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PÓ 19 a 29 de abril de 2012 CAIXA Cultural São Paulo 04 a 10 de fevereiro de 2013 CAIXA Cultural Brasília
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Introdução Sander Maurano O presente livro visa expandir o debate sobre “Cinema Pós-Iugoslavo” lançado entre o público brasileiro pela primeira Mostra sobre o tema realizada na Caixa Cultural de São Paulo e na de Brasília, reunindo as produções cinematográficas mais representativas dos países que integravam a antiga Iugoslávia em termos de qualidade técnica e conceitual. A partir da seleção dos filmes que marcaram o Cinema Pós-Iugoslavo desde 1992, torna-se evidente a riqueza de reflexões que perpassam aspectos estéticos, históricos, sociais e políticos proporcionados por outras atmosferas culturais. Além de concretizar o legado da referida Mostra, essa publicação dedica-se à maximização de perspectivas críticas a respeito dos complexos processos culturais envolvidos na emergência do Cinema Pós-Iugoslavo. É com esse escopo que os curadores Raphael Fonseca e Sander Maurano apresentam, nos capítulos I e II, as questões fundamentais que levaram à realização da Mostra, desde as inspirações da história da arte clássica ao desconstrutivismo pós-moderno, e convidam acadêmicos e críticos do Brasil e do exterior a expressar de forma livre suas experiências e pontos de vista eventualmente divergentes sobre o contexto pós-iugoslavo. Apresenta-se, assim, no capitulo III uma contribuição do historiador Dr. Bojan Aleksov, curador do Post Yugoslav Film Festival de Londres, sobre a recente cooperação cinematográfica entre os diretores pósiugoslavos que levaram as produções da região à cena cultural européia. A historiadora Mariana de Carvalho investiga contexto
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histórico por trás da dissolução da Iugoslávia, ao passo que a antropóloga Andréa Peres aborda como as temáticas da dissolução são apresentadas em produções culturais, nos capítulos IV e V, respectivamente. O diretor sérvio Zoran Djordievic, radicado no Brasil, traz no capítulo VI sua experiência pessoal com a Escola de Praga, influente grupo de diretores pós-iugoslavos formados pela FAMU desde o antigo intercâmbio educacional entre a Tchecoslováquia e a Iugoslávia. No capítulo VII, os críticos de cinema Francis Vogner e Gabriela Linck analisam o Cinema Pós-Iugoslavo além das referências trazidas por esta Mostra. Por fim, entrevistas inéditas em português trazem os posicionamentos de alguns dos diretores pós-iugoslavos mais influentes. Espera-se que essa publicação desperte o interesse pelo Cinema Pós-Iugoslavo no Brasil, incentivando novas pesquisas e produções culturais.
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Sumário ENSAIOS Et in Iugoslavia ego 9 Visões inconformistas pós-iugoslavas
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Cinema Pós-Iugoslavo 31 Territorialidade e identidade nacional nos Bálcãs: a dissolução da Iugoslávia.
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Uma leitura sobre a produção cinematográfica Pós-Iugoslava
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Iugoslávia era uma Arena
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Do cinema iugoslavo para o “pós-iugoslavo”: questões e contradições
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ENTREVISTAS Don Marshall entrevista Milcho Manchevski (2006)
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Entrevista de Goran Paskaljevic a Jorge D. González (2009)
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Rajko Grlic: eu testemunhei a ascensão e queda da possível última utopia social (2008)
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Grabvica de Jasmila Zbanic (2006)
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Fichas técnicas 113
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17 a guerra, seja uma narrativa que expõe o estado de tensão de um personagem descolado de um conflito armado. Do mesmo modo que assumo minha alteridade cultural com esta escrita, me pergunto qual seria a recepção que estudiosos “pósiugoslavos” teriam diante de obras que representem a dor e a morte no Brasil. O que poderiam dizer perante, por exemplo, Tropa de elite (2007), de José Padilha, Cidade de Deus (2002), de Fernando Meireles ou Eles não usam black-tie (1981), de Leon Hirszman, além de uma série de outros filmes em curta e média-metragem que sequer atingem um circuito internacional de festivais? Quais seriam suas reações diante da “nossa dor”? Mais do que isso, qual seria o lugar da morte no Brasil, este país comumente enxergado como exótico, tropical, sexualizado e pleno de macacos e bananas? “Et in Iugoslavia ego” e, claro, “Et in Brasilia ego”.
Guercino - “Et in Arcadia ego” - 1618-1622
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Referências IORDANOVA, D. Cinema of Flames-Balkan Film Culture and the Media. Londres: BFI Publishing, 2001. JAMESON, F. “Thoughts on Balkan Cinema”, in: A. Egoyan; I. Balfour (eds), Subtitles: On the Foreignness of the Film. Cambridge, MA: The MIT Press, 2004, pp. 232–56. PAVICIC, J. Cinema of normalization: changes of stylistic model in post-Yugoslav cinema after the 1990s. Studies in Eastern European Cinema 1: 1, 2010, pp. 43–56, doi: 10.1386/seec.1.1.43/1 TODOROVA, M. Imagining the Balkans. Oxford University Press, 1997
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Territorialidade e identidade nacional nos Bálcãs: a dissolução da Iugoslávia. Mariana de Carvalho Bósnia e Herzegovina, Croácia, Montenegro, República da Macedônia, Sérvia, Eslovênia e Kosovo. Estes sete países são fruto do que um dia foi um território unificado, sem fronteiras entre si, a Iugoslávia. Contudo, a história que esta região possui em comum vem de um passado muito mais distante. Considerada por alguns especialistas como a fronteira entre o ocidente e o oriente, a península balcânica também é tida como uma região não apenas de limites territoriais, mas também de limites religiosos e culturais, como a fronteira entre o Cristianismo e o Islamismo e até mesmo entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa.1 Esta região, além de possuir esta característica de fronteira, sempre foi disputada pelas ambições dos países vizinhos, fosse por motivos materiais, estratégicos ou políticos. É notório que sua localização geográfica, no sudeste europeu, é um dos principais caminhos entre Ásia e a Europa. O povoamento desta região pelos eslavos ocorreu entre os séculos VI e VII d.C. Em virtude da desagregação do império romano, tribos advindas da atual Rússia ocuparam tal território. A estabilidade desta região durante a idade média foi garantida graças ao império Bizantino, que além da harmonia, foi responsável também por disseminar o cristianismo ortodoxo, uma das marcas culturais de tais povos. 1 Padrós, Enrique Serra. Kosovo: a desintegração do mosaico iugoslavo. IEFEE, Vol. 27, No 2 (1999)
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36 Contudo, em 1456, com a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos, a península balcânica sofreu severas consequências. Enrique Padrós afirma que: Enquanto para os turcos os Bálcãs eram a porta de acesso à Europa Central e Oriental, para o mundo ocidental significavam uma muralha de contenção contra o Islamismo. Nessa dupla condição dada pelas pressões exógenas, a Eslovênia e a Croácia caíram sob a influência austríaca e católica, enquanto os turcos enfrentavam a resistência do Reino da Sérvia, importante poder autônomo na área de influência bizantina que atingira seu apogeu entre os séculos XII e XIV, durante o Governo de Esteban Dusan, e que tinha o centro nevrálgico na região do Kosovo, sede dos patriarcas ortodoxos.2 Os sérvios sofreram derrota esmagadora diante dos turcos e perderam o território que hoje é o Kosovo. E, por quase 500 anos, lamentaram tal perda. Por conta desta derrota, migraram para o norte, deixando um vazio demográfico nos territórios que atualmente se encontram Kosovo e Macedônia. Por sua vez, este local foi ocupado pela população albanesa já convertida ao islamismo e incorporada ao império turco. Remonta daí a presença albanesa no sul do que seria a futura Iugoslávia. Muitos eslavos se converteram ao islamismo, uma vez que queriam participar das esferas de poder, que eram dominadas pelos turcos. Diversas foram as tentativas de se recuperar o território por parte dos sérvios. Porém, foi a partir do século XIX, com a consolidação dos ideais iluministas e o advento do conceito de nação3 disseminado pela Revolução Francesa que a questão nacional se fortaleceu entre os sérvios, que conseguiram a sua emancipação frente aos turcos graças ao apoio da Rússia. Ainda no século XIX, a península balcânica encontrava-se dividida. Até a Primeira Guerra Mundial diversos projetos políticos foram 2 Idem 3 Hobsbawn, Eric. Nações e Nacionalismos desde 1780: programa, mito e realidade. São Paulo: Paz e Terra, 1998.
