Revista Mundo Fiat - 101

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REVISTA DO GRUPO FIAT DO BRASIL Número 101 - ABR/MAI 2010

NOVO UNO Marchionne: “O Brasil é a nossa segunda casa” • Fiat, líder de vendas no mercado de táxis • CNH nacionaliza equipamentos agrícolas • Comau entre os melhores no Prêmio Projeto do Ano • Magneti Marelli lança produtos e serviços de reparação automotiva • Iveco Stralis NR: caminhão pesado inspirado no cliente • Case investe no esporte • As novas exigências da boa governança • As raízes mineiras da grande famiglia • Perfil: chef Memmo Biadi • Ações sustentáveis na Fundação Torino


CARTA AO LEITOR

Os momentos que valem a pena por Cledorvino Belini*

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á momentos particularmente gratificantes na vida empresarial, como aquele em que se anuncia um novo ciclo de investimentos e aquele em que se podem mostrar os resultados destes investimentos. É quando sentimos que estamos no caminho certo, construindo de fato o futuro, ajudando a perpetuar a empresa, contribuindo para o crescimento do país e para o desenvolvimento da sociedade. E se o produto lançado for um sucesso de público e crítica, o sentimento, então, é de satisfação imensurável. O Grupo Fiat está neste momento inspirador, em que pode apresentar, um após outro, novos empreendimentos e produtos, viabilizados no âmbito dos R$ 6 bilhões que está investindo no Brasil entre 2008 e este ano. Uma parte importante destes recursos gerou as condições para o desenvolvimento do Novo Uno, ao dotar nossas empresas de centros de engenharia e de design, de equipamentos, processos, tecnologia e capacidade de produção para responder ao ritmo e às necessidades do mercado brasileiro. O projeto do novo automóvel mobilizou as forças criativas de várias empresas do Grupo, como Fiat, FPT – Powertrain Technologies, Magneti Marelli, Teksid, Comau e Fiat Group Purchasing, em perfeita sintonia entre Brasil e Itália. Equipes bem preparadas trabalharam com entusiasmo, procurando superar os próprios limites. Evidenciou-se neste processo a maturidade brasileira como polo automotivo de classe global, pois não apenas as empresas do Grupo Fiat, mas a cadeia de fornecedores de produtos e serviços, estiveram à altura de gerar soluções adequadas à concepção de um veículo de nível internacional. Há também outro momento muito especial na vida empresarial, quando podemos passar a dividir nosso tempo entre a rotina dos negócios e a representação institucional, entre o nível micro das decisões empresariais e o macro da economia e da agenda nacional. Pessoalmente, tenho o privilégio de viver simultaneamente todos estes momentos especiais. Ao mesmo tempo em que o Grupo Fiat continua a realizar novos investimentos e em que lança um automóvel com grande expectativa de sucesso, assumo a presidência da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), entidade que reúne as empresas fabricantes de autoveículos, máquinas agrícolas e de construção e representa um dos mais importantes setores econômicos brasileiros. O mandato de representação setorial é motivo de muita honra e de sentido de responsabilidade, pois transcorrerá em uma conjuntura de rápidas transformações do perfil global da indústria automobilística, em que nos cabe incrementar a competitividade de nossa indústria, sempre considerada em conjunto com os fornecedores, outros parceiros e infraestrutura logística, para posicionarmo-nos de modo vencedor frente à concorrência internacional e retomarmos em plenitude nossa tradição exportadora. Os desafios são grandes, mas a força para superá-los brota da certeza de que o setor automotivo brasileiro, no qual o Grupo Fiat se insere, é um parque industrial e tecnológico como poucos no planeta e tem um papel estratégico a cumprir no desenvolvimento nacional. * Presidente do Grupo Fiat para a América Latina

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sumário

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EXPEDIENTE

Mundo Fiat é uma publicação da Fiat do Brasil S/A, destinada aos stakeholders das empresas do grupo no Brasil.

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Realidade Virtual do Novo Uno gerada pelo Centro Estilo

06 Capa NOVO UNO Novas emoções, novas razões: Novo Uno chega ao mercado em quatro versões que permitem total personalização. Desenvolvimento privilegiou o conceito de round square, ou quadrado com cantos curvos, que preservam a forma geométrica básica, mas destacam a harmonia.

30 Grupo Fiat SERGIO MARCHIONNE CEO do Fiat Grupo e da Chrysler visita o Brasil para participar da inauguração do complexo industrial da CNH em Sorocaba (SP) e acompanhar de perto os detalhes do lançamento do Novo Uno.

34 Investimentos COMPLEXO INDUSTRIAL CNH Case New Holland (CNH) inicia produção de máquinas agrícolas em Sorocaba, onde também serão fabricados peças e componentes para pulverizadores e colhedoras de cana e de café.

38 Produto CNH NACIONALIZA MÁQUINAS Colheitadeiras de duplo rotor CR9060, da New Holland Agriculture, e tratores da linha

Farmall, da Case IH, agora são produzidos pela Case New Holland (CNH) no Brasil.

46 Lançamento IVECO STRALIS NR Para desenvolver a nova família de caminhões pesados, a Iveco realizou intensas pesquisas com frotistas, concessionários e autônomos, para garantir um modelo mais produtivo e com baixo custo operacional.

54 Produto REPARAÇÃO AUTOMOTIVA Magneti Marelli e Texa oferecem linhas de scanners, estações de recarga de ar condicionado e análise de emissões para carros, motos e caminhões.

61 Transporte TÁXIS DO BRASIL Fiat é líder de vendas pelo segundo ano consecutivo no mercado de táxis, graças ao alto padrão de acabamento e custos imbatíveis dos veículos.

66 Tendências GOVERNANÇA A esfera corporativa brasileira vive uma mudança cultural sem precedentes, com o aumento da transparência na gestão dos atos, demonstrações e intenções empresariais.

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46 76 Imigração Italiana ITALIANOS EM MINAS GERAIS A história do desenvolvimento econômico e social do Estado se confunde com as vidas de inúmeros imigrantes italianos, que deixaram a Europa para prosperar em solo mineiro.

82 Perfil MEMMO BIADI O mais tradicional chef italiano de Belo Horizonte começou quando tinha apenas 19 anos e ajudava a mãe, Dona Derna, no restaurante Fontana di Trevi. Hoje ele planeja um futuro mais tranquilo, ao dedicar-se aos mosaicos, à caça e à pesca.

90 Prêmio GESTÃO DE PROJETOS Comau implanta linhas de montagem na fábrica Fire 2 da FPT – Powertrain Technologies e conquista terceiro lugar no Prêmio Projeto do Ano, promovido pela revista Mundo PM em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.

A Lastro, consciente de suas responsabilidades sociais e ambientais, utiliza papéis Suzano com certificado FSC (Forest Stewardship Council) para impressão da revista Mundo Fiat. A certificação FSC garante que a matéria-prima florestal para a produção do papel é proveniente de manejo considerado social, ambiental e economicamente adequado. A Lastro está em processo de certificação na Cadeia de Custódia – FSC, garantindo a produção de seus impressos com qualidade e sustentabilidade.

www.grupofiat.com.br www.eticagrupofiat.com.br FIAT DO BRASIL S/A Presidente: Cledorvino Belini MONTADORAS FIAT AUTOMÓVEIS Presidente: Cledorvino Belini CASE NEW HOLLAND Presidente: Valentino Rizzioli IVECO LATIN AMERICA Presidente: Marco Mazzu COMPONENTES FPT – POWERTRAIN TECHNOLOGIES Superintendente: Franco Ciranni MAGNETI MARELLI Presidente: Virgilio Cerutti TEKSID DO BRASIL CEO Nafta e Mercosul: Vilmar Fistarol SISTEMAS DE PRODUÇÃO COMAU Superintendente: Alejandro Solis SERVIÇOS FINANCEIROS BANCO FIDIS Superintendente: Gilson de Oliveira Carvalho BANCO CNH CAPITAL Superintendente: Derci Alcântara FIAT FINANÇAS Superintendente: Gilson de Oliveira Carvalho SERVIÇOS FIAT SERVICES Superintendente: José Paulo Palumbo da Silva FIAT REVI Superintendente: Davide Nicastro FIDES CORRETAGENS DE SEGUROS Superintendente: Marcio Jannuzzi FAST BUYER Superintendente: Valmir Elias ISVOR Superintendente: Márcia Naves ASSISTÊNCIA SOCIAL FUNDAÇÃO FIAT Diretor-Presidente: Adauto Duarte CULTURA CASA FIAT DE CULTURA Presidente: José Eduardo de Lima Pereira EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO TORINO Presidente: Raffaele Peano Comitê de comunicação Alexandre Campolina Santos (Fiat Services ), Ana Vilela (Casa Fiat de Cultura), Pollyane Bastos (Teksid), Carolina Guimarães (Fundação Torino), Cláudio Rawicz (FPT – Powertrain Technologies), Elena Moreira (Fundação Fiat), Fabíola Sanchez (Magneti Marelli), Fernanda Palhares (Isvor), Guilherme Pena (Fiat Automóveis), Jorge Görgen (CNH), Marco Antônio Lage (Fiat Automóveis), Marco Piquini (Iveco), Milton Rego (CNH), Othon Maia (Fiat Automóveis), Renata Ramos (Comau) e Roberto Baraldi (Fiat do Brasil). Jornalista Responsável: Marco Antônio Lage (Diretor de Comunicação da Fiat). MTb: 4.247/MG Gestão Editorial: Margem 3 Comunicação Estratégica. Editor-Executivo: Wagner Concha. Colaboraram nesta edição: Adriana Bernardino, Bianca Alves, Carlos Henrique Ferreira, Carol Lopes, Cléa Martins, Guilherme Pena, José Eduardo de Lima Pereira, Juliana Andrade, Paola Coelho, Patrícia Larsen, Rafael Mariani, Renato Morais, Roberto Ângelo, Roberto Baraldi, Rúbia Piancastelli, Samuel Almeida e Wagner Concha. Projeto Gráfico e Diagramação: Sandra Fujii. Produção Gráfica: Ilma Costa. Impressão: Lastro. Tiragem: 20.500 exemplares. Redação: Rua dos Inconfidentes, 1.075, sl. 801 – CEP 30.140-120 – Funcionários – Belo Horizonte – MG – Tel.: (31) 3261-7517. Fale conosco: mundofiat@fiatbrasil.com.br Para anunciar: José Maria Neves (31) 3297-8194 - (31) 9993-0066 - mundofiat@uol.com.br

Novo Uno, uma resposta ousada Por Marco Antônio Lage*

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or que tudo que é belo tem que custar caro? Por que produtos fabricados em larga escala não podem ser personalizáveis, como uma expressão da individualidade de seus proprietários? Por que a inovação só se torna acessível aos segmentos mais amplos do mercado quando já está obsoleta? Colocamos estes questionamentos em evidência e fomos procurar as respostas. Com atenção, ouvimos os consumidores, nossos parceiros e nossos talentos. Com mais atenção ainda buscamos interpretar as aspirações e sinais do mercado, provocamos nossos designers, desafiamos nossos engenheiros. Por fim, as respostas que encontramos para nossos questionamentos se materializaram não apenas em novos conceitos, mas em um novo carro – o Novo Uno, que a Fiat tem muito orgulho de apresentar ao mercado. O lançamento do Novo Uno é um evento pleno de significados. Depois do lançamento do Palio, esta é a segunda vez que o Brasil participa ativamente do desenvolvimento de um automóvel Fiat, destacando-se em todas as etapas de projeto e produção. E o Novo Uno, como o Palio, chega primeiro ao consumidor brasileiro, para depois ganhar novos mercados no exterior. Este lançamento evidencia também a maturidade do Grupo Fiat no Brasil, pois, além da própria Fiat Automóveis, participaram do projeto a FPT – Powertrain Technologies, a Magneti Marelli, a Teksid, a Comau e a FGP – Fiat Group Purchasing, bem como as empresas de serviços, finanças e capacitação do Grupo, que aportaram ideias, soluções, partes e componentes essenciais. O sentimento é de dever cumprido, pois o resultado é um carro de classe internacional, de qualidade global, alinhado à busca por veículos com mais conteúdo tecnológico, mais bonitos, mais limpos e, sobretudo, mais econômicos. É um projeto que nada fica a dever aos europeus, asiáticos ou norte-americanos, com o diferencial de aliar design e tecnologia de ponta ao espírito brasileiro. O Novo Uno é destaque nesta edição de Mundo Fiat, que traz também as opiniões do CEO do Fiat Group, Sergio Marchionne, após sua recente visita ao Brasil, e a posse de Cledorvino Belini como presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Boa leitura! * Diretor de Comunicação Corporativa do Grupo Fiat

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Fotos Studio Cerri

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NOVO UNO Novas emoções, novas razões Desenvolvimento do novo modelo da Fiat privilegiou o conceito de round square, ou quadrado com cantos curvos, que preservam a forma geométrica básica, mas destacam a harmonia

POR ROBERTO BARALDI

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m milhão de horas separam o conceito da obra. Este é o tamanho do investimento humano e intelectual – um milhão de horas de trabalho de centenas de pessoas no Brasil e na Itália – necessário para transformar o Novo Uno de uma ideia abstrata na cabeça de muitos consumidores, em um automóvel elegante e marcante, ousado nos conceitos e nas linhas, e, acima de tudo, digno de sua estirpe.

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O Novo Uno vem com todos os atributos para fazer também uma nova história de sucesso. Chega ao mercado em quatro versões: Vivace 1.0 Flex, Way 1.0 Flex, Attractive 1.4 Flex e Way 1.4 Flex, que permitem total personalização através de múltiplas opções de acabamento e de acessórios, que transformam cada carro em um modelo único, pura expressão da individualidade do dono.

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CAPA

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O interior do Novo Uno oferece muito espaço e conforto. Linhas sinuosas se destacam no painel

Por trás do visual inovador existe uma máquina surpreendente. O novo modelo marca a estreia de dois novos motores da FPT – Powertrain Technologies, o Fire 1.0 EVO e o Fire 1.4 EVO, ambos Flex, que incorporam modernas tecnologias para garantir ótimo desempenho com economia de combustível e baixo nível de emissões.

Como nasce um automóvel Para formular o conceito do novo modelo e chegar às suas surpreendentes formas, os designers do Centro Estilo Fiat para América Latina, em colaboração com o Centro Estilo Fiat da Itália, não tentaram adivinhar o que o consumidor queria. Pelo contrário. Eles primeiro ouviram o cliente, para depois partir para a criação do carro. A comunicação aberta foi adotada ao longo de todo o processo de desenvolvimento, da concepção básica até as clínicas de produto com os modelos em tamanho real. O primeiro desafio foi compreender as razões de sucesso do Fiat Uno, o clássico modelo de formas quadradas que foi lançado mundialmente em 1983, nas instalações aeroespaciais do Cabo Canaveral, nos Estados Unidos. Ele chegou ao Brasil no ano seguinte e tocou o coração do consumidor com suas formas inovadoras, seu jeito de ser maior por dentro do que por fora, sua economia e funcionalidade. Em 1990, foi o primeiro automóvel brasileiro a receber um

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CAPA A forma quadrada que domina o exterior traduz a alma do Uno

motor de 1.000 cc, o que lhe rendeu o sobrenome de Mille e fez dele um sucesso de vendas até hoje. O Mille continua na estrada e à venda nas concessionárias Fiat, em sua trajetória de ícone que apaixona e resolve problemas, convivendo com o Novo Uno, que reinterpreta sua alma. Carlos Eugênio Dutra, diretor de Produto e de Exportação da Fiat, explica que o primeiro passo para desenvolver o novo carro foi ouvir os consumidores, para entender como seria possível criar diferenciação emocional com autenticidade, em um segmento em que as decisões de compra são extremamente racionais. O principal público da pesquisa foi composto por homens e mulheres da classe B, entre 18 e 30 anos de idade. Mas também foram ouvidos outros segmentos, das classes A e C, nos grupos de 15 a 17 anos e de 30 a 40 anos. Conclusão:

menos é mais. Isto é: o consumidor quer um carro simples, funcional e inteligente. Um carro que atenda à razão, mas que toque a emoção. Os designers do Centro Estilo Fiat ouviam os inputs da pesquisa e criavam propostas em tempo real. “Nosso desafio era captar a alma do Uno, entender sua essência na mente e no coração dos consumidores”, relata Peter Fassbender, gerente do Centro Estilo Fiat para a América Latina. Constatou-se que a forma quadrada é o mais forte elemento de identidade do Uno. “Mas não se tratava de reestilizar o modelo, mas de criar um carro moderno, marcante, com a alma do Uno”, acrescenta. Inúmeras ideias e concepções convergiram para o conceito do round square, isto é, do quadrado com os cantos curvos, que preservam a forma geométrica básica, mas destacam a harmonia. O conceito tornou-se o DNA

Projetos como o Novo Fiat Uno merecem nossa homenagem!

O Grupo ThyssenKrup Bilstein Brasil parabeniza a Fiat pelo lançamento do Novo Uno. Nós temos um imenso orgulho de participar deste projeto que sem dúvida será um sucesso.

Divisão Automotive Systems Braços oscilantes

Divisão Molas e Barras Mola helicoidal dianteira e traseira Barra estabilizadora dianteira

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CAPA Versão Way: visual moderno, esportivo e agressivo

do Novo Uno, sintetizando-se nos três elementos estéticos que ladeiam o emblema da Fiat sobre a grade frontal e dominando o visual externo. Internamente, porém, estabelece-se o contraponto: destacam-se formas arredondadas, acolhedoras, amigáveis, leves e joviais, que convidam as pessoas a permanecer dentro do carro. Assim, o habitáculo é espaçoso, iluminado, confortável, funcional e muito bem acabado – ele

é totalmente revestido, sem chapa aparente. Um dos pontos de destaque é o painel, cuja parte frontal traz a tecnologia insert molding, um filme estampado e injetado conjuntamente ao componente plástico, que propicia a criação de elementos gráficos variados, coloridos e decorativos no painel, diferenciando as versões do carro, além de permitir a personalização. O quadro de instrumentos repete o tema circular, inclusive em seu display. A tudo isto somam-se itens de conforto e segurança, como airbags e freios ABS, direção hidráulica, arcondicionado e rádio CD / MP3 player com Bluetooth, viva-voz e conexão USB. O Novo Uno traz também um conteúdo inédito para o seu segmento: o parabrisa térmico, que tem a função de desembaçamento. Este item, quando acionado, leva até três minutos para desembaçar o parabrisa por completo. No final deste tempo, a função é desativada automaticamente. Um milhão de horas Do nascimento do conceito do Novo Uno à primeira unidade de présérie, o processo de desenvolvimento do carro envolveu centenas de profissionais e três anos de trabalho. Giancarlo Bertoldi, diretor de Engenharia da Fiat, dá os números: um milhão de horas trabalhadas em projeto, design, engenharia, produção pré-série e testes. Foram detalhadas 2 mil especificações técnicas, 200 mil horas de cálculos e 6,5 milhões de quilômetros foram percorridos por 400 veículos em testes. Todo este trabalho resultou em soluções inovadoras em ergonomia, para oferecer mais conforto e visibilidade ao motorista e ocupantes, mais estabilidade proporcionada por novas suspensões, elementos de segurança ativa e passiva e nova motorização. A área de Engenharia

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CAPA O porta-malas espaçoso surpreende. A versão Way é ideal para quem busca mais atributos, conteúdos e potência

concentrou-se também em soluções de conforto acústico, para reduzir o nível de ruído, de vibração mecânica e de harshness (sensação de aspereza provocada por vibração mecânica de média frequência). A soma de todo este esforço técnico e criativo é um modelo competitivo, posicionado nos segmentos A e B do mercado, que atende a diversos perfis de públicos, com variados propósitos, conforme destaca o diretor comercial da Fiat, Lélio Ramos. “Esta é a fatia mais estratégica do mercado, pois, juntos, os segmentos A e B respondem por mais da metade das vendas”, destaca. O segmento A é o primeiro carro zero quilômetro da maioria dos consumidores e, por isso, é caracterizado pela racionalidade na busca da melhor relação entre custo e benefício. É fundamental para o envolvimento do cliente e o estabelecimento de uma relação de fidelidade com a marca. Já o segmento B busca mais atributos em um automóvel, como mais potência e mais conteúdos de série. Com as motorizações 1.0 e 1.4 e ampla gama de conteúdos exclusivos, o Novo Uno é uma aposta em ambos os segmentos. Motores mais eficientes O Novo Uno marca a estreia da família de motores Fire EVO, produzida na nova fábrica da FPT – Powertrain Technologies, em Betim (MG). Os pontos fortes da nova família de

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motores são a redução de consumo e melhor aproveitamento energético, com menor emissão de poluentes e ruído, conforme explica João Irineu Medeiros, diretor de Engenharia do Produto da FPT Mercosul. Ambos os motores são flexfuel, com 1.0 litro e 1.4 litro, e trazem uma série de inovações tecnológicas e componentes inéditos em motores de baixa cilindrada. Uma delas é o variador de fase contínuo (CVCP - Continuously Variable Cam Phaser), presente na versão 1.4, capaz de reduzir o consumo em até 5%.


CAPA

Quatro versões para todos os estilos O novo Fiat Uno chega ao mercado em quatro versões, primeiramente todas com quatro portas (as versões duas portas chegam nos próximos meses). São elas: Vivace 1.0 Flex Potência Torque

Motor 1.4 da versão Attractive confere bom desempenho ao Novo Uno

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Way 1.0 Flex

Attractive 1.4 Flex

Way 1.4 Flex

73 cavalos (gasolina)

85 cavalos (gasolina)

75 cavalos (álcool)

88 cavalos (álcool)

9,5 kgm / 3.850 rpm (gasolina)

12,4 kgm / 3.500 rpm (álcool)

9,9 kgm / 3.850 rpm (álcool)

12,5 kgm / 3.500 rpm (gasolina)

O cliente do Novo Uno terá 14 cores para escolher, entre lisas e metalizadas. Três delas fazem sua estreia na linha Fiat: Amarelo Citrus e Azul Splash, exclusivas para as versões Vivace e Attractive, enquanto o Verde Box se destina somente à versão Way. Todas reforçam o espírito jovem, alegre e moderno do novo modelo. A versão de entrada é a Vivace 1.0 Flex, que traz o novo motor Fire 1.0 EVO, tornando-a ideal para quem

deseja conciliar economia de combustível, desempenho, conforto e uma excelente relação custo-benefício. Com o mesmo motor, a versão Way 1.0 Flex enfatiza um espírito mais aventureiro. A versão Attractive 1.4 Flex incorpora, além do motor Fire 1.4 EVO, muitos itens de série de conforto e estilo, enquanto a versão top de linha, a Way 1.4 Flex, tem um visual marcante e itens de série típicos de veículos de segmentos superiores.


