Impressoes - Nª 02

Page 1

JORNAL LABORATÓRIO

GOIÂNIA |PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS | AGOSTO DE 2014

ESPECIAL

O essencial é invisível aos olhos

Foto: Hérica Marissa

grandes cidades, como Goiânia, mas que não recebem a devida valorização da sociedade. Trabalhadores que labutam usufrui dos serviços que prestam. Em reportagem especial, o Impressões têm, recentemente, mostrado o quanto a paralisação de gostariam de ser mais respeitados, olhados – e enxergados – com mais consideração. Págs. 12 a 15

Ronaldo Gomes

VID AU INFÂNCIA RB AN O que as crianças querem A

Kayque Juliano

Luiz Henrique

ser quando crescerem? Perguntamos a várias delas e as respostas sobre o futuro são surpreendentes. Pág. 8

Radialistas populares de Goiânia contam como é seu trabalho. Pág. 11

>>

Os vendedores ambulantes agitam as ruas de Goiânia com suas técnicas de persuasão. Conheça algumas pessoas que Pág. 20

2 EDIÇÃO

Frederico Coelho

P E R FIS


2

ImpressĂľes [ago | 2014]

OPINIĂƒO

EDITORIAL

Não somos heróis Texto: Leonardo Rodrigues de Afonseca Diagramação: Ana AmÊlia Ribeiro

P

ode atĂŠ causar estranhamento o que vou escrever, mas, ao contrĂĄrio do que pensa a maioria da população, nĂłs, bombeiros, nĂŁo somos herĂłis. Nas histĂłrias em quadrinhos e no cinema, a imagem do super herĂłi foi imortalizada como aquele cara destemido, dotado de poderes especiais, que arrisca a prĂłpria vida para salvar as pessoas. Eles existem em função das outras pessoas, desistem dos sonhos pessoais para ajudar o prĂłximo. Realmente ĂŠ preciso ter muita coragem para ser bombeiro e, muitas vezes, precisamos arriscar nossa prĂłpria vida para realizar açþes de resgate, busca e salvamento na terra, em altura ou nas ĂĄguas. PorĂŠm, ao invĂŠs dos super poderes, o que temos sĂŁo equipamentos especializados e treinamento constante em uma atividade que nĂŁo admite erro e exige foco e disciplina. Mais GR TXH XPD SURĂ€VVmR VHU ERPEHLUR p XPD escolha de vida. GoiĂĄs conta hoje com cerca de 2,7 mil homens e mulheres que formam o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de GoiĂĄs (CBMGO). A admissĂŁo se dĂĄ com criterioso concurso pĂşblico, realizado em diversas etapas como exame intelectual, inspeção de saĂşde H DSWLGmR ItVLFD H DEHUWR D SURĂ€VVLRQDLV FRP curso superior completo em qualquer ĂĄrea. ApĂłs a aprovação, o futuro bombeiro entra na corporação como aluno. Logo ele

perceberĂĄ que estudar e treinar serĂŁo uma constante em sua carreira militar. Para o ĂŞxito de nossas missĂľes, hĂĄ treinamento constante e aprimoramento tĂŠcnico-proĂ€VVLRQDO GHQWUR GH XP VLVWHPD GH HQVLQR prĂłprio que atrai bombeiros de vĂĄrias partes do PaĂ­s. Estar preparado para atender ocorrĂŞncias nas quais o imprevisĂ­vel ĂŠ uma realidade cotidiana exige dos bombeiros de GoiĂĄs treinamento constante. Para ser bombeiro, ĂŠ indispensĂĄvel ter o desejo de servir Ă população e salvar vidas, excelente condicionamento fĂ­sico e equilĂ­brio emocional para lidar com as situaçþes mais adversas. Fazem parte de nosso trabalho açþes de salvamento em emergĂŞncias, busca e salvamento de pessoas e bens, combate a incĂŞndios, açþes coordenadas de defesa civil, vistorias e anĂĄlise de projetos e atividades preventivas. Usar o uniforme da corporação ĂŠ carregar cotidianamente nos ombros a responsabilidade assumida de proteger a sociedade goiana. Os bombeiros continuam sendo RV SURĂ€VVLRQDLV TXH WrP PDLV FRQĂ€DQoD da população no Brasil, segundo pesquisa recente do instituto alemĂŁo GfK Verein. Esse tipo de aprovação mostra que estamos no caminho correto e que a busca por melhorias em nosso serviço ĂŠ tĂŁo importante quanto nossa dedicação ao que fazemos de melhor: salvar vidas.

dĞŜĞŜƚĞ Ĺ˝ĆŒŽŜĞů >ÄžŽŜÄ‚ĆŒÄšĹ˝ ZĹ˝ÄšĆŒĹ?Ĺ?ƾĞĆ? ĚĞ ĨŽŜĆ?ÄžÄ?Ä‚ assessor de Comunicação do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de GoiĂĄs, ĂŠ formado em gestĂŁo pĂşblica e estĂĄ na corporação desde 1992

EXPEDIENTE ADMINISTRAĂ‡ĂƒO SUPERIOR DA PUC GOIĂ S: GRĂƒO-CHANCELER Dom Washington Cruz, CP REITOR Prof. Wolmir Therezio Amado VICE-REITORA ProfÂŞ Olga Izilda Ronchi PRĂ“-REITORA DE GRADUAĂ‡ĂƒO ProfÂŞ SĂ´nia Margarida Gomes Sousa PRĂ“-REITORA DE EXTENSĂƒO E APOIO ESTUDANTIL ProfÂŞ MĂĄrcia de Alencar Santana PRĂ“-REITORA DE PĂ“S-GRADUAĂ‡ĂƒO E PESQUISA ProfÂŞ Milca Severino Pereira PRĂ“-REITORA DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL Prof. Helenisa Maria Gomes de Oliveira Neto PRĂ“-REITOR DE ADMINISTRAĂ‡ĂƒO Prof. Daniel Rodrigues Barbosa

PRĂ“-REITOR DE COMUNICAĂ‡ĂƒO Prof. Eduardo Rodrigues da Silva CHEFE DE GABINETE Prof. Lorenzo Lago Jornal ImpressĂľes Coordenação de Jornalismo: Sabrina Moreira Reportagens: Alunos do 2Âş e 3Âş perĂ­odos &ŽƚŽĹ?ĆŒÄ‚ÄŽÄ‚Ć?Í— Alunos do 2Âş perĂ­odo Edição: Alunos do 5Âş perĂ­odo Diagramação: Alunos do 5Âş perĂ­odo Monitoria: Ana AmĂŠlia Ribeiro (6Âş perĂ­odo) Professores: AntĂ´nio Carlos Cunha, Carolina Goos, Carolina Melo, DĂŠborah Borges, Gabriella Luccianni, JĂşlia Mariano, Mariana Calaça, RogĂŠrio Borges, Salvio Juliano Edição Geral: Prof. RogĂŠrio Borges WĆŒŽŊĞƚŽ 'ĆŒÄ„ÄŽÄ?Ž͗ Prof. Salvio Juliano

NĂłs enxergamos O jornalismo tem um papel social relevante e uma conduta com esse compromisso precisa ser reforçada ainda na formação dos futuros SURĂ€VVLRQDLV GD iUHD 8P PHLR SULvilegiado para isso sĂŁo os veĂ­culos laboratoriais. No caso do curso de Jornalismo da PontifĂ­cia Universidade CatĂłlica de GoiĂĄs (PUC GoiĂĄs), tal elemento ĂŠ primordial e estĂĄ expresso nesta edição do IMPRESSĂ•ES. Tendo como tema principal tudo o que se refere a Trabalho, este nĂşmero traz uma variada gama de conteĂşdos jornalĂ­sticos que dĂŁo ampla dimensĂŁo de diversos segmentos SURĂ€VVLRQDLV $ PDWpULD GH FDSD que trata das funçþes dos garis e dos motoristas de Ă´nibus e tĂĄxi, traz a preocupação em fazer com que o jornalismo enxergue o que muitos ignoram e para tais situaçþes chame a devida atenção. Porque nossa obrigação ĂŠ enxergar e nĂłs enxergamos o que para tantos ĂŠ invisĂ­vel. Num esforço que envolveu dezenas de estudantes do segundo, terceiro, quinto e oitavo perĂ­odos do curso de Jornalismo da PUC GoiĂĄs, dos turnos matutino e noturno, e de uma equipe de professores, apresentamos mais uma edição do ImpressĂľes. Desejamos a todos uma Ăłtima leitura.

CHARGE

Ana AmĂŠlia Ribeiro


[ago | 2014] ImpressĂľes

3

PEC DAS DOMÉSTICAS

Ă€ espera de regulamentação ApĂłs um ano de aprovação da lei, veja o que mudou nos direitos e deveres de empregados e patrĂľes Reportagem: Gabriela RosĂĄlia e Guilherme Barbosa Edição: Erika GalvĂŁo, Juliana Modesto e Larize Almeida Diagramação: Maristela Ramos e Michael Goulart

A

provada no Senado Federal em abril de 2013, a Emenda Constitucional 72, mais conhecida como a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das domĂŠsticas, foi recebida como uma vitĂłria SDUD DV SURĂ€VVLRQDLV GD iUHD $ SURSRVWD JDUDQWH GH LPHGLDWR VDOiULR PtQLPR Ă€[DGR HP OHL ž VDOiULR GXUDomR GDV MRUQDGDV GH WUDEDOKR HP RLWR KRUDV GLiULDV H KRUDV VHPDQDLV H SDJDPHQWR GH KRUDV H[WUDV 3DUD D PHQVDOLVWD 0DULD 5LEHLUR D DSURYDomR GD nova lei ĂŠ vista como uma forma de garantia GD HVWDELOLGDGH SDUD VXD SURĂ€VVmR ´$SyV D DSURYDomR GD 3(& HX H DV GHPDLV WUDEDOKDdoras domĂŠsticas adquirimos certa estabiliGDGH HP QRVVR PHLR SURĂ€VVLRQDO 1yV Ă€Fivamos a mercĂŞ das regras estabelecidas por nossos patrĂľes, o que na maioria das vezes QmR QRV EHQHĂ€FLDYDÂľ DĂ€UPD

Ĺ?ĆŒÄžĹ?ƚŽĆ? Ĺ?Ä‚ĆŒÄ‚ĹśĆ&#x;ĚŽĆ? ,QGHQL]DomR HP FDVR GH GHVSHGLGD VHP MXVWD FDXVD )XQGR GH *DUDQWLD SRU 7HPSR GH 6HUYLoR )*76

Adicional noturno +RUD H[WUD Seguro contra acidente de trabalho -RUQDGD GH WUDEDOKR GH KRUDV diĂĄrias e 44 horas semanais 6DOiULR )DPLOLD

$ GHWHUPLQDomR GD 3(& WURX[H GLUHLWRV PDV tambĂŠm deveres ao traEDOKDGRU GRPpVWLFR e R que diz ClĂŠo da Silva, que trabalha como empregada GRPpVWLFD Ki PDLV GH VHWH DQRV 3DUD HOD D QRYD OHL WUD] EHQHItFLRV WDQWR SDUD os empregados, quanto SDUD RV HPSUHJDGRUHV ´$R FKHJDU j UHVLGrQFLD onde trabalho, tenho que assinar o caderno de ponWR 2 PHVPR IDoR QD KRUD GR DOPRoR H DR VDLU ,VVR tudo para que as oito hoUDV WUDEDOKDGDV VHMDP JDUDQWLGDV 2 TXH SDVVDU GLVso eu negocio com minha SDWURDÂľ UHVVDOWD (P UHODomR jV GHPLVV}HV FRPR FRQVHTXrQFLD jV QRYDV QRUPDV estabelecidas, a mensalista ClĂŠo diz ter noWDGR XPD PXGDQoD QR TXDGUR SURĂ€VVLRQDO ´*UDoDV D 'HXV QmR WLYH TXH HQIUHQWDU R SHULJR GD GHPLVVmR SRU FDXVD GD QRYD OHL PDV boa parte das minhas colegas de trabalho WLYHUDP &RPR IRUPD GH VREUHYLYrQFLD RSWDUDP SHOR WUDEDOKR GH GLDULVWDÂľ FRPSOHWD )XQFLRQiULR S~EOLFR GR 7ULEXQDO 5HJLRQDO GR 7UDEDOKR GD Â? 5HJLmR R DGvogado AntĂ´nio CĂŠsar Batista diz que PHVPR FRP D DSURYDomR GD 3(& QR DQR passado, para que a desigualdade no DFHVVR DRV GLUHLWRV EiVLFRV VHMD VXSHUDGD ĂŠ preciso romper a barreira cultural que GLĂ€FXOWD XP HPSUHJR GLJQR j FDWHJRULD como a ideia de que as atividades desenYROYLGDV QR ODU QmR VmR SURGXWLYDV ´$ FODVVH GDV HPSUHJDGDV GRPpVWLFDV sempre foi vista com muito preconceito e disFULPLQDomR SHOD VRFLHGDGH &RP D 3(& VXUJH D HVSHUDQoD GH XP WUDWDPHQWR PDLV MXVWR para essa classe, que, na maioria das vezes, QmR WLQKD R UHFRQKHFLPHQWR GHYLGRÂľ DĂ€UPD D SUHVLGHQWH GR 6LQGLFDWR GRV 7UDEDOKDGRUHV

Foto: Ana AmĂŠlia Ribeiro

'RPpVWLFRV GH *RLiV 5RViULD 5LEHLUR GH 2OLYHLUD 6HJXQGR HOD D QRYD OHL TXH EHQHĂ€FLDUi PDLV GH VHWH PLOK}HV GH WUDEDOKDGRUHV QR SDtV FKHJRX QXP PRPHQWR SURStFLR 'DOLDQD )HUUHLUD GRV 6DQWRV HPSUHJDGD GRPpVWLFD Ki PDLV GH GH] DQRV Yr na nova lei um passo importante na luta pela igualdade dos seus direitos trabaOKLVWDV (OD TXH WHYH D FDUWHLUD GH WUDEDOKR assinada em novembro do ano passado, DĂ€UPD VH VHQWLU PDLV VHJXUD FRP UHODomR DR HPSUHJR ´$QWHV VH YRFr SHGLD GHPLVVmR QR GLD VHJXLQWH Mi WLQKD TXH FRUUHU DWUiV GH RXWUR HPSUHJR SDUD QmR WHU TXH SDVVDU IRPH +RMH FRP PHXV GLUHLWRV DVVHJXUDGRV SHOD OHL Ă€FR PDLV WUDQTXLOD FRP R IXWXURÂľ DĂ€UPD 'DOLDQD TXH GL] QmR WHU WLGR SUREOHPDV SDUD DGHTXDomR j 3(& FRP VXD SDWURD (GQD )LQRWWL 1XQHV ´2 DFRUGR jV QRYDV QRUPDV IRL IHLWR GH XPD IRUPD QDWXUDO DPLJiYHOÂľ DĂ€UPD D HPSUHJDGRUD 3DUD HOD DV HPSUHJDGDV GRPpVWLFDV VmR SHVVRDV GH FRQĂ€DQoD TXH PHUHFHP WRGRV RV EHQHItFLRV FRPR TXDOTXHU RXWUD SURĂ€VVmR


4

ImpressĂľes [ago | 2014]

Metropolitana

Sem finais de semana ou dias santos Reportagem: Kaio Lima, <Ä‚ĆŒĹ?ŜĂ ^ĂŜƚŽĆ? Äž >ÄžĆ&#x;Ä?Ĺ?Ä‚ >ĆľĆ?ƚŽĆ?Ä‚ Edição: /ĹśĹ?ĆŒĹ?Äš DÄ‚ĆŒĆ&#x;ĹśĆ? Äž :ŽĂŜĂ sÄ‚ĆŒĹ?Ä‚Ć? Diagramação: ĆŒƾŜŽ ƾŜŚĂ

Q

XDVH WRGR PrV WHP IHULDGR H SDUD quem trabalha esta ĂŠ uma oportunidade de estudar, descansar e viajar. Mas nem todo trabalhador tem esse privilĂŠgio. Vendedores de shoppinJV FDL[DV GH VXSHUPHUFDGRV SRUWHLURV operador de telemarketing, entre ouWURV QHP VHPSUH WrP IROJD (VVDV SHVsoas, na maioria das vezes, trabalham de domingo a domingo, sem ter tempo SDUD D IDPtOLD H DPLJRV GHL[DQGR SUDWLcamente de terem vida social. Mesmo com um cotidiano desgastanWH DOJXQV SURĂ€VVLRQDLV QmR DEDQGRQDP R HPSUHJR GHYLGR j QHFHVVLGDGH Ă€QDQFHLUD H SHORV EHQHItFLRV UHFHELGRV A vendedora da loja “Uatt?â€?, JĂŠssika Coelho acredita que seu trabalho das K jV K HP Sp FRP TXDWUR IROJDV SRU

mĂŞs, ĂŠ compensado pela carteira assinaGD SHOR VDOiULR Ă€[R H SHOD H[SHULrQFLD QD ĂĄrea de vendas. Dono de uma distribuidora de bebidas, Ailton Lima, trabalha principalmenWH QRV Ă€QDLV GH VHPDQD H IHULDGRV SRLV p nesse perĂ­odo que as vendas aumentam. “O tempo ĂŠ curto, mas nĂŁo posso GHL[DU TXH PLQKD IDPtOLD VLQWD PLQKD ausĂŞncia. Procuro estar presente mesmo QDV KRUDV PDLV FRUULGDVÂľ DĂ€UPD 1R %UDVLO HVVHV SURĂ€VVLRQDLV TXH QmR param de trabalhar tĂŞm grande impacto na economia nacional. No setor de telecomunicaçþes, mais de 1,2 milhĂŁo de pessoas trabalham como operadores de telemarketing, de acordo com a Associação Brasileira de Telesserviços (ABT). SĂł em GoiĂĄs esse nĂşmero passa dos 50 mil, segundo as Ăşltimas atualizaçþes do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicaçþes em GoiĂĄs (Sinttel-GO).