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37 orientados para os Bálcãs. O império turco-otomano, já desestabilizado, pretendia manter seus domínios, o que não aconteceu; o império austrohúngaro tentava se expandir diante do recuo dos turcos e se encontrava com os interesses do II Reich; os russos pretendiam acessar o mar Mediterrâneo e para tal desejavam obter o apoio dos sérvios. Foi neste período que se difundiu, nos Bálcãs, o movimento nacionalista intitulado Pan-eslavismo, uma forma de nacionalismo que defendia a independência e a união dos eslavos. A Rússia se valia deste movimento para exercer influência sobre tal região. Como já mencionado anteriormente, a região da Sérvia e Montenegro conseguiu sua independência já em meados do século XIX, a primeira dos Bálcãs a obter tal status. A partir de então, o nacionalismo cresceu entre os sérvios, desejando a formação da Grande Sérvia, que viria a ser um Estado que reunisse todos os povos eslavos dos Bálcãs. As pretensões expansionistas da Sérvia provocaram a intervenção de diversas potências. A interferência da Áustria foi notória nos problemas balcânicos. Os ministros austríacos fomentaram a discórdia interna entre os países eslavos (Bulgária e Sérvia) bem como entre a Grécia e a Romênia. Outra guerra quase eclodiu em 1908 quando os austríacos anexaram a Bósnia-Herzegovina, provocando o ressentimento sérvio. Reunidos em coligações (Ligas Balcânicas), os pequenos reinos procuravam livrar-se do domínio estrangeiro. Mas entre 1912 e 1913, neste clima de nacionalismos, estouraram as Guerras Balcânicas, transformando as fronteiras e as relações políticas da região. Os turcos, muito enfraquecidos há anos, perderam o controle sobre os Bálcãs, enquanto a Sérvia incorporava a Macedônia e o Kosovo, e a Albânia garantia a sua independência. A instável situação desta região favoreceu a formação, dentro da Sérvia, de sociedades secretas para agir contra a Áustria-Hungria. A mais atuante foi a Mão Negra, fundada em 1911. Esta sociedade acabou se ramificando na região vizinha, com a fundação da Jovem Bósnia, também de caráter nacionalista. Através de propagandas e atentados terroristas, estes grupos pretendiam instituir o governo
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38 da Grande Sérvia para todos os povos eslavos dos Bálcãs. O maior obstáculo a esse projeto era o herdeiro do trono austríaco, o Arquiduque Frederico Ferdinando, que planejava anexar todos os territórios eslavos sob uma única coroa a ser incorporada ao império Habsburgo, ameaçando assim os ideais de independência dos sérvios. O Arquiduque, mesmo com o clima desfavorável, resolveu ir à Bósnia, até então uma província da Sérvia, em 28 de junho de 1914. Desfilou em carro aberto pelas ruas de Sarajevo acompanhado de sua esposa, dispensando esquemas especiais de proteção. Militantes da Jovem Bósnia assassinaram a tiros o Arquiduque Francisco Ferdinando e sua esposa, Sofia, colocando o governo da Sérvia como suspeito de ter sido o articulador do atentado. Este assassinato se tornou o estopim da Primeira Grande Guerra, em virtude da série de acordos e alianças que comprometiam vários países. Em 23 de julho, a Áustria, com o apoio da Alemanha, enviou um ultimato à Sérvia exigindo a apuração do assassinato em 48 horas. Essa atitude foi considerada pelos sérvios uma ameaça à soberania nacional e, apoiados pela Rússia, começaram a mobilizar suas tropas nas fronteiras austro-húngaras. A Alemanha reagiu e exigiu a suspensão imediata de tais manobras, bem como a neutralidade da França. Em 28 de julho de 1914, a Áustria declarou guerra à Sérvia, levando ao confronto direto os países dos dois blocos europeus, a Tríplice Entente e a Tríplice Aliança.4
O Reino da Sérvia, Croácia e Eslovênia Com o fim da Primeira Guerra Mundial, croatas e eslovenos sugeriram a formação de um Estado dos eslavos do sul, ou “Iugoslávia”. A ideia da formação deste estado era, de acordo com Etienne Radic: “(...) para não nos submetermos de forma alguma aos Bálcãs, que são 4 Tríplice Entente era formada por Inglaterra, França e Rússia. A Tríplice Aliança era formada por Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália, que se declarou neutra durante a primeira guerra.
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39 uma extensão da Ásia. Nosso dever é europeizar os Bálcãs, e não balcanizar croatas e eslovenos” . As diferenças culturais entre os povos eram gritantes: enquanto Eslovênia e Croácia eram mais semelhantes à Europa, a Sérvia guardava traços culturais da Ásia Menor, mais conservadora e fechada à influência capitalista europeia. Porém, estas questões étnicas e culturais não foram consideradas pelos países que saíram vitoriosos da Primeira Guerra Mundial. Nos tratados assinados após a guerra, dissolveram o império Austro-Húngaro e garantiram a formação do Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos, em 1918. Mas essa formação, da maneira que foi feita, garantia o domínio da Sérvia, o contrário do que foi proposto por croatas e eslovenos. Disputas nacionalistas deflagraram diversos conflitos étnicos, uma vez que croatas, bósnios e eslovenos passaram a atacar os sérvios, que estavam espalhados por todo o território. Diante de tal situação, Alexandre I suspendeu a Constituição e, em 1929, impôs uma ditadura e criou o reino da Iugoslávia. Numa tentativa de anular a fragmentação histórica, cultural e nacional dos povos, impôs a nacionalidade iugoslava como única aceita pelo novo Estado. Com o assassinato do rei Alexandre I, em 1939, por um nacionalista croata, o príncipe Paulo assumiu como regente. Ao estourar a Segunda Guerra Mundial, o governo iugoslavo permitiu a passagem das tropas alemães e o estabelecimento de bases militares, o que gerou uma insatisfação generalizada e culminou na queda do ministério e na reafirmação da autonomia iugoslava diante de Hitler. As forças alemãs responderam com um bombardeio à Belgrado. Croatas e albaneses colaboravam intensivamente com as tropas do Eixo e promoviam nos Bálcãs a limpeza étnica que os alemães realizavam em outras partes da Europa. Cerca de 750 mil sérvios foram executados sob o comando direto de Ante Pavelic, líder croata que proclamou a independência da Croácia, tornando-a um estado fantoche dos nazistas. Com a ocupação do estado iugoslavo e a sua divisão entre italianos e alemães, a resistência foi assumida pelos partisans,
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40 liderados pelo comunista Joseph Broz Tito. Com a ajuda dos aliados, em maio de 1945, os nazistas capitularam frente ao exército de Tito. Com o final da guerra, a Assembleia proclamou o nascimento da República Popular Federativa da Iugoslávia, declarando Tito seu governante e adotando o modelo socialista de governo, com apoio da URSS.
