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PROJETO 515S - PROJETANDO PARA UMA NOVA W3 AUTORA: RAFAELA GRAVIA PIMENTA ORIENTADOR: BRUNO CAPANEMA BRASÍLIA, 2016 PROJETO DE CONCLUSÃO DE CURSO - ARQUITETURA E URBANISMO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - 2º SEMESTRE 2016 3
Agradecimentos Agradeço especialmente ao meu orientador Bruno, que acreditou no meu tema e nas minhas ideias, tendo sempre bastante paciência com as minhas milhares de dúvidas. Agradeço aos meus pais por todos os anos de apoio e suporte incondicionais aos meus estudos e sonhos, me dando diversas oportunidades de aprender e praticar ideias e projetos, complementando o meu ensino da faculdade na vida. Aos meus irmãos e avós sempre presentes ao longo desses anos na faculdade. As minhas eternas amigas de infância Bárbara, Carol e Txella. Aos meus amigos e colegas, muito obrigada pelos maravilhosos anos na FAU! Obrigada especialmente aos amigos de uma vida que encontrei na FAU: Ana, Babi, Debinha, Caio, Gabi, Juju, Maíra, Matheus, Rai, Renan, Tamis e Tharla. Agradeço principalmente neste fim do curso, a companhia, suporte e ajuda das queridas amigas Babi e Debinha em todos os momentos de angústia, mas também de realizações. Muito grata ao Renan por me ajudar nas renderizações das imagens ao longo deste ano, principalmente nesta etapa final. Ao Eduardo, que me acompanhou ao longo deste ano de dúvidas, me apoiou e me incentivou sempre. Aos professores que me apoiaram e me incentivaram ao longo dessa jornada para me tornar Arquiteta e Urbanista, em especial a Camila Sant’anna, orientadora e professora, e aos professores Oscar e Ivan que me auxiliaram diversas vezes durante o ano neste projeto.
Muito obrigada!
SUMÁRIO 01
INTRODUÇÃO - A CIDADE PARA AS PESSOAS
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CAPÍTULO 1 - O POTENCIAL DA W3 SUL - POR QUE A W3 SUL? - DEGRADAÇÃO E ABANDONO - OS BECOS E A INSEGURANÇA - UM PROJETO EM DESENVOLVIMENTO - ÁREA DE ESTUDO - USOS E FLUXOS - A QUADRA 515 SUL - A QUADRA E OS TERRRENOS - VIAS E MOBILIDADE - CONDICIONANTES AMBIENTAIS
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CAPÍTULO 2 - O PROJETO DA 515 SUL - O PARTIDO E O PROGRAMA - PLANTA DE LOCALIZAÇÃO - HOSTEL. COWORKING - ED. PRAÇA. - MIDIATECA
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Resumo : Este Trabalho Final de Graduação teve como foco o tema crítico que se encontra uma das principais avenidas de Brasília, a W3 Sul. A W3 é um dos principais e mais importantes eixos de Brasília, mas se encontra visivelmente em estado de abandono. O objetivo do trabalho é propor projetos de arquitetura nos vazios existentes que se baseiam na multiplicidades de usos e na promoção de encontros na cidade, contribuindo para uma maior vivência na W3.
PROMOVER LOCAIS DE ENCONTRO CONTRIBUI PARA A SUSTENTABILIDADE SOCIAL NAS CIDADES
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introdução
A CIDADE PARA AS PESSOAS A criação de espaços significativos e qualitativos na cidade, gera lugares vivos, seguros e sustentáveis, reforçando as áreas de pedestres como uma política urbana integrada. De acordo com Jan GEHL(2010) uma cidade cheia de vida convida mais pessoas a caminhar, pedalar e a permanecer em seus espaços; e consequentemente, gera uma cidade mais segura. Essa urbanidade contém uma estrutura coesa que permite caminhar a pé e articula espaços públicos atrativos e uma variedade de funções urbanas. A função social dos espaços da cidade, segundo GEHL(2010), tem a finalidade de promover locais de encontro, o que contribui para os objetivos da sustentabilidade social. Um estudo realizado em Copenhague revelou que a transformação dos espaços públicos em áreas mais convidativas para caminhar, permanecer, resultaram em um novo e notável padrão urbano, onde mais pessoas vivenciam as áreas públicas da cidade. O mesmo aconteceu em Melbourne, na Austrália, onde calçadas foram alargadas, ganharam um desenho de piso e um mobiliário urbano interessante e um programa de arte na cidade e uma boa iluminação noturna, o que enriqueceu os convites para a movimentação e permanência dos pedestres com muito sucesso. GEHL (2010) discute, em ’Cidades para pessoas’, que há diferentes atividades praticadas no espaço público: as necessárias (do dia-a-dia), as opcionais (predominantemente para o lazer) e as sociais (onde há pessoas e contato entre elas); logo, essas três modalidades de atividades devem ser pensadas para o desenvolvimento de um bom espaço urbano.
