Câmara dos Deputados Centro de Documentação e Informação – CEDI Coordenação de Biblioteca – COBIB
PRODUTO LIVROS NOVOS: RELATÓRIO ABR-SET 2014
Seção de Disseminação da Informação
Brasília, outubro de 2014. 1
O Boletim Semanalmente, a Sedin publica no Camaranet o Boletim Livros Novos, que apresenta a descrição de 21 novos títulos do acervo. A descrição dos livros é composta por dados bibliográficos, imagem das capas e um link para o Aleph, pelo qual o usuário poderá verificar a disponibilidade do item no acervo.
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Publicação Oficial: definição “Todo e qualquer documento impresso, sonoro ou visual, armazenado eletronicamente ou por qualquer outro meio, produzido e editado por qualquer processo gráfico ou eletrônico, convencional ou não, sob a responsabilidade, às expensas, por ordem ou com a participação dos órgãos da administração pública, direta, indireta, autárquica ou fundacional, dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, nos níveis federal, estadual, municipal e distrital, refletindo a opinião oficial ou a vontade e as atividades do governo.” (BRASIL, 2010, grifo nosso).
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Panorama Histórico Gênese: Biblioteca Universalis, de Conrad Gesner (século XVI) Desdobramento: Répertoire Bibliographique Universel, de Paul Otlet e Henri Lafontaine (século XIX) Advento do lexema: cunhado em 1949, por Margareth Egan e Jesse Shera, com o artigo Prolegomena to bibliographic control
Controle Bibliográfico metade do século XX)
Universal
(segunda 4
Panorama Histórico Renascença: o corpo é mero receptáculo da alma (concepção metafísica). Homem e natureza são sagrados. Classicismo (séculos XVI-XVIII): busca-se uma episteme linguagens, de nomenclaturas destinadas a sistematizar os reinos dos seres vivos, especialmente vegetais. O homem ordena o universo, mas não se esquadrinha.
Modernidade (a partir do século XIX): o homem torna-se medida de todas as coisas, sujeito e, ao mesmo tempo, objeto do seu próprio conhecimento. Sua finitude se manifesta no corpo que, a partir de agora, pode ser analisado, dissecado, esquadrinhado. (FOUCAULT, 1975) 5
Panorama Nacional Biblioteca Nacional como única depositária legal do país (Decreto nº 1825/1907) Decreto nº 2.130/1940: todas as publicações oficiais custeadas pelo governo federal seriam registradas no Boletim Bibliográfico Decreto nº 84.679/1946: cria-se no âmbito da Biblioteca Nacional a Seção de Publicações Oficiais, destinada a criar e manter o acervo de publicações oficiais do Brasil e do exterior 6
Panorama Nacional Decreto-Lei nº 200/1967 (art. 30): estabelecimento de sistemas cooperativos entre os setores da administração pública federal –, e a deliberação do Poder Executivo de conceber como projeto de alta prioridade a implantação de um sistema de informações sobre ciência e tecnologia, atrelado às metas estratégicas, e destinado a acelerar o desenvolvimento nacional (BRASIL, 1970) Proposta do Sistema Nacional de Informação (NATIS), para membros da UNESCO, em Paris (1974) 7
NATIS: conceito “[...] uma estrutura geral, que abrange todos os serviços que se encarregam de proporcionar informação a todos os setores da comunidade e a todas as categorias de usuários” (CONFERÊNCIA, 1975, p. 458)
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Por que a escolha da Câmara dos Deputados? Apresentação do Projeto de Lei n. 3746/1966, que estendia o depósito legal de publicações oficiais à Biblioteca da Câmara dos Deputados Proposta da Fundação Getúlio Vargas (1968), de outorgar o status de depósito legal de publicações nacionais à Biblioteca da Câmara dos Deputados Criação, em 1971, da Seção de Recebimento e Controle de Publicações Nacionais na estrutura da Biblioteca, responsável em manter a coleção de publicações editadas pela Administração Pública Federal 9
Bibliografia de Publicações Oficiais Brasileiras
Objetivo: referenciar o máximo de obras que as instituições participantes da Comissão de Publicações Oficiais Brasileiras (CPOB) conseguiam levantar, funcionando também como catálogo coletivo Gestor: Centro de Documentação Informação da Câmara dos Deputados
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Bibliografia de Publicações Oficiais Brasileiras As bibliotecas colaboradoras se comprometiam a oferecer, a título de doação, exemplares das publicações produzidas por seus órgãos, acompanhados da ficha catalográfica previamente elaborada Período abrangido: anos de 1975 a 1987 (volumes 1 a 5)
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A razões da interrupção da BPOB A obrigatoriedade do depósito legal das publicações oficiais na Biblioteca Nacional nem sempre era rigorosamente cumprida; Havia dificuldade em identificar a produção editorial As instituições e órgãos públicos não armazenavam com regularidade os exemplares publicados sob sua égide A publicação da obra se tornou morosa, em virtude das dificuldades de comunicação, particularmente entre bibliotecários e equipe de tecnologia 12
Quais as vantagens do controle bibliográfico?