Iugoslávia após a guerra Após a Segunda Guerra Mundial a Iugoslávia configurou-se como uma federação de repúblicas socialistas composta por seis membros: Eslovênia, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Sérvia, Montenegro e Macedônia, além das minorias albanesas e húngaras, que viviam nas províncias autônomas da república da Sérvia (Kosovo e Voivodina, além de outros minorias). Por isso a denominação de mosaico étnico. De acordo com as palavras de Tito, a coesão era fundamental para superar os ódios ancestrais e dependia de uma complexa engenharia política, onde deveriam conviver seis repúblicas, cinco nações, quatro línguas, três religiões, dois alfabetos e um só partido. Tito governou até 1980, ano de sua morte. Ou seja, durante toda a guerra fria. Seu carisma e sua autoridade garantiram uma supressão das rivalidades étnicas. Tito divergia do modelo soviético e desejava conciliar socialismo e liberdade, criando assim o titismo, um novo modelo de socialismo. Em 1948 rompeu com a URSS, se abriu para negociações com o Ocidente e liderou junto com Índia, Indonésia e Egito o bloco dos países não alinhados.
A dissolução da Iugoslávia Com a morte do ditador Tito, o modelo iugoslavo entrou em colapso e as desigualdades étnicas e regionais voltaram à tona. Em conjunto com a questão nacionalista, somava-se a grave situação econômica do país. Cerca de 50% da população iugoslava vivia em extrema pobreza e a
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41 inflação era altíssima. Só em 1980 a inflação era de 40% ao ano. Tito já havia criado um Fundo de Solidariedade para ajudar a solucionar este problema, onde as regiões mais ricas deveriam ajudar às mais pobres. A Eslovênia se opunha ao Fundo de Solidariedade, e se viu atraída a trocar a continuidade numa federação de repúblicas em crise, onde se via carregando nas costas as regiões mais pobres por uma conexão à dinâmica rede do capitalismo europeu. Aliás, infere-se que a influência externa, em busca de novos mercados e trocas comerciais, teve intensa participação na dissolução da Iugoslávia. Soma-se a isso a crise do socialismo e a Glasnost. Foi assim que o sistema de partido único da Iugoslávia ruiu. Foram realizadas eleições em 1990 em todas as federações, e somente na Sérvia e Montenegro venceram os políticos que defendiam a manutenção da Iugoslávia, abandonando o discurso socialista e adotando uma política popular-nacionalista de manutenção da unidade iugoslava sob a hegemonia sérvia. A desintegração da Iugoslávia não interessava aos sérvios, já que eles encontravam-se por toda parte da Iugoslávia. Além disso, se as regiões se separassem, a Sérvia afundaria numa grande crise, pois não teria o apoio econômico da Eslovênia e da Croácia. Nesse quadro, ganhou projeção, dentro da Liga Comunista local, a corrente de Slobodan Milosevic, que tomou uma medida extremamente agressiva ao acabar com a autonomia da Voivodina e do Kosovo, indo contra as diretrizes da Constituição de 1974, e valendo-se da justificativa da manutenção da integridade territorial. Esta medida serviu para consolidar a postura separatista das repúblicas e províncias, que passaram a ganhar maior respaldo popular. Em 1991, após um período de contínua de abertura à economia de mercado, Eslovênia, Croácia e Macedônia proclamaram independência. Violentos combates ocorreram entre croatas e sérvios que viviam na Croácia, e o modelo de Tito, que impôs a convivência através dos deslocamentos e mistura da população, desmoronou e cedeu espaço para o ódio e os conflitos étnicos. O mosaico étnico iugoslavo se rompeu e as peças deixaram de se encaixar. Em consequência, a pressão internacional obrigou o governo da Federação a reconhecer a saída daquelas
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42 repúblicas e a proteção das novas fronteiras. Pouco tempo depois a Bósnia seguiu o mesmo caminho, o que contrariava os países da CEE, já que não tinham interesse em acolher as regiões pobres. A Europa não via viabilidade na sobrevivência de países de economias frágeis; mas as lideranças bósnias justificavam sua atitude afirmando que a saída das repúblicas mais ricas da Federação rompia o equilíbrio histórico que havia evitado, até então, que a Sérvia impusesse a sua hegemonia. Foram três anos de conflito com um número impressionante e estarrecedor de mortos. Estima-se que cerca de 300.000 pessoas perderam a vida nos conflitos. O mundo assistia impassível a um dos conflitos mais sangrentos da contemporaneidade, marcado pela limpeza étnica e onde não existiam “mocinhos” ou “bandidos”. O território bósnio foi palco de estranhas alianças. Dependendo do local e do momento, muçulmanos-bósnios, sérvios-bósnios e croatas-bósnios lutaram entre si ou aliaram-se contra o terceiro. A intervenção internacional foi tardia, uma vez que a Rússia encontrava-se dilacerada pela crise econômica com o fim da URSS, os EUA estavam saindo da guerra no Golfo e a Europa, por covardia, apenas impôs um bloqueio econômico à Sérvia. Contudo, Bill Clinton, então presidente dos EUA, armou as tropas croatas que acabaram derrotando os sérvios em Krajina, o que forçou sérvios, bósnios e croatas a selarem um acordo de paz iniciado em Dayton, Ohia, nos Estados Unidos em 1995, que reconhecia a independência da Bósnia, Macedônia, Croácia e Eslovênia do estado iugoslavo, que seria formado por Sérvia (incluindo Kosovo e Voivodina) e Montenegro, que se tornou independente em 1996. Porém a paz ainda não havia sido selada nos Bálcãs. Durante os longos anos de guerra na Eslovênia, Croácia, e Bósnia, Kosovo continuava sobre o governo de Milosevic. Os albaneses kosovares responderam criando uma administração paralela e também resistiram ao regime com não-violência, liderados por Ibrahim Rugova e esperavam pela ajuda da comunidade internacional. Apesar de relatórios periódicos dos sobre violações graves e sistemáticas dos direitos humanos contra albaneses do Kosovo, a comunidade internacional não fez nada, culminando com Dayton, quando a comitiva de Kosovo não foi autorizada a deixar o avião.5 5
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43 Com a situação só piorando em virtude das retaliações das forças sérvias, em novembro de 1997, em um funeral para kosovares mortos, o Exército da Libertação de Kosovo (KLA) levantou-se publicamente e pediu o apoio da comunidade albanesa do local e obteve um apoio esmagador. A Sérvia respondeu com uma retaliação desproporcional. O primeiro grande massacre ocorreu na região da Drenica, em 1998, quando 51 membros de um clã foram mortos por forças sérvias. De novo as tropas internacionais demoraram a chegar. Foi somente em 1999 que a OTAN interferiu no conflito, obrigando Milosevic a se render. Um ano mais tarde, ele foi preso e entregue ao Tribunal de Haia para ser julgado por crimes de guerra e contra a humanidade. Em 2003, o nome Iugoslávia foi oficialmente abolido, uma vez que o estado fora transformado em República Federal da Sérvia e Montenegro. Através de um plebiscito realizado no início de 2006, 55,5% dos montenegrinos optaram pela separação, e Montenegro declarou-se independente em 03 de junho do mesmo ano. Apenas dois dias depois, a Sérvia também se declarou independente. E assim foi o fim da Iugoslávia.
