Junho / 2010
Esta publicação é impressa em papel 100% reciclado
2
REVISTA ecoLÓGICA Edição 5 Ano II junho/2010 www.revistaecologica.com www.revistaecologica.net
[ C A R T A
P A R A
O
L E I T O R ]
Ficaverde No dia 5 de junho comemora-se o Dia mundial do Meio Ambiente. A data foi recomendada em 1972 pela Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, em Estocolmo, na Suécia. Em 1981, o governo brasileiro decretou no território nacional, a Semana Nacional do Meio Ambiente. São quase 40 anos e muito pouco se avançou para que possamos ver a situação ambiental no mundo maior tranquilidade. Ao contrário do que poderia ter acontecido se medidas sérias tivessem sido adotadas e cumpridas neste período, ainda hoje estamos engatinhando na busca de soluções para minimizar os efeitos do aquecimento global, da falta de água que já afeta alguns países da Europa e África e do excesso de lixo. Como acreditamos que a caminhada começa com o primeiro passo, a Revista ecoLÓGICA tem se empenhado em fazer a sua parte enquanto veículo de comunicação e como parte da QI Empresarial, que tem como foco realizar ações que possam contribuir de forma efetiva para melhorar as condições ambientais que nos cercam. A partir deste posicionamento, decidimos realizar ações inicialmente, junto à comunidade próxima, dentro do Estado de Goiás, onde a revista está instalada. Conhecedores da realidade de nosso estado, aproveitamos o momento em que acontece, na cidade de Goiás, antiga Villa Boa e primeira capital do Estado, no período em que reúnem-se cineastas, ativistas e simpatizantes da causa ambiental, de vários países, durante a realização do XII Festival de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA) para lançarmos o FICAVERDE.
4
A ação do FICAVERDE terá início ainda este ano e tem como objetivo realizar a compensação dos impactos ambientais gerados pelo FICA. Este será um marco para mostrar que é possível a prática de ações sistemáticas e efetivas a favor do meio ambiente. O FICAVERDE é uma iniciativa privada que conta com parceiros de vários segmentos da sociedade, todos focados Izabela Carvalho em um trabalho de recuperação das áreas degradadas na região da cidade de Goiás. A ação de recuperação terá como base, cálculos realizados a partir de dados do consumo de energia, água e combustível no período do FICA, além do lixo gerado na cidade pelos visitantes e participantes do evento e quiçá de todos os impactos causados durante a produção dos fi lmes ambientais.. Com suporte técnico, acreditamos que no XIII FICA, poderemos ter dados mensuráveis e resultados positivos para demonstrar que é possível realizar ações ambientalmente conscientes e mantê-las. Desta forma, acreditamos que prestamos à sociedade e às gerações futuras o trabalho ao qual nos propusemos.
Izabela Carvalho
REVISTA ecoLÓGICA Edição 5 Ano II junho/2010 www.revistaecologica.com www.revistaecologica.net
SUMÁRIO Edição 5 - Ano II Junho de 2010
6 10 6 8 10
18
[REUTILIZAÇÃO]
Pneus usados revestem aterro em Palmas
[S E R I E D A D E ]
Conheça o consórcio pioneiro para a preservação do Ribeirão João Leite
[ E N T R E V I S TA ]
Dr. Michael Braungart fala sobre os produtos industrializados ecologicamente corretos
Publicação de responsabilidade da QI-Empresarial Soluções Autossustentáveis Ltda – ME Rua M3A, 327, Q. 27, L. 22 – P. Laranjeiras 74855-560 - Goiânia-GO CNPJ: 02.375.616/0001-72 Tel.: (62) 3622-8074 Fax: (62) 3282-8172 Cel.: (62) 8143-9358 www.qiempresarial.com www.revistaecologica.net
EXPEDIENTE DIRETOR PRESIDENTE Bosco Carvalho MTB 38
bosco@revistaecologica.net DIRETORA INTERNACIONAL Elke Seiwert elke@revistaecologica.net EDITORA EXECUTIVA Izabela Carvalho MTB 1058
izabela@revistaecologica.net
12
[ C U LT U R A ]
O som do Cerrado
ADMINISTRATIVO Douglas Fonseca douglas@qiempresarial.com
14
[ESPECIAL]
EDITOR FOTOGRÁFICO Edmar Welington de Mello
18
[ C R I AT I V I DA D E ]
22 24
Programação oficial do FICA e uma surpresa: o mapa da Cidade de Goiás com seus pontos mais importantes
Fátima Carvalho fatima@revistaecologica.net
O artista Fogaça e o reaproveitamento da sucata
COLABORADORA Letícia Macedo Bióloga PROJETO GRÁFICO Carlos Nascimento
[GOIÂNIA]
A capital mais verde do Brasil
[ S US T E N TA B I L I DA D E ]
COMERCIAL Ana Maria Camargo anamaria@revistaecologica.net
DESIGN GRÁFICO/DIAGRAMAÇÃO Juliano Pimenta Fagundes
Reduzindo o impacto ambiental do FICA
Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade dos autores. Todos os direitos reservados. Autorizamos a publicação de artigos e fotos, com a citação das fontes. Todos os envolvidos na edição da revista são profissionais autônomos, sem vínculo empregatício.
