eBooks ENADE 2013 - Enfermagem

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QUESTร ES DO ENADE COMENTADAS

Curso: ENFERMAGEM

Organizador(es): Vanusa Claudete Anastรกcio Usier Leite: Coordenadora do curso de Enfermagem Jean Cardoso da Silva: Suporte em TI


SUMÁRIO QUESTÃO Nº 11 Autor(a): SILVIO JOSÉ DE QUEIROZ QUESTÃO Nº 12 Autor(a):SILVIO JOSÉ DE QUEIROZ QUESTÃO Nº 13 Autor(a):JOSÉ RODRIGUES DO C. FILHO QUESTÃO Nº 14 Autor(a): MARIA APARECIDA DA SILVA QUESTÃO Nº 15 Autor(a): MARIA MADALENA DEL DUQUI QUESTÃO Nº 16 Autor(a): LAIDILCE TELES ZATTA QUESTÃO Nº 17 Autor(a): MARIA SALETE S. P. NASCIMENTO QUESTÃO Nº 18 Autor(a): LAIDILCE TELES ZATTA QUESTÃO Nº 19 Autor(a): SIMONE V. T. GUADAGNIN e MARLENE APARECIDA VIEIRA QUESTÃO Nº 20 Autor(a): MARIA SALETE S. P. NASCIMENTO QUESTÃO Nº 21 Autor(a): ZILAH CÂNDIDA P. DAS NEVES QUESTÃO Nº 22 Autor(a): ELISÂNGELA E. R. GUIMARÃES QUESTÃO Nº 23 Autor(a): MARIA APDª DA SILVA VIEIRA QUESTÃO Nº 24


Autor(a):MARIA APDª DA SILVA VIEIRA QUESTÃO Nº 25 Autor(a): ALBA VALÉRIA SALES FORTES, ALESSANDRA GOMES RIBEIRO E VANUSA CLAUDETE ANASTÁCIO USIER LEITE. QUESTÃO Nº 26 Autor(a): LUCIENE CUNHA MONTEIRO QUESTÃO Nº 27 Autor(a): MARIA APDª DA SILVA VIEIRA QUESTÃO Nº 28 Autor(a): KARLA PRADO DE S. CRUVINEL QUESTÃO Nº 29 Autor(a): WILSON A. ANDRADE QUESTÃO Nº 30 Autor(a): MÁRCIA HELENA V. REZENDE / GLÁUCIA VIRGÍNIA ÁLVARES QUESTÃO Nº 31 Autor(a): MARIA MADALENA DEL DUQUI QUESTÃO Nº 32 Autor(a): ADENÍCIA CUSTÓDIA SILVA E SOUZA QUESTÃO Nº 33 Autor(a): EDILENE LIMA VIANEY QUESTÃO Nº 34 Autor(a): LUCIENE CUNHA . MONTEIRO QUESTÃO Nº 35 Autor(a): MARIA MADALENA LACERDA QUESTÃO Nº 36 Autor(a): MARIA SALETE S. P. NASCIMENTO QUESTÃO Nº 37 Autor(a): ELISÂNGELA E. R. GUIMARÃES


QUESTÃO Nº 38 Autor(a): LUCIENE CUNHA . MONTEIRO QUESTÃO Nº 39 Autor(a): KARLA PRADO DE S. CRUVINEL QUESTÃO Nº 40 Autor(a): ELISÂNGELA E. R. GUIMARÃES


QUESTÃO Nº 11 Um paciente com infarto agudo do miocárdio, também portador de DPOC, foi internado em clínica médica com história de pneumonia, apresentando hipertermia (38 ºC), taquipnéico e sinais de insuficiência respiratória. Considerando esse caso avalie os procedimentos listados a seguir. I. A remoção de secreção das vias aéreas é importante, pois secreções retidas interferem com a troca gasosa. II. A frequência cardíaca do paciente com pneumonia diminui devido à sobrecarga imposta imposta pelo trabalho ventilatório e pela hipertermia. III. A umidificação e a fluidificação da árvore brônquica ajudam a liquefazer as secreções e aliviam a irritação traqueobrônquica. IV. Se o paciente com pneumonia não conseguir tossir para eliminar secreções, ele deve ser encorajado a repousar, até que se sinta em condições de mudar de decúbito e tossir. V. A oxigenioterapia em baixo fluxo é fundamental para o paciente com DPOC, pois aumenta o nível de PO2 São cuidados de enfermagem adequados ao caso apresentado apenas os descritos em: A) II e V B) I, II e V C) I, III e IV D) II, III e IV E) I. III. IV e V

Gabarito: A alternativa correta é a letra E

Tipo de questão: Objetiva - mútlipla escolha

Conteúdo avaliado: Saúde do adulto - processos clínicos

Autor(a): Prof. Ms. Silvio José de Queiroz

Comentário: Vale ressaltar que a frequência cardíaca do paciente com IAM estará aumentada considerando que o sistema compensatório será ativado para tentar compensar a lesão cardíaca e consequentemente manter o débito cardíaco adequado. Consideramos também que é portador de DPOC e estará com o sistema ventilatório comprometido, e também retendo CO2, o que fará com que haja um aumento maior dessa frequência cardíaca.

Referências: PRADO, FC. Ramos, JA; VALLE, JR. Atualização terapêutica. manual prático de


dignóstico e tratamento. São Paulo: artes médicas, 2011. LANGE, MCPHEE, SJ; GANONG, WF. Fisiopatologia da doença. uma introdução a medicina clínica. 5 ed. São Paulo> MCGRAW-Hill interamericana do Brasil, 2007.

QUESTÃO Nº 12 Um paciente internado na clínica médica há 12 dias, com história de fratura de fêmur esquerdo, faz uso de anticoagulante. Estão prescritos 12 000 UI de heparina IV de 12/12 horas. No posto da unidade de internação, há um frasco de heparina de 5ml, contendo 5 000 UI/mL. Quantos mililitros de heparina o enfermeiro deve ministrar ao paciente em cada horário? A) 1,8 B) 2,0 C) 2,2 D) 2,4 E) 3,5

Gabarito: A alternativa corre é a letra D

Tipo de questão: Objetiva - múltipla escolha

Conteúdo avaliado: Fundamentos de enfermagem

Autor(a): Prof. Silvio José de Queiroz

Comentário: Primeiramente, vale ressaltar que a heparina está sendo administrada no paciente para evitar um Tromboembolismo Pulmonar, pois fratura de fêmur (osso longo) poderá levar a essa complicação. A Heparina deve ser criteriosamente administrada para evitar um distúrbio de coagulação.

Referências: BOYER,MJ. Cálculo de dosagem e preparo de medicamentos (trad. Carlos Henrique Cosendey e Alexandre Cabral de Lacerda). Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2010.


QUESTÃO Nº 13 Avalie as asserções a seguir, As parasitoses intestinais provocadas por protozoários e helmintos são infestações que podem desencadear alterações no estado físico, psicossomático e social, interferindo diretamente na qualidade de vida de seus portadores, principalmente em crianças. PORQUE A disseminação das parasitoses também pode ocorrer por meio do contato interpessoal com pessoas infectadas que habitam a mesma residencia, principalmente em moradias menores que favorecem o confinamento, reforçando a importância da investigação parasitária na população materno-infantil. Analisando a relação proposta entre as duas asserções acima, assinale a opção correta. A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. E) As duas asserções são proposições falsas.

Gabarito: B

Tipo de questão:Objetiva multipla escolha

Conteúdo avaliado:Parasitologia

Autor(a): José Rodrigues do Carmo Filho

Comentário: As duas assertivas estão corretas, entretanto a razão não é justificativa da assertiva. A asserção afirma que as parasitoses intestinais podem causar complicações de diferente natureza no organismo dos indivíduos infectados, com suas consequências; enquanto que a razão, não justifica as consequências decorrentes do processo infeccioso, mas tal somente cita os mecanismos de transmissão dos parasitas.

Referências:


- Rey, L. Bases da Parasitologia Médica.Guanabara Koogan, 4ª Ed. Rio de Janeiro, 2011. - Neves D. Parasitologia Humana. Atheneu, 11ª Ed. São Paulo, 2010.

QUESTÃO Nº 14 A dengue é uma doença febril aguda, de etiologia viral, de evolução benigna na forma clássica e grave quando se apresenta na forma hemorrágica. É uma importante arbovirose (doença transmitida por artrópodes) que afeta o homem e constitui sério problema de saúde pública, especialmente nos países tropicais, inclusive no Brasil. O principal vetor da dengue é o mosquito Aedes aegypti. No que tange à suscetibilidade e imunidade à dengue, assinale a opção incorreta A) A suscetibilidade ao vírus da dengue é universal B) A imunidade não é permanente para um mesmo sorotipo. C) A resposta primária se dá em pessoas não expostas anteriormente ao flavivírus, e o título de anticorpos se eleva lentamente. D) A resposta secundária se dá em pessoas com infecção aguda por dengue, mas que tiveram infecção aguda por dengue, mas que tiveram infecção prévia por flavivírus, e o título de anticorpos se eleva rapidamente em níveis altos. E) A suscetibilidade à febre hemorrágica da dengue não está totalmente esclarecida.

Gabarito:Letra B é a afiramtiva incorreta.

Tipo de questão: Objetiva.

Conteúdo avaliado: Saúde Pública - Área de Infectologia.

Autor(a): Profª Maria Aparecida da Silva

Comentário: É uma questão simples, relativamente fácil. O conhecimento necessário para a interpretação desta questão tem a ver com a base da imunidade celular específica (mediada por linfócitos T). Portanto, no caso do indivíduo ter sido infectado por um dos sorotipos de vírus da Dengue (DEN-1, DEN-2, DEN-3 ou DEN-4) ele desenvolverá a imunidade permanente mediada por anticorpos da classe G para o mesmo sorotipo de vírus, o que significa dizer que a imunidade é homóloga permanente. A imunidade cruzada pode acontecer por um período de seis meses após a infecção, mas não é considerada premanente e sim temporária.


Referências: BRANCO, I. C. Dengue. In: CIMERMAN, S.; CIMERMAN, B. (Org.) Medicina tropical. São Paulo: Atheneu, 2003. p.435-443. BRASIL.Ministerio da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Centro Nacional de Epidemiologia. Dengue. In: Guia de vigilância epidemiológica. Brasília - DF: Fundação Nacional de Saúde, 2002. v.1. p.203-230.

QUESTÃO Nº 15 A esclerose múltipla é uma doença autoimune, crônica, que afeta o sistema nervoso central provocando dificuldades motoras e sensitivas, comprometendo a qualidade de vida de seus portadores. Os sintomas caracterizam-se por distúrbios visuais, perda de sensibilidade dos membros inferiores, fadiga, disfunções motoras e dor. A patologia é um processo inflamatório que causa uma lesão nos axônios neuronais e produz uma esclerose em vários locais do sistema nervoso central, conforme ilustra a figura abaixo:

Nesse contexto, qual a importância da bainha de mielina na função neurológica? A) Proteger as fibras nervosas contra agressões fisicas, quimicas e biológicas. B) Retardar a propagação dos impulsos através dos impulsos através dos neurônios cerebrais motores. C) Dar consistência à fibra nervosa para que não seja comprimida por músculos. D) Isolar a fibra nervosa e permitir a condução saltatória dos potenciais de ação. E) Promover o transporte axonal que ocorre em vários pontos do sistema nervoso central.

Gabarito: Resposta "E"

Tipo de questão: Objetiva


Conteúdo avaliado: processos neurológicos clínicos

Autor(a):

Comentário:a bainha de mielina é rica em lipídeos revestindo axônios. É um isolante elétrico que permite a condução mais rápida e mais eficiente dos impulsos. Acelera a velocidade da condução do impulso nervoso. A perda da mielina torna os impulsos nervosos mais lentos ou não são transmitidos. Numa região em que a mielina é destruída surgem placas ou lesões.

Referências: McPhee SJ; Ganong WF. Fisiopatologia da doença. Uma introdução à medicina clínica. 5 ed. São Paulo: McGraw-Hill interamericana do Brasil, 2007.

QUESTÃO Nº 16 A paciente R. G., com 35 anos de idade, do sexo feminino, com IMC = 32, 120 kg, será submetida à gastroplastia por videocirurgia, admitida na unidade de CMC. Durante a aplicação do histórico de enfermagem, o enfermeiro responsável pela admissão levantou os seguintes problemas: assadura em região suprapúbica, devido à prega formada pela barriga; abertura pequena de boca; pescoço curto; sudorese intensa em mãos e região axilar; uso de piercing em narina direita; uso de prótese dentária na arcada superior; limitação com relação à flexão de joelhos. Nessa situação, avalie os seguintes procedimentos. I. Comunicar ao enfermeiro do CC a respeito da sudorese intensa. II. Solicitar visita pré-operatória do anestesista. III. Retirar piercing da narina direita. IV. Encaminhar a paciente para o CC, sem retirar a prótese dentária. V. Comunicar ao enfermeiro do CC acerca da limitação de flexão de joelhos. VI. Realizar higiene íntima devido à assadura São procedimentos adequados em um plano de cuidado pré-operatório apenas os descritos em A) I, IV e VI B) II, III e V C) I, II, III e V D) I, IV, V e VI E) II, III, IV e VI

Gabarito: “C”


Tipo de questão: Objetiva

Conteúdo avaliado: Orientacoes Pré-Operatória de Enfermagem

Autor(a): Laidilce Teles Zatta

Comentário: A visita pré-operatória de enfermagem deve ser realizada a todos os pacientes em pré-operatório imediato (24 horas que antecedem ao procedimento cirúrgico). Seus objetivos sao: minimizar a ansiedade do paciente; preparar para a cirurgia; auxiliar na recuperacao com rapidez e sem complicacoes. É importante que haja uma avaliacao completa do paciente, e essa avaliacao vai depender do tipo de cirurgia a qual o paciente será submetido. O preparo pré-operatório deve abranger: preparo da pele; estímulo ä eliminacoes vesicais e intestinais; orientacoes quanto ao jejum; cuidados com objetos de valor do paciente; retirada de próteses e adorno; solicitacao de visita pré-operatoria do anestesista; orientacoes gerais quanto a cirurgia a ser realizada.

Referências: TIMBY, B. K; SMITH, N. E. Enfermagem Médico-Cirúrgica. 8. ed. Barueri, SP: Manole, 2005; NETTINA, S. M. Prática de Enfermagem. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

QUESTÃO Nº 17 A Estratégia de Saúde da Família (ESF) vislumbra a transformação do modelo assistencial em curso no país. A política de Saúde Mental também objetiva a transformação do modelo, e uma de suas estratégias constitui-se nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Os CAPS e a ESF são processos simultâneos, porém, ainda pouco articulados. As práticas de Saúde Mental e de ESF assemelham-se quando A) adotam a abordagem individual. B) dão ênfase aos deveres dos usuários. C) reconhecem as pessoas por seus quadros patológicos. D) elegem o território como o lócus de co-produção de saúde. E) visam aumentar a autonomia do profissional frente às condições de trabalho.

