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Belém, quarta-feira, 27 DE março de 2013
magazine n 3
magazine
Gusttavo Lima diz que não vai parar. Página 6.
baionaras Filme rodado na cidade será exibido durante 1ª Mostra de Cinema
Silvana Ranieri
A memória afetiva do povo de Baião E
xibido no final do ano passado no Instituto de Artes do Pará (IAP), o documentário “Velhos Baionaras, Tesouros Vivos”, dirigido por Stéfano Paixão, será lançado oficialmente no final deste mês, na cidade de Baião, onde foi rodado. Na bagagem, a equipe do documentário, leva curtas-metragens e animações para realizar o 1ª Mostra de Cinema Paraense de Baião, nos dias 29 e 30 de março, a partir das 18h30. A entrada é franca. Com o intuito de divulgar, difundir e expandir o que se tem produzido no audiovisual paraense, Stéfano Paixão, Dário Jaime e amigos voluntários se juntaram para tornar real, em Baião, essa Primeira Mostra de Cinema Paraense. O evento, sem fins lucrativos ou de caráter competitivo, exibirá sete filmes em dois dias, no Salão Paroquial, em frente à Praça Matriz. No dia 29 de março serão exibidos: “A onda: festa na Pororoca”, uma animação de Cássio Tavernard; “Ribeirinhos do Asfalto”, curta-metragem de Jorane Castro; “Juliana contra o jambeiro do diabo pelo coração de João Batista”, cur-
Filme foi produzido graças à Bolsa de Experimentação e Pesquisa do IAP
ta-metragem de Roger Elarrat e para fechar a programação da noite, o lançamento do documentário “Velhos Baioaras, Tesouros Vivos”, de Stéfano Paixão. No segundo dia, a animação “O Rapto do Peixe-Boi” de Tavernard, o curta “Certeza” de Pedro Tobias e o prélançamento do documentário “Ervas e Saberes da Floresta”, de Zienhe Castro. Segundo Stéfano, o filme “Velhos Baionaras, Tesouros Vivos”, realizado graças à bolsa de Experimentação, Pesquisa e Divulgação Artística 2012 do IAP, é um recorte poético-
visual da memória afetiva e popular da cidade Baião, no Pará, através de depoimentos de moradores que tem muito a ensinar e muitas histórias para contar sobre a construção da identidade local. Especializado em ArteEducação pela PUC-Minas Gerais, Stéfano é natural de Baião e se diz inquieto ao ver que a cidade é uma das várias cidades do Pará que está fora da rota de qualquer plano político cultural. “A sensação que tenho é que os grandes investimentos na área da cultura sempre estão concentra-
dos nas cidades polos, como Santarém, Tucuruí, Marabá, Bragança, deixando as demais cidades sem acesso a certos bens artísticos”, reclama Stéfano. “Mesmo com a ausência do governo do Estado e da prefeitura de Baião quando o assunto é cultura, nós queremos proporcionar ao povo de Baião o acesso à produção do audiovisual paraense. E dizer a eles que temos cinema de qualidade sendo produzido aqui . Para além do entretenimento. Cinema pode ser instrumento de inclusão, mediação e participação social”, afirma.
colóquio Programação tem professores e doutores de vários Estados brasileiros Ele é notoriamente um dos mais importantes pensadores contemporâneos. Seu legado está presente em obras de ensaístas como Michel Foucault, Gilles Deleuze, Jacques Derrida, Roger Laporte e Jean-Luc Nancy. Um pensar que também inspirou poemas de Rilke e segue vivificado por pensadores no mundo todo. Os 10 anos da morte do ensaísta e filósofo francês Maurice Blanchot serão lembrados em forma de colóquio, composto de conferências, mostra de vídeo, exposição fotográfica,
recital e apresentação de peça de teatro. A partir desta quinta (27), no Instituto de Artes do Pará. Sua contribuição vai além da esfera de pensamento e segue na literatura, constituindo uma referência inteiramente singular nas formas de pensar a experiência literária. No Colóquio, promovido pelo IAP e organizado pelos escritores Nilson Oliveira e Ney Ferraz Paiva, a ideia principal é promover o diálogo com essa obra, ou nas palavras dos escritores: “percorrer seu infindável espaço aberto literário e reencontrar com Blanchot após a experiência definitiva do desaparecimento”. A programação, composta de exibição de vídeo e diversas conferências, tem como convidados professores e doutores
Silvana Ranieri
Maurice Blanchot em pauta no Instituto de Artes
Na programação, exposição fotográfica e teatro
das Universidades Federais do Rio Grande do Norte, Ceará, Pará, Fluminense (RJ), Rio Grande do Sul, e UNB (Brasília), além de performance e lançamento literário. Toda o colóquio será realizado no IAP, entre os dias 28 e 30 de março.
