PROJETO DE RESTAURO PORTA DO FRONTISPÍCIO DA CAPELA DE NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS
Contratante MOVIMENTO ECLESIAL DA RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA DA DIOCESE DE PIRACICABA Capela de Nossa Senhora das Graças Rua XV de Novembro número 484, Centro CEP:13400-370 Piracicaba/SP
Responsável DRVO Arquitetura CNPJ: 32.179.819/0001-54 Rua Floriano Carraro, 303, Nova Piracicaba CEP:13405-156 Piracicaba - SP
Projeto de Restauro da Porta do Frontispício da Capela de Nossa Senhora das Graças
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Sumário Introdução 3 Identificação do Bem 3
• • • •
Histórico 3 Análise Tipológica, Identificação de Materiais e Sistema Construtivo 4 Levantamento Físico 7 Levantamento dos Aspectos Legais 14
Diagnóstico 15
• • • •
Estado de Conservação 15 Mapa de Danos 26 Prospecções 30 Ensaios e testes 38
Projeto de Restauro 40
• • •
2 - 50
Justificativa 40 Procedimentos 41 Manutenção e Pós-restauro
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Projeto de Restauro da Porta do Frontispício da Capela de Nossa Senhora das Graças
Introdução O presente projeto contempla diretrizes e soluções técnicas para o restauro da porta do frontispício da capela de Nossa Senhora das Graças, contígua ao Dispensário dos Pobres em Piracicaba SP. Pautado em três grandes áreas (Identificação do bem, Diagnóstico e Projeto de Restauro), esse material busca estabelecer um histórico dos métodos construtivos e materiais empregados originalmente, bem como intervenções passadas; a fim de garantir a escolha de técnicas de restauração e conservação, pautadas no princípio da reversibilidade dos métodos reparadores a proceder.
Identificação do Bem •
Histórico
Durante o levantamento histórico, solicitou-se à Cúria Diocesana de Piracicaba a averiguação do livro tombo da Catedral de Santo Antônio entre os anos de 1949 e 1970, visto que Monsenhor Rosa acompanhou de perto a construção das novas instalações do Dispensário. Solicitou-se também, a averiguação do livro tombo do próprio Dispensário, em posse da Sede das Irmãs Missionárias de Jesus Crucificado, localizada em Campinas, pois foram as responsáveis diretas pela manutenção do convento até a aquisição da atual instituição. Documentações como: fotografias, projetos, contratos e recibos também foram solicitados a ambas as instituições, porém não foram encontrados materiais significativos pertinentes ao bem em questão. O relato oficial que atribui a autoria da Porta à Oficina Nardim encontra-se no parecer do tombamento do Edifício, sob o decreto Nº 12.761 de 24 de julho de 2008, como constatado a seguir:
A edificação religiosa, Capela de N. S. das Graças foi concebida com torre central com três níveis e arrematada por uma cúpula, e fachada simétrica com dois níveis e quatro aberturas de cada lado, em cada nível. Como principal destaque a porta de madeira com bandeira em arco pleno entalhada pela Oficina Nardin.
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Análise Tipológica, Identificação de Materiais e Sistema Construtivo
Talha Decorativa
Face da Bandeira Couceira Travessa
Almofada piramidal
Escudo Mariano
Almofada de tronco de piramide com roseta aplicada Face das Folhas
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Caixilho com Pinásios Mainel
Tardoz da Bandeira
Ferrolho de Alavanca Leme Aldrabagato
Fecho Pedrês Tardoz das Folhas
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Em tipologia eclética, a porta da capela de Nossa Senhora das Graças se apresenta em duas folhas e bandeira envidraçada. As folhas, com abertura ao interno da capela, apresentam elementos decorativos semelhantes. No engradado, as couceiras e as travessas transversais remetem às iniciais “M” e “A”, que entrelaçadas formam o Escudo Mariano, uma simbologia cristã em veneração à Maria Santíssima. Na face das folhas, os vãos do engradado (entre as couceiras e as travessas) são preenchidos por almofadas envaziadas relevadas. Nas menores aberturas, essas almofadas apresentam forma piramidal e nas maiores, em tronco de pirâmide. No tardoz, as almofadas apresentam superfícies lisas. Sobre o Escudo Mariano e abaixo dele, encontram-se quatro almofadas relevadas quadradas. Dispõem-se em forma de tronco de pirâmide, onde a base menor é arrematada por um aplique em formato de roseta quarteada simetricamente. A fixação das folhas se dá por três conjuntos de dobradiças semelhantes ao gonzo, onde um cachimbo é fixado no marco do vão, embutido na alvenaria, e outros dois fixados ao leme faceado ao tardoz por parafusos de tremoços sem fenda e porca quadrada. Uma das folhas conta com um fecho pedrês (ferrolho de botão e uma pequena argola de apoio) na parte inferior encaixando na soleira. Para o travamento superior, um ferrolho de alavanca se encaixa na verga da base da bandeira. Outra folha conta com um aldrabagato articulado em ferro. A bandeira do conjunto é fixa e em arco pleno. Sobre as folhas, entre duas vergas embutidas na alvenaria do marco do vão, encontra-se uma treliça em losango e um engradado com três almofadas envaziadas. A central, formada por um semicírculo, leva o entalhe de uma coroa ponteada em cinco, lembrado a realeza da padroeira da Capela. As almofadas laterais, em formato retangular e recuo ao semicírculo central, são decoradas com elementos fitomórficos. Sobre a segunda verga, na altura da flecha do arco, um caixilho com pinásios ortogonais formam duas malhas de vidro quadriculadas, simétricas, divididas por um montante mainel.