Gabarito: D

Tipo de questão: múltipla escolha


Conteúdo avaliado: Saúde metal e Estratégia de Saúde da Família

Autor(a): Maria Salete S. Pontieri Nascimento

Comentário: Tanto a ESF, como a Saúde Mental buscam a superação do modelo biomédico e hospitalocêntrico, procurando reconhecer a pessoa, família e coletividade como sujeitos de sua história. A saúde Mental neste contexto também busca a inclusão social da pessoa com transtorno mental, com ênfase em uma terapêutica a ser desenvolvida com o envolvimento da família e da sociedade. Rompendo as barreiras da exclusão social e dos tratamentos asilares. A ESF por sua vez, tenta romper velhos paradigmas adotando conceito de saúde como qualidade de vida e defesa da prestação de serviços de saúde como um direito de cidadania; concentração das ações na coletividade, focando no indivíduo, e na atenção integral à saúde (Andrade, Barreto e Fonseca, 2004). Portanto, a opção correta é a letra D, pois tanto a Saúde Mental como a ESF, estão inseridos na Política Nacional de Atenção à Saúde que entende o território como o espaço onde vivem grupos sociais, suas relações e condições de subsistência: de trabalho, renda, habitação, acesso à educação e o seu saber preexistente, como parte do meio ambiente, possuidor de uma cultura, de concepções sobre saúde e doença, de família, de sociedade, entre outros. A territorialização é um importante instrumento de organização dos processos de trabalho e das práticas de saúde, uma vez que as ações de saúde são implementadas sobre uma base territorial possuidora de uma delimitação espacial previamente determinada (Monken e Barcellos, 2005). Permitem a avaliação dos problemas de saúde dos reais impactos dos serviços sobre os níveis de saúde e uma determinada população, possibilitando, ou abrindo espaços para o desenvolvimento de práticas de saúde voltadas para a realidade concreta e o lugar onde as pessoas desenvolvem suas vivencias.

Referências: ANDRADE, Luiz Odorico Monteiro de; BARRETO, Ivana Cristina de Holanda Cunha; FONSECA, Cláudio Duarte da. A estratégia de saúde da família. In: DUNCAN, Bruce B.; SCHMIDT, Maria Inês; GIUGLIANI, Elsa R. J. (Org.). Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseada em evidências. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 88-101. MONKEN, Maurício; BARCELLOS, Christovam. Vigilância em saúde e território utilizado: possibilidades teóricas e metodológicas. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 21, n. 3, p. 898-906, maio-jun. 2005 Ministério da Saúde. Saúde da família: uma estratégia para reorientação do modelo assistencial. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 1997.


QUESTÃO Nº 18 O paciente M. K. de 34 anos de idade, do sexo masculino, alérgico a dipirona e penicilina, encontra-se em primeiro pós-operatório de septoplastia, com tampão nasal limpo e seco e com queixa de cefaleia intensa durante o período da noite. Em sua prescrição médica, encontra-se receitada dipirona 1g - EV S/N. O Enfermeiro responsável pelo cuidado desse paciente, após avaliação da queixa, consultou o prontuário e, diante da prescrição, administrou a medicação, conforme indicação do cirurgião. Nesse caso, considera-se que a segurança do paciente está em risco por erro de A) administração de medicamento não autorizado. B) administração pela via errada. C) prescrição. D) preparo E) dose.

Gabarito:”C”

Tipo de questão: Objetiva

Conteúdo avaliado:Cuidados Pré e Pós Operatório / Registro de Enfermagem

Autor(a): Laidilce Teles Zatta

Comentário: Todo paciente em período perio-operatório (pré, trans e pós-operatório) deve receber orientacoes de enfermagem. As orientacoes pré e pós operatória acontencem durante as visitas de enfermagem, nas quais existem os registros de antecedentes pessoais e familiares, queixas atuais, bem como presenca de alergias medicamentosas, medicamentos em uso. Todas as informacoes colhidas pela enfermagem devem ser registradas no prontuário do paciente, como parte da Sistematizacao da Assistencia de Enfermagem. Dessa forma, podemos afirmar que um houve um erro de prescricao, por falta de coleta de dados sistematizada, bem como ausencia de resgistro. Percebemos que nao houve um acompanhamento do paciente, pois embora o sujeito fosse alérgico a Dipirona, a enfermeira desconhecia esse fato e realiazou o preparo e administracao do mesmo.

Referências:1. SMELTZER, S. C. et al. Brunner and Suddarth: tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008; NETTINA, S. M. Prática de Enfermagem. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003; TIMBY, B. K; SMITH, N. E. Enfermagem Médico-Cirúrgica. 8. ed. Barueri, SP: Manole, 2005.


QUESTÃO Nº 19 O enfermeiro D. B., responsável pela Central de Material e Esterilização (CME), realizará um treinamento com sua equipe sobre biossegurança na CME. Quais os sete principais temas que ele deverá abordar com a equipe que atua nessa unidade? A) Ergonomia; Equipamento de proteção individual (EPI); Descarte de materiais; Laser; Riscos elétricos e de incêndio; Líquidos voláteis; Estresse e Burnout. B) Ergonomia; Equipamento de proteção individual (EPI); Descarte de materiais; Preparação para situação de emergências e catástrofes; Riscos elétricos e de incêndio; Líquidos voláteis; Estresse e Burnout. C) Ergonomia; Equipamento de proteção individual (EPI); Descarte de materiais; Preparação para situação de emergências e catástrofes; Riscos elétricos e de incêndio; Raio-X; Estresse e Burnout. D) Quimioterápicos; Equipamento de proteção individual (EPI); Descarte de materiais; Preparação para situação de emergências e catástrofes; Riscos elétricos e de incêndio; Raio-X; Estresse e Burnout. E) Quimioterápicos; Equipamento de proteção individual (EPI); Laser; Preparação para situação de emergências e catástrofes; Riscos elétricos e de incêndio; Raio-X; Estresse e Burnout.

Gabarito: “B”

Tipo de questão: Objetiva

Conteúdo avaliado: A saúde do trabalhador de enfermagem no Centro de Material e Esterilização

Autor(a): Simone Vieira Toledo Guadagnin / Marlene Aparecida Vieira

Comentário: Os riscos ocupacionais aos quais os trabalhadores estão expostos são abordados de forma diversa pelos autores, descrevendo-os, de um modo geral, como agentes nocivos no ambiente de trabalho, sejam eles físicos, químicos, biológicos, ergonômicos ou psicossociais. Podem ser vistos também dentro de um enfoque de fator de risco, isto é, são definidos a partir da identificação de possíveis agentes ou substâncias capazes de causar algum efeito sobre a saúde das pessoas, ou diante de uma abordagem probabilística, a probabilidade de determinado evento ocorrer. As cargas de trabalho, segundo Laurell e Noriega (1989),constituem “os elementos do processo de trabalho que interatuam entre si e com o corpo do trabalhador, gerando


desgaste ou, mais especificamente, perda da capacidade potencial e/ou efetiva do corpo e da mente”, sendo as cargas agrupadas em física, química, biológica, mecânica, fisiológica e psíquica.

Referências: 1. Leite PC. Morbidade referida pelos trabalhadores e enfermagem do centro de material e esterilização de um hospital especializado em ortopedia. [Dissertação]. São Paulo: Escola de Enfermagemda Universidade de São Paulo; 2001. 2. Guido LA, Siva, Lopes LFD, Androlhe R. Estresse e Coping de enfermeiros em centro de material e esterilização. Rev SOBECC 208;13(4):46-53. 3. Laurell AC, Noriega M. Processo de produção e saúde: trabalho e desgaste operário. São Paulo; 1989 4. Graziano KU, Silva A, Psaltikidis EM. Enfermagem em centro de material e esterilização. Barueri, SP: Manole, 2011.

QUESTÃO Nº 20

BRASIL, Ministério da Saúde. Manual técnico para controle da tuberculose: Caderno de Atenção Básica. Brasilia, 2002 O gráfico acima revela que a tuberculose continua sendo um preocupante problema de saúde no Brasil, exigindo o desenvolvimento de estratégias para o seu controle. Considerando que os casos bacilíferos são a principal fonte de disseminação da doença, para tentar interromper sua cadeia de transmissão, é fundamental a A) realização de prova tuberculínica cutânea em todas as pessoas com casos suspeitos e em seus comunicantes. B) percepção de que existem pessoas expostas aos bacilos que não desenvolvem a doença, mas a transmitem por meio de materiais de uso comum. C) busca ativa de sintomático respiratório, isto é, de indivíduos com tosse por


tempo igual ou superior a seis semanas. D) compreensão de que o conceito de contato abrange os familiares que convivem no mesmo ambiente domiciliar com o caso índice no momento do diagnóstico da tuberculose. E) descoberta precoce de caso novo por meio da busca ativa do sintomático respiratório na população com tosse há mais de três semanas.

Gabarito: E

Tipo de questão: Múltipla escolha

Conteúdo avaliado: Tuberculose

Autor(a): Maria Salete S. Pontieri Nascimento

Comentário: Segundo o Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil de 2010, a tuberculose - TB ainda se constitui mundialmente em um importante problema de saúde, exigindo o desenvolvimento de estratégias para o seu controle considerando aspectos humanitários, econômicos e de saúde pública Por isso, necessita de especial atenção dos profissionais de saúde e da sociedade como um todo. Obedece a todos os critérios de priorização de um agravo em saúde pública, ou seja, grande magnitude, transcendência e vulnerabilidade. Diagnosticar e tratar correta e prontamente os casos de TB pulmonar são as principais medidas para o controle da doença. Esforços devem ser realizados no sentido de encontrar precocemente o paciente e oferecer o tratamento adequado, interrompendo a cadeia de transmissão da doença. A tuberculose é transmitida de pessoa a pessoa. Ao espirrar, tossir ou falar, o doente com a forma pulmonar expele as bactérias, que podem ser aspiradas por outras pessoas. Ambientes pouco ventilados e com grande concentração de pessoas favorecem a transmissão da doença A infecção ocorre a partir da inalação de núcleos secos de gotículas contendo bacilos expelidos pelas vias respiratórias. Os doentes bacilíferos, onde cuja baciloscopia de escarro é positiva, são a principal fonte de infecção. Doentes de tuberculose pulmonar com baciloscopia negativa, são muito menos eficientes como fontes de transmissão. As formas exclusivamente extrapulmonares não transmitem a doença (MS, 2010). A Busca Ativa de Sintomáticos Respiratórios – SR É a atividade de saúde pública orientada a identificar precocemente pessoas com tosse por tempo igual ou


superior a 3 semanas - Sintomático Respiratório - consideradas com suspeita de tuberculose pulmonar, visando a descoberta dos casos bacilíferos. A busca ativa do SR deve ser realizada permanentemente por todos os serviços de saúde (nível primário, secundário e terciário) e tem sido uma estratégia recomendada Internacionalmente Para interromper a cadeia de transmissão da TB é fundamental a descoberta precoce dos casos bacilíferos. Deste modo, a busca ativa na população de pessoas com tosse prolongada deve ser uma estratégia priorizada nos serviços de saúde para a descoberta destes casos (MS, 2010). Sendo a assim, a opção da letra E, retrata uma estratégia nacional recomendada pelo Ministério da Saúde e por orgãos internacionais, com a finalidade de detectar novos casos de TB, assim como, para o tratamento, controle da transmissão e disseminação da doença.

Referências: BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de Controle da Tuberculose. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil, Brasília, 2010. FAÇANHA, Mônica Cardoso et al. Treinamento da equipe de saúde e busca ativa na comunidade: estratégias para a detecção de casos de TB. Jornal Brasileiro de Pneumologia, 2009, vol.35, n. 5, São Paulo.

QUESTÃO Nº 21 O conhecimento do enfermeiro com relação aos resíduos sólidos de saúde faz parte de sua atuação profissional. A norma Regulamentadora n.º 32 (NR 32) dedicou especial atenção ao tratamento dos resíduos, por suas implicações na biossegurança pessoal e no meio ambiente. É importante ressaltar que a NR 32 não desobriga o cumprimento da Resolução ANVISA RDC n.º 306, de 7 de dezembro de 2004, e da Resolução CONAMA n.º 358, de 29 de abril de 2005. Essas resoluções dispõem acerca do o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) e da necessidade da designação de profissional com registro ativo junto ao seu conselho de classe. Com base nessas legislações, qual das opções a seguir apresenta procedimento inadequado em relação aos resíduos? A) Os recipientes existentes em sala de cirurgia e de parto não necessitam de tampa para vedação. B) Para recipientes destinados à coleta de material perfurocortantes, o limite máximo de enchimento deve estar localizado 5 cm abaixo do bocal. C) O recipiente para acondicionamento de perfurocortante deve ser mantido em suporte exclusivo e em altura que permita a visualização da abertura para descarte. D) O transporte manual do recipiente de segregação deve ser realizado de forma que não exista contato do mesmo com outras partes do corpo, sendo vedado o arrasto. E) Sempre que o transporte do recipiente de segregação possa comprometer a segurança e a saúde do trabalhador, devem ser improvisados por ele


meios mais apropriados para não comprometer sua integridade física.

Gabarito: E

Tipo de questão: objetiva

Conteúdo avaliado: Gerenciamento de resíduos em serviços de saúde

Autor(a): Zilah Cândida P. das Neves

Comentário: Para a garantia da segurança, saúde do trabalhador e do meio ambiente, o item 32.5.5, da Norma Regulamentadora nº 32 ressalta que “sempre que o transporte do recipiente de segregação possa comprometer a segurança e a saúde do trabalhador, devem ser utilizados meios técnicos apropriados, de modo a preservar a sua saúde e integridade física”.

Referência: BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego. NR 32 - Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde. Disponível em http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A350AC8820135161931EE29A3/NR32%20(atualizada%202011).pdf. Acesso em 11/05/2013.