Para a biblioteca:
Aumento do consumo dos seus recursos Maior visibilidade aos órgãos em que se encontram vinculados
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Quais as vantagens do controle bibliográfico?
Para a administração pública (MELO, 1981): São poderosos instrumentos de pesquisa, que permitem ao especialista inteirar-se a respeito do contexto e do desenvolvimento do país em sua área Divulgam os temas tidos como de maior relevância para os órgãos que as produziu Impacta, fortemente, na configuração das políticas públicas, bem como na identificação de problemas dos mais diversos setores nacionais 14
Qual a nossa proposta? Criar um repositório digital de publicações oficiais do País que possibilite realizar uma busca unificada em todo o conjunto de obras produzidas pelos órgãos que o integrarem
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Objetivo Geral
Centralizar em um repositório digital toda a produção de publicações oficiais brasileiras em âmbito federal, funcionando como depósito e mecanismo centralizado de busca
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Objetivos Específicos Difundir as publicações dos organismos federais Evitar a duplicidade de tratamento e divulgação das fontes nacionais Criar subprodutos temáticos: publicações oficiais brasileiras da área da saúde, tecnologia, direito etc. Racionalizar os recursos humanos e financeiros dos órgãos cooperadores 17
Abrangência Primeiro momento: firmar contatos com os representantes e responsáveis pela produção e custódia das publicações oficiais brasileiras Comitê Gestor, formado por instituições públicas federais, ficará encarregado de coordenar as atividades de coleta, tratamento e disseminação das informações As unidades participantes terão como responsabilidade cooperar com a alimentação das fontes produzidas por seus órgãos Não se delimitará o número de entidades participantes, já que o instrumento tem por fim repertoriar, em caráter exaustivo, as publicações oficiais brasileiras 18
Etapas de Implantação Estrutura orgânica O escopo inicial se restringirá às instituições dos Poderes Executivo e Legislativo da esfera federal Todo órgão participará como provedor de dados: compromisso formal quanto à alimentação do repositório com os seus recursos informacionais que lhe são próprios, bem como quanto a obedecer a estrutura semântica estabelecida previamente pelo grupo
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Etapas de Implantação Estrutura orgânica Auto-arquivamento: entidades produtoras dos recursos devem depositar seus documentos e descrevê-los por meio de metadados. A alimentação, portanto, será descentralizada. Mesmo não havendo, em um primeiro momento, um arquivo eletrônico para o título publicado, a instituição responsável deverá efetuar o registro da obra, preenchendo os metadados (referência bibliográfica no repositório colaborativo)
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Etapas de Implantação Estrutura orgânica Acessibilidade: as unidades cooperadas poderão estabelecer graus de acessibilidade aos seus recursos informacionais, em conformidade às barreiras de suscetibilidades das fontes previamente estabelecidas (CROW, 2002)
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Etapas de implantação Padronização de Tipos documentais Mapear os gêneros documentais produzidos pelas entidades governamentais brasileiras Identificar as entidades que já possuem repositórios digitais Estabelecer-se-á, coletivamente, metadados e padrões que garantam a uniformidade na entrada e na recuperação de fontes 22
Etapas de implantação Instrumentos de Arquitetura Informacional Software: DSpace (DSpace Institutional Digital Repository System), de código aberto, que utiliza a linguagem Java e usa o protocolo OAI-PMH, que permite a coleta automática de metadados. Após o depósito do documento e a alimentação dos metadados, estes serão armazenados numa área de buffer a fim de serem apreciados pelo Comitê Gestor, antes de serem disponibilizados no repositório, garantindo, assim, o controle de qualidade 23