Tra ves s
a
Couceira
Sambladura em Caixa e Espiga Transpassante
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•
Levantamento Físico Elevação da Face
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Elevação do Tardoz
Elevação do Tardoz
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Vista da Face esc. 1:25
Projeto de Restauro da Porta do FrontispĂcio da Capela de Nossa Senhora das Graças
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Vista do Tardoz esc. 1:25
10 - 50
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Fecho Pedres esc. 1:10
0,03
Suporte
0,08
0,04
Armela Vista Superior
0,62
0,04
Vista frontal
Vista do Conjunto
Vista Lateral do ferrolho
Localização
0,074
Leme esc. 1:10
0,493
0,028
Localização
Vista do Conjunto
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2,48
Localização
0,04
0,11
Armela
0,04
Vista do Ferrolho
Vista Lateral
Aldrabagato esc. 1:10
0,48
0,48 0,184 0,07 0,08
0,184 0,21 0,08
0,21 Localização
0,05
07
Fecho Superior esc. 1:10
0,05
Vista do Conjunto Folha esquerda
Vista da Argola Folha Direita
Cotas Indicadas em m. 12 - 50
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0,05
Vista Superior
2,26
0,90
1,37
Detalhamento dos Perfis S/esc.
Perfil Modelo 1 1,45
Perfil Modelo 2
2,55 4,00
Perfil Modelo Espúrio (a serem substituídos)
2,55 4,00
1,73
0,53 3,80
0,25
0,35 1,45
0,67
0,28
1,28 0,44
1,73
0,90
2,26
Perfil Modelo 2 1,37
Perfil Modelo 1
1,15 5,30
Cotas Indicadas em cm. Projeto de Restauro da Porta do Frontispício da Capela de Nossa Senhora das Graças
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•
Levantamento dos Aspectos Legais
Tombada em nível P1 pelo CODEPAC (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Piracicaba) através do decreto Nº 12.761 de 24 de julho de 2008, a Capela de Nossa Senhora das Graças do Dispensário dos Pobres, deve ser preservada conforme disposto na lei complementar Nº 171, de 13 de abril de 2005, onde se incide:
Art. 1 O. Os imóveis tombados serão enquadrados por ato do Executivo Municipal em uma das trás categorias de preservação: I - P1 - imóvel a ser totalmente conservado ou restaurado, tanto internamente quanto externamente, pelo excepecional valor histórico, arquitetônico, artístico ou cultural de toda a unidade; Ainda no mesmo texto:
Art. 11. Nos Prédios de Categoria P1 e P2 deverá: I - ser usado somente materiais que não descaracterizem o padrão arquitetônico a ser preservado; II - manter-se preservados os seus ornamentos, esquadrias, telhas e trabalhos em ferro, preservado, assim, uma técnica original da construção; III - manter-se as aberturas originais sendo vedado emparedar ou criar falsas aberturas; IV - usar as cores tradicionais das edificações, dando preferência aos tons pastéis; V - manter-se a mesma forma, divisão de águas e inclinação dos telhados e os mesmos tipos de beirais ou platibandas; VI - utilizar-se de réplicas de peças originais que estiverem faltando no conjunto. Parágrafo único. Se os imóveis das categorias P1 e P2 sofrerem modificações não aprovadas, poderá ser exigida sua restauração da maneira que mais se assemelhe à forma original, ou sua adaptação às condições atuais da área, podendo esta exigência se aplicar aos imóveis como um todo, como também a partes deste. Portanto, a propostas de projeto de restauro da Porta Principal da Capela de Nossa Senhora das Graças, pertencente ao conjunto arquitetônico citado, deve contemplar os requisitos da legislação vigente. 14 - 50
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Diagnóstico •
Estado de Conservação
Intemperismo
A madeira empregada em usos externos, sujeita ao intemperismo, sofre degradações. Por não atingirem a camada interna, os raios solares ultravioleta agem apenas na superfície da madeira, mas conseguem destruir a pigmentação da camada externa, dando-lhe um aspecto cinza-ruço. A recorrente exposição às intempéries, abrem pequenas fendas, por onde a umidade atinge as camadas internas da madeira. Os raios infravermelhos penetram nas camadas, aquecem e evaporam extrativos (resinas, óleos essenciais), provocando o colapso da superfície. Na porta a ser restaurada, esses fatores se mostram intensos em determinados pontos, propiciando o colapso de estruturas inteiras (couceiras e travessas) do engradado.
