Revista Azulina ed. 01

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Azulina A revista da Associação Atlética da Bahia

ano I - nº 01 - dezembro de 2014 Tiragem auditada

Centenário

Associação Atlética da Bahia (AAB) comemora em grande estilo um século de história, unindo tradição e modernidade

Paris

Estilo de vida

De volta às origens

Fernando Meligeni

Todo o charme da capital francesa retratado em monumentos e locais que vão fazer você desejar este roteiro

Cinco dicas de alimentos que vão ajudar você a acelerar o metabolismo e queimar gordura de forma mais saudável

O lutador de MMA Rogério Minotouro marca presença na sede da AAB e relembra o início da carreira no esporte

Em visita à AAB, o ex-tenista conta como é ser esportista no Brasil e relembra momentos marcantes da carreira 1


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carta do presidente

Revista Azulina edição 01 Dezembro de 2014

Presidente Rubem Passos Segundo rubem.passos@grupobmais.com.br

Novos ares É com muita alegria e com o mesmo espírito empreendedor dos abnegados fundadores desta instituição centenária que dirijo a Associação Atlética da Bahia, junto com meus colegas da Diretoria e do Conselho. Ser o 49º presidente do clube em um ano de muitas comemorações me traz entusiasmo e, ao mesmo tempo, uma grande responsabilidade e compromisso para enfrentar os novos desafios dessa gestão. O ano de 2014 foi marcado pelas comemorações dos 100 anos do clube e também do 4º ano de fundação da nova sede. Várias atividades aconteceram durante o ano, tanto na área social como na esportiva. E vamos encerrar o ano com uma festa de pré-Réveillon, um momento de confraternização com a família e amigos. Não podemos deixar de dar destaque ao esporte, que faz a Associação Atlética da Bahia ser considerada um celeiro formador de atletas e de equipes para o cenário esportivo municipal, estadual e nacional. Em 2014, o clube trouxe medalhas e troféus do karatê, vôlei masculino e outras modalidades. A gestão também passou por momentos mais difíceis. Decisões precisaram ser tomadas para que a qualidade do clube e os serviços oferecidos aos associados não fossem prejudicados. Para isso, contei com a Diretoria, que aqui agradeço. A nova Revista Azulina é mais um presente para os associados. Ela chega junto com o espírito de mudança, de atualização, de inovação, inspirada na nova sede do clube, um equipamento moderno, com ampla estrutura para o esporte e lazer. Nesta 1ª edição, o leitor irá encontrar notícias sobre o clube e conteúdos de interesse para todos, proporcionando uma excelente leitura. Em 2015, novos projetos virão e, com certeza, sempre trarão o azul da harmonia e o branco da paz da nossa querida Azulina. Saudações!

Luiz Henrique Oliveira Behrens Presidente

Diretor-Executivo Renato Simões Filho renatosimoesfilho@grupobmais.com.br Diretor de Publicações Claudio Vinagre claudio.vinagre@grupobmais.com.br Diretora de Marketing Bianca Passos bianca.passos@grupobmais.com.br Diretora Comercial Adriana Mira adriana.mira@grupobmais.com.br Gerente de Planejamento Rafael Abreu rafael.abreu@grupobmais.com.br Gerente Comercial Ana Carolina Pondé carol.ponde@grupobmais.com.br

REDAÇÃO Editora-Chefe Patrícia Magalhães DRT/BA - 2203 patricia.magalhaes@grupobmais.com.br Diretor de Arte Leandro Maia leandro.maia@grupobmais.com.br Editora Assistente Luciana Silva DRT/BA - 3299 luciana.silva@grupobmais.com.br Jornalista Tede Sampaio ted.sampaio@grupobmais.com.br Estagiário de Jornalismo Matheus Calmon matheus.calmon@grupobmais.com.br Coordenadora de arte e projeto gráfico Rafaela Palma rafaela.palma@grupobmais.com.br Designer e projeto gráfico Gabriel Cayres gabriel.cayres@grupobmais.com.br Colaboração Jornalismo Joseanne Guedes Revisão Ivete Zinn Fotógrafo Rômulo Portela

Realização Editora Sopa de Letras Ltda. Av. ACM, 2671, Ed. Bahia Center, sala 1101, Loteamento Cidadela, Brotas CEP: 40.280-000 - Salvador - Bahia Tel.: 71 3012-7477 CNPJ 13.805.573/0001-34

Tiragem Auditada 3.000 exemplares

para anunciar (71) 3012-7477 publicidade@grupobmais.com.br


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Associação Atlética da Bahia Diretor Presidente Luiz Henrique Oliveira Behrens Vice Presidente Administrativo Financeiro Boris B. F. Pessoa Diretoria Administrativa Antonio Heider Lago Bonfim Diretoria Financeira e de Contabilidade Antonio Heider Lago Bonfim Diretoria de Marketing Roberta Dantas Diretoria da Tecnologia da Informação Álvaro Dórea Vice Presidente Social Adilson Lima Ramos Diretoria Social Salma Leite Diretoria Médica Dr. Rosalvo Coelho Neto Diretoria de Relações Públicas Geraldo Rabelo de B. Filho Vice Presidente de Esportes Fernando Oliveira Reis Diretoria de Futebol Luciano Mario Santos Souza Diretoria de Esportes de Salão Luiz Henrique Portela Brim e Sergio Menezes Diretoria de Artes Marciais João Freire Diretoria de Tênis Fernando Oliveira Reis Vice Presidente patrimonial Aloísio Messeder Diretoria de Esportes Olímpicos Jader Coelho Diretoria de Sede Aloísio Messeder Vice Presidente Jurídico Edvaldo Pereira Brito

AAB — Associação Atlética da Bahia Rua Barão de Itapoan, 218 — Barra Salvador - Bahia

Torne-se um associado (71) 3264 5011 aabazulina.com.br


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sumário

esporte 16 Desafio nas quadras de tênis 22 Giro esportivo 24 Artigo por Fernando Reis

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esporte Jogar sinuca envolve muito mais técnicas e estratégias do que se pensa. Com o carteado não é diferente, o fator sorte nem sempre define um vencedor

viagem 32 Belíssima Paris 36 Fazendo as malas

estilo 50 Dicas de decoração 50 Tomadas personalizadas

viver bem 46 Vida saudável 48 Câncer tem prevenção 50 Descubra o segredo da juventude

gastronomia

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viagem Gramado é um dos destinos mais badalados no inverno. O que pouca gente sabe é que a cidade tem um brilho especial no fim do ano

foto Cleiton Thiele/SerraPress

54 Conversa com o chef 56 Receita da dar água na boca

azulina 50 Vem ver: você na Azulina 50 Minotouro: uma presença de peso 50 Superação através do esporte 50 Eventos AAB

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Comemoração dos 100 anos da AAB destaca a trajetória do clube e reúne personalidades e associados que ajudaram a construir a história da Azulina


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100 anos

Parte do seleto rol de instituições centenárias de Salvador, a Azulina completa quatro anos de refundação e figura entre os melhores clubes do país Texto Joseanne Guedes

unindo gerações Quando aquele grupo de dez pessoas se reuniu para fundar a Associação Atlética da Bahia, em 4 de outubro de 1914, certamente não imaginava que após um século de existência o clube estaria no auge e com o mesmo brilho e glamour de décadas passadas. A mais nova instituição centenária da capital baiana mostra sua força, fazendo de 2014 um ano histórico, marcado pelas comemorações dos 100 anos e dos quatro anos de fundação da nova sede da Azulina, como é chamado por carregar a cor azul no uniforme do antigo time de futebol que deu origem à entidade. Mesmo tendo passado por profunda crise, sendo quase extinta, a AAB sobreviveu graças à implantação de um projeto inovador. Hoje, oferece uma diversidade de atividades

socioesportivas e integra a Confederação Brasileira de Clubes (CBC) como membro do Conselho Superior Interclubes (CSI), um rol seleto de 30 agremiações dentre os mais de 13 mil clubes sociais existentes no Brasil. De acordo com o 49º presidente da AAB, Luiz Behrens, os associados têm muitos motivos para festejar a renovação da AAB - homenageada, em Campinas, por ser o único clube centenário no encontro da CBC. Behrens assumiu recentemente o cargo de diretor estadual da Federação Nacional dos Clubes Esportivos (Fenaclubes) e acredita que a indicação é fruto da conduta transparente e participativa da AAB. “O clube vai ter representatividade nacional, acesso imediato às novidades que podem ser revertidas em vantagens, não só para a AAB, mas para os demais clubes do estado que precisam resgatar seu caráter esportivo”. Para ele, a meta agora é oferecer ainda mais serviços, “mantendo o encantamento dos antigos associados e promovendo a renovação do público da Associação”. Ele começou a frequentar a AAB aos 12 anos como sócio-atleta integrante da equipe de judô do professor Yoshida, mas afirma que estar do outro lado é bem diferente e desafiador. “Enquanto sócios, não temos dimensão do quão trabalhoso é manter a estrutura. Passei a dar mais valor para essa atividade que é feita Desde muito tempo, a piscina do clube acolheu a escolinha de natação que revelou importantes nomes nos cenários municipal e estadual

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O prédio que abrigava a antiga sede da AAB serviu de palco para inúmeros eventos que marcaram a história do clube

Em sua nova fase, a Azulina conta com: • Ginásio de esportes • Piscina semiolímpica • Piscina para crianças • Spa • Quatro quadras de tênis de saibro cobertas • Salão de jogos e de festas • Campo de futebol society sem remuneração. Com o mesmo espírito empreendedor daqueles abnegados fundadores, sinto-me entusiasmado e consciente da responsabilidade, enfrentando novos desafios, agindo com toda a diretoria, oferecendo qualidade de serviços e ampliando os objetivos com os quais o clube estará pronto para prestar serviços por mais outros 100 anos”, afirma o presidente, que chegou a ser eleito gestor do ano com o projeto social voltado a atletas paralímpicos o ‘AAB Supera’. Behrens destacou o esporte, que faz da AAB um celeiro formador de atletas e de equipes para os cenários esportivos municipal, estadual e nacional.

“Estamos realinhando as escolinhas de vôlei, artes maciais, basquete, natação e futebol, que já estão em pleno funcionamento. Incentivamos a inscrição das equipes, patrocinamos a sua participação nos torneios esportivos, inclusive fora do estado. Queremos que a AAB volte a revelar talentos como Patrícia Medrado, as irmãs Meirelles, Boreu, Jorgito Senna, Verônica Almeida, Fabio Góes, Lula Mamão, Julinho, Batata, Joel Godim e tantos outros”.

O tênis foi um dos esportes que mais revelaram campeões azulinos

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Como uma fênix Mas a reestruturação física e financeira da AAB só foi possível porque alguém acreditou em um novo tempo na AAB: o então presidente Ademar da Silveira Brito, que atualmente faz parte do Conselho Deliberativo do Clube. O caminho para o renascimento da AAB passou pela dramática demolição de toda a estrutura física do antigo clube. Em seu lugar, um projeto arquitetônico assinado por Antônio Caramelo foi materializado, construído de acordo com a nova realidade para os clubes sociais, esportivos e culturais, onde coexistem entretenimento e atividades comerciais e de serviços, que, garantem a autossustentabilidade do clube. O conselheiro se baseou em um modelo criado na Inglaterra, em que a renda do clube não vem apenas dos sócios. “Tiramos 20% da área para arrendamento, o que nos proporciona uma renda de mais de 50%. O clube foi recuperado com superávit e tem solidez para mais 100 anos”. São terceirizados o Restaurante Marinata, o Barra Hall (casa de eventos com espaço para três mil pessoas) e ainda nove lojas, sendo todas alugadas, o que, segundo Ademar Brito, gera uma receita média de R$ 60 a R$ 80 mil.