“Papo de Ator” é troca de experiências Hoje (27) e na próxima quarta-feira, 03 de abril, acontece a última etapa do projeto de extensão “Papo de Ator”, da Escola de Teatro e Dança da UFPA, que promove encontros para troca de experiências entre artistas de teatro da cidade. Desta vez, os convidados são os atores Claudio Barros e Rodrigo Braga, respectivamente. Nos encontros que vão começar sempre às 18h, na Sala 04 da ETDUFPA (Jerônimo Pimentel esquina com Dom Romualdo de Seixas), eles vão fazer uma demonstração técnica de suas mais recentes criações e depois conversar com o público e também responder perguntas sobre a arte da atuação. Os evento tem entrada franca e é aberto aos artistas da cidade e à comunidade em geral. O projeto é coordenado pelo ator, encenador e professor Alberto Silva Neto, e tem colaboração da atriz e professora Valéria Andrade. Segundo Alberto, a ideia é promover tanto a troca de experiências entre atores paraenses quanto a difusão de técnicas de atuação e procedimentos de criação da cena pelo ator que vem
sendo investigadas em nossa cidade. Iniciado em 2012, mas estendido até março devido à greve da UFPA, o projeto já recebeu os atores paraenses Adriano Barroso, Aílson Braga e Henrique da Paz, além do professor e diretor Antônio Januzeli, o Janô, da Universidade de São Paulo (USP), que há décadas desenvolve uma pesquisa chamada Laboratório Dramático do Ator. Nesta quarta, dia 27, o ator Claudio Barros fará uma demonstração sobre o processo de criação do espetáculo “Solo de Marajó”, no qual narra oito histórias extraídas do romance “Marajó”, de Dalcídio Jurandir. As técnicas utilizadas incluem a criação de uma dramaturgia pessoal do ator através da utilização de histórias de vida e observações de corpos cotidianos na construção de uma partitura de ações físicas. Claudio Barros faz teatro em Belém há 37 anos e tem passagem por importantes grupos da cidade como Experiência, Cena Aberta e Cuíra. Atualmente integra o elenco do grupo Usina Contemporânea de Teatro. Na próxima quarta, dia
03, o convidado será o ator Rodrigo Braga, que vai demonstrar etapas de seu processo de criação do espetáculo “Corpo Santo”, que voltará em cartaz. Ele é formado pelo curso Técnico em Ator, da Escola de Teatro da UFPA, e é fundador da Cia de Teatro Madalenas, com dez anos de atividades. Atualmente, Rodrigo é um dos atorespesquisadores do grupo Patuanú - Núcleo de Pesquisa em Dança do Ator, coordenado por Carlos Simioni, do LUME Teatro, grupo sediado em Campinas (SP) que pesquisa técnicas de atuação contemporâneas.
üServiço Projeto “Papo de Ator”. Nas quartas-feiras, dias 27 de março e 03 de abril, sempre às 18h, na Sala 04 da Escola de Teatro da UFPA (Jerônimo Pimentel esquina com Dom Romualdo de Seixas). èEntrada franca a aberta à comunidade.
