Revista AMOR

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REVISTA OFICIAL DA AMOR - ASSOCIAÇAO DOS MORADORES DO RECREIO DOS BANDEIRANTES

~ ANO I EDIÇAO 02 | ABRIL/MAIO 2019

RECREIO ALÉM DA FOLIA Os blocos passaram, arrastaram uma multidão e deixaram pra trás sujeira e destruição.

LINDO DE VER E VIVER ~ ~

A NATUREZA EXIBE MUITOS OUTROS CARTOES-POSTAIS POR AQUI. SAO TRILHAS, PRAIAS, RESERVAS NATURAIS, CACHOEIRAS E SANTUÁRIOS ECOLÓGICOS. APESAR DO DESCASO COM O MEIO AMBIENTE, VIVER NO RECREIO É SE DEPARAR COM O BELO TODOS OS DIAS.


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EDITORIAL

RECREIO DE TANTOS AMORES

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Recentemente presenciamos o rolo compressor que foi a passagem dos blocos. As áreas verdes não foram respeitadas: lixo por todo lado e banheiro a céu aberto. O exército de garis presente diariamente recolheu, apenas na orla, quase 45 toneladas de lixo no Carnaval.

Recreio é plural e ao mesmo tempo singular. De um lado, um bairro privilegiado por ter uma natureza exuberante que mistura mar, montanhas, mata e fauna rica. Do outro, um jeito de cidade pequena, onde grande parte dos moradores se conhece e senta nos bancos das praças pra conversar e ver as crianças brincarem. Tudo isso dentro de uma cidade cosmopolita com problemas graves de infraestrutura. Aqui é quase um oásis!

Como todo carioca, adoramos Carnaval, blocos, alegria e samba no pé. Porém, é preciso um planejamento que vai muito além dos tamborins. O que se viu por aqui foi banheiro a céu aberto, vegetação nativa pisoteada e desordem urbana em grande escala.

Muita gente veio pra cá procurando esse cenário. Os mais antigos contam que o Recreio mudou muito, ganhou em alguns aspectos, como ruas asfaltadas e mais comércio, mas perdeu no próprio crescimento, que trouxe problemas de ordenamento urbano, segurança e degradação. A Associação dos Moradores do Recreio, que completará 40 anos de trabalho este ano, é parceira de toda a comunidade e busca sempre soluções com o poder público.

E para o próximo ano, quando o Carnaval passar, que além do confete e serpentina fique a saudade de folião e não a revolta da população local. Saiba que quem escolheu viver por essas bandas ama cada cantinho, se regozija com a natureza e contempla o que a vida tem de melhor. Somos todos, junto à AMOR, protetores e amantes desse bairro.

Foto Capa

Presidente

Simone Giacobbo Kopezynski

Tereza Dalmacio

Vice-Presidente

Direção de Arte e Diagramação

Oranir Pereira da Silva Av. Genaro de Carvalho, 1878 Tel.: 2437-8446 E-mail: secretaria@amorecreio.com.br

Diretora Executiva

Diretora-Secretária

Olinda S. Junqueira de Souza

Dil Melo dil.melo@rd7entretenimento.com

Tesoureira

Editora-Chefe

Isabel da Fonseca Bauer

Tereza Dalmacio

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TEMPORAL

ESTÁGIO DE CRISE

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ais uma vez o Rio ficou à mercê da tempestade. O volume de água que caiu no dia 8 de abril paralisou a cidade e aqui no bairro a destruição não foi menor. Ruas viraram rios. Em 4 horas choveu de 100 a 200 mm segundo o clima tempo. Moradores contabilizaram o prejuízo.

Mas a responsabilidade é apenas da natureza, do mau tempo? Com certeza não. Por um lado, a prefeitura não investe na prevenção, a população por sua vez joga lixo na rua, nos canais que entopem bueiros e a água devolve de forma violenta. A cada tempestade a tragédia se repete. Mais que uma tragédia anunciada – é tragédia confirmada e com hora marcada. Às 18h35 a cidade entrou em estágio de atenção. Às 20h55 passou para estágio de crise. Mais grave dos três níveis de risco, segundo a prefeitura. Carros arrastado, gente também, um cenário de guerra.

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PONTO DE VISTA

OS ALAGADOS

No dia seguinte, terça, 9 de abril, o rastro da tragédia: dez mortes, milhares de famílias desabrigadas, escolas fechadas e mais uma vez promessas pra se evitar situações como essa. Vale lembrar que fevereiro desse ano essas mesas promessas foram feitas e sessenta dias depois reprise do descaso.