QUESTÃO Nº 22 Um paciente, de 2 meses de idade é pré-maturo em UTI neonatal, com cateter venoso central, 1 via em jugular D e SNE para receber leite materno. Ambas as administrações estavam sendo realizadas por uma mesma bomba de infusão. Ás 12 h, foi inserido o leite materno na bomba de infusão para administração pela SNE pelo enfermeiro do plantão da manhã e, às 13 h, o enfermeiro do plantão da tarde desligou o equipamento ao término da infusão e detectou que o leite materno havia sido conectado na via da infusão endovenosa. O equívoco na conexão pode ter sido ocasionado por fator I. técnico, pela semelhança e compatibilidade entre os conectores. II. organizacional, pela utilização de bombas de infusão diferentes para


administração de soluções intravenosas e dietas enterais III. humano, devido ao acúmulo de tarefas, levando à não interrupção de atividades, à desatenção e à falta de descanso. É correto o que se afirma em A) I, apenas B) II, apenas C) I e III, apenas D) II e III, apenas E) I, II e III

Gabarito:C

Tipo de questão: Objetiva

Conteúdo avaliado: Administração de Medicamentos

Autor(a): ELISÂNGELA E. R. GUIMARÃES

Comentário: Questão simples e fácil. O conhecimento necessário para a interpretação desta questão tem base nos cuidados específicos do preparo e administração de medicamentos. É consenso entre os profissionais da área da saúde que erros decorrentes da terapia medicamentosa representam um problema, que nas últimas décadas tem alcançado proporções elevadas. Em pediatria, esse fato acarreta impacto ainda maior. São muitos os fatores capazes de causar incidentes éticoprofissionais, sejam relacionados à formação profissional, às condições de trabalho, à sobrecarga operacional ou à ausência de situações essenciais ao bom exercício profissional. Entretanto, nenhum desses fatores, ou todos associados, podem justificar o erro profissional, ou o dano às pessoas. Sendo assim, é um desafio para toda instituição e equipe de saúde, promover mudanças na cultura organizacional que permitam a reestruturação de processos e a implementação de estratégias de segurança. Poucos profissionais têm a exata consciência da importância de que seus atos, por mais simples que sejam, por mais rotineiros que possam parecer, podem significar a exata diferença entre a vida e a morte, entre a causa de um dano e sua prevenção.

Referências: Padilha KG, Kitahara PH, Gonçalves CCS, Sanches ALC. Ocorrências iatrogênicas com medicação em Unidades de Terapia Intensiva: condutas adotadas e sentimentos


expressos pelos enfermeiros. Rev Esc Enferm USP 2002; 36 (1): 50-7. Kusahara DM, Chanes DC. Segurança na medicação. In: Pedreira MLG, Harada MJCS, organizadores. São Caetano do Sul: Yendis; 2009. p.119-46.

QUESTÃO Nº 23 Avalie as asserções a seguir. O indicador que melhor retrata o que ocorre durante a fase fetal é o peso de nascimento da criança. PORQUE Pesos ao nascer menor que 2 500 g podem ser decorrentes de prematuridade e(ou) déficit de crescimento intrauterino. Recém-nascidos com menos de 2 500 g são classificados, genericamente, como baixo peso ao nascer. Analisando a relação proposta entre as duas asserções acima, assinale a alternativa correta. A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. E) As duas asserções são proposições falsas.

Gabarito: A

Tipo de questão:Objetiva

Conteúdo avaliado:Crescimento e Desenvolvimento

Autor(a):Maria Aparecida da Silva Vieira

Comentário: A assertiva correta é a letra A, pois o peso ao nascer é um excelente indicador do que ocorreu durante a fase fetal. Peso inferior a 2.500g pode ser decorrente de prematuridade e/ou crescimento intrauterino restrito. O peso ao nascer é o fator isolado mais importante que afeta a morbi-mortalidade neonatal e tem impacto sobre


a morbi-mortalidade infantil. O peso baixo ao nascimento possui origem multifatorial, sendo que as características do crescimento intrauterino e a duração da gestação são os principais fatores que influenciam o peso de nascimento. Vários fatores de risco que podem influir negativamente no crescimento intrauterino, sendo que, os mais importantes são: o fumo, o álcool e outras drogas, a hipertensão arterial, as doenças infecciosas crônicas, as doenças sexualmente transmissíveis, o estado nutricional da gestante, o curto intervalo interpartal (menor do que dois anos), a elevada paridade, a idade materna (<19 anos e >35 anos), a gestação múltipla e as anomalias congênitas. Muitos desses fatores têm causas socioeconômicas e podem ser prevenidos com uma boa cobertura por parte dos serviços de saúde e controle pré-natal (Brasil, 2002). Classificação de acordo com o peso: A Organização Mundial de Saúde define recém-nascidos com peso menor a 2.500 g (até 2 499 g) como "recém-nascidos de baixo peso". Como nessa classificação não se considera a Idade Gestacional. Assim, estão incluídos tanto os bebês prematuros quanto os nascidos a termo. Classificação de acordo com a Idade Gestacional (IG) Considera-se como IG ao nascer, o tempo provável de gestação até o nascimento, medido pelo número de semanas entre o primeiro dia da última menstruação e a data do parto. O tempo de uma gestação desde a data da última menstruação até seu término é de 40 semanas. Os recém-nascidos são classificados pela OMS em: a) RN Pré-termo - toda criança nascida < de 37 semanas de gestação; b) RN a termo - toda criança nascida entre 37 e 41 semanas e 6 dias de gestação; c) RN pós-termo - toda criança nascida após 42 semanas de gestação. Classificação de acordo com a relação peso/IG Essa classificação possibilita a avaliação do crescimento intrauterino, uma vez que de acordo com a relação entre o peso e a IG os bebês são classificados como: a) adequados para a idade gestacional (AIG) – são os neonatos cujas linhas referentes a peso e a IG se encontram entre as duas curvas do gráfico. Em nosso meio, 90 a 95% do total de nascimentos são de bebês adequados para a IG; b) pequenos para a idade gestacional (PIG) - são os neonatos cujas linhas referentes a peso e a IG se encontram abaixo da primeira curva do gráfico. Esses bebês sofreram desnutrição intra-uterina importante, em geral como consequência de doenças ou desnutrição maternas. c) grandes para a idade gestacional (GIG) - são os neonatos cujas linhas referentes ao peso e a IG se encontram acima da segunda curva do gráfico. Freqüentemente os bebês grandes para a IG são filhos de mães diabéticas ou de mães Rh negativo sensibilizadas. Os recém-nascidos pré-termo são, ainda, denominados: a) pré-termo de "muito baixo peso"-RN nascido com menos de 1 500g (até 1 499 g) b) pré-termo de “peso extremamente baixo ao nascer” - RN nascido com menos de 1 000 g (até 999 g).

Referências: BEHRMAN,RE.;KLIEGMAN, R;JENSON,HB.:Nelson Tratado de


Pediatria.18°ed.Elsevier.2005. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde da Criança- Acompanhamento do Crescimento e desenvolvimento infantil. Cadernos de Atenção Básica nº 11. Brasília, 2002.

QUESTÃO Nº 24

André, com 10 meses de idade, é levado pelos pais à unidade de saúde para acompanhamento de puericultura. A criança nasceu a termo, parto vaginal, com 2 800 g e medindo 49 cm. As vacinas estão atualizadas. Recebeu esclusivamente leite materno até o sexto mês de vida e continua em aleitamento. Seu peso atual é 7 500 g, o que localiza sua curva entre os percentuais 10 e 3. Os pais informam que André ganhou peso, depois que passou a frequentar a creche, onde está em periodo de adaptação. Diante dessa situação, qual das descrições a seguir reflete comportamento mais adequado de uma enfermeira considerando a atenção à saúde da criança? A) André situa-se na faixa de normalidade nutricional (entre percentuais P97 e P3) na curva peso/idade. A enfermeira reforça orientações básicas e agenda retorno conforme o calendário mínimo de consulta ou de acordo com a rotina da unidade. B) A criança está em risco nutricional. A enfermeira investiga possíveis fatores relacionados à desaceleração do crescimento e orienta os pais no sentido de corrigi-los; orienta alimentação especial para ganho de peso e agenda retorno em 15 dias. C) Apesar do risco nutricional, a criança é eutrófica. A partir disso, a enfermeira investiga possíveis causa da desaceleração do crescimento e orienta os pais a respeito da alimentação complementar e manutenção do aleitamento materno, agendando retorno em 30 dias. D) A desaceleração do crescimento está relacionada à adaptação da criança à creche. A enfermeira reforça orientações a respeito da alimentação complementar e agenda retorno de acordo com o calendário minimo de


consultas. E) A enfermeira encaminha André para consulta com o pediatra, pois a desaceleração do crescimento é acontecimento importante que necessita de intervenção imediata, e agenda retorno para acompanhamento em 30 dias.

Gabarito: B

Tipo de questão:Objetiva

Conteúdo avaliada: Saúde da criança: nutrição infantil.

Autor(a):Maria Aparecida da Silva Vieira

Comentário A assertiva correta é a letra B, pois André situa-se na faixa de risco nutricional (entre os percentuais 10 e 3), com diagnóstico nutricional de baixo peso para a idade. Portanto, trata-se de uma criança com um ganho ponderal aquém do esperado para a idade. Assim, a enfermeira deverá investigar as possíveis causas relacionadas ao crescimento e desenvolvimento e realizar a orientação aos pais, uma vez que aos dez meses já houve a introdução da alimentação complementar e os pais informaram que a criança passou a frequentar creche. O primeiro ano de vida é um período caracterizado por rápido crescimento e desenvolvimento. O lactente triplica seu peso e praticamente dobra seu comprimento até um ano de idade. O peso e a estatura são os principais métodos de avaliação do crescimento. O peso é uma medida de mais fácil e simples obtenção. Além disso, é a mais sensível, alterando-se de forma mais precoce (aguda) sempre que a saúde da criança é agredida por algum fator externo, como déficit nutricional, doenças ou violência. Já a estatura, é um indicador do seu crescimento linear e suas variações são mais lentas. Déficits na estatura refletem agravos nutricionais em longo prazo. Tão importante quanto o aleitamento materno nos primeiros meses de vida é, também, a introdução gradativa dos outros alimentos. Assim, a partir dos seis meses de idade, deverá ser introduzida a alimentação complementar com a função de complementar a energia e micronutrientes necessários para o crescimento saudável e pleno desenvolvimento das crianças. A introdução de novos alimentos, tem se constituído de grandes desafios, pois envolve uma série de demandas, como a qualidade dos alimentos a serem oferecidos, o período certo de introdução, a quantidade, a frequência da alimentação e principalmente a manutenção do aleitamento materno complementar até os 2 anos. As situações mais comuns relacionadas à alimentação complementar oferecida de forma inadequada são: anemia, obesidade e desnutrição.


O grande desafio do profissional de saúde é conduzir adequadamente esse processo, auxiliando a mãe e os cuidadores da criança de forma adequada, e estar atento às necessidades da criança, da mãe e da família, acolhendo dúvidas, preocupações, difi- culdades, conhecimentos prévios e também os êxitos, que são tão importantes quanto o conhecimento técnico para garantir o sucesso de uma alimentação complementar saudável. A desnutrição pode ocorrer em decorrência da alimentação complementar inadequada nos primeiros dois anos de vida, associada, muitas vezes, à privação alimentar ao longo da vida e à ocorrência de repetidos episódios de doenças infecciosas diarréicas e respiratórias, muito comuns em crianças que frequentam creches. Segue abaixo esquema para a introdução da alimentação complementar para crianças menores de 12 meses. Tabela 3 – Esquema para introdução dos alimentos complementares Faixa etária

Tipo de alimento

Até o 6º mês

Leite materno exclusivo

6º ao 7º mês

Leite materno, papa de fruta, papa salgada, ovo, carne

7º ao 8º mês

Leite materno, segunda papa salgada

9º ao 11º mês

Leite materno, gradativamente passar para alimentação da família

12º mês

Leite materno, comida da família

Os pontos de corte da Vigilância Nutricional no Brasil, determinados pelo Ministério da Saúde, são baseados em recomendações adotadas internacionalmente. A seguir, são apresentados os pontos de corte para a avaliação do estado antropométrico de crianças segundo cada índice. VALORES CRÍTICOS < Percentil 0,1 ≥ Percentil 0,1 e < Percentil 3 ≥ Percentil 3 e ≤ Percentil 97 > Percentil 97

DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL Muito baixo peso para a idade Baixo peso para a idade Peso adequado para a idade Peso elevado para a idade*

Fonte: BRASIL, 2002

Referências: BRASIL. Ministério da Saúde. Guia alimentar para crianças menores de dois anos. Brasília: Ministério da Saúde; Organização Pan-Americana de Saúde, 2002. Ministério da Saúde (Brasil). Saúde da criança: nutrição infantil: aleitamento materno e alimentação complementar. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. GIUGLIANI, E. R. J.; VICTORA, C. G. Alimentação complementar. Jornal de


pediatria, Rio de Janeiro, v. 76, supl. 3, p. 227-228, jul./ago., 2000.

QUESTÃO Nº 25 O acúmulo técnico-político dos três níveis de gestão do SUS, na implantação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e da Estratégia de Saúde da Família (ESF), elementos essenciais para a reorientação do modelo de atenção, tem possibilitado a identificação de um conjunto de questões relativas às bases conceituais e operacionais do que se tem denominado atenção básica à saúde no Brasil, e de suas relações com os demais níveis do sistema. Essa discussão fundamenta-se nos eixos transversais da universalidade, da integralidade e da equidade, em um contexto de descentralização e controle social da gestão, princípios assistenciais e organizativos do SUS, consignados na legislação constitucional e infraconstitucional. Considerando o texto como referencia inicial, assinale a opção correta acerca da atenção básica em saúde. A) O Programa Saúde da Família é a estratégia prioritária para a reorganização da atenção básica, por ser um atendimento prestado por equipes especialistas que se responsabilizam pelas famílias cadastradas em sua área. B) A equipe mínima para a ESF é composta por um médico de família, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem, um dentista, agentes comunitários de saúde, um auxiliar e um técnico em higiene dental. C) A atenção básica em saúde é considerada a porta de entrada para o SUS por cuidar apenas da promoção da saúde e da prevenção primaria. D) Cada equipe da ESF é responsável pelo acompanhamento de 3 mil pessoas ou 500 famílias de determinada área. E) O PACS substitui a ESF em municípios com menos de 50 mil habitantes.

Gabarito: E

Tipo de questão: Múiltipla Escolha

Conteúdo avaliado: PACS e ESF

Autor(a): ALBA VALÉRIA SALES FORTES, ALESSANDRA GOMES RIBEIRO E VANUSA CLAUDETE ANASTÁCIO USIER LEITE

Comentário: No Brasil a origem do PSF remonta a criação do Programa de Agentes


Comunitários de Saúde (PACS) em 1991, como parte do processo de reforma do setor da saúde, desde a Constituição, com intenção de aumentar a acessibilidade ao sistema de saúde e incrementar as ações de prevenção e promoção da saúde. Em 1994, o Ministério da Saúde, lançou o PSF como política nacional de atenção básica, com caráter organizativo e substitutivo, fazendo frente ao modelo tradicional de assistência primária baseada em profissionais médicos especialistas focais, mantendo em contrapartida uma equipe multidisciplinar que utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa densidade, visando resolver os problemas de saúde de maior freqüência e relevância em seu território. Percebendo a expansão do Programa Saúde da Família que se consolidou como estratégia prioritária para a reaorganização da Atenção Básica no Brasil, o governo emitiu a Portaria Nº 648, de 28 de Março de 2006, onde ficava estabelecido que o PSF é a estratégia prioritária do Ministério da Saúde para organizar a Atenção Básica — que tem como um dos seus fundamentos possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade, reafirmando os princípios básicos do SUS. Em 2011 a portaria GM Nº2.488/2011 revogou a portaria GM Nº 648/2006 e demais disposições em contrário ao estabelecer a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica e aprovar a Política Nacional de Atenção Básica para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e para o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Tal Portaria regulamenta a existência de uma equipe multiprofissional responsável por, no máximo, 4.000 habitantes, sendo a média recomendada de 3.000 habitantes, com jornada de trabalho de 40 horas semanais para todos os seus integrantes e composta por, no mínimo, médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde.