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Ainda segundo GEHL(2010), para estimular o tráfego de pedestres e de bicicletas, e criar cidades vivas, seguras e sustentáveis, é preciso iniciar pelo perfeito domínio e conhecimento da escala humana. As pessoas inspiram-se e são atraídas pela atividade e presença de outras pessoas, logo, segundo o livro Cidades para pessoas, não é o número de pessoas que importa em um local, mas a sensação de que o lugar é habitado e está sendo usado. Assim uma cidade viva é aquela que combina bons espaços urbanos, com uma população que queira utilizá-los. GEHL(2010) ainda reforça que os acessos e as ligações entre esses espaços públicos, ou seja, o percurso, têm uma importante função para a vitalidade e a sustentabilidade social da cidade. O que revela que vários grupos da sociedade devem ter oportunidades iguais de acesso ao espaço público, o que significa que deve haver uma combinação entre o caminhar, o pedalar e o transporte público, ou seja, uma articulação entre os diversos tipos de mobilidades. Assim, para que esse percurso seja confortável, é preciso que haja espaços para caminhar sem interrupções, economizando a própria energia do cidadão, o que implica em realizar trechos mais curtos, sem desvios, escadas, degraus, etc. GEHL (2010) ainda cita que pensar a cidade em uma escala pequena, ou seja, considerando a paisagem humana, significa a visão de uma cidade experimentada pelas pessoas, por aqueles que caminham e permanecem. Pensar a cidade com a natureza, ao invés de negá-la, propõe vivenciar uma urbis repleta de locais de recreação, introspecção, beleza, sustentabilidade e formas múltiplas de biodiversidade o que remete a um valor simbólico e gera a estética da cidade. Os espaços urbanos, segundo GEHL(2010), podem gerar atividades fixas (espaço, mobiliário e disposição podem oferecer uma estrutura funcional para o dia-a-dia), flexíveis (espaços para atividades eventuais ou sazonais) ou fugazes (para atividades de curta duração - como música de rua, ginástica matinal, festivais, etc) ; logo, locais convidativos devem inspirar todos esses tipos de atividades. Tendo em vista também que vitalidade e tranquilidade são qualidades urbanas desejáveis e apreciadas. A vida útil de um determinado espaço livre urbano está diretamente vinculada à possibilidade constante de apropriação que esse permite ao seu público. Quanto maior a aceitação social do espaço, maiores as chances da garantia de sua perpetuação na malha urbana e da sua identidade morfológica estabelecida, caso contrário, sua morfologia irá mudar para adequar-se às necessidade do usuário; e o mesmo ocorre para o caso de diversidades de uso, que garante a durabilidade do espaço. Na dinâmica social da cidade é preciso não somente ter uma quantidade significativa de pessoas que transitam pelo local, mas é de extrema importância que haja um conteúdo de qualidade, prosperidade de experiências e o simples prazer das pessoas de estarem na cidade, vivendo o espaço urbano. Um novo tipo de desenvolvimento urbano é essencial, onde a escala é menor, mais preocupada com o pedestre e com a rua. É preciso estimular e insistir na liberdade de movimento para os pedestres, e deste modo, a arquitetura do andar térreo tem um papel essencial na promoção desses atos. As fachadas e as atividades realizadas no andar térreo de uma cidade têm um grande impacto na vida pública. Com fachadas ativas neste pavimento, os pedestres tendem a caminhar mais devagar, parar e observar; e assim mais atividade ocorrem em segmentos de ruas mais vivas e povoadas. Segundo Gehl, quando os andares térreos são interessantes e variados, o ambiente urbano é convidativo e enriquecedor; uma boa arquitetura de encontros imediatos é vital para boas cidades. Os habitantes de uma cidade querem não apenas morar mas desfrutar do meio urbano, querem participar e conectar-se com outras pessoas. É evidente uma mudança de fisicamente “criar um lugar” para “viver o lugar”. Existe uma energia criativa que está mudando os espaços atualmente, pois os habitantes das cidades procuram serviços acessíveis e atrações interessantes no meio urbano. Esse novo paradigma demonstra que as cidades não se tratam apenas de desenho, mas de personalidades, destinações, atividades e conexões entre pessoas; o espaço urbano é continuamente dinâmico. Para tanto, a diversidade de usos é extremamente importante, e assim usos diurnos e noturnos são essenciais para a manutenção da dinâmica urbana. O espaço urbano não deve ser utilizado apenas durante o horário comercial, mas deve existir um apelo aos sentidos também a noite, gerando cidades atraentes e vivas em diversas fases do dia. A vivência e criação de lugares sustema a interação humana, trocas econômicas e bem-estar.
Lote na 515 Sul sendo usado como estacionamento - espaços na cidade não promovem encontros e priorizam o veículo particular
Uma boa cidade tem muitas semelhanças com uma boa festa: OS CONVIDADOS FICAM PORQUE SE DIVERTEM. 11
+ PESSOAS
Calçada da Avenida W3 Sul com fachadas múltiplas
PESSOAS ?
Calรงada da Avenida W3 Sul com fachada cega
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capítulo 1
O POTENCIAL DA W3 SUL Em princício, a avenida W3 foi concebida como uma via de serviço e ainda como limite da parte oeste da nova capital. As garagens, oficinas e depósitos seriam instalados na faixa das Quadras 500 com a frente voltada para a via W2, em frente às quadras 300, e teriam como finalidade abastecer os comércios locais das superquadras. Hortas e pomares seriam estabelecidos na faixa lindeira da W3, ou seja nas quadras 700. O projeto não se consolidou pois a faixa destinada à floricultura, horta e pomar, a oeste da W3 Sul, foi utilizada para a construção urgente de casas geminadas que atenderiam à demana de transferência dos primeiros técnicos para Brasília com suas famílias, já em 1958. Esta ocupação iniciou-se no meio da Asa Sul, estendendo-se posteriormente ao longo de toda a faixa das 700. O parcelamento urbano das quadras 500 da W3 Sul, foi definido apenas em 1961 , ou seja, entre 1958/1960 a Avenida W3 Sul estava ocupada somente no lado oeste (Quadras 700) estando a faixa das quadras 500 totalmente desertificada. Em 1961, definido o o parcelamento das quadras 500 Sul, foram criadas unidades imobiliárias geminadas, organizadas em três blocos com acesso à duas vias: serviços realizados pela W2 e acesso principal pela W3, invertendo a proposta original de Lucio Costa.
