Jaú - Ano 11 | Edição 89 | Abril 2020 Distribuição gratuita | Venda proibida
Reginaldo e Célia Um casal empreendedor
NOVO CORONAVÍRUS
Desafio e esperança
PERFIL
Rodrigo Lopes Ravagnolli
Editorial Ano 11 – Edição 89 – Jaú, abril de 2020 Tiragem: 10.000 exemplares
mudaram o mundo
Revista Energia é uma publicação da Rádio Energia FM Diretora e Jornalista responsável Maria Eugênia Marangoni mariaeugenia@radioenergiafm.com.br MTb. 71286
O mundo parou? São tantas teorias e crenças diferentes sobre o que está acontecendo, mas a realidade é que o mundo parou!
Diretor artístico: Márcio Rogério rogerio@radioenergiafm.com.br
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Edição e Revisão de textos: Heloiza Helena C. Zanzotti revisao@revistaenergiafm.com.br
verdade é que nós não tínhamos tempo. Não tínhamos tempo de refletir sobre nós mesmos, não tínhamos tempo de olhar para o outro, não tínhamos tempo de amar nossa família. Nesses 15 dias nós passamos a ter tempo, tanto tempo que não sabíamos o que fazer com ele!
Criação de anúncios: Moinho Propaganda atendimento@moinhopropaganda.com.br
Projeto gráfico: Revista Energia Social Club social@revistaenergiafm.com.br Colaboraram nesta Edição Bárbara Milani Luiza Caleffi Pereira Colunistas Alexandre Garcia Aline Emanuelle Perim Evelin Sanches João Baptista Andrade Professor Marins Renata Oseliero Wagner Parronchi Comercial Marcelo Mendonça Milene Perez Sérgio Bianchi Silvio Monari Impressão: Grafilar (14) 3812 5700 Distribuição: Panfletos&Cia (14) 3621 1634 Revista Energia Rua Quintino Bocaiúva, 330 | 2º andar CEP: 17201-470 | Jaú - Fone: (14) 3624 1171 www.energianaweb.com.br Elogios, críticas e sugestões leitor@revistaenergiafm.com.br Quero anunciar comercial@revistaenergiafm.com.br
Foto: Arquivo pessoal
Fotografia: Moinho Propaganda (14) 3416 7290 Diagramação Moinho Propaganda (14) 3416 7290
15 dias que
Os pais estão com seus filhos em família, o trabalho deixou de ser a prioridade, as viagens e os bens materiais também. De repente, silenciosamente, voltamos para dentro de nós mesmos e entendemos o valor da palavra solidariedade. Em 15 dias percebemos que estamos todos no mesmo barco, que as prateleiras dos supermercados estavam vazias e os hospitais cheios; dinheiro e planos de saúde já não tinham tanta importância. Nas garagens ficaram parados, igualmente, os carros caríssimos e os ferros velhos, porque ninguém podia sair! O universo estabeleceu a igualdade social que se dizia ser impossível. A humanidade estava desenfreadamente enlouquecida e essa oportunidade está sendo fundamental para colocarmos a própria vida em ordem, rever conceitos, elevando nossa consciência para o coletivo, afinal, somos todos partes de um! 15 dias curativos, 15 dias de profundo silêncio, 15 dias de orações, 15 dias de transformação, 15 dias de mudança. Todos nós tivemos tempo para refletir, orar, elevar nosso pensamento! O recolhimento nos reconstrói e é essa reconstrução que hoje vejo em cada canto da nossa cidade! Empresários e gestores estão mostrando o verdadeiro sentido da liderança, arregaçando as mangas, criando estratégias, reinventando seus negócios, organizando serviços de entrega, embalagem, retirada, delivery, sites de compras! Pessoas mais solidárias com o próximo, deixando de pensar em si e agindo pelo coletivo, praticando a solidariedade e se dedicando a preservar os empregos dos seus colaboradores, que por sua vez se colocam no lugar da empresa e dos empresários trazendo sugestões, alternativas e soluções para minimizar os impactos desta pandemia! O mundo mudou, e tudo isso em 15 dias! E você? O que mudou em você esses 15 dias?
A Revista Energia não tem responsabilidade editorial pelos conceitos emitidos nos artigos assinados, anúncios e informes publicitários.
Maria Eugênia
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História
Saúde
NESTA EDIÇÃO 6 Perfil 10 Radar 12 Pense Nisso 15 Opinião 16 Capa 21 Inspire-se 24 Viagem e Turismo 32 Dermatologia 36 Look Kids 38 Vida Saudável 40 Social Club 44 Saúde 51 Visão Empresarial 52 Look de Artista
Nossa Capa: Varejão de Carnes Popular Modelos: Célia Cristina Dainese Cabrioli e Reginaldo Aparecido Cabrioli Jaú - Ano 11 | Edição 89 | Abril 2020 Distribuição gratuita | Venda proibida
55 Escolas de Jaú 56 Adote um Pet 58 História 64 Boa Vida 66 Última Página
Reginaldo e Célia Um casal empreendedor
NOVO CORONAVÍRUS
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Rodrigo Lopes Ravagnolli
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Look de Artista
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Rodrigo
Lopes Ravagnolli Você é capaz de imaginar o mundo 20 anos atrás? Smartphones só em filmes de ficção. A internet era através de linhas discadas e cartões de memória nem existiam!
Texto Heloiza Helena C Zanzotti Fotos Arquivo pessoal
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S
e a tecnologia veio para mudar a vida de muita gente, imagine o tanto que beneficiou as empresas! Que o diga nosso entrevistado desta edição, Rodrigo Lopes Ravagnolli, 38, formado em Sistemas de Informação com MBA em Gestão, Empreendedorismo e Marketing pela PUC-RS. Nascido em Jaú, casado com Gabriela de Giacomo Pengo Ravagnolli e pai da Maitê, de 3 anos, ele conta que até sonhou em ser jogador de futebol, mas encantou-se bem cedo com o mundo tecnológico. QUANDO COMEÇOU A INTERESSAR-SE PELA TECNOLOGIA? Com 11 anos comecei a fazer cursos de computação e me encantei pela tecnologia, até então muito diferente do que conhecemos hoje. Aos 12 anos já desenvolvia meus primeiros programas de computador, virava noites programando. Daí em diante nunca mais parei, nem tive dúvidas do caminho profissional a seguir. CONTE UM POUCO SOBRE O INÍCIO DA SUA VIDA PROFISSIONAL. Na STi3 somos 3 sócios: Cristian, Ricardo e eu. Fizemos faculdade juntos, o Cristian é meu primo e o Ricardo já conhecia antes da faculdade. No final de 2004, quando estávamos no penúltimo ano da faculdade, começamos a conversar sobre montarmos uma empresa de software, tínhamos um sonho empreendedor. Em maio de 2005 fundamos a STi3. O trabalho de conclusão de curso da faculdade foi a criação da empresa. QUAIS OS MAIORES DESAFIOS QUE ENCONTROU NESTA JORNADA? Nesses 15 anos passamos por grandes desafios. Começamos a empresa com o objetivo de desenvolver um ERP (Enterprise Resource Planning - Sistema Integrado de Gestão Empresarial) para indústrias de calçados. Alguns meses depois recebemos proposta de uma loja de roupas para fazermos um sistema para controle de vendas e estoque. Como estávamos no começo da empresa, precisávamos encontrar meios de rentabilizar o negócio. Aceitamos a proposta e começamos a desenvolver também esse novo sistema. Foram surgindo outras ofertas para criarmos softwares jurídicos e e-commerce, e incluímos também no nosso portfólio de produtos. A EMPRESA PROSPEROU? Com o tempo, foram aumentando as demandas e o número de clientes. Em 2014 decidimos mudar a estratégia e focar em um único segmento. Como o software de varejo era nosso principal produto, optamos por nos especializar ainda mais no segmento de varejo. A estratégia deu certo, conseguimos expandir em Jaú e região, mas
atender todo o Brasil era nosso objetivo. Para isso precisaríamos de pessoas alinhadas com o nosso propósito, empresas que levariam nossas soluções para suas regiões com a mesma qualidade e competência que fazemos com os nossos clientes. Criamos assim um programa de parceria com empresas de tecnologia e automação comercial, que revendem nosso sistema de gestão por todo o país. Continuamos crescendo e hoje somos especialistas em gestão de varejo e emissão de documentos fiscais. Atendemos aproximadamente 2 mil clientes, temos mais de 60 revendas espalhadas em 21 estados, somos uma equipe de 35 pessoas e com planos de continuar escalando a empresa nos próximos anos. O QUE É A NRF 2020? É o maior evento de varejo do mundo! Ocorre há 109 anos em Nova Iorque e traz as tendências do varejo para o mundo. Esse ano teve mais de 40 mil visitantes de 99 países e 8 mil participantes do congresso. Foram mais de 800 empresas expositoras, entre elas Microsoft, Google, Amazon, entre outras que ditam a inovação do varejo no mundo. Participamos do congresso com a presença de Satya Nadella, CEO da Microsoft; Kevin Anderson, CEO da Starbucks; John Furner, CEO Walmart US; entre outros líderes de grandes varejistas que são referências no cenário mundial. E COMO FOI PARAR LÁ? O SEBRAE SP levantou a proposta de levar uma comitiva de empreendedores para a NRF 2020. Fui selecionado para um grupo de 40 empresários do estado para participar dessa missão internacional. Sou o único participante da nossa cidade e agora tenho o papel de levar adiante o conhecimento, compartilhar essas ideias para inspirar os varejistas da nossa cidade. Além da NRF, fizemos mais de 30 visitas técnicas em lojas conceito de grandes empresas que se destacam com diferenciais, como Walmart Intelligent Retail Lab, Nike, Amazon 4-Star, Amazon Go, The Home Depot, Show Fields, Samsung 837, entre outras. QUAL A IMPORTÂNCIA DA FEIRA E A QUAL PÚBLICO SE DIRIGE? A NRF recebe profissionais do comércio, lojistas, grandes varejistas, fornecedores de tecnologia e pessoas comprometidas com o desenvolvimento do segmento. Inúmeras situações, principalmente ligadas à tecnologia, que a gente aqui no interior do país nem imagina que possa ser real, já é colocada em prática na feira. A grande importância é entender a tecnologia, saber para onde estão caminhando as tendências de vendas, atendimento ao público, e aplicar isso não apenas no nosso produto, mas no dia a dia dos nossos clientes. Revista Energia 7