Ataques Biológicos
Na madeira, mais que em outros materiais, a presença da forma biológica é fonte de deterioração. As condições favoráveis mais recorrentes para seu desenvolvimento são: 1. Alta umidade (superior a 65%). 2. Temperatura relativamente elevada e constante (superior a 15 ° C). 3. Uma fonte de CO2. 4. Presença de oxigênio. Degradação Biológica: No caso da Madeira, as bactérias podem se desenvolver em concomitância com um ataque de fungos, sendo esses últimos mais visíveis e possíveis de se caracterizar. A maior parte deles, causam manchas ou destroem áreas da superfície das madeiras. A madeira exposta sofre também a ação de fungos em cantos abrigados e nas superfícies de contato entre peças nuas, como no topo das almofadas ao entrarem em contato com as travessas dos engradados.
Microscopia digital com aproximação de 10X em superfície com ataque de fungos.
Microscopia digital com aproximação de 10X em superfície livre de ataque de fungos.
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Xilófagos: Os insetos xilófagos, encontram na madeira um ambiente favorável para seu desenvolvimento, dependendo da escala de infestação pode trazer danos irreversíveis ao bem. Foram encontrados duas classes de xilófagos: as brocas, que atingem algumas peças em específico, deixando um rastro semelhante à serragem próximo ao orifício de saída do inseto e as térmitas, que desenvolvem colônias na madeira.
Ação Humana
Alguns elementos construtivos sofrem com ação humana direta ao longo dos tempos, como neste caso, onde ineficazes tentativas de reparo deram origem à recorrência de problemas.
Agente: Chuva Efeito: Umidade (água doce), degradação pelo ácido carbônico, perda de extrativos em profundidade. Agente: Organismos biológicos. Efeito: Mancha superficial
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Agente: Chuva Efeito: Umidade (água doce), degradação pelo ácido carbônico, perda de extrativos em profundidade. Agente: Organismos biológicos. Efeito: Mancha e Colapso superficial
Agente: Chuva Efeito: Umidade (água doce), degradação pelo ácido carbônico, perda de extrativos em profundidade. Agente: Organismos biológicos. Efeito: Mancha e Colapso superficial
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Agente: Chuva Efeito: Umidade (água doce), degradação pelo ácido carbônico, perda de extrativos em profundidade. Agente: Organismos biológicos. Efeito: Mancha e Colapso superficial
Agente: Chuva Efeito: Umidade (água doce), degradação pelo ácido carbônico, perda de extrativos em profundidade. Agente: Organismos biológicos. Efeito: Mancha e Colapso superficial
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Agente: Chuva Efeito: Umidade (água doce), degradação pelo ácido carbônico, perda de extrativos em profundidade. Agente: Organismos biológicos. Efeito: Mancha e superficial.
Agente: Chuva Efeito: Umidade (água doce), degradação pelo ácido carbônico, perda de extrativos em profundidade. Agente: Organismos biológicos. Efeito: Mancha e Colapso superficial Agente: Variação térmica e de umidade relativa do ar. Efeito: Fendilhamento da superfície, empenamento e o aprofundamento das fendas, colapso estrutural.
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Agente: Chuva Efeito: Umidade (água doce), degradação pelo ácido carbônico, perda de extrativos em profundidade. Agente: Organismos biológicos. Efeito: Mancha e superficial.
Agente: Chuva Efeito: Umidade (água doce), degradação pelo ácido carbônico, perda de extrativos em profundidade. Agente: Organismos biológicos. Efeito: Mancha e superficial. Agente: Variação térmica e de umidade relativa do ar. Efeito: Fendilhamento da superfície, empenamento e o aprofundamento das fendas, colapso estrutural. 20 - 50
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Agente: Chuva Efeito: Umidade (água doce), degradação pelo ácido carbônico, perda de extrativos em profundidade. Agente: Organismos biológicos. Efeito: Mancha e superficial.
Agente: Organismos biológicos. Efeito: Mancha e superficial.
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Agente: Insetos Xilófagos. Efeito: Perda de material.