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A ocupação residencial começou no meio da Asa Sul (casas geminadas das 700 e superquadras), nesta primeira fase a W3 Sul se tornou o centro de Brasília. Portanto diversas atividades eram realizadas na W3, e estas passaram a demandar vagas para estacionamento já que não havia previsão para as mesmas ao longo da via de serviço. E assim, entre as décadas de 60 e 70 foram criadas vagas tanto no canteiro central da avenida, após o remanejamento de alguns retornos, como em alguns lotes ainda vagos. Neste período a Avenida W3 Sul se torna a principal artéria comercial da cidade e também onde ocorriam as principais manifestações cívicas e culturais de Brasília. Com o surgimento de shopping centers entre os anos 80 e 90, verifica-se um esvaziamento da avenida W3, onde muitos lojistas se mudaram para esses espaços. Ainda os comércios de entrequadras começaram a se consolidar e a se apresentar como uma alternativa mais acessível e mais conservada que a W3, e logo as atividades comerciais foram substituídas por outras como oficinas, concessionárias, templos, agências bancárias, etc. O fechamento de diversos estabelecimentos, gerou um processo de deterioração do espaço público. Ainda, a provisoriedade de diversas instalações, o calçamento degradado e o mobiliário urbano quase que inexistente contribuíram para que a imagem cotidiana da avenida causasse desestímulo aos comerciantes e usuários refletindo negativamente no mercado imobiliário e consequentemente em diversos outros fatores, entre eles, a segurança. A avenida W3, principalmente sua parte sul, é um dos acessos principais para a entrada e saída do Plano Piloto, consequentemente, diversas pessoas passam por ali todos os dias, seja de carro, transporte público ou a pé. E assim há uma preocupação que é visível e necessária de revitalização ou minimamente uma renovação do que é a W3 hoje. Visando essa preocupação, algumas medidas provindas do governo foram tomada, e em 2002 houve um “Concurso Público Nacional de Ideias e Estudos Preliminares de Arquitetura e Urbanismo para a Revitalização das Avenidas W3 Sul e Norte”, organizado pelo IAB/DF. Diversos projetos foram premiados, porém apenas foi reconhecido que o concurso seria apenas a primeira etapa para um longo trabalho que deveria ser desenvolvido na W3. Ao longo do tempo e com o auxílido de parâmetros desenvolvidos no concurso, a Secretaria do Estado de Desenvolvimento Urbano elaborou um documento técnico datado de 2009, onde apresenta algumas intervenções e projetos para uma reestruturação da avenida W3 que incluem a requalificação das edificações, reestabelecimento de normas de uso do solo e a consolidação de um novo meio de transporte público que tenha acesso à via, o VLT - veículo leve sobre trilhos.
Enquanto nenhuma dessas medidas é incorporada à realidade da avenida, a sensação é que a W3 está apenas se tornando ainda mais abandonada e deteriorada, com diversas lojas fechadas, lotes ainda vazios desde a construção de Brasília e calçadas destruídas, e completamente inacessíveis universalmente. A sensação de se caminhar na W3 é que há pessoas que utilizam e passam por lá em seu cotidano, porém não são atraídas por diversos trechos nem por seu espaço público. Na maioria das vezes, estas pessoas quando utilizam o comércio da avenida, se tornam especificamente para as lojas de seu interesse, sem aproveitarem das possibilidades que o comércio de rua oferece, ou seja, da proximidade com a cidade e da vivência do espaço urbano. Apesar dos estudos relevantes, projetos de diretrizes e nítido potencial existente pela localização e função da avenida em Brasília, a W3 sul não apresentou melhorias nos últimos anos. O Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília – PPCUB está em processo de aprovação de lei complementar que direciona e apresenta interesse em promover a revitalização da W3, mas para se concretizar, é necessário uma ação conjunta com os comerciantes que provoquem incentivos reais de prosperação e revitalização. Além de extensos trechos vazios e com fachadas fechadas, as largas calçadas, são quase que unanimamente degradadas, o que impede a livre circulação de pedestres. Há também apropriações das calçadas pelos comerciantes, que as utlizam para estacionamento, mostruário de produtos ou placas, e que agridem o livre trânsito dos pedestres, poluindo visualmente e fisicamente o espaço urbano.
Calçadas largas, arborização e fluxo de pessoas - espaço em potencial na cidade
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L
W
U 3S
RTE
O W3 N
POR QUE A W3 SUL ?