O novo Fiat Uno também oferece kits de personalização com vários temas visuais. O kit Square traz apliques prata nos quadrados da grade dianteira, além de faixas laterais, adesivo na tampa traseira e badge para ser aplicado na coluna C. Para o interno do carro, este kit oferece insert molding para o painel de instrumentos e banco com tecido personalizado e tapetes em carpete. O kit Tribal, disponível para a versão Way, é composto por adesivos laterais, adesivo na tampa traseira, badge nos para-lamas, insert molding para o painel de instrumentos, volante em couro e tapetes em carpete com escrita Way. O kit Jeans oferece apliques amarelos nos quadrados da grade dianteira, adesivos nos para-lamas, adesivo na tampa traseira, badge para ser aplicado na coluna C, insert molding para o painel de instrumentos, banco com tecido personalizado e tapetes em carpete. Também estão disponíveis na rede de distribuidores Fiat os kits WWW, para quem é ligado na internet, o Podium, para os fãs do automobilismo, e o Arabesco, para quem leva a vida leve.

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a carroceria à mecânica, o Novo Uno foi construído para garantir a segurança de seus ocupantes. A carroceria, de monobloco estampado em aço de alta resistência, garante o desempenho estrutural do veículo e é mais leve que a de outros modelos da categoria, traduzindo em economia de combustível. Há reforços estrategicamente posicionados para melhorar ainda mais a performance estrutural. O capô foi projetado com deformação programada: se ocorrer uma colisão frontal, ele absorve a energia do impacto, preservando a integridade do habitáculo. Os airbags dianteiros e os cintos de segurança com pré-tensionador, opcionais para todas as versões do Novo Uno, complementam a ação do capô, reforçando a segurança. As portas contam com barras de proteção tubulares, que ajudam a preservar a integridade física dos ocupantes em caso de colisão lateral. Outro aspecto importante das portas é que sua construção especial possibilita a abertura mesmo após um impacto. Os bancos dianteiros são do tipo anti-submarining e seus encostos de cabeça foram projetados para evitar o efeito chicote no pescoço do condutor e do passageiro, reduzindo o risco de lesões na coluna cervical em caso de acidente. A coluna de direção, por sua vez, foi feita para minimizar danos físicos ao motorista em caso de colisão frontal. No aspecto mecânico, o novo modelo incorpora soluções que asseguram sua estabilidade e ajudam o motorista a manter o controle do carro em qualquer situação. A suspensão foi concebida para manter a estabilidade direcional e enfrentar qualquer tipo de terreno sem transmitir ao habitáculo as vibrações

segurança veicular

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Cada um do seu jeito

Tecnologias combinadas para proteger os ocupantes ocasionadas por pisos irregulares, proporcionando o máximo de segurança aos ocupantes sem sacrificar o conforto. Na dianteira a suspensão é do tipo McPherson e tem braços inferiores com triângulo retângulo. A barra estabilizadora é ancorada nos amortecedores. As molas helicoidais são do tipo side load. A função desse conjunto é minimizar o efeito de carga da frenagem em curva, garantindo o melhor equilíbrio em todas as condições de marcha, e também absorver ao máximo as asperezas do piso. A suspensão traseira é possui rodas semi-independentes com eixo de torção, que incrementa a rigidez estrutural e aumenta a flexibilidade da suspensão com carga obtida mediante o aumento de dimensão da borracha de ligação à carroceria. Isso melhora as respostas dinâmicas em curvas. Os coxins elásticos tiveram seu tamanho aumentado com o objetivo de melhorar a filtragem das irregularidades do piso, aumentando o conforto ao dirigir. E os amortecedores foram projetados para ampliar as condições limite de estabilidade em curvas. Os freios foram dimensionados de acordo com a versão e com a presença, ou não, de ABS. Na dianteira há disco com pinça flutuante; na traseira, tambor com sapata autocentrante e regulagem automática de jogo e cilindro mestre duplo. O sistema é de duplo circuito cruzado – se houver avaria em um deles, o outro freia o veículo –, e sem ABS traz ainda válvula corretora de frenagem que atua sobre o freio traseiro. Para tornar as frenagens em pisos escorregadios mais seguras, o Novo Uno oferece sistema antitravamento (ABS) nos freios como opcional em todas as versões. Junto com o sistema há EBD, distribuição eletrônica de frenagem.

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Motores FPT com mais potência e tecnologia Produzida na fábrica Fire 2 da FPT – Powertrain Technologies, nova família Fire EVO possui uma série de inovações tecnológicas. Modelo 1.4l é equipado com o variador de fase contínuo (CVCP), sistema eletroidráulico controlado pela centralina do motor.

Fire 1.0 l EVO

Fire 1.4 l EVO

Cilindrada

1.0l

1.4l

Combustível

Gasolina/Etanol

Gasolina/Etanol

Potência máxima 73 cavalos @ 6.250 rpm (gasolina) 75 cavalos @ 6.250 rpm (etanol)

85 cavalos @ 5.750 rpm (gasolina) 88 cavalos @ 5.750 rpm (etanol)

Torque máximo

,5 kgfm @ 3.850 rpm (gasolina) 9 9,9 kgfm @ 3.850 rpm (etanol)

12,4 kgfm @ 3.500 rpm (gasolina) 12,5 kgfm @ 3.500 rpm (etanol)

Taxa de compressão

12,15 : 1

12,35 : 1

Emissões Proconve F-V

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O motor 1.0l EVO dispõe de itens especialmente projetados para aumentar o desempenho em baixas rotações e diminuir ainda mais o atrito interno. As novas tecnologias permitiram uma redução média de 3% no consumo de combustível e nos índices de emissão de poluentes. O design dos novos pistões foi inspirado em modelos de competição, de maneira a reduzir o peso ao máximo sem interferir a alta taxa de compressão. Feitas em aço forjado, as novas bielas tiveram o comprimento aumentado em 26,5% – o que diminui o atrito do motor – e estão entre as mais leves do mercado. Já o motor 1.4l EVO é equipado com o variador de fase contínuo (CVCP, na sigla em inglês), um sistema eletroidráulico controlado pela centralina do motor. O CVCP é capaz de gerar uma redução de até 5% no consumo de combustível, permitindo ganhos de desempenho em altas rotações. “Trata-se de um sistema inédito em motores de pequena cilindrada produzidos no Brasil e em carros do segmento B (veículos compactos) no mercado nacional”, ressalta Medeiros. Divulgação FPT

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Novo Uno vem equipado com motores Fire 1.0l e 1.4l EVO, os primeiros representantes da fábrica Fire 2 da FPT – Powertrain Technologies em Betim (MG) para o mercado nacional. A família de motores Fire EVO foi concebida sob a ótica da redução de consumo e emissão de poluentes e conta com uma série de componentes até então ausentes em propulsores de baixa cilindrada. Os motores possuem nova geometria do coletor de aspiração e vários componentes novos, como bicos injetores, corpo de borboleta Drive by Wire, pistões, anéis do tipo low friction, eixos de comando, tampas de válvulas, tensor automático da correia de distribuição, bloco do motor com camisa de água tipo U Circulation e bomba d’água. “A nova família Fire EVO representa uma verdadeira evolução em tecnologia e qualidade em motores desse porte”, destaca João Irineu Medeiros, diretor de Engenharia de Produto da FPT Mercosul.

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• Pioneira na produção de volantes da direção e líder com 82% do mercado brasileiro. • Ferramentaria Própria – know-how e tecnologia de ponta com agilidade e competência atendendo o mercado local e exportação. • Pioneira no desenvolvimento e produção de módulos airbag, líder desde 1997 com 58% do mercado. • Primeira empresa na América do Sul a confeccionar bolsas para módulos airbag.

• Líder mundial na produção de cintos de segurança. • Tech Center Brasil – referência em desenvolvimento de produtos de segurança veicular desde a simulação até sua homologação. • Fábrica brasileira de cadarços para cintos de segurança – A mais moderna do mundo!

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www.takata.com


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Sistema Flex Nova Geração da Marelli estreia no Novo Uno Divisões da empresa fornecem vários componentes para o lançamento da Fiat, como câmbio Dualogic, sistema de injeção, amortecedor Powershock com Stop Hydraulic, faróis e lanternas, pedaleiras e pedal eletrônico e sistema de escapamento totalmente em aço inox.

LINHA CR COM DUPLO ROTOR. A PERFEIÇÃO NA COLHEITA.

POR BIANCA ALVES

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odas as divisões da Magneti Marelli estão fornecendo componentes para o Novo Uno. Os principais destaques ficam com o novo sistema Flex Terceira Geração, produzido pela divisão Powertrain, e o amortecedor Powershock com Stop Hydraulic, fabricado pela Amortecedores. O sistema Flex Terceira Geração faz sua estreia no lançamento da Fiat com a nova centralina (ECU – Electronic Control Unit) e o novo bico injetor PICO ECO. “Este sistema é uma evolução em relação à Segunda Geração lançada em 2005, que introduziu o tetrafuel”, observa o diretor comercial da Magneti Marelli, Flávio Gussoni, destacando a nova unidade eletrônica. “É uma centralina mais potente, com um novo patamar de gerenciamento de informações do veiculo, além dos níveis de emissões. Trata-se de uma unidade de controle preparada não só para o nível atual de exigências, mas para MAGNETI MARELLI NO NOVO UNO Powertrain - Sistema de injeção e câmbio Free Choice Amortecedores - Amortecedores e mola a gás Suspensão - Subframe e eixo traseiro Escapamentos - Sistema de escapamentos Iluminação - Faróis e lanternas Pedaleiras - Pedaleira e pedal eletrônico Sistemas Eletrônicos - Painel, T-Box e body computer Componentes e Módulos Plásticos - Filler neck

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as necessidades de performance futuras”, observa. Patente da Magneti Marelli, o amortecedor Powershock com Stop Hydraulic reduz o efeito do rolling (inclinação natural pela qual o veículo passa quando o motorista faz uma curva acentuada), trazendo mais estabilidade e segurança ao automóvel. Por ser interno ao amortecedor, o sistema não exige mudanças estruturais ou expressivas no veículo. A empresa dedicou cerca de dois anos ao desenvolvimento da tecnologia, que pode beneficiar diversos tipos de automóveis, como os de high performance (alto desempenho, que incluem veículos de luxo, os crossovers e as SUV’s), os utilitários que fazem uso de suspensão tipo Mc Pherson e os veículos pequenos, do segmento A e B, com centro de gravidade baixo. A divisão Módulos e Componentes Plásticos fornece, ainda, bocal de introdução de combustível, dutos de ar do painel e tampa de proteção da correia dentada, entre outros componentes. Já a divisão Pedaleiras é responsável pelo pedal de freios híbrido, enquanto a Escapamentos fabrica o sistema de escapamento totalmente em aço inox do Novo Uno. A atuação da Magneti Marelli no projeto do Novo Uno é importantíssima, na avaliação de Gussoni. “Significa não só manter a nossa participação junto à Fiat, mas, mais do que isso, fazer parte de um projeto e contribuir com tecnologias para um veículo que deverá ser líder de vendas”, destaca.

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CAPA

Teksid desenvolve disco e tambor de freio exclusivos Maior desafio da empresa foi desenvolver e entregar os primeiros protótipos dos componentes do Novo Uno em apenas dois meses. Um dos momentos mais críticos do processo de fornecimento é a definição de prazos rigorosos de entregas das peças. POR SAMUEL ALMEIDA

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Montagem sobre fotos de Ignácio Costa

Desenvolvimento de peças de segurança tem elevados níveis de exigência de qualidade

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Teksid participará do fornecimento de várias peças para o Novo Uno, entre elas algumas exclusivas, como o novo disco e o novo tambor de freio. Os desafios de se participar de um projeto completamente novo começam durante a negociação do fornecimento dos componentes. Segundo o especialista de vendas da Teksid, Almir Thomaz da Silva, a definição dos prazos de entrega das peças é um dos momentos mais críticos de todo o processo. “Não há espaço para erros, nem atrasos. As peças fundidas têm de ser entregues rigorosamente nas datas previstas para as janelas de testes dos conjuntos montados e dos veículos”, afirma. Depois de negociado o fornecimento, deu-se início ao desenvolvimento das peças exclusivas, feita em duas etapas. Na primeira, foram desenvolvidos e fornecidos pela Teksid protótipos para a realização de testes e ensaios iniciais do projeto. Já na segunda etapa, foram criadas as versões finais

das peças. Somente após esse processo, que durou cerca de um ano, o disco e o tambor de freio começaram a ser fabricados para o Novo Uno. O coordenador desse desenvolvimento na Teksid, Hugo Dutra, revela que foi um grande desafio desenvolver e entregar os primeiros protótipos em apenas dois meses. “Como esses produtos são classificados como peças de segurança, em que os níveis de exigência de qualidade são bastante elevados, foi desafiador entregar os primeiros protótipos em um curto prazo. Para isso, tivemos que utilizar o que há de mais avançado em tecnologia CAD/CAM/ CAE para o desenvolvimento desses componentes.” Além das peças exclusivas, a Teksid também fornecerá bloco, cabeçote, girabrequim, eixo de comando de válvula, mancal, pontas de eixo, caixa diferencial e tampa da caixa diferencial para o mais novo lançamento da Fiat.


CAPA

Pinças,  robôs  e  linhas  de  montagem da Comau a serviço do Novo Uno Empresa fornece sistemas de produção que atuam diretamente na fabricação do novo carro: pinças de solda robotizadas e duas novas linhas de montagem de suspensão para a Fiat, além de duas linhas automatizadas para a Stola.

POR ROBERTO ÂNGELO

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ão desenvolvidos pela Comau três projetos que garantem mais qualidade e agilidade na produção do Novo Uno. O primeiro envolveu fornecimento de uma linha produtiva com pinças robotizadas na Unidade Operativa Funilaria da Fiat Automóveis. A tecnologia das pinças veio da Comau Inc., dos Estados Unidos, e garante melhorias no processo de soldagem da carroceria do novo veículo, além de aumentar a produtividade. Laerte Scarpitta, diretor da Unidade de Negócios Systems da Comau Mercosul, aponta muitas vantagens do novo equipamento sobre as pinças convencionais. “É uma pinça mais leve e usamos robôs de capacidades de carga mais baixas, diminuindo custos da linha.” Outro diferencial é a qualidade do ponto de solda devido ao controle automatizado de abertura e velocidade de operação das pinças. “Isso melhora a rapidez da solda da carroceria do veículo e o tempo ciclo de produção”, diz Scarpitta. Gustavo Lovalho

Linha de soldas robotizadas da Comau oferece mais qualidade e produtividade

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O segundo projeto teve participação indireta da Comau, que forneceu duas novas linhas automatizadas para a Stola, que trabalham na soldagem do pavimento central do Novo Uno – onde ficam banco do motorista, parte dos pés do passageiro, freio de mão e câmbio. A Stola, por sua vez, forneceu a estrutura para a Fiat. “A automatização assegura melhorias na qualidade do produto final, aumento da produtividade e poupa o operário de atividades muito complexas, que devido à dificuldade de acesso à pinça, podem comprometer a ergonomia”, explica Lazaro Regonha, gerente de Body Welding da Comau. Por fim, a Fiat recebeu duas novas linhas de montagem de suspensão, também produzidas pela Comau. Uma é destinada à montagem da suspensão dianteira e a outra cuida da suspensão traseira do Novo Uno. As linhas possuem elevado grau de confiabilidade e rastreabilidade qualitativa do processo de montagem. Todos os dados chaves do processo são monitorados e certificados pelos sistemas automáticos de controle instalados nos equipamentos. Maurizio Marelli, gerente de Powertrain da Comau, destaca o ineditismo do projeto. “São as primeiras linhas completas para montagem de suspensão veicular produzidas pela Comau no Brasil e no mundo”, afirma. “A experiência adquirida no projeto permitirá à Comau explorar, ainda mais, esse nicho de mercado”, completa. Os três projetos demonstram o papel de destaque da Comau no lançamento do Novo Uno. “É muito importante fazermos parte do time de fornecedores presentes em um dos maiores lançamentos da indústria automobilística nacional em 2010”, ressalta Alejandro Solis, superintendente da Comau Mercosul.

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Sergio Marchionne: “O Brasil é a nossa segunda casa” CEO do Fiat Grupo e da Chrysler teve intensa rotina de trabalho no Brasil, onde participou da inauguração do complexo industrial da CNH em Sorocaba (SP) e avaliou com dirigentes do Grupo no Brasil temas da indústria automotiva mundial.

POR GUILHERME PENA

Gaspar Nóbrega

Sergio Marchionne discursa durante a inauguração da nova fábrica da CNH

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urante pouco mais de 48 horas – entre 28 de fevereiro e 2 de março – o CEO do Fiat Group e da Chrysler, Sergio Marchionne, esteve no Brasil, transferindo a sua intensa rotina de trabalho para o continente sul-americano, pela quinta vez desde que assumiu o comando do Grupo, em 2004. Na agenda, o momento

mais expressivo foi a inauguração do novo complexo industrial da CNH em Sorocaba (SP). No dia anterior, ele esteve na fábrica da Fiat em Betim (MG), onde se reuniu com dirigentes, acompanhou de perto os últimos procedimentos para o lançamento do Novo Uno e percorreu toda a linha de montagem, verificando novos processos e equipamentos resultantes do atual ciclo de investimentos. Entre uma rodada de reuniões com os CEO’s das empresas na América do Sul e um encontro com o então governador de Minas Gerais, Aécio Neves, no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, Marchionne recebeu a reportagem da revista Veja para uma entrevista. A importância do Brasil para as empresas do Grupo foi um dos pontos enfatizados pelo executivo, para quem o país é uma das regiões em que os investimentos encontram ambiente mais seguro, amparados por um dos poucos mercados do mundo que apresentam crescimento robusto. Na entrevista e no seu pronunciamento em Sorocaba, Marchionne destacou a capacidade com que o Brasil superou a crise mundial e consolidou-se como uma economia confiável, estável e com ótimo desempenho. Tanto que discorda claramente dos que ainda consideram o Brasil um país emergente. Afinal, aqui a Fiat é líder em vendas de veículos, com um volume que superou, embora por pouco, o da

Itália. No consolidado, as empresas do Grupo no Brasil contribuíram com um faturamento líquido em torno de R$ 31 bilhões para o Fiat Group. “O Brasil é a nossa segunda casa”, afirmou. Marchionne também expôs sua visão sobre o carro do futuro e as novas tecnologias de propulsão, a estratégia da Fiat diante da mais profunda crise já enfrentada pela indústria automobilística mundial e a oportunidade da aliança com a Chrysler. A seguir, um resumo de suas declarações: MOBILIDADE E MEIO AMBIENTE “Acho injusto atribuir ao carro a única responsabilidade pelo que está acontecendo no meio ambiente. Há diversas fontes de poluição que são totalmente independentes dos carros. A indústria automobilística tem promovido uma tremenda redução de emissões nos últimos dez anos. Não há dúvidas que a indústria entende o problema, mas a solução não é apenas dela. A solução tem que ser encontrada por todas as partes envolvidas: nós, os produtores de combustíveis e os gestores da infraestrutura. Apenas como exemplo, a correta aplicação dos limites de velocidade tem um benefício muito maior para a redução de CO2 do que qualquer imposição de um padrão de emissões. Se você não cumprir as regras, não criar a infraestrutura para efetivamente reduzir os níveis de congestionamento nas cidades, você nunca irá encontrar o problema”. CARROS ELÉTRICOS “Para se ter um veículo com emissão zero só existem duas soluções: ou você fabrica um veículo elétrico ou você desenvolve uma célula de combustível de hidrogênio. Qualquer outra tecnologia terá algum tipo de emissão, como é o caso dos híbridos, que fazem a combinação dos motores elétrico e a combustão. Toda essa tecnologia está disponível, mas a um custo que o consumidor não está dis-

posto a pagar. Por isso, acho que há uma limitação à escala real que o veículo elétrico poderá atingir. Pode haver uma solução mais fácil em termos de redução de emissões, como se consegue com o gás natural. Hoje, acredito que o aperfeiçoamento do motor a combustão é um caminho mais curto para a eficiência energética, e estamos fazendo isso, mas o consumidor precisa ser capaz de pagar o preço, porque cada vez que você introduz tecnologia isso irá custar dinheiro. E o carro elétrico está muito longe de ser economicamente viável. Há dois problemas fundamentais com as baterias. Um é o custo, mesmo em projetos de larga escala; outro é a capacidade de armazenar energia, daí a pouca autonomia de utilização. Há também problemas técnicos, como a ausência de uma rede de distribuição e a falta de padronização, que impede trocas e recargas. Já o combustível é combustível, seja gasolina ou etanol. Você abastece em qualquer lugar”. O CARRO DO FUTURO “Serão veículos inteligentes, com importância muito maior da eletrônica. A inteligência artificial aplicada nos chips automotivos tornará o carro muito mais seguro, porque eles vão responder de forma instantânea e automática às ameaças do exterior, prevenindo colisões, freando antes que o acidente possa acontecer. A disponibilidade da tecnologia de internet dentro do veículo irá se tornar incrivelmente barata, e isso estará disponível a todos. Seu funcionamento será totalmente diferente, mais seguro e amigável, tanto na funcionalidade quanto nas questões ambientais. Mas os motores a combustão continuarão a representar a grande parcela do mercado automotivo, por um longo período. Dito isso, temos de tentar a bateria elétrica, os híbridos, a solução de etanol. Precisamos continuar a fazer experiências com todas as tecno-

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logias disponíveis, já que o ataque ao combustível derivado de petróleo vai continuar”. CRISE E A “RECONSTRUÇÃO A CRIATIVA” “Em dezembro de 2008, quando o tsunami da crise praticamente paralisou a maioria dos mercados, com a falência simultânea de diversos sistemas, eu já estava convencido que a indústria automobilística precisava reinventar-se completamente, e teria que ser rápido. Com o tempo, teremos um realinhamento de cada uma das posições dos principais fabricantes. Inevitavelmente haverá uma nova rodada de consolidação, com cinco, seis, ou talvez sete grandes jogadores – e