Referências HOBSBAWN, Eric. A Era do Capital. 1848-1875. São Paulo: Paz e Terra, 2009. ________. A Era dos Impérios. 1875-1914. São Paulo: Paz e Terra, 2009. ________. A Era dos Extremos. São Paulo: Paz e Terra, 2009. ________. Nações e Nacionalismos desde 1780: programa, mito e realidade. São Paulo: Paz e Terra, 1998. PADRÓS, Enrique Serra. Kosovo: a desintegração do mosaico iugoslavo. IEFEE, Vol. 27, No 2 (1999). RUGA, Glen. History of the war in Kosovo. Abril,1999. SHAW, Martin.The Kosovo war – between two eras. Abril, 2009.
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58 contar a história. Mas, obviamente, nem tudo é somente contexto e história. A riqueza desses filmes que serão exibidos na Mostra, entre outros, está, para além da História que contam, também naquilo que eles revelam do humano, e por isso sua força diante de um tempo ainda marcado pela violência.
Referências ANDRIĆ, Ivo. Pismo iz 1920. In: Sabrana djela Ive Andrića. Sarajevo: Svjetlost, 1988. [A Carta de 1920] ______. A Letter from the year 1920. Translated by Lenore Grenoble. London: Forest Books, 1992. ______. The bridge over the Drina. Translated by Lovett F. Edwards. London: Harvill, 1995. BOUGAREL, Xavier. Death and the nationalist: martyrdom, war memory and veteran identity among Bosnian Muslims. ______; HELMS, Elissa; DUIJZINGS, Ger (Eds.). The new Bosnian mosaic: identities, memories and moral claims in a post-war society. Hampshire: Ashgate, 2007. p. 167-191. DENICH, Bette. Unmaking multiethnicity in Yugoslavia: media and metamorphosis. In: HALPERN, Joel M.; KIDECKEL, David A. (Eds.). Neighbors at war: anthropological perspectives on Yugoslav ethnicity, culture, and history. University Park: Pennsylvania University Press, 2000. p. 39-55. HAYDEN, Robert M. Intolerant sovereignties and “multi-multi” protectorates: competition over religious sites and (in)tolerance in the Balkans. In: HANN, Chris (Ed.). Postsocialism: ideals, ideologies, and practices in Eurasia. London: Routledge, 2002. p. 159-179. PERES, Andréa Carolina Schvartz. Enviado especial à...: uma análise antropológica da cobertura da imprensa brasileira das guerras na exIugoslávia (anos 90). 2005, 289 p. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social). Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2005.
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59 RAMET, Sabrina P.. Balkan Babel: The disintegration of Yugoslavia from the death of Tito to the fall of Milošević. 4 ed. Cambridge, MA: Westview, 2002. TANOVIĆ, Danis. Film je čudna smjesa različitih spojeva, eksplodira ili ne. Oslobođenje, Sarajevo, 2. okt. 2010, p. 30-35. Entrevista concedida a Vesna Milek, publicada na revista Dela. TODOROVA, Maria. Imaging the Balkans. New York: Oxford University Press, 1997.
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72 o de Kusturica, que é um sérvio nostálgico da Iugoslávia, Paskaljevic, que sempre se posicionou como antinacionalista (em diversos momentos precisou sair do país) e o caso mais desconcertante que é o do exrebelde da Black Wave, Jovan Jovanović , que em entrevista ou blog chetnixploitation, falou sobre a superioridade genética dos sérvios (além de dizer hoje que os diretores da Black Wave não sabiam filmar). Versões sobre os conflitos e horrores da guerra, os jornais sempre fizeram melhor (ou pior), mas aquilo que é mais dificilmente representável, que está sublimado, a perplexidade que poderia expressar mais do que uma ideia, um sentimento, aquilo que não é da mera ordem do relato, sempre foi o esforço artístico desde Goya e suas pinturas sobre a Guerra Espanhola, passando por Picasso e chegando a um filme como Redacted, de Brian de Palma. Se esse gesto artístico existia no cinema iugoslavo, o pós-iugoslavo ainda fica devendo. Falta a ele a afinação de uma sensibilidade. É um cinema que pouco documentou o espírito de sua época e por isso mesmo interessa conhecê-lo, pois isso é sintomático de suas idiossincrasias.
A força de dois filmes horríveis O crítico de cinema Nikola Matevski, sérvio radicado em Curitiba desde os anos 1990, diz que em Belgrado nos anos 1980 havia uma cinefilia incendiária influenciada pelo crítico Nebojsa Pajkic (também professor de cinema e roteirista do pequeno clássico iugoslavo Garoto Promissor, dirigido por Misa Radivojevic) e que também havia um programa de cinema na TV chamado Sok Koridor (em homenagem ao filme de Samuel Fuller, Shock Corridor) que exibia e analisava cenas de sexo, violência, falava do mito dos snuff movies, trabalhando todo um repertório das potencialidades chocantes e perturbadoras do cinema. Essa cinefilia cultuava cineastas de gênero como John Carpenter, John Millius, Wes Craven, Paul Verhoeven, Mario Bava e Dario Argento. Segundo Matevski, “com A Serbian Film parece que uma desambiguação dessa turma veio à tona”.