O QUE TROUXE DESTA EXPERIÊNCIA PARA A STI3 E PARA JAÚ? Foram muitos aprendizados e grandes experiências que vivenciei em Nova Iorque. Na minha opinião, existe uma distância gigantesca entre os grandes e pequenos varejistas por conta dos altos investimentos em tecnologias, principalmente em inteligência artificial, utilizados para entender o comportamento dos clientes, reduzir perdas, aumentar vendas e melhorar o desempenho da gestão. Por essa perspectiva se torna uma competição desleal, mas o pequeno varejista pode absorver tudo o que está a seu alcance para diminuir essa distância e fazer a diferença. ALGUM EXEMPLO? Hoje uma grande tendência é o Customer Experience (Experiência do Cliente). Trata-se de colocar o cliente no centro da estratégia da empresa: no momento do contato com sua loja, sua marca, ele tenha uma experiência encantadora, única. Cliente encantado com a marca é um cliente fiel. Vejo ainda nas lojas muitos atendimentos ruins, vendedores mal treinados, que não dão o valor adequado para o cliente. É preciso dedicar tempo em treinamentos, boas abordagens, alinhamento com a cultura da empresa e empatia. São ações que podem melhorar o desempenho com muito pouco investimento. MAS ISSO NÃO ACONTECE NA PRÁTICA... Muitas lojas fazem mal uso das informações ou nem fazem uso delas. Vemos muitas empresas que sequer registram o cliente na hora de fazer as vendas. Algo tão básico e simples, que permite que você consiga saber o gosto do seu cliente, aquilo que ele consome e, consequentemente, oferecer um atendimento personalizado e campanhas direcionadas. Sem fazer o básico, fica mais difícil encantar e fidelizar. COMO PERCEBE A ATUAÇÃO DAS EMPRESAS NO MERCADO ATUAL? Anos atrás falou-se muito que o varejo físico iria acabar por conta do crescimento das vendas online. Todo mundo correu para o e-commerce. Essa teoria não vai se confirmar e já é unânime entre os maiores especialistas e varejistas do mundo. Um exemplo disso é a Amazon, uma das maiores propagadoras de que o varejo físico acabaria, investindo pesado no meio virtual. No entanto, agora abriram a Amazon Go e Amazon 4-Star e compraram a Whole Foods, uma das maiores redes de alimentos saudáveis dos Estados Unidos. O cenário mudou. PODE EXPLICAR ESSA MUDANÇA? O varejo está se transformando e aqueles que não acompanharem essa transformação poderão desaparecer. As lojas estão se reinventando e transformando o varejo. Agora não existe mais separação entre o físico e o virtual, tudo é uma coisa só, o que chamamos de omnichannel, que não é simplesmente uma loja física que vende pela internet. É oferecer ao cliente diversos formatos, como por exemplo, comprar pela internet e retirar na loja; provar na loja e receber em casa; fazer pagamento pelo aplicativo, mesmo estando dentro da loja, entre outras opções. O Omnichannel é uma grande revolução do varejo porque realmente oferece facilidade, praticidade e uma ótima experiência de compra para o cliente final. QUE CONSELHOS DARIA PARA QUEM PRETENDE ABRIR UMA EMPRESA? Primeiro conselho é validar sua ideia. Pesquise com profundidade o mercado do seu produto e entenda onde você se diferenciaria da concorrência. Dentro do planejamento, destaco a importância da 8 Revista Energia
gestão estratégica e financeira, essencial para seu negócio se manter e crescer. Vejo muitas pessoas que abrem uma empresa porque sabem fazer algo muito bem, mas não têm experiência nem se preocupam com a gestão, e o negócio acaba não indo para a frente. QUAL É O SEGREDO? As pessoas precisam entender que “saber fazer algo muito bem” é uma questão indispensável no seu negócio. Se você não é bom naquilo que oferece, vai sofrer muito para conseguir se manter no mercado. É preciso fazer muito mais para poder dar certo. Você precisa entender da gestão do seu negócio, saber como funciona cada detalhe das vendas, do financeiro. Saber qual é o seu público alvo e aplicar campanhas e ações diretamente para atingi-los. Para escalar o seu negócio e não ser engolido pelas grandes empresas você precisa entender a dor do cliente e oferecer uma solução para encantá-lo. Essa é a chave que pode levá-lo de um simples sonho até uma empresa renomada. QUAIS SÃO SEUS PLANOS FUTUROS? Meu propósito pessoal é muito coerente com aquilo que defendemos na STi3. Levar não apenas uma solução, mas um conceito de gestão para as pessoas. Vou continuar participando de grandes feiras e congressos, buscando tudo o que há de novo na tecnologia aplicada ao varejo. Quero ajudar as empresas a encontrarem o caminho do sucesso, a entenderem o seu mercado e utilizarem os dados a favor da sua gestão. Acredito muito nos nossos produtos, sei que eles podem oferecer esses resultados. Vamos continuar escalando nossa empresa e consolidando a atuação da nossa marca no cenário nacional. Tenho certeza que ainda vamos fazer a diferença na gestão de milhares de pessoas. Estou apenas começando!
Radar Por Alexandre Garcia
ALEXANDRE GARCIA Jornalista, apresentador, comentarista de telejornais, colunista político e conferencista brasileiro. Atuou no Jornal do Brasil, no Fantástico e na extinta TV Manchete. Atualmente é comentarista político na Rede Globo de Televisão.
A saúva e o Brasil Há 200 anos o naturalista francês Auguste de Saint Hilaire, que percorreu o Brasil por seis anos, advertiu: “Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil”
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esses tempos de recolhimento que nos fazem pensar, a advertência continua atual. A formiga já está sob controle, mas há muitas saúvas que insistem em acabar com o país, ainda que depois da devastação, nada mais tenham para se sustentar. Entre elas está a saúva do masoquismo. Não precisamos sofrer para pagarmos nossos pecados e ganhar a vida eterna. Se ficarmos à mercê dos arautos do medo, seremos presa dessa saúva. Intimida e reina. Nessa virose, aplaudimos enterros e corruptos e ignoramos heróis. Amyr Klink atravessou remando sozinho o Atlântico Sul, da Namíbia à Bahia, e não lhe caiu um único pedaço de papel picado nas grandes avenidas do país. A professora Helley Batista deu a vida salvando 25 crianças na creche de Janaúba há dois anos, mas é uma desconhecida na maioria das escolas brasileiras. Entregamos os impostos gerados pelo nosso trabalho aos que saqueavam nossas estatais e serviços públicos e não apenas ficamos calados, mas os reelegemos. Agora o herói é o coronavírus. O Brasil está posto de joelhos diante dele. Virose, neurose, psicose, são apenas rimas e não são a solução. Estão sendo cautelosos os economistas que
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preveem uma profunda recessão se continuarmos assim. Na verdade, o que estamos semeando se chama depressão. Sem produção não há arrecadação para custear a saúde e pagar o funcionalismo. Sem produção não se pagam impostos, nem credores, nem empregados. Sem caixa companhias aéreas não pagam combustível e não decolam. Sem dinheiro não se come. E dinheiro não cai do céu nem vem de graça como o vírus. Municípios com zero coronavírus foram paralisados por prefeitos com neurose agravada pela proximidade da eleição municipal. Não há soluções simples. A Itália pôs todos em casa e os jovens levaram o vírus para os idosos acamados em domicílio. É preciso proteger os de saúde já debilitada, e considerar que o Brasil é um país continente. O que é preciso fazer em São Paulo, não será preciso no Pará. O que é preciso fazer onde houver um único caso, não será necessário em lugar sem registro algum do vírus. Quase 30% da população da Itália são de idosos; a nossa maioria é 85% de não-idosos. Europeus ainda fumam muito; nós estamos entre os países com menos fumantes, com menos gente de risco. Então, é preciso a cada dia avaliar a atividade do vírus e a atividade econômica. E dar a ambos a dose certa para preservar os brasileiros.
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nisso
Pense
Por Professor Luiz Marins LUIZ MARINS Antropólogo e escritor. Tem 26 livros publicados e seus programas de televisão estão entre os líderes de audiência em sua categoria. Veja mais em www.marins.com.br
A urgência na educação para a higiene Todos os anos estamos às voltas com epidemias e surtos de gripe vindas de todos os cantos da terra, e com a facilidade de deslocamento nenhum país está livre do contágio e nenhuma pessoa pode se considerar inatingível
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ouco podemos fazer como indivíduos, a não ser tomar as precauções que nos são indicadas pelas autoridades sanitárias, que devemos sempre acreditar e levar a sério. Em todos os casos, sem exceção, a maior de todas as recomendações é higienizar as mãos, ou seja, lavar as mãos de forma correta - um hábito simples e dos mais eficazes contra qualquer doença, segundo os mais renomados cientistas da área da saúde. Usamos as mãos praticamente para tudo que fazemos e a pele é um reservatório de diversos microrganismos. Por meio do contato direto (pele com pele) ou indireto (toque em objetos e superfícies contaminadas), esses microrganismos podem se transferir de uma superfície para outra. As mãos são um veículo eficiente para a transmissão de infecções e bactérias, afirma o site do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo. Lavar bem as mãos ou usar álcool gel quase sempre têm a mesma eficácia. Em nosso dia a dia, há várias situações em que a higienização de mãos é obrigatória: antes, durante e depois do preparo de qualquer alimento; antes de tocar em qualquer coisa que vá à boca; antes e depois de tocar numa pessoa doente; depois de coçar ou assoar o nariz; antes e depois das refeições; antes e depois de tratar algum machucado ou ferimento; depois de tocar, alimentar ou limpar um animal; depois de manipular a comida ou objetos de seu gato ou cachorro e depois de tocar no lixo, isso sem falar, é claro, após ir ao banheiro. Lavar bem as mãos é tão importante que os cientistas afirmam que mais da metade das infecções hospitalares seriam evitadas se esse hábito fosse seriamente obedecido. Assim, é urgente que as famílias, escolas em todos os níveis, empresas e organizações em geral façam uma grande campanha de educação para a higiene, conscientizando e mesmo obrigando seus familiares, alunos e colaboradores a reaprender hábitos de higiene, principalmente o de lavar bem as mãos em todas as circunstâncias recomendadas. Só assim estaremos, de fato, combatendo epidemias atuais ou futuras e teremos um país mais saudável. Lave as mãos! Pense nisso. Sucesso!