www.revistaecologica.com www.revistaecologica.net junho/2010 Ano II Edição 5 REVISTA ecoLÓGICA
5
[ R E U T I L I Z A Ç Ã O ]
Pneus usados revestem aterro de Palmas Izabela Carvalho
O
destino de pneus usados é um problema para a administração pública nas cidades brasileiras. Criado em 2001, o Aterro Sanitário de Palmas se tornou referência nacional justamente por aproveitar esse material. O projeto é
6
um dos poucos da região Norte que atende totalmente às especifi cações ambientais, construído com o que há de mais moderno nesse tipo de tecnologia. Em Palmas, Tocantins, Região Norte do país, a fi xação de pneus usados recolhidos, na proteção da
REVISTA ecoLÓGICA Edição 5 Ano II junho/2010 www.revistaecologica.com www.revistaecologica.net
manta geomembrana, utilizada no aterro, tem durabilidade de 100 anos antes de começar a se decompor, evitando assim a contaminação do solo pelo chorume (líquido gerado pela decomposição do lixo domiciliar), considerado 100 vezes mais contagioso que o esgoto doméstico.
[ R E U T I L I Z A Ç Ã O ]
Aproximadamente 20 toneladas de pneus usados, que estavam depositados no pátio do Centro de Controle e Zoonoses, foram usados no aterro
Ao contrário do que acontece em muitas cidades do país, o lixo recolhido em Palmas não é jogado a céu aberto, o que caracterizaria um “ lixão”. No Aterro Sanitário da Capital, o lixo é separado e classifi cado em doméstico, hospitalar e de construção, recebendo todo o tratamento exigido pelas normas de saúde ambiental. Engenheiro e lixólogo, João Marques aponta que “as vantagens para a uso são muitas”, além de retirar da Natureza um material que pode levar até 400 anos para se decompor. Outro ponto evidenciado por Marques é que os “pneus são possíveis criadouros para o Aedes aegypti”, mosquito proliferador da dengue e que seu uso no aterro dá fi m a esse problema. A área do Aterro de Palmas é de 30 mil m². Para a expansão em 7.2 m², cerca de 23,53%, foram reutilizados 6.500 pneus. Em Salvador, Bahia, o resultado é positivo, no aterro, comenta o lixólogo. O material também já é aplicado em erosões e na contenção de taludes de pontes e rodovias nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná.
www.revistaecologica.com www.revistaecologica.net junho/2010 Ano II Edição 45 REVISTA ecoLÓGICA
7
[ P R E S E R V A Ç Ã O ]
Um consórcio para proteger a vida
Carolina Oliveira
vido ao longo de 2009, com apoio técnico ioneiro no País e no mundo, o do Conselho Regional de Engenharia, Consórcio Intermunicipal da Arquitetura e Agronomia de Goiás (Crea) Área de Proteção Ambiental do e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Ribeirão João Leite de Goiás planeja ações Empresas em Goiás (Sebrae), no total de para transformar a região em exemplo 20 instituições, o Consórcio também quer de desenvolvimento sustentável para os trabalhar a comunicação e a conscientiquatro cantos do planeta. zação ambiental da APA do João Leite e Formada por Anápolis, Campo Limpo, garantir a melhoria ambiental da região Goianápolis, Goiânia, Nerópolis, Ouro e a qualidade de vida da população. Verde e Terezópolis – municípios goianos O prefeito de Terezópolis e presidente abrangidos pela bacia hidrográfica do curso do Consórcio, Uilton Pereira, acredita d’água –, a associação pretende proteger a que a unificação trará muitos benefícios diversidade biológica, disciplinar o processo às cidades, como na gestão pública, no de ocupação e assegurar a sustentabilidade tratamento da água, na adequação da ecodos recursos naturais da região. nomia local e, também, nos investimentos Fruto de um amplo trabalho desenvol- públicos e privados para os municípios.