K Ć‰Ĺ˝ĆŒĆšÄžĹ?ĆŒĹ˝ ZÄ‚ĨĂĞů DĹ?ĆŒÄ‚ĹśÄšÄ‚ Ä‚ÄŽĆŒma que trabalha doze horas Ć‰Ĺ˝ĆŒ ÄšĹ?Ä‚Í• ŜƾžÄ‚ ĹŠĹ˝ĆŒĹśÄ‚ÄšÄ‚ ĞdžĂƾĆ?Ć&#x;va e muitas vezes estressante. Ele acredita que consegue adequar seus horĂĄrios para cuidar da saĂşde e ter tempo de lazer.

Foto: Giovanna Gonçalves

CRER recebe voluntĂĄrios (P R &HQWUR GH 5HDELOLWDomR H 5HDGDSWDomR &5(5 criou o projeto de voluntariado, que conta com pessoas que tĂŞm o compromisso e a sensibilidade GH DMXGDU H RIHUHFHU DWHQomR H FXLdados aos pacientes do hospital. 2 YROXQWiULR GR &5(5 DWXD HP açþes sociais como Posso Ajudar, recreação, arteterapia, corte de cabelo, manutenção de cadeiras GH URGDV DSRLR HVSLULWXDO H RĂ€FLna de artesanato. Para se tornar um voluntĂĄrio ĂŠ preciso ter mais de 18 anos de idade, ter condiomR H DSWLGmR ItVLFD SDUD UHDOL]DU o trabalho, estabilidade emocioQDO IDFLOLGDGH GH FRPXQLFDomR adaptação ao trabalho em equipe, responsabilidade, discrição, comprometimento, dedicação e disponibilidade para, no mĂ­nimo, ir ao local uma vez por semana. 3DUD PDLV LQIRUPDo}HV http:// www.crer.org.br / voluntariado@ crer.org.br / (62) 3232-3054 / (62) 3232-3000 / (62) 3232-3232

O surgimento das oportunidades +RMH QmR p GLItFLO DFKDU XP HPSUHJR HP *RLkQLD ([LVWHP PHLRV TXH IDFLOLWDP D SURFXUD FRPR D XQLGDGH GR 6,1( 6LVWHPD 1DFLRQDO GH (PSUHJR situada nas dependências dos VAPT VUPT espalhados pelo (VWDGR +i WDPEpP R VLWH ZZZ sine.com.br. Outro local bastanWH SURFXUDGR p R ,(/ OLJDGR HP Goiås ao Sistema da Federação GDV ,QG~VWULDV GR (VWDGR )LHJ (OH RIHUHFH YDJDV GH WUDEDOKR estågios e educação empresarial. 1R ,(/ R FDQGLGDWR Vy VH FDGDVtra pelo site www.ielgo.com.br.


[ago | 2014] ImpressĂľes

5

EDUCAĂ‡ĂƒO

Aos mestres, sem carinho Ĺ?ÄŽÄ?ƾůĚĂĚĞĆ? Ä?Ĺ˝Ć&#x;ÄšĹ?ĂŜĂĆ?Í• ĨĂůƚĂ ĚĞ ĂƉŽĹ?Ĺ˝ Äž Ä?Ä‚Ĺ?džŽĆ? Ć?Ä‚ĹŻÄ„ĆŒĹ?Ĺ˝Ć? Ä‚ĨÄ‚Ć?ƚĂž ŊŽǀĞŜĆ? ƋƾĞ Ć‰Ĺ˝ÄšÄžĆŒĹ?Ä‚Ĺľ Ć?Äž ĆšĹ˝ĆŒĹśÄ‚ĆŒ Ć‰ĆŒŽĨÄžĆ?Ć?Ĺ˝ĆŒÄžĆ? Reportagem: Danila Rezende e Daniele de Oliveira Edição: Nadia Sampaio e Thereza Ohana Diagramação: Bruna Pires, Nadia Sampaio e Thereza Ohana

H

RMH HP GLD XPD GDV SURĂ€VsĂľes mais desvalorizadas ĂŠ a de professor, devido ao baixo salĂĄrio, Ă grande carga horĂĄria semanal e ao desrespeito dos alunos, tornando o trabalho estressante e cansativo. É cada vez mais UDUR YHU MRYHQV TXH DOPHMDP HVVD SURĂ€VVmR Muitas vezes atĂŠ os prĂłprios professores D FRQGHQDP H QmR VH XQHP SDUD OXWDU SRU seus direitos. AndrĂŠa Assis, formada em Letras Modernas pela Universidade Federal de GoiĂĄs (UFG), se mostra realmente entristecida SHOD GHVYDORUL]DomR GR SURĂ€VVLRQDO QR DWXal mercado de trabalho. Ela atua hĂĄ 25 anos em uma escola estadual e hĂĄ 17 em uma municipal e estĂĄ descontente com a falta GH LQFHQWLYR GRV JRYHUQDQWHV ´$ SURĂ€VVmR QD DWXDOLGDGH p FDPXĂ DGD SRLV D VRFLHGDde sabe da necessidade de um professor,

FDQVDWLYR H VHP UHPXQHUDomR DGHTXDGD $V professoras acreditam que esse conjunto de IDWRUHV GLPLQXLX D SURFXUD SHOD SURĂ€VVmR levando muitos alunos a procurar outras iUHDV GH DWXDomR QR PHUFDGR 1R SHQ~OWLPDV QmR OKH Gi R GHYLGR YDORUÂľ SRQWXD HOD mo vestibular da UFG, o nĂşmero de conAlgo, entretanto, que a deixa bem satisfei- correntes para o curso de pedagogia foi de WD VmR DV DWLYLGDGHV GHVHQYROYLGDV HP VXD apenas 3,27 por vaga. A tĂ­tulo de comparaHVFROD TXH YmR GHVGH DXODV GH FDSRHLUD H omR D FRQFRUUrQFLD QR FXUVR GH PHGLFLQD R de teatro atĂŠ aulas de mĂşsica, contribuindo mais disputado do processo seletivo, foi de 64,48 candidatos por vaga. para o desenvolvimento total do aluno. Ygor Renato fez as provas desse vestibuAndrĂŠa julga que as escolas de perĂ­odo LQWHJUDO VmR QHFHVViULDV QR PXQGR GH KRMH lar, mas concorrendo a uma vaga no curso pois os pais passam a maior parte do tempo de Letras, nutrindo o sonho de ser profesIRUD GH FDVD H PXLWRV GHOHV QmR FRQVHJXHP VRU ´$SHVDU GHVVD GHVYDORUL]DomR DFUHGLWR GDU D GHYLGD DWHQomR jV DWLYLGDGHV TXH RV TXH R SURIHVVRU p XPD GDV SURĂ€VV}HV PDLV LPSRUWDQWHV SRLV VHP HOD QmR H[LVWLULD DV Ă€OKRV OHYDP GR FROpJLR SDUD R ODU 7DtV 6RX]D QRPH Ă€FWtFLR Mi TXH D SURIHV- outrasâ€?, observa ele, que ingressou na uniVRUD SUHIHULX QmR VH LGHQWLĂ€FDU WUDEDOKD HP versidade com sucesso. Segundo a professora Pollyanna Anuma escola particular e em uma pĂşblica. Ela EDWH QD WHFOD GH TXH XPD GDV GLĂ€FXOGDGHV GUDGH RV SUySULRV HGXFDGRUHV QmR LQFHQWLQD SURĂ€VVmR p HP DOJXQV FDVRV R SURIHVVRU vam seus alunos a fazer o curso, pois semSUHFLVDU DJLU QmR Vy HP VXD IXQomR SULQFLSDO SUH HVWmR UHFODPDQGR GDV GLĂ€FXOGDGHV TXH PDV WDPEpP FRPR ´PmHÂľ RX ´SDLÂľ GRV DOX- enfrentam e isso começa a gerar o desinnos. Isso acontece porque, muitas vezes, os teresse nos estudantes. Wellington JĂşnior, aluno do segundo ano do ensino mĂŠdio, jĂĄ SDLV GRV HVWXGDQWHV QmR VmR WmR SUHVHQWHV Pollyanna Andrade, formada em peda- FRJLWRX H[HUFHU D SURĂ€VVmR PDV KRMH GHgogia pela Faculdade Nossa Senhora Apare- sistiu de exercĂŞ-la. “Gosto muito dos meus FLGD )DQDS H[HUFH D SURĂ€VVmR Ki RLWR DQRV professores. Muitas vezes os considero em escolas municipais e acredita que essa FRPR SDLV SRLV PH GmR DSRLR H RSLQL}HV REULJDomR HP IRUQHFHU XPD HGXFDomR TXH TXDQGR VH WUDWD GR PHX IXWXUR SURĂ€VVLRdeveria vir de casa pesa para os professo- QDO 3RUpP QmR GHVHMR VHJXLU D PHVPD FDUres, o que resulta num trabalho ainda mais UHLUD TXH HOHVÂľ Ă€QDOL]D HOH

“Diferença gritanteâ€?

>> Professora Pollyanna Andrade em sala de aula

Foto: Nadia Sampaio

A professora TaĂ­s Souza critica o atual modelo de ensino. Lecionando em estabelecimentos da rede pĂşblica e privada, ela consegue perceber “uma diferença gritanteâ€? entre os dois PRGHORV (P VXD DYDOLDomR R PDLRU GLIHUHQFLDO p R GHVFDVR dos governantes com as escolas pĂşblicas. “A estrutura ĂŠ deSORUiYHO H R VDOiULR QmR FRQGL] FRP R WUDEDOKR GHVHQYROYLGR pelos professores.â€? $SHVDU GDV TXHL[DV HOD DĂ€UPD TXH SUHIHUH WUDEDOKDU QD escola pĂşblica, pois possui mais autonomia e o salĂĄrio ainda consegue ser um pouco melhor que no colĂŠgio particular em TXH HOD WDPEpP H[HUFH VXD SURĂ€VVmR 7DtV DĂ€UPD TXH QD IDL[D etĂĄria de alunos com que ela trabalha, o elemento lĂşdico ĂŠ mais importante do que o acadĂŞmico, fator que contribui ainda mais SDUD D VDWLVIDomR GRV DOXQRV


6

Impressões [ago | 2014]

CIDADES

Acidentes de trabalho fazem vítimas em Goiás Falta de informações e do cumprimento das leis trabalhistas continua a provocar tragédias Reportagem: Ana Paula Marques e Géssica Veloso Edição: Ana Flávia Andrade, Julia Maria Magalhães e Thaís Duques Diagramação: Ana Flávia Andrade e Julia Maria Magalhães

A

tualmente ir e voltar ileso todos os dias do trabalho tem se WRUQDGR XP GHVDÀR 6HJXQGR D 6XSHULQWHQGrQFLD 5HJLRQDO GR 7UDEDOKR H (PSUHJR GH *RLiV 657( *2 GH WRGRV RV HVWDGRV EUDVLOHLURV *RLiV RFXSD D RLWDYD SRVLomR QR UDQNLQJ GH DFLGHQWHV GH WUDEDOKR ´e XP tQGLFH DOWtVVLPR SDUD XP HVWDGR TXH DLQGD HVWi HP FUHVFLPHQWRµ GL] 5HQDWR 6LOYD FKHIH GR GHSDUWDPHQWR GH VD~GH H VHJXUDQoD GR WUDEDOKR QR 657( *2 $ FRRUGHQDGRUD GH DQiOLVH GH DFLGHQWH GH WUDEDOKR QR yUJmR 5REHUWD 5RQFDWR FRQWD TXH VRPHQWH QR DQR GH RFRUUHUDP HP PpGLD PLO DFLGHQWHV GH WUDEDOKR HP WRGR R HVWDGR GH *RLiV VHQGR TXH GHL[DUDP YtWLPDV IDWDLV ´2 GHVFXPSULPHQWR GH QRUPDV GH VD~GH H VHJXUDQoD WHP VLGR R SULQFLSDO PRWLYR GRV DFLGHQWHV HP WUDEDOKRV WtSLFRV QR HVWDGRµ 3DUD D SUHYHQomR GHVVHV DFLGHQWHV p REULJDWyULD XPD &RPLVVmR ,QWHUQD GH 3URWHomR DRV $FLGHQ-

>> 8HVWLQHLGHU 1HYHV )DULD

WDGRV &,3$ HP HPSUHVDV TXH SRVVXHP D SDUWLU GH IXQFLRQiULRV 1HOD VmR GLVFXWLGRV RV ULVFRV GH DFLGHQWHV H GRHQoDV TXH R WUDEDOKR SRGH RIHUHFHU 5REHUWD UHODWD TXH XPD GDV JUDQGHV GLÀFXOGDGHV HQIUHQWDGDV SHOR PLQLVWpULR p D YLVmR TXH HPSUHJDGRUHV WrP GH VD~GH H VHJXUDQoD QD HPSUHVD ´(OHV DFUHGLWDP TXH LQYHVWLU QHVWD iUHD p XP JDVWR H QmR XP LQYHVWLPHQWRµ 2 H[FHVVR GH FRQÀDQoD TXH HPSUHJDGRV WrP HP VL PHVPRV SRGH H[SOLFDU R PRWLYR SDUD FDXVDV GH DFLGHQWHV ´)XQFLRQiULRV LQLFLDQWHV FRVWXPDP WHU PDLV FRQVFLrQFLD QD KRUD GH UHDOL]DU VXDV DWLYLGDGHV -i RV PDLV DQWLJRV WrP XPD WHQGrQFLD D GHVREHGHFHU DV QRUPDV GH VHJXUDQoD DFUHGLWDQGR TXH QmR Yi DFRQWHFHU QDGDµ UHYHOD R WpFQLFR HP VHJXUDQoD GH WUDEDOKR :LOOLDQ 3HUHLUD Vítimas 8HVWLQHLGHU 1HYHV )DULD DQRV SDVVD SRU XPD UHFXSHUDomR DSyV XP DFLGHQWH WUDXPiWLFR GHQWUR GH VHX ORFDO GH WUDEDOKR Ki GRLV DQRV H QRYH PHVHV 'HSRLV GH VRIUHU DPSXWDomR WRWDO GR EUDoR GLUHLWR GHYLGR D XP DFLGHQWH QXPD PiTXLQD QD HPSUHVD RQGH WUDEDOKDYD FRPR DX[LOLDU GH IUHVDGHLUD XP WLSR GH PiTXLQD SHVDGD Ki VHLV DQRV &KLQDLGHU FRPR SUHIHUH VHU FKDPDGR YROWRX D WUDEDOKDU

