QRtunes#05 NOV 2016

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FALO

SINGLE DO ÁLBUM PRINCESA (2016)

ANO II - NÚMERO 5 - NOVEMBRO 2016 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA - VENDA PROIBIDA - TIRAGEM: 5.000 EXEMPLARES

CARNE DOCE

© Copyright 2014-2016 - Todos os direitos reservados

LUISA MAITA AÍLA THE SHORTS TAYS VILLACA OLDSCRATCH BÁRBARA EUGÊNIA WHIR

#5

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Os números cada vez mais alarmantes da violência contra a mulher tornam necessárias medidas políticas sérias, políticas públicas que protejam a mulher da violência masculina, naturalizada em nossa sociedade. É preciso falar com os homens. É preciso acabar com o feminicídio. É preciso mudar essa realidade. CARNE DOCE, LUISA MAITA, AÍLA, THE SHORTS, TAYS VILLACA, OLDSCRATCH E BÁRBARA EUGÊNIA, são as vozes escolhidas para essa edição. Muitas outras virão. EXPEDIENTE Gladson Targa Editor/Idealizador Design Gráfico Gladson Targa Redação Abonico Smith Produção Executiva Ludmila Nascarella Produção Gráfica Gladson Targa

CARNE DOCE /////// Provocativo. Sempre. O tempo todo. Porque é necessário provocar. Porque arte é provocação e Carne Doce deveria se tornar sinônimo de arte que provoca, que fala o que vem a mente sem pensar muito porque é inteligente, cheio de verdade, de justiça, com o dedo na cara, com palavrão e cuspe e sangue nos olhos e tudo aquilo que precisa ser dito, que está embargado, sufocado, saindo em forma de poesia, docemente. O contraditório provocativo no feminino cru, selvagem de Salma Jô, vocalista do quinteto Goiano que acaba de lançar Princesa, primeiro álbum que vem provocando orgasmos sísmicos por onde passa.

Falo, single do álbum, expõe uma cena comum no cotidiano feminino quando o homem usurpa, ofusca a voz e o protagonismo da mulher e justifica isso com galanteios, flores de plástico ou bordões machistas. Uma canção sinuosa, tensa, enérgica com uma progressão sutil ao mesmo tempo que ruidosa, nervosa. A voz de Salma Jô envolve o ouvinte quase como se estivesse na sua frente, encarando, olho no olho e dedo na cara, chamando pro embate. Porque já se foi o tempo de ficar ouvindo merda e sair calado... Não é só um discurso feminista, urgente e necessário. É um discurso lógico que depende do mínimo de inteligência emocional. Coisa rara!

Foto: Rodrigo Gianesi

EDITORIAL//// O QRtunes - Música Para Todos Nº 5 criou uma playlist com vozes femininas da nova cena independente nacional sem sinônimos ou adjetivos que as defina pela objetificação da beleza. Uma lista muito distante de ser definitiva e que só tende a aumentar a cada dia. Vozes femininas empoderadas que cantam a plenos pulmões as diferentes faces da luta diária da mulher brasileira num país onde a desigualdade se apresenta em suas diversas faces e a luta contra a violência contra a mulher é pauta obrigatória, imprescindível.

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Foto: Julia Rodrigues

Foto: Julia Franco Braga e Patricia Araujo

Rápido, single do álbum Em Cada Verso um Contra-ataque, da paraense AÍLA, fala da velocidade incessante do tempo em que vivemos, de como vamos para a frente atropelando tudo e todos, sem nos dar conta de que estamos dando voltas, por vezes indo direto ao retrocesso. Dançante e político sem ser panfletário.

Segundo LUISA MAITA, o single Fio da Memória, do álbum homônimo lançado em setembro, é um lamento negro com timbragem eletrônica que procura traduzir elementos passados de geração para geração. Um olhar para a origem e a ancestralidade; a história do Brasil e suas raças. Um samba inundado pela música eletrônica, ligeiramente tribal que viaja por paisagens desertas, aldeias e metrópoles cinzentas.