“Teremos um realinhamento de cada uma das posições dos principais fabricantes. Inevitavelmente haverá uma nova rodada de consolidação, com cinco, seis, ou talvez sete grandes jogadores – e hoje tudo o que eu posso dizer é que a Fiat e a Chrysler serão um deles.” hoje tudo o que eu posso dizer é que a Fiat e a Chrysler serão um deles”. “Um novo modelo está sendo criado porque houve um verdadeiro repensar sobre o sistema. Na Chrysler – que há exatamente um ano iniciava a sua parceria com a Fiat – podemos testemunhar a extraordinária determinação e o profundo senso de responsabilidade com que cada uma das partes envolvidas está transformando os efeitos da recessão de um obstáculo em uma extraordinária oportunidade. A nós foi dada a responsabilidade de realizar uma “reconstrução criativa” (parafraseando o conceito de “destruição criativa” do economista Joseph Schumpeter). Nossa tarefa é aprender com a experiência e, sem explodir tudo, construir uma empresa

dinâmica e com perspectiva de futuro. A reconstrução criativa começa com o reconhecimento de que os antigos pontos de referência deixaram de existir. As premissas tradicionais sobre o sistema financeiro, a economia e o comportamento dos consumidores foram varridos do mapa”. “Precisamos aceitar que as mudanças que aconteceram são fundamentais e irreversíveis e antecipar as mudanças que ainda virão, repensando tudo o que fazemos. Do contrário, vamos permanecer presos na caverna de Platão, com o olhar fixo em antigas ‘certezas’, que nada mais são do que sombras da realidade. A recessão econômica aumentou a pressão sobre nós para nos reinventarmos – e para fazê-lo rapidamente”. A ALIANÇA FIAT-CHRYSLER “A transação entre Fiat e Chrysler foi, indiscutivelmente, uma resposta a essas pressões. Esta aliança é um exemplo perfeito de uma profunda transformação, tanto em termos de quantidade quanto de qualidade. O principal benefício será a realização de uma massa crítica necessária para gerar a adequada economia de escala. Ao alavancar volumes em cada arquitetura, em cada um dos principais segmentos, seremos capazes de proporcionar retornos econômicos que justifiquem os níveis de investimentos necessários. Por sua vez, isso nos permitirá expandir geograficamente para aproveitar novas oportunidades de mercado”. “Do ponto de vista da Fiat, esta foi uma oportunidade incrível para participar do mercado norte-americano. As duas empresas representam uma combinação ideal. A presença e a experiência da Fiat no segmento de carros pequenos, e a da Chrysler, nos segmentos médios e grandes, permitirá que a combinação do Grupo ofereça uma gama completa de produtos em todo o mundo. Os futuros da Fiat

e da Chrysler estão indissociavelmente ligados, e ambos irão colher enormes benefícios desse relacionamento. Ao acessar o ‘pool’ de arquiteturas e motorizações da Fiat, a Chrysler vai economizar meses e até mesmo anos em desenvolvimento e testes, junto com bilhões de dólares em investimento. As avançadas tecnologias de eficiência energética da Fiat darão à Chrysler uma vantagem significativa para atender às exigências regulatórias futuras. Em 2014, mais da metade dos veículos Chrysler será montada em arquiteturas derivadas da Fiat. E mais de 40% da linha Chrysler será equipada com motorizações da Fiat ou que foram beneficiadas por sua tecnologia. Por sua vez, a Fiat irá se beneficiar da força da Chrysler em minivans, nos utilitários esportivos da Jeep, nas picapes Ram nos sedans grandes, passando a responsabiliColor profile: Disabled pelo desenvolvimento de todos Composite dade Default screen

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os veículos de grande porte em seu portfólio para a Chrysler. O recémlançado novo motor Pentastar V-6 da Chrysler será compartilhado com a Fiat”. “Em fevereiro demos mais um exemplo das muitas oportunidades que os dois grupos podem oferecer um ao outro, com a assinatura do acordo de ‘joint venture’ com a montadora russa Sollers, o que representa um trampolim para a Fiat e a Chrysler no mercado russo. Como resultado dessa parceria, teremos capacidade de produzir até 500 mil veículos por ano até 2016 e vender nove novos modelos, dos quais seis serão baseadas na nova plataforma Fiat-Chrysler”. “A aliança entre Fiat e Chrysler é uma parceria no sentido mais verdadeiro – forjada na oportunidade mútua. É o crescimento com um propósito: criar valor real e não apenas inflacionar os números”.

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CNH inicia produção em Sorocaba Primeiros modelos a serem produzidos em Sorocaba (SP) são as colheitadeiras de grãos AxialFlow 8120, da Case IH. Também serão fabricadas peças e componentes para pulverizadores e colhedoras de cana e de café.

POR WAGNER CONCHA

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naugurado no dia 2 de março, o complexo industrial da Case New Holland (CNH) já produz ao ritmo de 2 mil máquinas por ano. Localizado em

Sorocaba (SP), o maior e mais moderno complexo industrial da América Latina nos setores agrícola e de construção engloba a fábrica da Case e o Centro de

Fotos Gaspar Nóbrega

Distribuição e Logística de Peças – CD Integrado CNH/ Iveco, resultado de um investimento de R$ 1 bilhão. Com capacidade instalada de 8 mil unidades por ano, a fábrica deu início à produção das colheitadeiras de grãos de rotor modelo Axial-Flow 8120, da Case IH, e de peças e componentes para pulverizadores, colhedoras de cana e de café fabricadas nas demais unidades da empresa. Para Sérgio Ferreira, diretor geral da Case IH para a América Latina, a empresa começou o ano dando um “grande passo”, ao iniciar a operação da fábrica de Sorocaba – a maior planta da marca fora dos Estados Unidos e a mais moderna da América Latina. “Isso representa maior disponibilidade de produto, aumento da nossa oferta de máquinas e agilidade no atendimento do nosso cliente”, destaca Ferreira. Segundo ele, no ano passado a Case IH foi a marca com o maior crescimento no mercado de colheitadeiras de grãos. Com o lançamento das colhedoras de cana A4000 e A8000, a Case IH ampliou ainda mais a sua participação de mercado, alcançando 61% de market share em janeiro e fevereiro de 2010. “São dois excelentes resultados que, sem dúvidas, não teriam sido

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possíveis sem o grande trabalho e o esforço da rede de concessionários e seus colaboradores”, salienta. A nova fábrica também está apta a produzir equipamentos de construção da Case Construction Equipment (Case CE), principalmente para atender à demanda gerada pelos eventos de 2014 e 2016. “Por enquanto, a fábrica de Contagem (MG) tem capacidade produtiva para suprir a demanda atual”, afirma Roque Reis, diretor comercial da Case CE para a América Latina. “Na medida em que o mercado crescer, Sorocaba começará a fabricar novos modelos de máquinas”, completa. Na avaliação de Reis, o ano de 2010 será de recuperação. “O setor sofreu com a crise internacional e projetamos crescimento contínuo nos próximos anos”, explica o executivo. “Por isso, a nova fábrica é primordial para que possamos atender ao mercado tanto em quantidade quanto em diversidade de equipamentos, para todos os tipos de aplicações.”

À esquerda: Governador Serra, Presidente Lula, Sergio Marchionne e John Elkann inauguram o complexo industrial. Acima: Rizzioli e Belini acompanham Dilma Rousseff e o Presidente Lula em visita às novas instalações

Inauguração Mais de 1 mil convidados participaram da inauguração do novo complexo industrial da CNH. O evento contou com as presenças do CEO do Grupo Fiat, Sergio Marchionne; do presidente

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INVESTIMENTOS

da República, Luiz Inácio Lula da Silva; e do ex-governador de São Paulo, José Serra e da então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Também participaram da cerimônia diversos executivos do Grupo Fiat, como John Elkann, vice-presidente do conselho de administração mundial do Grupo Fiat; Alessandro Baldi, vice-presidente executivo do Grupo Fiat; Stefan Ketter, vice-presidente executivo do Grupo Fiat; Linda Knoll, vice-presidente sê-

Rizzioli destacou os programas governamentais de incentivo à mecanização da agricultura

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nior de Recursos Humanos da CNH e do Fiat Group; Gianni Coda, presidente do Fiat Group Purchasing (FGP); Paolo Monferino, CEO da Iveco; Pierre Fleck, CEO de Peças e Serviços da CNH; Harold Boyanovsky, presidente e CEO da CNH Global N.V.; James McCullough, presidente da CNH Construction Equipment; Andreas Klauser, presidente da Case IH; Cledorvino Belini, presidente do Grupo Fiat para a América Latina; e Valentino Rizzioli, presidente da Case New Holland para a América Latina e vice-presidente do Grupo Fiat para a América Latina.

Rizzioli deu as boas-vindas aos convidados destacando as políticas governamentais que possibilitaram à indústria de máquinas agrícolas seguir produzindo, mesmo diante da crise internacional. “O programa Mais Alimentos está mecanizando e alavancando as propriedades rurais da agricultura familiar em todo o país e ajudando na manutenção dos empregos na cidade.” O presidente da CNH citou também os programas federais de investimento em obras de infraestrutura, que estão beneficiando a indústria de máquinas de construção. “Esse conjunto de investimentos vai tornar o país mais competitivo em nível internacional. Mais importante, irá contribuir para melhorar a qualidade de vida dos brasileiros.” Em seguida, Belini lembrou o robusto plano de R$ 6 bilhões em investimentos no país nos diversos setores de atuação do Grupo Fiat. “O plano de investimentos de 2007 é a demonstração mais expressiva que o Brasil assumiu definitivamente um papel de relevância econômica e mercadológica dentro da estratégia de crescimento do Grupo Fiat no mundo.” Na visão de Belini, o novo complexo industrial de Sorocaba “representa o estado da arte em tecnologia”. “A sofisticação tecnológica está presente não apenas nos equipamentos de última geração, mas também na concepção dos produtos que aqui serão fabricados”, enfatizou. “As máquinas agrícolas serão dotadas dos melhores recursos para ampliar a produtividade da colheita, com baixíssimos níveis de perda, maior qualidade da safra e menor consumo de combustíveis. São colheitadeiras que operam sob o conceito de agricultura de precisão, com sofisticados sistemas computadorizados que permitem a orientação por satélite, favorecendo os ganhos de escala e qualidade da lavoura e a competitividade da agri-

cultura brasileira, um dos principais pilares do crescimento econômico do pais”, disse. Belini apontou, ainda, o CD Integrado CNH/ Iveco como exemplo de sinergia entre as empresas do Grupo Fiat no país. Sergio Marchionne disse que o Brasil oferece todas as condições para a continuidade do plano de investimentos anunciado há três anos. “O setor agrícola brasileiro tem assumido importância crescente no cenário internacional e coloca o país entre os líderes mundiais na produção de alimentos. O setor da construção cresce rapidamente e tem um potencial enorme, devido ao estímulo representado por dois grandes eventos que o Brasil sediará: a Copa do Mundo de futebol e os Jogos Olímpicos”, destacou. O ex-governador de São Paulo, José Serra, ressaltou o papel da indústria no desenvolvimento do Estado. Para apoiar iniciativas como o empreendimento da CNH, Serra lembrou que a administração estadual tem investido na formação de mão de obra qualifi-

cada, ampliando o número de vagas nas escolas técnicas e na Faculdade de Tecnologia de Sorocaba. “ Nascimento de uma criança” O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, comparou a inauguração do complexo industrial da CNH ao nascimento de uma criança. “A sensação ao inaugurar esta fábrica pode ser comparada ao nascimento de uma criança. Depois que ela nasce, temos que cuidar para que ela cresça, estude e se transforme em um ser humano altamente produtivo para o país”, disse. Segundo o presidente, o Grupo Fiat investiu em Sorocaba por acreditar na solidez da economia brasileira. “Hoje estamos aqui celebrando o nascimento desta nova criança chamada Case New Holland, uma empresa que vai produzir o que a agricultura brasileira precisa para se transformar no grande berço da produção de alimentos neste país”, finalizou.

Funcionários da CNH cumprimentam o presidente Lula

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Fotos Divulgação CNH

PRODUTO Colheitadeira de duplo rotor CR9060, da New Holland Agriculture

CNH nacionaliza máquinas agrícolas

Além de facilitar a compra, a nacionalização dos produtos permitirá que os produtores adquiram máquinas adaptadas às necessidades brasileiras. “O produtor brasileiro vai ter a oportunidade de comprar a máquina feita sob medida para ele”, afirma o diretor comercial da New Holland Agriculture, Luiz Feijó. Segundo ele, uma série de testes foi realizada na colheitadeira CR9060 para que fosse adaptada às condições produtivas do país. A qualidade dos grãos, os baixos índices de perda e a eficiência operacional são alguns dos destaques do desempenho da máquina. Ela é equipada com duplo rotor – sistema exclusivo da marca – que contribui para alcançar a qualidade máxima, reduzindo ao mínimo a perda de grãos por quebra, com trilhas mais suaves. A colheitadeira possui o moderno motor New Holland Tier III, com injeção Common Rail e potência de 354 cavalos. A potência máxima é de 394 cavalos. O aumento de potência em até 40 cavalos também permite a colheita em condições críticas. Os tratores Farmall, produzidos pela Case IH e lançados no Brasil em 2009, caíram rapidamente no gosto dos produtores locais, o que fez com

que a antecipação da produção da linha fosse incluída nos planos da empresa. “Esta linha de tratores foi um grande sucesso no mercado. Por isso apressamos os projetos de nacionalização, pois nosso objetivo é estar presente em propriedades de grande, médio e pequeno porte”, afirma o diretor geral da Case IH para a América Latina, Sérgio Ferreira. “Dessa forma, produtores rurais dos mais variados perfis, por meio das facilidades oferecidas pelos programas governamentais, poderão ter acesso à tecnologia e confiabilidade dos nossos tratores”, destaca Ferreira. Reconhecida por incorporar tecnologia de ponta em tratores de baixa potência, a linha Farmall oferece os tratores Farmall 80, com 80 cavalos de potência, e Farmall 95, com 95 cavalos de potência, e pode ser utilizada nas mais variadas aplicações – por pecuaristas, produtores de grãos, na cafeicultura e na cana, bem como por hortifrutigranjeiros – e em todos os tipos de propriedades. Os grandes produtores rurais podem utilizar o trator para movimentar carretas na sede da fazenda, enquanto os pequenos produtores o utilizam como uma máquina de múltiplas tarefas.

Trator Farmall 80, da Case IH, é ideal para movimentar carretas na fazenda e realizar trabalhos em cultivos leves e pastos

Colheitadeiras CR9060, da New Holland Agriculture, e tratores da linha Farmall, da Case IH, agora são produzidos no Brasil.

POR SAMUEL ALMEIDA

O

s produtores rurais terão mais facilidade para adquirir tratores e colheitadeiras a partir deste ano. A Case IH e a New Holland Agriculture começam a produzir no Brasil tratores da linha Farmall e colheitadeira CR9060, única com a tecnologia de duplo rotor, respectiva-

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mente. Com a nacionalização, as máquinas agora poderão ser compradas por meio de programas do Governo Federal que incentivam a mecanização agrícola e a agricultura familiar, como o Financiamento de Máquinas e Equipamentos (Finame) e o Mais Alimentos.

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Ednilson Aguiar/ Secom MT

NEGÓCIOS

Cinco anos e mais de 100 pontos de distribuição na AL

Entrega de máquinas no Mato Grosso. Em cinco anos, a New Holland fixou-se como uma marca competitiva em todos os mercados em que atua

New Holland Construction consolida-se como segundo maior distribuidor de máquinas de construção da América Latina.

POR SAMUEL ALMEIDA

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O italiano Iaquinta e o brasileiro Diego comemoram gol da Juventus, equipe patrocinada pela New Holland

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neve que caía em Roma em 28 de janeiro de 2005 indicava que o dia era mesmo diferente. Não apenas pela neve – algo raro de acontecer na capital italiana –, mas porque a data registraria uma das maiores fusões de empresas da história. O Palácio da Música foi o palco do nascimento da New Holland Construction, resultado da união das marcas Fiat Kobelco, Kobelco, O&K, New Holland e FiatAllis. Juntas, as melhores tecnologias do Japão, América do Norte, Europa e América Latina estavam construindo um futuro de liderança.

O evento teve repercussão mundial. Dezenas de jornalistas e fotógrafos se amontoavam para conseguir informações e imagens dos produtos da nova marca. Os diretores da recém-criada empresa sabiam que o trabalho estava apenas começando e que seria necessário apresentá-la pessoalmente aos grandes clientes das antigas marcas. Após o evento, o diretor da New Holland, Gino Cucchiari, retornou ao Brasil, onde por quatro dias encontrou-se com seus maiores clientes em Goiás, Mato

Grosso, Tocantins e Distrito Federal. Cucchiari também percorreu outros Estados para explicar a fusão e esclarecer os benefícios gerados pela criação da força global. Passados cinco anos, a New Holland Construction está consolidada no Brasil e na América Latina. Prova disso é a sua atuação nesses dois mercados. Em 2009, a participação média na America Latina foi de 15% – um recorde na região. No Brasil, a empresa é a única a ter cobertura total, com sedes completas e toda estrutura de peças e serviços. “Essa é efetivamente a nossa força. Se há pessoas dispostas a cobrir todo o mercado em um país continental como o Brasil, é porque acreditam na marca”, afirma Cucchiari. Os bons números foram alcançados graças a um trabalho de busca de novos concessionários e de orientação para melhorar as estruturas. Na avaliação do diretor comercial para América Latina, Marco Borba, foi uma tarefa difícil, mas as conquistas vieram rapidamente. “No Uruguai, onde a nossa participação era quase zero, encontramos um bom concessionário. Em apenas seis meses de atuação alcançamos 10% de participação. Na Argentina, onde tínhamos apenas 3% do mercado, conseguimos aumentar para 13%”. Esse trabalho deu à empresa o posto de segundo maior distribuidor de máquinas de construção da

América Latina, com mais de 100 pontos de distribuição em todo continente. Além do relacionamento com concessionários e clientes, a New Holland Construction sempre investiu em ações globais de marketing. A marca esteve em evidência no cinema – o filme 007 Cassino Royale (2006) mostra uma pá-carregadeira W190B usada por James Bond – e no esporte, como patrocinadora da equipe de futebol da Juventus, de Turim, e do último GP Brasil de Fórmula 1, no qual manipuladores telescópicos M428 estavam posicionados em diferentes pontos do circuito de Interlagos. Para Borba, todas essas ações contribuem para consolidar a marca no Brasil e na América Latina. Não é por acaso que a empresa vem batendo recorde de vendas a cada ano, como a feita recentemente para o Estado do Mato Grosso, que adquiriu 104 máquinas em um negócio de quase R$ 30 milhões. O sucesso, aliado ao bom ritmo de crescimento econômico do país, faz com que os diretores vislumbrem um futuro de muitas oportunidades. “O Brasil está no caminho do crescimento, as obras que vemos aqui não se veem em outros países. Por isso, temos que melhorar a cada dia o suporte à nossa rede de distribuição, dando o apoio necessário aos investimentos em infraestrutura que estão sendo feitos”, destaca Borba.

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INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA

Belini assume presidência da Anfavea

O “A competitividade não é uma conquista isolada, mas sistêmica”, destaca Belini

presidente do Grupo Fiat para a América Latina, Cledorvino Belini, assumiu, em 30 de abril, a presidência da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), entidade fundada em 1956, que reúne empresas fabricantes de autoveículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) e máquinas agrícolas e automotrizes para a construção (tratores de rodas e de esteiras, colheitadeiras e retroescavadeiras) com instalações industriais no Brasil. O mandato se estende até 2013 e coincide com um período de grandes transformações globais para o setor. O eixo dinâmico da economia global inclina-se para os países emergentes, colocando o Brasil em posição de destaque no cenário internacional e conferindo-lhe um novo Divulgação Fiat

e maior peso político e econômico. “Uma nova agenda impõe-se para a indústria automobilística, para a proposição de uma estratégia que consolide o Brasil como um dos principais polos da indústria automotiva global, tanto em produção quanto em consumo”, avalia Belini. Para 2010, a projeção é de que o mercado interno absorva entre 3,2 e 3,4 milhões de veículos. A palavra-chave para superar este desafio é competitividade. A crise econômica mundial contraiu a demanda por automóveis nos países mais ricos, gerando excedentes de produção que são destinados a mercados que poderiam ser atendidos pelo Brasil. Ao mesmo tempo, novos players de grande porte, como os chineses e indianos, estão dispostos a direcionar sua agressividade comercial para mercados com alto potencial e atratividade, como o brasileiro. A competitividade é, assim, a chave para que a indústria brasileira atenda bem o próprio mercado interno, que será cada vez mais disputado, e mantenha sua importância no mercado global, como exportadora. “A competitividade não é uma conquista isolada, mas, por definição, é sistêmica. Isto quer dizer que a cadeia automotiva, dos fornecedores de matérias-primas, de autopeças, componentes e de insumos, passando pela logística, distribuição comercial e tratamento institucional, deve ser otimizada”, destaca Belini.

Longa experiência no setor Cledorvino Belini, 60 anos, é, desde 2004, presidente da Fiat Automóveis para a América Latina e, em2005, assumiu a presidência de todo o Grupo Fiat para a América Latina. Está no Grupo desde 1973, tendo atuado na FiatAllis (1973 a 1986), atual Case New Holland, na Magneti Marelli e como diretor de compras e diretor comercial da Fiat Automóveis. É formado em Administração de Empresas pela Universidade Mackenzie, pós-graduado em Finanças pela USP, com MBA pela Fundação Dom Cabral/INSEAD. Em 2009, Belini passou também a integrar o Conselho Executivo do Fiat Group (GEC), a mais elevada instância mundial de comando executivo do grupo.

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GESTÃO

Sinergia entre Comau e Fiat garante modernização em tempo recorde Em apenas 23 dias, Comau executa projeto de revitalização da Linha 4 na Montagem Final da Fiat Automóveis. Inovações tecnológicas e preocupação com a ergonomia são destaques da modernização.

Secondo Ferro e Laerte Scarpitta, da Comau, e Max Souza e Marcelo Bastos, da Fiat Automóveis, avaliam os resultados da modernização da Linha 4

POR BIANCA ALVES E WAGNER CONCHA

A Na Linha 4 de Montagem Final, modelos como o Fiat Linea recebem acabamentos externos e internos

modernização do layout da Linha 4 na Montagem Final da planta industrial da Fiat Automóveis, em Betim (MG), foi mais um trabalho cumprido com êxito pela Comau. A sinergia entre a empresa e as áreas de Tecnologia Industrial e Unidade Operativa Montagem da Fiat foi de suma importância para garantir bons resultados na reformulação da linha produtiva.