P
8
REVISTA ecoLÓGICA Edição 5 Ano II junho/2010 www.revistaecologica.com www.revistaecologica.net
“Juntos conseguiremos encontrar saída para várias questões, além de aumentar a renda e o emprego para a população”, diz para emendar: “Queremos fazer desse projeto um exemplo para o Brasil”. IMPORTANTE AFLUENTE DO MEIAPONTE - O Ribeirão João Leite é hoje um dos principais afluentes do Rio Meia Ponte, um dos componentes da Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba. Nele está em construção a Barragem do Ribeirão João Leite, obra projetada para garantir o abastecimento de água à população da Grande Goiânia, estimada em 1,5 milhão de pessoas. A APA do João Leite foi criada pelo Decreto Estadual nº 5.704/2002 e
[ P R E S E R V A Ç Ã O ]
Um dos focos centrais da discussão em torno do João Leite é a gestão das águas que servem, em primeiro lugar, aos produtores rurais e moradores locais e, em segundo lugar, à população da região metropolitana de Goiânia
delimitada pelo Decreto Estadual nº 5.845/2003. Construída a seis quilômetros de Goiânia, tem vazão média de 6,23 m³/s e será responsável pelo abastecimento de água potável da região metropolitana da capital goiana. Com 53,3 metros de altura, a barreira de contenção e represamento de água chega a 472 metros de extensão. A área inundada será de 1.040 hectares, com capacidade para armazenar 129 bilhões de litros de água, suficientes para abastecer a 2,3 milhões de pessoas. A construção da barragem da APA, de acordo com Uilton, engessou a produção hortifrutigranjeira dos municípios que compõe o Consórcio, responsáveis hoje por 45% do abastecimento da Central de Abastecimento de Goiás (Ceasa). “Queremos oferecer água potável à Goiânia e região, mas é preciso que haja uma contrapartida. São necessários altos investimentos para adequação da nossa produção convencional para a orgânica. Existe todo um processo de migração e demanda tempo e investimentos”, diz. Para o prefeito, a existência do projeto e o empenho dos envolvidos evitam que o manancial enfrente processo rápido de degradação. “Resolvemos então criar projeto de desenvolvimento sustentável do João Leite, com idéias novas, atuais e contemporâneas, que vistam beneficiar os dois lados. Onde nada pode, tudo pode”, enfatiza. Também foram colocados como desafios no projeto capacitar as lideranças políticas municipais, para disseminar e uniformizar conceitos e práticas voltados à gestão ambiental e de recursos hídricos, auxiliar no planejamento do uso do solo e saneamento regional e ajudar no desenvolvimento de políticas públicas voltadas à sustentabilidade da região. Para este ano, aponta o prefeito, o consórcio prevê a elaboração de políticas integradas entre os municípios, implantação do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN Verde) e Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) ecológico, junto com outros tipos de incentivos fiscais para empresas não poluentes, a implantação dos programas municipais de coleta seletiva de lixo e a realização de cursos, capacitações e programas de neutralização de carbono nas festividades municipais.“Queremos atrair empresas limpas para a região, aquelas que estejam devidamente regulamentadas nos órgãos responsáveis”, adianta. As empresas também serão beneficiadas com a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, que já foi implantada em todos os municípios da região da APA. Com os tributos ‘verdes’, a idéia, explica,
é ter contrapartida do Estado e do município, com parte dos respectivos impostos, e aplicar em ações educativas socio-ambientais para toda a população. “Isso ajudaria a despertar maior consciência sustentável .” SOMENTE UM ATERRO - As melhorias nos aterros sanitários dos municípios envolvidos e a criação de mais um local unificado para a região estão entre as metas do consórcio. “ Não há necessidade de tantos aterros para cada localidade. Idealizamos um para todos os municípios, com tratamento e destino correto de resíduos sólidos”, descreve o prefeito. De acordo com Uilton, há ainda o programa Produtor de Águas, que oferece compensação financeira aos donos de nascentes para protegerem o local e, conseqüentemente, elevar o volume de água do Ribeirão. “Enquanto a previsão atual é de que o ribeirão abasteça Goiânia e região metropolitana até o ano de 2040, através deste projeto pode-se afirmar que há uma sobrevida de mais 40 anos”, pontua. “É um projeto sustentável onde os dois lados ganham: município e o meio ambiente.” O objetivo do programa é mudar a forma de trabalhar dos produtores rurais visando à proteção do reservatório natural e a geração de mais água com atividades como o reflorestamento. A experiência já foi colocada em prática em uma cidade de Minas Gerais, onde os proprietários rurais estão sendo remunerados pela iniciativa. O Programa Produtor de Águas da ANA embasou a elaboração da minuta do consórcio que envolverá, no mínimo, os municípios de Goiânia (sede), Terezópolis de Goiás, Goianápolis, Anápolis, Nerópolis, Campo Limpo de Goiás, Ouro Verde de Goiás, Senador Canedo, Trindade e Aparecida de Goiânia. O programa deve entrar em funcionamento ainda este ano. O próximo passo agora, diz Uilton, é formar um corpo técnico, composto por ambientalistas, engenheiros agrônomos, e arquitetos, para cuidar do licenciamento ambiental referente à APA e, a partir daí, aplicar ações educativas. Um dos primeiros beneficiados foram os garis de Teresópolis, que participaram de um curso de gestão de resíduos sólidos. Uilton enfatiza que agora são cinco municípios sem fronteiras, sem delimitações geográficas e com um só objetivo. “O projeto pode ser aplicado em qualquer região do País. São ações pioneiras, discutidas de baixo para cima. Não há donos. Todos têm os mesmos ideiais, falamos a mesma língua.”
www.revistaecologica.com www.revistaecologica.net junho/2010 Ano II Edição 5 REVISTA ecoLÓGICA
9
[ E N T R E V I S T A ]
Do berço ao berço Entrevista exclusiva à Revista ecoLÓGICA.