Referências:  Portaria Nº 648 de 28 de março de 2006 - Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica para o Programa Saúde da Família (PSF) e o Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS).  Ministério da Saúde. Portaria nº 2.488/2011. Brasília, DF, 2011 (Aprova a Política Nacional de Atenção Básica).

QUESTÃO Nº 26 O território de Laranjeiras, situado em um município de pequeno porte, tem apresentado, nos últimos anos, alta incidência e prevalência de caso de violência. Estudos realizados pelo Núcleo de Prevenção às Violências e de Promoção da Saúde, de uma instituição local, revelam que 78% dos casos são registrados na faixa etária de 10 a 17 anos. A gestão municipal, em uma reunião colegiada, elaborou um plano de gestão integrada para enfrentamento da situação. a educação em saúde foi uma das estratégias apontadas para que a equipe de saúde da família enfrentasse o problema. Nessa situação, é incorreto a equipe de saúde da família considerar que a educação em saúde A) é uma estratégia de promoção da saúde.


B) relaciona-se à história, à cultura e aos costumes da comunidade. C) busca apoderar a comunidade para o processo de mudança. D) visa à participação ativa dos sujeitos, acontecendo em diversos espaços. E) objetiva transmitir conhecimentos universalmente aceitos por meio de palestras, videos, panfletos, entre outros meios.

Gabarito: alternativa “E”

Tipo de questão: múltipla escolha

Conteúdo avaliado: Educação em saúde na Estratégia de Saúde da Família

Autor(a):Luciene Cunha Monteiro

Comentário: A Educação em Saúde pode ter diferentes objetivos de acordo com o modelo de educação implementado. Se baseado no conceito tradicional, o objetivo principal consiste na prevenção de doenças e agravos de saúde, o qual é alcançado por intermédio da persuasão dos indivíduos. É concepção simplista, que aborda as doenças como resultado direto de, principalmente, hábitos inadequados. Não considera as interrelações que determinam o processo saúde-doença, como o social e o meio ambiente. Os estereótipos saudáveis são ditados pelos profissionais de saúde segundo modelo biomédico, e os grupos na sociedade que são considerados de risco são focos de campanha de saúde, as quais geralmente são centralizadas, verticais. Na nova Educação em Saúde, o objetivo principal é a Promoção de Saúde de acordo com aspectos positivos, ou seja, não considera apenas a ausência de doença como sinônimo de vitalidade, mas sim qualidade de vida. Aprecia a conscientização coletiva e não apenas a individual, para que haja transformação social, rejeitando a imposição de conhecimento e preconizando a informação bidirecional, ou seja, o modelo dialógico de educação. Visa o empowerment dos indivíduos e da comunidade, ou seja, autonomia para a atuação na promoção, identificação e resolução de problemas de saúde a partir de escolhas informadas. A resposta correta à pergunta 26 é a alternativa “E”, pois nessa situação é incorreto a equipe de saúde “considerar que a educação em saúde étransmitir conhecimentos universalmente aceitos”. Considerar a transmissão de conhecimentos implica em adotar o enfoque preventivista da educacao sanitária, que lida com comportamentos de risco, ou seja, com a etiologia das doenças modernas. A eficácia da educação sob este enfoque expressa-se em comportamentos específicos como deixar de fumar, aceitar vacinação, desenvolver práticas higiênicas, usar os serviços


para prevenção de câncer, realizar exames de vista periódicos. O repasse de informação é feito normalmente por meio da consulta ou em grupos, através de palestras seguidas ou não de perguntas e respostas, é o procedimento típico do preventivismo (BRASIL, 2007). O enfoque da educação em saúde para o adequado enfrentamento do problema neste caso seria utilizar o enfoque da escolha informada e do desenvolvimento pessoal, que enfatiza o lugar do indivíduo, sua privacidade e dignidade propondo uma ação com base no princípio da eleição informada sobre os riscos à saúde. O enfoque da escolha informada e do desenvolvimento pessoal reconhece, ainda que não de modo cabal e com todas as consequências, as dificuldades para uma eleição informada. De um modo geral, porem, pressupõe indivíduos livres e em condições de realizar a “eleição informada” de comportamentos ou ações e suas consequências (da violência, por exemplo). Com a instituição do Programa Saude da Familia (PSF, atualmente ESF), em 1994, o preventivismo deixou de ser exclusivo enquanto enfoque na educação em saúde utilizada pelos profissionais. A ESF, além de ampliar a cobertura dos serviços, trouxe aperspectiva de mudar o modelo de atenção à saúde no Brasil. Pode-se dizer que, ao lado do preventivismo ainda dominante, um novo enfoque começou a ser desenvolvido nos sistemas municipais onde houve a preocupação em humanizar o atendimento, o profissional de saúde preocupou-se em compartilhar e explorar as crenças e os valores dos usuários dos serviços a respeito de certa informação sobre saúde, bem como discutir suas implicações. Desse modo o enfoque da escolha informada foi naturalmente sendo inserido nas práticas educativas desenvolvidas pelos profissionais de saúde. É importante ressaltar que a eficácia dessa abordagem pressupõe simplesmente a demonstração de que o usuário tenha uma compreensão genuína da situação (BRASIL, 2007).

Referências: Brasil. Ministerio da Saude. Secretaria de Gestao Estrategica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestao Participativa. Caderno de educacao popular e saude / Ministerio da Saude, Secretariade Gestao Estrategica e Participativa, Departamento de Apoio à Gestao Participativa. - Brasilia: Ministerio da Saude, 2007. http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/caderno_de_educacao_popular_e_saude .pdf

QUESTÃO Nº 27 O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) é uma diretriz para orientar o empresariado no estabelecimento de um plano de saúde ocupacional para o trabalhador. Em muitas atividades, há risco aumentado de aquisição e de transmissão de doenças infecciosas no ambiente de trabalho. É importante a educação em relação ao emprego correto das técnicas de proteção individual, assim como a indicação correta da vacinação adequada, preferencialmente ao ingresso do profissional em sua atividade.


São vacinas recomendadas para todos os profissionais de saúde pelo calendário de vacinação ocupacional da Sociedade Brasileira de Imunizações: A) pneumocócica, meningocócica C conjugada e tríplice viral. B) tríplice viral, hepatite A e B e cólera (oral). C) febre amarela, meningocócica C conjugada e difteria, coqueluche e tétano. D) hepatite A e B, meningocócica C conjugada e tríplice viral. E) raiva, meningocócica C conjugada e tríplice viral.

Gabarito:D

Tipo de questão:Objetiva

Conteúdo avaliado:Saúde Ocupacional - imunização

Autor(a):Maria Aparecida da Silva Vieira

Comentário A assertiva correta é a letra B, pois contempla vacinas preconizadas para os profissionais de saúde pelo calendário de vacinação ocupacional da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Segue abaixo calendário com todas as vacinas recomendadas pela SBIm- 2012/2013. Este calendário leva em consideração os riscos ocupacionais de cada atividade e as vacinas, que, por este motivo, são especialmente indicadas. A imunização dos profissionais de saúde tem como objetivo a proteção individual contra doenças às quais esses trabalhadores estão mais expostos, em consequência de sua profissão. A vacinação dos profissionais de saúde propõe, também, a prevenção da transmissão hospitalar dessas doenças, principalmente para pacientes com risco aumentado de doenças graves. Em 2005, foi aprovada a Norma Regulamentadora 32 (NR32), com o objetivo de promover a saúde dos trabalhadores da saúde que tem por finalidade a implementação de medidas de proteção à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde. Essa Norma apóia as medidas de biossegurança que os profissionais de saúde devem cumprir para prevenção de doenças do trabalho. O trabalhador de saúde também deve manter atualizada a vacinação de acordo com NR 32 2 nos seguintes artigos: 32.2.4.17 Da Vacinação dos Trabalhadores 32.2.4.17.1 A todo trabalhador dos serviços de saúde deve ser fornecido, gratuitamente, programa de imunização ativa contra tétano, difteria, hepatite B e os estabelecidos no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) .32.2.4.17.2 Sempre que houver vacinas eficazes contra outros agentes


biológicos a que os trabalhadores estão, ou poderão estar, expostos, o empregador deve fornecê-las gratuitamente. 32.2.4.17.3 O empregador deve fazer o controle da eficácia da vacinação sempre que for recomendado pelo Ministério da Saúde e seus órgãos, e providenciar, se necessário, seu reforço. 32.2.4.17.4 A vacinação deve obedecer às recomendações do Ministério da Saúde. 32.2.4.17.5 O empregador deve assegurar que os trabalhadores sejam informados das vantagens e dos efeitos colaterais, assim como dos riscos a que estarão expostos por falta ou recusa de vacinação, devendo, nestes casos, guardar documento comprobatório e mantê-lo disponível à inspeção do trabalho. 32.2.4.17.6 A vacinação deve ser registrada no prontuário clínico individual do trabalhador, previsto na NR-07. 32.2.4.17.7 Deve ser fornecido ao trabalhador comprovante das vacinas recebidas. Calendário de Vacinação ocupacional recomendada pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) – 2012/2013 Vacinas Indicadas para Profissionais da Saúde Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) (1, 2)

Hepatites A, B ou A e B (3,4,5,6)

Vacinas contra difteria, tétano e coqueluche dTpa(9)

Varicela (catapora) (1) Influenza (gripe)

Meningocócica conjugada (7)

Esquemas

Comentários

Uma ou duas doses (com intervalo mínimo de 30 dias) para homens e mulheres nascidos após 1962, de acordo com histórico vacinal, de forma que todos recebam no mínimo duas doses na vida. Dose única para homens e mulheres nascidos até 1962. Hepatite A: duas doses, com intervalo de seis meses (esquema 0-6 meses). Hepatite B: três doses, no esquema 01-6 meses. Hepatite A e B: três doses, no esquema 0-1-6 meses. Com esquema de vacinação básico completo: reforço com dTpa (tríplice bacteriana acelular do tipo adulto) ou dT (dupla do tipo adulto), a cada dez anos. Com esquema de vacinação básico incompleto (que tenha recebido menos de 3 doses do componente tetânico durante a vida): 1 dose de dTpa (tríplice bacteriana acelular do tipo adulto) e, em seguida, 1 ou 2 doses de dT (dupla bacteriana do tipo adulto). Reforço com dT ou dTpa a cada 10 anos. Duas doses com intervalo de um a três meses entre elas. Dose única anual. Uma dose, mesmo para aqueles vacinados na infância ou há mais de cinco anos.

1. Vacinas vivas atenuadas são contraindicadas para imunodeprimidos e gestantes: elas poderão, a critério médico, ser indicadas nesses pacientes após avaliação do estado imunológico versus risco de adoecimento ou risco da infecção versus risco de eventos graves decorrentes da vacina. 2. Profissionais femininas grávidas com indicação da vacina SCR devem receber a primeira dose da SCR na maternidade antes da alta hospitalar ou na sua primeira visita ao serviço de saúde. 3. A vacinação combinada contra as hepatites A e B é uma opção e pode substituir a vacinação isolada contra as hepatites A e B. 4. Esquema especial de vacinação contra a hepatite B: Imunocomprometidos e renais crônicos – dobro da dose usual, ou seja, 2 mL = 40 mcg, em quatro aplicações por via intramuscular (esquema 0-1-2-7 meses). 5. Sorologia 30-60 dias após a terceira dose da vacina é recomendada para: profissionais da saúde, imunodeprimidos e renais crônicos. Considera-se imunizado o indivíduo que apresentar título anti-HBs >10 UI/mL. 6. Para pacientes de alto risco (imunodeprimidos e renais crônicos) recomenda-se a monitorização sorológica anual e considerar dose de reforço quando anti-HBs < 10mIU/mL. 7. Sempre que possível dar preferência à vacina quadrivalente ACWY para uma proteção mais ampla. 8. A partir do 14º dia após a última dose é preciso verificar títulos de anticorpos para a raiva com o objetivo de avaliar a eventual


necessidade de dose adicional. Profissionais que permanecem em risco devem fazer acompanhamento sorológico a cada seis meses ou um ano e receber dose de reforço quando estes forem menores que 0,5 UI/mL. 9. Em relação à vacinação de profissionais lotados em serviços de saúde considerar: a vacina de coqueluche, especialmente indicada para profissionais da neonatologia, pediatria, geriatria. A vacina de hepatite A está especialmente indicada para profissionais da lavanderia, da cozinha e manipuladores de alimentos. A vacina meningocócica conjugada ACWY está indicada para profissionais da bacteriologia.

Fonte: Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)

Referências: Aranda MS de S.; et al. Manual de procedimentos para vacinação. 4ª ed. Brasília: Ministério da Saúde: Fundação Nacional de Saúde; 2001. 303 p. Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora 32: segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde. Portaria nº. 485, de 11 de novembro de 2005. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil]. Brasília; 2005; Seção 1. Disponível e m:http://www.trabalho.gov.br/legislação/normas_regulamentadoras/ nr_32.pdf. Brasil. Ministério da Saúde. Calendário de vacinação [capturado em 17 mar.2009] 2004.Disponível em: http://portal.saude.gov.br/po rtal/saude/area.cfm?id_area=1448.

QUESTÃO Nº 28 A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, aprovada em 2009, tem como objetivo a promoção da melhoria das condições de saúde da população masculina brasileira, “contribuindo para a redução das causas de morbidade e mortalidade através do enfrentamento racional dos fatores de risco e facilitando o acesso às ações e aos serviços de atenção integral à saúde” (Brasil, 2010). Hoje, no Brasil, duas a cada três mortes de adultos são de homens, o que reforça a necessidade de uma política especifica de atenção a essa parcela da população. O gráfico abaixo apresenta as principais causas demortalidade na população masculina brasileira de 20 a 59 anos de idade.


