Araranews 2 2011

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BELÉM, SETEMBRO DE 2011 FOTO: ROBERTA DAMASCENO

Grafiteira com muito orgulho Drika Chagas (à esquerda) mostra que o grafite funciona como expressão artística na rua e em ambientes fechados. O importante, para a grafiteira, é manifestar sentimentos com o spray. Página 6 CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - UNAMA

ANO I, NÚMERO 2

BELÉM, SETEMBRO DE 2011

FOTO: NAIR ARAÚJO

Professor defende o incentivo à leitura sem as amarras da obrigação

Mateus Rezende (foto à direita) propõe revisão metodológica e o estímulo ao prazer de ler. Página 8 ARTIGO

A tecnologia que aprisiona Informação em tempo real, mídias sociais, isolamento. Giane Santos analisa o lado escuro da tecnologia. Página 6

Arquitetura histórica some no abandono de Mosqueiro FOTO: HELDER LEITE

GOELA

Uma rotina de problemas Alunos escrevem sobre os problemas que mais afligem o morador da cidade de Belém: trânsito ruim e poluição. Página 2

Páginas 4 e 5

TV UNAMA

Uma década a serviço da educação

PRONTOFALEI

Tuitadas fazem sucesso na rede Confira as tuitadas que mais bombaram na internet. Rede social atrai cada vez mais estudantes. Página 8

Um verdadeiro patrimônio histórico da arquitetura está se perdendo em Mosqueiro. Casarões e imóveis que compunham o cenário da ilha, contribuindo para o turismo, viraram ruínas. Proprietários e a prefeitura de Belém carimbam o abandono.

Estúdio da TV Unama: canal universitário é laboratório completo para o exercício do Telejornalismo

Sob nova direção, TV Unama completa 10 anos como um eficiente laboratório de telejornalismo. Alunos saltam do estágio para o mercado.

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NOVAS MÍDIAS

Livros virtuais ganham espaço no mercado Negócio dos e-books movimenta milhões e acende o debate sobre os novos suportes de leitura. Bibliotecas virtuais (na ilustração à esquerda) crescem. Página 8

Para colaborar, fale com a gente: agencia.com@unama.br


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BELÉM, SETEMBRO DE 2011

editorial

goela

Leio, logo existo A revolução tecnológica da internet coloca em xeque, há muito, o futuro dos veículos de comunicação impressos – jornais, revistas e livros. Eles vão mesmo acabar? Quatro anos atrás, a maioria dizia que não. Hoje, fica a dúvida. O certo é que, pelo menos por algum tempo, as duas plataformas de leitura vão coexistir. Estão aí os tablets e o mercado em ascensão de livros-reporta-

gem-biografia de prova. Essa é uma das discussões que o Arara News provoca nesta edição. Os prós e os contras de ler por meio da tela de computador, sem tatear a aspereza das folhas entre os dedos, deixamos para nossos entrevistados – e para os leitores, que vão tirar suas próprias conclusões. E mais: nossa intenção vai além do estímulo ao debate. Leitura não é o simples

processo de decodificação da escrita. Representa o pontapé inicial para a interpretação dos fatos e consequente compreensão do mundo. O brasileiro lê pouco. Em média, 4,7 livros por ano, segundo dados do Ibope de 2008. Talvez os alunos de Comunicação Social leiam menos ainda, uma vez que é frequente a reclamação de professores sobre textos mal escritos, matérias mal ela-

boradas, jornalistas que não refletem. A leitura só engrandece quem dela bebe. Não vamos predizer o fim de um suporte em detrimento de outro, mas apostamos que o ato de ler, em si, é o diferencial entre o profissional e o bom profissional. Entre a satisfação e o encantamento, na linguagem do marketing. Entre o existir e o ser. Entre o prazer e a fruição.

artigos

O lado escuro da tecnologia Desde a descoberta do fogo, da roda e das primeiras ferramentas, o homem começou a sua corrida por aprendizado – e também por poder. O processo de descobertas de tecnologias que pudessem facilitar a vida ganhou velocidade mecânica, a vapor e elétrica. Chegamos a uma velocidade quase instantânea. Vivemos atualmente em uma constante revolução, uma revolução digital onde as bandeiras erguidas são trending topics no Twitter. Em meio a essa velocidade, ao brilho da tela do iPad, do computador, do smartphone, deslumbrados com os inúmeros recursos de tais tecnologias, existe um homem. Por muitas vezes, desumanizado. Mais aço que carne. Mais cabo que veia. Nos raros momentos em que ele se vê desconectado do mundo virtual é como se também

120). A frase do filósofo define bem a bifurcação em que o homem contemporâneo se encontra, com um pé no futuro e outro no passado. Não é à toa que tantas modas remetem as décadas anteriores, em um esforço de manter uma identificação com o que une essa geração com as gerações antecedentes. A tecnologia tão desejada en-

fim está disponível e amadurecida. Pena que para um fragmento pequeno da população mundial, que ainda engatinha quando o assunto é inclusão digital. Entretanto, com a economia aquecida e maior poder de compra, os brasileiros estão aceitando mais e mais essa tecnologia que chega às casas pelos celulares, pelas televisões de alta definição e pela internet sem fio. Resta saber o que será dos homens daqui a uma, duas, ou meia década, já que o encurtamento do tempo é uma das consequências dessa cultura digital e globalizada em que estamos imersos. Abraçar o futuro e as consequências que já começam a aparecer na população, ou tentar remediar esse espaço vazio de convívio humano direto que se forma nas relações cotidianas. GIANNE SANTOS