Elke Seiwert, Bosco Carvalho e Izabela Carvalho
na produção de novas janelas. Ou seja: eles recebem as janelas de volta e novas janelas são fabricadas, sem perdas de material. Uma cadeira de escritório que não é biodegradável, mas é projetada para ser facilmente desmontada. Todas as peças podem ser reutilizadas como componentes para uma nova cadeira ou para produtos similares. Aliás, é a cadeira de escritório mais vendida no mundo.
S
teven Spielberg simpatiza com a visão ambientalista do professor Dr. Michael Braungart, químico alemão. O conceito ambiental positivo, desenvolvido por Michael já está em uso, de forma bastante ampla na Holanda, Dinamarca e Califórnia. Empresas de vários países já mudaram coleções inteiras de produtos para adequá-los aos parâmetros estabelecidos pelo Dr. Michael. Steven Spielberg gostou tanto de suas idéias que anunciou realizar um documentário a respeito. Michael Braungart diz que reduzir resíduos, emissões de CO², minimizar e economizar não é o caminho certo. Qual é a vantagem de fabricar-se uma impressora que consome 20% a menos de energia, enquanto a tinta é altamente tóxica? “Posso queimar o papel e espalhar as cinzas no meu jardim?”, pergunta Dr. Michael. “Não, claro que não, porque esse cinza é altamente tóxica. No processo da tão louvada reciclagem de papel, a Alemanha está produzindo quantidades imensas de lama derivada do papel tóxico, contaminada por metais pesados contidos em tintas, plastificantes e alvejantes do papel. Até papel higiênico reciclado sobrecarrega o esgoto com metais pesados”, acrescenta. “Hoje em dia, produtos são reciclados, embora não tenham sido feitos para tal”, diz ele, e portanto, tudo deve ser reinventado ‘de novo’ brinca. Como isto pode ser feito? Ele mostra com seu amigo, o arquiteto americano William McDonough no best seller “Cradle to Cradle®”, (Do berço ao berço) que ao invés de “do berço ao túmulo”, seu Instituto Ambiental EPEA criou o “Cradle to Cradle®” para reverter definitivamente esta tendência. Mais de 600 produtos já foram desenvolvidos sob supervisão dos dois.
10
Dr. Michael Braungart
Uma camiseta, que ao ser compostada, vira humus, já é produzida pela Trigema Esporte e Lazer. Uma linha de roupas íntimas da Triumph, já é 100% berço ao berço: “Pure Origin”. Já podem ser adquiridas a preços baixos nas lojas e online. A empresa suíça Rohner produz tecidos compostáveis para cadeiras de escritório e de avião. Já são usados no Airbus 380. É um tecido que você poderia comer. Desde 1995, Braungart assessora a Nike na escolha de materiais não tóxicos. Em função disto, a Nike definiu objetivos ambiciosos: até 2011 todos os calçados cumprirão as normas do “Cradle to Cradle®”. Em 2015 todas as roupas e a partir de 2020 todos os produtos. Janelas isolantes, de vidro duplo, que não podem ser produzidos sem químicos tóxicos, não são mais vendidas, mas ‘alugadas’ por 25 anos. Depois, o fabricante Schüco as recebe de volta e são utilizadas
REVISTA ecoLÓGICA Edição 5 Ano II junho/2010 www.revistaecologica.com www.revistaecologica.net
[ E N T R E V I S T A ]
O tênis da Nike “Considered”, produzido de acordo com o conceito ‘Cradle to Cradle®’, é completamente compostável
Esta parece ser uma nova revolução industrial. De acordo com os princípios do “Cradle to Cradle®’, toda matéria circulará em somente dois circuitos: o técnico e o biológico. Tudo que é orgânico, tais como alimentos e produtos de consumo, como detergente, sabão e outros, ou tudo que pode ser compostável, pertence ao ciclo biológico. Produtos técnicos fazem parte do ciclo técnico. Os fabricantes aceitam os produtos de volta e os reutilizam para fabricar novos. Um mundo 100% livre de lixo. Somos os únicos seres vivos neste planeta que produzem lixo. As formigas, por exemplo, cuja biomassa é aproximadamente quatro vezes maior do que a nossa, são seres tão inteligentes que cada um de seus metabólitos serve como alimento para outros seres vivos. Assim, ajudam a natureza. Da mesma forma podemos fabricar apenas produtos que servem como nutrientes para outros organismos ou produtos. O pensamento cíclico vem de países que vivem já há milhares de anos seguindo estes princípios e que hoje ainda carregam dentro de si a consciência da vida e do universo cíclico. Quem pratica Yoga, Tai Chi Chuan ou outros exercícios para relaxar, que tem origem no oriente, talvez
possa ter uma idéia mais aproximada do que significa ‘pensar em ciclos’. Do berço ao berço, em vez de do berço ao túmulo (= lixo), combina três princípios culturais do pensamento, revelou Michael
ao telefone: “O complexo e profundo pensamento alemão, a predisposição à ação dos americanos e o pensamento oriental em ciclos. Desta forma, reúne os aspectos positivos de cada cultura”, finaliza.
www.revistaecologica.com www.revistaecologica.net junho/2010 Ano II Edição 5 REVISTA ecoLÓGICA
11
[ C U L T U R A ]
O Som do Cerrado
O que representa culturalmente o Cerrado? Que música ecoa neste bioma há séculos? São questões pertinentes a esses tempos em que se trata de preservação. Afinal, o ser humano não faz parte do meio ambiente? A cultura dos povos que sempre ocuparam o Planalto Central também não deve ser valorizada e preservada?