Com base no gráfico conclui-se que A há relação inversa entre a mortalidade por causas externas e a mortalidade devida a doenças do aparelho circulatório nos extremos de idade: 20-29 anos e 50-59 anos de idade. B as curvas de mortalidade por neoplasias, doenças do aparelho digestivo e do aparelho respiratório têm pouca variação entre si na vida adulta. C a mortalidade por neoplasias entra em ascensão a partir dos 39 anos de idade e estabiliza na faixa etária de 50 a 59 anos de idade. D as doenças do aparelho circulatório são responsáveis por grande parte da mortalidade durante toda a vida adulta. E causas externas e doenças do aparelho circulatório assumem curvas semelhantes após os 40 anos de idade.

Gabarito: A

Tipo de questão: MULTIPLA ESCOLHA

Conteúdo avaliado: Conceitos de Morbidade. Conceitos de Mortalidade. Leitura e Interpretação de elementos gráficos. Raciocínio lógico.

Autor(a): Karla Prado de Souza Cruvinel

Comentário: Questão simples e objetiva, que requer concentração e leitura interpretativa do elemento gráfico utilizado. O cenário para trabalhar a interpretação da figura foi a política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, apresentando-se indicadores de mortalidade em homens de 29 a 59 anos de idade.


Inicialmente, é importante observar a figura. Identificar nos eixos de x e y ao que se refere os dados expostos. No eixo de y (vertical) temos o número de ÓBITOS e no eixo de x (horizontal) é possível identificar a idade (em anos) que se refere os agravos estudados. Importa trazer o conceito de Mortalidade por causas, que se refere ao número de óbitos por determinada causa (numerador), dividido pelo total de pessoas expostas ao risco de morrer (denominador). No caso em questão, o numerador consiste no número de homens que vieram a falecer na idade e pela causa estudada (numerador), dividido pelo total de homens com a mesma idade no local de estudo. A resposta correta consiste na letra “a”, onde claramente é possível visualizar a relação inversamente proporcional entre a mortalidade por causas externas e a mortalidade por doenças do aparelho circulatório. Na figura, as causas externas são soberanas dos 29 aos 49 anos, estando sempre em declínio à medida que se avança a idade. A partir dos 49 anos, as doenças do aparelho circulatório assumem a liderança no numero de casos de morte nesta idade à medida que o numero de óbitos por causas externas diminui. Importa destacar que as mortes por causas externas assumem uma posição DESCENDENTE, enquanto a curva de mortes por doenças do aparelho circulatório assumem uma posição ASCENDENTE, independentemente de qual delas é maior. Na afirmação do enunciado da letra “b”, de que “as curvas de mortalidade por neoplasias, doenças do aparelho digestivo e do aparelho respiratório têm pouca variação entre si [...]” não procede, uma vez que há importante variação entre as neoplasias e outras duas, claramente evidenciado na figura; Exclui-se também a letra “c”, uma vez que não há evidências no gráfico de que as neoplasias estabilizam na faixa etária de 50 a 59 anos de idade. Ao contrário, a figura sugere ascensão. Já a afirmação da letra “d” não procede, uma vez que as doenças do aparelho circulatório são responsáveis por grande parte da mortalidade especialmente após os 40-49 anos de idade. Deve-se ter cuidado com as afirmações do tipo “grande parte”, que não é uma afirmação precisa, algo incompatível com a precisão dos dados epidemiológicos. Por fim, a letra “e” traz uma afirmação completamente equivocada, pois as curvas de causas externas e doenças do aparelho circulatório assumem curvas contrárias uma da outra.

Referências: ROUQUAYROL, Maria Zélia, ALMEIDA FILHO, Naomar de. Epidemiologia & Saúde. 7. ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 2013. PEREIRA, Mauricio Gomes. Epidemiologia: teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1995. CRESPO, Antonio A. Estatística fácil. 15. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 1997.


QUESTÃO Nº 29 Margarida tem 75 anos de idade, mora sozinha, é portadora de hipertensão arterial e faz uso de anti-hipertensivo diariamente, as 22 horas. Relata levantar várias vezes durante a noite para urinar, e que, às vezes, ao se levantar da cama, sente tonturas. Nega limitações ou dificuldades na marcha. Após coletar esses dados durante a consulta de enfermagem realizada na visita domiciliar, e objetivando minimizar riscos de queda e injúrias, o enfermeiro deve orientar a idosa a I.contratar um acompanhante/cuidador, usar fraldas durante a noite, diminuir ingesta hídrica após as 18 horas, manter uma luz acessa durante a noite, usar uma bengala para apoio ao levantar-se, ir ao banheiro antes de dormir e evitar micções durante a noite. Se for necessário lenvantar-se, solicitar ajuda do acompanhador/cuidador. II. Manter durante a noite iluminação suficiente para orientar o trajeto ao banheiro e, se possível, ter a cama próxima ao interruptor de luz. Restringir o uso de tapetes, permanecer sentada por alguns minutos antes de levantar-se da cama, usar calçado antiderrapante e não permitir animais domésticos dentro de casa, principalmente durante a noite. III. evitar levantar-se durante a noite para urinar, ir ao banheiro antes de se deitar, não usar chinelos para caminhar até o banheiro, ingerir líquidos até no máximo 18 horas, identificar alguém de seu convívio social para dormir em sua casa, restringir o uso de medicamentos diuréticos, solicitando ao médico a troca do anti-hipertensivo diurético pela manhã. IV. usar anti-hipertensivo diurético pela manhã, instalar barras de apoio nas paredes próximas à cama, no trajeto até o banheiro, próximo ao vaso sanitário e chuveiro, ter interruptor de luz próximo à cabeceira da cama, fazer caminhadas diárias para fortalecer a musculatura dos membros inferiores, observar sempre as condições das calçadas e usar sapatos com solado antiaderente. providenciar bengala e solicitar orientação do seu uso a um fisioterapeuta, adquirir sapatos com alça de fixação no calcanhar, iniciar atividade para fortalecimento muscular, interromper uso de anti-hipertensivo diurético, providenciar um acompanhante/cuidador para período noturno, procurar médico e solicitar exame de densitometria óssea, e providenciar uma campainha no quarto?..

Gabarito: C

Tipo de questão: Multipla Escolha

Conteúdo avaliado: Enunciado / Respostas

Autor(a): Wilson Abrenhosa


Comentário: 1. O enunciado da questão deve ter mais subsidios sobre a paciente em questão. 2. A consulta de Enferamgem na graduação (Ausculta e Exame Físico) nos proporciona subsidios preciosos na elaboração da questão acima. 3. A resposta do item (C) é a que corresponde à qustão acima. 4. O uso do Betabloqueador diurético é o medicamento ideal, não causa depressão, sonolência ou confusão mental. 5. Cuidado com uso de medicação em excesso causa hipotensão. 6. Idoso não usar constrição. 7. Alertas para complicações do sistema.

Referências: Revista cardiologia II, Prado II, Brunner

QUESTÃO Nº 30 Uma criança de um ano e meio de idade é levada pela mãe ao Centro de Saúde da Família, com sintomas de gripe. A mãe relata que a criança vem há 2 dias com esse quadro e não está aceitando a alimentação. Após avaliação clínica, é levantada uma forte hipótese diagnóstica de síndrome respiratória secundária à infecção pelo vírus Influenza A (H1N1). Nesse caso, uma conduta imediata seria A) iniciar medicação após prescrição, identificar comunicantes e referenciar a criança a uma unidade hospitalar. B) aguardar confirmação laboratorial da presença do vírus Influenza A e então, notificar o caso. C) orientar a mãe a administrar soro oral para que a criança não se desidrate e solicitar que retorne em menos de 24 horas para reavaliação do caso. D) coletar material já na Unidade do primeiro atendimento e encaminhá-lo para o laboratório mais próximo para garantir agilidade do diagnóstico. E) garantir acompanhamento da criança na atenção básica, responsável por acompanhar casos de baixa complexidade, por meio da visita diária do agente Comunitário de saúde

Gabarito: Alternativa A

Tipo de questão: múltipla escolha

Conteúdo avaliado:Guia de Vigilância Epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Fundamentos de enfermagem. Enfermagem em Saúde Pública


Autor(a): Márcia Helena V. de Rezende e Gláucia Virginia Alvarez

Comentário: 1º) Neste caso, há uma Forte indicação (Suspeita) de Síndrome Respiratória após infecção pelo vírus Influenza A H1N1. 2º) A Gripe A é uma doença respiratória aguda, causada pelo vírus influenza A (H1N1). Este novo subtipo do vírus é transmitido de pessoa a pessoa principalmente por meio da tosse ou espirro e de contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas. Suscetibilidade e imunidade: Os vírus influenza acometem pessoas de todas as faixas etárias. Nos adultos sadios, a recuperação geralmente é rápida. Entretanto, complicações graves podem ocorrer em indivíduos pertencentes aos extremos etários, como os idosos e crianças menores de 2 anos, o que pode determinar elevados níveis de morbimortalidade. Infecciosidade: as crianças, comparadas aos adultos, também excretam vírus mais precocemente, por longos períodos e com maior carga viral. Manifestações clínicas: em crianças, a temperatura pode atingir níveis elevados, sendo comum o achado de aumento dos linfonodos cervicais. Quadros de bronquite ou bronquiolite, além de sintomas gastrointestinais, também podem fazer parte da apresentação clínica em crianças. Avaliação simplificada de gravidade para serviços de saúde: Nas crianças os casos de Síndrome Respiratória Grave deverão ser encaminhados para internação se apresentarem um ou mais dos sinais e sintomas a seguir. • Cianose; • batimento de asa de nariz; • taquipneia – de 2 meses a menor de 1 ano (>50 IRPM); de 1 a 5 anos (>40 IRPM); • toxemia; • tiragem intercostal; • desidratação, vômitos, inapetência, letargia; • dificuldade para ingestão de líquidos ou sugar o leite materno; • estado geral comprometido; • dificuldades familiares em medicar e observar cuidadosamente; • presença de comorbidades, imunodepressão. 3º) Notificação: Desde 16 de julho de 2009, após a declaração de transmissão sustentada do vírus influenza A (H1N1), o Ministério da Saúde, em articulação com as secretarias de saúde dos estados e municípios, realiza a vigilância epidemiológica de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e de surtos por síndrome gripal, com os objetivos de melhorar o conhecimento do comportamento epidemiológico dessa doença. As autoridades locais de saúde deverão ser imediatamente notificadas, diante de qualquer suspeita, preferencialmente por telefone, conforme estabelecido na Portaria Nº 104, Gabinete do Ministro/Ministério da Saúde, DE 25 DE JANEIRO DE 2011, Anexo II: “qualquer hipótese ou suspeita de caso de Influenza A H1N1 se enquadra na Lista de Notificação Compulsória Imediata – LNCI”. 4º) Na atenção básica, o enfermeiro como promotor da saúde e agente de prevenção, deve estar atento para os sinais e sintomas desta pandemia


para intervir de maneira resolutiva. Ao se deparar com um quadro de gripe, deve-se acolher o usuário e fazer uma avaliação diferencial de um resfriado comum. Confirmado o diagnóstico de gripe dentro dos sinais e sintomas da influenza A, o enfermeiro deve estabilizar o paciente; iniciar medicação após prescrição, encaminhar imediatamente para o serviço hospitalar indicado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e Secretaria Estadual de Saúde (SES); dar orientações gerais para os contatos; notificar os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave e monitorar o retorno dos pacientes quando indicado tratamento domiciliar pelo serviço de referência. O enfermeiro inserido na Estratégia Saúde da Família tem o papel de prestar orientações domiciliares para pacientes contaminados, bem como para as pessoas em contato, com o principal objetivo de prevenir a disseminação e agravamentos. Assim, orientam-se as pessoas com suspeita de contaminação: a higienizar as mãos com água e sabonete (ou se possível álcool gel 70%) após tossir, espirrar, usar o banheiro e antes das refeições. Atualmente esta pandemia é de relevância Sanitária e a participação do Enfermeiro é de crucial importância junto às ações de vigilância epidemiológica para a detecção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual ou coletiva.

Referências: 1. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Evolution of a pandemic A(H1N1), 2nd edition, 2009 2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de vigilância epidemiológica – 7. ed. – Brasília, 2009.816 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos). 3. Brasil.Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Gabinete Permanente de Emergências de Saúde Pública. Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional ESPII: PROTOCOLO DE MANEJO CLÍNICO E VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA INFLUENZA,VERSÃO III, Brasília, agosto/ 2009. 4. BRASIL, Ministério da Saúde. Influenza A (H1N1). 2009. Disponível em < http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1534

QUESTÃO Nº 31 Pedro, com 45 anos de idade, pedreiro e hipertenso, nuca provocou tratamento clínico. Deu entrada na unidade de pronto atendimento em crise hipertensiva, com pressão arterial (PA) de 220 x 150 mmhg. Apresenta tontura, hemiplegia direita, agnosia, apraxia e afasia, sinais e sintomas característicos de acidente vascular cerebral (AVC). Após os procedimentos para a estabilidade do quadro clínico, os acadêmicos de enfermagem resolveram investigar o que está ocorrendo. Seria correto eles


constatarem que A) a agnosia é ocasionada pela hiperfunção cerebral em virtudo do AVC. B) a tontura é o resultado do fluxo excessivo de sangue associado à hipoventilação cerebral. (F) C) a apraxia é a capacidade de executar movimentos propositais em áreas do corpo não afetadas, sendo de natureza tranzitória. (F) D) a hemiplegia direita foi gerada em razão do comprometimento do lado direito do cérebro, isso porque fibras nervosas cruzam o trato piramidal quando elas passam do cérebro para a medula espinhal. (F) E) a hipertensão arterial é um fator de risco para o AVC e que, associado às alterações degenerativas do sistema vascular de natureza aterosclerótica, ocasiona a isquemia ou a hemorragia cerebral.

Gabarito:"E"

Tipo de questão:objetiva

Conteúdo avaliado: AVC e HAS

Autor(a): Maria Madalena Del Duqui

Comentário: apraxia é a incapacidade de realizar atividades motoras aprendidas; a expressão correta é "transitória"; a aterosclerose das grandes artérias do pescoço e da base do cérebro parece ser causada pela lesão das cls endoteliais dos vasos sanguíneos por fatores mecânicos, bioquímicos e/ou inflamatórios que formam placas que podem crescer a ponto de obstruir ou romper a liberar êmbolos.

Referências: McPhee, S J. Fisiopatologia da doença: uma introdução à medicina clínica. 5 ed. São Paulo: McGraw-Hill Interamericana do Brasil, 2007.