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Opinião Por: Wagner Parronchi, colunista wagnerparronchi@hotmail.com
Revisão da vida toda STJ decide o óbvio e permite inclusão no cálculo da aposentadoria do período anterior a 1994
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que era óbvio para qualquer um demorou anos para ser decidido por uma alta corte no Brasil que, embora não tenha falhado em sua decisão, foi tardia, e Justiça que tarda já é uma injustiça. Ora, era óbvia a razão dos contribuintes e segurados do INSS que se encontravam aposentados e buscavam a revisão de seus benefícios visto que quem paga por uma prestação deve receber contraprestação equivalente, isto é assim em qualquer lugar do mundo, menos aqui quando quem deve prestar o serviço é o Governo. Imagine o coitado do trabalhador que se filiou ao regime geral da Previdência Social antes de 1994 e tenha contribuído por anos a fio com valores mais elevados e, no final de sua carreira profissional, a partir de 1994, tenha declinado seus rendimentos e, consequentemente, a contribuição aos cofres do INSS. É justo que esse trabalhador receba benefícios baseados apenas nos cálculos de 1994 em diante como passou a ser? Claro que não. Seria o mesmo que pagar um financiamento de um BMW e receber da loja um Fusca. É justo? Apesar de óbvio, demorou-se anos para decidir. Conhecida como “revisão da vida toda”, a decisão altera parâmetros para cálculo dos benefícios de aposentados que tenham contribuído para a Previdência Social antes de julho de 1994, quando foi criado o Plano Real, beneficiando os segurados que tenham realizado os maiores recolhimentos antes daquela data, de tal forma que teriam uma média das contribuições (salário-de-benefício) maior do que a apurada de 1994 para cá. A revisão é válida para os trabalhadores que se aposentaram após o ano de 1999 e não puderam computar no cálculo do benefício os salários de contribuição anteriores a 1994, pois o INSS realizou o cálculo com os valores recolhidos somente após o início do Plano Real, ou seja, a “revisão da vida toda” promove o recálculo da média salarial, considerando todos os salários do trabalhador, mesmo aqueles anteriores a julho de 1994.
“Justiça que tarda já é uma injustiça” Revista Energia 15
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Uma nova experiência para o consumidor “Todos os seus sonhos podem se tornar realidade se você tiver coragem para persegui-los” (Walt Disney) Texto Heloiza Helena C Zanzotti 16 Revista Energia
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arne bovina, de porco, peixe, frango... Sabe o que elas têm em comum? As proteínas, nutrientes essenciais para o nosso organismo! Mas isso você, leitor, já deve ter lido em nossa matéria de capa na edição 83 da RE. Na ocasião, falamos sobre a importância da carne em nossa alimenta-
ção e em como seu consumo deve fazer parte de uma dieta saudável. Nesta edição você vai saber como anda o consumo de carne, vamos falar de churrasco e de um casal que uniu amor e muito trabalho para alcançar o sucesso e a fidelização de clientes. BRASILEIRO ADORA CARNE E adora tanto, que o consumo de carne bovina no Brasil cresceu 14% nos últimos dez anos segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) em parceria com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq). Com relação à carne de frango, segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) a produção brasileira deverá crescer entre 4% e 5% em 2020. Já a carne suína está cada vez mais presente na mesa do brasileiro. De acordo com publicação do site aviculturaindustrial.com.br, estudo mostrou que a percepção do consumidor e a indicação pelos profissionais de saúde que já recomendam a inserção da proteína suína numa alimentação saudável têm impactado positivamente na escolha desta carne para o dia a dia.
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CHURRASCO, PAIXÃO NACIONAL Que brasileiro adora um churrasco todo mundo sabe. Por aqui, muito mais do que um prato da culinária, o churrasco é sempre um evento, seja para reunir amigos ou para comemorar alguma data. Além do churrasco tradicional, de carne bovina, outros tipos de carne são muito apreciadas como a de porco, carneiro, frango e peixe, além de linguiça, coração de frango, pão de alho, etc. No espeto, na grelha ou usando outro método, para preparar um bom churrasco a escolha das carnes é fundamental, por isso, sempre dê preferência a açougues tradicionais, que você já conheça bem ou tenha boas referências. EMPREENDENDO JUNTOS Não é preciso ser especialista para saber que quando temos alguém com quem compartilhar os desafios fica mais fácil encarar e superar os obstáculos. Este é o exemplo do casal Reginaldo Aparecido Cabrioli e a
esposa Célia Cristina Dainese Cabrioli, que são o que podemos chamar de empreendedores natos. À frente do Varejão de Carnes Popular desde 2006, o casal não mede esforços para manter uma empresa que prioriza a excelência no atendimento e a certeza de que os clientes terão à sua mesa carne da melhor qualidade. VAREJÃO DE CARNES POPULAR Contando com uma experiência de mais de 36 anos no mercado, o Varejão de Carnes Popular está sempre inovando, buscando novas alternativas para oferecer a melhor qualidade e uma grande variedade de carnes e produtos afins aos seus clientes. No último ano, após a grande reforma e ampliação de seu espaço, trouxe para a nova estrutura os mais modernos equipamentos, do balcão de atendimento às vitrines de produtos, buscando constantemente proporcionar aos seus consumidores a melhor experiência ao adquirir sua carne. “Foi um grande sonho que conseguimos realizar. Nos empenhamos muito para oferecer um espaço com muito mais conforto e variedade aos nossos clientes e é muito gratificante perceber o quanto eles estão mais confortáveis e bem servidos”, afirma Célia. O Varejão de Carnes Popular trabalha com carnes sempre frescas, corretamente acondicionadas e possui uma equipe capacitada para oferecer um atendimento personalizado, sempre pronta para tirar qualquer dúvida sobre carnes, e treinada para manusear corretamente os cortes, permitindo o aproveitamento máximo. Reginaldo lembra que o cuidado se estende também à higiene, proporcionando aos clientes um produto da mais alta qualidade. “Essa também foi uma questão que priorizamos ao decidir ampliar nossas instalações e melhorar o espaço onde os cortes são manuseados”. GRANDE VARIEDADE DE PRODUTOS Agora, no Varejão de Carnes Popular você encontra tudo o que precisa em carnes para o dia a dia, churrasco e eventos, além dos mais diversos produtos cuidadosamente selecionados para agradar os mais exigente paladares: pimentas, sal, azeite, molhos, temperos, enlatados, congelados, massas, kits para churrasco, carvão, lenha para churrasqueira, salgadinhos Elma Chips, sucos, cervejas e muito mais. Até aquele cafezinho expresso delicioso você pode degustar no novo espaço do Varejão de Carnes enquanto aguarda sua vez de ser atendido, afinal, oferecer a maior variedade de produtos de qualidade e atender bem são especialidades da casa. E se a excelência no atendimento ao cliente é um dos pontos fortes do Varejão de Carnes Popular, um dos maiores diferenciais é o preço justo, o que atrai cada vez mais clientes satisfeitos. Vamos conferir? MAICOL ROQUE E ANA MISSASSI - RESTAURANTE SABOR EM GRAMAS “Compramos no Varejão de Carnes há 7 anos, desde o início aqui no restaurante, e o diferencial é a qualidade do produto. A carne sempre de qualidade superior e fresca, mesmo padrão, entrega rápida, melhor preço e aquele atendimento sempre especial. Eles são uma empresa familiar, assim como nós e por isso sentimos aquele carinho especial no atendimento. Nós recomendamos o Varejão!”
RENATO GRIZZO - SÓCIO PROPRIETÁRIO DA EMPRESA BUFFET RENATO GRIZZO “Falar do Varejão de Carnes Popular é fácil, afinal de contas, a qualidade dos produtos e atenção no atendimento superam as expectativas. As dúvidas são sempre esclarecidas, a disponibilidade e rapidez são fatores importantes e o preço é convidativo. Estou muito satisfeito e espero que a nossa parceria dure por muito tempo, sempre buscando o crescimento de ambos. Super recomendo!” MARIA GABRIELE ROSSINI RECANTO DO HELINHO “O Varejão oferece um serviço de qualidade, com muitas variedades de carnes e produtos do segmento, tendo o melhor preço de Jaú. Sem falar no atendimento, as meninas são sempre atenciosas e prestativas, seja no balcão ou pelo Whats App, por onde são feitas as encomendas com profissionais competentes! Super recomendo, o Varejão é nota 10!” LUZINETE PAULA DA SILVA ESPETINHO DA LU “Compro no Varejão de Carnes Popular há 5 anos e o que mais me faz voltar todo dia é a qualidade dos produtos e acima de tudo a forma como sou tratada pela equipe. Lá eles tratam da mesma forma o restaurante que gasta 300 reais por dia e eu, que gasto menos de 100 reais, com o mesmo respeito e consideração... Para mim isso não tem preço. Por isso eles estão onde estão e ainda vão muito mais além...” SOLEIDE MARIA COSTA RESTAURANTE DA SOL - DOIS CÓRREGOS “Há três anos eu compro no Varejão de Carnes Popular por ser um ambiente super agradável, atendimento ótimo, produtos de primeira qualidade e preços incomparáveis! Uma equipe nota 10, Célia, Reginaldo, Marcela e todos os funcionários!”
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PROMOÇÃO DE FINAL DE ANO Cliente do Varejão também tem uma super promoção de final do ano! Em fevereiro aconteceu o sorteio de prêmios incríveis como 1 moto zero quilômetro, 2 bike aro 29, 1 TV 32” e 1 forno micro-ondas! Foram milhares de participantes e os clientes sorteados foram: Silvina Silva Ferreira, de Mineiros do Tietê - 1 moto zero quilômetro Marlene Francisca da Silva, de Jaú – 1 bike aro 29 Claudir Aparecido Gomes, de Bariri – 1 bike aro 29 Elaine Patrícia Marques, de Mineiros do Tietê – 1 TV 32” Izabel Merger, de Jaú – 1 forno micro-ondas
A equipe do Varejão de Carnes Popular está sempre preparada para auxiliar você na escolha da carne conforme a sua necessidade, com o cuidado e a dedicação de todos esses anos. Ofertas todos os dias e entregas em domicílio, inclusive para restaurantes, bares e hotéis!
