ANO III - NÚMERO 11 - MAIO 2017 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA - VENDA PROIBIDA - TIRAGEM: 5.000 EXEMPLARES
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Nesta edição capturamos NAKED GIRLS & AEROPLANES e TREM FANTASMA. Confira e participe indicando artistas para o CAPTURA MUNDO LIVRE.
L U D O V I C
#11 GIALLOS . BFACE . LARA E OS ULTRALEVES . JANINE MATHIAS TRISKA . BANANEIRA BRASS BAND . BLINDAGEM
E IX ICA S A B ÚS TI A M RÁ OR G G A
LUDOVIC///Lá se vão mais de 15 anos desde que o LUDOVIC surgiu. Uma banda que mexeu com a vida de tanta gente, como raramente se vê. E um retorno como esse em 2017, definitivamente, não pode passar em branco.
Foto: Rick Costa
É um tanto divertido lembrar desse período que o Ludovic existiu oficialmente – até 2008. Se não em todos, mas em grande maioria dos shows, os lugares eram quase impróprios para bons ouvidos: equipamentos de som ruins, muito aperto, reclamações para baixar a música e por aí vai. Fruto direto da cena punk, o Ludovic soube usar as dificuldades a seu favor para se fazer entender como poucas bandas do cenário independente brasileiro conseguiram. As letras de Jair Naves chegavam aos sedentos por música como um soco no estômago. Era algo diferente do que estávamos acostumados a escutar. Estrofes raivosas, diretas, mas que continham tanto significado que várias delas passaram a ser cantadas quase como mantras pelo público ensandecido nos shows. Era um período de virada na cena independente. A Internet passou a ser uma via concreta, que acolheu uma geração em plena transição de conceitos, opostos a uma vida ortodoxa. Um público que começava a plantar a semente da desconstrução social, atrelado ao ideário punk, como questões de gêneros, por exemplo. Esse público viu naquele magrelo vocalista punk de sapatos e calça social uma referência. Emos, hardcore, rockeiros, indies, góticos. O Ludovic conseguia juntar esse povo todo, da Verdurada ao Hangar 110; do Outs ao boteco sujo numa cidadezinha do interior. É uma convergência de referências nada óbvias, de Pulp a Joy Division, de Minor Threat a Replacements, passando por Mission of Burma, Fellini e, claro, o punk paulista. E você pode perguntar: como essa intensidade pode estar mantida tanto tempo depois? Basicamente, a gente responde: uma das fórmulas (se assim podemos chamar) do Ludovic era a sinceridade e entrega em suas músicas. E isso não mudou. O peso da guitarras, os riffs. Os timbres absurdos, que por si só se fazem reconhecer. Jair, Zeek Underwood e Eduardo Praça, da formação clássica, mais o baterista Rodrigo Montorso, são caras que estão até hoje EDITORIAL////O QRtunes – Música Para Todos se prepara, ralando para colocar suas composições no mundo. preocupado com o futuro e com o mínimo de bom senso, Seja no projeto solo de Jair, no NavesHarris, no Apeles, no Mudhill, a gana de fazer música é a mesma. No Ludovic isso tudo vira uma convergente panela de pressão em favor de uma música que, personificada, te pega pelos ombros e olha fixamente em seus olhos. Se você duvida, não hesite em cancelar qualquer compromisso para presenciar um show dos caras. Não é exagero dizer que toda vez que o Ludovic pisou no palco, a vida de alguém foi transformada na plateia. Pergunte a quem estiver por lá. – de Paulo Borgia e Fernando Lalli
para tempos mais difíceis. Não vamos desistir. Vamos resistir. Imagem da capa: Daniel de Paula para Ludovic EXPEDIENTE Gladson Targa Editor/Idealizador Design Gráfico Gladson Targa Redação Bê Müller e Abonico Smith Produção Executiva Ludmila Nascarella Produção Gráfica Gladson Targa Impressão Gráfica Monalisa Distribuição Local Capivara Bike Courier Distribuição ECT Correios Captação de Recursos Sauí Produções
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Foto: Telly Savalas
O riff marca em loop o compasso minimalista da marcha que precede o ataque; o manifesto na ponta da língua em riste. A trilha do dia-a-dia indigesto que nos assombra. Blaxxxploitation, single do EP homônimo da GIALLOS, é conciso e visceral.
Foto: Niceli Silva
Com produção de Frates, O Infame entrega um BFACE do com a realidade dos jovens negros e de periferia Bra direito de ir e vir cerceado pela desconfiança dos “cidadã baseada em argumentos rasos e o pouco caso oportuno.