>> -XYHUF\ 'DPDVFHQR

Ki GRLV PHVHV FRPR SRUWHLUR (OH FRQWD TXH D HPSUHVD GHX WRGR R VXSRUWH TXH SUHFLVDYD SRUpP DOHJD WHU SDVVDGR SRU XPD PXGDQoD GH YLGD UHSHQWLQD ´0LQKD YLGD SURÀVVLRQDO PXGRX FRPSOHWDPHQWH (X HVWXGHL SDUD VHU WRUQHLUR H KRMH QmR FRQVLJR H[HUFHU D PLQKD SURÀVVmR 'DTXL XP DQR SRVVR VHU PDQGDGR HPERUD H QmR IDoR LGHLD HP TXH YRX WUDEDOKDUµ H[SOLFD (OH XWLOL]DYD (3, (TXLSDPHQWR GH 3URWHomR ,QGLYLGXDO FRUUHWDPHQWH FRQWXGR IDOWDYD WpFQLFR GH VHJXUDQoD SDUD RULHQWi OR GD SURLELomR GH YHVWLPHQWDV GH ULVFR FRPR GR QD PiTXLQD H SX[DQGR VHX EUDoR SDUD DV HQJUHQDJHQV ´$FUHGLWR TXH SHUPDQHoR LQDSWR D WUDEDOKDU SRLV VLQWR GRUHV LQVXSRUWiYHLV HP PLQKD PmRµ +i DQRV -XYHUF\ 'DPDVFHQR WDPEpP VRIUHX XP DFLGHQWH TXH R IH] ÀFDU FRP VXD PmR HVTXHUGD FRP VHTXHODV 2 KRPHP TXH KRMH WUDEDOKD FRPR FDOGHLUHLUR TXHLPRX D PmR HQTXDQWR ID]LD SROLPHQWR GH XPD FKDSD ´2V QHUYRV GRV PHXV GHGRV GD PmR VH FRQWUDtUDP GHSRLV GD TXHLPDGXUD 1D pSRFD ÀTXHL DSHQDV GLDV GH DWHVWDGR $ HPSUHVD WDPEpP QmR TXLV SDJDU ÀVLRWHUDSLD H KRMH PHXV GHGRV QmR VH PH[HP PDLVµ UHODWD -XYHUF\ TXH KRMH ID] ÀVLRWHUDSLD SRU FRQWD SUySULD

O drama de vítimas e famílias 2V DFLGHQWHV IDWDLV TXH DFRQWHFHP QR WUDEDOKR WDPEpP VmR SHUGDV TXH IDPtOLDV QXQFD FRQVHJXHP VXSHUDU ´1DTXHOH GLD HOH Vy IRL WUDEDOKDU SRUTXH QmR WLQKD R GLQKHLUR TXH HX KDYLD SHGLGR SDUD LU D XP VKRZµ ODPHQWD *DEULHOD 6RX]D DQRV ÀOKD GH -RmR $OEHUWR GH 6RX]D PRUWR Ki FLQFR PHVHV GHSRLV GH FDLU GR DQGDU GH XP SUpGLR HP FRQVWUXomR (OH HVWDYD WUDEDOKDQGR FRP FDUWHLUD DVVLQDGD H QR PRPHQWR GR DFLGHQWH HVWDYD VHP HTXLSDPHQWRV GH VHJXUDQoD $WXDOPHQWH D IDPtOLD WHQWD VH HVWDELOL]DU GHSRLV TXH -RmR $OEHUWR TXH VXVWHQWDYD D FDVD IDOHFHX (OHV TXH DJRUD SDVVDP SRU QHFHVVLGDGHV 1HVWH FDVR HP YLVLWD DR ORFDO GR DFLGHQWH R 0LQLVWpULR GH 7UDEDOKR H (PSUHJR 07( FRQVWDWRX TXH D FXOSD GD WUDJpGLD QmR IRL GR HPSUHJDGR H MXQWDPHQWH FRP R ,166 HQWURX FRP XPD DomR FLYLO FRQWUD D HPSUHLWHLUD SDUD TXH VHMD SDJR XPD LQGHQL]DomR D IDPtOLD


[ago | 2014] ImpressĂľes

Oportunidades iguais, caminhos diferentes Reportagem: Dhayane Marques e Paulo Henrique Edição: Aline Costa, Priscilla Aguiar e Vitor Santos Diagramação: Aline Costa, Juliana Modesto e Erika Galvão

O

acesso ao ensino superior foi zando a bolsa que o governo estĂĄ lhe ampliado consideravelmen- concedendo. Na PUC GoiĂĄs, o aluno te. De acordo com MEC, hoje tem oportunidade de cumpri-la nos sĂŁo mais de 7 milhĂľes de estudantes projetos de pesquisa junto Ă PrĂł-Reimatriculados apenas em instituiçþes toria de Pesquisa e tambĂŠm nos diprivadas. Um dos motivos para esse versos ĂłrgĂŁos da instituiçãoâ€?, afirma. Beneficiada pela bolsa da OVG em aumento foi a oferta de bolsas de estudos por universidades e faculdades, 2014, a acadĂŞmica do terceiro perĂ­odo alĂŠm de programas de estĂ­mulo de de Psicologia da PUC GoiĂĄs, Halyne governos, o que vem possibilitando Gonçalves, 22, exerce o voluntariado. aos alunos cursarem uma graduação. “Ofereço parte do meu tempo para trabalhar em uma ComunidaEm GoiĂĄs, as possibilidades sĂŁo de TerapĂŞutica Feminina diversas: Bolsa de Incentivo Ă Cultura (BIC), Bolsa “Ofereço parte do que atua na recuperação de mulheres dede Iniciação Cientifica meu tempo para pendentes quĂ­micasâ€?, (BIC/PROPE, da PUC trabalhar em uma conta. No local, a esGoiĂĄs), Bolsa Vizinhantudante realiza palesça, Bolsa Coral, Bolsa comunidade tras sobre prevenção UniversitĂĄria da OrganiĆšÄžĆŒÄ‚Ć‰ÄĄĆľĆ&#x;Ä?Ä‚Í&#x; de recaĂ­da Ă s drogas, zação das VoluntĂĄrias de Halyne Gonçalves senso de pertencimenGoiĂĄs (OVG), entre outras. estudante to Ă famĂ­lia e cidadania, Elas variam de 10% a 100% de entrevista de triagem para isenção na mensalidade, levandoo recebimento de novas residentes se em consideração o desempenho do aluno. Em contrapartida, os estu- e outras necessidades que houver. Ser voluntĂĄrio consiste em doar dantes realizam trabalhos voluntĂĄrios. A responsĂĄvel pelos bolsistas da o tempo e o talento para causas de OVG da PUC GoiĂĄs, Maria SantĂ­ssima interesse social e comunitĂĄrio, uma Nunes, 50 anos, considera a partici- maneira encontrada pelo programa pação dos jovens na prestação de ser- para incentivar o voluntariado e caso viço algo de grande importância. “A o trabalho seja de acordo com o curcontrapartida ĂŠ uma forma de o alu- so, um meio de praticar aquilo que no contribuir com a sociedade valori- estudante aprende em sala de aula.

Bolsas da OVG

Só no início de 2014, 142 mil estudantes foram contemplados com bolsas inteJUDLV GD 29* H DWp R ÀQDO GR DQR R Q~PHUR GHYH FKHJDU D PLO EHQHÀFLDGRV Pesquisa feita em 2012 pelo IBOPE, em parceria com a World Independent Network of Market Research (WIN), revela

CIĂŠNCIA SEM FRONTEIRA O CiĂŞncia sem Fronteiras ĂŠ um SURJUDPD GR JRYHUQR IHGHUDO Ă€nanciado pelo MinistĂŠrio da Educação (MEC), Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de NĂ­vel Superior (CAPES) que seleciona estudantes de instituiçþes de ensino superior para intercâmbio acadĂŞmico. O objetivo do programa ĂŠ aumentar a presença de pesquisadores e estudantes de vĂĄrios nĂ­veis no exterior e promover a inserção internacional das instituiçþes brasileiras. Bruno Vieira, estudante do curso de Engenharia de Software na UFG, se inscreveu no programa e ganhou a bolsa para os Estados Unidos. “Fiquei muito feliz ao saber que meu sonho ia se realizar. Houve obstĂĄculos para minha desistĂŞncia, mas foram assuntos possĂ­veis de resolver. NĂŁo tive medo ou incerteza, apenas vontade e coragemâ€?, conta. Para participar basta se inscrever no site do programa (www.ciĂŞnciasemfronteiras.gov.br), escolher o paĂ­s que deseja ir e simultaneamente se registrar no departamento de assuntos internacionais da sua universidade. Foto: Marcelina Cordeiro

ARTES PLĂ STICAS

7

TXH R Q~PHUR GH YROXQWiULRV QR %UDVLO chega a 18% da população, inferior à PpGLD PXQGLDO TXH p 2V Q~PHURV tendem a aumentar devido ao fato de o chamado Terceiro Setor oferecer trabalhos geram satisfação pessoal para quem os faz e para quem os que recebe.


8

ImpressĂľes [ago | 2014]

Ë’Ë—Ë?˭˗ˌ˒ˊ

Profissþes para salvar o dia Televisão, desenhos animados e a convivência em determinados ambientes podem influenciar crianças nas escolhas para o futuro Reportagem, edição, fotos e diagramação: Caroline Morais,

JoĂŁo Barbosa e Maria Marta Presto

Q

uem nunca pensou em ser um astronauta para visitar a lua, uma bailarina para rodar e rodar, um veterinĂĄrio para cuidar de cachorro ou atĂŠ um super herĂłi disposto a salvar o mundo? Com certeza todos nĂłs. Grande parte dessa variedade de escolhas para o IXWXUR WHP LQĂ XrQFLD QR TXH DV FULDQoDV assistem na TV, como desenhos animaGRV Ă€OPHV H VpULHV Em entrevista concedida ao Vila Mulher, a pedagoga e mestre em estudos FXOWXUDLV 3DWUtFLD ,JQDFLR DĂ€UPD TXH ´RV GHVHQKRV WrP R SRGHU GH LQĂ XHQFLDU R FRPSRUWDPHQWR GDV FULDQoDV Mi TXH DVsistindo-os, elas tendem a imitar seus

>> AntĂ´nio Luiz, 5 anos, gostaria de ser um Super HerĂłi

personagens favoritos. As narrativas, o desfecho dos episĂłdios e as temĂĄticas tratadas nos desenhos compĂľem imporWDQWH HVSDoR GH HQVLQR Âľ 8P H[HPSOR GHVVD LQIOXrQFLD SRGH VHU YLVWD QR $QW{QLR /XL] TXH DR VHU SHUJXQWDGR VREUH R TXH TXHULD VHU TXDQGR FUHVFHU GLVVH VHP KHVLWDU TXH JRVWDULD GH VHU XP SUtQFLSH 0DV ORJR GHSRLV HOH Mi TXHULD VHU R ,QFUtYHO Hulk, em seguida pensou ser o HoPHP $UDQKD H SRU ILP HOH GHVHMDYD VHU R KHUyL PLULP TXH VH WUDQVIRUPD em diversos seres espaciais, Ben 10. A psicĂłloga Janaina MagalhĂŁes conFRUGD TXH RV GHVHQKRV DQLPDGRV LQĂ XHQFLDP QD IRUPDomR GH XPD LGHQWLGDGH H WDPEpP QD HVFROKD GD SURĂ€VVmR QR IXWXUR PDV UHVVDOWD TXH R DPELHQWH RQGH

>> Maria Luize, 7 anos, gostaria de ser uma MĂŠdica

>> Arthur Moura FĂŠ, 7 anos, gostaria de ser Policial D FULDQoD HVWi LQVHULGD H RV IDPLOLDUHV VmR determinantes nessa escolha. Arthur, de 7 anos, convive muito FRP R WLR TXH p SROLFLDO 3RU WDO UD]mR HOH p DSDL[RQDGR SRU HVVD SURĂ€VVmR (OH FRQWD TXH JRVWDULD GH VHU XP SROLFLDO para prender os vilĂľes e proteger as SHVVRDV DOpP GH DQGDU ´QDTXHOHV FDUU}HV H PRWRQDV GD SROtFLDÂľ 0DULD /XL]H QmR SDUHFH VHU LQĂ XHQciada pela TV ou por familiares, mas DVVLP FRPR PXLWDV FULDQoDV HOD SDUHFH WHU G~YLGD VREUH R TXH GHVHMD VHU 1R SULPHLUR PRPHQWR VXD SURĂ€VVmR HVFROKLGD era a de bailarina. Depois, pensando soEUH R TXH HVVH WUDEDOKR ID] HOD PXGRX de ideia e decidiu ser mĂŠdica. Segundo QRVVD SHTXHQD H[ EDLODULQD HOD TXHU VHU PpGLFD SDUD SRGHU ´FRUWDU EDUULJD WLUDU QHQpP ID]HU XOWUDVVRP H GDU LQMHomRÂľ Policial, mĂŠdico e super-herĂłi. Independente da seriedade e da realidaGH TXH D SURĂ€VVmR SRVVXL SDUD RV SHTXHQRV R PDLV LPSRUWDQWH SDUHFH VHU proteger, cuidar, salvar e, principalmente, se aventurar na prĂłpria imagiQDomR 7XGR LVVR SDUD TXH PDLV XPD YH] R GLD SRVVD VHU VDOYR JUDoDV DRV VHXV SRGHUHV HVSHFLDLV VHMDP HOHV ´VXSHU IRUoDÂľ ELVWXULV RX ´PRWRQDVÂľ


[ago | 2014] ImpressĂľes

ENTREVISTA/VOLGA LEMOS

9

&ŽƚŽ͗ 'Ä‚Ä?ĆŒĹ?ĞůůLJ ĆŒĹ?Ć?Ć&#x;ŜĂ

“Quem fala, cantaâ€? Reportagem: 'Ä‚Ä?ĆŒĹ?ĞůůLJ ĆŒĹ?Ć?Ć&#x;ŜĂ Äž Matheus Carvalho Edição: Ä‚ĹśĹ?ĞůĂ ZĹ?Ĺ˝Ć? Diagramação: ^Ä‚ĹľĹ?ŚĂ ^Ä‚ĆŒĹšÄ‚Ĺś

P

rofessora de mĂşsica hĂĄ mais de 50 anos, Volga Lemos começou a tocar piano com apenas 4 anos. Aos 9, jĂĄ lecionava. Formou-se em MĂşsica na Universidade Federal de GoiĂĄs e hoje ministra aulas de canto no Teatro Basileu França. Nesta entrevista concedida sob o som de XP YLROLQR HOD IDOD VREUH R WUDEDOKR GR SURĂ€VVLRQDO GD YR] VREUH D GHVYDORUL]DomR GD SURĂ€VVmR H Gi GLFDV SDUD TXHP GHVHMD FDQWDU ´7HP JHQWH TXH FDQWD DWp DQWHV GH IDODUÂľ DĂ€UPD Quando decidiu fazer mĂşsica, enfrentou preconceito? Volga: Nenhum, pelo contrĂĄrio. No meu tempo de FULDQoD HVWXGDU SLDQR RX ID]HU DXOD GH GDQoD HUD FRQVLGHUDGR XPD FRLVD FKLTXH $ DUWH HUD EHP YLQGD &RPR p R GLD D GLD GH XP SURĂ€VVLRQDO GD YR]" Volga: Na realidade passei por vĂĄrios cursos de mĂşsica SDUD FKHJDU D ID]HU FXUVR GH FDQWR HVSHFtĂ€FR H WUDEDOKRV QD iUHD GH YR] ,VVR GHYH WHU OHYDGR XQV DQRV A gente começa a se interessar sempre por um motivo HVSHFtĂ€FR (X WLQKD XP FRUR PXLWR ERP PDV VHQWLD TXH IDOWDYD DOJXPD FRLVD )RL TXDQGR FRPHFHL D PH HVSHFLDOL]DU SDUD PHOKRUDU D TXDOLGDGH GR FRUR &RQVHJXL R TXH TXHULD H YL TXH IXQFLRQDYD &RPR p D YDORUL]DomR GD SURĂ€VVmR QR %UDVLO" Volga: Se vocĂŞ trabalha sĂł como professor de canto, nas XQLYHUVLGDGHV p XP SRXFR PDLV YDORUL]DGR $JRUD HP XPD HVFROD GH (VWDGR FRPR HVVD DTXL R YDORU TXH YRFr WHP p LQWUtQVHFR )LQDQFHLUDPHQWH QmR FRPSHQVD 3DJD se muito mal. 2 TXH p SUHFLVR SDUD VHU XP SURĂ€VVLRQDO GD YR]" Volga: VocĂŞ precisa ter um curso, de preferĂŞncia, de FDQWR 6H WLYHU XPD IRUPDomR GH SLDQLVWD p PXLWR ERP WDPEpP (X WHQKR RXWUDV IRUPDo}HV 6RX PXVLFRWHUDpeuta, enfermeira, formada em piano, em canto e em yUJmR (QWmR HX MXQWHL WXGR LVVR SDUD ID]HU GD PLQKD SURĂ€VVmR XPD FRLVD PDLV EHP IHLWD 0H[HU FRP YR] p uma coisa muito sĂŠria. Precisa nascer com o dom? Volga: 1mR 4XHP IDOD FDQWD p QDWXUDO 7HP JHQWH TXH FDQWD DWp DQWHV GH IDODU 2 SULQFtSLR p HVVH TXHP IDOD FDQWD