Agente: Chuva Efeito: Umidade (água doce), degradação pelo ácido carbônico, perda de extrativos em profundidade. Agente: Organismos biológicos. Efeito: Mancha e superficial. Agente: Ação Humana. Efeito: Escoramentos e enxertos ajudaram a causar a desestruturação do engradado. 22 - 50
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Agente: Chuva Efeito: Umidade (água doce), degradação pelo ácido carbônico, perda de extrativos em profundidade. Agente: Organismos biológicos. Efeito: Mancha e superficial. Agente: Insetos Xilófagos. Efeito: Perda de material.
Agente: Chuva Efeito: Umidade (água doce), degradação pelo ácido carbônico, perda de extrativos em profundidade. Agente: Organismos biológicos. Efeito: Mancha e superficial. Agente: Insetos Xilófagos. Efeito: Perda de material. Projeto de Restauro da Porta do Frontispício da Capela de Nossa Senhora das Graças
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Agente: Chuva Efeito: Umidade (água doce), degradação pelo ácido carbônico, perda de extrativos em profundidade. Agente: Organismos biológicos. Efeito: Mancha e Colapso superficial. Agente: Insetos Xilófagos. Efeito: Perda de material.
Agente: Chuva Efeito: Umidade (água doce), degradação pelo ácido carbônico, perda de extrativos em profundidade. Agente: Organismos biológicos. Efeito: Mancha e Colapso superficial.
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Agente: Chuva Efeito: Umidade (água doce), degradação pelo ácido carbônico, perda de extrativos em profundidade. Agente: Organismos biológicos. Efeito: Mancha e superficial.
Agente: Chuva Efeito: Umidade (água doce), degradação pelo ácido carbônico, perda de extrativos em profundidade. Agente: Organismos biológicos. Efeito: Mancha e superficial. Agente: Ação Humana. Efeito: Escoramentos e enxertos ajudaram a causar a desestruturação do engradado. Projeto de Restauro da Porta do Frontispício da Capela de Nossa Senhora das Graças
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Agente: Chuva Efeito: Umidade (água doce), degradação pelo ácido carbônico, perda de extrativos em profundidade. Agente: Organismos biológicos. Efeito: Mancha e superficial.
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Mapa de Danos
Sujidade Sujidade Acúmulo de material em poros ou arestas de superfícies de natureza vaSujidade riada, que em geral favorece a retenção da umidade, crescimento de plantas ou mesmo abrigo para insetos e fungos.
Pulverulência Pulverulência Pulverulência Desprendimento da matéria sobre forma de grânulos ou pó. Desagregação Desagregação
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Lacuna Lacuna
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Pulverulência Pulverulência Pulverulência Desagregação Desagregação Desagregação É o resultado de uma ruptura da composição de estruturas originais, seja Desagregação de partes da superfície dos seus materiais, de peças dessa estrutura composta, ou mesmo entre duas estruturas distintas, com a sua respectiva queda. Lacuna Lacuna Lacuna Lacuna Espaços de perda de material proveniente da ruptura da composição de estruturas. Marca de Impacto Marca de Marca de Impacto Impacto Marca de Impacto Marca de Impacto Proveniente de brusca ação mecânica causada contra o material. Buraco Buraco Buraco Buraco Perda de material em escala superior à lacuna. Buraco Perda de engaste Perda de engaste Ineficiência nas sambladuras do engradado, causada por consecutivas rePerda de engaste Perda de engaste trações da madeira e ação de intempéries. A ocorrência dessa patologia sucesPerda de engaste sivamente, foi diretamente responsável pelo desaprumo das folhas da porta. Ornato danificado Ornato danificado Ornato danificado Ornato danificado Perdas ou ataques a partes vulneráveis de elementos decorativos, talhas Ornato danificado e perfis. Fissuras Fissuras Fissuras Separação proveniente de variação dimensional, movimentação de mateFissuras rial, ou variação de umidade-temperatura. A ocorrência de fissuras pode acontecer tanto na superfície,biológica quanto no próprio suporte. Mancha negra Mancha negra biológica Mancha negranegra biológica biológica Mancha Aspecto “cinza-ruço”, proveniente de ataques de fungos e umidade. Colônia de Insetos Colônia de Insetos Colônia dedeInsetos Presença colônias de artrópodes em meios externos e internos. Colônia de Insetos Fungos Fungos Causadores de apodrecimento na madeira. O fungo identificado neste Fungos caso foi o de podridão mole, atacando a superfície e a estrutura da madeira em Fungos até 20mm. Elemento Espúrio Elemento espúrioEspúrio Elemento Elementos não originais, geralmente utilizados para cumprir uma função Elemento Espúrio provisória na solução de patologias ou perda de eficiência dos materiais. Xilófagos Ataque de Xilófagos Xilófagos São denominados insetos xilófagos, animais que atacam diretamente a Xilófagos madeira: térmitas, brocas, carunchos.