O projeto surgiu da necessidade de alterar o fluxo logístico da Linha 4, aumentar a produtividade e melhorar, ainda mais, as condições de ergonomia dos operadores. A execução foi realizada por cerca de 400 profissionais - 70% destes da Comau – em três turnos de trabalho. “Com um grande número de colaboradores e frentes de trabalho, o acompanhamento da evolução de cada etapa exigiu um criteFotos Gustavo Lovalho

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rioso gerenciamento”, ressalta Laerte Scarpitta, diretor da Unidade de Negócios Systems da Comau Mercosul. O maior desafio enfrentado pela Comau foi seguir o cronograma planejado, posto que, em média, a execução de um projeto desse porte exige de 45 a 60 dias, mas a empresa foi capaz de revitalizar a linha produtiva em apenas 23 dias. “O nosso foco foi não atrasar a produção da Fiat, num período de alta demanda de mercado. Por isso, o envolvimento de um grande efetivo de profissionais na revitalização da Linha 4 foi fundamental”, conta Secondo Ferro, responsável de Projetos da Comau. A Linha 4 foi completamente reestruturada, com substituição de grande parte dos equipamentos e transportadores. Agora, as estações de trabalho possuem esteiras mais largas, que transportam o carro e o operador juntos e se movem nas direções do fluxo produtivo. Além disso, uma importante solução ergonômica foi implantada: a altura em que o automóvel é posicionado em cada fase da linha foi alterada, com a instalação de duas novas esteiras que se movimentam horizontal e verticalmente. “O resultado foi a otimização dos processos produtivos, melhores condições de trabalho e au-

mento de 30% da capacidade produtiva da linha”, relata Marcelo Bastos, coordenador de Tecnologia Industrial da Fiat Automóveis. Após a reformulação, a Linha 4 passou a ser a única linha de Montagem Final da fábrica da Fiat Automóveis no Brasil que possui uma estrutura tão modernizada. “O robô de montagem das portas, por exemplo, foi um desafio proposto. Abraçamos o projeto e conseguimos desenvolver um sistema novo”, destaca Ferro. A condução de uma revitalização dessa magnitude, que seguiu os princípios do World Class Manufacturing (WCM), sistema de manufatura mundial adotado pelo Grupo Fiat, mais uma vez assegura o compromisso da Comau com o tempo de execução do projeto, sem gerar perdas de produtividade ao cliente. “Gerenciamos todos os riscos e o grande volume de trabalho em um curto espaço de tempo”, salienta Alejandro Solis, superintendente da Comau Mercosul. “Nossos objetivos foram muito bem definidos para que pudéssemos atender aos prazos e colocássemos a linha em perfeito funcionamento na data marcada. Contudo, isso não limita o nosso constante esforço para aprimorar, cada vez mais, a Linha 4”, finaliza.

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Desenvolvimento da nova família de caminhões da Iveco teve o cliente como protagonista. Pesquisas com frotistas, concessionários e autônomos garantiram um cavalo mecânico mais produtivo e com baixo custo operacional, disponível em três novas versões. POR WAGNER CONCHA

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Fotos Divulgação Iveco

LANÇAMENTO

Iveco Stralis NR: caminhão pesado inspirado no cliente

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nspirada nos anseios de pequenos e médios frotistas, autônomos, concessionários e fabricantes de implementos, a Iveco inova mais uma vez e lança a nova família de caminhões pesados

Iveco Stralis NR (New Range), comprovando a perfeita integração entre a exigente voz do mercado e a capacidade de desenvolvimento de uma arrojada montadora de caminhões.

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LANÇAMENTO

Mais desempenho e potência com menos consumo e emissões

“A Iveco queria fazer do cliente um protagonista na criação do novo caminhão”, afirma Renato Matrobuono, diretor de Desenvolvimento de Produto da Iveco Latin America. Para isso, conduziu pesquisas pelo Brasil e convidou 50 clientes para testar os modelos modificados, principalmente nas regiões sul e centro-oeste do país. Ao todo, foram mais de 2 milhões de quilômetros de testes. Com Peso Bruto Total (PBT) acima de 45 toneladas, as três novas versões do Iveco Stralis – 460NR (460 cavalos), 410NR (415 cavalos) e 380NR (380 cavalos) – entregam maior torque em suas faixas de potência, com superior economia de combustível, graças ao novo econômetro instalado no painel. Os modelos de 460NR e 410NR possuem um inédito sistema de embreagem com esforço de acionamento de 8 quilos, o que garante maior conforto aos motoristas. Isso é a metade do esforço exigido por um caminhão normal e mais macio ainda que um automóvel. Conduzido pelo engenheiro Ricardo Coelho, o projeto conquistou a primeira patente registrada na matriz italiana da Iveco em nome do Centro de Desenvolvimento de Produto (CDP) da Iveco em Sete Lagoas (MG). O CDP dedicou 110 de seus engenheiros ao desenvolvimento da linha Iveco Stralis NR, além de fornecedores. Em apenas 18 meses de trabalho nasceu a nova família, em função do sistema de gestão por plataformas de produto da Iveco.

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Os novos cavalos mecânicos pesados da Iveco oferecem três opções de tração (4x2, 6x2 e 6x4), duas de câmbio, quatro de eixo traseiro e cabinas de teto alto e baixo. Todos os modelos contam com nova transmissão ZF, com nova relação de marchas e direct drive, reduzida e otimizada para aplicações do transporte brasileiro, com mais desempenho e menor consumo. Os novos caminhões também são equipados com válvula tipo ‘borboleta’ no sistema de exaustão combinado com o exclusivo freio de descompressão Iveco Turbo Brake (ITB), que garante um freio motor de maior potência. A potência de frenagem aumentou em 20%, de 347 cavalos para 415 cavalos nos modelos 460NR e 410NR. O diferencial da linha Iveco Stralis NR foi ampliado com a redução de custos de manutenção dos novos modelos, de forma a oferecer aos clientes um aumento nos intervalos de manutenção, além de novas peças e componentes de custo e durabilidade mais favoráveis. A gama Iveco Stralis NR atende a aplicações rodoviárias como graneleiro, carga seca, basculante, baú carga geral, tanque, cegonheiro, baú frigorífico, porta-container, baú lonado (sider), canavieiro, tanque aço inox, entre outros. Iveco Frota Fácil Disponível como opcional em todas as versões, o Iveco Frota Fácil é um inédito

O Novo Iveco Stralis NR é equipado com o novo motor IvecoFPT Cursor 13, produzido pela FPT – Powertran Technologies na fábrica de Sete Lagoas (MG). O novo caminhão da Iveco oferece duas motorizações: 415 cavalos e 460 cavalos. Em relação à versão anterior, os motores tiveram mudanças no projeto estrutural e agora contam com novo sistema de freio-motor. Também foram modificados a fluidodinâmica e os parâmetros de combustão e calibração. “Essas mudanças garantem aos novos produtos maiores potência e torque, com redução no consumo de combustível”, afirma João Irineu Medeiros, diretor de Engenharia do Produto da FPT Mercosul. A FPT investiu cerca de 50 mil horas no desenvolvimento dos novos motores Iveco-FPT Cursor 13, sendo 20 mil horas no projeto e 30 mil horas nos testes em dinamômetro. Com isso, os motores estão predispostos para respeitarem o novo limite de emissões Euro V (Proconve P7) para motores pesados, que entra em vigor em 2012. Os motores do Iveco Stralis NR receberam freio motor com dispositivo eletropneumático, que atua de forma combinada com o sistema já existente (por descompressão). Dessa maneira,

sistema de telemetria aberta que atende às seguintes necessidades: liberdade de acesso a dados de telemetria (para gerenciamento de frotas); sistema aberto, não vinculado a um único provedor; integração do sistema ao caminhão que evita retrabalho de adaptação. O kit Frota Fácil vem com módulo eletrônico embarcado, sistema de transmissão de dados com antenas integradas de localização GPS e de comunicação celular GPRS,

os dois sistemas trabalham juntos, o que proporciona cerca de 20% a mais de desempenho na potência de frenagem e garante mais segurança e conforto ao motorista. T P O cabeçote também passou por F o çã ga l mudanças, ao ganhar paredes reforvu Di çadas – de maior espessura – junto à câmara de combustão, levando a uma nova fluidodinâmica que facilitou as adaptações necessárias para atender aos limites do Euro V. Outra novidade é o novo mapeamento da central, com novos parâmetros de injeção e avanço, que oferecem melhores desempenho e consumo de combustível. IVECO-FPT CURSOR 13 Deslocamento: 12.8l Combustível: Diesel Potência máx.: 415 cavalos a 1.900 rpm 460 cavalos a 1.900 rpm Torque máximo: 2.000 Nm a 1.400 rpm 2.250 Nm a 1.400 rpm Taxa de compressão: 16,5 : 1 Diâmetro x Curso: 135 mm x 150 mm Emissões: Euro III (predisposto para Euro V)

software disponibilizado em CD, cabo USB de 2 metros e manual de fácil leitura. Desenvolvido no Brasil, o produto possui garantia original Iveco. “A Iveco colocou os interesses dos clientes como prioridade no desenvolvimento dos novos Iveco Stralis NR”, ressalta Marco Mazzu, presidente da Iveco Latin America. “Com os extrapesados Stralis NR, a Iveco contribui para o sucesso de seus clientes”, finaliza.

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CAMINHÕES

Iveco amplia rede e busca 10% do mercado Meta da empresa é alcançar 130 pontos de venda, cobrindo todo o território brasileiro e assegurando ao cliente atendimento eficiente.

Fotos Divulgação Iveco

Concessionárias de caminhões devem ter disponibilidade de espaço e estar estrategicamente localizadas junto a rodovias

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Iveco começou o ano de 2010 acelerando em direção à meta de conquistar e consolidar uma participação de 10% no mercado brasileiro de caminhões. A estratégia de expansão da marca, que encerrou 2009 com 7,6% de market share, tem como pilares principais o desenvolvimento e a diversificação da gama de produ-

to, a ampliação e o fortalecimento da rede de distribuição e pós-venda. Os últimos lançamentos da marca, o caminhão médio Vertis e o extrapesado Stralis NR, reforçam as opções oferecidas ao mercado, enquanto novos parceiros econômicos são incorporados à rede de dealers, intensificando a presença nacional da Iveco.

Desde 2007, uma estratégia agressiva ampliou a rede de distribuição de 52 para 90 pontos, com a meta de chegar a 130 até 2012. Esse plano demandará investimentos da rede da ordem de R$ 400 milhões. “Estamos consolidando uma rede forte, presente estrategicamente em todo o território nacional”, afirma Orlando Merluzzi, diretor da área de desenvolvimento e gestão da rede de concessionárias da Iveco na América Latina, responsável pelo processo de expansão e fortalecimento da rede de distribuição da marca. “O concessionário é, antes de tudo, um parceiro. Ele precisa ter horizonte e investir no negócio, pois é essencial ao fortalecimento da marca, ao aumento da participação de mercado e ao êxito no lançamento de novos produtos. A rede de concessionárias é a extensão dos valores da fábrica”, acrescenta. O processo de fortalecimento da marca Iveco no Brasil deu uma arrancada a partir de 2007, quando o engenheiro Marco Mazzu assumiu a presidência da empresa e passou a executar um plano de crescimento acelerado e sustentável. “No início de 2007, tínhamos 52 pontos de venda, pertencentes a 25 grupos concessionários. A rede estava desmotivada e sem perspectivas, mas começamos a mudar isto. Grandes grupos investidores perceberam nosso movimento e se aproximaram da Iveco, pois identificaram ali a marca de caminhões com maior potencial de crescimento no mercado”, relata Merluzzi. Desde então, já foram nomeados 12 novos

grupos, cobrindo 16 regiões no país. Além disso, houve troca de controle societário em outros 6 grupos. Vocação para o negócio A estruturação de uma rede de distribuição de caminhões é um processo complexo, mas vital para qualquer marca. Uma concessionária de caminhões tem muitas diferenças em relação a um distribuidor de automóveis. Em primeiro lugar, não basta ser somente um investidor. É necessário ter muita vocação para o negócio de veículos comerciais leves e pesados, além de uma boa governança corporativa no grupo concessionário. “É preciso cobrir uma área territorial muito maior e ter foco em pós-venda e na satisfação dos clientes, pois o caminhão é um bem de produção que não pode ficar parado. Ao vendermos um caminhão, prometemos e entregamos ao cliente a disponibilidade do seu produto para o trabalho. É isso que o cliente quer”, destaca Merluzzi. As instalações requerem disponibilidade de espaço, principalmente em área de oficina e pátio de circulação, pois o caminhão é grande e geralmente chega à oficina atrelado ao implemento, que requer área para manobra. Além disto, uma concessionária de caminhões deve estar estrategicamente localizada junto às rodovias, tendo, porém, pontos avançados em áreas urbanas para exposição e venda de modelos menores, de 2,8 até 9 toneladas, adequados para o trabalho nas cidades. A expansão territorial deve contribuir para aumentar a capilari-

“É preciso cobrir uma área muito maior e ter foco em pós-venda e na satisfação dos clientes”, destaca Merluzzi

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CRESCIMENTO DA REDE IVECO NO BRASIL 2007 52

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(*) Projeção

Nova identidade corporativa da IVECO A Iveco adotou em 2009 um novo padrão visual e corporativo da marca, seguindo a nova identidade corporativa mundial, mais moderna e expressiva. Está em curso o processo de substituição da antiga identificação em toda a rede de concessionárias. “Estamos implementando a alma Iveco em cada concessionária”, afirma Orlando Merluzzi, diretor da área. “Sempre que entrar numa concessionária no Norte ou no Sul do país, o cliente vai se sentir na Iveco, vai se sentir em casa”. Ele antecipa que a Iveco investe para ser em breve a marca com a linha mais completa de produtos no país, ao mesmo tempo em que a rede de concessionárias tem mais fôlego e dinamismo. “Nosso plano estratégico de expansão, padronização, governança corporativa na rede, padrões operacionais e processos, além da oferta de cobertura geográfica, serão percebidos pelos clientes como fatores de sustentação de grande confiança na marca e no produto.” 1980

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2009

NEGÓCIOS

nárias de caminhões, considerando-se que as redes de outras marcas levaram décadas para serem formadas. Merluzzi prevê que a rede de distribuição da Iveco deverá alcançar seu ponto de excelência e maturidade em um período recorde de cinco anos. Além de expandir-se, a rede Iveco adota nova padronização de instalações, que em muitos casos envolve a reforma ou realocação de instalações físicas. Segundo Delmar de Oliveira Santos, gerente de Desenvolvimento da Rede, as concessionárias Iveco seguem agora novo projeto arquitetônico que otimiza a operação, integrando as áreas de Vendas, Pós-Venda e Administração, com atenção ao conforto do cliente e funcionários. “Esse novo padrão visual contribui para transmitir aos clientes a imagem de uma marca jovem, confiável, moderna e com muita qualidade”, completa Delmar.

Teksid mantém liderança nacional de fundidos Empresa atinge cerca de 70% de participação no mercado brasileiro em 2009, com produção de 2 milhões de blocos de motores para automóveis e comerciais leves.

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Teksid mais uma vez se manteve líder absoluta na produção de blocos de motores para automóveis e comerciais leves em 2009, com cerca de 70% de participação do mercado brasileiro. Apesar dos fortes impactos da crise econômica mundial, a empresa fechou o ano contabilizando a produção de 2 milhões de blocos de motores em ferro fundido para o mercado nacional. A expectativa para 2010 é que a Teksid alcance um crescimento de 5% a 10% no volume total de produção em relação ao ano passado. “O cenário para este ano é promissor. Mesmo assim, representa uma redução na ordem de 20% nos volumes totais se comparado a 2008”, afirma Rogério Silva, diretor comercial da Teksid Nafta e Mercosul. A queda nas exportações de automóveis, aliada ao mau desempenho dos mercados de veículos pesados até meados de setembro, foram os principais fatores para a redução dos volumes da empresa no ano passado. As exportações continuam sendo um grande desafio em 2010. A Teksid espera fechar o ano com um nível 50% inferior a 2008 nas exportações de blocos e cabeçotes de motores diesel para os mercados americano e europeu. Já

Cristiano Bueno

CAMINHÕES

dade, com foco no atendimento rápido ao cliente, assegurando ao mesmo tempo o fortalecimento financeiro da rede. “Além disto, a rede também oferece atendimento móvel 24 horas por dia, serviço feito com oficinas móveis montadas sobre nossos furgões Daily”, lembra Merluzzi. Desse modo, a rede vem crescendo e se fortalecendo. Foram 44 novas instalações inauguradas nos últimos 30 meses, uma média de três novos pontos abertos a cada dois meses. Trata-se de uma velocidade de expansão impressionante para uma rede de concessio-

os sinais de recuperação apresentados pelo segmento de veículos pesados no mercado interno nos últimos meses de 2009 representam a principal causa das expectativas de um cenário mais positivo em 2010. Diante de todas as dificuldades impostas pelo mercado, a Teksid buscou soluções inovadoras para manterse competitiva. Dentre as iniciativas destacam o retorno da empresa ao mercado de fundidos de alumínio; o desenvolvimento de uma nova liga de ferro fundido para motores de alto desempenho; e a conquista de novos clientes.

“O cenário para este ano é promissor”, avalia o diretor comercial Rogério Silva

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PRODUTO

Tecnologia avançada na reparação automotiva Magneti Marelli firma parceria com Texa e vai oferecer linhas de scanners, estações de recarga de ar condicionado e análise de emissões para carros, motos e caminhões.

POR WAGNER CONCHA

O Fotos Rafael Cusato

mercado de equipamentos de diagnose para automóveis, motocicletas e caminhões está prestes a passar por uma reviravolta no Mercosul. Como alternativa aos apare-

Scanners Navigator TXT e Axone Direct para veículos leves e utilitários

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lhos de manutenção preventiva ultrapassados, com análises pouco aprofundadas, a divisão Aftermarket da Magneti Marelli lança a nova linha de produtos e serviços Magneti Marelli by Texa.

Destinados aos profissionais de reparação automotiva que realizam manutenções nas frotas circulantes no Brasil e na América do Sul, os novos equipamentos de diagnose são o que há de mais avançado tecnologicamente, ideais para os veículos cada vez mais modernos e dotados de unidades de processamento eletrônico. Às oficinas e centros reparadores serão oferecidas três diferentes linhas de equipamentos: scanners, estações de recarga de ar condicionado e análise de emissões. Os scanners Magneti Marelli by Texa permitem a leitura eletrônica em casos de falhas no funcionamento de diversos sistemas do veículo e compreendem mais de 30 mil modelos de 200 marcas de automóveis, caminhões e motos. Os equipamentos diagnosticam desde irregularidades em itens simples, como faróis e vidros, até em itens mais complexos, como sistemas de freios ABS e airbag. As estações de recarga de ar condicionado destinam-se a carros, caminhões, ônibus e veículos agrícolas que precisam trocar o gás presente na tubulação do sistema de ar condicionado. Já os equipamentos de análise de emissões verificam se motores a diesel, gasolina, álcool, flex e GNV atendem às normas de emissões de poluentes vigentes no Brasil. “Para estarmos fortemente presentes neste mercado, é fundamental oferecermos serviços e equipamentos que permitem às oficinas e centros de reparação trabalharem como ‘cirurgiões’ nos sistemas eletrônicos dos automóveis, caminhões e motos. Esses sistemas são complexos, interligados e dialogam entre si”, disse Dino Maggioni, diretor mundial da divisão Aftermarket da Magneti Marelli, durante o anúncio da parceria. Na avaliação de Virgilio Cerutti, presidente da Magneti Marelli para o Mercosul, o acordo vai consolidar ainda mais a empresa no mercado de reparação automotiva. “Trata-se de mais uma ação que só agrega à completa gama de serviços que oferecemos no mercado de

reposição e que certamente auxiliará ainda mais na fidelização e preferência da marca.” Para o desenvolvimento da nova linha de produtos e serviços, a Magneti Marelli, em conjunto com a Texa, realizou um amplo estudo do parque de veículos que circulam na América do Sul e uma rigorosa série de testes. “O mercado local vai se surpreender com a qualidade e a cobertura dos produtos, além da completa assistência oferecida”, enfatiza Bruno Vianello, presidente da Texa. A divisão Aftermarket é responsável pela distribuição e comercialização dos produtos Magneti Marelli para o merca-

do de reposição da América Latina. “No Brasil, contamos com mais de 1,5 mil serviços autorizados, com equipamentos e profissionais aptos a realizarem revisão e manutenção preventiva”, destaca Eliana Giannoccaro, diretora presidente da divisão Aftermarket no Brasil. Os novos produtos Magneti Marelli by Texa estão disponíveis no site www. mmcofap.com.br ou pelo telefone (11) 2144-1892.

Scanner Navigator TXB para motos, quadriciclos, lanchas e jet ski

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ZEN AO VOLANTE

Transitar, verbo intransitivo Um filósofo, um médico e um monge zen-budista traçam algumas rotas para ser feliz na direção: reduza as expectativas, saiba lidar com a realidade e controle a raiva para manter a felicidade e a paz de espírito no trânsito.

POR ADRIANA BERNARDINO

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Trafeguemos por três delas: a filosofia, a medicina e o zen-budismo. Mente sã Atenua as emoções negativas quem faz as pazes com a realidade, diz Clóvis Barros Filho, doutor em Ciências da Comunicação e professor de filosofia da Universidade de São Paulo (USP). “Se o real nos agride é, em parte, porque temos expectativas de que ele seja o que ele não é. Para diminuir o sofrimento é preciso que façamos uma reconciliação com o real”. Fotos Paula Korosue e Daiane da Mata

odos buscam ser felizes, afirmava Pascal: “É esse o motivo de todas as ações de todos os homens, inclusive dos que vão se enforcar”. E é esse o motivo de nos sujeitarmos a horas de engarrafamento todos os dias: estamos indo e vindo em busca de felicidade. Neste trajeto, porém, boa parte dela corre o risco de ser consumida, no trânsito, por emoções perturbadoras, como a raiva e a ansiedade. A boa notícia é que os recursos para resgatar o equilíbrio são nossos itens de série e podem ser acionados por diversas vias.