O que mais se busca nas suas aulas de canto? Volga: 3URĂ€VVLRQDOL]DomR $ JHQWH EXVFD SDVVDU SDUD R DOXQR D FDSDFLGDGH GH FDQWDU H ID]HU XVR GD YR] SDUD atender necessidades como corais variados de escolas, LJUHMDV H HOH PHVPR ID]HU SDUWH GH DOJXQV JUXSRV YRFDLV e cantar de forma freelancer. Hoje mesmo, estou atrĂĄs de um cantor. Tive um problema montando um espetĂĄculo e um dos participantes estĂĄ machucado. 6XD YR] FRPR LQVWUXPHQWR IXQGDPHQWDO SDUD VHX WUDbalho, exige que cuidados especiais? Volga: &XLGDGRV FRPR QmR IXPDU QmR EHEHU VH DEULJDU DVVLP TXH Ki PXGDQoDV GH FOLPD 6HFUHomR WRVVH 2QGH XP SURĂ€VVLRQDO GD YR] SRGH WUDEDOKDU" Volga: 4XDOTXHU WLSR GH HPSUHJR TXH VH XVH D YR] QR WUDEDOKR 3RU H[HPSOR XPD HPSUHVD TXH RIHUHoD DWHQGLPHQWR DR S~EOLFR XVD D YR] 7DPEpP HP KRVSLWDLV FRP SHVVRDV TXH WrP SUREOHPDV FRP DFLGHQWHV RX WUDXPDV TXH DWUDSDOKDP D YR] 8P PXVLFRWHUDSHXWD XVD D P~VLFD H D YR] FRPR WHUDSLD WUDEDOKD FRP SHVVRDV TXH WrP SDWRORJLD H SUHFLVDP GLVVR ( R RXWUR TXH Gi DXOD R HVWHWD HVWi EXVFDQGR D EHOH]D YRFDO PHOKRUDU D YR] IDODGD RX cantada. Pastores e professores tambĂŠm precisam do traEDOKR YRFDO 7HP SURIHVVRU TXH Gi FLQFR DXODV SRU QRLWH Na primeira e na segunda aulas, ele atĂŠ consegue se sair bem. Nas outras, consegue ralando. 3DUD YRFr R TXH p VXFHVVR SURĂ€VVLRQDO" Volga: e LJXDO D PLP JUDoDV D 'HXV 9LYL D H[SHULrQFLD GH SHJDU XPD SHVVRD TXH WHYH XPD WUDTXHLD TXHEUDGD H QmR IDODYD PDLV H FRP H[HUFtFLRV FRQVHJXL ID]r OD YROWDU D IDODU $JRUD p FODUR TXH YRFr QmR YDL RXYLU XPD YR] ERQLWD FODUD YDL RXYLU XPD YR] IHLD PDV YDL RXYLU XPD YR] (QWmR HX WUDWHL HVVD PRoD TXH Mi WLQKD SDVVDGR SRU vĂĄrios fonoaudiĂłlogos e, depois de nove meses de trabalho, um dia atendi o telefone e a ouvi (emocionada)... $t QmR WHP QDGD TXH SDJXH


10 ImpressĂľes [ago| 2014] TECNOLOGIA

No topo do mundo Para ter sucesso nas novas profissþes surgidas com a internet Ê preciso ter estudo, dedicação e criatividade Reportagem: Amanda Mariano e Cristal Avila Edição: Gustavo Carvalho, Yza Ortegal e Washington Luiz

Diagramação: /ĹśĹ?ĆŒĹ?Äš DÄ‚ĆŒĆ&#x;ĹśĆ? Äž >ÄžŽŜÄ‚ĆŒÄšĹ˝ :Ĺ˝Ć?Ä

A

internet tornou-se o maior meio de difusĂŁo de informação. Com ela, tambĂŠm surgiu um vasto mercado SURĂ€VVLRQDO *HUHQWH H DQDlista de mĂ­dias sociais, gestor, gerente e analista de comunidades, gestor e gerente de relacionamento sĂŁo algumas das possibilidades de atuação para aqueles que querem trabalhar na ĂĄrea. O social media ĂŠ R SURĂ€VVLRQDO TXH cuida da visibilidade da marca no meio digital, o que envolve o planejamento da presença das empresas nas mĂ­dias sociais, a produção de conteĂşdo para sites, investimentos em publicidade online e em outros meios de divulgação oferecidos pela internet. A publicitĂĄria Camila Oliveira, 24, coordena uma equipe de social media e diz que o trabalho ĂŠ grande e complicado. Antes do desenvolvimento de conteĂşdos, ĂŠ feito o planejamento da campanha e dos canais que serĂŁo utilizados. Em seguida, o planejamento ĂŠ aprovado pelo cliente, produzido e publicado. O passo seguinte ĂŠ o monitoramento do conteĂşdo para acompanhar o impacto gerado. “Hoje, as redes sociais em alta sĂŁo o Facebook e o Instagram, onde todas as empre-

sas querem estar, mas cabe Ă agĂŞncia analisar se esse canal ĂŠ realmente rentĂĄvel ao produto oferecido e se estar ali realmente vai fazer a diferença para determinado clienteâ€?, orienta Camila. Ela acredita que o trabalho no mundo digital sĂł tende a crescer, pois a internet proporciona facilidade ao consumidor. AlĂŠm disso, a coordenadora de social media conta que as empresas estĂŁo começando a aceitar a ideia de que o marketing antigo e a publicidade intrusiva nĂŁo vendem mais. Camila explica que os maiores investimentos das empresas sĂŁo feitos em AdWords, serviço de puEOLFLGDGH GR *RRJOH e em AdS, que ĂŠ a publicidade paga do Facebook. “O Youtube tem se destacado tambĂŠm, mas nĂŁo sĂŁo todas as empresas que estĂŁo preparadas e dispostas a investir em boas campanhas de audiovisual, por ser um produto mais caroâ€?, acrescenta. Camila explica que os maiores investimentos das empresas sĂŁo feitos em AdWords, serviço de publicidade do *RRJOH H HP $G6 TXH p D SXEOLFLGDGH paga do Facebook. “O Youtube tem se destacado tambĂŠm, mas nĂŁo sĂŁo todas as empresas que estĂŁo preparadas e dispostas a investir em boas campanhas de audiovisual, por ser um produto mais caroâ€?, acrescenta.

Cargos e salĂĄrios Analista de infraestrutura de suporte tĂŠcnico SalĂĄrio entre R$ 814 e R$ 2.400 Analista de infraestrutura de suporte tĂŠcnico - Pleno SalĂĄrio entre R$ 1.500 e R$ 3.719 Analista de infraestrutura de suporte tĂŠcnico - Sr SalĂĄrio entre R$ 3.954 e R$ 6.800 Analista MĂ­dias Sociais - Jr SalĂĄrio entre R$ 750 e R$ 2.500 Analista MĂ­dia Sociais - Pleno SalĂĄrio entre R$ 1.300 e R$ 4.311 Analista MĂ­dias Sociais - Sr SalĂĄrio entre R$ 1.750 e R$ 4.400 Diretor de MĂ­dias SalĂĄrio entre R$ 4.000 e R$ 23.598 Diretor de Criação SalĂĄrio entre R$ 3.400 e R$ 26.000 Gerente MĂ­dias - Jr SalĂĄrio entre R$ 1000 e R$ 6.344 Gerente MĂ­dias - Pleno SalĂĄrio entre R$ 2.200 e R$ 7.000 Gerente MĂ­dias - Sr SalĂĄrio entre R$ 4.400 e R$ 10.800 A remuneração depende do conheciPHQWR GR SURĂ€VVLRQDO PDV TXDVH WRGRV os cargos oferecem vagas nos nĂ­veis jĂşnior (iniciante), pleno e sĂŞnior (experienWH 8PD GDV SULQFLSDLV GLĂ€FXOGDGHV GR mercado ĂŠ a falta de cursos de graduação HVSHFtĂ€FRV PDV DV IDFXOGDGHV SULQFLSDOmente na ĂĄrea de comunicação, jĂĄ estĂŁo incluindo disciplinas sobre o assunto em seus currĂ­culos.


[ago | 2014] ImpressĂľes

PERFIS

ARTES PLĂ STICAS

As vozes do rådio Inspiração vem do momento, a transmissão, do profissionalismo, e a emoção, do sentimento de quem trabalha com um veículo muito popular Reportagem: Fernanda Caroline Moraes e Gabriel Evan Borba Edição: Mariah Barros e GÊssyca Basílio Diagramação: Bruno Felipe e Isabella Naves

LĂĄzaro Santos

Pablo Kossa

ReferĂŞncia na ĂĄrea em GoiĂĄs, o locutor LĂĄzaro Santos – ou o CaubĂłi da Poeira, como tambĂŠm ĂŠ chamado – ĂŠ conhecido pela maioria dos goianos por sua voz inconfundĂ­vel. LĂĄzaro faz parte do dia a dia das donas de casa, WUDQVPLWLQGR VXDV ORFXo}HV HP XP prĂŠdio antigo bem no centro de GoikQLD RQGH Ă€FDP RV HVW~GLRV GD 5iGLR Terra FM. Vindo do interior, ele nĂŁo FXUVRX IDFXOGDGH GH MRUQDOLVPR QHP outra qualquer. Aprendeu tudo o que sabe na prĂĄtica, ou como ele mesmo diz, “na faculdade da vidaâ€?. â€œĂ‰ tudo prĂĄtica, o rĂĄdio se tornou pra PLP XPD SDL[mR¡¡ GL] 0HVPR GHSRLV de um dia de trabalho, ele nĂŁo vĂŞ a hora GH YROWDU SDUD R HVW~GLR ´(X PH VLQWR UHDOL]DGR SURĂ€VVLRQDOPHQWHÂľ JDUDQWH R DXWRU GH DOJXQV GRV ERUG}HV PDLV FRQKHcidos do rĂĄdio goiano, como “AlĂ´, Goiânia, terra das mulheres bonitas e dos homens apaixonados e trabalhadores!â€? e “Eu vim chegando com o chapĂŠu na FDEHoD XP SDU GH ERWDV QRV SpV H QR EROso dinheiro para gastar com as mulheres solteiras, bonitas e apaixonadas.â€?

Formado em 2002 pela Universidade de GoiĂĄs, Pablo Kossa, locutor da RĂĄdio Interativa, escolheu Jornalismo 15 dias antes do vestiEXODU DSyV ID]HU RULHQWDomR YRFDFLRQDO ¡¡(QWUHL HP FULVH FRP MRUQDlismo e comecei a fazer Direito na UFG em 2005. No final de 2006 larguei porque Direito ĂŠ muito chato. EntĂŁo me reconciliei com o JornaOLVPR¡¡ UHVVDOWD $OpP GD VXD SDUWLFLSDomR QR SURJUDPD 3DSR &DEHoD TXH YDL DR DU QD KRUD GR DOPRoR SHOD ,QWHUDWLYD 3DEOR FRPDQGD XPD DWUDomR TXH p YROWDGD SDUD D P~VLFD IHLWD WRWDOmente por ele. “Caso alguĂŠm nĂŁo goste, a culpa ĂŠ totalmente minhaâ€?, brinca. Ele acha acha divertido ter HVVH SURMHWR SRLV WHP D OLEHUGDGH de colocar no ar tudo com o que se LGHQWLĂ€FD LQFOXLQGR HP VXD RXWUD atividade, a de DJ. Pablo tambĂŠm assina uma coOXQD QR MRUQDO RQ OLQH $ 5HGDomR H VH FRQVLGHUD XP MRUQDOLVWD GH UiGLR que trabalha com opiniĂŁo.

11

S

egundo o IBGE, 76% das casas no Brasil contam com rĂĄdio e televisĂŁo. Com a chegada da TV e agora na era da internet, o rĂĄdio foi obrigado a se adequar aos novos WHPSRV &DGD SURĂ€VVLRQDO GRV HVW~GLRV WHP VXD PDQHLUD GH DWUDLU R S~EOLFR VHMD WUDQVmitindo seriedade ao anunciar uma notĂ­cia, VHMD DSRVWDQGR QD HPRomR QD GRVH FHUWD O IMPRESSĂ•ES conversou com alguns dos locutores e apresentadores de rĂĄdio mais importantes de GoiĂĄs para saber como ĂŠ o WUDEDOKR GHVWHV SURĂ€VVLRQDLV TXH WRGRV RV dias, falam a milhares de ouvintes.

JoĂŁo Sobreira Locutor da RĂĄdio UniversitĂĄria, que completa seus 50 anos no ar, JoĂŁo Sobreira trabalhou por trĂŞs anos na RĂĄdio Clube de GoiĂĄs, inaugurada em 1942. ´2 JUDQGH EHQHĂ€FLR GR UiGLR p TXH HOH tem um contato direto com o ouvinteâ€? explica ele. Em sua opiniĂŁo, o grande diferencial do rĂĄdio ĂŠ que as informao}HV FKHJDP RQGH DV SHVVRDV QHP LPDginam. “Essa era, e ainda ĂŠ, a grande vantagem do rĂĄdio. Ele se torna um amigo de cabeceiraâ€?, brinca Sobreira. Ele diz que ser locutor nĂŁo ĂŠ uma SURĂ€VVmR IiFLO FRPR WRGRV LPDJLQDP mas pode se tornar uma atividade muito prazerosa. “No passado, ser locutor de rĂĄdio era considerado um FDPLQKR SDUD D SHUGLomR¡¡ FRQWD 6Rbreira. Algo que acontecia porque as IXQo}HV QR UiGLR HUDP DQWLJDPHQWH muito ligadas ao mundo artĂ­stico, que sofria preconceito da sociedade da ĂŠpoca. O locutor acredita na grande importância dos radialistas no mundo atual. “Mesmo com as outras formas GH FRPXQLFDomR R UiGLR QXQFD YDL SHUGHU R VHX HVSDoR ¡¡


12 ImpressĂľes [ago | 2014] CAPA

Os profissionais responsåveis pela limpeza nos centros urbanos quase nunca são reconhecidos como merecem Reportagem: Alan Farias e Johann Germando Kabbert Edição: Geiseane Teixeira e Larissa Carneiro Diagramação: João Barbosa

“A pior coisa ĂŠ vocĂŞ ser destratado enquanWR HVWi WUDEDOKDQGR -i QmR p IiFLO ID]HU R TXH HX faço e ainda receber este tipo de tratamento, a JHQWH Ă€FD GHVDQLPDGRÂľ DĂ€UPD R JDUL 6HJXQGR HOH R TXH FRPSHQVD DV GLĂ€FXOGDGHV p R FOLPD GHVFRQWUDtGR HQWUH RV FROHJDV GH WUDEDOKR -RmR &DUORV JDUDQWH VHU HVVH R GLIHUHQFLDO TXH R HVWLmula dia apĂłs dia. agente responsĂĄvel pela Na coleta de lixo nos camilimpeza dos princiQK}HV Ki GRLV DQRV &OHRPDU GD pais centros urba“A pior coisa &RVWD DQRV IDOD TXH DLQGD nos do PaĂ­s ĂŠ o gari. Essa QmR FRQFOXLX RV HVWXGRV (OH ĂŠ vocĂŞ ser p XPD SURĂ€VVmR SUHVHQWH teme pela segurança no hono Brasil desde a ĂŠpoca destratado rĂĄrio de trabalho e as posdo ImpĂŠrio, em 1830. Em sĂ­veis infecçþes no contato enquanto estĂĄ Goiânia existem mais de diĂĄrio com o lixo. “Ainda cinco mil empregados na trabalhandoâ€? QmR IXL YtWLPD GH SUHFRQĂĄrea responsĂĄvel por este JoĂŁo Carlos ceito, mas sim da negligĂŞncia serviço de coleta de lixo, ingari de moradores ao fechar os sacluindo motoristas de caminhĂľes cos de lixo, muitas vezes rasgados e coletores. No entanto, na capital ĂŠ SRU HPEDODJHQV GH YLGUR TXH VmR SRVVtYHO SHUFHEHU TXH HVWHV SURĂ€VVLRQDLV pontiagudas e superam os equipamentos de QmR UHFHEHP R WUDWDPHQWR SURSRUFLRQDO SURWHomR LQGLYLGXDO Âľ Ă importância das funçþes que executam. &OHRPDU GL] TXH D ERD FRQYLYrQFLD FRP -RmR &DUORV GH 6RXVD WHP DQRV os comerciantes dos bairros da capital ĂŠ o que H p JDUL Ki VHLV 2 SURĂ€VVLRQDO GL] TXH mais gosta em seu trabalho. Os funcionĂĄrios da Mi SDVVRX WRGR WLSR GH KXPLOKDomR R coleta de lixo costumam receber alguns agraque torna o trabalho ainda mais difĂ­cil. dos, como refrigerantes das distribuidoras de 6HP R GHYLGR UHVSHLWR HOH WUDoD SODQRV bebidas para amenizar o cansaço, pois ĂŠ preciso “Pretendo sair em breve do emprego preparo fĂ­sico para encarar a rotina e as corridas DVVLP TXH HX FRQFOXLU RV HVWXGRVÂľ -RmR nos quarteirĂľes em busca de uma coleta mais conta que durante os anos de trabalho iJLO H HĂ€FD] ´7HP DOJXQV EDLUURV HP TXH R FDconheceu muitas pessoas de bem, mas PLQKmR SDVVD que a gente conhece quase que jĂĄ chegou a receber um copo en- WRGR PXQGR $ SRSXODomR VDEH TXH SUHgordurado e sujo ao pedir um pouco de FLVD GD JHQWHÂľ DĂ€UPD ĂĄgua, o que lhe rendeu muito constran2 DVVHVVRU GH LPSUHQVD GD &RPSDgimento. AlĂŠm dessas situaçþes, ele cita QKLD GH 8UEDQL]DomR GH *RLkQLD &2as condiçþes de trabalho que podem ser 085* -RmR 2OLYHLUD LQIRUPRX TXH RV prejudiciais Ă saĂşde, como estar cons- JDULV VmR GLYLGLGRV QDV UXDV SRU PHWUDtantemente exposto Ă poeira, e os riscos JHQV ´&DGD JDUL WHP D IXQomR GH PDQno trânsito, em que o maior deles ĂŠ um ter a limpeza de aproximadamente dois possĂ­vel atropelamento. TXLO{PHWURV QD ORFDOLGDGH HP TXH VmR

O

Fotos: HĂŠrica Marissa

Invisibilidade e descaso

designados, com a carga horĂĄria de oito horas por diaâ€?. Ele garante que todos recebem os HTXLSDPHQWRV GH SURWHomR QHFHVViULRV SDUD H[HFXWDU R WUDEDOKR TXH VmR FRQVtituĂ­dos por botas, calças, camisas, capas protetoras e bonĂŠs com proteçþes laterais e para a nuca, com o objetivo de amenizar os efeitos do sol, alĂŠm de receberem WDPEpP Ă€OWUR VRODU H DGLFLRQDO GH LQVDlubridade. O salĂĄrio, segundo o assessor, varia entre mil e mil e duzentos reais, FRP EHQHItFLRV FRPR YDOH DOLPHQWDomR H vale- transporte.