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Uma virada dramática, mas nem tanto assim O Dream Theater surgiu no final dos anos 1980, em Nova York, Estados Unidos, e tem grandes influências de grupos de rock progressivo como Pink Floyd, Yes e Rush. A banda é conhecida pela qualidade técnica absurda dos instrumentistas, e também pela longa duração das faixas (algumas chegam a passar de 10 minutos). A formação é a seguinte: James LaBrie nos vocais, John Petrucci na guitarra, o baixista John Myung, o tecladista Jordan Rudess e o baterista Mike Mangini – que substituiu Mike Portnoy, quando deixou o grupo no final do ano passado. O novo álbum era aguardado com muita expectativa pelos fãs, já que é o primeiro sem seu líder e principal compositor, Mike Portnoy. O receio era de que a química entre o novo baterista e

os outros integrantes não fosse das melhores, resultando em um trabalho fraco. Ledo engano. Mike Mangini parece ter nascido para tocar no Dream Theater, tamanho seu entrosamento com os outros músicos. O álbum A Dramatic Turn of Events vai agradar muito aqueles que gostam das composições complexas da banda, pois de arranjos intricados ele está cheio, com longos e elaborados trechos instrumentais na grande maioria das músicas. A primeira música, On the Back of Angels, é repleta de peso, com guitarras distorcidas e um refrão poderoso. A segunda música, Build Me Up, Break Me Down, não me agradou muito. A presença de sons parecidos com pick-ups de DJs, além de um refrão um

Meu problema é com as empresas que operam planos de saúde, principalmente os de abrangência nacional. Na hora de vender, propagam mil e uma vantagens; na hora que precisamos, quando achamos que vamos morrer de tanta dor, ou incômodo ou qualquer que seja o malestar, é que elas mostram o quanto estão se lixando para os usuários. Fora os médicos, que nem olham na nossa cara e já vão prescrevendo um soro. “É uma virose”, resumem com frequência. THAÍS BRAGA

ILUSTRAÇÃO: PRISCILA SANTOS

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não pertencesse ao mundo real. Obeso, paranóico, estressado, hipertenso. Conversar offline é mais complexo do que digitar uma sequência de letras. “A humanidade não é o fim, mas meio”, já dizia Nietzsche. “A humanidade é apenas matéria de experimentação, um enorme excedente de fracassos, um campo arruinado” (Nietzsche [1998], p.

Propaganda enganosa

pouco fraco, fez a sonoridade lembrar muito algo que o Linkin Park faria, e isso não é muito bom. Outras faixas como Lost Not Forgotten, Outcry e Bridges in the Sky são cheias de levadas quebradas e tempos complexos, características que fizeram a banda ser aclamada tanto pelo público quanto pela crítica especializada. A balada This is the Life, marcada por uma bela melodia, lembra quase o som do Pink Floyd, com um belo vocal e um solo de guitarra fantástico de John Petrucci. Com certeza é tão boa quanto as outras baladas escritas pela banda. Retornando à sonoridade “progressiva”, Breaking All Illusions possui linhas de teclado com elementos bem setentistas, com harmonias brilhantes e li-

nhas instrumentais fenomenais. Finalizando o disco, Beneath The Surface é outra balada, porém não é tão bonita quanto This is the Life. A música não acrescenta muito à mistura de elementos presente neste álbum. Seria ótimo se o disco terminasse da maneira que começou, cheio de peso. A saída do antigo baterista não prejudicou a banda, que teve que se esforçar mais para agregar o estilo de um novo membro nas composições, mesmo que ele não tenha feito grandes alterações na grande maioria das músicas. É bom ver que, mesmo sem seu antigo líder, o Dream Theater continua fazendo o som que conquistou muitos fãs há mais de duas décadas. LUCAS FREIRE

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Mudança de atitude Minha reclamação é sobre a poluição visual e ao meio ambiente que se encontra hoje na Região Metropolitana de Belém. A população se queixa da gestão do prefeito Duciomar Costa, e até cobra atitude diante de tantos problemas sociais. No entanto, são os próprios moradores que poluem a cidade jogando lixo na rua. Como cobrar das autoridades um atitude se é a própria população que mantém a cidade suja? Acho que a mudança deveria acontecer primeiro na população, para depois haver cobrança das autoridades. PATRÍCIA VASCONCELLOS

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Confusão no trânsito Engarrafamento, em Belém, é a toda hora. Com via única para entrada e saída da cidade, quando qualquer coisa acontece, ainda que seja um pequeno incidente, o trânsito vira um caos total. Parece que não existe rota alternativa e todos têm que seguir em uma só direção. Se o veículo não tiver ar-condicionado, pior ainda. Fora o risco de assalto, de batidas no carro ou moto e, às vezes, você ainda tem que dividir espaço com o ciclista e até mesmo com carroça e o cavalo. CINTIA BENTES