Fone: (14) 3622.3885 WhatsApp : (14) 99853.0888 Facebook: Varejão de Carnes Popular Rua Saldanha Marinho, 387 Centro - Jaú/SP
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# INSPIRE-SE Por Aline Emanuelle Perim Formada em Biomedicina Estética pela UNIARA, aprimoramento em análises clínicas pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, especialista em Biologia Molecular pelo Instituto Naoum, especialista em Biomedicina Estética pelo Nepuga, Estrategista de Emagrecimento - Licenciada pelo Método de Emagrecimento Afine-se aline_perim@hotmail.com
Se for para mudar, mude pela única pessoa que vale a pena: VOCÊ! Afinal,
a
quem
interessa
sua
mudança? A Ana Paula entendeu os benefícios
de
uma
transformação,
considerou o impacto disso na sua rotina, saúde e felicidade própria em primeiro lugar. Por fim, tomou sua decisão: veio para a Revivali e eliminou quase 20 kg. O que eu quero dizer com isso? Você é a única pessoa pela qual vale a pena mudar, você é a sua morada, por isso também é a única pessoa que pode exigir uma mudança. Não mude por ninguém, nem por nada, apenas mude porque isso te fará melhor, mais feliz e realizada. Que mudança você precisa para sua vida, hoje? Que tal dar o primeiro passo?
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Dermatologia Por Dra Renata Oseliero Médica com formação em dermatologia pela Faculdade de Medicina de Valença/RJ Pós-graduação em medicina estética; pós-graduação em tricologia Estágio em dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo
É ver para crer: tratamentos estéticos que dão resultados fantásticos! Todo mundo que quer emagrecer sonha com alguma fórmula mágica, uma pílula infalível, um creminho milagroso
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ada disso existe, infelizmente. Mas, além da dupla dieta e exercício, existem tratamentos estéticos que garantem uma redução real de medidas. A Intradermoterapia é um tratamento que auxilia o rejuvenescimento da pele e a redução da celulite, das estrias e da gordura localizada. É um procedimento estético não cirúrgico, capaz de reduzir de 3 a 10 cm de gordura corporal em apenas uma sessão. A intradermoterapia, conhecida também como mesoterapia, é uma técnica minimamente invasiva, que envolve uma série de injeções de medicamentos, vitaminas, minerais e coquetéis de aminoácidos no mesoderma, a camada de gordura e tecido conjuntivo sob a pele. É indicada pra quem deseja eliminar gorduras localizadas, reduzir medidas, flacidez, estrias e celulite, e rejuvenescer a pele do rosto e do pescoço. O Manthus é um dos procedimentos estéticos clássicos quando o assunto é eliminar as gordurinhas localizadas, pois proporciona uma melhor remodelagem corporal, além de atuar na aparência da pele, reduzindo significativamente as celulites que tanto incomodam.
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Utiliza um ultrassom de alta intensidade e uma corrente específica para acelerar o sistema linfático, reduzir as células gordurosas e eliminar as toxinas. O Manthus é uma das técnicas mais eficientes para queimar gordurinhas indesejadas e reduzir a celulite. É indicado para tratar celulite de todos os graus, gordura localizada e pós-operatório. Já a Carboxiterapia é realizada através da infusão de gás carbônico em diferentes camadas da pele, promovendo uma melhor oxigenação, uma melhor circulação sanguínea e o estímulo do metabolismo celular sem agredir o organismo. É indicada para o tratamento de estrias, celulite, flacidez, gordura localizada e olheiras. Além de tratar todos os itens citados acima, a carboxiterapia também promove o aumento do fluxo sanguíneo local, favorece a produção de colágeno, acelera o metabolismo local, melhora o aspecto e diminui o tamanho de cicatrizes, favorece a queima da gordura e desfaz os nódulos de celulite. Mas cuidado! Alguns desses tratamentos só podem ser realizados por médicos! Faça uma avaliação e saiba quais são os mais indicados para você.
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Por Evelin Sanches Mestrado em Administração Pública e Governo MBA em Gestão Estratégica de Negócios
ABDA Urban Run ABDA Urban Run, realizada pela Associação Bauruense de Desportes Aquáticos (ABDA), já é a maior corrida de rua da região
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evento totalmente beneficente teve, em sua 2ª edição, a maior premiação em troféus da região e reuniu mais de 2 mil pessoas nas imediações do Recinto Mello Moraes, em Bauru. Fabiane Buzalaf Zopone, uma das idealizadoras, fala sobre o evento que tem atraído participantes dos mais diversos lugares. “Em 2018, eu e minha amiga Renata Maia buscávamos uma forma de angariar fundos para ajudar a manter e ampliar as aulas extras de inglês que a ABDA havia começado a oferecer às crianças visando à ida delas para competições no exterior. Não tínhamos ideia real do que era organizar uma corrida de rua, de todos os detalhes envolvidos. Imaginávamos que seria apenas pegar uma faixa e dar a largada para que saíssem todos correndo. Mas abracei a ideia da Renata, que surgiu ao ver uma camiseta de uma corrida de rua, e aos poucos o sonho foi tomando forma”. Quais pessoas fazem parte diretamente da organização deste evento? O grupo tem cerca de 12 pessoas envolvidas entre funcionários da ABDA, amigos e parceiros. Desde a primeira edição tivemos o apoio da Alvo Run de Jaú, que assim como a ABDA, trabalha sem fins lucrativos. Evelin Sanches e Gustavo Bauab abraçaram a causa e nos ajudaram desde o início com a concepção do projeto, definições de layout, estratégias de divulgação entre outras coisas. O engajamento deles, assim como o envolvimento de todos da organização, além do staff de voluntários da ABDA para o dia do evento é muito importante para o sucesso da corrida. Tivemos nas duas edições corredores de diversos estados do país por conta desse empenho na divulgação e dos itens diferenciados que oferecemos. Outra parceria muito importante em 2020 foi a Polícia Militar, que nos deu todo o suporte com a corporação e os alunos do curso de soldados para que o evento acontecesse com total segurança e tranquilidade. A arrecadação destina-se a algum projeto? Nosso intuito é que o valor arrecadado com as inscrições seja revertido para atividades da ABDA. Para isso, elaboramos um kit atleta bem completo, com itens de qualidade que atraiam os corredores. Todos os custos do evento são suportados pelo valor captado junto a patrocinadores, que sabem que estão investindo num evento 100% beneficente, atrelando sua imagem a um trabalho sério, responsável pela melhoria de vida de inúmeros cidadãos. 38 Revista Energia
Quais os diferenciais da ABDA Urban Run? Além da premiação geral, premia de 1º a 5º lugares nas categorias a cada 5 anos. Isso aumenta a chance dos corredores conquistarem pódio, atraindo mais inscrições. Em 2020, também introduzimos a categoria 70+, para atender um público mais velho que já havia prestigiado nossa primeira edição e notamos a necessidade. Outro diferencial é a corrida infanto-juvenil, também com premiação em medalhas e troféus, incentivando os pequenos corredores e proporcionando a chance de toda a família participar do evento. Você esperava o enorme alcance e resultados obtidos? Trabalhamos incansavelmente para oferecer a melhor experiência aos participantes para que pudessem se lembrar com alegria do evento e ajudassem a disseminar o interesse pela prova. Pela dedicação de todos os envolvidos na organização, esperávamos um evento de sucesso, mas o alcance e o feedback tão positivo que recebemos todos os dias das pessoas nos surpreendem. Desde o final da primeira edição já somos cobrados pela edição do próximo ano. É um evento que já entrou para o calendário anual das corridas de rua. Para quando está prevista a 3ª edição e como participar? A 3ª edição está marcada para o dia 7 de fevereiro de 2021. Pretendemos manter o padrão da ABDA Urban Run e buscar a melhoria contínua, trazendo sempre o melhor para os corredores, novidades e atrativos para que o evento seja mais do que apenas uma corrida de rua. As inscrições, quando abertas, são feitas pelo site www.ticketagora.com. br. Patrocinadores que desejarem participar podem entrar em contato pelo e-mail contato@abdabauru.com.br.
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comemoração de consagração matrimonial Fevereiro ficará marcado para sempre na memória dos que participaram do casamento do Dr. Giovani Araujo com Patricia Prado Araujo. Os presentes vislumbraram uma sessão singular, com direito a participar dos rituais maçônicos e conhecer esse mundo de curiosidade. A cerimônia foi ilustrada pela presença de autoridades maçônicas como Antônio Gavioli (chefe de gabinete), e Daniel de Leão Keleti (Grão mestre adjunto GOB-SP). Os cônjuges resplandeceram de felicidade diante de tantos amigos queridos. A celebração aconteceu às 19h do dia 15 de fevereiro, na Loja Maçônica União e Caridade Jauense. A decoração ficou por conta da Splendore Decorações e o delicioso jantar foi do Buffet da Lurdes, que arrasou no cardápio. Os cliques foram de MSA Foto e Vídeo, que registrou os momentos mais emocionantes da festa onde ambos se declararam um ao outro, deixando os convidados emocionados.
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1- Patricia Prado Araujo, Luca Prado Milani e Dr. Giovani Fernando Araujo 2- Patrícia Araujo, Antônio Gavioli (Chefe de gabinete), Daniel Keleti (Grão Mestre Adjunto do GOB-SP) e Dr. Giovani Araujo 3- Familia Prado 4- Familia Araujo 5- Marina Priori, Eliana Alcalde, Dr. Giovani Araujo, Patrícia Araujo, Jorge Alcalde. 6- Equipe HVA 7- Cibele Santorsula, Dr. Rodrigo Santorsula, Dr. Marcelo Guerra, Adriana Guerra, Dr. Giovani Araujo, Patricia Araujo, Dra. Vanessa Baviloni, Liandro Baviloni 4 5
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Fotos: Arquivo pessoal
Social
Jaú Shopping O primeiro Carna Kids do Jaú Shopping foi realizado na praça de alimentação nos dias 24 e 25 de fevereiro, das 15h às 19h, e foi um sucesso! O evento recebeu um público além do esperado, e as crianças compareceram com fantasias. Teve oficina de máscaras, pinturinha facial, bailinho com pista, luzes e DJ, além da presença do Baby Shark, o atual queridinho da garotada. O mais importante e que agradou a todos é que foi totalmente gratuito, com parceria da Sonhe Mais Personagens e Coloré Pinturinhas.
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Social
Buffet Marlene Festas O segundo aniversário da Elisa foi comemorado no dia 15 de fevereiro no Espaço Verena, com o toque especial do Buffet Marlene Festas. O papai Alexandre Lança Bernal e a mamãe Flávia Catâneo Bernal, ao lado da graciosa Elisa, receberam amigos e familiares para uma linda festa que teve o registro fotográfico de Luciana Castelo.