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•
Prospecções
A cor e os diferentes acabamentos são elementos importantes, responsáveis por agregar valor à fisionomia espacial edificada. Esses valores de identidade são suscetíveis à mudanças no tempo, pois a cada época se incide uma cultura arquitetônica ligada a uma cultura cromática. Cada edifício é um testemunho pluriestratificado do tempo. Nessa conjuntura, a documentação (neste caso fotográfica) passa a ser importante ferramenta de registro, caracterização e estudo dessas estratigrafias, tanto no seu aspecto atual quanto nos estratos cromáticos, no intuito de registrar dados relevantes do imóvel acerca do número e tipo de camadas estratigráficas detectadas. Para isso, uma janela de prospecção estratigráfica foi aberta na face da couceira suspensa de uma das folhas, além de uma janela de prospecção exploratória, aberta em uma das almofadas inferiores da mesma folha, buscando exemplificar um processo eficiente de limpeza e remoção de resíduos sobre o substrato (madeira). Cada camada encontrada foi submetida a microscopia digital com aproximação de 10x, a fim de confirmar a materialidade indicada pela marcha de solvência da decapagem estratigráfica.
Fachada da Capela na década de 60. (nota-se o verniz adotado como acabamento da porta e bandeira)Fonte: Foto Lacorte.
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Fachada do Dispensário na década de 60. Fonte: Foto Lacorte.
Fachada do Dispensário na década de 60. Fonte: Foto Lacorte.
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Ficha de Prospecção
Identificação: Janela 1
Identificação em vista:
ELEMENTO: Couceira suspensa PROSPECÇÃO: Estratigráfica
Foto:
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CAMADAS
MECÂNICO
QUÍMICO
TÉRMICO
I II III IV V VI VII
Raspagem Raspagem Raspagem Raspagem Raspagem Raspagem -
Dimetil Dimetil Dimetil Dimetil Dimetil Dimetil -
Soprador Soprador Soprador -
CAMADAS ENCONTRADAS: CAMADAS I II III IV V VI VII
TIPO Substrato Verniz Esmalte Esmalte Esmalte Esmalte Esmalte
PANTONE
SUVINIL/SW
TONALIDADE
498 U 7536 U
P365 D386 B145 B295 SW7005
-
WARM GREY 1U
454 U 9100 U
OBSERVAÇÃO: As camadas V e VI não foram encontradas no extradorso da folha.
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Ficha de Prospecção
Identificação: Janela 2
Identificação em vista:
ELEMENTO: Almofada Externa PROSPECÇÃO: Exploratória
Foto:
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CAMADAS
MECÂNICO
QUÍMICO
TÉRMICO
A B C D
Raspagem Raspagem Raspagem
Dimetil Ácido Oxálico Ácido Oxálico 2x
Soprador Soprador Soprador
CAMADAS ENCONTRADAS: CAMADAS A B C D
TIPO Esmalte Substrato Substrato Substrato
PANTONE
SUVINIL/SW
TONALIDADE
9100 U -
SW7005 -
-
OBSERVAÇÃO: As camadas C e D foram submetidas a limpeza com Ácido Oxálico a 70% em água destilada aquecida à 80ºC. Para as manchas profundas, pode-se utilizar uma solução de Peróxido de Hidrogênio 35% P.A.
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Ficha de Prospecção - Microscopia Digital das camadas - 10 X Identificação: Janela 1 ELEMENTO: Couceira suspensa PROSPECÇÃO: Estratigráfica
Camada I - Substrato Madeira
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Camada II - Verniz
Camada III - Esmalte
Camada IV - Esmalte
Camada V - Esmalte
Camada VI - Esmalte
Camada VII - Esmalte
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Ficha de Prospecção - Microscopia Digital das camadas - 10 X Identificação: Janela 2 ELEMENTO: Almofada Externa PROSPECÇÃO: Exploratória
Camada A - Esmalte
Camada B - Remoção Mecânica com Soprador Térmico
Camada C - Limpeza Ácido Oxálico
Camada D- Segunda Limpeza Ácido Oxálico
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Ensaios e Testes
1 - Ensaio de Caracterização da Madeira Durante o processo de extração e conversão da árvore em madeira serrada, algumas características morfológicas do vegetal, fundamentais para a identificação, são eliminadas. Neste caso, ensaios organolépticos e de comparação da anatomia de madeiras apresentam bom grau de confiabilidade para se obter a identificação da espécie. Para efeitos da comprovação da espécie da madeira utilizada na porta em questão, foram realizados ensaios macroscópicos organolépticos e anatômicos. Síntese dos dados fornecidos pelo IPT/SP.