>> Gari varre calçada na capital: busca por maior reconhecimento da sociedade


[ago | 2014] ImpressĂľes

Luta diåria contra o preconceito Reportagem: Pollyana de Jesus da Silva Edição: Carlos Kubo e Rafael Pacheco Diagramação: João Barbosa

6

mR GRLV TXLO{PHWURV D FXPSULU metade jĂĄ foi concluĂ­do e o relĂłgio marca meio-dia, mas quem avisa ĂŠ o estĂ´mago. Debaixo de um sol quente que parece derreter sua SHOH -RmR %DWLVWD GH DQRV FRP RLWR QD SURĂ€VVmR GH JDUL ID] XPD SDXVD SDUD limpar o suor e tomar ĂĄgua. Para ele, a carga horĂĄria de oito horas mais parece GH GH]HVVHLV -RmR p R UHVSRQViYHO SHOD limpeza das praças, parques e vias pĂşblicas, recolhendo o lixo que a cidade produz diariamente, ajudando a prevenir HQFKHQWHV H D SUROLIHUDomR GH GRHQoDV (VWD p D PHVPD URWLQD GH $QD &DUOD DQRV PmH VROWHLUD GH GXDV Ă€OKDV TXH EXVFD QD SURĂ€VVmR R VXVWHQWR GH sua famĂ­lia. Ela acorda todos os dias Ă s FLQFR KRUDV GD PDQKm SUHSDUD R FDIp H jV VHLV H PHLD VXDV Ă€OKDV /DULVVD H /DXUD Mi HVWmR QD HVFROD 6XD URWLQD GH trabalho se inicia Ă s sete horas. Para a JDUL WRGR GLD p XP GHVDĂ€R $QD VRIUH de artrite, doença que provoca uma inĂ DPDomR QDV DUWLFXODo}HV

Para ela, a caminhada feita durante sua jornada de trabalho ĂŠ muito cansativa. A gari tem orgulho do que faz, DSHVDU GH DV Ă€OKDV VH HQYHUJRQKDUHP quando ela aparece com seu uniforme de trabalho para buscĂĄ-las na escola. ´(ODV QmR IDODP TXH WrP YHUJRQKD GR TXH HX IDoR PDV VmR PLQKDV Ă€OKDV VHL cada olhar, cada gesto delas e noto um VRUULVR VHPSUH TXH QmR HVWRX FRP PHX XQLIRUPHÂľ FRPHQWD $QD &DUOD (VVHV SURĂ€VVLRQDLV VRIUHP JUDQGH UHMHLomR GH ERD SDUWH GD VRFLHGDGH -RmR %DWLVWD jĂĄ perdeu a conta de quantas vezes sofreu SUHFRQFHLWR ´7UDEDOKDPRV QD UXD QHP sempre se tem um banheiro pra gente usar, e somos seres humanos, temos necessidades. Quase sempre que pedimos algum morador ou comerciante pra usar o banheiro, o discurso ĂŠ o mesmo. Dizem que o banheiro HVWi HVWUDJDGR 7HPHP SHJDU DOJXPD GRHQça da genteâ€?, desabafa. “JĂĄ estou acostumada a beber ĂĄgua da WRUQHLUDÂľ UHFODPD $QD &DUOD ´5DUDPHQWH DOJXpP QRV RIHUHFH iJXD GH Ă€OWUR JHODGHLUD FRLVD DVVLP PDV XPD YH] Ă€TXHL VXUSUHsa. Ao beber, senti um gosto diferente. Aos poucos percebi que a moradora tinha misturado ĂĄgua sanitĂĄria.â€?

>> Grupo de garis limpando ruas de Goiânia: trabalho essencial para a cidade

13

O papel da coleta seletiva Reportagem: Gabriela Câmara e Luana de Castro Lopes Edição: Joyce Silva

5DPLOWRQ 2OLYHLUD 6LOYD GL] TXH GHVGH TXH LQLFLRX VXD FDUUHLUD QD &RPXUJ ² yUJmR S~EOLFR UHVSRQViYHO pela coleta de lixo e limpeza das ruas e avenidas da capital goiana, alĂŠm GH UHDOL]DU MDUGLQDJHP LOXPLQDomR S~EOLFD FRQVWUXomR H PDQXWHQomR GH SUDoDV ² SDVVRX D REVHUYDU TXmR LPSRUWDQWH p D SUHVHUYDomR GR PHLR DPELHQWH 5RGULJR 0DUTXHV GD 6LOva, por usa vez, se colocou como diYXOJDGRU GR 3URMHWR &ROHWD 6HOHWLYD ´7UDEDOKDU FRP LVVR PXGRX DWp QD forma de educar minha menina. MiQKD Ă€OKD WHP Vy VHWH DQRV H Mi DSUHQGHX D VHSDUDU R OL[R HOD Ă€FD DJXDUGDQGR WRGD TXDUWD IHLUD R FDPLQKmR GD &ROHWD 6HOHWLYD SDVVDUÂľ 5HLQDOGR $OYHV WDPEpP GD &RPXUJ DFUHGLWD TXH IDOWH D GLYXOJDomR GRV EHQHItFLRV A rotina destes trabalhadores se resume em se reunirem nas garagens antes e depois do expediente, pegarem seus objetos de trabalho e atuarem em ĂĄreas prĂŠ-estabelecidas pelos seus superiores. Ramilton diz que os materiais de trabalho como luvas, uniformes e FKDSpXV VmR GLVSRQLELOL]DGRV SHOD &RPXUJ H TXH QXQFD HVWmR HP IDOWD ´*UDças a Deus nĂłs somos bem amparados. 6H WHP DFLGHQWH GH WUDEDOKR VRPRV VRcorridos e levados para o posto de saĂşde e se for preciso, deixados em casa.â€? Questionados sobre os aspectos QHJDWLYRV GD SURĂ€VVmR RV WUDEDOKDdores mostraram-se reticentes. Percebe-se um receio da parte deles em expor queixas, esquivando-se das perguntas mais incĂ´modas que traWDP GRV WUDEDOKRV GD &RPXUJ H[DOWDQGR VHPSUH TXH WUDEDOKDU QD &ROHWD 6HOHWLYD p PXLWR ERP H TXH QmR Ki nada do que reclamar.


14

ImpressĂľes [ago | 2014]

CAPA

Motoristas querem mais respeito Profissionais do transporte coletivo queixam-se do que passam em sua rotina de trabalho, o que vem acarretando atÊ problemas psicológicos Reportagem: Alexandre Araújo Sila e Keyla Regina Carvalho Edição e Foto: Bruno Cunha, Paulo Ricardo e ValÊria Maria Diagramação: Giullya Franco e Samiha Sarhan

J

ĂĄ foi o tempo em que jovens de classe mĂŠdia baixa, com idade entre 22 e 30 anos, enxergavam QD SURĂ€VVmR GH PRWRULVWD GH {QLEXV XPD forma de ingressar no mercado de trabalho e correr atrĂĄs de um futuro. Segundo pesquisa feita pelo site de empregos $G]XQD D SURĂ€VVmR PRWRULVWD GH {QLEXV estĂĄ entre os dez piores empregos do Brasil. O trânsito conturbado, o comportamento de muitos passageiros pouco respeitosos e, principalmente, as mĂĄs condiçþes de trabalho contribuem para que a atividade seja vista como uma das mais estressantes e cansativas. Para JosĂŠ Pereira, de 53 anos e hĂĄ 28 anos motorista da empresa HP, a elevada carga horĂĄria de trabalho e a grande demanda de passageiros para a quantiGDGH GH IURWD GLVSRQtYHO HVWmR HQWUH DV SULQFLSDLV GLĂ€FXOGDGHV HQIUHQWDGDV ´2 tempo fora do trabalho ĂŠ bem reduzido, porque levantamos muito cedo e dormimos muito tarde, fazendo as viagens. (QWmR DFDEDPRV GRUPLQGR PXLWR SRXco.â€? A grande demanda de passageiros SDUD SRXFRV {QLEXV SULQFLSDOPHQWH HP KRUiULRV GH PDLRUHV Ă X[RV QRV WHUPLQDLV e pontos, faz com que o caos na hora do embarque seja maior, afetando o motoULVWD ´2V SDVVDJHLURV QmR WrP SDFLrQFLD e acabam faltando com o respeito. Posso GL]HU TXH DSHQDV GD SRSXODomR UHVpeita o motorista. Todos querem entrar TXDQGR R VHX {QLEXV FKHJD PHVPR QmR WHQGR HVSDoR VXĂ€FLHQWH H GH DOJXPD IRUma o motorista acaba sendo o culpado SRU QmR FDEHU WRGRV YLUD DOYR GH FUtWLFDV H [LQJDPHQWRVÂľ DĂ€UPD R SURĂ€VVLRQDO

3DUD XPD SURĂ€VVmR HP TXH p SUHciso lidar diariamente com o trânsito de *RLkQLD H UHJLmR PHWURSROLWDQD R HVWUHVVH H D H[DXVWmR VmR IUHTXHQWHV ´*RLkQLD foi planejada para um nĂşmero de pessoas e acabou crescendo desordenadamente, e o trânsito sofreu com isso. A falta de gentileza ĂŠ elemento essencial para D FRQVWUXomR GRV HPEDWHV H[LVWHQWHV HQWUH FRQGXWRUHV GH {QLEXV H XVXiULRV GR WUDQVSRUWH FROHWLYR DĂ€UPD R PRWRULVWD -RmR %RVFR œ¡2 SDVVDJHLUR GHVFRQKHFH D UHDOLGDGH GR PRWRULVWD QmR FRPSUHHQGH que existe um monitoramento durante a QRVVD MRUQDGD GH WUDEDOKR¡¡ GHVDEDID

“Eu me relaciono muito bem com os passageiros, estou acostumado com isso, mas problemas corriqueiros sempre temosâ€? JosĂŠ Luiz Trindade, motorista

Estresse da profissĂŁo Com tantos elementos causadores de situaçþes tensas em sua rotina, motoristas sentem falta de um acompanhamento reali]DGR SRU SURĂ€VVLRQDLV GH VD~GH A psicĂłloga Ivone Souza, profesVRUD GD 38& *RLiV DĂ€UPD TXH existem tratamentos para pessoas com estresse do trabalho e que PXLWDV YH]HV QmR TXHUHP PDLV DWXDU QD SURĂ€VVmR ´2 WUkQVLWR SRU VL Vy QmR p DJHQWH FDXVDGRU GD IUHTXHQWH GHVLVWrQFLD GRV PRtoristas, mas tambĂŠm outras variĂĄveis que, podem levar o funcionĂĄrio a uma determinada fobiaâ€?. Em casos mais graves, a situDomR SRGH OHYDU R SURĂ€VVLRQDO D ter uma sĂ­ndrome, que a psicĂłloga descreve como SĂ­ndrome de Burnout, um distĂşrbio psĂ­quico de carĂĄter depressivo, precedido de esgotamento fĂ­sico e mental LQWHQVR ´'L] UHVSHLWR DR HVWDGR de esgotamento cuja causa estĂĄ LQWLPDPHQWH OLJDGD j YLGD SURĂ€Vsionalâ€?, explica. Trabalhar diuturnamente, ter o trânsito caĂłtico pela frente, travar relacionamento diĂĄrio com pessoas diferentes e ser confronWDGR SRU SDVVDJHLURV VmR DV SULQcipais causas do problema psicoOyJLFR QRV PRWRULVWDV GH {QLEXV FROHWLYRV DĂ€UPD -RmR %RVFR -HVXV 'RXUDGR DQRV GH LGDGH H GH SURĂ€VVmR H TXH LQWHJUD D &RRperativa de Transporte do Estado de GoiĂĄs, Cotego. ´3HJR {QLEXV WRGRV RV GLDV e vejo a rotina dos motoristas, que encaram o trânsito caĂłtico de Goiânia, alĂŠm de transportar passageiros nervosos, que muitas YH]HV IDOWDP FRP R UHVSHLWR 'HverĂ­amos respeitar mais esse proĂ€VVLRQDO SRLV GHSHQGHPRV GHOH WRGRV RV GLDV H p XPD SURĂ€VVmR que merece ser reconhecida com VHX GHYLGR YDORU Âľ DĂ€UPD D HVWXdante WĂŠllida Karla.


[ago | 2014] ImpressĂľes

15

CAPA

Aventura atrĂĄs do volante

A

tualmente Goiânia conta com 1.820 tĂĄxis circulando pela cidade. A idade entre os taxistas varia muito, desde os 18 anos – idade mĂ­nima para obter a carteira de motorista – atĂŠ os 60. O taxista Francisco AndrĂŠ Sobrinho, mais conhecido como CearĂĄ, ĂŠ natural de Fortaleza. Trabalha como taxista em Goiânia hĂĄ 25 anos. O taxista, muito bem humorado, diz que foi assaltado duas vezes e em que nenhuma ocasiĂŁo perdeu o humor: “A segunda vez em que fui assaltado, hĂĄ uns 4 meses, o cara colocou a arma aqui na minha barriga e pediu o dinheiro. Eu perguntei se ele queria o tĂĄxi e ele disse: NĂŁo, nĂŁo, eu sei que vocĂŞs sĂŁo rastreadosâ€? conta, rindo. Para ele nĂŁo existe cliente chato ou exigente, procura sempre atender com educação. Como ele mesmo diz: “Vai na onda do camarada, se ele torce pro SĂŁo Paulo, eu vou torcer pro SĂŁo Paulo.â€? Francisco conseguiu comprar um carro, uma moto, montar uma lanchonete na praça TamandarĂŠ e formar suas GXDV Ă€OKDV (OH HVFROKHX VHU WD[LVWD H VH pudesse escolher de novo escolheria a PHVPD SURĂ€VVmR Reinildo Siqueira Souza vĂŞ muitas oportunidades de crescimento pessoal em ser taxista. Ele ĂŠ o que chamam de au>> Francisco Sobrinho, o CearĂĄ: muita histĂłria para contar

Os motoristas de tĂĄxi tambĂŠm passam quase despercebidos no cotidiano dos centros urbanos, mas ninguĂŠm conhece melhor a cidade do que eles >> Reinildo Siqueira: hĂĄ 5 anos no ramo

Fotos: Bejamin Neto

Reportagem: Laura Sabrina Dias Weiller e Welker Almeida Silva Edição: Bruno Cunha Diagramação: Carlos Kubo, Lúcio Vernon e Rafael Pacheco

xiliar – taxista que nĂŁo tem carro prĂłprio e reveza com outro motorista, cada um Ă€FDQGR KRUDV FRP R YHtFXOR 5HLQLOGR tinha uma confecção de roupas mas, pela indicação de um amigo, resolveu trabalhar como taxista. Quando questionado sobre alguma reclamação, Reinildo perde um pouco da timidez. “Nunca reclamaram de mim, procuro sempre ser calmo e educado com o cliente.â€? Albertino Taliba de Campos, 54 anos, diz que resolveu ser taxista porque nĂŁo estudou e tambĂŠm por causa da sua idade. Trabalhava como vendedor de salgados e, com a indicação de um cunhado, começou a trabalhar no ramo. Ele começou como auxiliar e neste ano conseguiu

seu próprio carro. Diferente do taxista Francisco, Albertino diz que se pudesse escolher, faria outra coisa. Comenta TXH p XPD SURÀVVmR SHULJRVD FDGD SDVsageiro que entra Ê um desconhecido e sua vida estå em risco. Sem contar que jå houve meses em que não conseguiu pagar as contas. Ele ressalta que como WD[LVWD QmR WHP XP VDOiULR À[R 6XD PXlher continua trabalhando e ele tambÊm ID] DOJXQV ELFRV QRV ÀQV GH VHPDQD Mas o que nenhum taxista pode negar p TXH HVVD SURÀVVmR p FKHLD GH DYHQWXras. A cada corrida se aprende uma coisa nova. Para ser taxista, a paciência deve vir em primeiro lugar e contar com a sorte de TXH WXGR QR ÀQDO GR GLD WHUPLQH EHP

De acordo com o IBGE, atualmente Goiania possui 1,3 milhĂŁo de habitantes. Isso dĂĄ uma mĂŠdia de cerca de 700 habitantes para cada tĂĄxi.