Ao trazer elementos do rap, hip-hop e soul à cadência do samba, JANINE MATHIAS cria um estilo próprio, recheado de flow e passo torto na direção certa. Vício Ruim é uma dessas canções que acolhem e inspiram, sem cobrar nada em troca.
Em seu mais recente trabalho, JOÃO TRISKA declara América do Sul, transbordando e rompendo as frontei iludem e dividem. Moderna, sua música dialoga com sem perder a personalidade regional, com forte presen Iguassul, que batiza o belíssimo trabalho do composito
a seu amor à iras que nos o universal nça no single or.
Foto: Beatrice Fidalgo
Foto: Divulgação
Fúria é metal pesado, gritado a plenos pulmões, indignado e cheio de groove. A BANANEIRA BRASS BAND vem com um maracatu
E preocuparasil afora: o ãos de bem” .
Foto: Felipe Calil
Foto: Divulgação
urbano, com ares de festa e de basta; sopros e percussão em função da alegria, do movimento e do manifesto político
Não Tem Volta lembra que se desprender do passado é um gesto de amor. E ainda pode ser divertido e colorido. O último single do álbum Em boa hora, de LARA E OS ULTRALEVES, é um funk retrô dançante e ensolarado, pra fechar o dia com sorriso na cara e encarar o que vier pela frente.
CAPTURA MUNDOLIVRE NÓSVAMOS PEGARO SEU SOM
+ POSITIVO
A bela balada viajante High Paradise é o single do novo EP da NAKED GIRLS & AEROPLANES que traz mais um primoroso arranjo vocal, marca registrada do trio.
NEGATIVO
COR
Este mês, capturamos Naked Girls & Aeroplanes e Trem Fantasma. Confira na programação da rádio e aí ao lado. FIQUEM LIGADOS NA PROGRAMAÇÃO E INDIQUEM EM NOSSAS REDES SOCIAIS BANDAS PARA CAPTURARMOS! CMYK > 5,100,46,0 RGB > 227, 21, 94 HEX > e3155e
OUÇA O CAPTURA MUNDO LIVRE TODO DOMINGO, ÀS 22H. @MUNDOLIVREFM 41 99257 9390
Dias Confusos, do álbum Lapso, é o single da TREM FANTASMA que nos situa no agora: expectativas bloqueiam a luz e nos impedem de seguir adiante com passos firmes.
O baixista Paulo Juk pertencia a esta turma, cujas figuras centrais eram o quarteto A Chave e seu letrista-mor, o poeta e agitador cultural Paulo Leminski. No auge de seus vinte e poucos, ele tentava, sem muito sucesso, manter ua fixa duradoura para a sua banda. Até que nos meados daquela década um toque valioso de seu guru oriental veio bem a calhar: continuar apostando no contraditório nome Movimento Parado não iria dar em nada. Dito e feito. Após ver na televisão uma reportagem sobre o uso de tanques blindados em uma guerra no Oriente Médio, veio o estalo e a ideia de um nome que, na época, não era nada comum. E mais. Blindagem Blindagem, pelados no TUC. passava a ideia de força, poder e resistência. Algo cujo conceito caía como uma luva para jovens influenciados pelo peso do rock.
Ouça Oração de Um Suicida, da Blindagem, no qrcode.
APOIO
Foto: Acervo Blindagem
CAPÍTULO 11 No final da da década de 1970, a cultura jovem em Curitiba era de uma efervescência só. Cinemas exibiam, à meia-noite, as chamadas “sessões malditas”, com filmes gravados em concertos de grandes nomes mundiais do rock, como Pink Floyd, Led Zeppelin e Janis Joplin. Músicos formavam bandas para tocar repertório autoral e faziam shows com frequência em teatros, clubes, festivais e concursos– e ainda tiravam um bom trocado com estas apresentações realizadas não só na capital paranaense como também em outras grandes e pequenas cidades brasileiras. Era tudo marginalizado, claro, graças aos resquícios dos anos de ferro da ditadura militar que pesaram a mão no país não fazia muito tempo atrás. Mas que era divertido era.
O vocalista d’A Chave, Ivo Rodrigues, começou a fazer jornada dupla no grupo de Juk depois de perceber que ali seria um grande caminho para explorar um repertório mais lento, melódico, baseado na união das guitarras com a veia folk do bom e velho violão embalando versos sobre a natureza e as relações entre os seres humanos. Leminski assistiu a um show no Rio de Janeiro – batizado Ivo e Blindagem – e se prontificou de imediato ajudar a escrever as letras para as novas composições. /////Continua no site. INCENTIVO
PROJETO REALIZADO COM O APOIO DO PROGRAMA DE APOIO E INCENTIVO À CULTURA - FUNDAÇÃO CULTURAL DE CURITIBA E DA PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA.