avaliado: História das Relações Internacionais Autor(a): Ivan Vieira Neto 35


Comentário: O progresso técnico apontado na primeira afirmativa é alto-medieval; a eliminação do escambo, nas terras colonizadas, não se relaciona ao enunciado e por muito tempo não se efetivará realmente entre os colonos e os nativos; o modo de produção feudal é conteúdo imediatamente anterior às modificações oriundas do expansionismo e está desautorizado na Europa Ocidental; o comércio europeu, ao contrário, encontra-se em franco expansionismo. Logo, o mercantilismo que se firmava como principal sistema para as transações comerciais será a alternativa acertada. Referências: WATSON, A. A evolução da Sociedade Internacional. Brasília: UnB, 2004. QUESTÃO Nº 30

Gabarito: D Tipo de questão: Média Conteúdo avaliado: História das Relações Internacionais Autor(a): Ivan Vieira Neto Comentário: Esta questão requer muitos conhecimentos específicos dos acadêmicos e pode induzir ao erro devido à exigência de memória sobre as alianças políticas da Europa no séc. XIX. GrãBretanha, Áustria e Hungria não estiveram reunidas numa aliança política (era a Alemanha em lugar da Grã-Bretanha); a França perdeu a Guerra Franco-Prussiana, o que facilitou a unificação alemã; também a Grã-Bretanha não exerceu qualquer protagonismo ao longo do Congresso de Viena, ou depois dele - ali as hegemonias europeias organizaram o seu equilíbrio de poder; tampouco houvera aproximações entre Grã-Bretanha, França e Rússia na década de 1870, sendo a Entente firmada após a formação da Tríplice Aliança, na década de 1880. A 36


afirmação do enunciado relaciona-se diretamente à alternativa D, uma vez que a unificação alemã abalou o frágil equilíbrio de poder firmado em Viena e prolongado por meio século na Europa do XIX. Referências: HOBSBAWM, E. A Era dos Impérios: 1875 - 1914. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014. QUESTÃO Nº 31

Gabarito: ANULADA Tipo de questão: Conteúdo avaliado: Autor(a): Comentário: Referências:

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QUESTÃO Nº 32

Gabarito: B Tipo de questão: Médio Conteúdo avaliado: Economia Política Internacional Autor(a): Leandro Bernardes Borges Comentário: Bretton Woods foi a proposta keynesiana de interromper o padrão ouro como valoração de moedas internacionais e disseminar o dólar no bloco de aliados. Logo, o Dilema de Triffin atesta a moeda estadunidense como referência fixa de câmbio aceita no mercado mundial. Referências: SEGRE, German (org.). Manual Prático de Comércio Exterior. São Paulo: Atlas, 2007.

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QUESTÃO Nº 33

Gabarito: ANULADA Tipo de questão: Conteúdo avaliado: Autor(a): Comentário: Referências:

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QUESTÃO Nº 34

Gabarito: ANULADA Tipo de questão: Conteúdo avaliado: Autor: Comentário: Referências:

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QUESTÃO Nº 35

Gabarito: E Tipo de questão: Médio Conteúdo avaliado: Direitos Humanos; Política Externa Brasileira Autor(a): Aline Tereza Borghi Leite Comentário: Esta questão enfatiza a discussão sobre a violação de Direitos Humanos como uma política de Estado. O Irã é acusado por parte da comunidade internacional de violar direitos humanos e buscar desenvolver armas nucleares. No tema precisamente tratado nesta questão, estão envolvidas discussões sobre Direitos Humanos, violência de gênero, feminismo e empoderamento de mulheres nas Relações Internacionais. O item I está incorreto. O governo Lula manteve relações próximas com o Irã. O ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, defendia que o diálogo seria uma forma de influenciar o Irã. Para o embaixador, a aproximação brasileira com o Irã no governo Lula, privilegiando o diálogo, permitiu ao Brasil interceder no caso descrito na questão, de Sakineh Ashtiani, que tinha sido condenada à morte. Esta temática é bastante atual já que recentemente, em julho de 2015, os Estados Unidos, na figura do presidente Obama, têm adotado esta postura de diálogo com o Irã, fechando um acordo histórico sobre o programa nuclear iraniano. O item II está correto. Diferentemente dos votos dos anos anteriores, em que o direcionamento da PEB se pautava em se abster ou votar contra resoluções que condenassem o Irã, no governo da presidenta Dilma Rousseff, o Brasil votou pelo envio ao Irã de um relator especial ao Conselho de DH da ONU. Isso implica dizer que no governo Dilma, segundo o discurso dos diplomatas que acompanharam o caso, a prioridade não é o diálogo, mas o respeito aos Direitos Humanos, exigindo, com isso, uma investigação de denúncias de violação dos DH no Irã. O item III está correto. Algumas entidades brasileiras criticaram a Política Externa Brasileira para a questão dos Direitos Humanos, argumentando que algumas posturas do Brasil são incoerentes, em alguns casos se abstendo de votações importantes que denunciam o governo iraniano da violação dos DH. 41


Referências: MILANI, Carlos R. S. Atores e agendas no campo da Política Externa Brasileira de Direitos Humanos. In: Leticia Pinheiro; Carlos R. S. Milani (Org.). Política Externa Brasileira: a política das práticas e as práticas da política. 1 ed. Rio de Janeiro: FGV, 2011, v. 1, p. 9-42.

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