Etapas de implantação Instrumentos de Arquitetura Informacional Formato: Dublin Core, escolhido pela facilidade no processo de descrição das fontes e da sua indexação, pela praticidade na pesquisa dos recursos e, finalmente, pela interoperabilidade. Esse último predicado garante que no futuro, possa haver trocas de metadados entre repositórios que utilizam o protocolo
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Etapas de implantação Instrumentos descritivos A Anglo-American Cataloguing Rules (AACR), que apresenta regras para a descrição de tipos documentais, discriminando elementos que o caracterizam e apresentando o modo adequado de ser registrado O Machine-Readable Cataloging (MARC), formato que tem por fim permitir o intercâmbio de informações catalográficas por meio da padronização de campos descritivos 25
Etapas de implantação Instrumentos descritivos Tesauro da Câmara dos Deputados (TECAD), constituído por 10.000 verbetes, com abrangência multidisciplinar, contemplando todas as áreas de produção legislativa e do conhecimento
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Conclusão As publicações oficiais brasileiras constituem importante manancial de informações para a sociedade Devem ser objeto de estudos técnicos por parte de Governo e bibliotecários Essas publicações encontram-se referenciadas esporadicamente na bibliografia nacional e em reduzido número de catálogos de entidades oficiais
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Conclusão Em virtude da Lei n. 12.527/2011, todos os órgãos públicos, em todas as esferas, terão regras claras a cumprir e garantir o direito de acesso a informações públicas previsto na Constituição Federal (art. 5º, XXIII) A proposta em questão pode ser o início de um processo diferenciado de visibilização do Estado, consolidando junto à sociedade valores éticos da administração pública, bem como fomentando iniciativas que promovam o engajamento cidadão frente às políticas socioeconômicas 28
Bibliografia BRASIL. CÂMARA DOS DEPUTADOS. Resolução n. 2º, de 1971. Dispõe sobre a organização administrativa da Câmara dos Deputados e determina outras providências. Legislação Interna: Coletânea de Normas Administrativas da Câmara dos Deputados, Brasília, DF, v. II, p. 9, 1988. BRASIL. Projeto de Lei n. 3746, de 14 jun. 1966. Dispõe sobre a remessa de documentos gráficos e áudio-visuais à Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e à Biblioteca da Câmara dos Deputados, em Brasília, e dá outras providências. Diário do Congresso Nacional, Seção I, 25 jun. 1966, p. 4136, col. 4. BRASIL. Decreto-lei n. 200, de 25 de fevereiro de 1967. Dispõe sobre a organização da Administração Federal, estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 fev. 1967. Seção 1, Suplemento, p. 4. BRASIL. Presidência da República. Metas e base para ação do governo. Rio de Janeiro: Fundação IBGE, 1970.
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Bibliografia BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Publicações oficiais brasileiras: guia para editoração. Brasília: Presidência da República, 2010. 220 p.
CALDEIRA, P. T. A situação do Brasil em relação ao controle bibliográfico universal. Revista da Escola de Biblioteconomia, Belo Horizonte, v. 13, n. 2, p. 260-283, set. 1984. CONFERÊNCIA INTERGOVERNAMENTAL SOBRE PLANEJAMENTO DE ESTRUTURAS NACIONAIS DE DOCUMENTAÇÃO, BIBLIOTEAS E ARQUIVOS, 1974, Paris. Documento final [Não publicado]. FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1975.
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Reorganização administrativa da Câmara dos Deputados: relatório, anteprojeto de resolução. Rio de Janeiro, 1968. MELO, A. G. O controle bibliográfico no Brasil: uma proposta. Brasília: Câmara dos Deputados, 1981. 30
Obrigado! cristian.santos@camara.leg.br
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