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BELÉM, SETEMBRO DE 2011 FOTO: HELDER LEITE

tribuna Reitora assume a Unama

No estúdio, equipe formada por profissionais e estágiários mantém nível de produção

TV Unama abre as portas do mercado Canal universitário completa 10 anos e anuncia mudanças ANGELINE ROCHA 4JLM1

A primeira TV universitária da região Norte foi criada em agosto de 2001, antes mesmo da habilitação em Jornalismo ser incorporada ao curso de Comunicação Social da Universidade da Amazônica (Unama). A ideia partiu do antigo reitor Édson Franco com o intuito de divulgar as ações da universidade e criar um laboratório para que os alunos do curso de Comunicação Social pudessem associar a teoria com a prática no processo de produção da notícia. A primeira equipe da TV Unama era coordenada pelo jornalista Douglas Dinelly, que selecionou uma equipe de professores e profissionais com pleno conhecimento do vídeo a fim de proporcionar a melhor experiência para os estagiários. “Queríamos que o aluno não tivesse tantas dificuldades quando chegasse ao mercado de trabalho para iniciar a carreira profissional”, comentou. A rotina da TV Unama é semelhante a uma TV comercial, com encaminhamento e elaboração de pautas, produção de reportagem e apresentação do telejornal Espaço Universitário – veiculado aos sábados na TV RBA, às 8h. Uma das fundadoras e ainda editora da TV, Otávia Motta, diz sentir-se um pouco professora por trabalhar diretamente com estagiários e poder dividir um pouco sua grande experiência na televisão. “Com certeza

FOTO: HELDER LEITE

A professora Ana Célia Bahia assumiu a reitoria da Unama (Universidade da Amazônia) após o pedido de afastamento do professor Antônio Vaz. O nome dela foi indicado por unanimidade pelo Conselho Diretor e aprovado também por todos que fazem parte do Conselho Universitário. O principal desafio da professora, que trabalha há 32 anos na instituição, é lutar pela sustentabilidade acadêmica e financeira da universidade. Ela pretende, ainda,

Eu acredito no otimismo da vontade. Tenho clareza do tamanho da responsabilidade.

Professora Ana Célia Bahia, nova reitora da Unama

Publicidade

Nádla Silva, estagiária, durante gravação do telejornal

talvez eu não tenha a didática de sala de aula, mas conheço a rotina de produção há anos e posso dar suporte ao aluno”, disse. O cinegrafista Sérgio Santos, que também fez parte da primeira equipe, afirmou que a TV Unama faz parte de sua história: “Quando vim para a TV Unama eu era faxineiro da universidade, perguntaram se eu queria ser transferido para cá e aceitei, aprendi tudo aqui com os outros cinegrafistas. Aqui também é uma escola pra mim. Hoje sou cinegrafista profissional e amo o que faço”, contou Sérgio. Uma das atuais estagiárias, Nádla Silva, começou a trabalhar em agosto deste ano e já apresenta o telejornal universitário. Para a estudante, fazer parte do laboratório é essencial para entrar no

mercado de trabalho bem preparada e melhor ambientada profissionalmente com a rotina dos telejornais. Parceria A TV Unama tem parceria sólida com o Canal Futura, a Rede Brasil Amazônia (RBA) e o Amazon SAT. Nos dez anos de existência, levou dezenas de estagiários para o mercado de trabalho, a exemplo da jornalista Caroline Nogueira, que atualmente apresenta o Jornal da Band, em São Paulo. A professora Renata Ferreira, também apresentadora do programa Sem Censura, da TV Cultura do Pará, será a nova coordenadora do espaço, um dos mais procurados pelos estudantes.

implantar novos programas de mestrado e iniciar dois de doutorado. Ana Célia está otimista e conta com o apoio de professores, gestores e demais funcionários da Unama para garantir o sucesso da gestão. Os ex-reitores Édson Franco e Antônio Vaz desejaram sucesso à professora. Ana Célia é doutoranda em Educação pela Universidade de Lisboa, em Portugal, e mestre em Educação pela Universidade da Amazônia.

O publicitário Oswaldo Mendes bateu um papo com alunos e professores de Publicidade no campus BR. Ele falou sobre a trajetória da sua agência, uma das dez brasileiras que completaram 50 anos em 2011 e uma das três mil certificadas do país. “A história da agência de Oswaldo coincide com a história da publicidade no Pará”, enfatizou Alda Costa, coordenadora do curso de Comunicação Social da Unama.

Perspectivas A coordenação do curso está organizando o “1º Encontro Preparatório de Professores de Comunicação”. Serão convidados coordenadores e professores de comunicação de diversas instituições para o evento. A intenção é debater as dificuldades e perspectivas da comunicação no Estado. Tudo isso é a preparação para o 1º Encontro Regional de Professores de Comunicação, que está previsto para o ano que vem.

Agência A Agência Unama para os Direitos da Criança e do Adolescente completou sete anos com uma semana de programação, em agosto. Foram abordados os direitos da crianca sob diversas perspectivas, como psicologia, direito e comunicação.