Há quem pense que as tragédias naturais acometem sempre os menos favorecidos, mas na verdade elas acometem a todos indistintamente.

Até quando? Fica a pergunta e a dor de muita gente.

Há muitos anos atrás, quando o Recreio era um bairro pouco habitado e com ruas de areia, sabia-se que do outro lado da Avenida das Américas existiam as chamadas terras de turfa, que eram formadas por uma massa de tecido de várias plantas que era decomposta pela grande quantidade de água ali presente e que detinha, além de outras propriedades, a característica de ser muito fértil.

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Mas o Recreio cresceu e o “outro lado”, o terreno pantanoso das terras de turfa, foi ocupado, mas como isso aconteceu? Respeitou-se as especificidades desse tipo se terreno? Criou-se, junto com os canais de drenagem, uma lagoa de drenagem nos moldes da Lagoinha das Taxas ou só aterraram? Houve preocupação com tão delicado e rico ecossistema ou apenas a especulação imobiliária aterrou tudo? Houve a duplicação da Rua Silvia Pozzano e a duplicação da ponte na Avenida Miguel Antonio Fernandes? E o Canal do Cortado manteve-se limpo e desassoreado como deve ser ou só passou a receber material orgânico vindo de despejo irregular de esgoto? Se vc quer saber a resposta de todas essas pergunta é só observar as imagens desta postagem. Depois de mais de 24 horas de chuva veremos a Comunidade Beira Rio e os 10 Condomínios da Rua Silvia Pozzano e Rua Tim Maia irmanados pela mesma tragédia que há mais de dez anos vem sendo criada, por aqueles que somente visam o lucro em detrimento da segurança, da saúde e do meio ambiente de todos os seres vivos que ali vivem, ou melhor, sobrevivem. AMOR 7


CARNAVAL

SAMBA, CONFETE ~ E MUITA DESTRUIÇAO Balanço dos dias de Carnaval no Recreio dos Bandeirantes

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Carnaval não deixou muitas alegrias para moradores e comerciantes do Recreio. Eles reclamam de vandalismo, depredações e muita desordem urbana durante os dias de folia. Tudo isso aconteceu depois da passagem dos blocos de rua. Quem mora perto reclama que houve confusão, barulho e que foi muito difícil entrar e sair de casa com tantas pessoas na rua. Bastava caminhar pelas ruas do Recreio dos Bandeirantes e ver os rastros de destruição: gerador na calçada, praia lotada, desfile de 15 blocos e barracas para todos os lados. A multidão pisoteou a vegetação de restinga, a praia ficou destruída do Posto 9 ao Posto 10, muita terra e lama no calçadão, plantas quebradas, muito lixo, urina na rua em frente aos residenciais, carvão na ciclovia com areia em cima e muito mais. Foliões que não souberam respeitar o espaço que é público, pago com o dinheiro de todos nós e que foi destruído por quem não levou a educação pra rua. Os moradores reclamaram e com razão! Quem, em sã consciência, poderia pensar que 15 blocos, palcos na areia, batalha de blocos, tudo isso em um bairro, que possui 3 parques naturais, áreas de preservação ambiental, área de preservação de restinga na orla, poderia dar certo? “Há um ano narramos o que ocorreu no nosso bairro durante o Carnaval de 2018. Este ano fomos até a Riotur, para saber como seria o Carnaval no Recreio, já que durante o planejamento do evento ninguém perguntou a opinião dos moradores. O que nos foi passado nos causou espanto. A Riotur havia autorizado 15 blocos e a prefeitura autorizou os palcos na areia. Tudo junto e misturado. O resultado pôde ser visto nas ruas, e quem pagará essa conta somos nós, moradores, que, pelo visto, só servimos para pagar impostos”, disparou Simone. A seguinte fala de Simone foi publicada recentemente, na página da associação: “não houve prática de gestão de grandes eventos, mas sim um descontrole total diante do fluxo intenso de pessoas