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Mirante do Pouso Nada melhor que comemorar o Dia Internacional das Mulheres com um delicioso almoço em um dos melhores e mais tradicionais restaurantes de Jaú e região! Confira quem curtiu a data no melhor estilo!
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Saúde
Novo Coronavírus
Desafio e esperança “... Foi assim / No dia em que todas as pessoas do planeta inteiro resolveram que ninguém ia sair de casa / Como que se fosse combinado em todo o planeta / Naquele dia, ninguém saiu de casa, ninguém!”
Texto Bárbara Milani Fotos Arquivo pessoal
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m tempos de coronavírus, nada mais atual que a música de Raul Seixas que, aliás, anda circulando muito pelas redes sociais. Você, leitor, já se atentou para a letra? O professor Guilherme Wisnik, da coluna Espaço em Obra – uma produção do Jornal da USP – destaca a canção de Raul Seixas especialmente no trecho que diz que “o professor não vai sair pra dar aula, porque ele não tem mais nada pra ensinar”. Segundo o colunista “é o contrário, o professor é quem tem muito para ensinar, assim como o médico tem para curar, pois neste momento a ciência e o conhecimento são os grandes valores a nos ajudar”. O colunista abordou a questão dos impactos da quarentena imposta pelo coronavírus e a reclusão das pessoas no planeta inteiro de maneira forçada, mas com consequências que não deixam de ser interessantes, segundo ele. Como, por exemplo, o movimento de solidariedade em escala global. CORONAVÍRUS OU COVID-19 Diversas teorias da conspiração sobre a Covid-19 circularam na internet nos últimos dias defendendo que o vírus havia sido criado em laboratório pelos chineses. Uma pesquisa publicada na Nature Medicine desmente essa ideia e mostra que o vírus é produção de evolução natural. Mas, juntos, vamos descobrir mais sobre esse vírus? Assim que a doença começou a se propagar na China, em Wuhan, os cientistas do país sequenciaram o genoma do vírus e tornaram os dados públicos. Segundo eles, foi a sua forma eficaz de nos infectar que fez com que eles concluíssem que o vírus é resultado de seleção natural. Caso contrário, se projetado em laboratório, seus criadores teriam usado como base o genoma de um vírus patogênico conhecido, mas o encontrado é bem diferente dos de outros coronavírus – como os causadores de SARS e MERS – e, ao mesmo tempo, semelhante a alguns vírus encontrados em morcegos e pangolins. De acordo com o médico infectologista da Santa Casa de Jaú, Dr. Daniel Márcio Elias de Oliveira, 42, o novo coronavírus é um vírus de RNA envelopado, de transmissão respiratória por gotículas e em partículas, mas principalmente por gotículas. “Esse vírus, na maioria dos casos, causou uma doença respiratória aguda grave e evoluiu de forma assintomática e oligo assintomática (pouco sintomática). O grande problema é a transmissão para portadores de doenças crônicas e pessoas acima de 65 anos, cuja mortalidade se mostrou maior na China”, explica. Dr. Daniel conta que existem três vírus que podem causar doença respiratória aguda grave, entre eles está a Sars, que é um tipo de coronavírus semelhante ao atual e que não circula mais. “Em 2003 a doença teve 8 mil casos com mortalidade de quase 10%”. Outro tipo de coronavírus, a MERS, identificada em 2012 e que causa a síndrome respiratória do Oriente Médio, circula desde 2012 até os dias de hoje, com mortalidade alta, mas com menos casos: em torno de 2 mil. SURGIMENTO A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu o primeiro alerta para a doença em 31 de dezembro de 2019, depois que autoridades chinesas notificaram casos de uma misteriosa pneumonia em Wuhan, metrópole chinesa com 11 milhões de habitantes. O tamanho é comparável com São Paulo, que tem mais de 12 milhões de habitantes. O surto inicial atingiu pessoas que tiveram alguma associação com um mercado de frutos do mar, o que despertou a suspei46 Revista Energia
ta de que a transmissão dessa variação de coronavírus ocorreu entre animais marinhos e humanos. Mas uma grande variedade de animais pode ter servido como hospedeiro do vírus, como cobras e morcegos, embora não exista essa comprovação. PANDEMIA No dia 11 de março foi declarada uma pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Pandemia é a disseminação mundial de uma nova doença. O termo indica que a enfermidade se espalhou por diferentes continentes com transmissão sustentada de pessoa para pessoa, o que aconteceu com a Covid-19. Uma confusão que pode acontecer é a da palavra “pandemia” com outros termos parecidos, mas vamos explicar agora que as definições são bastante diferentes entre surto, endemia, epidemia e pandemia. O surto acontece quando há um aumento repentino do número de casos de uma doença em uma região específica; a epidemia é o aumento considerável do número de casos de determinada doença em diversas regiões do mesmo país. Já endemia não é quantitativa. Uma doença é classificada como endêmica quando acontece com muita frequência em apenas um local específico, não atingindo outras comunidades, como é o caso da febre amarela na Amazônia. E a pandemia, como falamos acima, é a disseminação da doença por várias regiões do mundo. SINTOMAS Segundo o infectologista Dr. Daniel, os principais sintomas são febre, dor no corpo e tosse, mas pode se manifestar também como um resfriado comum. “Existem sete tipos de coronavírus que causam infecção nos seres humanos e pelo menos quatro fazem parte dos resfriados comuns, sendo que eles são detectados no painel viral, que é o exame feito em pacientes com síndrome respiratória aguda grave”, explica. Quando questionado se pessoas que retornaram de países com número elevado de casos devem procurar o hospital, o infectologista afirma que, primeiramente, a pessoa que retornou de um país com muitos casos ou com áreas de transmissão deve ficar, no mínimo, 7 dias em casa. “Se apresentar sintomas como febre alta e falta de ar, a pessoa deve procurar uma unidade básica de saúde ou, se apresentar dispneia grave, procurar o Pronto-Socorro. Caso não apresente sintomas, a pessoa deve fazer isolamento de 7 dias e pessoas que tiveram contato com casos suspeitos, segundo o Ministério da Saúde, também devem ficar em casa por 7 dias”.
CORONAVÍRUS EM JAÚ Segundo o infectologista Dr. Daniel, a Santa Casa de Jaú treinou toda sua equipe e comprou equipamentos de proteção individual (EPIs) necessários para que os funcionários fiquem bem protegidos nos atendimentos. “O hospital criou um fluxograma de atendimento para síndromes respiratórias em casos suspeitos de Covid-19, com uma ala específica para pacientes que apresentem uma situação mais grave, com leitos de unidade respiratória para atendimento desses casos”. A Santa Casa também adotou medidas de contenção como restrição de visitas e suspensão de cirurgias eletivas, para que a circulação dentro do hospital seja muito menor. De acordo com o infectologista, o poder público está fazendo tudo o que é possível para que a situação não piore, mas a população é a grande responsável neste momento para seguir o que as autoridades falam: fiquem em casa. “A população precisa seguir as orientações que o Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Municipal de Saúde recomendam”, explica. O infectologista orienta que pacientes que pertencem ao Sistema Único de Saúde (SUS), nos casos leves, procurem as unidades básicas de saúde para preservar o Pronto-Socorro da Santa Casa de Jaú para casos de urgência e emergência. MEDO E ESTRESSE Uma revisão de vários estudos sobre o impacto psicológico da quarentena de Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS), publicado na revista The Lancet, mostrou que o confinamento, a perda da rotina e o contato social e físico reduzidos causaram angústia, frustração e sensação de isolamento do resto do mundo às pessoas isoladas. Após a quarentena, na época, houve aumento de 31% nos casos de depressão e de 29% nos casos de estresse pós-traumático. Segundo a psicóloga e docente de nível superior, Ana Paula Gasparotto Paleari, 36, a pandemia do coronavírus tem gerado uma nova clientela desesperada diante do ‘ter que ficar em casa’ e ‘não ter o que fazer’. “Recebo pacientes com sintomas de ansiedade, desespero, medo, irritabilidade, tristeza, insônia, além da necessidade da busca incessante por informações a respeito do Covid-19, mesmo não querendo”. A orientação é que fiquemos em casa, por isso, é importante que as pessoas se esforcem para substituir os pensamentos negativos com relação ao que vem acontecendo, minimizando aspectos emocionais indesejáveis. “Redirecione o foco da atenção e faça algo que goste dentro de casa, pratique culinária, leia livros, assista a filmes e séries, invente brincadeiras com as crianças”, orienta a psicóloga.
Outro fator importante, segundo Ana Paula, é estar atento quanto às fontes das notícias recebidas sobre a pandemia do coronavírus. Existem fontes de informações confiáveis e outras não, por isso, o número de informações recebidas é maior. “Imagens alarmistas nos apavoram ainda mais, então, devemos nos esquivar de informações em excesso, até porque estar conectado o tempo todo não nos deixará melhor informados e provocará mais tensão”.