Luiz Climaco
Luiz Climaco
O
que representa culturalmente o Cerrado? Que música ecoa neste bioma há séculos? São questões pertinentes a esses tempos em que se trata de preservação. Afi nal, o ser humano não faz parte do meio ambiente? A cultura dos povos que sempre ocuparam o Planalto Central também não deve ser valorizada e preservada? As festas populares, que geralmente alternam ou misturam elementos sagrados e profanos, são exemplos de patrimônio cultural do Cerrado. A diversidade de folias de devoção em Goiás inclui a do Divino e a de Reis (as mais frequentes), a de São Sebastião, de São João e de Santo Antônio. Nessas folias são tocados ritmos tão diversos que somam dezenas de danças e ‘brincadeiras’ realizadas após os rituais religiosos. A miscigenação é um forte traço cultural do Centro Oeste, devido inclusive à sua posição geográfi ca central que absorve infl uências de todas as outras regiões do país. Isso se reflete, por exemplo, nas variações entre a Congada de Catalão (de origem mineira) e o Congo de Niquelândia, com elementos indígenas e mais próximos da cultura nortista. Na Chapada dos Veadeiros, no nordeste goiano, ocorrem duas folias na sequência: primeiro a do Divino (tradicional em vários locais do país e de origem portuguesa) e depois a de Nossa Senhora do Rosário. De raízes negras evidentes, esta folia termina com a Caçada da Rainha, quando é encenada a procura pela Princesa Isabel após a Abolição da Escravatura. Depois de
12
Folia de Reis achada, a princesa é consagrada popularmente como rainha e aí acontece o Batuque da Rainha, encerramento festivo da maratona foliã. Este é um folguedo de grande valor cultural para o Cerrado, assim como a Folia do Divino de Crixás (GO), que substitui as palmas da catira por pandeiros e apresenta um ritmo chamado ‘veadeira’ – que parece ser encontrado apenas lá. Também os Kalungas possuem rico patrimônio imaterial, que revela uma
REVISTA ecoLÓGICA Edição 5 Ano II junho/2010 www.revistaecologica.com www.revistaecologica.net
identidade única até entre os povos quilombolas: sua música e sua dança são mesmo típicas do Cerrado; suas letras e seus instrumentos, criados a partir dele. Essas são algumas amostras da diversidade e riqueza encontradas nesta região e que, sem dúvida, a representam. São festejos e eventos religiosos seculares, exemplos vigorosos de como a cultura popular resiste ao tempo e à modernidade sem deixar de se renovar. Assim como o Cerrado.
www.revistaecologica.com www.revistaecologica.net junho/2010 Ano II Edição 5 REVISTA ecoLÓGICA
13
*Fontes: International Commission for the Exploitation of the Seas (ICES), Organização das Nações Unidas e BBC Brasil.
O mundo não é um grande ralo.
Aproximadamente 6 milhões de toneladas de petróleo são despejados no mar a cada ano. Em cada quilômetro de superfície dos oceanos podem ser encontrados até 18 mil fragmentos de lixo plástico boiando. No mundo inteiro, cerca de 120 milhões de toneladas de nitrogênio são usadas a cada ano como fertilizante. Desse total, 100 milhões são lançados ao mar e 20 milhões são retidos nos alimentos que vão para a nossa mesa*. Nossas vidas dependem de um mundo mais saudável para se morar.
www.revistaecologica.com www.revistaecologica.net junho/2010 Ano II Edição 5 REVISTA ecoLÓGICA
17
[ C R I A T I V I D A D E ]
Inspiração recriada F
ogaça, artista plástico goiano, conseguiu com criatividade, sensibilidade e inspiração, reinserir no ambiente urbano, materiais que, até então eram considerados ‘lixo’. O artista conseguiu imprimir sua identidade em sucata, encontrada no aterro sanitário de Goiânia, que adquiriu status de obra de arte em um conjunto escultórico. A composição ocupa a Praça da Inspiração, na Avenida 85, Setor Marista. Na busca pelas peças ideais para a montagem do monumento, Fogaça fi cou impressionado com a quantidade de objetos “ainda em funcionamento”, que lá são depositados. “ É a demonstração de que somos uma sociedade do desperdício”, alerta. O artista aplicou na construção do monumento, chapa de maca hospitalar e até um ponto de ônibus, entre outros objetos. “Antigos equipamentos foram devolvidos à cidade como obra de arte”, salienta Fogaça. O conjunto escultórico é composto por um violão com 8 metros de altura e um ‘instrumento urbano’, com 5,5 metros, objetivo do artista é mostrar que na sociedade atual existe muito desperdício.