Neste trabalho, foi escolhido um trecho da W3 sul não apenas para ser estudado e avaliado, mas também para o desenvolvimento de projeto de melhorias da avenida. Deste modo, para fins de estudo e compreensão da avenida, um recorte que inclui as quadras 512 a 516 sul foi escolhido pelo potencial existente nesta área, tanto relacionado ao fluxo de pessoas, quanto à localização. O fim da asa sul se caracteriza como uma das entradas principais do Plano Piloto e com o maior fluxo de linhas de ônibus da cidade, além do intenso fluxo de veículos particulares e pedestres que passam por esse “corredor” diariamente. O seu potencial se intensifica também pela diversidade de escolas públicas e particulares nesse trecho, pela proximidade com variações de tipologias de habitação (superquadras, geminadas, edfícios residenciais, etc) e principalmente pela relação direta da avenida com o maior setor hospitalar da região, o Setor Hospitalar Sul, que gera um fluxo intenso de pessoas que trabalham ou usufruem das atividades que ali ocorrem. Portanto há naquele espaço uma circulação de pessoas intensa e concentrada, pouco vista em Brasília, uma cidade modernista, com diversos espaços de dispersão. A escolha desse recorte também se deu pela metodologia escolhida para esse trabalho, cujo objetivo é identificar os principais problemas e gerar diretrizes viáveis que poderão ser reproduzidas pelos próprios proprietários, comerciantes e condôminos ao longo de toda a W3 sul. Pois o foco principal deste projeto é procurar soluções para a questão urbana a partir de soluções arquitetônicas implantadas na W3 sul. O objeto final de trabalho compreende a realização do projeto de uma quadra, dentro da área estudada, que possa estimular a revitalização da W3 sul e propor pontos essenciais para sua vitalidade que poderão ser reproduzidos ao longo do mesma como pretexto de renovação e conexão. Apesar dos diversos problemas encontrados na W3 sul que atualmente mantém a avenida como um ponto degradado e decadente da cidade, a W3 possui inúmeros pontos em potencial a serem explorados. Em uma cidade moderna como Brasília, que tende a dispersar os fluxos de pedestres, poucos espaços urbanos têm o poder de concentrar pessoas como a avenida W3. A relação linear do comércio, sem o pretexto de fim, como ocorre nos comércios de entrequadras, potencializa a avenida como um local para passeio e apropriação da cidade por parte de seus usuários. A proximidade com as vias e a boa relação de alturas dos comércios, também a torna uma rua agradável para passeio e permanência. As diversas possibilidades de acesso com transporte público (diversas linhas de ônibus e dois pontos metroviários próximos) também são potenciais de localização a serem explorados, pela facilidade e diversidade de pessoas que ali circulam. O espaço para o pedestre circular na W3 sul é também um grande atrativo, pela possibilidade de utilização das largas calçadas em detrimento de atividades urbanas.
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DEGRADAÇÃO E ABANDONO
OS BECOS E A INSEGURANÇA
O mobiliário urbano em toda a extensão da W3 não a qualifica para permanência e sua utilização, se tratando apenas de poucas lixeiras distribuídas entre as quadras, nenhum assento ao longo da avenida, além da aparência de abandono. A falta quase que total de iluminação nas fachadas das lojas é um critério que desfavorece o uso noturno da avenida, pois mesmo que aconteçam atividades a noite, como bares e restaurantes, os usuários não se sentem seguros em caminhar pela avenida nestes horários. Os becos e espaços entre os três blocos estabelecidos por quadra também não seguem um padrão de ocupação e ainda menos de atratividade. Estes espaços geralmente contém uma atividade na fachada voltada para a W3, deixando o restante do espaço ocioso, degradado e inseguro, com todas as fachadas cegas. E em muitos casos, esses becos são usados para estacionamentos e local para entulho de lixo, o que acaba tornando-os menos atrativos para uso e passagem de pedestres.
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UM PROJETO EM DESENVOLVIMENTO
O governo pretende estimular os tipos de usos que nitidamente atraem um maior público e que hoje não possuem uma representatividade das atividades realizadas formalmente na avenida, e assim são encontradas, em geral, nos comércios informais. Os próprios gestores do governo têm a consciência de que quanto mais estabelecimentos houverem na avenida com potencial de atrair um público diverso e constante, melhor será para a recuperação da via. Deste modo, alguns projetos de recuperação e reestruturação da avenida já foram propostos, mas ainda distantes da real efetivação. Além da implementação do VLT, revisão de fachadas, entre outros, as imagens ao lado, representam o que os governantes e planejadores pretendem para dinamizar e melhorar a W3, mas que ainda não conseguem implementar esse plano na real condição que esta se encontra Um dos objetivos deste projeto é caracterizar de qual modo a avenida pode recuperar a vida que obtinha quando foi criada e como adaptá-la às necessidades urbanas atuais. E assim, implica-se em um melhoramento dos espaços públicos cotidianos, no qual a escala de intervenção se torna local e pontual, voltada para as pessoas e realizada também pelos próprios usuários, gradativamente. Esses estilos de intervenção possuem um campo cultural que fomenta uma maior diversidade de usos e gera vida à espaços urbanos, o que significa no apoio à uma multiplicidade de operadores culturais independentes e com diversas valências, conduzindo operações de pequena escala que geram um impacto amplo e geral na reabilitação do tecido social de trechos da cidade já consolidados. Propõe-se, deste modo, um planejamento de gestão desvinculado à decisões de projeto urbano, que procuram um consenso, participativo e relativamente informal, flexível e adaptável para a revitalização da avenida. Essa estratégias propostas se constituem como uma alternativa política mais sustentável que pretende estimular a criatividade e uso da vida urbana. A concentração de um elevado número de pessoas em determinada área é uma condição necessária, mas não suficiente, para estimular a sua criatividade urbana, como se vê atualmente na W3 sul. O potencial criativo de uma área urbana será proporcional ao número de atividades nela presentes que favoreçam encontros e contatos interpessoais, e que estimulam o debate de ideias, de crítica e inovação no espaço público e privado. É necessário um apoio à multiplicidade de projetos que operem atividades culturais dependentes, e estas, contituem uma importante extensão do espaço público da rua e influeciam decisivamente na vitalidade do espaço urbano. Essas atividades devem partir “de dentro” dos edifícios e transbordarem para fora destes, ou seja, atividades que ocorrem em espaços privados de uso público e que produzem um grande número de transações sociais e humanas entre o interior e o exterior do edifício são de essencial interesse da apropriação do meio urbano.