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DON MARSHALL ENTREVISTA MILCHO MANCHEVSKI (2006) Dan Marshall: Como você definiria o termo “filme de arte”? Manchevski: Provavelmente é impossível definir o que é um “filme de arte”. Quero dizer, nós podemos falar sobre filmes bons, filmes ruins – filmes que gostamos e filmes que não gostamos – mas se formos honestos, estamos provavelmente falando sobre filmes que tocam nossos corações e filmes que simplemente não tocam nossos corações. E isso é provavelmente o melhor em julgar filmes. O próprio termo parece ter sido inventado por pessoas que precisavam de ajuda na classificação e qualificação de filmes. As pessoas que distribuem filmes ou pessoas que escrevem sobre filmes – ou talvez burocratas que estão de alguma forma envolvidos no processo de filmagem. Quando me sento para escrever um roteiro ou dirigir um filme, eu não digo a mim mesmo: este vai ser um filme de arte ou este vai ser um filme comercial. Claro que existem tipos completamente diferentes de películas. Podemos falar de experimental ou de vanguarda, que se poderia relacionar com pintura contemporânea ou filmes abstratos ou literatura. Havia até mesmo os filmes vanguarda “dada” criados durante um determinado período. Se você olhar para o intervalo, então, por um lado, você tem filmes de vanguarda e que são usualmente chamados “filmes de arte”, e, por outro lado, você tem filmes de estúdio ou filmes ou filmes comerciais. No entanto, o “filme de arte”, como tal termo tem sido usado e abusado pelo marketing por vários motivos, chegou a um ponto em que perdeu qualquer significado. Acho que eu gostaria de pensar nisso em termos de honestidade do cineasta. Em outras palavras, quanto do filme que eu estou fazendo realmente se relaciona com quem eu sou? Como muito do que se relaciona com o que eu realmente quero dizer, e o que vem
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91 ao fato de uma obra de arte ser boa ou não – e isso é verdade, mas foi bom ver, no entanto. Foi um longo período, e por isso foi bom sentir que o que eu havia feito era bom. DM: Diga, você está planejando um novo filme agora? Manchevski: Sim, estou trabalhando em outro filme e ele ainda está nos estágios iniciais. Será chamado de Bones1. DM: Legal... Chuva, poeira, ossos... Manchevski: Sim, eu realmente gosto de coisas básicas, coisas elementares, coisas simples que você não pode reduzir a nada mais básico.
1 Esse filme posteriormente ganhou o título de Shadows e foi lançado em 2007
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ENTREVISTA DE GORAN PASKALJEVIC A JORGE D. GONZÁLEZ (2009) por ocasião do Festival Internacional de Cinema de Valladolid Goran Paskaljevic é um dos mais interessantes diretores de cinema das últimas décadas. Ele está sempre preocupado com problemas sociais dos Bálcãs e o relacionamento com a União Europeia e os países vizinhos. Acabou de ganhar a Edição 54 do Seminci, o que faz dele o mais premiado diretor da história do Festival de Cinema de Valladolid. Tivemos a oportunidade de conversar com ele após a projeção de seu filme Honeymoons. Este foi o resultado. Jorge González: Em primeiro lugar, estou muito impressionado sobre as sequências de tempo de filmagem que definem seu estilo. Por que você costuma empregá-las em seus filmes? Paskaljevic: Porque dá mais possibilidades aos atores. Nos planos de longa-duração você não cria o ritmo artificialmente. O ritmo está intrínseco. Em uma peça, por exemplo, a cena com motocicletas, eu poderia ter feito esta cena com cortes, fazê-las mais como filmes americanos, mas eu acho que tem muito mais tensão para os espectadores – mesmo inconscientemente – quando você continua seguindo uma tomada, eu sempre dou um close nos atores, uma técnica que mostra melhor a expressão de suas emoções. JG: Deste modo você gosta de chegar tão próximo ao rosto do personagem, enfatizando os traços de suas fisionomias, o que multiplica as suas perspectivas nas cenas. Por que você se aproxima tanto dos rostos?
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Grabvica de Jasmila Zbanic (2006) P: Grbavica é uma palavra que os estrangeiros provavelmente irão torcer suas línguas. O que é Grbavica? Zbanic: Grbavica é um bairro do outro lado do prédio onde eu moro. Durante a guerra esta área foi mantida sob o cerco do Exército servomontenegrino, e transformada em um campo de guerra especial onde a população foi torturado. Quando você andar através Grbavica hoje, você pode ver edifícios típicos do regime socialista, os moradores locais, lojas, as crianças, os cães ... mas ao mesmo tempo você pode sentir a presença de algo indizível e invisível, esta estranha sensação de que você tem quando você está em um lugar que foi marcado por grande sofrimento humano. Grbavica é um microcosmos que Esma, e outros heróis, pertencem. Etimologicamente, a palavra Grbavica significa mulher com uma corcunda. Embora seja um pouco difícil de pronunciar, eu pensei que essas letras não atraentes dão uma imagem de som muito boa do mundo da Esma. P: Qual é a história original? Zbanic: Quando a guerra começou, eu estava feliz porque o meu teste de matemática foi cancelado. O que mais me interessava, como uma adolescente, era o sexo, ou era mais falar sobre sexo, sonhando com o sexo como a maior realização do amor. Mas em 1992 tudo mudou e eu percebi que eu estava vivendo em uma guerra, em que o sexo foi usado como parte de uma estratégia para humilhar as mulheres e, assim, provocar a destruição de um grupo étnico! 20.000 mulheres foram sistematicamente estupradas na Bósnia durante a guerra.
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110 reais, de modo que os atores seriam capazes de se acostumar com o mundo em que era suposto criar. O que me fez muito feliz, ao lado do fato de que os atores eram profissionais perfeitos, era que eles amaram as suas personagens, o roteiro e a equipe. Todo mundo queria dar tudo de si. Para mim, pessoalmente, eles eram muito favoráveis. P: Como é trabalhar com crianças em uma filmagem? Zbanic: Luna Mijovic (que interpreta Sara) de 13 anos, Kenan Catic (que interpreta Samir), de 14 anos de idade e os outros jovens atores não eram tratadas como crianças, mas igualmente como autores de nosso projeto. E é assim que eles entendiam seus papéis, eles eram muito sérios, responsáveis e criativos. E, além dessa parte profissional, toda a equipe estava apaixonada por eles e eles sentiam que tinham todo o nosso apoio. P: É verdade que Luna quebrou a perna durante as filmagens? Zbanic: Infelizmente, sim. Nós estávamos filmando a cena em que Sara está jogando futebol com Samir. Por causa de uma falsa ameaça de bomba ao edifício GAR (O Gabinete do Alto Representante), perto da nossa localização, a filmagem foi tarde. Caminhões tiveram que dirigir por metade da cidade, os atores estavam atrasados e tudo começou de forma muito caótica. Quando começou tivemos que fazer algumas tomadas na neve. Nesse meio tempo, a neve começou a derreter e perna Luna caiu na neve. Kenan caiu sobre ela e ... crack. A equipe de som alegou que ouviu o som da quebra do osso. Foi horrível. Luna estava com dor na perna, e eu não conseguia me perdoar, pois, embora eu tivesse um bom , eu pedi mais um! Paramos as filmagens e continuamos e dois meses mais tarde, quando a perna Luna estava boa novamente, e quando ela sentiu que poderia continuar com a filmagem. A primavera chegou... alguns dos locais tiveram que ser mudados, para que pudéssemos editar o filme. Para a cena de futebol que é, em parte, a
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fichas técnicas Antes da chuva
Título original: “Before the rain” 108 minutos, Lançamento: 1994, Co-produção entre Macedônia, França e Reino Unido Uma narrativa circular, três ambientes e o amor. Na Macedônia, durante a guerra da Bósnia, cristãos buscam uma garota albanesa protegida por um monge. Em Londres, uma mulher sofre com a separação de seu amante. Este, por sua vez, retorna ao seu vilarejo de origem, também na Macedônia, e lida com pessoas do passado. Direção e Roteiro: Milcho Manchevski. Elenco: Katrin Cartlidge, Rade Serbedzija, Grégoire Colin, Labina Mitevska, Jay Villiers, Silvija Stojanovska, Phyllida Law e Josif Josifovski. Fotografia: Manuel Teran. Arte: Sharon Lomofsky e David Munns. Montagem: Nicolas Gaster. Música: Zlatko Origjanski, Zoran Spasovski e Goran Trajkoski. Prêmios: - Festival de Veneza – Leão de Ouro (junto com “Vive l’amour”, de Tsai Ming-Liang, de 1994), prêmio Pasinetti (melhor ator – Rade Serbedzija), prêmio CinemAvvenire (melhor filme em competição), prêmio FIPRESCI, prêmio OCIC (menção honrosa) – 1994. - Festival Internacional de Cinema de São Paulo – prêmio do público – 1994.