Amor para toda a vida Morador da Barra há 40 anos, Ademar Brito ressalta a importância da AAB para o bairro. “Sinto que meu dever foi cumprido. Chorei muito quando vi o trator demolir a sede antiga. O que mais me alegrou foi a certeza de estar contribuindo não apenas para a refundação da AAB, mas também para a revitalização do bairro. Fizemos

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Após a reforma, as quadras do clube ganharam cobertura especial, permitindo a sua utilização em qualquer período do ano

convênios importantes com colégios, abrimos o clube para associações e representantes da comunidade. Meu maior orgulho é ver a família Azulina desfrutando da estrutura. Ser abraçado pelos sócios é uma alegria imensa. Para o futuro, eu vejo a ampliação das receitas, a renovação do quadro associativo e diretivo, além da aprovação de um novo estatuto”, afirma o contabilista. Mãe de quatro filhas campeãs de tênis pela AAB, a associada Lúcia Meirelles exibe orgulhosa um álbum com recortes de jornais que narram a trajetória do clube, que se confunde com a própria história de sua família, desde que Vânia, Tânia, Itana e Ivana foram descobertas pelo então professor Evaldo Silva entre 450 colegas da escolhinha de tênis da AAB. Elas foram os principais destaques baianos no circuito nacional na categoria infanto-juvenil a partir de 1975, quando Ivana foi campeã brasileira aos dez anos. Hoje, a piscoterapeuta Vânia (52) é empresária do ramo


da hotelaria na Chapada Diamantina, Tânia (51) e Ivana (49) são professoras de Tênis em Salvador. Já Itana (47) se formou em dança e vive no Rio de Janeiro, onde o filho de apenas dez anos é o atual campeão de tênis. Emocionada, Lúcia recorda marcos da história do clube. “A AAB é nossa segunda casa. Aprendi a andar de velocípede aqui e considero todos como familiares. As lembranças são as melhores. Além das premiações, um dos momentos mais marcantes foi a festa de 15 anos de minha filha Vânia”. E fala do seu sentimento ao ver a antiga sede ser demolida. “Meu baile de 70 anos encerrou um ciclo na AAB. Fiz a festa no último dia da antiga Azulina. Quando o clube foi fechado, eu mudei da Barra porque não aguentava passar pela frente. A demolição foi muito triste, chorei demais. Ninguém acreditava na reestruturação, mas eu sempre tive esperança. Voltei correndo assim que o clube reabriu”. Quem partilha desse sentimento é o diretor de Basquete da AAB há mais de 12 anos, Ronaldo Junqueira, que começou como sócio-atleta há 46 anos, tendo sido campeão pelo

Os associados dispõem de um novo espaço de lazer e diversão totalmente reestruturados e dignos dos 100 anos de história do Clube

O campo de futebol também passou por mudanças para melhor atender os associados da AAB

Os associados ainda têm direito a: • Aulas de natação • Dança • Futebol • Hidroginástica • Basquete • Artes marciais • Vôlei

Antonio Caramelo foi o responsável pelo projeto arquitetônico do clube

clube. “A AAB é uma extensão da minha casa. Meus filhos cresceram aqui. Eu era considerado ‘sócio-mobília’ porque não desgrudava do clube. O grande diferencial da AAB é proporcionar um importante espaço de relacionamento interpessoal, além das escolinhas, onde as crianças podem aprender a prática esportiva de forma adequada”, afirma Junqueira, que integra há 15 anos o conselho da entidade. É com brilho nos olhos que o funcionário mais antigo em exercício fala do clube. Eliraldo Cristo Bonfim (54) está há 31 anos na AAB, onde conheceu sua esposa com quem está casado há 28 anos e tem dois filhos. Ele também lembrou os shows de bandas e artistas consagrados nacionalmente e os famosos e disputados bailes de Carnaval, prestigiado pela sociedade baiana. “Meu sentimento é de carinho por esse clube que é parte da minha vida. Espero que ele viva mais 100 anos. Tenho muito orgulho de fazer parte dessa história”, diz o técnico em contabilidade, que entrou na Azulina em 1983 como encarregado do recrutamento de pessoal e hoje atua como gerente administrativo e financeiro. 13


CAPA

Em verso e prosa Noite de gala coroa centenário da Azulina com elegância e requinte

Texto Joseane Guedes Fotos Rômulo Portela

Já na entrada do salão, móveis espelhados, cristais, peças de antiquário, piano, castiçais e candelabros eram uma mostra do que seria a noite de 10 de outubro, na Associação Atlética da Bahia. Um bolo de quatro andares representava o quarto aniversário da nova sede, a ser celebrado no dia 27 de novembro. Cantado em verso e prosa, o centenário da AAB reuniu diretoria, associados e convidados em um ambiente que trouxe o jazz como pano de fundo.

Abertura do evento Após a celebração de uma missa pelo padre Creômenes Maciel, da Igreja de Santo Antônio da Barra, o presidente da AAB, Luiz Behrens, narrou, em seguida, a história do clube, agradecendo aos convidados e registrando a presença de todos. “É uma honra ser o 49º presidente azulino. Passamos por diversas crises financeiras, mas, com muita luta, a AAB sempre conseguiu sair vitoriosa”, conta orgulhoso. Ele também reverenciou personagens importantes na história do Clube. “Parabenizo o presidente do Conselho Deliberativo, Ademar Brito, que foi por diversas vezes presidente desta agremiação, mentor e principal responsável pela concretização e sucesso

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da majestosa obra da nova sede. Agradeço a todos os diretores e membros do Conselho, dos quais sinto orgulho”, completou o dirigente.

Grandes emoções Ademar Brito, em seu pronunciamento, relatou momentos vivenciados por ele na AAB. “Sou, hoje, um homem feliz por ter realizado o sonho de reerguer o Clube. Devemos ser gratos ao presidente Luiz Behrens, que desempenha com muita garra e comprometimento o seu papel”, ressaltou emocionado. Entre outras peças fundamentais na luta pela sobrevivência da AAB, Ademar Brito relembra o apoio do vereador Pedro Godinho, que auxiliou nas negociações para a reestruturação do Clube e falou sobre a emoção de fazer parte daquele momento. “Com muito prazer, participo deste dia especial para um clube de relevantes serviços prestados à nossa sociedade. Hoje, a Associação é um clube moderno, apesar do seu centenário. Quero desejar muitos anos de vida à nossa segunda casa”, completou.


esporte Investimentos, superação e benefícios para a saúde física e mental

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Jogar tênis, além de divertido, é um bom aliado na hora de cuidar da saúde. Conheça detalhes deste hobby e confira entrevista exclusiva com Fernando Meligeni


foto divulgação

esporte

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Mãos à raquete!

Além de ajudar a queimar calorias e desenvolver a musculatura, o tênis traz uma série de benefícios para sua saúde mental Texto Joseanne Guedes Fotos Rômulo Portela

Velocidade, disciplina, tática e cálculo. Os movimentos precisos do tênis podem compor um eficiente programa de atividade física e condicionamento para o corpo, se bem orientados. Já o alto nível de concentração exigido pelo esporte é um poderoso agente contra o estresse e a depressão. “Um dos principais diferenciais do tênis é que, durante a sua prática, o atleta trabalha todo o corpo. Ele mantém o tônus muscular, trabalha as pernas, ombro, costas e abdômen, possibilitando, assim, um gasto calórico de 800 a 1200 calorias a cada hora de aula”, explica Ary Godoy, professor de Educação Física e especialista em Fisiologia do Exercício e Treinamento Esportivo. Segundo Godoy, o tênis é um jogo de xadrez com o movimento do corpo. “Por ser um esporte de longa duração e que tem frequência cardíaca intervalada, é bom para a prevenção de doenças cardiovasculares e ainda diminui o colesterol. Em apenas uma hora de aula é possível percorrer aproximadamente dois mil metros”, salienta. E o melhor, não tem contraindicação: dá para praticar em todas as idades.

O professor, entretanto, alerta: Jogar sem orientação pode gerar prejuízos à saúde. Assim, a dica é buscar treinamento profissional. “Apesar de ser um esporte bastante completo, ele deve ser aliado a outras atividades físicas, como a musculação, para proporcionar melhores resultados ao corpo. O tênis só machuca se você utilizar a técnica inadequadamente. Quem está iniciando precisa procurar um bom professor, para evitar lesões no futuro”, recomenda.

Sonhos de um atleta Quem reforça a importância de uma boa orientação nesse esporte é Pedro Silva, um dos tenistas baianos mais respeitados no circuito profissional de veteranos brasileiros. Silva teve seu primeiro contato com este esporte quando se tornou auxiliar de quadras do Clube Bahiano de Tênis. Aos 13 anos, tomou gosto pelo esporte e se tornou sócio-atleta da Associação Atlética da Bahia (AAB). Desde 1972, ele atua como professor de tênis na Azulina, como também é conhecida a AAB, e foi, ao lado de Evaldo Silva, responsável por revelar

Um dos principais diferenciais do tênis é que, durante o treino, o praticante trabalha todo o corpo” Ary Godoy

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esporte

Cada hora de aula de tênis possibilita um gasto calórico de 800 a 1.200 calorias

A Etapa Brasilgás de Tênis promovida pela AAB foi mais um evento em comemoração aos 100 anos do clube

talentos como as irmãs Tânia, Vânia, Itana e Ivana Meirelles, Adriano Tosto e a campeã mundial Patrícia Medrado. Pedro também considera ser fundamental para a formação de atletas a estrutura oferecida pela Azulina aos associados praticantes de tênis, já que a AAB é o único clube social da Bahia a ter quadras de saibro cobertas. “As quatro quadras são ‘a menina dos olhos’ dos associados, o quintal de suas casas”, relata. O vice-presidente de Esportes e diretor de Tênis da AAB, Fernando Reis, explica que o saibro é o piso que oferece menos impacto ao joelho. “A quadra asfáltica é mais rápida e chega a ter 12 vezes mais impacto nas articulações. Além disso, por serem cobertas, nossas quadras podem ser utilizadas o ano inteiro, conferindo pontualidade às competições”, informa Reis.

Educar pelo esporte A AAB realizou em outubro de 2014 o Torneio de Tênis Etapa Brasilgás em comemoração ao centenário do Clube. Emerson Mangabeira, campeão do ranking interno da Azulina, participou da edição comemorativa do torneio, mas foi obrigado a abandonar a competição após se machucar durante as semifinais. O atleta pratica tênis no local desde a infância e afirma que este é uma extensão da sua casa.“Isso foi bom para a minha saúde, mas principalmente para a minha educação. Nós temos que lutar para preservar essa estrutura por mais 100 anos. Ainda quero ver meu filho e, se possível, meus netos frequentando este espaço onde conquistei amizades para toda a vida, além de vitórias no esporte que me permitiu rodar o Brasil inteiro representando o clube”, conta o atleta.

Palavra de mestre O ex-tenista Fernando Meligeni, que inaugurou as novas quadras da AAB durante o I Open de Tênis em 2011, elogiou a estrutura do clube e o incentivo à prática esportiva. “Existe pouco investimento aqui no Brasil e a AAB pode ser um instrumento de transformação social. Não adianta ter quadras vazias, como acontece em alguns locais. Elas precisam cumprir seu papel social. Participar do torneio inaugural das quadras do Clube foi excepcional. Estive com Patrícia Medrado, Márcio Carlsson e outros brilhantes ex-jogadores, todos unidos pela evolução do tênis. Esse tipo de evento não pode acabar, pois ajuda o esporte”, afirma Meligeni, embaixador do projeto social WimBelemDon que alcança 120 crianças em Porto Alegre.