“Todos já temos as informações suficientes para nos prevenir” PÂNICO De acordo com o psicanalista e professor da Universidade de São Paulo, Christian Dunker, sentimentos negativos são esperados em qualquer pessoa durante uma situação de isolamento social imposta por uma quarentena. Mas, segundo ele, justamente por ser normal sentir frustração e angústia durante este momento, não são todas as pessoas que vão desenvolver transtornos mentais após o isolamento social. O pânico não nos auxilia em nada, apenas nos atrapalha. Devemos lidar com a realidade porque não há nada mais a fazer além das orientações que já conhecemos. Segundo a psicóloga Ana Paula, é comum que as pessoas fiquem ansiosas. “Essas pessoas se preocupam com o futuro e como estamos passando por uma situação nova, elas ficam realmente preocupadas com os resultados, esperando que tudo se resolva logo e da melhor maneira possível”, explica. RICOS E POBRES Internet, notebook, um trabalho que você pode fazer de casa, renda suficiente para estocar comida e remédios, direito à licença médica remunerada. Tudo isso faz parte da rotina de quem decide ou é obrigado a se isolar ou trabalhar em casa, mas nem tudo está ao alcance das pessoas de baixa renda ou que têm trabalhos precários. Para as pessoas que mal conseguem sobreviver, doenças ou interrupção do trabalho podem ser mais do que uma inconveniência enquanto, do outro lado, cidadãos com maior poder aquisitivo espalhavam o vírus (sem saber) em viagens de férias ou conferências internacionais. Domicílios de baixa renda não são capazes de estocar comida e remédios enquanto muitos que têm condições não pensam no próximo e estocam em excesso alimentos e outros produtos. Não precisamos ir muito longe para observarmos essa diferença. Muitas comunidades brasileiras estão sofrendo com falta de água, o que é essencial, juntamente com o sabão, para lavar as mãos e combater o Covid-19. Comunidades como Cidade de Deus (no Rio de Janeiro) e Paraisópolis (em São Paulo) têm suas condições ainda mais prejudicadas pela falta de abastecimento de água. De acordo com a psicóloga, o desespero é um causador de atos impensáveis e egoístas. “Em um momento onde deveríamos nos unir, sermos solidários e empáticos, presenciamos atos de egoísmo nos supermercados vendo pessoas pensarem só em si mesmas e nos seus familiares”. Revista Energia 47
VULNERABILIDADE Como as pessoas devem ficar em quarentena dentro de casa se não têm o básico do básico para se prevenirem? Além disso, a pandemia do coronavírus pode acentuar os efeitos da desigualdade de gênero e piorar a vida das mulheres, segundo o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), organismo da ONU responsável por questões populacionais. As mulheres estão mais expostas ao Covid-19 por estarem na linha de frente no combate à pandemia. Cerca de 70% das equipes de trabalho em saúde e serviço social são compostas por mulheres. Com o fechamento das escolas, o trabalho doméstico recai, tipicamente, sobre elas. Além disso, cerca de 35 milhões de casas são chefiadas por mulheres, segundo o IBGE. Infelizmente, o estresse diário provocado pelo confinamento também pode aumentar o risco de violência doméstica e outras formas de violência baseadas em gênero. IDOSOS Pelo mundo, o vírus matou mais idosos, que são os mais vulneráveis à doença, muitos deles ainda não entenderam a gravidade do coronavírus e circulam pelas cidades, apesar da quarentena. Para não os assustar diante de um momento tão difícil, Ana Paula orienta que os idosos precisam ser conscientizados. “Considerando a idade, nem todos conseguem ter a clareza cognitiva dos fatos e não vivem tão conectados à mídia como os mais novos. Muitos acham que é exagero, não consentem com as orientações recomendadas e têm muita dificuldade em mudar sua rotina. Se as recomendações são para todos, devem ser levadas mais à risca por eles”. IMPACTO NA ECONOMIA A atividade empresarial entrou em colapso em um ritmo recorde em março, quando as ações para combater o vírus golpearam a economia mundial. Nos Estados Unidos, a atividade de negócios recuou ainda mais, pressionando os setores de manufatura e serviços, reforçando a visão dos economistas de que a economia norte-americana já está em recessão. A atividade nos 19 países que usam o euro desmoronou, conforme eles determinaram a paralisação de serviços para conter a propagação do vírus fechando lojas, restaurantes e escritórios, o que já vem acontecendo no Brasil e, consequentemente, em Jaú. A instabilidade nas bolsas asiáticas foi apenas um sinal do quanto o coronavírus de Wuhan pode ter um impacto inesperado no crescimento mundial, em especial de produtores e exportadores de matérias-primas, como o Brasil. Tudo vai depender da duração da pandemia. Analistas estimam que, conforme o caso, o impacto pode engolir até meio ponto percentual da perspectiva de crescimento brasileiro em 2020. No Brasil, quem tem investimentos no mercado financeiro teve dias turbulentos. Os papéis de gigantes do petróleo e da mineração, como a Petrobras e a Vale, tiveram perdas significativas. Segundo o presidente do Sincomércio de Jaú e Região, José Roberto Pena, 54, o fechamento do Jaú Shopping e do Território do Calçado, além do comércio de rua em geral, teve um impacto muito grande na cidade. “As empresas estão negociando com fornecedores para segurarem duplicatas e faturamentos futuros. Tudo isso foi estancado. Elas também negociaram com seus colaboradores através de banco de horas, antecipação de férias individual ou coletiva, houve redução de jornada com a possibilidade de diminuição de salário, entre outras atitudes, dependendo do segmento”. 48 Revista Energia
Essas empresas buscaram alternativas para sobreviverem como trabalho remoto, delivery e mídias sociais. As vendas caíram drasticamente e os postos de combustíveis venderam apenas 20% da sua venda normal. “Farmácias e supermercados foram os que menos sentiram o impacto”, afirma. RETOMADA De acordo com o presidente do Sincomércio, a retomada da economia não será fácil. Para os comerciantes de Jaú, o sindicato sugere que continuem comercializando pela internet. “Pensando no futuro, quando essas lojas voltarem a abrir, sugerimos que eles cuidem da questão de sobrevida da empresa para que ela não feche. As empresas podem sofrer um corte de funcionários porque as vendas não vão voltar com a mesma intensidade e, por isso, devem negociar descontos e prazos com fornecedores”. Pensando nos consumidores, empresários terão que oferecer preços melhores e serem mais agressivos em promoções para atrair os clientes. “Eles estarão inseguros em gastar quando tudo voltar ao normal”. OTIMISMO Algumas previsões otimistas apontam o final da crise do coronavírus para julho. O presidente do Sincomércio de Jaú e Região acredita que até final de abril o comércio em geral volte a funcionar, mas reforça que a situação será difícil. “Quanto antes voltar, antes vamos conseguir retomar a economia. Na minha visão, essa crise tem que durar no máximo até final de abril, senão vai ser um caos econômico e os problemas serão maiores. As pessoas vão perder a autoestima e muitas serão submetidas a tratamentos psicológicos”, explica. De acordo com José Roberto Pena, a indústria deve voltar antes, e em seguida os serviços, comércio em geral e shoppings também retomarão o funcionamento. “Festas, eventos e cinemas, lugares com grandes aglomerações terão que esperar junho ou julho. As aulas devem voltar nesse período também, e o isolamento será apenas para pessoas do grupo de risco”.
“O brasileiro é um povo forte e resiliente”
PASSAGENS GRATUITAS Se por um lado algumas pessoas não pensam nas outras, por outro, as companhias aéreas estão pensando nos profissionais de saúde que estão na linha de frente no combate ao coronavírus. As companhias Gol, Azul e Latam estão oferecendo viagens gratuitas para esses profissionais desde o dia 23 de março, além de outras empresas que estão transportando gratuitamente medicamentos e equipamentos necessários no controle do vírus. O benefício vale para pessoas registradas nos conselhos estaduais e residentes no país, com comprovada atuação no combate ao Covid-19. A Latam informou que “em reconhecimento por toda a dedicação nesse período difícil, profissionais de saúde envolvidos no combate ao vírus têm passagens gratuitas para deslocamento dentro do Brasil”. A Gol lembrou que os bilhetes estão sujeitos à disponibilidade nos voos e é preciso apresentar carteirinha de credenciamento profissional e carta emitida por empresas ou instituições de saúde que comprovem o motivo da viagem. Em comunicado, a Azul disse que o benefício se estende a médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, farmacêuticos e nutricionistas. O programa é válido para voos domésticos até 30 de abril. SOLIDARIEDADE, AMOR, FORÇA E FÉ Você já entendeu o significado dessas quatro palavras nesse momento tão difícil que estamos enfrentando? Já dizia o ditado “há males que vêm para o bem”. Neste momento, o bem é a solidariedade. Apesar da desigualdade social as pessoas estão se ajudando e, principalmente empresas, têm mostrado a importância deste ato. Setores privados doaram grande quantidade em dinheiro para hospitais, que estão no enfrentamento ao coronavírus, comprarem respiradores pulmonares e cuidarem dos pacientes internados. No Ceará, a Secretaria Estadual adquiriu temporariamente o Hospital Leonardo da Vinci, que atualmente pertence à
rede privada. A cidade de Fortaleza está construindo um hospital temporário no Estádio Presidente Vargas. Em Pernambuco, a Prefeitura de Recife anunciou a instalação de 400 leitos de UTI e 600 de retaguarda. O governo também estuda a possibilidade de usar prédios públicos como o Estádio Mané Garrincha para implantar leitos de retaguarda para pacientes não graves. O Estádio do Pacaembu, em São Paulo, também virou hospital em combate ao coronavírus, assim como o Anhembi, maior centro de eventos da América Latina. E até o Estádio do Maracanã está sendo adaptado para receber pacientes do coronavírus. A Ambev, além de produzir e doar 500 mil unidades de álcool em gel para os hospitais, também vai construir, em um total de 60 dias, 100 novos leitos para tratar pacientes com Covid-19 juntamente com a Gerdau (maior empresa brasileira produtora de aço) e o Hospital Albert Einstein. CONSCIÊNCIA Todos esses atos de solidariedade alimentam a nossa esperança de que essa crise vai acabar em breve e, assim, a economia vai voltar a crescer, as pessoas voltarão às suas rotinas normais e as empresas vão gerar novos empregos. Talvez isso demore um pouco, mas a reflexão que esse momento difícil nos traz é necessária. Muitas vezes deixamos nossa família de lado por causa da correria, não valorizamos as pessoas que, agora, estão do nosso lado. Não só você, mas várias pessoas devem ter percebido a importância que uma família tem neste momento. Saiba valorizar seus parentes e amigos quando essa pandemia acabar. Saiba valorizar viagens, lazer e esqueça viver somente para o trabalho. Ninguém morre de amor e ninguém vai morrer de trabalhar também. Priorize sua saúde mental. Desejo que vocês, leitores da RE, lembrem-se sempre desta ordem do mentor de negócios Joel Jota: saúde, família e trabalho. Necessariamente nesta ordem! Hospitais se preparam para a Covid-19
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Look de artista
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Modelos: Flavia Jorgin e Felipe Jorgin Roda Looks: Vestylle Megastore Produção: Jorgin Cabelo e Estética Local: Espaço União Livraria & Café Fotos: Moinho Propaganda
Tel: 14 3622 8364 Revista770 Energia 53 Av. Frederico Ozanan, - JaĂş/SP
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Por Heloiza Helena C Zanzotti Escola Estadual Professor Túllio Espíndola de Castro está
nas escolas públicas em vários estados do Brasil, e “Poesias Singelas”.
localizada na Avenida Zezinho Magalhães s/nº na Vila
Importante destacar que o prédio onde funciona a instituição de en-
Nova, e foi criada pela Lei 6.687 de 04 de janeiro de 1962,
sino possui espaços interligados por rampas e corredor de acesso com
inicialmente com o nome de Grupo Escolar da Vila Nova.
projeto arquitetônico de João Batista Vilanova Artigas, um dos principais
Recebeu posteriormente a denominação EEPG Prof. Túllio Espíndola
nomes da história da arquitetura de São Paulo, também idealizador de
de Castro em 14 de outubro de 1974, mas a instalação e inauguração
outras obra na cidade como a Estação Rodoviária.
do prédio ocorreu em 12 de maio de 1979, na gestão do Professor Renato Santo Gallo. Atualmente sob a direção de Renata Ruiz Goulart, tendo como vice-diretor Pérsio Senerino, a instituição atende estudantes do Ensino Fundamental (anos finais) e Ensino Médio.