üServiço Colóquio Blanchot: Literatura, Amizade - Uma Vida | 10 anos da morte de Maurice Blanchot. De 27 a 30 de março, no Instituto de Artes do Pará
De acordo com Stéfano, a iniciativa de preservar e movimentar a cultura na cidade começou em 2010. Premiado pelo Ministério da Cultura e Fundação Nacional das Artes com o edital “Microprojetos da Amazônia Legal”, o grupo Contadores Aluados iniciou um trabalho de pesquisa e iniciação teatral com os jovens de Baião, que resultou na peça teatral de rua “Contadores Aluados e sua Carroça de Estrelas”, que explorava as histórias de vida dos mesmos personagens que hoje compõem o documentário. O espetáculo provocou uma comoção na cidade e se projetou nacionalmente quando foi selecionado para participar do Festival Estudantil de Teatro de Belo Horizonte (FETO) em 2011. “A ida à Belo Horizonte foi bancada através de doações. O grupo também promoveu ações para angariar fundos para a viagem e o governo do Estado nos deu o ônibus. Saímos do festival com dois prêmios: Identidade Visual e Dramaturgia”, conta Stéfano. Segundo ele, este projeto foi tão importante que se desdobrou em um documentário feito com as pessoas que emprestaram suas biografias para o espetáculo teatral. “Após meses de gravação do documentário, agora retornamos a Baião para socialização o que foi produzido a partir das historia de vidas de seus moradores. Queremos que es-
Outras sete produções premiadas serão apresentadas ao público ta mostra de cinema vire evento anual em Baião”, afirma. O grupo que realiza a 1ª Mostra de Cinema Paraense de Baião é formado por Dário Jaime, Silvana Ranieri, Sacha Gomes, Fabrício Souzsa, Caroline Araújo, Wesley Braun, Pedro Tobias, Carlos Vera Cruz, Lucas Eugenio, Leandro Oliveira, Rodolfo Mendonça e Tati Brito. Eles dizem apostar na boa recepção do evento, para que a próxima edição, além da programação de cinema, ofereça minicursos, oficinas e palestras para qualquer pessoa da cidade que se interessar pelo audiovisual. “Vamos trabalhar em parceria com as escolas da cidade, alavancando, instrumentalizando e potencializando os jovens estudantes de Baião”, diz Dário Jaime.
üServiço 1ª Mostra de Cinema Paraense de Baião será nos dias 29 e 30 de março, no Salão Paroquial (em frente a Praça Matriz), de 18:30 às 21h. è Entrada franca. Faixa etária livre.
Programação è Dia 28 (Quinta-feira) 17h – Conferência de abertura: Blanchot: A Escrita Sem Rosto - Daniel Lins | UFC 18h – Por que alguém se fecha num quarto para escrever? A literatura enquanto pergunta essencial - Eduardo Pellejero |UFRN 19h – Conferência do professor Ernani Chaves |UFPA è Dia 29 (Sexta-feira) 16h – Traduzir a voz de Blanchot - Éclair Antônio Almeida & Amanda Mendes Casal |UNB 17h – Escrever, demônio perverso - Sheyla Smanioto Macedo |UNICAMP - NDC 18h – Blanchot e o experimento do comum - André Queiroz | UFF 19h – Sob o signo do rosto e da fisionomia - Patrick Pardini | Fotógrafo - Museu da Universidade Federal do Pará 20h – Performance: Maura
Lopes Cansada de Deus - por Denis Bezerra | UEPA Texto de Ney Ferraz Paiva | Revista Polichinello è Dia 30 (Sábado) 16h – Exibição do filme: Blanchot Vida e Obra Christophe Bident e Hugo Santiago 17h – Conferência: Maurice: cenas de um estudar-junto - Luciano Bedin da Costa |UFRGS 18h – Conferência: O direito à morte, a impossibilidade do fim e o desastre - Cid Ottoni Bylaardt | UFC 19h – Conferência: Experiência da morte e amizade - João Camillo Penna |UFF 20h – Lançamento: Plaquete Blanchot Com textos de: Jacques Derrida - Lacoue-Labarthe - Christophe Bident - Jacques Lacan