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Fernando Meligeni conta como é ser atleta no Brasil e relembra os momentos mais marcantes na carreira Texto Joseane Guedes

O atleta, também conhecido como Fininho, nasceu na Argentina, mas foi em terras brasileiras que fez história. Ao lado de Guga e Jaime Oncis, formou a geração vencedora do tênis brasileiro, imprimindo sua principal característica: a raça. Em sua última passagem pela Bahia, o ex-tenista recebeu a Azulina em um clima agradável e descontraído. Confira! Azulina: Você leva informações sobre o esporte e fomenta discussões em seus canais ou através das mídias sociais. Como você encara a responsabilidade de ser um formador de opinião?

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Entrando de

fininho É a mais difícil da minha carreira. No Brasil, é muito mais fácil você fazer de conta que não viu e que não é com você. Eu brigo porque minha intenção é que o tênis seja mais forte. A gente vai embora. Eu não sou o tênis, mas tudo o que eu tenho é graças ao tênis.

jogar tênis. Se o tempo voltasse e eu nascesse de novo, eu seria tenista. Eu conheço cerca de 70% do mundo por causa do esporte. Mas o mais importante é aprender a lidar com as coisas, vencer desafios todos os dias. Como não ser apaixonado por tênis?

O seu blog afirma que reconhecimento esportivo é algo que não existe no Brasil... O brasileiro é muito torcedor, mas o time não pode estar em baixa, o atleta não pode perder medalha. Temos uma história muito dura com nossos atletas e eu brigo por causa disso[...].O ser humano não é descartável.

Se pudesse, que jogada reviveria? Não é uma jogada. Tem momentos da carreira que são emblemáticos. Joguei na quadra central de Roland Garros para quase 20 mil pessoas e teve um ponto contra o Agassi [Andre], em um jogo que eu perdi. Ele distribui para todos os lados, joga uma bola curta, eu fico totalmente enroscado na rede. Quando eu levanto, 15 mil pessoas estavam aplaudindo de pé. Eu pensei: “É para mim?”. Isso é marcante e eu vou lembrar para sempre. A vida não é só de vitórias.

É visível sua paixão pelo esporte, mesmo com tantos desafios. O que você diria a um iniciante? Não tem coisa melhor do que

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esportes foto divulgação

Bola preta na caçapa do meio Gravidade, movimento, velocidade, fricção, massa, deflexão... Nenhum outro jogo na terra é tão vulnerável às leis naturais da física quanto a sinuca e suas bolas, que respondem aos esforços dos taquistas para controlá-las Por Joseanne Guedes  Fotos Rômulo Portela

Sinuca é física transcrita para poetas e artistas. O jogador é o maestro, o taco, sua batuta. E as bolas são dançarinas em um palco de feltro verde. A probabilidade de o sinuquista virar vítima do caos é da lei, não da sorte. Esse esporte praticado em clubes, universidades e até em centros de recuperação traz benefícios que vão desde um simples exercício físico até o desenvolvimento cerebral, é o que afirma o dentista e ex-professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba) que atualmente pesquisa a sinuca, Dilson Silveira. Em seu artigo “Sinuca: Arte e Ciência”, o estudioso traz uma abordagem científica dessa arte, destacando, sobretudo, os benefícios físicos e psicomotores proporcionados pela prática, capaz de trabalhar tanto a musculatura e articulações quanto o desenvolvimento cerebral. Ele se vale de ciências como a Trigonometria e a Física para analisar o partilhamento mental nos praticantes da sinuca e realizar um estudo comparativo com diversas modalidades esportivas, como os jogos de tabuleiro e mesa.

Popularização e Profissionalismo O pesquisador lembra que a sinuca passou por um progresso social, ao realizar “a fenomenal proeza de saltar do chão do lazer nocivo para se estabelecer no firmamento do esporte artístico-científico”, explica Silveira. “A sinuca começou a mudar quando os clubes sociais colocaram mesas oficiais para

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incentivar a prática. Surgiram salões que podiam ser frequentados por famílias inteiras. Outro elemento que contribuiu foi o reconhecimento da sinuca como modalidade esportiva pelo Conselho Nacional de Desportos [CND], extinto do Brasil em 1993”, completa. De acordo com a Confederação Brasileira de Bilhar e Sinuca (CBBS), o Brasil possui 15 mil atletas federados e confederados, além de praticantes informais. Hoje, a sinuca é amplamente aceita como um esporte salutar a pessoas de todas as idades. Mas nem sempre foi assim. Há pouco tempo, ela era vista como algo impróprio e prejudicial ao convívio, principalmente dos adolescentes.


fotos Rômulo portela

Cartas na mesa

Clubes como a AAB apostam em torneios para fortalecer a prática da sinuca

Na Bahia, os sinuqueiros estão muito bem servidos pois clubes espalhados por todo o Estado mantêm excelentes instalações à disposição dos praticantes. Em Salvador, a Associação Atlética da Bahia (AAB) tem uma longa tradição nos jogos de mesa. Segundo o diretor de Jogos de Salão da entidade, Luis Brim, cerca de 80 pessoas se reúnem para jogar sinuca no clube, sendo que os mais aficionados participam de competições internas, como o torneio realizado em comemoração aos 100 anos da AAB, que sagrou campeão o associado Paulo Sampaio, de 63 anos. Entusiasta da sinuca como forma de interação, desenvolvimento cognitivo e bem-estar físico, Sampaio é sócio da AAB desde 1986, mas começou a jogar ainda na infância, com uma mesa feita por ele próprio, tamanha a escassez de salões. “No decorrer do jogo, a pessoa faz uma caminhada em torno da mesa, incluindo flexões e concentração específica. Ganhar o torneio foi surpreendente porque o seu oponente é sempre uma incógnita, um desafio. A sinuca é capaz de conquistar desde jovens até pessoas com idade mais avançada”.

Buraco, tranca, truco, canastra, mexe-mexe, escopa, pôquer, sueca, cape, rouba-monte... Uma ferramenta. Jogos distintos. As cartas intrigam a humanidade desde o século X a.C. por sua diversa capacidade de distração, já que, com um simples baralho, é possível montar mais de 120 jogos. Mas, diferentemente da sinuca, afirma o pesquisador Dilson Silveira, o carteado é palpite, casualidade. Para a diretora Social da AAB, Salma Leite, o objetivo das cartas é a distração. “Enquanto falamos das relações cotidianas, jogamos tranca e buraco para nos divertir e sem muita intenção de ganhar. Fazendo um paralelo entre jogo da vida e jogo de cartas, tanto no baralho quanto na vida, fazemos escolhas, descartamos essa ou aquela, traçamos estratégias, usamos as cartas do outro, perdemos e ganhamos. O lema é manter um clima alegre, além de ser uma maneira de preservar nossa memória”, conta a organizadora do último torneio de carteado da entidade, que teve como ganhadora a dupla Marlene e Gérson.

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esportes

Giro Esportivo Mar doce mar

Spider está de volta Anderson Silva, o Spider, está de volta ao UFC, dez meses depois de fraturar a perna. O peso-médio brasileiro confirmou, no Rio de Janeiro, a luta contra o americano Nick Diaz para janeiro de 2015, em Las Vegas, pelo UFC-183. Durante a coletiva, o lutador revelou detalhes do período de recuperação, a ansiedade pela volta ao octógono e garantiu que o “campeão voltou”. “A cada dia que passa, estou voltando a minha origem, ganhando força e confiança. A perna está legal e o doutor diz que não tem problema, que ela não vai quebrar mais. Agora, entro menos pressionado porque não estou mais oito anos sem perder”.

Neste verão, as pranchas de stand up paddle prometem invadir novamente a praia da Barra, em Salvador. Para alguns, é um verdadeiro desafio mover-se sobre a água. Outros fazem do mar seu lar e conseguem olhar para os lados, apreciar a paisagem do Farol da Barra, da Ilha de Itaparica, do Farol de Itapuã, do Forte de São Marcelo e de tantas outras maravilhas da Bahia. Existem várias escolinhas e locais para aluguel de equipamentos espalhados pelo bairro, como a Axé Wind, Stand Up 180º ou Babi Brazil.

fotos divulgação

De olho no Rio2016 As seleções masculina e feminina de vôlei vêm com tudo em busca do ouro olímpico de 2016. No masculino, a promessa é o ponteiro Lucarelli, que, no último Torneio Mundial, acompanhou a delegação brasileira, para conhecer os bastidores. Já na seleção feminina, será provavelmente a última olimpíada de jogadoras como Sheilla, Fabiana e Jaqueline, que tentarão o tricampeonato.

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Já andou de skate? Quem já circulou pela nova orla da Barra deve ter percebido que os skatistas estão ocupando os calçadões. Além da diversão garantida, é um esporte com alto gasto calórico: em 30 minutos, é possível queimar cerca de 240 calorias. Também quer invadir o mundo das rodinhas? Basta procurar orientação para escolher o melhor shape, ficar atento aos acessórios de segurança, subir no skate e sair andando pela cidade.

Hora de sair da inércia Correr virou moda e o resultado é a prevenção de inúmeras doenças, como diabetes, infarto, hipertensão arterial e obesidade. Além disso, o atleta amador só precisa de tênis e roupa confortável para praticar pelo menos três vezes por semana, durante 30 a 60 minutos por dia. Na capital baiana, muitos profissionais graduados em Educação Física deixam as academias e o ensino escolar para investir nesse esporte executado ao ar livre. Sem desculpas. Esse é o lema para o ano de 2015. Está na hora de pegar firme no batente e deixar a preguiça de lado.

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Como uma corrida de revezamento

foto Rômulo Portela

artigo

Fernando Reis Fernando Reis é advogado, vice-presidente de esportes e diretor de tênis da AAB

foto divulgação

Nesta época de comemoração do Centenário da Associação Atlética da Bahia (AAB), é muito grande a responsabilidade de todos os diretores, particularmente os das diversas modalidades esportivas. Baseados nas glórias do passado, quando forjamos não só campeões festejados, mas corretos membros da sociedade, buscamos realizar o trabalho árduo e persistente de formar novos atores e, desde a sua mais tenra idade, de sorte a fazer justiça ao nosso lema “UNINDO GERAÇÕES”. Para tanto, neste início de novo centenário, ficam todos convocados para fazer parte da hercúlea tarefa de buscar os meios necessários para formar novos atletas nas diferentes modalidades oferecidas pela Azulina. O investimento da AAB na área esportiva é motivado pelo sucesso dos eventos já promovidos, com destaque para o Perini Open de Tênis, que recebeu os distintos atletas Patrícia Medrado e Fernando Meligeni, para a inaugu-

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ração oficial das nossas quadras, além de torneios de futebol, vôlei, basquetebol, natação, sinuca, carteado e exibições de artes marciais. Desta forma, estamos dando continuidade ao trabalho voluntário, como em uma corrida de REVEZAMENTO. Recebemos com fé o bastão e o passaremos adiante quando outros vierem a nos suceder. Que a nós se juntem todos os demais sócios, quer sejam diretores ou não. Um abraço a todos.