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O professor busca no estoicismo – sistema filosófico segundo o qual o bem absoluto é a virtude – uma via de acesso para encontrar contentamento nas coisas como elas são. “Reduza as expectativas, aconselhariam os estoicos. Procure entender que o trânsito não vai ser diferente só porque assim o desejamos.” Nessa direção, esperar que haja menos veículos, que você não tome uma fechada ou, na mais delirante das hipóteses, que os outros motoristas sejam corteses, é esborrachar-se sem airbag no muro das lamentações. Outra saída, apontada por Barros Filho, é dar-se conta de que o mundo percebido pelos sentidos não é a única maneira de se alegrar ou de se entristecer. “Existe o mundo imaginado, o das elucubrações. O carro pode ser um espaço privilegiado de meditação e de relaxamento, a tal ponto que, o dia que você não pegar trânsito, vai ficar estressado: ‘puxa, meu dia começou péssimo, não tive tempo para mim’.” Ainda de acordo com o professor, a ideia de que o trânsito é algo ruim não passa de uma paranoia compartilhada. “As pessoas poderiam se organizar de maneira a reduzir os congestionamentos, mas resistem a fazer isso, sem se dar conta, porque – apesar de haver um elemento perturbador, o risco de atraso – o trânsito é uma forma particular de socialização. Todo mundo indo para o mesmo lugar gera uma sensação de segurança.” Difícil imaginar? Não custa tirar a teoria a limpo. Corpo são A incapacidade de lidar com a realidade, quem diria, também é apontada pela medicina tradicional como um risco à saúde e, consequentemente, à alegria. “O estresse é a perda da capacidade adaptativa do indivíduo a situações por ele vividas normalmente. Aparece, muitas vezes, como resposta natural do organismo. No entanto, o estresse contínuo pode ser a causa de uma doença ou, pelo menos, coadjuvante dela”, explica Dirceu Rodrigues Alves Júnior, chefe do departamento de Medicina Ocupacional da Associação Bra-

sileira de Medicina do Tráfego (Abramet). Essa inadaptação, especialmente ao trânsito, pode, segundo Alves, dar origem às doenças psicossomáticas, como úlcera, hipertensão arterial, infarto do miocárdio e neuroses. “São exatamente as situações de tensão, de agressão, externa ou interna, que ultrapassam o limite da capacidade defensiva do indivíduo.” Reverter esse quadro, explica o médico, vai exigir uma mudança de hábito do motorista, especialmente dos que passam muito tempo no veículo. “O ideal é respeitar o seu relógio biológico e não se expor a ruídos acima de 85 decibéis, a variações de temperatura e a longas jornadas de trabalho.” Fumar, beber e comer em desmaia, além de dar carona aos problemas de ordem pessoal, profissional e familiar, colaboram para agravar o quadro. Espírito Mudança, adaptação, incapacidade, visão. A maioria das situações desemboca naquela que lidera o ranking de emoções negativas no trânsito e é um dos obstáculos mais difíceis de ser ultrapassado por quem quer um pouco de paz: a raiva. Mas de onde ela vem? O monge zen-budista João Campos dá uma direção. “A raiva é um dos três venenos da mente, ao lado do apego e da ilusão. Esses três venenos têm origem um no outro e nos impedem de enxergar a realidade tal como ela é, dando origem a uma interminável cadeia de sofrimento. A raiva surge porque a pessoa dá uma atenção inadequada e exagerada a algo que lhe parece desagradável.” Mais uma vez a incapacidade de enxergar as coisas como são paira em nosso caminho como uma forte neblina. De acordo com Campos, aceitar que tudo está em transformação é o primeiro passo para recuperar a visão. “Buda despertou para uma realidade incontestável, que pode ser resumida assim: nada permanece o mesmo de um momento para o outro, tudo existe de maneira dependente, não há nada que possa existir por si mesmo, isoladamente.” Para o monge, o trânsito é um dos melhores exemplos dessa realidade. “A raiva

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Encosto na vertical auxilia a respiração, ensina o monge zen-budista João Campo

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do de palha passa longe de fogueiras. Com isso ele alertava para como a raiva pode se incendiar rapidamente.” Considerando que talvez nós não sejamos capazes de lidar com a raiva, o mais sábio a fazer é esperar que ela passe. A prática para isso é tão simples quanto poderosa, diz Campos. “A única coisa que é preciso fazer é praticar a atenção no momento presente. A raiva surge, nós nos tornamos um com ela: nem fugimos dela, nem a alimentamos. Apenas fazemos companhia a ela. Falando assim parece difícil, mas

Prática Para quem quer tentar, o monge ensina como praticar a atenção na respiração no trânsito. “O ideal é colocar o encosto o mais na vertical possível, para a coluna ficar ereta. Isso facilita a respiração. Em seguida inspira-se pelo nariz e solta-se o ar pela boca esvaziando o pulmão, três vezes. Então se começa a observar o ar entrando e saindo. Não se controla a respiração, apenas se observa. Uma prática ainda mais eficiente é contar as respirações: a cada respiração completa (inspiração e expiração) conta-se ‘um’, ‘dois’ até ‘dez’. Depois volta-se ao ‘um’. Após contar algumas sequências de dez respirações a mente estará menos sujeita às emoções negativas e atenta.” Aceitando a realidade como é, aproveitando o tempo no carro para meditar e cuidando da saúde do corpo e das condições do carro, vai ser difícil você se perder no labirinto de emoções ruins. Mas caso se perca agora você já tem algumas dicas de trajetos para retornar. É bom não nos esquecermos também que se quisermos mudar o trânsito, primeiro é preciso mudar nossas mentes. “Se pudermos olhar para os outros como seres humanos, como formas de vida iguais à nossa, como pessoas que são idênticas a nós, pois buscam a mesma coisa que nós – a felicidade –, então agiremos de modo a diminuir a agressividade e a violência e nos portaremos no trânsito com mais cuidado. O motorista, o pedestre, o ciclista, o motociclista são todos iguais, todos buscam a felicidade e a paz de espírito”, finaliza Campos.

TRANSPORTE

Fiat na liderança entre os táxis no Brasil

tem um método muito simples para isso, que é manter a atenção na respiração. A respiração é nossa âncora no momento presente. Não importa onde esteja nossa mente, divagando no passado ou futuro, com raiva ou ansiosa, o corpo e a respiração sempre estão aqui e agora.”

Pelo segundo ano consecutivo, a Fiat é líder de vendas também no mercado de táxis. Motoristas apontam padrão de acabamento e custos imbatíveis dos carros, além de economia de combustível e de manutenção, como os principais motivos pelos quais a marca se destaca em todas as praças do país. POR Cléa Martins e Patrícia Larsen

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á mais de 15 anos circulando pelas ruas da Grande São Paulo, Carlos Alberto Pereira dos Santos conhece bem todas as alegrias e sufocos da profissão que escolheu. “Vida de taxista não é fácil. Acordamos cedo e dormimos tarde, não sabemos quem entra no nosso carro, nem o quanto iremos ganhar ao final do mês. No entanto, para quem gosta de dirigir e não suporta ficar preso em um só lugar, esse é um bom trabalho”, resume. Para Santos, que trabalha em um dos pontos fixos do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o automóvel pesa muito nessa balança de prós e contras do ofício. “O conforto interno do veículo faz com que a impressão de tempo perdido no trânsito seja menor, da mesma maneira como os gastos com combustível podem comprometer o lucro do taxista que optar por um carro com motor menos rentável”, explica. Ao comprar um automóvel – ele aconselha – o taxista deve levar todos

os detalhes em consideração. “Um táxi precisa ser bonito, barato, bem acabado, confortável, econômico e, no meu caso, que trabalho com pessoas que estão viajando, espaçoso. Por todos esses motivos escolhi um Fiat”, diz Santos, que roda com um Palio Weekend 1.4. E olha que esse já é o quinto Fiat dele: “Desde que comprei o primeiro, nunca mais mudei.” A opção pela marca não é uma exclusividade do taxista paulista. O mercado brasileiro de táxis, que é vasto e cheio de particularidades, parece ter encontrado na Fiat um ponto comum. Os números do departamento de vendas diretas da fabricante deixam clara a preferência dos motoristas de praça pela marca. De janeiro a dezembro de 2009, a Fiat registrou a venda de cerca de 20 mil unidades para taxistas, praticamente a metade de todo o mercado. Esse desempenho mantém a Fiat, pelo segundo ano consecutivo, na liderança de um mercado que absorve cerca de 40 mil veículos por ano. A participação da Fiat nas vendas

Fiat comercializou cerca de 20 mil unidades para taxistas em 2009

Ignácio Costa

ZEN AO VOLANTE

surge porque criamos barreiras e divisões entre nós mesmos e o mundo, como se nós fôssemos isolados de todo o Universo. Assim, julgamos o tempo, as coisas e pessoas, as classificamos como boas ou más, certas ou erradas e ficamos com raiva daquilo que não nos agrada, como se aquilo não fosse parte do mesmo Universo, de nós mesmos.” Não reprimir a raiva ou ignorá-la é outra sugestão de Campos. “Geralmente construímos uma imagem idealizada de nós mesmos, reprimindo sentimentos negativos e os escondendo nos porões da mente. Nada mais perigoso quando eles vêm à superfície. Buda falava: o homem que carrega um far-

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Fotos Bruno Guerreiro

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para taxistas vem aumentando nos últimos anos. Em 2007, foram comercializadas 15,6 mil unidades, o que lhe garantiu 43,7% do total de vendas e o segundo lugar no ranking. Em 2008, veio a liderança, com 20,4 mil veículos vendidos e um market share de 48,6%. “Atualmente a Fiat é a empresa que oferece o pacote mais completo para esses profissionais. Temos, além de um design atraente, um veículo forte, durável e, sobretudo, econômico e fácil de reparar. Benefícios dos quais os taxistas não podem abrir mão, já que o carro para eles é um instrumento de trabalho”, afirma Francelino Schilling, diretor de vendas diretas da Fiat. O Siena é um campeão de vendas nesse segmento. O modelo foi responsável por 40% do total das vendas até

Sandra Lopes aponta o acabamento e a economia no consumo de combustível como diferenciais da Fiat

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dezembro, com 7,7 mil unidades comercializadas. “O Siena alia o espaço interno e o conforto do Palio, já aprovado por todos, mais a conveniência e espaço do porta-malas de um sedã. Além disso, está disponível na versão tetrafuel (gasolina, álcool, gasolina sem adição de álcool e ainda gás natural). Esses são, sem dúvida, fatores que os motoristas levam em consideração na hora de fechar negócio”, ressalta Schilling. Um aspecto importante nesse mercado é a entrada de novos modelos no ranking dos veículos mais vendidos. O Palio Weekend cresceu em vendas, com 5,8 mil unidades no período de janeiro a dezembro de 2009. O taxista que opta por esse

modelo geralmente prefere a versão Adventure, assim como a maioria dos que escolhem o Doblò ou o Idea. “Essas versões oferecem maior resistência e durabilidade frente à diversidade dos trajetos urbanos e das condições de circulação nas cidades e estradas brasileiras”, explica Schilling. Agilidade e atendimento VIP Na Fiat, todo taxista compra seu veículo pelo programa de atendimento ao cliente frotista, que oferece maior agilidade no atendimento e serviço de vendas diferenciado. Outra grande vantagem da fabricante é sem dúvida o número de concessionárias espalhadas pelo Brasil. Parte importante da rede de concessionários conta com estrutura de atendimento dedicado aos taxistas, o que facilita, e muito, a oportunidade de uma boa compra. Atualmente, em oito dessas concessionárias, essa estrutura reúne instalações especiais e funcionários especializados no atendimento aos taxistas. Três delas ficam em São Paulo. As outras estão no Rio de Janeiro, Recife, Belo Horizonte, Brasília e em Porto Alegre. A Sinal, em São Paulo, por exemplo, conta com um ambiente exclusivo para atender aos taxistas, que podem resolver suas necessidades com mais agilidade, desde a compra do veículo até a manutenção do carro. Já na Ventuno, também na capital paulista, a especialização é ainda maior. Além de um espaço e pessoal exclusivos, a concessionária faz com que o taxista se divirta enquanto aguarda pela realização de algum serviço. “Contamos com vendedor especializado, consultor técnico e cinco mecânicos só para a categoria. Em nosso espaço também oferecemos café da manhã e até uma mesa de sinuca”, explica Sandra Lopes, diretora do departamento. Na hora da venda, diz Sandra, alguns diferenciais da Fiat justificam a preferência pela marca: “O acabamento de todos os carros é excelente e a economia de combustível e de manutenção são grandes chamativos”, explica.

Em conexão com os aeroportos

Para Carlos Alberto, manutenção e peças da Fiat são mais baratas

Manutenção Para os taxistas, o carro não pode parar. Se na hora de comprar a Fiat é a primeira opção dos motoristas de táxi, na hora de reparar o veículo também não é diferente. A primeira revisão aos 15 mil quilômetros é um atrativo para os profissionais, pois assegura um período maior de operação sem interrupção. Além disso, algumas concessionárias oferecem pacotes de revisão programada, que incluem três revisões – de 15 mil, 25 mil e 30 mil quilômetros – e podem ser pagas em seis parcelas mensais. “A promoção representa uma economia importante em relação ao custo normal das revisões, com a vantagem de não pesar no fluxo de caixa do taxista”, observa Sandra Lopes. A manutenção com hora marcada e serviço realizado em 30 minutos é outro diferencial da Fiat para quem não pode perder tempo. Afinal, tempo é dinheiro e taxista gosta mesmo é de ver o taxímetro rodando. O Carlos Alberto do Santos – o taxista de São Paulo, lembra dele? – concorda com a Sandra e diz que a manutenção de um Fiat é rápida e as peças são mais baratas. “Tenho um Palio Weekend e me sinto um divulgador da fabricante, porque estou satisfeito”, comenta. Seu colega mineiro Arthur Alves Barbosa, diretor financeiro da Cooperativa Mista de Transportes de Passageiros de Táxi de Belo Horizonte, concorda: “Os benefícios oferecidos pela Fiat são bem mais interessantes e os seus modelos agradam a população. Para nós, a manutenção simples e barata é o ponto forte da marca, que ainda tem excelente dirigibilidade e bom acabamento.” Com tantos atrativos, não é à toa que a frota de táxis da capital mineira é composta predominantemente de modelos Siena, Idea e Palio Weekend.

Nas cooperativas de táxis que atendem aos principais aeroportos do Brasil, a preferência por Fiat é nítida. Na Coopatur, no Rio de Janeiro, que trabalha com 136 veículos considerados de luxo, o presidente Antonio José Fernandes Nunes diz que cerca de 30% dos veículos são Fiat. Para ele, o design moderno de modelos como o Linea é um dos grandes diferenciais da marca. Na Cooperativa Rádio-Táxi Fortaleza, no Ceará, que tem base no aeroporto, cerca de 40% dos 300 automóveis, a maioria com apenas três anos, são Fiat, a maioria Siena e Palio Weekend. “A Fiat tem exatamente o que o taxista precisa: carros bons com preços acessíveis. Por isso está na liderança do mercado”, diz Francisco José Anísio dos Santos, presidente da cooperativa cearense. No Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, dos 652 táxis da Guarucoop, cooperativa que tem exclusividade de acesso ao terminal de desembarque, 240 são Fiat. “A marca cresce cada vez mais em nossa frota porque tem veículos e modelos arrojados”, diz Jaile Franco Passos, diretor da cooperativa. A dirigibilidade dos modelos da Fiat é o que faz a marca ser desejada pelos profissionais da Rádio-Táxi Vermelho e Branco, que atende ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo. De acordo com Ismael Nogueira, diretor da tradicional cooperativa paulistana, dos 500 carros da frota, 15% são da marca italiana, especialmente os mais novos. “Acredito que já em 2010 saltaremos para uma frota com de 20% a 25% Fiat, graças principalmente à entrada no mercado do novo Doblò e do Fiat Linea, com motores mais potentes”, explica.

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TRANSPORTE

Fiat Linea: táxi para público diferenciado Os taxistas que atendem a uma clientela mais requintada, encontram no Linea um produto adequado para sua utilização e necessidade do dia a dia. A sua versão LX entrega a configuração ideal. O motor 1.9 16V é o mesmo que equipa as outras versões do modelo e sua potência nesta versão foi enquadrada em 127 cavalos, limite máximo estabelecido para que os profissionais contem com as isenções federal e estaduais de tributos na aquisição do veículo. Além disso, os taxistas contam com estímulos adicionais, como desconto no preço final e itens de conforto de série, como chave tipo canivete com telecomando, computador de bordo, banco traseiro bi-partido com apoio de braço central, ar condicionado, freio ABS e direção. “Além dos melhores veículos, temos sempre um benefício especial para os taxistas, não apenas para o Linea, mas para todos os modelos da marca. Quem ainda não estiver convencido disso, pode passar numa concessionária da Fiat, fazer o test drive do modelo favorito e conferir os preços”, explica Francelino Schilling.

Carlos Okabe está satisfeito com o câmbio Dualogic do Linea

Na Serv-Táxi, associação de motoristas autônomos de São Paulo, fundada em 1992 e que conta com uma frota de 300 veículos, a chegada do Linea foi comemorada pelos taxistas que também oferecem o serviço de transporte executivo. Aliás, o primeiro Linea vendido a um taxista foi justamente para um motorista da Serv-Táxi. “A vantagem de ter um veículo considerado de luxo na frota é a possibilidade de oferecer maior conforto ao nosso cliente”, afirma João Roque, do conselho fiscal da associação. Há dois anos na praça, Carlos Ken-Iti Okabe, que integra a cooperativa do aeroporto de Guarulhos, decidiu comprar um Linea: “Estava insatisfeito com o meu antigo veículo e achei que a Fiat oferecia os modelos mais bonitos”. O taxista optou por um Linea com câmbio Dualogic. “Em princípio fiquei com um pé atrás porque não conhecia a tecnologia. Mas a Fiat me ofereceu 12 meses de garantia e eu resolvi apostar na mudança. Passados três meses, estou bastante satisfeito, principalmente com o câmbio, que deixo apenas na opção automática”, conclui.

Fiat Doblò adaptado: mobilidade acessível a todos Uma das grandes novidades da Fiat para os taxistas é o Doblò 1.8 adaptado, que faz parte do Programa Autonomy e é utilizado para transportar cadeirantes e pessoas com necessidades especiais. O grande diferencial do automóvel, totalmente seguro, é o acesso ao seu interior, que pode ser feito por meio de uma plataforma automatizada acionada por controle remoto. “Com isso, o cadeirante não precisa mais ser carregado pelo motorista para dentro do veículo, oferecendo maior liberdade aos passageiros”, explica Ricardo Auriema, presidente da Alô-Táxi, em São Paulo, que atualmente tem 16 veículos especiais na frota. A certeza de ter escolhido o veículo certo para este trabalho especial, segundo Auriema, veio com a alegria de transportar uma senhora que há mais de dois anos não saía de casa: “Com o Dobló adaptado ela passou a ter uma nova vida e perdeu o medo de pegar táxis, pois em nenhum momento ela precisa sair da cadeira”, conta. No caso de Henry Felippe, 37 anos, que sofre as consequências de paralisia cerebral por fórceps (afetação na parte de coordenação motora e equilíbrio) e utiliza uma cadeira de rodas para locomoção, o serviço de táxi adaptado é a realização de um sonho, como define sua irmã, a médica veterinária Meg Felippe. “A única possibilidade de deslocamento do Henry era por meio de carro particular e no mínimo duas outras pessoas para carregá-lo. Agora, com o serviço, consegui pela primeira vez sair sozinha com meu irmão. Já fizemos vários passeios em shopping, cinema e parques”, comemora. No Rio de Janeiro, o Doblò adaptado já faz sucesso desde 2003, quando

o primeiro taxista começou a trabalhar apenas com cadeirantes. “Em 2007 éramos oito motoristas especializados e formamos a CoopTáxi. Atualmente contamos com 27 Doblòs adaptados em nossa frota e encomendamos mais quatro. Recebemos uma média 120 pedidos de corridas por dia”, conta Antônio Carlos Belshoff Patrocínio, diretor do Programa Bengala Legal. Segundo o presidente da Alô-Táxi, tanto em São Paulo como no Rio, os taxistas que trabalham com esse tipo de veículo recebem treinamento especial para operar o equipamento adequadamente e para atender ao deficiente e seu acompanhante da melhor maneira. “O sistema é simples. A diferença está na gentileza e paciência que devemos ter com os passageiros. É uma lição de vida transportar pessoas que não saíam de casa há dois, três anos”, afirma o taxista Mário Marcos Fogaça. Para deixar o portador de necessidades especiais ainda mais confortável, a Fiat e a Tecnobrás – que desenvolveu o equipamento de adaptação – fizeram algumas alterações no veículo, com aprovação do Inmetro, como teto mais alto e acabamento panorâmico, além de cinto de três pontas especiais, entre outros itens. O primeiro Táxi Acessível da região metropolitana de Belo Horizonte permite que passageiros com necessidades especiais utilizem um transporte especializado, possibilitando viajar sozinhos ou acompanhados de até duas pessoas. O serviço tem a mesma tarifa dos táxis convencionais, seguem todas as especificações técnicas e de segurança exigidas para o transporte, além de atender ao público por meio de agendamento de disque-táxi. (Colaborou Rafael Mariani)

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sustentabilidade

As novas exigências da boa governança Orlando Bento

O aumento do grau de transparência na gestão implica em maior fiscalização dos atos, demonstrações e intenções das empresas, o que representa uma mudança cultural sem precedentes no universo empresarial brasileiro.

POR ROBERTO BARALDI

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universo institucional em que as empresas estão inseridas no Brasil evolui constantemente e tornou-se um dos mais exigentes e sofisticados do planeta no processamento e avaliação de informações. Praticar a boa governança corporativa significa ser cada vez mais transparente nos atos, demonstrações e intenções. A análise é do diretor de Assuntos Jurídicos e Tributários da Fiat do Brasil e Fiat Automóveis, Marcio Lima. Ele cita como exemplo a mudança qualitativa dos procedimentos da Secretaria de Receita Federal. Há poucos anos, o Fisco requeria informações e esclarecimentos às empresas. Hoje, já chega às empresas de posse das informações mais relevantes sobre as operações e resultados e o nível de diálogo e de exigências mudou de patamar. Consolidou-se na sociedade um novo modelo de gestão da informação, com grande impacto sobre a governança corporativa. Em parte, essa mudança decorre da Lei nº 11.638/09, a qual altera vários dispositivos da Lei das Sociedades Anônimas, aproximando as práticas e princípios brasileiros dos mais refinados parâmetros internacionais. “Passa a prevalecer a essência sobre a forma. Isto é: aspectos que antes eram subjetivos, como as intenções que motivam determinado ato, ganham substância e passam

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a ter valor objetivo para o Fisco, para a Justiça, para os stakeholders. O julgamento vai além da regra, do ato em si, e abrange a conduta precedente do autor, suas intenções explícitas e implícitas”, destaca Lima. Essas mudanças são uma tendência mundial e decorrem de mecanismos como a Lei Sarbanes-Oxley, originada nos Estados Unidos e absorvida rapidamente nas demais regiões do mundo, em decorrência do processo de globalização, a qual aumentou o grau de transparência na gestão das empresas, ou como o Código de Defesa do Consumidor (CDC), sofisticado instrumento brasileiro que muda as relações de consumo. Esses mecanismos acarretam um aumento da exposição e responsabilidade de todos os que trabalham em empresas privadas, sejam dirigentes ou funcionários. Da mesma forma, tornam o fluxo interno de informações mais importante e estratégico. Preparando-se para novos padrões de exigência, executivos de todo o mundo recorrem aos seguros denominados Directors&Officers (D&O), cuja contratação cresce à razão de 70% ao ano. É uma forma de gerenciar riscos subjetivos de modo objetivo. Ao mesmo tempo, os departamentos jurídicos tornam-se setores abertos nas empresas, que dialogam em todos os

sentidos e buscam a informação junto aos especialistas ou onde elas estiverem. “Os advogados estão cada vez mais fora de seus gabinetes, aproximando-se de onde as coisas acontecem, da fábrica, da área comercial”, comenta Lima. De certa forma, o próprio contribuinte assume responsabilidades que antes eram inerentes ao Fisco, cumprindo o papel de fiscalizar seu próprio processo de organização e difusão de informações e antecipando-se a possíveis demandas de esclarecimentos e de mais transparência. O Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) acelerou esse processo, inicialmente por meio da instituição da Nota Fiscal Eletrônica e posteriormente com a implementação dos SPEDS fiscal e contábil. “Hoje o Fisco tem acesso a informações com abrangência, eficiência e velocidade, de tal forma que os próprios gestores das empresas têm dificuldade em acompanhar”, analisa Lima. A Secretaria de Receita Federal impulsionou esse processo na sociedade brasileira, superando todas as limitações que o setor público enfrenta para contratar serviços e fornecedores, e constituindo uma impressionante rede de captação e processamento de informação, que obrigou o setor privado a modernizar suas próprias ma-

Marcio Lima: “Fisco tem acesso a informações com abrangência, eficiência e velocidade”

trizes de informação. Os conceitos de transparência e de governança corporativa mudaram e continuam a mudar constantemente. A gestão da informação pela empresa torna-se estratégica e abrange, além dos campos econômico e contábil, fatores-chave como tecnologia de produto e segredos industriais. A responsabilidade sobre a difusão da informação é do gestor, que deve responder pelo que se difundirá ou não, sendo julgado não mais por uma norma explícita, mas pela essência de suas intenções ou ações. Nesse ambiente cada vez mais transparente, a Justiça não pune apenas a má-fé, mas também o erro, mesmo involuntário. Trata-se de uma mudança cultural sem precedentes no universo empresarial brasileiro.