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- Festival de Estocolmo – melhor diretor estreante – 1994. - Festival Internacional de Cinema de Varsóvia – prêmio do público – 1994. - Oscar – indicado a melhor filme estrangeiro – 1995. - David di Donatello – prêmio especial (Milcho Manchevski) – 1995. - Prêmio Guldbagge – melhor filme estrangeiro – 1996. - Independent Spirit Awards – melhor filme estrangeiro – 1996. - Associação Argentina de Críticos de Cinema – melhor filme estrangeiro – 1997.
Apenas entre nós
Título original: “Neka ostane medju nama” Título em inglês: “Just between us” 87 minutos, Lançamento: 2010, Co-produção entre Croácia, Sérvia e Eslovênia Dois irmãos, suas esposas, suas amantes e seus filhos que não sabem quem seus pais verdadeiros são. Vidas duplas e relações paralelas se misturam numa história sobre a busca do amor e a felicidade, sobre a paixão que nunca se acaba e as consequências de quando, mesmo que por acaso, alguém termina numa cama que não é a sua. Direção: Rajko Grlic. Roteiro: Rajko Grlic e Ante Tomic. Elenco: Miki Manojlovic, Bojan Navojec, Ksenija Marinkovic, Daria Lorenci, Natasa Dorcic, Nina Ivanisin, Buga Simic e Zivko Anocic. Fotografia: Slobodan
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114 Trninic. Arte: Ivo Husnjak. Montagem: Andrija Zafranovic. Música: Alan Bielinski e Alfi Kabiljo. Prêmios: - Festival de Karlovy Vary – melhor diretor e prêmio Label Europa – 2010. - Festival Internacional de Cinema de Tróia – prêmio especial do juri – 2011.
Cinema Komunisto
Título original: “Cinema Komunisto” 100 minutos, Lançamento: 2010, Produção da Sérvia Uma crônica dos quarenta anos de história do estúdio Avala, construído por Tito para produção filmes de propaganda a fim de controlar e regular a imagem da Iugoslávia no mundo pós-guerra. Ilusão e realidade se misturam através da utilização de imagens de arquivo destes filmes e das lembranças, por exemplo, do projecionista do presidente. Direção: Mila Turajlic. Fotografia: Goran Cevacevic. Montagem: Aleksandra Milovanovic. Música: Nemanja Mosurovic. Prêmios: - Festival de Chicago – melhor documentário – 2011.
retornar e tomar de volta a casa da família, onde pretende construir uma nova vida com sua jovem esposa. O fim de uma relação, o começo de outras e os ciclos da vida são abordados nesse filme sobre memória, esquecimento e perdão. Direção e Roteiro: Danis Tanovic. Elenco: Miki Manojlovic, Mira Furlan, Boris Ler, Jelena Stupljanin, Milan Strljic, Mario Knezovic, Svetislav Goncic e Ermin Bravo. Fotografia: Walther van den Ende. Arte: Dusan Milavec e Sanda Popovac. Montagem: Petar Markovic. Prêmios:- Festival de Cinema de Antalya – melhor filme estrangeiro – 2010.
O dia em que olhamos para o céu
Título original: “O dia em que olhamos para o céu” 18 minutos, Lançamento: 1997, Co-produção entre Brasil e Iugoslávia.
Cirkus Columbia
O despertar e o amanhecer cotidiano de uma cidade, no dia em que o Brasil entrou para o seleto grupo dos oito países que fabricam satélite e lançam ao espaço em plataforma própria.
Mãe e filho vivem uma vida tranquila em uma pequena cidade no sul da Bósnia. Um dia, porém, seu ex-marido decide
Direção e Roteiro: Zoran Djordjevic. Participações: Atul Trivedi, Billy Trevor, Diogo Gomes dos Santos, Juscelino Gonçalves, Marli Portela Mestre Lobão e Vitório Faria.Fotografia: Vladan Obraqdovic. Montagem: Vladimir Milenkovic. Prêmios: - Festival Internacional de Cinema de Belgrado – melhor filme e melhor diretor – 1997.
Título original: “Cirkus Columbia” 105 minutos, Lançamento: 2010, Co-produção entre Bósnia e Herzegovina, Alemanha, Bélgica, Eslovênia, França, Reino Unido e Sérvia.
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Kukumi
Título em inglês: “The kukumi” 107 minutos, Lançamento: 2005, Produção de Kosovo As tropas da OTAN invadem Kosovo e logo depois do acordo militar assinado em Kumanovo, em um hospício, os guardas e funcionários fogem. Os internos se vêem livres e são confrontados com a realidade da guerra no local. Desejos, sonhos e filosofias de vida vem à tona. Direção: Isa Qosja. Roteiro: Isa Qosja e Mehmet Kraja. Elenco: Luan Jaha, Anisa Ismaili, Donat Qosja, Shkumbin Istrefi e Yilka Gashi. Fotografia: Menduh Nushi. Prêmios: - Festival de Veneza – prêmio Regione del Veneto – 2005. - Festival de Sarajevo – prêmio do juri – 2005.
Mães
Título original: “Majki” Título em inglês: “Mothers” 123 minutos, Lançamento: 2010, Produção da Macedônia Duas crianças denunciam um homem por indecência, mesmo sem nunca tê-lo visto. Três cineastas encontram os únicos moradores de uma cidade deserta – dois irmãos que não se fala há dezesseis anos. Faxineiras aposentadas são encontradas estupradas e estranguladas numa pequena cidade. Lentamente, a ficção se transforma em documentário. Direção e Roteiro: Milcho Manchevski. Elenco: Ana Stojanovska, Vladimir Jacey, Dimitar Gjorgjievski,
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Ratka Radmanovic, Salaetin Bilal, Emilija Stojkovska, Milijana Bogdanoska e Dime Ilijey. Fotografia: Vladimir Samoilovski. Arte: Natasha Dimitrievska. Montagem: Zaklina Stojcevska. Música: Igor Vasilev.
Maradona
92 minutos Lançamento: 2008 Co-produção entre Bósnia e Herzegovina, Espanha e França Documentário sobre a estrela do futebol argentino Diego Maradona. Através de viagens a Buenos Aires e de uma visita do jogador à Sérvia, o diretor cria uma relação de amizade e mescla suas impressões sobre sua trajetória junto à sua memória e sua história pessoal como cineasta. Direção e Roteiro: Emir Kusturica. Fotografia: Rolo Pulpeiro. Montagem: Svetolik Zajc. Música: Stribor Kusturica.