Recebemos com fé o bastão e o passaremos adiante quando outros vierem” fernando reis


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chapéu still

Caneleira Ao adquirir este acessório você vai ter inúmeros benefícios. Com a adição de uma camada extra de proteção, possui um design inovador. Além de ser mais fina, é super leve, e possui aberturas para ventilação. Nike J Guard R$ 29,90

Capacete Protetor de punho A arte de andar sobre rodas já domina a orla da Barra revitalizada e as ciclovias de Salvador. Seja de patins, bicicleta, patinete ou skate, esse item foi desenvolvido para proteger os pulsos dos praticantes mirins na hora de praticar alguma dessas atividades. Oxelo R$ 30,90

Pedale seguro e tranquilo com este acessório. O modelo é unissex, com viseira fixa, tela antiinseto e refletivos de segurança para maior visibilidade noturna. Scott Groove II - R$ 250,00

Radical sem dor Na hora de praticar esportes, não dá para se descuidar da segurança. Confira alguns equipamentos de proteção indispensáveis para se divertir com bastante cuidado e conforto! Texto Joseanne Guedes

Leash Durante as sessões de surf, a cordinha presa ao pé serve como uma boia de sinalização, em caso de acidente. O material deste item é de excelente qualidade. Comprimento: 6X3/16. Dakine R$ 129,90

Joelheira Cotoveleira Casco fabricado em plástico Polietileno. Possui entradas de ar para ventilação e forro em duas camadas para maior conforto e absorção de impacto. Pro Tec Retro Street R$ 169,90

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Este equipamento de segurança possui uma lona de alta resistência, tecido flanelado, espuma de 40mm, casquilho em nylon de 4mm e um design ergonômico. Ideal para manobras de alta performance executadas pelos praticantes de skateboard. Fomo Vertical R$ 119,90


viagem Roteiros alternativos para desfrutar as fĂŠrias com a famĂ­lia

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A viagem a Paris pode ser muito mais divertida quando se divide o tempo entre os conhecidos pontos turĂ­sticos e os locais pouco explorados


viagem

Cidade das Luzes As pontes de Paris, os monumentos, os cafés, os vinhos.... Tudo dá a impressão de harmonia na capital que mescla arquitetura clássica com agito de uma metrópole moderna Por Joseanne Guedes

A capital francesa ganhou o título de “Cidade das Luzes” por ser o berço do movimento iluminista e do nascimento da era moderna, através da Revolução Francesa. Agora, em pleno século XXI, as luzes parisienses são outras e continuam a encantar o mundo. Suas ruas e construções imperiosas são testemunhas da evolução dessa sociedade e responsáveis pelo charme único da capital que espalha conhecimento, cultura, arte e moda. À noite, o show de luzes transforma a capital napoleônica em outra cidade. Os monumentos e símbolos arquitetônicos sob os holofotes formam um espetáculo imperdível, assim como os diversos jardins e espelhos d’água cintilantes. Os barcos piscantes do rio Sena jogam ainda mais luz sobre o mosaico urbano. Na Torre Eiffel, 20 mil mini lâmpadas brilham em ritmo dançante a cada hora. Todas as noites, Paris ganha nova vida e evidencia sua aura mágica.

Um dos lugares favoritos dos brasileiros Não por acaso, Paris está entre os dez destinos mais procurados pelos clientes da empresa de viagens onde trabalha a analista de comunicação Andreza Rodrigues. “Paris é o destino considerado ‘carro-chefe’ nos roteiros para a Europa. Lá, temos receptivo próprio, com atendimento de guias de turismo brasileiros durante toda a viagem”, explica. Segundo o Comitê de Paris Ile-de-France, 2013 foi um dos melhores anos para o turismo, com cerca de 15,5 milhões de visitantes estrangeiros.

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Fotos divulgação

A Catedral de Notre Dame, uma das igrejas mais importantes da França, começou a ser erguida no ano de 1163 no ápice da arquitetura gótica e, por isso, é um dos símbolos mais marcantes deste estilo de construção.

Cibele Abreu (à direita) aproveitou Paris com amigos que estavam em intercâmbio

A Torre Eiffel, principal ponto turístico de Paris, já recebeu mais de 250 milhões de turistas desde que foi aberta ao público. Dividida em três andares, totaliza 324 metros de altura.O maior símbolo de Paris foi construído por Gustave Eiffel para a Exposição Universal de 1889, evento em comemoração aos 100 anos da Revolução Francesa.

Um dos lugares favoritos dos brasileiros Não por acaso, Paris está entre os dez destinos mais procurados pelos clientes da empresa de viagens onde trabalha a analista de comunicação Andreza Rodrigues. “Paris é o destino considerado ‘carro-chefe’ nos roteiros para a Europa. Lá, temos receptivo próprio, com atendimento de guias de turismo brasileiros durante toda a viagem”, explica. Segundo o Comitê de Paris Ile-de-France, 2013 foi um dos melhores anos para o turismo, com cerca de 15,5 milhões de visitantes estrangeiros.

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viagem

O Louvre está na lista dos museus mais importantes do mundo. Com mais de 12 quilômetros de corredores, abriga a principal obra de Leonardo Da Vinci: a Mona Lisa.

Roteiro tradicional A advogada Renata Menezes (31) esteve em Paris em fevereiro de 2013 com o marido e um casal de amigos. Ela conta que sempre teve vontade de visitar a Europa e essa foi uma viagem dos sonhos. O fato de não falar francês em nada atrapalhou as suas descobertas na eterna Cidade Luz. Em suas andanças pela Capital, Renata conheceu a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo e o incomparável Museu do Louvre, dono de um dos acervos mais valiosos do mundo. Visitou o Palácio de Versalhes, que abriga maravilhosos jardins e exposições, a clássica livraria Shakespeare and Company, retratada inúmeras vezes em livros e filmes, além a gótica Catedral de Notre Dame, símbolo de fé dos moradores locais.

Roteiros Alternativos Conhecida como uma das cidades mais românticas do mundo, a capital da França não é

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A ponte Alexandre III atravessa o Rio Sena e é considerada por muitos a mais emblemática da cidade. Construída entre 1896 e 1900, recebeu adornos de anjos, ninfas e cavalos em suas extremidades.


Localizado na Praça Charles de Gaulle, na ChampsÉlysées, o Arco do Triunfo é um dos principais marcos de Paris e ponto de início de doze grandes avenidas da cidade.

Construído sobre o reinado de Napoleão III, a Ópera de Paris (ao lado) segue estilo neobarroco e é um dos edifícios mais famosos de Paris. Do lado de dentro a decoração também impressiona com seu luxo e detalhes dourados

destino exclusivo de casais. Em Paris a cultura vive a cada esquina. A rua mais inesperada pode esconder uma praça, uma escultura de vários séculos, ou a antiga residência de um escritor famoso, indicada por uma placa. A dica é se perder e esnobar a Mona Lisa de Da Vinci. Assim fez a jovem Cibele Abreu (23), estudante de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. “Mochilando” por um mês com um grupo de seis meninas pela Europa, ela se hospedou numa residência universitária de Saint Cloud, subúrbio de Paris, que também aluga quartos para amigos e familiares de estudantes. Cibele fez os passeios principais, mas se jogou em outras experiências. Entre as alternativas, está a Au P’tit Grec, uma creperia pequena que sempre faz fila na calçada da Rue Mouffetard. “O crepe é maravilhoso e super recheado, mais do que uma refeição completa e não é muito caro”. Outra opção é o bar L’Attirail, na Rue Au Maire, no Marais. “Tem um clima muito legal, com vários papéis colados nas paredes, até fotos 3x4. A cerveja é barata e o ambiente muito bacana”. Renata Menezes indica uma feira de rua instalada acima da Estação de Metrô Edgard Quinet. “Nela, há

de tudo. De hortifrútis a roupas, passando por flores, alimentos preparados, alimentos frescos, doces, pães, queijos, frutas cristalizadas, mariscos, peixes e souvenirs. Encontramos queijos e pães maravilhosos. Ao lado do Centro Cultural George Pompidou há uma região onde há a exposição de Henri Cartier-Bresson. Nesta localidade, há uns bistrôs ótimos para descansar do passeio e se deleitar um pouco do ritmo de vida dos parisienses”.

Aprendiz de viajante Quem vai pela primeira vez a Paris, precisa ficar atento a alguns detalhes. A dica principal é estudar a cidade através de blogs especializados na internet, onde constam informações sobre o seguro de viagem, hospedagem, locomoção e outras orientações. Renata Menezes só consultou a agência de viagens para emitir as passagens e reservar o hotel. Toda a pesquisa do roteiro foi feita online, sobretudo, por meio do blog Conexão Paris. “Compre os bilhetes para andar nos ônibus de turismo. Pegamos o L’Open Tour, a fim de conhecer a cidade por cima, já que a movimentação pelo metrô, apesar de ser eficiente, esconde muito a beleza da capital”.

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viagem

Além do inverno

Fogos de artifício, luzes, música, águas dançantes e acrobacias fazem de Gramado um dos principais destinos turísticos durante o período natalino Texto Joseanne Guedes Fotos Cleiton Thiele/SerraPress

Não é por acaso que a pequena Gramado, rica em belezas e riquezas naturais, atrai turistas de todos os cantos do mundo e se destaca como o maior polo turístico do Rio Grande do Sul e um dos mais importantes do Brasil. Há quem diga que a melhor época para curtir todo o aconchego do local é durante o inverno, quando as temperaturas ficam próximas de zero grau. Nesse período, os nevoeiros e as geadas são convites perfeitos para um vinho ao lado da lareira e jantares românticos à base de fondues. Gramado, porém, está longe de ser só inverno: eventos como congressos e festivais movimentam a

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cidade o ano inteiro. E é no final do ano que se pode conferir o espetáculo de luzes e sons do Natal Luz, cujo cenário parece uma produção dos Estúdios de Walt Disney. De novembro a meados de janeiro, o espírito natalino toma conta da cidade. Pelas ruas, paradas noturnas com desfiles de carros alegóricos, shows de música, de dança e de fogos de artifício fazem do Natal Luz um dos destinos mais concorridos do país. Logo na entrada da cidade, um pórtico em estilo normando e outro de influência bávara recebem o turista e já mostram que não faltarão belezas e organização.


Corais, atores e orquestra em plena harmonia transformam o Nativitaten no ponto alto do Natal Luz. O espetáculo acontece no Lago Joaquina Rita Beer e o preço do ingresso varia de acordo a localização e data escolhida

O Grande Desfile de Natal acontece na Avenida das Hortênsias, no centro da cidade. O show é uma mistura de som, luz, alegorias, bailarinos, patinadores, atores e acrobatas

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viagem

Referência em Turismo Apenas em 2013, a companhia CVC Viagens e Turismo embarcou mais de 72 mil passageiros para a Serra Gaúcha, um dos destinos mais procurados pelos clientes da operadora durante todo o ano. “Todos os anos, oferecemos uma programação específica de pacotes de viagens para o espetáculo Natal Luz, com opções em roteiros aéreos, rodoviários e rodoaéreos, todas com ingresso para uma das principais atrações: o Nativitaten, surpreendente ópera produzida a céu aberto às margens do Lago Joaquina Rita Bier”, destaca Andreza Rodrigues, analista de comunicação da CVC, que opera no mercado brasileiro há 42 anos e é a maior companhia de viagens da América Latina. Neste musical, o sonho se mistura à realidade através da imaginação de uma criança. Bonecos de madeira, soldadinhos de chumbo, bengalas e o próprio Papai Noel ganham vida na Fantástica Fábrica de Sonhos

Um cantinho da Europa no Brasil De acordo com Gardênia Sá (24), a sensação de viajar para Gramado parece a de quem visita um cantinho da Europa, pelas inúmeras referências ao Velho Continente, das atrações turísticas até as ruas, construções, restaurantes e lojas. A enfermeira, cujo padrasto é gaúcho de Sananduva - RS, diz que aproveitou muito bem a viagem em família feita no ano passado, e voltou encantada pela cidade e por seu Nativitaten. “O que mais marcou foi a opera. Algo sublime. Surreal. Uma hora de espetáculo, em um lago cercado por uma arquibancada, com espetáculo de fogos e águas dançantes” conta Gardênia.