Semana “ A Comunicação Social no mundo digital” é o tema da Semana de Comunicação deste ano, que será realizada de 25 a 28 de outubro. São aguardados palestrantes locais e nacionais. A programação deve contar com concurso de fotografia, oficinas e palestras. A coordenadora do curso, professora Alda Costa, afirmou que a novidade deste ano é a comunicação coordenada. Ela explicou que haverá mesas-redondas específicas, propostas pelos alunos. É importante lembrar que as atividades valem como carga horária para atividade complementar.


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Casarões abandonados Atrações da ilha no passado hoje refletem o descaso do poder público e dos proprietários REPORTAGEM: AMANDA SILVA, GIOVANNA FIGUEIREDO E SAMUEL LIMA FOTOS: BRUNO GOUVÊA, LARISSA GOMES E KARINA BENTES 4JLM1

Distante 60 Km da capital paraense, Mosqueiro se destaca pelas praias de água doce e, também, por seus belos casarões clássicos construídos na passagem do século XIX para o século XX, período do desenvolvimento industrial na Europa. Em Belém, os barões da borracha se inspiraram no modelo europeu

para a construção dos prédios da ilha, levando em consideração a realidade climática. Mas o que se vê hoje em dia na Bucólica são prédios abandonados pelos proprietários e também pelo poder público. Por ser um distrito de Belém, a ilha não possui prefeitura própria. “Uma pequena parcela do orçamento da Prefeitura Municipal de Belém é destinada a Mosqueiro, o que impossibilita maiores investimentos na área cultural da

ilha”, justificou o diretor geral da agência distrital de Mosqueiro, Fernando Robalo. Abandonados e degradados, os casarões históricos de Mosqueiro encontram-se em estado deplorável. Sofrendo com a ação do tempo, muitos desses prédios servem de abrigo para a marginalidade da área. São paredes rachadas, janelas quebradas, estruturas do telhado comprometidas, além da parte do interior dos casarões

invadida pela vegetação. Esse é o cenário atual das grandes edificações da ilha. Segundo a moradora Joana Pinheiro, 72 anos, Mosqueiro era procurado principalmente pela população da elite paraense, devido ao difícil acesso. Porém, com a construção de vias por meio terrestre, o distrito se popularizou. A elite deixou de frequentar assiduamente a ilha, fator que, para a moradora, provo-

cou a desvalorização do patrimônio histórico dos casarões. Com isso, o turismo na ilha foi prejudicado. Segundo Robalo, Mosqueiro é frequentada em determinadas épocas, como férias escolares, carnaval e feriados

Custo de restauração cabe aos donos, afirma Fumbel “Nessa gestão não temos nenhum projeto de revitalização para os casarões de Mosqueiro”, declarou, em nota, a assessoria de comunicação da Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel). O órgão informou, ainda, que não existe lei que destine orçamento para revitalização de imóveis, por isso as esferas Federal, Estadual e Municipal devem criar projetos para as áreas históricas e captar recursos para executar os projetos. Segundo informou a assesRobalo: Agência Distrital soria da Fumbel, tem outras prioridades “não é obrigação da Prefeitura revitalizar ou restaurar imóveis, mesmo estes sendo tombados ou de interesse à preservação”. Ainda de acordo com a assessoria, a competência da preservação e restauro dos casarões é do proprietário, que muitas vezes herdm o patrimônio, mas em função do alto custo de manutenção deixa os imóveis serem depredados pelo tempo e por moradores de rua da região onde se localizam. O diretor geral da Agência Distrital de Mosqueiro, Fernando Robalo, tem uma visão diferente sobre o abandono dos casarões. Para ele, os motivos dos antigos casarões serem tão abandonados é devido à grande burocracia que envolve a reforma dos patrimônios históricos. “O ideal seria reformar os prédios no mesmo padrão antigo, porém não é o que acontece”, declarou o diretor. “O nosso orçamento é muito curto e com o que ganhamos não temos como investir na área cultural do patrimônio histórico. Nós temos outras prioridades”, concluiu Robalo.

Cena de Mosqueiro: imóvel antigo em forma de ruínas

Chalé de arquitetura histórica totalmente abandonado

Torre de casarão na praia do Bisp


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s dominam Mosqueiro prolongados. Por isso, os proprietários só cuidam da manutenção das casas nesses períodos, deixando as residências abandonadas durante o resto do ano. Para o diretor, esse é um fator que atrapalha o trabalho da Agência Distrital, pelo fato de não

po: deterioração aparente

possuir permissão para invadir as casas. Assim, “o trabalho da prefeitura se restringe à coleta de lixo”, afirmou. Além dos problemas estruturais dos casarões, a degradação do meio ambiente se intensifica com o descaso do poder público. Para o administrador e morador da Bucólica, Miguel Cavalcante, 33 anos, “a gestão atual pouco fez para mudar a situação dos casarões da ilha e para atrair turistas durante a baixa

temporada; um dos meios é revitalizar os monumentos históricos”. Abandono O abandono da maioria dos casarões de Mosqueiro afeta diretamente os moradores da ilha. A diminuição do turismo no distrito prejudica, também, muitos trabalhadores. “O abandono faz a desvalorização da própria vila da tapioquinha”, afirma a vendedora Sandra Silva, 46 anos. “O desamparo para com a ilha está cada vez maior. Muitos proprietários, de diversos esta-