16 ImpressĂľes [ago | 2014] VAREJO

De sol a sol

O feirante tem um trabalho mais difícil do que parece, o que exige desses profissionais muita disposição para manter abertas suas barracas

Reportagem1: Karina Azevedo Edição: Lhaís Silva Diagramação: Larize Almeida, Erika Galvão e Juliana Modesto Fotos: Wanessa Rúbio

Q

uando se fala em feira ĂŠ dos Montadores de Banca da Feira Hippie possĂ­vel que as pessoas jĂĄ (ASMOBAFEHI), a feira ĂŠ um ponto de reWHQKDP QRomR GR VLJQLĂ€FD- ferĂŞncia da capital que atrai consumidores do. A origem das feiras li- de todas as partes do PaĂ­s. ClĂĄudia Azevedo Wanderley, 41 anos, vres no Brasil vem do perĂ­ĂŠ proprietĂĄria de uma loja de enxovais odo colonial, quando surgiram como um SDUD EHErV H QRV Ă€QDLV GH VHPDQD YHQGH meio de troca entre as pessoas. Segundo o professor de HistĂłria Geral Armando roupas na feira. Ela tem que levar mateSouto, com o que sobrava para alguns e riais para costurar, buscar o que jĂĄ estĂĄ faltava para outros, houve a necessidade pronto e pesquisar lugares mais baratos para comprar as peças. “Trabalho de de intercâmbio de mercadorias. segunda a sexta, das 7h atĂŠ 18 Tradição que ĂŠ mantida horas e a confecção nĂŁo para. atĂŠ hoje e que pode ser visâ€œĂ‰ muito Temos que produzir roupas ta nas ruas de Goiânia. A o tempo todo para atender Feira Hippie, a maior da Ä?Ä‚ĹśĆ?Ä‚Ć&#x;ǀŽ͕ žĂĆ? pedidos particulares, da cidade, existe desde a nĂŁo deixo de loja e tambĂŠm vendĂŞ-los dĂŠcada de 1960, quando QD )HLUD +LSSLHÂľ DĂ€UPD os hippies expunham jeito nenhumâ€? Luiz Gonçalves, 62 as peças de artesanato anos, vende roupas femiLuiz Gonçalves, no Parque Mutirama. ninas no local hĂĄ mais de feirante Atualmente, ela estĂĄ locali15 anos. “O meu trabalho ĂŠ zada na Praça do Trabalhador bem mais leve, porque jĂĄ pego e conta com mais de seis mil feipronto, pego a mercadoria e rantes, entre pessoas que trabalham com viajo para o interior do Estado durante comida, roupas e calçados. Para Elias Fera semanaâ€? conta. Thiago Alves da Fonreira Florencio, secretĂĄrio da Associação

seca, 32 anos, ĂŠ dono de uma sapataria hĂĄ 16 e hĂĄ oito vende sapatos na Feira Hippie. Durante a semana, trabalha na fabricação dos calçados junto com os funcionĂĄrios. “Começo as 7 horas e nĂŁo tenho hora pra parar.â€? Ele conta que a PDLRU GLĂ€FXOGDGH p WUDEDOKDU D VHPDQD inteira e fazer feira sĂĄbado e domingo. â€œĂ‰ muito cansativo, mas nĂŁo a deixo de jeito nenhum.â€? Em meio a tantas bancas de roupas e em uma feira desse tamanho, ĂŠ difĂ­cil ficar sem comer. Por isso, em pontos estratĂŠgicos do labirinto de produtos oferecidos, ĂŠ possĂ­vel encontrar as barraquinhas de comida, com uma diversidade imensa, que vai de um simples lanche aos almoços e “jantinhasâ€? completas, como as servidas por Neide Azevedo da Costa, 43 anos, que estĂĄ na feira hĂĄ 1 ano. “Trabalhar com comida aqui na feira ĂŠ muito difĂ­cil, porque nĂŁo temos ĂĄgua encanada, temos que trazer de casa. Sem contar que ĂŠ uma mudança que trazemos. É uma mudança!â€?, enfatiza.


[ago | 2014] Impressões

17

EMPREGO

Sobram vagas, falta mão-de-obra O Brasil necessita de quase 340 mil profissionais em pelo menos 20 áreas Reportagem: Hanier Maciel e Nathalia Freitas Edição: Leonardo José e Rayanne Ferreira Diagramação: Douglas Freitas

A

WXDOPHQWH ÀFRX GLItFLO SDUD DV HPSUHVDV HQFRQWUDUHP SURÀVVLRQDLV FRPSHWHQWHV GHYLGR j IDOWD GH TXDOLÀFDomR DGHTXDGD SDUD XP GHWHUPLQDGR VHUYLoR $ SUHVLGHQWH GD $VVRFLDomR %UDVLOHLUD GH 5HFXUVRV +XPDQRV H PHVWUH HP VRFLRORJLD 'LO]H 3HUFLOLR DFUHGLWD TXH D TXDOLÀFDomR QmR GHYH VHU DSHQDV WpFQLFD 'H DFRUGR FRP HOD D SHVVRD TXDOLÀFDGD GHYH VDEHU GHVHQYROYHU FRPSHWrQFLDV FRPSRUWDPHQWDLV ´+RMH R TXH QyV EXVFDPRV QR kPELWR FRPSRUWDPHQWDO VmR SURÀVVLRQDLV FRP FDSDFLGDGH GH DQiOLVH FDSD]HV GH LQWHUSUHWDU SURFHVVRV KDELOLGDGH FRP

UHODo}HV LQWHUSHVVRDLV FRP H[HUFtFLRV GH OLGHUDQoD H FRP XP ERP SRUWXJXrVµ 3URÀVVLRQDLV FRPR DX[LOLDUHV GH OLPSH]D SHGUHLURV FDUSLQWHLURV H PRQWDGRU GH PyYHLV HVWmR HP IDOWD QR PHUFDGR 0XLWDV YH]HV R ~QLFR UHTXLVLWR SDUD SUHHQFKHU XPD YDJD p VDEHU OHU HVFUHYHU H HQWHQGHU R TXH OHX 0HVPR DVVLP p GLItFLO HQFRQWUDU DOJXpP SDUD RFXSi OD 6HJXQGR D FRPHUFLDQWH 0DULD 6LPRQH GH )UHLWDV TXHP PDLV VRIUH FRP HVVD HVFDVVH] VmR RV SURSULHWiULRV GH HPSUHVDV ´(X WUDEDOKR FRP ORMD GH PyYHLV &RQWR FRP DSHQDV XP PRQWDGRU SRLV QmR FRQVLJR FRQWUDWDU RXWUR *HQWH SURFXUDQGR HPSUHJR QmR IDOWD 0XLWRV PRQWDGRUHV Mi GHL[DUDP R FXUULFXOXP FRPLJR PDV TXDQGR À]HPRV R WHVWH R UHVXOWDGR QmR QRV DJUDGRX µ 'H DFRUGR FRP D 5HYLVWD 0HUFDGR

Principais lacunas sistemas: Analista de PLO QHFHVViULRV 4XDQWRV VmR PLO DWXDOPHQWH 4XDQWRV VmR LO DP P 4XDQWRV IDOW LDO R PpGLD LQLF om UD 5HPXQH 5

Engenheiro civil: 4XDQWRV VmR QHFHVViULRV PLO 4XDQWRV VmR DWXDOPHQWH PLO 4XDQWRV IDOWDP PLO 5HPXQHUDomR PpGLD LQLFLDO 5

e TI: Gerente d HFHVViULRV PLO R Q 4XDQWRV Vm WXDOPHQWH PLO R D Vm V WR 4XDQ OWDP Montador automotivo: ID V WR 4XDQ LFLDO 5 Q L 4XDQWRV VmR QHFHVViULRV PLO LD G p P omR 5HPXQHUD 4XDQWRV VmR DWXD OPHQWH PLO 4XDQWRV IDOWDP 5HPXQHUDomR PpGLD LQLFLDO 5

XP GRV LPSDFWRV GD IDOWD GH PmR GH REUD TXDOLÀFDGD p D TXDQWLGDGH GH YDJDV TXH HVWmR VREUDQGR QR VHWRU SULYDGR ( FRP D HVWDELOLGDGH H ERD UHPXQHUDomR RIHUHFLGRV SHOR VHWRU S~EOLFR DV DWLYLGDGHV SULYDGDV WDPEpP YrP SHUGHQGR SURÀVVLRQDLV .pVLD 0DFLHO &RUUHLD p IRUPDGD HP 3HGDJRJLD SRUpP DWXDOPHQWH WUDEDOKD QR 0LQLVWpULR 3~EOLFR GH *RLiV QR VHWRU GH 5HFXUVRV +XPDQRV WRWDOPHQWH IRUD GD VXD iUHD GH IRUPDomR &LWD TXH WDQWR R LQYHVWLPHQWR TXDQWR D YDORUL]DomR QR VHWRU SULYDGR VmR SRXFRV H TXH SRU LVVR SUHIHUH D HVWDELOLGDGH TXH WHP FRPR IXQFLRQiULD S~EOLFD ´+RMH HX QXQFD WURFDULD R PHX FDUJR S~EOLFR SDUD H[HUFHU IXQomR QD iUHD (X PH VLQWR PDLV YDORUL]DGD WUDEDOKDQGR QR VHWRU S~EOLFR µ 3DUD 'LO]H 3HUFtOLR R GpÀFLW GH PmR GH REUD p GLItFLO GH VHU VDQDGR GHYLGR DR JUDQGH FUHVFLPHQWR GD HFRQRPLD TXH JHUD PXLWRV SRVWRV GH WUDEDOKR (P VXD RSLQLmR DV HPSUHVDV TXHUHP HQFRQWUDU SURÀVVLRQDLV SURQWRV H ´DFDEDGRVµ QR PHUFDGR ´6H YRFr REVHUYDU GHQWUR GD VXD SUySULD HPSUHVD SHVVRDV TXH VH GHVWDFDP HP WHUPRV GH FRPSHWrQFLDV FRPSRUWDPHQWDLV H LQYHVWLU WHFQLFDPHQWH QHVVDV SHVVRDV YRFr YDL WHU SURÀVVLRQDLV GH WDOHQWR GHQWUR GD VXD HPSUHVD H SULQFLSDOPHQWH RV IXQFLRQiULRV YmR TXHUHU SHUPDQHFHU QR FDUJR SRU WHUHP R VHX WUDEDOKR UHFRQKHFLGR µ

ta: o frotis 1,130 milhão honeir Camin ão necessários: o 1 milhã ss Quanto ão atualmente: s s Quanto : 130 mil l: R$ 1.700 s faltam ia Quanto ção média inic a r e n u Rem


18 ImpressĂľes [ago | 2014] CAMPO

A transição entre o antigo e o novo Produtores de leite encaram o avanço das novas tecnologias como ferramenta de crescimento em seu trabalho coditiano de 400 litros diĂĄrios. Mas nem sempre foi assim. Produtor desde 1988, JosĂŠ Geraldo tirava leite de duas vacas, levava para ciGDGH GH FDUURoD SDUD YHQGHU (OH DĂ€UPD que muita coisa mudou com o tempo. A produção e a famĂ­lia cresceram aumentando os gastos ao ponto de a renGD QmR VHU VXĂ€FLHQWH (QWmR UHVROYHUDP ma das maiores bacias leiteiras mudar de ramo de atividade. Venderam do Estado encontra-se no munia maioria das wvacas, continuando cĂ­pio de Orizona, a 123 km com algumas para a produção da capital. Nessa regiĂŁo, produ“O que eu sei de queijos, e passaram a tores de leite com realidades trabalhar com aprestação totalmente diferentes apreĨÄ‚ÇŒÄžĆŒ Ä Ć&#x;ĆŒÄ‚ĆŒ de serviço para terceiros sentam nĂ­veis de tecnologia em dois tratores. Essa leite, o que eu condizentes com o tamamudança durou apenas nho da produção e da mĂŁogosto ĂŠ issoâ€? alguns anos, por conta de de-obra. Em uma proprieJosĂŠ Geraldo problemas pessoais e com dade de 48 hectares, AntĂ´nio produtor rural a contratação da mĂŁo-de-oDimas e a esposa Dorilene de bra. Dessa forma, JosĂŠ decidiu )iWLPD YLYHP FRP RV GRLV Ă€OKRV vender um dos tratores e voltar e tĂŞm como principal fonte de renda a para a produção leiteira, onde se produção leiteira. Ao chegar ao curral mantĂŠm atĂŠ hoje. da propriedade, observa-se que a proAos poucos, a produção foi aumendução ainda ĂŠ de uma forma que pouco tando e houve necessidade de aderir a nose vĂŞ atualmente. O balde de metal devas tecnologias.O tanque de expansĂŁo e a bruçado na pia e o curral sem nenhuma ordenhadeira mecânica foram alguns dos canalização de equipamentos - a nĂŁo ser avanços adquiridos. “Mesmo pra ganhar o tanque de expansĂŁo - mostram que a o dobro, eu nĂŁo trocaria a vida que tenho ordenha ali ainda ĂŠ feita de forma maaqui, mexendo com o leite pra ir pra cidanual.Dimas, como ĂŠ conhecido na rede. A gente tem que fazer o que gostaâ€?, giĂŁo, conta que diariamente tira cerca pondera o produtor. E conclui: “O que eu de 270 litros de leite de 19vacas. E desde sei fazer ĂŠ tirar leite, o que eu gosto ĂŠ issoâ€?. que começou na atividade hĂĄ dez anos, Hoje, os proprietĂĄrios se sentem esse nĂşmero pouco mudou. pressionados a crescer pela forma como Se em algumas propriedades o maneDV HPSUHVDV SDJDP R OHLWH EHQHĂ€FLDQGR jo com o animais ĂŠ feito quase da mesma por quantidade - e pela rapidez com que maneira que era realizado dĂŠcadas atrĂĄs, as tecnologias vĂŞm evoluindo. O produem outras novas tecnologias se aproxitor Oleno Marçal começou no ramo hĂĄ mam aos poucos. É o caso da fazenda de 35 anos, tirando 37 litros de leite por dia. JosĂŠ Geraldo Ribeiro. Com uma ĂĄrea de Hoje produz 4.000 litros diĂĄrios com 160 25 hectares, ele e a esposa Rosana CorrĂŞa vacas, trĂŞs ordenhas e seis funcionĂĄrios. Ribeiro trabalham na produção de cerca Reportagem e fotos: Marluce CorrĂŞa e Vanessa Pereira Edição: Douglas Freitas, Giullya Franco e Samiha Sarhan Diagramação: Caroline Morais

>> Vacas em instalaçþes mais modernas: chegada de novidades

U

>> Ordenhadeira mecânica: mais facilidade no trabalho do campo

>> Curral de fazenda em GoiĂĄs: modo tradicional de manejo do gado

No inĂ­cio da produção, o proprietĂĄULR DĂ€UPD TXH KRXYH GLĂ€FXOGDGH FRP estrutura, gado, falta de conhecimento e mĂŁo-de-obra especializada. Apesar dos obstĂĄculos, ele ressalta que tinha de crescer na atividade e conseguir dobrar a produção. “A tecnologia foi algo indisSHQViYHO SDUD HVVH FUHVFLPHQWRÂľ DĂ€UPD