De acordo com a coordenadora, a escola atende hoje 354 alunos no Ensino Fundamental, anos finais (do 6º ao 9º ano) nos períodos manhã e tarde, e 232 alunos do Ensino Médio regular (1ª a 3ª série, nos períodos manhã e noite. “A escola Tullio preza pelo bem-estar dos nossos alunos, garantindo
Vanessa Regina Aizza, professora coordenadora da escola, enviou
a todos o direito previsto no ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente,
à RE algumas informações sobre a instituição cujo patrono, Professor
que é o de que toda criança e adolescente tenha seu direito primordial
Tullio Espíndola de Castro, natural de Guaratinguetá, SP, foi professor,
de estudos, estando sempre em contato com a família para garantir que
diretor de escola, supervisor de ensino e escritor, com vários livros publi-
essa cumpra com suas obrigações legais, de garantir a permanência
cados, entre eles, “Campos e Arrebóis”, para o curso primário, adotado
desses jovens na escola”, conclui Vanessa.
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História
Lições para a vida Grandes acontecimentos na história da humanidade modificaram a visão de mundo das pessoas
Texto Heloiza Helena C Zanzotti Fotos Arquivo pessoal
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ser humano se reinventa sempre. A humanidade, ao longo da sua história, já sobreviveu a muitas catástrofes e fenômenos que tiraram milhões de vidas e provocaram danos materiais. No entanto, sempre nos trouxeram grandes ensinamentos e a certeza de que, com união e solidariedade, poderemos superar crises e evoluir. Em tempos de pandemia como a que estamos vivendo com o coronavírus, é importante olhar para a história e refletir, pois as experiências que vivemos hoje, boas ou ruins, são lições que nos fazem progredir e descobrir como a humanidade pode ser melhor. Convido você, leitor, a voltar um pouco ao passado e analisar muitos aprendizados e benefícios que tiramos de fatos que marcaram o mundo. Vamos lá? CRISE DE 1929 A Grande Depressão, também conhecida como Crise de 1929, foi a maior crise do capitalismo financeiro. Teve início em meados de 1929, nos Estados Unidos, e espalhou-se por todo o mundo capitalista. Um fato marcante dessa crise financeira foi a quebra da Bolsa de Nova Iorque. Segundo o sociólogo Heraldo Bello da Silva Júnior, até a Crise de 29 os países utilizavam o modelo do liberalismo clássico, criado por Adam Smith, que pregava que o estado não deve intervir na economia, o mercado se autorregula através da lei da oferta e da procura, e isso controlaria o preço dos produtos. “Acontece que a crise de 29 mudou a visão que as pessoas e o governo tinham porque perceberam que o mercado não tem condições de se autorregular. A partir daí outra teoria, o Keynesianismo, mais conhecida como estado de bem-estar social, foi implantada pela primeira vez no New Deal (Novo acordo) por Franklin Roosevelt, presidente dos EUA à época, para salvar a economia do país. Nesta teoria o estado tem, sim, que intervir na economia regulando preços, controlando a demanda de produtos, dando subsídios e protegendo principalmente a população, garantindo o mínimo necessário para sua sobrevivência como moradia, educação, saúde, previdência social, transporte. Desse modo, mudou a visão que as pessoas tinham da participação do estado na economia e na proteção da sociedade mais carente”, explica.
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As novas regulamentações ajudaram especialmente as pequenas empresas, diminuindo a injustiça do sistema financeiro com a redução da desigualdade de renda. Assistência aos pobres, desempregados e a expansão da seguridade social (especialmente para idosos) também favoreceu a população. SEGUNDA GUERRA MUNDIAL Mais de 50 milhões de vidas perdidas, 35 milhões de feridos, duas bombas nucleares e uma mudança completa nos rumos do mundo. Para o sociólogo Heraldo, com este episódio aprendemos muitas coisas, principalmente com o Holocausto. “A partir da Segunda Guerra Mundial entendemos que os países têm que ter uma organização acima deles, porque o sentimento de nacionalismo pode levar à guerra, a uma nação se achar superior à outra, como aconteceu com Hitller e os nazistas, que se achavam de uma raça germânica ariana superior aos judeus. Os campos de concentração nos ensinaram uma lição: que é preciso uma organização acima das nações que regulamente o mínimo necessário para que possamos conviver, ainda que cada país tenha a sua cultura, seus valores, seus rituais”. O sociólogo explica que a partir daí surgiu a ideia dos direitos humanos. “A ONU (Organização das Nações Unidas) foi fundada em 1947 e em 1948 foi publicada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, com o mínimo que as pessoas têm que ter de direitos para serem tratadas com humanidade. Podemos ser brasileiros, portugueses, ingleses, mas acima disso temos um sentimento maior que o nacionalismo que é a generosidade, priorizando o bem-estar da sociedade”. A ONU tem direito de exigir que todos os países que são membros dela devem cumprir a Declaração dos Direitos Humanos. Surge então a ideia de um direito humano, ou seja, qual é o mínimo que uma pessoa precisa para viver com dignidade. Direito à vida, à alimentação, moradia, liberdade de expressão, liberdade de pensamento. A concepção de humanidade é um aprendizado que tiramos da Segunda Guerra Mundial. MURO DE BERLIM Alemanha, um país que foi dividido pelo contexto de Guerra Fria: o socialismo como possibilidade de um mundo mais igualitário; e o capitalismo como um mundo mais rico, mas desigual.
De acordo com Vinicius Muhlethaler Beire, mestre em História pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), para quem testemunhou, a Queda do Muro de Berlim simbolizava a derrocada do socialismo real e o fim da apreensão para uma provável Terceira Guerra Mundial. “Para os cidadãos do Leste Europeu significava um horizonte de liberdades individuais e acesso aos bens de consumo, outrora restritos ao Ocidente. No entanto, nos primeiros anos após o fim da Guerra Fria, já havia a sensação de que também não seria uma época fácil, com o aumento do desemprego, da desindustralização e da emergência de novos conflitos”. Um muro que por 29 anos dividiu famílias, destruiu sonhos e mudou a paisagem local trouxe lições importantes como, por exemplo, reconciliação e tolerância, além da ideia de quebra de fronteiras e liberdade. WORLD TRADE CENTER Considerado o maior atentado terrorista da história, no dia 11 de setembro de 2001 integrantes da Al-Qaeda sequestraram quatro aviões comerciais nos Estados Unidos. Duas aeronaves foram lançadas contra as torres gêmeas do World Trade Center, os prédios mais altos de Nova Iorque. Outro avião caiu no Pentágono, em Washington e a quarta aeronave caiu em um campo próximo à Pittsburgh. Esses atentados terroristas geraram um prejuízo financeiro de 90 bilhões de dólares aos Estados Unidos, além de matar cerca de 3 mil pessoas. Muitos outros atentados se seguiram a este, em diversos lugares do mundo, e nos mostram que não existe lugar seguro, todos estamos vulneráveis. No entanto, tivemos como consequência uma modernização tecnológica, e a segurança foi a área que mais se desenvolveu. Maior controle e vigilância em portos e aeroportos, monitoramento da web, mais rigidez no processo de imigração e outras medidas de caráter preventivo foram implantadas. GRIPE ESPANHOLA Tão misteriosa quanto a Covid-19, pandemia que hoje nos atinge, há 102 anos a gripe espanhola matou mais de 50 milhões de pessoas no mundo, cerca de 30 mil aqui no Brasil. De origem desconhecida, os primeiros casos ocorreram entre março e maio de 1918, logo após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Os primeiros registros foram nos Estados Unidos, ainda du-
rante a guerra, mas foi a Espanha que percebeu que estava diante de uma doença grave, daí seu nome. Além da Europa e Estados Unidos, o vírus circulou na Índia, Sudeste Asiático, Japão, China, África, Américas Central e do Sul, e foi classificada como a maior pandemia de todos os tempos. Em artigo publicado no jornal Correio do Estado de Campo Grande/ MS, Adriel Mattos lembra que militares da Marinha, que estiveram em missão na África durante a guerra, retornaram ao Brasil em setembro, e pelo menos 100 marinheiros morreram na ocasião. O vírus também chegou a São Paulo e ao Rio de Janeiro, a capital brasileira na época. “A doença atingiu todas as classes sociais, sem distinção de idade. Uma das vítimas mais ilustres foi o presidente eleito Rodrigues Alves”. Na época, não havia sistemas públicos de saúde nem campanhas de vacinação em massa e a Gripe Espanhola deu o start para que essas medidas fossem implantadas. “A gripe espanhola estimulou o desenvolvimento de sistemas de saúde pública em todo o mundo”, aponta Ariel em seu artigo. Como consequência, tivemos a criação do SUS. A historiadora Nancy Bristow argumentou também que a pandemia, combinada ao crescente número de mulheres que cursavam ensino superior, contribuiu para o sucesso das mulheres no campo da enfermagem. APRENDENDO COM O CORONAVÍRUS Muitas tragédias do passado, com suas experiências e resultados, são exemplos que devemos levar para a vida toda. Para Vinicius Muhlethaler Beire, as epidemias costumam fechar ciclos e iniciar outros. “Elas chegam para nos recordar que somos, antes de tudo, humanos, perdidos na própria arrogância, da ciência ou da crença. Há setecentos anos uma bactéria exterminava um terço dos europeus. Não sabiam que as pulgas dos ratos transmitiam a doença, que poderia ser evitada em habitações menos insalubres. Os europeus tinham vivenciado três séculos de prosperidade, com invernos brandos, intensa produtividade agrícola e fim das invasões nórdicas. Viviam o auge da civilização, mesmo com a desigualdade social, fundamentada na servidão. A Peste Negra refundou o Ocidente. A nobreza enfraqueceu, servos se encorajaram e a terra foi dividida. Os horizontes ficaram pequenos, era preciso sair, mesmo que para fora do continente. Certamente o mundo não será igual após a pandemia da Covid-19. Uma nova moralidade pode surgir, mais voltada ao coletivo, à solidariedade, e menos no progresso individual e na ganância. Sistemas de saúde devem ser universais e o poder público deve garantir nossa segurança social. As pestes matam milhões, mas também nos ensinam”, finaliza.