Espécie Identificada: Cedro Nome científico: Cedrela spp., Meliaceae. Outros nomes populares: cedro-amargo, cedro-amargoso, cedro-batata, cedro-branco, cedro-cheiroso, cedro-do-amazonas, cedro-manso, cedro-rosa, cedro-verdadeiro, cedro-vermelho. Avaliação Organoléptica: Cor: castanho-claro-rosado, castanho-avermelhado, algumas peças escuras pela oxidação do tempo; Brilho: lustro, com pequenos reflexos; Odor: agradável, bem pronunciado, característico; Gosto: ligeiramente amargo; Grã: predominantemente direita (nota-se elementos celulares paralelos ao eixo do tronco); Textura: média, grossa; Densidade: aparentemente baixa;
Avaliação Anatômica: Anéis de crescimento: predominantemente distintos; Desenho predominante: Anéis de crescimento bem demarcadas na face tangencial; Parênquima axial: distinto a olho nu; Raios: distintos a olho nu na face tangencial; Vasos: distintos a olho nu; 38 - 50
Projeto de Restauro da Porta do Frontispício da Capela de Nossa Senhora das Graças
Janela de prospecção exploratória para identificação anatômica da madeira.
2 - Microscopia Digital Na identificação da madeira, os ensaios de microscopia digital identificaram características evidentes, como a presença de resina branca obstruindo os vasos da amostra, típico do Cedro.
Imagem em ampliação de 10x com microscópio aponta a presença de resina na composição da madeira
Ensaios em amostragens de madeira exposta às intempéries também foram realizados, a fim de comprovar os ataques biológicos identificados a olho nu. Para isso, o comparativo foi realizado na mesma escala de ampliação (10x) em uma madeira seca e em uma madeira que apresenta tais patologias (pág 15).
3 - Percussão Os ensaios de percussão foram realizados em todas superfícies com incidência de ataques de xilófagos, afim de averiguar a profundidade e dimensão das galerias e furos causados. O resultado desse ensaio se dá pelo grau de ataque indicado no mapa de danos. Projeto de Restauro da Porta do Frontispício da Capela de Nossa Senhora das Graças
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Projeto de Restauro •
Justificativa
A arquitetura é uma expressão física do artefato cultural, está ligada intimamente ao cotidiano e à vida da sociedade. Ao longo do tempo, muitos valores estéticos estão suscetíveis a mudanças, propiciando diferentes intervenções sobre um mesmo conjunto arquitetônico. Talvez a mais recorrente seja a alteração cromática, acontecendo muitas vezes de forma dinâmica (de natureza efêmera, pelo processo de renovação das camadas pictóricas) ou simbólica (pelos valores de identidade atribuídos no processo de ressignificação dos espaços. Tendo em vista as subsequentes alterações realizadas no objeto, e a certificação da camada original identificada, tanto pela prospecção, quanto pelo levantamento fotográfico e, considerando que as camadas (cromáticas) adicionadas ao longo do tempo não expressam o caráter original e típico à tipologia da porta em questão, propõe-se a remoção de todas as camadas posteriores aplicadas sobre o verniz e a manutenção da aparência da madeira através da aplicação de nova camada impermeabilizante. Tal decisão, é pautada em duas referências: parâmetro histórico-documental, onde a averiguação das ações empreendidas no objeto ilustram as práticas de intervenção da cromaticidade ao longo do tempo; e o parâmetro técnico, proveniente da identificação estratigráfica dessas intervenções. Importante ressaltar, que a escolha pela adoção da camada número II na face externa, reforça a solicitação de valorização da originalidade do bem, prevista no artigo 11 da lei complementar 171 de 13 de abril de 2005, citado acima, no tópico da legislação vigente.
Detalhe da porta recém colocada. O verniz adotado como acabamento. Fonte: Foto Lacorte. 40 - 50
Projeto de Restauro da Porta do Frontispício da Capela de Nossa Senhora das Graças
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Procedimentos
Elaborado a partir de indicações de normas técnicas vigentes para o objeto em questão (conjunto de porta e bandeira em madeira) e assegurando a preservação do bem, essa etapa busca elucidar os métodos de execução do restauro por parte de um profissional qualificado. Para isso, apresentamos uma proposta técnica de intervenção, descrevendo a metodologia a ser adotada, a partir dos testes e levantamentos apresentados acima.