Os otimistas
Título original: “Optimisti” Título em inglês: “The optimists” 96 minutos, Lançamento: 2006, Produção da Sérvia. Inspirado no livro “Cândido ou o otimismo” (1759), de Voltaire, o filme está estruturado em cinco curtas histórias sobre personagens que não conseguem distinguir ilusão e realidade. Um homem hipnotiza parte de um vilarejo; o pai de uma jovem estuprada promete vingança; um rapaz perde uma herança em apostas; um empresário tenta controlar o instinto assassino de seu filho de doze
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116 anos; e, por fim, um líder religioso promete a cura de um grupo de pessoas com diferentes doenças. Direção: Goran Paskaljevic. Roteiro: Goran Paskaljevic e Vladimir Paskaljevic. Elenco: Lazar Ristovski, Bojana Novakovic, Petar Bozovic, Tihomir Arsic, Nebojsa Glogovac, Slavko Stimac, Dragan Jovanovic e Mira Banjac. Fotografia: Milan Spasic. Arte: Tijana Maric. Montagem: Petar Putnikovic. Música: Aleksandar Simic. Prêmios: - Festival de Cinema de Genebra – prêmio FIPRESCI e menção honrosa do júri jovem – 2006. - Festival Internacional de Cinema de Valladolid – melhor filme – 2006.- Festival Internacional de Cinema de Tróia – prêmio do público – 2007.
Cvitesic, Leon Lucev, Ermin Bravo, Mirjana Karanovic, Marija Kohn, Nina Violic, Sebastian Cavazza e Jasna Beri. Fotografia: Christine A. Maier. Arte: Maglajlic Lada. Montagem: Niki Mossböck. Música: Brano Jakubovic. Prêmios: – Festival Internacional de Cinema de Yerevan – prêmio FIPRESCI – 2010.
O posto de fronteira
Título original: “Karaula” Título em inglês: “The border post” 90 minutos, Lançamento: 2006, Co-produção entre Macedônia, França e Reino Unido
Título original: “Na putu” Título em inglês: “On the path” 98 minutos, Lançamento: 2010 Co-produção entre Bósnia e Herzegovina, Alemanha, Áustria e Croácia.
Um pequeno posto na fronteira entre a Iugoslávia e a Albânia em 1987. O comandante descobre, devido à ajuda de um oficial, estar com uma doença sexualmente transmissível. Não querendo que sua esposa descubra, declara estado de emergência e pede para que este soldado a visite regularmente. O pânico toma conta dos outros oficiais, ao passo que estas visitas criam uma paixão proibida.
Um jovem casal e obstáculos em sua relação. Quando o marido é demitido por beber no trabalho, acaba por conseguir um novo emprego dentro de uma comunidade muçulmana fundamentalista afastada da cidade. Sua esposa, porém, fica preocupada com a distância e teme que não consiga engravidar. Ela decide conhecer o novo local de trabalho de seu marido.
Direção: Rajko Grlic. Roteiro: Rajko Grlic, Ante Tomic e Marie James. Elenco: Toni Gojanovic, Sergej Trifunovic, Emir Hadzihafizbegovic, Verica Nedeska, Bogdan Diklic, Miodrag Fisekovic e Franjo Dijak. Fotografia: Slobodan Trninic. Arte: Kemal Hrustanovic, Goran Joksimovic e Kiril Spaseski. Montagem: Andrija Zafranovic. Música: Sanja Ilic. Prêmios: - Festival de Pula – melhor ator
Direção e Roteiro: Jasmila Zbanic. Roteiro: Gordan Mihic. Elenco: Zrinka
coadjuvante (Emir Hadzihafizbegovic) – 2006.- Festival Internacional de Cinema Film by the Sea – prêmio “Cinema e
Um outro caminho
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117 Literatura” – 2007. - Festival Internacional de Cinema de Tróia – melhor filme, melhor diretor e prêmio FIPRESCI – 2007. - Festival de Trieste – prêmio do público – 2007.
Prometa-me isso
Título original: “Zavet” Título em inglês: “Promise me this” 127 minutos, Lançamento: 2007, Co-produção entre Sérvia e França. Um idoso habitante de uma pequena cidade na Sérvia pede a seu neto que vá até a cidade, venda uma vaca e consiga uma jovem esposa. As coisas não se desenrolam do modo esperado e as tarefas se transformam em uma atrapalhada odisseia. Direção e Roteiro: Emir Kusturica. Roteiro: Gordan Mihic. Elenco: Uros Milovanovic, Marija Petronijevic, Aleksandar Bercek, Miki Manojlovic, Ljiljana Blagojevic, Ivan Maksimovic, Kosanka Djekic e Stribor Kusturica. Fotografia: Milorad Glusica. Arte: Radovan Markovic. Montagem: Svetolik Zajc. Música: Stribor Kusturica.
Em segredo
Título original: “Grbavica” Título em inglês: “Grbavica: the land of my dreams” 107 minutos, Lançamento: 2006, Co-produção entre Bósnia e Herzegovina, Alemanha, Áustria e Croácia Uma mulher solteira vive com sua filha adolescente em Sarajevo nos
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dias atuais. Enquanto a mãe começa a trabalhar como garçonete num bar noturno, a filha deseja viajar com seus amigos de escola numa excursão. Para conseguir um desconto nessa viagem, ela busca os documentos de seu pai, mártir de guerra. Direção e Roteiro: Jasmila Zbanic. Elenco: Mirjana Karanovic, Luna Mijovic, Leon Lucev, Kenan Catic, Jasna Beri, Dejan Acimovic, Bogdan Diklic e Ermin Bravo. Fotografia: Christine A. Maier. Arte: Kemal Hrustanovic. Montagem: Niki Mossböck. Música: Enes Zlatar. Prêmios: - American Film Institute Festival – grande prêmio do juri – 2006. - Festival de Berlim – leão de ouro, prêmio do juri e prêmio Peace Film – 2006. - Festival de Cinema Europeu de Bruxelas – melhor atriz (Mirjana Karanovic) e prêmio Canvas TV (melhor filme) – 2006.
Slovenian girl
Título original: “Slovenka” Título em inglês: “Slovenian girl” 91 minutos, Lançamento: 2009, Coprodução entre Eslovênia, Alemanha, Bósnia, Croácia e Sérvia Uma estudante de uma pequena cidade da Eslovênia, mas que mora na capital, estuda inglês. Para se sustentar, trabalha como prostituta e constrói planos sobre o futuro. Uma morte acidental muda o seu rumo e faz com que ela lide com sentimentos esquecidos como o medo, a solidão, a confusão e a responsabilidade.
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118 Direção: Damjan Kozole. Roteiro: Damjan Kozole, Matevz Luzar e Ognjen Svilicic. Elenco: Nina Ivanisin,
Marty Levenstein. Música: Ryan Shore. Prêmios: - Festival de Trilha Sonora para Cinema de Park City – destaque em trilha sonora – 2007.
