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Fig 1. Capitanias hereditárias no Brasil
Fonte: Biblioteca da Ajuda, Lisboa, domínio público - Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Capitanias_do_Brasil#/media/Ficheiro:Capitanias.jpg
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Apresentaremos brevemente o processo histórico de ocupação territorial do Piauí, que nos remete ao período colonial. A ocupação territorial no Piauí aconteceu de maneira diversa de outros estados, tanto no tempo quanto no espaço. Além de ter sido um dos últimos territórios a sofrer com a ocupação dos colonizadores, sua colonização começou do interior para o litoral “(...) por volta de 1674, o Piauí é povoado, mas de maneira diversa das demais capitanias: seu solo é conquistado partindo-se do interior (do Rio São Francisco) para o litoral” (DIAS, 2010, p.54). Frisa-se que “esse novo povoamento estava numa área situada entre as capitanias do Maranhão e Pernambuco” (MOTT, 2010, p.55). Dias afirma que “nesse período, o Piauí servia apenas como corredor de passagem entre as capitanias do Maranhão e Ceará. Não havia colonização sistemática na área litorânea” (DIAS, 2016, p.20), ou seja, passaram-se quase dois séculos da chegada dos portugueses no Brasil sem que houvesse de fato uma investida colonizadora no Piauí.
Nesse sentido, é importante ressaltar que no território piauiense viviam diversos povos indígenas, que sofreram um projeto de extermínio pelos colonizadores “em pouco tempo, o desbravamento a ferro e fogo revelou-se meio seguro de consolidar posses. Nada resistiu ao ímpeto dos colonizadores; nem terra nem gente. No caminho das riquezas, o Brasil dos portugueses era tora e destino” (LIMA, 2016, p.19). Diante disso, não se pode falar de ocupação do território piauiense sem falar dos povos originários, que sofreram demasiadamente com a ocupação dos bandeirantes da Casa da Torre, mas que resistiram e atualmente lutam pelo reconhecimento da terra.
Por conseguinte, as primeiras sesmarias doadas em territórios piauienses foram concedidas a Domingos Afonso Mafrense, Julião Afonso Serra, Francisco Dias d’Ávila e Bernardo Pereira de Gago, às margens do Gurgueia e daí por diante as sesmarias se estendiam por todo o território, desde o norte na região de Parnaíba ao extremo sul do Piauí (LIMA, 2016, p.23). Vale lembrar que Domingos Afonso Mafrense, o “Domingos Afonso Sertão” está vinculado à Casa da Torre, na Bahia, possuindo cerca de 30 fazendas e uma delas se tornou, posteriormente, a Vila da Mocha (atual Oeiras), se tornando a primeira capital do Piauí (LIMA, 2016, p.24). “Domingos Sertão contribuiu particularmente para dois processos históricos no Piauí: a ocupação do território e a inserção do trabalho escravizado na estrutura social em formação” (LIMA, 2016, pp.23). Hoje, tanto os povos indígenas, quanto os povos negros remanescentes de quilombos reivindicam o reconhecimento de suas terras ocupadas.
Outra característica peculiar da colonização do Piauí ocorreu por meio de sua economia, que difere das outras regiões. A atividade predominante era a pecuária, inclusive, abastecendo as demais regiões do Brasil, assim, “a atividade da criação de gado era estimulada e de suma importância dentro da estrutura econômica do