MADEIRA 1 - Desmontagem Desmontagem do engradado das folhas, separando e numerando devidamente cada almofada, travessa e couceira. O desmonte da bandeira deverá ser avaliado durante a execução. 2 - Remoção das camadas de acabamento Todas as camadas de acabamento identificadas (internamente e externamente) devem ser removidas até se atingir o substrato (madeira). Para essa atividade recomenda-se os seguintes processos já testados nos ensaios de prospecção: Remoção Térmica: com soprador térmico, formões e espátulas cuidando para não marcar a superfície da madeira; Remoção Química: Dimetilformamida (100%). Deve-se aplicar o solvente, aguardar o tempo de reação, e realizar a remoção mecânica com formões e espátulas, cuidando para não marcar a superfície da madeira; 3 - Limpeza e Clareamento Como a proposta exige a total remoção de todas as camadas de acabamento aplicadas sobre o substrato, após a remoção dos vestígios de tinta e antigos vernizes, a superfície deve receber lixamento uniforme com granulação média (120-180). Os pontos ainda tingidos por resquícios de verniz remanescente ou escurecimento por colonização de fungos, devem ser submetidos à lavagem com agente clareador a base de ácido oxálico à 70%, conforme testes realizados na janela de prospecção exploratória indicados na página 35. 4 - Substituição de material Conforme levantamento apresentado pelo mapa de danos, perdas significativas em couceiras e travessas estão comprometendo o funcionamento e até mesmo a estabilidade das folhas. Para isso, apresenta-se um mapa de substituição desses elementos, de acordo com sua porcentagem de deterioração a saber: • Elementos com perda de material acima de 60% ou perda localizada em sambladuras, devem ser repostos integralmente por madeira equivalente à espécie identificada sob as mesmas condições de medidas; • Elementos não estruturantes, com perda material abaixo de 60% ou que não representem riscos à estabilidade do objeto (almofadas, entalhes e modenaturas) devem passar por processo de consolidação detalhado adiante.
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Detalhamento de componentes do engradado a serem substituídos. 2A
6A 6B
2B
1A
1B
4A
4B
3A
3B
5A
5B
1A e B 2A e B 3A e B 4A e B 5A e B 6A e B
Largura (cm)
Espessura (cm)
Comprimento (cm)
14,6 14,8 25,0 14,8 19,0 14,8
4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0
118,5 187,5 118,5 52,0 118,5 380,0
Observações sobre as substituições: Para os elementos a serem substituídos, deve ser utilizada madeira compatível com a espécie detectada (cedro), totalmente seca por métodos naturais ou artificiais afim de evitar deformações posteriores da matéria. A escolha da madeira a ser reposta deverá seguir um critério pautado na proximidade cromática com a madeira existente, visto que, essa já passou por sucessivos processos de oxidação. Se os métodos de secagem escolhidos forem artificiais, a madeira seca em estufa deve ter umidade prevista para aplicação do acabamento (abaixo de 15%) a fim de evitar alterações de medidas, novas fendas e empenamentos. Conforme indicado na página 13, os perfis de modelo espúrio deverão ser substituídos por perfis do modelo 1, preservando a configuração dos perfis originais.
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5 - Imunização A imunização da madeira contra ataque de xilófagos deverá ser feita com produto solvente a base de nafta (conhecido comercialmente como PENTOX). O produto deverá ser aplicado por pincelamento, garantindo a farta aplicação do material sobre a madeira seca (sem acabamentos e impermeabilizantes). 6 - Consolidação As lacunas e galerias de xilófagos, bem como as perdas de matéria, devem ser consolidadas com emassamento a base de resina epóxi náutica e serragem fina, na proporção conveniente para cada lacuna. Após a secagem completa, devem ser lixadas e niveladas com o substrato. A serragem para consolidação deve ser retirada da mesma peça, a fim de evitar texturas destoantes do conjunto. 7 - Lixação Cada peça deverá ser submetida uniformemente à lixação final com lixa grana 400 à 600, incluindo as talhas e rosetas das almofadas. 8 - Camada protetiva O acabamento e proteção final (interno e externo) deverá ser realizado com a aplicação de Ecostain Impregnante (óleo natural impregnante, isento de componentes e solventes químicos e com adição de fungicidas) do fabricante Kröten. São previstas duas demãos no intervalo de 24h com pistola pulverizadora ou pincelamento; A diluição deverá ser feita com solvente determinado pelo fabricante (Ecossolven); Evite-se aplicação sob forte radiação solar ou em dias com umidade relativa acima de 90%; A cura total deverá respeitar o prazo de 10 a 20 dias. 9 - Montagem e Reforço A montagem das folhas deve ser realizada seguindo a numeração da desmontagem. A fim de amenizar os efeitos de dilatação e movimentação das peças, propõe-se a instalação de dois tirantes no tardoz das folhas em posição transversal onde, a matriz de transformação será inversa da matriz de esforços dos componentes. O aperto do tensor, não deverá ser superior à carga solicitante, evitando assim, o empenamento da folha e seus componentes. As medidas deverão ser conferidas in loco.
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Projeto Tirante esc. 1:25
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Detalhamento Presilha
Detalhamento Presilha - Frontal esc. 1:10
Cotas Indicadas em cm.