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Árvore cantante - Um dos espetáculos mais tradicionais da programação, a atração conta com um coro de 40 vozes, que se apresenta com o acompanhamento de bailarinas de sapateado e jazz

Gramado é um dos poucos lugares no Brasil em que planejamento de turismo é levado a sério. Do transporte às atrações turísticas, tudo funciona muito bem com o objetivo de atender os visitantes. “Ficamos hospedados em um hotel com ambiente em estilo colonial, com aquela mesa de café da manhã farta. As acomodações foram ótimas. Todos devem visitar essa cidade linda, deslumbrante e muito limpa”, afirma Gardênia, ao recordar os quatro dias em que pensou estar “numa típica cidade europeia”.


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viagem foto cristiano martins /ag.pará

foto carlos sodré /ag.pará

foto carlos santos /ag.pará

emoção na bagagem Embarque nessa viagem com a administradora Cynthia Borba e conheça dois dos principais destinos turísticos do Brasil para visitar com a família

IVULG ão AÇ

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D to fo

Meu coração acelerou, minha boca secou e as lágrimas escorriam sem parar. Lá vem Ela. Minha Santa Mãe de Deus, minha Mãe, minha Protetora. Passou por mim como que flutuando em um mar de gente. Me olhou nos olhos e eu não conseguia acreditar que estava ali. Por um breve momento, o tempo parou. Uma onda de felicidade invadiu meu coração. Transformei-me em voluntária e comecei a pegar água e entregar aos promesseiros que seguravam a corda. Naquele momento, eu só pensava em servir a Deus. Os fatos que eu compartilho aconteceram em outubro de 2014, quando fui a Belém do Pará participar do Círio de Nazaré. Sou católica e participo ativamente do cotidiano da igreja, mas confesso que nunca havia vivenciado uma experiência de fé e voluntariado tão profundo quanto aquela nas ruas de Belém. Na bagagem, roupas leves e a ansiedade por encontrar Nossa Senhora. Fui recebida na casa dos tios de meu esposo, com tanto amor que nem sei explicar o sentimento que hoje brota em meu peito. Para o paraense, o Círio é semelhante ao Natal, é a Festa da família, e eu estava em família, apesar de ter viajado sozinha. Imagine uma cidade inteira, durante 15 dias reverenciando a padroeira da Amazônia. São dois milhões de pessoas nas ruas esperando Nossa Senhora de Nazaré passar, a “Nazinha”, como os paraenses a chamam.


Passou por mim como que flutuando em um mar de gente. Me olhou nos olhos e eu não conseguia acreditar que estava ali. Por um breve momento, o tempo parou Cynthia Borba Administradora de empresas e associada à AAB desde 1994

Por onde andei... do País, e participei da Romaria Fluvial. Mas o momento mais marcante e emocionante foi na Transladação, uma procissão noturna que conduz Nossa Senhora até a Basílica. Foi quando encontrei com a Santinha no meio da rua, no meio do povo, embalada pelos cânticos marianos e sentindo o calor humano dos promesseiros descalços, que, segurando uma corda, puxavam a berlinda de Nossa Senhora. A experiência é longa e é grande a vontade de continuar relatando, mas o que vale a pena mesmo é viajar, se abrir ao novo, experimentar a gastronomia, conhecer a cultura e voltar com o coração cheio de boas recordações, agradecendo a Deus pelo presente mais lindo que Ele nos deu, que é a nossa própria vida. Viva!

Em família Outro ótimo destino para a viagem em família é a cidade de Fortaleza (CE). Eu e meu marido, Luciano de Pinna, decidimos, em novembro de 2011, levar nosso filho Leonardo Borba para conhecer a capital que tem um forte apelo emocional para nós, por ter ambientado nossa lua-de-mel. As barracas da Praia do Futuro têm excelente infraestrutura, com ótimas refeições, piscina e brinquedos aquáticos. O local é perfeito para quem gosta de praia com segurança e conforto. Também reserve um dia para conhecer o parque aquático Beach Park. O passeio que mais nos marcou, entretanto, foi a Praia de Cumbuco. Lá, passeamos de buggy “com emoção” pelas dunas e curtimos a tirolesa, na qual literalmente “voamos” sobre as dunas até chegar ao lago. Ainda na Praia de Cumbuco, saboreie o camarão ao alho e óleo, e o peixe frito com legumes.

foto ARQUIVO PESSOAL

Belém é uma cidade linda, com muita cultura e uma culinária deliciosa. Quem passa por lá, não pode deixar de conhecer o Mangal das Garças, um pedaço da Amazônia em plena cidade, e o Complexo Feliz Lusitânia, onde a cidade nasceu e onde fica o Museu de Arte Sacra e a Catedral da Sé. Recomendo também a Estação das Docas, para saborear pratos deliciosos. Durante uma semana, eu vivi intensamente a programação litúrgica. Ia à missa na Catedral, depois no Santuário de Nossa Senhora, conhecia as pessoas e testemunhava os relatos dos seus milagres. Vivi a Adoração ao Santíssimo Sacramento, conheci a Casa de Plácido, um lugar santo onde 700 voluntários se revezam para atender e cuidar dos romeiros que vêm de Norte a Sul

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viagem

Adaptador universal É muito frustrante chegar no destino escolhido e não conseguir carregar seus eletrônicos por causa dos diferentes padrões de tomadas utilizados em cada país. A solução desse problema é o adaptador universal, com variadas saídas. Ele é compatível com 250 países e ainda conta com uma entrada USB. Mobimax R$ 67,41

Nécessaire

Doleira Também conhecido como Money Belt, esse equipamento é uma boa opção para quando você sair de uma casa de câmbio, assim o dinheiro não fica muito à vista. É ótimo também para guardar passaporte e outros documentos. EagleCreek. R$ 14,90

Com um espaço interno muito bem dividido, a nécessaire Wash Center II é uma excelente opção para quem busca organização e praticidade. São dois bolsos com zíper e um grande compartimento com mais três bolsos de tela. Além disso, possui um compartimento de tela com gancho que pode ser removido e levado para o box. Deuter R$ 92,20

Vai viajar? Kit de Primeiros Socorros Este é um dos itens que muitas pessoas costumam deixar de fora. Nas viagens de avião, eles devem ir dentro da mala, pois medicamentos são proibidos na bagagem de mão. O kit deve conter material para curativos, além de itens como algodão, cotonete, atadura, luvas cirúrgicas, gazes e termômetro Deuter R$ 70,90

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Quando nos preparamos para viajar, dá vontade de colocar o guarda-roupa inteiro dentro da mala. Mas, calma! Além das roupas, tem uma série de opções que garantirão um passeio mais tranquilo. Então dá uma olhada em alguns itens indispensáveis para qualquer tipo de viagem Texto Joseanne Guedes


estilo Inovação e bom gosto para decorar a sua casa

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As melhores opções de móveis e objetos de decoração que deixarão seus ambientes mais elegantes e convidativos


estilo

Flinstones ou Jetsons? Os dois! Saiba como aliar a automação residencial e o rústico, transformando a expressão “conforto do lar” em sinônimo de praticidade e de comodidade High-tech Por Joseanne Guedes  Fotos Rômulo Portela

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Que a automatização virou tendência na arquitetura não é nenhuma novidade. Dominar sua casa a longa distância através de tablets, smartphones ou até da biometria pode parecer uma introdução ao mundo futurista dos Jetsons e sua cidade suspensa, mas virou realidade faz tempo. Já imaginou controlar iluminação, ar-condicionado, aparelhos eletrônicos, cortinas... tudo sem perder o charme e o aconchego de um ambiente casual rústico? Com esse artifício, o projeto “Living Forte de São Marcelo”, das arquitetas Adriana Lorenzo e Adriana Varandas, sugere que os Flintstones e os Jetsons aconteçam ao mesmo tempo. Elas confrontaram passado e futuro, e conseguiram aliar sustentabilidade e bem-estar a alguns dos avanços tecnológicos mais atuais. Confira algumas dicas!

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1 - Simples toque: Para aumentar a vida útil de produtos como lâmpadas e economizar na conta de energia elétrica, Adriana Varandas aposta na automação. Um simples iPad (Apple) fixado na parede permite o controle de equipamentos e cenários de iluminação de forma técnica e equilibrada, como na mesa de jantar, que utiliza o pendente da Foscarini. 2 - Puro charme: Uma casa com soluções tecnológicas não precisa ter um ar futurista. Uma dica para quem quer ficar entre a sofisticação e o casual é decorar o ambiente com peças de mobiliário confortável e muitas almofadas, para dar um ar aconchegante e descontraído. Use peças de buffet, sofá e chaises. 3 – Rústico na medida: O tom rústico pode ficar por conta de poltronas em couro natural e de mesas em madeira. Aposte em peças de trama natural em palha, além de objetos grandes, para não carregar. No chão, um grande tapete oriental pode compor o cenário. 4 – Aproveite o espaço: Se o seu ambiente tem pequenos espaços de cantos, a dica é usar uma mesinha lateral. Outra opção é colocar aparadores de decoração. Esses podem ser encontrados em diversas cores de madeira, desde a mais terrosa a mais escura ou em metais com vidros, e são excelentes para preencher espaços e apoiar objetos. 5 – Sem excessos: Em busca de criar um ambiente sem muita informação, onde as pessoas possam ficar tranquilas, exclua a televisão da sala. Componha um ambiente sem muita informação, sóbrio, elegante e livre de excessos. 6 – Luz natural: Ao optar por uma vidraça que privilegia a vista, você também contribui com ações de sustentabilidade, pois aproveita mais a luz do sol. Introduza no ambiente um fouton, para criar um espaço de contemplação do dia, além de relaxar com conforto e comodidade. 7 – Paredes: As arquitetas indicam cores claras, que abrem o ambiente e dão sensação de que o espaço é mais amplo. Além disso, elas indicam revestimentos práticos, como o mármore Travertino ou as lâminas de madeira da Oca Brasil, que podem ser assentadas com cola branca, pois têm apenas 3 milímetros de espessura. 8 – Menos é mais: “Na estante, recomendamos não colocar muitos objetos. A recomendação é partir para tons neutros e usar objetos grandes. Mas, para não ficar tudo em tons de bege e marrom, é bom inserir vasos e plantas. A orquídea em tom fúcsia também é uma boa aposta”, ressalta Adriana Varandas.

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estilo

Que tal customizar as

Tomadas? Beleza e praticidade que auxiliarão você em pequenas atividades e deixarão sua casa com o seu toque especial Texto Joseanne Guedes Fotos Rômulo Portella

Há quem diga que podemos conhecer a personalidade das pessoas ao repararmos na decoração da sua casa. O arquiteto Márcio Barreto afirma estudar o estilo de vida de seus clientes e construir o espaço adequando-o às necessidades e desejos de cada um. Segundo ele, essa adequação, de certa forma, representa a personalidade de quem contrata os seus serviços. “Antes de iniciar o projeto, costumo ter uma conversa demorada com o cliente para entender suas necessidades e seu esti-

[MateriaL] Vamos precisar de... • Lápis • Tesoura • Prego • Chave de fenda • Pincel • Cola branca • Tecido estampado

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lo de vida. A partir daí, crio um espaço que lhe represente”, afirma. A adequação do espaço à personalidade do seu dono, entretanto, não se resume unicamente ao trabalho dos arquitetos e designers de interiores. Existem aqueles que desejam, por si só, imprimir o seu toque especial na decoração de sua casa e deixá-la com a sua cara. Para quem gosta de associar beleza à praticidade nas soluções do lar, uma ótima dica no estilo “dá pra fazer

[Passo a passo] 1 Com cuidado, use a chave de fenda para remover a capa da tomada; 2 Coloque a capa em cima do tecido, use o lápis para fazer a marcação no lado avesso. Uma espécie de decalque da abertura do centro e também ao redor da capa; 3 Recorte um quadrado no tecido a 2cm do tamanho da marcação; 4 Faça pequenos cortes na marcação interna do tecido; 5 Com o pincel, passe a cola branca na parte externa da capa da tomada; 6 Cole a capa, posicionando-a na marcação central feita no tecido e passe cola em toda a borda interna da capa da tomada;

em casa” é decorar os chamados espelhos de luz e de tomadas, utilizando retalhos de tecidos. Duvido que você resista a essa alternativa cheia de estilo e personalidade. Preparamos um pequeno tutorial que vai dar nova vida às paredes do seu cantinho, em poucos passos. Confira!