Tendo em vista a real importância desses espaços privados que ocupam e permeiam a cidade, os cafés, centros culturais, de exposição e/ou lazer entram em questão como importantes meios de integração com o espaço urbano. Ao contrário de muitas questões que reanimam e melhoram bairros e espaços públicos, mas que selecionam e determinam seus novos públicos-alvo, estes não hajem como meio de gentrificação e selecionam os seus usuários, mas reagem como modo de interação e integração na sociedade. Quando há uma variedade de atividades acessíveis no meio urbano, o habitante tende a dispor de um maior tempo na cidade e aproveita com mais qualidade a vida urbana. Opções privadas e semiprivadas ao longo dos espaços de transição do meio urbano comum têm impacto no nível total de atividades, e dentre as atividades estacionárias nas zonas de transição do espaço urbano, os espaços de respiro têm um papel importante na paisagem urbana moderna. Assim, não apenas as diretrizes urbanas devem ser destinadas aos espaços públicos da W3 sul, mas também opções de serviços privados que demandem um público que pretende usufruir da cidade. Deste modo, usos que fomentem uma diversidade social e cultural na W3 sul devem ser pensados e discutidos para uma maior dinâmica urbana. O objeto de projeto deste trabalho se dispõe a gerar ideais urbanos e de ocupação que promovam uma maior utilização do espaço público, com usos que mesclem o privado e o público, e que proponham maior interação urbana. O projeto arquitetônico a ser desenvolvido serve como um “modelo” de uso e ocupação privada para a avenida W3 sul e que pretende fomentar a vida cultural que o espaço obtinha no início de Brasília, com o propósito de incitar o surgimento de ambientes culturais e acessíveis à sociedade. A intenção é identificar o potencial da W3 sul como um centro para manifestações culturais, intelectuais e de lazer. A inclusão de atividades comerciais permite a existência e a prosperidade de centros de cultura que em muitos casos são abandonados por má gestão, desinteresse ou eventos que não promovem público. A intenção de projeto se manifesta na promoção de questões culturais incorporando eventos, exposições, cursos, programações culturais e criativas no cotidiano das pessoas que usufruem e querem viver a cidade. Pretende-se assim, explorar atividades apreciadas pelas pessoas em seu cotidiano, no uso real da cidade durante a semana com usos diversificados, propondo para a cidade tipologias de equipamentos que, formando parte de uma trama bem planejada, permita ordenar, intensificar e humanizar a atual estrutura urbana. A intenção é criar locais que englobem as atividades do cotidiano e estejam presentes na vida diária de pessoas que querem descansar, encontrar amigos, colegas, realizar trabalhos, interagir, e acima disso, se apropriar da cidade que habitam.
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E ORT W3 N UL
3S
W
SCRS 516
SCRS 515
ÁREA DE ESTUDO
SCRS 514
SCRS 513
SCRS 512
O estudo e reconhecimento das atividades desenvolvidas atualmente na área de estudo são importantes para a compreensão do uso e do fluxo de pessoas no espaço urbano. No recorte escolhido, algumas características são facilmente identificadas em algumas quadras quando se têm o contato com o espaço urbano destas. Na quadra 512 há diversas lojas menores que mantêm um fluxo de pedestre na calçada principal, por haver uma diversidade de atividades que atraem diferentes públcios e clientes. Nesta quadra encontram-se lojas de ferragens, um grande armarinho, casa de festa infantil, lanchonetes, loteria, banca de revistas, tribunal, templo, entre outros. Na quadra 513 também há uma variedade de usos distintos que mantém um fluxo de pedestres e usuários, como lojas de embalagens e acessórios, oficinas e lojas para veículos, banco, loteria, lojas de móveis, escolas de dança, lanchonetes e restaurantes, templo e bar/sinuqueria que atrai um público noturno. As quadras 514 e 515 são nitidamente as com menos movimento de pedestres e mais lojas fechadas ou com fachadas cegas para a rua. Na quadra 514 sul alguns usos que geram fluxo como correios, restaurantes, lojas de móveis, cursos de idiomas, oficinas e bancos são encontrados. Ainda que não haja um fluxo no espaço público, há usuários nos pontos específicos desses ambientes comerciais. Na quadra 515 sul também identifica-se um fluxo menor de pessoas, pois nessa quadra, além de comércios fechados, ainda há alguns lotes vazios com tapumes ou usados como estacionamento para veículos. A quadra que se vê o maior número de pedestres circulando é nitidamente a 516 sul, evidentemente por ser o comércio mais próximo ao Setor Hospitalar Sul, que é um grande gerador de fluxo de pessoas. Apesar disso, a 516 é a que contém menos variedade de atividades comerciais, havendo apenas um grande supermercado de bairro que ocupa um dos três blocos, alguns bancos, farmácias, restaurantes, venda de carros, tapetaria e templo. Essa diversidade de usos existente em toda a W3 sul, com poucas setorizações nítidas, é essencial para atrair diferentes públicos e promover a variedade de usuários que se apropriam do espaço público. Alguns tipos de usos contidos na área de estudo se mostram mais atrativos que outros em diversas horas do dia, como bancos, lotéricas, lanchonetes, copiadoras/serviços do cotidianos, e principalmente, o comércio informal que existe ao longo de toda a W3. Deste modo é possível identificar os trechos com mais fluxos de pessoas e o potencial desses locais para os espaço urbano. A importância da variedade de atividades, que gera a sensação de vida em uma rua, é essencial para a prosperidade do comércio local e melhora contínua do espaço urbano.
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USOS E FLUXOS 512 - 516 SUL
RESIDENCIAL MISTO COMERCIAL INSTITUCIONAL
SCRS 516
POUCO FLUXO DE PESSOAS FLUXO MODERADO FLUXO INTENSO
SCRS 515
SCRS 514
SCRS 513
SCRS 512
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SGAS 913 SGAS 914 Avenida W5 sul
Avenida W4 sul SHCGS 713 SHCGS 714
SHCGS 715 CLS 314/315 sul Setor Hospitalar Sul
Avenida W3 sul
Avenida W2 sul
SQS 315
SQS 314
A QUADRA 515 SUL
A quadra 515 sul se localiza entre as avenidas W3 e W2 sul, sendo uma das quadras com o menor fluxo de pessoas pela existência alguns lotes vazios, becos sem tratamento e comércios fechados. Ainda assim, na quadra há uma variedade de usos que inclui escola, academia, banco, igreja, habitação, sindicatos, lojas diversas, além de ser próxima ao setor hospitalar, o que reintera a diversidade de usuários; porém, diversidade que não é vista graças aos vários lotes desocupados, e consequentemente, longas fachadas vazias. Neste trabalho, um projeto para esses lotes vazios será proposto, considerando a integração da quadra como um todo e desta com a W3 e com Brasília. A intenção é mostrar o potencial destes espaços no meio urbanos da cidades a partir de locais de encontro e que promovam vida à cidade.