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CARNAVAL

que, em tempo de crise, procuraram diversão gratuita à beira-mar. A quantidade de pessoas que descia dos BRTs, muitos sem pagar passagem, formava um fluxo intenso nas ruas que interligavam a Avenida da Américas à praia. A quantidade de banheiros químicos, se não foi insuficiente, no mínimo passou por falta de uma manutenção e sinalização eficientes, pois a qualquer momento em que se passava por eles, o cheiro era insuportável, o que também se sentia no entorno do Posto 10. O número de vendedores ilegais, ambulantes ou não, e de flanelinhas era gigantesco. O

que questionamos é que o morador do Recreio não foi consultado se queria sediar, além do desfile de seus blocos tradicionais, um outro evento ao mesmo tempo e no mesmo espaço. O evento ‘Batalha dos Blocos’ sufocou os blocos tradicionais do bairro, pois não conseguiam desfilar devido à quantidade de pessoas muito superior ao suportado pelo bairro. O que percebemos é que a realização de dois eventos concomitantes na orla do Recreio não é possível, pois não temos estrutura. Os órgãos públicos foram sobrecarregados e vandalizaram o nosso bairro, que tem ainda

uma vegetação de restinga em sua areia e que foi pisoteada pelos foliões. Quem ganha com isso? Não sabemos! Porém, quem perde, com certeza, é o morador do Recreio”. Os moradores vivenciaram, novamente, e em pior escala o mesmo show de horrores, que se espalhou desde a orla, até as ruas internas do bairro, acrescido agora do desfile de 15 blocos com seus enormes trios elétricos e que arrastaram multidões.

Um dos locais mais destruídos foi a Praça Tim Maia, que há muito tempo vem se deteriorando. No dia 20 de março, a associação foi contatada, a pedido do prefeito Marcelo Crivella, pelo presidente da Fundação Parques e Jardins, o Sr. Roberto Rodrigues de Oliveira. O assunto foi a revitalização da praça. Os trabalhos já começaram, juntamente com a parceria que pretendemos levar adiante com a Fundação Parques e Jardins. A FPJ também entrará em contato com a SMASDH para tratar da questão das pessoas em situação de rua, que se encontram na Praça Tim Maia e que precisam ser acolhidas. VIGILÂNCIA SANITÁRIA Um bar no Recreio dos Bandeirantes foi interditado durante uma operação em apoio à Coordenadoria de Controle Urbano, da Secretaria Municipal de Fazenda.

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AMOR

AMOR ON-LINE AÇÃO E EFICIÊNCIA | Todos sabem que o Recreio é repleto de áreas verdes e, em parte, é por isso que o escolhemos para morar. Recebemos, periodicamente, por parte dos moradores, pedidos de limpeza de praças, canteiros, ruas, roçagem e poda de árvores, e repassamos essas solicitações para a gerência e para a superintendência regional da Comlurb. Então, para sermos transparentes, devemos esclarecer as ações da Comlurb para os moradores, desde seu cronograma e atividades, até acontecimentos que tendem a postergar a ação em alguns logradouros.

Deixamos, como reflexão, aos moradores do Recreio, o que foi recolhido pela gerência regional neste Carnaval de 2019: PESO DO LIXO REMOVIDO NO CARNAVAL • RECREIO - 44.170 Kg • TERREIRÃO - 4.380 Kg • VARGENS - 4.985 Kg Continuaremos fazendo a ponte entre os moradores que nos procuram e a Comlurb, mas devemos sempre estar alertas quando algo ou alguém disser que foi graças a “A ou B” que tal serviço foi feito, pois ele será feito por e pela maior empresa de limpeza pública da América Latina e por mais ninguém! #amorcomlurbrecreioparceriademaisde20anos

A Companhia Municipal de Limpeza Urbana – Comlurb – é a maior organização de limpeza pública na América latina. Além da coleta de lixo domiciliar, a Comlurb faz limpeza dos logradouros públicos, das areias das praias, de parques públicos, do mobiliário urbano, dos túneis, viadutos, e, em especial, limpeza e higienização de hospitais municipais e muito mais. Para que tudo ocorra da forma mais eficiente possível, há necessidade de material humano, multimeios e um cronograma que deve ser seguido à risca, mas que é, muitas vezes, sujeito a mudanças devido às intempéries, como o vendaval e a tempestade do começo do ano, chuvas e grandes eventos em áreas públicas, como Carnaval, corridas, shows etc. Atualmente, a gerência regional está com a agenda cheia e cumprindo o cronograma, e há pouco tempo fez manutenção da Praça Professor Henrique Niremberg, da Praça Drault Ernanny, do canteiro central da Avenida Genaro de Carvalho e fará nos dias subsequentes de todas as outras praças e canteiros do Recreio. Além disso, a gerência também faz todos os meses a limpeza das escolas e creches da região. Como falamos anteriormente, o Carnaval e as corridas causam impacto no cronograma da Comlurb, pois após esses eventos tudo deve ser limpo. Dessa forma, a mão de obra que seria destinada à rotina diária é retirada dessa função e acaba atrasando outros serviços, mas, segundo a gerência regional, eles sabem que têm muito trabalho pela frente e, por isso, estão empenhados em deixar tudo em ordem.