Independentemente do local e da proposta, existe uma infinidade de estampas e texturas que deixarão sua parede com uma cara nova

7 Recorte as quatro pontas do tecido, para fazer o acabamento; 8 Dobre o tecido sobre a superfície com a cola e passe mais cola para firmá-lo na capa da tomada; 9 Passe cola no meio e dobre para dentro os pequenos cortes feitos no meio do tecido no passo quatro. Finalize com um pouco mais de cola para prender o tecido; 10 Com o prego, fure o tecido nos locais por onde passará o parafuso. Pronto! É só colocar a capa de volta na tomada/espelho de luz e curtir sua nova parede!

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chapéu still

Prateleira Hashtag Dá um toque divertido a qualquer ambiente. Ela está disponível em diversas cores e se adapta facilmente para o uso em um quarto ou sala de estar. Feita com MDF e acabamento em laca, tem 50 x 10 x 50cm. R$ 95,00

A cadeira Portinari Do designer Bruno Faucz, a cadeira Portinari é feita com madeira de reflorestamento, proveniente de florestas com manejo sustentável. Versátil, pode ser usada em diferentes cômodos. R$ 389,00

Poltrona Ninho A poltrona da Lattoog faz referência a uma forma aconchegante que abraça e protege. Base em laminado de madeira cortado eletronicamente e assento estofado. O resultado é fruto do corte de uma sucessão de peças encaixáveis. Preço sob consulta

Poltrona Barcelona

O chique que cabe no bolso

Clássico do design mundial, a peça chama a atenção por seus traços simples e elegantes. Sua estrutura é composta por aço inoxidável e assento em compensado multilaminado revestido com espuma de poliuretano (D28) e couro. R$ 3.490,00

Quer dar um toque de estilo na casa sem gastar muito? Selecionamos peças de design que fazem toda diferença na decoração e não custam uma fortuna Texto Joseanne Guedes

Aparador Amarelo Canário Florata A peça é perfeita para quem deseja dar um toque retrô à sua decoração. Versátil por natureza, o aparador pode ser utilizado como apoio para outros acessórios decorativos no hall de entrada e na sala de estar. Na sala de jantar, pode ser utilizado como buffet. Além disso, ainda pode substituir as antigas penteadeiras, dando um visual novo e elegante para o seu quarto. R$ 386,10

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viver bem As melhores dicas para aproveitar a vida com mais saúde

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Os alimentos ricos em nutrientes e de fácil acesso que facilitarão o seu dia a dia e não deixarão você fugir da dieta


saúde

Prevenção é a chave Embora não seja possível evitar o câncer, a detecção precoce eleva as chances de cura para cerca de 90% Por Joseanne Guedes

Sentada em um banco da recepção de uma clínica particular em Salvador, a assistente administrativa Marlene Costa aguardava o resultado da sua mamografia. Em 2010, antes mesmo de se dirigir a um hospital, ela notara algo atípico através do autoexame: um pequeno caroço na mama esquerda. Procurou, então, sua ginecologista para fazer o exame de imagem. Depois de duas mamografias e uma ultrassom da mama, foram encontrados nódulo e lesões suspeitas que necessitavam de avaliação mais detalhada para descobrir se seria um tumor benigno ou um câncer. Ela foi submetida a uma biópsia que completou o diagnóstico dado pela oncologista. Marlene conta que ao receber a notícia de que tinha câncer não duvidou, nem por um momento, que se curaria. “Em nenhum momento veio a sensação de desesperança. Minha reação foi encarar a doença com força e confiança desde o início”.

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Recebendo o diagnóstico O comportamento de Marlene difere da maioria das mulheres, já que cerca de 20% das diagnosticadas acham que o câncer é uma sentença de morte, conforme um levantamento inédito requisitado pelo Instituto Avon, feito em 2012. Mas o estudo mostrou que 70% dos casos são curados, e essa porcentagem salta para 95% quando o câncer é detectado precocemente. Por isso, é de extrema importância estar em dia com a mamografia.


Ao longo dos 24 anos em que chefia o serviço de oncologia do Hospital Aristides Maltez (HAM), em Salvador, o Dr. José Alberto Nogueira presenciou o desespero de diversas mulheres ao receber a notícia, mas também coleciona inúmeras experiências exitosas. “O câncer de mama tem cura, e nós temos ferramentas e tratamentos que prolongam a vida das pacientes”. Em meados de 2010, Marlene foi submetida à cirurgia. Como a doença foi descoberta em estágio inicial, não foi necessária a retirada da mama. Em vez disso, foram retirados o nódulo maligno e os gânglios linfáticos da axila. Ela passou por sessões de quimioterapia e radioterapia. “Fiquei mais fraca, mais debilitada, mas continuei levando uma vida quase normal. Não esperei o cabelo começar a cair, eu mesma cortei”.

Superação e Prevenção Depois de todo o processo, Marlene conseguiu vencer o câncer. “Minha maior lição foi valorizar mais a vida, observar mais meu corpo”, revela. Após esse tratamento, o paciente deve ser submetido a um monitoramento nos próximos cinco anos. Depois disso, as chances de ter câncer são iguais às da população comum. Além disso, mulheres que sofreram da doença devem reforçar a atenção com exames preventivos. Aquelas que possuírem histórico da doença em parentes de primeiro grau devem iniciar os exames a partir dos 35 anos. A mamografia e o autoexame são as primeiras formas de identificar a doença, mas cerca de 50% das mulheres não se submetem a eles, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Entre essas, metade alega ter medo de descobrir a doença durante o exame. Dr. José Alberto Nogueira alerta que isso é um contrassenso. “Quanto mais rápido é descoberta a doença, mais promissor é o tratamento. E nem sempre é necessário recorrer à retirada da mama – a mastectomia –, o grande medo das pacientes.”

“Não esperei o cabelo começar a cair, eu mesma cortei” Marlene Costa

Em homens O câncer de próstata é mais incidente do que o de mama. Dados do Inca revelam que um a cada 36 homens morrerá de câncer de próstata. Depois do câncer de pulmão, essa é a doença que mais mata. Superar o preconceito e conscientizar os homens sobre a importância dos exames preventivos e diagnóstico precoce passa a ser prioridade das campanhas informativas. Para o urologista Dr. Anselmo Hoffmann, o principal desafio é a conscientização da população sobre a doença. “As campanhas informativas são muito importantes porque o preconceito ainda é grande e nos impede de fazer a detecção precoce da doença, que é assintomática. Quando apresenta sintomas, já é tarde demais”. O médico lembra que o exame PSA sanguíneo e a ultrassonografia da próstata não são suficientes para um diagnóstico. “O exame de toque é insubstituível, não dói, não machuca e dura em torno de dez segundos”. O toque retal deve ser feito a partir dos 50 anos em homens sem casos na família, aos 45 anos em homens com casos na família e, também, por negros, por conta da maior incidência observada nessa etnia.

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saúde

Dieta ideal Com a nova onda fitness, fazer exercícios físicos com frequência e manter uma dieta rigorosa se tornou mais que um simples interesse em manter um corpo bonito, virou um estilo de vida Por Joseanne Guedes

Se você resolveu dar uma turbinada na dieta para melhorar a saúde e, de quebra, perder uns quilinhos extras para não fazer feio no verão, saiba que não basta focar nas calorias. É necessário consumir alimentos com bom valor nutricional. A nutricionista Fernanda Elpídio, especialista em Nutrição Esportiva Funcional, aposta na boa alimentação para obter melhor qualidade de vida e lista os alimentos que aceleram o metabolismo e a queima de gordura ou nos mantêm saciados por mais tempo.

» Batata Doce - Ótima opção de pré-treino. Por possuir baixo índice glicêmico, é lentamente absorvida pelo organismo e proporcionará energia constante durante a atividade. O objetivo é fazer com que o praticante de atividades físicas não se sinta fadigado e tenha um bom desempenho durante os exercícios. A melhor maneira de obter todos os benefícios da batata doce na dieta é comê -la cozida e com casca.

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» Água de Coco - Isotônico natural rico em potássio. É uma bebida saudável, que repõe os nutrientes perdidos pelo corpo durante um treino moderado e ajuda a se livrar das cãibras. Também é rica em vitaminas, minerais, aminoácidos, carboidratos, antioxidantes, enzimas e outros fitonutrientes que ajudam o corpo a funcionar com mais eficiência. Porém, hipertensos devem tomar cuidado para o consumo em excesso por causa da quantidade de sódio.

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» Gengibre - Um termogênico capaz de acelerar o metabolismo e favorecer a queima de gordura corporal. O Gengibre também tem ação anti-inflamatória, contribuindo para combater a celulite e reduzir as dores musculares, além de aliviar os efeitos da cólica menstrual. Basta consumir pequenas quantidades do gengibre cru, em conserva, como chá ou como óleo.


Hora do petisco Vontade de: Batata frita Vá de: Ervilhas de wasabi São crocantes e o toque picante nos faz comer menos.

Vontade de: Chocolate Vá de: Barrinha de cereais Escolha as com itens integrais para ajudar no trânsito intestinal.

Vontade de: Sorvete Vá de: Salada de frutas As frutas ajudam a digestão, porque são ricas em fibras, o essencial para manter um sistema digestivo saudável.

» Canela - Ajuda a prevenir e combater o diabetes, pois controla os níveis de açúcar no sangue e aumenta a sensibilidade à insulina. Contribui também para o emagrecimento, por ter uma ação termogênica, além de diminuir o colesterol total e o ruim (LDL), e os níveis de triglicérides. O alimento possui forte ação antioxidante e anti-inflamatória, o que colabora para a prevenção de doenças degenerativas como o Alzheimer e tumores. » Café (cafeína) – Sua utilização associada a hábitos alimentares saudáveis é um aliado na diminuição do colesterol, prevenção contra doenças cardiovasculares e Alzheimer. Além disso, a cafeína atua no sistema límbico, afastando a depressão e produzindo sensação de prazer e bem estar. O café, entretanto, não deve ser ingerido em excesso, principalmente por aqueles que sofrem de doenças no estômago, como gastrites e úlceras, já que estimula a acidez gástrica.

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Setentona não. Setentérrima! Conheça a história de vitalidade, coragem e recomeços protagonizada por uma personagem no auge da “terceira adolescência” por Joseanne Guedes fotos Rômulo Portela

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Em uma manhã ensolarada de sábado, sentada à beira da piscina, ela folheia o jornal enquanto saboreia um acarajé. Ao ser questionada sobre a sua idade, indaga com bom humor: “Quanto é 7+7? 14 anos, pois!”. Com a aparência jovial, alegre e bem disposta, Lúcia Maria Rebouças Meirelles se diz “sempre-viva”, assim como a planta de folhas delicadas e flores pequenas que não murcham e nem perdem a cor. Ela se relaciona bem com as gerações mais jovens, se identifica com a sociedade atual e materializa o crescente interesse da terceira idade pela atividade física e suas preocupações em relação à saúde e o bem-estar. Diferente do que se imaginava até então para os 70 anos, os padrões de comportamento sofreram alterações. Tornou-se cada vez mais comum pensar em novos desafios, prática de esportes audaciosos e formas de se vestir. Na década de 1960, a expectativa de vida no Brasil era, em média, de 50 anos. Meio século depois, esse número soa absurdo: o dado mais recente saltou para 73,9 anos. Com mais anos de vida pela frente, a ordem é não diminuir o ritmo nem ter medo de mudar. Lúcia é parte de uma geração que comprova diariamente que tudo é possível, em qualquer idade. Nos últimos anos, é natural encontrar homens e mulheres na terceira idade com um perfil semelhante ao dela. Independentes, confiantes e mais ativas do que nunca, as pessoas nessa faixa etária tendem a assumir novas rotinas como forma de provar a si mesmas e aos outros que são capazes de se reinventarem, em uma maneira de driblar a velhice e reafirmar a continuidade da vida.

A segunda casa

“O tênis para mim é uma terapia” Lúcia Meirelles

Para começar bem o dia, Lúcia inicia uma oração no altar da Igreja Messiânica. Depois de arrumar a casa onde mora sozinha no Bairro da Barra, segue em direção ao seu segundo lar, a Associação Atlética da Bahia. No clube, ela começa uma verdadeira maratona. Lúcia Meirelles faz musculação, natação e pratica tênis quatro vezes durante a semana. O esporte entrou na família através de suas quatro filhas campeãs azulinas, as famosas irmãs Meirelles: Vânia, Tânia, Ivana e Itana. “Elas eram campeãs de natação pela AAB, mas se apaixonaram pelo tênis”, conta a septuagenária que começou a praticar este esporte aos 40 anos e logo se tornou campeã pelo clube. “O tênis para mim é uma terapia”, afirma.

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melhor idade

Uma exímia dançarina Lúcia ainda encontra tempo e disposição para dançar. Aliás, foram a prática esportiva e a dança que ajudaram a dona de casa a superar a perda de seu marido Cid Meirelles, ex-diretor da AAB. “Meu marido faleceu em 2003. Quando eu fiquei viúva, ‘vegetei’ durante quatro anos. Voltei a viver através da dança de salão. A dança me ajudou a sair do buraco. Dançando, eu esqueço da vida e vivo a música”, desabafa. Ela mostra que, para ter ginga, não tem idade. Nas noites de sexta-feira, se joga no clima da seresta do cantor Beto Narchi, cuja apresentação relembra os tradicionais bailes de Salvador.

Superação “Acordo cedo para fazer exercícios e me sinto com uma energia incrível”, é o que afirma Lúcia. Quem a vê com tanta alegria de viver e essa invejável forma física, seja nas quadras ou no salão, não imagina que ela passou por uma prova de fogo há três anos. Um dos primeiros sinais de que algo estava errado foi uma dor muito forte no braço. Lúcia deu entrada no hospital para operá-lo, mas foi submetida a uma cirurgia para colocação de duas pontes de safena e outra mamária. “Me deu mais vontade de viver, sempre aproveitando o agora. O exercício físico faz aumentar minhas reservas respiratórias, cardíacas e cognitivas. Atenua o peso da idade no físico e na mente. Sinto que ainda tenho muita coisa para viver”, diz, recuperada. Os novos integrantes da terceira idade, em ótima forma, protagonizam uma das maiores mudanças de comportamento do nosso tempo. Isso significa que quando entram naquela idade considerada “velha”, eles dizem: “De jeito nenhum! Ainda tenho muito que fazer”. Lúcia é uma dessas mulheres e homens cuja idade não é possível classificar. Não são velhos, mas não são jovens. Sem rodeios, ela ensina o segredo da juventude: “Aprendi a viver o agora. Para mim, não interessa passado nem futuro. É estar feliz até quando Deus permitir e agradecer a Ele por tudo, não apenas as horas boas. O importante, basicamente, é ser ativo. Eu sou feliz no agora”.

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“A dança me ajudou a sair do buraco. Dançando, eu esqueço da vida e vivo a música” Lúcia Meirelles


gastronomia Conversa com o chef e receitas que deixarão você com água na boca

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As delícias criadas pelo chef Severino que conquistaram os mais requintados paladares e farão do jantar a dois um momento ainda mais especial


gastronomia

Cozinha e vida Severina O talento gastronômico do retirante alagoano que virou referência na culinária francesa por Joseanne Guedes fotos Rômulo Portela

Ele sai do Nordeste em busca das oportunidades que escasseavam em sua terra natal. Ao longo do caminho, mantém uma série de desencontros. Pensa em desistir, mas acaba por optar pelo prosseguimento. A história parece familiar? Um exemplo do que ocorre com tantos outros nordestinos, o chef Severino Silva, 48 anos, parece uma personagem saída da peça ‘Morte e Vida Severina’, de João Cabral de Melo Neto, ou mesmo do romance ‘Vidas Secas’, de Graciliano Ramos.

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Alagoano, nascido em Maceió, Severino saiu da ‘Terra do Sol’ para tentar a vida em São Paulo. Trabalhou como faxineiro, ajudante de pedreiro, cortador de cana e caminhoneiro, até chegar ao tradicional Restaurante Marcel e, posteriormente, ao Freddy, onde começou lavando pratos. Passando rapidamente à cozinha, descobriu o talento para a gastronomia. “Eu era um nordestino cheio de sonhos. Fui aventurar e a cozinha mudou minha vida”. Tal qual o título da peça de João Cabral, que


propõe o encontro final com a vida, a trajetória de Severino Silva sugere a vitória da resistência e da insistência na esperança.

Trajetória de sucesso O chef conquistou reconhecimento por conferir um toque gourmet à tradicional culinária francesa, como o ‘Filé ao poivre’ e a ‘lagosta do chef’. Severino assina há nove anos o menu do restaurante francês OUI, instalado no Bairro da Graça há pouco mais de três meses, época que deixou a Bahia Marina. Ao lado dos sócios, os empresários Maria Carmem Barros e Fred Barreto de Araújo, Severino Silva apresenta o novo espaço: pequeno e aconchegante, um serviço sem sofisticação e um cardápio com muita qualidade e matéria-prima sempre fresca, respeitando a sazonalidade dos produtos. Severino também é famoso por reinventar uma série de pratos com sabores marcantes e inusitados, como o ‘Carré de cordeiro na manteiga de ervas’ ou o ‘Magret de canard com batatas’: que é o peito do pato da raça mulard servido fatiado, sua carne macia e vermelha é recoberta por uma camada de gordura. Depois da mudança de endereço, ele traz uma novidade gastronômica para o OUI: a ‘codorna desossada’, acompanhada de purê de mandioquinha e harmonizada com vinho do Porto. Em seu restaurante, a codorna é servida em pares e semi desossada. Apenas os ossos das asas permanecem, seguindo a técnica francesa. “Os ossos da codorna são muito pequenos e atrapalham a degustação”. Para o chef, a codorna tem uma carne”saborosíssima” e leve, apesar de apresentar um gosto bem-acentuado. “É uma carne de sabor forte, mas sem tanta fibra como o galeto”, compara. O prato é servido no OUI como opção para o almoço e jantar. Para aqueles que ficaram com água na boca e desejam reproduzir esse prato em sua própria casa, não precisa se preocupar. Ao contrário de muitos chefs, Severino não tem problema em compartilhar as suas receitas, proporcionando, assim, aos nossos leitores um dia de chef.

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gastronomia

Receita: Codorna desossada com purê de mandioquinha Dicas do Chef para obter uma autêntica codorna desossada a ‘la Severino’

Recheio (farofa) 1 pão francês ralado 50g de uva-passa 1/5 cebola ralada 1 colher de chá de manteiga Sal a gosto Pimenta do reino Vinho do Porto Modo de preparo: Coloque uma frigideira no fogo e, quando estiver quente, ponha a manteiga para derreter. Adicione à frigideira a cebola cortada e deixe o ingrediente suar um pouco. Acrescente sal a gosto e pimenta do reino e adicione as uvas passas para refogar e deixe secar um pouco mais a mistura. Logo após, adicione o pão ralado e misture até virar uma farofa. Regue com vinho

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do Porto (quantidade necessária para umedecer) e deixe cozinhar por dois minutos. Reserve.

Codorna 2 peças de codorna 20g de bacon Azeite doce Modo de preparo: Desosse a codorna, deixando apenas os ossos das asas. Em seguida, recheie com a farofa e envolva a codorna em uma camada de bacon. Regue a codorna com azeite doce e, em seguida, leve ao forno durante 25 ou 30 minutos, a 140°C.

Purê 300g de mandioquinha Sal a gosto

Queijo parmesão ralado Creme de leite fresco Modo de preparo: Cozinhe a mandioquinha com sal a gosto. Escorra a água e passe pelo espremedor. Adicione o queijo parmesão ralado e o creme de leite e misture até atingir uma consistência pastosa.

Molho 80 ml de vinho do Porto 50g de uva roxa Modo de preparo: Cozinhe as uvas por dez minutos e bata no liquidificador, em seguida. Passe no chinois (peneira de inox que parece um chapéu de chinês)para coar. Por fim, adicione o vinho do Porto.


azulina foto rômulo portela

Grandes nomes e projetos que fazem parte da família AAB

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Comemorações, datas especiais, e muitos cliques. Uma seleção de imagens que mostram o que a AAB tem de melhor: seus associados


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Onde tudo começou Minotouro volta ao seu primeiro tatame de ensino e é homenageado pela aab Texto Joseanne Guedes Fotos Rômulo Portela

Quase vinte anos depois de iniciar sua carreira nas artes marciais, o lutador baiano Antônio Rogério Nogueira, o Minotouro, volta ao local onde deu os primeiros passos rumo ao status de um dos brasileiros mais respeitados do MMA (Mixed Martial Arts). Ele esteve em Salvador no dia 31 de outubro para participar do evento comemorativo ao centenário da Associação Atlética da Bahia (AAB), clube que abriu as portas para o primeiro tatame de ensino da Team Nogueira, renomada rede de academias dos gêmeos conquistenses Minotouro e Minotauro. Aos 38 anos, Minotouro faz parte do UFC, maior evento da modalidade no mundo. Mas ele não esqueceu sua passagem pela AAB em meados dos anos 90 e, emocionado, lembra os momentos vividos ao lado do irmão Rodrigo Minotauro antes da fama. “Meu irmão alugou uma sala na Associação e montou o pequeno tatame Luiz Henrique Behrens, Minotouro, Aline Zermiani, e Carlos Ricci, conselheiro do clube, advogado e socio administrador da Brasnorte Marcas Patentes, responsável pela proteção dos direitos da marca Team Nogueira no Brasil e no mundo