SCRS 515
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Vista 02
Vista 04
Vista 06
20 m
25 m
Vista 03
Vista 05
Via W3 Sul
40 m
10 m
15 m
10 m Via W2 Sul
Vista 01
Os seguintes lotes marcados em vermelho são os espaços vazios encontrados na quadra 515 Sul. No total são dois becos, um incorporado à um lote que é utilizado como estacionamento e o outro contém uma banca de revistas. O menor lote vazio com 15m de largura também é utilizado como estacionamento, assim como o lote de 20m ao lado do beco. O lote com 25m e mais próximo da esquina com a entrequadra, se encontra fechado com tapumes. O objetivo é projetar edifícios nestes vazios da quadra, com a intenção de modificar o espaço que hoje se encontra a W3 sul com projetos que proponham intervenções no meio urbano. Os conceitos utilizados englobam a interação e a integração, dinâmica do espaço, adaptação e mudança, permeabilidade e visibilidade do espaço público e privado. A W3 também se caracteriza como um conector do Plano Piloto e deste com outras cidades, portanto, o projeto se baseia nessa matriz conectora da avenida para gerar conexões entre os usuários da cidades, promovendo uma conexão também dos edifícios, quadras e atividades a serem realizadas no espaço privado e público.
A QUADRA E E OS TERRENOS
Vista 01
Vista 02
Vista 03
Vista 04
Vista 05
Vista 06
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Via W3 Sul
Via W2 Sul
VIAS COLETORAS VIAS ARTERIAIS
Via W3 Sul
Via W2 Sul
FLUXO DE PEDESTRES
VIAS E MOBILIDADE
A quadra 515 sul se encontra diretamente ligada a umma das principais avenidas de Brasília, a W3. Todos os lotes também têm acesso à via de serviços, a W2, que possui ligação direta com o comércio existentes nas entrequadras residenciais. A avenida W3 é um dos pólos da cidade com a maior quantidade de paradas de ônibus, tornando o acesso por transporte público facilitado. Há dois pontos de metrô próximos à 515 sul, localizados na entrequadras 115/116 sul e 112/113 sul. É possível encontrar estacionamentos de veículos em ambas as vias, W3 e W2, onde na primeira há bolsões de estacionamento e a segunda possui estacionamentos ao longo de toda a via. Ainda não há ciclovias no local, porém há projeto para sua futura passagem em seus arredores. O fluxo de pessoas no sentido Noroeste - Sudeste é intenso pelos equipamentos que existem nas quadras 900 e 300, além da grande quantidade de paradas de ônibus que tornam a avenida movimentada.
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Ventos Noroeste
Ventos Leste
CONDICIONANTES AMBIENTAIS
A quadra 515 sul é bastante arborizada, contendo diversas árvores no canteiro da calçada da W3, gerando sombra e um passeio agradável mesmo em dias muito ensolarados. Diretamente associados aos lotes de desenvolvimento de projeto, se encontram árvores em todas as suas fachadas. No menor lote há 4 árvores dentro do lote, além de uma na fachada, que serão preservadas no desenvolvimento do projeto. Todas as outras árvores nas fachadas serão pensadas e adequadas aos projetos e suas fachadas. As condições climáticas da quadra são bastante favoráveis para o conforto térmico, pois na fachada voltada para a W3, noroeste, onde ocorre a insolação da tarde, há grandes árvores que geram um microclima nesse espaço. Ainda, por serem blocos geminados, os vizinhos geram sombra nos blocos próximos, criando poucos ambientes que a incidência direta do sol deve ser controlada. Os principais ventos do ano, leste e noroeste, realizam o fluxo por duas importantes fachadas, estando favoráveis à ventilação natural do edifício.
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capítulo 2
O PROJETO DA 515 SUL O projeto tem como objetivo criar locais destinados ao encontro aliado à cultura, tornando-o mais atrativo e visível, tendo o impacto de transformar o cotidiano de um setor da cidade. O projeto possui a intenção de criar espaços que não se restrinjam apenas ao interior, mas que englobe a cidade e gere possibilidades de utilizar o meio urbano ao seu redor. A intenção de projeto é criar espaços não estático, ou seja, em constante movimento e adaptáveis às necessidades que surgirem para que crie uma vida na cidade. A multiplicidade de usos é essencial para gerar vida no espaço urbanos, deste modo, os usos propostos para ocuparem os vazios na quadra são usos de cunho cultural, semi-público e que proponham encontros e aprendizados. Todos os usos incoprorados possuem uma interrelação entre eles, que promovem uma integração da quadra. Os usos para os projetos englobam um hostel e um coworking no primeiro edifício, além de uma comércio no térreo do mesmo. No edifício praça, além de contem uma praça central para manifestações artísticas, ainda conta com uma café/ restaurante, um bar em seu terraço, uma galeria ao ar livre e estúdios/escritórios particulares. O último edifício conta com uma midiateca que atende à região e seu entorno.