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sustentabilidade

Formare alia ensino ao voluntariado na Teksid Programa vai proporcionar educação profissional e preparar adolescentes de Betim (MG) para o mercado com apoio de colaboradores voluntários.

POR RÚBIA PIANCASTELLI

F Amanda acredita que novas oportunidades profissionais surgirão ao participar do Formare

Ignácio Costa

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ábio Antão, da Engenharia Industrial da Teksid, está há 14 anos no Grupo Fiat. Mas, para ele, motivo de grande orgulho é ter sido o primeiro inscrito para o programa Formare, como professor voluntário. “Fiquei sabendo do Formare pelo quadro de avisos e quis aproveitar essa oportunidade. Estou no final da faculdade e pretendo fazer uma pós ou mestrado. Acho que tenho muito a

ensinar e aprender”, conta o estudante do último ano de Administração. Fábio se inscreveu para lecionar disciplinas relacionadas a organização de empresas e específicas de processos industriais. O colega Bruno Costa, da Engenharia de Ferramental, compartilha o ânimo para o início das aulas: “Já trabalhei com treinamento de processos internos e tenho vontade de continuar a atuar na área de ensino. É

R$ 2 milhões em ações sociais Há mais de cinco anos a Magneti Marelli investe em projetos sociais como forma de ampliar sua participação nas comunidades próximas às suas plantas industriais. Somente em 2009 a empresa investiu R$ 2 milhões em ações sociais, como o Formare, que desde 2004 já formou mais de 450 jovens de baixa renda com curso de educação profissional nas cinco escolas instaladas dentro de suas unidades. Divulgação Magneti Marelli Mais de 360 colaboradores voluntários participaram do programa nas unidades de Lavras (MG); Hortolândia, Amparo, São Bernardo, Mauá e Santo André (SP). Em Hortolândia, 20 alunos da sexta turma receberam o certificado de Assistente de Produção e Montagem Eletroeletrônica em fevereiro. Foram dedicadas 800 horas aos estudos e prática, que contemplou a passagem dos jovens por diferentes áreas da empresa. No ABC paulista, em janeiro, a quinta turma das escolas de Mauá e Santo André, com 40 jovens, formou técnicos direcionados para a área industrial. Foram 19 estudantes certificados como Assistente de Produção e Serviços, em São Bernardo do Campo, e outros 21 como Assistente de Produção e Montagem Mecânica, em Mauá. Os cursos são reconhecidos pelo MEC por meio da UTFPR. A empresa criou, ainda, comitês de responsabilidade social em todas as unidades e um comitê corporativo. Por meio dessas ações sociais, diversas entidades recebem apoio da Marelli, como o Núcleo de Convivência Menino Jesus, em São Caetano do Sul (SP). “Continuaremos investindo neste ano para que sejamos reconhecidos como referência social e ambientalmente responsável” afirma Virgilio Cerutti, presidente da Magneti Marelli para o Mercosul.

uma boa hora para colocar esse desejo em prática.” Fábio e Bruno estão entre os educadores que serão capacitados para repassar suas experiências e conhecimentos a cerca de 20 jovens de Betim (MG), na faixa dos 17 anos e com renda máxima de meio salário mínimo por pessoa da família. Os futuros alunos cursam o ensino médio em escolas regulares, à noite, e participarão do projeto durante o dia, no período de um ano. Ao final, receberão o certificado de Assistente em Gestão e Produção Industrial, reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC), por meio da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFR). Para Amanda Rodrigues Santos, de 16 anos, aluna do 1º ano do ensino médio, essa é uma boa oportunidade profissional e pessoal. “Acho

que muitos caminhos vão ser abertos com o programa”, diz a candidata. Assim como Amanda, todos os jovens receberão benefícios como bolsa-auxílio de meio salário mínimo, plano de saúde, seguro de vida, alimentação e transporte. “O Formare representa para nós uma oportunidade de desenvolvermos entre os colaboradores o sentido do trabalho voluntário. Além disso, intensifica nossas ações sociais na comunidade em que estamos inseridos, e propicia um ambiente de crescimento profissional e humano aos jovens”, afirma do diretor de Recursos Humanos da Teksid, Maurício Neves. O Formare é um programa da Fundação Iochpe em parcerias com a iniciativa privada. Na Teksid o programa contou também com a parceira da Prefeitura Municipal de Betim.

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SUSTENTABILIDADE

Ações sustentáveis em todos os lugares Fundação Torino investe em programas e iniciativas que cooperam com o meio ambiente, com a qualidade de vida e a educação permanente de seus alunos.

Ignácio Costa

Idealizado pelo professor Marcus, Econscienza ensina a alunos como Leandro a importância de painéis solares na captação de energia renovável

POR RÚBIA PIANCASTELLI

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os planos de 2010 da Fundação Torino, a sustentabilidade entra como palavra de força. E melhor ainda, em forma de múltiplas ações. A começar pelo projeto Econscienza, ativo e crescendo em atuação desde 2007. A coleta seletiva e o reaproveitamento de materiais são duas das principais iniciativas. “Extrapolamos o conteúdo para levar aos alunos a motivação e ideias voltadas para ações sustentáveis. Esse projeto teve um início, mas não tem fim – consciência e sustentabilidade são para sempre”, afirma o professor de Ciências Biológicas e um dos idealizadores do projeto, Marcus Nascimento. A coleta seletiva ganhou novas lixeiras. Os antigos galões de água dos bebedouros foram transformados em mais de 100 recipientes, usados por alunos em mais de 50 salas de aula. “Estamos aprendendo a descartar corretamente os materiais, como lavar as garrafas plásticas antes de jogar fora. Acho que já passou da hora de todos estarem preocupados com o meio ambiente, temos é que agir mesmo!”, afirma Sofia Bartolomeu, aluna do 1º ano. Leandro Belisário, aluno do 2º ano do Instituto Técnico de Turismo (ITT) da Fundação, reforça a importância do exemplo. “É algo simples de se fazer, reciclamos só o papel e separamos o resto. Assim, os mais novos

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– como as crianças da escola Materna – aprendem a importância e a necessidade de fazer algo pequeno e que ajuda tanto”. Além da separação de material para reciclagem (papel, metal, pilha/ bateria e óleo), a Fundação investe em reaproveitamento de resíduos e campanhas de conscientização – como os temas da Feira da Cultura. A Escola implantou ainda formas limpas e renováveis de energia. No refeitório e nas quadras, exaustores eólicos – movidos a vento – sugam o ar interno e reintroduzem um ar externo puro e fresco. Com os novos painéis solares, que são carregados com luz do dia, a energia e a ventilação estão garantidos. O sistema resultará em uma verdadeira aula de física, já que o professor vai mostrar como a luz captada pelo painel se transforma em energia para ligar a nova fonte de água da Escola. “Esses painéis vão fornecer energia sempre. E o melhor: energia renovável”, lembra Leandro. Os painéis luminosos da Fundação também estão sendo apagados à noite. “A luz que a cidade precisa para estar segura vem da iluminação pública, e não das fontes de publicidade”, destaca o presidente da Fundação, Raffaele Peano. Já a sucata dos computadores usados está sendo aproveitada na construção de materiais de robótica.

A ideia é utilizar todas as brechas possíveis para promover a economia e o melhoramento ambiental. Fora da sala e em ação As iniciativas educativas se espalham para além da Escola. A Corrida e Caminhada Fundação Torino é um sucesso e mobiliza toda a família em prol de uma vida mais responsável e saudável. Outro aclamado projeto é o Via Turismo, que recebeu o Prêmio Cidadãos do Mundo 2009. Realizado pelo ITT, alia o ensino à prática da responsabilidade social, pesquisando o potencial turístico de um município mineiro a cada ano. Em 2009 a cidade contemplada foi Santo Antônio do Leite, distrito de Ouro Preto. Mas não é necessário ir tão longe para demonstrar como o conteúdo consciente apreendido na sala pode ser aplicado lá fora. Com o problema de tráfego na porta da Fundação, no ano passado os alunos atuaram como verdadeiros agentes de trânsito – distribuíram multas virtuais para os pais que “infringiam” a lei. “As crianças têm uma forte influência sobre os pais, pois quando chamam atenção para os maus exemplos, causam um grande impacto”, lembra Peano. “Nossa missão é fazer crescer uma pessoa com uma visão diferente, que ajude a construir um mundo melhor”, completa.

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esporte

Elegância na Fórmula Truck Scuderia Iveco ganha novo estilo visual, criado pelo renomado designer Luiz Carlos de Almeida. Modificações diminuíram o peso da carenagem lateral e aumentaram a tomada de ar dos caminhões.

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s caminhões da Scuderia Iveco estão com novo visual para a disputa do Campeonato Brasileiro de Fórmula Truck 2010. Os Iveco Stralis de números 33 e 88, dos pilotos Cristiano da Matta e Beto Monteiro, respectivamente, ganharam novo estilo visual, com formas mais arredondadas. Feita com manta de fibra de vidro e tecido de fibra de vidro, a carenagem lateral aumentou cerca de 30% e teve seu peso reduzido em torno de 20% – anteriormente era usada madeira. A captação de ar das turbinas dos caminhões também passou por modificações. “Aumentamos a largura da tomada de ar, modificamos a estrutura interna das cabines e parte frontal, localizada acima do para-brisa”, explica o desginer Luiz Carlos de Almeida, considerado a versão brasileira do desginer de carros californiano “Chip Foose” – reconhecido mundialmente por suas linhas arrojadas e grande criatividade. Externamente as cabines ficaram mais baixas, porém, ganharam espaço interno. A mudança não só melhorou a circulação do ar dentro da boleia, como deu um recorde à Iveco, que passa a ter a maior tomada de ar do campeonato. Os caminhões têm novas cores, que agoram possuem tons metálicos: um branco quase pérola e um vermelho Coca-Cola. Já a confecção da ‘nova

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cara’ dos caminhões envolveu muitas etapas, omo montagem dos moldes das carenagens (feitas em madeira e com acabamento de massa e pintura), polimento, construção de suportes de carenagens laterais e paralama traseiro, alinhamento e instalação das carenagens laterais, confecção de defletor, aplicação de base de fundo e pintura final com verniz. “A nova roupagem transmite toda a garra e profissionalismo da equipe, além da força da marca Iveco, sem deixar de lembrar da esportividade do campeonato”, destaca o designer. “Ao reunirmos aerodinâmica e elegância à personalidade e significado da Scuderia Iveco, chegamos a um modelo final totalmente renovado.” Há nove anos como designer de caminhões, Luiz Carlos é responsável pela pintura de todos os caminhões utilizados na Fórmula Truck: 11 caminhões de corrida, um Pace Truck, quatro caminhões de shows, dois caminhões de bombeiro, um caminhão resgate e um caminhão Munc – com uma rampa e um pequeno guindaste, que recolhe das pistas os caminhões batidos durante a prova. Agora, os apaixonados por Fórmula Truck têm um motivo a mais para conferir de perto os elegantes caminhões Iveco.

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ESPORTE

Sergio Sanderson

Case Multiação incentiva a prática esportiva Programa patrocina profissionais e equipes das mais variadas modalidades esportivas, valorizando educação e crescimento sustentável.

POR RÚBIA PIANCASTELLI

D Equipe da LSB contratou jogadores norte-americanos

esenvolvimento através da educação e do esporte. É nisso que a Case Construction Equipment (Case CE) acredita. Para tornar essa crença algo concreto, a empresa investiu, desde 2008, mais de R$ 2 milhões em ações e patrocínios culturais e esportivos em Piracicaba e Sorocaba (SP), por meio do Case Multiação. Neste ano, o piloto Fábio Fogaça (líder da Stock Jr.) e as equipes da Liga Gaspar Nóbrega

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Sorocabana de Basquete (LSB) comemoram o auxílio de forma especial – conquistaram a renovação dos patrocínios já obtidos em 2009. Fogaça, de apenas 17 anos, participa da Top Race V6 2010, categoria argentina de turismo. Graças à verba integral recebida no início do ano, a equipe adulta da LSB contratou dois atletas norte-americanos – o ala Andy Gebru e o armador Elijah Ingram. “A renovação do patrocínio veio num momento certo e graças ao nosso bom trabalho. Pudemos contratar os jogadores, regularizar sua situação no Brasil e investir no treinamento de todas as equipes. Isso sem esquecer os projetos sociais, que incluem a escolinha de basquete e as palestras nas escolas da região”, afirma o técnico Rinaldo Rodrigues. Segundo ele, a meta deste ano é fortalecer a escolinha – projeto social “Arremesso para Amanhã”, que conta com 70 alunos – e classificar para o Campeonato Paulista. E o grande sonho da LSB? Obter recursos para participar da Liga Nacional. “Temos toda a estrutura e um passado de grandes atletas, como Hortência e Paula. O basquete é a força da cidade, e cada vez mais temos e necessitamos desse reconhecimento.”

Novos investimentos Em 2010, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, a Case CE fez doações para o projeto social das ex-jogadoras de basquete Vânia e Vanira em seu Centro de Formação de Atletas (CFA). O trabalho das irmãs vem sendo realizado desde 2000 e atualmente atende a uma média de 700 crianças e jovens. “Com o patrocínio, iremos oferecer vale-transporte, uniformes de treinamento e um kit alimentar, além de orientação pedagógica, psicológica e de saúde. Imagine a carinha deles quando receberem esse materiais!”, conta Vanira Hernandes. Vanira conta como começou, com muito esforço, investindo seus próprios ganhos e contando com ajuda de empresas e ex-atletas como Paula e Ana Moser. “Antes nossa escola era 50% social e 50% particular”, lembra. Para ela, o sonho é oferecer reforço escolar e alfabetização – especialmente na zona industrial. O projeto realiza também atividades fora das quadras, como passeios e eventos anuais. “Já é uma tradição da Case investir no esporte. Com o programa Case Multiação e as leis federais de incentivo, conseguimos expandir esse investimento e aumentar nossa presença nas comunidades onde mantemos nossas plantas industriais”, afirma Maurício Moraes, responsável pela área de Comunicação da marca Case CE. Além do CFA Vânia e Vanira, outras ONGs patrocinadas são a Pintura Solidária, Lua Nova, Projeto Pérola, Pastoral do Menor e Bola da Vez. A Case também fez doações e empréstimos de máquinas de construção à Prefeitura de Sorocaba. “O Case Multiação representa a nossa maneira de pensar o amanhã, ou seja, nos preocupamos com o crescimento sustentável. Fizemos importantes parcerias com ONGs que possuem um trabalho reconhecido em todo o país”, conclui Roque Reis, diretor comercial da Case CE.

Case Multiação diversifica patrocínios, como o apoio ao piloto Fábio Fogaça

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IMIGRAÇÃO ITALIANA

As raízes mineiras da grande famiglia A história do desenvolvimento econômico e social do Estado se confunde com as vidas de inúmeros imigrantes italianos, que deixaram a Europa para prosperar em solo mineiro.

POR RENATO MORAES

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A rua da Bahia, em Belo Horizonte, ainda guarda traços da arquitetura italiana que conferiu identidade à cidade

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primogênita de Belo Horizonte, batizada com o nome de Minas Horizontina, era filha de um casal de imigrantes italianos, Ângela Coracci e Luigi Canfora. A primeira cervejaria da cidade, Rhenânia, também foi obra de italianos, pai e filhos da família de Carlo Fornaciari. A primeira fábrica de ladrilhos, Marmoraria Lunardi, igualmente se deve ao clã de Giovani Lunardi junto com um genro do patriarca, Alfredo Machado. Por esses parcos exemplos, percebe-se num relance que a presença e influência do povo peninsular em terras mineiras se fizeram marcantes desde os primórdios da nova capital. Muitas outras contribuições de peso e relevo se materializariam no decorrer do século 20, das “Massas Alimentícias Martini”, fundada pelo patriarca Agostino que, desde 1914, abastecia de macarrão as famílias belorizontinas à pioneira produção de leite pasteurizado por Arthur Savassi & Cia. em sua Empresa de Laticínios, na década seguinte, e o Frigorífico Perrella, fundado por Pasquale Perrella e Aniello Anastasia no mesmo período, cuja excelência das carnes atravessou gerações, sempre presentes

nas mesas da cidade. Sem esquecer de outra áreas distintas, como o cinema, cujo legado deixado pelo pioneiro Igino Bonfioli, espécie de documentarista oficial dos principais eventos locais a partir de 1920, deixou registros preciosos da história de BH. E a criação da Escola de Arquitetura da então Universidade de Minas Gerais, que entre seus artífices incluiu o arquiteto Raffaello Berti, autor de alguns dos principais marcos arquitetônicos ainda presentes na sua paisagem urbana. A presença da colônia ganharia um segundo capítulo no início da década de 1970, com a instalação da primeira fábrica da Fiat Automóveis no Brasil, ainda que desta vez reduzida a algumas centenas de engenheiros, técnicos e operários especializados importados pela empresa e as indústrias fornecedoras que se instalaram ao redor de sua linha de montagem no então pequeno município de Betim, região metropolitana de BH. Expandidas a olhos vistos nos anos seguintes, elas provocariam reflexos visíveis no crescimento e em alguns hábitos e comportamentos da população, como o de morar em locais afastados do

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IMIGRAÇÃO ITALIANA Obras de Raffaello Berti espalharam-se pela capital, como o Cine Metrópole, já demolido

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perímetro central da cidade, refugiandose da agitação e do caos citadinos. Mas, afinal, a que se resume a chegada dos italianos em solo mineiro? Convívio com um povo informal e de fácil relacionamento, caracterizado por um modo próprio de viver, informal e agradável? Contato com uma gente barulhenta e animada, acostumada a falar alto e com o indispensável auxílio das mãos, devoradora de fartas macarronadas e pizzas e com peculiares habilidades de artesãos nos mais diversos campos, da construção ao mobiliário, do vestuário à culinária incluindo um apurado gênio para as artes em geral? Envolvimento com pessoas dotadas de espírito empreendedor de variados calibres que atravessaram o Atlântico em busca de oportunidades num mundo novo? Aparentemente, pode-se afirmar que de tudo um pouco. Se na primeira leva, a colônia veio atraída pelas possibilidades oferecidas com a construção de Belo Horizonte no ocaso dos ottocento, escapando do horizonte pátrio turvo, dividido pelas lutas de unificação do país durante o risorgimento e a escassez generalizada de trabalho, na segunda

onda se transladaram para cá movidos pelo processo de internacionalização da economia, no qual a Itália, já então detentora do sétimo PIB mundial, expandia seus tentáculos. Enquanto em apenas sete anos (1894-1901), 47.096 dos 52.582 imigrantes que desembarcaram em Minas Gerais eram provenientes da Bota, representando nada menos do que 89,5% do total, a Fiat registrava já no momento da inauguração de sua fábrica em 1976 a presença de 340 italianos em seu quadro de funcionários. O apelo maior no ciclo inicial foi, indiscutivelmente, a construção da nova capital do estado, oficializado, inclusive, através de uma agência destinada a aliciar mão-de-obra, estabelecer relações comerciais e importar materiais, sediada em Gênova. Disso resultou a predominância deles entre os profissionais ativos nos canteiros de obras de Belo Horizonte anos a fio, vencendo obstáculos de toda sorte e se inscrevendo e afirmando na nascente sociedade. Mestres, construtores, artífices, pintores, escultores, marceneiros, serralheiros, tarefeiros e práticos de toda ordem deixaram suas marcas por grande parte das principais

edificações dos primórdios da cidade, contribuindo para o ecletismo que as caracterizariam, especialmente após a dissolução da Comissão Construtora e seu retorno ao Rio de Janeiro. Um caso típico é o de Luigi Canfora (1863-1941), pai da primeira criança belorizontina. Natural de Roma, ex-carabinieri da guarda imperial dos Habsburgos, proprietário de uma pequena taberna na capital italiana, convenceu a mulher Ângela, desde sempre chamada de Santina, ex-dama de companhia das filhas do príncipe Giustiniano, a vender todas as suas posses, embarcar num navio no porto de Napoli e partir em busca de uma terra prometida junto com os filhos Elvira, Alfredo, Fedora e Itália. Por informações obtidas de terceiros, ela era Belo Horizonte, um arraial em vias de se transformar numa cidade quando nele desembarcaram meses antes de sua inauguração oficial em 1897. Na chegada sequer tiveram a sorte de conseguir uma vaga na Hospedaria dos Imigrantes, instalada num local ermo às margens do ribeirão Arrudas. Tiveram que se contentar com os barracões provisórios, erguidos no emergente bairro da Floresta, conhecido naqueles idos como Favela. A realidade prevaleceu fazendo o chefe do clã abandonar de vez cardápios, panelas e temperos e assumir a condição de auxiliar-aprendiz de pintor. Requisitado para o mutirão final das principais obras concentradas em torno da futura praça da Liberdade, mudou-se com a família para uma das cafuas do alojamento situado nos arredores. Foi nela que, na primeira hora da madrugada seguinte aos festejos de inauguração da nova capital, nasceu Minas Horizontina. Lá fora uma salva de 21 tiros de dinamite já espocara saudando a data e bandas de música percorriam as vias principais, executando dobrados e marchas triunfais, enquanto o Café Mineiro, a Confeitaria Rio de Janeiro, a Maison Moderne e a La Stella di Italia permaneciam abertos, repletos de gente comemorando.