QUESTÃO Nº 32 Maria, enfermeira de hospital de grande porte, apoiada pela administração, entrou em contato com a coordenadora do curso de graduação em Enfermagem e propôs que se incentivassem os alunos a realizar os trabalhos de conclusão de curso envolvendo o centro cirúrgico do hospital referido, uma vez que os índices de infecção hospitalar eram crescentes. Diante desse caso avalie as asserções a seguir. A pesquisa pode se configurar em instrumento de gestão efetivo para subsidiar o planejamento, o monitoramento , o monitoramento e a avaliação de processos e


resultados de trabalho. PORQUE A pesquisa permite ao gestor o acesso a indicadores o acesso a indicadores quantitativos suficientes à gestão do processo de trabalho dos profissionais. Analisando a relação proposta entre as duas asserções, assinale a opção correta. A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa da primeira. B) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. C) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. D) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira E) As duas asserções são proposições falsas.

Gabarito: Alternativa C

Tipo de questão: Múltipla escolha

Conteúdo avaliado: Pesquisa

Autor(a): Adenicia Custódia Silva e Souza

Comentário: A primeira asserção é uma proposição verdadeira, A pesquisa mostra resultados extraídos da realidade que evidenciam indicadores que podem subsidiar o planejamento de ações para alterar essa realidade, no caso proposto a redução nos índices de infecção hospitalar. Portanto é correto afirmar que a pesquisa configura-se num instrumento de gestão efetivo para subsidiar o planejamento, o monitoramento e a avaliação de processos e resultados de trabalho e a segunda é uma proposição falsa A pesquisa oferece não somente indicadores quantitativos, mas também qualitativos. Os indicadores quantitativos embora importantes, não são suficientes, para a gestão do processo de trabalho dos profissionais. A gestão do processo de trabalho é permeada por muitos aspectos subjetivos que demandam indicadores qualitativos e,


ambos indicadores devem ser analisados em conjunto considerando todo o contexto do processo de trabalho.

REFERÊNCIAS MINAYO, Maria Cecília de Souza. Análise qualitativa: teoria, passos e fidedignidade. Ciência & Saúde Coletiva, v. 17, n.3, p.621-626, 2012. MOREL, Carlos M. A pesquisa em saúde e os objetivos do milênio: desafios e oportunidades globais, soluções e políticas nacionais. Ciência & Saúde Coletiva, v.9, n.2, p.261-270, 2004. OLIVEIRA, Adriana Cristina; ANDRADE, Fernanda Santiago; DIAZ, Mário Ernesto Piscoya; IQUIAPAZA, Robert Aldo. Colonização por micro-organismo resistente e infecção relacionada ao cuidar em saúde. Acta Paul Enferm.v.25, n.2, p.183-9, 2012.

QUESTÃO Nº 33 O gráfico a seguir apresenta evolução anual do número de centros de atenção psicossocial (CAPS) no Brasil.

Considerando a expansão da rede de serviços substitutivos no Brasil, conclui-se que A) a expansão de CAPS foi importante para a reforma psiquiátrica, mas ainda há dificuldades nos fluxos de usuários entre atenção básica e atenção especializada. B) o aumento do número de CAPS é importante para que as famílias sem condições de cuidar dos usuários com transtornos mentais possam ter uma instituição responsável por eles. C) os CAPS, como porta de entrada dos usuários com transtornos mentais para o sistema de saúde, devem atuar na lógica de reinserção social e cuidado interdisciplinar. D) o aumento do número de CAPS no país é incoerente com os princípios da reforma psiquiátrica, que busca diminuir o número de instituições que cuidam das pessoas com transtornos mentais.


E) a inserção social dos usuários dos CAPS se dá no interior do próprio sistema de saúde, por meio de atividades educativas e lúdicas.

Gabarito: A

Tipo de questão: Objetiva

Conteúdo avaliado: Expansão do número de Centro de Atenção Psicossocial – CAPS no Brasil

Autor(a): Edilene Lima Vianey

Comentário: Observação: a palavra “usuário”que será utilizada a seguir significa: “usuário do sistema de saúde”, que substitui o termo paciente. O aumento do número de CAPS no Brasil representou um avanço importante numa nova perspectiva de tratamento ao portador de transtorno mental, pois devido a proposta nascida da luta antimanicomial, vê-se um atendimento mais humanizado e, além disso, um modelo que prioriza a pessoa e não somente a doença. Sem falar que, com a implantação de CAPS, há uma visão voltada para fatores psicossociais, sem rejeitar, evidentemente, as questões biológicas. Desta forma o tratamento não se concentra somente na figura do médico psiquiatra, mas também divide a responsabilidade do tratamento entre o usuário, familiares e outros profissionais (enfermagem, psicologia, Ed. Física, arteterapia, Terapia ocupacional e etc). A questão apresenta um gráfico que trata da expansão do número de CAPS no Brasil e pede para marcar a resposta correta. As alternativas C e E não fazem referência nenhuma ao gráfico, isso já as tornam incorretas. A alternativa (A) é a correta, pois fala da importância do número de CAPS para atender uma das metas da reforma psiquiátrica, que é a desinstitucionalização, ainda há dificuldade nos fluxos de usuários da atenção básica para o CAPS, pois além do número ser insuficiente, a atenção básica solicita capacitação, pois 56% das equipes ESF referem atender algum tipo de Transtorno Mental e Usuários de Álcool, Crack e outras drogas e a forma de capacitar essas equipes é por meio do matriciamento. CAPS como matriz capacita a ESF para atender na comunidade os transtornos mentais leves e moderados. Alguns desses transtornos, dependendo da necessidade, serão atendidos em conjunto CAPS e ESF, no caso dos transtornos mentais graves e persistentes serão atendidos no CAPS. A alternativa (B), apesar de se referir ao gráfico, contradiz o que é preconizado pela reforma psiquiátrica ao afirmar que o aumento do número de CAPS é importante para que as famílias sem condições de cuidar de seus usuários possam ter uma instituição para cuidar deles. O CAPS propõe o fortalecimento dos familiares no sentido de participar e se envolver no tratamento de seus usuários e não ter uma instituição para se responsabilizar por eles.


A alternativa (C) A afirmativa está incorreta por não se referir ao gráfico. Mas em 2010 quando a questão foi elaborada o CAPS era realmente a porta de entrada dos usuários com transtornos mentais para o sistema de saúde; hoje,2013 a porta de entrada é a Atenção Básica. A alternativa (D) está totalmente errada, e novamente contradiz um dos princípios da reforma psiquiátrica, que é o aumento progressivo do número de CAPS e a redução de leitos psiquiátricos. A alternativa (E) está totalmente errada, não faz referência alguma ao gráfico e a inserção social dos usuários dos CAPS se dá no próprio sistema de saúde, por meio da rede de Atenção Psicossocial – RAPS e além disso por meio da intersetorialidade – Educação, direitos humanos, assistência social e justiça.

Referências: N.º 336/GM/MS, 19 de fevereiro de 2002 Nº 2.197/GM/MS,14 de outubro de 2004; Nº 1.190/GM/MS, de 04 de junho de 2009; Nº 4.279/GM/MS, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2010 Nº 3.088/GM/MS, de 23 de dezembro de 2011 Nº 130/GM/SM, de 26 de janeiro de 2012 Nº 131/GM/SM, de 26 de janeiro de 2012 Nº 148/GM/SM, de 31 de janeiro de 2012

QUESTÃO Nº 34 A Sra. AMB, com 72 anos de idade, viúva e aposentada, reside com um filho casado, a nora e dois netos adolescentes. Deambula com dificuldade devido a artrose nos joelhos e recusa uso de meio compensatório (bengala). Ela comparece sozinha ao Centro de Saúde da Família (CSF) para as consultas e outros procedimentos necessários à manutenção de sua saúde. Tem limitação cognitiva e visual para entender as condutas terapêuticas prescritas. A estrutura física da residência potencializa o risco de quedas e outros acidentes. Considerando que o art3.º, inciso I, da lei n.º 8842/1994, determina que a família, a sociedade e o estado têm o dever de assegurar ao idoso todos os direitos da cidadania, garantindo sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade, bem-estar e o direito à vida”, avalie as afirmativas abaixo. I. A Sra. AMB apresenta risco potencial de quedas em decorrencia da limitação física e visual, agravado pelas barreiras arquitetônicas e por se deslocar sem acompanhante e sem bengala. II. Para a promoção da saúde e do bem-estar da Sra. AMB, o enfermeiro deve orientar a família acerca da aquisição de cadeiras de rodas e de dispositivos auditivos, além de evitar deslocamentos fora de sua residência. III. A Equipe de Saúde da Família do CSF deve solicitar o acompanhamento de familiares para a Sr. AMB quando do deslocamento fora do domicílio, principalmente durante seu tratamento no CSF. IV. Na visita domiciliária, o enfermeiro deve capacitar a familia da Sr. AMB para a promoção da segurança no domicílio, tendo em vista os fatores ambientais favoráveis à ocorrência de quedas e de outros acidentes. V. Para a promoção da segurança ambiental e atendimento adequado e seguro, a Sra. AMB deve residir em instituição asilar.


É correto apenas o que se afirma em A) I, II e V. B) I, III e IV. C) I, II e V D) I, III e IV. E) II, IV e V

Gabarito: alternativa “B”

Tipo de questão: múltipla escolha

Conteúdo avaliado:Saúde do idoso

Autor(a):Luciene Cunha Monteiro

Comentário: O Estatuto do Idoso representa um grande avanço da legislação brasileira iniciado com a promulgação da Constituição de 1988 e efetivado através da lei 8.842 (citada no enunciado da questão 34),vindo regular o direito às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. A afirmativa I está correta, pois a Srª AMB é idosa claramente exposta a risco de queda devido à artrose, se deslocar sozinha e sem apoio dentro e fora de sua residência, ser portadora de deficiência visual e cognitiva. Embora esteja inserida em núcleo familiar está exposta a várias situações de vulnerabilidade que a colocam em risco. O estatuto do idoso, em suas disposições preliminares, preconiza que a pessoa com sessenta anos ou mais tem direito assegurado por lei ou por outros meios a todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental (art. 2º); sendo obrigação da família e do poder público assegurar ao idoso o direito à vida, à saúde, à cidadania, à liberdade, à dignidade (art. 3º); nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei (art. 4º); considera-se dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso (art. 4º, § 1.º); ao se referir ao direito à liberdade ao respeito e dignidade (art.10º), esclarece que o direito à liberdade compreende o direito de ir e vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários(art.10º §1º I); o direito ao respeito consiste na inviolabilidade da sua integridade física (10 § 2º) ; zelar pela dignidade do idoso resguardando-o de qualquer tratamento desumano (10 § 3º) e finalmente porque nas medidas protetivas preconiza que as mesmas são aplicáveis sempre que o idoso tiver seus direitos violados ou ameaçados seja por falta, omissão ou abuso da família (art.43 II ) ou em razão de sua condição pessoal


(art.43 III) (BRASIL,2009). Com relação à afirmativa II trata-se de proposição incorreta ao recomendar que o enfermeiro deve “orientar a família a evitar deslocamentos fora de sua residência”. Pelo exposto no parágrafo anterior sobre o direito de ir e vir, o direito à prática de esportes e de diversão e participação da vida familiar e comunitária que respeitem sua peculiar condição, limitação física e idade ( art 10 §1º I,IV e V). A proposição III está correta, portanto, ao afirmar que a equipe de PSF deve “recomendar acompanhamento de familiares para o deslocamento da senhora AMB....”. A família deve acompanhar a idosa especialmente quando de sua ida ao ambulatório, mas também em outros momentos de necessidade de deslocamentos sob pena de incorrer no crime de negligência, omissão ou tratamento desumano. A equipe deve avaliar a condição do idoso e garantir o direito de atendimento ambulatorial sob acompanhamento de familiar ou cuidador preservando assim sua autonomia ou o direito ao atendimento em domicílio caso a equipe de saúde verifique impossibilidade da ida até o ambulatório. O estatuto do idoso ao preconizar o direito à visita domiciliaria, o direito à vida, saúde e integridade física confirma a proposição número IV (correta) sobre as recomendações a serem feitas pelo enfermeiro durante a visita. O art. 37 do estatuto do idoso preconiza que: “O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural (grifo nosso) ou substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública ou privada” (BRASIL, 2009, p 24). A assistência integral na modalidade de entidade de longa permanência será prestada quando verificada inexistência de grupo familiar, casalar, abandono ou carência de recursos financeiros próprios ou da família. Portanto a afirmação número V está incorreta, pois trata-se de idosa que tem um núcleo familiar além de ser beneficiária da previdência social.

Referências: BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde do Idoso. Estatuto do Idoso. 2. ed. rev. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2009.70 p. – (Série E. legislação de Saúde).

QUESTÃO Nº 35 O processo de acreditação hospitalar propõe a participação voluntária das instituições envolvidas com a saúde, estimulando-as a procurar a melhoria contínua da qualidade da assistência prestada. O enfermeiro, ao administrar os serviços de saúde, deve ter a clareza e a compreensão do significado das organizações, refletindo acerca da sua prática, na busca da excelência do atendimento a ser prestado ao cliente. PORQUE A organização de saúde que detém o status de “Acreditado” demonstra credibilidade perante seus usuários e a comunidade em geral, já que a acreditação hospitalar é um método de avaliação de todos os recursos disponíveis da organização de saúde. É um processo voluntário, periódico e reservado, que tem por objetivo garantir a


qualidade da assistência por meio de padrões definidos. Analisando a relação proposta entre as duas asserções acima, assinale a opção correta.

Gabarito: A) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.

Tipo de questão: Múçtipla escolha

Conteúdo avaliado: Gestão de Serviços de Saúde

Autor(a): Viviane L. Cassimiro Meireles

Comentário: A proposição I é verdadeira pois a missão essencial das instituições hospitalares é atender a seus pacientes da forma mais adequada. Por isso, todo hospital deve preocupar-se com a melhoria permanente da qualidade de sua gestão e assistência, buscando uma integração harmônica das áreas médica, tecnológica, administrativa, econômica, assistencial e, se for o caso, de docência e pesquisa. O incremento de eficiência e eficácia nos processos de gestão é necessário para assegurar uma assistência melhor e mais humanizada à saúde dos seres humanos que procuram os hospitais, necessitados de cuidados e apoio. A proposição II também é verdadeira e justifica a primeira pois o Ministério da Saúde tem desenvolvido grandes esforços para incentivar o aprimoramento da assistência hospitalar à população e a melhoria na gestão das instituições hospitalares. Com esse objetivo, tem implementado programas como o de Centros Colaboradores para a Qualidade da Gestão e Assistência Hospitalar, o de Humanização da Assistência, o de Modernização Gerencial dos Grandes Estabelecimentos e o de Acreditação Hospitalar. Tem realizado também significativos investimentos no reequipamento e na reforma de inúmeros hospitais em todo o País. O Programa de Acreditação Hospitalar é parte importante desse esforço para melhorar a qualidade da assistência prestada pelos hospitais brasileiros. Desde 1997, o Ministério da Saúde vem persistentemente investindo em palestras de sensibilização, na criação e consensualização de padrões e níveis de qualidade, e na sistematização de mecanismos que garantam a credibilidade de todo o processo de maneira sustentável. O desenvolvimento do Programa de Acreditação Hospitalar é uma necessidade em termos de eficiência e uma obrigação do ponto de vista ético.