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OCUPAÇÃO DOS VAZIOS COM USOS
PERMEABILIDADE E ACESSIBILIDADE
CONEXÕES
O PARTIDO E O PROGRAMA
HOSTEL COWORKING
EDIFÍCIO 01
COMÉRCIO
PRAÇA CAFÉ / RESTAURANTE BAR / TERRAÇO
EDIFÍCIO 02
GALERIA AO AR LIVRE ESTÚDIOS / ESCRITÓRIOS
MIDIATECA JARDIM
EDIFÍCIO 03
39
W3 sul
W2 sul
PLANTA DE LOCALIZAÇÃO 0
20
100 m
41
Vista da W3 Sul
Vista da W2 Sul
43
EDIFÍCIO 01
45
COWORKING. HOSTEL.
Fachada da W3 Sul
Fachada da W2 Sul
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COBERTURA
3ยบ PAVIMENTO
2ยบ PAVIMENTO
1ยบ PAVIMENTO
Tร RREO
Vista do acesso pela W2 sul
No térreo do edifício se encontram alguns usos de apoio para as funções dos níveis superiores, como almoxarifado, lavanderia e recepção. Na fachada virada para a W3 há um comércio que dispõe sua vitrine para a área de mais fluxo. A fachada térrea da W2 contém um acesso e uma área de lazer e entretenimento para os usos dos pavimentos superiores. No primeiro nível se encontra o Coworking, um ambiente descontraído, com espaço para escritório compartilhado, salas individuais e de reunião, além de uma sala para eventos e palestras. O segundo e terceiro pavimentos são dedicados ao hostel, com apenas quartos coletivos no segundo e área de quartos e cozinha coletiva no terceiro pavimento. O terceiro pavimento ainda conta com uma passagem para o terraço do edifício praça, que a noite se torna um bar. Essa passagem enfatiza a conexão, principalmente dos usos de ambos os edifícios.
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PLANTA TÉRREO - 1:200 1. Bicicletário 2. Recepção 3. Loja/Comércio 4. Depósito loja 5. Apoio Hostel 6. Parede verde 7. Jardim interno 8. Área de estar e entretenimento 9. Sala de bagagem 10. Copa/Lavanderia/ Almox do Hostel
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PLANTA 1º PAV. - 1:200 . Varanda/Copa 2. Recepção/Estar 3. Escritório compartilhado 4. Sala p/ eventos e palestras 5. Salas individuais 6. Salas de reunião
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PLANTA 2º PAV. - 1:200 1. Varanda/Estar 2. Quartos compartilhados 3. Banheiros coletivos 4. Área p/ boiler e caixa d’água
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PLANTA 3º PAV. - 1:200 1. Varanda/Estar 2. Cozinha coletiva 3. Área de quartos 4. Área p/ boiler e caixa d’água 5. Grupo gerador
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PLANTA COBERTURA - 1:200 1. Painéis solares p/ aquecimento de água 2. Cobertura permeável à luz
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CORTE AA - 1:200
W2 Sul
W3 Sul
CORTE BB - 1:200
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DETALHES ESTRUTURAIS
Lajes em steeldeck
Vigas em perfis metálicos
‘Pergolado’ em madeira para receber jardim vertical
Esquadria em painel ripado de madeira
Fechamento com placas pré-moldadas de cimento
Pilares metálicos
Vista interna da passarela do 2ยบ Pavimento onde se localiza parte do hostel
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EDIFÍCIO 02
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RESTAURANTE. CAFÉ. PRAÇA. ATELIÊS.
Fachada da W3 Sul
Fachada da W2 Sul
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COBERTURA
2ยบ PAVIMENTO
1ยบ PAVIMENTO
Tร RREO
Vista da praça central com arquibancada, comércio e espaço para manifestações culturais
O Edifício Praça se localiza no lote que está vinculado ao beco, e para não perder essa característica de passagem do local, foi criada uma praça central, deixando livre o térreo desta área. A praça foi criada para serem desenvolvidas diversas manifestações artísticas, e assim, possui uma escada-arquibancada, um grande espaço descoberto ao centro e uma área coberta para eventuais necessidades. O edifício ainda conta com uma galeria no primeiro pavimento, ao ar livre, que pode ser usada para exposições mais restritas, contendo um acesso pela escada lateral. Ainda no térreo, se encontra um café voltado para a W3 sul. No primeiro pavimento está a continuação deste café/restaurante, que se estende ao segundo pavimento/mezanino. No segundo pavimento se encontram também estúdios/escritórios individuais. Na cobertura há uma bar e espaço para eventos, que se conecta diretamente, por uma passarela com o último pavimento do prédio anterior . O edifício foi criado para ser o centro da quadra e também um local de lazer e manifestações diversas.
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PLANTA TÉRREO- 1:200 1. Área de mesas - Café 2. Bar de apoio 3. Espelho d’água 4. Centro de Informação Turística 5. Bicicletário 6. Quiosques/Comércio 7. Pátio p/ manifestações artísticas 8. Banheiro público 9. Escada-Arquibancada 10. Parede para exposições 11. Área coberta 12. Parklets 13. Nova faixa de pedestre
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PLANTA 1º PAV. - 1:200 1. Cozinha 2. Área de mesas do Restaurante/Café 3. Área p/ exposições
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PLANTA 2º PAV. - 1:200 1.Mezanino 2. Banheiros unissex 3. Estúdios/Escritórios
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PLANTA COBERTURA - 1:200 1. Espaço p/ eventos 2. Área coberta - Bar 3. Grupo gerador 4. Caixa d’água
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CORTE AA - 1:200
W3 Sul
W2 Sul
CORTE BB - 1:200
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DETALHES ESTRUTURAIS
Lajes em steeldeck
Treliça metálica
Estrutura com ponto de iluminação nos vértices
Fachada estruturada por perfis caixa metálicos, revestida por painéis metálicos perfurados
Pilares circulares em concreto
Vigas em perfis metálicos
Vista da praça central mostrando a treliça, parede estrutural plissada e fachada ventilada pelos painÊis perfurados metålicos
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EDIFÍCIO 03
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MIDIATECA. JARDIM.