belecimentos, estão deixando de cuidar de seus patrimônios e isso faz com que Mosqueiro fique sem nenhum atrativo cultural para os turistas”, afirmou Érika Riebisch, 76 anos, frequentadora da ilha. Ela disse que os imóveis abandonados fazem com que a cidade perca sua beleza e assuma uma imagem de cidade desgastada, sem nenhum incentivo para que aumente o número de veranistas. “Mosqueiro sofreu inúmeras mudanças e deixou de ser a bucólica ilha. Na minha adolescência todos vinham para Mosqueiro, os imóveis eram valorizados e quase não sabíamos

sobre violência”, relatou Érika. Outra moradora do distrito, Joana Pinheiro, comenta que os proprietários deveriam cuidar de suas casas para que a ilha de Mosqueiro voltasse a ser valorizada como antes. “Entendo que o custo para manter uma casa de veraneio seja alto, mas é tão perto de Belém que vale a pena investir nesses prédios”, afirmou Joana. “Pelo fato da Prefeitura ser a mesma de Belém, eles só se preocupam em investir na capital, deixando de lado um dos principais pontos turísticos do Estado que é a ilha de Mosqueiro”, concluiu a moradora.

Preferência por Salinas acelera o estado de abandono da ilha Chalé entregue ao abandono: patrimônio esquecido

Casa fechada e pichada na principal rua da Vila

A professora Vera Pimentel, 48 anos, da disciplina História da Arte na Universidade da Amazônia (Unama), explica que a cidade de Mosqueiro foi fundada por ingleses em meio ao período do ciclo da borracha, funcionando como um balneário para a diversão dos banhistas que a visitariam. Por isso, o local sofreu influência europeia da época na estrutura arquitetônica da cidade. Para a professora, é notório perceber a diversidade existente nas propriedades mosqueirenses, como nos chalés suíços que possuem um Vera: ilha perdeu status toque francês e até mescom a saída da elite mo algumas características alemãs. “Eu lembro que na minha infância, nas férias, nós passávamos horas esperando a tal balsa para fazer a travessia, mas mesmo assim naquela época a ilha foi bastante frequentada pela elite paraense que não conhecia outros locais mais distantes, o que depois se preferiu devido à facilidade de acesso ao mar, já que a ilha de Mosqueiro é banhada apenas por rio de água doce”, comentou Vera. Segundo a professora, com a descoberta de estâncias banhadas pelo mar, a exemplo do município de Salinópolis, localizado a 240 quilômetros de Belém, às margens do oceano Atlântico, na região do Salgado, a ilha foi sendo abandonada. Muitos patrimônios foram deixados para trás, vendidos ou largados pelos proprietários. Com isso, informou Vera, o distrito de Mosqueiro foi perdendo status e deixando de ser um ambiente de lazer para se tornar um lugar deplorável devido ao seu completo abandono. “A elite paraense procurou locais com acesso ao mar e a partir disso surge o abandono de Mosqueiro”, concluiu.


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anote

Obras da artista Drika Chagas em espaços fechados

Pintura de rua: o muro serve de tela

Grafite em benefício da arte

Drika Chagas fala do processo criativo com spray na mão TEXTO: RAISSA ARAÚJO FOTOS: ROBERTA DAMASCENO 4JLM1

Latas de spray, reggae, paredes coloridas, grafites e Adriana Chagas. Esse é o cenário do ateliê da grafiteira paraense dotada de simpatia e talento. Drika Chagas, como assina seus trabalhos, desenvolveu desde criança o gosto pela arte e hoje, com 26 anos, já realizou duas exposições: “Encômodos”, na Taberna São Jorge, e a mais recente “Cidade Labirinto”, no SESC Boulevard. Formada em Artes Plásticas pela UFPA, Drika dá oficinas de grafite no interior do Pará pelo projeto de Oficinas de Mídia Popular “Bizu”, da Secretaria de Estado de Comunicação (Secom). Neste perfil, conheça um pouco da artista. Você prefere a rua ou a parede de um quarto, de um teto...? Não tem preferência, é onde o trabalho dá pra colocar. Tem trabalhos que é bom fazer na rua que, pois dá um efeito melhor e tem trabalhos que é bom fazer no quarto, em uma tela. Depende muito do trabalho do momento. Já tiveste algum problema com polícia ou com moradores? Qual a reação da sociedade ao ver que é uma mulher grafitando? Nunca tive. Pelo contrário, as pessoas wpassavam, olhavam, cumprimenwta-

Drika: pinturas expressam sentimentos humanos

vam e diziam: “Olha, bacana. Legal”. Enfim, é mais uma questão de costume, em Belém como ainda é uma coisa muito recente as pessoas ainda se espantam. Você quer expressar alguma coisa com as pinturas? Seja politicamente ou pessoalmente? O que eu quero expressar mesmo são sentimentos humanos, que às vezes passam despercebidos. Os personagens que você faz são na maioria de cor branca. É, foi uma característica que eu adotei. Porque cada grafiteiro tenta formar um estilo, algo que seja mais pessoal. E até para dizer que nós, no universo, na Terra, somos todos um só, não existe cor. Cores só por fora, mas por dentro somos todos iguais. Então foi essa relação que eu quis colocar.