“Queremos chamar a atenção de outros artistas para a importância de utilizar sucatas, que ainda são capazes de exercer a função estética, quando tratados como obra de arte.” 18
REVISTA ecoLÓGICA Edição 5 Ano II junho/2010 www.revistaecologica.com www.revistaecologica.net
[ C R I A T I V I D A D E ]
O projeto foi idealizado por PX Silveira, presidente do Instituto Artecidadania, com apoio da Comurg (Companhia de Urbanização de Goiânia) e da Construtora EBM. PX Silveira explica que, a ideia surgiu a partir do relacionamento que ele e Fogaça possuem com o ex-presidente da Comurg, Wolney Wagner Siqueira Júnior, Waguinho. O objetivo era mostrar como é possível reaproveitar material descartado. “ Fogaça fez uma obra para o eterno. Reinseriu no urbano um material que estava descartado.” Além deste aspecto, o conjunto escultórico da Praça da Inspiração contém preservadas em blocos de cimento, 77 pares de mãos de pessoas que fi zeram algum bem para a cidade na área em que atuam. São médicos, poetas, artistas, empresários. A escolha do número de representantes inspiradores de Goiânia, foi uma alusão à idade da capital. Waguinho já havia apoiado outras intervenções artísticas na cidade, em viadutos e praças das artes. Impressionado com o resultado alcançado por Fogaça com sucata. “Acreditamos que o papel do governo é tirar a frieza do concreto e trazer a arte para perto do povo”.
www.revistaecologica.com www.revistaecologica.net www.revistaecologica.net junho/2010 junho/2010 Ano AnoIIII Edição Edição55 REVISTA REVISTAecoLÓGICA ecoLÓGICA www.revistaecologica.com
19
20
REVISTA ecoLÓGICA Edição 5 Ano II junho/2010 www.revistaecologica.com www.revistaecologica.net
www.revistaecologica.com www.revistaecologica.net junho/2010 Ano II Edição 5 REVISTA ecoLÓGICA
21
[ G O I Â N I A ]
A capital mais v
Rarquel Dourado - AMMA
G Parque Vaca Brava
oiânia não recebeu do Instituto Brasil Américas o título de “Capital Brasileira com Melhor Qualidade de Vida” por acaso. Desde 2005, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma), hoje Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), investe intensamente na preservação das áreas verdes da cidade. O número de parques totalmente implantados, em janeiro de 2005 era de 6. O número quadriplicou, com um salto para 24, em março de 2010, o que fez da capital, referência nacional em termos de preservação ambiental. Os 6 parques totalmente implantados são: Areião, Vaca Brava, Gentil Meireles, Lago das Rosas, Botafogo e Bosque dos Buritis. Hoje, a cidade conta com os Bosques do Café, José Eduardo Nascimento, Boa Vista, Bougainville e Índia Diacuí e com os Parques Flamboyant, Sabiá,
Beija-Flor, Taquaral, Liberdade, Fonte Nova, João Carlos Fernandes (Parque da Lagoa), Itatiaia, Nossa Morada, Cascavel, Carmo Bernardes, Parque Bosque das Laranjeiras e Jerivá (18º). Além disso, a Amma promoveu a completa revitalização do Bosque dos Buritis e fi naliza agora as obras do Lago das Rosas e do Parque Areião. A Amma também investe maciçamente na arborização urbana. Por meio do Programa Plante a Vida, implantado em junho de 2005 e considerado hoje o maior programa de plantio voluntário do mundo, mais de 1,2 milhão de mudas de espécies nativas do cerrado foram distribuídas à população de Goiânia. Conforme levantamento da Agência, cerca de 81% das pessoas que recebem as mudas fazem o plantio correto e garantem a sobrevivência da árvore.