Fachada da W3 Sul
Fachada da W2 Sul
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COBERTURA
2ยบ PAVIMENTO
1ยบ PAVIMENTO
Tร RREO
Vista interna da Midiateca com os corredores de acervo de livros
O menor edifício é o da Midiateca, que contém um acervo diverso para suprir as necessidades dos moradores e dos frequentadores da região. Há diversos ambientes na Midiateca que permitem múltiplos usos dependendo das necessidades de cada um. No térreo também há o acesso a um jardim interno e ao jardim voltado para a W3, os quais foram projetados visando manter as árvores existentes no lote. A maioria do acervo se encontra em uma passarela/corredor, que percorre o pé-direito triplo permitindo uma amplidão do espaço físico.
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PLANTA TÉRREO - 1:200
1.Jardim 2. Espaço de leitura 3. Espaço de leitura 4. Jardim interno 5. Espaço de informática 6. Ilha de atendimento 7. Banheiros 8. Depósito
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PLANTA 1ยบ PAV. - 1:200
1.Corredor/passarela com estantes de livros 2. Espaรงo de leitura e acervo da Midiateca
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PLANTA 2ยบ PAV. - 1:200
1.Corredor/passarela com estantes de livros 2. Espaรงo de leitura 3. Copa 4. Sala de reuniรฃo 5. Sala p/ eventos e palestras
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PLANTA COBERTURA - 1:200
1.Casa de máquinas do elevador 2. Caixa d’água
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CORTE AA - 1:200
W2 Sul
W3 Sul
CORTE BB - 1:200
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DETALHES ESTRUTURAIS
Lajes em steeldeck
Pilares circulares em concreto
‘Caixa’ estrutural em concreto aparente ripado
Fachada estruturada por perfis caixa metálicos, revestida por painéis metálicos perfurados
Vigas em perfis metálicos
Pilares periféricos metálicos
Vista interna da Midiateca mostrando a fachada ventilada, o jardim interno e a laje steeldeck aparente
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DETALHES URBANOS
Vista W2 Sul
Proposta de letreiro para o comércio com a fachada voltada para a W2 Parklets em toda a extensão da praça - integração com a superquadra e desobstrução da vista
Faixa de pedestre criada para integrar a praça com a superquadra Letreiro com espaço p/ encaixe de publicidade
Publicidade do comércio
Vista W3 Sul
Piso drenante claro vermelho eixo de travessia da praรงa
Piso drenante claro em toda a calรงada da quadra 515 sul
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Brasília foi concebida nos padrões modernos de ocupação, com grandes distâncias e poucos locais para aglomeração de pessoas. A W3 é um dos poucos lugares que se destacam pelo maior fluxo de pessoas, caixas viárias menores, e consequentemente criando um espaço mais aconchegante na cidade. Contudo, o tratamento que a W3 vem recebendo ao longo dos anos é de abandono e descaso. O potencial da avenida em voltar a ser um pólo de encontro e de manifestações implicou neste projeto que visa renovar uma quadra como exemplo de como utilizar e se apropriar do espaço da cidade. O partido para este trabalho foi promover o encontro e o uso da cidade a partir de relações de uso entre espaços públicos e privados.
REFERENCIAL TEÓRICO
GEHL, Jan. Cidade para pessoas. 2010. KARSSENBERH, Hans. A cidade ao nível dos olhos - Lições para os plinths. 2015 GEHL, Jan e SVARRE, Birgitte. How to study public life. 2013 BARBAUX, Sophie. Urban Furniture - a new city life. BRANDÃO, Vera. W3 Sul, ontem, hoje e amanhã – os dilemas de uma avenida modernista. 8o Seminário DOCOMOMO Brasil. Rio de Janeiro. 2009. Disponível em: http://www.docommo.org.br. BALULA, Luís. Planejamento urbano, espaço público e criatividade. Estudos de caso:Lisboa, Barcelona, São Paulo. São Paulo, 2011. Disponível em: www. cadernosmetropole.net/download/cm_artigos/cm25_204.pdf Programa de Revitalização da Avenida W3. Projetos Estratégicos. Proposta Preliminar. GDF. SEDUMA. 2009 Reportagens: http://sites.correioweb.com.br/app/noticia/encontro/revista/2013/03/06/interna_revista,496/uma-nova-w3.shtml http://www.theguardian.com/cities/2016/apr/08/coffee-shops-gentrification-urban-change?CMP=fb_a-cities_b-gdncities
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REFERÊNCIAS DE PROJETO
Chez Oscar, Tryptique - São Paulo 2009 [http://www.triptyque.com/ theobservatory/ ]
Praça das Artes, Brasil Arquitetura São Paulo 2012 [ http://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura ]
Museu da Memória, Estúdio América Santiago 2009 [ http://www.archdaily.com.br/br/01-715/museu-da-memoria-estudio-america ]
Centro Cultural Gabriela Mistral, Cristián Fernaández Arquitectos - Santiago 2008 [ http://www.archdaily.com. br/br/01-3783/centro-cultural-gabriela-mistral-cristian-fernandez-arquitectos-e-lateral-arquitectura-e-diseno ]
The year, Guto Requena - São Paulo 2015 [http://gutorequena.com.br/ site/work/space/the-year/38/ ]
Counter Cafe, Jane Kim Design - Nova York 2013 [http://www.archdaily. com/442990/counter-culture-coffeetraining-center-jane-kim-design ]
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