Spasic, Aljosa Kovacic e Andrej Murenc. Fotografia: Ales Relak. Arte: Maja Moravec. Montagem: Jurij Moskon e Andrija Zafranovic. Prêmios: - Festival de Cinema Esloveno – melhor ator coadjuvante (Primoz Pirnat – também por “E-pigs”, de Peter Pasic, de 2009) – 2009. - Festival de Cinema Mediterrâneo de Valencia – melhor atriz (Nina Ivanisin) – 2009.
Tango argentino
Sombras
Direção: Goran Paskaljevic. Roteiro: Gordan Mihic. Elenco: Mija Aleksic, Miki Manojlovic, Nikola Zarkovic, Rahela Ferari, Predrag Lakovic, Milivoje Tomic, Ina Gogálová e Carna Manojlovic. Fotografia: Milan Spasic. Arte: Miodrag Nikolic. Montagem: Olga Jovanovic e Olga Skrigin. Música: Zoran Simjanovic. Prêmios: - Festival de Veneza – prêmio do público – 1992.- Festival Internacional de Cinema de San Fracisco – prêmio do público – 1993.
Peter Musevski, Primoz Pirnat, Marusa Mink, Uros Furst, Dejan
Título original: “Senki” Título em inglês: “Shadows” 124 minutos, Lançamento: 2007, Co-produção entre Macedônia, Alemanha, Bulgaria, Espanha e Itália Um médico sofre um acidente de carro. Após sua recuperação, trabalha em um hospital situado distante de sua família. Quando se muda para um velho apartamento, coisas estranhas acontecem e ele se questiona sobre a existência de forças sobrenaturais ao seu redor. Direção e Roteiro: Milcho Manchevski. Elenco: Borce Nacey, Vesna Stanojevska, Sabina Ajrula, Salaetin Bilal, Ratka Radmanovic, Filareta Atanasova, Dime Ilijey e Petar Mircevski. Fotografia: Fabio Cianchetti. Arte: Kiril Spaseski. Montagem: David Ray e
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Título original: “Tango argentino” 95 minutos Lançamento: 1992 Produção da Iugoslávia. Um garoto ajuda pessoas idosas a recuperarem sua vontade de viver. Enquanto isso, recebe em troca amor e carinho, duas coisas negligenciadas pelos seus próprios pais.
Testemunhas
Título original: “Svjedoci” Título em inglês: “Witnesses” 83 minutos, Lançamento: 2003, Produção da Croácia Em Karlovac, durante a Guerra de Independência da Croácia, em 1992, um homem sérvio é assassinado. Um vizinho, suspeito pelo crime, é protegido pela sua mãe e ambos tem de lidar com o retorno da guerra de seu irmão. O
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119 detetive local tenta solucionar o caso, mas tem que lidar com os problemas de saúde de sua esposa. Direção: Vinko Bresan. Roteiro: Vinko Bresan e Zivko Zalar. Elenco: Leon Lucev, Alma Prica, Mirjana Karanovic, Rene Bitorajac, Borko Peric, Drazen Kuhn, Kresimir Mikic e Marinko Prga. Fotografia: Zivko Zalar. Arte: Mijo Debanic, Dubravko Djuran e Ladislav Markic. Montagem: Sandra Botica. Música: Mate Matistic. Prêmios: - Festival de Pula – melhor diretor, melhor atriz (Alma Prica) e melhor trilha sonora – 2003. - Festival de Motovun – melhor filme da competição regional – 2003. - Festival de Berlim – menção honrosa do júri e Peace Film Award – 2004. - Festival Internacional de Cinema Film by the Sea – prêmio “Cinema e Literatura” – 2004. - Festival de Jerusalém – melhor filme – 2004. - Festival de Karlovy Vary – prêmio Philip Morris – 2004.
Underground – mentiras de guerra
chega a se transformar num ídolo para a nação iugoslava. Direção: Emir Kusturica. Roteiro: Emir Kusturica e Dusan Kovacevic. Elenco: Miki Manojlovic, Lazar Ristovski, Mirjana Jokovic, Slavko Stimac, Ernst Stötzner, Srdjan Todorovic, Mirjana Karanovic e Milena Pavlovic. Fotografia: Vilko Filac. Arte: Branimir Babic, Vlastimir Gavrik, Vladislav Lasic e Martin Martinec. Montagem: Branka Ceperac. Música: Goran Bregovic. Prêmios: - Festival de Cannes – palma de ouro – 1995. - Prêmio Lumiere – melhor filme estrangeiro – 1996. - Sociedade de Críticos de Cinema de Boston – melhor filme estrangeiro – 1997. - Prêmio Kinema Junpo – melhor filme estrangeiro – 1997.
Uma viagem
Título original: “Izlet” Título em inglês: “A trip” 85 minutos, Lançamento: 2011 Produção da Eslovênia
Título original: “Underground” 170 minutos, Lançamento: 1995, Co-produção entre Iugoslávia, Alemanha, Bulgaria, França, Hungria e República Tcheca
Três amigos que estudaram juntos embarcam em uma viagem, mas as coisas estão prestes a mudar – Gregor irá para uma missão de guerra, Ziva estudará fora e Andrej parece ser o mesmo. Segredos serão revelados.
Dividida em três partes, a narrativa se desenrola num arco de cinquenta anos de guerras, entre 1944 e 1992. O proprietário de uma fábrica clandestina e subterrânea de armas usa policiais refugiados como mão de obra. Por amor a uma mulher, ele mantém seus colegas nesta função por vinte anos e
Direção e Roteiro: Nejc Gazvoda. Elenco: Luka Cimpric, Jure Henigman e Nina Rakovec. Fotografia: Marko Brdar. Montagem: Nejc Gazvoda e Janez Lapajne. Música: New Wave Syria. Prêmios: - Festival de Cinema Esloveno – melhor roteiro, melhor ator (Jure Henigman), melhor atriz (Nina
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120 Rakovec), melhor montagem, melhor trilha sonora, prêmio da Associação de Críticos de Cinema da Eslovênia (melhor filme) e prêmio da Revista Stop (destaque para o elenco) – 2011.
A vida amorosa de um gentil covarde
os restaurantes da cidade em sua coluna no jornal local. Porém, a motivação de uma nova aventura amorosa com a massagista de uma academia de ginástica o desperta para atos de coragem contra os donos do poder na cidade. A comédia serve de sátira política no novo contexto capitalista da Croácia.
Em Zagreb, capital da Croácia, em um período de campanha eleitoral, um intelectual perde espaço na sociedade por ser muito gentil. Ignorado por sua família, no trabalho sua gentiliza o torna um covarde que não consegue criticar
Direção e Roteiro: Pavo Marinkovic. Elenco: Nenad Cvetko, Dijana Vidusin, Sinisa Popovic, Jan Budar, Filip Sovagovic, Zoran Cubrilo, Frane Perisin e Damir Saban. Fotografia: Vedran Samanovic. Arte: Velimir Domitrovic. Montagem: Dubravko Slunjski. Música: Hrvoje Crnic. Prêmios:- Festival de Pula – melhor atriz (Dijana Vidusin), melhor direção de arte e melhor montagem – 2009.
Título original: “Ljubavni zivot domobrana” Título em inglês: “Love life of a gentle coward” 95 minutos, Lançamento: 2009, Produção da Croácia.
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