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ORDENAMENTO URBANO AMOR PRAÇA TIM MAIA | Fomos contatados, a pedido do prefeito Marcelo Crivella, pelo presidente da Fundação Parques e Jardins, o Sr. Roberto Rodrigues de Oliveira. O assunto foi a revitalização da Praça Tim Maia, que há muito tempo vem se deteriorando e recebeu o seu golpe de misericórdia durante o período de Carnaval. Os trabalhos começarão hoje, juntamente com a parceria que pretendemos levar adiante com a Fundação Parques e Jardins. Lembrando que a FPJ entrará em contato com a SMASDH para tratar da questão das pessoas em situação de rua, que se encontram na Tim Maia e que precisam ser acolhidas. Um trabalho social importante para essas pessoas e toda a comunidade. Em breve traremos novidades! “Costurando Com AMOR”

Conselho Comunitário de Segurança Escolar

Reunião das meninas do Projeto Social “Costurando Com AMOR”, que realizam um trabalho voluntário maravilhoso, fazendo enxovais para bebês de mães carentes.

Ocorreu, na sede da AMOR, o Conselho Comunitário de Segurança Escolar (CCSE). O objetivo do evento é o debate entre pais, professores, diretores, pedagogos e policiais para aumentar a segurança das crianças em horário escolar. O ataque à escola em Suzano gerou preocupação nos pais. Baseado nisso, a polícia montou uma apresentação lembrando de acontecimentos semelhantes, falando de métodos de prevenção e sobre o que motiva alguém a cometer um ato desses.

Também foi dia de comemorar os aniversários dessas mulheres fantásticas, que fazem a diferença em nosso bairro. Venha participar! Todas as quartas às 14h. Av. Genaro de Carvalho, s/no. (ao lado da Comlurb). Informação: Gelta Ponce de Leon

SAÚDE | No dia 16 de março aconteceu o Dia D de mobilização contra arboviroses no Centro Municipal de Saúde (CMS) Harvey Ribeiro de Souza Filho. Aconteceram ações como atividade sobre arboviroses com alongamento e aula de ritmos. Depois, todos fizeram uma caminhada pelo território junto com os alunos e os agentes, com objetivo de identificar possíveis focos e distribuir material informativo com as devidas orientações. Por fim, foi realizado um encontro na escola EDI AMOR para que os agentes conversassem com a população sobre arboviroses e auxiliassem na prevenção. CONFERÊNCIA DISTRITAL | Ainda sobre saúde, também foi realizada, no dia 16, a 13ª Conferência Distrital com o tema “Saúde com acesso, financiamento e valorização”. Profissionais da área passaram todo o sábado entre mesas de debate e grupos de trabalho discutindo melhorias. A AMOR, como membro do conselho, foi representada por Simone Kopezynki, que acredita na universalização do SUS.