De onde vem a inspiração? Vem de tudo. Da rua, de casa, da família, amigos, até conversando com vocês duas já vêm umas coisas na minha cabeça. Mas a minha essência mesmo está muito ligada aos personagens das ruas. Como é viver de arte em Belém até se estabelecer? No começo, como qualquer outra arte que tu escolhes para ti viveres, é difícil, complicado, até porque o mercado é muito competitivo. Mas acho que o importante é ter objetivo, concentração e persistir. Qual o motivo principal para o grafite sair das ruas e invadir as galerias? É mais um reconhecimento do grafite mesmo, essa consolidação dele de virar arte. Então, ver isso na galeria é ver o grafite se expandindo e ter o reconhecimento do público.

Unama oferta capacitação Com relação às oficinas de mídias populares no interior do Pará, como é a receptividade do grafite? Eu até me espantei, porque imaginava que oferecer uma oficina de grafite no interior, onde não tem muito contato com material e informação, eu pensei que não ia dar quase ninguém nas oficinas, mas é uma das oficinas que mais dá gente. Encontrei pessoas, alunos que realmente tem um dom pra fazer grafite, e a gente já incentiva e mostra material. É muito bom. Pra você, existe e se existir qual é a diferença entre grafite e pichação? Existem várias diferenças. Na verdade eles nasceram juntos, até porque o grafite vem da pichação, mas com o passar dos anos eles foram tomando outros rumos. A pichação, pra mim, já é um signo da cidade e tem uma diferença muito grande por está muito ligada a demarcação de território. Já o grafite não, ele tem uma preocupação com a estética, com as cores, com a mensagem que você vai passar com o desenho. Então, é algo mais pensado, não que a pichação não seja pensada, porque a pessoa pensa até em subir no topo mais alto. Mas esteticamente, o grafite tem mais cores, mais referências. Você acha que a pichação é necessária ou que um dia toda pichação vai se transformar em grafite? [Risos] Eu acho que não vai existir esse momento em que vai virar tudo grafite. Até porque essa necessidade do homem se expressar na parede surgiu e vem desde o tempo do homem das cavernas. Nos já passamos por várias gerações e essa necessidade de riscar existe até hoje. O que a gente pode fazer é chamar alguns pichadores para se integrar ao grafite. É legal estar sempre buscando, mostrando esses caminhos. Mas eu sei que isso não vai acabar, porque já virou um signo de referência da cidade. O que você acha do cenário atual de Belém? Está em crescimento. Eu espero que esse crescimento continue ocorrendo, pois assim nossa cidade vai ter uma visibilidade bem melhor.

Seguem abertas até o dia 22 as inscrições para o Curso de Capacitação em Mediação de Conflitos, que será ministrado pela professora Nazaré Mendonça das Neves. O evento é destinado aos cursos de Serviço Social, Psicologia, Direito, Comunicação Social, entre outros. O curso será realizado no campus Alcindo Cacela e terá carga horária de 25 horas. As inscrições custam R$ 60,00 para estudantes da Unama, R$ 80,00 para alunos externos e R$ 100,00 para profissionais. Informações no site www.unama.br

Inscrições para torneio de futsal O Núcleo de Educação Física e Desportos (NED) da Unama inscreve equipes até o próximo dia 19 para o “Torneio Integração”. Estudantes e professores de todos os cursos podem participar nas modalidades futsal masculino e feminino. Os jogos serão realizados no ginásio de esportes do campus Alcindo Cacela. Informações pelo 4009-3290.

Oficinas de arte gratuitas A Fundação Curro Velho divulgou a lista de oficinas para o mês de outubro. Iniciação artística, linguagens visual, cênica e verbal, além de instrumentos musicais, são opções para estudantes em geral. Alunos de escola pública não precisam pagar pela inscrição, apenas devem comprovar que estão regularmente matriculados. Já para universitários e alunos de escolas particulares é cobrada uma taxa de R$ 20,00. As inscrições vão até 25 deste mês.


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NAIR ARAÚJO 6JLM1

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esquisa do Instituto Pró-livro mostrou que o brasileiro fora da idade escolar lê apenas 1,3 livro por ano. O Brasil foi classificado pela revista inglesa The Economist como “um país de não-leitores” Mas Mateus Maia Rezende, professor de redação e português em dois grandes colégios de Belém, discorda. “O brasileiro lê pouco em relação a outros países, como a França. A leitura vem ganhando espaço ao longo dos anos. É uma cultura que está sendo formada agora”, diz Maia. Formado em Letras pela Universidade da Amazônia (Unama) e especialista em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Mateus defende que o problema é mesmo a qualidade da leitura – classificada por ele como “comercial e que só quer ganhar o leitor”. O professor também leciona em cursinhos preparatórios para concursos e revisa textos nas horas vagas. De acordo com sua experiência como professor, de que maneira a leitura contribui para que os alunos produzam textos de melhor qualidade? De várias maneiras. Quando entramos em contato com um texto diferente, conhecemos uma maneira diferente de passar mensagens. Aí va m o s apreend e n d o modos diferentes de argumentar e estruturar textos. Uma pessoa que não tem leitura diversificada não tem competência para produzir textos diversificados. Como construir uma argumentação se você lê pouca argumentação? Você pode até conseguir argumentar, mas sem propriedade. A leitura abre o leque.