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onde começou a dar aula. Eu, que já praticava boxe, passei a treinar jiu-jitsu. Depois de alguns anos, me mudei para o Rio de Janeiro e meu irmão continuou no espaço. Lembro um dia em que cheguei e ele havia sofrido um acidente, mas estava dando aula com o braço imobilizado, por amor ao esporte e em respeito aos alunos”, conta o lutador, que recebeu um troféu da AAB. Ele não escondeu a surpresa ao encontrar uma nova AAB e a melhoria da infraestrutura não passou despercebida. “Logo na entrada, eu não entendi nada. Quando saí daqui, deixei outro cenário. O que encontramos hoje é uma estrutura bonita e moderna. Tive a melhor impressão possível e fiquei muito feliz em saber que o clube evoluiu, porque aqui conquistamos nossos primeiros alunos. Em minha cabeça, passou um filme de boas lembranças”, comemora Minotouro, ao lado da esposa Aline Zermiani, ex-miss Santa Catarina. Minotouro e Aline Zermiani visitam as novas instalações da AAB acompanhados pelo presidente, Luiz Henrique Behrens


foto divulgação ufc

Tive a melhor impressão possível e fiquei muito feliz em saber que o clube evoluiu, porque aqui conquistamos nossos primeiros alunos. Em minha cabeça, passou um filme de boas lembranças” antónio rogério nogueira, o MINOTOURO

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Limites individuais ou sociais? Projeto AAB Supera ajuda jovens portadores de deficiências a buscar superação através do esporte Por Joseanne Guedes  Fotos Rômulo Portela

Quando tinha oito anos, Ruan Rafael apresentava dificuldade de aprendizagem e já havia passado por várias escolas, sem se adaptar a nenhuma delas. Sua família não sabia, mas ele fazia parte dos 45,6 milhões de brasileiros portadores de deficiência física ou intelectual. Esse número representa 23,9% da população brasileira, segundo dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010. Hoje, com 17 anos, Ruan Rafael Lira concluiu a sua quarta participação nas Paralimpíadas Escolares, competindo na modalidade atletismo. Dona Célia Barbosa, mãe de Ruan, conta emocionada como o auxílio dado pelo AAB Supera transformou a vida do garoto. “O projeto me abriu as portas e mudou a vida do meu filho. Lá, ele descobriu o esporte, e isso foi fundamental para o seu desenvolvimento. Eu não tenho como agradecer a sorte de ter encontrado o professor Virgílio”. Tudo isso só foi possível porque alguém acreditou em um caminho que motiva a superação. Há 25 anos, o professor de Educação Física Virgílio Leiro trabalha na área de motricidade humana, com ênfase em esporte adaptado. Ele chefia a delegação das Paralimpíadas Escolares, competição organizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Leiro idealizou o projeto que acolheu Ruan Rafael, o AAB Supera, da Associação Atlética da Bahia, em parceria com o Instituto de Organização Neurológica da Bahia (ION), a Universidade Federal da Bahia (Ufba), a Faculdade Social da Bahia (FSBA) e o Instituto de Cegos da Bahia (ICB).

Um projeto que muda vidas Atualmente, há 440 crianças fazendo esporte paralímpico sob a coordenação do professor Virgílio Leiro, sendo que dez atletas treinam nas dependências da AAB, entre os quais está o nadador Mateus Garcia (16), um dos paratletas recebidos em São Paulo no mês de novembro, para disputar as Paralimpíadas Escolares 2014.

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O nadador Mateus Garcia, de 16 anos, é um dos paratletas alcançados pela integração sócioesportiva do AAB Supera

Ruan Rafael já disputou quatro Paralimpíadas Escolares na categoria atletismo


A Ufba, por sua vez, oferece a pista do Centro de Educação Física e Esporte (Cefe), sob a orientação do professor Admilson Santos, PhD em esporte adaptado. Já na Faculdade Social da Bahia, quem coordena o treinamento é o professor João Danilo. Leiro se mostra satisfeito por fazer parte do projeto que lhe permite ter contato com pessoas que têm grande potencial. “Fico muito feliz quando encontro pessoas e consigo enxergar a potencialidade, não a deficiência”. O professor também representa o ION e afirma que o principal desafio é rediscutir e implementar políticas públicas de inclusão. “Precisamos de mais compromisso dos órgãos governamentais. Enquanto isso, outras instituições devem dar sua parcela de contribuição para a inserção social através do esporte, como faz a AAB. É só outros abraçarem a ideia, a exemplo de Luiz Behrens”, completa. Luiz Behrens é presidente da AAB e afirma que o projeto representa o que o clube tem de melhor em nível de reconhecimento. “Entre os 30 melhores clubes do Brasil, saímos do Congresso Brasileiro de Clubes Sociais com a estatueta de ouro em 2013. O AAB Supera foi eleito o melhor projeto de inclusão social do país, entre os ‘Casos de Sucesso’ exibidos pela Confederação Brasileira de Clubes. Apresentamos um vídeo de cinco minutos, em que pedimos que os clubes comecem a ver com mais carinho o segmento de paralimpíada”.

Sonho possível Superação é uma palavra recorrente na história de vida de atletas brasileiros medalhistas olímpicos ou paralímpicos. Essa característica não é diferente quando se fala em Verônica Almeida, paratleta profissional que conquistou a medalha de bronze na natação, categoria 50m borboleta na classe S7 (limitações físico-motoras) das Paralimpíadas de Pequim. Verônica foi diagnosticada, em 2007, com Síndrome de EhlersDanlos, doença degenerativa que ocasiona flexibilidade articular e fragilidade nos tecidos. Contrariando a opinião dos médicos que não acreditavam em sua recuperação, ela preferiu tecer o próprio destino e já está de olho na Paralimpíada do Rio em 2016. “Eu espero fazer o meu melhor e novamente conquistar uma medalha para nosso país. Tenho me dedicado muito, pois a responsabilidade agora é maior. Estive em Pequim e em Londres, mas nada se compara a nadar dentro de casa”. Aos atletas juvenis que participam do AAB Supera, ela deixa um recado: “A AAB abriu as portas para mim, dando um exemplo, ensinando como domar minhas limitações motoras e mostrar ao mundo que inclusão social inspira mais do que respeito. Unam as suas habilidades e se superem a cada movimento. Campeão não é aquele que chega ao lugar mais alto do pódio, mas aquele que bate suas próprias marcas”, conclui Verônica.

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Click AAB

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O que é a AAB em sua vida?

Sócios da Azulina traduzem o sentimento de fazer parte dessa família centenária

“Um ambiente sadio e feliz, onde fiz muitos amigos. Passei minha infância aqui e fico satisfeito em proporcionar isso ao meu filho.” Alysson Oriá, dentista

“Estou aqui há mais de 50 anos. A Azulina é um recanto de harmonia e paz, onde encontramos os amigos e renovamos as energias.” Edgard Behrens, biólogo, e sua esposa, Azinette Behrens

“Tive uma infância maravilhosa graças à Associação, onde fiz amigos para o resto da vida. É o quintal da minha casa.” Roberto Abreu Filho, o Maninho, artista plástico

“Gosto muito da piscina e da comida, que é muito gostosa. Jogar ping-pong com meus primos é diversão garantida.” Maria Eduarda, estudante

“É meu lazer total. Estou aqui todos os finais de semana, para jogar tênis e reencontrar os amigos. Um ambiente seguro onde posso deixar meu filho desfrutando da estrutura, que é muito boa.” Rodrigo Mendonça, autônomo

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“É o lugar ideal para passar o dia porque é completo. Meu marido cresceu aqui e estou ansiosa para inserir meus filhos nas atividades culturais e esportivas oferecidas pelo clube.” Lourine Alves, turismóloga

“É o lugar de diversão para as crianças. Enquanto elas socializam, fazem amizades em segurança, eu leio jornal e almoço com tranquilidade.” Cristiano Figueiró, professor

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Acontece Com uma vasta programação socioesportiva, cultural e beneficente, a Azulina agitou as comemorações dos 100 anos de sua fundação Por Joseanne Guedes  Fotos Rômulo Portela

Vôlei O Torneio de Voleibol Comemorativo da AAB, realizado no mês de outubro, terminou com vitória para o time da casa. Na quadra, a equipe masculina da AAB disputou a final e prevaleceu sobre o campeão baiano Atlético Premium, por 2 sets a 0. Fora dela, os associados azulinos deram um show de solidariedade ao arrecadar alimentos para a Mansão do Caminho, complexo educacional e assistencial que apoia crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade socioeconômica. A competição filantrópica, realizada no Ginásio de Esportes do Clube, na Barra, premiou os vencedores

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com o Troféu Luiz Henrique Behrens, nome do atual presidente da AAB, e homenageou pessoas importantes que apoiam o voleibol da Azulina, como o ex-presidente e responsável pela reestruturação do clube, Ademar da Silveira Britto.


Basquete Enquanto os atletas iam e voltavam em movimentos rápidos na quadra, os torcedores aplaudiam com vontade quando a bola entrava na cesta. E foi nesse ambiente de descontração que os gigantes do basquete celebraram o centenário da AAB, homenageando personalidades que contribuíram para o crescimento da modalidade na Azulina. A competição comemorativa teve a presença do presidente da Confederação Brasileira de Basquete, Carlos Galvão, e dos veteranos de Niterói. Aos 77 anos, o bicampeão mundial de basquete, Cícero Tortelli, o Paulista, também prestigiou o evento realizado no Ginásio de Esportes da AAB. O conselheiro e diretor de Basquete da AAB, Ronaldo Junqueira Rohrs, entregou troféus às famílias dos homenageados em agradecimento aos serviços prestados ao basquete do clube.

Caminhada percorre ruas da Barra Frevo, fogos de artifício e muita solidariedade deram o tom da caminhada centenária organizada pela AAB no dia 11 de outubro. Nem a garoa fina que caía impediu que sócios e diretores do clube sediado na Barra deixassem a entidade sob o clima de festa e dispostos a percorrerem o circuito AAB/Cristo/AAB. A caminhada foi uma ação beneficente e arrecadou latas de leite para apoiar instituições que assistem crianças carentes. Em seu

pequeno Carnaval, a Azulina arrastou uma multidão pelas ruas da Barra, passando pelo Porto e Farol, em direção ao Cristo. Antes de retornar à sede, o arrastão de alegria agitou comerciantes e moradores. Todos dançavam ao som da “Banda de Rua”, que, comandada pelo conselheiro Virgílio Leiro, seguiu entoando clássicos da música popular brasileira e baiana, além das famosas marchinhas carnavalescas.

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Azulina Programação especial para a criançada O dia 12 de outubro teve um gostinho especial na Azulina, com a surpresa preparada pela direção do clube. Os filhos dos sócios ganharam o direito de levar um amigo para aproveitar o Dia das Crianças. Eles brincaram na piscina, no pula-pula, saborearam as delícias oferecidas gratuitamente nos carrinhos de crepes, além de pipocas e chocolates, se divertiram com jogos variados, e muita música. No mesmo dia, aconteceu o Torneio Comemorativo de Karatê Infantil e Adulto, com participação dos atletas da AAB e da Associação de Karatê da Bahia (Askaba).

‘Arte e Alegria no Ar’ Pipa, papagaio, raia, jamanta, cafifa… Seja com qual nome for, essa arte milenar continua conquistando crianças e adultos. Usando os mais diversos tipos de imagens e formatos, a pipa é uma forma de voar com os pés no chão. Na programação centenária, o Salão Nobre da AAB recebeu, no dia 28 de setembro, o projeto ‘Arte e Alegria no Ar’ com o especialista em pipas Eugênio Carmo de Mello, do Rio de Janeiro. O eolista, que idealizou o projeto ‘Mundo das Pipas’ há mais de 20 anos, promoveu uma oficina para ensinar a construir pipas artísticas.

Baile de seresta As noites de sexta-feira da AAB têm sido em clima de seresta para sócios do clube e convidados. Quem comanda a festa, sempre a partir das 21h, é o cantor Beto Narchi, que traz no repertório músicas românticas das décadas de ouro dos tradicionais bailes de Salvador, além de sucessos atuais de artistas consagrados nos cenários nacional e internacional. As serestas já estão consagradas entre o público da terceira idade e vêm conquistando cada vez mais adeptos da nova geração.

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