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CCS

CONSELHO COMUNITÁRIO DE SEGURANÇA Reunião de março

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é claro que a insatisfação dos moradores não iria ficar de fora do Conselho Comunitário de Segurança. A reunião, que aconteceu no dia 12 de março, na Associação do Mediterrâneo, foi marcada por um bate-boca entre população e representantes da Liga de Blocos. Mas, antes de entrar no assunto, as mulheres foram homenageadas pelo Dia Internacional da Mulher: cada uma recebeu uma rosa. Homenagens à parte, foi a vez das autoridades fazerem seus pronunciamentos. O subcomandante do 31º BPM, tenente-coronel Eduardo Lopes apresentou os índices de Carnaval e falou do resultado da operação. Foram apreendidas 1 arma de fogo, 2 simulacros (armas falsas), 18 munições, 100 g de maconha, 4 veículos foram recuperados, 30 indivíduos foram presos e 5 menores foram apreendidos. Autoridades presentes à mesa: presidente do 31º CCS, Simone Kopezynski; delegada titular da 16ª DP, Adriana Belém; subcomandante do 31º BPM, tenente-coronel Eduardo Lopes; inspetor da 42ª DP, André Simões Rebello; comandante da 4ª Inspetoria da Guarda Municipal, inspetor Cláudio Sebastião; presidente da OAB-Barra, Dr. Marcus Soares; superintendente da Barra/Recreio, Flávio Caland; supervisor do Itanhangá/Joá e adjacências, Michell Olever; e presidente da Associação de Moradores e Comerciantes do Bairro Mediterrâneo, Eduardo Arias. Embora um grande número de blocos tenha desfilado na Barra da Tijuca, inclusive com coincidência de horários e locais, o efetivo do batalhão – uma média de 125 policiais por dia e apoio com 888 policiais –, mostrou rápida resposta, segundo o 31º BPM. A delegada titular da 16ª DP, Adriana Belém complementou que não falta boa vontade para atuar: “a polícia estava na rua e muita coisa deixou de ocorrer por isso. Todos os nossos representantes públicos levantam a mesma bandeira, que é a da segurança. Para isso, as autoridades estão sempre em comunicação”. Flavio Caland, superintendente da Barra, ainda complementou, respondendo o porquê de a superintendência ter liberado os des12


CCS

files de tais blocos: “a superintendência não tem autonomia pra liberar grandes eventos. A Coordenadoria de Controle Urbano (CCU) é a responsável. A minha obrigação é fazer contato com os órgãos responsáveis e notificar; e isso foi feito”.

MORADORES E ASSOCIAÇÕES SE MOBILIZAM Após a reunião do Conselho Comunitário de Segurança da Barra da Tijuca, a presidente Simone, representando o CCS e a Associação de Moradores do Recreio, participou de outro encontro, no qual o principal tema também foram os estragos causados na região durante o Carnaval, mas desta vez com conselheiros, associados da AMOR, representantes da OAB e técnicos do meio ambiente. Os moradores expuseram os danos causados, sobretudo, à vegetação de restinga, por um evento que, segundo Simone, não se harmoniza às características naturais do Recreio e muito menos aos interesses de preservação da fauna e flora do bairro. Por meio de fotos e depoimentos, a população sinalizou aos representantes da OAB e técnicos do meio ambiente, que a devastação ambiental causada em parte do Recreio e em zona de amortecimento do Parque de Marapendi, se persistir, atingirá toda a área da reserva. “Reiteramos as inúmeras tentativas da diretoria da AMOR, através de contatos diretos com as autoridades envolvidas, para que considerassem as demandas do bairro. Nada contra o Carnaval, mas quem participa desse tipo de evento deve respeitar os moradores e as características do bairro. Nós somos contra iniciativas que coloquem interesses próprios acima de tudo”, disse Antonio Melo, morador e conselheiro do Parque e Área de Proteção Ambiental de Marapendi.


MEIO AMBIENTE

NATUREZA, SUA EXIBIDA!

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e no quesito infraestrutura a região cresceu trinta anos em cinco e demonstra todo o seu potencial e grandiosidade no aspecto meio ambiente, a natureza linda exibe muitos outros cartões-postais. No seu entorno estão parques, praias, reservas naturais, cachoeiras, santuários ecológicos, como a Prainha e o Maciço da Pedra Branca.

E é impressionante a força da natureza por aqui. O Recreio tem uma biodiversidade rica e poderosa, mesmo com o abandono ambiental que presenciamos há tanto tempo. Imagine se o poder público cumprisse tantas promessas feitas! A despoluição do Canal das Taxas é um discurso vazio das autoridades e luta eterna dos ambientalistas. O Canal liga as lagoas das Taxas e Marapendi e já sofre há anos com a proliferação das gigogas, insetos e mau cheiro, devido à poluição do Canal. Fato é que o bairro, mesmo com todos os seus problemas, é bonito por natureza e lindo de ver. Quem imaginaria que, em uma cidade cosmopolita como o Rio, o homem poderia conviver com animais, como jacaré? Um privilégio, com certeza, segundo a enfermeira Livia Henriquez, que vive no Recreio há três anos.