Professor defende a leitura pelo prazer

Mateus Rezende propõe revisão nos métodos do ensino tradicional FOTO: NAIR ARAÚJO

Para o professor Mateus Rezende, “o não gostar de ler é um problema cultural”

vros e a falta de incentivo à leitura são frequentemente apontados como fatores que influenciam no baixo índice de leitura no Brasil. Quais outros problemas você acredita que o leitor brasileiro tem que enfrentar? Mais um prob l e m a que pode surgir em relação à leitura vem de casa. Sempre li muito porque em casa tinha exemplo de quem lia. Como incentivar o jovem a ler se na casa dele não há livros? Hoje o brasileiro está lendo mais do que antigamente. Isso é gradativo. Não é só a questão do preço e sim cultural. O não gostar de ler é um problema cultural. O preço vem se modificando. Já existe literatura boa em edito-

Infelizmente, a Feira do Livro não está estimulando a leitura

O alto preço dos li-

ras baratas, como a Martin Claret. O número baixo de livros lido por ano reflete também o número de analfabetos funcionais. Eventos como a Feira do Livro em Belém influenciam e incentivam a leitura? Não vejo um reflexo direto na leitura. A Feira Pan-Amazônica do Livro, especificamente, estimula a venda de livros. Os jovens que estão lá não vão para ler. A finalidade é nobre, mas a realidade, não. Acho que tinha que ter um trabalho voltado ao estímulo à leitura. Não vemos jovens com sacolas de livros na mão. Infelizmente, a Feira do Livro não está estimulando a leitura. Quais autores você indica para quem quer gostar de ler? Eu não indico um autor específico, porque acho que isso não funciona. Acho que o gostar de ler vem da possibilidade

de escolha. Não posso empurrar um autor. Não posso dizer “lê que você vai gostar”. Posso indicar um autor de crônicas, porque são gostosas e fáceis de ler. Mas quem disse que o aluno vai gostar? Quer dar um presente para um adolescente? Leva na livraria e diz “Escolhe!”, qualquer livro que seja – e não dê nenhuma opinião. Depois da terceira vez, comece a indicar. Deixe que ele descubra o prazer de ler.

dia da “Geração Y”, antenada na mídia e nos eletrônicos. E por que não explorar isso? Hoje em dia, é proibido o uso de eletrônicos em sala de aula. É como proibir o rock’n’roll para a juventude dos anos 70. Não pode proibir, tem que incentivar. O aluno não gosta de ler um livro, mas coloca pra ler um blog interessante. Isso vai incentivar a leitura. Quando está conectado, o aluno produz linguagem – e isso é muito importante. Tem que estar antenado com a realidade do aluno. Poderíamos passar um e-book para lerem ou produzir uma redação num tablet, seria muito mais produtivo. Eles têm facilidade e interesse por isso. O pedagogo e professor Paulo Freire mostrou em um dos seus trabalhos que a importância do ato de ler não está ligada somente aos livros. Leitura de mundo também é fundamental, segundo ele. O que esses dois tipos de leitura têm a ver? U m a precede a outra. Ler é interagir. A interpretação dada a uma leitura é diferente para cada um. Sempre tu carregas tua bagagem de conhecimento quando lês um livro. Por exemplo: se você leva um texto falando sobre internet para um jovem que tem acesso e conhece muito bem, a interpretação vai ser diferente do que não tem. O texto vai ser entendido, mas de maneira diferente.

Ler é interagir. A interpretação é diferente para cada um.

Na sua opinião, tablets e mídias sociais facilitam ou atrapalham a leitura dentro das escolas? Falta atualização dos professores. Fala-se muito hoje em

expediente Reitora Ana Célia Bahia Silva Jornal Laboratório do Curso de Comunicação Social da Universidade da Amazônia - UNAMA

CESA - Centro de Estudos Sociais Aplicados

COORDENAÇÃO Profa. Dra. Alda Costa, Profa. Msc. Vânia Torres REDAÇÃO Prof. Esp. Antonio Carlos Pimentel Jr. Alunos: Alessandra Fonseca, Amanda Silva, Angeline Rocha, Bruno Gouvêa, Camila Machado, Cíntia Bentes, Gianne Santos, Giovanna Figueiredo, Karina Bentes, Larissa Gomes, Lucas Freire, Nair Araújo, Maria Barbalho, Patrícia Vasconcellos, Raissa Araújo e Samuel Lima DIAGRAMAÇÃO Agência UNAMA de Comunicação e Marketing ILUSTRAÇÃO Priscila Santos MONITORIA Thaís Braga IMPRESSÃO RM Graph TIRAGEM 1.000 exemplares.


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BELÉM, SETEMBRO DE 2011

#prontofalei

novasmídias ILUSTRAÇÃO: PRISCILA SANTOS

@rafael_samora

Sem saúde, educação, cultura e lazer as comunidades estão pacificadas de fato? Acho que não.

