Sexo, drogas e dinheiro monet 147 junho2015

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“DINHEIRO NA MÃO É VENDAVAL”,

Com certeza. Gostaria muito de olhar para trás e poder dizer que em todos os casos fiz a escolha mais ética e inteligente. Mas se eu tivesse feito, não estaria onde estou hoje”, diz Jordan Belfort em entrevista exclusiva à MONET. Essas escolhas das quais Jordan não se orgulha foram relatadas em detalhes no livro autobiográfico O Lobo de Wall Street, que virou filme nas mãos de Martin Scorsese. A obra foi escrita durante os 22 meses que Jordan passou na prisão. Dono de uma lábia invejável, ele fundou a corretora Stratton Oakmont em 1985 e, por meio dela, perpetuou um esquema para lucrar enganando investidores com venda de ações valorizadas de forma fraudulenta. O que se seguiu foi

um dos maiores escândalos financeiros da década de 1990 nos Estados Unidos e levou Jordan Belfort a uma dívida milionária com mais de 1.500 investidores. Mas foram os gastos com viagens, carros de luxo e as festas regadas a álcool e drogas que chamaram a atenção no filme protagonizado por Leonardo DiCaprio. Ao seu lado, o fiel escudeiro Donnie Azoff (interpretado por Jonah Hill, e baseado no empresário Danny Porush) participava dos esquemas e consumia com ele altas doses de cocaína e da droga Quaalude, que caracterizam uma das cenas mais marcantes do filme. “[DiCaprio e eu] passamos muito tempo juntos lendo o roteiro, linha por linha, certificando de que soava autêntico. O momento mais engraçado que tivemos foi em sua casa na Califórnia, quando eu estava ensinando a

ele sobre as várias fases do efeito do Quaalude. Nós estávamos rolando no chão quando o pai dele entrou e não conseguia acreditar no que estava vendo”, conta. Com cinco indicações ao Oscar e mais de US$ 390 milhões arrecadados em bilheteria, o filme de Scorsese foi obrigado a modificar nomes verdadeiros da maioria dos personagens. Isso porque, em acordo com o governo americano para diminuir sua pena, Belfort entregou os nomes de todas as pessoas que o ajudaram no esquema de fraude e adicionou inimigos à sua lista já extensa. “Mas um monte de coisas que você vê [no filme] realmente aconteceram. O avião caiu, o iate afundou, eu bati em sete carros dirigindo de volta para casa enquanto estava sob influência de ‘lude’ e, é claro, criei um poderoso sistema de vendas que cul-

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já dizia Paulinho da Viola. Pois nas mãos de Jordan Belfort, o dinheiro foi, ao mesmo tempo, um realizador de sonhos e uma maldição. Aos 30 anos, o americano havia conseguido o que muitos jovens gostariam de ter: iates, mansões, helicópteros e cerca de US$ 50 milhões na conta por ano. Mas chegando aos 40 ele não tinha um centavo no bolso, havia perdido quase todos os seus bens, enfrentava processos de centenas de investidores por fraude, acusação da esposa por violência doméstica e cumpria pena na prisão por lavagem de dinheiro. “Há coisas que eu faria de forma diferente se pudesse?

Quando as pessoas saem das minhas palestras, elas 30+Monet+JUNHO

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