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MEIO AMBIENTE CICLOVIAS | No Recreio, há muitas ciclovias para escolher: na orla, na Reserva e no Pontal. Pedalar por aqui é quase via de regra para muitos moradores de diversas idades. É possível conhecer toda a região pedalando com segurança. PARQUE CHICO MENDES | O parque possui dez trilhas ecológicas em aproximadamente 44 mil metros. Dos pontos centrais, onde estão localizados os decks, podem ser vistos jacarés-de-papo-amarelo e capivaras. Para as crianças, a opção de recreação é o playground, que conta com brinquedos e locais apropriados para piqueniques. Horário de funcionamento: terça a domingo, das 8h às 17h. MARAPENDI | Possui trilhas leves que permitem que o visitante tenha contato direto com a vida silvestre. O local possui um acesso à Lagoa de Marapendi, além de possuir espaços próprios para piqueniques e outro voltado inteiramente para as crianças. Horário de funcionamento: terça a domingo, das 8h às 17h. “Por mais que me revolte o descaso com o meio ambiente, sou amante desse bairro. Pegar minha bike e circular pelas ciclovias, pela reserva e me deparar com aves, jacaré e flores, é de um prazer e uma alegria que não consigo nem expressar. Fazer trilhas e rapel é minha vibe. Tudo isso me reabastece e me renova para encarar a vida louca da cidade”, disse Livia.

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MEIO AMBIENTE

MACIÇO DA PEDRA BRANCA | O Parque Estadual da Pedra Branca é um reduto que abriga flora e fauna exuberantes, construído por Deus e preservado pelo homem. É a maior floresta em área urbana do mundo, com 12,5 mil hectares, cercado por diversos bairros, como Barra da Tijuca, Guaratiba, Jacarepaguá, Recreio dos Bandeirantes, Grumari, Campo Grande, Bangu e Realengo. Há jequitibás com centenas de anos e embaúbas que fazem a alegria dos bichos-preguiça. Os bioindicadores naturais da qualidade do ar estão presentes na associação entre algas verdes e fungos. A floresta funciona como uma espécie de esponja, captando a água da chuva e permeando o solo. O trabalho de educação ambiental segue a passos largos, conscientizando a todos sobre a importância da preservação. São inúmeras espécies de plantas e animais que já estiveram ou ainda estão correndo risco de extinção, como o palmito-juçara e o pau-brasil. A Trilha do Camorim é uma trilha histórica, pois remonta a uma época em que o Rio de Janeiro passou por uma crise hídrica de abastecimento. Então, na década de 30, foram construídas diversas fontes de captação e estruturas para armazenamento e distribuição de água. Foi aí que nasceu o Açude do Camorim, considerado hoje uma das atrações do parque, pela sua beleza e grandiosidade. O açude tem mais de oitenta anos e diversos animais pro-

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MEIO AMBIENTE

curam aquela região para se alimentar. A sua altitude é de aproximadamente 435 m em relação ao nível do mar. Já a subsede do Camorim, onde a trilha começa, está em torno de 160 m. Um dos acessos ao Maciço da Pedra Branca é aqui do lado, pela Estrada do Camorim, é fácil de chegar e pode ser feito de terça a domingo (incluindo feriados), das 8h às 17h.

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LAZER

~ ATENÇAO!

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ocê sabe o que é permitido e o que não é nas ciclovias e áreas de lazer?

São muitos os questionamentos sobre o que é irregular ou não. Por isso, a equipe de reportagem da Revista Recreio recorreu ao Código de Posturas do Município para esclarecer possíveis dúvidas dos moradores. Antes de tudo é preciso entender o que pode se considerar ciclovia. De acordo com o decreto, ciclovia é toda pista pavimentada destinada ao trânsito de bicicletas, fisicamente segregada de pista destinada ao trânsito de veículo automotor

por mureta, meio-fio ou obstáculo similar. CONVIVÊNCIA, REGRAS E RESPEITO Vale lembrar que é obrigatório o uso de buzinas, campainhas ou outro dispositivo sonoro de alarme nas bicicletas e veículos de entregas ou similares, em ciclovias e vias públicas no município do Rio de Janeiro. Quanto ao uso de bicicletas nas áreas de lazer, a lei diz: “estão proibidas, devendo ficar limitadas às ciclovias”. A decisão só não vale para crianças de até 8 anos. Já no que se refere aos corredores, eles estão permiti-

dos, desde que fiquem do lado direito do fluxo e em passo de corrida. Vale ressaltar que os ciclistas não podem andar lado a lado, conversando. Ainda segundo o decreto, a legislação não proíbe o uso das ciclovias por parte dos skatistas e patinadores, porém é direta quanto ao zigue-zague desses e às manobras perigosas. Quando se trata das áreas de lazer, vale o bom senso, afinal, esses lugares são muito frequentados por crianças e idosos, por isso, para esses tipos de manobras existem áreas e parques específicos na cidade.