@Priscilada

Mercado de e-books movimenta milhões Livros virtuais começam a transformar hábitos de leitura dos brasileiros ALESSANDRA FONSECA 6JLM1

Não é de hoje que inúmeras discussões sobre o fim do livro impresso se multiplicam no mercado editorial. Se o livro impresso algum dia vai se extinguir é uma questão que ainda divide opiniões. Mesmo com o embate de ideias sobre o assunto, pesquisas indicam que o formato virtual é uma tendência que veio para ficar. Segundo a Associação das Editoras Americanas, em janeiro de 2011 a venda de e-books cresceu 115% em relação ao mesmo período de 2010. Exemplos que comprovem isso não faltam, como os sites Europeana e o Google Books. O primeiro, lançado em 2008, torna acessível na internet todo o patrimônio das bibliotecas nacionais dos países membros da União Européia. Já o Google dispõe de um acervo virtual de mais de 7 milhões de obras. A Barnes & Noble e a Amazon.com, importantes redes de livrarias, anunciaram que suas vendas de e-books já superaram a dos livros impressos. A jornalista e mediadora de redes sociais Nathana Simões acredita que a adaptação, sob o ponto de vista de ler o livro impresso ou virtual, seja a questão mais simples. Para ela, haverá quem tenha dificuldade ou preferência, mas isso não anula a realidade de que mais pessoas tenham acesso a conteúdo de forma digital. “Os e-books são uma tendência, mas seu fortalecimento não implica o fim imediato de formas tradicionais. O que há é um fator facilitador de acesso ao conhecimento. O que testemunhamos hoje é o desenvolvimento da computação móvel e de tecnologias sem fio. O pesquisador Pierre Levy explica como ocorre a passagem do acesso à internet fixa por cabos para um ‘ambiente generalizado de conexão’, que é a internet móvel sem fio, os tablets. Ou seja, um ambiente propício para a circulação virótica da informação”, disse a jornalista. Nathana Simões destaca que os negócios envolvendo a comercialização de e-book já são uma realidade que movimenta milhões a cada ano. No entanto, olhar somente sobre esSes dados não fornece as informações

FOTO: HELDER LEITE

A era dos smartphones te obriga a andar com um carregador na bolsa. A bateria tá sempre morrendo.

@RobertoSegundo

Essa confusão na Curuzu envergonha os verdadeiros torcedores. Quem faz algo desse tipo não é torcedor.

@carolinaklautau

Futebol paraense é muito decadente mesmo. Um time comemora porque é o líder do GRUPO na SÉRIE C e o outro não tem nem divisão.

@tongacarlos

Globo usa afogamento real pra fazer gracinha em matéria de esporte. E no JN. Que isso, tio Bonner!

@samuelima_

Larguem o futebol e assistam à seleção brasileira de basquete dando show no pré-olimpico!

@thiagoabarros Para Nathana, o e-book não implica o fim imediato do livro convencional FOTO: CAMILA MACHADO

Sai governo, entra governo: mazelas repetidas. Após reprise na saúde, história se repete na segurança. Sujos e mal lavados; vice-versa.

@jorgeluis_totti

Morar em lugares melhores que Belém não significa que aqui seja o pior lugar do mundo.

@kabentes

Depois de assistir à histeria das pessoas de Belém pelos jogadores da seleção eu só consigo pensar em duas palavras: vergonha alheia.

@laisteixeira

Jornalista chora. De rir com as histórias contadas pela equipe. Antônio Mokarzel: preço e fácil manuseio são vantagens do e-book

necessárias para se compreender de fato uma realidade global, segundo a mediadora de redes sociais. “O preço do tlabet, especialmente no Brasil, é alto para a maior parte da população, tornando-se assim um entrave no mercado de e-book no país. Entretanto, acredito que a tendência é para uma queda nos preços nos próximos anos. Diante disso, o problema maior está na má qualidade da internet banda larga no Brasil”, analisou. O economista Antônio Mokarzel diz que os e-books facilitam o manuseio e a leitura. “Por exemplo, se eu estou lendo um texto em inglês e tenho alguma dúvida sobre o significado de alguma palavra, basta ‘cutucar’ duas

vezes a tela, em cima dessa palavra, e logo aparece um dicionário explicando”, falou. O economista compara preços. “Na Feira do Livro, vi um exemplar do Gay Talese por R$ 55,00. Mais tarde, comprei o mesmo livro, no formato e-book, por US$ 9,99”, afirmou. Apesar das utilidades dos e-books, o estudante de Direito Valdenor Brito prefere livro impresso. “Considero-o indispensável. Há toda uma experiência com o livro físico que é perdida com a leitura apenas na tela do computador”, opinou o universitário. Perde-se o manuseio do livro, o folhear das páginas e a estética da edição, de acordo com Valdenor Brito.

@krla_azevedo

Se não quer trabalhar, fica em casa! Assessor de comunicação mal educado é o fim!

@MarioCamarao

Fico impressionado com a “guerrinha” entre brasileiros e portugueses nos comentários e vídeos no youtube. É um mar de ofensas e intolerância

@Marisemorbach

O caso dos bebês mortos na Santa Casa só é um escândalo porque a mídia quer: isso é o dia a dia do sistema de saúde. Um pré-natal resolveria!


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