Referências: ONA (Organização Nacional de Acreditação). Manual das Organizações Prestadoras


de Serviços Hospitalares, Versão 2001. Manual Brasileiro de Acreditação – ONA, Volume 1. Brasília: ONA/Educat; 2001.

QUESTÃO Nº 36 O gráfico a seguir apresenta o histórico da quantidade de leitos psiquiátricos/SUS em Pernambuco, no período de 1991 a junho de 2009.

O período que vai da independência do país ao começo do século XX é conhecido como a primeira etapa da psiquiatria asilar do Brasil, marcada, de início, pela ocupação de enfermarias das Santas Casas pelos doentes mentais. (...) Assim como aconteceu nos outros hospícios, o Hospital da Tamarineira [em Pernambuco] (...) em pouco tempo excedeu sua capacidade de internos numa clara demonstração de falta de eficácia dos métodos de tratamento utilizados. Num cenário de mudanças políticas, a partir dos anos 30, foi iniciada a redução do número de internos. Considerando as informações apresentadas e a operacionalização da Política Nacional de Saúde Mental, conclui-se que A) a redução do número de leitos psiquiátricos ocorreu porque só era possível ofertar uma assistência de qualidade ao usuário caso fosse emitida autorização de internamento hospitalar (AIH). B) a redução do número de leitos psiquiátricos no Brasil é, atualmente, um grande problema que dificulta o atendimento aos usuários de acordo com os princípios da reformapsiquiátrica. C) o internamento psiquiátrico involuntário deve ser realizado como uma forma de assegurar ao usuário com transtorno mental o tratamento adequado, já que ele não pode tomar decisões. D) a criação de uma rede substitutiva de serviços de saúde mental acompanhou a desinstitucionalização dos pacientes com transtornos mentais no Brasil. E) a redução de leitos psiquiátricos foi considerada positiva pela sociedade, porque foi acompanhada da expansão de vagas para pacientes portadores de patologias de maior gravidade no Brasil.


Gabarito: D

Tipo de questão: Múltipla Escolha

Conteúdo avaliado: Saúde Mental

Autor(a): Maria Salete S. Pontieri Nascimento

Comentário: Na Década de 1970 inicia-se no Brasil o processo de Reforma Psiquiátrica, um processo contemporâneo ao “movimento sanitário”, que defendia mudança dos modelos de atenção e gestão nas práticas de saúde, defesa da saúde coletiva, equidade na oferta dos serviços, e valorização dos trabalhadores e usuários dos serviços de saúde (BRASIL, 2005). Esta época, mais precisamente no final dos anos 70 marca o início do movimento social pelos direitos dos pacientes psiquiátricos no Brasil. O Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM), formado por trabalhadores integrantes do movimento sanitário, associações de familiares, sindicalistas, membros de associações de profissionais e pessoas com longo histórico de internações psiquiátricas. Este movimento cumpri um importante papel de denunciar a violência dos manicômios, da mercantilização da loucura, da hegemonia de uma rede privada de assistência e crítica o saber psiquiátrico e o modelo hospitalocêntrico na assistência às pessoas com transtornos mentais (BRASIL, 2005). Na década de 1990 é criado os primeiros NASP/CAPS a partir da Portaria GM 224/92 define os NAPS/CAPS como unidades de saúde locais/regionalizadas que contam com uma população adscrita definida pelo nível local e que oferecem atendimento de cuidados intermediários entre o regime ambulatorial e a internação hospitalar; podem constituir-se em porta de entrada da rede de serviços para as ações relativas à saúde mental, dos serviços de urgência psiquiátrica ou egressos de internação hospitalar. Reforma Psiquiátrica e as mudanças na regulamentação e nas formas de atendimento ao portador de transtorno mental, que adotam atualmente os Centros de Atenção Psicossocial - CAPS como dispositivos estratégicos para a organização da rede de atenção em saúde mental o que possibilitou a organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no país, mas que ainda enfrentam grandes dificuldades em suas implementações e atuações. Em 2001 foi sancionada a Lei Federal 10.216 que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental no Brasil. É pertinente afirmar que a Reforma Psiquiátrica é um processo político e social complexo, composto de atores, instituições e forças de diferentes origens, e que


incide em territórios diversos. No entanto, ela avançou marcada por impasses, tensões, conflitos e desafios. Hoje a Política Nacional de Saúde Mental tem como uma das suas principais diretrizes a reestruturação da assistência hospitalar psiquiátrica, objetivando uma redução gradual, pactuada e programada dos leitos psiquiátricos de baixa qualidade assistencial. Esta reestruturação da assistência hospitalar psiquiátrica acontece ao mesmo tempo em que uma rede de atenção aberta e inserida na comunidade se expande. Ao mesmo tempo em que leitos de baixa qualidade são fechados, um processo responsável de desinstitucionalização de pacientes longamente internados passa a ter início, com a implantação de Residências Terapêuticas e a inclusão de beneficiários no Programa de Volta para Casa. Simultaneamente, uma rede aberta e diversificada de atenção à saúde mental deve ser implantada, com Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Centros de Convivência e Cultura, ações de saúde mental na atenção básica e programas de inclusão social pelo trabalho. Deste modo, a opção D é a correta, pois fala da criação de uma rede substitutiva de serviços de saúde mental, como explanado acima e compreendendo que a redução gradativa de leitos psiquiátricos só será efetiva na medida em que esses serviços substitutivos avançarem em número e em qualidade em todo o país.

Referências: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde - DAPE. Coordenação Geral de Saúde Mental. Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. Documento apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental : 15 anos depois de Caracas. OPAS. Brasília, novembro de 2005. BRASIL. Lei 10216 de Abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Antigo Projeto de Lei Paulo Delgado. Diário Oficial da União. Brasília: Poder Executivo, 2001. BRASIL, Ministério da Saúde. Portal Saúde. O que é Reforma Psiquiátrica. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area. Acessado em: 30/05/2013.

QUESTÃO Nº 37 Carolina, adolescente de 15 anos de idade, preocupada com atraso menstrual de sete dias, buscou atendimento em uma unidade de saúde. Na consulta de enfermagem relatou atividade sexual nos dois últimos meses, com dois parceiros, sem uso de preservativo e de anticoncepcional. A conduta adequada do enfermeiro frente a essa situação é A) orientar Carolina para observar os sinais de gravidez, os sinais e sintomas de doenças sexualmente encaminhar Carolina para exame laboratorial de gravidez, orientar acerca dos sinais e sintomas de doenças sexualmente transmissíveis e agendar consulta de pré-natal. B) encaminhar Carolina para exame laboratorial de gravidez, orientar acerca dos


sinais e sintomas de doenças sexualmente transmissíveis e agendar consulta de prénatal. C) registrar a queixa de Carolina no prontuário, encaminhar para consulta pré-natal e grupo de gestante adolescente na unidade de saúde. D) investigar sinais de gravidez no exame físico, encaminhar Carolina para a realização de exame laboratorial para gravidez e orientar a respeito dos riscos de contaminação de doenças sexualmente transmissíveis. E) realizar exame físico em Carolina para investigar os sinais gravídicos, orientar a respeito dos riscos de doenças sexualmente transmissíveis e agendar consulta de pré-natal.

Gabarito: D

Tipo de questão: Objetiva

Conteúdo avaliado: Pré-natal e DST

Autor(a): ELISÂNGELA E. R. GUIMARÃES

Comentário: Questão simples. O conhecimento necessário para o intendimento da questão tem como base o conhecimento do diagnóstico de gravidez e o controle das DST. Para o diagnóstico da gravidez o fator que define tem como base a história da paciente, exame físico e testes laboratóriais. Para a prevenção das DST a estratégia básica para o controle da transmissão, se dá por meio da constante informação para a população geral e das atividades educativas que priorizem: a percepção de risco, as mudanças no comportamento sexual e a promoção e adoção de medidas preventivas com ênfase na utilização adequada do preservativo. As atividades de aconselhamento das pessoas com DST e seus parceiros durante o atendimento são fundamentais, no sentido de buscar que os indivíduos percebam a necessidade de maior cuidado, protegendo a si e a seus parceiros, prevenindo assim a ocorrência de novos episódios. O aconselhamento deve estar presente em todo o atendimento. Além de ouvir as preocupações da paciente, o enfermeiro deve facilitar a reflexão e a superação de dificuldades, prover informação, apoio emocional e auxíliar nas decisões para a adoção de medidas preventivas. É necessário que o profissional tenha habilidade e sensibilidade para abordar de forma não preconceituosa questões da intimidade, sobretudo a respeito da sexualidade e do uso de drogas, de forma a identificar as práticas do usuário que o expõem a risco.O aconselhamento, a avaliação de situações de risco e a educação para saúde das pessoas com DST e seus parceiros são atividades nas quais vários profissionais devem atuar.

Referências: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.


Programa Nacional de DST e Aids. Manual de Bolso das Doenças Sexualmente Transmissíveis / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST e Aids. Brasília: Ministério da Saúde. 2005. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e Puerpério: atenção qualificada e humanizada – manual técnico/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas – Brasília: Ministério da Saúde, 2005.

QUESTÃO Nº 38 A Estratégia da Saúde da Família (ESF) é prioritária para a reorganização da atenção básica no Brasil, de acordo com os princípios doutrinários e organizativos do SUS. A operacionalização dessa estratégia pressupõe a responsabilização sanitária de uma equipe multiprofissional sobre uma determinada população residente em um território, com ênfase na promoção da saúde e na participação popular. A enfermagem é uma categoria profissional pertencente à equipe mínima da ESF. Considerando as premissas apresentadas, redija um texto dissertativo acerca do processo de trabalho da enfermagem na Estratégia da Saúde da Familia, dando continuidade à situação descrita a seguir. (valor: 10,0 pontos) Maria, enfermeira, residente em um município de pequeno porte, foi convidada para ser enfermeira da equipe do Centro de Saúde da Família que será implantado em um bairro periférico desse municipio.

Gabarito: Essa é uma pergunta discursiva e o “padrão de reposta” estabelecido pela equipe do ENADE (2010) inclui: ● Respeito aos principais referenciais do SUS e ESF (valor: 3,0 pontos). ● Tomar como base a realidade do território (valor: 1,0 ponto). ● Propor ações de enfermagem (valor: 3,0 pontos). ● Reconhecer a importância do trabalho em equipe (valor: 1,5 pontos). ● Valorizar os saberes e a participação da comunidade (valor: 1,5 pontos).

Tipo de questão: Discursiva

Conteúdo avaliado: Estratégia de Saúde da Família


Autor(a):Luciene Cunha Monteiro

Comentário: Na dissertação em resposta a questão 38 o acadêmico de enfermagem deveria iniciar argumentando que todo o processo de trabalho do enfermeiro na implantação da Estratégia de Saúde da Família (ESF) deve seguir os princípios norteadores da ESF (BRASIL, 2006) que incorpora os princípios do SUS (BRASIL,2000), quais sejam de: integralidade e hierarquização, territorialização e adscrição da clientela, equipe multiprofissional e o caráter substitutivo. Para melhor compreensão façamos uma revisão teórica sobre cada um desses conceitos. • Integralidade e Hierarquização: A Unidade de Saúde da Família (USF) está inserida na atenção primária à saúde. Suas equipes devem realizar o diagnóstico de saúde do território adscrito,identificando o perfil epidemiológico e sociodemográfico das famílias, reconhecendo os problemas de saúde prevalentes e os riscos a que esta população está exposta, elaborando, com a sua participação, um plano local para o enfrentamento dos problemas de saúde. O cumprimento desses dois princípios pressupõe que os profissionais envolvidos nas equipes de saúde compreendam que seus serviços estão organizados em níveis de complexidade crescentes, desde o nível local de assistência, até os mais especializados; este sistema é denominado referência e contra-referência, sendo que a referência se dá do nível de menor para o de maior complexidade, inversamente à contra-referência. A articulação entre esses dois sistemas é bastante difícil uma vez que a demanda de serviços mais complexos excede ao número de solicitações por parte da atenção básica, dificultando atingir excelência no atendimento aos clientes que necessitam de serviços especializados. • Territorialização e Adscrição da Clientela: a USF trabalha com território de abrangência definido, sendo responsável pelo cadastramento e acompanhamento desta população. Recomenda-se que a equipe seja responsável por, no máximo, 4000 pessoas do território. • Equipe Multiprofissional: composta por um enfermeiro, um médico generalista ou de família, um auxiliar de enfermagem e agentes comunitários de saúde (ACS). Além desses, odontólogos, assistentes sociais e psicólogos, dentre outros, poderão fazer parte das equipes ou formar equipes de apoio, de acordo com as necessidades locais. • Caráter Substitutivo: substituição das práticas tradicionais de assistência, com foco nas doenças, por um novo processo de trabalho, centrado na Vigilância à Saúde. Outro aspecto a ser comentado na resposta a esta questão é tomar como base a realidade do território, através do mapeamento da região cadastrando as famílias da população adstrita à região onde a ESF será implantada. Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 1997), a territorialização pressupõe o diagnóstico das características sociais, demográficas e epidemiológicas e deve impactar, de forma favorável, as