[ago | 2014] ImpressĂľes

EMPREENDEDORISMO

Toque feminino Cresce o nĂşmero de mulheres que decidem criar suas prĂłprias empresas. Especialistas dizem que elas sĂŁo mais detalhistas e organizadas

V

alÊria entra em contato com fornecedores, vai ao buffet, recebe clientes, define o cardåpio do restaurante, orienta funcionårios... E ainda são nove horas da manhã! Dona Cida, ao chegar na confecção, pesquisa tecidos, desenvolve metas, gerencia o caixa da loja, tudo antes do horårio do almoço. Essas não são as rotinas apenas de ValÊria Noleto e Aparecida Tavares, mas sim de muitas outras ValÊrias, Aparecidas, Marias, Teresas, Anas. O sexo feminino vem conquistando espaço no mercado e se destacando no ramo empreendedor nos últimos anos. De acordo com o Anuårio de Empreendedorismo em Micro e Pequenas empresas do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), no ano de 2010, em Goiås, mais de 13 mil mulheres iniciaram seu próprio negócio. Em 2012, o Estado jå contava com aproximadamente 45 mil empresårias em começo de carreira. De acordo com a pesquisa divulgada pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM), em parceria com o Sebrae, 6,5 milhþes de mulheres co-

mandam suas prĂłprias atividades no Brasil. O estudo revela um dado curioso. Enquanto homens abrem suas empresas em busca de lucro, as mulheres procuram aliar rentabilidade com o prazer de fazer o que gostam. As regiĂľes Centro-Oeste e Norte despontam como referĂŞncias do empreendedorismo feminino. O anuĂĄrio do Sebrae revela que sĂŁo as regiĂľes com o maior nĂşmero de empresĂĄrias estabelecidas em atividade com mais de trĂŞs anos. Cada uma alcança 16,9% da população da mesma classe. Elaine Souza, gerente de Inovaçþes e Competitividade do Sebrae GoiĂĄs, acredita que o empreendedorismo feminino no Estado tende a crescer. Se coragem, iniciativa e determinação sĂŁo caracterĂ­sticas de um bom empreendedor, a mulher que decide criar uma HPSUHVD DFUHVFHQWD HP VHX SHUĂ€O VHQVLbilidade, intuição e cooperação. “Dentre essas guerreiras, 40% sĂŁo chefes de IDPtOLD WrP Ă€OKRV WUDEDOKDP H conseguem conciliar as atividades proĂ€VVLRQDLV H SHVVRDLV FRP FHUWD IDFLOLGDdeâ€?, revela a gerente do Sebrae. Segundo MaurĂ­cio Keller Tamioso, consultor organizacional e instrutor do 6HPLQiULR (PSUHWHF R SHUĂ€O GD PXOKHU empreendedora abrange pessoas de 25 a 50 anos que buscam, antes de tudo, se conhecer e desenvolver seu potencial empreendedor atravĂŠs de capacitação prĂŠvia para, somente depois, começa>> Elaine Souza, do Sebrae

Fotos: PatrĂ­cia Pereira da Silva

Reportagem: Marcus Gouveia Edição: Luiz Magno Leão Diagramação: Bruna Pires, Nådia Sampåio, Thereza Ohana

19

rem bem um negĂłcio. “As mulheres sĂŁo mais organizadas, comprometidas e detalhistas no que fazem, buscam informaçþes de especialistas, querem saber pessoalmente como as coisas sĂŁo feitas e tĂŞm mais iniciativa diante das RSRUWXQLGDGHVÂľ DĂ€UPD Aparecida Tavares, conhecida por todos como Dona Cida, trabalhou durante anos como funcionĂĄria de montagem, corte e costura em uma confecção. Em busca de nova oportunidade saiu e começou a costurar em casa. Algum tempo depois recebeu proposta de seu sobrinho para iniciar uma confecção de camisetas. “Em 1991 resolvemos fazer camisas masculinas e a ideia deu certo. O negĂłcio expandiu, a casa ficou pequena e assim a Alta Voltagem Moda Masculina passou a existir. Isso jĂĄ faz 23 anosâ€?, conta Dona Cida. Uma loja foi aberta em Campinas. Um pouco depois, a fĂĄbrica, outra ORMD +RMH DV FDPLVDV VmR YHQGLGDV QR Acre, MaranhĂŁo e Mato Grosso.

Atendimento diferenciado ValĂŠria Noleto se interessou por cozinha aos 16 anos e escolheu a gastronomia como trabalho. Aos 21, montou seu primeiro restaurante. Em 1993, apĂłs perĂ­odo de viagem e estudos, teve a oportunidade de criar o Buffet Imperial, casa de eventos e festas. Começou com pequenas cerimĂ´nias que logo tomaram proporçþes maiores, sendo necessĂĄrio investir em novos SURĂ€VVLRQDLV +i FLQFR DQRV LPSODQtou sua cozinha industrial, o projeto Gran Chef, voltado a abastecer refeitĂłrios de grandes empresas onde produz mil refeiçþes por dia, sem perder o toque de uma boa comida caseira. E nos Ăşltimos trĂŞs anos inaugurou o restaurante Victoria Gourmet. A identidade do restaurante ĂŠ totalmente feminina, sĂł hĂĄ mulheres no atendimento. “Tenho uma carga horĂĄria mĂŠdia de 17 horas por dia. É um segmento exaustivo, mas, compensadorâ€?, relata ValĂŠria. De acordo com a empresĂĄria, o olhar amoroso e a atenção ao cliente sĂŁo toques femininos que fazem toda a diferença no mercado.


20

1

ImpressĂľes [ago | 2014]

VIDA URBANA

ARTES PLĂ STICAS

Questão de segundos Em busca de uma renda melhor do que teriam no mercado formal, trabalhadores escolhem os semåforos para vender suas mercadorias Reportagem: Alexandre Vinícius e Paulo Ruan Edição: Mayra Borges e Verônica SilvÊrio Diagramação: Bruno Felipe e Isabella Naves

caqui. Cada caixa contĂŠm em mĂŠdia 13 frutos. Diariamente ela vende uma mĂŠdia de 50 caixas. Apesar do sucesso nas YHQGDV 3RQD DĂ€UPD TXH WHP FRQVFLrQcia de que nĂŁo existe um futuro no meio SURĂ€VVLRQDO HP TXH DWXD 0DV PHVPR aça chuva ou faça sol, milhares sabendo disso, ela estĂĄ conseguindo de carros passam pelas ruas da construir sua casa prĂłpria. capital e ĂŠ neste meio que pesAdalberto Pereira Braga, 37, ĂŠ vendedor soas buscam uma forma de sustento de frutas e acessĂłrios para carro na avenipara si ou para a famĂ­lia. Ao esperar da C-4, no Setor Coimbra, hĂĄ sete anos. Ele parados em um semĂĄforo, motoristas trabalha todos os dias a partir das 7h da masĂŁo abordados por vendedores de nhĂŁ e ressalta que consegue lucrar doces, frutas e atĂŠ mesmo de PDLV DRV Ă€QDLV GH VHPDQD 6HacessĂłrios para carros. gundo Adalberto, as venEm Goiânia, segundo a das podem chegar atĂŠ “Depende do SecretĂĄria Municipal de 5 PLO SRU PrV PDV dia, tem locais Trânsito (SMT), exiso lucro ĂŠ de R$ 2 mil. tem cinco mil pontos Com esse dinheiro ele que vendem de semĂĄforos. Um deVXVWHQWD DV GXDV Ă€OKDV maisâ€? les fica no cruzamento Adalberto conta entre as avenidas C-1 e Adalberto Braga que a falta de estudos C-4, no Setor Coimbra, vendedor ĂŠ um dos motivos que o onde a jovem Pomathielly ambulante levaram a trabalhar nesta Vieira, 21, conhecida como ĂĄrea. Situação parecida ĂŠ a do Pona, vende frutas de segunda a ambulante Marcos de Souza, 19, sĂĄbado. A profissĂŁo apareceu em sua que vende panos de pratos na Rua 115 vida apĂłs o convite do cunhado, que com a Av. Fued JosĂŠ Sebba, no Setor Sul. possui uma equipe de funcionĂĄrios O trabalho, de segunda a sĂĄbado, ĂŠ reveespalhados pela capital. Antes, ela zado em outros pontos da capital, como trabalhou como vendedora em loja de em semĂĄforos no Setor Marista, Bueno e roupa, promotora de vendas e caixa na Vila Nova. “Depende do dia, tem loem um supermercado. cais que vendem maisâ€?, garante. 3RQD DSRQWD TXH R VXFHVVR GD SURĂ€VAntes de mudar para Goiânia, Marcos VmR p R VHX VRUULVR H D FRQĂ€DQoD QRV SURtrabalhava como tĂŠcnico de manutenção dutos. “Quando o cliente diz que a fruta de alarme no munĂ­cipio de Rondon, no estĂĄ estragada, eu retruco que nĂŁo estĂĄ, ParĂĄ. Na ĂŠpoca, o vendedor recebia R$ porque o meu produto ĂŠ muito bomâ€?, SRU PrV $WXDOPHQWH 0DUFRV JDQKD UHVVDOWD $ YHQGHGRUD DĂ€UPD TXH JDHP PpGLD 5 SRU PrV FRP D nha cerca de R$ 50 por dia e que o valor venda de panos de pratos. O ambulante mensal pode chegar atĂŠ R$ 2 mil. “Se eu consegue enviar R$ 500 para a mĂŁe, que comparar quanto recebo hoje e quanto mora em Rondon. Futuramente, ele sorecebia na ĂŠpoca que trabalhei de carteinha montar uma equipe de vendas nos ra assinada, o meu lucro ĂŠ bem maiorâ€?. semĂĄforos. “JĂĄ possuo CNPJ, o que auxiDurante a reportagem, em menos de OLD QD FRPSUD GH SDQRV QDV IiEULFDV Ă€FD duas horas, Pona vendeu cinco caixas de mais baratoâ€?, assinala.

F

Um trabalho com vĂĄrios riscos Trabalhar no sol de quase 30 graus ĂŠ XP GRV IDWRUHV TXH GLĂ€FXOWDP R VHUYLoR do vendedor de rua. Consequentemente, essas pessoas podem ter mais facilidade em contrair câncer de pele. A dermatoORJLVWD &OiXGLD $UDQWHV 6DQWDQD DĂ€UPD que o câncer ĂŠ gerado pelo excesso de exposição aos raios solares. Entre 10h e 16h, estes vendedores deveriam evitar o sol, paralisando seu trabalho. ClĂĄudia DĂ€UPD TXH R DPEXODQWH SUHFLVD WHU DWHQção e se proteger. â€?O ideal para estes traEDOKDGRUHV TXH Ă€FDP H[SRVWRV DR VRO p ter uma sombrinha de lona, chapĂŠu que cubra as orelhas e a nuca, passar protetor solar a cada duas horas e usar camisa de mangas longasâ€?, aconselha a mĂŠdica. O ambulante Marcos de Souza assegura que segue os passos da proteção. AlĂŠm do inimigo solar, o trabalho realizado pela Secretaria Municipal de Fiscalização ĂŠ considerado pelos vendedores um grande risco para os ambulantes. &RQKHFLGD FRPR ´UDSDÂľ D Ă€VFDOL]DomR apreende a mercadoria dos autĂ´nomos que nĂŁo possuem registro. O diretor de Ă€VFDOL]DomR GD VHFUHWDULD 3DXOR 6pUJLR Mendonça de Rezende, informa que os produtos alimentĂ­cios apreendidos sĂŁo GHVWLQDGRV j GRDomR ´1R Ă€QDO GR GLD apĂłs a apreensĂŁo, todos os alimentos sĂŁo enviados para ĂłrgĂŁos que vĂŁo usufruir dos produtos.â€? Outros tipos de mercadorias apreendidas vĂŁo a leilĂŁo. De acordo com Paulo Rezende, existem 500 pessoas registradas na Secretaria de IndĂşstria e ComĂŠrcio com autorização para vendas em esquinas. O diretor pondera, entretanto, que o nĂşmero de pessoas nĂŁo registradas ĂŠ inimaginĂĄvel. “Se eu falar que existem 100 pessoas, vai ser pouco, se for 10 mil poder ser muito. NĂŁo existe um nĂşmero exato, atĂŠ porque muitas dessas pessoas chegam todos os dias a Goiânia vindo de outros estados.â€?


[ago | 2014] Impressรตes

โ Grupo Sรณ Angola forma cidadรฃosโ Reportagem: Vinรญcius Pacheco Ediรงรฃo e diagramaรงรฃo: Anna Carolina Pimenta

$ $VVRFLDomR UHFHEH R LQFHQWLYR GH XP FRQYrQLR ร UPDGR FRP R 0LQLVWpULR GD &XOWXUD H D 3UHIHLWXUD GH *RLkQLD R TXDO DSRHLUD DQJROD Rร FLQD GH XWLOL]D SDUD FXVWHDU DV GHVSHVDV GD LQVWLWXLLQVWUXPHQWRV VDPED GH omR 0HVWUH 9HUPHOKR FRQWD TXH R UHFXUVR URGD H SHUFXVVmR VmR DOJX- GR JRYHUQR QmR FREUH WRGRV RV JDVWRV H GL] PDV GDV DWLYLGDGHV RIHUHFL- TXH D PDLRU SDUWH GRV YHQFLPHQWRV p SDJD GDV SHOR 3RQWR GH &XOWXUD FRP R GLQKHLUR DUUHFDGDGR FRP D YHQGD GH %XUDFmR GD $UWH D SDUWLU GD LQLFLDWLYD LQVWUXPHQWRV IDEULFDGRV SRU VXD Rร FLQD (OH FRQWD TXH YiULRV SURIHVVRUHV WUDEDOKDP GR *UXSR 6y $QJROD TXH GHVHQGH IRUPD YROXQWiULD H TXH D YHUYROYH GHVGH GH IRUPD ED Vy IRL GHSRVLWDGD QR SULJUDWXLWD QD UHJLmR OHVWH โ Tenho a capoeira e PHLUR DQR HQTXDQWR 3RQWR GH *RLkQLD XP WUDEDOKR mรบsica como arte. Tenho GH &XOWXUD HGXFDWLYR TXH WHP FRPR

C

alunos que sรฃo mรบsicos e SULQFLSDO IRFR R GHVHQServiรงo YROYLPHQWR FXOWXUDO H D mestres atuando hoje na 2 3RQWR GH &XOLQWHJUDomR VRFLDO 7XGR Franรงa, Alemanha, WXUD %XUDFmR GD $UWH FRPHoRX FRP R WUDEDOKR Inglaterra, Espanha.โ HVWi ORFDOL]DGR QD 5XD GH 9DQGHUO\ )UDQFLVFR -'$ 1ย Mestre Vermelho 2OLYHLUD PDLV FRQKHFLGR 4XDGUD FRPR PHVWUH 9HUPHOKR TXH /RWH VHQWLX D QHFHVVLGDGH GH DGTXLULU -DUGLP GDV XP HVSDoR SDUD DFROKHU SHVVRDV FDUHQWHV H ID]HU XP WUDEDOKR GH FRQVFLHQWL]D- $URHLUDV $ DVVRFLDomR omR GD FXOWXUD SDUD DMXGDU D FRPXQLGD- FRQWD FRP RXWUDV PRGDGH +RMH 0HVWUH 9HUPHOKR p SUHVLGHQWH OLGDGHV DXODV GH GDQoD GD $VVRFLDomR GH &DSRHLUD $QJROD GR Rร FLQD GH LQVWUXPHQWRV (VWDGR GH *RLiV H FRQWD TXH DSHVDU GH DXODV GH WHDWUR DXODV GH WRGDV DV GLร FXOGDGHV R TXH PDLV OKH VD- GDQoD DIUR FDQGRPEOp WLVID] p YHU TXH YiULRV DOXQRV IRUPDGRV KLS KRS VDPED GH URGD QR SRQWR GH FXOWXUD WDPEpP GLVVHPL- Rร FLQD GH GLVFRWHFDJHP QDP D DUWH SHOR PXQGR ยด7HQKR D FDSR- $V DXODV VmR GLVWULEXtGDV HLUD H P~VLFD FRPR DUWH 7HQKR DOXQRV HQWUH KRUiULRV TXH YDULDP TXH VmR P~VLFRV H PHVWUHV DWXDQGR KRMH HQWUH K H jV K 2 3RQQD )UDQoD $OHPDQKD ,QJODWHUUD (VSD- WR GH &XOWXUD IXQFLRQD QKD 1mR IRUPR FRPSHWLGRUHV IRUPR HP KRUiULR FRPHUFLDO 7HOHIRQH

FLGDGmRVยต Dร UPD R PHVWUH

Museu Zoroastro Artiaga aberto a visitaรงรฃo 2 0XVHX (VWDGXDO 3URIHVVRU =RURDVWUR $UWLDJD IRL IXQGDGR HP 6HX QRPH p HP KRPHQDJHP DR VHX SULPHLUR GLUHWRU &RQVWUXtGR HP DUTXLWHWXUD DUW GpFR R PXVHX WHP VHX DFHUYR IRUPDGR SRU GRFXPHQWRV KLVWyULFRV XWHQVtOLRV DQWLJRV REMHWRV UHODFLRQDGRV DRV tQGLRV GR %UDVLO &HQWUDO H SHoDV DUWtVWLFDV 2 0XVHX =RURDVWUR $UWLDJD p UHIHUrQFLD GD KLVWyULD GH *RLiV 6HX DFHUYR FRQVWLWXL UHร HWH H GHPRQVWUD HP DVSHFWRV GD GLYHUVLGDGH GD FXOWXUD PDWHULDO H LPDWHULDO GR (VWDGR 2 PXVHX p IUHTXHQWDGR SRU HVWXGDQWHV SHVTXLVDGRUHV H WXULVWDV 4XHP VH LQWHUHVVDU HP ID]HU XPD YLVLWD DR ORFDO HOH ร FD QD 3UDoD &tYLFD &HQWUR 2 WHOHIRQH SDUD FRQWDWR p

>> Mestre Vermelho e Regis

Fotos: Izabella Cristyna

panorรขmica

21


22 ImpressĂľes [ago | 2014] CULTURA

O desafio dos palcos Atores goianos falam das dificuldades de exercer a profissĂŁo em GoiĂĄs

Reportagem: Kamilla Araújo Edição: Bruna Pires e Mårli Souza Diagramação: Amanda Pacheco e Ana Flåvia Andrade

A

carreira de ator ĂŠ sempre lembrada pelo glamour que nos acostumamos em ver nas grandes produçþes. Para ver seu trabalho reconhecido pelo grande publico, a PDLRULD GRV SURĂ€VVLRQDLV GD iUHD SUHFLVD ter bem mais do que talento. TambĂŠm VmR QHFHVViULRV DPRU SHOD SURĂ€VVmR GLVposição, dedicação, estudo e muita persistĂŞncia para quem quer ingressar em XP PHUFDGR TXH D FDGD GLD VH PRGLĂ€FD e se torna mais competitivo. O diretor, ator e escritor Sandro Freitas, 44 anos, natural de Santa Helena de *RLiV QmR VREUHYLYH VHP D DUWH GH H[pressar, mesmo em perĂ­odos difĂ­ceis, FRPR R Ă€QDO GD GpFDGD GH pSRFD escassa em incentivos governamentais. Ele atuou na Cia Anthropos, onde tambĂŠm foi colaborador. Desejando, porĂŠm, ter sua prĂłpria companhia, fundou o *UXSR 7UXSLFmR HP $ FULDomR GR grupo tambĂŠm se realizou pelo convite do Teatro Zabriskie para a apresentação GH &DGHLUDV 3URLELGDV WH[WR GH ,JQDFLR /R\ROD GH %UDQGmR SXEOLFDGR HP TXH DERUGDYD XPD WHPiWLFD VREUH R WHPpo em que o Brasil sofria com a ditadura. 6DQGUR UHVVDOWD DV GLĂ€FXOGDGHV SDUD manutenção de uma companhia, devido Ă falta da consolidação de uma indĂşstria cultural em Goiânia, a começar da remuneração, nĂŁo sĂł de atores mas de ceQyJUDIRV Ă€JXULQLVWDV WpFQLFRV GH LOXPLQDomR 7DPEpP GHVWDFD D H[LJrQFLD GRV registros DRTs e leis trabalhistas a serem FXPSULGDV ´$ H[LJrQFLD GR UHJLVWUR VHULD contra a natureza do atorâ€? ele destaca, por

acreditar que a arte ĂŠ inerente no ser huPDQR H LVVR DIDVWD RV DWRUHV QmR SURĂ€VVLRnais que sonham apenas em interpretar. Apesar da preferĂŞncia em manter atores Ă€[RV R GLUHWRU VRQKD HP FRPSRU R JUXpo TrupicĂŁo com um nĂşmero maior de SURĂ€VVLRQDLV ´&RP RX VHP OHL HX SHJR o meu melhor amigo, o banco, e vou para a praça atuarâ€?, assinala. Atualmente com os integrantes Cristyanne Cabral, 25, JoĂŁo 'LDV 5RVD 1RUYDO %HUEDUL H 6DQdro como diretor, o Grupo TrupicĂŁo traz um formato que o diferencia das outras companhias goianas. O lema parece ser: VHP UHFXUVRV Ă€QDQFHLURV RX '57V VHP companhia formada, o foco ĂŠ apenas atuar. O mais novo projeto de Sandro e que HVWi VHQGR LQLFLDGR DJRUD GHVWDFD D FXOWXra goiana, uma parceria que consolidou com a Cia Oops..!. É uma modalidade chamada projeto de residĂŞncia, quando dois ou mais grupos se encontram para FRPSDUWLOKDU H[SHULrQFLDV Fotos: Lorena Melo

>> Grupos de teatro ensaiam em 'Ĺ˝Ĺ?Ä…ĹśĹ?Ä‚Í— ĚĞĆ?Ä‚ÄŽĹ˝Ć? Ć‰ĆŒŽĎĆ?Ć?Ĺ?ŽŜÄ‚Ĺ?Ć?

Anos de sonho $ MRYHP /Dt]LD GH -HVXV DQRV sonha com a carreira de atriz, iniciou RĂ€FLQDV GH WHDWUR Ki DSUR[LPDGDmente trĂŞs anos e meio, ingressando na escola Cep em Artes Basileu )UDQoD ´2 LPSRUWDQWH p QmR Ă€FDU paradaâ€?, ela ressalta. Apoiada pela IDPtOLD /Dt]LD FXUVRX D RĂ€FLQD GH -Rgos Teatrais durante um ano e meio no Basileu. Quando mais nova no colĂŠgio sempre realizava apresentaçþes em eventos culturais. A jovem atriz elogia o pĂşblico goiano e sua GLYHUVLĂ€FDomR PDV GHVWDFD DLQGD D falta de interesse da população em LU DR WHDWUR /Dt]LD HVWi HP LQLFLR GH FDUUHLUD PDV Mi p YtWLPD GH FUtWLFDV GR VHQVR FRPXP VREUH R UHWRUQR Ă€QDQceiro atravĂŠs da arte. Ela, porĂŠm, nĂŁo se abate. “Quem critica nĂŁo conhece D SURĂ€VVmR D IXQGR Âľ “Fazer artes ĂŠ provar constantemente a competĂŞncia, seja para o pĂşblico, seja atravĂŠs dos editais. É como se estivĂŠssemos constantemente em avaliação, fazendo provas de concurso pĂşblicoâ€?, compara a atriz. Estas sĂŁo as palavras de JoĂŁo %RVFR $PDUDO DWRU GLUHWRU H um dos fundadores da Cia Oops...!, uma das principais de Goiânia. ´)DOWD UHVSHLWR j SURĂ€VVmR SUHFDriedade de espaços estruturados para apresentaçþes e criaçþes de esSHWiFXORV DOpP GD GHVYDORUL]DomR da produção local, principalmente por parte da imprensa, que pouco divulga.â€? Mas todos esses fatores nĂŁo impediram JoĂŁo de ter sucesso HP VXD FDUUHLUD SURĂ€VVLRQDO FRPSRVWD SRU HVSHWiFXORV DOpP GH cenas e performances. A Oops...! ĂŠ composta apenas por cinco inWHJUDQWHV Ă€[RV DOpP GH -RmR 6RO 6LOYHLUD DQRV 7KDPLV 5DWHV )UDQFLVFR 1LNROOD\ H 0DULDQR 3DUD HOHV R LPSRUWDQWH p ID]HU um bom teatro, que ganhe espaço HP YiULRV IHVWLYDLV QDFLRQDLV


[ago | 2014] Impressões

FOTOGRAFIA

A evolução do click Fotógrafos de diferentes gerações falam sobre sua relação com as novas tecnologias da área e de como encaram os métodos do passado Reportagem: Amanda Teixeira, Elisa Manuela e Isabela Dazem Edição e diagramação: Isabella Naves e Bruno Felipe RSRUWXQLGDGH ILFR QR HVW~GLR UHYHODQGR IRWRV FRP PXLWR FDULQKR 0DV LQIHOL]PHQWH VmR SRXFRV TXH SURFXUDP SRU HVWH WLSR GH IRWR KRMH HP GLD 6LQWR PXLWD VDXGDGH GD pSRFD HP TXH D IRWRJUDILD HUD VRPHQWH DQDOyJLFD (UD PXLWR JRVWRVR R WHPSR GH ODERUDWyULR 0XLWDV YH]HV SDVVHL D QRLWH WRGD GHQWUR GH XP TXDUWR HVFXUR UHYHODQGR IRWRV ( HX DPDYD µ FRQWD :DJPDU $OYHV DWXDOPHQWH H[HUFHQdo o ofício na divisão de comunicação GD 38& *RLiV QmR SRVVXL QHQKXP WLSR de nostalgia em relação à câmera analóJLFD ´1mR VRX VDXGRVLVWD $FUHGLWR TXH D WHFQRORJLD YHLR DSHQDV SDUD IDFLOLWDU QRVVR WUDEDOKR PDV p SUHFLVR PXLWD GHGLFDomR SDUD GRPLQDU D WpFQLFD µ $ IRWyJUDID $QD &DUROLQD /LQR &RVWD DQRV FRPSDUWLOKD GR DUJXPHQWR GH :DJPDU ´3HQVR TXH D WHFQRORJLD WHP TXH VHU YLVWD GH IRUPD SRVLWLYD 2V FOLHQWHV SHGHP H SUHFLVDP e ERP DWXDUPRV FRP HODµ $QD &DUROLQD SRVVXL FXUVR GH IRWRJUDÀD GLJLWDO SHOR 6HQDF H HVWi DWXDQGR Ki VHLV PHVHV PDV UHODWD TXH VXD SDL[mR YHP GHVGH TXDQGR FXUVRX 3XEOLFLGDGH H 3URSDJDQGD ´1D universidade tive uma maWpULD GH IRWR H Oi FRPHoRX PHX LQWHUHVVH 0DV Vy DQR SDVVDGR EXVTXHL UHDOPHQWH PH DSURIXQGDUµ Os fotógrafos antigos IRUDP VH DGDSWDQGR jV QRYLGDGHV TXH VXUJLUDP (P XP GLD OHYRX VH KRUDV SDUD SURGX]LU D HQFRPHQGD GR FOLHQWH QR RXWUR D IRWR VDtD GH IRUPD LQVWDQWkQHD -DK\U WDPEpP FRQWD FRPR VH VDLX durante esta transição: ´7LYH EDVWDQWH GLÀFXOGDGH WDQWR p TXH WLYH TXH PXGDU Foto: Debora Borges

V

ocê conseguiria imaginar VXD YLGD VHP D IRWRJUDÀD" O acesso à tecnologia vem ÀFDQGR FDGD YH] PDLV IiFLO $ IRWRJUDÀD VH WRUQRX XP PHLR GH FRPXQLFDomR UiSLGR HÀFLHQWH H WRWDOPHQWH SRSXODUL]DGR DÀQDO D PDLRULD GDV SHVVRDV SRVVXL XP FHOXODU FRP FkPHUD H SRGH IRWRJUDIDU R TXH TXLVHU )RWR GH DOJXPD UXD HQJDUUDIDGD VLWXDo}HV FXULRVDV WXGR p UHJLVWUDGR 2 FDPLQKR SDUD VH FKHJDU DWp RQGH HVWDPRV IRL ORQJR PDV JUDoDV D 'DJXHUUH ² R SDL GD UHYHODomR ² WXGR SURJUHGLX EHP UiSLGR )RWRJUDILD Mi IRL XPD FRLVD FDUD H VRPHQWH D HOLWH SRGLD XVXIUXLU GRV VHXV EHQHItFLRV $Wp SRXFRV DQRV DWUiV D UHYHODomR GHPRUDYD GLDV H WLQKD XP FXVWR PXLWR DOWR 3RXFRV de nós tiveram contato com a câmera analógica e se lembram das inúmeras GLILFXOGDGHV TXH VH WLQKD QDTXHOD pSRFD -DK\U 0HQGHV HVWi Ki DQRV QR UDPR IRWRJUiILFR H p XP GRV ~QLFRV IRWyJUDIRV TXH DLQGD WUDEDOKDP FRP D UHYHODomR GH ILOPHV HP SUHWR H EUDQFR ´e PXLWR ERP SRGHU UHOHPEUDU HVVHV PRPHQWRV (QWmR VHPSUH TXH WHQKR

23

Novas Gerações $ MRUQDOLVWD 8PDLWi 3LUHV DFUHGLWD TXH SRU Mi HVWDU LQVHULGD HP XP FRQWH[WR WHFQROyJLFR LVVR QmR D DMXGD HP QDGD ´'LVFRUGR GD LGHLD GH TXH D WHFQRORJLD SRGHULD PH DMXGDU HP UHODomR j IRUPD GH IRWRJUDIDU 3RLV WHPRV R PHVPR PpWRGR GH HQVLQR GD FkPHUD DQDOyJLFD TXH p R REWXUDGRU H R GLDIUDJPD $ ~QLFD GLIHUHQoD p TXH SRU FRQWD GDV LQRYDo}HV SRVVR YLVXDOL]DU D LPDJHP SUDWLFDPHQWH QD PHVPD KRUD HP TXH IRL WLUDGD H WHP R SURFHVVR GH SyV SURGXomR TXH p WUDWDU D LPDJHP µ &DGD SURÀVVLRQDO SUHVHQWH QR PXQGR GD IRWRJUDÀD SRVVXL DOJR TXH OKH Gi PDLV SUD]HU DR IRWRJUDIDU -RmR 9LFWRU GH 6RX]D WHP DQRV HVWi VH IRUPDQGR HP -RUQDOLVPR SHOD )$6$0 H Mi WUDEDOKD FRP IRWRV ´$PR HQVDLRV p R TXH HX IDoR FRPR SURÀVVmR PDV WDPEpP p R TXH HX VHPSUH TXLV IRWRJUDIDU µ -i 8PDLWi FRQWD TXH JRVWD PHVPR p GH IRWRJUDIDU FULDQoDV IDPtOLD H WXGR OLJDGR DR IRWRMRUQDOLVPR ´'H TXDOTXHU IRUPD QmR GHYHPRV QRV SUHQGHU DR SDVVDGR H VLP DFRPSDQKDU D HYROXomR WHFQROyJLFDµ

GH SURÀVVmR SRLV DFUHGLWDYD TXH QmR LULD FRQVHJXLU DFRPSDQKDU RV IRWyJUDIRV TXH HVWDYDP VXUJLQGR Mi OLJDGRV em toda essa revolução tecnológiFD µ (OH UHOHPEUD TXH ÀFRX SRXFR WHPSR DIDVWDGR H ORJR GHSRLV SHUFHEHX TXH D IRWRJUDÀD HUD PHVPR R TXH JRVWDYD GH ID]HU ´7LYH TXH DSUHQGHU WXGR GH QRYR PDV QmR WLYH SUREOHPD )XL EDVWDQWH GHGLFDGR TXDQWR D LVVR &DGD FOLHQWH WLQKD XP JRVWR H FKHJDYD FRP XPD QRYLGDGH (X DSUHQGLD FRP FDGD XP GHOHV H VHPSUH ID]LD GH WXGR SDUD VDWLVID]r ORV H HQWUHJDU R WUDEDOKR GR MHLWR TXH HOHV LPDJLQDYDP PHVPR TXH LVVR PH FXVWDVVH DOJXQV HVWXGRV H H[SHULPHQWRV 'LÀFXOGDGHV VHPSUH VXUJHP QD YLGD PDV WHPRV TXH QRV DGDSWDU µ


24 Impressões [ago | 2014] ENSAIO Fotos: Warley Couto Texto: Déborah Borges Diagramação: Joana Vargas

Não há encanto em seu labor... Não há encanto em seu labor Aos olhos de quem conta dinheiro Mas aqueles que catam o dia inteiro Cada coisa à qual não damos valor Reconstroem histórias e caminhos, Recriam a vida, encontram tesouros Não aqueles de ouro e prata, Mas de vidro, plástico, papel e lata E de luta, fé e dignidade. Afinal, o que é sustentabilidade? É o que eu faço e você também Para deixar um mundo melhor Àqueles que ainda vêm


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.