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É PRECISO REFLETIR Algumas lições já podemos tirar antes de passar o surto do coronavírus. De acordo com o sociólogo Heraldo Bello da Silva Júnior, a primeira delas é entender que somos humanos, não super-heróis. “Por melhor que seja nossa tecnologia, nossos hospitais, armas nucleares, estamos propensos à destruição da espécie pelas doenças. Muitas vezes esquecemos que somos mortais. Outra lição que essa pandemia ensina é que não existe economia sem sociedade. Se as pessoas não estão saudáveis e
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não podem trabalhar, a economia para. Não adianta ser bilionário e não ter onde gastar o dinheiro, ser dono da maior empresa do mundo e seus trabalhadores não poderem trabalhar. As grandes corporações não se sustentam sem as pessoas”, reflete. Uma terceira lição, segundo o sociólogo, diz respeito ao contato com a família. “Passamos pouco tempo com nossas famílias. Trabalhamos das 8h às 18h, depois vamos para a academia, para o inglês, etc. Nossa relação com o tempo é tão alucinada a ponto de não convivermos tanto com nossas famílias. Somos uma sociedade que se organiza em função do trabalho e quando você tem um surto como esse, que o obriga a ficar dentro de casa, você começa a se perguntar: o que vou fazer com meus filhos? Ou com a esposa, marido, pais... Esse é o momento de conhecer como as pessoas são na sua essência, especialmente em suas imperfeições. Uma quarta lição é a questão do coletivo. Porque o indivíduo, por mais dinheiro e poder que tenha, diante de uma situação dessa não tem poder nenhum. Não há tempo para esperar a genialidade que vai encontrar a cura. O remédio contra o vírus é a força coletiva, não deixar que ele se espalhe. É pagar um preço altíssimo em prol do bem comum. É um aprendizado social muito grande, o momento onde a saúde das pessoas é mais importante que o indivíduo, mais importante que pagar suas contas”, conclui. Por fim, como nos lembra Divaldo Franco, “vem agora um vírus que apresenta a nossa fragilidade. Aproveitemos o tempo para meditar no bem, porque logo passará. Tudo passa. Mantenhamos a fé em Deus, a solidariedade, a coragem, a oração que está tão esquecida e digamos: vale a pena viver!”
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vida
Boa
Por João Baptista Andrade Diretor da Mentor Marketing e AMA Brasil
Comida e Comida Apesar do fato de ainda existir gente que
S
morre de fome, o Brasil está engordando
egundo o Ministério da Saúde (julho de 2019), 55,7% da população nacional está acima do peso. Mais ainda, 19,8% são obesos. Entre os adultos, na faixa etária dos 35 aos 44 anos este percentual vai aos 81,1%. No grupo logo abaixo, entre 25 e 34 anos, a cifra chega aos estonteantes 84,2%. Mais de oito indivíduos a cada dez! Preocupante? Não. Mortal. Segundo a FAO (braço da ONU que monitora e combate a fome no mundo) para cada óbito causado pela inanição ocorrem outros dois provocados pela obesidade. Culpados? Todos nós e os nossos maus hábitos alimentares. Sim, eu sei que a vida moderna tão cheia de afazeres nos leva a carecer de tempo para atividades singelas como visitar os pais, fazer caridade, combater o mosquito da dengue ou, tão ruim quanto, cozinhar. Mas penso cá com os meus botões que, em muitos casos, não cozinhar é preguiça mesmo. Lá em Monte Alto (e também aqui em Joaquim Egídio) a preguiça é um pecado capital. Na vida real, preguiça de cozinhar é um pecado mortal. Não no sentido religioso, mas no sentido literal. Preguiça de cozinhar mata mesmo. E os números acima são a prova científica disso. A correria nossa de cada dia empurra muitos de nós para os alimentos ultraprocessados; aquilo que eu chamo de gororoba. Quer dizer que eu sou contra a indústria alimentícia? Claro que não! Seria impossível produzir toda a comida que eu e os meus amados consumimos. E é a indústria que me facilita a vida na cozinha. A legislação brasileira classifica os alimentos em quatro grupos fundamentais. No grupo 1 estão os alimentos in natura ou minimamente processados (legumes, verduras, grãos e tudo o mais que vem pronto para consumo) que podem ser limpos, mas não recebem adição de sal, açúcar ou outras substâncias. O grupo 2 é o dos ingredientes como farinhas, amidos, óleos, gorduras, etc. No grupo 3 estão os alimentos processados: vegetais em conserva, frutas em calda ou cristalizadas, carne seca, toucinho, peixes enlatados, queijos, pães e por aí afora. O grupo 4 é o dos alimentos ultraprocessados: gororobas em geral... Quer
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um exemplo novidadeiro do grupo 4? Hambúrguer vegetal. Imagine você a quantidade e variedade de espessantes, flavorizantes, conservantes e sabe Deus lá mais o quê, necessários para transformar algo como alface em picanha! Prefere um exemplo mais comezinho? Refrigerantes. Valor nutritivo zero. Valor calórico alto (exceto, é claro, para as versões diet) e, muito pior, ácido fosfórico a não mais poder. Ok, eu concordo que o fósforo nos é essencial; entretanto, na quantidade em que existe nas bebidas carbonatadas (nome técnico dos refrigerantes) ele acaba impedindo ou dificultando a absorção de outros minerais. Além de mexer com o metabolismo dos seus hormônios. Faça um favor a você mesmo. Coma comida. Gororoba nem pensar! Mas não fica muito monótono? Claro que não! Vamos por ordem alfabética. Arroz. Rápida olhada nas prateleiras do supermercado e eu encontrei as variedades: branco, basmati, vermelho, integral, jasmine, preto, arbóreo, carnaroli, selvagem e outros três específicos para fazer sushi. Também encontrei um risoto pronto num saquinho plástico eca!). A indústria alimentícia (como, aliás, toda a indústria nacional) só tomou corpo lá pelos anos 60 do século passado. Antes disso, as pessoas compravam alimentos nas feiras livres, quitandas, açougues, armazéns de secos e molhados. Está bem. Eu sou um chato mesmo. Mas sou um chato glutão, dentro do peso previsto para a minha estatura, sexagenário e com exames sanguíneos de dar inveja a um garoto de 15 anos. E olhe que eu bebo uísque e fumo charutos... Quer perguntar ao meu médico? Não se dê ao trabalho. Sempre que pode, o que é infelizmente raro, ele vem comer aqui em casa. Eu não sou contra a praticidade da vida moderna. Sou contra o suicídio a conta gotas. Faça um favor a você mesmo: aprenda a cozinhar. Não me venha com desculpas. Você aprendeu a andar, a falar, a vestir-se, a banhar-se. Aprendeu a ler, aprendeu outros idiomas e por aí vai. Por que não aprender a manter-se vivo, saudável e longevo? Melhor que tudo: com um prazer inenarrável. Até a próxima.
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Última página Por Luisa Caleffi Pereira Jornalista formada pela Universidade Federal de Uberlândia
Agridoce Seja mais ácida. Sarcástica. Irônica. Não, não vou explicar o significado de cada uma das palavras outra vez
J
á fiz um texto assim publicado aqui mesmo, nessa revis-
incubação de cada sentir. Às vezes o gosto pode amargar duran-
ta, na mesma coluna Última Página. O que ainda faço
te dias até que a gente perceba que realmente gosta. Ou não. Às
– e recomendo – é saborear. As palavras e seus signi-
vezes a música da nossa infância reverbera até os nossos cabelos
ficados. Saboreei durante dias essas palavras, como
esbranquiçarem.
aquele doce meio amargo que você gostou, mas não
Em todos esses momentos, sinta. Viva. Goze. Reconheça e re-
sabe onde encontrar novamente – e nem quanto amar-
nuncie. Aceite e conteste. Não nessa ordem, e nem na condição
go dele você ainda precisa sentir. E degustar.
irredutível da dualidade, mas com a lucidez de que, para saborear
Provei mais algumas vezes e me dei conta de que eu gostava
– com ironia ou deleite – é preciso ser flexível, maleável. E escutar
do amargo, da sensação que ele me proporcionava. Logo eu, que
o outro. Mesmo quando ele pede para você ser mais irônica, mais
sempre escolhi o doce. O meigo, o afável. E logo eu achei o amargo
sarcástica. Talvez até querendo dizer que precisava ser mesmo mais
prazeroso. Irônico, não é? Ah, pronto! Irônico! Era o que eu deveria
amarga. Logo você, que sempre escolheu o doce. O meigo, o afável.
ser, lembra do começo do texto? Fez sentido. Assim como saborear o
E, quem sabe, você também descobrirá prazer no amargo.
agridoce durante alguns dias. E nesses tempos estranhos, sombrios
Ainda não sei se é mesmo o que eu devo ser, e se for, o quão
e tão vulneráveis que vivemos, onde as coisas parecem não fazer sen-
irônica devo ser. Talvez eu precise de mais alguns dias saboreando
tido, é recomendável – e, ao meu ver, vital – que saibamos saborear.
as mesmas palavras do início do texto, palavras que ainda são novas
Que nos lembremos do que, exatamente, gostamos de degustar.
para mim, como aquele sabor novo de sorvete que você finalmente
Pode ser, e que bom se assim for, que o seu gosto seja diferente
se permitiu experimentar. E gostou. Saboreou.
do meu. Pode ser que eu nunca desfrute de um bom e velho whisky assim como você. E pode ser que você não consiga apreciar aquele vinho tinto seco pelo qual tenho tanto apreço. Podem ser muitas coisas, e que seja mesmo assim desde que eu, você, eles, nós saibamos saborear. Sentir. Cada instante, cada gota, cada toque. Cada silêncio, cada distância, cada isolamento. É preciso experimentá-los, vivê-los de verdade, de dentro, pulsar. E depende de cada um. Depende do tempo de
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“Nesses tempos estranhos, sombrios e tão vulneráveis que vivemos, onde as coisas parecem não fazer sentido, é recomendável – e, ao meu ver, vital – que saibamos saborear”
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