OUTRAS PROIBIÇÕES EM CICLOVIAS - Cachorros; - Ciclistas puxando skatistas com ajuda de guias; - Motos; - Veículos de tração manual, como carrinhos de bebês e cadeiras de rodas, exceto as elétricas; - Bicicletas elétricas são permitidas com velocidade máxima de 20 km/h. NA ORLA Há muitas dúvidas a respeito de pula-pulas, triciclos e carrinhos elétricos. Segundo a prefeitura, desde que estejam regulamentados, eles têm autorização para operar. Já no que se refere aos espaços na areia utilizado pelos hotéis, eles são permitidos, desde que ocupem 50 m². Vale destacar que eles estão previstos na legislação e podem ter autorizações especiais. 18


MEIO AMBIENTE

~ DESPOLUIÇAO DO CANAL DAS TAXAS

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Movimento de Despoluição do Canal das Taxas foi criado em 2012, após organização de moradores que já vinham lutando há anos pela despoluição, através de registros de vazamentos de esgoto despejado no Canal e participações em audiências públicas, sempre cobrando providências quanto à poluição no canal. Esta mobilização ganhou força com um abaixo-assinado de mais de 7 mil moradores, que foi colhido entre 2012 e 2013, e entregue ao Ministério Publico Estadual, que instaurou o inquérito civil MA 5322. Mais documentos e registros foram juntados ao inquérito e duas manifestações foram realizadas. As manifestações mobilizaram milhares de moradores, comerciantes e colégios do bairro, culminando com o 1º e o 2º abraços ao Canal das Taxas, em 2014 e 2015, com a cobertura das mídias. Este movimento levou o problema da poluição do Canal das Taxas para a agenda dos governos e chamou a atenção do MP. Em 2013, para maior aproximação com a população, criamos no Facebook uma página de mesmo nome do movimento, que conta hoje com aproximadamente 6.000 seguidores.

Ao longo de 2015 e 2016 foi constituída uma força-tarefa - a partir da mobilização da sociedade civil, após audiência do MPF, em Jacarepaguá, sobre a poluição do complexo lagunar - com o envolvimento de diversos órgãos públicos, em conjunto, para buscar soluções contra o despejo de esgoto no Canal e na Lagoinha das Taxas, no Parque Chico Mendes. Participaram, além de representantes do movimento, CEDAE, Rio Águas, Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Comlurb, Administração Regional do Recreio e Secretaria Municipal de Conservação, realizando centenas de vistorias ao longo do Canal das Taxas, nos prédios e casas do bairro e, principalmente, nas redes de esgoto e no sistema de águas pluviais, em uma operação que foi capa de jornal, chamada “de bueiro em bueiro”. Através desse trabalho em conjunto, foram identificados e corrigidos diversos lançamentos irregulares de esgoto no canal e/ou nas galerias de águas pluviais, que, por sua vez, despejavam o esgoto nos corpos hídricos. A partir daí, a CEDAE vem realizando significativas intervenções na rede formal - embora muito ainda falte - principalmente no funcionamento das Estações Elevatórias, área onde ela vem implementando modernizações.

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No final de 2016, o Ministério Público Estadual ingressou com uma Ação Civil Pública, Processo 029091380.2016.8.19.0001, em face da Cedae e da Rio Águas, pela despoluição do Canal das Taxas. Nos últimos tempos, passamos a contar com um reforço de peso: o envolvimento e total apoio da AMOR, através de sua presidente, Simone Kopezynski, na nossa luta. Nosso trabalho, além do foco principal; revitalização do Canal das Taxas e da Lagoinha, abrange também a cobrança constante ao poder público para a remoção regular de gigogas na Lagoinha (causado pelo despejo de esgoto), minimizando os efeitos nefastos da proliferação insuportável de mosquitos, além de outras atividades a que nos dedicamos. Nossa energia vem do envolvimento cada vez maior dos moradores na causa e na crença inabalável que a preservação e defesa do meio ambiente é obrigação de todos. A Natureza e os nossos sucessores merecem! Antonio Melo e Raphael Lima – fundadores do Movimento de Despoluição do Canal das Taxas



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