Nunca mais retornaram à terra mater, com Luigi aprimorando o domínio no manejo de tintas e pincéis sob a batuta do alemão Frederico Steckel, notório especialista em ornamentações arquitetônicas, e na companhia do suíço João Morandi, autores entre outras coisas pelo revestimento de abóbodas, tetos, salões, vãos de escadas, fachadas e colunas de estilo dórico e coríntio do palácio do governador e dos prédios públicos até hoje intactos na praça. Mantiveram, porém, a prole crescente (sete filhos) fiel aos hábitos arraigados como a língua pátria, estimulados no contato frequente com a colônia, através da Società Operaia Italiana di Beneficenza e Mutuo Soccorso, fundada pouco antes da inauguração de BH e ainda na ativa, embora com atuação restrita há muitos anos. Foco de reuniões, festas e eventos, funcionava como agregadora dos membros dos núcleos agrícolas criados em regiões diversas da cidade para o abastecimento da população, do atual bairro da Serra ao Carlos Prates e ao distante Barreiro. Voltada para a educação e formação da comunidade, ela foi, no entanto, vítima das reações anti-fascistas no auge da Segunda Guerra Mundial que atingiram com saques e depredações estabelecimentos e propriedades de imigrantes italianos e alemães, tendo sua sede fechada e em seguida desapropriada pelo governo estadual que ali instalou a Assembleia Legislativa. Além do que, todos os seus arquivos foram destruídos, razão principal da ínfima documentação disponível a respeito da imigração italiana em Belo Horizonte. Projeto de Raffaello Berti, que reformulara e ampliara o prédio da instituição, passando a também abrigar a Casa d’Italia, expressava de forma cabal a presença e influência dos oriundi no peculiar cenário arquitetônico da capital mineira. Nascido na província de Pisa e formado pela Real Academia de Belas Artes de Carrara, ele chegou ao Brasil em 1922, fixando-se no Rio de Janeiro até receber um convite oito anos depois de

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IMIGRAÇÃO ITALIANA

um outro arquiteto, Luis Signorelli, para um trabalho com duração de 6 meses na cidade. Mas que resultou, de fato, em sua permanência para sempre até sua morte, em 1972, aos 72 anos de idade. Durante esse período, a intensa produção de mais de 500 projetos difundiu o estilo art déco inconfundível de Berti, espalhado pelos quatro cantos da incipiente metrópole. Neles, um traço comum: a aplicação de soluções modernas sem abrir mão da manutenção do classicismo, mesmo nos exemplos mais arrojados. O que pode ser comprovado em obras como a Santa Casa de Misericórdia, o Palácio Episcopal, os Colégio Marconi e Izabela Hendrix, as sedes da Prefeitura Municipal e do Minas Tênis Clube, os hospitais Felício Rocho e Vera Cruz, o Cine Metrópole (demolido), pinçados entre algumas centenas de edificações. Se não bastasse, uma padaria e confeitaria de descendentes da colônia se tornaria o epicentro de uma mudança no curso da história de Belo Horizonte ao longo da década de 1970, alterando inclusive a denominação do seu mais tradicional bairro, o dos Funcionários, destinado originalmente aos integrantes graduados da administração da nova capital. Inaugurada com pompa e circunstância em 1940 pelos irmãos Hugo, João e José Guilherme Savassi, a Padaria e Confeitaria Savassi já nasceu inovando ao oferecer a seus clientes um salão de chá e uma sorveteria. Durante quase 40 anos reinou soberana no ponto de convergência do bairro, a praça Diogo de Vasconcelos, incrustada no cruzamento das avenidas Getúlio Vargas e Cristóvão Colombo. Pois foi em torno da praça da Savassi, como é popularmente conhecida que, com nítida inspiração no bairro carioca de Ipanema, o comércio belorizontino assumiu ares sofisticados, mediante a proliferação de butiques, bares, restaurantes, lanchonetes e lojas de serviços, substituindo as residências das famílias tradicionais. Símbolo de vanguarda, moda, consumo e status, freqüentada pelas classes sociais de maior

poder aquisitivo que transformaram a região em point de encontro obrigatório, acabou tragando a padaria que não resistiu aos tempos modernos e cerrou as portas em 1977, embora ainda funcione em outro endereço discreto do bairro. Naquele instante, os primeiros rebentos da Fiat Automóveis lançados no ano anterior, já trafegavam por suas ruas, consolidando um novo estágio da economia mineira e iniciando um processo de duradoura convivência, o que inclui uma outra leva de italianos que aportaram na cidade para dar conta da tarefa. Uma missão que contou com alguns pioneiros até a concretização da empreitada e a fabricação do primeiro modelo, o 147. Precursor da squadra, Valentino Rizzioli, atual vice-presidente do Grupo Fiat no Brasil, chegou às terras montanhesas em 1969, escolhido para coordenar a montagem da primeira unidade industrial da empresa no país, destinada à fabricação de tratores, nos antigos galpões em Contagem da Deutz Minas Gerais SA (Demisa), concorrente direta que adquirira à reboque de uma robusta venda de 300 deles ao governo mineiro. Posta em atividade dois anos depois, a Fiat Tratores e Máquinas Rodoviárias que depois se tornaria Fiat Allis e, ainda hoje, em operação no mesmo lugar, incorporada à divisão Case New Holland, se tornaria a âncora do ingresso definitivo do conglomerado no Brasil. Italiano de Calto, província do Vêneto, Valentino e sua trajetória ilustram bem o perfil do segundo fluxo migratório. Quando, aos 27 anos, o jovem engenheiro desembarcou na capital a bordo de um modelo importado da companhia e acompanhado da mulher Silvana, se deu conta de que não conseguia entender uma só palavra do linguajar nativo, apesar do período de prévia aclimatação em São Paulo junto com funcionários da subsidiária do grupo lá instalada, facilitado pela forte presença italiana na cidade. Ao chegar, deparou-se, não raro, com a afirmação, “Ah, você está montando uma nova fá-

brica de fósforos”, fruto da confusão e associação envolvendo a tradicional indústria do setor, Fiat Lux. Mas a sensação de corpo estranho logo se dissiparia, cedendo lugar a uma rápida aclimatação, “em razão da acolhida fraternal da população, desmistificando a fama de arredio dos mineiros”. Para o que ele esboça uma teoria, a da “similitude com o temperamento dos piemonteses”, maioria esmagadora entre os representantes da península nos tempos recentes, basicamente vindos do norte e, desde sempre, “também envoltos por uma topografia montanhosa”, encimada pelos Alpes. Definitivamente incorporados aos vales e montes locais, Valentino, que também acumula a presidência da Case New Holland, e Silvana (“a mais brasileira das italianas”), coordenadora do Centro de Competências da Fiat no Brasil, sentem-se orgulhosos por terem sido homenageados pelos mineiros. Em 2007, Valentino recebeu o título de cidadão honorário de Minas Gerais. Um ano antes, Silvana foi condecorada com o título de cidadã honorária de Belo Horizonte. Eles integram um contingente de imigrantes que tiveram sua influên-

cia relativizada, em termos de hábitos e comportamentos, dada a concentração de seus membros na atividade industrial e diluída pela coincidência com o período de maiores taxas de crescimento demográfico de BH. Mesmo sem a heterogeneidade étnica e o ecletismo de interesses, contribuíram de forma decisiva para o novo ciclo de desenvolvimento observado no Estado após a implantação da montadora. Como uma grande famiglia, Gianettis, Antoninis, Falcis, Boschis, Pierucettis, Gagliardis, Scariollis, Chiaris, Ferrettis, Lambertuccis, Malletas, Paces, Vanuccis, Gazzinellis, Picionis, Biadis, Fantinis, Pirollis, Bonomis, Pelusos, Natalis, Piacenzas, Grossos, Picionis, Noces, Impellizieris, Pazzinis, De Paolis, Lapertosas e tantos outros oriundi ou descendentes continuam levando a chama adiante, numa fraternal convivência e miscigenação racial, de algum modo imbuídos pela mesma crença de seus antepassados que convergiram para as austeras montanhas de ferro em épocas distintas, na busca de um novo mundo repleto de esperanças e oportunidades para uma vida melhor. E nelas permaneceram para sempre.

Padaria e Confeitaria Savassi oferecia aos clientes salão de chá e sorveteria; hoje, dá nome ao bairro elegante

Agradecimentos: Fotos cedidas pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) 80

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PERFIL

O mais tradicional chef italiano de Belo Horizonte Ele começou quando tinha apenas 19 anos, ajudando a mãe, Dona Derna, no restaurante Fontana di Trevi, na capital mineira. Hoje, aos 69, o chef Memmo Biadi comemora 50 anos de tradicional cozinha italiana e já planeja um futuro mais tranquilo, dividindo o tempo entre a culinária, os mosaicos, a caça e a pesca.

POR RÚBIA PIANCASTELLI

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Fotos Ignácio Costa

Após 50 anos de cozinha, Memmo dedica-se a escrever um livro sobre a história da família e do restaurante

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chef Memmo Biadi é uma referência: seu nome traz à memória os aromas, sabores e a história de um dos mais nobres e tradicionais restaurantes de Belo Horizonte, o Dona Derna, além da própria presença italiana na formação cultural de Minas Gerais. A família do pai, Enrico, oriunda da região da Toscana, deixou a Itália rumo ao Brasil para fazer a vida como fazendeiros no norte de Minas Gerais. O lado materno já tinha raízes fixadas em solo brasileiro: Derna era filha das famílias imigrantes Bugiane e Polacci e nascida na capital mineira. Mas, ainda na infância, com apenas dois

anos, Derna mudou-se para a Itália para acompanhar a mãe em tratamento da saúde debilitada. A mãe faleceu muito cedo e a menina foi criada pelos avós, com estreita e viva ligação com a tradicional culinária italiana. “Meus avós tinham um restaurante próximo a Pistoia, na Toscana. Assim, minha mãe viveu desde pequena dentro de uma cantina italiana, numa época difícil, o final da primeira Guerra Mundial”, relata Memmo Biadi. O restaurante da família foi uma lição de como fazer maravilhas com poucos recursos e ingredientes. “Assim é a cozinha tradicional: criativa e bem feita a partir de elementos básicos”, diz o chef. Pelas mãos de Derna, tradições centenárias acumularam-se, para serem trazidas e traduzidas para as montanhas deste lado do Atlântico. Enrico e Derna se casaram em 1937 em Florença, na Itália. Em 1955 vieram para o Brasil e seguiram para uma fazenda em Pequi, no norte mineiro, onde Enrico foi trabalhar como engenheiro agrônomo. Algum tempo depois, Derna estava de volta à Belo Horizonte natal e encarregava-se com afinco da cozinha, abrindo as portas da casa para os amigos nas ocasiões festivas. Seus talentos foram ganhando fama e os amigos Giuseppe e Sara Signoretti sugeriram à matriarca, agora Dona Derna, a abertu-

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Arquivo de família

PERFIL Arquivo de família

Da esquerda para a direita: sra. Anversa, Dona Derna, Sergio Palmucci, diretor da Fiat de Turim, e Waldemar Anversa, da Fiat do Brasil

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ra de um restaurante. Apostavam tanto na ideia que ajudaram com um empréstimo e viabilizaram a inauguração do Fontana di Trevi, em 1960, na avenida Amazonas, em Belo Horizonte. Memmo lembra-se com emoção do episódio, como uma celebração à amizade e lealdade. “O que o Signoretti fez foi uma coisa muito bonita, que hoje pouco se vê. Ele apostou no sucesso e estava certo: em um ano, pagamos o empréstimo”, conta, com orgulho. E a clientela, surpreendida por generosas combinações de massas e molhos e uma rica variedade de carnes e frutos do mar, aprovou com louvor o primeiro restaurante de alta cozinha italiana da cidade. A casa funcionou por onze anos na avenida Amazonas. Em 1971, mudou de nome e de endereço. “Ninguém ia ao Fontana di Trevi. Todos iam comer as especialidades da Dona Derna. Assim, batizamos a nova casa com seu nome”, recorda Memmo. A nova localização também foi estratégica, na rua Tomé de Souza, exatamente atrás do Palácio da Liberdade, sede do governo mineiro, e junto às regiões charmosas da Savassi e Funcionários. Pelas mesas ungidas pela criatividade de Dona Derna e do filho Memmo passavam amigos e frequentadores fiéis, como Juscelino Kubitschek, Milton Campos, Tancredo Neves, Aureliano Chaves, Magalhães

Pinto e Rondon Pacheco. Memmo recorda detalhes: “Doutor Tancredo almoçava pelo menos duas vezes por semana no Dona Derna, às vezes acompanhado do neto, Aécio. Israel Pinheiro e a esposa, Dona Coracy, vinham às sextas, para comer a sopa de peixe ou então uma bisteca”. Com o passar do tempo, o restaurante mudou de lado na rua e ganhou companhia. Agora, funcionam em endereços contíguos o Memmo Pasta & Pizza e o Dona Derna Restaurante. De pai para filhos Memmo e Dona Derna não frequentaram uma escola formal de culinária, mas, como é comum a grandes chefs italianos, aprenderam as técnicas e segredos da cozinha em família, convivendo com as tradições e, principalmente, cozinhando e cozinhando. Isto não significa descuidar da formação e do aprendizado. “Quando era viva, a mamma ia muito à Itália para ver o que havia de novo nos restaurantes. Depois que ela se foi, eu passei a viajar mais, frequentando cursos e visitando amigos e os restaurantes”, conta. O chef confessa seu apreço pela cozinha e técnicas francesas, por seu requinte e bom gosto, mas ressalta que gosta mesmo é da culinária vinculada às suas raízes. Além dele, dois primos também estão no ramo gastronômico, ambos em Pis-

toia. Já os filhos de Memmo, Paola e Enrico, que desde cedo acompanham o pai na maratona diária de trabalho – cerca de 14 horas por dia entre cozinha e mesas – foram contemplados com um curso em uma das melhores escolas internacionais, a Cordon Bleu de Florença. “Quando eles eram jovens, antes de entrarem na faculdade, disse-lhes que tinham que estudar de qualquer jeito, mas perguntei o que realmente queriam fazer. Acho que eles combinaram e me responderam que queriam continuar com o restaurante”, relembra Memmo Biadi. Vendo a disposição dos filhos, Memmo decidiu que a melhor escola não era a de casa – “porque santo de casa não faz milagre” – e providenciou a temporada na Itália. Pai e filhos trabalharam juntos de 1995 a 2001 no restaurante Vecchio Sogno, até que Memmo deixasse a casa sob o comando exclusivo do sócio e chef renomado Ivo Faria. Atualmente, o caçula Enrico trabalha no restaurante da família, enquanto Paola mora em Santa Catarina com o marido (o sommelier Guilherme Correia) e o filho Bruno, único neto de Memmo. De volta a velhas paixões Depois de 50 anos de cozinha, Memmo Biadi resolveu escrever um livro sobre a história da família e do restaurante, revelando o segredo de receitas que são

verdadeiras relíquias italianas. O livro tem lançamento programado para maio de 2010, mês de aniversário da casa. Depois do livro e do cinquentenário, só fica faltando a Memmo a tão ansiada vida mais tranquila, com mais tempo para novas e antigas paixões. Entre as paixões antigas estão as pescarias e caçadas, a arte da escultura em cerâmica e a produção de painéis em mosaico. “Eu gosto de fazer meus painéis e esculturas. Fiz isso durante anos. Ainda tem obras minhas na Igreja Nossa Senhora do Carmo, na sede da Polícia Militar em Barbacena (MG) e em várias residências de Belo Horizonte”, diz Memmo. Se depender dos amigos, porém, as paixões ainda vão ter que esperar e muita água vai correr antes que o chef troque o ritmo quente da cozinha pelas margens plácidas dos rios e córregos do interior de Minas Gerais.

Sr. Biadi (em pé), marido de Dona Derna, conversa com o governador José de Magalhães Pinto

Dona Derna Restaurante Rua Tomé de Souza, 1343 – Savassi – Belo Horizonte Fone: (31) 3223-6954 Memmo Pasta & Pizza Rua Tomé de Souza, 1331 – Savassi – Belo Horizonte Fone: (31) 3282-4992

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Luis Ventura

CULTURA

Encontros que resgatam fatos e nomes Comandado pelo jornalista Ruy Carlos Ostermann em Porto Alegre, projeto Encontros com o Professor revela, em conversas animadas, a face humana de personalidades brasileiras.

POR CAROL LOPES E PAOLA COELHO

U Romulo Valente

Projeto contabiliza dezenas de conversas com agitadores e criadores culturais

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ma grande fila se formou na calçada da Avenida José do Patrocínio, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, no final de tarde da quinta-feira, 4 de março. Dezenas de pessoas esperavam ansiosamente o início da primeira edição do Encontros com o Professor 2010, que estreou com um querido filho da terra: o violonista Yamandu Costa, um dos maiores instrumentistas do Brasil. Apoiado em seu violão de sete

cordas, diante de uma plateia hipnotizada e de um entrevistador com a tarimba do jornalista Ruy Carlos Ostermann, Yamandu parecia estar, nas palavras da esposa Elodie Bouny, “na sala de casa, entre amigos”. À vontade, o instrumentista não se fez de rogado: falou sobre vida, carreira e paixões, mostrando uma faceta pouco conhecida do público. Ao abordar a sua relação com o músico – e mestre – Lucio

Yanel, além de falar sobre episódios importantes, como a gravação do primeiro CD em parceria (2000), surpreendeu ao revelar um momento de intimidade da dupla. “Meu pai tinha um monte de livros em casa e nós – eu e o Lucio – estávamos sem dinheiro. Pegamos um saco, enchemos de livros e fomos para a Rua da Praia [no Centro de Porto Alegre] vender. Vendemos livros por duas horas. Depois pegamos o dinheiro e fizemos uma churrascada!”, disse Yamandu, levando a plateia às gargalhadas. Esse relato exemplifica uma das singularidades do Encontros: é a partir de momentos assim, dessas pequenas e grandes histórias, as quais revelam mais sobre o ser humano por trás do artista (e vice-versa), que se constroem as entrevistas. A cada edição, um olhar diferente, um ângulo inusitado que resulta das provocações de Ostermann que, do alto dos seus 52 anos de carreira, conduz as conversas com maestria. “O Ruy é capaz de descobrir transcendência na coisa mais trivial, na coisa mais prosaica. Isso é a marca do grande, talvez do maior de todos os entrevistadores brasileiros”, destaca Sergius Gonzaga, secretário municipal da Cultura de Porto Alegre e assíduo ao evento. O público também é instado a participar, fazendo com que a proximidade ganhe um elemento adicional que, somado à gratuidade, faz do Encontros com o Professor, que tem patrocínio da Fiat Automóveis, uma iniciativa ímpar na cena cultural gaúcha. Porém, o maior diferencial é, sem dúvida, a qualidade dos convidados. Em seis anos de existência, o projeto contabiliza dezenas de conversas com agitadores e criadores culturais, que não necessariamente figuram na pauta de veículos de comunicação de massa, mas que apresentam uma contribuição de absoluta relevância para a cultura regional e nacional. Além de valorizar a produção cultural e contribuir para um resgate de fatos e nomes, o projeto tem o compromisso com a preservação dessa memória por

meio de uma série de livros. Produzidos a partir dos registros em áudio dos eventos realizados na capital e no interior do Rio Grande do Sul, os livros trazem uma edição das entrevistas, ampliando a sua disseminação e formando, no conjunto, um retrato do panorama artístico e intelectual brasileiro. Em maio, antes de viajar para a Copa do Mundo da África do Sul, a 12ª de sua carreira como comentarista, Ostermann e os entrevistados de 2009 lançam o quinto livro Encontros com o Professor – Cultura Brasileira em Entrevista.

Violonista Yamandu Costa falou sobre sua vida, carreira e paixões

O que vem por aí Em 2010, passaram pelo evento nomes como Yamandu Costa, o jornalista Mino Carta, o diretor de teatro Júlio Conte e o fotógrafo Luiz Carlos Felizardo. Já estão confirmadas, ainda para o primeiro semestre, entrevistas com o professor Donaldo Schüller (29 de abril) e a cineasta Ana Luiza Azevedo (6 de maio), além de eventos itinerantes em Canoas (22 de abril) e Bento Gonçalves (13 de maio).

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Ignácio Costa

José Eduardo de Lima Pereira é presidente da Casa Fiat de Cultura. Artigo publicado na edição de número 4 (abril de 2010) da revista MSG, uma publicação da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje)

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grande e senzala se transmudam em shopping-center e o resto. Talvez haja quem possa legitimamente se eximir de responsabilidade, não sei, mas o que sei é que nós, agentes dos processos de ação cultural, não podemos fazê-lo, seja porque – ao menos supostamente – conhecemos a nossa realidade, seja porque dispomos de meios poderosos para contribuir para a busca de uma nova convergência. Nesse sentido, privilegiar ações educativas de amplo acesso público em todas as manifestações culturais é o mínimo. Trazer para nossas oficinas, galerias e salas de espetáculo um corte vertical de nossa sociedade é básico. Fazer economia para oferecer gratuidade é lúcido. Escolher atividades que conciliem alta qualidade artística e amplo espectro de público é inteligente. Encher a casa com o povão, o nosso povão, é exercício de cidadania. É emocionante participar, ou mesmo observar, a evolução de um programa de parceria com as redes públicas estaduais e municipais de ensino fundamental em torno de um projeto educacional ligado a uma exposição de relevo, em que a adoção de uma abordagem transversal e multidisciplinar leva para o dia a dia da sala de aula a reflexão criativa do aluno. A menina e o menino chegam à galeria sentindo-se os donos de tudo aquilo, pois conhecem os fundamentos do que é exibido; não são observadores passivos, pois aquele universo de arte faz parte de seu mundo de conhecimento. Há muitas outras formas de se por a cultura a serviço do encontro de um Brasil com outros Brasis. O que não se pode é confundir, maliciosa e preguiçosamente, diversidade cultural com apartheid.