condições de saúde da população adscrita. Para tal, as equipes de saúde devem realizar o cadastramento das famílias por meio de visitas domiciliares. Este diagnóstico permite: identificar os problemas de saúde prevalentes e situações de risco desta população; elaborar, em conjunto com a comunidade, um plano de ação para o enfrentamento dos determinantes de processo saúde/doença; prestar assistência integral na USF, na comunidade, no domicilio além do acompanhamento nos serviços de referência ambulatorial ou hospitalar; desenvolver ações educativas e intersetoriais para o enfrentamento dos problemas de saúde (Brasil, 2006). No processo de implantação da ESF pelo enfermeiro em uma região, o profissional deverá criar condições para o desenvolvimento de ações de enfermagem na assistência integral (promoção e proteção da saúdeprevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde) aos indivíduos e famílias na Unidade de Saúde da Família (USF) e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc), em todas as fases do desenvolvimento humano: infância, adolescência, idade adulta e terceira idade. Os programas mínimos a serem implantados incluem ações de atenção à saúde da mulher e da criança, controle de hipertenção e diabetes, controle da tuberculose, ações para eliminação da hanseníase e promoção da saúde bucal. As ações do enfermeiro incluem ainda realizar consulta de enfermagem, solicitar exames complementares e prescrever medicações; planejar, gerenciar, coordenar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS; participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF (BRASIL,1997;BRASIL,2006a). O trabalho em equipe deve ser reconhecido e valorizado pelo enfermeiro. Do mesmo modo que na ESF, a equipe da Unidade de Saúde da Família é composta por um enfermeiro, um médico generalista ou de família, um auxiliar de enfermagem e agentes comunitários de saúde (ACS). Além desses, odontólogos, assistentes sociais e psicólogos, dentre outros, devem fazer parte tanto nessas equipes quanto nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF). Todos esses profissionais devem desenvolver suas atividades laborais, tanto nas unidades quanto na comunidade, devendo ter gosto pelo trabalho em equipe, facilidade no trato com pessoas, habilidade em trabalhar com planejamento e programação em saúde; capacidade em adaptar-se a situações novas e qualificação profissional adequada às práticas de saúde pública. Cada ação por si ou todas elas devem ser desenvolvidas em conjunto entre os profissionais e entre as Equipes de Saúde da Família e a comunidade, com vista à vigilância à saúde (FIGUEIREDO, sd) A Educação em Saúde e inerente a todas as praticas desenvolvidas no âmbito do SUS. Como pratica transversal proporciona a articulação entre todos os níveis de gestão do sistema, representando dispositivo essencial tanto para formulação da política de saúde de forma compartilhada, como às ações que acontecem na relação direta dos serviços com os usuários. As ações de educação em saúde a serem desenvolvidas pelos profissionais da equipe de ESF incluindo o enfermeiro devem ser desenvolvidas numa perspectiva dialógica, emancipadora, participativa, criativa e que contribua para a autonomia do usuário, no que diz respeito à sua condição de sujeito de direitos e autor de sua trajetória de saúde e doença; e autonomia dos profissionais Colocar a educação popular como uma estratégia política e metodológica permite que se trabalhe na perspectiva da integralidade de saberes e de práticas populares. As


ações devem ter como pressuposto a participação de sujeitos sociais, ativos, criativos, transformadores e como missão o apoio ao desenvolvimento de praticas que fortaleçam a constituição desses sujeitos. Critica-se a concepção positivista, na qual a educação em saúde é vista de forma reducionista, cujas práticas são consideradas impositivas, prescritivas de comportamentos ideais, desvinculados da realidade e distantes dos sujeitos sociais, tornados objetos passivos das intervenções, na maioria das vezes, preconceituosas, coercitivas e punitivas. E afirma-se a educação em saúde como pratica na qual existe a participação ativa da comunidade, que proporciona informação, educação sanitária e aperfeiçoa as atitudes indispensáveis para a vida. A reflexão critica, o diálogo e a construção compartilhada do conhecimento representam ferramentas que propiciam o encontro entre a cultura popular e a cientifica. Aqui é importante a disponibilidade de escuta e fala dos atores que se põem em relação, cada qual, portanto com uma visão de saberes e praticas diferentes, convivendo em situações de reciprocidade e cooperação.De maneira sucinta a institucionalização da Educação Popular em Saúde no Ministério da Saúde tem como referencial a Educação Popular em Saúde em suas dimensões epistemológica, etico-política e metodológica.

Referências: FIGUEIREDO, E N. Estratégia Saúde da Família e Núcleo de Apoio à Saúde da Família: diretrizes e fundamentos. Especialização em Saúde da família. Módulo Político Gestor. http://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/1/modulo_politico_gestor/Unidade_ 5.pdf BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Coordenação de Saúde da Comunidade. Saúde da Família: uma estratégia para a reorientação do modelo assistencial. Brasília. Ministério da Saúde, 1997. BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema Único de Saúde (SUS): princípios e conquistas. Secretaria Executiva – Brasília: Ministério da Saúde, 2000. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política nacional de atenção básica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção à Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 648 de 28 de março de 2006. Política Nacional da Atenção Básica. Brasília, 2006a. BRASIL. MINISTERIO DA Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Caderno de Educação Popular e Saúde. Departamento de Apoio a Gestão Participativa. Brasilia-DF,2007.


QUESTÃO Nº 39 “O enfermeiro que se propõe a trabalhar na coletividade tem a missão de manter e promover a saúde” Com base nesse princípio, a enfermeira Márcia convocou outras enfermeiras, Cristina e Rosa, para uma reunião, com o objetivo de, juntas, discutirem o que se espera de um cuidado coletivo para a comunidade assistida. Considerando esse objetivo, resolva os itens a seguir. a) Apresente e fundamente três temas que deveriam ser discutidos pelas enfermeiras na reunião para alcançar o cuidado coletivo. (valor: 5,0 pontos) b) Conceitue cuidado coletivo. (valor: 5,0 pontos)

Gabarito:

Tipo de questão: Discurssiva

Conteúdo avaliado: Conhecimentos sobre Integralidade da Assistência e Cuidado Coletivo

Autor(a): Karla Prado de Souza Cruvinel

Comentário: a) Para atender ao padrão de resposta esperado, o aluno deverá refletir sobre o cuidado da coletividade, considerando-se as particularidades da comunidade assistida. Assim, faz-se importante refletir sobre alguns conceitos de saúde e do coletivo. Desta forma, é importante destacar que o Enfermeiro, ao cuidar do coletivo, importa-se com um cuidado integral ao ser humano, com vistas a atender a totalidade do indivíduo. Importa lembrar que a atenção da enfermagem é focada no ser humano, levando-se em consideração suas necessidades bio-psico-sócioespirituais. A enfermagem preocupa-se em atender a estas dimensões na promoção da saúde, na prevenção de doenças e na recuperação e reabilitação da saúde quer seja do indivíduo, quer seja do coletivo. Assim, é necessário que se tenha amplos conhecimentos sobre o coletivo ao qual se está trabalhando. Conhecer a comunidade, seus anseios e suas necessidades e reivindicações. Trazer à luz do conhecimento as particularidades epidemiológicas, culturais e sociais da comunidade, faz surgir no trabalho do enfermeiro elementos significativos, capazes de atender às reais necessidades dos seres humanos por eles assistidos. É importante destacar também, que lidar com o coletivo, requer habilidades para


atender às divergências e diversidades, uma vez que cada pessoa carrega em si uma herança cultural e social. Assim, para o trabalho, é importante levar em consideração o modo de viver de cada indivíduo, e como isso reflete no coletivo. Todo ser humano está constantemente em busca de seu bem-estar, daí a necessidade de trazer essa necessidade para o coletivo. Para isso, a humanização do trabalho é imprescindível para o sucesso das estratégias a serem adotadas para o cuidado coletivo. Por fim, para que se atinja com sucesso o cuidado coletivo, deve-se discutir amplamente a necessidade de sensibilização da comunidade para apropriar-se da saúde (no conceito amplo da mesma). Trabalhar nos indivíduos, a conceituação de "saúde é o completo bem-estar físico, mental e social e não a simples ausência de doença". Essa definição, complexa permite uma reflexão mais aprofundada sobre seu significado, conduzindo a discussões sobre a necessidade de ações intersetoriais e interdisciplinares no para se criar condições de vida mais saudáveis. Nesse contexto, deve-se ser abordado que o processo saúde-doença é um processo social caracterizado pelas relações dos homens com a natureza (meio ambiente, espaço, território) e com outros homens (através do trabalho e das relações sociais, culturais e políticas) num determinado espaço geográfico e num determinado tempo histórico. Assim, a discussão entre as enfermeiras em questão deverá transcender a esfera das atividades clínico-assistenciais, suscitando a necessidade de um novo paradigma que dê conta da abrangência do processo saúde-doença. Para finalizar, destaco a Carta de Ottawa (1986), que define a promoção à saúde: "[…] o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo maior participação no controle desse processo. Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social, os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente [...] Assim, a promoção à saúde não é responsabilidade exclusiva do setor da saúde, e vai para além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global." Nesse amplo contexto, cumpre à Enfermagem o resgate e consolidação das premissas já muito bem pontuadas pela Carta de Ottawa, instrumentalizando-se para o planejamento e análise da situação de saúde da comunidade a qual está inserido. b) O Cuidado Coletivo, refere-se na expressão dos esforços para superar uma atuação especializada e fragmentada e avançar numa proposta de trabalho em equipe multiprofissional que organiza o pensar e o fazer com enfoque interdisciplinar. Traz a expressão do olhar da integralidade da assistência em defesa da vida com qualidade e que tem enfoque nos cuidados aos grupos e coletivos num exercício de cidadania. O cuidado coletivo propõe-se em elevar as condições de saúde e vida das populações, através do cuidado centrado na integralidade e com base nos princípios de cidadania e justiça social.

Referências:


CAMPOS, GWS et al. Tratado de Saúde Coletiva. São Paulo:Hucitec/Fiocruz. 2. ed. rev. aum. 2012. MATTOS, R.A. A integralidade na prática (ou sobre a prática da integralidade). Cadernos de Saúde Pública. v. 20, n. 5, p. 1411-6, 2004. VANZIN, A. S; NERY, M.E.S. Enfermagem em Saúde Pública: Fundamentação para o exercício do enfermeiro na comunidade. Porto alegre: Sagra-DC Luzzato, 1994.

QUESTÃO Nº 40 Ana com 33 semanas de gestação, participa do grupo em uma unidade de saúde. Durante as atividades, nesta semana, as gestantes disseram que gostariam de discutir as dificuldades das mães no aleitamento materno. A enfermeira iniciou a atividade utilizando as imagens a seguir com intuito de provocar a discussão do grupo.

Com base nas informações e na tirinha utilizada pela enfermeira, resolva os itens a seguir. a) Para realzar orientações, a enfermeira deve considerar a demanda dos participantes na atividade? Justifique sua resposta. (valor: 2,5 pontos) c) Discorra sobre a contribuição da atividade de educação em saúde, no prénatal, para a criança nos primeiros dias de vida. (valor: 2,5 pontos).

Gabarito:Essa é uma pergunta discursiva e o “padrão de reposta” estabelecido pela equipe do ENADE (2010) envolve: - As Orientações do profissional de saúde conforme demanda dos participante. - Contribuição das atividades educativas do pré-natal para a mulher no pós-parto. - Contribuição das atividades educativas do pré-natal para a criança nos primeiros dias de vida.

Tipo de questão: Discursiva


Conteúdo avaliado: Amamentação

Autor(a): ELISÂNGELA E. R. GUIMARÃES

Comentário: Nas atividades de educação em saúde deverá contemplar as orientações à mulher quanto ao cuidados com as mamas e o bebe primeiros dias de vida. Nos primeiros dias de vida o bebê irá sugar o colostro, até que comece a produção do leite. O colostro começa a ser produzido ainda durante a gestação e muitas mães já percebem a saída de algumas gotas pelos mamilos. O colostro tem um aspecto esbranquiçado e um volume pequeno, mas corresponde um concentrado de substâncias fundamentais para o bebê. Ele é riquíssimo em defesas imunológicas e desenvolve no intestino do bebê bactérias positivas para suas defesas. Podemos dizer que o colostro é a primeira vacina do recém-nascido. Para proceder as orientações o enfermeiro deverá considerar a demanda dos participantes nas atividades de grupo. É importante identificar os conhecimentos, as crenças e as atitudes que a gestante possui em relação à amamentação, que tipo de experiência possui ou se já vivenciou alguma vez a amamentação. Além disso, é importante também oferecer às gestantes oportunidades de troca de experiências, por meio de reuniões de grupo que objetivem informar as vantagens e o manejo para facilitar a amamentação. Conhecer os aspectos relacionados à prática do aleitamento materno, a opinião da mulher quanto ao aleitamento materno é fator fundamental, no sentido de colaborar para que mãe e criança possam vivenciar a amamentação de forma efetiva e tranqüila, recebendo do profissional as orientações necessárias e adequadas para o seu êxito. Pensando que a mulher passa por longo período de gestação até que possa concretamente amamentar seu filho, intende-se que o preparo para a amamentação deverá ser iniciado ainda no período de gravidez. É importante, no caso de gestante adolescente, que a abordagem seja sistemática e diferenciada, por estar em etapa evolutiva de grandes modificações corporais, que são acrescidas daquelas referentes à gravidez e que podem dificultar a aceitação da amamentação. Durante os cuidados no pré-natal, é importante conversar sobre as vantagens da amamentação para a mulher, criança, família e comunidade, além de garantir orientações sobre o manejo da amamentação.Vantagens da amamentação para a mulher: fortalece o vínculo afetivo; favorece a involução uterina e reduz o risco de hemorragia; contribui para o retorno ao peso normal; contribui para o aumento do intervalo entre gestações. Vantagens para a criança: é um alimento completo, não necessitando de nenhum acréscimo até os seis meses de idade; facilita a eliminação de mecônio e diminui a incidência de icterícia; protege contra infecções; umenta o vínculo afetivo; Diminui as chances de desenvolvimento de alergias. Vantagens para a familia e sociedade: é limpo, pronto e na temperatura adequada; diminui as internações e seus custos; é gratuito. O sucesso do aleitamento materno está relacionado ao adequado conhecimento quanto à posição da mãe e do bebê e à pega da região mamilo areolar.


A posição: É importante respeitar a escolha da mulher, pois ela deverá se sentir confortável e relaxada. Desse modo, a amamentação pode acontecer nas posições sentada, deitada ou em pé. O posicionamento da criança deve ser orientado no sentido de garantir o alinhamento do corpo de forma a manter a barriga da criança junto ao corpo da mãe e, assim, facilitar a coordenação da respiração, sucção e deglutição. A pega: A pega correta acontece quando o posicionamento é adequado e permite que a criança abra a boca de forma a conseguir abocanhar quase toda, ou toda, a região mamilo areolar. Desse modo, é possível garantir a retirada adequada de leite do peito, capaz de proporcionar conforto para a mulher e adequado crescimento e desenvolvimento da criança. As mamas devem ser preparadas para o aleitamento. Deve-se avaliar as mamas na consulta de pré-natal; orientar a gestante a usar sutiã durante a gestação; recomendar banhos de sol nas mamas por 15 minutos, até 10 horas da manhã ou após as 16 horas, ou banhos de luz com lâmpadas de 40 watts, a cerca de um palmo de distância; esclarecer que o uso de sabões, cremes ou pomadas no mamilo deve ser evitado; orientar que a expressão do peito (ou ordenha) durante a gestação está contra-indicada Dias após o nascimento do bebê a produção de leite se adapta ao consumo do bebê e tudo se normaliza. Para evitar estes problemas, a mãe deve usar sempre sutiã, já que existem modelos próprios para a mulher que está amamentando. Não é preciso dar nenhum outro alimento para o bebê além do leite materno até 6 meses de idade. Isto evita o desmame precoce, que é muito prejudicial à saúde do bebê.

Referências: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e Puerpério: atenção qualificada e humanizada – manual técnico/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas – Brasília: Ministério da Saúde, 2005. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: nutrição infantil: aleitamento materno e alimentação complementar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2009.



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