Um transe contínuo na levada do baixo embriagado de efeito; algo de sombrio espreita em uma praia vazia… Vivid Vision é o single do álbum Dawn, primeiro registro cheio da curitibana THE SHORTS, lançado no início desse mês e que as embarca em uma turnê pelo nordeste brasileiro. Foto: Isabela Mariana

Criadora do projeto Banda de Uma Preta Só, TAYS VILLACA interpreta e compõe a música brasileira influenciada pela cultura africana, da percussão aos beats eletrônicos e o flerte inevitável com o rap. Vai, single do álbum que será lançado em dezembro, fala sobre violência doméstica e o empoderamento da mulher, em evidência aqui a mulher negra, contra a cultura massacrante de submissão e medo do patriarcado.

Foto: Divulgação


OLDSCRATCH é um trio feminino de Maceió que desce pesado a mão em um punk-grunge sem papas na língua. Marido e Mulher? é o single do álbum Padrões de Conversa, lançado esse ano e que traz a revolta que sustenta a luta feminina, perene e incansável, que problematiza uma das questões mais sensíveis e caras de nossa sociedade: a violência contra a mulher. Foto: Marcelo Cruz

baixe o app.br/radiotreze Foto: Marcos Vilas Boas

casatreze.com.

Parece que tudo é clichê em Besta, uma canção com ares de hit chiclete de novela que vira o jogo e se expõe irônico, quase como um beijinho no ombro. Dançante, pop e elegante, BÁRBARA EUGÊNIA abre o álbum Frou Frou com esse single alegre, feminino e empoderado, de coração aberto pra cilada, de olho no amor virando a esquina…


AS MENINAS SUPERPODEROSAS DA CAPITAL PARANAENSE Nas suas primeiras décadas, o rock’n’roll sempre foi um território essencialmente masculino. Às garotas cabia o lugar de fãs na plateia e, no máximo, soltar a voz e fazer de sua imagem uma implícita mola para o objeto de desejo para os fãs. Eram bem poucas que se aventuravam a subir nos palcos e mostrar que tocar instrumentos sempre foi algo independente de questões de gênero. Até que veio uma turma punk e começou a subverter um monte de regrinha invisível no circuito musical. A presença de grupos femininos e frontwomen menos doces e tão mais agressivas quanto questionadoras começou a virar algo normal quando o embrião do punk rock novaiorquino tomou as ruas londrinas de assalto nos meados dos anos 1970. Bandas como Slits, Siouxsie & The Banshees e X-Ray Spex passavam a mostrar ao público consumidor de música jovem que a reprodução dos modelos machistas então vigentes na ainda patriarcal sociedade occidental era um grande absurdo. Mais uma vez, o rock servia de suporte para revoluções. Desta vez na questão de gênero.

CAPÍTULO 5

Ouça Goodbye, Honey, do Whir, no qrcode.

Foto: Divulgação

Não tardou para acontecer, do outro lado do Atlântico e na terra onde o rock foi gestado, a consolidação de um mercado musical à margem do mainstream. Cada vez mais selos e bandas independentes pipocavam por todos os EUA na década de 1980. Desta efervescência nasceu o movimento riot grrrl nas cidades de Olympia (grande centro universitário ao lado de Seattle) e Washinton DC (capital política do país).

Karol Conka, rapper curitibana, dando a letra no Lollapalooza 2016. APOIO

Os primeiros ecos do girl power no rock brasileiro foram ouvidos em São Paulo, com bandas oriundas dos subterrâneos da grande metrópole, como Mercenárias e Metrô. Foram também os anos de consolidação comercial de Rita Lee, que saíra uma década antes dos Mutantes porque não queriam dar mais espaço e voz a ela dentro do grupo. Em Curitiba os ecos ainda eram bem tímidos. //////////// Continua no site. INCENTIVO

PROJETO REALIZADO COM O APOIO DO PROGRAMA DE APOIO E INCENTIVO À CULTURA - FUNDAÇÃO CULTURAL DE CURITIBA E DA PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA.


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