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e você está com 60 anos, tenha cuidado ao contar para a rapaziada de agora como era o Brasil de sua juventude: suas histórias de 1970 estão para o garoto ou garota que têm hoje 20 anos como os casos de 1930 estavam para você, quando tinha a mesma idade que eles têm agora. Quando meu pai me contava dos tiroteios da Revolução de 30, que ele viveu aos 17 anos, eu o imaginava contemporâneo de Fernão Dias Pais ou Pedro Álvares Cabral. Tudo o que acontece antes de nossa tomada de consciência é História com H maiúsculo, fazendo com que a Guerra do Vietnã e a Batalha de Aljubarrota, apesar de separados uma da outra por cerca de 600 anos, fiquem no mesmo arquivo de referência remota e impessoal do cérebro de uma pessoa que esteja na casa dos 20, 30, ou, até, dos 40. Dito isso a título de ressalva e, acreditando que a média etária dos leitores de MSG esteja em torno dos 30 anos, falo de um passado que para mim não é apenas um retrato na parede, o de um tempo em que o Brasil estava muito mais perto de ser um só Brasil do que o Brasil de hoje está. Há cerca de 40, 50 anos, os Brasis estavam em uma trajetória de convergência para um Brasil. Os movimentos populares e o mundo acadêmico-estudantil começaram a dar-se as mãos, apesar de muitos equívocos, bobagens e mal-entendidos. Não éramos uma única tribo, ainda não, mas havia um entendimento, um afeto, mais do que tudo havia uma sincera e generosa vontade de sermos um, havia um nheengatu de sensibilidade que aproximava as linguagens. Esse tempo acabou e não há Proust que o traga de volta, mas é assustador ver a impassibilidade com que aceitamos a crescente fragmentação social e cultural de nosso país, onde casa-

Exposição de Chagall bate recorde de público Obras do artista foram vistas por 143 mil pessoas em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.

POR JULIANA ANDRADE

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exposição de Marc Chagall foi vista por mais de 143 mil pessoas no Brasil. Em São Paulo, mais de 60 mil visitantes estiveram no Museu de Arte de São Paulo (MASP), para apreciar uma seleção de 178 gravuras criadas entre os anos 1920 e 1950. A primeira etapa da exposição O Mundo Mágico de Marc Chagall – O Sonho e a Vida ocorreu na Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte, onde foram apresentadas gravuras, telas e esculturas do surrealista bielorrusso. Em seguida, o Museu Nacional de Belas Artes, no Rio, recebeu uma versão mais compacta. Integrante da programação do Ano da França no Brasil, a exposição – que ao todo reuniu 330 obras, entre pinturas, guaches, esculturas e gravuras – foi uma das maiores do artista no mundo, realizada pela Casa Fiat de Cultura em parceria com a Base 7. “Essa é a primeira exposição do Chagall no Brasil depois de mais de 50 anos. O público dessa geração não conhecia de perto o trabalho dele”, afirma o curador Fabio Magalhães, que acompanhou a exposição nas três capitais. A última vez que as obras estiveram no país foi em 1957, na IV Bienal de São Paulo. A exposição ficou em cartaz durante seis meses com obras vindas da Rússia, Itália, França e algumas do

Nicolas Wilmouth

ARTIGO

Um país, só um

próprio Brasil, pertencentes a coleções privadas, nunca vistas antes. “Esta exposição de Chagall, a maior reunião de trabalhos do pintor já realizada no Brasil, revela a incessante busca da Casa Fiat de Cultura por aproximar o público da grande arte realizada no mundo”, ressalta José Eduardo de Lima Pereira, presidente da Casa Fiat de Cultura.

Enlèvement de Chloé (Rapto de Cloé), 1961. Litografia em cores sobre papel. Coleção particular, França

CHAGALL PELO BRASIL Belo Horizonte: 58 mil visitantes Rio de Janeiro: 21 mil visitantes São Paulo: 64 mil visitantes

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PRÊMIO

Comau entre as melhores práticas da gestão de projetos Gustavo Lovalho

Gerenciamento de projetos da Comau para fornecimento de linhas de montagem para a FPT – Powertrain Technologies fica entre os destaques do Prêmio Projeto do Ano, promovido pela revista Mundo PM em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.

POR BIANCA ALVES E WAGNER CONCHA

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Marcelo Dau/Acervo FGV

Delmer Cesário, responsável de Projetos da Comau, recebe o prêmio

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ais aquecida do que nunca, mesmo em ano de crise internacional, a indústria automobilística nacional não só bateu recordes de vendas como foi um dos setores que mais investiu em pesquisa e desenvolvimento de novos projetos. No complexo industrial da FPT – Powertrain Technologies em Betim (MG), a Comau concluiu, em 2009, o projeto de fornecimento de três linhas automatizadas de montagem, uma de cabeçotes e outras duas do short-block (bloco motor montado com pistões, bielas, cárter e virabrequim) e longblock (motor fechado e componentes externos) para a nova fábrica: o Fire 2. O projeto foi escolhido o terceiro melhor do país pela revista Mundo

PM – Project Management, especializada em Gerenciamento de Projetos e que promove anualmente, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, o Prêmio Projeto do Ano. A publicação valoriza as melhores práticas de Gerenciamento de Projetos, definidas em nove áreas de conhecimento, que vão do planejamento ao encerramento, passando pela execução e monitoramento. Uma das condições para participar é ter ao menos 70% do projeto realizado em um mesmo ano. Dezenas de projetos foram selecionados, sob critérios rigorosíssimos. Concorreram ao prêmio importantes empresas, como Chemtech, Petrobras, Samarco e Vale. Com 11 anos de Comau e 15 atuando no Grupo Fiat, Delmer Aguiar Cesário, engenheiro mecânico e responsável de Projetos da Comau, esteve à frente do projeto desenvolvido pela Comau para o Fire 2. “A Comau investe muito na área de Gerenciamento de Projetos e tem como referência a metodologia do PMI (Project Management Institute)”, aponta. “A transparência do gerenciamento foi um dos diferenciais no projeto desenvolvido para o Fire 2, pois tudo foi previamente acordado com a FPT. A gestão de escopo foi minuciosa e qualquer mudança de planos contabilizada. As mudanças de cronograma e no valor foram informadas ao cliente desde o início do trabalho”.

Um fato curioso – e que é motivo de orgulho para a equipe da Comau do Brasil – é que o projeto do Fire 2 foi totalmente gerenciado em solo nacional. Há dez anos, o projeto das linhas de montagem de motores, fornecidas pela Comau para a fábrica Fire 1 da FPT, foi implementado com toda a infraestrutura vinda da Comau S.p.A., da Itália. “Na época, fomos coadjuvantes da história. Em 2009, a história mudou e a própria estrutura brasileira da Comau gerenciou o projeto. Para realizarmos no prazo, tivemos que envolver as estruturas argentina e italiana, mas o gerenciamento foi nosso”, frisa Alejandro Solis, superintendente da Comau Mercosul. Atualmente, dois terços do conjunto que forma o motor fabricado pela FPT, no Fire 2, passam pela estrutura fornecida pela Comau. De acordo com Cesário, gerenciar um projeto com essa magnitude tornou-se um “divisor de águas” para a Comau do Brasil. “Devido à importância desse trabalho, incluindo volume e custo, foi necessário aplicar um gerenciamento modelo, utilizando as melhores práticas”, explica. Sendo assim, estar entre as melhores empresas de Gerenciamento de Projetos no país é um diferencial competitivo para a Comau. “Muitos de nossos concorrentes ainda não possuem esse reconhecimento, o que significa afirmação da empresa no mercado e referência para os nossos clientes”, completa Alejandro Solis. Na avaliação de Agnaldo Costa, gerente de Engenharia de Manufatura da FPT, o

gerenciamento do projeto foi fundamental para a medição e avaliação dos pontos de riscos, além de auxiliar no planejamento e compartilhamento das estratégias para o cumprimento do cronograma. “Aliados com todas as técnicas de gestão de projetos, um ponto relevante está na atitude do gestor das linhas de montagem do Fire 2, que ouviu o cliente, aprendeu com os erros e soube reconhecê-los. Isso fez com que o objetivo fosse alcançado com mérito”, afirma. Costa lembra que o reconhecimento em nível nacional da Comau mostra que o Grupo Fiat está se fortalecendo cada vez mais no gerenciamento de projetos. “Isso prova que estamos mais preparados em lidar com as mudanças do mercado e as exigências do mundo globalizado, que preza pela melhor utilização dos recursos e a maximização dos resultados”, ressalta. Para Osmar Zózimo, editor-executivo da revista Mundo PM e organizador do Prêmio Projeto do Ano, a Comau se destacou pelo controle e qualidade na condução do projeto executado na FPT, aplicando métodos eficientes e modernos de gestão. “A principal questão avaliada foi o projeto ser considerado como vital para o fortalecimento das empresas no mercado”, destaca. “As iniciativas organizacionais têm dado importância à competitividade e a Comau aplicou isso com bastante eficiência nos processos de controle e gestão, levando-a a alcançar resultados bem expressivos.”

Projeto foi totalmente gerenciado pela Comau do Brasil

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América latina

COLETORES TUBULARES FABRICADOS NA ARGENTINA

EXPOAGRO 2010 novidade e história Divulgação CNH

A Case IH apresentou suas novidades na Expoagro 2010, uma das feiras agrícolas mais importantes da Argentina. Com um estande de 2,1 mil metros quadrados, foi lançado o trator Maxxum 125, com motor de 6,7 litros de cilindrada. A marca fez os pré-lançamentos da linha de tratores Puma e da colheitadeira Axial-Flow 7088. Pela primeira vez a Case IH expôs na Expoagro a colheitadeira Axial-Flow 8120. A Case IH também apresentou uma trilhadora 22x36, fabricada entre 1920 e 1934. Alimentado por um trator Case LA de 1947, a trilhadora fez uma demonstração para o público. Foram exibidos, ainda, um trator Case 10-18, de 1918, e um trator Farmall da International Harvest de 1924. A Expoagro 2010 recebeu 100 mil pessoas e teve as presenças do CEO mundial da Case IH, Andreas Klauser, e do diretor geral para América Latina, Sérgio Ferreira.

grande presença

Nos próximos meses, a divisão Escapamentos da Magneti Marelli inicia a produção do coletor tubular com catalisador integrado em sua fábrica em Córdoba, na Argentina. No Brasil, o produto já é produzido na unidade de Amparo (SP), para atender o mercado local e também o argentino. Com o aumento da demanda nacional, a Magneti Marelli optou por iniciar a fabricação do coletor tubular em Córdoba, gerando assim capacidade na planta de Amparo. “Passar a produzir na Argentina foi um trabalho realizado com sucesso em parceria com Fiat”, afirma Caetano Zafra, responsável pela divisão do Mercosul. O investimento inicial foi de 4 milhões de pesos argentinos e os coletores fabricados na Argentina serão inicialmente fornecidos às versões 1.0 e 1.4 dos modelos Fiat Palio e Fiat Siena. A divisão Escapamentos de Córdoba fornece sistemas de escapamentos para Fiat Auto Argentina, General Motors e FPT – Powertrain Technologies e exporta 11 mil silenciadores por mês para o Brasil.

FOTOJORNALISMO percorre A ARGENTINA A mostra itinerante do 3º Prêmio New Holland de Fotojornalismo continua percorrendo a Argentina. Depois de Buenos Aires, o segundo destino é a cidade de San Miguel de Tucumán, onde a mostra está exposta no Colégio de Graduados em Ciências Econômicas. A exposição vai percorrer mais de 27 cidades da Argentina e do Brasil. Mais de 1,5 mil fotografias que mostram a atividade agrícola argentina e brasileira participaram do prêmio.

STRADA ADVENTURE DOBLE CABINA NO CHILE

Divulgação CNH

A New Holland Agriculture apresentou suas novidades em tratores e toda sua linha produtos na Expoagro 2010, na Argentina. Os protagonistas foram os tratores T8050 (325 cavalos), os de baixa potência TT4030 Standard (75 cavalos) e o T4000F, especialmente desenhado para produtores frutohortícolas. A marca promoveu demonstrações da sua colheitadeira axial CR9060, a única com duplo rotor do mercado argentino. O estande da New Holland Agriculture recebeu mais de mil visitas diárias de produtores e foram realizados mais de 120 contatos efetivos. O espaço também teve a participação dos integrantes da Expedição Colheita, um grupo de engenheiros agrônomos e jornalistas especializados brasileiros. Eles já visitaram Estados Unidos, Brasil, Paraguai e Argentina para colherem dados de produção e produzir estudos comparativos.

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O Fiat Strada Adventure Doble Cabina foi lançado em abril no Chile, no Hotel Grand Hyatt de Santiago, e vai revolucionar o mercado de caminhonetes compactas no Chile, com sua inovadora configuração de quatro lugares. A picape chamou a atenção dos convidados graças a seu design e equipamentos. Vendedores conheceram os detalhes comerciais e técnicos do veículo e participaram de uma competição. Jornalistas da imprensa local também viveram uma experiência similar com a nova Strada Adventure Doble Cabina. Divulgação Fiat

CASE IH ADVANCED SHOW NO URUGUAI Mais de 600 pessoas participaram do Case IH Advanced Show, realizado em Dolores, no Uruguai. Com a colaboração do distribuidor local Corporación de Maquinaria, foi apresentada a colheitadeira Axial-Flow 7088, com demonstrações em campo e test drive. Também foram exibidas as colheitadeitas AxialFlow 8120, 2399 e 2388; a colhedora de cana A4000; os tratores Farmall 95 e Farmall U 105; Maxxum 135, 150, 175 e 180; Magnum 220, 240, 245, 275 e 305; a pulverizadora Patriot 305 e a plantadeira SDX30. MUNDOFIAT

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notas

500 MIL UNIDADES produzidas CONCURSO DE REDAÇÃO EM ITALIANO Estudantes do idioma italiano, matriculados no ano letivo de 2010 em instituições de ensino reconhecidas pelo Governo Italiano podem participar de concurso de redação promovido pela Escola Edulingua. Os alunos devem ser residentes no Brasil e ter idade mínima de 18 anos. Os vencedores receberão uma bolsa integral para um período de quatro semanas de férias de estudos na Escola Edulingua. Mais informações sobre o edital no site: www.edulingua.it.

O Fiat 500 alcançou a marca de 500 mil unidades produzidas. O feito ocorreu na unidade da Fiat em Tychy, na Polônia, onde o city car é fabricado. Objeto de desejo em todo o mundo, o Cinquecento é vendido em 83 países e cerca de 80% das vendas são das versões Sport e Lounge, que contam com a tecnologia Blue&Me de série. Com 40 prêmios internacionais, o Fiat 500 conquistou cinco estrelas no EuroNCAP.

AMBULÂNCIAS FIAT DUCADO ENTREGUES AO GOVERNO FEDERAL VISITA DE ALUNOS

PARCERIA NO MOTOCICLISMO A Fiat volta a patrocinar a Yamaha no campeonato mundial de motociclismo. A equipe Fiat Yamaha conta na temporada 2010 com os pilotos Valentino Rossi (acima) e Jorge Lorenzo (abaixo). A parceria inovadora vai criar uma plataforma integrada de comunicação, marketing, relações públicas, publicidade e web 2.0, que será usada nas estratégias de posicionamento de marca. O patrocínio global permitirá à Fiat realizar campanhas de comunicação nos países que recebem as etapas da MotoGP, como a Hungria, um mercado-chave para a presença da Fiat na Europa.

A Fundação Torino recebeu em março a visita de 23 alunos italianos, que vieram ao país conhecer a arquitetura brasileira, com destaque para obras de Oscar Neiemeyer. Os estudantes estão no último ano do Ensino Médio/Técnico de “Geômetra”, curso que só existe na Itália e se assemelha ao curso técnico em edificações, com matérias sobre projeto civil, estruturas, análise de terreno e valorização de bens (imóveis). Eles visitaram obras e pontos turísticos em Brasília, Belo Horizonte, Foz do Iguaçu e Rio de Janeiro.

PRÊMIO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

Fotos Divulgação Fiat

A Fundação Torino conquistou em março a categoria Responsabilidade Social do Prêmio Nacional de Gestão Educacional com o Projeto Vias Turismo, realizado na comunidade de Santo Antônio do Leite (MG). Promovido pela Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (CONFENEN) e pela Humus Consultoria, o prêmio busca incentivar e valorizar práticas eficazes de gestão educacional no Brasil.

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ESTRATÉGIA DE MARKETING VENCEDORA O playlist Feelgood do Fiat 500 C venceu a categoria Participação da Comunidade do prêmio MediaGuardian Innovation Awards, promovido pelo jornal inglês the Guardian. No playlist os amantes da música selecionam suas faixas favoritas, que ser compartilhadas e ouvidas por outras pessoas. A estratégia de marketing foi desenvolvida pela Fiat em parceria com a agência digital AKQA, a Mediaedge:cia e o portal musical Spotify.

EXECUTIVO DE VALOR Pelo quarto ano consecutivo, o presidente do Grupo Fiat para a América Latina, Cledorvino Belini, foi eleito Executivo de Valor, na categoria Veículos e Peças. Realizada anualmente pelo diário Valor Econômico, a premiação elege, por meio de pesquisas feitas com headhunters, 24 executivos dos principais setores da economia brasileira.

O Governo Federal entregou em março 650 ambulâncias Fiat Ducato a Estados e municípios de todo o país. Os veículos vão atuar no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Trata-se da primeira remessa de um total de 1,1 mil veículos vendidos pela Fiat ao Ministério da Saúde. Nas próximas remessas o Ministério distribuirá veículos de Suporte Avançado de Visa, conhecidos como UTI Móvel. Todas as ambulâncias são de suporte básico de vida e possuem maca com cabeceira articulada e pés dobráveis, cilindro de oxigênio, suporte para soro e sangue e bancada para medicamentos e equipamentos médicos.

ESCLARECIMENTO O Centro de Logística e Distribuição de Peças – CD Integrado CNH/Iveco, citado na edição 100 de Mundo Fiat, é o maior da América Latina especificamente entre as instalações congêneres da Case New Holland na região.

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raio-X DO GRUPO FIAT NO BRASIL

MONTADORAS

Raio-X do Grupo Fiat no Brasil

sistemas de produção

www.fiat.com.br Empresa: Fiat Automóveis www.comau.com.br Empresa: Comau do Brasil

educação

www.fundacaotorino.com.br Empresa: Fundação Torino

serviços www.cnh.com Empresa: Case New Holland (CNH)

serviços financeiros

Empresa: Fides Corretagens de Seguros www.iveco.com.br Empresa: Iveco Latin America Empresa: Fiat do Brasil S.A. A Fiat do Brasil S.A., constituída em 1947, é a empresa mais antiga do Grupo Fiat no Brasil. É a representante, no país, da Fiat SpA, a holding mundial do Fiat Group. A Fiat do Brasil S.A. tem a função de representação institucional perante as autoridades governamentais, comunicação corporativa, auditoria interna, treinamento, contabilidade, normatização e gestão das áreas fiscal e tributária, metodologia, folha de pagamento e outras atividades de suporte às operações do Grupo. No Brasil, o Grupo Fiat reúne 19 empresas, divisões, associações e fundações localizadas em três estados e com atuação no setor automotivo*, no setor de serviços e nas áreas de educação e cultura, constituindo-se no 11º grupo empresarial do país (2007), segundo a revista Valor Grandes Grupos (novembro de 2008). A receita líquida do Grupo Fiat no Brasil apresentou crescimento de 17% em 2008 em comparação com o exercício anterior, ascendendo a R$ 30,3 bilhões. Localização: tem plantas industriais nos estados de Minas Gerais, Paraná e São Paulo. Empresas, divisões, associações e fundações ligadas ou mantidas pelo Grupo Fiat no Brasil: Fiat Automóveis, Case New Holland (CNH), Iveco, FPT – Powertrain Technologies, Magneti Marelli, Teksid do Brasil, Banco Fidis, Banco CNH Capital, Comau, Fiat Group Purchasing/Fast Buyer, Fides Corretagens de Seguros, Fiat Finanças, Fiat Revi, Fiat Services, Fundação Fiat, Isvor (Instituto de Desenvolvimento Organizacional do Grupo Fiat), Casa Fiat de Cultura, Fundação Torino, além da Fiat do Brasil. Presidente: Cledorvino Belini Para saber mais: www.grupofiat.com.br * Produção de veículos de passeio, comerciais leves, caminhões em todos os segmentos, microônibus, máquinas agrícolas, máquinas de construção, fundidos, motores, câmbios e componentes automotivos, automação industrial e projetos e serviços industriais

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Empresa: Fiat Finanças

www.isvor.com.br Empresa: Isvor Instituto para o Desenvolvimento Organizacional

componentes Empresa: Banco CNH Capital

Empresa: Fiat Revi

www.magnetimarelli.com Empresa: Magneti Marelli Empresa: Banco Fidis

www.fptpowertrain.com Empresa: FPT – Powertrain Technologies (Mercosul)

www.teksid.com.br Empresa: Teksid do Brasil

cultura

Empresa: Fiat Services

assistência social

www.casafiatdecultura.com.br Empresa: Casa Fiat de Cultura

www.fundacaofiat.com.br Empresa: Fundação Fiat

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memória

Maior visão da área de trabalho Trator Farmall A, da década de 1940, possui motor do lado esquerdo do assento do operador, pneus de borracha e transmissão de quatro velocidades. POR WAGNER CONCHA

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Divulgação CNH

Modelo Farmall A oferecia motores a gasolina ou querosene

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epois de anos de desenvolvimento e vários protótipos, a International Harvester – marca que se uniu à Case, criando a Case IH – lançou o trator Farmall em 1924. Era o menor trator multifunção e havia sido desenhado para concorrer com os tratores Fordson, da Ford Motors. O Farmall foi o primeiro nos Estados Unidos a incorporar o desenho tipo triciclo ou de bitola estreita no eixo dianteiro, que pode ser usado em culturas altas, como algodão e milho. Havia apenas um modelo Farmall, mas quando se percebeu que a fábrica não podia comportar a grande demanda, a International Harvester criou modelos com mais potência e outras novidades para continuar com a marca Farmall.

Mais tarde, o primeiro Farmall ficou conhecido como “comum”, para se diferenciar do modelo posterior, denominado F-20, e que deu origem à série F (F-20, F-30, F12, F-14). Todos os tratores estavam pintados com a cor cinza “couraçado” até 1937, quando foi criada uma nova cor: o vermelho “Farmall”. A série F durou até 1938, já que em 1939 foram lançadas as famosas séries das letras – A, B, BN, C, H, M e MD. A International Harvester havia encomendado ao designer Raymond Loewy um novo desenho para os tratores Farmall, mais aerodinâmico e elegante. Projetado para campos norte-americanos de tamanhos pequenos e médios, os novos Farmall ofereciam uma grande variedade de motores, características e opções de equipamento. O Farmall A era o menor da série e tinha o mesmo motor que o seu antecessor. Entretanto, o novo desenho destinou o motor ao lado esquerdo do assento do operador, oferecendo uma extraordinária visão da área de trabalho. Essa característica ficou conhecida como “Culti-Vision” e teve uma grande aceitação dos produtores. Além disso, vinha com pneus de borracha e transmissão de quatro velocidades. O conforto do operador aumentou com o estofamento, revestimento de espuma e montagem do assento sobre molas. O modelo A possui motores a gasolina ou querosene e é equipado com tomada de força e polia na parte traseira, em vez de ficar na lateral. A Case IH expôs um trator Farmall A em seu estande durante a Expoagro, uma das maiores feiras agrícolas da Argentina. O evento foi realizado em março na localidade de Baradero, província de Buenos Aires.


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