Parque Flamboyant
22
www.revistaecologica.net www.revistaecologica.net REVISTA ecoLÓGICA Edição 5 Ano II junho/2010 www.revistaecologica.com
[ G O I Â N I A ]
verde do Brasil Bosque dos Buritis
Levantamento realizado pela Amma, mostra que Goiânia é a capital brasileira com maior número de metros quadrados de áreas verdes por habitante no Brasil, possui 94 m² de áreas verdes por habitante. Os números superam Curitiba, que possui 51 m² de área verde por habitante e era, até então, considerada a capital brasileira que ocupava o primeiro lugar no ranking desse tipo de comparativo. A campeã mundial, a cidade de Edmonton, no Canadá, tem um quantitativo pouco maior: 100 m² de área verde por habitante. Conforme a Organização das Nações Unidas (ONU) é recomendável que uma cidade tenha pelo menos 12 m² de área verde por habitante. Goiânia supera hoje em quase 8 vezes esse índice. Goiânia também é a capital brasileira com o maior número de árvores plantadas em vias públicas, de acordo com levantamento dos técnicos da Amma. Com cerca de 950 mil árvores plantadas. Supera Curitiba (cerca de 300 mil árvores) e João Pessoa (cerca de 40 mil), até então, referências nacionais em termos de arborização. O estudo mostra que há 0,79 árvore por
Parque Cascavel
habitante em Goiânia, enquanto em Parque Areião, que atendeu quase 20 mil Curitiba esse índice é de 0,17 e em João alunos no ano passado. A prova de que as ações desenvolvidas Pessoa de 0,06 árvore por habitante. Para envolver a comunidade no trabalho pela Amma primam pela responsabilidade preservação do meio ambiente e reforçar de, inovação e dinamismo foi o fato de a fiscalização, a Amma implantou o Tele- projetos lançados nessa gestão, como o fone Verde (161), que é uma iniciativa de Ecomóvel, o Telefone Verde e o Plante a sucesso. De dezembro de 2006, quando Vida terem sido citados por representanfoi implantado, a novembro de 2009, o tes da Organização das Nações Unidas serviço registrou aproximadamente 200 (ONU) como referências de iniciativas mil atendimentos dos mais diversos tipos que envolvem a comunidade na proteção de poluição (sonora, hídrica, atmosférica) ao meio ambiente. Em Curitiba, no dia e ajudou a coibir casos de depredação aos 27 de março de 2007, durante a reunião recursos naturais. preliminar da Conferência das Partes da A Amma também se destaca nas ações Convenção sobre Diversidade Biológica de educação ambiental. Um dos exemplos (COP9), a diretora-executiva do Proé o Ecomóvel, um ônibus especialmente grama das Nações Unidas para o Meio equipado para a realização de atividades Ambiente (PNUMA, na sigla em inglês), de educação ambiental, que já atendeu Julia Krause, conclamou outras capitais a mais de 50 mil pessoas. A agência também seguirem os passos da Amma e elogiou conta com a Sala Verde, implantada em os três projetos. dezembro de 2006, que possui um acervo de quase 800 livros sobre temas relacionados ao meio ambiente, disponíveis para O roteiro dos parques consulta pública. Desde a sua criação até de Goiânia pode ser conferido novembro de 2009, foram 5.151 consultas. no www.revistaecologica.net Outro destaque é a Vila Ambiental, no www.revistaecologica.com www.revistaecologica.net junho/2010 Ano II Edição 5 REVISTA ecoLÓGICA
23
[ S U S T E N T A B I L I D A D E ]
Compensação ambiental dos impactos do FICA
Izabela Carvalho
A
Revista ecoLÓGICA lança no XII FICA (Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental) o projeto de compensação dos impactos ambientais desta edição do festival e das anteriores. Com o objetivo de atender às exigências técnicas do trabalho que será lançado em junho e realizado no decorrer do ano, a QI-Empresarial Soluções Autossustentáveis, editora da Revista ecoLÓGICA, fechou parcerias com instituições e empresas como a Semarh (Secretaria de MeioAmbiente e Recursos Hídricos), Sefaz, Prefeitura Municipal e Secretaria de Meio Ambiente da Cidade de Goiás, Ambiência, Embrasca Consultoria Ambiental, Clube de Engenharia de Goiás e do CREA-GO, que irão dar suporte estratégico e operacional na
24
compensação dos impactos ambientais do FICA. A iniciativa é apoiada pelo Secretário Estadual de Meio Ambiente, Roberto Freire, que salienta a importância da compensação de carbono em um evento como o FICA. “ Dentro do pensamento de sustentabilidade, este projeto de mitigação dos gases do efeito estufa é uma demonstração de que o festival trata de questões ambientais e está preocupado realmente com a qualidade ambiental do planeta. O exemplo deve ser seguido pelos grandes eventos de nosso estado. O festival que tem peso internacional e não pode fi car sem medidas deste porte”, anuncia. De acordo com o Diretor Comercial da QI – Empresarial, Bosco de Carvalho, a iniciativa visa valorizar ainda mais o trabalho que é realizado pela AGEPEL, durante o festival e servir de inspiração
REVISTA ecoLÓGICA Edição 5 Ano II junho/2010 www.revistaecologica.com www.revistaecologica.net
para outros eventos que acontecem em Goiás. “O FICA foi escolhido por se tratar de um evento que já faz parte do calendário cultural do Estado. O grande número de inscritos nesta 12ª edição, comprova a credibilidade e prestígio internacional do FICA, e principalmente, pelo caráter ambiental que apresenta, com a participação de cineastas e artistas de outros países”, salienta. Bosco Carvalho, em recente visita ao atual Secretário da Fazenda do Estado de Goiás, Célio Campos de Freitas Júnior, na ocasião, ainda à frente da Chefi a do Tesouro Estadual, foram parabenizados pela iniciativa. Na opinião dele, a compensação dos impactos ambientais do FICA será de grande valia para a região do Vale do Rio Vermelho e para o Estado de Goiás.
[ S U S T E N T A B I L I D A D E ]
O Presidente do Clube de Engenharia de Goiás, engenheiro Dolzonan da Cunha Mattos e o publicitário Bosco Carvalho, firmaram no dia 7 de maio, acordo de cooperação entre o Clube de Engenharia e a QI-Empresarial para apoio estratégico, operacional e institucional à proposta de compensação dos impactos ambientais do FICA, colocando a chancela do Clube de Engenharia como parceiro de apoio e as instalações para reuniões e palestras sobre o projeto. Dolzonan enfatiza que a participação da entidade é importante pois congrega profissionais que atuam não só diretamente na área ambiental, como outros que atuam direta ou indiretamente na execução de projetos de recuperação de áreas degradadas. O Clube de Engenharia confirma assim, sua politica de práticas ambientais saudáveis, já que foi premiado em 2008, por seu projeto de desimpermeabilização do solo na área da sede do clube, fazendo parte da nascente do Córrego Buriti. Presenciaram o encontro, o Gerente Administrativo do Clube de Engenharia de Goiás, Jesus Rodolfo Ferreira de Siqueira, o engenheiro, Valdemar Junqueira, Membro do Conselho Deliberativo e a Coordenadora de Eventos da entidade, Déborah Ferreira. Presidente do CREA-GO, engenheiro Gérson de Almeida Taguatinga, reiterou o apoio da instituição, em conversa telefônica com Bosco Carvalho, ao saber do acordo de apoio firmado com o Clube de Engenharia afirmou, “o CREA-GO não só apoia, como tem o dever moral de fazê-lo, pois representa uma classe de profissionais que atua com empenho e grande interesse pela proteção e preservação do meio ambiente”. Júlio Rotelli Crosara Filho, secretário de Meio Ambiente da Cidade de Goiás, afirma que o trabalho de compensação ambiental é importante para o município. “Vamos minimizar os impactos deste tempo todo. O trabalho será realizado durante o ano todo. Queremos, no ano que vem, mostrar os resultados positivos
A melhor forma de neutralizar as emissões de CO² ocorridas em função do FICA é o plantio de árvores que, além de absorver o carbono da atmosfera, garantem a manutenção e a recomposição da mata ciliar, a preservação dos recursos hídricos e da biodiversidade, além do combate à erosão e à desertificação
para o meio ambiente local”, comemora. Para que o trabalho seja efetivo, Júlio, que é geógrafo e especialista em gestão e educação ambiental, explica que todas as ações, como reflorestamento de nascentes e praças, serão realizadas de forma ordenada, com ações periódicas para que sejam alcançados os melhores resultados. Prefeito da Cidade de Goiás, Marcio Ramos Caiado, explica que a compensação é importante para toda a região. De forma integrada com a educação ambiental e com o recém criado, Forum de Desenvolvimento Sustentável do Vale do Araguaria, o momento é oportuno também para que sejam discutidas as questões ambientais da região. “Como um dos principais focos
do FICA é a educação ambiental, também teremos oportunidade de tratar do assunto com a participação dos outros municípios e da população”, anuncia Ary Soares superintendente do IBAMA, em Goiás, ficou entusiasmado com a iniciativa de compensação dos impactos ambientais do FICA e propôs ainda, o estabelecimento de corredores biológicos na região Secretário Estadual de Agricultura e Abastecimento de Goiás, Leonardo Veloso, assinou com a QI – Empresarial, um protocolo de intenções, no qual prometeu mobilizar todos os recursos de competência da Secretaria para apoiar a iniciativa.
www.revistaecologica.com www.revistaecologica.net junho/2010 Ano II Edição 5 REVISTA ecoLÓGICA
25
Com compensação
12 anos de FICA movimentaram cerca de 1.300.000 pessoas. Toneladas de lixo foram geradas. Milhares de metros cúbicos de água foram consumidos. Imensas quantidades de energias, em sua maioria não renováveis, foram gastas. Ou seja: cerca de 260 Toneladas equivalentes de Dióxido de Carbono foram emitidas. Isto é um impacto ambiental considerável! E o FICA só dura 5 dias por ano. Imagine o impacto ambiental que uma indústria metalúrgica causa! O FICA transforma a antiga Villa Boa de Goyaz no palco internacional de multiplicação de consciência ambiental. Além da premiação de filmes e vídeos que estimulam diretores verdes a produzirem mais filmes ambientalmente maduros , oficinas capacitam pessoas a reutilizarem resíduos para produzirem artes e utilidades; conferências emprestam o caráter de seriedade ao evento e muitas pessoas ficam felizes ao reverem antigos amigos e a fazerem novos. Nós da QI-Empresarial, editores da Revista ecoLÓGICA e criadores do Prêmio Prefeito ecoLÓGICO, apoiados por parceiros institucionais e estratégicos lançamos aqui o FICA VERDE para fazermos da compensação dos impactos ambientais deste e dos 11 FICA do passado uma ação no presente. Junte-se a nós e torne-se um ativista ambiental consciente. www.ficaverde.com
26
REVISTA ecoLÓGICA Edição 5 Ano II junho/2010 www.revistaecologica.com www.revistaecologica.net
Sem compensação
FICA
VERDE
Rua M3A, 327, Q. 27, L. 22 – P. Laranjeiras - 74855-560 - Goiânia-GO Tel.: (62) 3622-8074 - Fax: (62) 3282-8172 - Cel.: (62) 8143-9358 www.qiempresarial.com - www.revistaecologica.com - www.revistaecologica.net
www.revistaecologica.com www.revistaecologica.net junho/2010 Ano II Edição 5 REVISTA ecoLÓGICA
27