Arquitetura Sustentável - Eco House

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2017

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA - RP

ECO HOUSE

ARQUITETURA SUSTENTÁVEL

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA - RP

SUSTENTÁVEL

ARQUITETURA

2017

TEÓRICO

R EFERENCIAL

VOL. 1

FRANCIELEN JAQUELINE CAMPOS

FRANCIELEN CAMPOS


CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

ARQUITETURA SUSTENTÁVEL ECO HOUSE

FRANCIELEN JAQUELINE CAMPOS

Trabalho de conclusão de Curso apresentado a área de Arquitetura e Urbanismo, como requisito para obtenção do título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Professora orientadora: Marcela Cury Petenusci

RIBEIRÃO PRETO 2017


Franciélen Jaqueline Campos Bortoliero Trabalho Final de Graduação apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda - RP como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Data de Aprovação: ___/___/_______ Nota: _____

Professor (a):

________________________________ (Assinatura)

Professor (a):

________________________________ (Assinatura)

Professor (a):

________________________________ (Assinatura) Ribeirão Preto – SP 2017


Dedico não só este trabalho a Deus, aos meus pais e familiares, que me apoiaram com todo carinho e amor, me tornando o que sou hoje. Meu marido que em tudo me apoiou e aos professores, que sempre me orientaram como o esforço, dedicação e ética. E aos demais, semelhantemente sou grata.

DEDICATÓRIA


AGRADECIMENTOS

Primeiramente sou grata a Deus por todo o seu amor e graça que sempre me acompanharam, bem como meus meus pais, Paulo e Carmem Campos que estiveram em todo o tempo me apoiando em minhas decisões, me encorajando a ser melhor a cada dia. Do mesmo modo agradeço ao meu esposo, Gabriel Bortoliero por toda ajuda e compreensão que teve em todos os momentos de minha jornada. Sempre esteve me estimulando a crescer e viver plenamente. Sou grata por isso! Juntamente estimo todos os mestres e professores que passaram por minha vida e que contribuíram nessa minha jornada, para que pudesse realizar tal trabalho com toda dedicação possível. Em especial a orientadora Marcela Cury Petenusci que me apoiou incentivando o crescimento no trabalho. Obrigada!


RESUMO

Este trabalho final de graduação (TFG) tem como objetivo a apresentação da arquitetura sustentável e o emprego dos conceitos da construção sustentável, bem como suas tendências aplicadas à construção de uma edificação habitacional denominada de Eco-House. Trazendo como característica a somatória das técnicas, processos e atividades em relação à obra no seu contexto externo e interno. Apresentando os principais métodos construtivos sustentáveis utilizados no Brasil e no mundo, juntamente às principais tecnologias construtivas. A intenção deste trabalho é o aproveitamento de todo o conhecimento adquirido durante o período do curso de Arquitetura e Urbanismo, aplicando-os de maneira a trazer como ênfase a inserção da arquitetura e urbanismo de forma mais ecológica e sustentável para a sociedade. Neste trabalho será apresentado o desenvolvimento de um edifício habitacional com algumas das principais tecnologias e métodos construtivos que tornem a habitação o mais sustentável possível, de conduta a não utilizar essencialmente de procedimentos que agridam ao ambiente natural. Desempenhando de forma mais efetiva a ecologia nas construções, contribuindo para o uso controlado de matérias primas do país.


1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................14 1.1 Objetivos Gerais..............................................................................................................16 1.2 Objetivos Específicos......................................................................................................17 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Desenvolvimento Sustentável........................................................................................19 2.2 Arquitetura Sustentável.................................................................................................24 2.2.1. Primeiros métodos construtivos................................................................................27 2.2.2. Sistemas funcionais....................................................................................................36 2.2.3. Materialidade.............................................................................................................46 3.REFERENCIAS PROJETUAIS................................................................................................57 4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................................84 5.SITES DE PESQUISA...........................................................................................................86 6. ILUSTRAÇÕES....................................................................................................................89 7. EPÍGRAFO.........................................................................................................................91

SUMÁRIO


1. INTRODUÇÃO

Os processos e atividades que visam a sustentabilidade surgiram devido a conscientização da degradação ambiental que se agravou a partir da era industrial. O desenvolvimento das industrias e o aumento gradativo da produção e processos realizados em grande escala desencadeou o aumento da extração de matéria prima de forma devastadora, que se tornou ainda mais massiva com o passar dos anos, causando inúmeros danos ao ambiente de vida natural, conforme apresentado no relatório de Brundtland (1987). A arquitetura sustentável é um termo que ganhou grande destaque atualmente e está cada vez mais presente nas discussões ao redor do globo, como vemos em qualquer atividade humana exercida, assim como conferências, revistas e programas de televisão, afirma Candido (2012); o tema surgiu no final da década 1980 e início da década de 1990, diz Gonçalves (2006), e a caracterização de uma arquitetura sustentável vem do processo na qual esta foi projetada, executada e a somatória das técnicas utilizadas em relação a materialidades, ao entorno e o lugar conforme define Edwards (2008). Podemos observar que Brundtland (1987) aponta que a sustentabilidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio natural, utilizando de forma inteligente os recursos naturais para que eles se mantenham no futuro. Seguindo estes parâmetros, a humanidade pode garantir o desenvolvimento sustentável com a criação de ações sustentáveis simples como a reutilização, reciclagem de resíduos ou até mesmo com avanços tecnológicos construtivos que trabalhem em prol dos recursos naturais, com a mínima agressão às florestas, matas, rios, lagos e oceanos. Uma possível resposta para o tema em questão é a elaboração de um módulo mínimo habitacional denominado ECO House, pois segundo Yeang (1999), a arquitetura sustentável concentra-se na criação de uma harmonia entre a obra final e como seu processo de construção se relaciona com meio ambiente, evitando em cada um dos passos agressões desnecessárias para o ambiente, otimizando processos de construção, reduzindo os resíduos resultantes e diminuindo os consumos energéticos.


1.1 Objetivos Gerais

O principal objetivo deste trabalho é desenvolver um sistema metodológico para aplicação de soluções construtivas sustentáveis designada ECO House. Nesta metodologia serão aplicadas algumas soluções construtivas convencionais e não convencionais. Espera-se que as práticas e metodologias aplicadas e aconselhadas com vista ao decrescimento do impacto ambiental, e os resultados obtidos, sirvam de reflexão e base aos diversos intervenientes na construção, nas tomadas de decisão e que potenciem a realização de construções com desígnios cada vez mais sustentáveis.

1.2 Objetivos Específicos

- Desenvolvimento de pesquisas sobre o conceito de construção sustentável, visando diminuir o consumo e desperdício de matéria-prima; - Expor ações voltadas para o consumo controlado de água evitando ao máximo o desperdício; e apresentar a reciclagem, ciclagem e reuso de resíduos sólidos como um meio de conscientizar aos leitores que estas ações auxiliam na promoção de um planeta estável; - Apresentar um modulo ECO House, onde se aplica o conceito de arquitetura sustentável; favorecer o uso de fontes de energia limpas e renováveis, como uso de energia gerada por captação solar na aplicação do projeto; valorizar e utilizar materiais reciclados e reutilizados, bem como produtos com baixo consumo de energia;


2. REFEFENCIAL TEÓRICO

2.1 Desenvolvimento Sustentável

Pela primeira vez no ano de 1972, na conferência de Estocolmo que oficialmente os países industrializados do ocidente (1º mundo) sentiram a necessidade de refletir e discutir problemas ligados à questão ambiental. Dennis Meadows dentre outros pesquisadores publicaram o “Estudo de crescimento”. Com isso tanto as conferências de Estocolmo, quanto o estudo “Limites do crescimento resultaram em amplos debates que aconteciam desde a década de 1960 e que se ampliaram na década de 1970. (BRUSEKE, 1998) Em um dos debates realizados, o Clube de Roma1 alarmou sobre um futuro sombrio que ocorreria em países industrializados e países em processo de industrialização, dado que, se continuasse a exploração dos recursos naturais como vinha ocorrendo, a brevidade da capacidade de reposição do amWWbiente natural se esgotaria extremamente rápido, como se observa na primeira tese: Se as atuais tendências de crescimento da população mundial – industrialização, produção de alimentos e diminuição de recursos naturais – continuarem imu1 Iniciado em abril de 1968, o Clube de Roma é uma organização de afamados profissionais que se reúnem para tratar de assuntos relacionados a política, economia internacional e sobretudo, meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. ILUSTRAÇÃO 1

táveis, os limites de crescimento neste planeta serão alcançados algum dia dentro dos próximos cem anos. O resultado mais provável é o declínio súbito e incontrolável, tanto da população quanto da capacidade industrial. (BRUSEKE, 1998, p. 30).

Porém o Clube de Roma também afirmava que, se os países industrializados se unirem em torno da proteção ambiental esse futuro sombrio poderá ser menos intenso e o equilíbrio ambiental estabilizar-se-á. Essa afirmação é notada por meio de Bruseke (1998).

É possível modificar estas tendências de crescimento e formar uma condição de estabilidade ecológica e econômica que se possa manter até um futuro remoto. O estado de equilíbrio global poderá ser planejado de tal modo que as necessidades materiais básicas de cada pessoa na Terra sejam satisfeitas, e que cada essa tenha oportunidade de realizar seu potencial . humano individual (BRUSEKE, 1998, p. 30).

E que além dessas medidas, haveria também a necessidade de a população participar dessa proteção ao ambiente, como se nota:

Se a população do mundo decidir empenhar-se em obter este segundo resultado, em vez de lutar pelo primeiro, quanto mais cedo ela começar a trabalhar para alcançá-lo, maiores serão suas possibilidades de êxito (BRUSEKE, 1998, p. 30).

Foi, no entanto, que no contexto das Teses do Clube de Roma e da Conferência de Estocolmo, que surgiu uma proposta de um

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novo modelo de desenvolvimento. Modelo esse que necessariamente levaria em conta a preservação ambiental e ao mesmo tempo permitir o crescimento dos países. A proposta apresentada foi a do canadense Maurice Strong2 em 1973. Ele trouxe à tona a ideia de um desenvolvimento com bases ecológicas, ou o chamado Ecodesenvolvimento. Foi, porém, Ignacy Sachs que formulou os princípios básicos dessa nova visão de desenvolvimento. Apontava basicamente seis diretrizes que as políticas de desenvolvimento dos países deveriam seguir. São elas: [...] a) a satisfação das necessidades básicas; b) a solidariedade com as futuras gerações; c) a participação da população envolvida; d) a preservação dos recursos naturais e do meio ambiente em geral; e) elaboração de um sistema social garantindo emprego, segurança social e respeito a outras culturas, e f) programas de educação (SACHS, 1998, p. 31)

pela entidade, a primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, chefiou a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, para estudar o assunto. A comissão foi criada em 1983, após uma avaliação dos 10 anos da Conferência de Estocolmo, com o objetivo de promover audiências em todo o mundo e produzir um resultado formal das discussões. O documento final desses estudos chamou-se “Nosso Futuro Comum” ou “Relatório BRUNDTLAND”. Apresentado em 1987, propõe o desenvolvimento sustentável, que é: “Aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas necessidades”. (BRUNDTLAND, Nosso Futuro Comum, 1987)

A ideia do Ecodesenvolvimento foi a base para que anos mais tarde surgisse um novo conceito para modelo de desenvolvimento a ser seguido pelos países “O Desenvolvimento Sustentável”. Segundo afirma Sobrinho (2008) no começo da década de 1980, a ONU retomou o debate das questões ambientais. Indicada 2 Maurice Frederick Strong, foi um notado empresário canadense do petróleo e minerais; e um diplomata que serviu como Secretário-Geral Adjunto das Nações Unidas.

Figura 1 - “Gro Harlem Brundtland” Fonte: P. Virot/OMS

O documento foi publicado após três anos de audiências com líderes de governo e o público em geral, ouvidos em todo o mundo sobre questões relacionadas ao meio ambiente e ao desenvolvimento. Foram realizadas reuniões públicas tanto em regiões desenvolvidas quanto nas regiões em desenvolvimento, e o processo possibilitou que diferentes grupos expressassem seus pontos de vista em questões como agricultura, silvicultura, água, energia, transferência de tecnologias e desenvolvimento sustentável em geral. Bruseke (1998) afirma que o relatório faz parte de uma série de iniciativas, anteriores à Agenda 21, as quais reafirmam uma visão crítica do modelo de desenvolvimento adotado pelos países industrializados e reproduzido pelas nações em desenvolvimento, e que ressaltam os riscos do uso excessivo dos recursos naturais sem considerar a capacidade de suporte dos ecossistemas. O Relatório aponta para a incompatibilidade entre desenvolvimento sustentável e os padrões de produção e consumo, trazendo à tona mais uma vez a necessidade de uma nova relação “ser humano-meio ambiente”. Ao mesmo tempo, esse modelo não sugere a estagnação do crescimento econômico, mas sim essa conciliação com as questões ambientais e sociais. O documen-

to enfatizou problemas ambientais, como o aquecimento global e a destruição da camada de ozônio (conceitos novos para a época), e expressou preocupação em relação ao fato de a velocidade das mudanças estar excedendo a capacidade das disciplinas científicas e de nossas habilidades de avaliar e propor soluções, como está na publicação Perspectivas do Meio Ambiente Mundial – GEO 3, do PNUMA. Brundtland (1987) também já apresentava uma lista de ações a serem tomadas pelos Estados e também definia metas a serem realizadas no nível internacional, tendo como agentes as diversas instituições multilaterais. Entre as medidas apontadas pelo relatório, constam soluções, como a diminuição do consumo de energia, o desenvolvimento de tecnologias para uso de fontes energéticas renováveis e o aumento da produção industrial nos países não-industrializados com base em tecnologias ecologicamente adaptadas. Fica muito claro, nessa nova visão das relações homem-meio ambiente, que não existe apenas um limite mínimo para o bem-estar da sociedade; há também um limite máximo para a utilização dos recursos naturais, de modo que sejam preservados. Segundo o Relatório, uma série de medidas devem ser tomadas pelos países para promover o desenvolvimento susten21


tável. Entre elas: - Limitação do crescimento populacional; - Garantia de recursos básicos (água, alimentos, energia) a longo prazo; - Preservação da biodiversidade e dos ecossistemas; - Diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias com uso de fontes energéticas renováveis; - Aumento da produção industrial nos países não-industrializados com base em tecnologias ecologicamente adaptadas; - Controle da urbanização desordenada e integração entre campo e cidades menores; - Atendimento das necessidades básicas (saúde, escola, moradia). Em âmbito internacional, as metas propostas são: - Adoção da estratégia de desenvolvimento sustentável pelas organizações de desenvolvimento (órgãos e instituições internacionais de financiamento); - Proteção dos ecossistemas supra-nacionais como a Antártica, oceanos, etc, pela comunidade internacional; - Banimento das guerras; - Implantação de um programa de desenvolvimento sustentável pela Organização das Nações Unidas (ONU). Algumas outras medidas para a implantação de um programa minimamente adequado

de desenvolvimento sustentável são: - Uso de novos materiais na construção; - Reestruturação da distribuição de zonas residenciais e industriais; - Aproveitamento e consumo de fontes alternativas de energia, como a solar, a eólica e a geotérmica; - Reciclagem de materiais reaproveitáveis; - Consumo racional de água e de alimentos; - Redução do uso de produtos químicos prejudiciais à saúde na produção de alimentos. O atual modelo de crescimento econômico gerou enormes desequilíbrios; se, por um lado, nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, por outro lado, a miséria, a degradação ambiental e a poluição aumentam dia-a-dia. Diante desta constatação, surge a ideia do Desenvolvimento Sustentável (DS), buscando conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e, ainda, ao fim da pobreza no mundo, (BRUSEKE, 1998). O conceito foi definitivamente incorporado segundo Bruseke (1998), como um princípio, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Cúpula da Terra de 1992 – Eco-92, no Rio de Janeiro. O Desenvolvimento Sustentável busca o equilíbrio entre proteção ambiental e desenvolvimento econômico e serviu como base para a formulação da Agenda 21, com a qual mais de 170 países

se comprometeram, por ocasião da Conferência. Trata-se de um abrangente conjunto de metas para a criação de um mundo, enfim, equilibrado. A Declaração de Política de 2002 da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em Johanesburgo, afirma que o Desenvolvimento Sustentável é construído sobre “três pilares interdependentes e mutuamente sustentadores” — desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental. Esse paradigma reconhece a complexidade e o inter-relacionamento de questões críticas como pobreza, desperdício, degradação ambiental, decadência urbana, crescimento populacional, igualdade de gêneros, saúde, conflito e violência aos direitos humanos. O PII (ProjetoW de Implementação Internacional) apresenta quatro elementos principais do Desenvolvimento Sustentável — sociedade, ambiente, economia e cultura. (BRUSEKE, 1998) “Em essência, o desenvolvimento sustentável é um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações humanas”. (NOSSO FUTURO COMUM, 1987)

Figuras 2 e 3 – Desenvolvimento sustentável Fonte: InFAP

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2.2 Arquitetura Sustentável O desenvolvimento sustentável está cada vez mais presente nas discussões ao redor do globo, em qualquer atividade humana. Mais que isso, vivemos numa sociedade que considera politicamente correto preocupar-se com o meio ambiente, enquanto a mídia alarma as consequências desastrosas de um apocalipse ecológico e beatifica soluções milagrosas, feitas sob medida para cada ser humano, sem que nada de substancial precise ser modificado em nossas rotinas. (CANDIDO, 2012 p. 1)

Segundo afirma Gonçalves (2006) o tema da Sustentabilidade foi incluído na arquitetura no final da década de 1980 e início da década de 1990, paralelamente à divulgação do Relatório Brundtland (1987). Embora a discussão se remeta a este período, seus preceitos fundamentais podem ser remetidos há períodos anteriores. O termo Arquitetura Sustentável é discutido por diversos autores, Corbella (2003), Gonçalves (2006), Duarte (2006), Edwards (2008), Nunes (2009), Tiburcio (2010), Lamberts (2011), sem haver um consenso global sobre seu real significado. Juntamente com suas definições, surgem outros termos como, projeto sustentável, construção sustentável, edifício sustentável, edifício inteligente, tecnologias sustentáveis, materiais sustentáveis, etc. (CANDIDO, 2012). O projeto ecológico tornou-se uma

disciplina própria da formação dos arquitetos somente na década de 1970. Nesse período, evidentemente, as escolas de arquitetura estavam mais preocupadas com a economia de energia do que com o desenvolvimento sustentável, em um contexto mais amplo. No entanto, do ponto de vista conceitual, as abordagens ecológicas já integravam textos que constituem a base da arquitetura. Para Vitrúvio, por exemplo, conforto e clima faziam parte do modelo triangular de firmitas, vetustas e utilitas (solidez, beleza e utilidade). (EDWARDS, 2008). Amodeo, Bedendo, Fretin, citando Yeang (2006), relacionam essa profusão de definições e termos à própria amplitude de aplicações e conceituações inerentes ao termo Sustentabilidade: Na Arquitetura também houve a proliferação do termo “Sustentabilidade”. Este termo acabou caindo em lugar comum, sendo utilizado para tudo e significando o que for mais conveniente. Derivações deste termo também acabaram sendo incorporadas no vocabulário da Arquitetura: Arquitetura Verde, Arquitetura Bioclimática, Arquitetura Ecológica, entre outros. Sem nenhum consenso, estes termos são utilizados constantemente trazendo ainda mais incertezas. (YEANG, 2006)

Podemos observar que não há um consenso entre os conceitos utilizados pelos profissionais e nem mesmo entre os termos que designariam esta Arquitetura. Por

exemplo: Nunes (2009) considera arquitetura verde, arquitetura ecológica e ecoarquitetura como sinônimos de Arquitetura Sustentável; já Corbella (2003) afirma que a Arquitetura Sustentável é na verdade, uma continuação natural da Arquitetura Bioclimática; Edwards (2008) considera simplesmente a Sustentabilidade na Arquitetura como um conceito complexo. Amodeo (2006) indica a responsabilidade dos arquitetos nesta questão por serem profissionais que sempre demonstraram comprometimento com a qualidade de vida e com a paisagem urbana, alardeando criatividade. Logo, estes mesmos profissionais deveriam demonstrar igual comprometimento “na busca de soluções técnicas, econômicas e sociais viáveis para o desenvolvimento da sustentabilidade” Gonçalves (2006) defende que exemplos de prática semelhante à proposta pela Arquitetura Sustentável podem ser encontrados nas arquiteturas vernaculares de diversas culturas e em obras modernistas, sem que seja necessário pressupor um estilo ou movimento arquitetônico específico. Arquitetura e tecnologia nunca se desenvolveram de maneira independente e os avanços arquitetônicos e construtivos foram determinados pelo desenvolvimento técnico e da engenharia; entretanto, a preocupação é com a dependência completa

de tecnologias. Edwards (2008) afirma que a ecoarquitetura pode acabar se transformando em ecotecnologia, dependendo exclusivamente da tecnologia sustentável. Para ele, [...] a verdadeira sustentabilidade envolve todos os elementos de uma edificação (...). Se esta nova abordagem ecológica não conseguir promover uma mudança no entorno social e na forma da cidade, fracassará em sua tentativa de se converter na tendência predominante. (EDWARDS, 2008 pag. 162)

Edwards (2008) alega que atualmente as tecnologias ecológicas estão num estágio avançado de desenvolvimento, embora não haja uma prática arquitetônica condizente. Isoldi, Sattler e Gutierrez, afirmam que as inovações tecnológicas que têm ocorrido devam ser vistas com senso crítico. Os autores afirmam ainda que fica cada vez mais evidente o fato de que medidas puramente tecnológicas são insuficientes para solucionar os problemas ambientais causados pela humanidade. Gonçalves (2006) propõe que quando as inovações tecnológicas forem apropriadas, façam parte da concepção do projeto arquitetônico, para que não sejam inseridas posteriormente como “acessórios” e de fato, contribuam para o bom desempenho e o resultado arquitetônico do edifício.

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Esta questão é confirmada por Wines (2008) que alega que as tecnologias sustentáveis são comumente tratadas como elementos instalados ao invés de elementos expressivos, que poderiam contribuir para a estética, ou seja, para a beleza da arquitetura. De acordo com o autor, sem que as tecnologias sustentáveis sejam plenamente incorporadas ao design das edificações, dificilmente a Arquitetura Sustentável será duradoura. Wines (2008) afirma ainda que as raras exceções de profissionais que atuam de forma integrada entre o projeto arquitetônico e as tecnologias sustentáveis têm um valor fundamental, pois conseguem atribuir confiança e agradabilidade ao que, em primeira instância, pode parecer demasiadamente experimental e duvidoso para os usuários do espaço. O autor defende que a conscientização ambiental poderia ser facilitada se os profissionais envolvidos na construção civil valorizassem aspectos sociais e estéticos, ao invés de supervalorizar o papel das tecnologias sustentáveis. Segundo afirma Candido (2012) a arquitetura sustentável brasileira está extremamente apoiada na incorporação de novas tecnologias às tipologias arquitetônicas, que pouco se modificaram nas últimas décadas. Para Wines (2008) os profissionais da

construção civil têm beatificado as tecnologias sustentáveis. Segundo o autor, embora se trate de algo fascinante, as tecnologias em si não são suficientemente cativantes para instigar mudanças de hábitos em seus usuários. Embora haja discordância entre as definições para Arquitetura Sustentável, o que parece ser de comum acordo entre os diversos autores é que: “(...) as preocupações devem começar desde o projeto, prosseguirem durante a construção e participarem da etapa de utilização” (LAMBERTS, 2011, pag.)

O projeto arquitetônico se apresenta como a etapa primordial de inserção da Sustentabilidade e isto talvez se justifique por um dos impasses para a Arquitetura Sustentável, no qual o custo de implantação das edificações ditas sustentáveis é de cerca de 30% superior ao de uma edificação convencional (NUNES, 2012). Na etapa de projeto, as decisões podem ser analisadas, experimentadas e, se necessário, revistas, sem grandes gastos financeiros adicionais. Contudo, as demais etapas não devem ser menosprezadas, posto que nelas - na construção e na operação do edifício – concentram-se os gastos e os impactos mais significativos (LAMBERTS, 2011). Sendo assim, entende-se que o conceito de arquitetura sustentável é um pro-

cesso em permanente evolução que enfoca estratégias, materialidades e tecnologias. Inicialmente, em meio à crise do petróleo em meados de 1970, era denominada Arquitetura Solar e fazia referência à conservação de energia nas edificações. Retorno à busca por sistemas passivos e aproveitamento do clima e da natureza. O objetivo de economia de energia era na maioria das vezes atingido, porém deixava a desejar em termos de conforto ambiental. (CANDIDO, 2008). Nos anos 1980 com o surgimento dos Laboratórios de Arquitetura Bioclimática promoveu o desenvolvimento de uma arquitetura mais equilibrada entre o desempenho energético e conforto térmico. Propunha-se uma nova visão considerando a edificação de fora para dentro (ambiente edificação). (WINES, 2008) A partir dos anos 1990, o uso de fontes alternativas de energia conciliada ao conforto ambiental caracteriza a Arquitetura Eco-Eficiente. Para se obter alta qualidade ambiental da Edificação considera-se a qualidade de todos os elementos constituintes na produção de um projeto arquitetônico sustentável. (LAMBERTS, 2011). A elaboração de um projeto de arquitetura na busca por uma maior sustentabilidade deve considerar todo o ciclo de vida da edificação, incluindo seu uso, ma-

nutenção e sua reciclagem ou demolição. O caminho para a sustentabilidade não é único e muito menos possui receitas, e sim depende do conhecimento e da criatividade de cada parte envolvida. (YEANG, 1999). O termo sustentabilidade pode ser descrito como o estado de equilíbrio, no qual condições ambientais, econômicas e sociais satisfatórias estariam asseguradas para o presente, assim como para o futuro, indefinidamente. (CANDIDO, 2012). “É extremamente importante que o profissional tenha em mente que todas as soluções encontradas não são perfeitas, sendo apenas uma tentativa de busca em direção a uma arquitetura mais sustentável. Com o avanço tecnológico sempre surgirão novas soluções mais eficientes. ” (YEANG, 1999, p. 4)

O termo arquitetura sustentável concentra-se na criação de uma harmonia entre a obra final, e como seu processo de construção se relacionando ao meio ambiente. Esse processo construtivo pretende evitar em cada um dos passos agressões desnecessárias para o ambiente, otimizando processos de construção, reduzindo os resíduos resultantes, e diminuindo os consumos energéticos do edifício, conforme (YEANG, 1999).

2.2.1. Primeiros métodos construtivos

Segundo afirma Diniz (2008), no início do século XX, da vanguarda modernista 27


Figura 5 - “A casa Dom-ino” Fonte:http://tecnne.com/wp-content/gallery/domino-1/DOMINO-1.jpg

Le Corbusier que em 1914 pretendia repor as construções demolidas durante a 1ª grande guerra no norte da França e Bélgica. Este modelo, também baseado nas qualidades do concreto armado e menos desenvolvido que os dois acima, lançou as bases para várias teorias da arquitetura moderna como a dos ‘Cinco Pontos da Nova Arquitetura’ posteriormente desenvolvida pelo arquiteto. (DINIZ, 2008) Estas ideias também tiveram reflexão na Alemanha, o que levou o arquiteto Peter Behrens a criar em 1909 uma empresa destinada a criação de construções industrializadas e em série, mas sem afastar os aspectos artísticos e criativos do oficio. (DINIZ, 2008)

WFigura 6. - “Conjunto residencial industrial de Toerten” Fonte:http://rubens.anu.edu.au/htdocs/laser disk/0355/35596.JPG

Figura 4 - O ‘Single Pour Concrete System’ Fonte:http://www.new-territories.com/ZOO/?page_id=431

arquitetos tiveram a ideia de trazer à atividade construtiva a mesma eficiência que nascia as produções em massa das linhas de montagem dos automóveis Henry Ford em 1907. Le Corbusier em 1923 no livro “Por uma arquitetura”, defende a construção de habitações através do acoplamento das partes, conceitos que foram logo adotados pelos arquitetos da Bauhaus na Alemanha e a partir de então também em outras partes da Europa e dos Estados Unidos. A síntese deste debate era a mudança do paradigma arquiteto-cliente para uma nova cadeia produtiva que envolvia em primeira mão a parceria arquiteto-indústria. (DINIZ, 2008) Esses conceitos de acoplamento deram origem aos pré-fabricados, evolução da indústria da construção civil que aconteceu em diversas fases, sendo cada uma caracterizada por uma diversidade de métodos, tecnologias e arquiteturas próprias (PIGOZZO, 2005). Segundo relata Diniz (2008) Thomas Edison em 1906 desenvolveu, onde a construção era entendida como um monólito concretado, um sistema de painéis de concreto acopláveis do arquiteto Grosvenor Atterbury que a partir de 1909 permitia a montagem de diversos tipos de edifícios, sistemas semelhantes a este são amplamente desenvolvidos até os dias de hoje.

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Figuras 7, 8 e 9 - “Dymaxion Houses” Fonte:http://bubblemania.fr/wp-content/uploads/dymaxion_house

Este conceito segundo afirma Diniz (2008), também levaram Walter Gropius e Fred Forbat a desenvolver na Bauhaus de Weimar o livro Uma casa experimental na Bauhaus de Weimar onde discute as questões da tipologia, variedade e monotonia de uma possível cidade formada por construções seriadas. A obra significativa deste período é o conjunto residencial industrial de Toerten de 1926. Mas as ideias que neste período mais se aproximaram teoricamente das metas pretendidas de produção em série foram as de R. Buckminster Fuller, arquiteto americano autodidata autodenominado inventor, que através do desenvolvimento das ‘Dymaxion Houses’. (DINIZ, 2008) Fuller ampliou o debate sobre a leveza e industrialização das construções. Suas ideias para estas residências se aproximavam muito mais do ideal da Casa de Morar do que as proposições de Le Corbusier onde a geometria estava mais condicionada aos ditames da estática que a uma visão artística-cultural. Fuller também desenvolve neste projeto aspectos relativos à convecção de correntes térmicas internas que proporcionam ventilação e aquecimento do ambiente. (DINIZ, 2008)

Ele foi o primeiro a usar o alumínio como material leve, de fácil transporte e reciclável. Estes projetos anteciparam em décadas questões de sustentabilidade ambiental como uso e economia de energia, o uso racional da água, e técnicas passivas de ventilação e aquecimento. (DINIZ, 2008) Breuer posteriormente desenvolveu numa iniciativa pessoal a casa Plás-2-Point, que segundo ele apresentava procedimentos radicalmente novos no modo de viver e na maneira de ocupar o terreno. Este projeto foi um dos primeiros a considerar a pele externa da construção como um sistema de forças tensionadas um pioneiro na experimentação da construção em concha única, Single Shell, ou monocoque.

Figuras 10 e 11 - “ Casa Plás-2-Point” Fonte:https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/originals/04/7c/29/047c29bba299a5738c7712f03ba025e1.jpg

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Usando também os painéis de madeira Walter Gropius e Konrad Wachsmann propuseram em 1943 o sistema Packaged House cujos painéis componentes poderiam compor pisos, paredes e tetos da residência e ser facilmente transportado para montagem. (DINIZ, 2008)

Figuras 13, 14, 15, 16, 17 e 18 - “Maison Tropicale” Fonte: http://www.arcspace.com/exhibitions/unsorted/jean-prouve-tropical-house/ Figura 12 – “Packaged House” Fonte: http://ascelibrary.org/cms/attachment/5034/8771/figure18.gif

Outro nome importante para as arquiteturas pré-fabricadas segundo Diniz (2008), é Jean Prouve, arquiteto francês que a partir de 1930 desenvolveu uma série de experiências através de estruturas porteadas e complementadas com chapas de metal. Seus projetos se adaptavam a diversos climas, locais e escalas através de evoluções modulares. Estas obras eram pensadas de forma a serem transportadas por avião a locais remotos inclusive para as colônias fran-

cesas na África. Uma cópia de sua Maison Tropicale tem sido remontada atualmente em Londres e Nova York como forma de divulgação e exposição destas leves técnicas construtivas. Um exemplo de produção em série de casas individuais foi o Case study houses proposto nos anos 1950 por John Entenza.

Figuras 19 e 20 - “Case study houses” Fonte:http://archinhome.com/wp-content/uploads/2010/12/Exterior-view-Entenza-house-interior-design. 33


Arquitetos do movimento metabolista japonês e do high tech inglês da década de 60 buscam a habitação leve e de baixo custo o que pode ser visto no projeto experimental de Richard e Su Rogers em seu sistema Zip-Up para residências. (DINIZ, 2008) Este projeto de Rogers indica direções que passam a serem visualizadas a partir da década de 70 em construções de características semelhantes. Questões como a estrutura em chassis transportável que pode ser revestida com materiais diversos de fechamento, a construção em peças que é transportada como tal e montada no canteiro, ou ainda o monocoque contínuo que é transportado na maneira como será utilizado como na Futuro House do arquiteto finlandês Matti Suuronen. (DINIZ, 2008)

Figuras 25 e 26 - “Futuro House” Fonte: https://www.mcmdaily.com/wp-content/uploads/2015/07/feat

Figuras 21, 22, 23 e 24 - “Zip-Up residencial” Fonte:http://images.adsttc.com/media/images/5263/df0e/e8e4/4e88/a000/01a8/large_jpg

Figuras 27 e 28 – “Arquitetura efêmera”. Fonte:http://www.vitruvius.com.br/media/ images/magazines/grid_9/e271_496-15

Diniz (2008) aponta que no início século XXI a casa pré-fabricada está mais do que nunca necessária e atual. As questões sociais de alojamento para um largo número de pessoas aliadas a questões de sobrevivência humana e do planeta colocam este tema em questão. É bem verdade que as construções são as responsáveis por mais da metade dos gases que provocam o aquecimento global o que faz com que esta busca por espaços leves, desmontáveis e recicláveis seja cada vez mais crucial em um desenvolvimento sustentável de nossas vidas, paisagens urbanas e rurais. A leveza, a mobilidade e a adequação à cultura e às condições ambientais fazem da casa um aparte da natureza.

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2.2.2 Sistemas funcionais

Figura 29 – Exemplo de separação de esgotos Fonte: Sella (2011) pag. 22

REUTILIZAÇÃO DE ÁGUAS CINZAS: A água empregada na metodologia de reutilização consiste na utilização da água mais de uma vez, classificadas como águas cinzas. Partindo do princípio de sempre reutilizar essa água com a qualidade mínima requerida pelos padrões e normas sanitárias. NBR 5.626/98 e NBR 8.160/99. As águas cinzas são aquelas provenientes do chuveiro, banheira, lavatório de banheiro e máquina de lavar roupas (fig.29). Essas águas são ricas em sabão, sólidos suspensos e matéria orgânica e também podem possuir pequenas quantidades de bactérias. (RABELO, 2011)

O sistema de reutilização das águas consiste em distintos processos de tratamento para que a água possa ser utilizada novamente afirma Clarke (2005). As águas cinzas primeiramente são despejadas em um tanque com função de equalização, seguindo para um tanque mineral de filtragem até ser levado novamente até o reservatório elevado (fig.30) destinado e usos exclusivos para o reuso das águas cinzas.

Figura 30 – Processo de tratamento das águas cinzas Fonte: http://loja.ecoracional.com.br/media/import/ETAC-1000.jpg

Figura 31 – Exemplo de reúso das águas cinzas Fonte: Sella (2011) pag. 24

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ganhou muita importância nos centros urbanos por proporcionar diversos benefícios como: - Aumento da biodiversidade; - Redução da velocidade de escoamento da água da chuva na fonte (telhado); - Aumento da retenção da água da chuva na fonte (drenagem urbana); - Limpeza da água pluvial, contribuindo para redução da poluição; - Redução da poluição do ar pelo sequestro de carbono;

- Esses telhados ajudam na diminuição da temperatura do micro e macro ambiente externo; Utiliza-se os telhados verdes, onde a vegetação absorve e já filtra um pouco a água da chuva.

Fig. 32 – Exemplos de uso previsto para reuso das águas cinzas Fonte: Sella (2011) pag. 21

TELHADO VERDE: Segundo o artigo da Redação Sustentarqui (2014), existem vários os nomes para esse sistema construtivo tão utilizado pelos admiradores da arquitetura sustentável, como por exemplo: Telhado verde, terraço jardim, cobertura vegetal, ecotelhado, telhado ecológico. Ainda que pareça ser um assunto atual, não se trata de uma técnica recente, pois, a sua prática data da época da Babilônia, como já ouvimos falar nos seus famosos Jardins Suspensos da Babilônia. Essa técnica foi muito utilizada nos anos 1920 na arquitetura moderna. O terraço jardim era um dos cinco pontos fun-

damentais da nova arquitetura, segundo Le Corbusier. No Brasil, o mais importante exemplo desse movimento é o Palácio Gustavo Capanema, no Rio de janeiro, cita o artigo da Redação Sustentarqui (2014). Uma das funções o telhado verde é o reaproveitamento da água da chuva, consistindo num jardim com substrato raso localizado nas coberturas das edificações, sejam elas telhados ou lajes. É um sistema desenvolvido com segurança, ele possui impermeabilizante impedindo infiltrações; não atrai animais indesejados para o interior da construção e é de fácil manutenção. Observamos no artigo Sustentarqui (2014), que a utilização dos tetos verdes

Figura 33 – Sistema de captação de água das coberturas verdes Fonte:http://atitudesustentavel.com.br/wp-content/ uploads/2013/08/cisterna-01.jpg

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Segundo o artigo da Redação Sustentarqui (2014) há destacados alguns dos benefícios e desvantagens de se utilizar o telhado verde, são eles: Principais benefícios: - Combate o efeito ilha de calor urbano, fenômeno responsável pelo incremento de temperatura dentro do perímetro de uma cidade devido ao aquecimento que produzem os gases de veículos e aparelhos de ar-condicionado, assim como pela energia solar absorvida pelas superfícies urbanas, depois irradiada à atmosfera como calor. - Melhoria da qualidade do ar na cidade devido à capacidade das plantas e árvores para absorver as emissões de CO2. - Reduz a incidência de ventos. - Filtra o ar pois possuí absorção de partículas de pó em até 85%. - Provoca uma redução das águas pluviais até 70%, e consequente redução da pressão nos esgotos da cidade. - Proporcionam espaços agradáveis à vista, com possibilidade de uso para lazer, a nível público (jardim ou parque urbano) - Aumenta os espaços de habitat da fauna.

Principais desvantagens: 1. É um sistema construtivo mais caro pois possui metodologia de composição mais complexa, e precisa de manutenção periódica; mas o retorno do gasto rapidamente é recuperado pela economia energética e de água. 2. Possui materiais compositores pesados, o que deve ser analisado para a elaboração dos elementos estruturais 3. Precisão na elaboração da cobertura, pois caso o sistema não seja aplicado de forma correta, pode gerar infiltração de água e consequentemente umidade.

Figura 36 – Detalhe do sistema de captação de agua no telhado verde. Fonte:https://abrilarquiteturaeconstrucao.files.wordpress.com/2017/03/monte-o-seu-telhado-verde-usando-sistemas-prontos01-011.jpg?quality=85&strip=all&strip=info

Figuras 34 e 35 – Imagens do sistema de captação de agua no telhado verde. Fonte: http://buchel.com.br/wp-content/uploads/2017/02/telhado-verde-jardinagem

OTIMIZAÇÃO ENERGÉTICA Segundo o artigo da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia - ABESCO (2015), eficiência energética é uma atividade que busca melhorar o uso das fontes de energia. Essa utilização racional de energia também pode ser chamada de eficiência

energética (EE), que consiste em usar de modo eficiente a energia para se obter um determinado resultado. Por definição, a eficiência energética consiste da relação entre a quantidade de energia empregada em uma atividade e aquela disponibilizada para sua realização. (ABESCO, 2015) A otimização energética pode ser 41


entendida como a obtenção de um serviço com baixo dispêndio de energia. Portanto, um edifício é mais eficiente energeticamente que outro quando proporciona as mesmas as mesmas condições ambientais com menor consumo de energia. Isso se dá Através de um uso racional da energia no edifício busca-se então, uma diminuição no consumo dos usos finais de iluminação, equipamentos, e aquecimento de água, junto à incorporação de fontes renováveis de energia. Edificações energeticamente mais eficientes, somente são possíveis através de projetos que desde a sua concepção incluam critérios de eficiência energética. É aconselhável segundo afirma a Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia – ABESCO (2015) seguir os critérios abaixo no projeto de edifícios, objetivando sua menor dependência da climatização e iluminação artificial: - Uso da vegetação como sombreamento - Uso de cores claras; - Emprego da ventilação cruzada sempre que possível; - Evitar o uso de vidros tipo “fumê”; - Redução da transmitância térmica das paredes, janelas e coberturas; - Uso racional da iluminação; - Utilização de energia solar para aquecimento d’água;

- Indicação de uso correto da edificação e ou sistema ao usuário; - Uso de proteções solares em aberturas. Aquecimento de água Uma parcela significativa de energia elétrica é consumida para aquecimento de água no setor residencial, 25% aproximadamente. O projetista deve prever tubulação de água quente isolada termicamente em seus projetos, propiciando a instalação de sistemas de aquecimento a gás ou solar mais econômicos. Além de evitarem o consumo de energia elétrica, outra vantagem destes sistemas é o maior grau de conforto e sua capacidade para atender diversos pontos de água quente além do chuveiro (torneiras em banheiros, cozinhas e lavanderias, por exemplo). (ABESCO, 2015) USO DA VEGETAÇÃO NATURAL - Térmico – ambientes mais agradáveis (países de clima tropical) - Iluminação – uso de árvores caducas (países com inverno rigoroso) - Utilização de vegetação como brises - Telhados verdes USO DA VENTILAÇÃO NATURAL A ventilação tem duas funções principais dentro de um ambiente: - Renovação do ar quente e/ou poluído

- Resfriamento dos usuários Sua utilidade para o conforto é inquestionável e se compõe por fatores como a ventilação, o ganho de calor solar, a iluminação natural e o contato visual com o exterior. Aberturas bem posicionadas podem garantir a circulação de ar nos ambientes internos, aconselhando-se sua localização de forma cruzada sempre que a ventilação for necessária. As janelas com bandeiras basculantes são bastante úteis em períodos frios, por permitirem a ventilação seletiva necessária para higiene do ar interno. USO DA ILUMINAÇÃO NATURAL - Integração da luz artificial com luz natural - Sistemas de controle da luz artificial (controle fotoelétrico; sensores de ocupação e sistemas de programação do tempo) -Iluminação de tarefa (As áreas circundantes da tarefa visual necessitam de menos iluminação que o local da tarefa propriamente dita. Recomenda-se que a iluminação ambiental seja pelo menos 33% da iluminação da tarefa, para conforto e adaptação ao transiente - > 750 lux – 250 lux). - Sistemas de iluminação artificial eficientes (A melhoria do sistema de iluminação pode representar uma economia de energia de até 40%).

PAISAGISMO ALIMENTAR Conforme afirma Gengo (2012) a necessidade de acesso a alimentos frescos e saudáveis tem levado um grande número de pessoas a montarem uma horta em casa. Além de existir vários tipos, todas são muito úteis tanto para melhorar a qualidade da alimentação quanto para promover educação ambiental. O projeto da horta orgânica já esta por toda a parte, seja nas escolas onde as crianças ajudam a cuidar e se beneficiam com o enriquecimento do lanche servido; ou nos quintais de muitas casas para consumo da família. Há também as hortas comunitárias que um grupo de vizinhos trabalha junto em um terreno baldio ou um espaço público cedido, como também as grandes hortas cultivadas para comercialização que alimentam cidades inteiras. A procura tem aumentado bastante devido aos efeitos mais benéficos que os alimentos produzidos sem agrotóxicos proporcionam.

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Preparo do solo Para uma horta convencional o solo é bastante revolvido; isso porque ele é tido somente como o suporte onde a planta vai se desenvolver. Já para a produção de uma horta orgânica, todos os elementos presentes no solo são muito importantes para o crescimento de plantas saudáveis então a terra é levemente revolvida. (GENGO, 2012).

Adubação Esse processo também é diferente para os dois tipos de hortas. Na convencional são usados adubos químicos chamados NPK (Nitrogênio; Fósforo e Potássio), esse tipo de adubação é absorvido mais rapidamente pela planta fazendo com que ela se desenvolva mais e em menos tempo. Que segundo Gengo (2012), pode causar danos ao solo com o passar do tempo. Na adubação orgânica são utilizados

Fonte:

Figura 37 – Horta orgânica comunitária Fonte: http://blog.institutobrookfield.org.br/wp-content/uploads/2011/01/horta_comunitaria_02.jpg

Figura 38 – Diferença dos solos Fonte:http://2.bp.blogspot.com/-5GnajuMkU8A/TvBtLQAuo5I/ /Figura+1.jpg

Figura 39 – Adubo orgânico https://imagens.revista.zapcorp.com.br/wp-content/ uploads/2014/04/adubo.jpg

elementos vivos, ou seja, materiais tirados da própria natureza como: - Esterco de galinha e de gado orgânico, - Casca de ovos orgânicos, - Adubo verde orgânico, que é feito com leguminosas e outras plantas, - Composto orgânico, preparado com as sobras da cozinha como cascas de frutas e verduras orgânicas. - Apesar do processo de desenvolvimento das plantas com esse tipo de adubo ser mais lento, a planta cresce naturalmente. Além disso, o orgânico melhora a qualidade do solo cada vez mais e a plantação se torna mais resistente, ao contrário do que se pensava.

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Controle de pragas e doenças No cultivo tradicional, o controle de pragas também é feito com produtos químicos. Os agrotóxicos, se usados indiscriminadamente, prejudicam não só o terreno do plantio, mas principalmente a saúde do consumidor podendo causar doenças intestinais e outras. (GENGO, 2012) Em plantações orgânicas, são utilizados produtos naturais para o controle de pragas e também é feito um controle biológico onde são utilizados predadores naturais das pragas como joaninhas, por exemplo, que comem as lagartas e outros insetos que destroem as hortaliças.

Impacto ambiental Devido ao uso excessivo de produtos químicos, as culturas de plantio convencionais prejudicam em demasia o solo, tornando-o improdutivo com o passar dos anos necessitando de cada vez mais tratamento pesado. As águas também sofrem com os agrotóxicos. Se tornando muitas vezes impróprias para o consumo. (LE MANJUE, 2016) Na agricultura orgânica isso não acontece devido ao uso de produtos naturais e adequados sem extravagâncias, depois de algumas colheitas, o solo continua fértil e com melhor qualidade.

das para fazer telhas, tapumes, revestimentos acústicos e térmicos, painéis, tecidos, tapetes, carpetes e paredes divisórias.

Controle de mato Segundo afirma Gengo (2012) as plantas daninhas ou mato se espalham com muita facilidade pelas hortaliças dificultando o cultivo. Em uma horta convencional, esse controle não é bom; a maneira como o mato é retirado faz com que as sementes se espalhem aumentando ainda mais fazendo com que as ervas daninhas se espalhem por áreas cada vez maiores. Quando o cultivo é orgânico existe um controle adequado dessas plantas ruins através da prevenção. O solo é arado antes da plantação fazendo com o mato cresce rapidamente e possa ser totalmente retirado antes do tratamento da terra.

2.2.3 Materialidade

Figura 40 – Placas de fibra vegetal Fonte:https://materiabrasil.s3.amazonaws.com/ uploads/image_604/main_01b503efc0a013e2ddc2191f2173474a.jpg

FIBRAS VEGETAIS Segundo Marinelli, et al. (2008), as fibras vegetais são excelentes materiais que substituem as fibras de vidro e sintéticas. Possuem características físicas e mecânicas, em alguns casos muito melhores do que as não naturais, principalmente quando incorporadas com compostos plásticos. Feitas a base de uma série de plantas e vegetais como a juta, o sisal, o coco, a cana-de-açúcar, algodão, rami entre outras, é utilizada para confecção de uma ampla gama de produtos. Podem ser misturadas ao concreto para agregar maior resistência, ser utiliza-

MADEIRA PLÁSTICA Com características semelhantes à madeira convencional, mas totalmente reciclável e com relação de custo-benefício maior. (CORRÊA et al., 2008). A madeira plástica evita o surgimento de pragas, como cupins, traças e roedores, que são atraídos pela madeira convencional. Ela também pode ser utilizada como paredes divisórias, muros vazados, brises, pisos, revestimentos, mobiliário interno e externo, pergola-

dos, gazebos e caxepós para composições paisagistas. Segundo Corrêa et al. (2008) o resultado do aproveitamento de resíduos plásticos descartados pela indústria e restos de madeira e serragem provenientes de madeireiras legalizadas, torna o produto 100% reciclável, com aparência de madeira aliado à durabilidade do plástico.

Figura 41 – Modelos de madeira plástica Fonte: http://embalagemsustentavel.com.br/wp-content/uploads/2012/02/MadeiraPlastica4.jpg

Figura 42 – Casa fabricada pela empresa StarDeck feita totalmente de madeira plástica Fonte: http://www.stardeck.com.br/uploads/casa3.jpg 47


Figuras 43 e 44 – Usos de madeira plástica Fonte: http://g2construtora.com.br/wp-content/uploads/2015/07/Deck-de-Madeira-Plastica-Preco-3.jpg

MADEIRAS ALTERNATIVAS Como descreve Correa, Marcos Sá (2004) vemos a descrição da utilização das madeiras alternativas. A madeira é um excelente material, e sempre foi muito utilizada pelo ser humano, encontrados em inúmeras cores, tamanhos e com durabilidades distintas, são muito utilizadas na construção civil, porém, todos sabem dos riscos da extração em larga escala sem as devidas preocupações ambientais. Muitas espécies de árvores e inúmeras florestas foram dizimadas para abastecer o consumo humano em toda a história. Por isso, a preocupação de se utilizar madeiras alternativas (madeiras de reflorestamento

e certificadas) é de extrema importância quando aplicadas em uma construção. As madeiras de reflorestamento e com certificado são aquela que na hora da compra possuem comprovante da origem de onde foram retiradas como: Reflorestamento - a madeira de reflorestamento advém de lugares que mantém uma área de floresta original ou replantada, através de manejos sustentáveis de produção. A atividade prevê a preservação dessas matas ao mesmo tempo em que sustenta o ritmo da extração. Certificadas - As madeiras certificadas são aquelas que conseguem comprovar a origem de onde foram retiradas, através

de selos concedidos por órgãos competentes e avaliadores. Um dos mais conhecidos é o selo verde do Forest Stewardship Council (Conselho de Manejo Florestal) presente em mais de 50 países. Certificadoras de madeira consideradas confiáveis: IDHEA – Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica Instituto Falcão Bauer ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas Fundação Vanzolini BVQI – Bureau Veritas Quality International PALLETS Segundo Feres (2014) os pallets são plataformas de madeiras bem rígidas e utili¬zadas de inúmeras formas, principalmente no ramo da indústria de transporte, servindo de suporte a diversos tipos de mercadorias, po¬dendo ter muitas aplicações. Pallets são versáteis, de fácil montagem, sustentáveis e recicláveis. Estão disponíveis na grande maioria dos países e o seu custo é insignificante quando utilizado para trans¬portar carregamentos de alimentos, roupas, medicamentos, ajuda hu¬manitária e etc. Existem mais de 700 milhões de madeiras do tipo pallet produzido a cada ano apenas nos Estados Unidos – 150 milhões

dos quais são destinados a aterros pois geralmente após a utilização dos mesmos eles são na sua grande maioria queimados, porque para transportá-los de volta muitas vezes custa mais do que adquirir no¬vos, tornando o seu descarte um enorme desperdício. Feres (2014) afirma que os pallets têm uma enorme flexibilidade quando fala¬mos da disposição dos ambientes, permitindo que cada família construa sua casa de acordo com suas necessidades e tamanho, podendo ser encontrados em locais de descarte. Seu tamanho e forma são padronizados em todo o mundo facilitando assim sua aplicabilidade. A estrutura simples de pallets pode evoluir de um abrigo emer¬gencial a uma casa permanente apenas com a adição de materiais mais estáveis como por exemplo a madeira, areias, entulhos, pedras, terra, gesso, lama e até mesmo concreto. Existem diversos tipos de paletts disponíveis no mercado, diversos tamanhos e tipos de madeira diferentes, o tipo mais conhecido e utilizado é o de 100 x120

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Fonte:

Figura 45 - tipos de pallets https://felixmaocho.wordpress.com/2013/01/31/ huerto-familiar-usos-variados-de-los-palets-en-el-huerto-familiares/

MUXARABI O muxarabi traz a ideia de adequação ao meio ambiente. Tem influência na arquitetura islâmica e foi utilizado principalmente, em ruas menos espaçosas e nas casas que não possuíam pátios e jardins. Através das suas rótulas permeadas de treliças, a ventilação da rua penetrava no interior do ambiente, promovendo o conforto térmico e luminoso, corrigindo o excesso de luz, garantindo o conforto visual. (PINTO, 1958)

Segundo Pinto (1958) composto por treliças ou telas de madeira dispostos em intervalos regulares e específicos, tendo intrincados padrões geométricos como decoração. Sua principal função era controlar a passagem de luz, o fluxo de ar, reduzir a temperatura no interior das moradias e ainda assegurar a privacidade das mulheres, ato de fundamental importância na cultura islâmica.

Figura 46 – Diferentes usos do muxarabi Fonte: http://superfluonecessario.com.br/wp-content/uploads/2016/06/FOTOS-DAFNE.jpg

COBOGÓ Segundo o artigo da arquiteta Rocha, E. (2011) cobogó é um nome dado ao elemento vazado, que foi muito utilizado na década de 20 pelos engenheiros Amadeu Oliveira Coimbra, Ernest August Boeckmann e Antônio de Góis, que patentearam o nome desse elemento vazado com as iniciais de seus sobrenomes (Co Bo Gó), sendo então chamado de cobogó ou combogó popularmente. É uma invenção de origem pernambucana e tem a intenção de manter a privacidade sem comprometer a luminosidade e a visi-

bilidade de dentro pra fora da edificação. Foi inspirada nos muxarabis que são tramas vazadas de madeira, vinda arquitetura islâmica e muito usada na arquitetura moura, presente no início da colonização pernambucana. (ROCHA, E., 2011). Os cobogós permitem uma quebra da incidência solar direta e ainda um melhor aproveitamento da ventilação natural por isso são bastante utilizados em fachadas e como divisórias nos ambientes internos.

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pacidade que o material tem de resistir aos movimentos de deslocamento individual, seja vertical, horizontal, de rotação ou giração em relação às peças adjacentes. O piso Inter travado é composto por peças de concreto modulares, com diversas formas e cores, que são assentadas como um quebra cabeça, por isso o nome. Possuem características muito resistentes por essa razão são usados em calçadas, parques e grandes extensões de pisos externos. A vantagem para o meio ambiente é que ao contrário do que vemos nas construções atualmente, os pisos Inter travados possibilitam que a água da chuva permeie entre as juntas e encontre o solo, facilitando a drenagem da água da chuva, evitando alagamentos e enchentes. (FIORITI, 2007).

Figura 47 – Exemplo de cobogó Fonte:https://blogidfashion.files.wordpress. com/2014/10/combogobrises6.jpg

PISO INTERTRAVADO Segundo Fioriti (2007) blocos de concreto, conhecidos como Pavers e Paviess são blocos intertravados, pré-fabricados, maciços que permitem pavimentar completamente uma superfície. O intertravamento é a ca-

Figuras 48 e 49 – Blocos Inter travados Fonte: http://plantas.digisa.com.br/upload/imagens_upload/PISOS_DE_JARDIM

EQUIPAMENTOS SANITÁRIOS DE BAIXO CONSUMO E/OU AUTOMÁTICOS Segundo Gonçalves, R.F. (2006) os vasos sanitários e pias são campeões no quesito desperdício de água. Muitas vezes esquecemos uma torneira pingando ou a descarga desregulada, o que acaba lançando enormes quantidades de água sem necessidade. Por isso, a tendência é que cada vez mais os sanitários tenham equipamentos reguladores de consumo. Alguns fabricantes de equipamentos sanitários já disponibilizam no mercado torneiras com sensor de presença e vasos sanitários com duplo acionamento. O vaso funciona com meia descarga no caso dos líquidos e vazão completa para sólidos. Alguns modelos mais simples limitam a va-

zão de seis litros mesmo com o botão sendo apertado insistentemente. (GONÇALVES, R.F., 2006). A figura 51 é uma nova produção nova chamada bacia da Roca, a W+W, que reaproveita no vaso sanitário a água utilizada na pia. O sistema, além de bonito faz uso das águas cinza gerando economia de quase 100% da água para o vaso sanitário

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Figuras 50 e 51 – Vaso e pia com consumo controlado de água Fonte: https://ecodhome.files.wordpress.com/2011/05/ roca-vaso1.jpg Fonte: https://www.aecweb.com.br/tematico/img_figuras/ECOFLUSH_508_1%24%241104.jpg

Figura 52 – Tabela de consumo energético das lâmpadas Fonte:https://tienda.twenergy.com/media/wysiwyg/tabla-comparativa.png

LÂMPADAS DE ALTA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA Existem muitos tipos de lâmpadas eficientes no mercado e algumas que ainda estão por vir, pouco difundidas, prometem uma revolução na iluminação dos edifícios. Como afirmado por Ferreira, R.A.F., (2010) as mais comuns são as lâmpadas fluorescentes compactas, apesar de mais caras, representam um consumo de energia 80% menor e duram 10 vezes mais que lâmpadas convencionais, fora isso aquecem menos o ambiente. A maior promessa no setor de iluminação são os LEDs, que em inglês significam Diodo Emissor de Luz. São diodos semicondutores que ao receberem energia iluminam. Muito comum em televisores e computadores são aquelas luzes que ficam acessas indicando que o aparelho está ligado ou em stand by. Possuem inúmeras vantagens. São luzes que desperdiçam pouquíssima energia, não esquentam, extremamente compactas, mas ainda são caras e pouco difundidas. (FERREIRA, R.A.F., 2010). 55


3. REFERÊNCIAS PROJETUAIS ECOMÓDULO O ECOMódulo é um Sistema de Construção Modular e Sustentável, desenvolvido pelo Escritório de Arquitetura Ecoeficientes, coordenado pelo Arquiteto Rafael Loschiavo Miranda. O ECOMódulo é um projeto que possui em sua elaboração, a aplicação de sistemas construtivos simples porem eficientes, derivados de materiais naturais e/ou reciclados como, utilização de telhado verde para a captação da água da chuva (fig.53); uso de paredes de vedação com materiais fibrosos reciclados (fig.54); gerador de energia local; tratamento de resíduos e produção de alimentos.

Figuras 53 e 54 – Paredes de vedação com materiais fibrosos, e telhado verde cultivando alimentos. Fonte: https://ecomodulo.files.wordpress.com/2014/07/ecobeco-geral-jan.jpg Fonte: https://ecomodulo.com.br/sistemas-integrados/

ILUSTRAÇÃO 2

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É por possuir características de elaboração simples, porém eficientes, que o ECOmódulo foi escolhido como projeto referencial. Sua característica construtiva possui caráter rústico e os materiais utilizados são apresentados de forma clara, com aparente exposição dos materiais (Fig.54). Esse sistema construtivo de aproveitamento dos materiais ecológicos será utilizado no desempenho do projeto. Os módulos podem formar as mais variadas combinações para atender aos diversos tipos de usos como: habitação, comércio, escritório, espaços promocionais, dentre outros. (Fig.51)

Figura. 55 – Módulo utilizado como escritório Fonte:https://ecomodulo.com.br/2014/12/12/106/

O módulo atende de maneira precisa todos os que necessitam de uma solução rápida, prática, ecoeficiente, econômica e muito produtiva, de modo simples e eficiente. É possível personalizar o módulo às diversas soluções dependendo de sua necessidade, pois o sistema possui para diversos usos, um modelo de layout interno que possibilita diversas soluções (fig.56). Os módulos são produzidos em duas dimensões 3,60x5,00m e 4,80x7,50m.

Figura 56 – Planta do módulo 4,80x7,50m sendo utilizada como Studio Fonte: https://ecomodulo.com.br/2014/07/29/ecostudio/#jp-carousel-82

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O módulo pode ser montado e desmontado em 2 dias. Ele é entregue e já instalado pela equipe de profissionais responsável da empresa (fig.57), dessa forma é facilitado o tempo e gasto dos compradores, pois o módulo é deixado pronto para uso. Materialidade: Piso: Painéis de madeira reflorestada super-resistentes; Réguas de Bambu; Paredes: Painel OSB; Lã de Pet; Placas de Tetra Pak; Portas e Janelas: Esquadrias de Madeira Certificada e de alto desempenho; Estrutura: Metálica parafusada; Cobertura: Painéis de madeira reflorestada super-resistentes; Módulos de Teto Verde; Forro e Iluminação: Forro de tiras de bambu; Lâmpadas de Led; Luminária de bambú; Aquecimento Solar; Mobiliário: Armários de papelão

Figura 57 – Modelo do módulo entregue pronto para uso. Figura 58 – Modelo do módulo entregue pronto para uso. Fonte: https://ecomodulo.com.br/2014/07/29/composi- Fonte:https://ecomodulo.files.wordpress.com/2014/07/ cao/ img_0554-2.jpg?w=1024&h=682

LOFTCUBE O LoftCube foi desenvolvido pelo designer alemão Werner Aisslinger. O sistema Loft Cube é uma unidade de residência móvel onde emprega todos os estudos e experiências desenvolvidos pelo Aisslinger e sua empresa Aisslinger Studio. Aisslinger acredita que o século 21 será marcado pela utilização de novos materiais e tecnologias, por essa razão em 2003 foi desenvolvido o LoftCube. Aisslinger surgiu com a ideia levando em consideração o estilo de vida dos nômades modernos que é cada vez mais afetado pela individualidade, a mobilidade e o renascimento da arte. O projeto foi inicialmente pensado para ocupar a cobertura dos edifícios nas grandes cidades (fig.59), por essa razão se adapta a qualquer lugar.

Figura 59 – LoftCube se adaptando a cobertura de um edifício Fonte: http://www.jebiga.com/loftcube/

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O LoftCube trabalha com o conceito de luz e vida natural possibilitando visibilidade de 360° graus (fig.60). Também possui layout interno versátil, uma vez que pode ser usado como um salão, hotel, escritório, loja e casa (fig.61). O interior da casa é completamente personalizável, e é composto por sala de estar, quarto e cozinha (fig.61). Figura 60 – Módulo apresentando os quatro lados visíveis

Figuras 62 e 63 – Possíveis complexos desenvolvidos pelo LoftCube Fonte: http://www.loftcube.net/img/hf/innovation2.jpg

Figura 61 – Planta do Loft ilustrando possibilidades de uso. Fonte: http://www.loftcube.net/img/planungsbeispiele/grundriss_pure_5.jpg

Fonte:http://www.contemporist.com/photos/loftcube_02.jpg

Ele vem em vários modelos e tamanhos, e abrange até 39m². Também pode ser unido com outros LoftCubes para formar um complexo (figs.62 e 63).

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O Loft dispõe de um sistema modular interno e externo, que de maneira fácil altera e se adequa ao espaço físico (fig.64). Além de possuir em sua composição um sistema funcional que se auto sustenta, qualidade essa que gera melhorias ao meio natural de vida. E por conter essas características é que o modulo foi escolhido como referência projetual; por ser estudado e desenvolvido como um sistema que se auto sustenta e que compreende em si muitas possibilidades. E são esses conceitos que serão utilizados no desenvolver do projeto.

Leva entre cinco e sete dias para a montagem e apenas dois dias para a desmontagem do loft. Esta estrutura de vida nômade teve o peso total calculado para viabilizar o transporte por helicóptero ou guindaste (fig.66), reforçando o conceito nômade do modo de vida do homem dessa era do século 21.

Figura 66 – LoftCube sendo guinchado para a cobertura de um edifício Fonte: https://www.we-heart.com/upload-images/danielgrazloftcube4.jpg

Figuras 64 e 65 – Loft adaptado em área natural e projetada Fonte: http://www.journalduloft.com/wp-content/immobilier-loft/2008/09/loft-cube-2.jpg Fonte: http://www.jebiga.com/wp-content/uploads/2014/11/LOFTCUBE-04.jpg

Materialidade - Estrutura Steelframe (aço galvanizado) - Fachada de madeira - Teto feito de membrana de fundo branco-polar 8000 - Fibra de vidro de alto brilho - Painéis de vidro de redução de ruído com 41db - Baixo consumo de energia com painéis de vidro de redução de calor - Materiais complementares: Fibra de vidro tridimensional, gel, espuma de alumínio, têxteis tridimensionais, neoprenes. Por possuir modulação interna o loft concede espaço totalmente livre possibilitando que o interior do espaço tenha liberdade de trabalhar com ou sem paredes divisórias também com quartos removíveis (fig.67 e 68).

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CASAS DE EMERGÊNCIA - ONG UM TETO PARA MEU PAÍS TETO (ONG) é uma organização presente na América Latina e no Caribe, que busca superar a situação de pobreza que vivem milhões de pessoas nos assentamentos precários, através da ação conjunta de seus moradores e jovens voluntários. Com a implantação de um modelo de intervenção focado no desenvolvimento comunitário, TETO busca através da construção de casas de emergência, programas de Habilitação Social e trabalho em rede, construir uma sociedade onde todos tenham oportunidade de se desenvolver (fig.72). É por essa razão e pelo uso de materiais simples que as casas de emergência ONG TETO foi selecionada para referência projetual. Figuras 67 e 68 – Ambiente interno do loft aberto para diversificar layout interno. Fonte:http://assets.inhabitat.com/wp-content/blogs.dir/1/files/2013/09/Loftcube-Aisslinger-Bracht-2.jpg

Figuras 69, 70 e 71– Soluções internas independentes do LoftCube Fonte: Steffen Jaenicke

Por não possuir elementos estruturais internos o loft viabiliza vantagens como, novas possibilidades organizadoras que podem ser montadas num espaço de tempo curto, sem a necessidade de desmontar toda a estrutura (figs.69, 70 e 71).

O potencial e valor social deste projeto poderia ser muito grande pois os custos de funcionamento são mantidos a um mínimo, a casa é uma combinação inteligente de tecnologia e design. De acordo com Aisslinger "esteticamente, o design destes produtos será orgânico, reduzido, macio, puro, poético, modular e nômade".

Figura 72 – Casa de emergência sendo construída pela ONG TETO Fonte: Facebook TETO- Brasil

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Confeccionada para assentamentos informais e precários, as Casas de Emergência do TETO são originadas a partir de modelo comum padronizado (fig.73) pelo país de origem da ONG, e reproduzidas em outros locais com características bem variadas sem alterações significativas do aspecto formal, da área e dos materiais empregados.

Figuras 74 e 75 – Casas de emergências sendo construídas pela ONG TETO em uma favela Fonte: Facebook TETO- Brasil

Figura 73 – Casas de emergência com modelo padronizado Fonte:http://yrbrasil.com.br/tag/meio-mensagem/

As casas são implantadas em locais onde as residências se apresentam absolutamente inferiores ao modelo empregado (fig.74), com presença de umidade, possibilidade de alagamento e até mesmo esgoto a céu aberto, como as formas de habitação presente em favelas. Com essas implantações são reduzidos os riscos presentes e são permitidos maior qualidade de vida aos usuários. Enquanto não se estabelecem moradias permanentes, esse tipo de habitação (fig.75) tende a tornar-se permanente com o tempo e, tendo em vista que não possuem infraestrutura mínima necessárias tais como elétrica e hidráulica. A ONG TETO se mantém por doações realizadas por empresas privadas e pessoas físicas e utiliza para a elaboração das casas de emergência madeira de reflorestamento. Os projetos das casas de emergência possuem 18m² e apresenta tempo de vida útil de até 5 anos se não houver intervenções. 69


VIVER SIMPLES ECOVILA O projeto teve início em 2005, quando um grupo de 10 pessoas se reuniu para construir a ecovila. Juntos, compraram, em janeiro de 2006, 16 hectares de terra no sul de Minas, nas altas montanhas da Serra da Mantiqueira, com nascente, dois rios, bosques e florestas. VIVER SIMPLES é um projeto criado para acolher ideias inovadoras que atualmente estão mudando a face de nosso planeta. Viver simples é retornar ao simples e ao natural (fig.76) para seguir um caminho sustentável em direção ao futuro. Para redescobrir como viver simples um grupo de pessoas se disporem a experimentar ideias inovadoras e compartilhar os aprendizados produzidos em rede. São com base nesses preceitos que o VIVER SIMPLES foi escolhido como referencial projetual. E esse conceito de vida simples e natural seguindo um caminho sustentável é que será utilizado no desenvolver do projeto.

Figura 76 – Área comum dos habitantes do VIVER SIMPLES ecovila Fonte:http://res.cloudinary.com/db79cecgq/image/upload/c_crop,h_810,w_1440,x_0,y_88/c_ fill,h_900,w_1600/v1418727722/96168663.jpg

O projeto envolve a implantação de: - Condomínio rural, formado por alguns Chalés (fig.77), um espaço para cursos e oficinas a ser construído, tendo as habitações familiares e as áreas de cultivo plenamente integradas aos bosques, rios, florestas, cachoeiras e montanhas da região; - Centro de Formação e Pesquisas instalado no local, composto por salão de cursos, restaurante comunitário, biblioteca e centro tecnológico, voltado para pesquisas e disseminação de conhecimentos, em rede (fig.78). - Centro de terapias alternativas realizado através de parcerias e uma escola experimental visando uma educação natural para preparar crianças para o futuro que será criada através de parcerias. - Organização socioambiental, sem fins lucrativos, voltada ao desenvolvimento local com foco em educação, cultura, meio ambiente e sócio-economia solidária

Figura 77 – Conjunto de chalés construídos com materiais não nocivos ao meio natural Fonte: https://catracalivre.com.br/wp-content/uploads/2014/07/ecovila.jpg

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CASA SOE KER TIE TYIN Tegnestue é uma organização sem fins lucrativos que faz trabalhos humanitários através da arquitetura. A TYIN opera através de estudantes de arquitetura e os projetos são financiados por mais de 60 empresas norueguesas, juntamente com contribuições privadas. Desde 2009, a organização tem trabalhado em planejamento e construção de projetos na Tailândia. Seu objetivo é desenvolver projetos estratégicos (fig.79) que possam melhorar a vida das pessoas em situações difíceis (fig.80); Através de uma extensa colaboração da população local e a aprendizagem mútua.

Figura 78 - Salão de cursos, restaurante comunitário, biblioteca e centro tecnológico Fonte: http://www.sulminas146.com.br/wp-content/uploads/2015/10/viver-simples-itamonte.jpg

Objetivos Gerais da Ecovila Viver Simples - Produção local e orgânica de alimentos - Uso de energias renováveis - Bioconstrução - Auto-sustentabilidade - Desenvolvimento local e sustentável - Diversidade cultural e espiritual

- Direção circular - Sócio-economia solidária - Educação transdisciplinar - Saúde integral - Comunicação global

Figuras 79 e 80 – Casa soe ker tie e imagens das crianças usuárias das casas http://www.plataformaarquitectura.cl/cl/0278244/casa-soe-ker-tie-tyin-tegnestue/ 5129db9fb3fc4b11a7007d61-casa-soe-ker-tie-tyin-tegnestue-foto

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Em 2008 eles viajaram para Noh Bo, uma pequena cidade na fronteira tailandesa-birmanesa, na qual a maioria dos habitantes são refugiados e muitos deles são crianças. Em 2006 OLE Jørgen Edna de Levanger criou um orfanato em Noh Bo, mas como em pouco tempo o número de crianças havia dobrado, novas instalações para acomodar mais crianças foi criado. O abrigo partiu com 24 crianças e o 2009 já tinha mais que o dobro. O projeto da SOE Ker para o orfanato foi concluído em fevereiro de 2009.

Figuras 82, 83 e 84 – Tecido de bambu fechando as paredes laterais http://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-78244/casa-soe-ker-tie-tyin-tegnestue/5129db9fb3fc4b11a7007d61-casa-soe-ker-tie-tyin-tegnestue-foto

Figura 81 – Vila SOR Ker finalizada Fonte:http://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-78244/casa-soe-ker-tie-tyin-tegnestue/5129dbc3b3fc4b11a7007d68-casa-soe-ker-tie-tyin-tegnestue-foto

O bambu tecido é a técnica usada nas paredes laterais (figs. 82, 83 e 84), levando em conta que a grande maioria dos bambus foi colhida alguns quilômetros do local de implantação da vila.

A forma do telhado permite a ventilação natural eficaz, e ao mesmo tempo permite coletar a água da chuva (fig. 85 e 86). A estrutura é madeira pré-fabricada e é montada no local (fig.86), a maioria dos materiais foram entregues pela União Nacional Karen. Os volumes foram elevados a partir do solo em pneus velhos, a fim de evitar problemas com umidade e putrefação dos materiais (fig.86). Após um processo de aprendizagem mútua com os habitantes de Noh Bo, os arquitetos tentaram deixar através do seu trabalho, alguns princípios que podem dar origem a uma tradição mais sustentável de construção no futuro da região; O uso de materiais locais, a prevenção de umidade e um projeto que tem como ponto de partida a vida na Comunidade. As formas construtivas do projeto, bem como os materiais aplicados e a otimização dos materiais naturais em proveito da forma arquitetônica da casa SOE são elementos referencias para a elaboração do projeto. 75


Figura 86 – Casa SOE apresetando estruturas de madeira e volumes elevados por pneus. Fonte:http://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-78244/ casa-soe-ker-tie-tyin-tegnestue/5129db75b3fc4b11a7007d59-casa-soe-ker-tie-tyin-tegnestue-foto

Figura 85 – Posição e distribuição da Casa SOE Fonte:http://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-78244/ casa-soe-ker-tie-tyin-tegnestue/5129dbe4b3fc4b11a7007d6e-casa-soe-ker-tie-tyin-tegnestue-corte

CASA GRELHA A casa grelha foi projetada por FGMF Arquitetos no ano de 2007. Três importantes questões nortearam a concepção do projeto: a demanda por uma casa térrea, a vontade de se estabelecer relação direta com o terreno e a natureza, e ainda a necessidade de se observar a privacidade entre os membros da família, embora o programa principal da residência devesse estar em uma única construção. Outro fator considerado é a grande umidade da região na Serra da Mantiqueira, que sugeria uma casa elevada do solo (fig.87)

Figura 87 – Casa grelha elevada do solo Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-18458/casa-grelha-fgmf/574552cce58ece0d2800000a-casa-grelha-fgmf-foto

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Uma grelha estrutural em madeira, com módulos de 5,5×5,5x3m é suspensa sobre esse núcleo de acessos, conectando os caminhos existentes e criando novos. Assim, atravessa-se a estrutura-ponte é atravessada de três formas: por cima (pelo teto-jardim que é uma continuidade do terreno), por baixo (através de um jardim com espelho d’água e pedras naturais) e pelo meio da casa (através de uma circulação externa coberta). Essa grelha possui módulos ora ocupados por ambientes fechados, ora totalmente vazados, permitindo que árvores do jardim inferior atravessem a estrutura (fig.88 e 89). Essa estrutura em madeira concebida por módulos á a referência estrutural e conceitual para a elaboração do projeto.

A grelha de madeira está apoiada em um conjunto de pilares de concreto e está engastada no morro em duas laterais, quase como se brotasse do solo. Nesse ponto de contato o terreno é desenhado por grandes muros de gravidade executados com pedras retiradas do próprio local. Para evitar um número excessivo de pilares nos 2000m2 de projeção da estrutura, e para se conseguir visuais mais abertas no jardim inferior, ensaiou-se a utilização de grandes vigas vagão a cada dois módulos, executadas em aço corten e com 11m de comprimento cada. Essas vigas, juntamente com o paisagismo, formam um conjunto importante desta obra (fig.88 e 91).

Fonte: Fonte:

Figura 88 – Estrutura de madeira ilustrando núcleos de acesso http://www.archdaily.com.br/br/01-18458/casa-grelha-fgmf/574556b4e58ece937e000006-casa-grelha-fgmf-foto

Figura 89 – Estrutura de madeira ilustrando núcleos de acesso http://www.archdaily.com.br/br/01-18458/casa-grelha-fgmf/574552fbe58ece0d2800000c-casa-grelha-fgmf-foto

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Figura 90 – Programa contido na casa gralha Fonte:http://www.archdaily.com.br/br/01-18458/casa-grelha-fgmf/57455217e58ece858d000005-casa-grelha-fgmf-casa-principal-planta

O programa contido na grelha é composto de um núcleo com áreas de serviço, sociais, quarto de hóspedes e apartamento do proprietário, e três módulos isolados, com dois quartos cada, para os filhos (fig.90). Entre o programa, módulos vazios exaltam a continuidade estrutural e valorizam os vãos por onde o jardim se faz presente. Esse jogo de cheios e vazios permite a organização fragmentada do programa, de forma a resguardar a privacidade dos usuários e ao mesmo tempo permitir a compreensão do conjunto como unidade.

Suspensa sobre o vale e fundida nos morros, a casa se transforma em terreno e o terreno em casa, construindo uma nova paisagem. O vazio construído, simultaneamente interno e externo, permite ver as pedras e jardim sob a grelha, a mata virgem, as árvores do entorno e os arrimos em pedra, onde a casa mergulha.

Figuras 91 e 92 – Paisagem construída na produção da grelha Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-18458/casa-grelha-fgmf/57455797e58ece937e00000a-casa-grelha-fgmf-foto

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HOSPITAL SARAH KUBITSCHEK SALVADOR Desenvolvido por João Filgueiras Lima (Lelé) o hospital possui um único elemento que dá forma ao projeto. Um shed metálico curvo, de grandes e diferentes extensões, e repetidos em dezenas de linhas paralelas. Suas únicas variações, além do formato padrão, são gerados pelo maior vão da estrutura de aço que o sustenta, repercutindo na maior dimensão do shed; e outra criada pelo fechamento do shed a partir da continuidade da sua curva, quando não há a necessidade de ventilação.

As aberturas dos sheds são acrescentadas em distancias verticais pintadas de amarelo (fig.94), que prolongam a coberta curva, e entre elas são dispostas fileiras paralelas de brises horizontais. Desse modo, os ambientes internos ficam resguardados dos raios diretos do sol. A utilização do shed na produção da cobertura permitindo a entrada de luz, saída do ar quente e limitação da entrada dos raios é a referência que será aplicada ao projeto. O fechamento interno da abertura é feito por dois módulos verticais de esquadrias: o inferior é, em geral, uma veneziana metálica, e o superior, uma basculante de vidro. Porém, em certos ambientes, ambos módulos são basculantes de vidro, permitindo a completa interrupção da ventilação, mas sem privar o espaço de iluminação (fig.95)

Figuras 94 e 95– Shed do hospital Sarah Kubitschek Fonte: http://www.archdaily.com.br/ br/01-36653/classicos-da-arquitetura-hospital-sarah-kubitschek-salvador-joao-filgueiras-lima-lele/img_8853/

Figura 93 – Cobertura com shed do hospital Sarah Kubitschek Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-36653/classicos-da-arquitetura-hospital-sarah-kubitschek-salvador-joao-filgueiras-lima-lele/img_8853/

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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6. ILUSTRAÇÃOES

ILUSTRAÇÃO. 1 - FONTE http://zaholstom.ru/wp-content/uploads/img738.jpg ILUSTRAÇÃO. 2 - FONTE http://www.gubarew.ru/images/gallery/pencil-0180.jpg ILUSTRAÇÃO. 3 - FONTE: http://zaholstom.ru/wp-content/uploads/06.jpg ILUSTRAÇÃO DA CAPA: Reprodução pessoal de um bambuzal.

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“É EXTREMAMENTE IMPORTANTE QUE O PROFISSIONAL TENHA EM MENTE QUE TODAS AS SOLUÇÕES ENCONTRADAS NÃO SÃO PERFEITAS, SENDO APENAS UMA TENTATIVA DE BUSCA EM DIREÇÃO A UMA ARQUITETURA MAIS SUSTENTÁVEL.” Yeang

ILUSTRAÇÃO 3


ARQUITETURA SUSTENTÁVEL ECO HOUSE

FRANCIELEN CAMPOS


2017

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA - RP

ECO HOUSE

ARQUITETURA SUSTENTÁVEL

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA - RP

SUSTENTÁVEL

ARQUITETURA

2017

O PROJETO

VOL. 2

FRANCIELEN JAQUELINE CAMPOS

FRANCIELEN CAMPOS


CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

ARQUITETURA SUSTENTÁVEL ECO HOUSE

FRANCIELEN JAQUELINE CAMPOS

Trabalho de conclusão de Curso apresentado a área de Arquitetura e Urbanismo, como requisito para obtenção do título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Professora orientadora: Marcela Cury Petenusci

RIBEIRÃO PRETO 2017


Franciélen Jaqueline Campos Bortoliero Trabalho Final de Graduação apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda - RP como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Data de Aprovação: ___/___/_______ Nota: _____

Professor (a):

________________________________ (Assinatura)

Professor (a):

________________________________ (Assinatura)

Professor (a):

________________________________ (Assinatura) Ribeirão Preto – SP 2017


1. DIRETRIZES PROJETUAIS 1.1 Proposta .........................................................................................................................9 1.2 Croquis............................................................................................................................10 2. PROJETO 2.1 Cobertura........................................................................................................................16 2.2 Plantas............................................................................................................................17 2.3 Cortes.............................................................................................................................21 2.4 Detalhes.........................................................................................................................25 2.5 Layouts............................................................................................................................31 2.6 Captação Energética.......................................................................................................41 2.7 Sistemas Hidraulicos.......................................................................................................42 2.8 Vistas..............................................................................................................................43 2.9 Perspectivas....................................................................................................................45 3. POSSIBILIDADES...............................................................................................................50 4.CONCLUSÃO.......................................................................................................................62

SUMÁRIO


1. DIRETRIZES PROJETUAIS

1.1 PROPOSTA Existe muita discussão acerca dos conceitos da construção sustentável. O elementar é que não é certo afirmar simplesmente que uma obra é ou não sustentável. A caracterização da sustentabilidade de uma construção vem do processo na qual esta foi projetada, executada e a somatória das técnicas usadas em relação a obra, entorno e lugar. (YEANG, 1999). Pensar em um edifício isolado não faz sentido quando tratamos de questões ambientais como a sustentabilidade dos espaços construídos pelo homem. Por ser sistêmica, a construção para ser sustentável deve ser elaborada em um contexto, trabalhando o externo e o interno. Diretrizes consideradas para a elaboração: - Pensar em longo prazo o planejamento da obra - Eficiência energética - Captação e aproveitamento da água de chuva - Uso controlado da água e reaproveitamento - Uso de técnicas passivas das condições e dos recursos naturais - Uso de materiais e técnicas construtivas que não agridam o meio natural - Gestão dos resíduos sólidos (reciclar, reutilizar e reduzir) - Conforto e qualidade interna dos ambientes

- Permeabilidade do solo Materiais utilizados: - Sintéticos, Naturais e/ou transformados, devem ser produzidos para ser usados até o fim da vida útil. Adequados para a reciclagem, reuso e reutilização. - Materiais compostos de substâncias não tóxicas, não nocivas e benéficas na decomposição. - Tenham sido feitos sem agredir o meio e ou deturpar as ordens sócias e culturais. - Economicamente vantajosos ao lugar. - Materiais de ordem naturais, porém renováveis. - Materiais de consumo eficientes. - Não poluam o meio na qual é utilizado. - Materiais que não contribuam com o impacto negativo sobre os recursos naturais. Com base nas predefinições estabelecidas do que caracteriza a arquitetura sustentável, será elaborado um módulo mínimo habitacional na qual será empregado a aplicação dos conceitos e sistemas construtivos considerados ecológicos. Essa habitação será desenvolvida pelo princípio básico que Yeang (1999) declara ser Arquitetura Sustentável, como o processo do projeto, técnicas e materialidades, assim como os meios de elaboração a qual não seja prejudicial ou agressiva ao meio natural de vida, de forma a se comunicar e complementar o local onde foi inserido. 9


Programa: A Eco House será o modo de habitação desenvolvida afim de assumir características naturais e sustentáveis; servindo de sistemas e materiais que auxiliem na efetivação da sustantabilidade como um todo. Sua composição será a partir de um sistema modular, na qual o objetivo seja encontrar uma dimensão mínima que possa ser utilizada para a composição do projeto. O plano usual da Eco House será a aplicação de um programa habitacional comum, sendo ele, cozinha, banheiro, lavanderia sala de estar e dormitório. Também será trabalhado a possibilidade do cultivo alimenticio, assim como a viabilidade de elementos de integração comum

1.2 CROQUIS

11


13


2. O PROJETO

15



CORTE C

0,85

4,66

2,5

2,4

+ 13

LAVANDERIA 1,25 W.C.

BIBLIOTECA

+ 13

0,90

0,75

4,7

+ 15

1,80

CAIXA DE MÁQUINA [ELÉTRICA]

+ 15

CORTE B

CORTE B 2,4

COZINHA

ESTAR CORTE A

CORTE A + 13

2,3 4,74

3

JANTAR

HOME OFFICE

2,34

+ 15

4,7 CORTE C

CAIXA DE MÁQUINA [HIDRÁULICA]

NOME

CONTEÚDO

ALUNO(A)

ESCALA

PLANTA BAIXA MODELO 1 TERREO 1:50 FRANCIELEN CAMPOS ARQUITETURA SUSTENTÁVEL - ECO HOUSE

TEMA

FOLHA

01 01/20


CORTE C 0,90

DORMITORIO 3,7

2,50

CAIXA DE MÁQUINA [ELÉTRICA]

4,65

+ 2,85

CORTE B

CORTE B

CORTE A

CORTE A 4,6

+ 2,83

TELHADO VERDE

+ 2,83

DECK

2,52

2,4

4,94 CORTE C

4,94

CAIXA DE MÁQUINA [HIDRÁULICA]

NOME

CONTEÚDO

ALUNO(A)

ESCALA

1º PAV. PLANTA BAIXA MODELO 1 1:50 FRANCIELEN CAMPOS ARQUITETURA SUSTENTÁVEL - ECO HOUSE

TEMA

FOLHA

02 02/20


1,5

1,6

0,95

0,9 0,90x1,20

2,1

I = 2%

LAVANDERIA 0,8

+ 15

1,4

W.C.

+ 13

2,4 1,20

CORTE UNICO

CAIXA DE MÁQUINA [ELÉTRICA]

4,65

CORTE UNICO 1,8

+ 15

ESTAR

2,3

COZINHA

+ 13

2,3 4,74

3

+ 15

JANTAR

HOME OFFICE

2,34

CAIXA DE MÁQUINA [HIDRÁULICA]

4,7

NOME

CONTEÚDO

ALUNO(A)

ESCALA

PLANTA BAIXA MODELO 2 TERREO FRANCIELEN CAMPOS 1:50 ARQUITETURA SUSTENTÁVEL - ECO HOUSE

TEMA

FOLHA

03 03/20


1,6

0,90x1,20

1,4

2,5

CORTE UNICO

CAIXA DE MÁQUINA [ELÉTRICA]

DORMITORIO

4,6

+ 2,83

TELHADO VERDE

2,4

+ 2,83

DECK

2,52

4,94

CAIXA DE MÁQUINA [HIDRÁULICA]

+ 2,85

4,65

CORTE UNICO

4,94

NOME

CONTEÚDO

ALUNO(A)

ESCALA

1ºPAV. PLANTA BAIXA MODELO 2 FRANCIELEN CAMPOS 1:50 ARQUITETURA SUSTENTÁVEL - ECO HOUSE

TEMA

FOLHA

04 04/20


C. D'ÁGUA 250L

C. D'ÁGUA 250L

1

2,50

BOILER

TELHADO VERDE + 2,83

+ 15

+30

+13

CAIXA DE MÁQUINA [HIDRÁULICA]

NOME

CORTE A PLANTA MODELO 1 1:50 FRANCIELEN CAMPOS ARQUITETURA SUSTENTÁVEL - ECO HOUSE

ALUNO(A) TEMA

CONTEÚDO

1,15

+13

2,5

2,7

+ 2,85

ESCALA

FOLHA

05 05/20


C. D'ÁGUA 250L

BOILER

1

2,50

C. D'ÁGUA 250L

TELHADO VERDE

+ 2.85

2,5

2,7

+ 2,83

+15

+ 15

+13

1,15

0,5

+13

CAIXA DE MÁQUINA [ELÉTRICA]

CAIXA DE MÁQUINA [HIDRÁULICA]

NOME

TEMA

CONTEÚDO

CORTE B PLANTA MODELO 1 1:50 FRANCIELEN CAMPOS ARQUITETURA SUSTENTÁVEL - ECO HOUSE

ALUNO(A)

ESCALA

FOLHA

06 06/20


21º

C. D'ÁGUA 250L

BOILER

1 DECK

+ 2,85

+ 2,83

2,5

CONDUTOR

2,50

12º

+ 15

+ 15

NOME

TEMA

CONTEÚDO

CORTE C PLANTA MODELO 1 1:50 FRANCIELEN CAMPOS ARQUITETURA SUSTENTÁVEL - ECO HOUSE

ALUNO(A)

ESCALA

FOLHA

07 07/20


2,50 0,9

2,7

2,7

+ 3.08

0,7

+ 15

+ 15

+ 13

0,5

+ 13

CAIXA DE MÁQUINA [ELÉTRICA]

NOME

TEMA

CONTEÚDO

PLANTA MODELO 2 CORTE UNICO FRANCIELEN CAMPOS 1:50 ARQUITETURA SUSTENTÁVEL - ECO HOUSE

ALUNO(A)

ESCALA

FOLHA

08 08/20


2,4

2,5

LAVANDERIA 1,25

BIBLIOTECA

Vedação faz uso de brises basculantes produzida com madeira, + 13 vedadas com portas corrediças de vidro.

0,90

CAIXA DE MÁQUINA [ELÉTRICA]

4,7

CORTE C

2.4 Detalhes W.C. FECHAMENTOS + 15 As vedações foram desenvolvidas com uso de diferentes tipos de elementos e ma0,75 teriais. Mas todos sendo utilizados com o objetivo de minimizar os efeitos agravantes ao meio natural. Fazendo uso de elementos naturais como madeiras de reflorestamento como Eucaliptos, Pinos e o Bálsamo, assim como uso de bambús Taquara. As propriedades mecânicas de pinus são influenciadas acentuadamente pelas prá1,80 ticas de manejo florestal adotadas nos plantios. Portanto, deve-se precaver quanto a esta característica em usos estruturais. A madeira Balsamo é fácil de ser trabalhada. Acabamento de regular a bom na plaina, torno e broca. É moderadamente fácil de serrar e aplainar; é fácil de pregar, parafusar e permite acabamento satisfatório. Taquara é outra largamente utilizada no Brasil para designar espécimes diversos de bambus, suas aplicações são asCOZINHA mais diversas possíveis, inclusive na construção de cercas, cestos, instrumentos musicais e até mesmo como elementos construtivos de residências, que não têm exigência de grandes cargas (Filgueira, 1988).

+ 15

2,4

CORTE B ESTAR CORTE A

+ 13

CORTE C

3

Foi feito o uso de duas camadas de bambús Taquara (bambusa taquara) com uma lamina de fibra vegetal entre elas para vedação.

0,85

4,66 + 13

2,5

2,4

+ 13

0,85

4,66 LAVANDERIA

1,25 W.C.

1,80 + 15

CORTE B 2,4

COZINHA

ESTAR CORTE A

CORTE A + 13

2,3 4,74

CAIXA DE MÁQUINA [HIDRÁULICA]

3

+ 15

JANTAR

1,25

HOME OFFICE

CORTE C

4,7

4,7

0,75

BIBLIOTECA

PLANTA BAIXA MODELO 1 TÉRREO ESC. 1:50

+ 13

0,90

26

7

W.C.

+ 15

CAIXA DE MÁQUINA [ELÉTRICA]

2,34

HOME OFFICE

+ 13

0,90

CORTE B

2,34

JANTAR

Vedação utiliza de duas lâminas de madeira de reflorestamento preen+ 15 chidas com lã de rocha auxiliando 2,5 no controle termico do ambiente.

BIBLIOTECA 0,75

4,7

+ 15

2,4

NDERIA

4,74

MÁQUINA ÁULICA]

2,3

CAIXA DE MÁQUINA


21º

12º

CONDUTOR

12º

C. D'ÁGUA 250L

BOILER

1

2,50

21º

DECK

+ 2,85

+ 2,83

2,5

CONDUTOR

+ 15

+ 15

CORTE C ESC. 1:50

GRAMA > 5cm

Cobertura verde desenvolvida para uso de coleta de água pluvial, permitindo juntamente o cultivo de hortaliças de raizes rasas.

2,50

Parede desenvolvida com pallets com dimensões de 0,10x1,15x0,015 trabalhados sob encaixe permitindo a entrada de luz e ventilação natural.

Cobertura produzica com telha sanduíche, possuindo angulação de 21 graus para melhor captação solar das placas solares. Vedação da cobetura feita por brises baculantes de vidro permitindo a saida do ar quente ao mesmo tempo em que permite a circulação do ar, leveza e transparência na cobertura.

C. D'ÁGUA 250L

BOILER

2,5

12º

12º

BIDIM < 0,5cm ARGILA > 10cm

Janela de bambú com um eixo fixador pivotante, permitindo o controle de inDECK sidencia solar nos ambientes.

1

TERRA > 10cm

12º

+ 2,85

+ 2,83

LAJE ACABADA

2,5

2,5

IMPERMEABILIZANTE < 1cm

28


ESTRUTURAS Para o desenvolvimento estrutural foram utilizadas bitolas de madeira da madeira do Eucalipto, comumente produzidas pelo mercado das indústrias. O Eucalipto é uma espécie de madeira muito trabalhada para o reflorestamento. Os eucaliptos representam um grupo muito variado de madeiras, com densidades desde 500 kg/m³ até 1000 kg/m³, A espécie de Eucalyptus citriodora é adequada ao uso em peças estruturais pelas suas características de resistência mecânica, durabilidade natural e menor tendência ao rachamento. (Meirelles, 2010). Esquema estrutural:

Usos: Vigas - Bitolas utilizadas com sessão de 0,05 x 0,20 x 5,00m. Pilares - Bitolas com sessão de 0,20 x 0,20 x 3,00 e 0,20 x 0,20 x 6,00m. Caibros - Bitolas com sessão de 0,12 x 0,12 x 6,00m e 7,5 x 7,5cm Ripas - Bitolas com sessão de 1,5 x 5cm * As formas de fixação dos elementos estruturais são realizadas por chapas parafusadas.

Pilar com chapa interna, encostado na base

Fonte:"Processo construtivo da madeira Por: Meirelles, S.

Conector metálico tipo T, utilizado nas ligações de vigas principais e secundárias e ligação de pilar e viga.

Fonte:"Processo construtivo da madeira - Por: Meirelles, S. 30


LAVANDERIA BIBLIOTECA CAIXA DE MÁQUINA [ELÉTRICA]

ESTAR

COZINHA

CAIXA DE MÁQUINA [HIDRÁULICA]

HOME OFFICE JANTAR

NOME

TEMA

CONTEÚDO

LAYOUT MODELO 1 TERREO - A FRANCIELEN CAMPOS 1:50 ARQUITETURA SUSTENTÁVEL - ECO HOUSE

ALUNO(A)

ESCALA

FOLHA

09 09/20


CAIXA DE MÁQUINA [ELÉTRICA] DORMITORIO

TRABALHO

CAIXA DE MÁQUINA [HIDRÁULICA]

TELHADO VERDE

DECK

NOME

TEMA

CONTEÚDO

LAYOUT MODELO 1 1º PAV - A FRANCIELEN CAMPOS 1:50 ARQUITETURA SUSTENTÁVEL - ECO HOUSE

ALUNO(A)

ESCALA

FOLHA

10/20 10


LAVANDERIA TV CAIXA DE MÁQUINA [ELÉTRICA]

COZINHA HOME OFFICE

CAIXA DE MÁQUINA [HIDRÁULICA]

JANTAR

ESTAR

NOME

TEMA

CONTEÚDO

LAYOUT MODELO 1 TERREO - B FRANCIELEN CAMPOS 1:50 ARQUITETURA SUSTENTÁVEL - ECO HOUSE

ALUNO(A)

ESCALA

FOLHA

11 11/20


CAIXA DE MÁQUINA [ELÉTRICA] DORMITORIO

CAIXA DE MÁQUINA [HIDRÁULICA]

TELHADO VERDE

DECK

NOME

TEMA

CONTEÚDO

LAYOUT MODELO 1 1º PAV. - B FRANCIELEN CAMPOS 1:50 ARQUITETURA SUSTENTÁVEL - ECO HOUSE

ALUNO(A)

ESCALA

FOLHA

12/20 12


HOME OFFICE

LAVANDERIA

CAIXA DE MÁQUINA [ELÉTRICA]

COZINHA TV

CAIXA DE MÁQUINA [HIDRÁULICA]

JANTAR

ESTAR

NOME

TEMA

CONTEÚDO

LAYOUT MODELO 1 TERREO - C FRANCIELEN CAMPOS 1:50 ARQUITETURA SUSTENTÁVEL - ECO HOUSE

ALUNO(A)

ESCALA

FOLHA

13 13/20


CAIXA DE MÁQUINA [ELÉTRICA] DORMITORIO

CAIXA DE MÁQUINA [HIDRÁULICA]

TELHADO VERDE

DECK

NOME

TEMA

CONTEÚDO

LAYOUT MODELO 1 1º PAV. - C FRANCIELEN CAMPOS 1:50 ARQUITETURA SUSTENTÁVEL - ECO HOUSE

ALUNO(A)

ESCALA

FOLHA

14/20 14


HOME OFFICE

LAVANDERIA

CAIXA DE MÁQUINA [ELÉTRICA] ESTAR

COZINHA

CAIXA DE MÁQUINA [HIDRÁULICA]

JANTAR

NOME

TEMA

CONTEÚDO

LAYOUT MODELO 1 TERREO - D FRANCIELEN CAMPOS 1:50 ARQUITETURA SUSTENTÁVEL - ECO HOUSE

ALUNO(A)

ESCALA

FOLHA

15 15/20


CAIXA DE MÁQUINA [ELÉTRICA] DORMITORIO

CAIXA DE MÁQUINA [HIDRÁULICA]

TELHADO VERDE

DECK

NOME

TEMA

CONTEÚDO

LAYOUT MODELO 1 1º PAV. - D FRANCIELEN CAMPOS 1:50 ARQUITETURA SUSTENTÁVEL - ECO HOUSE

ALUNO(A)

ESCALA

FOLHA

16 16/20


LAVANDERIA W.C. CAIXA DE MÁQUINA [ELÉTRICA]

ESTAR COZINHA

CAIXA DE MÁQUINA [HIDRÁULICA]

JANTAR

HOME OFFICE

NOME

TEMA

CONTEÚDO

TERREO LAYOUT MODELO 2 FRANCIELEN CAMPOS 1:50 ARQUITETURA SUSTENTÁVEL - ECO HOUSE

ALUNO(A)

ESCALA

FOLHA

17 17/20


CAIXA DE MÁQUINA [ELÉTRICA]

DORMITORIO

TRABALHO

CAIXA DE MÁQUINA [HIDRÁULICA]

TELHADO VERDE

DECK

4,94

NOME

TEMA

CONTEÚDO

1º PAV. LAYOUT MODELO 2 FRANCIELEN CAMPOS 1:50 ARQUITETURA SUSTENTÁVEL - ECO HOUSE

ALUNO(A)

ESCALA

FOLHA

18 18/20


INTERRUPTOR DOS PAINEIS SOLARES DECIDA

DECIDA

TRANSFORMADOR

PAINEL DE CONTROLE DE ENERGIA

BATERIAS DE ARMAZENAMENTO ENERGÉTICO

CAIXA DE MÁQUINA [ELÉTRICA]

PAINEIS DE CAPTAÇÃO SOLAR

LEGENDA Ponto de decida

NOME

TEMA

CONTEÚDO

CAPTAÇÃO ENERGÉTICA ARMAZENAGEM FRANCIELEN CAMPOS 1:50 ARQUITETURA SUSTENTÁVEL - ECO HOUSE

ALUNO(A)

ESCALA

FOLHA

20 19/20


DECIDA MODELO 2

DECIDA

EIXO CONDUTOR PLUVIAL

ESCOAMENTO

CAIXA DE MÁQUINA [HIDRÁULICA]

DISTRIBUIÇÃO AQUECIDA

REÚSO PREDIAL

SUBIDA

BOMBA

SUBIDA

SENTIDO DE ESCOAMENTO

REÚSO PLUVIAL RESERVATÓRIO

500 L

ABASTECIMENTO PÚBLICO

CONDUTOR PLUVIAL

TRATAMENTO

250 L

SUBIDA

SUBIDA

REÚSO PREDIAL 250 L

ABASTECIMENTO PÚBLICO

SUBIDA

DECIDA CONDUTOR PLUVIAL

TRATAM. 1

BOMBA

BOILER

DECIDA

COLETA PLUVIAL SENTIDO DE ESCOAMENTO

TRATAMENTO 2

DISTRIBUIÇÃO

DECIDA

COLETA

FILTRO

RESERVATÓRIO

ESCOAMENTO

LEGENDA Ponto de subida / decida Abastecimento

FILTRO

DECIDA

EIXO CONDUTOR PLUVIAL NOME

TEMA

CONTEÚDO

SISTEMAS HIDRAULICOS DISTRIBUIÇÃO FRANCIELEN CAMPOS 1:50 ARQUITETURA SUSTENTÁVEL - ECO HOUSE

ALUNO(A)

ESCALA

FOLHA

20 20/20


2.8 Vistas

Norte

Sul

Leste

Oeste 44


2.9. Perspectivas

46


48


3. POSSIBILIDADES

50


Considerando que o municipio de Ribeirão Preto situado no interior do estado de São Paulo, foi escolhido para o desenvolvimento deste projeto; Foram considerados alguns elementos importantes como, latitude local para melhor eficiencia na captação de energia solar; intensidade solar, correntes de ar e condições climáticas local para o desenvolvimento do projeto bem como a possibilidade de implantação na cidade

Possível Localização A cidade de Ribeirão Preto conta com a estada de um dos bairros mais antigos da cidade, situada próximo ao centro. O bairro dos Campos Elíseos ainda possuí predominantemente características residenciais exceto próximo a avenidas e ruas comerciais, como a Av. Saudade, Av. Cel. Quito Junqueira, Rua Luiz Barreto, Rua Patrocínio, Rua Goiás e a Rua Capitão Salomão.

Lote desocupado entre as ruas Patrocínio e Paraíba Fonte Google Earth Municipio de Ribeirão Preto Fonte Google Earth

Tendo em vista que a Eco House é um modelo de habitação que traz consigo a ideia de uma figura que pode ser repitida, desde que sua implantação cumpra condições de aplicação em terrenos com baixa inclinação, e latitudes congêneres a 21 graus, para não haver interferência de modo significativo na captação de energia solar

Possível Ponto de interesse Uma possível área para o estabelecimento do projeto seria um lote localizado entre as ruas Patrocínio e Paraíba, área com caráter predominantemente residencial mas que também dispõe de comércios próximos, o que decerto ocasionaria a oportunidade alternativa de inserção de um conjunto de Eco Houses.

52


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0

10

150

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MAPA LOTE ÁREA: 3.946m²

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MAPA DE USO DO SOLO

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MAPA DA ÁREA E INDICAÇÃO DO LOTE

500

Residência Comércio Serviço Institucional Área Verde Vazio Sem uso

54


FIGURA FUNDO

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Sem Edificação Térreo (1 Pavimento) 2 à 3 Pavimentos 4 à 5 Pavimentos Até 10 Pavimentos Mais de 10 Pavimentos

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Religioso - Escala de bairro - Particular Ponto de Ônibus Rede Telefônica Lixeira Particular Banco Público

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Eco House

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MAPA DE EQUIPAMENTOS E MOBILIÁRIO URBANO

IMPLANTAÇÃO ESC. 1:800

Considerando a alternativa de que a Eco House é um sistema habitacional que traz consigo a possibilidade de repetição, é possível à vista disso, um cenário onde se aplica um conjunto de habitações como a ilustração acima apresenta. Tido que foi aplicado a possibilidade levando em conta a densidade local, não dissipando as características locais do lote de 3.946m² desabilitado. Sendo assim, é de natureza exequível tal aplicação de implantação. 60


Considerando este projeto como uma resposta para o tema levantado, foi elaborado um modo de habitação denominado Eco House partindo do conceito de arquitetura sustentável, que concentra-se na criação de uma harmonia entre a obra final e como seu processo de construção está relacionado com meio natural de maneira menos agressiva, otimizando processos de construção. Assim sendo, foram atingidos os objetivos gerais de maneira satisfatória, pois foi desenvolvido um sistema metodológico aplicando soluções construtivas convencionais como a aplicação de bitolas estruturais de madeira, e elementos como cobogós, muxarabis, sheds e brises basculantes, sendo eles não tão agressivos ao meio natural; bem como métodos não exatamente convencionais como, uso de telhado verde, reutilização de águas cinzas e uso de pallets e bambus como elementos de vedação. Este projeto cumpre com os objetivos estabelecidos e com a elucidação do que é arquitetura sustentável segundo alguns dos principais agentes encarregues apresentados.

“ O PROJETO IDEAL NÃO EXISTE, A CADA PROJETO EXISTE A OPORTUNIDADE DE REALIZAR UMA APROXIMAÇÃO ”. Paulo Mendes da Rocha

62


ARQUITETURA SUSTENTÁVEL ECO HOUSE

FRANCIELEN CAMPOS


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