Detalhamento Tensor esc. 1:10 Detalhamento Presilha - Lateral esc. 1:10
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FERRAGENS 1 - Limpeza As ferragens deverão ser removidas e submetidas ao processo de limpeza: Remoção dos resíduos e sujidades Remoção de pinturas sobrepostas 2 - Lixação e polimento Lixação com grana 220 Polimento superficial com rebolo de algodão e pasta diamantada 3 - Acabamento Acabamento em oxidação negra ou esmalte preto em alta diluição (duas demãos).
Vidros
Vista do arco pleno da Bandeira. Detalhe da paginação dos vidros de modelo Silésia 4mm.
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1 - Remoção Os vidros deverão ser removidos dos pinásios, seguindo rigoroso processo de mapeamento. A massa existente deverá ser aquecida, facilitando a remoção sem danificar as peças.
22a 19a 15a 10a
21a
20a
18a 17a 16a
20b
21b
22b
16b 17b 18b
19b
14a 13a 12a 11a
11b 12b 13b 14b
15b
9a 8a 7a 6a
6b 7b 8b 9b
10b
5a 4a 3a 2a 1a
1b 2b 3b 4b 5b
Detalhamento de numeração da vidraça para remoção e recolocação.
2 - Limpeza A limpeza deverá ser realizada pelo processo de submersão em solução com água desmineralizada e sabão neutro. Para as sujidades maiores, poderá ser realizada a limpeza localizada com solução de alquilbenzeno e força mecânica. 3 - Recolocação Os vidros deverão ser recolocados com massa de vidraceiro escura (marrom) à base de alvaiade, seguindo uma inclinação no recorte de 45º até a face do pinásio. Esse processo inibirá o acúmulo de água ao longo do tempo, evitando o apodrecimento dos pinásios.
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Manutenção e Pós-restauro A fim de evitar o aparecimento de novas patologias ao longo do pós-restauro, recomenda-se alguns procedimentos de manutenção conservativa que, se realizados constantemente, podem evitar posteriores intervenções. Limpeza: A limpeza e remoção de sujidades deve ser realizada constantemente. Com trinchas e tecidos de algodão úmidos na parte interna e externa. O acúmulo de camadas de sujidades pode favorecer o aparecimento de organismos biológicos ao longo do tempo, causando danos maiores. Reaplicação do Ecostain: O ecostain age como um acabamento hidrorepelente impregnante. Sua conservação e manutenção está diretamente relacionada à agressividade do meio onde estão expostas. Recomenda-se a reaplicação anual, para proporcionar uma preservação permanente. Para isso, basta uma limpeza para remoção das sujidades acumuladas (leve lixamento com grana 400 e limpeza com trinchas) antes da reaplicação. Manutenção das ferragens e tensor: Os materiais ferrosos também sofrem com a ação do tempo. Para sua conservação, pode-se aplicar o mesmo impregnante utilizado na madeira, em apenas uma demão. Isso garantirá o isolamento da superfície, mesmo pintada, com o meio externo, evitando oxidações. Tensores: Com o passar do tempo, a carga solicitada sobre a superfície pode se alterar, proveniente da característica higroscópica da madeira em absorver a umidade do ambiente. Para isso, pequenos ajustes no tensor podem ser previstos, adequando a necessidade de contenção da carga.
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O presente projeto conta com 3 cópias, sendo uma via entregue ao Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Piracicaba para análise e aprovação, uma entregue ao responsável da instituição e outra via para acervo próprio. Durante a execução dos serviços, possíveis eventualidades serão reconsideradas e reenviadas aos técnicos do órgão fiscalizador bem como ao contratante.
DRVO ARQUITETURA Piracicaba, setembro de 2020
FERNANDA ARMELIN DE FREITAS CAU: A156088-3
THIAGO TORINA CAU: A161621-8
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Referências Bibliográficas CACHIONI, Marcelo, Catálogo da Exposição Itinerante: desenhando o patrimô nio cultural de Piracicaba. Piracicaba, SP: IPPLAP, 2011. CECCANTINI, Gregório; ZENID Geraldo José, Identificação Macroscópica De Madeiras, Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - IPT Abril de 2012. GALLI, Claudio. Indicazione ed elaborati grafici per il progetto di restauro archi tettonico. Liguori, Napoli, 2009 GONZAGA, Armando Luiz Madeira: Uso e Conservação. Brasília, DF: IPHAN/MONUMENTA, 2006. 246 p. : il. ; 28 cm. – (Cadernos Técnicos; 6) LODI, Cristina; BRAGA, Márcia; SANTOS, Leila; SERGIPENSE, Daniela. Ornatos em Madeira. Rio de Janeiro-RJ, In-Fólio, 2009.
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